GP Macau | FIA confirma Taça do Mundo de GT

O Conselho Mundial da FIA da passada quarta-feira confirmou o esperado, que a oitava edição da Taça do Mundo de GT da FIA será realizada como parte do programa do 72.º Grande Prémio de Macau, entre os dias 13 a 16 de Novembro. Contudo, há uma grande novidade para a edição deste ano

 

A federação internacional, que co-organiza esta corrida em parceria com o SRO Motorsports Group e com a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), aproveitou a ocasião para anunciar um novo modelo de qualificação para a prova. Para além da sessão de qualificação de 30 minutos igual à das edições anteriores (Q1), foi acrescentado um segundo segmento de qualificação (Q2), reservado aos dez melhores pilotos da primeira sessão.

A sessão Q2 será realizada em formato de ‘Super Pole’, com cada piloto a ir para a pista individualmente para um total de duas voltas de qualificação, sendo também permitido a cada piloto utilizar um conjunto de pneus novos nessa sessão. Esta novidade permitirá que a qualificação seja decidida sem interferência de terceiros.

O restante programa da prova rainha de GT permanecerá igual ao das edições anteriores, contando com a sessão de treinos-livres, a tradicional corrida classificativa de 12 voltas, na tarde de sábado, seguida da corrida principal de 16 voltas que decidirá o vencedor da Taça do Mundo no domingo.

Elogios de veteranos

Estas medidas introduzidas pela FIA foram muito bem recebidas pelos mais experientes pilotos de GT. Isto, porque o tráfego sempre foi um enorme obstáculo na obtenção de uma boa volta de qualificação no Circuito da Guia, algo essencial para quem ambiciona conquistar este título.

“É uma excelente ideia introduzir a sessão de Super Pole em Macau”, disse o alemão Maro Engel, o vencedor da edição passada da Taça do Mundo pela Mercedes-AMG.“ Esta será uma das sessões mais espetaculares e emocionantes da temporada e deverá também garantir a justiça desportiva. Os fãs têm muito para ansiar.”

Raffaele Marciello, por duas ocasiões vencedor deste troféu, e um dos pilotos de fábrica da BMW, também reagiu positivamente, acrescentando: “Em Macau, era sempre complicado fazer uma volta limpa. Com este novo formato, não vais ouvir a desculpa do trânsito ou de uma bandeira vermelha. Ter apenas duas voltas será muito desafiante, mas agora o piloto mais rápido provavelmente ficará na pole.”

Esta é uma opinião partilhada por Laurens Vanthoor, o vencedor da Taça do Mundo em 2016, que afirmou que já não haverá “desculpas” na qualificação. O experiente piloto belga da Porsche acredita que “vai haver uma pressão acrescida porque só tens essas duas voltas”, pois num circuito difícil como este, “se cometeres um erro, não há mais nada a seguir. Numa qualificação normal, tens mais oportunidades. Pessoalmente, um ‘shootout’ é sempre algo que aprecio muito. Para os pilotos, numa pista como esta, será quase o ponto alto do fim de semana.”

E dos mais novos também

O piloto chinês Yifei Ye estreou-se no Grande Prémio no passado mês de Novembro na Taça do Mundo. O piloto oficial da Ferrari, que compete no Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC), deixou uma boa impressão no Circuito da Guia, e também ele vê com bons olhos as medidas agora introduzidas.

“É bom eliminar essas intervenções de bandeira vermelha e bandeiras amarelas, para que, no final, aquele que for realmente o mais rápido consiga a pole position”, referiu Yifei Ye que poderá regressar este ano à corrida. “Em Macau, todos estão muito próximos em termos de tempos, por isso será extremamente difícil para os pilotos tentarem chegar à ‘Super Pole’. Acho que também será ótimo para os espectadores.”

Xiaomi | Valorização das acções tornam fundador no homem mais rico da China

A subida de 5,8 por cento na cotação das acções da chinesa Xiaomi, na quarta-feira, tornou o fundador e director executivo da tecnológica, Lei Jun, no homem mais rico da China, noticiou a imprensa local.

Lei, que é também o maior accionista da Xiaomi, terá assim ultrapassado o magnata Zhong Shanshan, fundador da empresa de água engarrafada Nongfu Spring, e outros bilionários do sector tecnológico, como Pony Ma, chefe da Tencent – o maior vendedor mundial de jogos de vídeo e criador da rede social WeChat – e Zhang Yiming, líder da ByteDance, dona do TikTok.

Segundo a publicação Forbes, Lei Jun tem uma fortuna equivalente a cerca de 41,5 mil milhões de dólares, um valor muito superior aos 10,9 mil milhões de dólares que tinha em 2024. Nos últimos 12 meses, as acções da Xiaomi na Bolsa de Valores de Hong Kong subiram 286 por cento.

A valorização é justificada pela incursão da empresa no emergente sector dos veículos eléctricos e pelos apoios avançados pelas autoridades chinesas para a compra de produtos electrónicos, como telemóveis e ‘tablets’.

Lei disse no início de Fevereiro que está a estudar formas de a Xiaomi acelerar a produção de carros eléctricos, depois de o ‘sedan’ SU7, o primeiro modelo da empresa tecnológica, ter batido até as previsões internas ao ultrapassar as 135 mil vendas até ao final de 2024, após o lançamento em Março do ano passado.

A Xiaomi planeia lançar este ano o seu primeiro SUV (automóvel utilitário desportivo) eléctrico, o YU7 – um potencial rival do Tesla Model Y -, com Lei a revelar que o objectivo é vender 300 mil veículos até ao final de 2025.

Mixue bate recorde de financiamento em oferta pública inicial em Hong Kong

A fase de subscrição da oferta pública inicial (OPI) de acções da empresa chinesa de bebidas Mixue Bingcheng terminou ontem, com o montante do financiamento a fixar um novo recorde nas entradas em bolsa em Hong Kong.

Na actual OPI, a Mixue Bingcheng, sediada em Zhengzhou, capital da província de Henan, no centro da China, planeia emitir quase 17,1 milhões de acções, com 1,7 milhões de acções atribuídas à oferta pública de Hong Kong e 15,4 milhões de acções atribuídas à oferta internacional, a um preço de 202,5 dólares de Hong Kong por acção.

A Mixue Bingcheng referiu que as receitas da OPI em Hong Kong vão ser utilizadas para melhorar a cadeia de abastecimento, aumentar a capacidade de produção, actualizar a agilidade logística e estabelecer uma rede global de fornecimento para alimentar o crescimento no estrangeiro.

A 31 de Dezembro, a Mixue Bingcheng tinha um total de 46.479 lojas em todo o mundo – com cerca de nove mil milhões de bebidas vendidas em 2024. Estes números ultrapassam nomes globais mais conhecidos, como a McDonald’s e a Starbucks, que são os únicos a ultrapassar a marca das 40 mil lojas em todo o mundo.

O salto da Mixue do quarto para o primeiro lugar da tabela ocorreu no final do terceiro trimestre de 2024, segundo a consultora Momentum Works, de Singapura, que recorda que a grande maioria dos pontos de venda se situa na China, com apenas cerca de 4.800 espalhados por países da região, como Vietname, Malásia e Tailândia.

No entanto, a cadeia chinesa continua a ser a quarta maior do mundo em termos de vendas no sector global de bebidas: os 6,59 mil milhões de dólares que vendeu em 2023 colocam-na atrás da Starbucks, da Inspire Brands – proprietária da Dunkin’ Donuts e da Baskin-Robbins – e da Tim Hortons.

Em conta

A Mixue concentra-se em bebidas de baixo custo, mantendo os preços dos produtos geralmente abaixo dos 10 yuan, um segmento em que espera um crescimento anual composto de 17,6 por cento, até 2028, altura em que este mercado atingirá o equivalente a cerca de 160 mil milhões de dólares. A Mixue deve estrear-se na Bolsa de Valores de Hong Kong a 3 de Março.

A agência de notícias financeiras Bloomberg recordou que vários rivais locais também lançaram ofertas de acções em 2024 e que, em todos eles, a antecipação deu lugar a quedas nos preços das acções, face à forte concorrência no sector.

Clima | China pode perder 35% de terreno arável até 2100

A China pode perder até 35 por cento das terras aráveis até 2100 devido às mudanças climáticas, mesmo que os compromissos do Acordo de Paris sejam cumpridos, segundo um estudo publicado na revista Science China Earth Sciences.

A investigação, conduzida pelo Centro de Análise e Dados Geográficos da Universidade Normal de Pequim, foi financiada pela Fundação Nacional de Ciências Naturais da China e liderada pelo investigador Gao Peichao, noticiou o South China Morning Post, um jornal de Hong Kong.

O relatório alerta para o facto de as regiões mais afectadas serem a bacia de Sichuan e as planícies do norte e nordeste do país, onde muitos terrenos agrícolas serão transformados em zonas húmidas e florestas.

Além disso, prevê-se uma redução significativa das terras cultivadas no sul e nas zonas costeiras, com uma expansão das zonas húmidas no leste e no sul do país. Consequentemente, as áreas de cultivo de alta densidade seriam reduzidas para quase metade, afectando significativamente a produção de cereais.

Calor e stress

Os investigadores utilizaram, para a realização do estudo, o CLUMondo e o Modelo de Avaliação das Alterações Globais para avaliar o impacto das alterações climáticas na utilização dos solos num cenário de aumento da temperatura global de 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, o limiar estabelecido pelo Acordo de Paris em 2016 para evitar os piores impactos climáticos.

A investigação sublinha a necessidade de os países aumentarem os seus esforços de redução das emissões até 2030, atingindo uma descarbonização mínima de 8 por cento por ano a partir dessa data.

O estudo propõe medidas como uma monitorização mais rigorosa das zonas vulneráveis, a melhoria da qualidade dos solos agrícolas e a optimização da gestão dos recursos agrícolas para atenuar os efeitos da perda de terras cultivadas.

O contexto mundial agrava a situação. A Organização Meteorológica Mundial informou que 2023 foi o ano mais quente de que há registo, com uma temperatura média 1,55°C acima da época pré-industrial.

Apesar disso, apenas 13 dos 195 países que assinaram o Acordo de Paris entregaram os seus planos de redução de emissões dentro do prazo, enquanto grandes economias como a China, a União Europeia e a Índia ainda não cumpriram este compromisso.

O governo chinês recebeu os resultados do estudo, que pode levar a uma actualização das suas políticas de proteção das terras agrícolas, pouco antes do início da reunião anual do Assembleia Popular Nacional, um órgão que não tem poder de supervisão e está sujeito ao controlo do Partido Comunista Chinês.

Sa Dula e o terraço onde um ermita pescava oculto

Yan Guang (nome de cortesia Ziling, 37 a.C.-43), um famoso erudito daoísta, amigo e colega de estudos de Liu Xiu (6 a.C-57) que, reconquistando o poder dos Han, estabeleceria a capital em Luoyang, a este da antiga Chang’an, fundando a dinastia dos Han de Leste (25-220), foi protagonista de um gesto singular.

Quando Liu Xiu se tornou no imperador Guangwu, para evitar os perigos e a corrupção na corte, e não se aproveitar da amizade com o monarca para se promover, preferiu afastar-se e ir viver livre e indiferente às solicitações do amigo.

Séculos depois, numa pintura feita numa folha de álbum, o pintor Huang Shen (1687-1772) retratou com o seu expressivo traço caligráfico, a memória dessa personalidade capaz do audacioso gesto límpido. Nesse retrato (tinta e cor sobre papel, 28,5 x 34,2 cm, no Museu de Arte da Universidade de Michigan) Yan Guang está sentado, o olhar resignado mas reflectindo grande sabedoria, de longas barbas brancas, a cabeça coberta com um chapéu preto (toujin) usado pelos que não pertenciam à corte nem à burocracia imperial, as vestes de letrado contrastando com os objectos ligados à pesca, dos quais avulta a representação, numa linha horizontal cruzando a sua figura, de uma cana de bambu. Porque foi para se dedicar à pesca que ele disse que se afastava.

Ainda antes, uma outra representação evocara Yan Guang através do terraço natural formado na encosta de uma montanha onde ele se sentava com a sua cana estendida a pescar. Essa pintura, O terraço de pesca à linha em Yanling (rolo vertical, tinta sobre papel, 58,7 x 31, 9 cm, no Museu do Palácio Nacional em Taipé), onde se nota um literato numa embarcação de pesca olhando para cima, para o mítico lugar na montanha Yanling (Zhejiang) debruçado sobre o rio Fuchun da «Primavera abundante», foi executada por um pintor e poeta da dinastia Yuan (1271-1368) chamado Sa Dula (c.1308-1355) que estava numa situação privilegiada para entender a condição de Yan Guang como um yuyin, «escondido a pescar».

Sa Dula, nascido em Hangzhou, provinha de uma família de origem uyghur oriunda da distante Yanmen. Jovem ter-se-ia dedicado, contrariado, ao comércio e obtendo o grau jinshi em 1327, serviria a corte com imparcialidade na função de censor e seria, por isso mesmo, despromovido e banido para o campo.

A independência do seu carácter rebelde estará espelhada nessa pintura que evoca Yan Guang. Mais do que a adesão a um estilo enquadrado nas fronteiras da tradição, percebe-se a sua originalidade no modo invulgar como usa as tonalidades da tinta diluída para estabelecer o contraste entre a luz natural e as sombras na definição dos volumes.

Numa inscrição de 1339, que juntou à pintura, explica que a fez quando visitou o lugar com o seu amigo Leng Qian, quando os dois estavam fora de cargos oficiais, percorrendo o país em liberdade.

Hotéis | Recebidos 1,25 milhões de hóspedes em Janeiro

Os hotéis de Macau receberam mais de 1,25 milhões de hóspedes em Janeiro, uma queda de 4,7 por cento em termos anuais, foi ontem anunciado. Em Janeiro de 2024, os estabelecimentos hoteleiros do território tinham fixado um novo recorde, ao acolherem mais de 1,32 milhões de hóspedes, o número mais elevado de sempre para o primeiro mês do ano.

A queda de Janeiro deste ano deve-se “à redução do número de hóspedes nos hotéis de 5 estrelas”, de acordo com um comunicado divulgado ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No final do mês em análise, existiam em Macau 147 estabelecimentos hoteleiros, mais seis do que no mesmo período do ano passado, a disponibilizar 43 mil quartos (- 7 por cento), refere a DSEC.

A taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros, em Janeiro, fixou-se em 89,8 por cento, subindo 3,9 pontos percentuais, em termos anuais, indica-se na mesma nota.

Em 2024, os estabelecimentos hoteleiros de Macau acolheram mais de 14,4 milhões de hóspedes em 2024, estabelecendo um novo recorde histórico. O anterior recorde, 14,1 milhões de hóspedes, tinha sido fixado em 2019, antes da pandemia de covid-19, num ano que Macau terminou com apenas 38.300 quartos em 122 estabelecimentos hoteleiros.

Jogo | Lucro da Galaxy aumentou 28,3 por cento no ano passado

No ano passado, o lucro da concessionária Galaxy aumentou 28,3 por cento, face ao período homólogo, para cerca de 8,76 mil milhões de dólares de Hong Kong, de acordo com um comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong. Em comparação, no ano de 2024, o lucro da empresa tinha sido de 6,83 mil milhões de dólares de Hong Kong.

Com a apresentação dos resultados, a concessionária divulgou também um dividendo de 0,5 dólares de Hong Kong, que vai ser pago a 12 de Junho.

Em termos de receitas, houve um aumento de 21,7 por cento, face ao período homólogo, para 43,43 mil milhões de dólares de Hong Kong. Ao mesmo tempo, o lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) em 2024 foi de aproximadamente 12,19 mil milhões de dólares de Hong Kong, um aumento de 22,4 por cento em relação ao ano anterior.

Com a apresentação dos resultados, Francis Lui Yiu Tung, presidente da Galaxy Entertainment, destacou os resultados alcançados a nível do segmento premium de massas, aquele que actualmente produz as maiores receitas no mercado local.

“Ao longo de 2024, continuámos a impulsionar todos os segmentos do negócio, em particular o segmento premium, que continua a ser o principal motor de lucro”, afirmou Francis Lui. “Num mercado competitivo, continuamos a afectar recursos com disciplina e a concentrar-nos na sua utilização mais eficiente”, acrescentou.

Boa posição

Em relação a este ano, Lui ainda indicou que a Galaxy está “bem posicionada para continuar a capitalizar a tendência de aumento do entretenimento em Macau”, e que a organização dos grandes eventos “conduzem a um aumento significativo de visitantes nos nossos resorts”, o que se reflecte “num aumento da actividade de jogo, das vendas a retalho, das receitas de alimentação e bebidas e da procura hoteleira”.

A concessionária espera ainda que as novas “mesas inteligentes” em todos os casinos leve a um aumento da eficiência operacional global. A Galaxy é responsável pelos hotéis e casinos Galaxy, Starworld e Broadway.

Turistas | Analistas dizem que aumento não leva a mais receitas

A empresa de serviços financeiros CreditSights Inc. indica que muitos dos novos visitantes possuem um poder de compra mais limitado, pelo que os gastos nos casinos são mais baixos

 

A empresa de serviços financeiros CreditSights Inc. acredita que a dissonância entre o aceleramento do número de turistas e a lentidão na recuperação das receitas dos casinos deve persistir ao longo deste ano. A ideia foi defendida num relatório da CreditSights Inc., citado pelo portal GGR Asia, assinada pelos analistas Nicholas Chen e David Bussey.

De acordo com as explicações apresentadas pela CreditSights Inc., a recuperação mais lenta das receitas do jogo deve-se à conjugação de dois factores. Por um lado, os visitantes das províncias com maior produto interno bruto, como Cantão, Jiangsu, Zhejiang, Xangai ou Pequim, atingiram os níveis pré-pandemia, o que limita a margem de crescimento entre estes jogadores. Por outro lado, o crescimento dos visitantes deve-se ao facto de os novos turistas terem origem em províncias com menor poder de compra, sem capacidade para gastar os níveis dos jogadores com mais dinheiro.

Esta é uma tendência que os analistas acreditam que vai prolongar-se ao longo deste ano. Em Janeiro, o número de visitantes teve um crescimento de 27 por cento, enquanto as receitas do jogo registaram uma redução de seis por cento.

Olhando especificamente para as receitas durante o Ano Novo Lunar de Janeiro, que terão ficaram aquém das expectativas dos analistas, a CreditSights Inc. indicou que tal se explica com o menor número de chegadas, nos primeiros dias do Ano Novo Lunar, assim como com o facto de os jogadores possuirem um menor poder de compra.

Novas tendências

Em relação aos números de Janeiro, os analistas colocaram ainda a possibilidade de muitos dos novos visitantes procurarem alternativas no território, que não passam pelas mesas ou máquinas dos casinos.

“Em Janeiro de 2025, a média das receitas brutas do jogo por visitante apresentou uma redução de 26 por cento em relação ao ano anterior, caindo para 5,006 patacas […] Contudo, este valor pode estar distorcido, devido aos visitantes que não foram aos casinos”, foi indicado.

Nos últimos meses, os factores negativos a afectar o jogo de Macau tem vindo a multiplicar-se. No início de Fevereiro, um promotor do jogo contou ao portal GGR Asia que a situação económica do Interior se está a reflectir no jogo VIP em Macau e que contribuiu para “corroer” o pouco que restava deste segmento. Recorde-se que com a nova lei do jogo, as autoridades mudaram a lei dos junkets, o que em conjunto com as campanhas na justiça contra alguns promotores, levou a que o segmento VIP registasse uma grande redução.

Casinos-satélite | Galaxy aguarda decisões do Governo

A Galaxy Entertainment está em comunicação com os mais de 100 trabalhadores do casino-satélite Waldo, que opera ao abrigo da concessão da empresa, e com os parceiros empresariais para decidir o futuro do Waldo.

Porém, o presidente da concessionária Francis Lui salientou ontem que primeiro será necessário aguardar por uma decisão do Governo sobre o rumo a tomar, uma vez que o período de transição da exploração dos casinos-satélite terminará no fim de 2025.

Em conferência de imprensa para apresentar o balanço das operações da Galaxy em 2024, Francis Lui revelou que entre os trabalhadores estão preocupados com a falta de informação sobre onde irão trabalhar e garantiu que seja qual foi a decisão, será dada prioridade aos funcionários residentes da RAEM.

Excursionistas | Número subiu quase 80% em Janeiro

No passado mês de Janeiro, 239 mil excursionistas visitaram Macau, número que representou uma acentuada subida de 79,2 por cento face ao mesmo mês do ano passado, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos.

Deste total, a larga maioria veio do Interior da China (88,4 por cento), com 217 mil visitantes, enquanto que chegaram a Macau em excursões no mês passado 18 mil turistas internacionais, mais 3 por cento em relação a Janeiro de 2024. Entre os excursionistas vindos do exterior, a maior parte veio da Coreia do Sul (11 mil), mercado que cresceu 27,3 por cento, face a Janeiro do ano passado.

A DSEC revelou ainda que em Janeiro o número de residentes da RAEM que comprou “viagens ao exterior” em agências de viagens cresceu em termos anuais 18,5 por cento para 38 mil. Salienta-se que 8 mil saídas de residentes aconteceram em excursões (+12,6 por cento), das quais 7 mil se destinaram ao Interior da China.

Criminalidade | Delitos informáticos disparam 71,6%

A criminalidade em Macau subiu 6 por cento em 2024, em termos anuais, com os delitos informáticos a dispararem 71,6 por cento, anunciou ontem o secretário para a Segurança Wog Sio Chak. No ano passado, os crimes violentos aumentaram, com particular incidência para os sequestros, que subiram quase 50 por cento face a 2023

 

O acréscimo da criminalidade geral no ano passado, com o registo de 14.298 casos, contra 13.487 em 2023, “deve-se ao aumento contínuo dos crimes de burla e dos crimes informáticos”, referiu ontem, em conferência de imprensa, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak.

Durante o ano passado, a Polícia de Macau instaurou 14.298 inquéritos criminais, mais 811 casos do que em 2023 (+6 por cento), e um ligeiro aumento, 0,8 por cento, face a 2019. Também o número de pessoas detidas e presentes ao Ministério Público (MP) aumentaram em 2024 mais de um quinto (+21,5 por cento), com um total de 5.401 indivíduos. Ainda assim, o volume de pessoas detidas reencaminhadas para o MP diminuiu 18,9 por cento face a 2019.

Porém, o maior destaque dos dados estatísticos do ano passado foi a criminalidade informática. Se em 2023 as autoridades registaram 578 casos de criminalidade informática, no ano passado, o número ascendeu a 992 – mais 414 casos, ou seja, uma subida de 71,6 por cento.

Novas lutas

O aumento da criminalidade no território, indicou o responsável, foi ainda influenciado pela entrada em vigor, em Outubro, da lei de combate aos crimes de jogo ilícito, com a tipificação do crime ‘exploração de câmbio ilícito de jogo’, “em relação à qual a polícia registou um total de 89 casos”.

Esta nova legislação, assim como o aumento gradual de turistas e a recuperação dos sectores do turismo e do jogo, após a pandemia da covid-19, “levaram a uma subida inevitável do número de crimes ligados ao jogo”, lê-se num relatório do Governo, divulgado ontem.

Neste sentido, as autoridades indicaram a abertura de 1.456 inquéritos por crimes relacionados com o jogo, um acréscimo em termos anuais de 349 casos, ou seja 31,5 por cento.

As autoridades notaram, porém, que, em relação a 2019, antes da pandemia, o número de casos em 2024 foi “notavelmente inferior” – menos 701, ou seja, uma queda de 32,5 por cento -, “o que demonstra que o trabalho de prevenção e de combate à criminalidade específica” tem vindo a resultar e a “exercer efeitos dissuasores em relação aos potenciais criminosos”.

Ainda entre os crimes ligados ao jogo, nota-se ainda no relatório, a burla aparece em primeiro lugar, com 333 casos em 2024, contra 257 no ano anterior. Segue-se a usura, com 252 casos, valor também superior ao ano anterior (119 casos).

Outros dados relativos ao crime, apontam para um aumento de 7,4 por cento na criminalidade violenta, com 290 casos assinalados em 2024, além de um acréscimo de 21,3 por cento na delinquência infantil, com 131 casos. No capítulo da criminalidade violenta, destaque para o crime de sequestro que aumentou 48,8 por cento, com um total de 61 casos, ainda assim bastante inferior aos 353 casos registados em 2019.

No que diz respeito ao abuso sexual de crianças, este crime diminuiu no ano passado 38,9 por cento, com o registo de 22 casos. Wong Sio Chak deu ainda conta de 2.001 casos de furto em 2024, um ligeiro aumento de 0,9 por cento em termos homólogos, sublinhando um total de 60 casos de furtos dentro de aviões. O tráfico e venda de droga diminuiu 5,6 por cento no território no período em análise. João Luz / Lusa

Fronteiras | Circulação automóvel aumenta cerca de 20 por cento

Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) mostram que o volume de circulação automóvel nas fronteiras voltou a aumentar, em termos anuais, em 19,1 por cento, tendo sido totalizados 872.900 veículos em Janeiro deste ano.

No caso dos automóveis ligeiros nos postos fronteiriços, foram 825.916, o que representa um aumento anual de 20,7 por cento face a Janeiro do ano passado. Destes veículos, 164 milhares de entradas e saídas eram de automóveis com matrícula única de Macau que circularam entre Macau e Hengqin, enquanto 132 milhares de entradas e saídas eram de automóveis que circulavam ao abrigo da “Circulação de veículos de Macau na província de Guangdong”, com aumentos de 38,6 e 15,2 por cento, respectivamente.

Destaque ainda para o aumento anual de 10,4 por cento de voos comerciais no Aeroporto Internacional de Macau, com a realização de 4.961 voos. Relativamente aos novos carros matriculados, em Janeiro havia 1.106, 358 deles eléctricos, uma quebra de 16,5 por cento em termos anuais. Tal quebra deve-se “ao decréscimo do número de automóveis pesados e de motociclos com matrículas novas”.

Incêndio | PJ exclui homicídio após encontrar homem morto

Segundo as autoridades, o homem encontrado morto, e com as pernas atadas, tinha um historial de problemas mentais e estava a ser acompanhado pelos serviços sociais. Momentos antes do incêndio terá ligado para os serviços sociais

 

A Polícia Judiciária (PJ) excluiu a hipótese do corpo de um residente encontrado com as pernas atadas após um incêndio ter resultado de homicídio. O caso aconteceu na quarta-feira à noite, em Seac Pai Van, mas as autoridades sublinharam que não houve indícios de luta e que o homem sofria de problemas mentais.

De acordo com a informação do Corpo de Bombeiros, o alerta para um incêndio num sexto andar de um dos blocos de habitação pública, na Avenida das Borboletas, em Seac Pai Van, foi dado por volta das 19h36. Quando os bombeiros chegaram ao local, a porta do apartamento de onde vinham as chamas estava trancada por dentro, e havia móveis a bloquear as portas.

Esta situação obrigou a que as autoridades tivessem de utilizar diferentes ferramentas para entrar no apartamento, primeiro, para abrir uma porta exterior de metal e, depois, uma porta interior de madeira.

Depois de entrarem, os bombeiros extinguiram as chamas e encontraram num dos quartos um homem morto, sentado numa cadeira com as pernas atados. “Após a inspecção e a investigação no local, verificou-se que o fogo tinha começado num quarto e que o falecido foi encontrado numa cadeira do quarto, claramente morto, não tendo sido encontrados sinais de luta ou de roubo no apartamento”, comunicou a PJ. “Depois da autópsia pelos nosso agentes e médicos forenses, os ferimentos do falecido foram considerados consistentes com o ambiente do local, não tendo sido encontrados outros ferimentos suspeitos”, foi acrescentado.

A ser acompanhado

Com a informação sobre a descoberta de um corpo com as pernas atados a ser revelada ao público por volta das 22h, horas depois, a PJ veio anunciar que tinha excluído a hipótese de se tratar de um caso de homicídio.

“Depois da investigação, verificou-se que o morto era uma pessoa com problemas mentais há muito tempo e com um historial de automutilação. Vivia com a família no apartamento onde aconteceu o incidente, mas a família tinha-se ausentado de casa durante vários dias devido a alguns problemas”, indicou a PJ. “O falecido estava a ser seguido pelos trabalhadores dos serviços sociais e recebeu recentemente tratamento médico. O pessoal dos serviços sociais também tinha visitado a casa do falecido a 26 de Fevereiro para acompanhar a situação e partiu ao final dessa tarde”, foi acrescentado.

O comunicado indicou ainda que antes do acidente, os serviços sociais tinham sido novamente contactados pelo homem: “Por volta das 19h desse dia, o pessoal dos serviços sociais recebeu uma chamada do falecido. Durante a conversa, verificou-se que o falecido estava alterado e que subitamente se perdeu o contacto, pelo que os serviços sociais chamaram imediatamente a polícia para pedir ajuda”, foi complementado.

No entanto, durante a conferência de imprensa de ontem sobre a segurança, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, apresentou uma versão alternativa e indicou que as autoridades foram primeiramente alertadas por um transeunte.

Ainda na madrugada de ontem, o Instituto de Acção Social emitiu um comunicado com as condolências para a família. As chamas levaram ainda a que cerca de 20 pessoas tivessem de ser retiradas das suas casas e levadas para abrigos temporários, onde passaram as noites.

DSAL | Feiras de emprego com 72 vagas no início de Março

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) irá organizar três feiras de emprego, nos dias 6, 7 e 10 de Março, disponibilizando um total de 72 vagas para o sector da hotelaria. Segundo um comunicado divulgado ontem pela DSAL, as inscrições para as três sessões abrem hoje e os interessados podem inscrever-se no website da DSAL até ao meio-dia da próxima quarta-feira.

A primeira sessão está marcada para a tarde de 6 de Março, no Hotel The Venetian Macao, com a oferta de 35 vagas para trabalhar na Sands Venetian Segurança, no cargo de guarda de segurança.

Na manhã do dia seguinte, no Edifício da FAOM na Rua da Ribeira do Patane nº 2-6, vão estar disponíveis 17 vagas para gerente de turno, contabilista, empregado de armazém, assistente de engenheiro, porteiro responsável pela inspecção de pisos e recepcionista de área pública. A empresa empregadora é a Novo Macau Landmark – Sociedade Gestora.

No dia 10 de Março, serão oferecidas 20 vagas para trabalhar na SJM Resorts nos cargos de chefe de serviço de atendimento de VIPs, técnico eletromecânico, técnico de entretenimento audiovisual, recepcionista e concierge.

Carros eléctricos | Deputado pede prevenção contra incêndios

O deputado Ma Io Fong interpelou o Governo sobre a necessidade de reforçar a prevenção de incêndios em carros eléctricos, recordando que as autoridades recomendaram que não se instalem postos de carregamento em pisos inferiores de edifícios.

Numa interpelação escrita divulgada na quarta-feira, o deputado questionou se pode ser feita uma maior supervisão quanto à localização destes postos de carregamento devido ao risco elevado de incêndio, pedindo ainda a instalação de mais equipamentos de combate a incêndios.

O deputado, ligado à Associação Geral das Mulheres, questionou ainda os planos do Corpo de Bombeiros sobre esta matéria, citando também explicações da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) sobre explicações já exigidas a empresas que gerem os parques de estacionamento. Ma Io Fong entende que a DSAT deve insistir no assunto, questionando a colocação de equipamentos anti-fogo e sobre os critérios para a sua instalação.

Desemprego | Associação relata aumento de pedidos de ajuda

A Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo admite que há mais pessoas com problemas no sector, e que os trabalhadores se sentem pressionados pela maior carga laboral, ao mesmo tempo que as máquinas electrónicas são vistas como ameaça

 

A Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo anunciou que no ano passado houve um aumento do número de pedidos de ajuda para encontrar novo emprego. Os dados foram apresentados pela associação ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) na quarta-feira.

De acordo com a apresentação feita pelo deputado Leong Sun Iok e presidente da Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo, no ano passado foram recebidos 229 pedidos de apoio por parte de pessoas que trabalham, ou trabalhavam, no sector do jogo.

Entre os pedidos apresentados, 143, ou 66,44 por cento, estavam relacionados com motivos profissionais, como a falta de emprego, 15,38 por cento dos ligados a candidatura a apoios sociais e 10,49 por cento devido ao vício do jogo.

Ao mesmo tempo, 6,29 por cento dos pedidos estavam relacionados com questões familiares, 4,9 por cento diziam respeito à educação dos filhos e 1,4 por cento ligavam-se com outros assuntos não identificados pela associação.

Em relação aos trabalhadores da linha da frente nos casinos, o presidente da Casa afirmou que actualmente os profissionais queixam-se da redução de quadros, que sobrecarrega os horários dos trabalhadores mantidos. Outra queixa prende-se com a instalação de novas mesas de jogo electrónicas, que criam perspectivas negativas face à redução de mão-de-obra nos casinos, assim como desenvolvimento de doenças profissionais e aumento da pressão devido à supervisão do trabalho pelas empresas do jogo.

Leong Sun Iok citou dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos para indicar que os trabalhadores do jogo caíram para 52.724 no segundo trimestre de 2024, quando no segundo trimestre de 2019, antes da pandemia, eram empregadas 58.777 pessoas.

Caso de sucesso

Em Novembro do ano passado, a Casa publicou um inquérito sobre o estado psicológico dos funcionários do jogo, em que os inquiridos apresentavam grandes preocupações com a insegurança no trabalho, situação que se agravou face a 2021.

Entre o auxílio prestado pela associação, fora das questões profissionais, Leong Sun Iok indicou que houve um jovem que pediu ajuda devido a dificuldade em identificar os seus gostos, interesses e vantagens profissionais, que o impediram de decidir o rumo profissional. Este jovem mostrou ainda problemas emocionais, devido à incerteza causada pela situação.

O deputado destacou que o caso foi um sucesso, porque o apoio prestado conseguiu orientar o jovem, que optou por um emprego na área da engenharia de informação.

Jimson Kin Wa Hoi, presidente da Orquestra Sinfónica Jovem de Macau: “Macau é um espaço de cultura”

O presidente da Orquestra Sinfónica Jovem de Macau, Jimson Kin Wa Hoi, defende o apoio à música clássica e formação dos jovens. À frente da orquestra há duas décadas, o responsável revela ao HM detalhes sobre os próximos concertos, incluindo uma passagem por Portugal e o “24º Concerto da Nova Geração de Músicos 2025”, marcado para este domingo no Centro Cultural de Macau

 

Imagem: António Sanmfaurl_MacauNews

Comecemos por falar do espectáculo no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) este domingo. É uma grande oportunidade para revelarem o vosso projecto ao público.

Sim. Na verdade, a Orquestra existe desde 1997, quase há 28 anos. Ao longo deste tempo realizámos cerca de 100 concertos, no que chamamos de espectáculos com assinatura de Macau. A nova geração de músicos locais está, de facto, bastante entusiasmada com o espectáculo que vamos ter no próximo domingo.

A realização de concertos e participação em festivais é a parte mais visível do vosso projecto. Mas quantos músicos estão actualmente na orquestra? Até que ponto a orquestra é importante para os jovens que querem ser músicos?

Somos de facto a única orquestra juvenil em Macau que providencia formação específica neste género musical. Nesta fase, os jovens músicos podem ter a oportunidade de mostrar o seu talento. Tentamos, de facto, construir uma nova geração de músicos. Este tipo de espectáculo encoraja-os a aprender e sair mais, a estudar música ao longo dos anos, então é algo mesmo muito importante para eles. No espectáculo de domingo os músicos terão a oportunidade de tocar em orquestra, e este ano organizámos duas audições para a escolha dos solistas. Estou feliz por termos este ano um total de 33 grupos de jovens que participaram nessas audições, de onde foram escolhidos nove solistas.

É o director da única orquestra juvenil em Macau. Como descreve o panorama de formação musical dos mais jovens? Onde é preciso melhorar?

Sim, claro. Comecei desde muito cedo a tocar na Orquestra de Macau, sou violinista. Posso dizer-lhe que, ao nível da formação, a maioria dos professores são de Hong Kong ou de Guangzhou, que todas as semanas se deslocam a Macau para treinar os nossos jovens. Macau é muito conhecida como a cidade do jogo, mas é também um espaço cultural. Consegue-se sentir o património que existe em Macau, graças, em parte, à anterior administração portuguesa, e temos de agradecer pela manutenção desta cultura portuguesa e de toda uma cultura ocidental misturada com a oriental. Macau é especial por isso mesmo. Penso que temos de promover esta cultura e saber desenvolvê-la. No caso da música clássica, começámos a ter uma orquestra em 1983, ainda durante o Governo da administração portuguesa, e aí organizámos também uma série de competições para os mais jovens. O Festival Internacional de Música de Macau também começou a ser organizado há várias décadas, bem como o Festival de Artes de Macau. Hoje, Macau tem mais iniciativas deste género e isso é bom para enriquecer a nossa cultura, sobretudo a música clássica que se faz no território.

Além do espectáculo de domingo, o que está na agenda da Orquestra da Juventude de Macau para este ano?

Posso dizer-lhe que vamos participar na edição deste ano do Festival de Música de Mafra “Filipe de Sousa”, agendado para Julho. Irei visitar Mafra e todos os locais onde iremos actuar, ter reuniões e organizar-me com a produção. Não será a primeira vez que estamos, como grupo, em Portugal, mas penso que para a maioria dos jovens músicos será a primeira vez. A nossa orquestra já actuou duas vezes em Portugal, a primeira vez foi em 2010.

Entende que o Governo de Macau deve dar mais apoios para a formação na área da música clássica?

Penso sempre que o Governo deveria dar mais apoio aos estudos de música clássica. Para isso não basta gastar dinheiro na organização de festivais, é preciso um maior foco na educação musical. Temos também de ensinar a população a apreciar música clássica, a ouvi-la e a consumi-la, para que possam conhecer o que ouvem e ir aos concertos. Macau é um território pequeno com cerca de 600 mil habitantes, e tem muito dinheiro por causa do jogo. Temos de usar esse dinheiro para construir uma cultura de Macau, onde se inclui a música clássica. Devemos criar uma cidade que mostra a sua cultura, e por isso encorajo sempre o Governo a dar apoio à formação musical. Não apenas para as orquestras profissionais, mas para as orquestras juvenis e associações de música.

Macau carece ainda de cursos superiores na área da música, tendo apenas o Conservatório. Essa é também uma lacuna?

Está certa. Existem várias universidades em Macau, mas há, de facto, falta de oferta formativa na área da música. O Conservatório não oferece essa formação a nível superior. Neste momento, os alunos que queiram estudar música de forma profissional têm de sair de Macau e ir para a Europa, Estados Unidos da América, Hong Kong ou até mesmo a China. Mas, por outro lado, a população de Macau é muito pequena e manter um Conservatório com outro tipo de oferta formativa iria custar muito dinheiro. Penso que o melhor que se pode fazer é o Governo apoiar financeiramente estes excelentes alunos para que sejam aceites em cursos fora de Macau.

As jovens estrelas que vão subir ao palco do Centro Cultural de Macau

Organizado pela Associação Orquestra Sinfónica Jovem de Macau, o espectáculo de domingo começa às 19h45 e tem como lema “Progressing Towards the Future” [Progredindo em Direcção ao Futuro]. O espectáculo será dirigido pelo maestro italiano Lorenzo Antonio Iosco, que também é clarinetista e tem trabalhado com a Orquestra Filarmónica de Hong Kong. Antes de se mudar para a Ásia, em 2015, estudou clarinete no Conservatório Luigi Cherubini, em Florença, e tocou em Espanha e Londres.

No que diz respeito aos jovens músicos de Macau que sobem ao palco no domingo, destaque para Zita Ho Nok Chon, nascida no território em 2009, e membro da Orquestra desde 2021. A jovem frequenta a Escola Secundária Pui Ching, estuda violino e já participou em diversos concursos com distinção. Tem tocado na Orquestra como primeira e segunda violinista.

Na harpa destaca-se Eugenia Wong Hei U, nascida em 2011 e estudante do Colégio Anglicano de Macau. Começou a tocar este instrumento com apenas quatro anos, começando a sua formação na Escola de Música do Conservatório, que lhe valeu o seu primeiro prémio quando tinha apenas cinco anos. Actualmente, tem aulas com Ann Huang, harpista principal da Sinfonietta de Hong Kong.

Ao HM Eugenia Wong Hei U confessou que se sente muito satisfeita pela oportunidade proporcionada pelo concerto no CCM. “Tem sido uma honra muito grande fazer parte desta orquestra, onde conheci muitos parceiros talentosos e ganho um grande conhecimento musical.”

Outro nome de Macau na jovem orquestra é Brian Mui On Ian, violinista, que também frequenta a Escola Secundária Pui Ching. Além do violino, começou a estudar piano em 2018. O jovem foi um dos solistas da edição do ano passado do concerto promovido pela Orquestra Sinfónica Jovem de Macau, o “23rd Macau Music New Generation Musicians Concert 2024”, onde tocou a composição “Bruch Double Concerto in E Minor”.

China | Embate entre navios faz dois mortos e 14 desaparecidos

Pelo menos duas pessoas morreram e 14 estão desaparecidas após um embate entre um barco de passageiros e uma embarcação de recuperação de resíduos petrolíferos no centro da China, informou ontem a imprensa chinesa.

De acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, o acidente ocorreu por volta das 10:00 horas de terça-feira no rio Yuanshui, que atravessa a cidade de Qinglang, quando as duas embarcações embateram, fazendo com que o barco de passageiros virasse e se afundasse.

Como resultado, todas as 19 pessoas a bordo caíram na água. Até à data, as equipas de salvamento recuperaram dois corpos e conseguiram salvar três pessoas, que foram hospitalizadas e se encontram em estado estável. Outros 14 passageiros continuam desaparecidos.

As operações de salvamento prosseguem com mais de 60 equipas de salvamento e pelo menos 10 embarcações destacadas para a zona. O Ministério da Gestão de Emergências e o Ministério dos Transportes da China enviaram equipas especializadas com sonares e mergulhadores para intensificar as buscas.

As autoridades abriram uma investigação sobre as causas do acidente, embora até à data não tenham sido divulgados quaisquer pormenores sobre as circunstâncias do embarque.

Taiwan | Pequim acusa Taipé de manipular incidente com cabo submarino

O Governo chinês acusou ontem Taipé de manipular o alegado envolvimento de Pequim na recente ruptura de um cabo submarino que liga a ilha principal de Taiwan ao arquipélago dos Pescadores.

A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, Zhu Fenglian, descreveu o incidente numa conferência de imprensa como um “acidente marítimo comum” e acusou as autoridades do Partido Democrático Progressista (DPP), no poder em Taiwan, de “exagerarem e politizarem deliberadamente” o incidente sem primeiro esclarecerem “os factos e as responsabilidades”.

O navio alegadamente envolvido no incidente, identificado como Hong Tai, de bandeira do Togo, com oito tripulantes chineses a bordo, foi associado à China pela Guarda Costeira de Taiwan, o que alimentou as tensões entre os dois governos.

No entanto, a porta-voz sublinhou que “mais de uma centena de incidentes semelhantes acontecem todos os anos em todo o mundo”, minimizando a importância do incidente.

“Este tipo de manipulação política é impopular e não vai ganhar o apoio do público”, disse Zhu, referindo-se à posição das autoridades taiwanesas. A deputada acusou o DPP de estar a tentar tirar “proveito político” do caso, uma estratégia que, segundo Pequim, não será bem-sucedida.

Taiwan tem actualmente 14 cabos submarinos internacionais e dez domésticos, de acordo com o Gabinete de Segurança Nacional de Taiwan, que estimou que a ilha sofre uma média de sete a oito incidentes de corte de cabos por ano.

O incidente ocorreu por volta das 03:00 de terça-feira, quando a CGA recebeu um relatório da Chungwha Telecom, a maior empresa de telecomunicações de Taiwan, a indicar que a terceira linha submarina que liga Taiwan aos Pescadores se tinha partido a cerca de seis milhas náuticas a noroeste do porto de Jiangjun, no sul da ilha. A Chungwha Telecom afirmou que não houve “qualquer impacto” nos serviços de comunicações após a ruptura.

Emprego | Coutinho alerta Sam Hou Fai para dificuldades

O deputado José Pereira Coutinho, na qualidade de presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), reuniu ontem com o Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, a propósito da elaboração do relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano.

Ao lado de Rita Santos, também ela dirigente da ATFPM, O deputado pediu ao Chefe do Executivo para dar mais atenção à questão do emprego em Macau, referindo que a falta de oportunidades é geral, e não apenas para os portugueses.

“Está cada vez mais difícil para as pessoas que não dominam a língua chinesa encontrar um emprego. Parece-me uma questão transversal que afecta todas as pessoas de Macau, sobretudo os mais jovens. Temos [na ATFPM], currículos de pessoas que há mais de dois anos não conseguem encontrar um emprego”, disse Coutinho.

O deputado e dirigente associativo destacou a falta de emprego na área do Direito para cidadãos portugueses. “Não é fácil para os cidadãos portugueses que queiram vir para Macau encontrarem emprego. Temos casos de residentes que voltaram depois de ter estudado Direito, não conseguiram encontrar trabalho e depois foram forçados a voltar a Portugal para fazer o estágio. A situação económica e de emprego em Macau é grave e deve ser resolvida com medidas concretas e eficazes, a fim de reactivar a economia.”

De resto, Rita Santos e José Pereira Coutinho confirmaram não ter abordado a dificuldade dos portugueses na obtenção do Bilhete de Identidade de Residente (BIR), pois “trata-se de uma questão muito complexa e o Chefe do Executivo sabe o que deve fazer, essa questão não está esquecida”.

Aumento para 97 patacas

De resto, a reunião serviu para pedir aumentos salariais na Função Pública, para que, este ano, o valor de cada ponto da tabela indiciária seja elevado de 94 patacas para 97 patacas. “Sam Hou Fai disse para esperarmos. Veremos o que surge no relatório das LAG, até porque serão ouvidas outras associações que até podem ser contra a actualização salarial. Nunca se sabe o que os outros pensam, mas da nossa parte insistimos para que o Chefe do Executivo faça algo em relação à actualização dos salários”, explicou Coutinho.

A ATFPM submeteu um documento escrito com todas as sugestões que foi fruto da participação de 19.300 sócios e “cerca de 50.000 residentes”, explica-se numa nota. Descreve-se, nesse comunicado, que “os preços dos bens essenciais em Macau têm registado um aumento constante, resultando numa significativa diminuição do poder de compra dos residentes”.

Os dois responsáveis da ATFPM abordaram também no encontro a necessidade de uma maior e melhor utilização da língua portuguesa por parte do Executivo, a propósito da recepção de uma carta, apenas em chinês, da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), sobre a saída de docentes da Escola Portuguesa de Macau.

“Insisti que a língua portuguesa deve ter um elevado nível de utilização, pois existe a falta de divulgação do idioma em vários websites do Governo e nos comunicados de imprensa, pois são enviados primeiro em chinês. Algumas sinalizações também não respeitam bem a língua portuguesa. Propusemos dar um subsídio aos trabalhadores que dominam as duas línguas, para que possam desempenhar um melhor papel”, disse Rita Santos.

A geogastronomia e o papel da gastronomia portuguesa em Macau

(continuação)

Os chefes de cozinha estão cada vez mais a experimentar pratos de fusão que incorporam sabores internacionais, mantendo-se fiéis às raízes portuguesas. O aparecimento de novas tendências gastronómicas, como a “farm-to-table” e a gastronomia sustentável, reflecte a crescente consciência da origem e da qualidade dos alimentos. As redes sociais também transformaram a forma como as experiências culinárias são partilhadas e percepcionadas. Plataformas como o Instagram tornaram mais fácil para os chefes mostrarem os seus pratos a um público global, atraindo entusiastas da comida e contribuindo para a promoção da gastronomia macaense.

Através de apresentações visualmente apelativas, os Chefes podem envolver os clientes e incentivar a apreciação dos sabores intrincados da cozinha luso-macaense. Várias análises académicas da paisagem geogastronómica de Macau revelam a complexa interacção entre cultura e comida. Os estudiosos enfatizam o conceito de identidade, ilustrando como as práticas culinárias servem de reflexo da herança cultural e dos valores da comunidade. A mistura de tradições culinárias portuguesas e chinesas cria uma identidade distinta para Macau, reforçando a sua posição como um caldeirão cultural.

A investigação sugere que as experiências gastronómicas são vitais para fomentar um sentimento de pertença entre os residentes e promover os laços comunitários. Os eventos e festivais culinários que celebram a gastronomia luso-macaense reforçam ainda mais o envolvimento da comunidade e promovem uma identidade cultural partilhada, encorajando o orgulho nas tradições e valores locais. O papel da gastronomia portuguesa em Macau está pronto para uma evolução contínua. A crescente consciencialização dos consumidores para a sustentabilidade e para a saúde irá provavelmente moldar as tendências culinárias. Os chefes de cozinha poderão dar prioridade à utilização de ingredientes locais e orgânicos, explorando ao mesmo tempo técnicas de cozinha inovadoras que honrem as práticas tradicionais.

A promoção de programas educativos que enfatizem a importância do património culinário pode ajudar a garantir que as gerações futuras apreciem e continuem a tradição da gastronomia portuguesa. Ao promover ligações entre chefes de cozinha e consumidores, Macau pode manter a sua identidade culinária única numa paisagem global em constante mudança. O papel da gastronomia portuguesa em Macau serve como um rico exemplo de como os factores culturais e geográficos se entrelaçam para moldar as práticas culinárias. À medida que Macau navega pelas influências contemporâneas e antecipa desenvolvimentos futuros, a essência da gastronomia portuguesa continua a prosperar e a evoluir, prometendo um futuro culinário vibrante e dinâmico.

A evolução da cultura culinária macaense é também influenciada pela mudança dos hábitos dos consumidores e pela globalização. O aumento do turismo gastronómico em Macau conduziu a um maior interesse pelos pratos tradicionais, uma vez que os visitantes ansiosos por experimentar os sabores locais exploram a paisagem gastronómica. Os restaurantes podem responder elevando as receitas tradicionais a experiências gastronómicas requintadas. Eventos como a “Festa Internacional das Cidades de Gastronomia, Macau” também promove o apreço pela cozinha local, chamando a atenção para as competências dos chefes locais e para a importância do património culinário.

Nos últimos anos, tem-se assistido a um esforço consciente para preservar os métodos tradicionais, integrando simultaneamente técnicas modernas e influências globais. A introdução de elementos como a gastronomia molecular começa a ser uma prática em vários restaurantes de luxo de Macau, criando um novo diálogo entre os pratos tradicionais e a ciência alimentar contemporânea. Estas abordagens inovadoras desafiam a noção de autenticidade, sugerindo que a tradição não é estática, mas dinâmica. Enquanto há puristas que defendem a preservação das receitas originais, outros defendem uma reinterpretação que reflicta os gostos e as preferências alimentares contemporâneas.

A sustentabilidade da cozinha macaense no contexto moderno é outra área crítica a examinar. A consciência ambiental começou a influenciar as práticas culinárias, com uma ênfase crescente na utilização de ingredientes de origem local. Esta mudança melhora a frescura dos alimentos servidos nos restaurantes macaenses. Os estabelecimentos estão a destacar cada vez mais o seu empenho em práticas ecológicas, podendo integrar nos seus menus marisco sustentável e legumes orgânicos. Estas práticas garantem que, embora a cozinha permaneça enraizada no seu contexto histórico, continua a evoluir de forma sustentável.

Além disso, a intersecção de tendências globais teve impacto na paisagem culinária tradicional de Macau. O fascínio global pela cozinha de fusão encorajou os chefes a experimentarem combinações não convencionais. Esta mistura de tradições culinárias pode ser vista na popularidade de pratos como o caril de lagosta macaense-tailandês ou os biscoitos de amêndoa influenciados pelas técnicas de pastelaria portuguesas e chinesas. Estes desenvolvimentos reflectem a evolução do paladar tanto dos habitantes locais como dos turistas, reflectindo uma narrativa culinária mais ampla que desafia os conceitos tradicionais do que constitui a comida macaense.

O futuro da cozinha macaense parece promissor, caracterizado por uma exploração contínua da identidade, da inovação e do intercâmbio cultural. À medida que a cena culinária evolui, é crucial que os Chefes e os entusiastas da gastronomia encontrem um equilíbrio entre o respeito pelos métodos tradicionais e a adopção de novas técnicas. O potencial para um maior reconhecimento internacional continua a ser forte, particularmente no domínio da restauração requintada, onde os sabores macaenses podem ser apresentados com interpretações modernas.

No entanto, persistem desafios, nomeadamente no que respeita à preservação de práticas culinárias autênticas. Podem surgir discussões em torno da apropriação cultural à medida que os pratos macaenses ganham popularidade e são adaptados em vários contextos culinários. O desafio reside em assegurar a manutenção da integridade dos pratos tradicionais e, ao mesmo tempo, interagir eficazmente com um público global ávido de novidades. Este diálogo realça o delicado equilíbrio entre adaptação e autenticidade no património culinário.

A culinária Portuguesa de Macau representa uma rica tapeçaria de sabores formada através de séculos de intercâmbio cultural, inovação e adaptação. O contexto histórico fornece uma base para compreender como estas influências diversas se entrelaçaram, conduzindo a uma identidade culinária distinta.

Chefes de cozinha influentes defenderam esta cozinha, assegurando a sua relevância na gastronomia moderna, enquanto os esforços de sustentabilidade têm como objectivo mantê-la ligada às tradições locais. A interacção entre tradição e modernidade, autenticidade e inovação, continuará a moldar o futuro da cozinha macaense. O entusiasmo em torno desta paisagem culinária promete atrair o interesse global, imortalizando os sabores e as narrativas que definem este património gastronómico único.

HK | Disneylândia regista recorde de entradas e lucros

A Disneylândia de Hong Kong pôs fim a nove anos de prejuízos ao anunciar a maior afluência anual e o maior lucro líquido desde a abertura do parque temático em 2005, graças ao regresso dos turistas chineses.

O lucro líquido atingiu 838 milhões de dólares de Hong Kong no último ano fiscal, que terminou em Setembro, anunciou a Disneylândia Hong Kong na terça-feira.

As receitas do parque aumentaram 54 por cento para 1,1 mil milhões de dólares norte-americanos. Além disso, o número de visitantes atingiu um máximo histórico de 7,7 milhões e as despesas por visitante cresceram 28 por cento.

“A Hong Kong Disneyland Resorts alcançou o melhor desempenho comercial de sempre na história do complexo (…). Continua a ser um dos principais motores do turismo”, referiu o director executivo da empresa, Michael Moriarty, em comunicado.

O parque temático de Hong Kong é a mais pequena Disneylândia do mundo e lutou durante anos para se estabelecer antes de atingir a rentabilidade no início da década de 2010. A empresa enfrentou então concorrência feroz, depois de Xangai ter aberto uma Disneylândia, em 2016. As perdas agravaram-se quando o parque esteve meses encerrado durante a pandemia de covid-19.

A entrada de visitantes locais, chineses do interior do país e turistas internacionais excedeu no ano passado os níveis de 2018, referiu ainda a empresa.

Os habitantes locais representaram cerca de 40 por cento dos visitantes, uma fatia semelhante à dos turistas vindos do interior da China sendo, os restantes provenientes de Taiwan, Filipinas e Tailândia.

A abertura de uma secção baseada no filme de animação de sucesso “A Rainha da Neve”, em Novembro de 2023, “constituiu um marco importante”, notou a empresa. O complexo está a preparar “experiências temáticas da Marvel” e vai organizar eventos para celebrar o 20.º aniversário, em Junho, disse ainda a Disneylândia de Hong Kong.

FRC | Sábado é dia de “Passeios com História” no Centro Kun Iam

A Fundação Rui Cunha promove este sábado, a partir das 15h, mais uma edição da iniciativa “Passeios com História”, que mais não são do que visitas guiadas a locais de interesse histórico ou cultural de Macau com acompanhamento de algum especialista. Desta vez, cabe à escultora Cristina Leiria, autora do projecto do Centro Ecuménico de Kun Iam, organizar a visita

 

Sábado é dia de mais uma edição da iniciativa “Passeios com História”, organizados pela Fundação Rui Cunha (FRC), e que promove visitas guiadas, em português e inglês, a locais de Macau com interesse histórico e cultural. Desta vez o passeio começa às 15h ao Centro Ecuménico Kun Iam, e é conduzido pela arquitecta e escultora portuguesa Cristina Leiria, autora do projecto original inaugurado a 21 de Março de 1999, recentemente renovado e reaberto a 11 de Dezembro de 2024.

O Centro Ecuménico Kun Iam foi um projecto idealizado pela autora, com o apoio da UNESCO, “visando perpetuar o respeito mútuo e a amizade entre todos os povos e civilizações”, segundo a página oficial do IC. O complexo de arte pública mede 32 metros de altura no total, 20 dos quais referentes à estátua de bronze da deusa Kun Iam, que pesa 50 toneladas.

“A base da estátua, em forma de Flor de Lótus, é constituída pela Sala de Contemplação onde se pode repousar, ouvir música e ler. Na decoração da cúpula os artistas de Macau, Kwok Woon e Joana Ling, pintaram, sobre papel de arroz, figuras, símbolos e textos relacionados com Lao Tse, Confúcio, Mêncio e Buda”, refere ainda a informação do IC.

O andar inferior oferece uma Sala Polivalente, com capacidade para 50 pessoas, dedicada a concertos, conferências, visionamento de filmes e outras actividades multiculturais, como exposições de arte.

Exposição activa

Actualmente, no local, encontra-se a exposição individual de Cristina Leiria, “Momentos de Luz com Kun Iam”, a convite do IC para assinalar a conclusão dos trabalhos de restauro e de conversão num espaço de turismo cultural polivalente, 25 anos após a presença da autora na sua inauguração. A mostra, que se prolonga até ao próximo dia 13 de Março, exibe estátuas da deusa Kun Iam e outras obras associadas, em materiais como jade, cristal, madeira ou aço escovado, e é complementada por imagens e vídeos que retratam o processo de concepção e construção do Centro Ecuménico, dando a conhecer ao público os bastidores do seu planeamento e edificação.

Nascida em Lisboa a 25 de Abril de 1946, Cristina Rocha Leiria viveu em Moçambique entre os dois e os 17 anos, altura em que regressou para estudar arquitectura na Escola Superior de Belas Artes, tendo mais tarde realizado um curso de especialização em Planeamento na University College, em Londres. Aprofundou estudos sobre Feng Shui, em Macau, China e Japão, e Eletromagnetismo em França, tendo exercido em locais tão distintos como Reino Unido, Moçambique, Rodésia, África do Sul, Portugal e Macau.

A construção do Centro Ecuménico Kun Iam foi um desafio lançado pelo então Governador de Macau, Vasco Rocha Vieira (recentemente falecido), sendo este um espaço onde o silêncio tem lugar a existir, num sítio específico. A estátua dedicada à deusa Kun Iam tem 20 metros de altura e é feita de bronze, tendo bastante significado espiritual para grande parte dos orientais.

Nova Zelândia | China espera “reforçar compreensão mútua”

O vice-presidente chinês Han Zheng disse ontem que o país atribui “grande importância” ao desenvolvimento dos laços bilaterais com a Nova Zelândia e espera “reforçar a compreensão mútua”, num encontro com o vice-primeiro-ministro neozelandês, Winston Peters.

A visita de Peters à China ocorre depois de Pequim ter chegado a um acordo com as Ilhas Cook, criticado pela Nova Zelândia, e de o ministro da Defesa neozelandês ter afirmado que navios de guerra chineses têm navegado em águas próximas da Nova Zelândia e da Austrália, nas últimas duas semanas, com armas “extremamente capazes”.

“A parceria estratégica abrangente entre a China e a Nova Zelândia está a entrar na sua segunda década”, disse Han, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. O responsável acrescentou que a China atribui “grande importância ao desenvolvimento das relações com a Nova Zelândia”.

De acordo com Han, Pequim está disposta a trabalhar para “implementar o importante consenso alcançado pelos líderes dos dois países, melhorar a compreensão mútua e promover o desenvolvimento sustentado, sólido e estável” dos laços.

O vice-presidente chinês recordou que os líderes das duas nações reuniram-se à margem da reunião dos líderes económicos da APEC em Novembro passado, fornecendo “orientações estratégicas para o desenvolvimento contínuo das relações a partir de um novo ponto de partida”.

Peters, que acumula o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, afirmou que a Nova Zelândia está disposta a “reforçar o diálogo, melhorar a compreensão e aprofundar a cooperação económica e comercial” com a China, segundo a Xinhua.

De acordo com um comunicado da porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, a China procura “melhorar a compreensão mútua e expandir a cooperação económica” entre os dois países em áreas como a energia solar e os veículos eléctricos.