Fórum de cooperação Trans-Himalaias realizado no Tibete

O Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês incitou os vizinhos dos Himalaias a respeitarem a “integridade territorial” num fórum perto da fronteira com a Índia.

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, incentivou os países dos Himalaias a reforçarem a sua cooperação em matéria de ambiente e a respeitarem a “integridade territorial”, ao receber diplomatas perto da fronteira com a Índia. Wang Yi fez estes comentários ontem, quinta-feira, durante um fórum internacional sobre a cooperação regional trans-himalaia, na região autónoma chinesa do Tibete. O evento contou com a presença de funcionários de mais de uma dúzia de países, incluindo vários que partilham uma fronteira com a China.

Mas a Índia esteve notoriamente ausente. A cidade anfitriã do fórum, Nyingchi, fica a 160 km da área disputada de Arunachal Pradesh, onde Nova Deli e Pequim têm reivindicações concorrentes. Não se sabe se a Índia foi convidada, mas não participou igualmente em fóruns anteriores em 2018 e 2019.

Apelos ao respeito mútuo

Durante o seu discurso de abertura do fórum, Wang apelou aos países da região para respeitarem o território uns dos outros para garantir a estabilidade, a prosperidade e o desenvolvimento sustentável. “Devemos aderir ao respeito e à confiança mútuos e salvaguardar conjuntamente a unidade regional e a confiança mútua”, afirmou.

“Devemos respeitar a soberania e a integridade territorial uns dos outros, não interferir nos assuntos internos uns dos outros, apoiar-nos mutuamente em questões que envolvam os interesses fundamentais uns dos outros, insistir na resolução de diferenças através do diálogo e da consulta e trabalhar em conjunto para construir uma grande família de unidade em torno dos Himalaias”, reforçou o MNE chinês.

Wang apelou igualmente ao reforço da cooperação em matéria de desenvolvimento ecológico, citando os resultados alcançados no passado, incluindo os acordos ambientais com a Índia, o Paquistão, o Sri Lanka e o Nepal, bem como um memorando de entendimento sobre a cooperação ecológica com o primeiro-ministro nepalês, Pushpa Kamal Dahal, durante a sua visita à China na semana passada, e prometeu que a China formaria profissionais para o Centro de Investigação sobre a Biodiversidade do Sudeste Asiático em Myanmar e para um centro de cooperação para a prevenção e o controlo da desertificação na Mongólia.

Itália não sabe se fica

Entre os participantes no fórum contam-se o Paquistão, o Nepal, o Sri Lanka, Myanmar e a Mongólia, países que aderiram à iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e que se encontram entre os principais beneficiários do plano, que este ano assinala o seu décimo aniversário.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros em exercício do Afeganistão, Mawlawi Amir Khan Mutaqi, também esteve presente, marcando a segunda vez que um responsável dos Talibãs participa numa reunião regional, após a reunião de Moscovo, realizada na Rússia na semana passada. De acordo com os meios de comunicação social afegãos, Mutaqi deveria encontrar-se com Wang à margem do fórum para debater a agenda de desenvolvimento do seu país.

Segundo a China News, outros países membros da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, como o Chile, Quénia e Itália, também enviaram representantes ao fórum. Roma continua indecisa sobre se vai abandonar a iniciativa, uma vez que o memorando de entendimento que assinou com Pequim em 2018 expira em Março.

6 Out 2023

APN | Delegados de Macau querem menos burocracia para empresas do Tibete 

Um total de 20 empresas oriundas do Tibete são esperadas na próxima edição da Feira Internacional de Macau, em Outubro. Alguns delegados de Macau à Assembleia Popular Nacional esperam que sejam facilitados os procedimentos de entrada e saída do território e que haja mais ligações empresariais entre a RAEM e o Tibete

 
[dropcap]O[/dropcap] jornal Ou Mun noticiou ontem que alguns delegados de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) reuniram com membros do comité permanente da APN da região autónoma do Tibete. Si Ka Lon, não só delegado de Macau à APN, mas também deputado à Assembleia Legislativa (AL), disse que cerca de 20 empresas do Tibete são esperadas na próxima edição da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa). Neste contexto, o deputado alertou para o facto de persistir muita burocracia no que diz respeito aos trâmites de entrada e saída de Macau para pessoas oriundas do Tibete, esperando uma maior facilidade a este nível.
Representantes de empresas referiram que os procedimentos para requerer a entrada e saída de Macau são complicados, uma vez que apenas 30 por cento dos documentos apresentados levaram mais de 20 dias a ser aprovados pelas autoridades. Portanto, Si Ka Lon deseja uma menor burocracia e uma maior facilidade na entrada de empresas, noticiou o Ou Mun.
Além disso, Si Ka Lon espera que Tibete e Macau possam aprofundar a cooperação a nível económico através de mais convites a empresas tibetanas para que participem em exposições no território. O responsável defende também que as autoridades do Tibete possam considerar a possibilidade de realizar mais actividades de promoção de turismo, cultura e investimento na zona da Grande Baía.
Lok Po, delegado de Macau à APN e director do jornal Ou Mun, disse esperar que o Governo do Tibete possa facilitar as condições de acesso das empresas tibetanas ao mercado de Macau, uma vez que isso pode levar a um reforço de ligações entre os dois territórios e a uma maior promoção do Tibete como destino. Além disso, Lok Po acredita tratar-se de um método correcto para mostrar o apoio ao princípio “Um País, Dois Sistemas”.

Kou Hoi In quer mais turismo

O delegado à APN e presidente da AL, Kou Hoi In, lembrou no encontro que lugares do Tibete como a capital, Lhasa, e Linzhi têm poucos visitantes, tendo sugerido a realização de um planeamento geral para evitar a destruição do ambiente ecológico do Tibete.
Já a advogada Paula Ling, lembrou a dificuldade dos estrangeiros na obtenção de um visto de entrada no Tibete. “Como o Governo tibetano enfatiza a estabilidade social, espero que concedam mais facilidades para que os estrangeiros viajem para o local”, frisou.
Chui Sai Peng, deputado à AL, sugeriu que as autoridades do Tibete deveriam controlar o planeamento de resorts turísticos de grande escala, para não ultrapassar a capacidade de acolhimento da região e para que não haja efeitos negativos a nível ambiental. Chui Sai Peng deseja ainda que as empresas de Macau e do Tibete na área das indústrias criativas aumentem a sua comunicação.
Lai Sai Kei, director da escola Keang Peng, disse estar preocupado com a questão da educação tibetana, uma vez que, na sua óptica, o desenvolvimento de um território está intimamente relacionado com a educação. Lai Sai Kei citou dados estatísticos deste ano que mostram uma taxa de matrícula nas universidades do Tibete de 39 por cento, mais baixa face ao resto do país.
Nesse sentido, o responsável defende que a curto prazo devem ser incentivados mais estudantes tibetanos a frequentar os seus estudos em cidades do Interior da China ou até mesmo em Macau.

11 Set 2019

APN | Delegados de Macau querem menos burocracia para empresas do Tibete 

Um total de 20 empresas oriundas do Tibete são esperadas na próxima edição da Feira Internacional de Macau, em Outubro. Alguns delegados de Macau à Assembleia Popular Nacional esperam que sejam facilitados os procedimentos de entrada e saída do território e que haja mais ligações empresariais entre a RAEM e o Tibete

 

[dropcap]O[/dropcap] jornal Ou Mun noticiou ontem que alguns delegados de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) reuniram com membros do comité permanente da APN da região autónoma do Tibete. Si Ka Lon, não só delegado de Macau à APN, mas também deputado à Assembleia Legislativa (AL), disse que cerca de 20 empresas do Tibete são esperadas na próxima edição da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa). Neste contexto, o deputado alertou para o facto de persistir muita burocracia no que diz respeito aos trâmites de entrada e saída de Macau para pessoas oriundas do Tibete, esperando uma maior facilidade a este nível.

Representantes de empresas referiram que os procedimentos para requerer a entrada e saída de Macau são complicados, uma vez que apenas 30 por cento dos documentos apresentados levaram mais de 20 dias a ser aprovados pelas autoridades. Portanto, Si Ka Lon deseja uma menor burocracia e uma maior facilidade na entrada de empresas, noticiou o Ou Mun.

Além disso, Si Ka Lon espera que Tibete e Macau possam aprofundar a cooperação a nível económico através de mais convites a empresas tibetanas para que participem em exposições no território. O responsável defende também que as autoridades do Tibete possam considerar a possibilidade de realizar mais actividades de promoção de turismo, cultura e investimento na zona da Grande Baía.

Lok Po, delegado de Macau à APN e director do jornal Ou Mun, disse esperar que o Governo do Tibete possa facilitar as condições de acesso das empresas tibetanas ao mercado de Macau, uma vez que isso pode levar a um reforço de ligações entre os dois territórios e a uma maior promoção do Tibete como destino. Além disso, Lok Po acredita tratar-se de um método correcto para mostrar o apoio ao princípio “Um País, Dois Sistemas”.

Kou Hoi In quer mais turismo

O delegado à APN e presidente da AL, Kou Hoi In, lembrou no encontro que lugares do Tibete como a capital, Lhasa, e Linzhi têm poucos visitantes, tendo sugerido a realização de um planeamento geral para evitar a destruição do ambiente ecológico do Tibete.

Já a advogada Paula Ling, lembrou a dificuldade dos estrangeiros na obtenção de um visto de entrada no Tibete. “Como o Governo tibetano enfatiza a estabilidade social, espero que concedam mais facilidades para que os estrangeiros viajem para o local”, frisou.

Chui Sai Peng, deputado à AL, sugeriu que as autoridades do Tibete deveriam controlar o planeamento de resorts turísticos de grande escala, para não ultrapassar a capacidade de acolhimento da região e para que não haja efeitos negativos a nível ambiental. Chui Sai Peng deseja ainda que as empresas de Macau e do Tibete na área das indústrias criativas aumentem a sua comunicação.

Lai Sai Kei, director da escola Keang Peng, disse estar preocupado com a questão da educação tibetana, uma vez que, na sua óptica, o desenvolvimento de um território está intimamente relacionado com a educação. Lai Sai Kei citou dados estatísticos deste ano que mostram uma taxa de matrícula nas universidades do Tibete de 39 por cento, mais baixa face ao resto do país.

Nesse sentido, o responsável defende que a curto prazo devem ser incentivados mais estudantes tibetanos a frequentar os seus estudos em cidades do Interior da China ou até mesmo em Macau.

11 Set 2019

Assembleia da República portuguesa preocupada com liberdades no Tibete

[dropcap]O[/dropcap] parlamento português aprovou ontem um voto em que manifesta a sua preocupação pelo respeito das liberdades no Tibete e pede empenho à China na protecção dos direitos humanos.

Partido Socialista (PS), Partido Social Democrata (PSD), Bloco de Esquerda (BE) e CDS-PP votaram a favor do texto, que recebeu os votos contrários do Partido Comunista Português e do PAN – Partido Animais Natureza, registando-se a abstenção do Partido Ecologista os Verdes e de três deputados centristas (Telmo Correia, Ana Rita Bessa e João Almeida).

No voto, apresentado pela bancada do PS, manifesta-se “preocupação pela subsistência de situações em que não são asseguradas as liberdades fundamentais no território do Tibete”.

Por outro lado, apela-se “às autoridades da República Popular da China que assegurem, em diálogo com a sociedade civil e na linha dos padrões internacionais de protecção dos direitos humanos de que é signatária, no quadro da Organização das Nações Unidas, a sua plena efectivação”.

No voto, reconhece-se que, “apesar de várias iniciativas de diálogo e concertação”, continuam a existir “motivos para preocupação sobre a situação no território do Tibete”.

“Em particular, no que concerne à necessidade de garantir plenamente a identidade cultural dos tibetanos, a liberdade de expressão e religião, o exercício da liberdade religiosa e o acesso de viajantes estrangeiros ao território”, afirma-se no texto.

30 Mar 2019

Pequim enfatiza progresso do Tibete e critica antigos dirigentes

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas responsáveis pelo Tibete, umas das regiões da China mais vulneráveis ao separatismo, elogiaram ontem o desenvolvimento do território, e acusaram a antiga classe dominante de manter o povo tibetano sob servidão feudal.

Quando se celebram 60 anos desde uma frustrada rebelião contra o domínio de Pequim, o vice-governador do Tibete Norbu Dondrup enfatizou o progresso na economia, saúde e educação desde 1959, e criticou o autoproclamado governo no exílio, estabelecido pelo líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama.

Dondrup falava à margem da apresentação de um documento difundido pelo Conselho de Estado chinês, que acusa a antiga classe dominante do Tibete de manter o povo tibetano sob “servidão feudal através de uma teocracia”.

“Milhões de servos foram submetidos à exploração e opressão cruéis, até à reforma democrática de 1959”, lê-se no documento, intitulado “Reforma democrática no Tibete – Sessenta anos depois”.

“O controlo das mentes através da religião” era uma forma de supressão, considera o documento.

O Dalai Lama, 83 anos, vive exilado na vizinha Índia, na sequência da frustrada rebelião de 1959.
Dondrup negou que a cultura tradicional e a religião do Tibete estejam a ser reprimidas, mas disse que a China actuaria contra a “interferência estrangeira”.

O vice-governador negou ainda a existência de qualquer apoio significativo para que o Tibete seja uma entidade política independente. “A questão da independência tibetana não existe”, realçou.

28 Mar 2019

“Doença da altitude” justifica proibição de visitas ao Tibete

Num mês em que se assinalam aniversários de rebeliões contra o domínio chinês, Pequim restringiu ainda mais as visitas de estrangeiros à região

 

[dropcap]O[/dropcap] secretário do Partido Comunista Chinês no Tibete justificou a interdição do acesso de estrangeiros àquela região dos Himalaias, durante o mês de Março, com a possibilidade de os “visitantes sofrerem de doença da altitude”.

Citado pela imprensa local, o líder comunista no Tibete, Wu Yingjie, disse que as restrições são necessárias para “garantir a segurança” dos turistas.

Segundo confirmou a agência Lusa, as agências de viagens estão a recusar turistas estrangeiros em visitas ao Tibete, durante este mês, quando se celebra um par de aniversários sensíveis que questionam a legitimidade da soberania chinesa na região.

“Após considerarmos as condições geográficas e climáticas específicas [do Tibete], adoptámos uma série de regulamentações para as visitas de estrangeiros, de acordo com a lei”, disse.

No dia 10 de Março celebra-se o 60.º aniversário desde uma frustrada rebelião contra a administração chinesa, que terminou com o exílio na vizinha Índia do líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter “uma postura separatista”.

E no dia 14 de Março de 2008, a capital da região autónoma do Tibete, Lhasa, foi palco de violentos ataques contra a presença chinesa, que resultaram em 18 mortos, segundo dados do Governo chinês. Um número desconhecido de tibetanos foi morto pelas tropas chinesas na sequência daquele incidente.

Além do visto chinês, os estrangeiros precisam de uma autorização especial para visitar o Tibete, uma exigência que as autoridades normalmente justificam com as “tradições únicas da etnia tibetana, o património cultural, a capacidade de receber turistas e as necessidades de proteção ambiental”.

Os turistas estrangeiros que querem visitar o Tibete, incluindo a capital Lhasa, têm de fazê-lo em grupo e acompanhados de um guia, e Pequim proíbe diplomatas e jornalistas estrangeiros de entrarem na região, excepto em visitas organizadas pelas autoridades ou pelo departamento de propaganda do Partido Comunista.

 

Diferendo secular

A China considera que a região é desde há séculos parte do território chinês.

Mas seguidores do Dalai Lama, o líder espiritual dos tibetanos, que em 1989 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, acusam Pequim de tentar destruir a identidade religiosa e cultural do Tibete.

O secretário do PCC negou ainda que a população de cerca 3,3 milhões tibetanos apoie o Dalai Lama.

“O Dalai Lama não trouxe nada de bom para o povo tibetano. Embora no estrangeiro ele tenha algum apoio, os tibetanos estão muito gratos pela prosperidade que o Partido Comunista trouxe”, disse.

Segundo a organização com sede em Washington International Campaign for Tibet, mais de 150 tibetanos imolaram-se pelo fogo, desde Fevereiro de 2009, em protestos contra o que classificam de opressão do Governo Chinês.

8 Mar 2019

Tibete | Visitas de estrangeiros interditas durante aniversários sensíveis

A China está a proibir o acesso de estrangeiros ao Tibete, durante o mês de Março, quando se celebra um par de aniversários sensíveis que questionam a legitimidade da soberania chinesa naquela região dos Himalaias

 

[dropcap]S[/dropcap]egundo confirmou a Lusa, as agências de viagens estão a recusar turistas estrangeiros em visitas ao Tibete, durante o próximo mês.

Em 10 de Março celebra-se o 60.º aniversário desde uma frustrada rebelião contra a administração chinesa, que terminou com o exílio na vizinha Índia do líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter “uma postura separatista”.

Em 14 de Março de 2008, a capital da região autónoma do Tibete, Lhasa, foi palco de violentos ataques contra a presença chinesa, que resultaram em 18 mortos, segundo dados do Governo chinês. Um número desconhecido de tibetanos foi morto pelas tropas chinesas na sequência daquele incidente.

Além do visto chinês, os estrangeiros precisam da uma autorização especial para visitar o Tibete, uma exigência que as autoridades justificam com as “tradições únicas da etnia tibetana, o património cultural, a capacidade de receber turistas e as necessidades de proteção ambiental”.

No ano passado, o número de turistas que visitou a região registou um crescimento homólogo de 31,5 por cento, para 33,68 milhões de pessoas, mas apenas 270.000 dos visitantes foram estrangeiros, segundo dados oficiais.

Controlo e zen

A região é mantida sob rigoroso controlo pelo Governo central e as autoridades locais, enquanto Pequim proíbe diplomatas e jornalistas estrangeiros de entrarem na região, excepto em visitas organizadas pelas autoridades ou pelo departamento de propaganda do Partido Comunista.

Os turistas estrangeiros que querem visitar o Tibete, incluindo a capital Lhasa, têm de fazê-lo em grupo e acompanhados de um guia.

Pequim considera que a região é desde há séculos parte do território chinês. Mas seguidores do Dalai Lama, que em 1989 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, acusam Pequim de tentar destruir a identidade religiosa e cultural do Tibete.

Segundo a organização com sede em Washington International Campaign for Tibet, mais de 150 tibetanos imolaram-se pelo fogo, desde Fevereiro de 2009, em protestos contra o que classificam de opressão do Governo Chinês. Mas apesar do apertado controlo, o Tibete é um destino cada vez mais popular para os turistas que procuram aventura de montanha e monumentos únicos da cultura budista tibetana.

21 Fev 2019

China vai facilitar acesso de turistas estrangeiros ao Tibete

[dropcap]A[/dropcap] China vai facilitar o acesso dos turistas estrangeiros ao Tibete, visando aumentar em 50% as visitas à Região Autónoma, enquanto o acesso por diplomatas e correspondentes continuará a ser limitado, informou a televisão estatal CCTV.

As autoridades pretendem reduzir para metade o tempo que demora a emissão da autorização necessária para turistas estrangeiros entrarem na região, um processo que demora, actualmente, pelo menos 15 dias, revelou o presidente do governo regional, Qi Zhala, citado pela CCTV.

Além do visto chinês, os estrangeiros precisam da uma autorização especial para visitar o Tibete, uma exigência que as autoridades justificam com as “tradições únicas da etnia tibetana, o património cultural, a capacidade de receber turistas e as necessidades de protecção ambiental”.

No ano passado, o número de turistas que visitou a região registou um crescimento homólogo de 31,5%, para 33,68 milhões de pessoas, mas apenas 270.000 dos visitantes foram estrangeiros, segundo dados oficiais.

Com cerca de três milhões de habitantes, o Tibete tem uma área equivalente ao dobro da Península Ibérica, mas é há várias décadas palco de protestos e revoltas contra o domínio chinês, desde a sua ocupação por tropas da República Popular, em 1951.

A região é mantida sob rigoroso controlo pelo Governo central e as autoridades locais, enquanto Pequim proíbe diplomatas e jornalistas estrangeiros de entrarem na região, excepto em visitas organizadas pelas autoridades ou pelo departamento de propaganda do Partido Comunista. Os turistas estrangeiros que querem visitar o Tibete, incluindo a capital Lhasa, têm de fazê-lo em grupo e acompanhados de um guia.

O plano para facilitar o acesso à região surge depois de, em Dezembro passado, o senado dos Estados Unidos aprovar a Lei de Acesso Recíproco do Tibete (“Reciprocal Access to Tibet Act”).

A normativa, que deverá ser aprovada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, prevê a proibição de entrada nos EUA de funcionários chineses que impeçam funcionários, jornalistas e outros cidadãos norte-americanos de viajarem livremente no Tibete.

Segundo a organização com sede em Washington International Campaign for Tibet, mais de 150 tibetanos imolaram-se pelo fogo desde fevereiro de 2009, em protestos contra o que classificam de opressão do Governo Chinês. Pequim considera que a região é desde há séculos parte do território chinês.

O líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter “uma postura separatista”, vive exilado na vizinha Índia, na sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa em 1959.

Seguidores do Dalai Lama, que em 1989 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, acusam Pequim de tentar destruir a identidade religiosa e cultural do Tibete.

14 Jan 2019

Activistas portugueses querem Tibete na agenda da visita de Xi Jinping

[dropcap]O[/dropcap] Grupo de Apoio ao Tibete quer colocar a questão tibetana na agenda da visita do Presidente Xi Jinping a Portugal, apelando às autoridades para que declarem publicamente preocupação com a situação naquela região administrada pela China.

Nesse sentido, o grupo, que integra uma rede mundial de activismo a favor do Tibete, enviou cartas ao Presidente da República (Marcelo Rebelo de Sousa), presidente da Assembleia da República (Eduardo Ferro Rodrigues) e primeiro-ministro (António Costa), pedindo-lhes atenção para o que consideram “a deterioração dos mais básicos direitos humanos e das liberdades culturais e religiosas do povo tibetano”.

Alexandra Correia, coordenadora do Grupo de Apoio ao Tibete em Portugal, explicou, em declarações à agência Lusa, que a ideia é que seja “emitida uma declaração pública de preocupação” e que “ao longo da conversa com o Presidente da China seja abordada também a questão do Tibete”.

Na carta, os activistas indicam também quais os temas que gostariam de ver abordados, apontando falhas à China na concretização de compromissos.

“Há algo que está a falhar por parte da China desde 2013. Na altura asseguraram que iriam permitir visitas [diplomáticas e de organizações internacionais] e isso nunca aconteceu”, disse.

Alexandra Correia não tem, contudo, grande expectativa de que as autoridades portuguesas venham a falar do Tibete publicamente durante a visita de Xi Jinping.

“É a primeira visita que este Presidente chinês faz ao nosso país. Não podíamos não fazer nada, mas sei que o nosso país, infelizmente, está mais absorvido e controlado política e economicamente pelas autoridades chinesas”, afirmou.

A activista explicou que, durante a permanência de Xi Jinping em Lisboa, não haverá qualquer protesto organizado porque, durante a última visita de um Presidente chinês, o grupo pediu autorização para fazer “uma manifestação pacífica” junto aos Jerónimos e foi enviado para a Torre de Belém.

Ainda assim, Alexandra Correia apelou a todos os simpatizantes da causa para ações espontâneas nos actos públicos da visita.

“Desde 2011, infelizmente, o apoio à causa esmoreceu porque os portugueses tiveram de se preocupar com questões que lhe diziam respeito em primeiro lugar”, lamentou.

A coordenadora do Grupo de Apoio ao Tibete em Portugal considerou que a situação dos chineses e tibetanos se “deteriorou” com presidência de Xi Jinping, com o reforço da repressão.

“É como se tivesse tornado uma espécie de super-ditador, um super-imperador da China. Há uma certa nostalgia, um querer regressar ao passado, quando a China era o grande Império do Meio. Tem utilizado meios extremamente repressivos, utilizando tecnologia muito avançada e inteligência artificial para fazer uma vigilância em massa no Tibete”, adiantou.

O cada vez maior controlo dos movimentos dos tibetanos não impediu, segundo Alexandra Correia, que as pessoas se continuem a manifestar “da pior forma possível, através da imolação”.

“Ainda no início de Novembro se imolou um jovem de 23 anos” em nome de um Tibete com liberdade, disse, adiantando que, desde 2009, houve pelo menos 150 imolações.

Apesar do retrato traçado por Alexandra Correia, a causa tibetana parece cada vez mais afastada do espaço mediático, a que não será alheio, segundo a activista, o facto de a China estar a ganhar cada vez mais influência sobre as economias de alguns países.

“É totalmente visível, especialmente com esta iniciativa ‘Belt and Road’. Sabemos que há movimentos de apoio aos tibetanos e a outras etnias que se manifestam contra, mas infelizmente os interesses económicos falam mais forte”, considerou.

Para Alexandra Correia, apesar de muitos países europeus como a França ou a Alemanha se terem manifestado contra esta iniciativa chinesa, países “mais pobres e com menos poder político” como Portugal, Espanha e a Grécia “vão neste comboio”.

Território maioritariamente budista, o Tibete é governado como uma província autónoma da China, que reivindica séculos de soberania sobre a região dos Himalaias, mas os tibetanos mantêm-se fiéis ao líder espiritual no exílio, Dalai Lama, que defende que o Tibete independente foi colonizado.

Organizações internacionais vêm denunciando repetidamente violações de direitos humanos na região.

Desde 2015, o Tibete foi listado pelo Freedom House, grupo de direitos internacionais, como o segundo pior lugar do mundo em termos de liberdades políticas e direitos civis, a seguir à Síria.

4 Dez 2018

Tibetano auto-imolou-se pelo fogo em apelo ao regresso de Dalai Lama

[dropcap]U[/dropcap]m tibetano auto-imolou-se pelo fogo esta semana, num apelo ao regresso do líder espiritual dos tibetanos, Dalai Lama, que vive exilado na Índia na sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa, em 1959.

Segundo a organização com sede em Washington International Campaign for Tibet, o homem, de 23 anos, chamado Dorbe, auto-imolou-se no domingo, no condado de Ngaba, uma região habitada por tibetanos, na província de Sichuan, sudoeste da China. O grupo revelou que Dorbe gritou longa vida a Dalai Lama antes de se auto-imolar.

Mais de 150 tibetanos imolaram-se pelo fogo desde Fevereiro de 2009, em protestos contra o que classificam de opressão do Governo Chinês, indicou a International Campaign for Tibete, num comunicado.

Com cerca de três milhões de habitantes, o Tibete é uma das regiões chinesas mais vulneráveis ao separatismo, com os locais a argumentarem que o território foi durante muito tempo independente até à sua ocupação pelas tropas chinesas em 1951.

Por outro lado, Pequim considera que a região é, desde há séculos, parte do território chinês. O líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter “uma postura separatista”, vive exilado na vizinha Índia, na sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa em 1959.

Seguidores do Dalai Lama, que em 1989 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, acusam Pequim de tentar destruir a identidade religiosa e cultural do Tibete. As auto-imolações tornaram-se raras nos últimos anos e a sua verificação é quase impossível, já que a região está fechada à imprensa estrangeira.

11 Nov 2018

Cerca de seis mil pessoas retiradas após deslizamento de terra no Tibete

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]erca de 6.000 pessoas foram retiradas de suas casas após um deslizamento de terra no Tibete que bloqueou o fluxo de um dos principais rios da região, revelaram hoje os serviços de emergência da China.

Um lago de barreira foi formado em Yarlung Tsangpo, a nascente do rio Brahmaputra, na Índia, após o desmoronamento de um penhasco no vale através do qual o rio corre, informou a agência local de resposta a emergências, num relatório divulgado pelos media estatais.

Não foram registadas vítimas até agora e o serviço de emergências disse que a China tem mantido a Índia atualizada sobre o bloqueio, que poderia afetar os níveis de água nas regiões mais baixas.

O deslizamento de terra ocorreu perto de uma aldeia no condado de Menling e a água no lago subiu para uma altura de 40 metros, informaram os serviços.

Com seus picos e glaciares imponentes, o Tibete é a fonte de inúmeros rios asiáticos, aumentando a influência estratégica da China sobre seus vizinhos do sul.

O rápido aumento das temperaturas fez com que estes glaciares derretessem a um ritmo crescente, lançando uma sombra sobre os recursos hídricos futuros para a China e outras nações asiáticas.

18 Out 2018

Tibete | Líder chinês apela ao aumento dos “esforços contra o separatismo”

 

Um alto quadro do regime chinês apelou ao “aumento dos esforços contra o separatismo” no Tibete, num sinal de que Pequim irá manter o controlo apertado numa das mais voláteis regiões da China

 

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]itado ontem pela imprensa estatal chinesa, Wang Yang, membro do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista, a cúpula do poder na China, sublinha a importância de vigiar as instituições budistas tibetanas, instando à “prontidão e precaução para os perigos em tempos seguros”. Wang afirmou que as figuras religiosas devem ser “corajosas para combater todos os elementos separatistas”, visando preservar a unidade nacional e estabilidade social, durante uma visita à capital tibetana, Lhasa, no domingo.
Com cerca de três milhões de habitantes, o Tibete é uma das regiões mais vulneráveis ao separatismo, com os locais a argumentarem que a região foi durante muito tempo independente, até à sua ocupação pelas tropas chinesas em 1951. Pequim considera que a região, que tem uma área equivalente ao dobro da Península Ibérica é, desde há séculos, parte do território chinês.

Ateísmo evangélico

Desde 2008, quando vários protestos contra o Governo chinês abalaram a região, as autoridades chinesas têm reforçado as políticas repressivas, visando reduzir a influência do líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter “uma postura separatista”, e que vive exilado na vizinha Índia, na sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa, em 1959.
Wang é um dos principais responsáveis pela política de Pequim para a religião. Os seus comentários de domingo reflectem também o apelo do Governo chinês, oficialmente ateísta, para que as religiões no país sejam “achinesadas”, o que inclui a remoção de símbolos religiosos exteriores e uma mais rigorosa adesão às directrizes do Partido Comunista. Entre as medidas mais recentes, foi exigido aos estudantes da região que assinassem um acordo em como “não participariam em qualquer tipo de actividade religiosa”, durante as férias de Verão.

28 Ago 2018

Li Keqiang | Tibete deve seguir estratégia de desenvolvimento de Pequim

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] primeiro-ministro chinês afirmou esperar que o Tibete “siga as estratégias e políticas do Partido Comunista da China para conseguir desenvolvimento e prosperidade”
Li Keqiang falava durante uma visita à região autónoma do Tibete, no sudoeste do país, entre quarta e sexta-feira passadas, mas só agora divulgada pela Xinhua. O primeiro-ministro chinês deslocou-se à capital do Tibete, Lassa, bem como ao rio Yarlung Tsangpo, e às localidades de Nyingchi e Shannan, destacou a agência.
Em Lassa, o chefe do Governo chinês manifestou confiança que o Tibete “siga as estratégias e políticas do Partido Comunista da China para conseguir desenvolvimento e prosperidade, salvaguardar a unidade nacional e fortalecer a solidariedade entre etnias”, sublinhou a Xinhua.
Li visitou o famoso palácio Potala, residência tradicional dos dalai-lamas na capital da região, onde garantiu que o Governo apoiará a protecção do património cultural. Organizações de defesa dos direitos humanos no exílio acusam Pequim de reprimir a religião e a cultura tibetanas.
Outro ponto da visita à capital tibetana foi o mosteiro Jokhang, um dos mais sagrados do Tibete, afectado este ano por um incêndio.

Torre aquática
Em Nyingchi, Li Keqiang esteve em contacto com várias comunidades alvo de programas governamentais de alívio da pobreza, reuniu-se com residentes e líderes da zona e sublinhou a necessidade de promover o desenvolvimento sustentável e melhorar a qualidade de vida dos tibetanos.
No rio Yarlung Tsangpo, o primeiro-ministro conheceu iniciativas de conservação dos recursos hídricos e do ecossistema local e afirmou que o planalto tibetano é “a torre aquática da China e da Ásia”, pelo que a conservação deve ser reforçada para garantir o desenvolvimento sustentável de todo o país.
A região do Tibete está fechada à imprensa estrangeira desde as revoltas em Lassa e em outras cidades da província em 2008, nas quais se registaram pelo menos 20 mortos.
Nesta década, os principais focos de protestos ocorreram em mosteiros tibetanos no oeste da China e já fora da região autónoma do Tibete, nos quais mais de uma centena de monges ou apoiantes da causa tibetana se tentaram imolar pelo fogo para denunciar a polícia repressiva de Pequim.

30 Jul 2018

Activismo | Tribunal chinês condena tibetano a cinco anos de prisão

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal chinês condenou um activista, que promove a língua tibetana, a cinco anos de prisão, por incitar ao separatismo, depois de ter aparecido num documentário produzido pelo jornal norte-americano The New York Times (NYT).

O advogado de Tashi Wangchuk, Liang Xiaojun, contou à agência noticiosa Associated Press que o cliente deverá apelar da sentença, decretada por um juiz na cidade de Yushu, província de Qinghai.

Tashi, de 32 anos, foi detido em 2016, dois meses depois de o jornal norte-americano ter publicado o vídeo e o respectivo artigo, e foi a julgamento em Janeiro passado, tendo alegado a sua inocência.

Os procuradores apresentaram evidências unicamente com base num vídeo de nove minutos do NYT, de 2015, que conta como Tashi processou funcionários locais por impedirem o ensino da cultura e língua tibetana. A versão ‘online’ do NYT está bloqueada na China.

No documentário, Tashi, que é apresentado como um comerciante, referiu a “pressão e o medo” sentidos pelos tibetanos, e como está preocupado com a possível destruição da cultura, através da contínua erosão da língua local.

Com apenas cerca de três milhões de habitantes, o Tibete é uma das regiões chinesas mais vulneráveis ao separatismo, com os locais a argumentarem que o território foi durante muito tempo independente, até à ocupação pelas tropas chinesas em 1951. Por outro lado, Pequim considera que a região, que tem uma área equivalente ao dobro da Península Ibérica é, há séculos, parte do território chinês.

A região é quase totalmente inacessível à imprensa estrangeira, mas organizações de defesa dos direitos humanos têm dado conta de uma crescente repressão, ao mesmo tempo que decorre uma campanha de promoção do mandarim na educação e no mercado de trabalho.

23 Mai 2018

Tibete | Macron propõe ser mediador entre China e Dalai Lama

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente francês, Emmanuel Macron, propôs ontem agir como mediador entre o Dalai Lama e a China para solucionar a crise do Tibete. “Se a França puder ser útil para resolver a situação entre o Dalai Lama e o seu povo e a China, eu farei o meu melhor”, afirmou Macron, durante uma conversa com estudantes na Universidade George Washington, na capital federal norte-americana.

“Pressinto os primeiros sinais de que o Presidente [chinês] quer agir, espero”, prosseguiu. O chefe de Estado francês afastou, contudo, a ideia de um encontro em França com o líder espiritual dos tibetanos. “Se me reunir com ele, isso criará uma crise com a China”, observou, embora recordando que se encontrou com o Dalai Lama durante a campanha eleitoral em França. Recebê-lo em Paris “sem condições prévias, só para enviar um sinal, penso que seria inútil e contraproducente”, sustentou.

27 Abr 2018

Tibete pode existir na China da mesma forma que um país na União Europeia – Dalai Lama

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] líder espiritual dos tibetanos, Dalai Lama, afirmou hoje que o Tibete pode existir na China nos mesmos moldes que os países na União Europeia, quando se celebra a rebelião falhada de 1959 contra Pequim.

“Eu admiro o espírito da União Europeia”, disse Dalai Lama, numa mensagem de vídeo enviada por ocasião do 30.º aniversário do grupo Campanha Internacional pelo Tibete, com sede em Washington.

“O interesse comum é mais importante do que o interesse nacional de cada um. Nesse molde, eu estaria muito disposto a permanecer com a República Popular da China”, acrescenta.

Com cerca de três milhões de habitantes, o Tibete é uma das regiões chinesas mais vulneráveis ao separatismo, com os locais a argumentarem que o território foi durante muito tempo independente até à sua ocupação pelas tropas chinesas em 1951.

Por outro lado, Pequim considera que a região, que tem uma área equivalente ao dobro da Península Ibérica é, desde há séculos, parte do território chinês.

Esta semana, tibetanos exilados comemoram a rebelião falhada de março de 1959, que culminou na fuga de Dalai Lama para a Índia.

Em 14 de março fez também dez anos desde as revoltas contra a presença chinesa no território, que causaram 18 mortos e centenas de feridos na capital do Tibete, Lhasa, e outras áreas da região.

18 Mar 2018

Yang Yankang retrata o budismo tibetano em Lisboa

[dropcap style=’circle’] D [/dropcap] esde o passado dia 1 de Março que a Galeria Fidelidade Chiado 8, em Lisboa, acolhe a exposição de fotografia de Yang Yankang, intitulada “Espelhos de Alma”. A curadoria é do advogado e fotógrafo João Miguel Barros, que fala de uma obra que revela uma grande dimensão de religiosidade

 

Depois de ter levado o trabalho de Lu Nan a Portugal, João Miguel Barros voltou a apostar num outro fotógrafo chinês que, pela primeira vez, expõe em Lisboa e que promete mostrar aos portugueses as facetas do budismo tibetano. A exposição “Espelhos de Alma” estará patente até ao dia 4 de Maio na Galeria Fidelidade Chiado 8, em Lisboa.

Depois de ter levado o trabalho de Lu Nan a Portugal, João Miguel Barros voltou a apostar num outro fotógrafo chinês que, pela primeira vez, expõe em Lisboa e que promete mostrar aos portugueses as facetas do budismo tibetano. A exposição “Espelhos de Alma” estará patente até ao dia 4 de Maio na Galeria Fidelidade Chiado 8, em Lisboa.

A mostra reúne 40 fotografias a preto e branco, “ampliadas analogicamente e que estão centradas no budismo tibetano”, explicou João Miguel Barros ao HM.

As imagens “retratam diversos aspectos do quotidiano dos monges tibetanos, na sua fé e nos seus tempos livres. Mostram, ainda, aspectos vários de peregrinos nas suas viagens espirituais”. Na visão do curador, Yang Yankang “é um fotógrafo fantástico, com uma visão orientada para o culto e a fé”. “Refiro genericamente o culto, e não apenas na fé budista, porque ele tem um outro trabalho de grande fôlego centrado no Catolicismo na China, que espero ter a oportunidade de ajudar a divulgar”, acrescentou.

João Miguel Barros não tem dúvidas de que “a arte chinesa tem tido um crescendo de aceitação no ocidente, se bem que em Portugal, ao contrário de outros países europeus, não esteja nos lugares cimeiros de maior valorização”.

Abertura mútua

Em Portugal há ainda muitas ideias feitas em relação ao que é considerado arte chinesa. “Pensa-se quase sempre na porcelana ou nas pinturas a tinta da china, muita dela seguindo as mesmas técnicas e estruturas narrativas dos clássicos. Mas não é essa a que eu me refiro. Estou a pensar na arte contemporânea chinesa quer seja a pintura, a escultura, as instalações e, particularmente no que mais me interessa, a fotografia”, esclarece o curador e fotógrafo. “A arte contemporânea chinesa começou o seu processo de afirmação em décadas mais recentes, fruto da política de abertura das autoridades chinesas nos anos 70 do século passado, e que tem vindo a ter uma expressão enorme junto do público”, acrescenta.

No que diz respeito à fotografia contemporânea, “teve um nascimento mais tardio e não é ainda a forma de expressão artística mais significativa”.

João Miguel Barros garante que a mostra de Lu Nan “teve maior repercussão em Portugal, no sentido da sensibilização para a importância da fotografia chinesa”.

 

“O Espelho da Alma”

 

Uma conversa entre o artista Yang Yankang e o curador João Miguel Barros

 

Quando começou a fazer fotografia de forma continuada e profissional?

Comecei a entender fotografia através da revista “Fotografia Moderna”, em 1985, em Shenzhen, e tornei-me fotógrafo profissional em 1992.

 

Nos seus primeiros tempos como fotógrafo quais eram os objectivos que ambicionava concretizar? Eram já projectos relacionados com a fé e a religião?

Nessa altura queria apenas tirar as melhores fotografias; eu não tinha ambição nem objectivos a longo prazo. Através do sentimento e experiência adquiridos durante a minha jornada na fotografia, encontrei pessoas e motivos religiosos, que gradualmente fortaleceram a minha própria convicção. Ao obter alguns resultados, decidi concentrar-me em fotografar as 3 religiões principais. Utilizo a fotografia para interpretar a vida e o espírito de pessoas religiosas e, ao mesmo tempo, encontrar a minha própria fé.

 

Quem o influenciou nos seus primeiros trabalhos?

No início, fui influenciado por fotógrafos chineses como Hou Dengke, Hu Wugong, Pan Ke e outros grupos de Shaanxi. Com a abertura da fotografia na China, fui fortemente influenciado por fotógrafos de países estrangeiros, como Sebastião Salgado, Marc Riboud, Diane Arbus, Sally Mann.

 

E depois? Há algum nome que considere ser um mestre e que se tenha mantido ao longo dos anos como fonte importante de inspiração para o seu trabalho?

Nas minhas fotografias posteriores, considero Josef Koudelka e Sebastião Salgado os fotógrafos mestres, que continuam a ser fontes importantes de inspiração para o meu trabalho e que me conduziram para a maturidade e profissionalismo.

 

A sua opção é pela fotografia a preto e branco. Porquê?

A fotografia a preto e branco é uma maneira directa de ilustrar o tema, não estando sujeita à tentação de interferências das cores. As imagens a preto e branco são tradicionais, clássicas, mas cheias de encanto, mostrando a realidade do que está a ser capturado pela imagem.

 

Acha que a cor é menos rigorosa para os objectivos que pretende alcançar?

Sim, a imagem a cores não é capaz de expressar o meu tema religioso. Transformei as cores das objectivas numa emoção subjectiva e numa visão única. Utilizo a fotografia a preto e branco para alcançar os meus objectivos, para expressar com precisão os meus pensamentos.

 

Já registou o modo como as comunidades católicas expressaram a sua fé no interior da China. No trabalho que agora expõe em Lisboa, centra-se no Budismo e no Tibete. E o projecto que está neste momento a desenvolver é sobre as comunidades chinesas que professam a religião islâmica. Porquê essa opção?

Os Chineses não têm fé, não existe um conceito tradicional de crenças religiosas, as pessoas entendem a gratidão, o temor, não vão contra a moralidade. A fé permite que as pessoas conheçam o amor e o carinho. Depois de me confrontar com o catolicismo, budismo tibetano e o islamismo na China, fiquei profundamente tocado pela fé. Eu também me converti ao catolicismo e ao budismo tibetano, sou uma pessoa de duas religiões. Com fé, tenho a coragem de acreditar, mas também explorar profundamente e fotografar imagens íntimas. Capturá-los em fotografia é como capturar a minha própria vida religiosa. Isso toca-me a mim, como toca os outros.

 

É um homem religioso?

Sou uma pessoa de duas religiões. Qualquer crença é humana, cheia de amor. A nossa alma é como um copo, podemos enchê-lo com café, chá ou água. Afinal, trata-se de uma alma. Uma forte crença conduz a uma fé forte.

 

Qual é a sua fé? Em que é que acredita?

Já respondi a isso na pergunta anterior. Mas a fotografia também é a minha fé. Utilizo a fotografia para expressar a humanidade, para expressar amor, louvar a rectidão, louvar a bondade! E repreender a maldade.

 

O seu trabalho está centrado numa forte dose de espiritualidade. A espiritualidade e a fé são momentos individuais. Essa opção pode levar a pensar que se interessa menos, enquanto objecto do seu trabalho, pelas dinâmicas sociais e pelas relações materiais entre as pessoas. É uma opção deliberada?

As minhas fotografias focam-se mais na espiritualidade da vida religiosa; é uma forma de fotografia espiritual. Entre o material e o espiritual, eu escolheria o espiritual. É perigoso se as pessoas gananciosas não forem conduzidas espiritualmente no mundo material. O que é uma sociedade? Qual é a dinâmica social? Qualquer sociedade civilizada necessita de ter fé. A fé direcciona a alma para se aperfeiçoar. Quanto mais desenvolvida a sociedade e mais dinâmica é, mais precisamos do consolo e do calor da fé. Quando eu estava a fotografar a vida religiosa no Tibete, foi o brilho da tranquilidade e a calma que a sociedade chinesa necessita ver e sentir. Estas são as imagens poéticas que procuro.

As suas fotografias demonstram uma enorme relação entre a natureza, a fé e o sagrado. Qual é o seu método de trabalho para captar estes momentos de tanta intimidade?

Na importante relação entre a natureza e a fé religiosa, misturo-me na vida pessoal das pessoas religiosas com respeito e crença para registar e capturar os momentos. Fico com elas e aguardo pacientemente pelos melhores momentos. As pessoas religiosas têm um coração aberto, são muito gentis e amigáveis. Elas também precisam de espalhar a sua fé e fazer com que as pessoas entendam a sua vida religiosa, aproximando-se delas e senti-las. Isso torna a fé um elemento muito vívido e comovedor na natureza.

 

Qual a foi metodologia que utilizou para concretizar o projecto sobre o Budismo e o Tibete?

Coloco sangue, suor e lágrimas para capturar o Tibete. Num ano, eu passo 8 meses a tirar fotografias no Tibete. Mantive-me no Tibete durante dez anos. Utilizo filmes tradicionais e a máquina fotográfica Leica para trabalhar. Revelo e escolho as minhas próprias fotografias. Eu ando sozinho, escolho uma imagem entre milhares, e tento apresentar os melhores clássicos!

 

Quanto tempo demorou a concluir o projecto “The Reflections of Soul”?

Passei 80 meses em 10 anos para completar “Xin Xiang” (“O Espelho da Alma”).

 

Já agora, porque razão escolheu esse nome para o livro que publicou?

A tua aparência reflecte quem realmente és, “Xin Xiang” é o espelho da tua alma, capta-te a ti, e captura os outros. Uso o meu coração, os meus olhos, e para me completar e sentir-me realizado, trago riquezas espirituais valiosas para a sociedade e para as pessoas.

6 Mar 2018

Direitos humanos | Controlo político no maior mosteiro do Tibete

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] organização não-governamental Human Rigths Watch (HRW) denunciou o reforço do controlo imposto pelas autoridades chinesas em Larung Gar, a maior academia budista no planalto tibetano, considerando que “atenta contra a liberdade religiosa”.

Desde Agosto passado que a instituição fundada em 1980 pelo monge Jigmen Puntsok é gerida por um comité do Partido Comunista Chinês (PCC) e tem como director o vice-chefe da polícia do distrito de Garze, província de Sichuan. A HRW escreve que teve acesso a um documento oficial deste novo comité, no qual são anunciadas várias mudanças na organização da academia e mosteiro budista.

“Cerca de 200 membros do PCC e funcionários chineses estão agora encarregues da gestão, finanças, segurança, admissões e até da escolha dos livros que entram no centro”, afirma. A ONG lamenta ainda as “demolições e expulsões” que ocorreram em Larung Gar no ano passado. As novas medidas obrigam residentes e visitantes a serem submetidos a registos de identificação e incluem um sistema de etiquetas: os monges levam uma vermelha, as monges uma amarela e os crentes uma verde. O recinto será ainda dividido em duas partes, separadas por um muro, com um lado a dedicar-se a academia, e a ter no máximo 1.500 residentes, e a outra ao mosteiro, com 3.500 residentes.

O documento revela que os membros do PCC ocuparão não só o comité da direção, mas participarão em todos os níveis da organização, preenchendo metade dos cargos administrativos. “Quarenta por cento do ensino no instituto budista de Larung Gar deverá agora consistir em formação política e outros assuntos não religiosos”, afirma a HRW. “O primeiro critério para aceitar um estudante serão as suas convicções políticas”, acrescenta. A organização afirma que os monges serão ensinados a “defender a unificação da pátria e manter a unidade nacional”.

“O sistema parece ter sido desenhado para gerir instituições religiosas, em vez de as encerrar, e produzir uma nova geração de professores budistas treinados tanto na doutrina religiosa como na ideologia oficial”, conclui a HRW.

26 Jan 2018

Trilogia fotográfica de Lu Nan no Museu Berardo

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] inaugurada no próximo dia 10, no Museu Berardo, a exposição “Trilogia Fotografias [1989-2004] do fotógrafo chinês Lu Nan. A mostra conta com a curadoria de João Miguel Barros e traz a público parte do trabalho desenvolvido por Lu Nan durante um período de 15 anos.

“A obra de Lu Nan é a projecção moderna (também já datada no tempo) de uma trilogia clássica simbolicamente representada na Divina Comédia de Dante Alighieri”, lê-se na apresentação oficial da exposição, sendo que “cada uma das suas partes são, igualmente, projecções exemplares do que pode ser, na Terra, o Inferno, o Purgatório e o Paraíso”.

No entanto, e de acordo com o curador, não se trata de um retrato de uma fantasia. As imagens recolhidas durante mais de uma década são “de um realismo cortante, “por vezes doloroso, que impressiona”, refere João Miguel Barros.

Tal como na trilogia dantesca, a mostra está dividida em três partes, correspondentes aos estágios da obra poética: a vida dos hospitais de doenças mentais, as comunidades católicas nas zonas rurais e mais recônditas da China e a que levou Lu Nan a acompanhar a vida quotidiana do Tibete.

De acordo com João Miguel Barros, “o inferno, o purgatório e o céu retratados no trabalho do fotógrafo de Pequim, “é a China de uma época talvez já diferente da actual, como bem poderia ser a realidade de muitos outros países e lugares por esse mundo fora”.

Do povo esquecido às quatro estações

As condições de vida dos doentes psiquiátricos da China constituem a primeira parte da trilogia de Lu Nan. De 1989 a 1990, o fotógrafo contactou com 14 mil doentes mentais em 38 hospitais, espalhados por 10 províncias e grandes cidades do China. As imagens constituem “O Povo Esquecido” é que é apresentada “de forma verdadeira e poderosa, as condições de vida de um estrato social esquecido”, refere o curador.

A viagem continua e encontra o purgatório “Na Estrada: a fé católica na China”. As imagens forem recolhidas entre 1992 a 1996 em que o fotógrafo visitou mais de 100 igrejas, O objectivo foi o de capturar a forma como o amor e a fé se concretizam na vida quotidiana dos crentes. “Mostra que a divindade interior está integrada na vida quotidiana e que, no fundo dos seus corações, é essa a verdadeira Igreja”, comenta João Miguel Barros.

“Quatro estações: o dia-a-dia dos camponeses tibetanos”, terceira e última parte da trilogia, foi produzida de 1996 a 2004. Como o nome indica, o trabalho “acompanha de perto o ciclo das estações, desde a sementeira, na Primavera, à ceifa, no Outono, desde a espera pela colheita, no Verão, até à sobrevivência, durante os meses agrestes do Inverno”.

Tal como as duas primeiras partes da trilogia, “Quatro estações” não se centra no que poderiam ser considerados os grandes acontecimentos da vida. É o quotidiano que interessa é a “vida quotidiana que proporciona uma forma básica de as pessoas aferirem o destino”.

9 Out 2017

Pequim volta a pedir à Índia retirada de tropas do Tibete

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hina renovou o apelo à Índia para que retire imediatamente as tropas do extremo sul do Tibete, território disputado nos Himalaias, na sequência de informações de que forças chinesas realizaram exercícios com fogo na região.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lu Kang afirmou que as tropas indianas têm de deixar a área, para evitar uma “escalada da situação”. “Nós afirmamos por várias vezes que esperamos que o lado indiano tenha um entendimento claro da situação e que tome medidas para retirar as tropas que ilegalmente cruzaram a fronteira”, afirmou Lu, em conferência de imprensa.

As relações entre Pequim e Nova Deli atravessam um momento de renovada tensão, com as autoridades dos dois lados a sugerir um conflito ainda mais sangrento do que a guerra de 1962, que deixou milhares de mortos.

Os comentários de Lu surgem depois de a televisão estatal CCTV ter informado na semana passada que uma brigada do exército chinês, equipada com lança-foguetes, metralhadoras e morteiros, simulou recentemente uma ofensiva no Tibete. O exercício envolveu também a localização e foco na aviação do inimigo, segundo a reportagem.

O extremo sul do Tibete é uma área também reclamada pelo Butão, aliado da Índia. A reportagem não indicava onde e quando decorreram os exercícios militares.

A crise deverá ser abordada durante a visita do Conselheiro de Segurança Nacional indiano, Ajit Doval, a Pequim, entre 27 e 28 de julho, para participar de um fórum do grupo de economias emergentes BRICS, dedicado à segurança. No entanto, devido aos sentimentos nacionalistas entre a opinião pública dos dois países, nenhum dos lados deverá ceder, até que o duro inverno nos Himalaias obrigue a uma retirada. China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada.

A disputa mais recente aconteceu em junho, depois de a China ter começado a construir uma estrada para o planalto de Doklam, ou Donglang, em chinês, uma região reclamada pela China e pelo Butão, que mantém com a Índia uma cooperação próxima a nível de segurança.

Apesar de China e Butão terem vindo a negociar as fronteiras durante décadas, sem incidentes sérios, o pequeno reino dos Himalaias pediu desta vez ajuda a Nova Deli, que enviou tropas através da fronteira, desde o estado de Sikkim.

A China retaliou ao fechar o acesso a uma montanha próxima, usada por peregrinos indianos para chegarem ao monte Kailash, um local sagrado no Tibete para budistas e hindus.

China entra no mercado de drones de combate

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] drone chinês CH-5 ‘Rainbow’ está pronto para entrar no mercado de veículos aéreos não tripulados de combate. “O design do CH-5 foi finalizado e estamos prontos para produzi-lo em massa”, confirmou o gerente do projeto do CH-5 ao jornal China Daily.

O Rainbow provavelmente vai competir com o MQ-9 Reaper, que se tornou o único drone usado pelas Forças Armadas dos EUA a partir de 1 de julho deste ano, quando o Predator foi retirado.

Os produtores chineses não quiseram especificar qual é o mercado dos seus novos produtos. Entretanto, o Wall Street Journal publicou na segunda-feira que Emirados Árabes Unidos, Egipto e Arábia Saudita já compraram drones chineses depois de uma nega dos produtores americanos. “Para os EUA, este é um golpe estratégico e comercial”, observou o Wall Street Journal.

Os drones fabricados na China podem são consideravelmente mais baratos do que os Predadores e Reapers da General Atomics. “Estamos em sintonia com o que a China está fazendo”, disse um funcionário da Casa Branca ao Wall Street Journal.

O CH-5 tem uma autonomia de voo de até 60 horas e pode carregar 24 mísseis. Ele pode ser usado para combate, inteligência, reconhecimento e vigilância.

20 Jul 2017