Economia | Lei Chan U pede elaboração de Plano Quinquenal

Com o 2.º Plano Quinquenal da RAEM a chegar ao fim até ao final deste ano, Lei Chan U pede à Direcção dos Serviços de Estudos de Políticas e Desenvolvimento Regional que faça um balanço e indique como está a ser desenvolvido o plano para o período 2026-2030

 

Lei Chan U pretende que o Governo faça um ponto de situação sobre o andamento dos trabalhos do 3.º Plano Quinquenal da RAEM (2026-2030), que deverá entrar em vigor no próximo ano. O assunto é abordado numa interpelação escrita partilhada ontem pelo gabinete do deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM).

Em 2015, a RAEM começou a seguir o modelo do Interior da China que a cada cinco anos apresenta um plano sobre o desenvolvimento da sociedade a cinco anos. O deputado defende esta opção e justifica que a “elaboração de um plano quinquenal ajuda a construir um modelo de desenvolvimento futuro e a definir os objectivos de desenvolvimento económico e social”.

Face à importância que atribui ao plano, Lei Chan U considera ser necessário que Direcção dos Serviços de Estudos de Políticas e Desenvolvimento Regional (DSEPDR) faça uma actualização dos trabalhos para o futuro programa e que indique quando vão arrancar os trabalhos de elaboração.

Por outro lado, o deputado da FAOM pretende que o Executivo faça um ponto de situação sobre o plano actualmente em vigor o 2.º Plano Quinquenal da RAEM (2020-2025), que está no último ano de vigência. “Quando se espera que o Governo comece a rever e a concluir a eficácia do Segundo Plano Quinquenal?”, questiona.

Entre as preocupações do deputado consta ainda a necessidade de “convergência perfeita” entre o final do plano actualmente em vigor e o início do futuro plano.

O papel da Ilha

Ao longo da interpelação, Lei Chan U praticamente não faz referência a conteúdos que gostaria de ver no plano. No entanto, quer saber se parte do plano vai visar a Zona de Cooperação Aprofundada entre Macau e Guangdong e em que moldes a cooperação vai seguir “o espírito dos discursos de Xi Jinping”, proferidos aquando da passagem em Macau, durante o Dezembro do ano passado.

Em relação aos discursos do Xi, Lei defende ainda que o “Governo deve seguir estas instruções e tomar medidas específicas na elaboração do terceiro plano quinquenal”.

Ao mesmo tempo, o legislador da FAOM defende que o 3.º Plano Quinquenal da RAEM se deve articular com 15.º Plano Quinquenal da República Popular da China e seguir o exemplo do que é feito “com sucesso” no Interior da China.

Emprego | Seminário dá a conhecer indústria tecnológica a jovens

Há pouco mais de uma semana, o Governo e o Macau Youth Development Service Centre organizaram o seminário “O Futuro da Indústria Tecnológica de Macau”, que teve como objectivo ajudar os jovens de Macau a conhecer as oportunidades de emprego oferecidas pela indústria tecnológica local.

Segundo um comunicado divulgado ontem pelas direcções de serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), o evento contou com a participação de 70 jovens que foram incentivados a frequentar acções de formação e a obter certificações profissionais na área.

O seminário foi marcado pelas intervenções de três empresários dos ramos dos chips analógicos, semicondutores e inteligência artificial. A DSAL indica que a iniciativa teve como objectivo ajudar ao desenvolvimento profissional dos jovens de Macau e, para os apoiar a integrarem-se no desenvolvimento dos sectores relacionados com o desígnio “1 + 4”. O evento serviu também para apresentar aos participantes os programas de estágios, incluindo no Interior da China.

Comunicação | Ex-candidato à AL critica Sam Hou Fai

Johnson Ian, candidato nas eleições legislativas, critica a forma de comunicação utilizada pelo Chefe do Executivo para divulgar a equipa de secretários do actual mandato. Considerando “incrível” a forma como a divulgação foi realizada, Johnson Ian, que é parceiro do deputado Ron Lam, defende que há matérias que têm de ser anunciadas de outra maneira

 

O Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, anunciou a equipa de secretários com que vai trabalhar nos próximos anos através de um comunicado, sem direito a conferência de imprensa ou outras explicações adicionais, o que levou Johson Ian, ex-candidato à Assembleia Legislativa (AL), a classificar essa acção como “incrível”.

O antigo jornalista e também presidente da Associação de Sinergia de Macau, a que está ligado o deputado Ron Lam U Tou, disse ao jornal All About Macau que a forma adoptada pelo Executivo para comunicar políticas através de comunicados é “unidireccional”, não conseguindo explicar de forma plena as questões à população.

Johson Ian alertou ainda para o facto de, nas redes sociais, existirem vozes a duvidar da nova liderança governativa, por não se registar muito “movimento” de acções públicas e comentários após a tomada de posse.

Na opinião do responsável, se o Governo continuar a comunicar com a população simplesmente através de comunicados, tal pode prejudicar a sua imagem e credibilidade.

“Macau tem muitos problemas que não podem ser explicados apenas através de comunicados”, defendeu. Para Johson Ian, se Sam Hou Fai e os secretários se mantiverem em silêncio, é certo que os chefes de departamento e demais subordinados também não irão prestar declarações públicas. Tal pode provocar uma desconexão com a sociedade, defendeu.

Menos limitações

O novo Executivo tomou posse a 20 de Dezembro, mas apenas foram divulgados comunicados para anunciar as visitas realizadas em bairros comunitários com Sam Hou Fai e demais membros da equipa governativa. Além disso, e segundo Johnson Ian, não foram aceites entrevistas à margem das actividades e visitas a associações.

Só Tai Kin Ip, secretário para a Economia e Finanças, respondeu de forma simples às questões colocadas pelos jornalistas no passado dia 1 de Fevereiro, depois de mais uma visita com o Chefe do Executivo.

Assim, Johnson Ian sugere que o Governo acabe com as limitações de acesso a alguns meios de comunicação social que, desde Outubro, não têm permissão de entrada em alguns serviços governamentais, com o argumento de que não existe espaço suficiente para todos.

“Sempre que é dito que existe limitação de espaço, as imagens mostram que há muitas cadeiras vazias, o que demonstra que é mentira”, disse Johnson Ian.

O responsável afirmou que actualmente existe uma maior diversidade na comunicação social local, pois esta não se limita a publicar em papel, recorrendo também às redes sociais e plataformas digitais para disponibilizar conteúdos e informações, tal como outros media em todo o mundo. Desta forma, o presidente da associação considera que a RAEM tem também de seguir esta tendência, a fim de acolher as visões dos meios de comunicação social, ao invés de os limitar na sua acção.

Johnson Ian apresentou os casos de alguns governantes da Europa, EUA e Hong Kong que recorrem às redes sociais para dar explicações públicas e comentar diversos assuntos, entendendo ainda que as actuais práticas do Governo de Macau já não conseguem atingir os objectivos a que se propõem. Para Johnson Ian, já não basta divulgar comunicados de imprensa para que sejam reproduzidos nos meios de comunicação tradicionais, dado o menor número de leitores ou espectadores face às plataformas digitais.

Ensino profissional | Estudo alerta para falhas em recursos humanos na China

Um estudo publicado na revista “The China Quarterly” conclui que há ainda muitas questões a resolver para que o ensino técnico-profissional na China consiga responder às necessidades de recursos humanos. O trabalho alerta para a “rápida massificação” deste tipo de ensino, com prioridade para “número de matrículas em detrimento da qualidade”

 

O ensino técnico-profissional na China tem-se popularizado, mas um estudo publicado recentemente na revista “The China Quarterly”, da Cambridge University Press, conclui que há ainda lacunas a colmatar para que os cursos consigam, de facto, dar resposta às necessidades do país em matéria de mão-de-obra no sector industrial.

“More graduates, fewer skills? Vocational education expansion and skilled labour shortages in China” [Mais graduados, menos competências? A expansão da educação vocacional e as faltas de mão-de-obra qualificada na China] é o nome do estudo desenvolvido por Xinmiao Song, da Universidade de Lingnan, e Duduo Xu, do departamento de sociologia da Universidade de Hong Kong.

O trabalho académico chama atenção para a “tendência perturbadora” da “rápida massificação do ensino profissional, que dá prioridade ao número de matrículas em detrimento da qualidade do ensino” e que “não responde à procura de formação de competências e de mão-de-obra qualificada”.

Além disso, os autores acrescentam para as “consequências adversas, tanto para a gestão administrativa como para o ensino”, causadas por este panorama. “O desenvolvimento de competências cabe frequentemente a associações profissionais pós-escolares e a um grupo exclusivo de alunos de elite. Entretanto, as iniciativas de reforma, como a campanha de artes manuais e os concursos de competências, beneficiam apenas alguns, sem melhorar as perspectivas de emprego da população estudantil em geral.”

Desta forma, os dois académicos defendem que “se preste mais atenção às tensões inerentes ao sistema de ensino e formação profissional da China”, pois “só quando houver uma compreensão mais profunda das causas subjacentes à formação ineficaz de competências nas escolas profissionais a China poderá atingir o seu objectivo nacional de modernização industrial”.

O estudo foi desenvolvido em duas escolas vocacionais, tendo sido feitas entrevistas a 104 estudantes. Além disso, foram utilizados dados etnográficos de quatro projectos de doutoramento na área do ensino profissional, desenvolvidos entre Outubro de 2017 e Dezembro de 2020.

É também referido que o país tem necessidade “cada vez mais urgente” de trabalhadores qualificados “devido à concorrência económica mundial”. Porém, “apesar da expansão massiva do sistema de ensino e formação profissional nas últimas duas décadas, continua a existir um défice significativo de mão-de-obra qualificada”, existindo “debates sobre a ineficácia do ensino profissional”. Estes centram-se, sobretudo, “na falta de sinergias institucionais entre o ensino e a indústria, mas ignoram frequentemente os conflitos inerentes ao sistema de ensino profissional e aos processos de formação de competências a nível micro”.

Dificuldades práticas

Ao “nível micro”, ou seja, nas escolas, os autores denotam a existência de diversas dificuldades no funcionamento efectivo destes cursos em consonância com os resultados pretendidos.

No ensino secundário existe “um equilíbrio delicado entre a promoção da igualdade social e o desenvolvimento de competências”. Porém, “a análise indica que, no contexto da rápida expansão do ensino secundário, as escolas têm dificuldade em harmonizar eficazmente estes objectivos”.

“A fim de manter um corpo discente adequado, as escolas e os professores vêem-se muitas vezes obrigados a comprometer a qualidade dos candidatos e os padrões de ensino na sala de aula. Esta situação gera uma mudança na pedagogia quotidiana e na administração escolar no sentido de preservar a disciplina e a estabilidade, atribuindo assim o desenvolvimento de competências e a selecção de talentos – idealmente uma missão de toda a escola – a associações profissionais extra-curriculares, prosseguidas apenas por alguns”, é acrescentado.

Conclui-se também que “a aquisição de competências é um processo multifacetado, moldado pela interação dinâmica entre educadores e alunos”, pois “a preparação académica dos alunos e as suas motivações para aprender são igualmente pertinentes para a formação de microcompetências, tal como o são os recursos das escolas e as capacidades dos professores”.

Desta forma, “a resolução do problema da formação ineficaz de competências exige mais do que iniciativas do topo para a base”, sendo “necessária uma abordagem que reconheça os obstáculos que os estudantes enfrentam na aquisição de competências, bem como as suas apreensões e incertezas na procura de emprego”, é referido.

Os autores falam ainda de “elitismo” nalgumas formações relacionados com cursos de trabalhos manuais e “concursos de competências”. “Estas iniciativas podem inadvertidamente sugerir que os trabalhos manuais estão reservados a um número restrito de pessoas, uma vez que os concursos de competências permanecem muitas vezes inacessíveis à maioria dos estudantes do ensino profissional, quer objectiva quer psicologicamente.”

Assim, os autores salientam que “existe um desfasamento significativo entre esta abordagem elitista da aquisição de competências e as condições reais enfrentadas pelos estudantes do ensino profissional”.

“A promoção superficial do espírito de trabalho manual e a exclusividade de competências não conseguiram resolver verdadeiramente os desafios associados à aquisição de competências, à procura de emprego e ao empenho em seguir profissões técnicas entre os estudantes do ensino profissional”, é também referido.

Ainda assim, são referidas limitações no estudo, nomeadamente o facto de se centrar apenas nas escolas profissionais públicas do ensino secundário superior, podendo “os resultados não representar totalmente outros níveis de ensino profissional, como os institutos superiores de formação profissional”.

Números da “fábrica do mundo”

No estudo é referido o intenso desenvolvimento industrial que a China tem conseguido nos últimos 40 anos, emergindo como a “fábrica do mundo”, conforme descrevem os autores, “tirando partido dos seus dividendos demográficos”.

“No entanto, o modelo de crescimento intensivo em mão-de-obra revelou-se insustentável devido ao envelhecimento da população e à intensa concorrência global. Para escapar à ‘armadilha do rendimento médio’, o Governo chinês lançou uma série de acções de modernização industrial nos sectores da indústria transformadora e dos serviços”, mas “apesar das ambiciosas agendas para a próxima década, a persistente escassez de trabalhadores qualificados continua a dificultar estes esforços”, é referido.

Em 2020, eram mais de 23 milhões os estudantes do ensino profissional, pelo que “esta escassez de mão-de-obra qualificada constitui uma surpresa”, é referido no estudo, que destaca “os esforços e recursos substanciais que o Governo chinês dedicou à melhoria do ensino profissional nos últimos anos”.

Surgiu, por exemplo, “o ensino profissional secundário superior gratuito, a expansão dos estabelecimentos de ensino profissional superior em um milhão de estudantes de 2019 a 2021 e a criação de universidades de tecnologia aplicada”. Além disso, o sistema de ensino profissional assistiu a uma trajectória sem precedentes, com as matrículas nos estabelecimentos de ensino profissional secundário superior a aumentarem de 4,56 milhões em 2004 para 7,11 milhões em 2009″.

Em termos de necessidade de recursos humanos, o estudo cita dados do Ministério dos Recursos Humanos e da Segurança Social da China relativos a 80 cidades do país. “Os relatórios trimestrais do ministério revelaram que o rácio entre posto de trabalho/pessoa que procura mão-de-obra qualificada atingiu um pico histórico de 2,0 no início de 2020”, sendo que “os trabalhadores qualificados de nível superior, os técnicos e os técnicos superiores tiveram uma procura particularmente elevada”.

É também referido que o Ministério da Educação prevê que o país continue a confrontar-se, este ano, “com um défice de 30 milhões de trabalhadores qualificados, o que representa uma quebra de 48 por cento em domínios como os materiais, a poupança de energia e os veículos movidos a novas energias”.

Televisão | Temporada “mais difícil” de “White Lotus” explora espiritualidade do país

A terceira temporada da série “White Lotus”, disponível na plataforma de streaming HBO, explora religião e espiritualidade na Tailândia e foi a “mais difícil de todas”, disse o criador Mike White. “Foi mais difícil porque é mais longa, tem mais personagens, e a Tailândia é um lugar belo para filmar, mas apresentou muitos desafios”, afirmou o criador, numa conferência de lançamento em Los Angeles.

A nova temporada tem oito episódios, mais um que a anterior e mais dois que a original. Traz de volta dois personagens que a audiência conheceu na primeira e segunda temporadas: a massagista Belinda (interpretada por Natasha Rothwell) e o viúvo de Tanya McQuoid, Greg Hunt (interpretado por Jon Gries).

“Ficámos tristes porque a personagem de Jennifer Coolidge [Tanya] morreu no último episódio e queríamos trazê-la de volta, de certa forma, com a Belinda”, explicou Mike White. Belinda era a massagista que Tanya disse que ia ajudar na primeira temporada e depois não o fez.

Explorar o budismo

White, interessado no budismo há vários anos, quis virar-se para uma exploração da religião, Deus e espiritualidade nesta temporada. “A Tailândia parecia o cenário perfeito porque é um país budista e há algo na sua cultura em que parecia interessante introduzir o caos dos ocidentais”, considerou.

Mike White também queria analisar a forma como as pessoas procuram atingir o seu ‘eu’ ideal, mas parecem ser sempre suplantadas “por uma força que as empurra de volta para a terra dos macacos”. A omnipresença de macacos no resort onde os personagens estão instalados reforça essa ideia.

Embora com um tema e um ritmo diferentes das anteriores, o estilo narrativo de “White Lotus” permanece nesta terceira temporada. Começa com um crime, em que não é possível ver quem é a vítima, e anda para trás no tempo para explicar como se chegou ao desfecho trágico.

Neste resort da Tailândia, a audiência é apresentada a um grupo de três amigas na década dos quarenta — Jaclyn (Michelle Monaghan), Laurie (Carrie Coon) e Kate (Leslie Bibb), cujo relacionamento se vai deteriorando ao longo dos episódios.

“Toda a gente está a fingir”, descreveu Carrie Coon, na conferência em Los Angeles. “E creio que todos podemos identificar-nos com isto de fingir que vivemos uma vida extraordinária, quando na verdade nos sentimos de fora”, acrescentou.

Leslie Bibb apontou que esse é um problema exacerbado por redes sociais como o Instagram, que tornam difícil resistir à comparação e julgamento. “As vidas dos outros parecem muito mais de sonho num telefone que na vida real, que quando estão mesmo a acontecer”, sublinhou.

Outra peça fundamental desta temporada é a dinâmica da família Ratcliff, com a mãe Victoria (Parker Posey), o pai Timothy (Jason Isaacs) e os filhos Saxon (Patrick Schwarzenegger), Lochlan (Sam Nivola) e Piper (Sarah Catherine Hook).

É uma família rica da Carolina do Norte que tem muitos mais problemas do que aparenta e vai acabar por enfrentar desafios existenciais ao longo da série. Todos os membros masculinos da família têm cenas de nudez, algo que Patrick Schwarzenegger disse que se tornou mais fácil de fazer pela extrema confiança que tem em Mike White.

“Fazer cenas de nudez é diferente quando se trata de um argumentista ou realizador que não conhecemos, em quem não confiamos ou de quem nunca vimos trabalhos”, afirmou o ator, filho de Arnold Schwarzenegger. “O Mike adora empurrar as fronteiras e continuar a entusiasmar, mas também dar suspense à audiência”, continuou Patrick. “Não tive qualquer hesitação”, garantiu.

Há ainda o casal Rick (Walton Goggins) e Chelsea (Aimee Lou Wood), cuja diferença de idades e de visão do mundo e das relações vão chocar no cenário paradisíaco da Tailândia. “White Lotus” estreará um episódio por semana às segundas-feiras durante dois meses, no serviço Max Portugal.

BAFTA | Filme “Conclave” arrecada quatro prémios

“Conclave”, de Edward Berger, foi ontem considerado o Melhor Filme pela academia britânica, que lhe atribuiu quatro prémios BAFTA 2025, numa cerimónia que sagrou Adrien Brody como Melhor Ator e Mikey Madison como Melhor Actriz.

O filme de Edward Berger era o mais nomeado para os BAFTA, candidato a 12 galardões, e acabou por vencer quatro, o mesmo número de “O Brutalista”, mas mobilizando os dois principais prémios de Melhor Filme e Melhor Filme Britânico, seguidos de Melhor Montagem e Melhor Argumento Adaptado, que esteve a cargo de Peter Straughan.

“O Brutalista” também levou para casa quatro estatuetas, distinguindo Adrien Brody como Melhor Actor, Brady Corbert pela Melhor Realização, Lol Crawley pela Direcção de Fotografia, e a Banda Sonora de Daniel Blumberg.

O papel de Mikey Madison em “Anora” valeu-lhe o prémio de Melhor Actriz, numa competição que tinha como concorrente Karla Sofía Gascón (“Emilia Perez”), a actriz transgénero que tem estado envolta em polémica desde a divulgação de ‘tweets’ antigos com conteúdo racista e xenófobo. O prémio de melhor Actor Secundário foi atribuído a Kieran Culkin pelo seu papel em “A Real Pain”, e Zoe Saldaña venceu na categoria de Melhor Actriz Secundária pela participação em “Emilia Pérez”.

“Emilia Pérez”, do francês Jacques Audiard, que era o segundo filme mais nomeado para os BAFTA, com 11 indicações, venceu ainda o Melhor Filme em Língua Não Inglesa, deixando para trás a produção brasileira “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, protagonizada por Fernanda Torres, no papel de uma activista, advogada e viúva de Rubens Paiva, o político brasileiro detido e torturado pela ditadura militar brasileira (1964-1985), no início dos anos 1970.

“Wallace and Gromit: Vengeance Most Fowl” levou para casa dois prémios: Melhor Longa-metragem de Animação e Melhor Filme para Crianças.

Óbito | Actriz sul-coreana Kim Sae-ron encontrada morta em casa

A actriz sul-coreana Kim Sae-ron, de 24 anos, foi encontrada morta, este domingo, em sua casa, em Seul, na Correia do Sul, anunciou a polícia. “Foi encontrada morta e não havia sinais aparentes de violência”, disse um responsável da polícia à Agence France-Presse (AFP).

Já segundo a agência noticiosa Yonhap, a actriz foi encontrada morta às 16:55, depois de um amigo que tinha combinado encontrar-se com ela ter chamado a polícia por não a conseguir contactar. Kim Sae-ron ficou conhecida pelo seu desempenho no filme “The Man from Nowhere” (“O homem de lugar nenhum”), de 2010, no qual interpretava uma criança raptada, resgatada por um antigo agente das forças especiais.

Este seu papel valeu-lhe o prémio de Melhor Actriz no equivalente sul-coreano dos Óscares. A actriz participou ainda nas séries “Cães de Caça”, da Netflix, e “O Beijo do Destino”, da Apple TV. A sua carreira sofreu uma interrupção depois de ter sofrido um acidente de viação sob o efeito do álcool, em 2022, na sequência do qual pagou uma multa de 20 milhões de won (13.000 euros).

Tecnologia | Xi recebe líderes dos gigantes chineses

O Presidente chinês, Xi Jinping, vai receber hoje os líderes dos gigantes tecnológicos do país, numa demonstração de apoio ao sector, segundo fontes citadas sexta-feira pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.

De acordo com o jornal, entre 20 e 30 fundadores ou directores executivos de empresas em fase de arranque e de empresas já estabelecidas, como a Huawei, Tencent, Alibaba e Xiaomi, vão participar na invulgar “reunião de alto nível”.

O encontro acontece semanas antes de a legislatura chinesa realizar a sua reunião anual, na qual o governo traça o roteiro económico para o próximo ano, e no meio da intensificação da guerra comercial com os Estados Unidos, após o regresso ao poder de Donald Trump.

O jornal referiu que a legislatura procura enviar um sinal positivo ao sector privado, para reanimar a economia do país.

A reunião também pode ser interpretada como uma reviravolta de Pequim, que nos últimos anos lançou uma dura campanha regulatória contra as grandes empresas de tecnologia. Durante anos, o sector digital floresceu na China, não só graças ao enorme mercado do país, mas também a uma regulação pouco rigorosa – ou à sua aplicação – a que Pequim queria pôr termo.

No entanto, avanços como a plataforma e inteligência artificial DeepkSeek, que também estará presente na reunião, foram um golpe tecnológico importante para Pequim, face à guerra comercial de Trump. A Alibaba também revelou recentemente o seu próprio modelo de IA, o Qwen, que fará parceria com a Apple para permitir que os iPhones ofereçam o serviço Apple Intelligence na China, de acordo com o jornal de Hong Kong.

Também estarão presentes no evento representantes da Huawei, e os chamados “seis pequenos dragões” da “mestria tecnológica” chinesa, que incluem, além da DeepSeek, os fabricantes de robôs Unitree e Deep Robotics, o estúdio de videojogos Game Science, o criador de ‘software’ de ‘design’ de interiores 3D Manycore e a BrainCo, que desenvolve produtos destinados a treinar o cérebro.

Nova Deli | Debandada mata pelo menos 18 pessoas

Pelo menos 18 pessoas morreram numa debandada numa estação ferroviária na capital da Índia, Nova Deli, informou ontem a agência de notícias Press Trust of India.

O ministro-chefe interino de Nova Deli, Atishi, disse que muitas das vítimas viajavam para Prayagraj, no norte da Índia, onde está a decorrer o festival Kumbh Mela, que origina anualmente a maior peregrinação hindu do mundo.

A debandada aconteceu no sábado à noite, enquanto milhares de pessoas estavam reunidas na estação ferroviária de Nova Deli à espera de apanhar um comboio. O incidente ocorreu depois de alguns passageiros terem escorregado e caído sobre outros enquanto desciam de uma passagem que liga plataformas de comboios, disseram as autoridades.

Sheela Devi, que estava no Hospital Lok Nayak Jai Prakash Narain, em Nova Deli, para recolher o corpo da nora, disse que um anúncio sobre uma mudança de plataforma de comboio criou confusão entre os passageiros, o que levou à debandada. O primeiro-ministro indiano Narendra Modi disse estar “angustiado com a debandada”.

“Os meus pensamentos estão com todos aqueles que perderam os seus entes queridos. Rezo para que os feridos tenham uma rápida recuperação. As autoridades estão a auxiliar todos aqueles que foram afectados por esta debandada”, disse Modi, na rede social X. O ministro das Ferrovias, Ashwini Vaishnaw, disse que foi ordenada uma investigação para descobrir o que levou à debandada.

Tragédias sucedem-se

O incidente aconteceu um dia depois de pelo menos dez pessoas ter morrido e outras 19 ficado feridas, após um veículo que seguia para Kumbh Mela ter colidido com um autocarro. Os acidentes de trânsito são comuns na Índia devido às más condições das estradas, as condições precárias de alguns veículos e a falta de atenção às regras de trânsito por parte dos condutores.

Nos últimos dias, os organizadores do Kumbh Mela proibiram a circulação de veículos na área do festival, depois de milhares de pessoas terem ficado presas em vários engarrafamentos, com uma extensão de mais de 200 quilómetros e alguns condutores a relatarem que precisaram de 12 horas para avançar 50 quilómetros.

O Kumbh Mela realiza-se a cada 12 anos numa cidade diferente (entre Prayagraj, Ujjain, Nashik e Haridwar) e tem como auge um banho ritual que acontece na confluência dos rios Ganges, Yamuna e Saraswati.

Os hindus, que representam quase 80 por cento dos mais de 1,4 mil milhões de habitantes do país, acreditam que um mergulho neste local considerado sagrado pode purificá-los de pecados passados e terminar o processo de reencarnação.

Os bilhetes de comboio esgotaram ainda antes do Kumbh Mela começar, enquanto o custo dos bilhetes de avião disparou, levando milhões de pessoas a optar pela viagem de carro. A edição deste ano do festival, que dura seis semanas, ficou já marcada pela morte de pelo menos 30 pessoas numa debandada, em 29 de Janeiro.

O ministro que traiu outro ministro

Um ministro cometeu o “crime” e outro ministro é que foi para a “prisão”. Mal comparado foi o que aconteceu com o ministro das Finanças, Miranda Sarmento, contra o seu homólogo das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, no caso da suspensão do subsídio de renda a mais de 80 mil pessoas que vivem em dificuldades. Sem qualquer aviso prévio, a Autoridade Tributária e Aduaneira versus Finanças, com toda a crueldade, suspendeu o subsídio de renda de cerca de 200 euros, uma medida decretada pelo Governo anterior para o prazo de cinco anos e que teve o seu início em 2023.

O ministro Pinto Luz, que tem a tutela do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) – instituição que se limitava a pagar segundo a luz verde recebida pelas Finanças durante os dois últimos anos – é que foi obrigado, confrontado por deputados na Assembleia da República, a pedir desculpa aos lesados. Quem tinha de pedir desculpas aos portugueses afectados com medida tão ingrata era o ministro das Finanças. Obviamente, que a revolta dos lesados caiu em cima do IHRU que nem estava preparado para uma contestação tão significativa e nem sequer possui um número suficiente de funcionários para fazer frente a filas de gente que durante toda a semana passada estiveram à porta do IHRU a aguardar atendimento durante horas em pé.

O primeiro-ministro Luís Montenegro tem afirmado a todos os ventos que governa para as pessoas. Pensamos que as suas pessoas sejam os amigos e compadres, porque os milhões de pobres existentes no nosso país de certeza que não se inserem na sua governação. Ficou bem patente para quem Montenegro governa. Em 1 de Janeiro de 2023, o seu antecessor António Costa tomou uma das medidas mais humanas e solidárias da política portuguesa em democracia.

Decretou que cerca de 200 mil pobres, famílias que viviam em grandes dificuldades de sobrevivência e que não tinham possibilidade de pagar a renda de casa, passassem a usufruir durante cinco anos de um subsídio de renda aproximado de 200 euros, para auxílio ao pagamento da renda, após as Finanças constatarem através do IRS quais os cidadãos a necessitar de auxílio, o que veio a acontecer automaticamente. Agora, assistimos, sem qualquer aviso prévio, ao corte governamental desse subsídio de renda a mais de 85 mil pessoas. Pessoas essas, que contavam com esse pecúlio para fazer frente ao pagamento da renda e que, mais uma vez, ficaram em falta perante os seus senhorios. Uma medida repleta de crueldade e desumanidade.

O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) sabia perfeitamente que o Orçamento do Estado tem cativada a quantia de 300 milhões de euros para o pagamento dos subsídios de renda aos cerca de 200 mil portugueses pobres. O instituto nunca admitiria que este caso viesse a acontecer sem ser avisado com antecedência. Mesmo assim, as Finanças não se coibiram de decidir pela infâmia de cortar o subsídio de renda tão necessário a milhares de portugueses desprotegidos. O IHRU, que era a instituição pagante, foi de imediato alvo das maiores críticas nos órgãos de comunicação social e na Assembleia da República, onde um deputado nos desabafou tratar-se de uma “cretinice”.

Em face dos protestos, o IHRU emitiu um comunicado onde indicava que a partir do início da semana passada as pessoas que se sentissem prejudicadas teriam no site do IHRU uma aplicação onde poderiam confirmar os seus dados de rendimentos junto do Portal das Finanças e inserirem a sua reclamação. Esta aplicação não foi disponibilizada à grande maioria dos lesados e o IHRU viu-se obrigado a desligar o seu único número de telefone para onde as pessoas poderiam solicitar informações sobre o que tinha acontecido aos seus subsídios de renda, devido à grande avalanche de chamadas telefónicas.

A decisão infame das Finanças abrangeu portugueses em todo o território nacional. No entanto, a quase generalidade dos lesados não teve qualquer vector de solução e, em Lisboa, os lesados começaram a ter conhecimento de que a única solução seria deslocarem-se pessoalmente às instalações do IHRU, perto da Praça de Espanha, a fim de serem atendidos sobre o problema.

De salientar, que entre as pessoas desprezadas e roubadas pelo Governo, incluem-se cidadãs e cidadãos que são invisuais, deficientes, velhos e que lhes é de todo impossível deslocarem-se pessoalmente à sede do IHRU. Já não falando dos milhares de lesados que não têm qualquer acesso à internet, que não têm computador para poderem consultar o site do IHRU ou o Portal das Finanças, facto este, que encerra um desprezo total por essas pessoas.

Um cidadão pobre, muito pobre, de 79 anos de idade, morador no Bairro de Moscavide, sem acesso à internet, foi aconselhado a deslocar-se pessoalmente à sede do IHRU. O cidadão saiu de casa às 07.00 horas, apanhou o comboio na estação do Oriente para a de Roma-Areeiro, aí deslocou-se por três linhas do Metropolitano, a verde, vermelha e azul, subiu dezenas de escadas porque as rolantes e os elevadores encontravam-se avariados. Sentiu-se mal e sentou-se num banco do jardim da Praça de Espanha junto à Avenida Columbano Bordalo Pinheiro onde se situa a sede do IHRU. Às 9.05 horas entrou no edifício soberbo de oito pisos e no balcão transmitiram-lhe, seca e friamente: “Já não há vagas, volte às 14.00 horas!”. O cidadão olhou para a pequena sala de espera e na mesma estavam sentadas umas vinte pessoas. Oito andares para atenderem 20 pessoas em cada manhã? Ah… existem muitos outros serviços no IHRU e os funcionários têm mais que fazer…

Mas, quem criou esta bagunça ingrata foram as Finanças e a revolta caiu sobre o IHRU e o instituto não estava preparado para a reacção de mais de 85 mil pessoas… O cidadão em causa regressou a Moscavide pela mesma via e ao meio-dia partiu novamente pelo mesmo caminho até à sede do IHRU, na esperança de que o seu problema da retirada do seu subsídio de renda fosse resolvido, já que o seu rendimento do ano passado para este ano não tinha aumentado nem um euro. Debalde. Às 14.00 horas também já não havia senhas de atendimento. Pobre homem, que regressou a Moscavide e desistiu de arriscar algum ataque cardíaco depois de tanto esforço.

É isto, governar para as pessoas? É isto, a função e o serviço públicos? É isto, que o povo merece? É isto, o serviço de Finanças que não perde tempo a penalizar um português que se atrase no pagamento de qualquer imposto? É isto, governar para as pessoas? É isto, proteger os mais desprotegidos da nação? É isto, forma de fazer com que o povo acredite nos políticos? É isto, que faz com que o povo se manifeste nas sondagens que está farto de cruéis e mentirosos e tenda a votar para Presidente da República num homem como o almirante Gouveia e Melo. Ai, Portugal, Portugal…

CCM | Ciclo de música clássica dedicado a Brahms em Março

O Centro Cultural de Macau acolhe, a partir do dia 7 do próximo mês, o ciclo de espectáculos intitulado “Homenagem a Brahms”. O público já pode adquirir bilhetes para os espectáculos da Orquestra de Macau em conjunto com músicos estrangeiros

 

“Homenagem a Brahms” é o nome do próximo ciclo de cinco espectáculos integrados na temporada de concertos 2024-2025 da Orquestra de Macau (OM) que se apresenta ao público a partir do dia 7 de Março. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), “serão realizados cinco concertos com temas distintos, nos quais a OM, em colaboração com vários músicos de renome internacional, interpretará as obras mais representativas de Brahms, homenageando, de forma multifacetada, a este mestre do Romantismo do século XIX”.

O concerto inaugural, no dia 7 de Março às 20h, é “Homenagem a Brahms – Uma Noite do Prólogo”, apresentado no grande auditório do CCM. Sob a batuta do maestro principal e director musical da OM, Lio Kuokman, a orquestra aliar-se-á a dois jovens músicos, a violinista Alexandra Conunova e o violoncelista Pablo Ferrández. Estes vão interpretar “Duplo Concerto para Violino” e “Violoncelo em Lá menor”, duas composições de Brahms. Depois a OM vai interpretar a “Sinfonia Nº 1 em dó menor”, uma “obra magistral e profundamente cativante, que Brahms aperfeiçoou ao longo de 21 anos”.

No dia 8 de Março é a vez de se apresentar, também no grande auditório do CCM, o concerto “Homenagem a Brahms – Pastoral Romântica”, que conta com a colaboração do violinista checo Josef Špaček, que regressa a Macau para interpretar, com a OM, o “Concerto para Violino” e “Orquestra em Ré maior” do compositor. Trata-se de uma obra “tecnicamente desafiante” e que é reconhecida como “um dos ‘quatro grandes concertos para violino’ da história da música clássica”, descreve o IC. O programa incluirá ainda a “Sinfonia N.º 2 em Ré Maior”, que contrasta com o “Concerto para Violino” pela sua “sonoridade calorosa e luminosa”.

A magia de “Niu Niu”

As composições de Brahms voltam a apresentar-se no dia 9 do próximo mês, mas desta vez numa sessão diurna. A partir das 15h, no pequeno auditório, irá reunir-se “um grupo de prestigiados músicos”, nomeadamente o maestro principal da OM e Alexandra Conunova, Pablo Ferrández, Josef Špaček, Alexei Volodin e Zhang Shengliang, também conhecido como “Niu Niu”. Apresenta-se nesse dia “uma maratona de quatro sessões dedicadas à música de câmara de Brahms”.

O programa incluirá o conjunto integral das Sonatas para Violino de Brahms, várias obras para piano solo, as emblemáticas Danças Húngaras, bem como o “Concerto para Piano” e “Orquestra N.º 1 em Si Maior”, convidando-se o público a “mergulhar no universo melódico do compositor”.

“Niu Niu”, considerado “um dos mais aclamados pianistas da Ásia”, volta a subir ao palco no dia 14 de Março, a partir das 20h, desta vez no grande auditório do CCM, com a condução do maestro Christian Arming, que dirige o concerto “Homenagem a Brahms – Concerto N.º 1 de Niu Niu”.

Por sua vez, a OM vai interpretar a “expressiva Sinfonia nº 3 em Fá Maior”, enquanto “Niu Niu”, ou Zhang Shengliang, toca para o público o “Concerto para Piano” e “Orquestra nº 1 em Ré menor”. Esta última composição apresenta-se como “um clássico romântico que exige não apenas um grande virtuosismo técnico, mas também uma profunda expressividade emocional”.

A recordação de Brahms em palco prossegue no dia 15, com “Homenagem a Brahms – Partitura de Piano Intemporal”, que promete “encerrar o ciclo com chave de ouro”, também no grande auditório do CCM.

Sob a batuta do maestro Christian Arming, a OM contará com a colaboração do pianista russo de renome mundial, Alexei Volodin, o qual interpretará o “Concerto para Piano” e “Orquestra nº 2 em Si bemol maior”. Inclui-se ainda a interpretação da composição “Sinfonia nº 4 em Mi menor”, que foi a última sinfonia de Brahms, “proporcionando-se ao público uma experiência imersiva das obras-primas imortais do compositor”.

Os bilhetes já estão à venda nas plataformas habituais. Quem adquirir quatro ingressos recebe ainda mais dois bilhetes gratuitos para qualquer sessão deste ciclo de concertos.

Johannes Brahms foi um compositor, pianista e maestro alemão do chamado período do Romantismo na música clássica. Nascido em Hamburgo em 1833, viria a falecer em Viena em 1897. É considerado um dos “Três B” pela genialidade que demonstrou na música, ao lado de Johann Sebastian Bach e Ludwig van Beethoven.

China e Brasil reafirmam em Munique compromisso com a paz

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, reiterou, em Munique, num encontro com o conselheiro especial brasileiro Celso Amorim, o compromisso dos dois países em pôr fim à guerra na Ucrânia, afirmaram ontem as autoridades chinesas.

Numa reunião à margem da Conferência de Segurança de Munique, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês e Amorim, enviado especial do Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmaram a boa saúde das relações bilaterais.

Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China indicou que ambos destacaram o trabalho da plataforma “Amigos da Paz”, criada pelos dois países dentro da ONU para explorar soluções pacíficas alternativas para a guerra na Ucrânia, e comprometeram-se a desempenhar um papel construtivo na obtenção de uma solução política.

A China e o Brasil têm pressionado os países em desenvolvimento para que apoiem um plano de paz, com seis pontos, que apresentaram em 2024, que descreve a invasão russa da Ucrânia como “uma crise”, pede “o fim da escalada ou provocação por qualquer das partes” e apela a uma conferência internacional de paz através de um “debate justo”.

A iniciativa foi recebida com cepticismo por muitos países ocidentais e pela própria Ucrânia, principalmente devido à ambiguidade demonstrada por Pequim desde o início do conflito e ao seu apoio tácito a Moscovo.

De braço dado

Wang realçou que a China está disposta a trabalhar com o Brasil para continuar a cooperação, “praticar o verdadeiro multilateralismo, defender o papel fundamental das Nações Unidas e salvaguardar os direitos e interesses legítimos dos países do Sul Global”.

Amorim disse ao diplomata chinês que o Brasil está aberto a continuar a trabalhar com o gigante asiático para “defender a justiça internacional”.

Wang e Amorim concordaram ainda em aprofundar a cooperação na América Latina e no seio da comunidade BRICS de economias emergentes, cuja presidência rotativa foi assumida pelo Brasil este ano. A cimeira de chefes de Estado dos BRICS, formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, terá lugar no Rio de Janeiro nos dias 06 e 07 de Julho.

Além dos países fundadores, nos últimos anos, o Egipto, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia, o Irão, a Indonésia e a Arábia Saudita juntaram-se ao bloco como membros de pleno direito, e a Bolívia, Cuba, a Bielorrússia, o Cazaquistão, a Malásia, a Tailândia, o Uganda, o Uzbequistão e a Nigéria juntaram-se recentemente como Estados associados.

De acordo com dados oficiais, a China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2008. O mercado chinês foi o destino de 30 por cento das exportações brasileiras em 2023, ano em que totalizaram 104 mil milhões de dólares, constituídas maioritariamente por produtos alimentares e matérias-primas.

A China mantém investimentos no Brasil de cerca de 40 mil milhões de dólares, sobretudo no setor energético.

A Face Pintada de Púrpura da Imperatriz Liu

Qianlong (r.1735-96), o imperador esteta da dinastia Qing, ordenou em 1748 que fosse restaurada e reunida no magnífico pavilhão Nanxun da «Fragrância do Sul» da Cidade Proibida, construído em madeira durante a dinastia Ming, a colecção que foi sendo feita ao longo de séculos de retratos de imperadores, imperatrizes e altas personalidades da corte.

O espaço passaria a ser a sua pinacoteca (meishu guan) e o lugar para alardear o respeito pelos antigos soberanos e o seu legado. Entre esses mais de sessenta retratos, numa sala situada a leste do salão principal estão figuras de senhoras e entre eles há um especialmente intrigante; o retrato hodierno da segunda mulher a assumir o poder total do Império depois da notória imperatriz dos Tang, Wu Zetian (624-705).

Zhangxian Mingsu, a «Ordeira, digna, inteligente e solene» esposa do imperador Zhenzong (968-1022) conhecida como a imperatriz Liu (969-1033) dos Song do Norte, que reinou atrás de «uma cortina descida» (chuilian tingzheng) entre 1012-22, está aí representada de modo convencional, sentada a três quartos e vestida com o traje cerimonial de faisões, huiyi (rolo vertical, tinta e cor sobre seda, 177 x 120 cm, no Museu do Palácio Nacional, Taipé).

Algo porém, na figuração do seu rosto causa uma estranha impressão. Wang Yun (1227-1304) um literato da Academia Hanlin, na seguinte dinastiaYuan, observando o retrato, escreveu: (…) «No seu rosto foi aplicado um pigmento púrpura desde as sobrancelhas para baixo com a forma de duas folhas rectangulares (fangye) cobrindo as duas faces. A ponte do nariz está salientada ao ser deixada por pintar uma linha de pele natural. O rosto parece assim parcialmente coberto por um fino véu de púrpura.»

A cor púrpura (zise), percebida como sinal divino, predecessor da imortalidade, no rosto da imperatriz Liu reforçava o simbolismo da sua função de garante da harmonia entre o Céu e as pessoas. Numa pintura de um seu contemporâneo ver-se-ia esse acordo (tianren heyi).

Zhang Xian (990-1078) um literato natural de Huzhou (Zhejiang), segundo a tradição, terá feito apenas uma pintura num paroxismo de piedade filial em relação à memória de seu pai, Zhang Wen.

Quando se encontrava a pescar numa margem do lago do Jardim do Sul, no condado de Wuxing em Huzhou, em1072, tinha então oitenta e dois anos, lembrou-se de súbito dos poemas feitos ali por seu pai e fez uma ilustração desses Dez queridos poemas escritos sobre seda branca (Shiyong tu, rolo horizontal, tinta e cor sobre seda, 52 x 125,4 cm, no Museu do Palácio, Pequim).

Desde o lado direito do rolo onde se nota num pavilhão de dois beirais na orla do lago, uma reunião de literatos apreciando a vista, entretidos, até ao fim do rolo do lado esquerdo, onde se vê por uma janela, sozinha, uma mulher fiando algodão, ressalta essa suave alegria a que chamamos paz.

Droga | Detido por suspeita de tráfico fica em prisão preventiva

Um homem detido na fronteira com cerca de 8 gramas de cocaína vai aguardar julgamento em prisão preventiva, de acordo com a informação divulgada na sexta-feira pelo Ministério Público. O residente local foi detido por suspeitas de tráfico de droga. Segundo o MP, a investigação preliminar concluiu que o detido tinha sido “contratado por um grupo de tráfico de droga de Hong Kong” para trazer os estupefacientes para a RAEM.

A prisão preventiva foi aplicada pelo Juiz de Instrução Criminal “tendo em conta a gravidade dos factos, a moldura penal do crime, bem como a possibilidade de se encontrarem em fuga alguns suspeitos”. O suspeito detido arrisca uma pena de prisão que pode chegar aos 15 anos.

No comunicado, o MP prometeu também continuar a campanha contra o consumo e a entrada de estupefacientes em Macau. “Tendo em conta que a droga, enquanto ameaça grave à saúde e à vida pessoais, dá origem a uma variedade de crimes violentos prejudicando a ordem pública e tranquilidade social, o Ministério Público irá continuar a combater severamente os crimes associados à droga em articulação com demais entidades incumbidas de execução de lei, no sentido de criarem em conjunto um ambiente social saudável e livre de drogas”, foi prometido.

Taiwan | Macau apoia famílias de vítimas de explosão

Uma equipa de Macau está em Taiwan desde a noite de quinta-feira, a prestar assistência aos feridos e familiares das vítimas da explosão que matou dois residentes da RAEM. A criança de dois anos atingida permanece nos cuidados intensivos

 

À chegada a Taichung, no centro de Taiwan, na quinta-feira à noite, o grupo de coordenação de crises de turismo e elementos da Cruz Vermelha de Macau dirigiram-se “ao hospital para visitar os familiares das vítimas mortais e feridos no caso da explosão de gás num centro comercial na cidade, transmitindo as profundas condolências do Chefe do Executivo”, lê-se num comunicado da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) de Macau.

Pelo menos quatro pessoas morreram e 26 ficaram feridas na sequência de uma explosão, na quinta-feira, num centro comercial de Taichung, indicaram no mesmo dia os bombeiros locais.

O caso envolve sete residentes de Macau, dos quais dois morreram e cinco ficaram feridos. Dois dos cinco feridos tiveram alta hospitalar, enquanto outros dois foram submetidos a cirurgia e encontravam-se ontem em situação estável, mas ainda hospitalizados. A DST indicou ainda que nessa altura outro ferido permanecia nos cuidados intensivos, ou seja, a criança de dois anos. Segundo responsáveis clínicos do hospital, a criança está sob observação devido a graves lesões cranianas.

No apoio burocrático, o Governo da RAEM indicou que pessoal de uma “seguradora de Macau envolvida está também no local para prestar apoio aos familiares no acompanhamento de assuntos relacionados com compensação”.

O grupo de crises de turismo e o pessoal da Cruz Vermelha de Macau acompanharam no sábado familiares das vítimas numa reunião com “agentes fúnebres e profissionais da área legal locais e, através da delegação da Cruz Vermelha local, de acordo com o desejo dos familiares, fizeram o acompanhamento junto das organizações e entidades relevantes sobre o processamento dos restos mortais e das compensações dos falecidos”, acrescentou a DST.

Dias de pesar

Na quinta-feira à noite, o líder do Governo da RAEM manifestou, em comunicado, “sinceras e profundas condolências” aos familiares das vítimas da explosão. Sam Hou Fai “segue com elevada atenção o caso da explosão de gás” num centro comercial”, lê-se na nota emitido pelo Gabinete de Comunicação Social.

A explosão ocorreu na zona da restauração no 12.º andar do centro comercial Shin Kong Mitsukoshi. Dezenas de bombeiros foram enviados para o local, onde partes do exterior do edifício ficaram danificadas e fragmentos espalharam-se pelas ruas.

O jornal Taipei Times avançou que “o incidente (…) foi alegadamente causado por uma explosão de gás no 12.º andar”, versão corroborada pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Taichung, Cheng Chao-hsin, que acrescentou ter ocorrido uma fuga de gás.

“O presidente do Grupo Shin Kong, Richard Wu, disse que a empresa assumiria a responsabilidade por uma aparente explosão de gás que resultou em quatro mortes e 26 feridos”, informou o Taipei Times. Como tal, as famílias de cada uma das quatro vítimas mortais vão receber cerca de 2,7 milhões de patacas da empresa.

Entretanto, foi noticiado pela imprensa da Formosa que no sábado à noite voltaram a cair destroços da fachada do edifício na rua, onde foi estabelecido um cordão de segurança, não provocando feridos. Com Lusa

Lixo | Recebidas oito propostas para recolha

A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) recebeu oito propostas no âmbito do concurso para a Concessão de Serviços de Limpeza Urbana, Recolha e Transporte de Resíduos de Macau. Entre as oito propostas, sete foram admitidas e uma excluída.

Os preços das propostas admitidas variam entre 2,725 mil milhões e 3,702 mil milhões de patacas. O prazo do contrato é de 10 anos, devendo a sociedade escolhida prestar, segundo o disposto no concurso, os serviços de limpeza urbana, recolha e transporte de resíduos de Macau. O novo contrato de operação deve ainda articular-se com as políticas do Governo da RAEM relativas à gestão de resíduos sólidos como a redução da produção de resíduos a partir da fonte e a reciclagem de resíduos.

Neste último aspecto, o Governo espera que a vencedora do concurso proceda à “expansão constante da rede de reciclagem”. Ao mesmo tempo, a área de cobertura dos serviços deve ser gradualmente alargada, de modo a fazer face ao desenvolvimento dos Novos Aterros Urbanos.

Reservas cambiais | Subida para 240,4 mil milhões

No final de Janeiro, as reservas cambiais da RAEM cifravam-se em 240,4 mil milhões de patacas, de acordo com as estimativas preliminares divulgadas pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). Este valor representa um aumento de 2,3 por cento relativamente aos dados rectificados do mês anterior, que atingiram 235,0 mil milhões de patacas.

No final de Janeiro de 2025, as reservas cambiais da RAEM corresponderam a cerca de 12 vezes a circulação monetária, ou 93,4 por cento do agregado monetário M2 em patacas, conforme os dados do final de Dezembro de 2024.

A taxa de câmbio efectiva da pataca, ponderada pelas quotas do comércio, foi de 107,5 em Janeiro de 2025, registaram acréscimos de 0,96 pontos e 4,11 pontos, em comparação com os dados registados no mês anterior e com os reportados a Janeiro de 2024, o que significou que globalmente a pataca valorizou-se em relação às moedas dos principais parceiros comerciais de Macau.

Comércio | Rendas de lojas com redução de 1,1%

No ano passado, a renda média por metro quadrado das lojas foi de 479 patacas, menos 1,1 por cento, face a 2023, de acordo com os números divulgados na sexta-feira pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Segundo a DSEC, as rendas dos espaços comerciais apenas começaram a descer na segunda metade do ano, mas houve locais em que a queda atingiu 4,7 por cento, como aconteceu com a Areia Preta e Iao Hon, onde a média por metro quadrado é de 467 Patacas. Na zona da Barca, a redução foi de 4,1 por cento, para 355 patacas, enquanto nos Novos Aterros da Areia Preta a redução foi de 3,9 por cento, para 392 patacas.

Nem a zona da Horta e Costa e Ouvidor Arriaga, algumas das artérias com mais lojas do território, escapou ao impacto do abrandamento da economia que não vive do turismo, com uma diminuição das rendas de 3,1 por cento, para uma média 489 patacas por metro quadrado. No pólo oposto, as rendas no ZAPE subiram 0,2 por cento para 670 patacas e no NAPE 0,1 por cento para 612 patacas.

Em relação à renda média nos escritórios, registou-se uma redução anual de 2,8 por cento, para 293 patacas por metro quadrado, enquanto nos edifícios utilizados como fábricas a redução foi de 0,1 por cento, para 123 patacas. Já as rendas na habitação, apresentaram um aumento de 3,9 por cento, para 137 patacas por metro quadrado.

Jogo | Wynn Macau com lucros de 672,3 milhões de dólares

A concessionária norte americana aumentou os ganhos em 44,4 por cento durante 2024, em comparação com o ano anterior. No entanto, o último trimestre do ano ficou marcado por uma quebra dos lucros operacionais

 

A operadora de jogo Wynn Macau registou lucros de 672,3 milhões de dólares em 2024, um aumento de 44,4 por cento face ao ano anterior. Os resultados da subsidiaria de Macau da americana Wynn Resorts foram anunciados na sexta-feira.

Em 2023, a Wynn Macau tinha alcançado lucros de 465,7 milhões de dólares, depois de três anos de prejuízos devido à pandemia da covid-19.

Em termos trimestrais, a Wynn Macau registou lucros operacionais de 160,8 milhões de dólares entre Outubro e Dezembro de 2024, uma quebra de 5,3 por cento em termos anuais. No último trimestre de 2023, o valor alcançou 169,8 milhões de dólares.

Os dois casinos da empresa em Macau, o Wynn Macau e o Wynn Palace, arrecadaram, no ano passado, 3,03 mil milhões de dólares em receitas, mais 23,9 por cento do que no ano anterior. Em 2024, os casinos fecharam o ano com receitas de 226,8 mil milhões de patacas, também mais 23,9 por cento do que em 2023, quando arrecadaram receitas de 183,1 mil milhões de patacas.

Mercado saudável

Os resultados da Wynn Macau foram anunciados com os resultados da Wynn Resorts, empresa mãe que explora casinos nos Estados Unidos e que está a preparar as entradas no Médio Oriente e Londres.

Em relação ao mercado de Macau, o director-geral da Wynn Resorts mostrou-se satisfeito com o que afirmou ser o forte desempenho segmento premium de massas e VIP. “Apresentámos um forte desempenho trimestral em Las Vegas, com base em dados comparáveis muito difíceis, e conseguimos uma quota de mercado saudável em Macau, liderada pela força tanto no segmento premium de massas como no VIP”, afirmou Craig Billings, director-geral da Wynn Resorts.

Contudo, o responsável também destacou a força da empresa no mercado de Las Vegas: “Os nossos resultados do quarto trimestre e do ano inteiro reflectem a força contínua em todo o nosso negócio, estabelecendo outro recorde anual para o EBITDAR Ajustado por hotel-casino em 2024, com outro recorde anual em Las Vegas”, sublinhou Craig Billings.

Apesar do comunicado mencionar a quota do mercado, durante a apresentação dos resultados, a direcção da empresa reconheceu que está mais focada no EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e na margem de lucro, mais do que na quota de mercado. Com Lusa

Casinos | Deputada pede mais pausas entre turnos

A deputada Song Pek Kei defende que o Governo deveria incentivar alterações nos horários de trabalho nos casinos, nomeadamente com a introdução de mais pausas entre turnos, a fim de promover um melhor ambiente laboral e mais estabilidade na procura de emprego.

A ideia surge numa interpelação escrita entregue ao Executivo, onde a deputada, representante da comunidade de Fujian no território, defende a melhoria das condições de descanso dos trabalhadores da linha da frente que têm tido mais trabalho. Porém, a deputada entende que as empresas de jogo não têm contratado mais pessoas para aliviar a situação, o que gera grande pressão nos funcionários.

Além disso, Song Pek Kei espera que o Governo incentive as empresas de jogo a conceder mais licenças para deslocações médicas, tal como existe na Função Pública, para que os trabalhadores consigam lidar melhor com assuntos familiares.

Consumo | Governo estuda incentivos para zonas comunitárias

O Executivo de Sam Hou Fai está a analisar formas de promover o consumo nos bairros residenciais, fora dos circuitos turísticos. Sem especificar que medidas vão ser tomadas, o Governo destaca o sucesso do programa de descontos Grande Prémio para o Consumo e a importância da organização de eventos desportivos e culturais nos bairros

 

A Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) está a “rever e avaliar” a eficácia das actividades de promoção do consumo nos bairros comunitários. Sem especificar exactamente que medidas de incentivo ao comércio nas zonas residenciais, fora dos circuitos turísticos, vão ser implementadas, o director da DSEDT, Yau Yun Wah, começa por realçar os resultados do Grande Prémio para o Consumo.

A campanha de distribuição de cupões de desconto contou com a participação de mais de 22 mil lojas, incluindo restauração e venda a retalho. Durante 13 semanas, foram usados cerca de 227 milhões de patacas em cupões, gerando um consumo total de 1,1 mil milhões de patacas, indicou o director da DSEDT em resposta a uma interpelação escrita de Ella Lei.

Para já, o organismo está a auscultar “opiniões de diversos sectores”, para estudar o lançamento de mais actividades de promoção do consumo nos bairros comunitários, e garante que vai continuar a cooperar com as diferentes associações industriais e comerciais do território.

Porém, o Executivo aponta que a economia pode ser estimulada de outra formas, além de apoios financeiros directos. A organização de eventos turísticos e culturais em bairros residenciais podem ser soluções alternativas.

Neste domínio, Yau Yun Wah indica que a Direcção dos Serviços de Turismo está empenhada em colaborar com as concessionárias para estender aos bairros comunitários “actividades emblemáticas de marca”, como as comemorações do Ano Novo Lunar, a Festa Internacional das Cidades de Gastronomia de Macau, o Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício e o Festival da Luz.

Além disso, o Governo irá apoiar actividades que tragam turistas para estas zonas, como a exposição “Coastal Fantasia: The Lobster King’s Vacation in Macao” e a “Philip Colbert’s Macao Art Tour”, mostras trazidas para Macau pela Sands China.

Arte na rua

O Governo refere ainda três programas de apoio financeiro a associações que realizem actividades de turismo, combinando recursos comunitários e lojas locais. Para 2025, foram aprovadas 43 actividades, que o Governo estima envolverem mais de 2.000 estabelecimentos comerciais e que poderão contar com a participação de 2,2 milhões de pessoas.

O director da DSEDT menciona também como exemplo a seguir os eventos desportivos que envolveram os bairros comunitários, como a exposição de automóveis na Praça do Tap Seac durante os fins-de-semana do Grande Prémio de Macau e as visitas de tenistas aos bairros durante o Macau Tennis Masters do ano passado.

CEPA II | Alterações discutidas esta quarta-feira

A Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) realiza esta quarta-feira uma sessão de esclarecimento sobre as alterações ao “Acordo sobre Comércio de Serviços” no âmbito do CEPA II (Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Interior da China e Macau). Estas alterações, com o nome oficial “Acordo relativo à Alteração II” foram assinadas a 10 de Outubro do ano passado e entram em vigor no próximo dia 1 de Março.

A sessão decorre no Centro de Convenções e Entretenimento da Torre de Macau e conta com uma delegação do Ministério do Comércio da China, sendo que um dos objectivos é “aprofundar o conhecimento do sector empresarial de Macau sobre o referido Acordo”, além de se criarem “mais plataformas de troca de informações para ajudar Macau a integrar-se na conjuntura do desenvolvimento nacional”, destaca-se numa nota.

A referida sessão pretende fazer “uma retrospectiva do ponto de situação da implementação do CEPA”, apresentação dos conteúdos sobre esta alteração por parte da DSEDT e a realização de debates temáticos. A sessão de divulgação e esclarecimento será conduzida em chinês com tradução simultânea para português.

Taipa | Ron Lam pede inclusão de prédios privados em lista de obras

Ron Lam quer que as obras de construção de edifícios privados sejam incluídas nas listas anuais de obras a realizar, publicadas pelo Instituto para os Assuntos Municipais.

Numa interpelação escrita, o deputado salienta que as obras rodoviárias na Avenida Dr. Sun Yat Sen da Taipa não foram incluídas na lista das obras nas zonas de coordenação definitiva deste ano, não dando oportunidade para a sociedade se expressar sobre os trabalhos e o seu impacto.

O deputado recordou que as autoridades explicaram tratar-se de uma obra urgente de instalação de tubagens, mas que como o Governo tem sempre conhecimento das obras que estão previstas para o território, assim como as datas previstas para conclusão, não existe a necessidade de declarar uma obras como urgente. Ron Lam vai mais longe, citando opiniões de especialista do sector que alertam que a não inclusão de construção de prédios privados na lista de obras a realizar pode levar a repetição de obras que afectam as vias rodoviárias.

Fronteiras | Passagem automática alargada a alemães e brasileiros

A partir de hoje, visitantes de nacionalidade brasileira e alemã podem utilizar os canais de passagem automática tradicionais para entrar e sair da RAEM, informou o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) na sexta-feira.

As autoridades indicaram que a medida tem como objectivo “aumentar o nível de facilidade na passagem fronteiriça de visitantes internacionais”, em “articulação com as linhas de acção governativa do Governo da RAEM”.

O CPSP refere ainda que a medida concretiza “a exigência do Presidente Xi Jinping” de empenho “na construção de uma plataforma de abertura ao exterior de nível mais elevado”, e no posicionamento da RAEM enquanto “um centro, uma plataforma, uma base”.

As passagens automáticas estão disponíveis para maiores de 18 anos. Os menores com idades entre 11 e 17 anos devem ser acompanhados pelos pais, ou tutor, que devem exibir o original da sua certidão de nascimento. Os canais de passagem automática podem também ser usados por cidadãos de Portugal, Austrália, Coreia do Sul e Singapura.