Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeEnsino | Macau com bons resultados a Ciências e Matemática no TIMSS 2023 Os alunos de Macau registaram um bom desempenho nas áreas da Matemática e Ciências na estreia do território na avaliação do Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências, em inglês “Trends in International Mathematics and Science Study” (TIMSS), relativo a 2023. Assim, de entre mais de 60 países e regiões, Macau registou, em média, 582 pontos a Matemática e 536 pontos em Ciências, “sendo ambos significativamente mais elevados do que as médias internacionais (503 pontos em Matemática e 494 pontos em Ciências)”. Assim, segundo uma nota da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), Macau ficou em 6.º lugar a Matemática e 12.º lugar em Ciências no TIMSS 2023, ranking onde participou pela primeira vez. O TIMSS realiza-se desde 1995 a cada quatro anos. Para a participação de Macau nesta edição do ranking a DSEDJ organizou a participação de mais de 5.500 alunos do 4.º ano do ensino primário, de 59 escolas locais. A DSEDJ acrescenta ainda, sobre os resultados, que “as diferenças de pontuações em Matemática e em Ciências dos dois grupos de alunos de Macau provenientes de contextos socioeconomicamente altos e baixos (59 pontos tanto em Matemática como em Ciências) foram inferiores às médias internacionais (85 e 91 em Matemática e em Ciências, respectivamente), sendo também as mais reduzidas entre os países ou regiões com desempenho elevado”. Equidade em alta Para as autoridades, estes dados mostram que “Macau mantém um sistema educativo de qualidade e equitativo”, além de que “as proporções dos alunos de Macau que alcançaram os quatro pontos de referência internacionais são significativamente mais elevadas do que as medianas internacionais”, sendo que 68 por cento dos alunos locais “atingiram o nível avançado ou elevado no desempenho a Matemática e 45 por cento atingiu o nível avançado ou elevado no desempenho a Ciências”, com ambas a serem “mais elevadas do que as medianas internacionais, as quais foram de 42 e 38 por cento”, respectivamente. O TIMSS é um ranking desenvolvido pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional, analisando o desempenho nestas duas disciplinas por parte de alunos de vários países e regiões.
Hoje Macau PolíticaEducação | Governo coopera com Interior para ensinar história De forma a ensinar a história da China os alunos de Macau, as autoridades estão a cooperar com as congéneres do Interior. A informação foi adiantada ontem pela secretária Elsie Ao Ieong U na Assembleia Legislativa, que defendeu que a promoção da cultura local faz parte do objectivo de tornar Macau numa “base”. “O Governo da RAEM tem organizado, em colaboração com o Interior da China e a RAEHK, diversos projectos juvenis e desenvolvido recursos pedagógicos sobre a história de Macau, permitindo que os estudantes e jovens aprofundem os seus conhecimentos sobre a história e cultura chinesas, semeando assim as bases para a transmissão do património cultural”, afirmou. “O Governo da RAEM, através da promoção da transformação e do aproveitamento dos recursos históricos e culturais e da criação de projectos de exposições e espectáculos emblemáticos, tem aumentado a influência dos festivais artísticos e culturais para construir uma plataforma de desenvolvimento diversificado para o sector cultural de Macau”, afirmou a governante perante os deputados.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEnsino | Regressos da Grande Baía aumentam número de alunos O ano lectivo arrancou ontem com cerca de 89 mil estudantes e mais 30 turmas no ensino secundário face ao ano passado. O aumento das turmas foi justificado com a transição da geração do Dragão para este nível de ensino Apesar da redução da natalidade, o novo ano lectivo arrancou com cerca de 89 mil estudantes, um número considerado elevado pelas autoridades. O cenário foi traçado ontem por Kong Chi Meng, director da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), que reconheceu que um dos motivos que justifica o número elevado é o regresso de estudantes que frequentavam escolas da Grande Baía para frequentar instituições de Macau. Decorreu ontem a cerimónia de arranque do novo ano lectivo, e Kong Chi Meng, em declarações citadas pelo Jornal Ou Mun, comentou os factores que contribuíram para o elevado número de alunos inscritos, apesar da redução da taxa da natalidade ser uma das questões sociais mais presentes no discurso político. Segundo o líder da DSEDJ, um dos motivos que se destaca é o facto de os estudantes locais que viviam do outro lado da fronteira, e principalmente na Grande Baía, terem optado por regressar a Macau onde vão frequentar o ensino. O regresso dos estudantes para Macau não se limitou à Grande Baía, e também haverá alunos que regressaram do exterior. Neste contexto, o responsável salientou alguns problemas menores como, por exemplo, pelo menos 10 alunos que regressaram a Macau mas só começaram a procurar escola no final de Agosto. Kong garantiu que a situação vai ser resolvida nos próximos dias, com colocação dos regressados em diferentes instituições de ensino do território. Ajustes atempados Kong Chi Meng explicou o aumento de inscrições de alunos no ensino secundário também com a transição de alunos nascidos no último Ano do Dragão que entram agora neste nível de escolaridade. Os anos do Dragão tendem a registar picos de natalidade. Segundo as superstições relacionadas com o zodíaco chinês, as crianças que nascem no ano do Dragão tendem a ser bafejadas pela sorte. Como consequência, os anos do Dragão, que se repetem a cada 12 anos, costumam registar mais nascimentos. Como consequência da transição da geração do Dragão para o ensino secundário, o director da DSEDJ revelou que foi necessário abrir mais 30 turmas neste nível de ensino, que vão ter capacidade para acolher mais 1.200 alunos, em comparação com o ano passado. Kong Chi Meng afirmou também que o regresso às aulas no primeiro dia foi “um sucesso”, devido à coordenação com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego. Segundo as estatísticas dos autocarros, entre as 06h e as 09h de ontem, contaram-se 2.800 frequências de autocarro, o que representou um aumento de 53 por cento em comparação com a semana anterior, e um aumento de 40 por cento face ao período homólogo. Ao mesmo tempo, os dados mostraram que o número total de passageiros ultrapassou 117 mil, uma redução de 9 por cento em termos anuais. Cerca de 14 mil destes passageiros usaram o cartão de estudante para pagar as tarifas dos autocarros.
Hoje Macau PolíticaProfessores | Escolas aplaudem nova lei sobre formações Vong Kuoc Leng, director da Escola Choi Nong Chi Tai, disse ao canal chinês da Rádio Macau que a nova lei que irá regular a docência, intitulada “Regime do desenvolvimento profissional do pessoal docente do ensino não superior” promove a igualdade entre docentes e foca-se no seu nível profissional. A nova lei, que entra em vigor no próximo ano lectivo, determina que os professores devem frequentar 30 horas de formação por ano. Vong Kuoc Leng recordou que desde 2018 as escolas privadas implementam um mecanismo permanente de formação para professores, aplicando-se agora um sistema semelhante nas escolas públicas. Desta forma, o responsável anseia por detalhes dos cursos de formação a anunciar pelo Governo, a fim de se fazer uma planificação atempada. Vong Kuoc Leng espera ainda que possam ser disponibilizadas mais vagas e maior diversidade de formações, pois, nos anos anteriores, os cursos ficaram rapidamente preenchidos. No caso do responsável pela Escola Tong Nam, foi também elogiada a nova lei, pois irá beneficiar, na sua opinião, o desenvolvimento profissional de professores. O mesmo responsável apontou que a obrigatoriedade de cumprir horas de formação pode levar os docentes a procurarem, por si, formações na área da segurança nacional, assuntos culturais e inteligência artificial, enriquecendo, assim, os seus conhecimentos.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteEstudo | Incentivo de pais determinante para alunos de espanhol Em “O contexto familiar e a escolha da Filologia Hispânica entre os estudantes de artes liberais na China” conclui-se que a decisão dos jovens chineses de estudar espanhol é fortemente influenciada pela família. O estudo indica que “os valores parentais” contam bastante para redefinir as motivações do aluno Na hora de escolher um curso superior baseado numa língua estrangeira, nomeadamente o espanhol, quais as verdadeiras motivações dos alunos? Até que ponto as decisões e vontades dos pais influenciam directa ou indirectamente a escolha dos filhos em relação à carreira e áreas de estudo específicas que vão seguir? Segundo o estudo “Family background and the choice of Hispanic Philology among liberal arts students in China” [O contexto familiar e a escolha da Filologia Hispânica entre os estudantes de artes liberais na China”, os pais desempenham um papel fundamental nesta escolha, definindo-a e moldando-a. O estudo, desenvolvido pelos académicos Wenxuan Gao e David Doncel Abad, da Universidade de Salamanca, foi recentemente publicado no “International Journal of Chinese Education” do Sage Journal, publicação do foro académico. O trabalho, desenvolvido com estudantes do ensino superior da área das línguas de várias cidades na China e também de Macau, centra-se “na forma como os antecedentes familiares afectam a escolha de estudar Filologia Hispânica na China”. Para tal, foram analisados, mais concretamente, “os efeitos mediadores da motivação da escolha e o efeito indirecto condicional dos valores parentais”. Conclui-se que “a escolha dos estudantes foi influenciada pelo contexto familiar”, sendo que as motivações intrínseca e extrínseca na escolha do curso tiveram “um papel parcialmente mediador” na decisão. Já os valores parentais afectaram “a força e a direcção dessa relação como variável moderadora”. Os académicos realizaram um extenso trabalho de campo, enviando um questionário a diversos investigadores especialistas em Sociologia da Educação e um outro, respondido de forma presencial e através de diversas plataformas online, que contou com 960 respostas válidas de 1060 estudantes chineses da área das artes liberais de 21 universidades de Tianjin, Xangai, Hubei, Zhejiang, Jiangsu, Heilogjiang, Jilin, Sichuan, Gansu e Hubei. Alunos de Macau também participaram no estudo. Dos 960 questionários validados, 500 dizem respeito a estudantes de Filologia Hispânica e os restantes 460 estão ligados a outras licenciaturas do ramo das artes liberais. Os académicos tiveram em conta variáveis familiares já usadas noutros estudos, nomeadamente a ocupação dos pais dos estudantes e também a sua cultura. O início da investigação centrou-se “na relação entre os antecedentes familiares dos estudantes e a sua escolha de curso”, com o foco posterior nos “efeitos mediadores para determinar se os estudantes de meios familiares diferentes escolhiam cursos diferentes, influenciados pela sua motivação para o curso”. Foi ainda testado “o modelo segundo o qual o contexto familiar influencia a motivação para a escolha é limitado pelos valores parentais”. Entre vontades e conselhos Ainda dentro das conclusões, David Doncel Abad e Wenxuan Gao concluem que os valores dos pais constituem uma espécie de “fronteira”, mediando “as motivações intrínsecas e extrínsecas na relação entre o contexto familiar e a escolha da licenciatura”. De frisar que as motivações intrínsecas prendem-se com as escolhas dos próprios alunos, nomeadamente com a reflexão quanto à “capacidade pessoal para ser bem sucedido na licenciatura” ou “o interesse pessoal na área”. Seguem-se as motivações extrínsecas, como o peso do mercado laboral e se o curso em questão “tem melhores perspectivas de emprego”. Neste rol incluem-se ainda ideias relacionadas com “maiores oportunidades” na província de origem do aluno, uma vez que “as universidades chinesas reservam mais lugares para estudantes da sua própria província, pelo que a classificação mais baixa para um estudante nativo pode ser muito inferior à classificação exigida a um estudante que se submeta ao exame noutras províncias”. Destaque ainda para a motivação externa dos “conselhos dos pais”, quanto à ideia de que os pais aconselham o aluno a escolher determinada licenciatura. O estudo vem, assim, validar “a teoria da transmissão intergeracional no domínio da escolha da licenciatura, bem como a ideia de que “o contexto familiar tem influência na escolha da licenciatura através da motivação da escolha”. O lugar do privilégio Os académicos consideram ainda que o trabalho em questão vem reforçar algumas ideias que circulam no país relativamente a factores socioeconómicos das famílias e na sua relação com as escolhas no ensino superior. Assim, corrobora-se “um rumor que circula na China, segundo o qual os estudantes que frequentam universidades de línguas estrangeiras provêm predominantemente de meios familiares privilegiados”. Foi ainda validada a hipótese de que “os estudantes com antecedentes familiares mais vantajosos têm uma maior probabilidade de escolher a licenciatura em espanhol”. Além disso, a investigação “fornece uma referência importante para atenuar os efeitos negativos de um meio familiar desfavorecido na escolha da licenciatura, ajustando os pensamentos dos pais”. A ideia é que “os pais de meios desfavorecidos adquirem valores positivos através da aprendizagem e, implicitamente, levam os filhos a fazer escolhas racionais e correctas”. As limitações Os autores não deixam de apontar algumas limitações neste trabalho, referindo a possibilidade de poderem ser usados outros critérios, definidos por outros autores, para melhor compreender as escolhas dos estudantes chineses “de diferentes classes sociais”. Podem, assim, incluir-se factores como “o custo da educação, incluindo mensalidades, livros e despesas de moradia”, a “probabilidade do sucesso na matrícula” ou ainda “os retornos esperados no mercado de trabalho”. Assim, David Doncel Abad e Wenxuan Gao consideram que “trabalhos futuros podem continuar a explorar os efeitos mediadores de outras motivações na escolha na relação entre o background familiar e a escolha do curso superior”. É também referida a importância de “continuar a testar a relação interna entre o contexto familiar e os valores parentais”. Entende-se também ser fundamental “explorar, em estudos futuros, um leque mais alargado de antecedentes familiares, como a adição de variáveis maternas”, além de que “podem ser realizados estudos mais subdivididos quanto à escolha da licenciatura, centrando-se numa das variáveis paternas”, nomeadamente “o efeito mediador do nível de escolaridade paterno na escolha da licenciatura”.
João Luz Manchete PolíticaEnsino | Chui Sai Cheong quer consultores de Pequim nas escolas A promoção da educação patriótica, fortalecimento do sentimento de pertença nacional e segurança nacional nos livros escolares são objectivos que Chui Sai Cheong quer ver concretizados. Para tal, o deputado que está em Pequim para as duas sessões pede ao Governo Central que envie consultores e especialistas a Macau para guiar o sistema educativo O deputado e membro permanente do 14.º Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) Chui Sai Cheong apresentou em Pequim uma proposta para reforçar o sentimento de pertença nacional da população de Macau e a plena integração no desenvolvimento nacional. O deputado sugeriu o envio de especialistas pelo Ministério da Educação chinês a Macau para aconselhamento e introduzir sistematicamente a segurança nacional nos currículos das escolas da RAEM e nos livros escolares. Chui Sai Cheong defende que o sistema de ensino local deve seguir as orientações do Governo Central e promover sistematicamente a educação patriótica em Macau. Para tal, o deputado e irmão mais velho do ex-Chefe do Executivo Chui Sai On, a RAEM deve ligar-se ao patriotismo do sistema educativo nacional, assimilando as experiências teóricas a práticas dos departamentos de ensino nacionais. Outra sugestão, passa pela maior frequência de visitas de grupo de residentes e estudantes de Macau ao Interior da China para fomentar o intercâmbio em investigação académica e materializar a educação patriótica em acções práticas. Apesar do apelo ao reforço da educação patriótica, Chui Sai Cheong tirou a licenciatura e mestrado em gestão de empresas na Chaminade University de Honolulu, nos Estados Unidos da América, assim como o seu irmão Chui Sai On, de acordo com o currículo do deputado patente no site da Assembleia Legislativa. Por seu lado, José Chui Sai Peng, deputado e membro da 14.ª Assembleia Popular Nacional, licenciou-se em engenharia civil pela Universidade de Washington e mestrado também em engenharia civil pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, ambas nos Estados Unidos da América. Mais amor Outro ponto importante para promover o nacionalismo em Macau apontado por Chui Sai Cheong, foi o aprofundamento do conhecimento sobre a Constituição chinesa, aproveitando o dia 4 de Dezembro que assinala o dia nacional da Constituição da República Popular da China como uma oportunidade para alargar o conhecimento sobre a lei constitucional. O deputado defende também o reforço do estudo da Lei Básica, formando especialistas que promovam a mini-constituição da RAEM nas salas de aula e nos corações dos residentes. O quinto objectivo elencado pelo deputado é o apoio aos residentes de Macau, especialmente a geração mais jovem, na integração no desenvolvimento global do país, e acelerar o processo de resolução de problemas práticos com que se defronta quem vai estudar, trabalhar e viver no Interior. Problemas que condicionam a vida de residentes de Macau no Interior da China relacionados com estudos, emprego, criação de empresas e compra de habitação devem ser resolvidos. Chui Sai Cheong pede ainda o alargamento do reconhecimento mútuo das qualificações profissionais e melhorar as políticas de segurança social.
Hoje Macau SociedadeTrânsito | Criticada atitude de transeuntes junto a escolas O vice-reitor da Escola Pui Ching, Kuok Keng Man, considera que muitas vezes as empregadas domésticas e os idosos são um mau exemplo para as crianças, na altura de irem buscar os mais novos à escola. As declarações foram prestadas pelo também artista local ao Jornal do Cidadão, onde abordou os atropelamentos nas estradas de Macau. Segundo Kuok, o Governo tem feito um excelente trabalho em tornar as estradas mais seguras, principalmente no que diz respeito às passadeiras para os peões, e ao envio de agentes da polícia para os locais mais movimentados. Contudo, o vice-reitor, distinguido no ano passado pelo Chefe do Executivo com a Medalha de Mérito Cultural, aponta que muitas vezes “as empregadas domésticas e os idosos”, quando vão buscar as crianças à escola, transmitem um mau exemplo, como acontece quando atravessam a estrada quando o sinal para os peões está vermelho. Neste sentido, o vice-reitor da Escola Pui Ching defende a necessidade haver maiores campanhas de educação para os peões, e também nas escolas, para que se cumpram as regras de trânsito. Também segundo Kuok, os condutores em Macau tendem a ser “relativamente civilizados” e o seu bom comportamento nas estradas é elogiado pelos turistas na RAEM. Porém, o artista argumenta que parte dos acidentes ocorrem devido ao aumento do número de carros a circular no território, que diz ser impulsionado pelo turismo, assim como ao número de pessoas que atravessa as estradas a olhar para o telemóvel. Para fazer face a esta situação, Kuok pretende que o Governo reforce as medidas de prevenção e passe mais multas.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeAprendizagem | Relação docente-aluno com influência determinante Um estudo da investigadora Cheung Pui Man conclui que a relação entre professores e alunos influencia “directamente o nível do sucesso escolar” no ensino secundário ao nível da “cognição”, “afectividade” e “competência” dos estudantes. A autora defende que o Governo deve prestar atenção a este factor quando elaborar políticas educativas Um estudo de Cheung Pui Man, investigadora adjunta do Education Development Research Institute, do International (Macau) Institute of Academic Research, conclui que a relação docente-aluno “influencia directamente o nível de sucesso escolar [dos estudantes do ensino secundário] nos domínios da ‘cognição’, ‘afectividade’ e ‘competência'”. Ficou provado que “o nível de sucesso escolar do aluno pode ser influenciado pela relação docente-aluno”, e que esta ligação “pode ainda causar um impacto no nível do sucesso escolar do aluno, influenciando a sua atitude geral de aprendizagem”. A conclusão surge no estudo intitulado “Politica do Governo da RAEM para o Aumento do Sucesso Escolar dos Alunos do Secundário: Uma Análise Empírica Baseada no Impacto da Relação Docente-aluno sobre os Diferentes Domínios de Sucesso Escolar Efeito de Mediação da Atitude de Aprendizagem”, publicado na última edição da revista “Administração”, editada pelos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP). Estas conclusões têm por base 305 questionários válidos realizados em dez escolas secundárias locais, tendo sido usado o “método de amostragem bola de neve” e o “efeito de mediação” para analisar os dados. Cheung Pui Man entende que os resultados “servem como um sinal inspirador para o Governo no desenvolvimento do ensino não superior”, pois, para promover um maior sucesso escolar, as autoridades devem implementar políticas educativas que “ajudem os professores e alunos a estabelecerem uma boa relação docente-aluno”. Deve dar-se “importância a esta relação” na hora de elaborar políticas, com foco em quatro critérios, como a “orientação na aprendizagem”, a “atenção no quotidiano”, a “proximidade e confiança” e “interacção de sentimentos”. Caixa de sugestões A investigadora deixa ainda algumas sugestões ao Governo tendo em conta os resultados obtidos, nomeadamente a necessidade do “reforço da promoção da relação docente-aluno” ou a “promoção de estudos” relacionados com este tema. Devem ainda ser promovidos mais “intercâmbios com as escolas” além de ser organizadas “diferentes competições”. Cheung Pui Man sugere mesmo a criação de um “serviço de gestão de crises juvenis”, que serviria para “prestar apoio escolar, familiar e económico aos alunos com problemas emocionais, familiares ou com falta de recursos”. É também sugerido que a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude “simplifique os procedimentos de candidatura para as bolsas de estudo”, reduzindo o tempo de espera nas candidaturas, por exemplo. A investigadora entende que, para se conseguir uma boa relação professor-aluno, deve ser promovido “o ensino em turmas reduzidas”, além de serem produzidas mais leis sobre “a aprendizagem interdisciplinar no ensino não superior”, nomeadamente quanto à “organização de cursos de aprendizagem interdisciplinar nas escolas”, com a concessão de apoios e financiamento.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEnsino | Ho Iat Seng quer cooperação com universidades de Zhejiang Em visita a Hangzhou, o Chefe do Executivo pediu aos estudantes de Zhejiang e Macau para darem as mãos e “expandirem” a cooperação ao nível dos assuntos educativos” da Zona de Cooperação Aprofundada Numa visita oficial, que terminou na segunda-feira, o Chefe do Executivo defendeu a necessidade de aumentar a cooperação entre instituições de ensino superior de Macau e as congéneres de Zhejiang, durante um encontro com o secretário do Comité Provincial de Zhejiang do Partido Comunista Chinês, Yi Lianhong. Em visita a Hangzhou, capital da província de Zhejiang, onde assistiu à cerimónia de abertura dos Jogos Asiáticos, Ho Iat Seng teve direito a uma visita guiada à Universidade de Zhejiang, conduzida por Yi Lianhong. Segundo o Gabinete de Comunicação Social, a iniciativa teve como objectivo “reforçar a cooperação bilateral na área da formação de quadros qualificados, de ensino superior e de saúde, e contribuir para o desenvolvimento de diversificação adequada da economia de Macau”. Na ocasião, Ho Iat Seng reconheceu “que a Universidade de Zhejiang representa uma das universidades de referência do país” e afirmou “desejar que as instituições de ensino superior de Zhejiang e de Macau continuem a aprofundar, sob os resultados obtidos, o intercâmbio académico e a cooperação tecnológica”. Em maior cooperação com a Universidade de Zhejiang, o líder do Governo de Macau apontou a necessidade de dar um novo impulso “ao intercâmbio e aprendizagem entre os estudantes dos dois territórios nas áreas da medicina, gestão, e tecnologia informática”. Ho Iat Seng desejou ainda que os estudantes de Macau e Zhejiang possam, “de mãos dadas”, expandir a cooperação sobre “os assuntos educativos da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”. Bons partidos Na Universidade de Zhejiang, Ho Iat Seng foi recebido pelo secretário do Comité do Partido Comunista Chinês da Universidade, Ren Shaobo, e pelo reitor, Du Jiangfeng. Ren afirmou que “a Universidade de Zhejiang pode reforçar a cooperação e apoiar Macau a impulsionar a formação de quadros qualificados assim como o desenvolvimento das indústrias principais, nomeadamente de big health e de tecnologia de ponta”. A segunda paragem foi na Universidade Shuren de Zhejiang, onde o encontro de Ho Iat Seng foi com o reitor, Li Lu, e o secretário do Comité do Partido Comunista Chinês da Universidade, Zhang Qing. Li Lu indicou que a Universidade Shuren de Zhejiang “tem mantido uma ligação académica com instituições de ensino superior de Macau, e que no futuro, ambas as partes podem vir a reforçar a cooperação” em áreas como a “medicina tradicional chinesa, ciência e tecnologia, serviços sociais, saúde, serviços domésticos e no intercâmbio de quadros qualificados jovens”.
Andreia Sofia Silva PolíticaPortuguês | Ho Iat Seng quer ensino da língua em mais escolas Ho Iat Seng disse na sexta-feira que o presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, ficou “surpreendido” com o facto de Macau ter 36 escolas onde a língua portuguesa é leccionada desde o ensino básico. “Em Abril, [na visita do Chefe do Executivo a Portugal], no encontro com o Presidente da República, referi que temos 36 escolas que ensinam português e o presidente ficou surpreendido com um número tão elevado”, adiantou o governante, que espera um aumento do número de escolas a leccionar português. “Temos 36 escolas do ensino básico que ensinam português e, no futuro, esse número pode passar a 40. Não obrigamos as escolas a ensinar português e tudo depende do número de docentes. Temos muitos estudantes universitários locais nas universidades portuguesas e isso mostra que a língua ainda atrai os nossos alunos”, adiantou. Ho Iat Seng assegura que estes jovens acabam por voltar a Macau por encontrarem no território melhores condições salariais em relação a Portugal. “Vamos continuar a formar os nossos jovens e sobretudo na área da língua portuguesa. Quando os jovens regressam, não ficam lá a trabalhar por causa da questão salarial, teremos ainda muitos talentos.” Ho recordou que, durante uma deslocação a Portugal em Maio, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, encontrou-se com o Ministério da Educação português para “melhorar a qualificação dos professores”. “Queremos reforçar a qualificação dos professores para formar quadros bilingues em chinês e português em Macau”, disse o líder do Governo, sublinhando que Pequim quer que a região sirva de plataforma com os países lusófonos.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaDSEDJ | Assegurado equilíbrio de alunos por turma Apesar da baixa taxa de natalidade registada no território, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude garante que é assegurado o equilíbrio no número de alunos por turma, para que cada uma tenha entre 25 a 35 estudantes O Governo assegura que, mesmo com menos crianças a nascerem todos os anos, se mantém o equilíbrio em relação ao número de estudantes nas turmas de todas as escolas do ensino não superior, a fim de garantir um rácio mais equilibrado entre professor e aluno. A garantia foi deixada ontem por Luís Gomes, chefe do departamento do ensino não superior da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), no programa matinal “Fórum Macau” do canal chinês da Rádio Macau. O responsável assegurou o cumprimento do mecanismo já existente que garante que cada turma não terá menos de 25 nem mais de 35 alunos, para que não haja casos de turmas com alunos a mais ou a menos, garantindo-se um equilíbrio no volume de trabalho dos professores. Esta necessidade de ajustamento impõe-se, tendo em conta que a taxa de natalidade em Macau atingiu os valores mais baixos desde 1985. “Quando introduzimos a escolaridade gratuita no ano lectivo de 2007/2008, havia cerca de três mil alunos a ingressar no primeiro ano do ensino primário. No ano lectivo de 2016/2017 esse número chegou aos sete mil. Neste ano lectivo tivemos cerca de cinco mil alunos no primeiro ano do ensino primário.” Vozes de preocupação Um ouvinte, de apelido Chau, disse estar preocupado que possa existir menos vagas para docentes dada a quebra gradual no número de alunos. No entanto, Luís Gomes respondeu que o número de professores tem aumentado nos últimos anos. “O número total de alunos no ensino não superior mantém-se quase igual, tendo registado uma ligeira subida, sendo actualmente de mais de 86 mil. No ano passado surgiram 300 novos professores.” Chan, outro ouvinte, defendeu a realização de sorteios para a admissão de alunos no ensino primário ao invés de entrevistas, a fim de garantir um processo imparcial na selecção dos estudantes. Luís Gomes disse que este método pode fazer com que os pais não consigam escolher as escolas que consideram ser as ideais para os filhos. Vong Kuok Ieng, vice-presidente da Associação de Educação de Macau, telefonou para o programa e defendeu que a DSEDJ deveria aproveitar a existência de uma baixa taxa de natalidade para melhorar o funcionamento das escolas e do ensino em geral. O responsável, que é também director da escola Choi Nong Chi Tai, afirmou que a maioria das escolas são gratuitas, funcionando com recursos e subsídios do Governo, pelo que deveriam ser promovidas medidas para reduzir as disparidades existentes entre as escolas em matéria de infra-estruturas.
Hoje Macau Manchete PolíticaEducação | Residentes defendem ensino da Lei Básica nas escolas Vários residentes defendem que a Lei Básica deve ser mais ensinada nas escolas em prol de uma maior consciencialização de pertença ao país e da ligação de Macau à China Residentes de Macau ouvidos pela Lusa defendem que a Lei Básica, que faz 30 anos amanhã, deve ser ensinada às crianças e promovida nas escolas do território. “É melhor incutir algum conhecimento desde a educação básica e daí para a frente, para que [as crianças] sejam levadas a acreditar no significado inicial da Lei Básica e a manter a soberania do país. A soberania do Estado é de suprema importância”, disse à Lusa Wong Gun Kiu, residente do território. O homem, que admite “falar um pouco de português” e ter adoptado informalmente o nome João, foi das poucas pessoas que aceitaram ser entrevistadas para este trabalho. Vários residentes e turistas abordados pela Lusa, no centro de Macau, recusaram-se falar sobre a Lei Básica, dizendo não saber do que se trata. Adoptada em 31 de Março de 1993, esta é a lei que rege Macau desde a transferência da administração de Portugal para a China, em 1999, no âmbito do princípio “um país, dois sistemas”, que permitiria a coexistência das sociedades capitalistas de Hong Kong e Macau no regime comunista chinês. Segundo a Lei Básica, é permitido a Macau “exercer um alto grau de autonomia e a gozar de poderes executivo, legislativo e judicial independentes” por um período de 50 anos, ou seja, até 2049. Também Cheong Chi Heng, que trabalha numa empresa de seguros e que tem memória de a legislação fazer parte do currículo escolar, declarou ser “muito importante” para as crianças “estarem familiarizadas com o princípio ‘um país, dois sistemas'” e o facto de Macau ser “parte da China”. O jovem, na casa dos 20 anos, ainda consultou o telemóvel antes da entrevista. “Falar sobre a Lei Básica? Deixa-me ver”, disse ao pesquisar. “Há muitas coisas que precisam de respeitar a política nacional. Por isso, é importante conhecer a lei”, continuou. Já para a residente Tiffany Leong, além de garantir “o modo de vida capitalista”, a legislação assegura direitos e liberdades da população. “Pode realmente garantir a liberdade de religião ou de expressão. No caso da liberdade de religião, cada pessoa é livre em acreditar no que quiser”, acrescentou a jovem. Wong Gun Kiu acredita que “não há objecções” por parte da população às disposições definidas por esta lei. A população local é “mais obediente” e tem um “sentido de pertença ao país”, justificou, numa aparente comparação com a vizinha Hong Kong. “Dos valores correctos Em Hong Kong, após alguma contestação, em 2020, a lei de segurança nacional, prevista no 23.º artigo da Lei Básica da região foi implementada. Em Macau, esta legislação foi adoptada em 2009 sem contestação. Actualmente, a revisão da lei relativa à defesa da segurança do Estado está a ser analisada na especialidade, depois de ter sido aprovada unanimemente pelos deputados locais, em Dezembro passado. “Eu acho que a maioria dos cidadãos segue os princípios da Lei Básica de forma disciplinada”, disse Wong, referindo que a população “não está muito obcecada com a implementação das orientações da Lei Básica”. A população “geralmente é orientada pelos valores correctos da sociedade”, refletiu. Aprendizagem tem sido gradual e tem apoio de associações A divulgação da miniconstituição da RAEM tem sido palavra de ordem nos discursos políticos nos últimos anos, com uma grande aposta a ser feita por parte da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) e das associações locais. Prova disso é o trabalho desenvolvido pela Associação de Divulgação da Lei Básica de Macau, criada em 2001 e hoje presidida por Liu Chak-Wan. Esta tem-se desdobrado em actividades que chegam aos locais de trabalho, escolas e às artes, sob a forma de seminários académicos, simpósios e palestras, mas também através de cursos de formação, concursos de caligrafia, pintura e de design. “Desde 2012, o programa de formação ‘Jovens Embaixadores para a Promoção da Lei de Bases’ (…) formou 440 jovens”, exemplificou o presidente da associação. “Em 2016, a Associação cooperou com os Jovens Embaixadores para a Promoção da Lei Básica na preparação da campanha e começou a promovê-la nas escolas em 2017”, acrescentou, sublinhando o resultado: “Mais de 60 por cento das escolas participaram no programa, tendo sido realizadas até à data 150 actividades promocionais sobre a Constituição e a Lei Básica, envolvendo 39 escolas e um total de 21 mil estudantes”. Em resposta a uma interpelação escrita do deputado Ho Ion Sang, em Novembro do ano passado, a DSEDJ reiterou que a aposta na educação patriótica é uma prioridade, onde se inclui o ensino da Lei Básica. Segundo esta direcção de serviços, 85 por cento dos cursos de ensino superior ensinam conteúdos sobre a Constituição chinesa e a Lei Básica, enquanto 80 por cento promovem a “cultura tradicional chinesa”. Kong Chi Meng, director da DSEDJ, disse então que é importante, neste contexto, “promover a educação sobre a segurança nacional em consonância com a evolução dos tempos, fortalecer o conhecimento dos estudantes sobre a história e cultura nacionais, o sistema nacional e a actual situação de desenvolvimento do país”.
Andreia Sofia Silva SociedadeDSEDJ | Candidaturas para apoios a partir de 24 de Abril Foram ontem publicados em Boletim Oficial (BO) dois despachos que dão conta dos valores e regras de atribuição dos subsídios para os estudantes do ensino não superior que frequentam escolas na província de Guangdong e para os alunos residentes, a estudar em Macau, adquirirem material escolar. O subsídio para a compra de material escolar tem o valor de 3.300 patacas e é acumulável com outros apoios concedidos pelo Governo, sendo que, para receber este apoio, os alunos têm de se registar no website da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) entre os dias 24 de Abril e 9 de Junho, apresentando documentos comprovativos da frequência da escola no ano lectivo de 2022/2023. No caso do apoio para os alunos residentes que estudam em escolas da província de Guangdong, as inscrições devem ser feitas, também no portal da DSEDJ, entre os dias 24 de Abril e 5 de Maio. Os valores deste subsídio variam entre seis e oito mil patacas para todos os níveis de ensino. Quanto aos apoios para estes estudantes poderem comprar material escolar, variam entre 1150 patacas, para os alunos do ensino pré-escolar, e 1700 patacas para os estudantes do ensino secundário complementar regular e ensino secundário complementar da escola secundária profissional, ambos em regime diurno.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEnsino | Governo avisa para desemprego devido a baixa natalidade Com Macau a perder cerca de 9 mil alunos até 2032, o Governo acredita que alguns professores vão ficar desempregados. Contudo, foi prometida, ao mesmo tempo, a abertura de mais escolas internacionais em Macau O Governo estima que o desemprego entre os professores aumente até 2032, devido à redução da taxa de natalidade. O cenário foi traçado por Elsie Ao Iong U, secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, na sexta-feira, numa sessão de respostas a interpelações orais dos deputados, na Assembleia Legislativa. De acordo com a secretária, o pico do número de estudantes vai ser atingido no acto lectivo de 2025/2026, mas a partir daí a redução vai ser acentuada, com as salas de aulas a perderem mais de 9 mil alunos. “Nos últimos anos, o número total de alunos está a aumentar. Mas em 2025/2026 vai atingir o pico, que será de 89 mil alunos”, afirmou a secretária. “A partir de 2027 vamos ter uma descida do número de alunos e em 2032 vamos ter apenas 80 mil alunos”, acrescentou. Como os planos são para manter uma média de 25 alunos por turma, a redução demográfica levará à dispensa de docentes. “Em 2032, vamos ter uma média de 25 alunos por turma. E nessa situação pode haver lugar ao desemprego de alguns docentes”, anteviu. Mais escolas Se, por um lado, o Governo prevê a redução do número de alunos na RAEM, por outro, afirmou que o território vai ter mais escolas internacionais. Estas instituições vão ser criadas para formar os filhos de “quadros qualificados” contratados no estrangeiro. A necessidade de criar mais instituições internacionais foi indicada pelo director dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), Kong Chi Meng, também na sessão de respostas a interpelações orais dos deputados. Por sua vez, a secretária garantiu que as escolas “não vão fazer concorrência” com as existentes, e que esta é uma exigência para diversificar a economia. “No futuro serão criadas mais escolas com elementos curriculares que utilizam o inglês como língua principal, com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento das principais indústrias e diversificação adequada da economia”, justificou. Elsie Ao Ieong U destacou ainda, como exemplo, que a Associação do Colégio Sino-Luso Internacional de Macau irá criar um desses estabelecimentos de ensino. “As escolas passam a poder ministrar cursos com elementos curricular internacionais e cursos leccionados em várias línguas”, apontou. “No ano lectivo de 2023/2024, Macau vai receber uma escola internacional que utiliza chinês, português e inglês, como meio de ensino”, indicou.
João Santos Filipe PolíticaProfessores | Publicado novo regime de licenças sabáticas O Governo revelou ontem o novo regime de requerimento, apreciação, execução e entrega do relatório da licença sabática para os professores das escolas oficiais da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). O documento foi publicado no Boletim Oficial, através de um despacho da secretária para os Assuntos Sociais e Cultural, e estabelece que cada professor, ao longo da carreira, apenas pode gozar de duas licenças sabáticas, no caso de trabalhar em instituições que não fazem parte do ensino superior. Estas licenças são aprovadas para os docentes autorizados a participar em projectos de formação ou de investigação científica e só podem ser gozadas, depois de autorizadas por um conselho liderado pelo director da DSEDJ, com um intervalo de pelo menos sete anos. O documento define ainda que as licenças sabáticas têm uma duração máxima de um ano escolar e não pode ser prolongada mesmo por motivos de força maior. O novo regime estabelece igualmente a criação do chamado Conselho de Apreciação, que avalia se os docentes cumprem os requisitos para gozar de uma licença sabática. Este conselho é liderado pelo director da DSEDJ, que possui competências para escolher todos os restantes membros. No caso de o pedido de licença sabática ser recusado, o regime estabelece que os interessados podem impugnar a decisão, dentro de 15 dias, junto da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, ou, se preferirem, no prazo de 30 dias, junto do Tribunal de Segunda Instância.
João Luz Manchete SociedadeEscolas vão ter equipas para acompanhar alunos com problemas psicológicos As escolas de Macau vão ter neste ano lectivo equipas dedicadas ao acompanhamento de alunos com problemas psicológicos. Foram destacados quase 400 “agentes de aconselhamento” para prestar apoio psicológico a alunos cujas rotinas foram afectadas pela pandemia. Participação no deporto escolar vai exigir vacinação e testes As escolas do ensino não superior de Macau vão contar a partir deste ano com grupos dedicados ao acompanhamento da saúde mental e física dos alunos, depois de dois anos lectivos fortemente condicionados pela pandemia e as restrições para a conter. Esta foi uma das novidades anunciadas no final da reunião do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior, que se realizou ontem. O responsável da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) pelo Ensino Não Superior, Luís Gomes, destacou a importância de reforçar o apoio à saúde mental e física dos alunos depois de sucessivos anos lectivos fortemente afectados pela pandemia, que forçaram ao cancelamento de actividades escolares e desportivas, assim como às aulas em forma online e ao fim abrupto do ano lectivo. Assim sendo, o Governo criou o “Grupo de trabalho de acompanhamento da saúde mental e física dos jovens – Transportar o amor”, cujo início de actividade está previsto para este ano. “No total, temos 373 agentes de aconselhamento nessa equipa. Estes agentes têm de ter formação em psicologia ou serviço social. Os psicólogos experientes têm de receber formação, além de lhes ser exigidos determinados anos de experiência para poderem prestar este tipo de serviços de aconselhamento”, revelou ontem Luís Gomes. O Chefe de Departamento do Ensino Superior adiantou que o grupo de trabalho é o culminar de esforços de várias entidades, como instituições sociais, associações de estudantes, escolas e instituições de aconselhamento. Os “agentes de aconselhamento” são também docentes e pessoal destacado por associações. Uma das questões fundamentais será detectar alunos de alto risco. Neste capítulo, Luís Gomes afirmou que irá caber aos docentes e pessoal escolar ter atenção à como forma como os alunos agem, assim como identificar comportamentos que podem resultar de “emoções negativas”. Luís Gomes revelou ainda que a constituição deste grupo de trabalho estava prevista para o ano passado, mas a evolução da pandemia ditou o seu atraso. Preparados para tudo Com o novo ano lectivo, recomeçam também as actividades recreativas e de desporto escolar, e com elas um plano de prevenção epidémica. “Como sabem, tivemos um surto em Junho. Por isso, elaborámos um plano. Felizmente estamos numa fase de abrandamento, mas não podemos baixar a guarda. A taxa de transmissão da covid-19 é muito alta e temos um plano de contingência preparado”, afirmou o responsável da DSEDJ. De resto, as competições de desporto escolar vão ter medidas adaptadas consoante o número de estudantes envolvidos. Uma mensagem acabou por ser transversal durante a conferência de imprensa de ontem: o apelo à vacinação dos estudantes. Para os alunos que tenham tomado duas doses da vacina, é-lhe exigido um teste de ácido nucleico feito 48 horas antes do primeiro dia de competição, com o Governo a assumir os custos. No cômputo geral, todos os alunos que participem em competições têm de fazer teste rápido antes das competições (os kits são fornecidos pela DSEDJ). Os estudantes que não tiverem vacinação completa, duas ou mais doses, têm de pagar o teste de ácido nucleico. Nesse aspecto, Luís Gomes referiu que apenas tem os números do ano passado quanto à taxa de vacinação. “Até Fevereiro, a taxa de vacinação na faixa etária entre 3 e 11 anos de idade era de 85 por cento e 90 por cento para alunos entre 12 e 18 anos. Só vamos ter dados mais recentes quando analisarmos as matrículas deste ano lectivo, na segunda metade de Outubro.” Os dados sobre a taxa de vacinação não contemplam a inoculação completa, ou seja, de duas ou mais doses administradas, incluindo alunos que apenas receberam uma dose da vacina. Porém, Luís Gomes acrescentou que depois de Maio muitas crianças entre 3 e 11 anos tomaram a segunda dose da vacina contra a covid-19, elevando a proporção dos alunos com a vacinação completa. Ainda assim, o chefe de departamento referiu que as medidas anti-pandémicas para participar nas competições escolares e frequentar aulas são mais flexíveis em Macau do que em Hong Kong.
David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesAno escolar inicia em Agosto* Durante o período de consolidação, que já dura há vários dias, Macau não registou mais nenhum caso de Covid 19. Espera-se que tudo corra pelo melhor e que a vida dos habitantes de Macau possa voltar aos poucos à normalidade, depois de 1 de Agosto. Todos poderão voltar a trabalhar e a estudar como de costume. O surto eclodiu subitamente em Junho, de forma que as aulas dos ensinos básico e secundário tiveram de ser interrompidas e os estudantes não puderam realizar os exames finais. Portanto, havia a preocupação se as escolas abririam em Setembro. Em circunstâncias normais, existe ensino presencial nas universidades e nas escolas básicas e secundárias, pelo que professores e alunos têm de comparecer na sala de aulas, mas, para que isto seja possível, Macau não pode ter casos de Covid. Por isso, a retoma do ensino presidencial vai depender da evolução da pandemia. Ainda falta um mês para Setembro. Depois dos postos de testagem se retirarem das escolas, pode dar-se início à preparação para a reabertura e, ao mesmo tempo, aproveitar para assegurar se a epidemia está controlada. Se isso acontecer, o regresso às aulas está praticamente ao virar da esquina. A maior urgência está na reabertura das universidades. Em situação normal, o ensino universitário recomeça em meados de Agosto, ou seja, daqui a sensivelmente duas semanas. Face à actual conjuntura, as universidades devem preparar-se para aulas online ou para aulas presenciais? Estes dois métodos são naturalmente diferentes. No ensino online, não é fácil para os professores perceberem até que ponto os alunos estão a entender as matérias. Nas avaliações, as perguntas devem ser formuladas de forma a que os alunos não encontrem facilmente as respostas na Internet. Estes problemas podem ser evitados no ensino presencial. Portanto, no ensino online, os conteúdos das disciplinas são mais diversificados e os professores devem orientar os alunos para que reflictam sobre os problemas a partir de diferentes perspectivas, para aplicarem as suas competências e para desenvolverem o conhecimento das matérias. No entanto, o ensino presencial é mais linear para os professores, só precisam de explicar e ilustrar os assuntos em detalhe. O início das aulas nas universidades está cada vez mais perto. Como ainda não é certo que a situação epidémica venha a estar completamente controlada, deveriam as universidades considerar a reabertura com aulas online? Por exemplo, em Agosto reabriam com aulas online e quando a situação estivesse clarificada em Setembro, decidia-se se este método se mantinha ou se se retomavam as aulas presenciais. Os estudantes universitários são mais velhos, mais maduros e mais focados, o que os torna mais bem preparados para o ensino online. Ao mesmo tempo, nos últimos dois anos, as universidades têm feito muitos cursos online. Os professores já têm experiência deste método e, desde que haja tempo para se prepararem, as aulas online não devem constituir um problema. Quer as universidades optem pelo ensino online, quer pelo presencial, vão precisar de tempo para se prepararem. Ainda não foi tomada nenhuma decisão e o início das aulas deve ocorrer dentro de duas semanas. Se a decisão for adiada, o tempo de preparação será ainda mais limitado. O facto de o surto epidémico ter acontecido em Junho, implicou uma experiência importante para o sector da educação. No futuro, se outro surto epidémico surgir no final de um semestre, a escola pode tomar medidas de precaução, preparar-se o mais cedo possível, e emitir indicações para “preparar o ensino online no novo semestre” o quanto antes. Tanto os professores como os alunos serão beneficiados. Além disso, com diferentes datas de reabertura e os diferentes níveis de adaptabilidade ao ensino online, as universidades, e as escolas básicas e secundárias podem considerar a questão de optarem separadamente pelo ensino online ou pelo ensino presencial. *Artigo escrito em 30 de Julho Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Instituto Politécnico de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
Pedro Arede PolíticaSegurança nacional | Ma Io Fong quer programa curricular concreto Tal como acontece em disciplinas como a matemática ou a história, o deputado Ma Io Fong quer que o Governo especifique os conteúdos programáticos sobre os cursos de segurança nacional, a serem leccionados. O objectivo passa por assegurar que os estudantes possam ter uma compreensão “directa e clara” do conceito O deputado Ma Io Fong quer saber se o Governo tem planos para definir e detalhar “claramente” o conteúdo curricular e os materiais didáticos dos cursos sobre segurança nacional leccionados no ensino primário e secundário. Isto, quando considera que o actual currículo de ensino é insuficiente e diz ser fulcral assegurar que, à luz do actual contexto internacional “complexo”, os estudantes compreendam o conceito e os objectivos da segurança nacional na sua totalidade. “No actual currículo e materiais didáticos, a importância da segurança nacional é essencialmente apreendida pelos estudantes de forma paralela ou indirecta através de tendências e indicadores de desenvolvimento histórico e económico”, começou por dizer o deputado numa interpelação escrita divulgada ontem. “O Governo dispõe de algum plano para especificar os conteúdos e os elementos de aprendizagem que irão constar no currículo programático, de forma a assegurar que os alunos tenham uma compreensão directa e clara do conceito, objectivos, princípios e significado da segurança nacional?”, questionou. Lembrando que o Governo “atribuiu sempre” uma grande importância à segurança nacional e à educação do amor pela Pátria e por Macau, Ma Io Fong considera ser “importante” que o conceito geral de segurança nacional esteja “profundamente enraizado” em todas as vertentes da sociedade de Macau. O objectivo passa por tornar todos os residentes “conscientes e atentos” dos riscos que as ameaças podem colocar à segurança “tradicional e não tradicional”, preparando-os assim “para lidar com múltiplas incertezas e potenciais desafios”. Apostar no online O deputado mostra-se ainda preocupado com o facto de a actual situação epidémica colocar entraves à realização de visitas de estudo de índole patriótica no Interior da China, pedindo, por isso, que o Executivo elabore alternativas para complementar a formação dos estudantes no campo da segurança nacional. Como sugestão, Ma Io Fong propõe que seja feita uma aposta no desenvolvimento de conteúdos multimédia que possam alcançar facilmente os alunos através das plataformas online. “O Governo está a ponderar lançar novos conteúdos de sensibilização e educação sobre a segurança nacional no formato multimédia, de modo a chegar eficazmente aos jovens (…) e aumentar o apoio prestado aos docentes na disponibilização de mais material didático sobre o tema?”, apontou.
João Santos Filipe PolíticaEducação | Criada disciplina sobre amor à pátria As escolas de Macau vão ter uma disciplina sobre o amor pela pátria e a segurança nacional. O anúncio foi feito ontem por Ho Iat Seng, na Assembleia Legislativa, no âmbito dos trabalhos da implementação do princípio “Macau governada por patriotas”. “Quanto aos trabalhos da promoção da segurança nacional entre a população, vamos realizar mais palestras, colóquios e cursos de formação para que a população possa amar mais a pátria”, afirmou. “Vai ser introduzida uma disciplina nas escolas sobre o amor pela pátria”, acrescentou. O modelo da implementação não foi revelado, nem foi explicado se a disciplina vai ser obrigatória para todos os alunos, ou escolas, inclusive as que adoptam um programa de ensino estrangeiro, como a Escola Portuguesa de Macau. A questão sobre a implementação de políticas nacionalistas a nível local foi levantada pelo deputado Iau Teng Pio, nomeado pelo Chefe do Executivo. Na pergunta, o legislador reconheceu que o princípio “Macau Governado Por Patriotas” é uma criação recente e “uma nova exigência do Governo Central, face às alterações na conjuntura internacional”. Iau perguntou assim o que estava a fazer feito para garantir que a Administração Pública é apenas constituída por patriotas. Na resposta, Ho Iat Seng afirmou que actualmente os exames internos para os funcionários já avaliam os sentimentos nacionalistas dos residentes. “Na Administração Pública temos vindo a reforçar a educação e o amor pela pátria e por Macau. Também reforçamos os conhecimentos com o Interior, bem como os cursos de formação, com provas em que foram colocados elementos sobre o amor pela pátria”, admitiu.
João Santos Filipe SociedadeEstudantes de Macau são maioritariamente do sexo feminino A maioria dos estudantes que frequenta o ensino superior em Macau é do sexo feminino, de acordo com dados publicados na sexta-feira, apenas em chinês, pela Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) e citados pelo Canal Macau. No ano de 2020/2021, havia 39.093 alunos divididos por 21.891 mulheres e 17.202 homens, que representam proporções de 56 por cento e 44 por cento, respectivamente. A tendência de maioria de alunas em relação a alunos contrasta com outros níveis de ensino, nomeadamente no pré-primário, primário e secundário. Contudo, a diferença é tão acentuada no Ensino Superior, que faz com que no ano lectivo 2020/2021, o universo global de estudantes do sexo feminino fosse 61.290 estudantes, face aos 59.788 alunos masculinos, em todos os graus educativos. Entre os alunos do superior, 26.580 frequentam licenciaturas, com a proporção de alunos residentes e alunos do Interior a ser igual. Ao nível de mestrados, no último ano lectivo os inscritos totalizaram 8.442, e por cada aluno residente estavam inscritos 2,7 alunos não-residentes. Por último, a nível de doutoramentos contaram-se 3.571 estudantes inscritos, com a proporção de um local para 9,5 de não-residentes, principalmente do Interior da China. Direito e comércio Entre os alunos do ensino superior, as áreas com maior número de inscrições foram o Direito e Gestão, com 12.982 alunos. Este número representou uma proporção nos dois cursos de 33 por cento do total de inscritos no ensino superior. Os cursos de Humanidades ocuparam o segundo lugar com 6.226 inscritos, seguido pelos cursos relacionados com serviços, que em 2020/2021 tinham 5.815 alunos. A área menos popular no ensino superior de Macau são as ciências naturais, com 1.268 inscritos, o que representa uma proporção de 3,2 por cento de todos os inscritos. Ainda ao ensino não-superior, em 2020/2021, o corpo docente contava com 7.405 professores para 82.876 alunos, ou seja, 11,2 alunos para cada docente. Se a análise for feita pelos diferentes graus de ensino, há um professor para cada 13,4 alunos no ensino pré-primário, proporção que se mantém no ensino primário. No ensino secundário, o número de alunos por professor é um pouco mais baixo, como 10 estudantes por cada docente.
Hoje Macau SociedadeEnsino | Afastado cenário de instabilidade com saída de docentes estrangeiros Vários professores estrangeiros deixaram as escolas do território no último ano lectivo, mas o Governo afasta um cenário de instabilidade. A garantia foi dada ontem por Wong Ka Ki, chefe do departamento do ensino não superior da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). A saída de docentes constitui “uma situação um pouco apertada” mas “estável”. Segundo a TDM Rádio Macau, estas declarações foram proferidas após uma reunião conjunta do Conselho do Ensino Superior, do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior e do Conselho da Juventude. Wong Ka Ki disse ainda que a vinda de docentes estrangeiros para o território estará sempre dependente das orientações dos Serviços de Saúde de Macau, devido à pandemia. “Tentamos envidar esforços para ver se há estrangeiros na China para virem para Macau e para se inteirarem do ensino. Temos também outros arranjos sobre a alteração do conteúdo dos cursos, ou optar por um modelo de aulas online. Até à presente data, mesmo que a situação esteja um pouco apertada, continua a ser estável”, disse. Além disso, o mesmo responsável adiantou os planos para a integração de cinco escolas em dez instituições de ensino já no próximo ano lectivo. “Vamos integrar as escolas oficiais em cinco escolas de ensino complementar, duas escolas primárias e uma creche. Vamos ainda ter uma escola só para o ensino especial que será instalada na península de Macau. Para algumas escolas públicas a sua localização mantém-se.”
Pedro Arede SociedadeEnsino | DSEDJ atenta ao volume dos trabalhos de casa A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) assegura que, no decorrer do presente ano lectivo, irá exigir que as escolas tenham em consideração o volume, coordenação e distribuição dos trabalhos de casa. O objectivo, segundo a DSEDJ, passa por promover o desenvolvimento integral dos alunos e “aumentar o sentimento de felicidade”. “A promoção contínua dos trabalhos realizados pela DSEDJ, aludem (…) à direcção pedagógica da escola, exigindo-lhe que desenvolva as funções de coordenação e concertação dos trabalhos de casa, tendo em consideração a sua organização, distribuição e o controlo do seu volume total”, pode ler-se em resposta a uma interpelação de Sulu Sou. Quanto ao cumprimento das exigências, que constam nas “Recomendações sobre a quantidade de trabalhos de casa e avaliação” do Guia de Funcionamento das Escolas do ano lectivo 2021/2022, a DSEDJ diz ter visitado várias escolas e emitido ofícios para se inteirar e analisar a situação da sua execução. Sobre o sistema de avaliação de desempenho dos alunos da educação regular, a DSEDJ lembra ter apoiado as escolas na elaboração dos respectivos regulamentos e diz estar atenta às informações de retenção e transição de ano dos alunos, de forma a fiscalizar a implementação do referido sistema.
Pedro Arede Manchete SociedadeAulas regressam segunda-feira sem avaliações na 1.ª semana Está confirmado. Os alunos do ensino superior e não superior voltam às salas de aula na próxima segunda-feira e não serão sujeitos a exames ou avaliações. Serviços de Saúde asseguram que a alta hospitalar da funcionária de supermercado agredida seguiu os trâmites normais É a segunda vez que as aulas para vão recomeçar no presente ano lectivo. O sub-director da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), Kong Chi Meng, confirmou ontem que as aulas presenciais do ensino superior e não superior serão reiniciadas na próxima segunda-feira. De acordo com o responsável, antes de autorizar que os alunos regressem às salas de aula, todas as escolas devem realizar a limpeza e desinfecção dos espaços, de acordo com as orientações dos Serviços de Saúde. Igualmente, assegurou Kong Chi Meng, os estabelecimentos de ensino receberam orientações para recapitular a matéria dada, sendo que, durante a primeira semana de aulas, os alunos não serão sujeitos a exames ou momentos de avaliação. Além das escolas, as instituições particulares de educação contínua, centros de explicação e os cursos afectos ao programa de desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo também retornam à actividade. “Após auscultar as opiniões dos Serviços de Saúde e considerar os trabalhos preparatórios das escolas [a DSEDJ] decidiu que, se a situação epidémica se mantiver estável, as escolas do ensino não superior retomarão as aulas a partir do dia 25 de Outubro, podendo também as instituições do ensino superior retomar as aulas presenciais a partir da mesma data”, começou por dizer ontem Kong Chi Men, por ocasião da conferência de imprensa sobre a covid-19. “As escolas devem passar por um período de ajustamento, adaptando, por exemplo, o conteúdo ensinado ou distribuindo a matéria. Os testes podem ser adiados ou o conteúdo dos mesmos vir a ser reduzido. Primeiro (…) deve haver um período de adequação sem dar testes ou exames”, acrescentou. Também o Instituto de Acção Social (IAS) anunciou que, a partir de segunda-feira, creches, equipamentos prestadores de cuidados de enfermagem diurnos e equipamentos comunitários, retomam o funcionamento habitual.
Hoje Macau China / ÁsiaONU diz que fecho de escolas no sul da Ásia privou de educação 434 milhões de crianças O encerramento de escolas há mais de um ano, devido à pandemia do novo coronavírus, privou de educação 434 milhões de crianças no sul da Ásia, acentuando “desigualdades alarmantes”, alerta a UNICEF num relatório publicado ontem. Antes da pandemia, quase 60% das crianças do sul da Ásia “com idades próximas dos 10 anos” não conseguiam ler ou entender um texto básico, disse o Fundo das Nações Unidas para a Infância. O encerramento prolongado das escolas nesta região desde o início da pandemia do SARS-CoV-2 “piorou uma situação que já era precária”. “Raparigas, crianças de famílias mais desfavorecidas e crianças com deficiências têm enfrentado as maiores dificuldades em termos de ensino à distância”, declarou a agência da ONU. Na Índia, 80% dos jovens de 14 a 18 anos entrevistados disseram que aprenderam menos do que quando frequentavam as aulas presenciais, de acordo com o relatório. Cerca de 42% das crianças de 6 a 13 anos entrevistadas afirmaram não ter tido acesso ao ensino à distância. Deepu Singh, um proprietário de quinta no Estado de Jharkhand, no leste da Índia, espera que as escolas reabram em breve, sobretudo por causa dos seus filhos, que não vão às aulas desde que a escola encerrou no ano passado e não têm acesso à internet. “O futuro deles está em jogo. Quero que frequentem a escola”, disse Singh à agência de notícias AFP. “Eu não posso fazer nada. Tenho que colocar comida na mesa. Não posso pagar um telemóvel”, disse o agricultor. No Paquistão, 23% das crianças pequenas não têm acesso a nenhum dispositivo eletrónico para usufruir do ensino a distância, segundo o relatório, especificando que quando esse equipamento está ao alcance, apenas 24% consegue utilizar a tecnologia. No Sri Lanka, 69% dos pais de alunos do ensino fundamental entrevistados observaram que os seus filhos aprenderam “menos” ou “muito menos”. “Mesmo quando uma família tem acesso à tecnologia, as crianças nem sempre são capazes de a utilizar”, disse George Laryea-Adjei, diretor regional do UNICEF, num comunicado, acrescentando que, “portanto, as crianças estão a sofrer grandes atrasos em sua jornada de aprendizagem”. A agência da ONU apelou aos professores para avaliarem o nível de aprendizagem dos seus alunos e garantir que estes se atualizem instituindo um período de “recuperação do aprendizado”. O UNICEF também pede aos governos que dêem prioridade à vacinação dos professores e um treino específico para que possam entrar em contacto com crianças que não têm acesso à tecnologia. Rajani KC, professor no Nepal, acredita que métodos alternativos ainda não são eficazes para garantir uma aprendizagem eficaz. “Estamos em uma situação perigosa. Se a pandemia continuar e o setor universitário perder mais anos, que tipo de recursos humanos o país se beneficiará?”, perguntou Rajani KC.