Hoje Macau EventosFRC | Exposição de pintura de Ada Zhang abre portas quarta-feira “A Casa é onde o coração mora” é o nome da exposição da artista chinesa Ada Zhang que é inaugurada esta quarta-feira, às 18h30, na Fundação Rui Cunha. O público poderá ver um total de 35 obras que funcionam como um diário e um “documentário jornalístico de Macau” Entre quarta-feira e o dia 14 de Abril pode ser vista, na Fundação Rui Cunha (FRC), a exposição “A Casa é onde o coração mora”, da autoria da artista chinesa Ada Zhang, residente em Macau há sete anos. A mostra reúne 35 obras que descrevem “a paisagem urbana e os costumes do território através do seu olhar de imigrante, rendida ao charme local”. Recorrendo à aguarela, óleo, acrílico e técnica mista, Ada Zhang procura criar imagens cheias de conotações e significados. “Os residentes costumam esquecer-se de apreciar a beleza do que os rodeia e que vivenciam todos os dias. Por isso, as suas obras mostram muitos detalhes que ela descobriu em Macau numa perspectiva de forasteira. Cada uma das suas obras é como um diário pessoal e também um documentário jornalístico de Macau», revela a proposta expositiva. Delia Jing, curadora desta mostra, acrescenta que Ada Zhang “considera Macau como a casa no fundo da sua alma, por causa do seu amor pelo lugar”. “Embora as pinturas da artista sobre as cenas de rua de Macau usem a aguarela como principal forma de expressão, no âmago do seu pensamento continua a estar a ideia do rolo de pergaminho chinês que ela exprime inconscientemente”, acrescentou. Uma terra tolerante Nas palavras da curadora da exposição, Ada Zhang encara Macau como “um lugar extremamente tolerante”. “Aqui, o tradicional Tudi Gong (土地公), o Deus da Terra, também abençoa os altos e belíssimos casinos e os barulhentos restaurantes, o Farol da Guia reflecte a trajectória das bênçãos de Mazu (媽祖), a majestosa Nezha (哪吒) vive ao lado do supremo deus ocidental. Todos os tipos de paisagem são harmoniosamente colocados juntos, como telas que se desdobram desde a antiguidade até ao presente, permitindo que as pessoas abandonem as suas crenças ou descrenças e simplesmente se concentrem em observar as pessoas, os prédios, um feixe de luz, flores na parede – pois são essas as obras-primas que nos encantam com a sua graciosidade”, aponta ainda Delia Jing. Ada Zhang é natural de Sichuan e é especialista em aguarela, pintura a óleo, desenho e esboço. É membro da Associação de Artes de Macau, da Associação de Arte da Juventude de Macau, da Associação de Pintura de Macau e da Associação dos Artistas de Aguarela Contemporâneos de Macau. As suas obras ganharam o Prémio de Excelência do Concurso de Desenho Cheng Yang Bazhai em 2021 e foram seleccionadas para a Bienal de Aguarela da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau de 2021. Delia Jing, curadora e amiga da artista, é natural da província de Jiangsu e licenciou-se pelo Departamento de Cultura Visual da Academia de Belas Artes da China em 2021. Actualmente estuda na Faculdade de Arte e Design da Universidade Politécnica de Macau (UPM) e interessa-se por história da arte e estudos culturais.
Andreia Sofia Silva EventosCinemateca | Cartaz com películas internacionais e uma grande estreia da China A par com o festival de curtas-metragens europeias, a Cinemateca Paixão apresenta já em Abril uma panóplia de filmes internacionais e chineses para todos os gostos. O público poderá ver títulos como “Whether the Wheather is Fine” ou “Magnetic Beats”, sem esquecer uma das grandes estreias do cinema chinês dos últimos tempos, “Are You Lonesome Tonight?”, o primeiro filme de Ship Wen A selecção da direcção da Cinemateca Paixão para o mês de Abril revela uma mescla de produções asiáticas e internacionais que promete dar resposta ao gosto de diferentes públicos. A par com o festival de curtas-metragens europeias, que decorre até 9 de Abril, os amantes do cinema poderão assistir a diferentes histórias na Travessa da Paixão. O primeiro filme desta selecção é exibido já este sábado e intitula-se “Whether the Weather is Fine”, de Carlo Francisco Manatad, uma co-produção entre Filipinas, França, Singapura, Indonésia, Alemanha e Qatar. O filme, realizado no ano passado, será exibido até ao dia 17 de Abril e conta uma história em torno do impacto da passagem do tufão Haiyan pelas Filipinas e a quase destruição da cidade costeira de Tacloban. No meio do caos e da destruição, Miguel, a sua mãe e a sua amiga Andrea tentam sair de barco em direcção a Manila, a capital do país, em busca de um futuro melhor. Os três estabelecem as suas prioridades de vida, mas os desafios que enfrentam vão levá-los em direcções diferentes. Este filme obteve, no ano passado, uma nomeação e um prémio no Festival de Cinema de Locarno, tendo ganho ainda o prémio de melhor filme asiático nos prémios Golden Horse. “Whether the Weather is Fine” foi também escolhido pelo público do Festival Internacional de Cinema de Pingyao como melhor filme. Da China chega-nos “Are You Lonesome Tonight?”, de Ship Wen, que tem a sua primeira exibição este domingo e depois nos dias 24 e 29 de Abril. Nomeado para um prémio na edição do ano passado do festival de Cannes, este é o primeiro filme de Ship Wen, um jovem realizador, e tido como uma das estreias mais fortes dos últimos tempos no panorama do cinema chinês. Entre os dias 13 e 26 de Abril será exibido “Magnetic Beats”, de Vincent Maël Cardona, uma co-produção francesa e alemã, também do ano passado. A história passa-se nos anos 80, numa Alemanha ainda dividida, onde um grupo de amigos opera uma estação de rádio pirata a partir da sua cidade natal, no campo. Philippe é o técnico de som e vive na sombra do seu irmão Jerome, que apresenta todo o carisma ao microfone, na colocação de músicas e apresentação de programas radiofónicos. As coisas mudam quando Philippe é chamado a cumprir o serviço militar, sendo obrigado a deixar a cidade de Berlim Ocidental. “Clara Sola” é o título do filme de Nathalie Álvarez Mesén que será exibido entre os dias 10 e 20 de Abril. Esta película conta a história de Clara, uma mulher de 40 anos que sente uma ligação especial com Deus. Ela ganha a vida como curandeira, sustentando a sua família e vivendo uma relação abusiva com a mãe. Até que, um dia, Clara se sente atraída pelo novo namorado da sua sobrinha, uma paixão que a leva a descobrir novos territórios um pouco fora da espiritualidade. “Un Monde”, de Laura Wandel, está agendado para os dias 12 a 22 de Abril, sendo esta uma produção belga. O filme conta a história de Nora, uma menina de sete anos, e do seu irmão Abel, que regressam à escola. Nora tenta proteger o seu irmão, que é vítima de bullying, mas este pede-lhe que fique em silêncio. É então que Nora tenta buscar o seu lugar entre o mundo das crianças e dos adultos. O filme “The Souvenir: Part II” será exibido já a partir de domingo, até ao dia 15 de Abril, uma película com a assinatura de Joanna Hogg. Este filme conta a história de Julie, que se vê livre de um amor que vivia com um homem manipulador e se foca na sua licenciatura em cinema. Esta não é mais do que um retrato de uma artista que mistura memória e fantasia. O filme ganhou três prémios na edição de 2021 do Festival de Cinema Independente do Reino Unido, tendo obtido também seis nomeações em várias categorias. “France”, de Bruno Dumont, é uma co-produção de França, Itália e Alemanha, e será exibida na Cinemateca Paixão entre os dias 14 e 28 de Abril. “France” conta a história de France de Meurs, uma jornalista de televisão que se confronta diariamente com a sua vida profissional frenética e a sua vida familiar. Tudo muda quando protagoniza um acidente de carro que deixa uma pessoa ferida. Arquitectura e companhia Ainda no conjunto das produções internacionais, destaque para “Aalto”, de Virpi Suutari, um filme da Finlândia que volta a ser exibido hoje, depois de uma primeira exibição no passado dia 27, e que pode ser visto até ao dia 6. Esta é uma película que conta a história da vida e trabalho de Alvar Aalto, uma figura carismática da arquitectura do século XX, nascido em Helsínquia. Mais do que mostrar o seu lado profissional, “Aalto” explora também a sua paixão pela mulher, Ano. “The Restless”, de Joachim Lafosse, conta uma história de amor entre Leila e Damien, que é bipolar e sente que, apesar de tudo, nunca vai conseguir oferecer a Leila o que ela deseja. O cartaz dos filmes em exibição na Cinemateca completa-se com “The Lost Prince”, de Michel Hazanavicius.
Hoje Macau EventosVenetian Theatre acolhe espectáculo solidário de apoio a Eddy Murphy É já no próximo dia 16 de Abril que decorre no The Venetian Theatre um concerto com o grupo Macau4Eddy, um espectáculo solidário de apoio ao mestre de capoeira brasileiro Eddy Murphy, que vive em Macau há vários anos e que foi diagnosticado com cancro, necessitando de apoios financeiros para pagar os tratamentos. Uma vez que Eddy Murphy é trabalhador não residente, necessita de pagar a totalidade das contas hospitalares, que neste momento são de quase 1,2 milhões de patacas, relativas aos meses de Maio de 2021 a Março deste ano. Uma nota de imprensa dá conta que a medicação de Eddy Murphy vem dos Estados Unidos, além de que “muitos exames têm de ser feitos no estrangeiro devido à falta de equipamentos ou de especialistas na região”. Até à data, “os tratamentos têm decorrido com sucesso”. O objectivo desta iniciativa é atingir a fasquia dos dois milhões de patacas, sendo que o dinheiro remanescente que for adquirido será doado à Associação Anti-Cancro de Macau-China. O espectáculo, que começa às 19h, reúne músicos do território por esta causa, tal como os membros do grupo da Casa de Portugal em Macau, Billy Chan e a sua banda ou a cantora brasileira Jandira Silva, entre outros. Victor Kumar, bailarino e professor de yoga, irá ainda apresentar um espectáculo de Bollywood. Os bilhetes custam 300 patacas e estão à venda no website www.macau4eddy.com. Além desta iniciativa, também se aceitam donativos através da conta BNU número 9008318078, ou através desta plataforma de crowdfunding: https://fundrazr.com/81xt55?ref=ab_3YEqUonzASu3YEqUonzASu
Andreia Sofia Silva EventosFilosofia | Grupo de estudantes da USJ cria associação para debater pensamento Um grupo de estudantes de filosofia da Universidade de São José criou a Associação da Filosofia Chinesa e Ocidental com o objectivo de promover o debate sobre o pensamento e uma reflexão colectiva sobre matérias relacionadas com a existência. Hoje acontece o segundo evento, focado na obra do filósofo alemão Friedrich Nietzsche Aproximar a filosofia às pessoas comuns que não são dessa área é o objectivo da recém-criada Associação da Filosofia Chinesa e Oriental, fundada por um grupo de alunos do curso de filosofia da Universidade de São José (USJ). Hoje, vai ter lugar o segundo evento promovido pela associação, focado no pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzsche sobre a estética, espelhado na obra “A Origem da Tragédia”, lançada em 1872. O evento, intitulado “Nietzsche – Aesthetics” acontece entre as 18h30 e as 21h na avenida de Venceslau de Morais, 218A, e tem entrada livre. “No primeiro evento que realizámos focámo-nos no existencialismo, mas desta vez decidimos falar sobre Nietzsche, porque muitos dos seus pensamentos, sobretudo sobre a estética, têm influência nas pessoas no que diz respeito à criatividade”, disse Maggie Chiang, uma das promotoras do evento ao HM. Sobre “A Origem da Tragédia”, a responsável adiantou que o aparecimento deste livro “culminou no nascimento da estética moderna”, tendo tido “um profundo impacto na arte moderna, sobretudo no seu pensamento em relação ao conflito e à harmonia”. A associação, composta por alunos de licenciatura, mestrado e doutoramento, visa “reunir a essência do pensamento chinês e ocidental e também promover a existência de uma diversidade de culturas, bem como a aplicação prática do pensamento filosófico”. Maggie Chiang defende que a filosofia não é uma área assim tão estranha às pessoas de Macau. “Acredito que a maior parte das pessoas tem interesse na filosofia, mas é-lhes difícil falar disso, ou expressar, se não pertencerem a um ambiente académico e profissional”. Para aproximar esta área às pessoas estão na calha eventos como sessões de cinema, a criação de um clube de leitura ou a realização de palestras de filosofia com professores. Época de reflexão Maggie Chiang não tem dúvidas de que esta é a altura ideal para o nascimento desta associação, uma vez que a sociedade enfrenta questões de saúde mental devido à pandemia. “Neste período de caos, muitas pessoas começaram a pensar sobre a vida e tentam reflectir sobre coisas em que acreditavam antes, sobre a sua veracidade. Em filosofia, uma das coisas mais importantes é olhar para a verdade. Penso que esta é a altura em que as pessoas começam a repensar nas suas vidas, é um bom período para termos esta associação.” Maggie Chiang tem outro emprego, encontrando-se neste momento a finalizar a sua tese. Assegura que nem sempre é fácil para quem procura a filosofia como uma hipótese de carreira. “Quem tem interesse em filosofia não pensa desta forma, se é uma área que nos pode proporcionar uma carreira ou dinheiro. Na maior parte das vezes o nosso interesse tem a ver com o conhecimento ou a verdade, e temos sempre muitas questões em mente. Pensamos em teorias, na existência humana, na felicidade, por exemplo. Mas quem vai para filosofia no sentido de ter uma carreira, não é o caminho mais certo. No entanto, penso que estudar filosofia pode ser uma vantagem para aplicar em qualquer emprego”, concluiu.
Hoje Macau EventosGastronomia | Macau volta a ter apenas um restaurante entre os 50 melhores da Ásia Pelo segundo ano consecutivo, Macau tem apenas um restaurante entre os 50 melhores asiáticos, numa lista liderada por estabelecimentos japoneses, de acordo com a classificação “Os 50 Melhores Restaurantes da Ásia”, anunciada ontem. À semelhança do ano passado, o “Wing Lei Palace”, localizado no hotel-casino Wynn Palace, na ilha da Taipa, foi o único restaurante de Macau presente no ‘ranking’, alcançando a 47.ª posição, numa subida de três lugares em relação à edição anterior. Já há dois anos, o “Sichuan Moon”, também naquele casino da operadora Wynn, juntava-se à lista. “Dirigido pelo chefe Tam Kwok Fung, uma das principais autoridades da cozinha requintada cantonesa, o ‘Wing Lei Palace’ é um estudo de temperos, pureza e sabores”, notou a organização da 10.ª edição dos prémios, numa cerimónia ‘online’, acompanhada com eventos em Macau, Tóquio e Banguecoque. Na lista alargada aos cem melhores restaurantes asiáticos encontram-se outros três estabelecimentos da região administrativa especial: “Golden Flower” (84.º), no Wynn Macau; “Jade Dragon” (89.º), no Hotel Parisian; e o “The Eight” (97.º), no hotel-casino Grand Lisboa. Entre as regiões e países asiáticos, o Japão foi o vencedor desta edição, com 11 restaurantes entre os 50 melhores do continente, seguindo-se a Tailândia, com nove, Singapura, com sete, e Hong Kong, com seis. “Den”, em Tóquio, no Japão, ficou na primeira posição, destronando o vencedor do ano passado, “The Chairman”, de Hong Kong, que nesta edição de 2022 passou para quinto lugar. A lista dos 50 melhores restaurantes da Ásia foi lançada pela primeira vez em 2013 “para celebrar a gastronomia na região e fornecer aos clientes de todo o mundo informações locais e recomendações culinárias”, segundo uma apresentação que se pode ler no portal da organização do evento.
Hoje Macau EventosÓscares | Will Smith pede desculpa, mas Academia analisa agressão A Academia de Cinema dos Estados Unidos condenou na segunda-feira a agressão do actor Will Smith ao humorista Chris Rock, na cerimónia dos Óscares, no domingo, e revelou que irá analisar o caso e tirar daí as consequências. “Iniciámos oficialmente uma análise sobre o incidente e iremos considerar possíveis acções e consequências, de acordo com os nossos regulamentos, padrões de conduta e segundo a lei da Califórnia”, afirmou a academia em comunicado citado pela imprensa norte-americana. O incidente aconteceu durante a cerimónia dos Óscares quando o humorista Chris Rock, que ia apresentar o Óscar de Melhor Documentário, iniciou a sua intervenção com um número de comédia, durante o qual comparou a mulher de Smith, a actriz Jada Pinkett-Smith – que não tem cabelo, por sofrer de uma doença auto-imune -, à tenente O’Neil, “GI Jane”, do filme de Ridley Scott. Will Smith levantou-se, subiu a palco deu uma bofetada em Chris Rock e regressou ao lugar, de onde continuou a gritar: “Mantém o nome da minha mulher fora da tua ‘fucking mouth'”. Ontem foi emitido um comunicado onde Will Smith pede desculpa a Chris Rock. “A violência, em todas as suas formas, é venenosa e destrutiva. O meu comportamento na passada noite dos Óscares foi inaceitável e indesculpável. Uma piada sobre a situação médica de Jada foi demasiado para eu aguentar e reagi de forma emocional. Gostaria de, publicamente, pedir-te desculpa, Chris”, pode ler-se.
Hoje Macau EventosFRC | Filme “Eat Drink Man Woman” exibido hoje A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe hoje, às 18h30, a exibição do filme “Eat Drink Man Woman” de 1994, realizado por Ang Lee. O filme será precedido de uma apresentação feita por Alex Ieong, responsável pela cozinha do restaurante “Solmar”. “Eat Drink Man Woman” conta a história de um cozinheiro de Taiwan para quem a comida é fundamental na sua vida. Apesar dos seus dotes culinários serem reverenciados por todos, não é capaz de confeccionar o mais sublime dos pratos: a educação das filhas. Jia-Jen, uma professora de química convertida ao cristianismo, Jia-Chen, uma executiva numa empresa de aviação e Jia-Ning, uma estudante que trabalha num restaurante de fast-food. O filme foi um sucesso de crítica e bilheteira, tendo recebido, entre outros, o prémio de Melhor Filme no Festival Asia Pacific Film e sendo, mais tarde, nomeado para Melhor Filme Estrangeiro nos Óscares de 1995. Este é o primeiro de muitos filmes que vão integrar um ciclo de cinema na FRC dedicado à gastronomia, e que terá uma periodicidade mensal. Uma vez que Macau “dispõe de uma impressionante variedade de tipos de cozinha, de diferentes origens, tal faz desta região um verdadeiro paraíso para os visitantes apreciadores de comida”. A FRC acrescenta, numa nota, que esta foi a razão pela qual a gastronomia foi escolhida como o tema central deste novo ciclo de cinema.
Pedro Arede EventosFAM | Mais de 200 espectáculos e eventos até 2 de Junho O 32.º Festival de Artes de Macau decorre entre 29 de Abril e 2 de Junho, abarcando mais de 200 espectáculos e eventos de teatro, dança, música e artes visuais, centrados em produções locais e do Interior da China. Do teatro em Patuá aos clássicos gregos, passando pela ópera chinesa e a projecção no grande ecrã de espectáculos internacionais, o FAM promete “Revigorar” os tempos conturbados que Macau atravessa devido à pandemia Com o tema “Revigorar” em pano de fundo, o Festival de Artes de Macau (FAM) irá decorrer entre 29 de Abril e 2 de Junho em vários palcos e espaços da cidade, que serão povoados por mais de 200 produções locais, do Interior da China e Hong Kong, e afectas a áreas tão distintas como o teatro, a dança, a música e as artes visuais. Adicionalmente, será possível assistir no grande ecrã, a produções internacionais de grande escala ou participar em experiências de realidade virtual. Os bilhetes para todas as actividades e espectáculos do FAM podem ser adquiridos, a partir das 10 horas do próximo domingo, 3 de Abril. A lotação das salas de espectáculos terão a lotação reduzida em 50 por cento devido às medidas anti-epidémicas em vigor. À margem da apresentação do programa da edição deste ano do FAM, a presidente do Instituto Cultural (IC), Leong Wai Man, revelou que o evento está orçamentado em 24 milhões de patacas, mais três milhões de patacas que a edição do ano passado. Segundo a responsável, tal deve-se ao acréscimo do número de actividades de extensão em relação a 2021. “No ano passado só realizámos 44 actividades de extensão, mas este ano vamos realizar mais de 100. O nosso objectivo é atrair mais participantes e realizar actividades em diferentes espaços, incluindo não só teatros, mas também espaços ao ar livre, para que os cidadãos possam participar no evento de forma diversa”, explicou Leong Wai Man. Questionada sobre os critérios de cancelamento dos espectáculos à luz da actual situação epidémica, a presidente do IC disse apenas que a realização, ou não, das actividades está dependente da evolução da pandemia e que a decisão passará por uma “avaliação dinâmica” em coordenação com os Serviços de Saúde. Contudo, assegurou, “foi preparado um plano B”. Para todos os gostos Ao nível das artes performativas, destaque para o espectáculo “Homem Livre do Sul”, da autoria do conceituado coreógrafo Willy Tsao. Inspirado em 26 poemas de Li Bai, poeta da dinastia Tang, o espectáculo que poderá ser visto no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau no dia 29 de Abril, integra poesia, dança e música numa “exploração criativa” de 14 bailarinos que usam um palco totalmente branco para rumar a um “belíssimo mundo marcado por montanhas, rios, flores e também pela lua”. Do Centro de Artes Dramáticas de Xangai chega uma interpretação do clássico da tragédia grega “Electra”, de Sófocles. O texto da obra que ensaia sobre a justiça e a vingança foi traduzido Luo Tong, investigadora de literatura e teatro da Grécia Antiga. Nota ainda para “Xiao Ke”, uma produção co-criada pela bailarina e coreógrafa chinesa com o mesmo nome e o coreógrafo francês Jerôme Bel, que pretende representar, através de um “diálogo transcultural” entre os dois e os movimentos corporais e a música, “a evolução da dança e da cultura da China nos últimos 40 anos”. Do lado da ópera de Pequim, “A Nova Estalagem Dragão” promete elevar a parada, com uma criação que reúne actores de artes marciais e outros ligados à estética da ópera tradicional chinesa, rompendo com essa tradição “de uma forma inovadora”. O festival encerra na sala de espectáculos do Venetian, com a cantora de Hong Kong, Liza Wang a juntar-se à Orquestra de Macau para interpretar clássicos chineses. Criado em Macau Quanto à produção local, destaque para o teatro em Patuá “Cruzeiro do Amor” (“Lorcha di Amor”), que será levado à cena nos dias 7 e 8 de Maio, no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau. Encenado e escrito por Miguel de Senna Fernandes, o enredo do espectáculo deste ano conta as peripécias e os anseios de várias personagens, que embarcam naquele que é o primeiro cruzeiro de luxo da Era pós-pandemia entre Macau e Hainão. O suspeito de um crime que tenta sair cladestinamente de Macau, uma artista de cabaret que parte em busca de uma vida nova e um casal desejoso por novos recomeços fazem parte das caricaturas deste ano. Da autoria da associação Cai Fora, “Carlos I” é um espectáculo inspirado na antiga Doca D. Carlos I para produzir uma peça na qual não há actores, mas apenas instalações de luz, som e espaço, que promete levar o público a imaginar “o percurso histórico e o caminho futuro deste local”. Por seu turno, “As Figuras Desaparecidas” é uma obra que pretende explorar, de acordo com Jenny Mok, encenadora da Associação de Arte e Cultura Comuna de Pedra, o tema da mão-de-obra feminina na sociedade actual. Destaque ainda para “Nove Paisagens Sonoras”, uma peça de teatro multimédia apresentada pelo Grupo de Teatro Experimental “Pequena Cidade”, baseada nos nove tons do cantonês, que pretende demonstrar “o ritmo da cidade em constante transformação”. Num cinema perto de si Com os estrangeiros impedidos de entrar em Macau, várias produções internacionais vão ser exibidas apenas no grande ecrã. Exemplo disso, foi revelado ontem, é a “Triologia de Lehman”, do Teatro Nacional de Inglaterra, “O Conde de Monte Cristo”, do Teatro de Opereta de Moscovo, “Um Lago dos Cisnes” do Ballet Nacional da Noruega e o “Akhenaten”, da Ópera Metropolitana de Nova Iorque. Coordenada pelo Museu de Arte de Macau e pelo Museu de Arte de Guangdong, a exposição “Imaginação Selvagem: Arte a Tinta Contemporânea em Guangdong-Hong Kong-Macau de 2000 a 2022”, destaca a natureza da arte a tinta contemporânea, exibindo cerca de 80 peças da autoria de mais de 50 artistas de Guangdong, Hong Kong e Macau. A pensar nos mais novos, haverá ainda espectáculos para toda a família como o teatro interactivo “Doople POP” da companhia “Cultura do Grande Barco” e o musical infantil “A História de Kong Yiji”, criado pela Associação de Artes Pequena Montanha. Destaque ainda para “A Mostra de Espectáculos ao Ar Livre”, que terá lugar no Jardim do Mercado do Iao Hon e onde, ao longo de três noites, serão exibidos espectáculos de marionetas, dança swing, narração de histórias, acrobacias aéreas e música portuguesa.
Hoje Macau EventosUcrânia | Gonçalo Lobo Pinheiro participa em iniciativa de apoio a hospital O fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro, radicado em Macau há 12 anos, é um dos profissionais que vai participar numa angariação internacional de fundos para apoiar um hospital pediátrico ucraniano. A United Photographers for Ukraine, iniciativa da revista italiana Perimetro e da organização não-governamental Liveinslums, decorre ‘online’ até quinta-feira, contempla imagens doadas por mais de 200 fotógrafos internacionais e visa apoiar o Hospital Infantil Ohmatdyt, em Kiev, e a Cruz Vermelha Internacional. Os trabalhos são vendidos aos interessados por 100 euros em formato A4 e as imagens produzidas em sete dias úteis e enviadas para todo o mundo. Gonçalo Lobo Pinheiro contribui com uma impressão captada no Largo do Senado, no centro de Macau. “O Hospital Ohmatdyt, o maior hospital infantil da Ucrânia, abriga agora pacientes críticos” que não puderam ser retirados e “presta assistência aos feridos de bombardeamentos contínuos da cidade pela Rússia”, refere o comunicado enviado pelo fotojornalista à Lusa. “A sua equipa, de cerca de 300 pessoas, vive em grande parte no hospital para cuidar dos pacientes e depende de ajuda externa para continuar. Os fundos também serão direcionados para a Cruz Vermelha Internacional, que está a prestar assistência médica em áreas do país actualmente sob ataque militar”, acrescenta. A angariação de fundos decorre através do endereço https://4ukraine.perimetro.eu/ na Internet.
Hoje Macau EventosUSJ | Palestra aborda ligação de Confúcio com ensino do português João Paulo Pereira, docente da Universidade de São José (USJ), dá amanhã uma palestra na USJ, às 19h, no auditório Dom Bosco, sobre as “Visões de Confúcio na aula de Português Língua Estrangeira em Macau: entre tradição e modernidade”. Com esta conferência pretende-se “compreender qual o papel das crenças no ensino da língua portuguesa em Macau, na origem de propostas para a adopção de metodologias de ensino específicas para o público aprendente chinês”. Na base destas crenças, estão as grandes diferenças existentes entre a cultura portuguesa e a cultura chinesa e a herança dos princípios confucionistas na educação do território e da região, aponta uma nota. Desta forma, perceber a sua validade “implica compreender o contexto sócio-político e educativo de Macau e a influência que os princípios confucianos ainda exercem no perfil do aprendente chinês”. A palestra irá basear-se na apresentação dos resultados de um estudo de caso conduzido em várias escolas do território. João Paulo Pereira é professor da Faculdade de Artes e Humanidades da USJ. Com um mestrado em Ensino do Português como Língua Segunda e Estrangeira e um doutoramento em curso pela Universidade Nova de Lisboa (UNL), em Didática das Línguas – Multilinguismo e Educação para a Cidadania Global, o palestrante é investigador no CHAM – Centro de Humanidades da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL. Além de Macau, conta com uma vasta experiência de ensino em vários países da Europa e de África, e nalguns países da Ásia-Pacífico (como o Vietname e a Austrália). A sua investigação centra-se nas áreas da Aquisição de Língua Segunda, do Desenvolvimento de Materiais Didáticos e dos Estudos Interculturais. Tem vários artigos científicos publicados nestas áreas, assim como materiais didáticos para o ensino do Português como Língua Estrangeira.
João Santos Filipe EventosCreative Macau | Coco Cheong faz homenagem à avó com exposição Através de várias pinturas, a artista local Coco Cheong Ut Man homenageia a avó com quem passou a infância e partilhou momentos de felicidade, mesmo quando recebia “correctivos” físicos. A exposição é inaugurada na próxima quinta-feira, às 18h30, na Creative Macau e pode ser visitada até 30 de Abril A infância da artista Coco Cheong Ut Man e a sua relação com a avó, em Taiwan, é o mote para a exposição que vai ser inaugurada na quinta-feira, 31 de Março, na Creative Macau. Através de várias pinturas, Coco Cheong recorda e homenageia a relação com a avó, com quem cresceu. “A avó era o meu anjo protector. A forma como me protegia era única, costumava levantar sempre o punho, ria e fingia que me batia para me deixar com marcas, e na verdade ela acabou por me marcar…”, explica Coco Cheong, em comunicado. A mostra faz assim uma visita a uma relação muito marcada por uma infância em Taiwan, rodeada por alguns elementos como antiguidades, jade e esculturas de madeira. Os trabalhos revelam alguns momentos mais íntimos na relação entre netos e avós, e o contraste das idades: “Quando não conseguia adormecer, ao mexer-me e ao virar-me na cama acordava a minha avó, e ela beliscava-me. Quando me sentia aborrecida ao jantar, levantava-me na cadeira e cantava de forma emocionada. Ela beliscava-me”, conta a artista. “Também houve uma altura, que para fazer face ao aborrecimento, em que abanava o traseiro à frente da minha avó, quando ela já estava de cadeira de rodas. Nessa altura, ela queria beliscar-me, mas já não era fácil”, recorda. A tristeza do adeus Nesta relação de proximidade, a vinda da artista para Macau é lembrada como um momento de dor para a avó, que ficou na Formosa. No entanto, para Coco Cheong ficam as memórias de uma infância muito feliz. “Apesar de parecer que a minha avó passava o tempo a beliscar-me e a bater-me, quando estávamos na estação, e deixei Taiwan, consegui ver as lágrimas nos olhos dela”, revela. “Por isso, em homenagem à minha avó, que muito me amou e que muito amo, decidi pintar alguns dos momentos mais preciosos que passámos juntas” confessa. “A maioria das minhas memórias de infância são ternurentas e de momentos de felicidade por causa dela”, acrescentou. Nascida em Macau, Coco Cheong Ut Man mudou-se com a família para Taiwan, onde passou grande parte da infância. Mais tarde voltou ao território e em 2016 inscreveu-se num curso de pintura que abriu portas para uma nova carreira, ao mesmo tempo que frequentava aulas de Gestão de Empresas de Turismo no Instituto de Formação Turística (IFT).
Andreia Sofia Silva EventosBABEL | Ciclo de conferências sobre património, memória e colonialismo arranca hoje Começa hoje um ciclo de conferências online que aborda a preservação de memórias sobre locais e objectos que foram deslocados dos lugares a que pertenciam. A iniciativa é organizada pela BABEL – Organização Cultural e dela vai nascer um arquivo digital com os objectos e histórias abordadas no projecto Entre hoje e domingo discutem-se, num formato totalmente online, questões como o património, memória e colonialismo através das histórias de “objectos” com “acentuado valor simbólico e patrimonial que, de forma violenta ou anti-ética, foram deslocados das suas comunidades originais e colocados em contextos e locais muito distintos”. Esta é a temática central do ciclo de conferências “SOS – Stolen Objects Stories”, onde serão partilhadas “perspectivas académicas e artísticas situadas na confluência entre imperialismo, colonialismo, de-colonialidade, património e práticas criativas de produção de conhecimento”. Desta forma, personalidades como Margarida Saraiva, co-fundadora da BABEL, Zuozhen Liu, Maria Paula Meneses ou Catarina Simão, entre outros, vão debater questões “além das fronteiras tradicionais” como a “colecção, instituição ou nação”, a fim de chegar “ao domínio de uma ética do ‘cuidar’ e ‘reparar’”. Pretende-se, assim, dar respostas a questões como “o cuidado com os objectos do museu para o respeito pelas pessoas”, ou ainda a necessidade de colocar “a preservação dos acervos e património museológicos [em prol] do bem-estar das comunidades, da natureza e do planeta”. Ao HM, Margarida Saraiva adiantou que o ciclo de conferências vai além do debate de objectos roubados em contextos coloniais ou de conflito, abordando também a forma como muitos vezes nós, enquanto seres individuais, nos vemos apropriados de forma ilegítima dos nossos dados pessoais, por exemplo. “Partimos de uma parte que todos entendem, quando falamos de objectos museológicos roubados, para depois acompanharmos essa problemática até à actualidade. Muitas vezes, numa situação de guerra, o património móvel fica muito vulnerável.” A ideia é descobrir “a quem pertencem os objectos”, sem que se faça “uma abordagem simplista do problema”. A BABEL tem trabalhado com mais de 15 investigadores. O resultado deste projecto poderá ser visto depois num arquivo que será totalmente digital, e estará disponível um mês após o ciclo de conferências. Dias de reflexão O evento de hoje é dedicado a “Histórias”, durante o qual Margarida Saraiva irá apresentar o projecto que deu origem ao ciclo de debates, o SOS. Trata-se de um “arquivo crítico” que foi fundado com base “num conjunto de questões urgentes”. O SOS foi desenvolvido em parceria com mais de uma dezena de investigadoras, artistas, historiadores, poetas ou músicos, de países como Uruguai ou Austrália, entre outros. A ideia por detrás do arquivo é “assinalar a interligação e a interdependência de pequenos lugares, espalhados pelo mundo, sem procurar oferecer uma visão global”. Segue-se a apresentação “Irá Deus ganhar? O caso da Múmia Budista”, conduzido por Zuozhen Liu, da Universidade de Ciências Sociais de Guangzhou. A académica irá contar a história de uma estátua com cerca de mil anos, conhecida como a estátua de Zhanggong-zushi, e que tem captado a atenção da comunidade internacional. Haverá ainda uma conversa sobre os “Objectos Roubados da China: Histórias e Biografias das colecções de Yuanmingyuan (‘Palácio de Verão’) nos museus britânico e francês”, levada a cabo por Louise Tythacott, da Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres. O debate remete para a retirada de objectos por ingleses e franceses em 1860, aquando da segunda Guerra do Ópio, bem como o vandalismo a que foram submetidos estes elementos do património histórico chinês. No sábado conversa-se sobre “Práticas”, com duas apresentações mais focadas na Ásia, como é o caso de Caroline Ha Thuc, escritora e curadora de Hong Kong, que irá falar sobre as práticas da pesquisa artística no sudeste asiático. Riksa Afiaty e Sita Magfira, artistas e curadoras independentes da Indonésia, também participam no debate, juntamente com Catarina Simão, que abordará a questão dos arquivos como campo de trabalho. Domingo será dedicado aos “Discursos”, numa sessão dedicada à preservação, do saque e da memória, com autores como Marian Pastor Roces, das Filipinas, Naman P. Ahuja, professor na Universidade Jawaharlal Nehru, em Nova Deli, e Maria Paula Meneses, da Universidade de Coimbra. O ciclo de conferência estará disponível, entre as 17h45 e as 18h30 em https://iftm.zoom.us/…/register/WN_yhQejPxOREOJDVl2d9JHOQ
Pedro Arede EventosCinemateca | Festival de curtas europeias exibido até 9 de Abril Até 9 de Abril, a Cinemateca Paixão apresenta um festival de curtas metragens europeias. Ao todo, serão exibidas 25 películas agrupadas em sete sessões, onde a escuridão, o amor e a mudança estão em foco. Além disso, até meados de Abril, outras cinco longas-metragens de Taiwan, Canadá, China, Finlândia e França/Bélgica estarão em cartaz Em colaboração com a European Film Academy, a Cinemateca Paixão exibe até ao próximo dia 9 de Abril, um total 25 curtas-metragens europeias englobadas num festival de cinema, cujo critério de escolha passou pela selecção de películas galardoadas, produzidas por jovens realizadores do velho continente. “Este festival proporciona aos fãs do cinema de Macau, uma janela artística que permite degustar diferentes culturas do continente europeu e experimentar tendências vanguardistas”, pode ler-se numa nota oficial. Agrupadas em sete sessões, as 25 curtas metragens multiplicam-se por temas que vão do amor, ao medo inerente à mudança, passando pelo racismo, preconceito, autismo, perseverança e distopia. Intitulado “Losing Head and Hands”, o primeiro bloco de curtas inclui o multi-galardoado “The Long Goodbye”, obra do Reino Unido realizada por Aneil Karia, que conta com o desempenho de Riz Ahmed para expor os efeitos nocivos do racismo e do discurso de ódio. O bloco que inclui ainda as obras “Flowers Blooming in our Throats”, “The Natural Death Of A Mouse” e “Push This Button If You Begin to Panic” pode ser visto na Travessa da Paixão nos dias 25 de Março e 3 de Abril. Do bloco intitulado “All My Loving”, destaque para a curta de animação irlandesa “Fall of the Ibis King”. Nesta obra visualmente cativante, nomeada para o Festival de Cinema de Veneza, uma estranha ópera torna-se num palco, dentro do palco, para discorrer sobre a inquietude sentida pelo antagonista, quando confrontado com o inesperado regresso do actor principal ao espectáculo. A sessão inclui ainda as obras “The Martyr”, “Bella” e “Maalbeek” e será exibida no próximo dia 30 de Março. Do Kosovo do pós-guerra chega “Displaced”, uma obra que aborda as agruras e determinação de dois jogadores de ténis de mesa, que se veem obrigados a carregar consigo as mesas onde praticam a modalidade, enquanto vagueiam sem destino. “Displaced” pode ser visto juntamente com “Beyond is the Day”, “Hide” e “Dustin”, no próximo dia 1 de Abril. “Marlon Brando” (Holanda) e “Précieux” (França) fazem parte do bloco intitulado “Birds of a Feather”. Enquanto que o primeiro fala de amor adolescente, o segundo faz uso do stop-motion para abordar a temática do autismo e levar a audiência a acompanhar a vida de Emile, enquanto esta se tenta a adaptar à escola. Ambas as curtas-metragens podem ser vistas juntamente com “Easter Eggs” (Bélgica e França) e “Armadila” (Sérvia) no dia 7 de Abril. Quanto às restantes sessões, “Country Bumpkin” poderá ser vista no dia 8 de Abril, “Who’s to Blame” pode ser vista nos dias 29 de Março e 9 de Abril e “Off Camera” nos dias 26 de Março e 5 de Abril. Em cada uma destas sessões serão exibidas três curtas-metragens. Mais por onde escolher Além do festival de curtas europeias, o cartaz da Cinemateca Paixão para os próximos tempos terá mais cinco obras. Do Canadá chega “Botero”, um documentário que permite testemunhar a história de vida do famoso artista colombiano, sem descurar as provações com que se deparou, os seus traços de personalidade, as críticas e a sua capacidade de dar a volta ao texto. “Botero” pode ser visto no dia 27 de Março. Outro dos destaques do foro documental incluído nas selecções de Março e Abril da Cinemateca Paixão é “Chen Ue” (Taiwan), que aborda a vida do famoso artista de banda desenhada com o mesmo nome, e a forma como é capaz de combinar estilos orientais e ocidentais nas suas criações. “Chen Ue” pode ser visto a 31 de Março e nos dias 5 e 10 de Abril na Travessa da Paixão. Por último, destaque para a performance do conhecido actor francês Omar Sy em “The Lost Prince”, num enredo que fala de fantasia e na forma como um pai passa para “segundo plano”, quando os filhos chegam à adolescência. “The Lost Prince” pode ser visto nos dias 26 e 31 de Março e 6 de Abril. Em exibição na Cinemateca Paixão estão ainda “A Alto” (Finlândia) e “Are You Lonesome Tonight?” (China).
Hoje Macau EventosFundação Oriente | Serão celebra Dia Mundial da Poesia em português Mais de 20 pessoas, entre estudantes, professores e amantes da poesia, assinalam na sexta-feira o Dia Mundial da Poesia em Macau num serão literário com a leitura de obras em português. “É um encontro de pessoas que gostam de poesia e em que uns dizem poesia de sua autoria – nós tentamos privilegiar os poetas de Macau para divulgarem a sua poesia através da leitura – mas também há outras pessoas que dizem poesia [de outros autores]”, explicou Ana Paula Cleto, coordenadora da delegação de Macau da Fundação Oriente, que se associa no evento ao Centro de Ensino e Formação Bilingue Chinês-Português do Departamento de Português da Universidade de Macau. Da Universidade de Macau, “seis ou sete alunos” sobem ao palco e, entre os autores convidados, encontram-se o jornalista Carlos Morais José, o fotógrafo António Duarte Mil-Homens e o poeta chinês Yao Jing Ming. “Mas quer-se espontâneo”, nota Ana Paula Cleto, referindo que, além dos convidados, o evento, “que tem sido organizado com alguma regularidade”, está ao alcance a todos aqueles que querem dizer poesia. “Tem sido sempre [poesia] de autores de língua portuguesa e penso que irá continuar a ser, mas não significa que tenha de ser restrito a autores de língua portuguesa”, afirma a responsável, frisando que este “é um evento aberto” à língua chinesa. “Mas também não há muita poesia chinesa traduzida para português”, sublinha Ana Paula Cleto. O serão literário, que se realiza na Casa Garden, sede da Fundação Oriente em Macau, vai também ser celebrado com música, com elementos da banda da Casa de Portugal em Macau a cantarem obras de poetas portugueses em três momentos.
Hoje Macau EventosIIM | Gastronomia macaense promovida no Facebook O Instituto Internacional de Macau (IIM) criou uma página no Facebook, denominada “Cuzinhaçám di Macau”, com o intuito de promover a gastronomia macaense que foi classificada como Património Cultural Intangível da República Popular da China. A página tem por objectivo a partilha de receitas macaenses em formato texto, vídeo ou fotografia, visando “ampliar ainda mais o conhecimento da essência da gastronomia macaense” e permitir “a discussão de ideias” sobre o tema. Já estão disponíveis oito vídeos em chinês e português que ensinam as receitas de pratos típicos como galinha à portuguesa, porco balichão tamarinho, margoso lorcha, pudim de ovos, mousse de manga, entre outros pratos, e que são extraídas de um livro recentemente publicado. A produção dos vídeos esteve a cargo de António Pinto Marques, com o apoio da Fundação Macau. Nos últimos três meses os vídeos tiveram perto de 3.000 visualizações.
Andreia Sofia Silva EventosCCCM | Imagens de Macau em exposição a partir da próxima segunda-feira A antropóloga Marisa Gaspar fotografou entre 2010 e 2018 os recantos de Macau à medida que ia fazendo trabalho de campo para as suas investigações. O resultado pode agora ser visto numa exposição que estará patente no Centro Cultural e Científico de Macau, em Lisboa, entre a próxima segunda-feira e 22 de Abril “Macau em contrastes”, a exposição de fotografia Marisa Gaspar, é a primeira iniciativa do género desenvolvida pela antropóloga. Inaugurada na próxima segunda-feira em Lisboa, a fim de acompanhar o ciclo de conferências da primavera que o Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), a exposição junta um conjunto de imagens do território capturadas entre 2010 e 2018, os anos em que Marisa Gaspar esteve em Macau a fazer trabalho de campo para a sua investigação. “Sou amadora e não tenho pretensões de ser outra coisa”, adiantou ao HM. “Esta é uma visão muito minha sobre a cidade e as suas vivências. O título da exposição ‘Macau em contrastes’ traduz muito isso, a minha experiência pessoal à medida que ia descobrindo a cidade”, adiantou. A mostra conta com curadoria de Rui Dantas, director do Museu de Macau associado ao CCCM, e da Fundação Casa de Macau, em Lisboa. “São imagens de lugares e não de pessoas. É uma visão sobre a cidade e não tanto sobre a comunidade macaense ou coisas concretas do meu trabalho. É uma viagem pela minha descoberta de Macau ao longo dos anos”, contou. Marisa Gaspar deparou-se, em 2010, “com vários pedaços” que depois se foram “descobrindo numa malha urbana”. “Houve uma mudança na configuração física da cidade e é isso que a exposição retrata. Macau é muito fotogénica e é natural que as pessoas a fotografem muito e que existam muitos pontos de vista pessoais sobre esse espaço. Não são as fotografias mais bonitas de Macau, mas são as fotografias reais”, frisou. Depois do CCCM, Marisa Gaspar pretende levar a exposição para outras paragens. Investigação suspensa Marisa Gaspar, investigadora no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa, está neste momento com um projecto de pós-doutoramento suspenso devido às restrições impostas pelas autoridades de Macau no âmbito da pandemia, que a impedem de viajar até ao território. Ainda assim, a académica tem alargado a pesquisa a Macau como espaço de turismo e património, sem ter apenas o foco na comunidade macaense, mas também em determinados factos históricos. “Sendo o meu objectivo o turismo, não consigo imaginar Macau sem turistas. As últimas políticas [previam] uma maior abertura de Macau ao mundo, com o desenvolvimento de várias parcerias. A ideia era uma projecção maior aos turistas internacionais. Estou apreensiva, porque tenho um projecto de investigação embargado”, confessou. Ainda assim, Marisa Gaspar destaca o facto de a comunidade se ter vindo a destacar, nos últimos anos, “como comunidade patrimonial”, tendo em conta que “a gastronomia e o patuá foram reconhecidos como património chinês e foi levada à Assembleia Popular Nacional a possibilidade de a comunidade ser considerada mais uma etnia chinesa”.
Hoje Macau Eventos“CODA” vence prémio da Associação de Produtores em antecipação aos Óscares O filme “CODA – No Ritmo do Coração” foi o grande vencedor da 33.ª edição dos Prémios da Associação de Produtores (PGA, na sigla inglesa), a penúltima paragem antes dos Óscares que a Academia entrega a 27 de Março. O Prémio Darryl F. Zanuck para Melhor Produção de Longa-Metragem é considerado um dos mais fortes indicadores do filme que vai vencer os Óscares. Nos últimos 13 anos, apenas por três vezes o título que recebeu este prémio não coincidiu com o que viria a obter o Óscar de Melhor Filme. “CODA”, com argumento e realização de Siân Heder, é protagonizado por Emilia Jones, Marlee Matlin, Daniel Durant e Troy Kotsur e conta a história de uma família de surdos em que a adolescente Ruby é o único membro que consegue ouvir. O filme da plataforma de streaming Apple TV+ já tinha vencido o Prémio do Sindicato dos Atores (SAG) e bateu “O Poder do Cão”, até aqui considerado o favorito ao Óscar de Melhor Filme, na mais elevada distinção da Associações de Produtores. Na gala que decorreu esta madrugada no Fairmont City Plaza, em Los Angeles, os Prémios PGA foram entregues aos produtores que mais se distinguiram no último ano em Hollywood, tanto no cinema como na televisão. No cinema, além de “CODA”, foram distinguidos os produtores do filme de animação “Encanto”, da Walt Disney Pictures – que teve a participação do artista de iluminação luso-americano Afonso Salcedo – e do documentário “Summer of Soul”. Ambos são considerados favoritos para os Óscares. No pequeno Na ficção para televisão, as estatuetas foram atribuídas aos produtores de “Succession” para Melhor Drama (HBO), “Ted Lasso” para Melhor Comédia (Apple TV+) e “Mare of Easttown” para Melhor Minissérie (HBO). Já “The Beatles: Get Back” venceu na categoria de não-ficção (Disney+), “Last Week Tonight with John Oliver” foi o melhor na categoria de variedades (HBO) e o filme documental “Tom Petty, Somewhere You Feel Free” venceu o prémio para Melhor Filme para televisão ou streaming. A cerimónia atraiu alguns dos maiores nomes da indústria e os protagonistas dos títulos mais cotados este ano, como Will Smith, Jessica Chastain, Kristen Stewart, Lin-Manuel Miranda, Andrew Garfield, Jamie Dornan e Marlee Matlin. O evento incluiu ainda um Prémio Carreira para George Lucas e Kathleen Kennedy, a atual presidente da Lucasfilm, apresentado pelo realizador Steven Spielberg. “O meu desejo é que vocês sintam o impacto que ele teve na vossa vida, e nas vidas dos vossos filhos e netos”, disse Spielberg sobre o trabalho de George Lucas. “E sim, George, estamos na idade em que os bisnetos estão a ver ‘A Guerra das Estrelas’ pela primeira vez”. A Associação de Produtores entregou também o Prémio Visionário a Issa Rae, o Prémio Stanley Kramer a Rita Moreno pela carreira e activismo, o Prémio Norman Lear a Greg Berlanti pelo seu trabalho em televisão, e o Prémio David O. Selznick a Mary Parent pelo seu trabalho no cinema.
Andreia Sofia Silva EventosPintura | Exposição de Luísa Petiz inaugurada hoje na Fundação Rui Cunha A arquitecta Luísa Petiz nunca tinha pintado Macau em aguarela até ao ano passado. Os seus retratos dos bairros antigos do território e das ruelas cheias de recantos por descobrir podem ser vistos, a partir de hoje, na Fundação Rui Cunha “Um olhar sobre o Oriente” é o nome da mostra que é hoje inaugurada na Fundação Rui Cunha (FRC) e que apresenta aguarelas da autoria de Luísa Petiz. Formada em arquitectura mas a trabalhar como designer de interiores, a também artista já pintava em aguarela há algum tempo quando começou a retratar as zonas antigas de Macau. “Sempre fiz bastantes desenhos, e também em aguarela, mas foi no final de 2020 que comecei a pintar mais aguarelas, sobretudo dos sítios para onde costumava viajar. Quando vi que o meu trabalho estava a começar a causar algum impacto nas pessoas ponderei começar a fazer desenhos sobre Macau”, contou ao HM. Esta mostra tem como base, sobretudo, reflexos da cultura chinesa e oriental. No entanto, Luísa Petiz focou-se muito na forma como o seu olhar interpreta templos chineses ou pequenas lojas de rua. “No fundo, todas as ruas da zona antiga de Macau são muito diferentes umas das outras. Acho bastante mais interessante desenhar esta Macau antiga, que tem muito mais para oferecer, detalhes e recantos dos quais não nos apercebemos. Os casinos constituem uma parte nova que é mais artificial, como conjunto fazem parte do território, mas a parte antiga é mais interessante”, contou. A aguarela como base Luísa Petiz chegou a Macau há quatro anos, quando se mudou de malas e bagagens depois de o seu namorado ter encontrado emprego no território. Entregou-se ao trabalho enquanto designer de interiores, mas confessa que o desenho e a aguarela estão sempre presentes no seu quotidiano, servindo de base a outros projectos. Convidada a destacar um ou outro trabalho da mostra patente ao pública na Fundação Rui Cunha, Luísa Petiz fala de um quadro que retrata a península de Macau a partir do empreendimento hoteleiro Sofitel Ponte 16. “Fiz a vista até ao Grand Lisboa porque dá para ver todas as coisas de cima, com tudo um pouco caótico. Também gosto muito de um quadro que fiz sobre o início da Rua do Cunha, focado muito nas cores e na envolvente do local e com muitos detalhes das lojas de rua”, frisou. Até 2 de Abril o público poderá desfrutar dos desenhos que transportam par a tela “as ruas estreitas e irregulares da zona antiga, repletas de toldos metálicos, varandas fechadas em gaiolas de todas as cores, formas e feitios, muitas delas cobertas por ferrugem, as paredes ocupadas por caixas de ar condicionado e cabos que parecem não ter fim”. No acervo em exposição há também espaço para paisagens da China, lugares que Luísa Petiz visitou antes da implementação das restrições de passagem nas fronteiras.
Pedro Arede EventosAmagao | “Lusofonia tem diversidade e grandeza para estarmos aqui muitos anos” Os responsáveis pela recém-inaugurada Galeria Amagao estão confiantes de que a “diversidade e a grandeza” da arte lusófona são o garante de que o novo espaço irá mostrar as cores dos países de língua portuguesa “durante muitos anos”. Apesar das dificuldades impostas pela pandemia, o grupo assegura que é preciso “continuar a colorir a vida de todos em Macau” Os responsáveis pela Galeria Amagao, espaço permanente inaugurado na passada sexta-feira no Artyzen Grand Lapa, estão confiantes de que a qualidade e a diversidade artística do mundo lusófono são a garantia de que as criações provenientes dos vários países de língua portuguesa possam ser divulgados na galeria “durante muitos anos”. Isto, sem esquecer a ancestral ligação de Macau à lusofonia e o papel que o território desempenha na criação de sinergias entre a China e os países de língua portuguesa. “Macau continua a ser uma janela e uma porta aberta para o mundo, em particular para o mundo lusófono. Além disso, o mundo lusófono tem uma diversidade e uma grandeza suficiente no plano artístico para podermos estar confiantes que, durante muitos anos, teremos a oportunidade de mostrar aqui essa cor, a que nós chamamos lusofonia. No fundo, a Galeria Amagao vai ser o resultado dessas cores todas, que caracterizam os artistas e as artes no espaço da língua portuguesa”, disse José Isaac Duarte, um dos responsáveis pelo novo projecto. Recorde-se que a Galeria Amagao está sob gestão da Galeria 57 e definiu como principal objectivo promover e organizar exposições e eventos artísticos focados no mundo lusófono e nos seus artistas. Intitulada “Cor Lusofonia”, a exposição inaugural do novo espaço estará patente até 22 de Maio e inclui mais de 90 obras, entre as quais, alguns inéditos de Raquel Gralheiro, artista especial convidada para o arranque do projecto. Para além de Raquel Gralheiro, a exposição inaugurada na sexta-feia inclui obras de outros artistas como Ana Jacinto Nunes, Victor Hugo Marreiros, Carlos Marreiros, José Luís Tinoco, Abílio Febra, Ana Silva e Reginaldo Pereira, num total de 46 autores. Todas elas seleccionadas a partir de um vasto acervo de criações lusófonas reunidas ao longo de vários anos. Outra das novidades da Galeria Amagao passa pelo facto de o artista seleccionado para cada exposição ficar também a cargo de explorar o quiosque localizado debaixo da escadaria do Artyzen Grand Lapa. Além de obras de arte do artista em questão, estarão também à venda pequenas lembranças e outros objectos e peças de arte originais. “Para além dos artistas do nosso espólio, há artistas locais convidados que, no caso desta exposição são cinco. Mas teremos oportunidades para convidarmos muito mais, até porque vamos fazer mais exposições no futuro. Depois há sempre um artista especial convidado, que poderá ter uma exposição individual e que ficará a cargo do quiosque”, explicou Victor Hugo Marreiros, último elemento a entrar no projecto da Galeria Amagao. “Sou o último elemento a entrar na equipa e neste projecto, a convite da Galeria 57. Para mim é um percurso normal, depois de estar a trabalhar em Macau como designer e artista durante 40 anos, a promover tudo o que são actividades culturais e artísticas. Acho que esta é uma equipa furiosa, no bom sentido, em termos de trabalho. Eu trabalho por e para o prazer e sempre gostei de trabalhar com esta equipa. Já estou reformado mas não sou preguiçoso, e queria dedicar mais tempo à arte. É um projecto bonito e vem na sequência de tudo o que tenho vindo a fazer”, acrescentou Victor Marreiros. Estrada para andar Num contexto em que os constrangimentos causados pela pandemia de covid-19 se alongam há já mais de dois anos, Lina Ramadas aponta as dificuldades existentes para o transporte das obras de arte provenientes do exterior. “Há muitas dificuldades na alfândega e o custo do transporte é caríssimo”, começou por partilhar. Contudo, o maior problema, confessa, é mesmo o facto de ser impossível trazer os artistas lusófonos e de outras paragens, para Macau, já que enquanto portadores de passaporte estrangeiro estão impedidos de entrar no território. Para além disso, projectos que envolvem intercâmbios com outras galerias lusófonas terão de esperar por melhores dias. “Em quase todos os países lusófonos temos galerias amigas e uma vasta rede de contactos. Há dois anos chegámos a ter um projecto de intercâmbio que consistia em ter uma exposição itinerante que iria passar por vários países. Mas agora, [por causa da pandemia], está na gaveta. Nesta fase temos de ter imaginação e aguardar. Quando as coisas melhorarem cá estaremos para mais projectos”, apontou Lina Ramadas. Apesar disso, Victor Marreiros sublinha que “quem corre por gosto não cansa” e que, quanto mais difícil for a situação e os constrangimentos impostos pela pandemia, mais importante será que a Galeria Amagao tenha a capacidade de dar mostras de vitalidade e colorir a vida de Macau e dos seus habitantes. “Quanto mais a porta se fechar, mais cores temos de colocar na nossa vida. É esse o serviço que queremos prestar. Ou seja, divulgar os artistas lusófonos e colorir a vida de todos nós. Quanto mais difícil está o mundo, mais queremos ser um elemento que ajuda a pôr cor na vida de todos, em Macau e não só”, vincou. Os responsáveis pelo novo projecto esperam ainda que, tratando-se também de um negócio, “o mercado de Macau ganhe com isso”, esperando que o feedback seja positivo. O espectro de preços das mais de 90 obras que podem ser vistas actualmente na exposição “Cor Lusofonia” varia entre as 500 e as 400 mil patacas.
Pedro Arede EventosArte | Galeria Amagao abre portas com foco na lusofonia A Galeria Amagao abre hoje portas no Artyzen Grand Lapa Macau com a exposição “Cor Lusofonia”. O projecto, encabeçado por Victor Marreiros, Lina Ramadas e José Isaac Duarte, serve o propósito de promover artistas lusófonos com regularidade. Patente até 22 de Maio, a mostra inaugural conta com Raquel Gralheiro como artista especial Hoje às 18h30 é inaugurada, no Artyzen Grand Lapa, a Galeria Amagao, um novo espaço dedicado às artes que, sob a gestão da Galeria 57, tem como principal objectivo promover e organizar exposições e eventos artísticos focados no mundo lusófono e nos seus artistas. Intitulada “Cor Lusofonia”, a exposição inaugural do novo espaço estará patente até 22 de Maio e inclui mais de 90 obras, entre as quais, alguns inéditos de Raquel Gralheiro, artista especial convidada para o arranque de um projecto que promete regularidade, cor e diversidade ao nível da produção artística dos países de língua portuguesa. Além de Raquel Gralheiro, a exposição inaugurada hoje inclui obras de outros artistas como Ana Jacinto Nunes, Victor Hugo Marreiros, Carlos Marreiros, José Luís Tinoco, Abílio Febra, Ana Silva e Reginaldo Pereira, num total de 46 autores. Todas elas seleccionados a partir do vasto acervo de obras lusófonas reunidas ao longo de vários anos. A ideia de criar a Galeria Amagao, começou por explicar José Isaac Duarte ao HM, surgiu do interesse que o estabelecimento hoteleiro tinha em desenvolver actividades culturais e da possibilidade do colectivo utilizar espaços do Artyzen Grand Lapa a título permanente, para realizar exposições. Quanto ao nome do novo espaço, este nasceu da própria herança histórica e da origem do nome pelo qual Macau começou por ser baptizado. “Digamos que o primeiro nome português de Macau como espaço com presença portuguesa foi ‘Amagao’”, apontou José Isaac Duarte. Por seu turno, Victor Hugo Marreiros, último elemento a ingressar o projecto ressalva que a filosofia e a imagem da Galeria Amagao pretendem, essencialmente, “fazer uma passagem entre o passado, o presente e o futuro”, através de um contraste “pensado” entre o clássico, materializado no traço antigo de um mapa de Macau do século XVIII e o “contemporâneo”, concretizado no desenho do seu logotipo. Pura diversidade Sem preocupação de marcar um estilo artístico específico ou de organizar a mostra por temas ou nações, a exposição inaugural que pode ser visitada a partir de hoje procura só e apenas, segundo a curadoria, “a diversidade e a cor” proveniente da arte criada nos países de língua portuguesa. “É uma nova cor que estamos a inventar e que se chama lusofonia”, concretizou José Isaac Duarte. Por sua vez, Lina Ramadas ressalvou haver uma “especificidade” única, que o novo espaço é capaz de oferecer em termos de arte lusófona, dado possuir, como base, um acervo “rico” sobre a matéria, reunido ao longo de vários anos. Quanto à importância de divulgar os artistas lusófonos em Macau, os responsáveis pelo projecto sublinharam a ligação histórica e a missão atribuída ao território de promover ligações entre a China e os países de língua portuguesa. “Macau (…) está ligada à lusofonia e (…) tem um ‘mandato’ para constituir essa ligação. Portanto, é algo que casa bem com a actividade que temos vindo a desenvolver e que se projecta para o futuro, dentro daquilo que (…) esperamos que seja o papel de Macau na China moderna”, explicou José Isaac Duarte.
Andreia Sofia Silva EventosCasa Garden | Festival Zilo, dedicado ao património, termina no domingo Termina no domingo a edição deste ano do ZILO Heritage Stroll Festival, um evento que através de espectáculos, exposições e workshops, dá destaque aos principais locais históricos da cidade. O tema é “Invisible Coastlines” [linhas costeiras invisíveis], uma ideia surgida após o tufão Hato Juntar a cultura ao património é uma das propostas conceptuais do Zilo Heritage Stroll Festival, que decorre desde 5 de Março na Casa Garden, da Fundação Oriente, até domingo. Organizado por entidades como a Associação dos Embaixadores do Património e a Associação de Dança Ieng Chi, entre outras, o objectivo do evento é levar o público a “sentir e a explorar a beleza dos locais históricos ao fazer parte de conversas, workshops, exposições, passeios e performances na zona histórica de Macau”, lê-se num comunicado. O evento, que tem o apoio do Instituto Cultural, conta com Chloe Lao como fundadora e produtora. O tema da edição deste ano é “Invisible Coastlines” [linhas costeiras invisíveis], uma ideia que nasceu das suas reflexões depois da passagem do tufão Hato por Macau e tendo em conta o projecto de construção dos novos aterros no território. Chloe Lao inspirou-se também no livro “As Cidades Invisíveis”, de Italo Calvino, para escolher o tema. Nesta edição do ZILO, Chloe Lao pretendeu “ligar as vidas da zona costeira de Macau com diferentes períodos de vida das pessoas, as suas experiências e as indústrias à volta”. Desta forma, o festival “faz uma nova interpretação das datas e histórias a partir das investigações históricas, entrevistas e observações com artistas locais”. É, assim, apresentada “uma experiência visceral para o público que, desta forma, se relaciona com o mar de uma forma temporal”. Aterros e companhia Uma das iniciativas que pode ser vista no âmbito do festival ZILO é a exposição “Dynamics. Invisible Coastlines” [Dinâmicas. Linhas costeiras invisíveis], que até domingo está patente na Casa Garden. Com curadoria de Nero Lio, a mostra chama a atenção para a problemática do desaparecimento de zonas costeiras do território devido às alterações climáticas, mas não só. A construção de novos aterros tem mudado não apenas as vidas da população como a própria cidade, e esta exposição pretende levar o público a compreender “as dinâmicas entre a terra, o mar e nós”, bem como “as histórias das pessoas que vivem entre o mar e a terra”. Estes trabalhos nasceram de workshops anteriormente realizados. No sábado, às 15h30 na Casa Garden, está agendada uma sessão de leitura de poesia, intitulada “Message in the Sea Breeze” [Mensagem na brisa do mar]. O evento, em cantonês, conta com a presença de poetas e amantes da literatura que vão ler textos que remetem para vivências da cidade com a sua zona costeira. Hoje e amanhã, às 19h e 20h, respectivamente, acontece um workshop e uma visita guiada, com ponto de partida na Casa Garden, onde os participantes poderão conhecer alguns locais icónicos do centro histórico e criar projectos artísticos. O evento, intitulado “Hide and Seek in Historic City” [Escondido e encontrado na cidade histórica] será conduzido por Calvin Lam e tem como base um workshop previamente realizado. A participação no evento custa 50 patacas. No último dia do festival, às 11h, decorre uma palestra intitulada “Now and Then – Macao Coast”, apenas em cantonês, onde serão debatidas as alterações verificadas na zona do Porto Interior nos últimos anos bem como a decadência da indústria de construção de juncos, que outrora tinha muita expressão na zona de Lai Chi Vun, em Coloane. Também no domingo decorre, às 17h30, a cerimónia de encerramento num barco que fará uma visita até ao cais de Coloane. O ponto de encontro é na zona da Barra, com partida às 18h, sendo que os responsáveis do Out! Coloane Arts Festival estão a cargo da visita guiada ao local.
Hoje Macau EventosCURB | Escolhidos vencedores de concurso de fotografia de arquitectura Já são conhecidos os vencedores do Concurso de Fotografia de Arquitectura de Macau organizado pelo CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo. As imagens foram seleccionadas de um total de 470 fotografias a concurso. Na categoria “Open Group” [Grupo Aberto] o vencedor foi Lei Heong Ieong com uma imagem detalhada do hotel Morpheus, no Cotai, desenhado pela arquitecta, já falecida, Zaha Hadid. Na categoria “Estudantes Universitários” Kingsley Leong ficou em primeiro lugar com uma imagem a preto e branco, intitulada “The Axes”. Destaque ainda para a menção honrosa atribuída a Ho Chi Kin, que capturou a essência dos incensos dos templos tradicionais chineses. Rickson Lam foi também distinguido com uma menção honrosa ao fotografar, à noite, a estátua da deusa A-Má em contraste com os edifícios luminosos e a Torre de Macau. O prémio organizado pelo CURB destacou também os trabalhos fotográficos de estudantes do ensino secundário, sendo que a imagem vencedora é de um bairro antigo, com as suas ruelas e becos. Dylan Chan ficou em terceiro lugar com uma imagem da ponte Sai Van iluminada à noite. A cerimónia da entrega dos prémios acontece este sábado.
Andreia Sofia Silva EventosCheong Kin Man participa em mostra em Lisboa e Berlim O antropólogo e residente de Macau Cheong Kin Man, que vive em Berlim, é um dos autores que participa na exposição “Sensing the City – Sense of the City”, que estará patente ao público, entre 19 e 27 de Março, em Berlim no bairro Nova Colónia. A mostra é organizada pot estudantes dos cursos de artes visuais e arquitectura da Universidade das Artes de Berlim e acontece em simultâneo em Lisboa, na Biblioteca de Marvila. Doutorado em antropologia visual, Cheong Kin Man participa na instalação de arte intitulada “Arbeitspause”, que em alemão significa pausa no trabalho. O projecto foi desenvolvido em parceria com as artistas Marta Sala, da Polónia, Johanna Reichhart, da Alemanha e Costanza Rossi, do Chile, entre outros. “Com esta instalação artística procuramos reconstituir o projecto de arte participativa com o mesmo título e que foi realizado no ano passado em Berlim, com o patrocínio do Senado e inserido na campanha estatal ‘Berlim contra a violência’”, contou ao HM. Bandeira característica Graças à iniciativa da artista Marta Sala foram ainda desenvolvidas cinco oficinas artísticas que visam uma reflexão colectiva, e cujo resultado será agora mostrado. “Numa das sessões públicas actuei num ritual de dança com uma bandeira costurada com um caracter chinês que significa ‘vazio’ e enverguei um traje experimental, ambos feitos por Marta Sala. Esse caracter, ou o ideograma na sua forma mais primitiva, representa uma pessoa a dançar num ritual”, explicou Cheong Kin Man. Desta oficina artística nasceu um projecto de documentação fotográfica e textual, com uma bandeira, feito em parceria com Marta Sala, e que será agora exposto em Berlim e Lisboa. Em termos gerais, a exposição visa explorar sensações individuais criadas pelas cidades e espaços urbanos, apresentando, em diferentes formatos artísticos, obras de arte, workshops e outro tipo de iniciativas com a presença do público. Em “Sensing the City – Sense of the City” vão ser apresentados trabalhos de audiovisual, escultura, ilustração ou fotografia, entre outros, da autoria de 50 criadores.
Andreia Sofia Silva EventosFotografia | “Matéria Escura”, de Francisco Ricarte, a partir de amanhã na Macau Art Garden “Dark Matter” [Matéria Escura] é o nome da nova exposição de fotografia do arquitecto Francisco Ricarte que abre amanhã na galeria Macau Art Garden. Com curadoria de Alice Kok, a mostra apresenta uma série de imagens captadas nos trilhos de Coloane que representam a sensação de isolamento e de incapacidade de fuga A sensação de isolamento e de incapacidade de viajar para lugares outrora tão acessíveis, como Hong Kong ou Zhuhai, é o tema central da nova exposição de fotografia do arquitecto Francisco Ricarte. “Dark Matter” [Matéria Escura] abre portas amanhã na galeria do Macau Art Garden e pode ser visitada até 11 de Abril. A curadoria está a cargo de Alice Kok. A mostra consiste numa série de 12 fotografias recolhidas nos trilhos de Coloane, um lugar que representa para Francisco Ricarte um “refúgio” e de onde é possível avistar cidades que estão tão próximas de Macau, mas, ao mesmo tempo, tão distantes, graças às medidas impostas pelas autoridades no combate à pandemia. “Este é um conjunto de fotografias que me deu muito gosto. Foram tiradas em Janeiro e Fevereiro de 2021. Graças à pandemia, os trilhos de Coloane adquiriram um outro significado para quem vive em Macau”, contou Francisco Ricarte ao HM. “De repente, vimo-nos confrontados com a existência de uma barreira que nos impede de usufruir de outros espaços. Comecei a entender que existia um mundo lá fora, por oposição ao mundo cá dentro. Nos trilhos de Coloane olhamos para esses territórios próximos com a perspectiva de que não é possível lá chegar, quase como era a realidade de Macau há cerca de 50 anos, ou seja, uma verdadeira ilha com comunicações limitadas.” Francisco Ricarte confessa que, quando fez este trabalho, tinha “uma alma mais carregada”, que ainda hoje se mantém. “Coloane tem sido sempre um sítio de refúgio, quase como um ponto de contraste à híper densidade que a cidade contém. É um sítio onde o ambiente natural, os trilhos e praias nos permitem um reencontro com a natureza. O que traduzo com estas fotografias é uma carga excessiva num contraste com a natureza, moldada por qualquer coisa que não vimos, mas sentimos.” Tons escuros Habituado a apresentar ao público imagens mais urbanas, Francisco Ricarte enveredou agora por diferentes perspectivas fotográficas, onde é dado maior relevo ao que é perceptível, em oposição ao de facto se vê na imagem. “É mais importante o sentimento que emana destas fotos do que a visão de determinados objectos”, explicou, acrescentando que as imagens evocam “uma matéria escura, que não se percebe de imediato o que é”. “As fotografias traduzem essa percepção de qualquer coisa que nos carrega e que ainda está a moldar-nos a percepção do espaço e de Macau, e do modo como o utilizamos. O que tentei traduzir visualmente foi o recurso ao escuro, ao que é apenas percebido, mas não visto”, adiantou. Os tons “bastante carregados”, quase sempre a preto e branco, fazem parte do imaginário fotográfico do arquitecto. “Aqui continuo com essa expressividade que traduz um estado de espírito e uma matéria que não existem fisicamente, mas que são perceptíveis. Neste caso é a situação da pandemia, do isolamento e do confinamento”, rematou.