Canal do Panamá | China nega controlo e evita comentar venda de portos Hoje Macau - 6 Mar 2025 A China classificou ontem como “completamente falsas” as alegações de que controla o Canal do Panamá e evitou comentar a recente venda de dois portos na via navegável por um grupo de Hong Kong. “A China apoia a soberania do Panamá sobre as operações do canal e está empenhada em mantê-lo como uma via fluvial internacional permanentemente neutra”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa. O porta-voz afirmou que a ideia de que a China tem o controlo total sobre o canal é “completamente falsa”. Questionado sobre a venda dos portos de Balboa e Cristobal pelo conglomerado de Hong Kong CK Hutchison a um consórcio liderado pela norte-americana BlackRock, Lin recusou-se a comentar e lembrou que o Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong já se pronunciou sobre a questão. O acordo, avaliado em 22,8 mil milhões de dólares, inclui também a transferência da participação da CK Hutchison em 43 outros portos de 23 países, embora exclua os terminais na China e Hong Kong.
Pequim avisa que resistirá até ao fim se EUA continuarem com guerra comercial Hoje Macau - 6 Mar 2025 A China avisou ontem que vai “resistir até ao fim” se os Estados Unidos “insistirem em prejudicar os interesses chineses”, em resposta às novas taxas alfandegárias impostas por Washington sobre produtos oriundos do país asiático. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, reiterou, em conferência de imprensa, que Pequim “se opõe firmemente” à decisão dos Estados Unidos de utilizar o fentanil como desculpa para aplicar mais taxas sobre as exportações chinesas. “Se os EUA querem realmente resolver o problema do fentanil, devem negociar com a China com base na igualdade, no respeito e no benefício mútuo”, afirmou o porta-voz. Lin Jian disse que não tinha visto as declarações da embaixada chinesa nos Estados Unidos, segundo as quais a China está “pronta para qualquer tipo de guerra”, mas insistiu que Pequim deixou clara a sua posição. “Exortamos os EUA a abandonar as suas tácticas de intimidação e a regressar ao caminho certo do diálogo e da cooperação o mais rapidamente possível”, concluiu. O executivo chinês defendeu, num livro branco sobre o fentanil divulgado na véspera, que tomou medidas rigorosas contra a produção e o tráfico de fentanil e dos seus precursores químicos. O Governo chinês afirmou ainda que tem promovido activamente a construção de um sistema de rastreabilidade com recurso às novas tecnologias para monitorizar quaisquer ligações à produção, transporte, importação e exportação destas drogas. Déjà vu Trump disse que 90 por cento das mortes por consumo de opiáceos nos EUA se devem ao fentanil. Washington defende que os opiáceos chegam através do México e do Canadá, mas cujos precursores vêm da China. Na sua primeira presidência, Trump teve já uma relação tensa com Pequim, ao impor várias rondas de taxas, no valor de cerca de 370 mil milhões de dólares anuais, a que a China respondeu com taxas sobre as exportações norte-americanas. Washington anunciou esta semana a duplicação para 20 por cento das taxas sobre produtos chineses, o que levou Pequim a responder com taxas de 10 por cento e 15 por cento sobre as importações agrícolas dos EUA.
APN | Pequim apresenta meta ambiciosa do PIB para 5% Hoje Macau - 6 Mar 2025 Pelo terceiro ano consecutivo, a administração chinesa voltou a colocar a meta do PIB nos 5 por cento. O objectivo foi anunciado ontem pelo primeiro-ministro Li Qiang na sessão plenária anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão legislativo máximo da China O objectivo de crescimento estipulado pelas autoridades chinesas para este ano, de “cerca de 5 por cento”, é ambicioso, mas o aumento do défice orçamental será insuficiente para evitar que a economia abrande, alertaram analistas. “Os responsáveis políticos chineses mantiveram um objectivo ambicioso para o crescimento real do PIB [Produto Interno Bruto], mas são mais cautelosos nas suas previsões para o crescimento nominal e a inflação. E, embora tenham anunciado um aumento do apoio fiscal, o grau de flexibilização é mais moderado do que parece”, escreveu Julian Evans-Pritchard, analista da consultora Capital Economics, num relatório. O especialista disse estar céptico quanto à possibilidade de as medidas anunciadas evitarem um abrandamento do crescimento em 2025, marcado por “ventos contrários no cenário internacional e pela ausência de uma mudança mais pronunciada nas despesas públicas para apoiar o consumo”. Depois de ter reservado uma percentagem recorde das despesas para o investimento em 2024, Pequim parece agora voltar-se mais para o consumo, “embora nada de extraordinário”, com o equivalente a 41,3 mil milhões de dólares em obrigações para financiar o “plano de renovação” do Governo para os electrodomésticos ou a electrónica, notou o analista. Hong Hao, da gestora de activos chinesa Grow Investment Group, observou que o relatório oficial deste ano é o que mais vezes menciona a palavra ‘consumo’ numa década, mas Evans-Pritchard ressalvou que as autoridades “não estão a contar com um impulso considerável” sob a forma de reflexão. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, revelou ontem que o objectivo de crescimento económico para o actual ano fiscal é de “cerca de 5 por cento”, pelo terceiro ano consecutivo, e que o défice fiscal vai ser aumentado em um ponto percentual, para 4 por cento, como parte dos esforços do Governo para relançar a recuperação. Apesar do “maior aumento em décadas” no rácio entre o défice e o PIB, Evans-Pritchard estimou que, tendo em conta outros factores, o aumento real da despesa será de cerca de 1,5 por cento, inferior ao de ciclos de flexibilização anteriores, como 2015 (2 por cento) e 2020 (3,6 por cento). Cartas na manga Citada pela agência de notícias financeiras Bloomberg, Charu Chanana, da plataforma de negociação em bolsa Saxo Markets, disse que os objectivos revelados por Li “estão dentro das expectativas” e mostram que as autoridades ainda estão “a guardar munições para mais tarde”, uma análise que mereceu a concordância de Lee Homin, do banco suíço Lombard Odier, que acredita que Pequim poderá considerar ajustar o objectivo do défice a meio do ano, quando se tornar claro o impacto das taxas alfandegárias impostas por Washington sobre bens oriundos da China. As últimas projecções do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial apontam para um crescimento do PIB chinês de cerca de 4,5 por cento, depois de ter crescido 5 por cento, em 2024, impulsionado por um esforço extra das autoridades no final do ano. Evans-Pritchard salientou que a meta para a inflação, que passou de 3 por cento, no ano passado, para 2 por cento, é a mais baixa desde 2003, e observou que “é pouco provável que o Banco Popular da China [banco central] faça tudo o que for necessário para trazer” o indicador de volta a esse nível: “Um objectivo mais baixo sugere alguma aceitação oficial do actual ambiente deflacionário”.
IPOR | Grupo Bai Li é o novo accionista Hoje Macau - 6 Mar 2025 O Instituto Português do Oriente (IPOR) tem um novo accionista por decisão tomada a 24 de Janeiro deste ano na 74.ª assembleia-geral da instituição de ensino do português como língua estrangeira. Trata-se da Companhia Bai Li Grupo Lda. que se junta assim à estrutura associativa já composta pela Fundação Oriente, na qualidade de associado fundador, o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., o Banco Nacional Ultramarino, a Quinta da Marmeleira e a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM). Segundo um comunicado do IPOR, o grupo Bai Li é reconhecido “pela excelência na área do comércio internacional, especialmente no sector de distribuição de vinhos”, tendo “procurado posicionar-se como plataforma comercial sino-portuguesa em Macau, investindo ao longo dos anos numa série de projectos e actividades na plataforma de serviços de cooperação comercial sino- portuguesa”. O objectivo destas acções, segundo o IPOR, é ajudar a tornar Macau “um veículo de ligação para a colocação de produtos portugueses na República Popular da China, estratégia complementada com acções de promoção do turismo, da cultura e da língua portuguesa, alinhando-se assim com os princípios e objectivos do IPOR”. Ainda segundo a mesma nota, a entrada do novo accionista “demonstra não só o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo IPOR na preservação e difusão da língua e cultura portuguesas na região Ásia-Pacífico, mas também a identificação e compromisso da companhia no reforço da missão que o instituto encerra”. Assim, “esta cooperação é mais um passo para a afirmação do papel do IPOR não só como agente disseminador do valor económico e global da língua portuguesa, mas também da cooperação cultural e promotor da interculturalidade”.
DSEC | Registado aumento anual de TNR Andreia Sofia Silva - 6 Mar 2025 Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) mostram que, no final do ano passado, Macau tinha 688.300 pessoas, um “crescimento ligeiro” de 0,7 por cento, ou seja, um crescimento de 4.600 pessoas em termos anuais. Segundo a DSEC, tal deve-se “principalmente ao acréscimo do número de trabalhadores não residentes (TNR) domiciliados em Macau”, cujo aumento foi de 4.900 pessoas. No tocante à população local, ou seja, sem TNR e estudantes do exterior, chegou às 568.700 pessoas, “baixando ligeiramente” 0,4 por cento em termos anuais. Tal deve-se “principalmente ao facto de a emigração líquida de residentes de Macau, com a saída a ser superior à entrada, ter sido mais elevada do que o crescimento natural (ou seja, o número de nado-vivos é maior do que o de óbitos)”. Em termos dos movimentos populacionais, em 2024 existiam 3.677 indivíduos do Interior da China recém-chegados a Macau titulares de um salvo conduto, o que representa mais 260 pessoas em termos anuais, sendo que 64,8 por cento pertencia ao sexo feminino. No ano passado foi dada residência a 1.074 pessoas, mais 196 em termos anuais, sendo a maioria dessas pessoas de Hong Kong, no total de 364.
SJM | Regresso aos lucros após quatro anos de prejuízos Hoje Macau - 6 Mar 20256 Mar 2025 A SJM obteve um lucro de 3 milhões de dólares de Hong Kong no ano passado, e conseguiu reduzir a dívida acumulada em 6 por cento, para 26,5 mil milhões de dólares de Hong Kong A concessionária do jogo SJM Holdings anunciou um lucro de três milhões de dólares de Hong Kong em 2024, após perdas sem precedentes durante quatro anos consecutivos. Num comunicado enviado na terça-feira à bolsa de valores de Hong Kong, a empresa fundada pelo falecido magnata do jogo Stanley Ho Hung Sun recordou que tinha registado um prejuízo de 2,01 mil milhões de dólares de Hong Kong em 2023. Os casinos da SJM arrecadaram 28,8 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais 35,9 por cento do que no ano anterior, enquanto as receitas não jogo subiram 22,9 por cento, para 1,92 mil milhões de dólares de Hong Kong. Com as receitas a subir, a empresa registou um lucro operacional de 3,76 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais do dobro do que em 2023. Durante o ano passado, a SJM conseguiu reduzir em 6 por cento a dívida total, para 26,5 mil milhões de dólares de Hong Kong no final de Dezembro. Em 22 de Janeiro, a agência de notação financeira Fitch Ratings manteve a classificação da dívida da SJM graças à recuperação do turismo em Macau. A Fitch disse que o Grand Lisboa Palace, empreendimento de jogo e hotelaria inaugurado em Julho de 2021, em plena pandemia, obrigou a SJM a acumular um nível elevado de dívida. Novas receitas A empresa disse na terça-feira que o Grand Lisboa Palace passou de prejuízos em 2023 para um lucro operacional de 499 milhões de dólares de Hong Kong no ano passado. As receitas do novo empreendimento da SJM mais que duplicaram, atingindo 6,58 mil milhões de dólares de Hong Kong. O mercado de massas representou 82,4 por cento das receitas dos casinos da empresa, enquanto o jogo VIP se ficou por uma fatia de 9,3 por cento. As grandes apostas, que em 2019 representavam 46,2 por cento das receitas dos casinos de Macau, foram afetadas pela detenção do líder da maior empresa angariadora de apostas VIP do mundo, em Novembro de 2021. O antigo director executivo da Suncity, Alvin Chau Cheok Wa, foi condenado, em janeiro de 2023, a 18 anos de prisão, num caso que fez cair de 85 para 18 o número de licenças de promotores de jogo emitidas em Macau. A SJM disse que vai renovar por completo todos os quartos do Grand Lisboa, um dos mais importantes casinos da empresa, assim como aumentar em 10 por cento o número de quartos “através de conversão de antigas áreas reservadas a ‘junkets’”.
Segurança | Chan Pou Sam alerta que excesso de zelo prejudica Macau Hoje Macau - 6 Mar 2025 O presidente honorário da Associação de Promoção de Vida Social e Bem-Estar da População de Macau, Chan Pou Sam, defende que a sociedade deve evitar o excessos de zelo, para não prejudicar a imagem do território. A opinião foi expressa ao jornal Exmoo, na sequência de um acidente de viação, durante a filmagem de um filme em Macau. O acidente aconteceu na Rua do Seminário, no mês passado, resultou no atropelamento de 12 pessoas, a maioria ligada à equipa de produção, e as imagens captadas tornaram-se virais. Posteriormente, tanto o Corpo de Polícia de Segurança Pública como o Instituto Cultural vieram revelar que a equipa não tinha seguido as indicações de segurança emitidas, apesar de não haver indícios de ilegalidades. Face ao incidente, Chan Pou Sam alertou que as leis locais devem ser aplicadas, sem necessidade de excessos de zelo ou de empolamento das situações por parte dos residentes nas redes sociais. Chan avisou ainda que este tipo de situações, com o avolumar das críticas, pode fazer com que no futuro as produções deixem de escolher Macau como destino de filmagem, o que indicou ser contrário ao interesse do território. Chan Pou Sam recordou que ao longo dos 30 anos, houve cerca de 50 equipas de filmagem em Macau, por isso, indicou que o território tem condições para receber mais projectos de cinema e televisão.
Iao Hon | IAM inspecciona mercado devido a presença de rato Hoje Macau - 6 Mar 2025 Na passada terça-feira, circulou nas redes sociais um vídeo onde se podia ver um rato a atravessar as tubagens junto ao tecto da zona de restauração do Mercado Municipal do Iao Hon. Em resposta, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) “procedeu a uma inspecção exaustiva das condições de higiene do local e das bancas onde a comida é confeccionada” no espaço referido, mas também “em todos os mercados e centros de comida cozinhada sob a sua jurisdição”. Num comunicado divulgado ontem, o IAM afirmou que as inspecções têm por fim “reforçar o controlo dos roedores e as medidas sanitárias nos locais em questão”. O organismo municipal assegurou que “presta grande importância” às condições de higiene dos mercados e das zonas restauração dos mercados, mais uma vez depois de um vídeo partilhado nas redes sociais se ter tornado viral. Recorde-se que o mesmo aconteceu depois de ter sido publicado nas redes sociais um vídeo que mostrava um rato em cima de produtos alimentares num supermercado da cadeia Royal, que levou ao encerramento temporário de três superfícies comerciais e um restaurante no início de Janeiro. Em relação à zona de restauração do Mercado do Iao Hon, o IAM revelou não terem sido encontrados vestígios de ratos. As tubagens onde foi avistada a ratazana foram limpas com lixívia diluída e foram instaladas ratoeiras nas zonas das bancas de comerciantes.
Segurança | Bombeiros apelam a cautela na utilização de gás João Santos Filipe - 6 Mar 2025 Face a um incêndio que fez cinco feridos e que se suspeita ter sido causado por uma fuga de gás, o Corpo de Bombeiros veio a público através de um comunicado onde indica ter realizado várias inspecções a edifícios e casas nos últimos anos Após uma explosão seguida de incêndio que causou cinco feridos, o Corpo de Bombeiros (CB) apelou à população para prestar “elevada atenção à segurança na utilização de aparelhos de fogão a gás”. O comunicado, em língua portuguesa, foi emitido na manhã de ontem, dado que se suspeita que na origem das chamas tenha estado uma “fuga de gás de petróleo liquefeito”. “O CB salienta novamente que não se pode negligenciar o risco de segurança do gás, quer seja em casa, restaurantes e outros espaços”, pode ler-se na mensagem. “Espera-se que os cidadãos e os sectores reforcem a vigilância, a prevenção e que tratem bem dos assuntos de segurança relativos à utilização e instalação correctas dos aparelhos de fogão a gás, de modo a garantir em conjunto a segurança da vida e dos bens”, foi acrescentado. A mensagem serviu igualmente para o CB defender-se de eventuais acusações de falha nas inspecções realizadas. “Desde 2019, o CB começou a deslocar-se às comunidades para realizar continuamente inspecções aos fogões a gás em domicílios, conjuntamente com as associações e organizações de moradores e os chefes comunitários de segurança contra incêndios”, foi indicado. “Até Fevereiro do corrente ano, foram efectuadas 1.742 inspecções em domicílios”, foi complementado. Segundo o CB, durante as inspecções verificaram-se “as especificações de segurança, o local de instalação [dos aparelhos] e o prazo de validade do tubo de aparelhos de fogão a gás”, e como resultado encontraram-se problemas como tubos de ligação do gás ao fogão fora da validade, ligações defeituosas para a saída dos gases dos esquentadores ou a colocação em lugares de risco das bilhas de gás. Mais segurança Nas últimas duas semanas aconteceram dois incêndios em edifícios residenciais, o que tem levado a que a manutenção dos equipamentos de segurança contra incêndio tenha sido questionada. O primeiro incêndio aconteceu no Edifício do Lago, acredita-se que devido a um curto-circuito com uma televisão, e causou polémica, dado que o alarme para alertar os moradores não disparou. Como consequência, a deputada Lo Choi In fez uma interpelação escrita a pedir melhores inspecções de fiscalização. No incêndio de segunda-feira, ainda no local, o CB garantiu que os equipamentos de segurança funcionaram como esperado. Contudo, devido à explosão com uma fuga de gás no sistema de abastecimento centralizado, o impacto acabou de atingir maior dimensões, com cinco feridos, entre os quais duas crianças com queimaduras em pelo menos 20 por cento do corpo, além de ter havido a projecção do 19.º andar de vários objectos para a via pública, entre os quais uma máquina de lavar a roupa.
Imprensa | All About Macau impedido de cobrir eleições Hoje Macau - 6 Mar 2025 A Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa, liderada por Seng Ioi Man, presidente do Tribunal de Segunda Instância, está a bloquear o jornal All About Macau de cobrir as conferências de imprensa da comissão que organiza as eleições legislativas de 14 de Setembro. Após a eleição de Sam Hou Fai como Chefe do Executivo, e ainda durante o mandato de Ho Iat Seng, o jornal All About Macau começou a ser excluído de praticamente todas as conferências de imprensa ligadas às autoridades locais, com a justificação de que não existem vagas suficientes para os profissionais da comunicação social. Segundo este critério, que é aplicado de forma discricionária, a prioridade é atribuída às publicações com periodicidade diária ou semanal. No entanto, vários órgãos locais mensais, publicados em outras línguas que não a chinesa, conseguem aceder aos eventos, sem constrangimentos, apesar de teoricamente não preencherem os requisitos exigidos. Também é frequente o bloqueio do acesso ao jornal All About Macau, com a justificação de falta de espaço, quando as salas onde são realizadas as conferências tem vários lugares disponíveis. De acordo com o artigo 27.º da Lei Básica, a RAEM protege a liberdade de imprensa no território. De acordo com o artigo 5.º da Lei de Imprensa, esta liberdade implica a garantia do direito de acesso às fontes de informação, o que significa o contacto com governantes e a possibilidade de os questionar.
Consumo | Troca de cartões de idosos disponível João Luz - 6 Mar 2025 A partir de hoje estão abertos mais de 60 postos para substituir cartões Macau Pass que permitem obter os descontos do Grande Prémio do Consumo. Até 20 de Março, os residentes com mais de 65 anos, ou os seus representantes, podem trocar gratuitamente os cartões em instituições de serviço social e associações cívicas espalhadas pelo território Com a iniciativa de incentivo ao comércio local Grande Prémio do Consumo a arrancar a 24 de Março, o Governo dá hoje o primeiro passo na preparação para a distribuição de descontos. Abrem hoje mais de 60 postos para a substituição do “Cartão da Macau Pass para Idosos”, que permite uma nova modalidade de participação em relação às rondas anteriores do programa de apoios para residentes com mais de 65 anos. Espalhados um pouco por todo o território, entre instituições de serviços sociais e associações cívicas, os mais de 60 postos vão permitir trocar gratuitamente os cartões até 20 de Março. A Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) explica que a troca é necessária “uma vez que o chip utilizado na versão antiga do Macau Pass para idosos não suporta o carregamento do cartão para obter desconto imediato”. Os residentes com mais de 65 anos de idade vão beneficiar de dois tipos de descontos, através dos cartões Macau Passa para idosos e pelas plataformas de pagamento electrónico. A inclusão de um cartão físico com descontos directos foi uma das novidades da nova ronda de benefícios, depois de críticas feitas aos programas anteriores em relação à exclusão da população mais velha que não sabe usar, ou não tem, plataformas de pagamento online. Guia prático Para trocar os cartões, o titular ou um representante tem de dirigir-se a um dos postos de substituição trazendo o cartão antigo, que será recolhido pelos serviços, em troca de um talão de levantamento. Esse talão indica a data para levantar o novo cartão, que o Governo estima demorar entre 6 a 10 dias úteis, com o saldo do cartão antigo a ser transferido automaticamente para o novo. O novo cartão pode ser levantado pelo idoso ou por um representante, mediante a assinatura de uma procuração e apresentação dos BIR de ambos. O pedido de uma segunda via do Macau Pass para idosos implica os mesmos passos para a troca de cartões, e também prazos semelhantes. Quem nunca tenha requerido o Macau Pass para idosos pode fazê-lo nas lojas da Macau Pass, no Edifício Jardim Fu Tat na Rua de Paris, e nos centros de atendimentos da Macau Pass na Estrada Marginal da Areia Preta e na Avenida de Kwong Tung na Taipa. Para requerer o cartão é necessário apresentar o BIR e uma fotografia recente tipo passe. Os cartões podem ser levantados num prazo estimado de oito dias úteis. Os titulares do “Cartão da Macau Pass para Idosos” “vão poder participar no programa, com benefícios a vários níveis, como um desconto imediato para consumo no valor de 300 patacas mediante carregamento do cartão”.
Ciência | Mário Évora nomeado para comissão de ética Hoje Macau - 6 Mar 2025 O médico Mário Évora foi nomeado como membro da Comissão de Ética para as Ciências da Vida, por Sam Hou Fai, de acordo com um despacho publicado ontem no Boletim Oficial. A comissão vai ser presidida por Kuok Cheong U, também médico, que tem como substituto Pang Fong Kuong. Entre os outros nomeados constam os nomes de Lai Kai Seng, Ren-He Xu, Bernice Lam Nogueira, Wong Io Nam, Yip Tai Ho, Chan Chi Chon e o advogado Vong Hin Fai. A comissão desempenha as tarefas de órgão consultivo e fórum de discussão sobre as questões suscitadas pelo desenvolvimento recente das ciências da vida. Como parte destas funções emite recomendações sobre questões éticas suscitadas pelo progresso científico nos domínios da biologia, da medicina ou da saúde. Além disso, a comissão propõe critérios para definir as regras de certificação da morte cerebral e acompanha a execução das medidas promovidas no âmbito da biomedicina e dos acordos internacionais.
DSF | Excedente das contas públicas cai quase um terço em Janeiro Hoje Macau - 6 Mar 2025 Macau terminou Janeiro com um excedente nas contas públicas 32 por cento menor do que no mesmo mês de 2024, sobretudo devido à desaceleração nas receitas do jogo. O excedente da RAEM fixou-se em 3,68 mil milhões de patacas, de acordo com os últimos dados publicados pelos Serviços de Finanças (DSF), na terça-feira. Macau fechou o ano passado com um excedente de 15,8 mil milhões de patacas, mais do dobro do registado em 2023. Em Janeiro, Macau recolheu 7,5 por cento da receita corrente projectada para 2025 no orçamento, que é de 112,6 mil milhões de patacas. No início de Dezembro, o Centro de Estudos de Macau e o Departamento de Economia da Universidade de Macau previram que as receitas deveriam ser menores do que o estimado pelo Governo: 111,8 mil milhões de patacas. O excedente do território encolheu apesar da despesa pública ter descido 7 por cento em Janeiro, para 72 mil milhões de patacas, sobretudo devido ao investimento em infra-estruturas, que caiu para menos de metade. Por outro lado, o Governo gastou 594,6 milhões de patacas no âmbito do Plano de Investimentos e Despesas da Administração, menos 52,9 por cento em comparação com Janeiro de 2024. Pelo contrário, a despesa corrente aumentou 8,2 por cento para 4,12 mil milhões de patacas, principalmente devido a uma subida de 12,9 por cento nos apoios sociais e subsídios dados à população.
“Duas Sessões” | Li Qiang destaca “Macau governada por patriotas” João Santos Filipe - 6 Mar 2025 O primeiro-ministro chinês repetiu os princípios e as metas traçadas nos últimos anos para Macau e apontou que o Produto Interno Bruto da China vai crescer 5 por cento ao longo deste ano. A intervenção foi elogiada pelos deputados de Macau na Assembleia Popular Nacional Na apresentação do relatório anual de trabalho do Governo Central, o primeiro-ministro Li Qiang defendeu a aplicação de forma “inabalável” dos princípios “Um País, Dois Sistemas”, “Macau governada pelas suas gentes”, e do elevado grau de autonomia e salvaguarda da ordem constitucional. O discurso foi proferido ontem de manhã, no Grande Salão do Povo, em Pequim, durante a cerimónia de abertura da 3.ª Sessão da 14.ª Assembleia Popular Nacional (APN). Li Qiang indicou também que o Governo Central vai apoiar o território a desenvolver a economia, melhorar a condição de vida da população, aprofundar a cooperação internacional e promover uma “melhor integração no desenvolvimento nacional global e na manutenção da prosperidade e da estabilidade a longo prazo”. O discurso de Li Qiang não apresentou verdadeiramente inovações em relação a Macau, sendo a repetição das políticas traçadas nos anos mais recentes. Os mesmos objectivos foram definidos para Hong Kong, com a situação das duas regiões administrativas especiais a ser apresentada em conjunto. O discurso de Li Qiang ficou ainda marcado pela previsão de que o Produto Interno Bruto do Interior da China vai crescer cinco por cento ao longo deste ano, naquele que é sempre um dos aspectos mais aguardados do relatório anual de trabalho do Governo Central. Aplausos de Macau O discurso do primeiro-ministro recebeu vários elogios dos deputados de Macau na Assembleia Popular Nacional, que prometeram trabalhar “dedicadamente” para alcançar as metas traçadas. Chui Sai Peng, citado pelo canal chinês da Rádio Macau, destacou os trabalhos feitos no ano passado pelo Governo Central, indicando que todas as metas definidas foram alcançadas, apesar dos vários desafios criados pelo ambiente económico. Por este motivo, o deputado considerou que as perspectivas para o futuro são encorajadoras e que a população tem motivos para estar mais confiante, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento da alta tecnologia. Kevin Ho, outro dos membros de Macau na APN, preferiu sublinhar os vários trabalhos previstos no discurso de Li Qiang para promover o crescimento económico ao longo deste ano, frisando que vão permitir estabilizar os mercados imobiliário e bolsista. Ho afirmou ainda que este ano vai mostrar a capacidade de resistência da economia do país. Ng Siu Lai considerou que o relatório do Governo Central foi bastante realista e que vai permitir ao país continuar a progredir, ao mesmo tempo que visa implementar medidas para aumentar as pensões de residentes das zonas urbanas e rurais. Segundo Ng, com a implementação deste relatório, a população chinesa vai ficar mais protegida e melhorar o nível de vida. Já a ex-deputada da Assembleia Legislativa Chan Hong optou por destacar a atenção prestada às questões da educação, e os planos para implementar progressivamente a gratuitidade na educação pré-escolar.
Bernardo Mendia, Câmara de Comércio e Indústria Portugal – Hong Kong: “Portugal deve estender a mão” Andreia Sofia Silva - 6 Mar 20256 Mar 2025 Chega hoje a Lisboa o secretário para a Inovação, Tecnologia e Indústria de Hong Kong, Sun Dong, acompanhado por empresários das áreas digitais, comércio online e tecnologia. Bernardo Mendia, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal – Hong Kong, destaca a importância da visita para as empresas portuguesas e da RAEHK enquanto complemento de contactos portugueses em Macau No ano passado, Portugal recebeu a visita de Christopher Hui Ching-yu, secretário dos Assuntos Financeiros e do Tesouro de Hong Kong, e agora outro governante de Hong Kong passar por Portugal. É uma visita com significado acrescido? Como Câmara de Comércio e Indústria Portugal – Hong Kong consideramos de extrema importância esta visita, valorizando muito a atenção que está a ser dada a Portugal. É importante, sobretudo, por se tratar de uma área tão específica como a inovação. Esta é uma área em que Hong Kong aposta muito e que tem sido uma prioridade para as autoridades da região, e isso é algo que existe em comum com Portugal, que também tem apostado na área tecnológica e de desenvolvimento científico. O que Portugal deve fazer é aproveitar esta oportunidade, estender a mão ao secretário e trabalhar em parceria. O desenvolvimento tecnológico e económico só se faz com parcerias internacionais, com a abertura de mercados e com colaborações. É também isso que promovemos como Câmara de Comércio. Temos estado envolvidos na organização desta viagem, algo que começou há meses. Vamos levar empresas portuguesas a identificar potenciais sinergias com as entidades que vêm cá, para que se conheçam e façam, depois, o seu trabalho. Hong Kong tem estado presente em todas as edições da Websummit em Lisboa. Esta visita dá a ideia de que a região pretende expandir-se e firmar parcerias mais concretas com Portugal? Sim, sem dúvida. Isso tem-se evidenciado nos discursos oficiais dos mais importantes membros do Governo de Hong Kong, incluindo do próprio Chefe do Executivo. Essa é a estratégia da região neste momento, ser uma ponte para o resto do mundo poder entrar na Ásia. Aí o território compete com outras plataformas, pois Hong Kong, Singapura e Tóquio são, talvez, os três territórios com maior expressão nesta área [tecnológica], na Ásia. Mas Hong Kong apresenta as melhores condições, não apenas pelo apoio que dá [às empresas], mas também por fazer parte da China, apesar de ter um sistema legal diferente e uma moeda diferente. Há um sistema completamente aberto ao nível da circulação de capitais e acesso à Internet. Acho que Hong Kong se posiciona melhor nesse campo, mas essa é uma competição que o território tem de fazer, tal como Portugal quando vai apresentar-se na Ásia, competindo com a Espanha e outros países europeus na atracção de investimento directo estrangeiro. Macau é, por norma, a principal ligação a Portugal, por questões históricas e da presença da língua portuguesa. Hong Kong pode ser também um território de ligação entre as empresas portuguesas e a Ásia? Macau e Hong Kong são muito complementares nesse aspecto. Macau tem essa ligação histórica com Portugal e tem empresas muito importantes sediadas no território, algumas delas há mais de 100 anos, nomeadamente o Banco Nacional Ultramarino. Essa experiência, e o facto de a língua portuguesa ainda ser oficial, é, sem dúvida, uma vantagem para as empresas portuguesas. Se for necessário entrar no mercado de capitais, as empresas portuguesas vão optar por uma série de serviços disponibilizados por Hong Kong. Mas Macau tem as suas vantagens próprias e considero que são dois mercados bastante complementares. A proximidade geográfica de Macau e Hong Kong também funciona como um ponto atractivo. Durante a visita de Christopher Hui Ching-yu, no ano passado, foi abordado o posicionamento de Hong Kong como paraíso fiscal. Como olha para essa questão? Esta visita é organizada pelo Hong Kong Economic and Trade Office e as questões fiscais ficarão, agora, postas de parte. Mas a nossa posição, como Câmara de Comércio, é que não faz sentido Hong Kong estar na lista de paraísos fiscais, e não faz sentido nem do ponto de vista legal, nem político. Nenhum dos mercados com quem concorremos coloca Hong Kong como um paraíso fiscal, nem a própria União Europeia. Só temos a perder com isso, porque criamos barreiras às trocas comerciais e investimento directo estrangeiro em Portugal, e também ao investimento que é feito pelas empresas portuguesas em Macau, que acabam por ser afectadas por isso. Não faz sentido essa designação do ponto de vista legal, porque Hong Kong não reúne as condições para fazer parte da lista dos paraísos fiscais, e do ponto de vista político porque nenhum outro país europeu coloca o território nessa categoria. A China está presente no mercado português através de diversos investimentos. Hong Kong está a tentar criar o seu próprio caminho? Não nesses termos. A esmagadora maioria do investimento chinês que é feito em Portugal é-o através de Hong Kong. Aí, nesse aspecto, Hong Kong e China trabalham de forma bastante complementar. Hong Kong funciona como um “porta-aviões” da China em termos do investimento externo, e não há propriamente uma concorrência entre os dois, trabalhando, sim, em conjunto. Encontros em Oeiras | Taguspark acolhe hoje sessões de intercâmbio e seminários Dong Sun faz-se acompanhar a Portugal pelas empresas e entidades mais importantes de Hong Kong nas áreas da inovação, tecnologia e meios digitais, quer a nível governamental, com o “Hong Kong Science and Technology Park” e o “Cyberport”, parque tecnológico com escritórios com projectos orçamentados em dois mil milhões de dólares de Hong Kong; quer a nível académico e de investigação, com a presença na comitiva do “Hong Kong Applied Science and Technology Research Institute” e “Hong Kong Microelectronics Research and Development Institute”. As sessões de intercâmbio e seminários acontecem hoje a partir das 16h, no Taguspark, em Oeiras, onde está localizada a Oeiras Valley Investment Agency, cujos representantes já estiveram, aliás, presentes em Macau para contactos comerciais. Na parte da tarde haverá oportunidade de diálogo entre o próprio secretário de Hong Kong, representantes da Câmara de Comércio e Indústria Portugal – Hong Kong e dirigentes dos parques tecnológicos e institutos da RAEHK, sendo que no total estão representadas 24 empresas. Na via catalã Num comunicado divulgado pelo Executivo de Hong Kong, lê-se que o programa inclui “reuniões e intercâmbios com líderes dos sectores político, empresarial e de inovação e tecnologia locais”, bem como visitas a infra-estruturas, parques tecnológicos, institutos de investigação e empresas. O objectivo é “reforçar os laços e a cooperação” com Portugal neste sector, “promovendo as vantagens da inovação e tecnologia de Hong Kong e explorando oportunidades de negócio no estrangeiro”, segundo o comunicado. Antes de passar por Lisboa, a delegação esteve em Barcelona, para participar no “Mobile World Congress”, considerado um dos eventos tecnológicos mais influentes a nível mundial. Esta é a segunda visita a Portugal de um membro do Governo de Hong Kong no espaço de um ano, depois de o secretário para os Serviços Financeiros e Tesouro ter passado por Lisboa em Junho. Na altura, Christopher Hui Ching-yu pediu a Portugal para retirar Hong Kong da lista de paraísos fiscais e defendeu que já cumpre os padrões da União Europeia para combater a evasão fiscal.
MAM | “Acima de Zobeida: Arte de Macau” inaugurada esta sexta-feira Hoje Macau - 4 Mar 2025 Será inaugurada esta sexta-feira, no Museu de Arte de Macau (MAM), a mostra “Acima de Zobeida: Arte de Macau na 60.ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza”, a partir das 18h30. A exposição foi criada pelo jovem artista de Macau, Wong Weng Cheong, e a curadora Chang Chan, e representou Macau na bienal italiana, uma das mais importantes do panorama das artes a nível mundial. “Acima de Zobeida” inspira-se no romance “As Cidades Invisíveis”, de Italo Calvino, focando-se na cidade fictícia de Zobeida. Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), “Wong Weng Cheong combina imagens digitais e instalações artísticas imersivas para construir uma heterotopia pós-apocalíptica”, com “criaturas herbívoras mutantes a viver numa cidade deserta, com membros alongados longe da fonte de alimento”. Tal é símbolo “do desequilíbrio entre a civilização humana”. A exposição conta ainda com “câmaras de vigilância instaladas em todos os lugares da exposição, sendo que os membros do público se tornam parte da obra ao entrar no espaço, esbatendo as linhas que separam realidade e ficção”. O tema central da 60.ª edição da Bienal de Veneza foi “Estrangeiros por Toda a Parte”, sendo que, nas palavras da curadora Chang Chan, “Acima de Zobeida” traz ideias como “o deslocamento da identidade e alienação espacial, explorando o conceito de ‘estrangeiro’ e a ansiedade apocalíptica da sociedade contemporânea”, descreve-se na mesma nota. Macau participa na Bienal de Veneza desde 2007. “Acima de Zobeida”, recebeu cerca de 77 mil visitas. O IC descreve que “é de grande importância que a exposição regresse a Macau, para que residentes e turistas possam apreciar as criações contemporâneas dos jovens artistas de Macau”.
Rota das Letras | Festival literário traz poesia ao Porto Interior Hoje Macau - 4 Mar 2025 Lisbon Poetry Orchestra, muitos poetas chineses e ainda fotografias do fotojornalista português Alfredo Cunha. Eis alguns dos destaques da nova edição do festival literário Rota das Letras dedicada à poesia, mas que recorda também o período da descolonização portuguesa. A literatura juvenil também tem lugar no evento que decorre entre os dias 21 e 30 deste mês na zona da Barra, Porto Interior Já são conhecidos os principais destaques do cartaz da 14.ª edição do Festival Literário Rota das Letras, marcado para os dias 21 a 30 de Março e que este ano se muda para o Antigo Matadouro Municipal, na zona da Barra, Porto Interior. Numa zona bem tradicional da Macau antiga espera-se muita poesia, concertos e ainda exposições de fotografia. Destaque para o concerto da Lisbon Poetry Orchestra, a 29 de Março, que faz a sua estreia em Macau com o espectáculo “Os Surrealistas”, que tem como convidada especial Xana, vocalista dos Rádio Macau. A primeira parte do espectáculo será feita pela banda Poetry & Music, de Anthony Tao, antigo responsável pela organização do Festival Literário de Pequim. O tema da actuação é “O Mito da Escrita”. De salientar também para a presença de vários poetas chineses no Rota das Letras, nomeadamente a jovem Xu Jinjin, artista interdisciplinar que divide o seu tempo entre Xangai e Nova Iorque, onde tem exposto com regularidade em museus de ambas as cidades. A sua obra poética foi recentemente premiada pela Sociedade Americana de Poesia. Em nome da poesia juntam-se ainda Valério Romão, autor e tradutor português que, recentemente, lançou o seu primeiro livro de poesia: “Mais uma Desilusão”. Seguem-se nomes como Zang Di e Jia Wei, de Pequim, e ainda autores locais, como Chan Ka Long e Wang Shanshan. Serão, assim, apresentados novos livros, além de que o público poderá também assistir a récitas de poesia, palestras e workshops, sempre com temáticas em torno da literatura. O festival serve ainda para recordar o centésimo aniversário da publicação “Lin Tchi Fá – Flor de Lótus”, livro de poemas de Maria Anna Acciaioli Tamagnini, com o lançamento inédito de traduções para chinês e inglês. Lembrar a descolonização O Rota das Letras deste ano assinala também a passagem do 50.º aniversário da independência dos países africanos de língua portuguesa através de uma exposição do fotojornalista Alfredo Cunha, que fez a cobertura desses acontecimentos históricos. O tema do fim da guerra colonial e do processo de descolonização que se seguiu está também presente no romance de João Ricardo Pedro, “O Teu Rosto Será o Último”, que o realizador Luís Filipe Rocha adaptou ao cinema. Sendo este um nome ligado ao território, o realizador português regressa a Macau depois de ter filmado “Amor e Dedinhos de Pé” nos anos 80, ou seja, a adaptação para cinema do icónico romance de Henrique de Senna Fernandes. Outra presença no festival é a de António Costa e Silva, que foi ministro da Economia e do Mar em Portugal entre 2022 e 2024, mas que se dedica também à escrita. Costa e Silva vem a Macau apresentar o seu romance “Desconseguiram Angola”, sobre o período de descolonização e consequente guerra civil que assolou o país durante anos. Ao nível do romance chinês apresenta-se também a obra de Chen Jining, vice-presidente da Associação de Escritores de Guangdong, e que tem recebido inúmeras distinções literárias, incluindo o Prémio Anual da Literatura Chinesa na categoria de “Melhor Novelista”, o Prémio Literário do Povo e o China Good Book Award, entre outros. Chen Jining conta com dois romances bastante premiados, nomeadamente “Cidade dos Sete Passos” e “Monólogo em Voz Alta”. A vida de Wallis Na língua inglesa, dá-se destaque à literatura de não-ficção, nomeadamente com o trabalho do escritor britânico Paul French, que traz ao festival duas obras bem recentes: “Her Lotus Year”, que conta a passagem de Wallis Spencer, Duquesa de Windsor, pela China, nos anos 20 do século XX; e ainda “Destination Macao”, colecção de histórias sobre algumas das mais fascinantes figuras de Macau dos séculos XIX e XX. Tony Banham, de Hong Kong, apresenta o resultado da sua investigação sobre o afundamento do navio Lisbon Maru, um dos erros mais trágicos cometidos pelas forças aliadas durante a Guerra do Pacífico. Já Thomas Dubois, autor sediado em Pequim, dá a conhecer a China em “Sete Banquetes”, estudo profundo da história da gastronomia chinesa recentemente publicado. Para mais pequenos Os livros para os mais novos serão levados às escolas por Chen Shige, o primeiro escritor pós-anos 80 a ganhar a mais alta distinção da literatura infantil na China. Também André Letria, ilustrador e editor português com várias das suas obras publicadas em língua chinesa, e distinguido com vários prémios internacionais, será um dos convidado do festival. Sophia Hotung, ilustradora de Hong Kong, vem também a Macau partilhar a sua arte com o público. Na véspera da abertura do Festival, Wang Zhengping, um dos grandes mestres da fotografia chinesa, inaugura na Galeria do Tap Seac a exposição “O Vento Sopra na Pradaria”, um olhar poético sobre os campos de pastagens da Mongólia Interior e quem os habita. Rao Yongxia, discípula de Wang, seguiu-lhe os passos e mostra o seu trabalho dias mais tarde, na Galeria do Albergue da Santa Casa da Misericórdia. Ao longo de dez dias, o festival propõe uma programação com duas dezenas de palestras, três exposições, um ciclo de cinema e um concerto, visitas a escolas, e oficinas de fotografia e de escrita criativa. Segundo a organização, o programa mais detalhado será publicado nos próximos dias. O Rota das Letras conta com diversos apoios de empresas locais e do Fundo de Desenvolvimento da Cultura do Governo da RAEM, sendo organizado pela Sociedade de Artes e Letras e a Praia Grande Edições.
PJ | Mulher detida por acusar idoso de violação Hoje Macau - 4 Mar 2025 Uma mulher está indiciada por ter acusado falsamente um idoso de violação. O caso foi revelado ontem pela Polícia Judiciária (PJ). De acordo com o relato apresentado, a mulher oriunda do Interior da China conheceu o homem numa plataforma online. Foi dessa forma que os dois combinaram viajar para Macau a 26 de Fevereiro, com a mulher a ficar no hotel reservado pelo idoso. Durante este período, os dois terão mantido relações sexuais consensuais várias vezes, segundo a PJ. Contudo, a 1 de Março a mulher apresentou queixa ao Corpo de Polícia de Segurança Pública devido a uma alegada violação. As investigações ao caso levaram a PJ a considerar que a violação nunca aconteceu e que a queixa terá tido origem numa disputa financeira entre os dois. Como resultado das investigações, a mulher acabou por ser detida e o caso foi encaminhado para o Ministério Público.
Toi San | Explosão deixa duas crianças com queimaduras de terceiro grau João Santos Filipe e Nunu Wu - 4 Mar 2025 O acidente teve origem numa fuga de gás do abastecimento central e causou cinco feridos. Mais de 300 pessoas de 100 apartamentos foram retiradas das suas casas, e uma máquina de lavar roupa foi projectada para a rua Duas crianças com queimaduras em mais de 20 por cento do corpo, uma empregada doméstica com queimaduras em 35 por cento do corpo, e outras duas feridas. Foi este o resultado de uma explosão, seguida de incêndio, no 19.º andar do Edifício Jardim Cidade Nova (também denominado San Seng Si Fa Un), na Avenida Tamagnini Barbosa, no bairro do Toi San, na noite de segunda-feira. O acidente aconteceu por volta das 21h, e terá sido causado por uma fuga de gás no abastecimento centralizado, que resultou numa explosão de grande dimensão, seguida de um incêndio. Em relação aos ocupantes do apartamento onde aconteceu a explosão, um menino de dois anos teve de ser transportado para o hospital com queimaduras de terceiro grau em 20 por cento do corpo. Outra criança, uma menina de oito anos, sofreu queimaduras de terceiro grau em 25 por cento do corpo. No apartamento onde aconteceu a explosão estava ainda uma empregada doméstica, com 55 anos e nacionalidade vietnamita, que sofreu queimaduras de segundo grau em 35 por cento do corpo. Todos foram levados para o hospital. As autoridades contabilizam mais duas pessoas feridas na sequência do incidente, uma vizinha que estava no apartamento ao lado e inalou os fumos do incêndio, e uma transeunte que passava na rua e foi atingida por objectos projectados do 19.º andar, embora sem gravidade. Máquina de lavar voadora De acordo com a informação do Corpo de Bombeiros, a explosão terá causado vários danos, não só no interior do apartamento afectado, mas também nos elevadores do edifício, que passaram a funcionar de forma deficiente, impossibilitando a utilização. Depois de extinto o incêndio, Lam Chon Sang, segundo-comandante do Corpo de Bombeiros, explicou que os bombeiros tiveram de subir os andares pelas escadas, o que dificultou o combate às chamas, principalmente a nível do abastecimento de água. No entanto, depois de ser feita a ligação com a fonte de água, os bombeiros terão demorado cerca de dois minutos a extinguir o incêndio. Aos órgãos de comunicação social, Lam Chon Sang revelou que as chamas afectaram um dos dois quartos da casa, a sala de estar, além da cozinha. Como consequência, o sistema de gás central teve de ser desligado. O acidente levou a que cerca de 300 moradores de 100 apartamentos fossem retirados do edifício. Ao contrário de outros incêndios mais recentes, Lam destacou que todos os equipamentos de protecção contra incêndio estavam a funcionar e que os moradores ouviram o alarme de emergência. As chamas foram combatidas por 56 bombeiros, auxiliados por 19 veículos de resposta a emergências. A explosão fez com que vários objectos fossem projectados para a rua do 19.º andar. Além de peças de vestuário, também uma máquina de lavar roupa foi atirada para fora do aparamento, caindo na rua. Três em duas semanas Horas após a ocorrência, o Instituto de Acção Social (IAS) emitiu um comunicado a afirmar estar “muito atento ao incêndio” e que foram enviados para o local “assistentes sociais para prestar o apoio necessário às famílias afectadas pelo incêndio”. Segundo os dados do IAS, cerca de 30 residentes afectados precisaram de pernoitar nos centros de acolhimento disponibilizados. Com a ocorrência no Edifício Jardim Cidade Nova, Macau soma três incêndios em prédios de habitação no espaço de duas semanas. O primeiro, registado a 24 de Fevereiro, aconteceu no Edifício do Lago, causou dois feridos, e obrigou a que 18 pessoas fossem retiradas das suas casas. O incêndio assumiu contornos polémicos, uma vez que os moradores se queixaram que os alarmes de incêndio não tocaram. Posteriormente, em Seac Pai Van, na quinta-feira passada, outro incêndio num apartamento causou uma vítima mortal. Contudo, neste caso, as autoridades responsabilizaram a vítima pelas chamas, devido a um historial de problemas psicológicos. Associações polémicas Após a divulgação do incidente, algumas associações tradicionais deslocaram-se ao local e tiraram fotografias alegadamente a ajudar alguns dos residentes afectados. As fotografias foram partilhadas nas redes sociais pelas associações, como a Associação das Mulheres, mas as imagens causaram polémica, com internautas a acusarem as associações de aproveitamento eleitoral. As eleições para a Assembleia Legislativa foram agendadas para 14 de Setembro, e actualmente a Associação das Mulheres tem dois deputados.
Jogo | Número de trabalhadores cresce 2,3% Hoje Macau - 4 Mar 2025 No final do quarto trimestre do ano passado, o número de trabalhadores nas lotarias e outros jogos de aposta aumentou 2,3 por cento, face ao período homólogo, de acordo com os dados da Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No final do trimestre, o sector do jogo empregava 52.971 trabalhadores a tempo inteiro, o que representou um aumento de 1.200 trabalhadores face ao quarto trimestre de 2023. Entre os 52.971 empregados, 23.618 desempenhavam as funções de croupiers, um aumento de 259 empregados num espaço do jogo, o que representou um crescimento de 1,2 por cento. Em termos dos vencimentos, em Dezembro de 2024 a remuneração média dos trabalhadores a tempo inteiro deste sector era de 26.890 patacas, mais 6,3 por cento, em termos anuais. Estes dados excluem as remunerações irregulares. A remuneração média dos croupiers foi de 21.470 patacas, mais 2,9 por cento. Sobre este aspecto, a DSEC indicou que as pessoas ganharam mais, porque trabalharam mais, embora reconheça que tenha havido igualmente um aumento salarial. No fim do último trimestre, existiam 253 postos vagos no sector das lotarias e outros jogos de aposta, uma redução de 147 vagas em termos anuais. Segundo a DSEC, a maioria das vagas dizia respeito a empregos administrativos (90), seguidos pelos directores e quadros dirigentes de empresas (54). Em relação aos requisitos de recrutamento, 64,8 por cento das vagas requeriam experiência profissional, 62,5 por cento exigiam apenas habilitações académicas inferiores ou iguais ao ensino secundário complementar. Os dados da DSEC excluem os promotores e colaboradores de jogos.
Imobiliário | Preços voltam a cair, mas houve mais transacções João Santos Filipe - 4 Mar 2025 O mercado continua longe dos valores praticados antes da pandemia, com sinais cada vez mais mistos. Se a comparação dos dados mais recentes for feita com a primeira metade de Janeiro, as casas ficaram mais caras, mas registaram-se menos transacções O preço médio da habitação sofreu uma redução de 11,9 por cento na primeira metade de Fevereiro, face ao período homólogo, de acordo com os números revelados pela Direcção de Serviços de Finanças (DSF). Segundo os dados mais recentes, o preço médio do metro quadrado na primeira metade de Fevereiro deste ano foi de 75.316 patacas. Fazendo as contas, uma casa com 90 metros quadrados estava avaliada em 6,78 milhões de patacas. Em comparação, na primeira quinzena de Fevereiro de 2024, o preço médio do metro quadrado era de 85.487 patacas, o que significa que o mesmo apartamento estaria avaliado em 7,69 milhões de patacas. Quando a comparação é feita com os valores praticados na primeira quinzena de Janeiro deste ano, as casas em Macau ficaram mais caras, dado que nesse período o preço médio do metro quadrado era de 69.882 patacas. Em Janeiro, a casa com 90 metros quadrados estava avaliada em 6,30 milhões de patacas. Em termos anuais, com preços mais baratos registaram-se mais compras e vendas de habitação no território, um crescimento de 16,7 por cento. No início de Fevereiro foram contabilizaram-se 84 transacções, quando no período homólogo o número tinha sido de 72 transacções. Todavia, se a comparação for feita entre a primeira metade de Fevereiro e a primeira metade de Janeiro, houve uma redução de 32,8 por cento, dado que as 125 transacções de Janeiro foram reduzidas para 84 transacções no mês mais recente. Mais caro em Coloane Os dados mais recentes da DSF mostram ainda que o metro quadrado é mais caro em Coloane, onde o preço médio foi de 80.746 patacas, nas nove transacções registadas. Na primeira metade de Fevereiro de 2024, tiveram lugar quatro transacções a um preço médio de 111.996 patacas por metro quadrado. Na primeira quinzena de Janeiro de 2025, registaram-se nove transacções, a um preço médio de 72.252 patacas por metro quadrado. A Taipa foi a segunda zona mais cara de Macau, com o metro quadrado a ser comercializado, em média, por 74.367 patacas. Durante a primeira metade de Fevereiro de 2025, foram registadas 21 transacções de habitação. Em comparação, em Fevereiro de 2024, tinham sido declaradas 16 transacções, a uma média de 85.342 patacas por metro quadrado. Como normalmente acontece, Macau voltou a ser a zona do território onde foram declaradas mais transacções, com 54 negócios, realizados a uma média de 74.359 patacas por metro quadrado. No início de Janeiro, concretizaram-se 96 transacções, a um preço médio de 66.753 patacas por metro quadrado. Na primeira quinzena de Janeiro de 2025, as 96 transacções declaradas aconteceram a uma média de 66.753 patacas por metro quadrado.
Taiwan | Alteração a regras de residência para cidadãos de Macau em estudo Hoje Macau - 4 Mar 2025 Taiwan está a considerar impor regras mais apertadas para a atribuição de residência e cidadania aos cidadãos provenientes de Hong Kong e Macau, com vista a evitar a influência chinesa através da imigração, avançou a imprensa taiwanesa. Ao contrário de outros cidadãos estrangeiros, actualmente, os residentes de Hong Kong e Macau podem candidatar-se à residência permanente e obter bilhete de identidade de Taiwan após um ano a residir na ilha. Taiwan está agora a considerar implementar alterações, que estabelecem que cidadãos provenientes das duas regiões administrativas tenham de residir na ilha quatro anos antes de se tornarem elegíveis para a residência permanente, disse, na segunda-feira, um responsável familiarizado com o assunto, citado pelo jornal Taipei Times. Pretende-se com as alterações evitar a influência do Partido Comunista Chinês em Taiwan através da imigração de Hong Kong e Macau, declarou a mesma fonte, que pediu para não ser identificada. A medida faz parte de uma “reforma legislativa relacionada com a segurança”, acrescentou. Uma outra alteração que está a ser considerada, referiu a mesma fonte, é acabar com atribuição de cidadania a pessoas de Hong Kong e Macau com residência de longa duração. Ainda de acordo com as alterações propostas, os requerentes de residência de Hong Kong ou Macau que tenham trabalhado para o PCC, para as forças armadas chinesas ou para instituições públicas chinesas vão ser objecto de análise rigorosa e os pedidos podem ser recusados, continuou.
Fitch Ratings | Governo aplaude manutenção de notação Hoje Macau - 4 Mar 2025 O Governo da RAEM emitiu um comunicado a destacar o facto de a agência de notação financeira ter mantido o grau de notação de crédito de longo prazo no nível AA, com perspectivas estáveis. Este é o terceiro nível mais alto da escala da agência de notação financeira. Segundo a comunicação do Governo, que cita o relatório, a manutenção desta classificação deveu-se “à situação altamente estável das finanças públicas e da balança de pagamentos da RAEM, bem como ao compromisso do Governo da RAEM em continuar a adoptar uma gestão financeira prudente, mesmo em períodos de ajustamento económico”. A agência terá ainda previsto que “o crescimento adicional do sector do turismo e dos investimentos não relacionados com o jogo, a que acrescem o alívio nas políticas de turismo para residentes do Interior da China e a optimização contínua das infra-estruturas turísticas” irão melhorar as perspectivas económicas do território. As notações de crédito são utilizadas como referência pelos mercados quando compram dívida dos Estados ou regiões. Quanto pior a notação, mais altos tendem a ser os juros pagos pelo endividamento. No caso de Macau, como não há emissão de dívida, uma vez que a reserva financeira é superior a 600 mil milhões de patacas, na prática, a notação acaba por ter pouca relevância.
Jogo | Ron Lam denuncia despedimentos sem justa causa João Luz e Nunu Wu - 4 Mar 2025 Ron Lam revelou ter recebido queixas de funcionários de cinco das seis concessionárias de jogo por terem sido demitidos sem justa causa ou qualquer explicação. O deputado revela que desde Janeiro circulava no sector um rumor de que o Governo teria dado “luz verde” para os despedimentos Uma vaga de despedimentos afectou um número ainda indeterminado de funcionários de departamentos administrativos de cinco das seis concessionárias de jogo, revelou na segunda-feira Ron Lam numa publicação no Facebook. O deputado afirma ter recebido queixas de vários trabalhadores que terão sido de notificados na passada sexta-feira do despedimento sem justa causa, sem que lhes tenha sido dada qualquer explicação para as demissões ou alternativas de transferência para outros departamentos. Sem mencionar o número de trabalhadores ou as empresas onde trabalhavam, Ron Lam afirmou que, até agora, apenas uma das seis concessionárias não avançou para demissões. Além disso, o deputado revela que a situação não foi propriamente uma surpresa para os trabalhadores. “Os funcionários despedidos afirmaram que desde o início do ano corria um ‘rumor’ de que o Governo teria dado ‘luz verde’ às empresas, permitindo que despedissem trabalhadores”, denunciou o deputado. Ron Lam considera que a vaga de despedimentos pode ter grande impacto económico, criando um precedente que pode prejudicar o desenvolvimento do território e a vida das pessoas. “A economia de Macau ainda não recuperou totalmente, mas as empresas concessionárias de jogo regressaram os lucros e empregavam em Junho de 2024 mais de 27 mil trabalhadores não-residentes. Face a este cenário, se as concessionárias despedirem sem justa causa residentes locais, não só isso será inaceitável para a comunidade, como poderá abrir um precedente perigoso”, apontou o deputado. Fazer algo A situação, que segundo Ron Lam denota o agravar do pessimismo no mercado laboral, devia ser revolvida pelo Governo através de “passos pro-activos” e de uma “investigação exaustivo que ponha um fim à prática” que contraria o princípio do acesso prioritário ao emprego dos residentes locais. O deputado recordou que nos novos contratos de concessão para exploração de jogo, assinados em 2022, foi previsto o reforço da responsabilidade social das concessionárias e que durante a pandemia, apesar de a indústria ter ficado paralisada, as concessionárias não despediram funcionários. Face a este cenário, Ron Lam defende que o Executivo deve esclarecer porque as concessionárias foram autorizadas a despedir funcionários locais sem oferecer postos alternativos. No programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau, uma ouvinte revelou que os casos denunciados por Ron Lam podem ser só a ponta do icebergue. “O que Ron Lam divulgou é real. Não tenho a certeza se o Governo deu ‘luz verde’, mas também espero explicações. Porém, os despedimentos não começaram na semana passada, mas há cerca de dois meses. Um familiar meu foi despedido recentemente, mas em Novembro foram despedidos trabalhadores não-residentes”.