Acção social | Caritas Portuguesa visita Macau com colaborações na manga Andreia Sofia Silva - 6 Jan 2020 Eugénio Fonseca, presidente da Caritas Portuguesa, inicia amanhã uma visita de vários dias ao território para discutir eventuais colaborações com a entidade congénere de Macau, liderada por Paul Pun. Estão também agendados encontros no Consulado-geral de Portugal em Macau e com Florinda Chan, ex-secretária para a Administração e Justiça [dropcap]D[/dropcap]epois da visita a Portugal do secretário-geral da Caritas Macau, Paul Pun, é a altura de a Caritas Portuguesa visitar o território. Inicia-se amanhã a visita oficial desta entidade, presidida por Eugénio Fonseca, cuja agenda inclui vários encontros com entidades e personalidades do território ligadas à acção social. Paul Pun decidiu não tecer comentários ao HM antes da visita, por preferir que a Caritas Portuguesa conheça primeiro o trabalho social que é desenvolvido em Macau. A agenda de amanhã consiste numa visita a vários centros da Caritas Macau, como é o caso do centro de serviços de fornecimento temporário de alimentos, o centro de apoio aos carenciados trabalhadores não residentes e ao centro de serviços integrados de apoio a família – fonte de alegria de energia. Para quarta-feira está marcada uma reunião no Consulado-geral de Portugal em Macau com o cônsul Paulo Cunha Alves, seguindo-se uma reunião com a Caritas Macau para “debater futuras colaborações”, aponta o programa oficial. Reunião com Florinda Na agenda de Eugénio Fonseca consta também um encontro, na sede da Caritas Macau, com Florinda Chan, ex-secretária para a Administração e Justiça. Na sexta-feira está marcada uma visita às mulheres reclusas do Estabelecimento Prisional de Coloane, sem esquecer um encontro com Fátima dos Santos Ferreira, da Associação de Reabilitação Fuhong, que trabalha com portadores de deficiência. Em Outubro do ano passado, na sequência da visita de Paul Pun, foi assinado um acordo entre a Cáritas de Macau e a Cáritas Portuguesa, que visa a “colaboração em actividades de ajuda humanitária e de causas humanitárias”, bem como a “exploração de oportunidades de colaboração no trabalho para a protecção dos direitos dos refugiados, pessoas deslocadas e migrantes e tráfico de seres humanos”, explica um comunicado oficial. O mesmo documento dá conta que este protocolo abrange a “colaboração em iniciativas para promover as orientações estratégicas da Caritas Internationalis na construção de uma sociedade inclusiva e equitativa de modo a proteger a dignidade humana”. Outro dos propósitos é a aproximação e o apoio aos países lusófonos, nomeadamente, através da participação da Cáritas de Macau, como observador, no Fórum das Cáritas Lusófonas e a colaboração em projectos de cooperação para o desenvolvimento nos países lusófonos, através da rede Cáritas.
Apostas de massas ultrapassaram jogo VIP em 2019 pela primeira vez Hoje Macau - 6 Jan 2020 [dropcap]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, disse ontem que, em 2019, as receitas do mercado de massas ultrapassaram, pela primeira vez, os ganhos obtidos com o segmento VIP. De acordo com a TDM Rádio Macau, os dados avançados pelo secretário mostram que as apostas de massas representaram 53,7 por cento das receitas brutas, enquanto que o segmento VIP representou apenas 46,3 por cento, com uma quebra de 18,5 por cento. Também citado pelo portal informativo GGRASIA, Lei Wai Nong falou de um “desenvolvimento estável” do mercado de massas como uma “base importante” para a sustentabilidade da indústria do jogo. Para o secretário, que tomou posse no passado dia 20 de Dezembro, o mercado de jogo de Macau pode responder de forma positiva ao surgimento de outros casinos em vários países asiáticos. Lei Wai Nog lembrou também que o sector do emprego é “estável”, uma vez que existe pleno emprego na economia, e que se regista um “crescimento estável” em termos de números de visitantes. No entanto, o secretário prefere manter uma postura optimista, mas cautelosa tendo em conta as previsões económicas para este ano, mas considerando a abertura de novos resorts. Desde 2014 Ouvido pela TDM Rádio Macau, o economista Albano Martins declarou que estes números apenas representam uma tendência que já se vinha sentido no sector do jogo desde 2014. “Não surpreende nada, porque o Governo chinês avançou seriamente no sentido de reduzir o segmento VIP. A política foi definida e Macau concretizou. Foi um fiel seguidor dessa orientação”. Antes de 2014, o segmento das apostas VIP era o mais importante do sector, a representar 60 a 70 por cento das receitas, mas depois houve uma mudança de paradigma. Para Albano Martins, a predominância do mercado de massas pode manter-se, mas alerta para uma “incongruência” que pode fazer com que Macau chegue a 2049 sem jogo. Está em causa, para o economista, as restrições definidas em 2013, ainda com Francis Tam como secretário para a Economia e Finanças, de que o aumento anual de mesas de jogo não deveria ir além dos três por cento. “Se o mercado é de massas e há mais gente a ir jogar e menos grandes jogadores então por que é que se limita o crescimento das mesas a 3 por cento? Mais massas pressupõe mais mesas – essa é a regra. Na prática, o que se quer é, no final da integração, acabar com o jogo, porque o jogo não é irmão muito bem aceite pela República Popular da China”, defendeu.
Pneumonia em Wuhan | Nível de alerta de emergência sobe para “Grave” Pedro Arede - 6 Jan 2020 Aumento do número de casos da doença respiratória não identificada levou o Governo a elevar o alerta de emergência para o nível 3, considerado “Grave”. Dos cinco casos suspeitos em Macau, apenas um continua em observação [dropcap]D[/dropcap]epois de garantirem estar preparados “para responder às diversas doenças infecciosas” que surgiram no seguimento do número de casos de pneumonia viral de origem desconhecida em Wuhan, capital da província de Hubei, ter subido de 27 para 44 em poucos dias, os Serviços de Saúde (SS) decidiram elevar ontem o alerta de emergência para o nível 3, considerado “Grave”. Este é um grau de risco médio numa escala com 5 patamares. Segundo as autoridades, o aumento do nível de alerta visa apenas agilizar a coordenação entre serviços. Segundo o Director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, o nível de alerta foi elevado na sequência de uma reunião promovida ontem pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, onde foi activado o mecanismo de operação interdepartamental. Segundo o responsável, o mecanismo permite o reforço das acções de prevenção e coordenação entre vários serviços públicos, como a Saúde, Educação, Turismo, Acção Social, Instituto de Assuntos Municipais, polícia, bombeiros e alfândegas. “Desde o dia 31 de Dezembro que estamos muito atentos à situação em Macau pois, por existir muita população para um espaço tão pequeno, a transmissão de casos pode vir a ter um impacto muito grande. Por isso é necessário reforçar a prevenção e solicitámos isso mesmo a todos os serviços competentes. A elevação do nível de alerta é apenas para aumentar o grau de colaboração entre os serviços”, esclareceu Lei Chin Ion. Apesar de não existir nenhum caso confirmado da doença em Macau até à data, uma mulher de 44 anos foi ontem colocada em isolamento por ter febre. A medida, asseguraram os SS, é apenas de precaução, uma vez que os exames entretanto realizados confirmarem que a paciente não tem pneumonia, um dos sintomas determinantes para o rastreio dos casos. Até agora, as autoridades de saúde de Macau registaram cinco casos provenientes de Wuhan em que houve febre. Dos cinco, quatro eram residentes e já tiveram alta. As autoridades de saúde de Macau sublinharam também que, pelo facto de a causa da doença ser ainda desconhecida, “mantêm contacto próximo com a Comissão Nacional de Saúde da China” e asseguraram a existência de stock suficiente de medicamentos, equipamentos, instalações e número de camas na região. Depois de no primeiro dia do ano as autoridades de saúde terem começado a realizar inspecções no Aeroporto Internacional de Macau e nos postos fronteiriços, a vigilância permanente tem sido o foco principal dos SS, motivo pelo qual, na passada quinta-feira foram reforçadas também, com o apoio de pessoal do Corpo de Polícia de Segurança Pública, medidas de quarentena de saúde em todos os portos fronteiriços por via terrestre, nomeadamente, controlos de temperatura, a partir da madrugada do dia quatro, a todos os condutores e turistas. Segundo revelaram as autoridades de saúde, também os casinos vão passar a controlar a temperatura dos visitantes e dos funcionários em todas as entradas das suas instalações, acrescentando ainda que, caso sejam identificadas pessoas com febre, estas devem ser inquiridas para saber se estiveram na província de Wuhan nos 14 dias anteriores à manifestação dos sintomas. Vigilância alargada Dos 44 casos registados em Wuhan, de acordo com um comunicado da Comissão Municipal de Saúde de Wuhan citado pela agência Lusa, 11 pessoas encontram-se em estado grave, sendo que todos os doentes foram colocados sob quarentena e, no total, são seguidas de perto 121 pessoas que estiveram em contacto próximo com os afectados. Todas as análises deram negativo para gripe, gripe aviária, infeções por adenovírus “e outras doenças respiratórias comuns”, não se confirmando também o contágio entre pessoas, indicou o mesmo comunicado. As autoridades chinesas continuam a procurar identificar o agente da doença, embora as primeiras investigações apontem apenas no sentido de existir uma relação com o mercado grossista da cidade, capital da província de Hubei, onde residem 11 milhões de pessoas. Em Hong Kong as autoridades de saúde deram também ontem conta da existência de mais seis casos suspeitos, sendo já 14 no total. Segundo informações da TDM – Rádio Macau também Taiwan anunciou estar a investigar a existência de casos relacionados com a doença, enquanto Singapura anunciou ter detectado o primeiro caso suspeito na região. Sulu Sou preocupado Acusando o Governo de não ser proactivo perante uma situação que considera “extraordinária”, o deputado Sulu Sou mostrou-se preocupado numa interpelação escrita enviada ao Executivo, onde pergunta se as autoridades consideram enviar pessoal a Wuhan para investigar a situação epidemiológica em primeira mão, numa altura em que considera que “a China continental não revelou ainda os resultados dos testes realizados”. Apesar de um dos pontos da interpelação do deputado sobre trabalhadores dos casinos ter ficado esclarecido após a conferência de imprensa realizada ontem, Sulu Sou questiona ainda o Governo se irá implementar medidas de prevenção dirigidas especificamente aos trabalhadores da área da saúde. Com o aproximar da época festiva do Ano Novo Chinês, Sulu Sou espera também que o Governo tome medidas urgentes para acautelar o maior fluxo de turistas vindos da China continental na altura das celebrações.
Pneumonia em Wuhan | Nível de alerta de emergência sobe para “Grave” Pedro Arede - 6 Jan 2020 Aumento do número de casos da doença respiratória não identificada levou o Governo a elevar o alerta de emergência para o nível 3, considerado “Grave”. Dos cinco casos suspeitos em Macau, apenas um continua em observação [dropcap]D[/dropcap]epois de garantirem estar preparados “para responder às diversas doenças infecciosas” que surgiram no seguimento do número de casos de pneumonia viral de origem desconhecida em Wuhan, capital da província de Hubei, ter subido de 27 para 44 em poucos dias, os Serviços de Saúde (SS) decidiram elevar ontem o alerta de emergência para o nível 3, considerado “Grave”. Este é um grau de risco médio numa escala com 5 patamares. Segundo as autoridades, o aumento do nível de alerta visa apenas agilizar a coordenação entre serviços. Segundo o Director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, o nível de alerta foi elevado na sequência de uma reunião promovida ontem pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, onde foi activado o mecanismo de operação interdepartamental. Segundo o responsável, o mecanismo permite o reforço das acções de prevenção e coordenação entre vários serviços públicos, como a Saúde, Educação, Turismo, Acção Social, Instituto de Assuntos Municipais, polícia, bombeiros e alfândegas. “Desde o dia 31 de Dezembro que estamos muito atentos à situação em Macau pois, por existir muita população para um espaço tão pequeno, a transmissão de casos pode vir a ter um impacto muito grande. Por isso é necessário reforçar a prevenção e solicitámos isso mesmo a todos os serviços competentes. A elevação do nível de alerta é apenas para aumentar o grau de colaboração entre os serviços”, esclareceu Lei Chin Ion. Apesar de não existir nenhum caso confirmado da doença em Macau até à data, uma mulher de 44 anos foi ontem colocada em isolamento por ter febre. A medida, asseguraram os SS, é apenas de precaução, uma vez que os exames entretanto realizados confirmarem que a paciente não tem pneumonia, um dos sintomas determinantes para o rastreio dos casos. Até agora, as autoridades de saúde de Macau registaram cinco casos provenientes de Wuhan em que houve febre. Dos cinco, quatro eram residentes e já tiveram alta. As autoridades de saúde de Macau sublinharam também que, pelo facto de a causa da doença ser ainda desconhecida, “mantêm contacto próximo com a Comissão Nacional de Saúde da China” e asseguraram a existência de stock suficiente de medicamentos, equipamentos, instalações e número de camas na região. Depois de no primeiro dia do ano as autoridades de saúde terem começado a realizar inspecções no Aeroporto Internacional de Macau e nos postos fronteiriços, a vigilância permanente tem sido o foco principal dos SS, motivo pelo qual, na passada quinta-feira foram reforçadas também, com o apoio de pessoal do Corpo de Polícia de Segurança Pública, medidas de quarentena de saúde em todos os portos fronteiriços por via terrestre, nomeadamente, controlos de temperatura, a partir da madrugada do dia quatro, a todos os condutores e turistas. Segundo revelaram as autoridades de saúde, também os casinos vão passar a controlar a temperatura dos visitantes e dos funcionários em todas as entradas das suas instalações, acrescentando ainda que, caso sejam identificadas pessoas com febre, estas devem ser inquiridas para saber se estiveram na província de Wuhan nos 14 dias anteriores à manifestação dos sintomas. Vigilância alargada Dos 44 casos registados em Wuhan, de acordo com um comunicado da Comissão Municipal de Saúde de Wuhan citado pela agência Lusa, 11 pessoas encontram-se em estado grave, sendo que todos os doentes foram colocados sob quarentena e, no total, são seguidas de perto 121 pessoas que estiveram em contacto próximo com os afectados. Todas as análises deram negativo para gripe, gripe aviária, infeções por adenovírus “e outras doenças respiratórias comuns”, não se confirmando também o contágio entre pessoas, indicou o mesmo comunicado. As autoridades chinesas continuam a procurar identificar o agente da doença, embora as primeiras investigações apontem apenas no sentido de existir uma relação com o mercado grossista da cidade, capital da província de Hubei, onde residem 11 milhões de pessoas. Em Hong Kong as autoridades de saúde deram também ontem conta da existência de mais seis casos suspeitos, sendo já 14 no total. Segundo informações da TDM – Rádio Macau também Taiwan anunciou estar a investigar a existência de casos relacionados com a doença, enquanto Singapura anunciou ter detectado o primeiro caso suspeito na região. Sulu Sou preocupado Acusando o Governo de não ser proactivo perante uma situação que considera “extraordinária”, o deputado Sulu Sou mostrou-se preocupado numa interpelação escrita enviada ao Executivo, onde pergunta se as autoridades consideram enviar pessoal a Wuhan para investigar a situação epidemiológica em primeira mão, numa altura em que considera que “a China continental não revelou ainda os resultados dos testes realizados”. Apesar de um dos pontos da interpelação do deputado sobre trabalhadores dos casinos ter ficado esclarecido após a conferência de imprensa realizada ontem, Sulu Sou questiona ainda o Governo se irá implementar medidas de prevenção dirigidas especificamente aos trabalhadores da área da saúde. Com o aproximar da época festiva do Ano Novo Chinês, Sulu Sou espera também que o Governo tome medidas urgentes para acautelar o maior fluxo de turistas vindos da China continental na altura das celebrações.
FAOM | Nova direcção e Governo comprometidos com “harmonia social” Hoje Macau - 6 Jan 2020 [dropcap]A[/dropcap] nova direcção da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) visitou o Chefe Executivo, Ho Iat Seng, na passada sexta-feira para abordar temas relacionados com a educação, desenvolvimento económico, formação de quadros qualificados, políticas e relações laborais. Sublinhando esperar que o Governo e a FAOM “mantenham um intercâmbio franco”, Ho Iat Seng afirmou, de acordo com um comunicado oficial, que “irá auscultar as opiniões das partes laboral e patronal, a fim de promover a harmonia social” e que, “antes de apresentar as Linhas de Acção Governativa (LAG) na Assembleia Legislativa irá deslocar-se em Abril às instalações da FAOM”. Já o novo Director eleito da FAOM, Lee Chong Cheng, revelou que para os próximos três anos, a Federação pretende concretizar várias missões, como “apoiar o Governo na aplicação das LAG no espírito da Lei, promover relações laborais harmoniosas e intensificar o seu papel no empenho da integração na Grande Baía”.
FAOM | Nova direcção e Governo comprometidos com “harmonia social” Hoje Macau - 6 Jan 2020 [dropcap]A[/dropcap] nova direcção da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) visitou o Chefe Executivo, Ho Iat Seng, na passada sexta-feira para abordar temas relacionados com a educação, desenvolvimento económico, formação de quadros qualificados, políticas e relações laborais. Sublinhando esperar que o Governo e a FAOM “mantenham um intercâmbio franco”, Ho Iat Seng afirmou, de acordo com um comunicado oficial, que “irá auscultar as opiniões das partes laboral e patronal, a fim de promover a harmonia social” e que, “antes de apresentar as Linhas de Acção Governativa (LAG) na Assembleia Legislativa irá deslocar-se em Abril às instalações da FAOM”. Já o novo Director eleito da FAOM, Lee Chong Cheng, revelou que para os próximos três anos, a Federação pretende concretizar várias missões, como “apoiar o Governo na aplicação das LAG no espírito da Lei, promover relações laborais harmoniosas e intensificar o seu papel no empenho da integração na Grande Baía”.
MNE | Ho Iat Seng pede apoio perante “incerteza da conjuntura internacional” Pedro Arede - 6 Jan 20206 Jan 2020 Num encontro com a comissária do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Shen Beili, o Chefe do Executivo pediu apoio a Pequim para “contar bem a história de Macau” perante a complexidade e incerteza da actual conjuntura internacional [dropcap]H[/dropcap]o Iat Seng esteve reunido no passado dia 3 de Janeiro na Sede do Governo da RAEM com a comissária do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) da China, Shen Beili, “tendo trocado opiniões sobre assuntos inerentes às relações externas da Região Administrativa Especial de Macau”. Segundo uma nota do Gabinete de Comunicação Social sobre o encontro, após sublinhar a boa comunicação existente entre as duas partes, Ho Iat Seng, considerou que o Governo deve continuar a colaborar com o Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Macau, uma vez que “precisa do apoio do Comissariado e da comissária nos assuntos inerentes às relações externas e consulares, perante a complexidade e incerteza da conjuntura internacional”. Fazendo votos para que as duas partes continuem as estreitas ligações tendo em vista a continuação dos trabalhos relativos às relações externas, Ho Iat Seng considerou também que, “para se contar bem a história de Macau, é necessário concentrar as atenções na promoção no exterior e interior”, sendo, para isso, inevitável o apoio contínuo dado pelo Comissariado. Cooperação e eficácia Por seu turno, a comissária do MNE destacou “o enorme apoio do Governo da RAEM, nos últimos 20 anos” e a boa colaboração com os serviços públicos locais como principais pilares para o estabelecimento de um “mecanismo de trabalho eficaz”. Shen Beili assegurou que o Comissariado continuará a apoiar o Governo da RAEM nos trabalhos relacionados com as relações externas da região, que deverá estar preparada para agarrar as oportunidades que surgirem no futuro. “Com o apoio do Governo Central, Macau pode aproveitar bem as oportunidades de desenvolvimento e, no futuro, o Comissariado continuará a cumprir as suas funções, cooperando com o Governo da RAEM para se proceder bem aos trabalhos relativos aos assuntos externos de Macau”, pode ler-se na nota do Gabinete de Comunicação Social do Governo. Recorde-se que a questão das relações externas de Macau tem estado na ordem do dia, após a visita do Presidente chinês Xi Jinping no passado mês de Dezembro por ocasião das celebrações dos 20 anos da RAEM, onde os distúrbios sociais que têm assolado Hong Kong nos últimos meses foram referidos por diversas ocasiões por contraponto com a situação de Macau. Há dias, também Zhang Xiaoming, director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado em Pequim, recordou as palavras do Presidente chinês por altura da sua visita à região, através de um artigo divulgado numa publicação do Partido Comunista Chinês, intitulada Qiushi, onde escreveu que existem “forças externas” a tentar penetrar na sociedade de Macau, tal como ocorreu em Hong Kong, sem especificar que tipo de forças externas estão em causa. “Estes comentários feitos pelo secretário-geral Xi Jinping constituíram um golpe para eles e pretendem servir de encorajamento para nós na nossa legítima luta e contra-reacções quando as forças externas estão profundamente envolvidas nos tumultos relacionados com a lei da extradição, tomando parte da questão e manobrando o caos em Hong Kong, e também estão a tentar infiltrar-se em Macau”, escreveu na altura Zhang Xiaoming citado pelo South China Morning Post.
MNE | Ho Iat Seng pede apoio perante “incerteza da conjuntura internacional” Pedro Arede - 6 Jan 2020 Num encontro com a comissária do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Shen Beili, o Chefe do Executivo pediu apoio a Pequim para “contar bem a história de Macau” perante a complexidade e incerteza da actual conjuntura internacional [dropcap]H[/dropcap]o Iat Seng esteve reunido no passado dia 3 de Janeiro na Sede do Governo da RAEM com a comissária do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) da China, Shen Beili, “tendo trocado opiniões sobre assuntos inerentes às relações externas da Região Administrativa Especial de Macau”. Segundo uma nota do Gabinete de Comunicação Social sobre o encontro, após sublinhar a boa comunicação existente entre as duas partes, Ho Iat Seng, considerou que o Governo deve continuar a colaborar com o Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Macau, uma vez que “precisa do apoio do Comissariado e da comissária nos assuntos inerentes às relações externas e consulares, perante a complexidade e incerteza da conjuntura internacional”. Fazendo votos para que as duas partes continuem as estreitas ligações tendo em vista a continuação dos trabalhos relativos às relações externas, Ho Iat Seng considerou também que, “para se contar bem a história de Macau, é necessário concentrar as atenções na promoção no exterior e interior”, sendo, para isso, inevitável o apoio contínuo dado pelo Comissariado. Cooperação e eficácia Por seu turno, a comissária do MNE destacou “o enorme apoio do Governo da RAEM, nos últimos 20 anos” e a boa colaboração com os serviços públicos locais como principais pilares para o estabelecimento de um “mecanismo de trabalho eficaz”. Shen Beili assegurou que o Comissariado continuará a apoiar o Governo da RAEM nos trabalhos relacionados com as relações externas da região, que deverá estar preparada para agarrar as oportunidades que surgirem no futuro. “Com o apoio do Governo Central, Macau pode aproveitar bem as oportunidades de desenvolvimento e, no futuro, o Comissariado continuará a cumprir as suas funções, cooperando com o Governo da RAEM para se proceder bem aos trabalhos relativos aos assuntos externos de Macau”, pode ler-se na nota do Gabinete de Comunicação Social do Governo. Recorde-se que a questão das relações externas de Macau tem estado na ordem do dia, após a visita do Presidente chinês Xi Jinping no passado mês de Dezembro por ocasião das celebrações dos 20 anos da RAEM, onde os distúrbios sociais que têm assolado Hong Kong nos últimos meses foram referidos por diversas ocasiões por contraponto com a situação de Macau. Há dias, também Zhang Xiaoming, director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado em Pequim, recordou as palavras do Presidente chinês por altura da sua visita à região, através de um artigo divulgado numa publicação do Partido Comunista Chinês, intitulada Qiushi, onde escreveu que existem “forças externas” a tentar penetrar na sociedade de Macau, tal como ocorreu em Hong Kong, sem especificar que tipo de forças externas estão em causa. “Estes comentários feitos pelo secretário-geral Xi Jinping constituíram um golpe para eles e pretendem servir de encorajamento para nós na nossa legítima luta e contra-reacções quando as forças externas estão profundamente envolvidas nos tumultos relacionados com a lei da extradição, tomando parte da questão e manobrando o caos em Hong Kong, e também estão a tentar infiltrar-se em Macau”, escreveu na altura Zhang Xiaoming citado pelo South China Morning Post.
Austrália | Graves incêndios provocam mais uma morte e profundo impacto ambiental Andreia Sofia Silva - 6 Jan 2020 Os incêndios florestais no sudeste da Austrália provocaram no sábado mais um morto, obrigaram à evacuação de milhares de pessoas e causaram “danos consideráveis”, anunciaram ontem as autoridades locais. Agências apontam para a morte de cerca de 500 milhões de animais. Scott Morrison, primeiro-ministro, tem sido duramente criticado pela resposta tardia à crise Com agências [dropcap]C[/dropcap]entenas de propriedades na Austrália têm sido destruídas devido aos fortes incêndios que se têm propagado no país desde Setembro. Um total de 24 pessoas morreram desde essa data na sequência de incêndios florestais, sendo que última morte foi registada este sábado, com o falecimento de um homem por insuficiência cardíaca na zona de Nova Gales do Sul, anunciou a chefe do Governo da região, Gladys Berejiklian. “Estamos em território desconhecido”, afirmou Berejiklian, após um dia marcado por fortes ventos e temperaturas acima dos 40 graus Celcius em três estados. “Nunca vivemos isto antes”, vincou Berejiklian, advertindo: “Muitas aldeias que nunca tinham sido ameaçadas por incêndios florestais estão em perigo de ser completamente destruídas”. Em menos de uma semana, cerca de 500 casas foram destruídas pelas chamas no sudeste do país, na sua maioria em Nova Gales do Sul, elevando para mais de 1.500 o número total de casas destruídas desde Setembro, com prejuízos avaliados em 268 milhões de euros. A oeste de Sydney, no subúrbio de Penrith, os termómetros chegaram aos 48,9 graus Celcius no sábado. A cidade mais populosa da Austrália, com de cinco milhões de habitantes, está a sofrer cortes de energia após duas subestações terem sido destruídas pelo fogo, enquanto as autoridades já pediram aos residentes que restrinjam o consumo de eletricidade. Na capital, Camberra, a temperatura atingiu 44 graus, um valor sem precedentes, segundo um porta-voz do serviço meteorológico australiano. A dimensão dos fogos é tal que o céu da vizinha Nova Zelândia transformou-se num imenso laranja devido ao fumo. Este sábado foi anunciada a evacuação de partes de estados de Victoria e Nova Gales do Sul, na costa sudeste da Austrália. Michael Grainger, da polícia de Victoria, disse mesmo às populações que “se valorizam a segurança têm de partir”. “Nestas circunstâncias, os bens pessoais têm muito, muito pouco valor. São circunstâncias terríveis, que não haja dúvidas”, frisou. As críticas a Morrison O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, cuja postura perante os incêndios tem sido criticada, convocou no sábado três mil militares na reserva para reforçar o combate aos incêndios. De acordo com o The Guardian, o primeiro-ministro australiano também garantiu a criação de kits de apoio para as áreas mais afectadas, além de que vai ponderar o pagamento de uma comissão real “tendo em conta os Estados e os territórios” virada para os agricultores, pequenos comerciantes e “outros que participaram no esforço de reconstrução” após os incêndios. Josh Frydenberg, tesoureiro e membro da Câmara de Deputados australiana, disse que o Governo “está comprometido com tudo o que é necessário e com o mais que seja pedido”. De acordo com a agência Reuters, Morrison tem sido duramente criticado por ter estado de férias no Havai numa altura em que a situação dos fogos piorou, ainda que tenha reduzido o tempo de estadia. O primeiro-ministro falou da ocorrência de uma “quebra nas comunicações” depois de uma queixa apresentada por Shane Fitzsimmons, chefe dos bombeiros de New South Wales, que declarou ter sabido pelos jornais da intenção de Morrison de criar uma nova agência nacional de recuperação de incêndios florestais, o que trouxe confusão na hora de dar resposta à crise. “Senti-me desapontando e frustrado no meio de um dos nossos piores incêndios de que há registo, com deslocações massivas de pessoas e com a necessidade de lidar com condições climatéricas muito más”, disse Fitzsimmons ontem. Por norma, na Austrália, os incêndios são combatidos e geridos a nível local, mas a gravidade da situação levou o primeiro-ministro a equacionar uma resposta nacional com o estabelecimento de uma nova agência. Morrison deixou claro que a criação desta nova entidade não era sinónimo de um mau trabalho desenvolvido até então, uma vez que as agências de combate aos fogos estatais fizeram “um trabalho extraordinário”. Sobre as suas férias no Havai no pico da crise, Morrison pediu desculpa. Ainda assim, muitos locais recusaram cumprimentar o primeiro-ministro esta sexta-feira, quando ele realizou uma visita às cidades mais afectadas pelos fogos. O descontentamento das pessoas afectadas pelos fogos é tão grande que chegou mesmo a ser criada a hashtag #ScottyFromMarketing, que tem sido bastante utilizada nas principais contas de Twitter australianas. Scott Morrison preparava-se para viajar na próxima semana para a Índia em viagem oficial, mas já cancelou a viagem. O primeiro-ministro continua crente na sua continuação no cargo e diz que, por agora, está focado na resolução da crise causada pelos incêndios. “Têm existido muitos comentários, muito criticismo. Tirei o benefício de muitas análises sobre muitos assuntos, mas não me posso distrair com isso”, apontou. Animais em perigo Os fogos têm causado também um enorme impacto na fauna do país, tendo devastado nos últimos meses várias comunidades do mundo animal. Depois de ter sido noticiado que cerca de um terço da população de coalas pode já ter morrido nestes incêndios, os cangurus estão agora também sob ameaça. Agências apontam para a morte de cerca de 500 milhões de animais. Este sábado, um vídeo, divulgado nas redes sociais, pela Warriors for Wildlife, mostra centenas de cangurus a fugirem das chamas na ilha Kangaroo, a 112 quilómetros de Adelaide, no estado da Austrália do Sul – uma das zonas do país que está a ser mais afectada pelos fogos. As condições meteorológicas continuam a não ser favoráveis à resolução da crise, uma vez que no fim-de-semana se registou uma subida das temperaturas e ventos fortes. Na ilha Kangaroo já arderam 100 mil hectares, a maioria no Flinders Chase National Park, onde vivem cerca de 60.000 cangurus e 50.000 coalas. Uma questão ambiental? Os enormes incêndios na Austrália têm também gerado um debate em torno das verdadeiras origens da tragédia. Muitos falam em consequências das alterações climáticas, mas fala-se também da existência de uma “conspiração” por parte de ambientalistas para “fechar” os parques nacionais e evitar acções de prevenção aos incêndios tal como a realização de queimadas e limpezas de florestas. No sábado, citado pelo The Guardian, Scott Morrison disse que “a questão que mais me foi colocada tem sido a gestão das reservas de combustível nos parques nacionais”. “As pessoas que dizem esperar acções ao nível das alterações climáticas” poderiam ser as mesmas pessoas que “não partilham da mesma urgência em lidar com a redução de riscos”. Contido, David Bowman, director de um centro de investigação sobre incêndios da Universidade de Tasmânia, disse que a utilização deste argumento por parte do primeiro-ministro é “ridículo”. “Enquadrar isto como uma questão de redução de riscos de incêndio nos parques nacionais é retórica política preguiçosa”, afirmou.
Austrália | Graves incêndios provocam mais uma morte e profundo impacto ambiental Andreia Sofia Silva - 6 Jan 2020 Os incêndios florestais no sudeste da Austrália provocaram no sábado mais um morto, obrigaram à evacuação de milhares de pessoas e causaram “danos consideráveis”, anunciaram ontem as autoridades locais. Agências apontam para a morte de cerca de 500 milhões de animais. Scott Morrison, primeiro-ministro, tem sido duramente criticado pela resposta tardia à crise Com agências [dropcap]C[/dropcap]entenas de propriedades na Austrália têm sido destruídas devido aos fortes incêndios que se têm propagado no país desde Setembro. Um total de 24 pessoas morreram desde essa data na sequência de incêndios florestais, sendo que última morte foi registada este sábado, com o falecimento de um homem por insuficiência cardíaca na zona de Nova Gales do Sul, anunciou a chefe do Governo da região, Gladys Berejiklian. “Estamos em território desconhecido”, afirmou Berejiklian, após um dia marcado por fortes ventos e temperaturas acima dos 40 graus Celcius em três estados. “Nunca vivemos isto antes”, vincou Berejiklian, advertindo: “Muitas aldeias que nunca tinham sido ameaçadas por incêndios florestais estão em perigo de ser completamente destruídas”. Em menos de uma semana, cerca de 500 casas foram destruídas pelas chamas no sudeste do país, na sua maioria em Nova Gales do Sul, elevando para mais de 1.500 o número total de casas destruídas desde Setembro, com prejuízos avaliados em 268 milhões de euros. A oeste de Sydney, no subúrbio de Penrith, os termómetros chegaram aos 48,9 graus Celcius no sábado. A cidade mais populosa da Austrália, com de cinco milhões de habitantes, está a sofrer cortes de energia após duas subestações terem sido destruídas pelo fogo, enquanto as autoridades já pediram aos residentes que restrinjam o consumo de eletricidade. Na capital, Camberra, a temperatura atingiu 44 graus, um valor sem precedentes, segundo um porta-voz do serviço meteorológico australiano. A dimensão dos fogos é tal que o céu da vizinha Nova Zelândia transformou-se num imenso laranja devido ao fumo. Este sábado foi anunciada a evacuação de partes de estados de Victoria e Nova Gales do Sul, na costa sudeste da Austrália. Michael Grainger, da polícia de Victoria, disse mesmo às populações que “se valorizam a segurança têm de partir”. “Nestas circunstâncias, os bens pessoais têm muito, muito pouco valor. São circunstâncias terríveis, que não haja dúvidas”, frisou. As críticas a Morrison O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, cuja postura perante os incêndios tem sido criticada, convocou no sábado três mil militares na reserva para reforçar o combate aos incêndios. De acordo com o The Guardian, o primeiro-ministro australiano também garantiu a criação de kits de apoio para as áreas mais afectadas, além de que vai ponderar o pagamento de uma comissão real “tendo em conta os Estados e os territórios” virada para os agricultores, pequenos comerciantes e “outros que participaram no esforço de reconstrução” após os incêndios. Josh Frydenberg, tesoureiro e membro da Câmara de Deputados australiana, disse que o Governo “está comprometido com tudo o que é necessário e com o mais que seja pedido”. De acordo com a agência Reuters, Morrison tem sido duramente criticado por ter estado de férias no Havai numa altura em que a situação dos fogos piorou, ainda que tenha reduzido o tempo de estadia. O primeiro-ministro falou da ocorrência de uma “quebra nas comunicações” depois de uma queixa apresentada por Shane Fitzsimmons, chefe dos bombeiros de New South Wales, que declarou ter sabido pelos jornais da intenção de Morrison de criar uma nova agência nacional de recuperação de incêndios florestais, o que trouxe confusão na hora de dar resposta à crise. “Senti-me desapontando e frustrado no meio de um dos nossos piores incêndios de que há registo, com deslocações massivas de pessoas e com a necessidade de lidar com condições climatéricas muito más”, disse Fitzsimmons ontem. Por norma, na Austrália, os incêndios são combatidos e geridos a nível local, mas a gravidade da situação levou o primeiro-ministro a equacionar uma resposta nacional com o estabelecimento de uma nova agência. Morrison deixou claro que a criação desta nova entidade não era sinónimo de um mau trabalho desenvolvido até então, uma vez que as agências de combate aos fogos estatais fizeram “um trabalho extraordinário”. Sobre as suas férias no Havai no pico da crise, Morrison pediu desculpa. Ainda assim, muitos locais recusaram cumprimentar o primeiro-ministro esta sexta-feira, quando ele realizou uma visita às cidades mais afectadas pelos fogos. O descontentamento das pessoas afectadas pelos fogos é tão grande que chegou mesmo a ser criada a hashtag #ScottyFromMarketing, que tem sido bastante utilizada nas principais contas de Twitter australianas. Scott Morrison preparava-se para viajar na próxima semana para a Índia em viagem oficial, mas já cancelou a viagem. O primeiro-ministro continua crente na sua continuação no cargo e diz que, por agora, está focado na resolução da crise causada pelos incêndios. “Têm existido muitos comentários, muito criticismo. Tirei o benefício de muitas análises sobre muitos assuntos, mas não me posso distrair com isso”, apontou. Animais em perigo Os fogos têm causado também um enorme impacto na fauna do país, tendo devastado nos últimos meses várias comunidades do mundo animal. Depois de ter sido noticiado que cerca de um terço da população de coalas pode já ter morrido nestes incêndios, os cangurus estão agora também sob ameaça. Agências apontam para a morte de cerca de 500 milhões de animais. Este sábado, um vídeo, divulgado nas redes sociais, pela Warriors for Wildlife, mostra centenas de cangurus a fugirem das chamas na ilha Kangaroo, a 112 quilómetros de Adelaide, no estado da Austrália do Sul – uma das zonas do país que está a ser mais afectada pelos fogos. As condições meteorológicas continuam a não ser favoráveis à resolução da crise, uma vez que no fim-de-semana se registou uma subida das temperaturas e ventos fortes. Na ilha Kangaroo já arderam 100 mil hectares, a maioria no Flinders Chase National Park, onde vivem cerca de 60.000 cangurus e 50.000 coalas. Uma questão ambiental? Os enormes incêndios na Austrália têm também gerado um debate em torno das verdadeiras origens da tragédia. Muitos falam em consequências das alterações climáticas, mas fala-se também da existência de uma “conspiração” por parte de ambientalistas para “fechar” os parques nacionais e evitar acções de prevenção aos incêndios tal como a realização de queimadas e limpezas de florestas. No sábado, citado pelo The Guardian, Scott Morrison disse que “a questão que mais me foi colocada tem sido a gestão das reservas de combustível nos parques nacionais”. “As pessoas que dizem esperar acções ao nível das alterações climáticas” poderiam ser as mesmas pessoas que “não partilham da mesma urgência em lidar com a redução de riscos”. Contido, David Bowman, director de um centro de investigação sobre incêndios da Universidade de Tasmânia, disse que a utilização deste argumento por parte do primeiro-ministro é “ridículo”. “Enquadrar isto como uma questão de redução de riscos de incêndio nos parques nacionais é retórica política preguiçosa”, afirmou.
O adeus a 2019 Paul Chan Wai Chi - 3 Jan 2020 [dropcap]E[/dropcap]m Hong Kong, 2019 marcou a transição da paz para a turbulência. A forma eficaz de “parar a violência e a curva ascendente de tumultos”, será através da criação de uma comissão de inquérito independente, uma aspiração da maioria dos residentes de Hong Kong, e não através do estabelecimento de um “comité de análise independente”. Mas porque é que a criação desta comissão de inquérito parece gerar tantos receios? Se estes problemas forem ultrapassados, os tumultos em que Hong Kong se encontra imerso irão acabando, as relações entre a polícia e a população vão melhorar e vai ser possível amenizar as clivagens sociais. As situações devem ser consideradas no seu todo, quem não consegue ter um perspectiva geral dos acontecimentos não merece ser líder de Hong Kong. E em Macau, que balanço podemos fazer? A cidade acabou de celebrar o 20º aniversário do estabelecimento da RAEM e o Presidente Xi Jinping passou aqui três dias, durante os quais efectou diversas visitas e presidiu à cerimónia da tomada de posse do V Governo. Numa primeira análise, Macau apresenta-se próspero e estável, tendo sido louvado como um modelo do princípio “Um país, dois sistemas”, mas, na realidade, subsistem muitos problemas por resolver. Mesmo antes da vinda do Presidente Xi, a classificação da agência de crédito Fitch Group sobre Macau passou de “estável” a “negativa”. A classificação baixou devido à erosão da autonomia do Governo da RAEM na cena política, à continuada perda de receitas da indústria do jogo, das quais o Governo local depende em larga escala, e à crescente ligação económica, financeira e sócio-política à China continental. Durante a visita de três dias do Presidente Xi a Macau, considerou-se que o controlo de segurança tinha sido efectuado com sucesso, porque todos os seus encontros e percursos tinham sido cuidadosamente verificados e preparados com antecedência. O controlo de segurança é necessário sem sombra de dúvida, mas isolar o Presidente da população retira-lhe a oportunidade de ter contacto com a realidadede. Por essa altura, vi uma foto tirada em frente ao Largo do Senado, que estava a circular online. Na foto, vê-se uma pessoa que parece ser o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, vestido informalmente, com diversos homens à sua volta a andar em direcção à Praia Grande. Depois de ter visto esta imagem, lembrei-me de um artigo intitulado “Após regressar a Xingyi, tive saudades de Hu Yaobang”, escrito em 2010 pelo antigo Primeiro Ministro da China, Wen Jiabao. No artigo, Wen falava dos ensinamentos de Hu Yaobang, que defendia que os líderes e os quadros superiores devem ir ao encontro das bases, para, pessoalmente “experienciarem e observarem as dificuldades do povo, escutar a sua voz e conhecer em primeira mão a sua realidade”. O maior risco que qualquer líder corre é distanciar-se da realidade. Em lugar algum do mundo existem controlos de segurança 100% eficazes. A calma e harmonia que o Presidente Xi testemunhou em Macau deriva do facto de a maioria dos residentes da cidade não ter qualquer intenção de se manifestar contra ele, isto, para lá dos múltiplos controlos de segurança implementados. Em relação à situação actual de Macau, não se vislumbra qualquer possibilidade de mudança, “as coisas são como são”. Os novos líderes da RAEM, que tomaram posse em Dezembro de 2019, são no seu conjunto um grupo de novos dirigentes designados para os cargos de Secretários e membros do Conselho Executivo. No entanto, uma renovação das equipas não significa necessariamente um estilo novo de administração, o qual depende das competências e da experiência dos seus elementos. Experimentar novas jogadas com uma certa relutância pode ter efeitos adversos. Apesar de tudo, Macau tem recursos escassos e poucos técnicos qualificados e continua a depender das receitas do jogo e do turismo. A cultura social assente na tradição ancestral das múltiplas associações locais, moldou uma certa morfologia social e travou o desenvolvimento. Num local sem competitividade como Macau, a inacção é a escolha mais fácil. Para me despedir de 2019, decidi desfazer-me de muitas coisas. Enquanto arrumava, deparei-me um um artigo retirado do Hong Kong Economic Journal, datado de 12 de Janeiro de 2019, que fazia uma previsão da situação de Hong Kong para esse ano, a partir da perspectiva do “Yi Jing” (“O Livro das Mudanças” – um clássico da antiga filosofia chinesa). Embora seja cristão, tenho um profundo interesse pela filosofia tradicional chinesa. Após uma análise das normas sociais e da natureza humana, o artigo concluia que “Não nos devemos impôr aos acontecimentos”. Quando fazemos algo, devemos primeiro avaliar a situação, analisar os prós e os contras, não agir de forma precipitada, de forma a termos campo de manobra”. Hong Kong e Macau têm de ter noção dos seus posicionamenros, vantagens e limitações. É preciso aprender com os mais fortes para contrabalançar as nossas fraquezas, de forma a invocar a sorte e esconjurar o infortúnio. Quanto ao que espera as duas cidades em 2020, apenas posso dizer que vai depender da forma como os seus dirigentes souberem conduzir os actuais acontecimentos.
Costa Malheiro – Meteorologista em quatro continentes Olavo Rasquinho - 3 Jan 2020 [dropcap]E[/dropcap]stou certo que muitos dos portugueses que vivem ou viveram em Macau nos primeiros seis anos da década de noventa do século passado se lembram da figura popular que foi o director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), António Pedro Fernandes da Costa Malheiro. Costa Malheiro, a quem podemos apelidar de um verdadeiro meteorologista dos quatro costados, desenvolveu a sua atividade profissional em quatro continentes. Homem de grande honestidade, competência, dinamismo e capacidade de trabalho, pai de seis filhos, foi não só uma figura popular da meteorologia, mas também um cidadão de mão-cheia que se dedicou a outras actividades como autarca no bairro onde vivia, Olivais (onde nasceu em 10 de julho de 1933), contribuindo para que muitos jovens ocupassem os tempos livres a praticar desporto, encaminhando-os para uma vida mais sã do que eventualmente seguiriam se não se dedicassem a esta actividade. Com muita dignidade e competência desempenhou altas funções em Portugal, Brasil e Macau, onde pelo seu dinamismo e simpatia granjeou numerosos amigos entre os colegas, instruendos e pessoal sob a sua direcção. Antes, ainda muito jovem, desempenhou funções de meteorologista em Angola, onde se familiarizou com a meteorologia tropical, o que lhe viria a ser muito útil mais tarde, como professor de meteorologia no Brasil. Em Portugal as funções mais relevantes que desempenhou foram as de instrutor de meteorologia, em estágios no Serviço Meteorológico Nacional (SMN), juntamente com o Professor Pinto Peixoto (mundialmente conhecido nas áreas da meteorologia e Climatologia), de coordenador da Divisão de Instrução e de Chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG). Mais tarde, após o regresso de Macau, foi presidente do Instituto de Meteorologia (1996-1998), lugar que ocupou por mérito e não por qualquer influência político-partidária. Na Divisão de Instrução do INMG desenvolveu actividade meritória pondo em prática as recomendações da Organização Meteorológica Mundial (OMM) no que se refere aos curricula para a formação de profissionais de meteorologia. O nível atingido na preparação do pessoal foi tal que alguns colegas, com um certo ar jocoso, se referiam àquela divisão como a “Universidade do Malheiro”. Com pouco mais de trinta anos foi contratado como perito da OMM para lançar o Curso de Meteorologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Brasil, onde foi docente de 1967 a 1973. Neste último ano, em sua homenagem, uma das salas desta universidade foi designada com o seu nome. Após o seu regresso do Brasil foi um popular apresentador do Boletim Meteorológico na RTP, tendo colaborado com esta estação durante alguns anos. Como director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau, o penúltimo sob administração portuguesa, de 1991 a 1996, teve papel preponderante na modernização destes serviços, apetrechando-os de equipamento moderno e preparando o pessoal para a transição do território para a administração chinesa. Também em Macau, já após o seu falecimento, foi alvo de uma homenagem com o descerramento de uma placa numa sala dos SMG a que foi dado o seu nome. Durante a sua vigência como diretor dos SMG desenvolveu grande actividade no sentido de que Macau fosse admitido como membro de pleno direito do Comité dos Tufões (ESCAP/WMO Typhoon Committee – organização intergovernamental cuja atividade se desenrola no sentido de minimizar as consequências dos ciclones tropicais no noroeste do Pacífico e Mar do Sul da China), em 1992, e território membro da OMM, em 1996. Foi presidente do Comité dos Tufões durante o ano 1995. Tendo havido decisão irrevogável do Governo de Macau de construir de raiz o Museu de Macau no local das instalações da antiga sede dos SMG, na Fortaleza do Monte, Costa Malheiro foi intransigente na negociação, exigindo como contrapartida a construção de um edifício moderno e bem apetrechado na Ilha da Taipa, inaugurado em 1996. Costa Malheiro, enquanto director dos SMG usufruiu de grande prestígio no meio da meteorologia não só em Macau e China, mas também nos outros países e regiões membros do Comité dos Tufões (catorze ao todo – Camboja, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Estados Unidos da América, Filipinas, Hong Kong, Japão, Laos, Macau, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname). Por onde passou desenvolveu actividade merecedora do reconhecimento do pessoal com quem trabalhou, tendo sido alvo de homenagens que ficaram para sempre a marcar a sua presença. Para ilustrar a faceta humana de Costa Malheiro relembro o conselho que me deu quando me apresentou, como subdirector, ao pessoal dos SMG: “quando cumprimentares o pessoal começa por apertares a mão ao pessoal menos classificado profissionalmente”. Devido à sua contribuição para a meteorologia e à obra em prol dos jovens de Olivais, a Câmara de Lisboa atribuiu o seu nome a uma rua da capital, conforme o Edital da edilidade de Lisboa de 26/12/2001. Nesta ocasião, em que se celebraram recentemente os vinte anos da integração de Macau na China, é de toda a justiça relembrar Costa Malheiro, que muito contribuiu para o prestígio internacional de Macau na área da meteorologia.
Sabino Osório Lei, piloto que saltou dos videojogos para as corridas reais Sérgio Fonseca - 3 Jan 2020 [dropcap]N[/dropcap]um período em que o automobilismo de Macau precisa urgentemente de se renovar, a presença de “sangue novo” nas grelhas de partida é sempre bem-vinda. A presença do estreante Sabino Osório Lei em 2019 foi mais uma refrescante adição às provas locais, um piloto que praticamente saiu directo dos simuladores para as corridas a sério. O piloto macaense debutou no automobilismo apenas na temporada transacta, tendo como experiência anterior nos desportos motorizados algumas participações em eventos de karting na China Continental e um curto teste num Fórmula 4. Contudo, Sabino conta com um vasto currículo nas provas de simuladores, incluindo um segundo lugar nas qualificações da “Esports WTCR OSCARO Asia/Oceania” e a vitória num China Sim Challenge. Depois de ter conseguido o apuramento nas duas provas do Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS), em Zhaoqing, com resultados prometedores, a estreia “a doer” de Sabino no Circuito da Guia também não desapontou. “Foi fantástico para mim, porque foi a primeira vez no Grande Prémio de Macau e finalmente pude sentir a diferença entre a competição real e o ‘sim racing’…”, explicou ao HM o piloto que tripulou um Volkswagen Golf GTI TCR da equipa local SLM Racing Team. Sobre a passagem do mundo virtual para o mundo real, Sabino destaca que “a concentração é totalmente diferente”, o que obriga a outro tipo de abordagem. “Tens que manter a tua mente limpa e concentrares-te em tudo o que se passa em pista. O que quero dizer é que não difícil conduzir, mas a parte da ‘concentração total’ requer algum tempo”. Em termos desportivos, Sabino qualificou-se na décima segunda posição da grelha de partida da Taça de Carros de Turismo de Macau, posição em que terminou a corrida, classificando-se no nono lugar entre os concorrentes da classe “1950cc e Superior”. Este resultado esteve em concordância com os seus objectivos para o evento mais importante da temporada, pois “a minha missão era terminar nos dez primeiros, portanto fiquei satisfeito com o resultado obtido”. Olhar para fora Tal como a maioria dos pilotos do território, Sabino ainda não tem a próxima temporada definida, no entanto, está praticamente certo que deverá voltar ao MTCS e ao Grande Prémio de Macau em Novembro. Tentar algo além-fronteiras também não está descartado. “Ainda estou a planear, mas se possível, talvez farei algumas corridas do TCSA, GT Asia, ou TCR Asia”, afirmou. O piloto que continua activo nas provas de simuladores não esconde um desejo para o futuro: “Eu espero que o AAMC adicione mais corridas ao Grande Prémio, porque gostava de me juntar a uma daquelas corridas de troféus monomarca ou algo parecido em que a competição é mais renhida. Como sabem, a Taça de Carros de Turismo de Macau não é realmente divertida porque existem grandes diferenças entre os carros 1950cc e 1600cc Turbo. Tenho esperanças de ver uma competição com carros com andamentos mais próximos.”
Síntese passiva III António de Castro Caeiro - 3 Jan 2020 [dropcap]O[/dropcap]s manuscritos de investigação (“Forschungsmanuskripte”) de Husserl constituem a esmagadora maioria do seu legado filosófico à humanidade. O que publicou durante a sua vida, é a ponta do Iceberg da sua actividade produtiva. Husserl pensava a escrever. Escrevia em estenografia, uma forma de escrita rápida, taquigrafia, que procurava acompanhar a rapidez do pensamento com a “pena”. Escrevia tanto que uma das incumbências dos seus assistentes era o de encontrar no meio dos papéis o que tinha escrito sobre os temas recorrerentes: “tempo”, “redução”, “filosofia”, “mundo da vida”, “experiência”, “vivência”, etc. Quando os escritos são levados para Louvaina, é preciso um camião para os levar. Se pensarmos que em cada página escrita em estenografia estão muitas páginas em escrita normal e por maioria de razão muitas mais páginas impressas, não é difícil de compreender porque razão ainda hoje, volvidos mais de 80 anos após a sua morte, os escritos de Husserl estão ainda a ser publicados. Neles encontramos muitas páginas, em que Husserl procura fazer o acompanhamento dos momentos de transição entre estados de consciência descontínuos. A tentativa deste acompanhamento é artificial à primeira vista. Pelo menos, requer que se monte um aparato teórico. Tentemos perceber o que está envolvido nesta tentativa de acompanhamento, em que se procura dar conta ou perceber o que acontece quando se passa de um momento de consciência X para um momento de consciência Y. X vem depois de W. Y antecipa Z. W, X, Y, Z são momentos da consciência que podem ser apreendidos num ápice, num instante, num só momento de tempo, num flash! E, contudo, nessa cristalização que fixa, congela e paralisa, o conteúdo fixado, congelado e paralisado é uma sequência: X, Y em que X e Z estão esbatidos mas estão anexados ou mantidos em associação de algum modo, como Husserl diz tecnicamente: Y retém ainda e mantém anexado X. X associa, faz lembrar, cria o prospecto de Y. X e Y, na verdade qualquer momento de tempo isolado tem esta possibilidade relacional constitutiva, não é uma substância. É uma relação “pros ti”, como Simplício bem viu com olhar clínico em Aristóteles. Isto é, todo e qualquer instante no tempo não é nem em si nem absoluto (absolvido do anterior e do ulterior, por exemplo, não será nunca, porque seria sem antes e sem depois). Qualquer instante é sempre constituído por relação com o anterior que foi mesmo há pouco mas não é já e com o seguinte que não é ainda. Todo e qualquer instante é um istmo entre duas negatividades, duas negações da realidade: o passado que, por mais breve que tenha sido a sua cessação não é já e um futuro que por mais iminente que seja, não é ainda. O que é agora mesmo e está a acontecer, a dar-se, a efectuar-se, a efectivar-se, actualmente continuamente a acionar-se na realidade, existe entre um não já e um não ainda. Ora bem, onde é que nós nos encontramos para “compreendermos” esta sequência de “não’s” e de “sim’s”? Pairamos em suspenso sobre a realidade? A representação geográfico do olhar de cima para baixo permite ver à esquerda os não’s do passado que já não são e à direita os não’s do futuro que ainda não são. Como na escola se desenhava o eixo das abcissas no quadro e o menos infinito era à esquerda e o mais infinito era à direita. Então, o instante presente tende para o grau zero. Mas do ponto de vista temporal, a coisa é diferente e altera-se na sua forma. Quantos minutos passaram depois de eu ter escrito “Tentemos perceber o que está envolvido nesta tentativa de acompanhamento, em que se procura dar conta ou perceber o que acontece quando se passa de um momento de consciência X para um momento de consciência Y”? Há momentos que a antecedem e se esfumam. Não se sabe bem o que estava a passar-se na realidade, embora eu consiga ainda invocar o cheiro a pão torrado e a café, o ruído dos aviões a esta hora do dia com muito tráfego aério, mas também que tinha pensado ir treinar e desisti porque tinha coisas para fazer e podia ir ao meio dia, que tinha coisas para ler, mas a crónica era uma prioridade, que tinha antecipado o fim de semana antes de ter antecipado o fim de ano. Momentos houve depois de a ter escrito em que a realidade está fixa em protocolo: todas as frases que escrevi, mas também todos os pensamentos que tive, o mal estar do corpo porque está muito frio nesta manhã de Dezembro, debati-me com formulações e pensamentos sobre como o dia se ia processar e como tenho de ver exames e dar notas, que tenho de puxar persiana (Deus meu: perdi uns bons 30 segundos à procura da palavra “persiana”. Ia escrever só: janela. Mas ninguém puxa janelas). Estamos continuamente a entrar para dentro da “bola de sabão” universal do momento de tempo presente que de cada vez tem a forma do X, do Y, ou do Z, mas que nos envolve também a nós. Sou eu e X, sou eu e Y, sou eu e Z, sou eu e X e Y e Z e nunca a apenas eu e X+eu e Y+eu e Z como se avançasse aos solavancos, e quando X, Y e Z é uma sequência fixa num ápice, tratasse de um lapso de tempo que também me faz escorregar, também me transfigura, me distende, me metamorfoseia de algum modo. Eu tenho de estar distribuído temporalmente por X, Y e Z para perceber que vejo X e Y e Z e que de cada vez que vejo um momento há momentos que não estão lá na realidade mas que eu “faço ser”, que eu “dou como feitos”, que eu “ponho lá”. Quando eu vejo X, não está lá W, mas W tem de lá estar mesmo que seja “absolutamente indeterminado”. O “absolutamente indeterminado” só quer dizer que eu não sei como vim ali parar, quem me trouxe, quem eu sou, o que fiz, onde estou, que horas são, que dia da semana, do mês, que ano, que lugar, local, sítio, país, etc., etc.. Mas é determinável em absoluto. Quando eu me fixo em Y, X está lá copresente em anexo e retido mas não existe já, eu já não consigo fotografar X. Nem ainda Z, que está a aí a rebenter mas não entrou ainda em acção e pode nem sequer entrar, como aqueles jogadores que o treinador chama para substituírem um colega, aquecem e depois voltam a vestir o fato de treino e a sentarem-se no banco. Não entram. Esta dinâmica entre efectivamente real e efectivamente não real, já não e ainda não, é abrangido por nós. Quer dizer nós não estamos esgotados só no momento que nos absorve, de algum modo pairamos em extase estendidos pelo tempo passado há pouco mas não já e pelo tempo futuro daqui a nada mas não ainda. O eu não é um ponto, a consciência não é estigmática, não é uma perspectiva, mas é este existir, sair para fora de si distendio no tempo entre o passado há pouco que de facto vê mas não realidade já não é e o futuro daqui a nada que está já a prometer ou a ameaçar ou a deixar-nos indiferentes por ser neutro de promessas e ameaças mas que “na realidade” não “é”.
Coreia do Norte | Kim ameaça retomar testes de mísseis atómicos e intercontinentais Hoje Macau - 3 Jan 2020 O líder norte-coreano, Kim Jong-un, ameaçou retomar os testes de mísseis nucleares e de longo alcance, suspensos durante as negociações com os Estados Unidos da América (EUA), revelando que em breve vai ser implantada uma “nova arma estratégica” [dropcap]N[/dropcap]o âmbito da quinta reunião plenária do atual Comité Central do Partido dos Trabalhadores, Kim Jong-un disse que não há razão para preservar a medida activada desde 2018 por Pyongyang sobre o teste de armas de destruição em massa, considerando que houve uma falta de propostas por parte Washington. As palavras do líder norte-coreano, reproduzidas pela agência estatal KCNA, representam um grande revés nas negociações sobre desnuclearização. Apesar de ameaçar retomar os testes de mísseis atómicos e intercontinentais, Kim Jong-un deixou uma porta aberta para o diálogo, referindo que o aumento da capacidade nuclear de Pyongyang fica dependente da “atitude futura dos EUA” para com a Coreia do Norte. Este ano, o líder norte-coreano optou por não fazer um discurso de ano novo, mas publicou uma mensagem na página da assembleia. Na mensagem, Kim disse que Washington respondeu à moratória do regime com exercícios militares realizados em conjunto com Seul, capital da Coreia do Sul, e com novas sanções. “Sob tais condições, já não há base para nós no que se refere a manter este compromisso unilateral [de suspender os testes de armas] durante mais tempo”, assegurou Kim Jong-un, dirigindo-se às elites do partido norte-coreano. “Os actos hostis e a ameaça nuclear contra nós estão aumentando”, advertiu o líder norte-coreano, segundo a agência estatal KCNA, afirmando que “o mundo testemunhará uma nova arma estratégica que estará na posse da República Popular Democrática da Coreia (nome oficial do país) num futuro próximo”. Com a “nova arma estratégica”, Kim referia-se, provavelmente, a um novo tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM). Recentemente, o regime norte-coreano realizou dois testes que podem ser novos motores para o ICBM. Dar uma chance O secretário de Estado norte-americano disse que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com a Coreia do Norte, depois de Pyongyang ter anunciado o fim da moratória sobre ensaios nucleares e de mísseis balísticos. “Precisamos de saber o que Kim [Jong-un] disse especificamente nessas observações”, apontou na terça-feira Mike Pompeo, em entrevista à cadeia televisiva CBS, após o anúncio do líder da Coreia do Norte tornado público pela agência de notícias oficial norte-coreana, KCNA. Ainda assim, o chefe da diplomacia norte-americana sublinhou que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com Pyongyang. “Queremos deixar em aberto a possibilidade de o líder da Coreia do Norte fazer a melhor escolha, tanto para ele quanto para o seu povo”, acrescentou. Pyongyang declarou uma moratória autoimposta a testes nucleares e lançamentos do ICBM em Abril de 2018, um gesto que ajudou a convocar a primeira cúpula entre Kim Jong-un e o Presidente dos EUA, Donald Trump, em Singapura. Na reunião realizada em Junho de 2018, os dois países comprometeram-se a “trabalhar pela desnuclearização da península coreana”. No entanto, durante 2019, Pyongyang sublinhou a sua impaciência pela falta de avanços substanciais reais desde a reunião realizada há um ano e meio. O regime, enfatizou, nos últimos meses que deu à Casa Branca até o final do ano de 2019 para trazer novas propostas à mesa de negociações.
Coreia do Norte | Kim ameaça retomar testes de mísseis atómicos e intercontinentais Hoje Macau - 3 Jan 2020 O líder norte-coreano, Kim Jong-un, ameaçou retomar os testes de mísseis nucleares e de longo alcance, suspensos durante as negociações com os Estados Unidos da América (EUA), revelando que em breve vai ser implantada uma “nova arma estratégica” [dropcap]N[/dropcap]o âmbito da quinta reunião plenária do atual Comité Central do Partido dos Trabalhadores, Kim Jong-un disse que não há razão para preservar a medida activada desde 2018 por Pyongyang sobre o teste de armas de destruição em massa, considerando que houve uma falta de propostas por parte Washington. As palavras do líder norte-coreano, reproduzidas pela agência estatal KCNA, representam um grande revés nas negociações sobre desnuclearização. Apesar de ameaçar retomar os testes de mísseis atómicos e intercontinentais, Kim Jong-un deixou uma porta aberta para o diálogo, referindo que o aumento da capacidade nuclear de Pyongyang fica dependente da “atitude futura dos EUA” para com a Coreia do Norte. Este ano, o líder norte-coreano optou por não fazer um discurso de ano novo, mas publicou uma mensagem na página da assembleia. Na mensagem, Kim disse que Washington respondeu à moratória do regime com exercícios militares realizados em conjunto com Seul, capital da Coreia do Sul, e com novas sanções. “Sob tais condições, já não há base para nós no que se refere a manter este compromisso unilateral [de suspender os testes de armas] durante mais tempo”, assegurou Kim Jong-un, dirigindo-se às elites do partido norte-coreano. “Os actos hostis e a ameaça nuclear contra nós estão aumentando”, advertiu o líder norte-coreano, segundo a agência estatal KCNA, afirmando que “o mundo testemunhará uma nova arma estratégica que estará na posse da República Popular Democrática da Coreia (nome oficial do país) num futuro próximo”. Com a “nova arma estratégica”, Kim referia-se, provavelmente, a um novo tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM). Recentemente, o regime norte-coreano realizou dois testes que podem ser novos motores para o ICBM. Dar uma chance O secretário de Estado norte-americano disse que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com a Coreia do Norte, depois de Pyongyang ter anunciado o fim da moratória sobre ensaios nucleares e de mísseis balísticos. “Precisamos de saber o que Kim [Jong-un] disse especificamente nessas observações”, apontou na terça-feira Mike Pompeo, em entrevista à cadeia televisiva CBS, após o anúncio do líder da Coreia do Norte tornado público pela agência de notícias oficial norte-coreana, KCNA. Ainda assim, o chefe da diplomacia norte-americana sublinhou que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com Pyongyang. “Queremos deixar em aberto a possibilidade de o líder da Coreia do Norte fazer a melhor escolha, tanto para ele quanto para o seu povo”, acrescentou. Pyongyang declarou uma moratória autoimposta a testes nucleares e lançamentos do ICBM em Abril de 2018, um gesto que ajudou a convocar a primeira cúpula entre Kim Jong-un e o Presidente dos EUA, Donald Trump, em Singapura. Na reunião realizada em Junho de 2018, os dois países comprometeram-se a “trabalhar pela desnuclearização da península coreana”. No entanto, durante 2019, Pyongyang sublinhou a sua impaciência pela falta de avanços substanciais reais desde a reunião realizada há um ano e meio. O regime, enfatizou, nos últimos meses que deu à Casa Branca até o final do ano de 2019 para trazer novas propostas à mesa de negociações.
Marilyn Manson estreia-se em concerto em Hong Kong João Luz - 3 Jan 2020 [dropcap]Q[/dropcap]uase 30 anos depois da formação de Marilyn Manson & the Spooky Kids, o projecto inicial que apresentaria ao mundo uma das figuras mais chocantes do mundo do rock, Marilyn Manson anuncia um concerto em Hong Kong. O veterano apresenta-se ao vivo pela primeira vez na região vizinha no dia 18 de Março, no Hall 10 da AsiaWorld-Expo. Os bilhetes estão à venda há sensivelmente uma semana e custam 898 HKD. Com uma dezena de discos de originais na bagagem, os últimos concertos da digressão norte-americana de Marilyn Manson, que terminou em Novembro, tiveram alinhamentos muito focados nos discos mais populares do músico: “Antichrist Superstar”, de 1996, e “Mechanical Animals” de 1998. Com uma carreira longa, Manson continua a gerar controvérsia devido às imagens e discursos anti-religiosos, frequentes referências a uma vida de deboche, sexo e drogas, que ainda se vislumbram no último videoclip do músico “God’s Gonna Cut You Down”, uma versão de Johnny Cash. No vídeo, Marilyn Manson brinca com crucifixos e uma caçadeira e é enterrado vivo. Tudo situações naturais no imaginário do artista, que frequentemente, ao longo dos anos, teve grupos religiosos a protestar à porta dos seus concertos. Semanas depois do lançamento da versão da música de Johnny Cash, Marilyn Manson divulgou outra adaptação, desta feita do clássico dos The Doors “The End”. O hino imortalizado por Jim Morrison conhece assim uma nova textura, mais sinistra e assombrosa, com vocalizações roucas e um trecho em spoken word. Adorado e odiado Apesar da imensa legião de fãs em todo o mundo, Marilyn Manson tem angariado muitos inimigos. Uma das razões mais infames foi a moralista ligação entre o conteúdo violento das suas letras e o massacre de Columbine, uma vez que Eric Harris e Dylan Klebold eram assumidos fãs do músico. Importa recordar que em Abril de 1999, Harris e Klebold entraram no liceu onde estudavam e assassinaram 13 pessoas e deixaram feridas outras 24 antes de tomarem a própria vida. Imediatamente após o massacre, muitos grupos e membros de movimentos religiosos apontaram o dedo a Marilyn Manson como a fonte de inspiração para o massacre de Columbine. Inclusive, correu o boato que os dois jovens estariam a usar t-shirts da banda durante a chacina algo que, apesar de ter sido desmentido pelas autoridades, não acalmou a ira dos grupos religiosos e de algumas facções políticas mais conservadoras. A pressão levou mesmo a banda a cancelar os últimos concertos da tour americana, em respeito pelas vítimas e as suas famílias. Passados um par de dias dos cancelamentos, um sempre eloquente Marilyn Manson publicou um artigo de opinião na revista Rolling Stone a apontar o dedo à cultura de armas dos Estados Unidos, à influência política da National Rifle Association e à cobertura irresponsável dos meios de comunicação social que preferem encontrar bodes expiatórios a debater assuntos de relevo social. Esta foi uma das muitas batalhas mediáticas que Marilyn Manson travou, um músico que nunca fugiu às consequências do choque que a sua figura provoca. O música norte-americano chega daqui a três meses, apetece dizer tarde demais, a um palco de Hong Kong.
Festival Fringe | Espectáculos ganham duas datas adicionais Hoje Macau - 3 Jan 2020 Devido à procura de bilhetes, o Instituto Cultural decidiu adicionar duas datas aos espectáculos “Encontro para Jantar Binaural” e “Guia da Propriedade na Casa de Lou Kau”, marcadas para 10 e 15 de Janeiro, respectivamente. Os dois espectáculos integram a agenda do Festival Fringe, que acontece entre os dias 10 e 19 deste mês [dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) decidiu criar duas datas adicionais para dois espectáculos da 19ª edição do Festival Fringe, que acontece entre os dias 10 e 19 deste mês, uma vez que a procura pelos bilhetes tem sido muita. De acordo com um comunicado oficial, o espectáculo “Encontro para Jantar Binaural” ganha a data adicional de 10 de Janeiro, pelas 21h, estando a data original marcada para os dias 11 e 12. Já o espectáculo multimédia “Guia da Propriedade na Casa de Lou Kau”, de Jay Lei e Shuk Man Lee acontece também a 15 de Janeiro pelas 19h30, com as datas originais a 16 e 17 de Janeiro. Os bilhetes para estes dois espectáculos começaram a ser vendidos em Dezembro e já tinham esgotado. Os ingressos para as duas datas adicionais encontram-se à venda desde ontem. Com um programa composto por 17 espectáculos e mais 13 actividades de extensão, que prometem levar o público a “vários lugares e a viajar pelas ruas e bairros de Macau, desfrutando de uma jornada plena de fantasia”, o Fringe tem tido enorme procura, uma vez que “os bilhetes disponíveis para alguns espectáculos já são limitados”. Novidades na 19ª edição Este ano o festival integra a série especial “Crème de la Fringe” com dois subtemas: “On Site” e “Festival de Teatro de Marionetas e Objectos em Coloane”. O primeiro apresenta três espectáculos de dança, intitulados “ImprovFlashMob”, “Viajante do Corpo” e “Um Passo para o Teatro: Chama Apagada”, bem como um workshop de dança e uma sessão de partilha. O IC explica, em comunicado, que “da rua para o teatro os artistas usarão os seus corpos para apresentar diferentes possibilidades, permitindo o público experimentar de perto o poder do movimento físico”. Por sua vez, o “Festival de Teatro de Marionetas e Objectos em Coloane” contará com três espectáculos, com os nomes “Fragile”, “Mercado de Estórias” e “Caminhada Nocturna: Porquê?”. Nestas actuações, “artistas de Macau, Taiwan e Canadá trazem a Coloane as formas diferentes de teatro e workshops de marionetas contemporâneas, explorando as potencialidades do teatro visual oriental e ocidental, e combinando iluminação, criativas misturas de som e marionetas multimédia com histórias originais de Coloane, um lugar onde as pessoas e a natureza ainda vivem em harmonia”. O programa do Fringe inclui ainda o espectáculo “Caleidoscópio em Movimento”, do grupo Stella e Artistas, um trabalho interdisciplinar que mistura dança, projecção e elementos digitais. “Corpos, tempo e espaços, memórias, luzes e sombras entrelaçam-se, fundindo-se num caleidoscópio deslumbrante, criando efeitos visuais subtis e estimulando a imaginação desenfreada do público”, descreve o IC. Na co-produção “Vestindo as Minhas Histórias por Contar”, do grupo teatral Soda-City Experimental Workshop Arts Association e da Associação de Desenvolvimento Comunitário Artistry of Wind Box, “os artistas transmitem os seus sentimentos através de vestuário e incentivam o público a abraçar novamente memórias há muito enterradas, entregando-se a reminiscências com uma gama de vestuário”, explica o IC. Os espectáculos de matriz portuguesa também fazem parte do cartaz do Fringe para este ano. Exemplo disso é “Era uma vez em Macau” (Once upon a time in Macao), desenvolvido pela Casa de Portugal em Macau, e que sobe aos palcos no dia 11 de Jneiro, na Fortaleza do Monte, e no dia seguinte no Jardim Camões.
Festival Fringe | Espectáculos ganham duas datas adicionais Hoje Macau - 3 Jan 2020 Devido à procura de bilhetes, o Instituto Cultural decidiu adicionar duas datas aos espectáculos “Encontro para Jantar Binaural” e “Guia da Propriedade na Casa de Lou Kau”, marcadas para 10 e 15 de Janeiro, respectivamente. Os dois espectáculos integram a agenda do Festival Fringe, que acontece entre os dias 10 e 19 deste mês [dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) decidiu criar duas datas adicionais para dois espectáculos da 19ª edição do Festival Fringe, que acontece entre os dias 10 e 19 deste mês, uma vez que a procura pelos bilhetes tem sido muita. De acordo com um comunicado oficial, o espectáculo “Encontro para Jantar Binaural” ganha a data adicional de 10 de Janeiro, pelas 21h, estando a data original marcada para os dias 11 e 12. Já o espectáculo multimédia “Guia da Propriedade na Casa de Lou Kau”, de Jay Lei e Shuk Man Lee acontece também a 15 de Janeiro pelas 19h30, com as datas originais a 16 e 17 de Janeiro. Os bilhetes para estes dois espectáculos começaram a ser vendidos em Dezembro e já tinham esgotado. Os ingressos para as duas datas adicionais encontram-se à venda desde ontem. Com um programa composto por 17 espectáculos e mais 13 actividades de extensão, que prometem levar o público a “vários lugares e a viajar pelas ruas e bairros de Macau, desfrutando de uma jornada plena de fantasia”, o Fringe tem tido enorme procura, uma vez que “os bilhetes disponíveis para alguns espectáculos já são limitados”. Novidades na 19ª edição Este ano o festival integra a série especial “Crème de la Fringe” com dois subtemas: “On Site” e “Festival de Teatro de Marionetas e Objectos em Coloane”. O primeiro apresenta três espectáculos de dança, intitulados “ImprovFlashMob”, “Viajante do Corpo” e “Um Passo para o Teatro: Chama Apagada”, bem como um workshop de dança e uma sessão de partilha. O IC explica, em comunicado, que “da rua para o teatro os artistas usarão os seus corpos para apresentar diferentes possibilidades, permitindo o público experimentar de perto o poder do movimento físico”. Por sua vez, o “Festival de Teatro de Marionetas e Objectos em Coloane” contará com três espectáculos, com os nomes “Fragile”, “Mercado de Estórias” e “Caminhada Nocturna: Porquê?”. Nestas actuações, “artistas de Macau, Taiwan e Canadá trazem a Coloane as formas diferentes de teatro e workshops de marionetas contemporâneas, explorando as potencialidades do teatro visual oriental e ocidental, e combinando iluminação, criativas misturas de som e marionetas multimédia com histórias originais de Coloane, um lugar onde as pessoas e a natureza ainda vivem em harmonia”. O programa do Fringe inclui ainda o espectáculo “Caleidoscópio em Movimento”, do grupo Stella e Artistas, um trabalho interdisciplinar que mistura dança, projecção e elementos digitais. “Corpos, tempo e espaços, memórias, luzes e sombras entrelaçam-se, fundindo-se num caleidoscópio deslumbrante, criando efeitos visuais subtis e estimulando a imaginação desenfreada do público”, descreve o IC. Na co-produção “Vestindo as Minhas Histórias por Contar”, do grupo teatral Soda-City Experimental Workshop Arts Association e da Associação de Desenvolvimento Comunitário Artistry of Wind Box, “os artistas transmitem os seus sentimentos através de vestuário e incentivam o público a abraçar novamente memórias há muito enterradas, entregando-se a reminiscências com uma gama de vestuário”, explica o IC. Os espectáculos de matriz portuguesa também fazem parte do cartaz do Fringe para este ano. Exemplo disso é “Era uma vez em Macau” (Once upon a time in Macao), desenvolvido pela Casa de Portugal em Macau, e que sobe aos palcos no dia 11 de Jneiro, na Fortaleza do Monte, e no dia seguinte no Jardim Camões.
Guerra Comercial | Primeira fase do acordo assinada em 15 de Janeiro Hoje Macau - 3 Jan 2020 O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) anunciou que a primeira fase do acordo comercial com a China será firmada em meados de Janeiro, e que irá depois a Pequim iniciar conversações sobre uma segunda fase [dropcap]C[/dropcap]omo não poderia deixar de ser, a aguardada notícia foi dada na rede social preferida do Presidente norte-americano. “Vou assinar em 15 de Janeiro uma grande e abrangente ‘fase um’ do acordo comercial com a China. A cerimónia vai decorrer na Casa Branca e estarão presentes altos representantes chineses”, transmitiu Donald Trump na sua conta na rede social ‘Twitter’. O Presidente americano anunciou também que mais tarde irá deslocar-se a Pequim “para iniciar conversações sobre a fase dois” do acordo, mas não apontou uma data concreta para a viagem. A “fase um” do acordo deverá ser mais pequena do que o acordo geral que Trump almejava e remete para conversas futuras alguns dos assuntos mais quentes entre os dois países. De acordo com a Associated Press, poucos economistas esperam a resolução da “fase dois” antes das eleições presidenciais de 2020. As duas nações também ainda não revelaram documentação detalhada sobre o acordo. Em meados de Dezembro, China e Estados Unidos anunciaram um acordo parcial para colocar fim a um conflito comercial que dura há quase dois anos, suspendendo tarifas retaliatórias que entrariam em vigor no passado domingo. “Iniciaremos negociações da Fase Dois do acordo imediatamente, em vez de esperar por depois das eleições de 2020”, escreveu hoje o Presidente norte-americano, Donald Trump, na sua conta pessoal da rede social Twitter, referindo-se a uma nova etapa das negociações com a China. Resolver disputas Do lado chinês, o vice-ministro do Comércio, Wang Shouwen, disse numa conferência de Imprensa que os dois lados tinham chegado a uma primeira fase do acordo comercial, que inclui o entendimento sobre matérias como a transferência de tecnologia, propriedade intelectual, expansão comercial e estabelecimentos de mecanismos de resolução de disputas. O chefe de assuntos internacionais da Câmara de Comércio dos EUA, Myron Brilliant, esclareceu que este acordo parcial levou os Estados Unidos a suspender o plano de impor tarifas de 160 mil milhões de dólares em importações chinesas, que deveria arrancar no domingo. Os Estados Unidos comprometem-se igualmente a eliminar progressivamente as acusações que pendiam sobre China, no diferendo comercial. Em troca, a China compromete-se a comprar mais produtos agrícolas dos EUA, a aumentar o acesso das empresas norte-americanas ao mercado chinês e a reforçar a protecção imediata de direitos de propriedade intelectual. “Este é um acordo fantástico para nós!”, exclamou Donald Trump no ‘Twitter’, justificando a decisão de suspender a aplicação de novas tarifas retaliatórias e a vontade de iniciar em breve uma nova fase do acordo comercial. Desde Julho de 2018, os Estados Unidos tinham imposto tarifas retaliatórias de mais de cerca de 360 mil milhões de dólares sobre produtos chineses, com Pequim a responder tributando acrescidamente cerca de 120 mil milhões de dólares em exportações dos EUA.
Guerra Comercial | Primeira fase do acordo assinada em 15 de Janeiro Hoje Macau - 3 Jan 2020 O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) anunciou que a primeira fase do acordo comercial com a China será firmada em meados de Janeiro, e que irá depois a Pequim iniciar conversações sobre uma segunda fase [dropcap]C[/dropcap]omo não poderia deixar de ser, a aguardada notícia foi dada na rede social preferida do Presidente norte-americano. “Vou assinar em 15 de Janeiro uma grande e abrangente ‘fase um’ do acordo comercial com a China. A cerimónia vai decorrer na Casa Branca e estarão presentes altos representantes chineses”, transmitiu Donald Trump na sua conta na rede social ‘Twitter’. O Presidente americano anunciou também que mais tarde irá deslocar-se a Pequim “para iniciar conversações sobre a fase dois” do acordo, mas não apontou uma data concreta para a viagem. A “fase um” do acordo deverá ser mais pequena do que o acordo geral que Trump almejava e remete para conversas futuras alguns dos assuntos mais quentes entre os dois países. De acordo com a Associated Press, poucos economistas esperam a resolução da “fase dois” antes das eleições presidenciais de 2020. As duas nações também ainda não revelaram documentação detalhada sobre o acordo. Em meados de Dezembro, China e Estados Unidos anunciaram um acordo parcial para colocar fim a um conflito comercial que dura há quase dois anos, suspendendo tarifas retaliatórias que entrariam em vigor no passado domingo. “Iniciaremos negociações da Fase Dois do acordo imediatamente, em vez de esperar por depois das eleições de 2020”, escreveu hoje o Presidente norte-americano, Donald Trump, na sua conta pessoal da rede social Twitter, referindo-se a uma nova etapa das negociações com a China. Resolver disputas Do lado chinês, o vice-ministro do Comércio, Wang Shouwen, disse numa conferência de Imprensa que os dois lados tinham chegado a uma primeira fase do acordo comercial, que inclui o entendimento sobre matérias como a transferência de tecnologia, propriedade intelectual, expansão comercial e estabelecimentos de mecanismos de resolução de disputas. O chefe de assuntos internacionais da Câmara de Comércio dos EUA, Myron Brilliant, esclareceu que este acordo parcial levou os Estados Unidos a suspender o plano de impor tarifas de 160 mil milhões de dólares em importações chinesas, que deveria arrancar no domingo. Os Estados Unidos comprometem-se igualmente a eliminar progressivamente as acusações que pendiam sobre China, no diferendo comercial. Em troca, a China compromete-se a comprar mais produtos agrícolas dos EUA, a aumentar o acesso das empresas norte-americanas ao mercado chinês e a reforçar a protecção imediata de direitos de propriedade intelectual. “Este é um acordo fantástico para nós!”, exclamou Donald Trump no ‘Twitter’, justificando a decisão de suspender a aplicação de novas tarifas retaliatórias e a vontade de iniciar em breve uma nova fase do acordo comercial. Desde Julho de 2018, os Estados Unidos tinham imposto tarifas retaliatórias de mais de cerca de 360 mil milhões de dólares sobre produtos chineses, com Pequim a responder tributando acrescidamente cerca de 120 mil milhões de dólares em exportações dos EUA.
Hong Kong | Cerca de 400 detenções em confrontos no dia de Ano Novo Hoje Macau - 3 Jan 2020 Cerca de 400 manifestantes foram detidos em Hong Kong após confrontos com as forças policiais na marcha pró-democracia do dia de Ano Novo, anunciou a polícia, citada pelas agências internacionais [dropcap]S[/dropcap]egundo a agência noticiosa Efe, os manifestantes foram detidos por “reunião ilícita e posse de armas”, declarou um responsável da polícia de Hong Kong, em conferência de imprensa. De acordo com a organização da marcha, a cargo da Frente Civil dos Direitos Humanos, mais de um milhão de pessoas participaram na primeira marcha pró-democrática de 2020 em Hong Kong. Ainda segundo a agência noticiosa Associated Press (AP), vários jovens com máscaras no rosto saíram da marcha e começaram a vandalizar bancos e terminais electrónicos de pagamento com ‘spray’ de tinta, martelos e ‘cocktails’ molotov. De acordo com o mesmo relato, os manifestantes destruíram semáforos, retiraram pedras da calçada dos passeios e barricaram estradas no centro financeiro da cidade. Dependências bancárias e negócios relacionados com a China têm sido alvos frequentes dos manifestantes. Em resposta, a polícia usou gás pimenta, gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar os manifestantes, embora segundo o Governo, os agentes tenham “usado a mínima força possível”. Um superintendente da polícia de Hong Kong disse aos repórteres que os manifestantes abandonaram a marcha e começaram a ameaçar a polícia, cercando-os e atirando-lhes objectos, o que levou a acções de retaliação por parte da polícia. Véspera áspera Os confrontos foram antecedidos de distúrbios entre a polícia e os manifestantes, durante a noite de passagem de ano, num movimentado bairro de comércio e diversão noturna. Durante a noite, a polícia também usou gás pimenta, gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar os manifestantes que bloquearam o trânsito e atearam fogos nas ruas do bairro de Mong Kok. De acordo com a AP, Eric Lai, da organização da marcha, disse esperar que se consiga evitar o recurso à violência verificada na última noite. “Esperamos que a polícia possa facilitar, em vez de nos provocar e lançar-nos canhões de água e gás lacrimogéneo”, referiu. Desde o início dos protestos, ambos os lados são acusados de provocar confrontos, tendo já sido detidos cerca de 6.500 manifestantes, alguns com apenas 12 anos, nas ruas, centros comerciais e universidades. Na sua mensagem de Ano Novo, a Chefe do Governo local, Carrie Lam, disse que os protestos têm trazido “tristeza, ansiedade, desilusão e até raiva”. A responsável revelou que iria “ouvir humildemente” no sentido de tentar colocar um fim aos protestos e reforçou a importância do modelo “Um País, Dois Sistemas”, segundo o qual a China governa Hong Kong. Na sua mensagem de Natal, o presidente da China, Xi Jinping, também se referiu aos protestos, dizendo que a estabilidade e a prosperidade de Hong Kong são os desejos de quem reside no território e as expectativas de quem está na “terra mãe”.
Hong Kong | Cerca de 400 detenções em confrontos no dia de Ano Novo Hoje Macau - 3 Jan 2020 Cerca de 400 manifestantes foram detidos em Hong Kong após confrontos com as forças policiais na marcha pró-democracia do dia de Ano Novo, anunciou a polícia, citada pelas agências internacionais [dropcap]S[/dropcap]egundo a agência noticiosa Efe, os manifestantes foram detidos por “reunião ilícita e posse de armas”, declarou um responsável da polícia de Hong Kong, em conferência de imprensa. De acordo com a organização da marcha, a cargo da Frente Civil dos Direitos Humanos, mais de um milhão de pessoas participaram na primeira marcha pró-democrática de 2020 em Hong Kong. Ainda segundo a agência noticiosa Associated Press (AP), vários jovens com máscaras no rosto saíram da marcha e começaram a vandalizar bancos e terminais electrónicos de pagamento com ‘spray’ de tinta, martelos e ‘cocktails’ molotov. De acordo com o mesmo relato, os manifestantes destruíram semáforos, retiraram pedras da calçada dos passeios e barricaram estradas no centro financeiro da cidade. Dependências bancárias e negócios relacionados com a China têm sido alvos frequentes dos manifestantes. Em resposta, a polícia usou gás pimenta, gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar os manifestantes, embora segundo o Governo, os agentes tenham “usado a mínima força possível”. Um superintendente da polícia de Hong Kong disse aos repórteres que os manifestantes abandonaram a marcha e começaram a ameaçar a polícia, cercando-os e atirando-lhes objectos, o que levou a acções de retaliação por parte da polícia. Véspera áspera Os confrontos foram antecedidos de distúrbios entre a polícia e os manifestantes, durante a noite de passagem de ano, num movimentado bairro de comércio e diversão noturna. Durante a noite, a polícia também usou gás pimenta, gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar os manifestantes que bloquearam o trânsito e atearam fogos nas ruas do bairro de Mong Kok. De acordo com a AP, Eric Lai, da organização da marcha, disse esperar que se consiga evitar o recurso à violência verificada na última noite. “Esperamos que a polícia possa facilitar, em vez de nos provocar e lançar-nos canhões de água e gás lacrimogéneo”, referiu. Desde o início dos protestos, ambos os lados são acusados de provocar confrontos, tendo já sido detidos cerca de 6.500 manifestantes, alguns com apenas 12 anos, nas ruas, centros comerciais e universidades. Na sua mensagem de Ano Novo, a Chefe do Governo local, Carrie Lam, disse que os protestos têm trazido “tristeza, ansiedade, desilusão e até raiva”. A responsável revelou que iria “ouvir humildemente” no sentido de tentar colocar um fim aos protestos e reforçou a importância do modelo “Um País, Dois Sistemas”, segundo o qual a China governa Hong Kong. Na sua mensagem de Natal, o presidente da China, Xi Jinping, também se referiu aos protestos, dizendo que a estabilidade e a prosperidade de Hong Kong são os desejos de quem reside no território e as expectativas de quem está na “terra mãe”.
Cidade Proibida | 600 anos assinalados com exposições e intercâmbios Hoje Macau - 3 Jan 2020 [dropcap]A[/dropcap] Cidade Proibida, em Pequim, acolhe em 2020 uma série de exposições, seminários e intercâmbios para marcar os 600 anos do antigo complexo imperial. De acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, que cita o curador Wang Xudong, no próximo ano o Palácio Museu da Cidade Proibida, que completa 95 anos, vai propor mostras de pintura, caligrafia e de arquitetura antiga. Em particular, uma exposição vai espelhar as mudanças que ocorreram no complexo ao longo dos últimos 600 anos, com base em 20 anos considerados ‘chave’, indicou Wang Xudong. Em simultâneo, 600 estudantes do ensino secundário de Taiwan, Hong Kong e Macau vão ser convidados a visitar o museu para intercâmbios. Outrora fechado aos cidadãos comuns, sendo a entrada punível com pena de morte, o antigo Palácio Imperial, que serviu durante cerca de cinco séculos como centro cerimonial e político do regime imperial chinês, é hoje a principal atracção turística de Pequim.