Ká Hó | Caso colectivo de covid-19 em lar

Foi detectado um caso colectivo de covid-19, com seis infectados, no Lar de Cuidados de Ká Hó da Federação das Associações dos Operários de Macau, em Coloane, perto da Estrada de Nossa Senhora de Ká Hó.

A informação foi divulgada ontem pelos Serviços de Saúde (SS). Segundo a mesma fonte, os doentes começaram a desenvolver sintomas, como febre e tosse, e logo no dia 3 de Março, quando sugiram os primeiros resultados positivos do teste rápido de antigénio para a Covid-19.

Um dos doentes teve ser internado, devido a “febre alta e persistente”. “As condições clínicas dos outros doentes são consideradas estáveis, não foram registados casos graves ou outras complicações”, apontaram os SS. Após a infecção, o estabelecimento aplicou as “medidas de controlo da infecção, como o reforço na desinfecção, limpeza e manutenção da ventilação de ar no interior das instalações”.

Covid-19 | Governo acelera medicação em lares

Os Serviços de Saúde (SS) vão acelerar a prescrição e envio e medicamentos para a covid-19 destinados a utentes de lares de idosos. A medida foi tomada depois de terem surgido várias infecções colectivas de covid-19 em lares do território.

O médico do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, Ieong Chon Kit, garantiu que foi solicitado ao Instituto de Acção Social que proceda à testagem de todos os indivíduos, utentes e funcionários, com sintomas do foro respiratório de forma a acelerar a prescrição de fármacos.

Ieong Chon Kit voltou a deixar o alerta de que idosos e portadores de doenças crónicas têm maior risco de desenvolver doenças graves não se receberem a medicação adequada dentro de cinco dias depois da infecção.

8 Mar 2024

Casa de Portugal | Amélia António reeleita presidente

Amélia António foi reeleita na presidência da Casa de Portugal em Macau (CPM) na quarta-feira, renovando o mandato por mais dois anos. Em declarações à TDM – Rádio Macau, a responsável denotou melhorias na contabilidade da instituição, mas alertando para o problema de “substituir os quadros qualificados que nos últimos anos abandonaram a região”.

Como tal, a grande missão do novo mandato será estabilizar a Escola de Artes e Ofícios da COM. Na nova direcção da instituição, destaque para os estreantes Francisco Ricarte e Pedro d’Alte como vogais. Aliás, a CPM apresenta hoje o livro “Imagótipos femininos nas literaturas em português a Oriente”, da autoria de Pedro d’Alte, que estará patente na Casa de Vidro, Praça do Tap Seac.

8 Mar 2024

APN | Delegação de Macau reuniu com vice-primeiro-ministro

A delegação da RAEM na Assembleia Popular Nacional (APN) reuniu-se ontem de manhã com o vice-primeiro-ministro chinês, Ding Xuexiang membro do Comité Permanente do Politburo e também o responsável pelos assuntos de Macau e Hong Kong.

A membro da delegação Macau e presidente dos Kaifong, Ng Sio Lai, referiu à saída da reunião que Ding Xuexiang destacou a qualidade de vida da população de Macau e a recuperação da economia no período pós-pandémico.

O vice-primeiro-ministro deixou também a esperança de que os delegados de Macau na APN trabalhem em conjunto para unir todos os sectores da sociedade de Macau. A responsável da União Geral das Associações dos Moradores de Macau garantiu que irá promover o espírito das Duas Sessões e a salvaguarda da segurança nacional.

Participaram também na reunião Xia Baolong, director do Gabinete para os Assuntos de Macau e Hong Kong do Comité Central do Partido Comunista da China, e Zheng Xincong, director do Gabinete de Ligação em Macau.

Hengqin | Chan Hong defende visto especial para residentes

A membro de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) Chan Hong considera fundamental ao sucesso da zona de cooperação aprofundada garantir a conveniência dos cidadãos chineses que residem em Hengqin.

A ex-deputada sugeriu um reforço da cooperação com a autoridades do Interior da China para criar um visto especial para que estes moradores na Ilha da Montanha possam entrar em Macau todas as semanas.

Em Pequim, para participar nas Duas Sessões, a responsável deu como exemplo a política de visto individual de Shenzhen para a deslocação a Hong Kong, que permite aos cidadãos chineses entrar na RAEHK uma vez por semana durante um ano.

8 Mar 2024

FMI | Macau cresce 13,9% este ano e volta a nível pré-covid em 2025

O Fundo Monetário Internacional previu que a economia de Macau vai crescer 13,9 por cento em 2024 e regressar aos níveis pré-pandemia no próximo ano. Porém, a instituição recomenda a simplificação da contratação de pessoal qualificado do exterior

 

Este ano, a economia da RAEM poderá crescer 13,9 por cento, segundo a estimativa apontada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Depois de uma subida de 80,5 por cento em 2023, “o forte crescimento” do Produto Interno Bruto (PIB) da região continua este ano e não apenas devido à recuperação no sector do jogo, de acordo com um comunicado divulgado ontem, no final de uma missão de duas semanas a Macau.

A organização internacional acrescentou que também os “sólidos investimentos privados”, em parte ligados ao compromisso das operadoras de casino em investir em áreas não ligadas ao jogo, vão ajudar o PIB a voltar em 2025 ao nível registado antes da pandemia da covid-19.

As seis concessionárias de casinos comprometeram-se a investir mais de 100 mil milhões de patacas até ao final de 2032, no novo contrato de concessão válido por 10 anos, em vigor desde 1 de Janeiro de 2023.

O contrato previa ainda que, depois de as receitas dos casinos terem atingido 180 mil milhões de patacas em 2023, cada uma das operadoras terá de investir mais 2,4 mil milhões de patacas.

Espalhar os ovos

O FMI indicou ainda que, a médio prazo, a prioridade deve ser a diversificação da economia, muito dependente do turismo e dos casinos, e “aumentar a resiliência a choques futuros”, nomeadamente vindos da China continental.

O organismo avisou que “um abrandamento mais acentuado do que o esperado no sector imobiliário, as tensões no financiamento dos governos locais e o declínio do investimento, ou o aumento das tensões geopolíticas” podem atingir a economia chinesa e afectar Macau.

Assim sendo, os técnicos do FMI sugeriram mais “investimentos públicos em capital humano” e à simplificação dos requisitos para contratar trabalhadores qualificados do exterior, de forma a ajudar as empresas de Macau “a competir por talentos estrangeiros”, vitais para diversificar a economia.

Recorde-se que desde Agosto do ano passado que Macau não está a aceitar novos pedidos de residência para portugueses fundamentados com o “exercício de funções técnicas especializadas”, permitindo apenas justificações de reunião familiar ou anterior ligação à região.

As novas orientações eliminam uma prática firmada logo depois da transferência da administração portuguesa de Macau para a China, em 1999. A alternativa para um português garantir a residência passa por uma candidatura aos recentes programas de captação de quadros qualificados. Outra hipótese é a emissão de um ‘blue card’, cuja autorização de permanência no território depende de um contrato de trabalho válido, sem benefícios ao nível da saúde ou da educação.

O relatório acrescenta que o surgimento de outros polos de jogo no continente asiático pode afectar a indústria do turismo de Macau a médio-prazo. Porém, é indicado que a recuperação das receitas dos casinos locais superou as expectativas, assim como a rápida integração na Grande Baía, são factores que podem traduzir-se num robusto crescimento económico.

O FMI reconhece a desigualdade na recuperação do sector de jogo e do resto da economia, assim como um hiato negativo de produtividade que conduz à continuidade de pedidos de apoios públicos. A acrescentar a este cenário, a equipa do FMI destaca a necessidade de aumentar a despesa pública para fortalecer a resiliência de infra-estruturas essenciais contra fenómenos climáticos, assim como na educação e serviço de saúde a fim de apoiar a diversificação da economia e o reequilíbrio do sector externo.

8 Mar 2024

Macau perto de atingir capacidade máxima para acolher turistas – analista

Um analista disse à Lusa que Macau tem de dar prioridade às épocas baixas e reduzir a dependência dos picos turísticos, uma vez que a região está perto da capacidade máxima para acolher visitantes.

Apesar dos feriados do Ano Novo Lunar, um dos picos turísticos na China, os casinos da região arrecadaram 18,5 mil milhões de patacas em Fevereiro, menos 4,4 por cento do que no mês anterior.

No mês passado, as receitas diárias do jogo caíram 24 por cento, mais do que esperado, depois da semana do Ano Novo Lunar, entre 10 e 17 de Fevereiro, escreveram analistas do banco de investimento Goldman Sachs, numa nota.

“Ficámos muito surpreendidos”, disse à Lusa o analista da consultora de jogo IGamix Ben Lee.

Lee sublinhou que este foi o primeiro Ano Novo Lunar desde a detenção, em Novembro de 2021, de Alvin Chau Cheok Wa, líder da Suncity, a maior ‘junket’ do mundo, que fez cair de 85 para 18 o número de licenças de promotores de jogo emitidas em Macau.

Ben Lee disse que os casinos de Macau ainda não conseguiram compensar o impacto da repressão das grandes apostas, que ajudavam a prolongar o efeito positivo dos picos turísticos.

 

Muda de rumo

Enquanto o mercado de massas ultrapassou, no mês passado, o valor registado em igual período de 2019, o jogo VIP representou menos de um quarto dos níveis pré-pandemia, disseram analistas do banco de investimento J.P. Morgan, numa nota.

“Os casinos terão agora de reorientar a estratégia para o mercado de massas e procurar acolher mais eventos não ligados ao jogo”, disse o analista da IGamix.

Mas Lee defendeu que qualquer campanha ou atracção turística “deve sempre ser feita nas épocas baixas”, até porque “a capacidade turística [de Macau] deve atingir 100 por cento ainda este ano”.

Mais de 1,3 milhões de pessoas visitaram Macau na semana do Ano Novo Lunar e a taxa média de ocupação hoteleira atingiu 95 por cento, disse a Direção dos Serviços de Turismo do território.

Na terça-feira, o Instituto Cultural anunciou o regresso, a 24 de Março, do Desfile Internacional de Macau, após um interregno de quatro anos devido à pandemia, com artistas de Portugal, Brasil e Moçambique.

A directora do Instituto Cultural, Leong Wai Man, disse que a data do desfile foi mudada do final do ano, período que “tem muitas atividades culturais”, para a Primavera, uma época em que “há menos eventos de grande escala”.

Ben Lee lembrou ainda que “se Macau quiser ter alguma hipótese de ir atrás do mercado asiático, a única possibilidade será fora das épocas altas”.

Durante os picos turísticos da China continental, “a infraestrutura, os transportes públicos não aguentam”, considerou o analista.

As seis operadoras de Macau assinaram novos contratos de concessão de dez anos, em vigor desde 01 de Janeiro de 2023, depois de um concurso público em que as autoridades exigiram a aposta em elementos não jogo e visitantes estrangeiros.

7 Mar 2024

Tecnologia | Governo quer acelerar desenvolvimento de IA e computação quântica

O Governo vai pôr em marcha projectos para uma integração cada vez maior da inteligência artificial em sectores como a indústria, agricultura e serviços

 

A China vai intensificar os esforços no domínio da inteligência artificial (IA) e elaborar planos de desenvolvimento para tecnologias emergentes como a computação quântica, de acordo com um relatório de trabalho do Governo apresentado ontem.

O plano faz parte da estratégia do país para alcançar a auto-suficiência tecnológica e reduzir a sua dependência de fornecedores estrangeiros.

No documento lança-se a iniciativa “AI Plus”, para promover a integração da IA com a economia real e acelerar a sua aplicação em sectores-chave.

As autoridades esperam que a iniciativa acelere a aplicação da tecnologia de IA em sectores como a indústria, agricultura e serviços, melhorando a eficiência e a qualidade da produção.

A iniciativa, que vai promover a criação de novos modelos de negócio e a transformação das indústrias tradicionais, tem também como objectivo reforçar a competitividade internacional da China em ciência e tecnologia.

Quanto à computação quântica, não há planos específicos, mas a sua inclusão no relatório reflecte o interesse da China por esta tecnologia emergente e o seu potencial para resolver problemas complexos em vários domínios.

 

IA no horizonte

 

Nas “Duas Sessões”, as reuniões anuais da Assembleia Popular Nacional e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), uma espécie de senado sem poderes legislativos, os líderes das empresas tecnológicas do país asiático apresentaram uma série de propostas para promover o desenvolvimento da IA, informou o portal económico Yicai.

O presidente da empresa tecnológica Xiaomi, Lei Jun, defendeu a popularização das aulas de IA no ensino obrigatório, a promoção de carreiras de IA nas universidades e o apoio à formação de talentos especializados em IA aplicada.

Zhou Hongyi, presidente da 360 Security Technology, sublinhou a importância da segurança na IA e sugeriu que os modelos de linguagem com mais de 10 mil milhões de parâmetros são suficientes para determinados domínios.

Liu Qingfeng, presidente da empresa tecnológica iFlytek, salientou que a China deve “colmatar o fosso com os Estados Unidos” e obter vantagem nas aplicações industriais e na criação de valor.

Em 2023, a indústria de IA da China atingiu uma dimensão de 500 mil milhões de yuan, com mais de 4.400 empresas, de acordo com dados do Centro de Desenvolvimento da Indústria da Informação da China.

As expectativas para o futuro da IA na China são “positivas”, segundo a mesma fonte, que prevê que o mercado de grandes modelos de IA, um subsector chave desta tecnologia, atinja 2,1 mil milhões de dólares até 2024, o que representa um crescimento anual de 110 por cento.

6 Mar 2024

Desfile de Macau regressa com artistas lusófonos após quatro anos de interregno

Artistas de Portugal, Brasil e Moçambique vão participar no Desfile Internacional de Macau, que regressa às ruas da cidade no dia 24 de Março, após um interregno de quatro anos devido à pandemia, foi ontem anunciado.

Numa conferência de imprensa, o Instituto Cultural (IC) revelou que a edição deste ano vai contar com a malabarista portuguesa Dulce Duca, a artista de circo brasileira Odília Nunes e o grupo Marionetas Gigantes de Moçambique.

A presidente do Instituto Cultural, Deland Leong Wai Man, disse que o desfile terá cerca de 1.800 artistas, entre os quais 15 e 20 grupos vindos do exterior, nomeadamente da Itália, Espanha, Noruega, Reino Unido, França, Togo, China continental e Hong Kong. O evento deverá contar ainda com 64 grupos locais, entre os quais vários de matriz lusófona, como a Associação Desportiva e Cultural de Capoeira de Macau, a Associação de Danças e Cantares Portuguesa ‘Macau no Coração’, a Casa de Portugal em Macau e a Casa do Brasil em Macau.

O desfile faz parte das celebrações do 25.º aniversário da transferência de administração da região de Portugal para a China.

O evento começa nas Ruínas de São Paulo e, ao longo de quatro horas, irá passar por vários edifícios do Centro Histórico de Macau, considerado Património Mundial pela UNESCO em 2005, incluindo a Igreja de São Domingos e o Largo do Senado.

 

Para aquecer

Antes do desfile, entre 17 e 23 de Março, os grupos irão participar numa série de actividades de rua e de arte na comunidade.

O orçamento para este ano é de cerca de 7 milhões de patacas, menos de um terço do que na última edição em 2019 (23,3 milhões de patacas). Esta “redução significativa” deve-se à colaboração com as seis concessionárias de casinos, revelou Deland Leong Wai Man à Lusa.

O orçamento inclui um subsídio entre 10 mil e 120 mil patacas para cada grupo, que poderá ainda receber oito prémios atribuídos pela organização, entre os quais melhor interpretação e melhor design.

O IC decidiu mudar o desfile do final do ano, período que “tem muitas actividades culturais”, para a Primavera, uma época em que “há menos eventos de grande escala”, disse Leong Wai Man. “Queremos fazer esta experiência, organizar um evento de grande escala na Primavera”, disse a presidente do instituto.

Leong demonstrou ainda confiança que o desfile possa atrair mais visitantes a Macau, numa estação baixa para o turismo da região, e lembrou que o evento irá ser transmitido em directo em várias televisões locais e do exterior.

6 Mar 2024

APN | Legislativo arranca com foco na economia, tecnologia e natalidade

Os objectivos da Assembleia Popular Nacional, que decorre em Pequim até ao próximo dia 11 com a participação de cerca de 3.000 delegados, passam por dar um novo alento à situação económica e à política de natalidade

 

O órgão máximo legislativo da China inicia hoje a sua reunião anual, focada em estimular uma economia em desaceleração e promover políticas de incentivo à natalidade, face à queda abrupta no número de nascimentos.

A Assembleia Popular Nacional (APN), cuja sessão anual decorre até 11 de Março, é descrita pela imprensa oficial como o “supremo órgão do poder de Estado na China” e a “expressão máxima da democracia socialista”.

O presidente da assembleia, Zhao Leji, é oficialmente o número dois da hierarquia chinesa, a seguir ao secretário-geral do Partido Comunista e Presidente, Xi Jinping. O primeiro-ministro, Li Qiang, é o número três.

Os cerca de 3.000 delegados na APN, entre os quais uma representação das Forças Armadas, não são, porém, eleitos por sufrágio directo, e o “papel dirigente” do Partido Comunista Chinês (PCC) é “um princípio cardial”.

Entre os delegados, está a elite política, líderes empresariais, tecnológicos, mediáticos e artísticos do país.

Durante esta semana, os delegados vão aprovar novas leis, nomeações políticas e relatórios de trabalho do governo que detalham o progresso de vários departamentos e ministérios. O orçamento para a Defesa ou a meta de crescimento económico são, habitualmente, anunciados no primeiro dia.

Este ano, o evento deverá ser dominado pelo abrandamento da economia chinesa.

Também a política de planeamento familiar deve merecer especial atenção. Segundo dados oficiais, em 2023, a população chinesa diminuiu em dois milhões de pessoas. O número marca o segundo ano consecutivo de contracção, depois de a população ter caído 850.000, em 2022, quando se deu o primeiro declínio desde 1961.

A queda e o envelhecimento da população estão a preocupar Pequim, porque privam o país de pessoas em idade activa para manter o ímpeto económico. A crise demográfica, que chegou mais cedo do que o esperado, está já a afectar o sistema de saúde e de pensões, segundo observadores.

A reunião deve também debater políticas para o sector tecnológico, incluindo a regulação da tecnologia de inteligência artificial, num período de rivalidade com o Ocidente pelo domínio das indústrias do futuro.

A APN irá ainda nomear os novos membros do Comité Permanente – o órgão permanente de 175 membros da legislatura -, depois de, no último ano, 11 membros terem sido destituídos, incluindo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, e o ministro da Defesa, Li Shangfu.

A sessão anual da APN decorre em paralelo com a Conferência Política Consultiva do Povo Chinês, uma espécie de senado, sem poderes legislativos, e cuja reunião arrancou ontem.

 

Vozes delegadas

Em 1992, um terço dos delegados votou contra ou absteve-se na votação sobre a Barragem das Três Gargantas, um projecto controverso de construção de uma barragem no Yangtsé, o terceiro rio mais longo do mundo.

Embora o público não tenha acesso ao debate durante o plenário, os delegados individuais e os órgãos como a Comissão Permanente podem moldar a legislação à medida que esta é elaborada e dar um contributo em questões como o orçamento nacional.

Os delegados podem também apresentar projectos de lei individuais que exortem a APN a agir sobre questões importantes na sociedade.

Em 2022, delegados apresentaram vários projectos de lei centrados nos direitos das mulheres e na violência doméstica.

5 Mar 2024

Objectivo de crescimento económico deverá ser de 5% este ano – analistas

Uma sondagem de analistas, realizada pelo portal de notícias económicas Yicai indicou que a China vai fixar a meta de crescimento económico para este ano em 5 por cento.

No ano passado, a economia chinesa cresceu 5,2 por cento, de acordo com dados oficiais, ultrapassando o objectivo oficial de “cerca de 5 por cento” fixado pelas autoridades.

Para Huang Wentao, economista-chefe da empresa de assessoria financeira China Securities, esta medida vai ajudar a “melhorar as expectativas e a aumentar a confiança”, uma opinião partilhada por Luo Zhiheng, que ocupa o mesmo cargo no Yuekai Securities e acredita que o objectivo “pode aliviar as tendências negativas na economia real, as recentes quedas nos mercados de capitais e a ansiedade social”.

 

Caminho íngreme

Zhang Jun, economista-chefe do China Galaxy Securities, disse que a fixação da meta em 5 por cento “mostraria que o Governo tem confiança no crescimento económico”, à medida que o peso da crise imobiliária na economia se dissipe e o sector industrial e o consumo apoie a recuperação.

Zhang acrescentou que o Governo vai fixar o objectivo do défice oficial em 3,5 por cento, aumentando em meio ponto relativamente ao ano passado, aumentado no final de Outubro para um valor recorde de 3,8 por cento, devido a uma emissão especial de obrigações.

As expectativas de crescimento dos analistas inquiridos pelo Yicai estão em linha com outra sondagem divulgada ontem pela agência Bloomberg, também com base em sondagens de 27 economistas, a maioria dos quais espera que Pequim reponha o objectivo em “cerca de 5 por cento”.

Nos últimos dias, economistas de empresas como a Natixis, a UBS, a Moody’s Analytics e a Capital Economics também apostaram neste valor, com esta última a sublinhar que seria uma decisão “bastante ambiciosa”.

A consultora Oxford Economics distanciou-se e colocou a previsão um pouco mais baixa, num intervalo “entre 4,5 e 5 por cento”.

A facilidade de atingir uma taxa de crescimento de 5 por cento não será a mesma do ano passado devido ao efeito de base comparativa, uma vez que em 2022 o produto interno bruto da segunda maior economia do mundo cresceu apenas 3 por cento, face às duras restrições e confinamentos impostos pela política chinesa durante a pandemia da covid-19.

As últimas previsões do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial apontam para um crescimento económico da China este ano entre 4,6 por cento e 4,5 por cento, respectivamente.

5 Mar 2024

FRC | Mostra que celebra aniversário d’O Clarim inaugurada hoje

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta a partir de hoje, às 18:30, a Exposição Itinerante “Uma Ponte de Diálogo: 75.º Aniversário d’O Clarim”, na continuação da mostra principal que decorreu em Outubro e Novembro de 2023, no Centro Diocesano de Macau.

“O Jornal O Clarim concebeu um conjunto de painéis expositivos móveis, apresentando a história da impressão e a história dos meios de comunicação no território, bem como alguns conhecimentos de introdução à profissão jornalística. O objectivo é passar o testemunho ao público e à próxima geração, preservando a sua missão como ponte de informação e de formação, de diálogo entre a Igreja e os fiéis, bem como entre a Igreja e a sociedade”, aponta a FRC.

Além da exposição, O Clarim realizará ainda uma série de palestras. Na próxima quinta-feira, às 18:30, tem lugar a Palestra “Fotojornalismo: Experiência na Cobertura de Eventos da Igreja”, com o orador convidado, Oswald Vas. Na quinta-feira seguinte, dia 14 de Março também às 18:30, será a vez da Palestra “Liberdade na Imprensa Religiosa”, com o orador José Miguel Encarnação. Ambas serão moderadas por Jasmin Yiu e apresentadas em língua inglesa.

A mostra vai estar patente ao público na FRC até ao dia 16 de Março.

 

5 Mar 2024

Finanças | Receitas públicas quase quadruplicaram em Janeiro

A receita corrente de Macau quase quadruplicou em Janeiro, em comparação com o mesmo mês de 2023, graças à recuperação dos impostos sobre o jogo, com o Governo a aumentar a despesa pública em 28,5 por cento

O ano começou em beleza para as contas públicas, com a receita corrente de Janeiro a ser quase quatro vezes superior ao registo de Janeiro de 2023. A boa performance foi impulsionada pela recuperação dos impostos cobrados às concessionárias de jogo.

A receita corrente em Janeiro foi de 10,3 mil milhões de patacas, o valor mais elevado desde 2019, antes do início da pandemia da covid-19, de acordo com os últimos dados publicados ‘online’ pelos Serviços de Finanças do território.

Desta receita corrente, o Governo arrecadou 7,34 mil milhões de patacas em impostos sobre o jogo, indicou o último relatório da execução orçamental.

Em Janeiro, Macau recolheu 10,1 por cento da receita corrente projectada para 2024 no orçamento da RAEM, que é de 102 mil milhões de patacas.

No final de Dezembro, o Centro de Estudos e o Departamento de Economia da Universidade de Macau previu que as receitas do Governo podem atingir 109,6 mil milhões de patacas, mais 7,5 por cento do que o estimado pelas autoridades no orçamento para este ano.

 

Dinheiro para obras

Com a subida nas receitas, a despesa pública também aumentou 28,5 por cento para 5,07 mil milhões de patacas, graças ao investimento em infra-estruturas, que passou de zero em Janeiro de 2023 para 1,26 mil milhões de patacas no mês em análise.

Pelo contrário, a despesa corrente encolheu 3,5 por cento para 3,81 mil milhões de patacas devido a um corte de 10,2 por cento nos apoios sociais e subsídios dados à população.

O orçamento de Macau para 2024 prevê o regresso dos excedentes nas contas públicas, “não havendo necessidade de recorrer à reserva financeira”, após três anos de crise económica devido à covid-19. Desde 2020 que Macau só conseguiu manter as contas em terreno positivo devido a transferências da reserva financeira, que em 2023 atingiram 10,5 mil milhões de patacas.

Em Janeiro, a cidade teve um excedente de 5,24 mil milhões de patacas nas contas públicas, o valor mais elevado em quatro anos.

Os orçamentos do Governo de Macau tinham sido desde então marcados por sucessivas alterações e por pacotes de estímulo dirigidos às pequenas e médias empresas, à população em geral e ao consumo.

5 Mar 2024

IA | Novo modelo de conversão texto-vídeo Sora mobiliza sector

A competição global no campo das novas tecnologias de inteligência artificial conheceu um novo episódio com o lançamento do Sora. A China promete para breve o lançamento de modelos semelhantes de fabrico próprio no mercado asiático

 

O lançamento do modelo de conversão de texto em vídeo Sora voltou a alertar a China para um possível atraso nas tecnologias de inteligência artificial, observaram analistas, num período de intensa competição com os EUA.

“Foi como um balde de água fria”, afirmou Zhou Hongyi, fundador da empresa chinesa de segurança de redes 360 Security Technology, que se juntou à corrida do país asiático para lançar o seu próprio modelo de linguagem ao estilo do ChatGPT.

“Isto arrefeceu a cabeça de muitas pessoas [na China], obrigando-nos a ver a lacuna em relação a líderes estrangeiros do sector”, acrescentou Zhou, citado pela imprensa local.

O lançamento do ChatGPT, em 2022, também pela norte-americana OpenAI, levou já autoridades e investidores do país a questionarem se a China não está a ficar para trás numa indústria crucial nos planos de Pequim para tornar as empresas chinesas competitivas.

Mas a China enfrenta desafios acrescidos devido à falta de acesso a ferramentas fundamentais, como unidades avançadas de processamento gráfico (GPU) desenvolvidas pela norte-americana Nvidia, devido à imposição por Washington de restrições no fornecimento a entidades chinesas.

Após o lançamento do Sora, Pequim pediu às empresas estatais que assumam a liderança em inteligência artificial (IA). A Comissão de Supervisão e Administração de Activos Estatais do Conselho de Estado instou esta semana as empresas sob controlo direto do governo central a “abraçar as profundas mudanças trazidas” pela indústria.

Alguns dos gigantes chineses da Internet, incluindo os grupos Baidu, Tencent ou Alibaba, apresentaram já os seus próprios modelos de linguagem grande (LLM). Mas nenhum conseguiu ainda igualar o Sora.

Fernando Colaço, um português que fundou a empresa de programação COLACO Technology, em Pequim, alertou, no entanto, para a “especulação” e algum “sensacionalismo à mistura” na indústria, com demonstrações técnicas que “frequentemente apenas apresentam os resultados mais convenientes”, visando aliciar investidores “no que se está a tornar na nova corrida ao ouro”.

“Neste momento, há alguma dificuldade em saber quem está à frente, seja a nível de empresas ou países”, frisou. “No caso da China, como já aconteceu em muitos outros casos, e devido a diferenças culturais, não me surpreenderia se apenas revelarem um produto ou inovação apenas após este estar preparado para produção e sem muito alarido”, disse.

 

Descubras as diferenças

O grupo chinês ByteDance, proprietário da rede social de partilha de vídeos TikTok, afirmou que a sua ferramenta interna para criação de vídeos, o Boximator, ainda está na fase inicial.

“Continua a existir uma grande diferença em relação aos principais modelos de geração de vídeo em termos de qualidade de imagem, fidelidade e duração”, admitiu o grupo, em comunicado.

Xu Liang, empresário do sector baseado em Hangzhou, no leste da China, explicou também que não vai demorar muito até que o país asiático tenha modelos semelhantes àqueles apresentados pelos grupos norte-americanos.

“Nos próximos um ou dois meses vão haver modelos semelhantes aos do Sora a sair no mercado chinês e muitos no próximo semestre”, indicou Xu, ressalvando que poderá haver uma diferença significativa entre os produtos chineses e o Sora.

O isolamento no acesso aos mercados de capitais, equipamento e até profissionais especializados cria, no entanto, um contexto difícil para os competidores chineses, pela diferença nos valores de mercado entre as principais empresas tecnológicas da China e dos EUA.

Lu Yanxia, director de investigação da filial na China da International Data Corporation (IDC), consultora sobre tecnologias emergentes, afirmou que o país enfrenta actualmente uma escassez de dados de qualidade, necessários para treinar os modelos mais recentes, o que agrava os desafios decorrentes do seu acesso limitado a semicondutores avançados.

A falta de talento é outra preocupação, segundo Lu, uma vez que alguns dos melhores profissionais do país em matéria de IA foram recrutados pelas empresas de referência norte-americanas.

4 Mar 2024

BTL | Serviços de Turismo promovem Macau em Lisboa

Maria Helena de Senna Fernandes esteve na capital portuguesa para participar na Bolsa de Turismo de Lisboa, e destacou a importância de Macau ter sido designada como ‘destino preferido internacional da APAVT 2024’

A directora dos Serviços de Turismo de Macau considera a designação de Macau como ‘destino preferido internacional da APAVT 2024’ como uma “plataforma privilegiada” de promoção e “fundamental para redinamizar os fluxos turísticos de Portugal”.

Nesta altura em que a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) “move esforços para expandir as fontes de visitantes internacionais”, a Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT) é “um parceiro fundamental para impulsionar as relações turísticas com Portugal e a Europa”, disse Maria Helena de Senna Fernandes, durante o dia de Macau no pavilhão daquela associação, durante a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), em Lisboa. O evento terminou ontem.

A DST e a APAVT promoveram Macau na BTL, para impulsionar fluxos turísticos de Portugal e da Europa e diversificar as fontes de visitantes internacionais, de acordo com um comunicado dos Serviços de Turismo.

A APAVT vai continuar a destacar Macau como ‘Destino Preferido Internacional’ ao longo do ano nas comunicações, materiais promocionais e eventos da associação, “ajudando a elevar a imagem do destino, bem como a preparar terreno para o Congresso Nacional da APAVT de 2025, que atrairá centenas de operadores turísticos portugueses a Macau”.

Para o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, o trabalho das duas entidades “visa reerguer Macau como destino turístico de referência, desde logo em Portugal, mas também numa lógica ibérica e, a outro nível, europeia”.

A designação da RAEM como ‘Destino Turístico Preferido Internacional’, decidida em Dezembro no 48.º congresso da organização, “representa mais um passo de uma estratégia global” que vai trazer “muita visibilidade a Macau ao longo dos próximos anos”, acrescentou.

 

Aposta nas vendas

No ‘Dia de Macau’, na BTL, a APAVT lançou um programa de ‘e-learning’ para agentes de viagens portugueses, com conhecimentos gerais sobre o destino, património e cultura, gastronomia, entretenimento, como viajar para Macau e China, entre outras informações destinadas a facilitar o aumento de vendas de pacotes de viagem para Macau.

Ao longo dos próximos três meses, a APAVT vai ainda disponibilizar o programa para formar “especialistas de Macau” aos associados, indicou, na mesma nota, a DST.

A DST vai continuar a promover Macau com a APAVT junto dos operadores turísticos espanhóis e europeus, sendo a próxima iniciativa convidar um grupo de agentes turísticos europeus, para uma visita de familiarização durante a 12.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau em Abril, disse.

Este grupo vai incluir membros da APAVT, da Confederação Espanhola das Agências de Viagens (CEAV) e da Confederação Europeia das Agências de Viagens e Operadores Turísticos (ECTAA) para continuar a expandir os mercados de visitantes internacionais de Macau, referiu.

A 34.ª edição da BTL, com mais de 400 expositores e uma representação de mais de 1.400 empresas e instituições, arrancou na quarta-feira, em Lisboa, tendo sido até sexta-feira reservada a profissionais, e aberta ao público entre sábado e ontem.

4 Mar 2024

Melco reduziu prejuízos em 70,2% em 2023

A operadora de jogo em Macau Melco Resorts and Entertainment anunciou ontem um prejuízo de 277,6 milhões de dólares em 2023, menos 70,2 por cento do que no ano anterior.

Há quatro anos que a empresa regista prejuízos sem precedentes nas quatro propriedades que detém em Macau.

A Melco sublinhou que grande parte do prejuízo se deveu a uma desvalorização de 207,6 milhões de dólares no casino Altira, devido ao fim de acordos com empresas angariadoras de apostas VIP, conhecidas como ‘junkets’.

A detenção em Novembro de 2021 de Alvin Chau Cheok Wa, líder da Suncity, a maior ‘junket’ do mundo, e posterior condenação, em Janeiro de 2023, a 18 anos de prisão, fez cair de 85 para 18 o número de licenças de promotores de jogo emitidas em Macau.

Ainda assim, o presidente da Melco, Lawrence Ho Yau-lung, disse num comunicado que “Macau continua a demonstrar o seu extraordinário potencial de crescimento e tem demonstrado resiliência, apesar das perspectivas macroeconómicas incertas na China”.

O filho do falecido magnata do jogo Stanley Ho sublinhou que Macau recebeu mais turistas da China continental durante o Ano Novo Lunar, o maior movimento de massas do mundo, do que no mesmo período de 2019, antes da pandemia.

 

A triplicar

De acordo com o comunicado enviado à bolsa de valores Nasdaq, em Nova Iorque, nos EUA, as receitas da Melco quase triplicaram em comparação com 2022, atingindo 3,78 mil milhões de dólares.

A empresa atribuiu o aumento das receitas “ao relaxamento das restrições relacionadas com a covid-19 em Macau em Janeiro de 2023” e à abertura da segunda fase do empreendimento integrado Studio City.

Com as receitas a subir, a Melco registou lucros operacionais, pela primeira vez desde 2019, neste caso de 65 milhões de dólares, invertendo um prejuízo de 743,1 milhões de dólares em 2022.

Apesar dos prejuízos, as seis operadoras, MGM, Galaxy, Venetian, Melco, Wynn e SJM, assinaram novos contratos de concessão de dez anos, que entraram em vigor em 01 de Janeiro de 2023. A Melco prevê gastar cerca de 10 mil milhões de patacas no segmento além-casino numa década, incluindo no “único parque aquático em Macau com instalações interiores abertas durante todo o ano”.

4 Mar 2024

Fórum de Macau nomeia Danilo Henriques como secretário-geral adjunto

O timorense Danilo Afonso Henriques foi nomeado como novo secretário-geral adjunto do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, anunciou a instituição.

O diplomata de 52 anos foi indicado pelos países lusófonos, após quase uma década como delegado de Timor-Leste junto do Secretariado Permanente da organização, lê-se num comunicado do organismo, mais conhecido como Fórum de Macau.

De acordo com a nota, antes de vir para Macau, em 2014, Danilo Henriques exerceu funções no Ministério de Negócios Estrangeiros e Cooperação timorense e na Embaixada de Timor-Leste em Pequim.

O timorense substitui o diplomata Paulo Jorge Espírito Santo, natural de São Tomé e Príncipe, que estava no cargo de secretário-geral adjunto do Fórum de Macau desde 2020.

O Fórum integra o secretário-geral, o chinês Ji Xianzheng e três secretários-gerais adjuntos: Danilo Henriques, Xie Ying (nomeada pela China) e Casimiro de Jesus Pinto (nomeado por Macau).

O Secretariado Permanente inclui ainda nove delegados dos países de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

 

Novo delegado

O Fórum de Macau também anunciou que António Ramos da Silva é o novo delegado timorense junto da instituição, substituindo Danilo Henriques, que tinha abandonado o cargo em Abril de 2023.

Ramos da Silva foi assessor do primeiro-ministro de Timor-Leste e do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicação, assim como do Ministério para Assuntos dos Combatentes da Libertação Nacional.

O timorense era até agora responsável do país para assuntos de Economia, Comércio e Finanças junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Na quarta-feira, o secretário-geral Ji Xianzheng disse que o Fórum de Macau está a preparar a sexta conferência ministerial, mas sem avançar uma data.

“De momento, o Secretariado Permanente está concentrado na preparação da Sexta Conferência Ministerial do Fórum de Macau”, disse Ji Xianzheng, durante um encontro com órgãos de comunicação social locais.

Cinco conferências ministeriais foram realizadas no território em 2003, 2006, 2010, 2013 e 2016, durante as quais foram aprovados Planos de Acção para a Cooperação Económica e Comercial.

4 Mar 2024

Economia | Macau volta a crescer com o fim da política ‘zero covid’

No ano passado, o PIB de Macau cresceu 80,5 por cento, impulsionado pelo turismo e pelas apostas nas mesas de jogo. Os números foram revelados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos

 

A economia voltou a crescer em 2023, com o produto interno bruto (PIB) a subir 80,5 por cento, graças ao fim da política ‘zero covid’ e à retoma do turismo. A informação foi divulgada na sexta-feira pelas autoridades.

O PIB de Macau atingiu 379,5 mil milhões de patacas, invertendo uma contracção de 21,4 por cento em 2022, de acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

A DSEC destacou, em comunicado, como factores favoráveis para a recuperação “a retoma gradual das actividades económicas locais e das exportações de serviços”.

Macau anunciou em Dezembro de 2022, o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de quase três anos de rigorosas restrições.

Por sua vez, o Interior levantou a 6 de Fevereiro de 2023 todas as restrições devido à pandemia de covid-19 nas deslocações para Hong Kong e Macau, permitindo o reinício das excursões organizadas para as duas cidades.

Em resultado, o benefício económico das apostas realizadas por visitantes em casinos mais do que quadruplicou no ano passado, enquanto os outros serviços turísticos registaram aumentos de 127,9 por cento, sublinhou a DSEC.

Macau recebeu em 2023 mais de 28,2 milhões de visitantes, cinco vezes mais do que no ano anterior, enquanto as receitas do jogo quadruplicaram, para 183,1 mil milhões de patacas.

Os dados da DSEC mostraram que as despesas do Governo caíram 6,4 por cento, após o fim das medidas de apoio económico, que incluíram oito mil patacas para cada residente, montante que podia ser usado para efectuar pagamentos, sobretudo no comércio local.

 

Perto de 2019

A DSEC destacou que a economia de Macau no primeiro trimestre representa mais de 80 por cento do PIB em 2019, antes do início da pandemia.

O PIB per capita do território cifrou-se em 559.500 patacas em 2023, um aumento de 80,5 por cento.

Macau, com cerca de 681.300 habitantes, tem o décimo PIB per capita mais elevado do mundo, de acordo com dados compilados pelo Fundo Monetário Internacional.

Em Dezembro, a Universidade de Macau previu que a economia do território poderá crescer até 21 por cento em 2024, permitindo que o produto interno bruto (PIB) recupere até níveis atingidos antes da pandemia.

No entanto, a UM avisou que “Macau enfrentará incertezas”, sobretudo devido à “contracção do mercado imobiliário, bem como a dívida pública local e empresarial” no Interior.

O investimento em imobiliário na China continental caiu 9,4 por cento nos primeiros 11 meses do ano, revelou a 15 de Dezembro o Gabinete Nacional de Estatística do Interior, devido a uma crise que deixou casas inacabadas e levou à queda dos preços por metro quadrado.

Em Dezembro, a agência de notação financeira Moody’s baixou a perspectiva da classificação de Macau de estável para negativa devido ao “abrandamento estrutural da economia” do Interior.

4 Mar 2024

IC | Trocas de livros nos dias 9 e 10 de Março

A Biblioteca Pública do Instituto Cultural (IC) vai realizar, pela primeira, a actividade “Trocar um Livro por Outro” nos dias 9 e 10 de Março (sábado e domingo). No primeiro dia, a troca de livros está marcada para a área de lazer do Edifício Lok Yeung Fa Yuen no Fai Chi Kei e no dia seguinte no Jardim do Mercado de Iao Hon, entre as 12h e as 18h.

O IC refere que a actividade tem como objectivo estimular a promoção de leitura nos bairros comunitários e promover o conceito de “incorporar a leitura na vida quotidiana, esperando aumentar a circulação de recursos de leitura na comunidade”.

Os interessados devem respeitar algumas regras. “Cada residente poderá trocar no máximo de 20 livros durante o evento. Não podem ser trocados revistas, panfletos, livros publicados há 10 anos ou mais, guias para entrar numa escola de grau superior, livros didácticos, catálogos de eventos, livros de pano infantis, anuários publicados não localmente, livros jurídicos, guias de exames, livros de ciência e engenharia publicados há mais de cinco anos, livros informáticos editados há mais de três anos, guias turísticos editados há mais de dois anos, publicações periódicas com conteúdo pornográfico e/ou violento, publicações religiosas, livros sem licença de publicação ou com infracções ao Direito de Autor, livros danificados ou sujos, colecções e páginas incompletas, livros rasgados e livros com mais de cinco exemplares”.

A troca de livros deve ser proporcional, ou seja, quem levar três livros que respeitem as regras, poderá levar para casa três livros.

3 Mar 2024

FRC | Sábado repartido entre o Bel Canto e o Jazz

A Praia Grande vai estar animada este sábado com a apresentação de dois concertos bem distintos na Fundação Rui Cunha (FRC). À tarde, pelas 17:00, vai ter lugar o “Recital de Voz das Alunas de Mars Lei”. Mais tarde, pelas 21:00, o jazz toma conta da galeria com o habitual concerto mensal “Saturday Night Jazz”.

No período da tarde, o Bel Canto estará a cargo das sopranos Rainny Yan e Puey Zhu, que têm estudado com o professor de canto musical Mars Lei.

As duas sopranos, acompanhadas ao piano por Joyce Shen e Miriam Zheng, interpretarão peças para arte vocal e excertos de óperas, todas executadas nas línguas originais, dos compositores clássicos Gabriel Fauré, Vincenzo Bellini, Wolfgang Amadeus Mozart, Richard Strauss, Franz Lehár, Roger Quilter, Georges Bizet, Giacomo Puccini, Giuseppe Verdi e Johann Strauss Jr, indica o comunicado de imprensa da FRC.

Com o cair da noite, Eva Tana, uma das vozes locais mais activas na divulgação do Jazz no território, sobe ao palco da galeria para o primeiro concerto de 2024, com a Orquestra de Jazz de Macau.

Eva Tana é uma cantora de Jazz nascida e criada em Macau, especializada em música brasileira e Bossa Nova, que também toca guitarra acústica e compõe temas originais, com álbuns gravados e disponíveis no mercado discográfico da especialidade. Estudou música em Portugal e é amiga da MJPA, com quem toca frequentemente em concertos e festivais da região, indica a FRC.

A Orquestra de Jazz de Macau (MJO) é a outra convidada de honra deste concerto, agora recém-renovada e sob a direcção do Mestre em Música Jazz e saxofonista Gregory Wong.

O programa deste sábado conta com a co-organização da Associação Vocal de Macau (MVA) e da Associação de Promoção de Jazz de Macau (MJPA).

A entrada é gratuita.

3 Mar 2024

Hotelaria| Registado novo recorde com 1,32 milhões de hóspedes em Janeiro

Os estabelecimentos hoteleiros de Macau fixaram um novo recorde, ao acolherem mais de 1,32 milhões de hóspedes em Janeiro, o número mais elevado de sempre para o primeiro mês do ano, foi ontem anunciado.

De acordo com dados oficiais da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o número de hóspedes nos 46 mil quartos em 141 hotéis e pensões da região chinesa subiu 55,7 por cento em comparação com o mesmo mês do ano passado e 7,4 por cento face a 2019.

O anterior recorde para Janeiro, quase 1,23 milhões de hóspedes, tinha sido fixado no início de 2019, antes da pandemia de covid-19, numa altura em que Macau tinha apenas 39 mil quartos em 116 estabelecimentos hoteleiros.

Apesar do aumento do número de quartos e de hotéis e pensões, a ocupação média atingiu 85,9 por cento, mais 14,5 pontos percentuais do que em Janeiro de 2023, mas ainda longe da taxa de 93 por cento registada em 2019.

O preço médio dos quartos de hotel em Macau também aumentou em Janeiro, mais 19,2 por cento em comparação com o mesmo mês de 2023, de acordo com dados da Associação de Hotéis de Macau, que reúne 43 hotéis locais.

Um relatório, divulgado pela Direção dos Serviços de Turismo, revelou que o preço médio se fixou em 1.397 patacas no mês passado, mais 6,8 por cento do que em Janeiro de 2019, antes do início da pandemia.

Os números traduzem uma recuperação no sector do turismo de Macau, que começou, a partir de Dezembro de 2022, a cancelar a maioria das medidas de prevenção e contenção no território, que, à semelhança da China continental, seguiu a política ‘zero covid’.

No início de Janeiro de 2023, a região chinesa abriu as fronteiras a todos os estrangeiros, incluindo turistas, invertendo uma proibição que durou quase três anos.

Em 2023, os hotéis e pensões de Macau acolheram 13,6 milhões de hóspedes, mais 165,4 por cento do no ano anterior, e com uma ocupação média de 81,5 por cento, mais do dobro do registado em 2022, revelou a DSEC.

3 Mar 2024

Volkswagen e Xpeng desenvolvem dois carros eléctricos para o mercado chinês

A Volkswagen assinou um acordo com a chinesa Xpeng para desenvolverem dois modelos eléctricos para o mercado chinês, foi ontem anunciado, numa altura em que a fabricante alemã tenta recuperar terreno no país.
Numa declaração enviada à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a Xpeng confirmou que o acordo inclui também um programa de aquisição conjunta de peças e plataformas utilizadas por ambas as empresas.
“Combinando as conceituadas capacidades de desenvolvimento e engenharia de veículos da Volkswagen com as tecnologias de veículos eléctricos inteligentes da Xpeng, levaremos os melhores veículos eléctricos inteligentes aos consumidores chineses”, afirmou He Xiaopeng, fundador e director executivo da empresa chinesa.
O responsável da Volkswagen na China, Ralf Brandstätter, lembrou que “no maior mercado mundial de veículos eléctricos e com as mais altas taxas de crescimento, a rapidez é crucial quando se trata de explorar segmentos de mercado promissores”.
“A fim de aumentar de forma constante a nossa carteira local, estamos a expandir as nossas próprias capacidades de desenvolvimento” no país asiático, acrescentou.
O executivo alemão considerou que a parceria com a Xpeng “não só acelera os tempos de desenvolvimento, como também aumenta a eficiência e optimiza as estruturas de custos”, o que significa um “aumento significativo da competitividade num ambiente de mercado altamente sensível aos preços”.

Foco eléctrico
De acordo com o jornal de Hong Kong South China Morning Post, os dois modelos vão ser lançados no mercado chinês em 2026 sob a marca Volkswagen e o desenvolvimento conjunto vai permitir reduzir em 30 por cento os prazos de entrega.
O jornal salientou que a Volkswagen, tal como outras marcas ocidentais, está a tentar recuperar terreno na China face ao forte impulso das marcas locais. No ano passado, o grupo alemão vendeu 3,24 milhões de unidades na China, um aumento de 1,2 por cento em relação ao ano anterior, num mercado que cresceu 5,6 por cento.
No sector eléctrico, onde as empresas locais já levam um grande avanço, a Volkswagen vendeu mais 23,2 por cento de veículos eléctricos, em 2023, mas o seu total ascendeu apenas a 191.800 unidades, enquanto o mercado total – incluindo também os híbridos – atingiu 8,9 milhões de unidades na China.
A fabricante automóvel alemã Volkswagen pagou, no ano passado, 630 milhões de euros por uma participação de 4,99 por cento da marca chinesa Xpeng, visando o desenvolvimento conjunto de veículos eléctricos.

3 Mar 2024

Europa | Xi Jinping prepara visita para reconstruir confiança – analistas

A possível deslocação à Europa do Presidente chinês, Xi Jinping, é vista como um passo na reconstrução da confiança bilateral, segundo observadores, numa altura em que ambos os lados tentam manter o diálogo apesar das fricções geopolíticas.
O anúncio feito na quarta-feira pelo Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, de que Xi vai visitar Belgrado, constituiu a primeira indicação de que o líder chinês se vai deslocar à Europa este ano, após meses de especulação, embora Pequim não a tenha confirmado.
Espera-se que Xi visite também a França, depois ter aceitado o convite do homólogo francês, Emmanuel Macron, que visitou a China o ano passado.
Se a viagem for confirmada, será a primeira deslocação de Xi à Europa desde que retomou a diplomacia presencial, após a pandemia da covid-19.
Citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, Ding Yifan, especialista em assuntos europeus do Centro de Investigação para o Desenvolvimento do Conselho de Estado chinês, afirmou que a viagem é uma oportunidade para China e Europa reduzirem “percepções erróneas”.
“A imprensa chinesa descreve a Europa como uma seguidora dos EUA. A imprensa europeia descreve a China como apoiante da Rússia [na guerra na Ucrânia]”, afirmou. “Os dois lados estão presos em tensões e não confiam um no outro”, observou.
Os países europeus desconfiam dos laços entre Pequim e Moscovo e estão sob pressão de Washington para se juntarem aos esforços dos EUA para limitar o acesso da China a materiais e tecnologias críticas.
A União Europeia (UE) acusa também a China de concorrência desleal, apontando o ‘deficit’ de 400 mil milhões de euros no comércio com o país asiático.

Velha amizade

Em Outubro passado, a UE lançou uma investigação sobre fabricantes chineses de veículos eléctricos devido a subvenções estatais. No mês passado, Pequim lançou um inquérito ‘antidumping’ sobre as importações de brandy francês.
Pequim e Bruxelas realizaram vários intercâmbios de alto nível desde a reabertura da China após a pandemia. O chanceler alemão, Olaf Scholz, visitou a China, em Novembro de 2022, e planeia nova visita em Abril.
Os líderes da UE, Ursula von der Leyen e Charles Michel, bem como Macron, visitaram também a China no ano passado.
Sebastian Contin Trillo-Figueroa, analista no Instituto Global da Ásia da Universidade de Hong Kong, afirmou que a cimeira EU – China, realizada em Pequim, em Dezembro passado, marcou uma “mudança significativa das perspectivas mútuas”.
“Ambas as partes procuraram aprofundar a compreensão mútua e envidaram esforços para evitar conflitos”, afirmou Trillo-Figueroa.
O analista acrescentou que, embora a China esteja a tentar reavivar a diplomacia presencial com a Europa, a escolha da Sérvia como primeiro país a visitar seria uma “mensagem estratégica”.
“A selecção da Sérvia para esta primeira visita é uma declaração diplomática ousada”, afirmou.
A China tem há muito tempo fortes laços com a Sérvia. Pequim não reconheceu o Kosovo – que declarou a sua independência da Sérvia em 2008 – como um país. Belgrado também manteve laços próximos com Moscovo durante a guerra na Ucrânia, frustrando muitas nações europeias.
Ding afirmou que a França deve ser um dos destinos do possível périplo de Xi pela Europa, uma vez que este ano se assinala o 60.º aniversário das relações bilaterais.
Macron há muito defende a “autonomia estratégica” da Europa e exorta o continente a não se tornar um “vassalo” dos Estados Unidos nem se deixar apanhar pela escalada de tensões entre Pequim e Washington.
A China tem repetido frequentemente esta ideia, instando a Europa a aderir a este princípio no meio de complexidades geopolíticas.
Victor Gao, vice-presidente do Centro para a China e a Globalização, com sede em Pequim, afirmou que Xi deve voltar a fazer o mesmo apelo.
“A China está muito disposta a concentrar-se na cooperação económica e tecnológica, mas não a envolver-se em [confrontos] ideológicos”, afirmou.

3 Mar 2024

Deputados pedem promoção da cultura chinesa nos países lusófonos

Três deputados de Macau defenderam ontem a promoção da cultura chinesa no estrangeiro e o reforço do intercâmbio entre a China e os países de língua portuguesa através do território.

O Governo “deve reforçar o papel de Macau como base relevante para divulgar a cultura chinesa no mundo e contar a ‘boa’ história de Macau e da China”, defendeu o deputado Kou Kam Fai, numa intervenção em conjunto com os deputados Wu Chou Kit e Pang Chuan, antes da reunião plenária da Assembleia Legislativa de Macau.

As Linhas de Acção Governativa para 2024 propõem o alargamento do intercâmbio cultural com os países estrangeiros.

“O Governo da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau] deve continuar a incentivar os jovens estudantes de Macau e as diferentes organizações a lançarem um vasto leque de actividades de intercâmbio cultural com o exterior, e a apoiar os projectos culturais e os grupos de artes performativas de Macau a irem para o estrangeiro para intercâmbios”, sugeriu o deputado.

 

Dragão internacional

O legislador referiu que, durante o Ano Novo Lunar deste ano, o Governo organizou a participação de estudantes de Macau na celebração do Ano Novo Lunar em Portugal.

Além disso, a Embaixada da China no Brasil também convidou uma escola secundária de Macau a enviar um grupo de dança para participar na celebração do Ano Novo Lunar.

“O nosso país tem aproveitado plenamente as estratégias e as vias de cooperação internacional, como a iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’, e tem aproveitado o Ano Novo Lunar e outras festividades culturais importantes para reforçar a divulgação da cultura chinesa no estrangeiro”, indicou.

Macau “deve aproveitar estas oportunidades para desenvolver as suas vantagens, consolidar o seu papel de plataforma e ponte entre a China e os Países de Língua Portuguesa, explorar e encontrar os amplos mercados dos Países de Língua Portuguesa, promovendo deste modo um desenvolvimento diversificado e integrando activamente a conjuntura do desenvolvimento nacional”, de acordo com a intervenção dos três deputados nomeados pelo chefe do Executivo, Ho Iat Seng.

29 Fev 2024

Dirigente do Fórum Macau salienta “pico histórico” de trocas comerciais

O volume de comércio entre a China e os Países de Língua Portuguesa atingiu no ano passado 220,9 mil milhões de dólares, registo que o secretário-geral do Fórum Macau, Ji Xianzheng, descreveu como “um novo pico histórico”.

O reconhecimento do marco comercial foi indicado ontem no discurso antes do almoço de recepção oferecido aos órgãos de comunicação social pelo Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Ji Xianzheng afirmou que “as relações bilaterais entre a China e os Países de Língua Portuguesa desenvolvem-se de forma constante e crescente” e que o aumento das trocas comerciais “demonstra plenamente a resiliência e o potencial de desenvolvimento da cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa”.

O dirigente não deixou passar ao lado a “retoma integral” no ano passado do intercâmbio presencial do Secretariado Permanente do Fórum de Macau, findas as restrições impostas pelas políticas de combate à pandemia da covid-19.

 

Estar cara a cara

Ao longo de 2023, o ano em que se comemoraram os 20 anos da fundação do Fórum Macau, o secretariado permanente recebeu cerca de 50 delegações económicas e comerciais do Interior da China e participou em 14 actividades de promoção económica e comercial.

No regresso ao trabalho, Ji Xianzheng destacou nas actividades organizadas em 2023 “a Recepção Comemorativa, o Seminário de Alto Nível, 15.ª Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa, a Exposição Retrospectiva do Estabelecimento do Fórum de Macau – 20.º Aniversário e o apoio prestado à 1.ª Exposição Económica e Comercial China – Países de Língua Portuguesa”.

Além da organização de eventos, o ano passado foi também marcado pelo recomeço de visitas, viagens a Pequim, Guangdong, Hubei, Fujian e outras províncias e cidades chinesas, assim como as primeiras visitas desde após a pandemia a Portugal, Brasil e Angola.

29 Fev 2024

Ilhas Kinmen | Pequim exige explicação após morte de dois pescadores

A China instou ontem Taiwan a explicar um incidente em que uma lancha chinesa entrou nas águas ao largo das ilhas Kinmen e dois dos seus quatro tripulantes morreram, no passado dia 14 de Fevereiro.

A China criticou então as autoridades taiwanesas por terem tratado os pescadores chineses de forma “rude e perigosa”, embora Taipé tenha insistido que a sua guarda costeira actuou “de acordo com a lei”.

“As medidas tomadas pelas autoridades de Taiwan feriram gravemente os sentimentos dos compatriotas de ambos os lados do Estreito de Taiwan. Desde que o incidente ocorreu, as autoridades do Partido Democrático Progressista (DPP) não pediram desculpa”, protestou Zhu Fenglian, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do governo chinês, em conferência de imprensa.

O DPP lidera actualmente Taiwan.

Segundo Zhu, o governo taiwanês “mentiu” e “escondeu a verdade”, “sem mostrar humanidade”.

“Exigimos que as autoridades do DPP digam a verdade sobre o que aconteceu e dêem uma explicação às famílias das vítimas. O continente reserva-se o direito de tomar todas as medidas necessárias”, acrescentou.

Na sequência do incidente, Taiwan declarou que cinco navios de vigilância chineses tinham entrado, na segunda-feira, nas águas proibidas ou restritas das ilhas Kinmen, um grupo de ilhas situadas a poucos quilómetros da cidade chinesa de Xiamen, no sudeste do país, onde vivem mais de 100.000 taiwaneses.

A “zona interdita” em torno das Kinmen estende-se a meio caminho da costa chinesa a norte e nordeste, cerca de quatro quilómetros a leste e outros oito quilómetros a sul do arquipélago, mas a China não reconhece oficialmente a existência destas fronteiras.

 

Para o bem comum

Zhu justificou ontem também a decisão da China de alterar uma rota aérea civil paralela à linha média do Estreito de Taiwan, uma fronteira não oficial que foi tacitamente respeitada por Taipé e Pequim nas últimas décadas.

Após o ajustamento, os aviões que voam ao longo da M503 ficarão mais próximos da linha média do estreito, a uma distância inferior a 10 quilómetros nos pontos mais próximos.

“A rota optimizada está a funcionar normalmente há quase um mês. O ajustamento permitiu aumentar o número médio de voos diários para 65. Tem sido útil para rectificar as operações de aviação entre o Estreito e está a facilitar os intercâmbios. Trata-se de uma medida mutuamente benéfica”, defendeu.

29 Fev 2024