FRC acolhe hoje debate com Sandro Mendonça Hoje Macau - 15 Mai 2025 Acontece hoje, a partir das 18h30, a sessão “Roda de Ideias – Ambientes Regulatórios Criativos”, na Fundação Rui Cunha (FRC), que conta com a presença de Sandro Mendonça, professor associado de Economia do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa e professor da Universidade Cidade de Macau. A sessão aborda, mais concretamente, o tema “Steering the ‘Evolving Sandbox Economy’ from the Greater Bay to the Portuguese-Speaking Geographies”, com o foco nas economias da Grande Baía em conexão com países de língua portuguesa. Pretende-se, assim, “explorar o conceito de zonas de inovação experimental, as chamadas ‘caixas de areia’, tal como os espaços recreativos infantis, que permitem futuros avanços através da criação de áreas de ensaio controladas e seguras para testar, replicar, avaliar, adoptar, implementar e lançar novos produtos, dispositivos, tecnologias ou sistemas, dentro de uma estrutura condicionada e provisória”. Com estes processos “ambientais experimentais” associados à economia podem criar-se “meios eficazes de avaliação do desenvolvimento de ideias e projectos inovadores sem que se façam rupturas no funcionamento normal das estruturas empresariais ou institucionais”. Pode-se promover “uma maior liberdade dentro destes sistemas paralelos [as caixas de areia] com uma regulamentação mais dinâmica e flexível”. Sandro Mendonça foca-se, em concreto, na região da Grande Baía, por abranger “um conjunto de cidades que formam um centro de inovação tecno-institucional, até aos países de língua portuguesa que começam a usar estes modelos experimentais, nomeadamente nos sectores das telecomunicações e da energia”. Longa carreira Esta é a terceira vez que Sandro Mendonça apresenta uma sessão na FRC. A primeira foi em 2023, com a palestra “A Mudança nas Comunicações: Do 5G à IA através das Plataformas Digitais”, e depois protagonizou, em 2024, a sessão “O Futuro das BigTech”, onde descreveu o equilíbrio de forças entre os gigantes mundiais, que incluem as empresas norte-americanas Apple, Amazon, Facebook (Meta), Google (Alphabet), e Microsoft, e as chinesas Alibaba e Tencent. Sandro Mendonça é professor catedrático em Portugal, Itália e Macau, tendo leccionado também em programas de doutoramento em Chengdu (UESTC) e Guangzhou (SMU), na China. O seu foco principal é a inovação e a dinâmica sectorial. Recebeu vários reconhecimentos na sua carreira, incluindo o de membro do German Marshall Fund dos Estados Unidos (GMF) e de Jovem Líder Europeu pela Friends of Europe Foundation. Em 2024, coordenou o relatório “The Futures of Big Tech in Europe” para a Comissão Europeia e figurou na lista dos principais cientistas do mundo da Universidade de Stanford. Actualmente, é Conselheiro do Presidente do Instituto Europeu de Patentes (EPO).
Lisboeta Macau acolhe fotografias de Hiroshi Sugimoto Hoje Macau - 15 Mai 2025 Decorre até 30 de Junho a mostra “‘Eternal Imaging’: Exposição de Fotografia de Hiroshi Sugimoto”, patente na galeria Hwa’s, no espaço “Arte H853” no empreendimento Lisboeta Macau. Segundo uma nota da organização, o público pode ver “publicações limitadas da conceituada editora Kyoto Shoin Co., Ltd., da Galeria Koyanagi, Tóquio, e do Mori Art Museum, também em Tóquio”, além de que são apresentadas “fotografias a cores de grande formato da série OPTICKS, lançadas pela primeira vez na exposição comemorativa de abertura do Kyoto City Kyocera Museum of Art”. No caso da série “Seascape”, criada em 1980, o fotógrafo japonês “regista uma cena elementar, o céu e o mar”, num imaginário “antigo que liga as pessoas de hoje a tempos antigos e que, assim, reflecte a eternidade”. Por sua vez, na série de trabalhos intitulada “Teatro”, surge “um ecrã sobre-exposto que comprime um filme de duas horas num feixe de luz branca, abrangendo tanto a nossa consciência como as nossas percepções subconscientes”. No caso da série “OPTICKS”, denotam-se “os tons vermelhos, azuis e verdes, apresentando-se pequenas partículas coloridas por baixo da lente, mostrando a natureza multifacetada da luz através do prisma”. Os organizadores da exposição pretendem “despertar as memórias colectivas que se encontram adormecidas nas imagens, relacionadas com o antigo, o efémero e a eternidade”. O lugar da filosofia Nascido em 1948 em Tóquio, Hiroshi Sugimoto continua a trabalhar nesta cidade, mas também em Nova Iorque. Considerado um “dos fotógrafos com maior profundidade filosófica na arte contemporânea”, com um trabalho que “explora o tempo, a memória, história e a essência da existência através de formatos minimalistas”. Sugimoto é ainda considerado “excelente na utilização da fotografia como um ‘recipiente do tempo’, condensando conceitos abstractos em imagens eternas que evocam a contemplação da vida e do cosmos através da sua serena quietude”. Desde 2023 que é membro da Academia Japonesa das Artes, tendo recebido a Medalha de Honra em Fotografia do National Arts Club, em Nova Iorque, em 2018. O fotógrafo japonês pertence ainda à Real Academia da Bélgica, possuindo um doutoramento honorário atribuído pela prestigiada Parsons School of Design, também situada em Nova Iorque, EUA. Tem trabalhos em colecções seleccionadas de museus como o Modern Museum of Art (MoMA), em Nova Iorque, ou ou Metropolitan Museum, na mesma cidade; bem como o Tate, em Londres, e o Getty Museum, em Los Angeles, entre outros.
BBC | Concerto “Sete Mundos, Um Planeta” acontece em Julho Hoje Macau - 15 Mai 2025 Decorre a 12 de Julho, no Teatro Broadway, um espectáculo que promete ser uma experiência imersiva sobre o meio ambiente e a crescente necessidade da sua preservação. Trata-se da estreia do Concerto ao Vivo BBC “Sete Mundos, Um Planeta”, tocado em parceria com a Orquestra de Macau “Uma experiência imersiva audiovisual que revela as maravilhas do nosso planeta”. É desta forma que o Instituto Cultural (IC) apresenta o próximo concerto de cariz internacional acolhido em Macau, em parceria com a Galaxy. Trata-se do Concerto ao Vivo BBC “Sete Mundos, Um Planeta”, integrado na temporada 2024-2025 de concertos da Orquestra de Macau (OM), e que acontece a 12 de Julho, 20h, no Teatro Broadway, no empreendimento Broadway Macau. Segundo uma nota do IC, o concerto integra “excertos impressionantes da famosa série documental homónima da BBC, acompanhados com as bandas sonoras interpretadas ao vivo pela OM e que foram compostas pelo vencedor da categoria de banda sonora nos Prémios da Academia Hans Zimmer e pelo vencedor do Emmy Jacob Shea”. O público poderá, assim, ter acesso a uma “experiência imersiva audiovisual pelas paisagens maravilhosas dos sete continentes do planeta, projectadas num ecrã LED gigante de ultra-alta definição e com narração ao vivo”. Sucesso televisivo “Sete Mundos, Um Planeta” é uma das séries televisivas de história natural mais populares da BBC do Reino Unido, tendo sido produzida durante quatro anos em 41 países. A série retrata “paisagens naturais deslumbrantes dos continentes do planeta”, tendo estreado em 2019 e sido amplamente aclamada. Nessa altura, foi batido o “recorde de maior audiência para documentários na BBC One”, com a produção a ser contemplada com “múltiplos prémios”. No dia 12 de Julho, a OM junta-se à maestrina australiana Vanessa Scammell para interpretar “obras musicais comoventes” compostas pelo maestro premiado de banda sonora Hans Zimmer e pelo vencedor do Emmy Jacob Shea. Uma das composições é “Out There”, uma co-composição do mesmo maestro premiado e da famosa cantora e compositora Sia. Além disso, Jason Chan, artista de Hong Kong, irá assumir o papel de narrador em inglês, “conduzindo o público numa envolvente viagem sensorial que entrelaça música e imagem ao explorar as histórias das maravilhas naturais dos sete continentes”. A parceria com a Galaxy faz-se no contexto do “Plano Piloto de Parceria de Espaços do GEG”. O concerto terá a duração de 2h15 e os bilhetes já se encontram à venda, variando o preço entre 150 e 300 patacas.
“Dragão de Ouro” | China e Camboja iniciam os maiores exercícios militares conjuntos da sua história Hoje Macau - 15 Mai 2025 A China e o Camboja iniciaram ontem as maiores manobras militares conjuntas de sempre entre os dois países, envolvendo equipamento militar chinês de última geração, incluindo artilharia, navios de guerra e cães de combate robotizados. Cerca de 900 soldados chineses e mais de 1.300 soldados cambojanos participam nos exercícios, que se prolongarão até 28 de Maio, segundo um comunicado das Forças Armadas Reais do Khmer (RCAF, cambojanas). Segundo o comunicado, será apresentado equipamento militar chinês de última geração, incluindo veículos blindados, helicópteros, navios de guerra, drones de reconhecimento e cães de combate robotizados. O objectivo é “desenvolver laços mais estreitos e a cooperação” entre os dois exércitos. “Os exercícios são maiores do que no ano passado em termos de pessoal e equipamento”, disse à AFP o porta-voz da RCAF, Thong Solimo, acrescentando que um navio de guerra chinês, o Chanbai Shan, atracou na base naval cambojana de Ream na segunda-feira com o equipamento. A base de Ream, no sudoeste do Camboja, foi renovada pela China e inaugurada a 02 de Abril pelo primeiro-ministro cambojano Hun Manet e uma delegação militar chinesa. “A China quer mostrar os seus músculos” e enviar a mensagem de que “é uma superpotência”, através destes exercícios, apelidados de “Dragão de Ouro”, argumentou Ou Virak, um perito político cambojano, citado pela agência de notícias francesa. Para além desta demonstração de força, a China deve também “dar confiança aos seus parceiros, dizendo-lhes que a China está a crescer, a desenvolver-se e a tornar-se mais forte, tanto em termos de dimensão como de progresso tecnológico e de poder militar”, acrescentou Ou Virak. O Camboja também deverá receber dois navios de guerra da China. Os primeiros exercícios militares conjuntos, denominados “Golden Dragon”, tiveram lugar em 2016 e, no início de 2017, o Camboja pôs fim ao “Angkor Sentinel”, um exercício conjunto semelhante que tinha sido organizado nos sete anos anteriores com as forças norte-americanas.
Faixa e Rota | Colômbia confirma adesão à iniciativa chinesa Hoje Macau - 15 Mai 2025 Na capital chinesa para participar no fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), o Presidente colombiano, Gustavo Petro, assinou um memorando de adesão à iniciativa de comércio internacional Faixa e Rota A China e a Colômbia assinaram ontem em Pequim um plano de cooperação para que o país latino-americano se junte à iniciativa chinesa Faixa e Rota, confirmou a Presidência colombiana através da rede social X. O memorando, assinado em Pequim pelos líderes dos dois países, Xi Jinping e Gustavo Petro, junta a Colômbia a uma iniciativa com a qual o gigante asiático pretende gerar uma rede de comércio internacional e alargar a sua influência a nível mundial através da construção de infraestruturas, e à qual já aderiram mais de vinte países da América Latina e das Caraíbas. “No âmbito deste encontro, a Colômbia assinou um importante acordo de cooperação económica para a adesão do nosso país à [iniciativa] Faixa e Rota”, salienta a Presidência colombiana. Xi e Petro reuniram-se ontem para reforçar os laços bilaterais através da assinatura de novos acordos, incluindo este, entre todos o mais emblemático. Antes de viajar para a China, Petro revelou que na sua anterior viagem ao país asiático, em Outubro de 2023, tinha a intenção de assinar este memorando, mas que na altura não foi possível devido a um alegado erro do seu anterior ministro dos Negócios Estrangeiros, Álvaro Leyva. “Isto é o que vou fazer agora, um acordo de intenções; os futuros governos verão se a intenção se torna realidade, e deve tornar-se realidade”, disse há dias o Presidente colombiano. Petro já esteve com Xi na terça-feira na abertura do fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) na capital chinesa, onde apelou a um diálogo entre civilizações “livre de autoritarismo e imperialismo”. A balança comercial entre a Colômbia e a China é particularmente desfavorável ao país latino-americano, cujo défice anual é de cerca de 14 mil milhões de dólares. Em 2024, a Colômbia exportou 2,38 mil milhões de dólares de mercadorias para a China e importou 15,9 mil milhões de dólares de produtos chineses. Além disso, entre 1994 e 2023, a China investiu 813,3 milhões de dólares na Colômbia – ainda assim um valor muito inferior ao de países como os Estados Unidos e a Espanha -, concentrado em setores como as infraestruturas, exploração mineira, energia e transportes. Outros laços Para além do comércio, a Colômbia está a tentar reforçar a cooperação tecnológica com a China. Na terça-feira, Petro visitou a sede da ‘gigante’ de telecomunicações Huawei em Pequim, onde, de acordo com o ministro colombiano de Tecnologia da Informação e Comunicações, Julián Molina, foram discutidas eventuais iniciativas de cooperação nos domínios da inteligência artificial, infraestrutura de dados e conectividade. O interesse do governo de Petro em fortalecer os laços comerciais com a China durante a visita tem causado controvérsia interna, devido ao receio de eventuais repercussões negativas na relação com os Estados Unidos, o maior parceiro comercial da Colômbia.
Covid-19 | Macau ultrapassou pico de infecções João Luz - 15 Mai 2025 As infecções de covid-19 têm vindo a diminuir progressivamente desde meio de Março, quando foi atingido o pico, mas os Serviços de Saúde alertam que o coronavírus ainda continua activo no território. As autoridades acrescentam que este ano não se registaram mortes resultantes da covid-19 Enquanto nas regiões vizinhas de Macau os casos de infecção de covid-19 continuam a aumentar, por cá as taxas de infecção têm vindo a descer gradualmente desde meio de Março, indicaram os Serviços de Saúde num comunicado divulgado na noite de terça-feira. As autoridades acrescentam que apesar de a RAEM ter ultrapassado o ponto mais crítico de infecções de covid-19, o coronavírus continua activo no território. Como tal, apelam ao cuidado e à adoptação de atitudes preventivas, em especial entre grupos de risco, como idosos, pacientes de doenças crónicas e pessoas com sistema imunológico enfraquecido, nomeadamente tomando a vacinação completa contra a variante JN.1. Em relação à evolução das taxas de infecção em Macau e nas regiões vizinhas, a entidade liderada por Alvis Lo explica que Macau entrou no pico infeccioso antes das zonas circundantes. De acordo com os dados de monitorização laboratorial, a taxa de positividade do novo coronavírus detectada nos doentes com sintomas de gripe em Macau começou a aumentar no final de Fevereiro deste ano, atingindo o pico em meados de Março. Na semana entre 16 e 22 de Março, as autoridades registarm uma taxa de positividade de 44,3 por cento, valor que foi diminuindo a partir daí. Nas últimas três semanas, a taxa de positividade desceu para 12 por cento, subiu para 17 por cento e depois voltou a descer para 11 por cento, “o que indica uma ligeira recuperação”, concluíram os Serviços de Saúde. Anda aí No que diz respeito a infecções colectivas que resultam em sintomas semelhantes à gripe, entre o início do ano e esta semana foram registados 111 casos, dos quais 26 eram de covid-19, detectados principalmente em lares de idosos. Nestes casos, as autoridades garantem ter prestados serviços médicos adequados a lares de idosos, prescrevendo medicamentos antivirais. Ao longo deste ano, até agora, Macau não registou nenhum caso crítico ou fatal causado por infecção de covid-19, é indicado. A variante do coronavírus prevalente em Macau actualmente é a variante XDV relacionada com a JN.1, que é basicamente a mesma que circula nas áreas circundantes. Os dados mais recentes não mostram que a XDV cause doenças mais graves do que a JN.1, a XBB e as suas linhagens descendentes. Como tal, os Serviços de Saúde asseguram que a vacina contra a variante JN.1 continua a ser eficaz para reduzir “risco de infecção e desenvolvimento de doenças graves causadas pela variante actualmente prevalente.
Habitação | Rendas aumentam 0,4% no primeiro trimestre Hoje Macau - 15 Mai 2025 Nos primeiros três meses do ano, as rendas de habitação registaram um aumento de 0,4 por cento, face ao período entre Outubro e Dezembro, de acordo com “estatísticas das rendas referentes ao primeiro trimestre de 2025”, divulgadas ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Os maiores aumentos ocorreram na Baixa da Taipa, onde se registou um crescimento de 1,1 por cento, para uma renda média por metro quadrado de 140 patacas, na Zona de Aterros do Porto Exterior (ZAPE), com as rendas a crescerem 0,8 por cento, para 120 patacas por metro quadrado, e no NAPE e Aterros da Baía da Praia Grande, onde as rendas subiram 0,7 por cento, para uma média de 144 patacas por metro quadrado. À excepção das rendas da habitação, a DSEC aponta que todos os outros espaços apresentaram reduções, entre o quarto trimestre do ano passado e o primeiro de 2025. Em relação às rendas das lojas, os dados mais recentes mostram uma redução de 0,9 por cento, para uma renda mensal de 485 patacas por metro quadrado. A renda média dos espaços utilizados como escritórios teve uma diminuição de 1,3 por cento para 290 patacas por metro quadrado. Finalmente, as rendas médias dos edifícios industriais caíram cerca de 0,2 por cento, para um preço médio de 123 patacas por metro quadrado.
BNU | Lucros de 133,2 milhões no primeiro trimestre João Santos Filipe - 15 Mai 2025 Os resultados positivos mostram uma redução de 30 milhões de patacas em comparação com primeiro trimestre do ano passado. A redução da margem líquida financeira foi o principal factor a contribuir para a diminuição dos ganhos Nos primeiros três meses do ano, o Banco Nacional Ultramarino apresentou um lucro, não auditado, de 133,2 milhões de patacas, de acordo com um comunicado emitido ontem. O valor representa uma redução de 30 milhões de patacas, ou 18,4 por cento, em comparação com o primeiro trimestre de 2024, quando o lucro tinha atingido 163,2 milhões de patacas. Apesar da redução dos lucros, o valor ainda está acima dos níveis de 2023, quando a instituição declarou um lucro para o primeiro trimestre de 122,4 milhões de patacas. Os valores apresentados ontem estão também próximos do que acontecia em 2019, o último ano antes da pandemia, quando os lucros no primeiro no primeiro trimestre chegaram aos 138 milhões de patacas. Os resultados mais recentes foram explicados com uma diminuição da margem financeira líquida, que apresentou uma redução de 31,2 milhões de patacas, ou 11,8 por cento, em comparação com o período homólogo. Entre os factos que contribuíram para esta alteração, a instituição apontou as “alterações na composição dos depósitos e à evolução das taxas de juro de referência”. Contudo, houve áreas onde o banco conseguiu obter melhores resultados, como aconteceu com as comissões líquidas, área onde foi gerado um aumento dos ganhos de 3,8 milhões de patacas, o equivalente a 18,1 por cento. O aumento foi explicado com “uma maior actividade económica e um maior envolvimento dos clientes”. Malparado a pesar No primeiro trimestre deste ano, as perdas por imparidade relacionadas com exposições de crédito, o crédito malparado, e com investimentos financeiros aumentaram para 5,4 milhões de patacas, face ao valor de 1,3 milhões de patacas no primeiro trimestre de 2024. De acordo com o BNU, este aumento teve em conta as “práticas prudentes de provisionamento”. “Apesar deste aumento, a qualidade dos activos do BNU mantém-se sólida, suportada por práticas de crédito conservadoras e por um robusto nível de provisões para responder às incertezas macroeconómicas em curso”, foi garantido. Ao mesmo tempo, as despesas operacionais registaram um aumento de 1,1 por cento em termos homólogos, o que de acordo com a instituição mostrou “a eficácia das iniciativas de optimização de custos do Banco”. “Os ganhos de eficiência decorrentes da simplificação de processos e da revisão estratégica da oferta de serviços ajudaram a compensar os investimentos acrescidos em transformação digital, desenvolvimento de talentos e reforço da marca”, foi considerado. No ano passado, a instituição liderada por Carlos Cid Álvares encerrou o ano com um lucro de 585,1 milhões de patacas.
IAS | Número de famílias apoiadas sobe para valor mais alto desde 2020 João Santos Filipe - 15 Mai 2025 Apesar de o valor do limiar da pobreza em Macau não ser actualizado há quase cinco anos, o número de famílias apoiadas no âmbito do Programa de Inclusão e Harmonia na Comunidade voltou a ultrapassar estes mês a barreira das 5.500. O registo de Maio representou um crescimento anual de quase 13 por cento O número de famílias monoparentais, com pessoas portadoras de deficiência, ou com doentes crónicos que vai receber o subsídio especial de Maio do Programa de Inclusão e Harmonia na Comunidade subiu para 5.540. Com um crescimento de 12,9 por cento face a igual período do ano passado, este é o valor mais alto, pelo menos desde 2020, de acordo com o Instituto de Acção Social (IAS). Este programa destinar-se a “aliviar a pressão de vida” das famílias monoparentais, com pessoas com deficiência ou com doentes crónicos consideradas “em situação vulnerável”. No ano passado, o número de famílias aprovads para receber o apoio de Maio para fazer face à pobreza tinha sido de 4.905, uma redução face a 2023, quando o número de famílias auxiliadas tinha sido de 4.049. Desde 2021 que o número de famílias que reúnem condições para aceder a este apoio não ultrapassava as 5.000, ano que que totalizaram 5.043. No entanto, o valor mais elevado dos anos recentes foi registado em 2020, durante a pandemia, quando um total de 5.503 famílias foram apoiadas. O Programa de Inclusão e Harmonia na Comunidade prevê a distribuição de dois apoios, um em Maio e outro em Outubro, que são acedidos através de candidaturas aprovadas pelo IAS. Importa referir que os dados apresentados apenas têm apenas em consideração a distribuição do apoio nos meses de Maio dos anos anteriores. Tendências naturais Entre as 5.540 famílias subsidiadas conta-se um total de 1.300 agregados familiares que recebem igualmente o subsídio para pessoas em situação de carência económica. Estas famílias são as mais pobres do território, cujos rendimentos mensais ficam abaixo do que é considerado o limiar do risco social de pobreza. Esse patamar representa rendimentos de 4.350 patacas por mês, no caso de um único indivíduo, sobe para 7.990 patacas por mês em agregados familiares com duas pessoas, 11.020 patacas, em famílias com três pessoas, 13.390 patacas com quatro pessoas, 15.120 patacas quando o agregado é constituído por cinco pessoas, subindo progressivamente até 20.270 patacas para agregados com oito ou mais membros. Estes números não sofrem qualquer alteração desde 2019, no primeiro mês do mandato de Ho Iat Seng, pelo que não têm em conta a inflação dos anos posteriores, o que faz que com face a estes montantes o poder de compra seja actualmente inferior ao de Dezembro de 2019. Em relação às famílias com rendimentos abaixo do risco social de pobreza, o número de apoios tem vindo a cair todos os anos desde 2020. Nesse ano, havia 1.618 agregados a receber o subsídio de Maio do Programa de Inclusão e Harmonia na Comunidade, valor que foi reduzido para 1.576, em 2021, depois para 1.486 em 2022, 1.385, em 2023, 1.308 no ano passado, até chegar a 1.300 famílias este ano. Menos não é mais O aumento do número das famílias apoiadas explica-se com o crescimento dos agregados familiares com rendimentos mensais acima do risco social de pobreza, mas inferiores aos limites máximos para estes apoios. Para agregados com mais de uma pessoa, o limite máximo dos rendimentos mensais para aceder a este apoio é de 7.830 patacas, sobe para 13.983 patacas por mês nos agregados com duas pessoas, 18.737 patacas em famílias com três membros, 22.094 patacas em agregados com quatro membros, 24.192 patacas em famílias com cinco membros. O valor sobe progressivamente até chegar ao limite de 29.392 patacas por mês, quando as famílias têm oito ou mais membros. Em 2020, o número de famílias nestas condições era de 3.885, mas caiu para 3.467 em 2021 e para 3.125 em 2022, o valor mais baixo desde 2020. Contudo, desde esse ano o número de famílias neste intervalo de rendimentos aumentou para 4.240. Este é um aumento de 335 famílias face ao primeiro ano da pandemia. Apoios de 22,55 milhões O Programa de Inclusão e Harmonia na Comunidade prevê a distribuição de um total de 22,55 milhões de patacas em Maio deste ano, o valor mais alto desde 2020, quando foram distribuídos 23,67 milhões de patacas. O programa prevê a distribuição de apoios que variam entre 2.650 patacas, para agregados familiares com uma única pessoa, e 10.100 patacas, quando o agregado é constituído por oito ou mais membros, pelo que um aumento do número de famílias apoiadas, não tem de reflectir necessariamente um aumento do total dos apoios distribuídos. Este apoio é distribuído destina-se às famílias monoparentais com filhos em jardins-de-infância, na escola primária, secundário ou no ensino superior; assim como aos agregados familiares com membros com doenças crónicas ou deficiências que não estejam internadas em lares públicos ou subsidiados pelo Governo ou nos estabelecimentos médicos dependentes nos Serviços de Saúde.
Macau prepara moeda digital para comércio entre China e países lusófonos Hoje Macau - 15 Mai 202515 Mai 2025 O secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, revelou que pretende finalizar o sistema da pataca digital em 2025 e utilizá-la como instrumento de liquidação comercial para as transacções entre a China e os países de língua portuguesa “Esperamos que a pataca digital possa ser usada como um dos instrumentos de transacção digitalizada para os países de língua portuguesa, para transacções comerciais, e para transacções sino-portuguesas”, disse Anton Tai Kin Ip. Em resposta a perguntas dos deputados durante a sessão da Assembleia Legislativa, o secretário confirmou que o sistema central da moeda digital deverá estar finalizado até ao final de 2025, seguindo-se uma série de testes técnicos. “A primeira fase de implementação centrar-se-á nas transacções de retalho antes de se expandir para as aplicações grossistas”, disse Tai. “Posteriormente, pretendemos sair de Macau para nos ligarmos à plataforma de língua portuguesa”, acrescentou. Recorde-se que uma delegação liderada por Tai Kin Ip esteve em Lisboa no início de Março, tendo-se encontrado com dirigentes do Banco de Portugal, incluindo o administrador Luís Morais Sarmento. No final de Março, o gabinete do secretário anunciou num comunicado que os vários encontros serviram para “negociar a consolidação e o aprofundamento da cooperação entre Macau e Portugal nas áreas da ciência, tecnologia, economia e comércio”. Tai Kin Ip afirmou na terça-feira aos deputados que iria continuar a visitar mais países de língua portuguesa no futuro, para procurar apoio para a utilização da pataca digital. O secretário prometeu aproveitar as vantagens da pataca digital como uma moeda cuja circulação será livre através das fronteiras de Macau, uma economia aberta ao fluxo de capitais. Pelo contrário, a moeda chinesa, o renmimbi, não é inteiramente convertível em outras moedas e as autoridades de Pequim impõem um rígido controlo ao fluxo de capitais, sobretudo para fora do país. Sementes digitais As trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 225,2 mil milhões de dólares no ano passado, mais 2 por cento do que em 2023, de acordo com dados dos Serviços de Alfândega da China. O protótipo do sistema da pataca digital de Macau (e-Mop) foi lançado em 12 de Dezembro, oito dias antes do fim do mandato do anterior líder do Governo, Ho Iat Seng. Em Setembro, o então regulador financeiro da região disse que a pataca digital poderia “servir de exemplo para os países de língua portuguesa”. O presidente da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), Benjamin Chan Sau San, falava durante a segunda Conferência dos Governadores dos Bancos Centrais e dos Quadros da Área Financeira entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que decorreu em Macau. Na abertura do evento, Ho Iat Seng disse que o desenvolvimento da e-Mop contou com o apoio do Governo e do banco central da China, que foi a primeira grande economia do mundo a lançar uma moeda digital, o renmimbi digital ou e-CNY, em Agosto de 2020. Em Setembro, a AMCM explicou que, antes do lançamento oficial da pataca digital, iria realizar testes para identificar riscos e “estabelecer leis e regulamentos”. O regulador sublinhou que, ao contrário de criptomoedas privadas (a mais conhecida das quais é a Bitcoin), a e-Mop será “uma moeda com curso legal”, com o mesmo estatuto jurídico e valor monetário das moedas e notas físicas de pataca.
Metro | Aliança do Povo defende aceleramento de ligação à China João Luz e Nunu Wu - 15 Mai 2025 A Aliança do Povo quer que o planeamento da rede do Metro Ligeiro tenha em conta as ligações a Zhuhai e à rede ferroviária nacional. Uma responsável da associação ligada à comunidade de Fujian defende que o Metro Ligeiro deve ser o principal transporte em Macau, com os autocarros a desempenharem um papel complementar O Metro Ligeiro deve ser o principal meio de transporte público em Macau, enquanto os autocarros passam para um papel secundário e complementar. A posição foi tomada por Tong Ho Laam, vogal do conselho executivo da Aliança de Povo de Instituição de Macau, o nome oficial, em declarações ao jornal Ou Mun. Face ao expectável aumento da procura e pressão sobre a rede de transportes públicos e o trânsito na cidade, a responsável indicou que o Governo deve promover activamente a estratégia de tornar o Metro Ligeiro o principal meio de transporte da cidade, de forma a aliviar a pressão rodoviária. Tong Ho Laam entende que quando a rede de estações do Metro Ligeiro for alargada, irá aumentar a eficácia geral dos transportes colectivos e garantir melhores experiências a residentes e turistas. Uma das melhorias que pode ser implementada a curto-prazo é a possibilidade de se usar pagamentos electrónicos e harmonizar a ligação com os autocarros. Além disso, a dirigente da Aliança do Povo defende que o planeamento de estações do Metro Ligeiro deve ser feito em articulação com a estratégia regional de desenvolvimento industrial. Um ponto essencial passa por garantir a conexão com a rede ferroviária nacional, através de Zhuhai, trabalho que deve ser acelerado de forma a reforçar a posição de Macau na Grande Baía. A vogal acredita que a ligação ao Interior da China, nomeadamente a Hengqin, pode trazer um novo impulso ao sector industrial local para prosseguir as áreas emergentes nos polos de inovação tecnológica e medicina chinesa tradicional da Ilha da Montanha. Cura para todos os males Tendo em conta os desafios energéticos resultantes do combate às alterações climáticas, a dirigente associativa defende que o desenvolvimento do Metro Ligeiro deve ser pensado numa perspectiva de longo-prazo, tendo em conta a protecção ambiental. Para tal, a RAEM deveria reservar terrenos para instalações de produção de energia verde, para alimentar o Metro Ligeiro. Tong Ho Laam apontou este objectivo como uma forma da RAEM se destacar em termos ambientais na zona da Grande Baía, adoptando a liderança na meta da neutralidade carbónica, ao mesmo tempo que promove a diversificação económica.
Ensino | Conteúdos sobre IA transmitidos a alunos locais Andreia Sofia Silva - 15 Mai 2025 O Governo de Macau diz estar a preparar os alunos, sistema de ensino e professores para a inteligência artificial, disponibilizando materiais didácticos nas escolas, aulas e organizando acções de formação. Deputados também querem iniciativas sobre inteligência artificial fora das escolas As escolas e professores estão a preparar-se para a realidade da inteligência artificial (IA). Segundo as explicações da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, a Direcção dos Serviços para a Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) “tenciona fornecer conteúdos de IA ou relacionados com ciência e tecnologia, com uma duração média de 10 horas por ano lectivo, aos professores de informática e de 6 horas aos professores de outras disciplinas”, foi referido ontem em resposta a uma interpelação oral do deputado Lam Lon Wai. As primeiras acções decorreram já no actual ano lectivo. Além disso, a secretária confirmou que as escolas podem aderir a manuais que incluem ensinamentos sobre a IA. “Foram introduzidos vários materiais didácticos de referência sobre IA do Interior da China para adopção nas escolas”, disse O Lam. No ano passado, a DSEDJ juntou-se à South China Normal University para “estabelecer uma nova base de aprendizagem e intercâmbio com foco no ensino da IA”. Neste contexto, são disponibilizados “materiais didácticos desta instituição sobre a IA”, além de que estão previstos convites a “peritos e académicos do Interior da China para ministrar formação e apoio ao pessoal docente no desenvolvimento de actividades de ensino sobre IA”. A nível legislativo, o Executivo diz ter feito as alterações necessárias para que a “programação e o ensino da IA passem a integrar os currículos das escolas primárias e secundárias”, pretendendo-se que “os conteúdos da IA possam ser integrados nas orientações curriculares das aulas de tecnologias de informação”. O Governo pretende fazer a “avaliação intercalar do planeamento do ensino não superior de Macau, para construir um sistema de suporte tecnológico inovador”, tendo em conta as “Linhas Gerais do Planeamento para a Construção de uma grande potência educativa (2024-2035)”. O Lam indicou que, através do financiamento do Fundo Educativo, pretende-se a “optimização das instalações e os equipamentos das escolas” para melhorar o ensino da ciência e criar o projecto de “salas de aula com IA”. Neste contexto, a DSEDJ lançou este ano o projecto piloto de “ensino inteligente”, ao qual aderiram 25 escolas. “A meta estabelecida é a disponibilização da plataforma a todas as escolas secundárias de Macau no ano lectivo de 2026/2027”, disse ontem a secretária. IA para todos Um dos intervenientes no debate de ontem foi o deputado Zheng Anting, que defendeu a parceria com operadoras de jogo para a criação de “aulas de IA” nos hotéis, em conjugação com os turistas que passam por esses espaços ou até mesmo nos bairros comunitários, “para que as populações tenham um maior contacto com a IA”. “Podemos desenvolver acções em parceria com as seis concessionárias, porque já têm visitantes”, acrescentou. No tocante à relação da IA com a população e à promoção da literacia nesta área para adultos, um representante do Centro de Ciência de Macau disse que este espaço pode ser “uma sala de aula aberta para que, fora das escolas, possam ser fornecidos novos conhecimentos e cenários de aprendizagem da IA”. “Vamos colaborar com mais empresas de tecnologia, pois queremos ter mais recursos tecnológicos para suportar esta formação científica. O Centro de Ciência vai criar diferentes medidas para melhorar a literacia digital da população introduzindo a IA, e assim poderemos generalizar a educação quanto à IA para toda a sociedade. A evolução da IA tem sido rápida e vamos convidar especialistas para partilhar as técnicas mais avançadas e tendências de emprego nesta área, no intuito de criar uma plataforma de formação na área da IA”, disse. O responsável afirmou que “os trabalhadores por turnos poderão aceder a este tipo de recursos”. O Lam assegurou que o futuro passa pela “generalização da educação sobre a IA para os residentes” e, para isso, o Governo vai “dialogar com associações para que essas medidas tenham um maior efeito”.
Ensino inclusivo | Governo diz que existem recursos suficientes Andreia Sofia Silva - 15 Mai 2025 A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura referiu que o sistema de ensino tem recursos suficientes na área da educação inclusiva, existindo actualmente 170 docentes com formação específica. “Temos recursos suficientes para apoiar os alunos do ensino inclusivo. No ano lectivo de 2023-2024, existiam 94 alunos, sendo que 79 conseguiram ter acesso ao ensino superior, numa taxa de 84 por cento. Queremos aperfeiçoar estes trabalhos e também ao nível da formação de professores”, referiu O Lam. Neste aspecto, entre os anos lectivos de 2019-2020 e 2023-2024 foram formados 2.545 professores. “Penso que as acções de formação podem ser reforçadas consoante a necessidade”, frisou a secretária. O assunto da educação inclusiva foi levantado pelo deputado Ho Ion Sang, que numa interpelação oral quis saber os mais avanços nesta área. Em resposta, a secretária referiu que existem 51 escolas em Macau a proporcionar educação inclusiva, 21 das quais “ministram a educação inclusiva no formato ‘one through train’ nos ensinos infantil, primário e secundário”, ou seja, na integrando-se alunos com necessidades educativas especiais em turmas ditas “normais”. Além disso, “com vista a responder à procura de vagas no âmbito da educação inclusiva e do ensino especial em turmas pequenas, oito escolas, em construção na Zona Este-2, vão proporcionar educação inclusiva, das quais uma disponibilizará turmas pequenas de ensino especial”. A secretária garantiu que a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) “visita continuamente as escolas para divulgar este tipo de educação e aumentar o número de vagas escolares”.
Governo realiza novo inquérito para avaliar desemprego jovem Andreia Sofia Silva - 15 Mai 2025 A falta de oportunidades profissionais para jovens licenciados foi um dos temas mais debatidos na sessão de ontem na Assembleia Legislativa (AL) destinada às respostas do Governo a interpelações orais dos deputados. A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, referiu que será feito “um inquérito sobre o prosseguimento dos estudos [por parte dos jovens], para conhecer a situação do emprego dos jovens”. “Além disso, iremos avaliar a procura em várias áreas”, acrescentou a governante. O Lam afirmou que o Executivo pode “oferecer apoios específicos para jovens”, no seguimento da posição demonstrada pela deputada Lo Choi In, que sugeriu a criação de um subsídio para que empresas contratem jovens locais com curso superior. “Existem subsídios para que jovens tenham emprego na Grande Baía. Porque não é ponderada a implementação de uma medida semelhante para Macau, para que possam ser proporcionados mais recursos a fim das empresas disponibilizarem estágios para que os nossos jovens possam trabalhar? As empresas têm custos com rendas, por exemplo”, defendeu. Lo Choi In lembrou que “a taxa de continuação dos estudos dos jovens de Macau é de 95 por cento”, mas que, da taxa de desemprego de 2,5 por cento sobressaem os jovens licenciados com idades compreendidas entre os 25 e 34 anos. “As pessoas com maiores níveis de escolaridade estão desempregadas. Onde reside o problema? Tem a ver com o sistema de ensino, que está desactualizado, ou o mercado de trabalho? Vai ser criada uma nova cidade universitária para criar mais quadros qualificados e postos de emprego, e temos de dar importância à formação de quadros”, disse. Não é fácil A ideia de voltar a repetir o inquérito, anteriormente realizado pelas autoridades, foi salientada pelo deputado Ngan Iek Hang. “Já foi referido que a comissão de quadros qualificados vai realizar um estudo sobre a procura por quadros qualificados, e já foi feito um inquérito sobre o emprego dos finalistas, então qual é o ponto de situação. É importante acompanhar se os finalistas conseguem um emprego estável”, disse. O deputado Leong Sun Iok referiuque “a sociedade tem prestado muita atenção ao emprego dos jovens, que enfrentam muitas dificuldades e não conseguem encontrar um posto de trabalho”.
Guerra comercial | Operadoras norte-americanas protegidas Hoje Macau - 13 Mai 2025 O líder do Governo de Macau, Sam Hou Fai, garantiu ontem que irá proteger as operadoras norte-americanas de casinos na região, em caso de agravamento da guerra comercial entre Pequim e Washington. “As seis operadoras de jogo seguem a lei de Macau. Desde que, seguindo a lei, essas operadoras desenvolvam os seus negócios ordenadamente, de forma saudável, de certeza que são protegidas e apoiadas pelo Governo”, disse o Chefe do Executivo. “Sempre acolhemos de bom agrado investimento estrangeiro”, incluindo “investimentos de capital norte-americano, são todos bem-vindos”, sublinhou Sam. O líder do Governo falava numa conferência de imprensa de balanço da visita de seis dias a Macau do principal responsável do Partido Comunista Chinês para os assuntos das duas regiões semiautónomas, Xia Baolong. Na segunda-feira, o director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau, sob a tutela do Conselho de Estado, o executivo chinês, pediu a 20 empresários locais para “trabalhar em conjunto para promover a prosperidade nacional”. Depois deste encontro, o secretário para a Economia e Finanças de Macau disse aos jornalistas que Xia Baolong apelou ainda à unidade, contra “o aumento do unilateralismo e do proteccionismo comercial nos Estados Unidos”. “Os empresários de Hong Kong e de Macau têm de estar unidos e colocar-se do mesmo lado do Estado. Nesta situação, não há saída se fizermos compromissos e concessões”, sublinhou Anton Tai Kin Ip. O dirigente falava pouco antes da China e dos Estados Unidos anunciarem um acordo na segunda-feira, com efeitos a partir de hoje, ao abrigo do qual reduzirão os direitos aduaneiros mútuos em 115 pontos percentuais durante 90 dias. Ou seja, os direitos aduaneiros dos Estados Unidos sobre as importações chinesas serão de 30 por cento durante esse período, em comparação com 10 por cento da China para as importações dos EUA.
Gaivota Amélia Vieira - 13 Mai 2025 Quem assistiu ao início do Conclave reparou certamente na gaivota que se deteve junto à chaminé onde por essa hora o fumo devia estar já visível diante dos expectantes olhares de milhares de pessoas e meios de comunicação, mas perante uma tão inesperada presença este momento tornou-se um sinal quase profético. Todos nos lembramos do raio que caiu no Vaticano a quando da abdicação de Bento XVI e a estranha impressão causada, um homem que veio então do fim do mundo depois do sucedido sentar-se-ia na cadeira de Pedro como uma gaivota, todo de branco, pairando por cima das púrpuras papais com sapatos argentinos um pouco gastos relembrando as sandálias do pescador. Os sinais andam por todo o lado, umas vezes enfáticos e grosseiros como foi o caso da imagem de Trump como Papa, essa funesta profanação que pode ser até subliminar e de efeito nauseante enquanto medida para todas as coisas, chamando, quem sabe, a atenção para assuntos concretamente fabricados para uma resolução final: mas se o compararmos a este que vem de suceder, o da gaivota, saberemos ver as diferenças, compor o discurso, olhar para o essencial. Os paramentos carregados de soberba nunca vestiram ninguém e ainda deixaram nus os seus vestimentários, mas um acaso pode vestir-nos para sempre com algo que não conhecíamos, que neste curtíssimo espaço de tempo lográmos “vestes” essências com asas no promontório da herança temporal. Yeats fala-nos das aves brancas crendo que todos os poetas amam as aves, falam com elas e as interpretam (cada um certamente à sua maneira) que sempre essa natureza etérea é de seu agrado fazendo parte de uma maravilhosa consciência que teima em não baixar por medo às grades, e foi isso que ali estava, aquela gaivota solitária vinda do recanto mais bonito da alma: / já nos cansa o meteoro, a sua chama, e ainda não se apagou, e não desapareceu; E a luz da estrela azul, suspensa no crepúsculo à beira do céu/… «In-As aves Brancas» Há coisas inesperadas, e isso é bom – acontecimentos súbitos- que a vida não será esse verdadeiro grande deslumbre onde todas as coisas comunicam de maneira diversa sendo os que mantêm a sua essência os mais contemplados? A continuidade é uma asa, uma recta para a eternidade, um ritmo, uma cruz ou um labor, e o que quer que olhemos será pelos olhos dessa alma que nos formou no caminho, só que a a visão das coisas agora se insinua num mundo muito cego que não tem o dom dos verdadeiros invisuais. Ninguém é insubstituível e todos temos faltas, mas há as gaivotas, as chaminés, os raios, a pedra e as núpcias criadoras que neste Maio moram. Os tempos estão agrestes mas ainda não sentimos o que pode significar tal expressão, que o sentimento não é probatório de coisa nenhuma até que venha alguma outra de mais lata que o resgate e transcenda. Francisco deixou o seu papa móvel branquíssimo para a Palestina fazer dele um pronto-socorro, e isso é Gaivota.
Fentanil | China pede aos EUA que parem de culpar Pequim pela epidemia Hoje Macau - 13 Mai 2025 A China pediu ontem aos Estados Unidos da América que parem de culpar os chineses pela epidemia de fentanil no país e criticou as sobretaxas alfandegárias “irracionais” impostas por Washington. “Se os Estados Unidos querem sinceramente cooperar com a China, devem parar de difamar e culpar a China e envolver-se num diálogo baseado na igualdade, respeito e benefício mútuo”, disse o porta-voz do Ministério ddos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian, em conferência de imprensa. Os EUA têm responsabilizado a China por ser o país de fabrico da maior parte dos produtos químicos precursores de fentanil que entram nos Estados Unidos. O fentanil é um poderoso opioide sintético que se tornou um problema de saúde pública nos Estados Unidos nos últimos anos, sendo responsável por dezenas de milhares de mortes anualmente. Na segunda-feira, o alto representante dos Estados Unidos para o Comércio, Jamieson Greer, revelou que a crise do fentanil tinha sido abordada pela primeira vez nas conversações comerciais entre os Estados Unidos e a China. Os contactos entre os dois países decorreram desde o fim de semana, em Genebra. A questão do fentanil tem sido um dos principais pontos do confronto tarifário entre as duas potências, com Washington a pedir a Pequim para reprimir a produção e exportação ilegal dos produtos químicos que permitem o fabrico da substância. Questionado ontem sobre as sobre as perspectivas de diálogo sobre o assunto, Lin Jian disse que a China foi proactiva, mas não foi responsável pela crise. “Os Estados Unidos ignoraram a boa vontade da China e impuseram tarifas irracionais sobre o fentanil. Isso prejudica seriamente o diálogo e a cooperação entre China e EUA no combate às drogas e prejudica gravemente os interesses da China”, afirmou.
Pequim põe fim à proibição das companhias chinesas receberem aviões da Boeing Hoje Macau - 13 Mai 2025 A China levantou uma proibição que impedia há um mês as companhias aéreas chinesas de receberem aviões da Boeing, após as negociações comerciais com os Estados Unidos, que reduziram temporariamente os direitos aduaneiros de cada uma das partes. As autoridades de Pequim começaram a informar as transportadoras domésticas e as agências governamentais esta semana que as entregas de aviões fabricados nos Estados Unidos podem ser retomadas, segundo fontes chinesas em declarações à agência Bloomberg sob condição de anonimato, porque a informação é confidencial. Foi dada liberdade às companhias aéreas para organizarem as entregas nos seus próprios prazos e condições, acrescentou uma das fontes. A retoma das entregas à China constitui-se como um impulso imediato para a Boeing. O descongelamento ocorre no momento em que as duas maiores economias do mundo acordaram numa trégua tarifária, com os Estados Unidos a reduzirem para 30 por cento, durante 90 dias, as suas taxas combinadas de 145 por cento sobre a maioria das importações chinesas. A China concordou em reduzir os seus direitos aduaneiros de 125 por cento sobre os produtos americanos para 10 por cento e em eliminar outras contramedidas tomadas contra os Estados Unidos desde 02 de Abril. Até quando? Ainda assim, o restabelecimento das entregas de aviões poderá ser de curta duração, caso a guerra tarifária não venha a ser resolvida durante os três meses de suspensão. Nesse cenário, o gigante aeronáutico norte-americano sediado em Arlington, Virgínia, poderá ver o preço das suas aeronaves aumentar em comparação com os seus dois principais concorrentes, a europeia Airbus e a Commercial Aircraft Corporation of China (COMAC), que procura ganhar terreno no mercado doméstico com o apoio estatal. A Boeing foi poupada às tarifas durante o último episódio da guerra comercial, durante a primeira presidência de Trump (2017-2021), mas as suas vendas ao ‘gigante’ asiático têm vindo a cair desde 2019. Em 2022, a expectativa era que 25 por cento das entregas internacionais da Boeing fossem para a China, mas em 2023 o número desceu para 9 por cento. Por outro lado, os especialistas acreditam que, se a guerra comercial não for estancada, a disputa fará com que as empresas norte-americanas de todos os sectores vejam preços mais elevados por peças e matérias-primas que compram à China, o que significa que enfrentarão o duplo desafio de ter de realocar parte da respectiva produção e perder competitividade no mercado chinês.
CELAC | Xi promete 8,3 mil milhões à América Latina e Caraíbas Hoje Macau - 13 Mai 2025 O líder chinês, Xi Jinping, prometeu ontem conceder empréstimos no valor de 66 mil milhões de yuan (8,3 mil milhões de euros) à América Latina e às Caraíbas, numa cimeira com líderes dessas regiões. “Para apoiar o desenvolvimento dos países da América Latina e das Caraíbas, a China fornecerá um crédito de 66 mil milhões de yuan”, disse Xi, na abertura do fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e das Caraíbas). Em Pequim, o dirigente elogiou as relações de longa data do país com os países-membros da CELAC, num momento de “confronto entre blocos”. “Embora a China, a América Latina e as Caraíbas estejam distantes, os dois lados têm uma longa história de trocas amigáveis”, disse Xi. “Só através da unidade e da cooperação é que os países podem salvaguardar a paz e a estabilidade mundiais e promover o desenvolvimento e a prosperidade em todo o mundo”, disse o líder chinês, denunciando “a intimidação e a hegemonia”, numa referência aos Estados Unidos. Xi prometeu apoio aos países da América Latina e das Caraíbas para que “rejeitem a interferência externa” e “sigam um caminho de desenvolvimento alinhado com as suas condições nacionais”. “A China apoia as nações regionais na defesa da sua soberania e independência nacional”, acrescentou. Na segunda-feira, a China e dos Estados Unidos anunciaram um acordo, com a validade de 90 dias, com efeitos a partir de 14 de Maio, ao abrigo do qual reduzirão os direitos aduaneiros mútuos em 115 por cento. Sem vitórias Nas primeiras declarações públicas após este acordo, Xi Jinping declarou que “as práticas intimidatórias e autoritárias só levam ao isolamento” e que “não há vencedores numa guerra comercial”. Após a abertura do fórum, Xi Jinping deverá reunir-se com o homólogo brasileiro Lula da Silva, com quem também assinará acordos para ampliar a cooperação bilateral. Além de serem membros do G20, Brasil e China, juntamente com Rússia, Índia e África do Sul, são fundadores do bloco BRICS. O Brasil ocupará a presidência anual do BRICS em 2025 e será o anfitrião da sua próxima cimeira, pelo que se espera que Xi Jinping visite o Brasil nos próximos meses.
Novos aterros | Zona Este 2 com centro de saúde no final do ano Andreia Sofia Silva - 13 Mai 2025 Kuok Cheong U, director do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ), garantiu ontem que a Zona Este 2 dos novos aterros terá um novo centro de saúde a funcionar no final deste ano. Porém, os recursos humanos aí existentes vão depender da procura em termos de população. “Na Zona Este 2, em finais do corrente ano, o centro de saúde vai estar a funcionar, mas temos de ver qual será a situação da ocupação da habitação. Sabemos que não vai haver aí um aumento brusco da população e temos de ter em conta a procura para mobilizar os recursos humanos. Vamos também recrutar mais pessoas.” Em relação ao novo hospital das ilhas, Kuok Cheong U admitiu que “está a necessitar de mais recursos humanos”, prevendo-se a criação “da carreira de médico adjunto para o hospital e zona dos novos aterros”. “Temos de ponderar o número de pessoas que saem dos postos de trabalho para a reforma e iremos avaliar as necessidades do pessoal na área da medicina. Queremos contratar mais pessoas para termos uma reserva de pessoal na área da saúde”, adiantou.
Governo admite nova consulta sobre lei de trabalho a tempo parcial Andreia Sofia Silva - 13 Mai 2025 Tai Kin Ip, secretário para a Economia e Finanças, admitiu abrir nova consulta pública sobre a legislação do trabalho a tempo parcial, mas agora com foco noutros sectores de actividade, como o emprego nas novas tecnologias e inteligência artificial (IA). “Fizemos uma consulta pública em 2017 e não chegamos a um consenso entre trabalhadores e empregadores, e não conseguimos promover esse trabalho. Iremos reavaliar se é possível refazer todo esse trabalho, pois passaram-se oito anos. Estamos em 2025 e temos os profissionais liberais, as novas tecnologias e a IA, e é necessário recolher mais opiniões e reavaliar tudo isso, além de vermos como esses sectores se estão a desenvolver no exterior”, disse. A questão foi levantada pelo deputado Leong Hong Sai. “Há muitas pessoas que estão a trabalhar a tempo parcial, e será que há garantias de protecção das suas regalias? Há que ter uma lei avulsa para proteger os seus direitos. Em 2017 houve uma consulta pública sobre esse regime de trabalho a tempo parcial e todos deram o seu apoio, mas não houve consenso na altura. Será que o Governo vai definir uma calendarização para acompanhar este assunto mais uma vez?”, questionou. Problema chamado emprego No debate de ontem, dedicado a responder a interpelações orais dos deputados, o emprego, ou a falta dele, para os locais foi um dos temas mais discutidos. Ron Lam U Tou, um dos deputados mais intervenientes, levantou a questão de haver excesso de trabalhadores não residentes (TNR) que ocupam vagas destinadas a residentes. “Há sectores em que os locais são prejudicados pelos TNR. Há pessoas que fazem os estágios dos planos ‘Emprego+Formação’ e que depois são despedidas, e podem sê-lo mesmo sem justa causa. Há quem tenha estudado no exterior, regressa e depois não consegue trabalho em Macau. Há TNR que chegam e que, ao fim de um mês, ocupam o lugar e o residente perde o seu trabalho. Os trabalhadores locais estão a ser afectados pelos TNR”, resumiu.
Casinos-satélite | Deputados questionam colocação dos trabalhadores e das mesas de jogo Andreia Sofia Silva - 13 Mai 2025 Foi mais de uma hora a debater a questão dos casinos-satélite: ontem, no hemiciclo, os deputados exigiram dados e respostas concretas sobre o eventual fecho destes casinos, a situação dos trabalhadores e a relocalização das mesas de jogo. O secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, afirmou que o Governo está preparado e que cabe às concessionárias negociar com trabalhadores eventuais saídas ou mudanças de cargos Há que garantir a “tigela de arroz” ou o “pão nosso de cada dia” dos trabalhadores dos casinos-satélite que poderão fechar portas. O Governo diz estar preparado para a possibilidade de os trabalhadores ficarem sem emprego, mas os deputados questionaram ontem o secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, na Assembleia Legislativa (AL), exigindo informações mais concretas. Tai Kin Ip referiu que “os deputados disseram aqui uma palavra: ‘Se’. O Governo fez um plano de acordo com essa mesma palavra: ‘Se'”. Os detalhes desse mesmo plano não foram avançados, tendo o governante frisado que “em relação à transição dos casinos-satélite, as concessionárias têm de negociar com os trabalhadores, tratando-se de uma situação comercial, e o Governo envidará esforços para ajudar e coordenar. O Governo responde a esse ‘Se’ apenas consoante a situação real”, adiantou. Foram 12 perguntas na primeira ronda, às quais Tai Kin Ip respondeu que foi feita “uma avaliação suficiente que abrange a situação do funcionamento dos casinos-satélite e lojas envolventes, bem como a situação dos trabalhadores, incluindo croupiers”. “Estamos bem preparados para isso, e dominamos o assunto. Há um prazo de três anos para a transição e as normas estão bem estabelecidas. Cabe às concessionárias negociar com os trabalhadores dos casinos-satélite e o Governo vai desempenhar o papel de coordenação de todas as partes. Estamos a avaliar as necessidades das lojas nas zonas envolventes, porque queremos criar um ambiente favorável às PME”, disse ainda. E as mesas de jogo? Os primeiros deputados a intervir sobre esta matéria foram Leong Sun Iok, José Pereira Coutinho e Leong Hong Sai, que questionaram também o aumento dos trabalhadores não residentes. Leong Sun Iok levantou um ponto sobre o mobiliário: o que se vai fazer com as mesas de jogo se os casino-satélite fecharem. “Como vão ser distribuídas, vão ser relocalizadas para outros casinos, ou serão adoptadas outras medidas?”, questionou. Também a deputada Angela Leong, pertencente ao conselho de administração da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) Resorts, deixou uma sugestão, tendo em conta a sua “experiência”: “cada mesa de jogo necessita de sete a oito trabalhadores, e se esta mesa for para outra concessionária, os trabalhadores podem ‘seguir’ essa empresa. Estão também envolvidos informáticos ou trabalhadores de relações públicas, por exemplo, que são contratados pelos casinos-satélite. O Governo pode ponderar essa via, que é a de os trabalhadores seguirem a mesa”. Questionaram-se ainda prazos para medidas efectivas e se já existe um consenso sobre o número de casinos-satélite a fechar, do total dos 11 existentes. Ella Lei, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), referiu que “há que ponderar de forma profunda sobre a situação para que os trabalhadores possam proteger a sua tigela de arroz”. “Como vai ser feita a distribuição das mesas de jogo, se houver casinos-satélite que não continuam a funcionar? Não é depois de existirem trabalhadores despedidos que se vai pensar na sua transferência para outras empresas ou na sua conversão laboral”, disse. A deputada afirmou que “os trabalhadores estão inquietos e se sentem numa situação passiva”, existindo “muita instabilidade”. Já Ngan Iek Hang referiu que há pensar na questão dos trabalhadores distribuídos por três blocos, nomeadamente “os relacionados com as concessionárias, os que estão em regime de outsourcing e os que estão ligados a cargos de gestão”. “Se os casinos-satélite deixam de existir, como se mantém o posto de emprego e o pão de cada dia? Há famílias em que o casal trabalha no casinos-satélite e os filhos vão sofrer”, rematou.
Encontro | Xia Baolong destaca nacionalismo de empresários Hoje Macau - 13 Mai 2025 O director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, reuniu com representantes do sector industrial e comercial de Macau. Segundo o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, os temas principais do encontro foram “a implementação do espírito do importante discurso proferido pelo Presidente Xi Jinping aquando da sua visita a Macau, a promoção do desenvolvimento de Hong Kong e de Macau, e o apoio à criação de uma nação forte”. Segundo André Cheong, Xia Baolong “reconheceu a longa e excelente fidelidade do sector industrial e comercial de Hong Kong e de Macau a ‘amar a pátria e Hong Kong’”, e apresentou “opiniões e exigências explícitas relativamente à resposta aos riscos e desafios externos no contexto actual”. O secretário indicou que o “importante discurso” de Xia Baolong firmou a confiança dos presentes “no sentido de tomar acções práticas para amar a pátria e defender Macau”. Xia Baolong | Secretária diz que discurso foi “perspicaz e sincero” A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, desfez-se em elogios em relação a Xia Baolong, director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, tendo em conta o discurso por este proferido no âmbito de uma reunião com os representantes dos sectores industrial e comercial. Para a secretária, tratou-se de um discurso “perspicaz e sincero” num encontro onde foram apresentadas “quatro exigências, nomeadamente incentivar o espírito de luta, fomentar a confiança no desenvolvimento, tirar partido das vantagens das empresas e divulgar a história de Hong Kong, Macau e do País”. O Lam disse ainda que “os colegas da área dos Assuntos Sociais e Cultura encontram-se inteiramente dedicados a implementar as directrizes estabelecidas pelo Presidente Xi Jinping durante a sua visita a Macau no ano passado, assim como a delinear meticulosamente o trabalho a ser executado”.
Joey Lao pede mais acção no desenvolvimento de Hengqin João Luz e Nunu Wu - 13 Mai 2025 O tempo para a complacência e atitude passiva e meramente observadora chegou ao fim. É assim que o presidente da Associação Económica de Macau, Joey Lao, vê a forma como o Executivo da RAEM encara Hengqin e a zona de cooperação aprofundada. O ex-deputado e economista defende que o Governo de Macau tem de ultrapassar a atitude “observadora” relativamente aos assuntos relacionados com Hengqin e participar activamente na governação nacional, tratando o desenvolvimento da zona de cooperação aprofundada como se estivesse a construir a sua própria casa. A ideia consta de um artigo de opinião assinado pelo ex-deputado e publicado ontem no jornal Ou Mun, na sequência da visita de inspecção a Macau do director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, que terminou ontem. Durante a passagem por Macau, o representante do Partido Comunista da China sublinhou que o Governo da RAEM deve encarar o desenvolvimento de Hengqin como um assunto seu, como uma prioridade de política local. Joey Lao apontou que Macau tem de quebrar barreiras sistemáticas, promover vantagens complementares e procurar a integração com a Ilha da Montanha, de forma a criar um novo espaço que impulsione o forte desenvolvimento de Macau. O ex-deputado recordou que durante a visita do presidente Xi a Hengqin no final do ano passado, o líder chinês salientou a necessidade de serem atingidos resultados substantivos da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin a nível da diversificação económica da RAEM e da qualidade de vida e conveniência dos residentes que vivem e/ou trabalham em Hengqin. Por outro lado Face à complexa conjuntura internacional, Joey Lao considera que Macau deve adoptar uma perspectiva mais ampla e a longo-prazo. “A RAEM e todos os sectores da sociedade precisam de reforçar a consciência de defesa do país, do amor a Macau e de estar preparada para enfrentar perigos”, indica o antigo legislador sem especificar. O economista abordou ainda aquilo a que chama de “contradições profundas na economia” e na capacidade industrial de Macau, referindo que subsistem há muito tempo sem resolução, tornando incontornáveis os desafios e riscos ao nível do desenvolvimento económico. Situações que não podem ser ignoradas. Ainda sobre a ideia de Macau encarar Hengqin como a sua própria casa, Au Kam San partilhou no Facebook uma opinião discordante da proferida por Xia Baolong. O ex-deputado entende que para Macau tratar o desenvolvimento de Hengqin como um assunto local, da sua esfera própria, a Ilha da Montanha deveria ser cedida totalmente à RAEM. Au Kam San exemplificou as assimetrias com o facto de o Produto Interno Bruto de Hengqin não ter qualquer relação com Macau, assim como as receitas fiscais apurados do outro lado da fronteira, onde não é possível oferecer empregos a residentes de Macau com salários que correspondam aos padrões de vida da RAEM. O ex-deputado alerta ainda para a possibilidade de Macau vir a sofrer economicamente, sem capacidade para se diversificar, se aplicar demasiados investimentos em Hengqin, descurando a economia local.