Grande Prémio | Inaugurada cafetaria ao lado da entrada do museu

A Direcção dos Serviços de Turismo continua a apostar na melhoria do funcionamento do Museu do Grande Prémio e a prova disso é a inauguração do café este sábado, que passa a funcionar ao lado da entrada do museu e que disponibiliza produtos temáticos

 

Abriu portas, este sábado, o Café do Museu do Grande Prémio, situado ao lado da entrada do espaço museológico e que representa a junção dos conceitos de turismo com desporto, cultura e criatividade. Este é um espaço temático dedicado ao Grande Prémio e que visa “o enriquecimento dos elementos característicos e o aperfeiçoamento das instalações do Museu”.

No café serão servidos “vários tipos de bebidas especiais e refeições leves”, podendo o público experimentar produtos como o “frappé do Grande Prémio, o café extraído a frio de campeão, bolo de pneus, bolo de meta final ou o waffle de corrida”. Por outro lado, estão à venda produtos culturais e criativos relacionados duma mascote de propriedade intelectual com tema original – o Gato do Grande Prémio (NAKAMA).

No primeiro mês de funcionamento do café, todos aqueles que adquirirem um bilhete de entrada para o Museu ganharão dois cupões de desconto para ofertas limitadas (com um cupão de desconto para bebidas e outro para lembranças), que serão distribuídos em número limitado, até esgotarem.

Fotografia a concurso

Além da abertura do café, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) está também a promover um concurso de fotografia sobre as edições passadas do Grande Prémio, entre os anos de 1954 e 1979, sendo que os residentes podem concorrer com imagens a partir de hoje. Posteriormente, “as fotografias seleccionadas serão exibidas no Museu do Grande Prémio de Macau”, com o objectivo de “partilhar memórias colectivas e testemunhos das mudanças do Grande Prémio”.

Através do “Concurso de Fotografias de Grandes Prémios de Macau Passados”, bem como de outras iniciativas semelhantes, o Governo pretende “descobrir mais informações e artigos relacionados com o Grande Prémio, aumentando as colecções do museu e enriquecendo o conteúdo das exposições especiais realizadas anualmente”.

Desta forma, é permitido que “preciosas memórias históricas do evento sejam apresentadas aos visitantes”.
No total, serão seleccionadas 18 fotografias, segundo quatro critérios, tais como “a ligação entre as fotografias e o tema do Grande Prémio, a sua raridade e clareza e ainda o conteúdo e descrição textual”. Serão escolhidas imagens para os três primeiros prémios, sendo atribuídos cinco prémios de menção honrosa e dez prémios de participação.

Os vencedores receberão prémios pecuniários no valor de 500 a 6.000 patacas e bilhetes de entrada para o museu. A lista dos vencedores será publicada na página electrónica oficial do museu e as fotografias premiadas serão exibidas também neste espaço.

Os interessados em participar no têm de ser residentes de Macau com idade igual ou superior a 18 anos. Os candidatos precisam de preencher o boletim de inscrição (incluindo uma descrição escrita não superior a 100 palavras) e, em conjunto com uma a cinco fotografias, e entregar os documentos entre 25 de Abril e 31 de Maio de 2022. Os participantes podem optar por enviar os documentos por correio electrónico para mgpm@macaotourism.gov.mo, ou entregá-las pessoalmente no museu.

24 Abr 2022

Cinema | João Nuno Brochado leva “Herança de Família” ao CCM 

“Herança de Família” é a curta-metragem do realizador e docente João Nuno Brochado integrante do cartaz da próxima edição de “Macau – O Poder da Imagem”, que decorre no Centro Cultural de Macau. Esta é a história de um idoso solitário que quer deixar a herança familiar a alguém de confiança. O argumento espelha também as ligações seculares entre Portugal e a China

 

Um idoso, que vive sozinho, sem família ou amigos, quer deixar a sua herança familiar a alguém de confiança. Todos os dias encontra-se com potenciais candidatos, mas torna-se difícil atingir o seu objectivo. Até que um dia conhece uma família portuguesa e, mesmo sem conseguir comunicar com ela por palavras, por dominarem línguas diferentes, cria-se uma ligação.

Esta é a história por detrás de “Herança de Família”, a curta-metragem que João Nuno Brochado, realizador e docente da Universidade de São José (USJ), leva aos ecrãs do Centro Cultural de Macau (CCM) no âmbito da 14.ª edição do festival “Macau – O Poder da Imagem”, organizado pelo Instituto Cultural (IC).

Ao HM, João Nuno Brochado revelou os detalhes de um projecto cinematográfico que começou a ser pensado antes da pandemia.

“Dou aulas na USJ, onde coordeno o programa de cinema, e costumava convidar alguns professores para darem aulas cá. Uma das docentes colaborou comigo na escrita deste argumento, e quisemos desenvolver ideias sobre algumas coisas que observamos em Macau. Uma delas é o facto de os idosos terem uma boa qualidade de vida, pois passam o dia-a-dia nos parques, fazem mais exercício e são mais activos do que os idosos em Portugal, por exemplo.”

“Queríamos retratar essa imagem de Macau que não é tão comum e se afasta da imagem dos casinos. Queremos retratar essa vida pacata que Macau também tem, nos parques. Assistimos também a algo engraçado, que foi uma senhora que passeava uma tartaruga na rua, e quisemos colocar essa imagem engraçada no filme”, frisou o realizador, que defende que este é também um filme sobre a relação histórica entre Macau e Portugal e as relações pessoais que se foram criando.

“O facto de sermos portugueses e estarmos aqui levou-nos a fazer uma história que retratasse esta ligação que Portugal ainda mantém com a China através de Macau. Foi a ideia de um entre culturas que continua a existir.”
Explorar a temática da terceira idade acabou por ser uma decisão natural, tendo em conta que no panorama cinéfilo local esse é um assunto pouco explorado.

“A terceira idade é uma temática pouco explorada no cinema de Macau. O facto de eu não ter nascido em Macau permite-me ter uma perspectiva diferente sobre a cidade e a cultura local. Penso que as pessoas que trabalham na área do cinema estão muito interessadas no facto de Macau ser um território que vive do entretenimento e do jogo.”

Desta forma, “uma grande parte dos filmes que são feitos aqui giram em torno de temáticas como o jogo, o crime ou a prostituição”.

“Herança de Família” contém elementos musicais e de imagem que mostram a presença das culturas portuguesa e chinesa. Com este projecto, João Nuno Brochado quis, sobretudo, trazer um filme seu cá para fora.

“Esta não foi só uma oportunidade de fazer o filme, mas sim de cruzar este projecto com a produção que se faz localmente. É importante que possa passar esta experiência aos meus alunos. Os meus objectivos já foram cumpridos, que era fazer o filme e transmitir esta experiência. Espero poder enviar este filme para outros festivais.”

Poucos mas bons

Com a pandemia e as restrições nas fronteiras, João Nuno Brochado destaca a diminuição de visitas de realizadores e docentes de cinema vindos do exterior e menos oportunidades de trabalhar com personalidades da indústria do cinema de Hong Kong. Ainda assim, em Macau têm-se feito poucos filmes, mas bons, assume.

“Não se pode dizer que em Macau exista uma indústria de cinema, porque é uma cidade muito pequena, ao contrário de Hong Kong. Mas acho que se fazem coisas com muita qualidade, apesar de poucas. Não há muita projecção lá fora porque não há apoios, vivendo as produções de subsídios do Governo ou de entidades privadas. Os financiamentos são, por norma, para a produção e não para a divulgação.”

O docente da USJ acrescenta que estas limitações fazem com que o cinema produzido em Macau “não saia muito de Hong Kong ou da região da Grande Baía”.

“Acho que tem havido um crescimento lento. Há mais jovens interessados no cinema e esta iniciativa do IC é muito importante. Têm-se criado equipas fortes na produção de cinema. O facto de os filmes não serem feitos em mandarim faz com que seja difícil a entrada no mercado chinês”, rematou.

O festival “Macau – O Poder da Imagem” decorre entre os dias 5 e 8 de Maio, apresentando um conjunto de curtas-metragens produzidas localmente.

22 Abr 2022

Fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro representa Macau no festival iNstantes

A convite da organização do iNstantes – Festival Internacional de Fotografia de Avintes, o fotojornalista português Gonçalo Lobo Pinheiro, radicado em Macau há 12 anos, representará o território na nona edição do evento. O profissional apresenta-se em Portugal com a série a preto e branco intitulada “Perto de mim”, captada em 2021. “Em tempos de pandemia de Covid-19, a ideia inicial seria captar a loucura matinal com os meus filhos que acordam todos os dias entre as seis e as sete da manhã, frescos, prontos para mais um dia cheio de energia. O facto é que, na hora de dormir, as coisas acabam não sendo muito diferentes em alguns aspectos e acabei misturando os dois momentos do dia, começando, por enquanto, pela noite”, refere o autor.

A mesma série, entretanto premiada e finalista em alguns concursos internacionais de fotografia, foi realizada para o seu mestrado em Nova Fotografia Documental na Labasad – School of Arts & Design, em Barcelona, Espanha, que espera terminar em Maio próximo. A exposição de Gonçalo Lobo Pinheiro, pode ser visitada na Academia Sénior de Vilar de Andorinho.

Para além do residente de Macau, a lista inclui ainda nomes como Ana Robles, do Brasil, João ferreira, de Portugal, Jorge Velhote, também de Portugal, Queila Fernandes, de Cabo Verde, André Motta, do Brasil, Clara Delrio, da Argentina, Jurate Vaiciukaite, da Lituânia, Larry Dunn, dos Estados Unidos da América, Orlando Azevedo, do Brasil, Zoltan Vanczo, da Hungria, Maria Tudela, de Espanha, entre muitos outros.

Música e livros

O festival, organizado pela iNstantes – Associação Cultural em parceria com os Municípios de Vila Nova de Gaia e de Arcos de Valdevez, bem como da Junta de Freguesia de Avintes, entre outros apoios, também terá uma componente musical que começa logo no primeiro dia, 29 de Abril, com o violinista albanês Florian Vlashi. Depois, no dia 7 de Maio, no auditório da Casa da Cultura de Avintes, toca José Pereira e o grupo Sim Somos Capazes.

Antes do encerramento do festival, a 29 de Maio, haverá ainda lugar ao lançamento do livro “Comunidades, Emigração e Lusofonia” da autoria de Daniel Bastos, no auditório da Casa da Cultura de Avintes e, também no mesmo espaço, mas a 28 de Maio, Franklim Cardoso declama poesia.

A edição deste ano do iNstantes – Festival Internacional de Fotografia de Avintes conta com fotógrafos de 14 países ou regiões e vai acontecer entre os dias 29 de Abril e 29 de Maio. Terá ainda, pela primeira vez, um pólo em Cabo Verde.

21 Abr 2022

FRC | Semana de aniversário com exposição colectiva e conferências 

A fim de celebrar os dez anos de existência da Fundação Rui Cunha (FRC), a entidade inaugurou ontem uma exposição colectiva de 36 artistas com ligações a Macau e à própria FRC e prepara-se para receber, na próxima semana, duas conferências, sobre responsabilidade social corporativa nas empresas em Macau e “A Harmonia do Contraponto”, com apresentação do mestre Kou Tak Kuong

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) celebra dez anos de existência na próxima quinta-feira, dia 28, e para marcar essa data abriu ontem portas a uma exposição colectiva que junta 36 artistas “cujas origens, estilos e percurso profissional, têm em comum Macau e uma intrínseca ligação” à galeria da Praia Grande. A mostra, que pode ser vista até 7 de Maio, apresenta trabalhos, novos e antigos, de nomes como Álvaro Barbosa, António Duarte Mil-Homens, Cathy Cheong, Denis Murrell, Fortes Pakeong Sequeira, Gigi Lee, Gonçalo Lobo Pinheiro, Ines Chan, Lampo Leong, Meng Li, Nuno Veloso, Rafaela Silva, Stella Fong Hoi Lam, Todi Kong de Sousa, Wang Lan e Wong Soi Lon, entre outros.

Já na próxima semana a FRC irá receber duas conferências, sobre temas distintos. Uma delas acontece na segunda-feira, às 18h30, e versa sobre a responsabilidade social corporativa das empresas de Macau. “Corporate Social Responsibility: The Next level” é realizada em parceria com a revista Macau Business e portal Macau News Agency e insere-se no ciclo “Business Series” da MBtv, contando, por isso, com a participação e moderação dos jornalistas José Carlos Matias e Nelson Moura.

A palestra pretende abordar uma realidade que já é comum em muitas empresas a nível mundial: a adopção de boas práticas em prol da comunidade em que se inserem. “Em Macau, os principais agentes empresariais estão cada vez mais conscientes da importância e necessidade da responsabilidade social empresarial e da sustentabilidade. Como pode ser levada a um nível mais elevado? Como fazer a responsabilidade social empresarial correctamente? Que papéis podem desempenhar o governo, as empresas e a sociedade civil?”.

Para responder a estas questões, os organizadores da conferência convidaram Edmond Etchri, director de produção da CEM, Mary Mendonza, directora-executiva da The Platinum, Ruby O, fundadora e presidente da Sociedade para a Segurança Alimentar e Ambiental de Macau e Tiffany Leung, secretária da assembleia geral do Instituto de Responsabilidade Social da Grande China Macau.

Cultura chinesa

Outro dos eventos mais focados na cultura chinesa será a realização da conferência “A Harmonia do Contraponto”, com a apresentação do mestre Kou Tak Kuong, e que pretende analisar o valor e o simbolismo dos dísticos chineses, que estão presentes em muitos edifícios de Macau. Esta palestra acontece na terça-feira, às 18h30, e conta com a organização da Associação dos Amigos do Livro de Macau, Associação dos Calígrafos de Macau e Associação dos Amigos da Poesia do Bairro da Flora.

Os dísticos chineses têm uma “existência milenar”, sendo um elemento da literatura chinesa que possui “diferentes categorias e funções”. Nesta palestra, Kou Tak Kuong “procurará esclarecer todos os pormenores, explicando o conteúdo e as regras utilizadas na elaboração destes dísticos, para que possamos compreender um pouco melhor esta secular e importante manifestação cultural oriental”, explica um comunicado.

Desta forma, “o dístico chinês é um objecto tangível da cultura chinesa, cujo conteúdo é intangível pelas ideias e valores que encerra”. “A sua importância no quotidiano e cultura chinesa deve, por isso, ser entendida por todos, em especial a vasta comunidade expatriada residente em Macau”, aponta a mesma nota. A conferência será realizada em cantonês, mas terá interpretação em simultâneo, a cargo de Shee Va. Estas associações, a propósito do aniversário da FRC, vão oferecer um dístico chinês de felicitações.

21 Abr 2022

Patuá | CCCM promove oficina sobre dialecto da comunidade macaense

O patuá, um dialecto de Macau em vias de extinção, será o foco da próxima oficina promovida pelo Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), em Lisboa. Entre o dia 30 de Abril e 31 de Outubro irá decorrer a “Oficina Língua Patuá”, que inclui aulas sobre o “enquadramento histórico, económico e social de Macau”, o “ensino e compreensão de fonemas, dicção e formas de falar”, sendo ainda feita uma introdução aos poemas macaenses. Esta oficina inclui também o ensino do patuá com declamação na sua vertente poética. Com esta iniciativa, o CCCM pretende chamar a atenção “para a posição mundial do Patuá enquanto língua minoritária decretada pela UNESCO, em risco de extinção”.

Esta oficina terá, portanto, “um conjunto de aulas vivas com a finalidade de sensibilizar para a questão da preservação” deste crioulo. Desta forma, contribui-se “para a preservação de uma componente integrante da singular história e cultura macaense”.

Esta oficina será ministrada por Joaquim Ng Pereira, macaense, licenciado em ciências da comunicação e cultura e mestre em programação e gestão cultural, ambos na Universidade Lusófona. Membro da Comissão das Migrações, Joaquim Ng Pereira tem-se dedicado, em Portugal, à promoção e divulgação do patuá e da cultura macaense.

Nesta actividade colabora também Sara Roncon Leotte, licenciada em relações lusófonas e língua portuguesa pelo Instituto Politécnico de Bragança e autora do relatório de estágio “Perspectivas sobre o ensino das línguas – português, chinês e patuá: a criação de oficinas de língua”, defendido no CCCM. A temática das relações sinólogas, com incidência em Macau e a preservação do patuá constitui o seu primeiro trabalho na área.

20 Abr 2022

Turismo | 880 drones prometem mostrar as “quatro estações” de Macau 

“Macau nas quatro estações” é o tema da edição deste ano da “Gala de Drones sobre Macau”, cujo programa foi ontem oficialmente apresentado. Durante quatro noites, no início do mês que vem, 880 drones prometem trazer um grande espectáculo de luzes e audiovisual, na zona do lago Nam Van, protagonizado por uma equipa de Shenzhen

 

O território prepara-se para receber, no mês de Maio, mais uma edição da “Gala de Drones sobre Macau”, que decorre junto ao lago Nam Van, nomeadamente na zona Anim’Arte NAM VAN. Os espectáculos acontecem no feriado do Dia do Trabalhador, nos dias 1 e 2 de Maio, bem como no fim-de-semana seguinte, dias 7 e 8 de Maio.

O programa do evento foi anunciado ontem e terá como tema principal “Macau nas quatro estações”, estabelecendo-se uma ligação com os restantes festivais que a cidade recebe, bem como a sua arquitectura específica, de matriz chinesa e portuguesa. Desta forma, os espectáculos, realizados com um total de 880 drones, terão como temas “Primavera Alegre”, “Verão Fantástico”, “Outono Dourado” e “Um Inverno Feliz”.

Cada espectáculo terá cerca de 15 minutos de duração, sendo que este ano há mais 300 drones neste evento em relação ao ano passado, “apresentando mais desenhos tridimensionais e um programa mais diversificado”, aponta uma nota de imprensa.

A Gala deste ano conta ainda com a participação de empresas do sector, nomeadamente o apoio de várias operadoras de jogo.

Além dos espectáculos de audiovisual, o público poderá também participar em actividades paralelas que decorrem no mesmo local, como é o caso da “Exibição de Drone Gigante”. Na zona do toldo branco do Centro Náutico da Praia Grande será exibido um drone de grande dimensão na noite de 25 de Abril, das 19h às 22h, e nas noites entre 26 de Abril e 8 de Maio, das 10h às 22h.

Será ainda organizada uma exibição de formação de drones, que apresentará a imagem de “I ♡ MACAO” com 200 drones nos dias 25 a 30 de Abril e nos dias 3 a 6 de Maio, das 19h00 às 21h00, no espaço Anim ‘Arte NAM VAN. A organização do evento apostou também na realização de um concurso de fotografia intitulado “Macau e as quatro estações”, e um concurso de composição de imagem “Drones Arte Cintilante”.

Shenzhen em dose dupla

Para esta edição do evento, que é a segunda, a organização convidou uma equipa de Shenzhen, cidade criativa da UNESCO em design e que já participou na Gala de Drones do ano passado.

Este ano “as exibições de drones tirarão partido da tecnologia para criar uma sucessão de composições em 2D e 3D, combinadas com luzes e música, entre outros elementos, que farão brilhar e enfeitarão o céu de Macau”.

O objectivo é trazer “uma nova experiência de entretenimento nocturno para os residentes e visitantes, e permitindo aprofundar a integração intersectorial “turismo +”.

A organização acrescenta ainda, em comunicado, que, nos últimos anos, “com o desenvolvimento da tecnologia de drones a tornar-se cada vez mais sofisticada, os eventos têm ganho popularidade, sendo que as equipas de drones do Interior da China são detentoras de um nível considerável”.

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) pretende ainda “trabalhar em conjunto com os vários sectores para promover a diversificação, inovação e desenvolvimento sustentável da indústria turística de Macau, aprofundando a integração intersectorial ‘turismo +’, para proporcionar aos visitantes uma experiência mais rica”.

20 Abr 2022

Ká-Hó | Livro de Sheyla Zandonai lançado no sábado

Será lançado no próximo sábado, às 16h, o livro que reúne uma série de crónicas sobre Macau da autoria da antropóloga e ex-jornalista Sheyla Zandonai. “The City in Review – Episodes of hope and not so in Macau” reúne textos sobre o jogo, cultura e património, entre outras questões, que foram publicados no antigo jornal Business Daily e no portal Macau News Agency.

O lançamento, organizado pelo Instituto Internacional de Macau, coincide com as celebrações do Dia Mundial do Livro, sendo feito no espaço Hold on to Hope, na vila de Nossa Senhora de Ká-Ho, em Coloane, gerido pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM).

Sheyla Zandonai é antropóloga e reside em Macau desde 2008, tendo feito diverso trabalho de campo na sua área e trabalhado como editora e jornalista. Actualmente dá aulas na Universidade de Macau.

19 Abr 2022

Albergue SCM acolhe exposição de Lampo Leong

Um total de 20 trabalhos do artista Lampo Leong podem ser vistos a partir de amanhã, e até ao dia 1 de Junho, na galeria A2 do Albergue SCM. A exposição “Lampo Leong: Inktaverse” revela trabalhos que misturam tinta da china contemporânea e arte digital.

Lampo Leong é também docente na Universidade de Macau (UM) e, nesta mostra, revela os traços especiais de tinta da china combinados com texturas, que revelam também “uma profunda espiritualidade”, aponta um comunicado. Trabalhando com o lado digital, o trabalho de Lampo Leong mostra “o poder expressivo da tinta da china ao adoptar um extensivo vocabulário da tradição clássica da pintura com tinta do Oriente”, combinado com “o impacto visual causado pelas estruturas geométricas ocidentais”.

Revelam-se, portanto, movimentos como o abstracto, o pós-modernismo e “nuances da era digital” criando-se “uma atmosfera etérea”. Carlos Marreiros, arquitecto e presidente do Albergue SCM, descreve que “a dedicação [de Lampo Leong] às artes reflecte-se não apenas na sua expressão cativante mas também na sua contínua exploração de diferentes abordagens, motivadas pela sua percepção do movimento humano, energia, filosofia e implicações cósmicas”.

Há, portanto, “na atitude de Lampo a erudição e no gesto a energia universal que constrói valências distintas em cada pintura”. Marreiros acrescenta também que, “na vontade, há uma inequívoca procura para desvendar a cosmicidade e o universo, perenemente pulsante”.

Um universo singular

Nas palavras da curadora desta mostra, Tiffay Beres, o mais recente trabalho de Lampo Leong elimina a cor, a fim de buscar “algo mais ouro e refinado – um regresso à energia universal que compõe a nossa galáxia e engendra o impulso artístico”.

“À sua maneira, esta série [de obras] são também histórias originais: elas são inspiradas pela exploração do potencial da criação e do fascínio que, com a energia, unifica tudo no nosso universo”, adiantou a historiadora de arte asiática.

Formado na Academia de Belas Artes de Guangzhou, Lampo Leong possui uma especialização em Pintura a tinta da china, tendo feito também estudos na Escola de Artes da Califórnia (California College of the Arts). Em 2009 fez um doutoramento em Estudos Comparativos de Pintura e Caligrafia na Academia Central de Belas Artes de Pequim.

Ao longo da sua carreira, Lampo Leong já fez mais de 70 exposições individuais, tendo participado, como curador e artista, em mais de 390 mostras em países e regiões como Hong Kong, Alemanha ou EUA.

O trabalho de Lampo Leong também foi distinguido com mais de 90 prémios, um deles a Medalha de Ouro na competição internacional de arte de Nova Iorque “Creative Quarterly”, sendo que as obras de Lampo Leong já estiveram presentes em leilões da Christie’s.

19 Abr 2022

Cinema | CCM apresenta 11 produções locais de jovens cineastas 

A 14ª edição da iniciativa “O Poder da Imagem”, que apresenta produções locais de jovens realizadores de Macau, regressa ao Centro Cultural de Macau entre os dias 5 e 8 de Maio. O cartaz promete estar recheado de histórias urbanas, entre o género curta-metragem e documentário

 

O Centro Cultural de Macau, sob a égide do Instituto Cultural, apresenta a 14.ª edição do Macau – O Poder da Imagem, a decorrer de 5 a 8 de Maio (de quinta a domingo) no Pequeno Auditório. A plataforma cinematográfica local está de regresso com uma mescla de realizadores emergentes e experientes que vão estrear uma série de novas narrativas projectadas em seis sessões.

Das curtas-metragens e documentários aos filmes de animação, a edição deste ano do Poder da Imagem (LVP) apresenta 11 produções, revelando dramas sociais e humanos, contando tanto histórias pessoais como ficcionais, inspiradas pela família, por experiências urbanas e um sentido de pertença comunitário.

Tendo ao longo dos últimos 13 anos comissionado para cima de 140 filmes, o LVP tem estimulado a arte cinematográfica, desafiando realizadores locais a materializar os seus projectos no grande ecrã, alguns dos quais viram as suas produções premiadas pela crítica internacional.

Um dos filmes incluídos nesta selecção é “Herança de Família”, de João Nuno Brochado, realizador e docente na Universidade de São José desde 2016. Natural da cidade do Porto, Portugal, João Nuno Brochado é formado em Som e Imagem pela Universidade Católica Portuguesa, tendo já trabalhado na realização de filmes, documentários e campanhas publicitárias. Além da carreira académica, João Nuno Brochado tem a sua própria produtora, a Cimbalino Films.

A estreia de “Herança de Família” acontece dia 6 de Maio, podendo ser visto no ecrã do pequeno auditório do CCM juntamente com produções como “O Paraíso Perdido da Aves”, de Suki Chan, “Medusa”, de Zue Ku, e “Voar para Casa”, de Kiwi Chan.

Estreias anunciadas

No primeiro dia de exibições o cartaz inclui “Jardim de Sonho”, de Tang Chi Fong, e “O Fantasma e o Gato”, de Lei Weng I. O público poderá ainda ver, no dia 5, películas como “O Melhor Presente de Sempre”, de Hao Chit, e “As Traseiras”, de Chao Kin Kuan.

No sábado é dia de estreia de “Punctum”, de Kate Ngan Wa Ao, uma artista que trabalha sobretudo com fotografia e media digitais e que estuda na Polónia há seis anos. Também neste dia, serão exibidos “Memória Desenterrada”, de Ho Kueng Lon, e “Trabalho de Casa”, de Io Lou Ian. Haverá ainda lugar a mais duas estreias no domingo, dia 8.

Para esta edição de “O Poder da Imagem”, os bilhetes começam a ser vendidos na próxima sexta-feira. O CCM procura, além da exibição dos filmes, “oferecer um olhar mais próximo aos trabalhos em estreia”, estando por isso previstas conversas com os realizadores após a projecção de cada filme.

19 Abr 2022

MAM | Exposição “Imaginação Selvagem” decorre até Junho

O Museu de Arte de Macau (MAM) tem patente, até ao dia 19 de Junho, a exposição “Imaginação Selvagem: Arte a Tinta Contemporânea em Guangdong-Hong Kong-Macau de 2000 a 2022”. Trata-se de uma mostra organizada pelo Instituto Cultural (IC) e pelo Departamento de Cultura e Turismo da Província de Guangdong, integrando a 32ª edição do Festival de Artes de Macau.

A exposição “apresenta a natureza de auto-demonstração e a expressão criativa da arte a tinta contemporânea em Guangdong, Hong Kong e Macau, analisando e estudando as obras expostas do ponto de vista da história ideológica e da sociologia”. Dividindo-se em quatro secções, de acordo com o respectivo tema e método, nomeadamente “Natureza como Poesia”, “Imaginação Selvagem – Imagem”, “Pensamento Metafísico” e

“Paisagens em Tinta e Água”, a exposição reúne cerca de 80 peças ou conjuntos de arte a tinta contemporânea da autoria de mais de 50 artistas de Guangdong, Hong Kong e Macau.

O objectivo é “observar, classificar e resumir a evolução desta arte nestas três regiões do século XXI ao presente através de uma série de obras de arte criadas em diferentes fases”.

A exposição reúne, assim, “obras de pintura a tinta contemporâneas, técnica mista, animação, instalação de vídeo e instalação”, pretendendo revelar “a evolução da arte a tinta na região da Grande Baía, que partiu da pintura tradicional chinesa para se transformar numa linguagem de arte contemporânea internacional nas últimas duas décadas”.

18 Abr 2022

Arte | “In Between” é a instalação que Celeste C. Da Luz leva às vivendas de Mong-Há 

Celeste C. Da Luz, formada em artes no Reino Unido, faz parte da nova geração de artistas de Macau, tendo começado a expor em 2018. O seu mais recente trabalho, “In Between”, uma instalação, poderá ser vista na exposição “Forget the Frame”, em Mong-Há, a partir do dia 23 deste mês

 

No trabalho de Celeste C. Da Luz, na maioria pinturas, a cor anda de mãos dadas com as ideias sobre aquilo que somos e do mundo à nossa volta. Formada em Comunicação e Media pela Universidade de Macau, Celeste C. Da Luz resolveu apostar na formação como artista no Reino Unido. Tendo começado a expor o seu trabalho em 2018, ela faz parte da nova geração de artistas de Macau.

O seu mais recente projecto, “In Between”, uma instalação de grandes dimensões, que ocupará todo o segundo andar de uma das vivendas de Mong-Há, pode ser visto no âmbito da exposição “Forget the Frame”, promovida pela Associação para o Desenvolvimento das Novas Mulheres de Macau, e que abre portas dia 23.

“Para mim, o objectivo de criar obras de arte é expressar as minhas próprias emoções e sentimentos”, começa por revelar, em entrevista. “In Between” é, até à data, um dos maiores trabalhos que criou.

“Normalmente, quando faço uma pintura, trabalho com o formato normal, com uma tela e moldura, mas desta vez tentei sair deste formato e formar grandes peças de um campo e estendê-las até ao tecto.”

Esta ideia está, aliás, ligada à temática da própria exposição, que visa quebrar preconceitos e estereótipos de género, levando as mulheres a definirem o papel que querem para si próprias, ao invés de cumprirem papéis definidos pela sociedade e pelos outros.

“A ideia por detrás deste trabalho é como uma transição entre capítulos da minha vida. O tema desta exposição é o esquecimento dos padrões e a tentativa de criar algo novo. Desta vez tentei criar uma peça que se refere a estas ideias, e é como uma descoberta, como algo que nunca tenha feito antes. A quantidade de materiais que tive de usar para esta peça e o espaço que ocupo em estúdio foram muito diferentes e superiores em relação aos trabalhos anteriores”, frisou Celeste C. Da Luz.

Um olhar breve sobre a sua obra permite perceber que a artista se move bem no campo abstracto. Mas Celeste C. Da Luz não quer restringir-se unicamente a esse universo.

“Não me restrinjo ou me defino apenas como uma artista ligada ao universo abstracto, mas é um estilo do qual gosto bastante. Antes trabalhava mais com objectos reflectivos, como o espelho, porque gostava de saber mais sobre a história dos materiais e de como afectam a vida das pessoas e mudam o seu pensamento. Então trabalhava com esses objectos e criava diferentes formatos em espaços e convidava as pessoas a interagir com o meu trabalho. Interesso-me, portanto, por diferentes temas artísticos.”

Acima de tudo, Celeste C. Da Luz acredita que cada pessoa que olhe para as suas obras ou cada crítico de arte vai apresentar diferentes opiniões e perspectivas. “Não me importo da forma como as pessoas me identificam ou categorizam o meu trabalho”, frisou.

Fotografia como hobbie

Celeste C. Da Luz cria porque pretende expressar algo. “O objectivo de criar obras de arte é expressar as minhas próprias emoções e sentimentos. Também adoro trabalhar com diferentes cores, e interesso-me muito pela forma como a cor afecta as emoções das pessoas, e sobre o que representa. A arte é como uma expressão de mim mesma, mas há muitas interacções com o público.”

Quando pinta quadros, Celeste C. Da Luz expressa-se a si mesma, mas quando cria instalações estabelece uma maior interacção com o público, adiantou.

Fotografar é algo muito presente no seu dia-a-dia, constituindo uma influência para o seu trabalho como artista. “Tenho o hábito de tirar fotografias todos os dias. Gosto de observar as coisas à minha volta, é uma grande inspiração para o meu trabalho, apesar de não pintar essas imagens ou objectos reais. A observação é muito importante para mim.”

Questionada sobre o percurso que pretende fazer como artista, Celeste C. Da Luz assume que, em Macau, é difícil viver apenas da arte.

“Neste momento tento aceitar que em Macau ser artista é apenas uma das minhas entidades. Gosto muito de ser artista, mas penso que não posso ser apenas isso e viver disso. Como mulher, temos várias identidades e diferentes papéis que temos que desempenhar. E para mim ser artista é um dos papéis e identidades que assumo, mas se me perguntar como quero construir a minha carreira em Macau, diria que vou continuar a criar as minhas peças e a participar em exposições, mas para mim, neste momento, é ainda difícil ser verdadeiramente uma artista. Então é apenas uma das coisas que posso fazer e das quais gosto imenso”, rematou.

14 Abr 2022

Música | Amizade é tema central de “Conversas Ilustradas com Música”

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta, na quinta-feira, dia 21, às 18h30, mais uma palestra inserida na iniciativa “Conversas Ilustradas com Música”, desta vez sob o tema da Amizade.

A sessão conta com a participação de Shee Va e José Carlos Pereira, que vão abordar temas como o “afecto, carinho, estima e dedicação”. Além disso, a sessão conta com a música dos compositores Benjamin Britten e Dmitri Shostakovich.

“Pese embora tenham estado separados pela língua e pela Cortina de Ferro em tempos de Guerra Fria, sempre se entenderam através da arte e da profunda admiração que nutriam pela música um do outro”, aponta a FRC, em comunicado. Exemplo disso foi o facto de Britten ter dedicado a Shostakovich a sua ópera “O filho pródigo”, tendo este retribuído com a XIV Sinfonia.

Ambos foram verdadeiros alicerces na construção da música do Século XX, o que levou o maestro britânico Jan Latham-Koening a fundar a Britten-Shostakovich Festival Orchestra, que agrega jovens músicos oriundos dos Conservatórios dos dois países de origem dos dois compositores. De frisar que este evento ocorre no âmbito do décimo aniversário da FRC.

13 Abr 2022

IPOR | 2ª edição do “Letras&Companhia” arranca na próxima semana 

Começa no próximo dia 23 a segunda edição do festival literário e cultural “Letras & Companhia”, organizado pelo Instituto Português do Oriente (IPOR) e pensado para pais e filhos. Segundo um comunicado, esta iniciativa promove actividades “dinâmica intergeracional em torno do conceito dos ‘três L’s’: língua, livro e leitura”.

Desta forma, pretende-se “motivar os jovens para a aprendizagem da língua portuguesa, envolvendo instituições de ensino, professores e educadores como promotores activos de divulgação, ao mesmo tempo que se incentiva a criatividade, a cultura, a educação e a construção da cidadania”.

Sob o tema “O Mar”, serão realizadas actividades como oficinas de escrita criativa, sessões de histórias contadas em português ou a inauguração da exposição “Zero Resíduos”, em parceria com associações e entidades locais.

No dia 23, nas instalações do IPOR, decorrem, entre as 16h e as 18h, actividades como a entrega de mini-bibliotecas às escolas, oficinas de Escrita Criativa, o evento “Uma Noite na… Biblioteca” e ainda o “Mercado das Letrinhas”, entre outras.

A 7 de Maio, desta vez na Casa Garden, acontecem, entre as 15h e 18h, eventos como um espectáculo de música ao vivo com François Girouard e Rita Portela, sendo também inaugurada uma exposição intitulada “Zero Resíduos”. Sara Figueira, maquilhadora, irá realizar uma série de pinturas faciais. A Casa de Portugal em Macau apresenta também um espectáculo de marionetas, intitulado “En-Cantos”.

13 Abr 2022

Cinema | FRC apresenta filme japonês “Tampopo”

Na próxima terça-feira, às 18h30, será apresentado o segundo filme do ciclo “Gastronomia e Cinema”. Trata-se da produção japonesa “Tampopo”, de Jûzô Itami, uma “elegante” comédia em que a arte culinária constitui um fio condutor entre diversas narrativas.

A história principal gira à volta de dois amigos: um camionista e o seu companheiro que um dia, ao pararem num restaurante, são confrontados uma das suas piores experiências degustativas após provarem um intragável Ramen (sopa de macarrão), feito pela proprietária, Tampopo (Nobuko Miyamoto).

Tampopo é uma simpática viúva, que perante o seu falhanço culinário, pede-lhes ajuda para melhorar o seu método de confecção. É então que começa um verdadeiro périplo por vários restaurantes, pesquisando, investigando e descobrindo segredos com vista à confecção do Ramen perfeito.

Paralelamente à saga de Tampopo e seus amigos, são apresentadas outras pequenas narrativas, as quais se desenrolam sempre à volta da alimentação e seus rituais, com especial destaque para a relação sensorial entre as pessoas e a comida, salientando a importância da gastronomia na cultura e sociedade japonesas.

Antes de ser exibido, o filme terá ainda uma pequena apresentação por Dennis Tou Kuok Keong, Chef do restaurante de Ramen Sio Seng Hin, na Taipa.

13 Abr 2022

Documentário | Universo de Ruby Yang em destaque na Cinemateca Paixão 

Arranca dia 19 um novo ciclo de cinema na Cinemateca Paixão, desta vez dedicado a Ruby Yang, cineasta de Hong Kong mais conhecida pelo género documentário e que ganhou mesmo um Óscar com “The Blood of YingZhou District”, tendo sido a primeira cineasta chinesa a consegui-lo

 

Foi em 2006 que Ruby Yang, cineasta nascida em Hong Kong, se tornou na primeira chinesa da sua área a ganhar um Óscar. E consegui-o ao concorrer, na 79.ª edição de um dos eventos mais importantes da indústria do cinema, com um documentário que é um murro no estômago. “The Blood of Yingzhou District” retrata um ano na vida das crianças que vivem nas aldeias remotas da província de Anhui, na China, e que perderam os pais vítimas da Sida. O filme gira em torno do contraste entre as obrigações familiares tradicionais e o medo da doença.

Produzido por Thomas Lennon, este documentário pode agora ser revisto na Cinemateca Paixão, no ciclo especialmente dedicado a Ruby Yang e que tem início no dia 19. Nesse dia, será feita a primeira exibição deste multipremiado documentário, que poderá ser visto também nos dias 27 e 30 deste mês.

Até ao dia 8 de Maio, o público de Macau poderá ver um programa que conta com a curadoria da própria Ruby Yang, uma cineasta que tem abordado temáticas relacionadas com a pobreza em cidades chinesas, entre outros temas marcantes.

“A Moment in Time”, documentário realizado em 2010, também consta no programa, tendo sido realizado em parceria com o seu marido, Lambert Yam, produtor. Na película, com uma hora de duração, poderão ser conhecidas as experiências de vida dos chineses emigrados na cidade norte-americana de São Francisco, que vivem na Chinatown.

O documentário foi exibido nos canais públicos de televisão nos EUA e ganhou inúmeros prémios em festivais de cinema, nomeadamente no Festival do Documentário Chinês de Hong Kong. “A Moment in Time” foi ainda nomeado para a categoria de Melhor Documentário no Festival Internacional de Cinema de Pequim, em 2010, e Festival de TV de Sichuan, no mesmo ano. De frisar que este documentário será também exibido nos dias 19, 27 e 30 de Abril.

Cineasta premiada

Para os dias 23 e 27 de Abril, e para o dia 3 de Maio, estão agendados os documentários “Ritoma” e “In Search of Perfect Consonance”. “Ritoma”, realizado em 2018, conta a histórias dos nómadas do Tibete que descobriram uma nova paixão, o basquetebol. Ao mesmo tempo que lutam para manter a sua cultura e deixam para trás a sua vida, estas pessoas tentam abraçar laivos de modernidade.

“In Search of Perfect Consonance”, datado de 2016, recua 22 anos para o período em que a história da diplomacia estava marcada pela intervenção chinesa na guerra do Vietname e quando as relações no estreito de Taiwan eram tensas. O foco deste documentário é a Asian Youth Orchestra [Orquestra Jovem Asiática], que tentou apelar à união das pessoas através da música.

Este documentário obteve dois prémios, um deles em 2017 no Festival Internacional de Realizadores da Ásia-Pacífico e em 2018, no Festival Internacional de Cinema de Sedona.

Relativamente ao documentário vencedor de um Óscar, o primeiro contacto que Ruby Yang teve com a realidade do HIV na China foi em 2003, quando, juntamente com Thomas F. Lennon, fundou o projecto Chang Ai Media, a fim de aumentar a consciência das populações sobre a doença.

“The Blood of Yingzhou District” faz parte de uma trilogia de documentários focados sobre a realidade na China, complementado com “Tongzhi in Love” e “The Warriors of Qiugang”.

Depois de ter vivido um longo período em São Francisco, Ruby Yang mudou-se para Pequim em 2004, residindo actualmente em Hong Kong. Em 2019, recebeu a distinção de “Artista do Ano em Cinema” nos Prémios de Desenvolvimento das Artes de Hong Kong.

No programa da Cinemateca Paixão inclui-se ainda um debate sobre o género documentário via Zoom, agendado para o dia 7 de Maio, às 17h, que terá a própria Ruby Yang como moderadora e que conta com a participação de Rintu Thomas e Sushmit Ghosh, realizadores de “Writing with Fire”. As inscrições podem ser feitas através deste formulário: https://forms.gle/jm2GSinvU2VwYu1G7

13 Abr 2022

Museu do Grande Prémio | Disponibilizadas visitas virtuais com visão panorâmica de 360 graus 

O Museu do Grande Prémio de Macau (GPM) passa agora a disponibilizar aos seus visitantes uma visita virtual com visão panorâmica de 360 graus. Para este projecto, o museu foi filmado “com câmaras profissionais”, tendo sido criada “uma visão tridimensional de 360 graus de todo o espaço, mostrando aos visitantes as zonas de exposições, a decoração e os artigos do museu”. Para ter acesso a esta experiência, os visitantes apenas precisam de aceder à página electrónica de visita virtual online do Museu do GPM, mgpm.macaotourism.gov.mo/vrtours.

Além disso, foi instalada uma mostra de produtos filatélicos, denominada “Museus e Peças Museológicas VI – Museu do Grande Prémio de Macau”. Devido às obras de ampliação e abertura oficial do Museu do GPM no ano passado, a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações escolheu o Museu do GPM como tema para a emissão filatélica “Museus e Peças Museológicas VI”, lançada no dia 18 de Novembro do ano passado. Os produtos filatélicos da emissão especial denominada “Museus e Peças Museológicas VI – Museu do Grande Prémio de Macau”, estão agora em exibição no museu.

Estas iniciativas visam “optimizar o conteúdo do Museu do GPM”, através da adição de novos elementos, mais diversos e interactivos. A ideia é “dar a conhecer aos visitantes a história e conhecimentos sobre o GPM, promovendo a integração intersectorial de ‘turismo + desporto’”.

Além destas duas actividades, o Museu do GPM lança agora uma nova iniciativa em cooperação com a Air Macau, a fim de atrair mais visitantes. Desta forma, quem viajar para Macau, através da companhia aérea, entre os dias 1 de Março e 30 de Junho, pode apresentar o seu cartão de embarque válido até sete dias na bilheteira do Museu do GPM, e receber dois bilhetes pelo preço de um. A oferta especial aplica-se apenas na compra de bilhetes regulares, no valor de 80 patacas.

12 Abr 2022

Exposição | Mostra em Mong-Há visa quebrar estereótipos de género 

“Forget The Frame” é o nome da exposição que a Associação para o Desenvolvimento das Novas Mulheres de Macau apresenta no próximo dia 23, nas Vivendas de Mong-Há. O público poderá conhecer melhor o trabalho das artistas locais Celeste C. da Luz, Alice Ieong e Su Cheng

 

A Associação para o Desenvolvimento das Novas Mulheres de Macau [New Woman Development Association of Macao] está de regresso às exposições com a mostra que apresenta, no próximo dia 23 de Abril, nas Vivendas de Mong-Há, um novo espaço cultural criado a partir dos antigos alojamentos dos funcionários públicos.

A mostra, que termina a 15 de Maio, intitula-se “Forget The Frame”, conta com curadoria de Carol Lei e Hannah Ieong e revela o trabalho de três jovens artistas de Macau, Celeste C. da Luz, Alice Ieong e Su Cheng. A exposição gira em torno das ideias da imaginação e de liberdade criativa, no sentido de que “quem cria este tipo de trabalhos pode quebrar quaisquer estereótipos de género que existem na sociedade, ao mesmo tempo que apresenta mensagens de uma perspectiva feminina”.

Estas três artistas são, assim, convidadas a desenvolver trabalhos através de diferentes meios criativos, espelhando a sua imaginação através da arte e revelando a sua “criatividade única”. A ideia é que o público possa “ser encorajado a abandonar todas as limitações, sair da caixa e deixar-se inspirar pela possibilidade de liberdade”.

Além da exposição em si, estão previstas uma série de actividades, incluindo uma zona interactiva intitulada “Breaking the Frames in Life” [Quebrar as molduras da vida], visitas guiadas ou workshops, que estão sujeitas a marcação prévia. A ideia, com estas iniciativas paralelas, é fazer com que os interessados compreendam a temática central do evento, bem como os artistas que nele participam e os trabalhos apresentados, para que se possa “desencadear uma reflexão sob diferentes perspectivas”.

Papel feminino

Recorde-se que esta associação, criada em 2017, tem vindo a chamar a atenção, através da arte, dos papéis diversificados que a mulher pode desempenhar na sociedade local, tentando quebrar estereótipos de género que ainda persistem.

Esta exposição pretende abordar a ideia de que as mulheres, muitas vezes, “vivem dentro de estruturas que outras pessoas criam ou com base nas premissas adoptadas pela sociedade, tal como as expectativas criadas para as diferentes idades, ou segundo uma identidade social em particular ligada às ocupações, posições, interesses, talentos ou relacionamentos”.

Além disso, nos tempos actuais, a mulher “desempenha um determinado papel como filha, mulher ou mãe que pode ser estereotipado”, sendo que “as pessoas assumem que vivem como deveriam viver” e não consoante os seus gostos pessoais, acrescenta a associação na mesma nota.

A Associação para o Desenvolvimento das Novas Mulheres de Macau foi criada por “nove mulheres independentes e confiantes”, pretendo juntar mulheres de vários campos e de várias idades que vivam no território.

“Encorajamos as mulheres a descobrirem os seus próprios valores e a aceitar novas coisas. Também pedimos que as mulheres quebrem as restrições pessoais e tradicionais e sejam pró-activas, além de desenvolverem os seus talentos”, acrescenta ainda a associação.

12 Abr 2022

Literatura | Escritor britânico “Jack Higgins” morre aos 92 anos

O escritor britânico Henry Patterson, que escrevia com o pseudónimo Jack Higgins e era conhecido pelos seus livros de espionagem e suspense, morreu aos 92 anos, anunciou no domingo a editora HarperCollins. Henry Patterson, nascido em Newcastle, em Julho de 1929, é autor de 85 livros, que escreveu entre 1959 e 2017, dos quais se destaca “The Eagle has Landed” (“A águia aterrou”, 1975) uma história de ficção que relata uma tentativa de sequestro do primeiro-ministro britânico Winston Churchill, durante a II Guerra Mundial, que vendeu mais de 50 milhões de exemplares.

Um ano depois da sua publicação, o livro viria a ser adaptado ao cinema, por John Sturges, tendo como protagonistas os actores Robert Duvall, Donald Sutherland e Michael Caine.

O director executivo da editora HarperCollins, Charlie Redmayne, citado pela agência Efe, afirmou que Patterson “foi um escritor clássico de suspense” e descreveu-o com o um autor “instintivo, duro e implacável”.

“Sou fã de Jack Higgins desde que me conheço. A sua morte marca o fim de uma era”, afirmou Charlie Redmayne, sublinhando que “foi um privilégio participar na publicação de algumas das suas obras”.

Além de “The Eagle has Landed”, destacam-se deste escritor as obras “Comes the Dark Stranger”, “Hell is Too Crowded” e “To Catch a King”. O seu último livro, com o título “The Midnight Bell, foi publicado em 2016.

Do autor, estão publicados em Portugal livros como “O rei em Lisboa”, um ‘thriller’ histórico passado durante a II Guerra Mundial, e “Confessional”, centrado numa tentativa de assassínio do Papa. “Exocet: missão impossível”, “Atentado na catedral”, “O solista”, “Os guerrilheiros da sombra”, “Solo”, “Vingança no inferno”, “O centro da tempestade”, “A águia levantou voo” e “O voo das águias” são outros títulos do escritor que foram editados em Portugal.

11 Abr 2022

Grande Prémio | Museu inclui visitas virtuais com visão panorâmica de 360 graus

O Museu do Grande Prémio de Macau (GPM) passa agora a disponibilizar aos seus visitantes uma visita virtual com visão panorâmica de 360 graus. Para este projecto o museu foi filmado “com câmaras profissionais”, tendo sido criada “uma visão tridimensional de 360 graus de todo o espaço, mostrando aos visitantes as zonas de exposições, a decoração e os artigos do museu”.

Para ter acesso a esta experiência, os visitantes apenas precisam de aceder à página electrónica de visita virtual online do Museu do GPM, mgpm.macaotourism.gov.mo/vrtours.

Além disso, foi instalada no museu uma mostra de produtos filatélicos, denominada “Museus e Peças Museológicas VI – Museu do Grande Prémio de Macau”. Devido às obras de ampliação e abertura oficial do Museu do GPM no ano passado, a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações escolheu o Museu do GPM como tema para a emissão filatélica “Museus e Peças Museológicas VI”, lançada no dia 18 de Novembro do ano passado. Os produtos filatélicos da emissão especial denominada “Museus e Peças Museológicas VI – Museu do Grande Prémio de Macau”, estão agora em exibição no museu.

Estas iniciativas visam “optimizar o conteúdo do Museu do GPM”, através da adição de novos elementos, mais diversos e interactivos. A ideia é “dar a conhecer aos visitantes a história e conhecimentos sobre o GPM, promovendo a integração intersectorial de ‘turismo + desporto’”.

Além destas duas actividades, o Museu do GPM lança agora uma nova iniciativa em cooperação com a Air Macau, a fim de atrair mais visitantes. Desta forma, quem viajar para Macau, através da companhia aérea, entre os dias 1 de Março e 30 de Junho, pode apresentar o seu cartão de embarque válido até sete dias na bilheteira do Museu do GPM, e receber dois bilhetes pelo preço de um. A oferta especial aplica-se apenas na compra de bilhetes regulares, no valor de 80 patacas.

11 Abr 2022

Moda | Rita Sales Marques lança a dim sum basics, uma nova marca de roupa 

Formada em design gráfico, Rita Sales Marques decidiu apostar na criação da sua própria marca de roupa depois de sentir que faltavam no mercado peças básicas que se adaptassem a todas as idades e corpos. A dim sum basics acaba de ser lançada e já aceita encomendas de todo o mundo

 

Sempre que pensa em Macau é o dim sum que lhe vem à memória. Esta refeição típica da comida cantonense acabou por dar o nome ao novo projecto de Rita Sales Marques, que decidiu criar a sua própria marca de roupa.

A dim sum basics acaba de ser lançada nas redes sociais e já aceita encomendas de todo o mundo, mas a ideia é ir evoluindo aos poucos no objectivo de desenvolver peças confortáveis e básicas que sirvam a todo o tipo de pessoas.

Formada em design gráfico pela Escola Superior de Artes e Design, em Matosinhos, Portugal, Rita Sales Marques começou a desenvolver a marca há um ano e meio, mas a sua veia perfeccionista fez com que só agora esteja a lançar o projecto.

“A dim sum basics surgiu com a ideia de criar básicos que satisfaçam as pessoas de todas as idades e géneros. A maior parte das nossas peças são unissexo e com um formato ‘oversize fit’ que faz com que se tornem confortáveis para qualquer tipo de corpo. Desta forma, temos uma maior variedade de pessoas interessadas [na nossa marca], porque às vezes o problema é mesmo esse [ter o mesmo tamanho que nem sempre serve com todas as marcas]. Queremos ter roupa que realmente sirva a todas as pessoas”, contou ao HM.

Numa altura em que se debate a problemática de roupa barata produzida de forma pouco ecológica em fábricas onde as condições de trabalho nem sempre são as ideais, a dim sum basics quer, também aqui, marcar a diferença.

“O nosso objectivo é fazer com que as pessoas não tenham de recorrer a lojas de ‘fast fashion’ para comprar peças básicas, que são as mais usadas no nosso dia-a-dia. Oferecemos produtos de qualidade, que duram uma vida e aguentam muitas lavagens. São peças que combinam o conforto e a prática.”

A preocupação com o ambiente é também uma aposta de Rita Sales Marques, que não só selecciona o número de peças que vai produzir em cada colecção como só trabalha com materiais orgânicos. As roupas da marca são também produzidas em Portugal.

“Considero super importante, neste tipo de projectos, o cuidado com o nosso planeta, e por isso escolhemos fazer as nossas peças em algodão 100 por cento orgânico”, adiantou a designer.

Prato preferido

Quem visitar o Instagram da marca pode ver peças básicas e desportivas em apenas três cores – preto, branco e cinza – mas Rita Sales Marques acredita que poderá criar uma segunda marca associada à dim sum basics que ofereça outro tipo de colecções que “possam agradar a um público mais específico”.

Para já a marca funciona com encomendas em regime de pré-venda, sendo que Rita Sales Marques aceita pedidos de todo o mundo. Outra inovação da dim sum basics é a adaptação das peças a qualquer estação do ano.

“A dim sum basics não trabalha com estações do ano porque acredito mesmo que a marca seja para todas as épocas e para todo o mundo. Dentro dessa lógica, temos sempre produtos que se enquadram em qualquer estação do ano. Neste primeiro lançamento temos calças mais grossas, com tecidos mais quentes, e calções e camisolas que encaixam num look de verão.”

Rita Sales Marques sente-se macaense, mas não nasceu em Macau, território que visitou pela primeira vez apenas em 2013. No entanto, o amor a um território à qual tem ligações familiares ficou para sempre.

“É um lugar muito especial para mim e, entretanto, já lá voltei várias vezes. O dim sum é a minha comida preferida desde pequenina. Se precisar de pensar em Macau, automaticamente penso em dim sum. É um nome inspirado nas minhas raízes. Não me englobo naquele tipo de pessoas que daria o seu próprio nome à marca e achei muito mais interessante arranjar algum elemento que me descrevesse, mas que não tivesse o meu nome.”

Questionada sobre as suas inspirações para este projecto, Rita Sales Marques pensou de imediato em responder a uma necessidade da maior parte das pessoas na hora de vestir: o conforto.

“A maior parte das vezes penso no que gostaria de ter ao nível de artigos básicos no meu armário e também naquilo que os meus amigos e pais gostam. Juntei essa necessidade que várias pessoas têm de ter roupas básicas e expus em peças de roupa que eu sentia que não tinha no meu armário”, confessou.

11 Abr 2022

Literatura | Três obras chinesas traduzidas para português e publicadas no Brasil 

“Bei Dao – Não acredito no eco dos trovões”, “Além da Montanha”, de Yao Feng, e “Contos de Fantasia Chineses”, de Pu Songling, são os novos projectos literários que Yao Jingming, poeta, tradutor e académico da Universidade de Macau, ajudou a desenvolver e que acabam ser editados no Brasil com a chancela da editora Moinhos

 

Acabam de ser lançadas nas livrarias brasileiras três obras traduzidas, escritas e coordenadas por Yao Jingming em parceria com alunos de mestrado e doutoramento do curso de tradução português-chinês da Universidade de Macau (UM), incluindo colegas do departamento de português.

A obra de Bei Dao ganha assim um novo destaque na língua de Camões com a obra “Bei Dao – Não acredito no eco dos trovões”. Os poemas foram traduzidos por Yao Jingming e Huang Lin, estudante de doutoramento da UM, tendo a revisão literária ficado a cargo de Manuela Carvalho e do escritor português José Luís Peixoto.

A editora Moinhos lançou também o livro “Além da Montanha”, que reúne poemas de Yao Feng, pseudónimo de Yao Jingming na hora de escrever poesia. A mesma editora apresentou ainda a tradução de “Contos de Fantasia Chineses”, escritos por Pu Songling. Para a tradução de alguns contos desta obra colaboram Ana Cardoso, Zhang Mengyao, Chen Qu, Xiong Xueying e Lou Zhichang.

Ao HM, Yao Jingming disse que estas publicações visam colmatar um vazio que existia no mercado. “Quisemos preencher uma lacuna que ainda existe em relação à tradução de obras literárias para português. [Bei Dao e Pu Songling] são dois grandes escritores e merecem ser traduzidos e divulgados em português”, acrescentou.

Este trabalho parte de um projecto de investigação do próprio Yao Jingming, financiado pela UM, intitulado “Chinese Literature in Portuguese: Research, Translation and Anthology” [Literatura chinesa em português: Investigação, Tradução e Antologia].

“Ao longo do projecto contei com a colaboração dos meus estudantes de mestrado e de doutoramento. A maior parte da tradução foi assumida por eles, eu fiz a orientação. Depois entrámos em contacto com a editora [Moinhos], que aceitou a publicação.”

“Contei com o apoio das minhas colegas, que trabalham na área da literatura e são portuguesas, e também com a revisão de José Luís Peixoto. De alguma forma conseguimos manter a qualidade da tradução”, disse Yao Jingming, que não esconde as dificuldades no processo.

“É sempre difícil traduzir, sobretudo quando falamos de tradução de poesia. Temos de manter o poema original na língua de destino, mas há muitas diferenças entre o chinês e português em termos de símbolos, imagens e metáforas. Como podemos manter o que é poético na língua de chegada? Mas escrevo em português também e penso que, de alguma forma, isso ajuda”, frisou.

Destaque na Folha

As edições da Moinhos no Brasil mereceram destaque num dos jornais mais importantes do país, a Folha de São Paulo. “Literatura da China tem lacunas supridas no Brasil com livros fundamentais”, lê-se no título. A mesma notícia dá conta de que “a editora Moinhos está colocando nas prateleiras novos títulos de alguns dos mais relevantes escritores chineses contemporânea, colaborando para suprir uma lacuna crónica do mercado brasileiro”.

Sobre a obra “Além da Montanha”, José Luís Peixoto escreve no prefácio que ao longo das páginas do livro se desenrola “uma língua que é, ao mesmo tempo, cotidiana e rara, que nos catapulta para muito longe num único verso, que nos desconcerta”.

“É como se a poesia reclamasse uma língua própria para a construção do seu universo exclusivo. A poesia, como um território autónomo, como uma região administrativa especial, onde se cruzam referências históricas e culturais de um modo comparável ao que acontece em Macau, onde Yao Feng vive há mais de duas décadas”, escreve Peixoto, que frisa que, desde o Brasil, é agora possível “chegar a Macau e à China através da poesia, através do olhar deste importante autor”.

Relativamente a Bei Dao, Yao Jingming destacou o facto de ser “um poeta altamente respeitado na China e vastamente conhecido a nível internacional”, embora ainda “pouco conhecido no mundo português”.
Vítima do período da Revolução Cultural, Bei Dao acabou por se tornar “uma voz mais sonora e activa dos poetas da sua época”, tendo sido proibido de regressar à China em 1989 depois de ter viajado até Berlim para participar numa conferência. Regressado ao seu país em 2006, Bei Dao tem publicado várias obras de poesia e crónicas.

Nascido no período da dinastia Qing, Pu Songling ficou conhecido como escritor de ficção, tendo editado “Liaozhai zhiyi”, em 1766, ou “Histórias estranhas do estúdio de Liaozhai”. No total, este autor escreveu 431 contos sobre o mundo da fantasia e do sobrenatural.

8 Abr 2022

Cinemateca | Filmes e exposição revelam estética do cineasta Wes Anderson 

A Cinemateca Paixão associou-se à Sociedade de Fotografia de Macau para celebrar a estética usada pelo cineasta americano Wes Anderson nos seus filmes. Além de uma exposição que estabelece uma relação com a arquitectura do centro histórico de Macau, estão previstas as exibições dos filmes “The Grand Budapest Hotel”, “The Darjeeling Limited” e “The Royal Tenenbaums”

 

O próximo evento especial da Cinemateca Paixão é dedicado aos filmes do cineasta norte-americano e à sua exuberante estética muito especial, cheia de cor. Para isso, estão previstas até Junho exibições de filmes, nomeadamente o multipremiado “The Grand Budapest Hotel”, e uma exposição promovida em cooperação com a Sociedade de Fotografia de Macau.

Esta mostra de fotografia visa criar uma ligação entre a estética dos filmes de Wesley Anderson com a arquitectura tão característica do centro histórico de Macau, onde os edifícios antigos, com uma mescla de elementos da arquitectura portuguesa e chinesa, contrastam com os edifícios mais comuns da cidade e proporcionam um ambiente especial.

“Se olharmos atentamente para Macau e para a sua selva urbana, descobrimos que alguns edifícios apresentam uma estética clássica. No centro histórico de Macau, muitos edifícios apresentam elementos cromáticos também presentes nos filmes de Wes Anderson. A exposição convida a Sociedade de Fotografia de Macau a explorar a relação entre as cenas dos filmes de Wes Anderson com o cenário arquitectural [da cidade], revelando os seus estilos visuais”, pode ler-se.

Relativamente aos filmes, destaque para a película “The Grand Budapest Hotel”, filme de 2014 cuja história decorre na década de 30, na Europa, na fictícia República de Zubrowka.

Gustave H é “concierge” num luxuoso hotel situado no meio de uma montanha cheia de neve e trabalha ao lado de Zero Moustafa, um jovem paquete muito dedicado o seu trabalho.

Quando Madame D., amiga e amante de Gustave H, morre, a tranquilidade que se vivia depressa se desvanece, culminando com o desaparecimento de uma pintura do período do Renascimento. Gustave H é acusado de homicídio e roubo, iniciando, com a ajuda de Zero Moustafa, uma longa luta para provar a sua inocência.

Vencedor de quatro Óscares em 2015, além de ter recebido cinco nomeações, “The Grand Budapest Hotel” será exibido no próximo dia 23, bem como nos dias 8 e 15 de Maio.

Outras fitas

O cartaz inclui ainda o filme “The Royal Tenenbaums”, de 2001, exibido no próximo dia 16 e também nos dias 1 e 14 de Maio. A película conta a história de Royal Tenenbaum e da sua mulher, Etheline, que tiveram três filhos, considerados génios extraordinários, e que depois se separaram.

Anos depois, num Inverno, a família volta a reunir-se de uma forma inesperada, sendo visível que a genialidade dos filhos se dissipou com o tempo, graças à ocorrência de inúmeros desastres e traições. O pai é tido como o grande culpado desta catástrofe familiar.

Este filme obteve duas nomeações para a edição de 2002 dos Óscares, além de ter sido distinguido com o Urso de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Berlim, sem esquecer a distinção nos Globos de Ouro, no mesmo ano.

A partir do dia 17 deste mês começa a ser exibido o filme “The Darjeeling Limited”, de 2007, repetindo-se a sua exibição nos dias 30 de Abril e 7 de Maio.

A história, desta vez, centra-se em torno de três irmãos que viajam até à Índia, numa viagem que se pretende espiritual e de busca interior, após a morte do pai e desaparecimento da mãe. Depressa a viagem fica marcada por peripécias provocadas pela sua imaturidade e falta de confiança mútua.

Esta é uma comédia de Wes Anderson filmada quase inteiramente na Índia, tendo sido usado um verdadeiro comboio para as filmagens. Mais uma vez apresenta-se uma película vibrante e cheia de cores, inspirada pelo filme “The River”, de Jean Renoir, datado de 1951. Outra inspiração para esta obra, foi Satyajit Ray, cineasta indiano, nascido na cidade de Calcutá, tido como um dos grandes realizadores indianos do século XX.

7 Abr 2022

Ka-Hó | Património, cultura e fotografia em destaque sábado 

É já no próximo sábado que acontece, em Ka-Hó, na galeria Hold on Hope, o evento “Uma viagem ao património de Macau em Ka-Hó”, que conta com a apresentação de algumas imagens vencedoras do concurso “A Macau que eu mais amo”.

A exposição, que terá ainda produtos culturais e criativos graças à colaboração da Associação dos Embaixadores do Património de Macau, será inaugurada às 15h. Além desta associação, participam na iniciativa o Instituto Internacional de Macau e a Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau.

Um dos objectivos do evento passa por “alargar ainda mais a promoção sobre a importância do património de Macau”, bem como “convidar um ainda maior número de famílias e turistas num espaço novo de Macau, fora das principais atracções turísticas existentes”.

6 Abr 2022

Banda desenhada | Desenhos do II Raid Macau-Lisboa em versão bilingue 

A viagem feita de jipe entre Macau e Lisboa, atravessando toda a URSS, em 1990, vai ser contada em banda desenhada. Joaquim Correia, um dos participantes da viagem e promotor do projecto, revela que esta é a primeira vez que uma aventura deste género é contada em banda desenhada

 

A história louca história do II Raid Macau-Lisboa, feita em 1990, era para ser contada em livro, mas a pandemia fez atrasar o projecto. Desta forma, a aposta passa a ser feita na edição de uma banda desenhada, em português e chinês, que deverá ser lançada ainda este ano.

“No livro estaria incluída uma banda desenhada, algo simples, com três ou quatro páginas, a contar a história do Raid. Mas resolvemos avançar para a edição de um álbum para contar a história completa do Raid em banda desenhada, com textos introdutórios. Temos metade da BD já pronta, com cerca de 20 vinhetas, e vamos avançar com o resto. Temos alguns apoios já certos”, contou Joaquim Correia ao HM.

Com base na história contada por Joaquim Correia, Marco Fraga da Silva elaborou o guião da banda desenhada, sendo que as ilustrações são da autoria de Fil e Sofia Pereira. A BD é desenvolvida em parceria com a Associação Tentáculo.

“A primeira parte da BD foi feita por dois autores, e a continuação será feita por artistas diferentes para haver várias versões da viagem. Terá também a perspectiva de termos levado, na viagem, muitos materiais, como livros relativos a Macau, e que distribuímos em várias bibliotecas nos sítios por onde passámos. É apresentada esta ponte entre o Oriente e Ocidente.”

Além disso, as vinhetas farão também referência às filmagens realizadas durante a viagem, e transmitidas em canais de televisão portugueses, como a RTP2.

O livro, que não tem ainda um título definido, terá 72 páginas e deverá ser lançado em Portugal nos próximos meses, estando também previsto a sua apresentação em Macau. “Mais de metade do livro está feito. Não apostámos numa versão em inglês porque ficava confuso, com as legendas. E justificava-se mais uma publicação em português e chinês”, adiantou Joaquim Correia.

Nas palavras do promotor do projecto, “este álbum será um registo histórico pertinente que, através da banda desenhada, procurará aliciar miúdos e graúdos a conhecerem mais sobre um feito importante para o automobilismo português e mundial, uma aventura que ligou Macau a Lisboa em 50 dias”.

Foi “uma viagem épica que permitiu a ligação entre Macau e Portugal por terra, atravessando vários países como a China e a antiga URSS e diversos países da Europa, mostrando que a união entre os povos é possível e desejável”.

Projecto inédito

Esta obra deverá ter uma apresentação especial no Festival Internacional de Banda Desenhada, o Amadora BD, que acontece entre os meses de Outubro e Novembro deste ano. Joaquim Correia não tem dúvidas de que esta será a primeira BD que relata uma viagem deste género, apesar de existirem muitas obras relacionadas com o automobilismo, nomeadamente de Michel Vaillant, entre outras.

“Em Portugal foram editados dois volumes, ‘Os Portugas no Dakar’, por Luís Pinto Coelho e Elisabete Jacinto, mas são bandas desenhadas ligadas à condução. A nossa tem uma perspectiva histórica, da amizade entre os povos. Curiosamente passámos por sítios que agora estão em convulsão, nomeadamente a zona da Ucrânia. Por más razões, tornou-se um livro actual”, concluiu Joaquim Correia.

6 Abr 2022