Relatório denuncia condições de trabalho em fábricas de iPhones

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma investigação às condições das fábricas de iPhones na China revela que os funcionários trabalham até 90 horas extraordinárias por mês por menos de dois dólares à hora, vivem em dormitórios superlotados e quase não têm tempo para comer.
Segundo a organização de defesa dos direitos laborais China Labour Watch (CLW), os abusos persistem nas fábricas chinesas onde se produzem os populares telefones da norte-americana Apple.
A CLW focou-se, em particular, numa fábrica em Xangai da empresa taiwanesa Pegatron, que já tinha investigado em 2013, que emprega 100.000 pessoas e onde as condições de trabalho quase não registaram melhorias. refeitorio-da-foxconn-lotado-de-trabalhadores-foto-reproducao
O relatório “Algo está mal aqui” volta a evidenciar os abusos laborais do sector: turnos de dez horas e meia por dia, a que se somam mais de duas horas extra obrigatórias, sem as quais os trabalhadores não recebem um salário mínimo para viver (de cerca de 318 dólares ou 280 euros por mês).

Visto por dentro

A organização ilustra as condições de trabalho com um testemunho em primeira mão de um investigador da CLW que se infiltrou como empregado na Pegatron.
Entre outras coisas, o investigador revela como a empresa não cumpre com medidas de segurança básicas, como informar os funcionários sobre as saídas de emergência – portas que o próprio investigador nunca conseguiu encontrar.
O testemunho incide também sobre a sobrecarga de trabalho, com turnos em que não há praticamente tempo para comer.
A falta de informação abrange também os produtos químicos que os funcionários manuseiam. Apesar de a empresa lhes dar uma lista dos produtos perigosos com que trabalham, não indica onde estes se encontram ou como devem ser tratados.
A CLW conclui que “nada mudou” desde 2013, com excepção de uma situação: a discriminação no que toca à contratação de membros de etnias minoritárias, apesar de a organização ressalvar que a empresa contrata agora ilegalmente metade dos trabalhadores de forma temporária, quando apenas pode fazê-lo para 10% da equipa.

23 Out 2015

Pequim financia um terço de central nuclear no Reino Unido

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China comprometeu-se quarta-feira a assumir uma posição accionista de um terço na primeira central nuclear britânica construída em décadas, com o primeiro-ministro, David Cameron, a saudar o “acordo histórico” no projecto liderado pela francesa EDF.
O anúncio foi feito durante o segundo dia da vista do Presidente chinês, Xi Jinping, ao Reino Unido, que tem sido dominada pelos negócios, tendo já Cameron afirmado que os acordos assinados até agora ascendem a 40 mil milhões de libras (55 mil milhões de euros).

epa04296338 Chinese President Xi Jinping (L) waves after arriving at Seoul Airport on July 3, 2014. Xi was accompanied by his wife Peng Liyuan (R). South Korean President Park Geun-hye will have a summit meeting with Xi later in the day on North Korea's nuclear weapons program, Japan's growing nationalism and other issues of mutual concern.  EPA/YNA
epa04296338 Chinese President Xi Jinping (L) waves after arriving at Seoul Airport on July 3, 2014. Xi was accompanied by his wife Peng Liyuan (R). South Korean President Park Geun-hye will have a summit meeting with Xi later in the day on North Korea’s nuclear weapons program, Japan’s growing nationalism and other issues of mutual concern. EPA/YNA

Em comunicado, a EDF anunciou o acordo nuclear, assinado na presença de Xi Jinping e David Cameron, com Londres a estender a passadeira vermelha aos investidores chineses e a apresentar projectos conjuntos, como o das emissões zero por parte dos clássicos autocarros vermelhos e táxis negros londrinos.

Em curso

O acordo para o gigantesco projecto nuclear, estimado em 18 mil milhões de libras, deve ser finalizado nas próximas semanas.
A eléctrica EDF vai construir dois reactores, de uma terceira geração, considerados dos mais avançados e seguros do mundo, em Somerset, no sudoeste da Inglaterra.
A estatal chinesa China General Nuclear Corporation (CGN) vai financiar seis mil milhões de libras, com a EDF a colocar as outras 12 mil milhões de libras.
A EDF é a líder de projecto, com uma posição inicial de 66,5%, que pode baixar para 50% se se verificar a entrada de novos investidores, ficando a CGN com 33,5%.
“Estamos a assinar um acordo histórico para construir a central nuclear de Hinkley”, afirmou Cameron, durante uma conferência de imprensa conjunta com Xi, em Downing Street.
Este projecto deve criar 25 mil empregos e fornecer energia a seis milhões de habitações, segundo o Departamento britânico de Energia e Alterações Climáticas.
Mas os opositores britânicos do projecto de Hinkley criticam os elevados custos de construção e o tempo que vai ser preciso para que comece a fornecer energia, bem como a duração do período do preço garantido (92 libras por megawatt durante 35 anos).

23 Out 2015

Ministro chinês da Defesa recebe homólogo moçambicano

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] conselheiro de Estado e ministro da Defesa da China, Chang Wanquan, recebeu ontem em Pequim o seu homólogo moçambicano, Atanásio Salvador M’tumuke. Na ocasião, Chang Wanquan disse que nos 40 anos após o estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Moçambique, as relações amistosas têm sido elevada de forma saudável, e que as duas partes registaram êxitos notáveis em diversos sectores. A China está disposta a promover, de mãos dadas com Moçambique, o intercâmbio pessoal e a cooperação militar.

23 Out 2015

Culturismo | Atleta de Macau vai a Hong Kong para competição

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]edro Jorge Gomes foi um dos atletas de culturismo de Macau convidado para participar na competição Mr. Olympia, em Hong Kong, a acontecer entre os dias 24 a 25 de Novembro. Realizado pela primeira vez na Ásia, o momento pretende juntar atletas de todo o mundo, tendo a organização convidando culturistas da China, Macau, Hong Kong, Japão e de outros países também fora do continente asiático.
“Estou muito contente por participar neste momento, pela primeira vez na Ásia. Ainda por cima é só por convite, o que seria mais difícil para participar. Pelo que sei, de Macau foram convidados cinco atletas”, explica ao HM Pedro Jorge Gomes. culturismo
Mr. Olympia, conta, é a competição internacional que “muitos atletas ambicionam”. “Não sei se existe um prémio final, mas de qualquer das formas é muito importante a participação nesta competição para mim e para todos os atletas. Este é a melhor competição do mundo”, remata.
Hong Kong foi o cenário escolhido para a primeira edição do Mr. Olympia, que acontece no Centro Internacional de Convenções e Exposições em Kowloon Bay.

23 Out 2015

Cinema | USJ organiza workshop de técnicas de iluminação

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Universidade de São José vai acolher um workshop de técnicas de iluminação para Cinema no âmbito do Festival Som e Imagem, a realizar-se entre os dias 26 e 28 de Novembro, das 19h00 às 22h00. O curso vai explorar vários aspectos da iluminação de fotografia, como técnicas de iluminação, fotometria e exposição, teoria da cor, breve história de estilos de iluminação e papel do cinematógrafo. O workshop tem entrada gratuita e é aberto ao público em geral. É Pedro Cardeira quem vai conduzir a iniciativa, totalmente leccionada em Inglês por um profissional português radicado em Macau. Cardeira já trabalhou com vários cineastas mundialmente conhecidos e fundou a Inner Harbour Films. Os interessados deverão inscrever-se até 20 de Novembro e pagar 200 patacas de depósito, montante que será devolvido se o aluno comparecer a 80% das aulas. São bem-vindos todos os interessados em Cinema com mais de 16 anos.

23 Out 2015

Projecto de José Drummond no festival de Lagos

“[dropcap style=’circle’]L[/dropcap]ove is the scariest thing of all” (O amor é a coisa mais assustadora do mundo) é o nome do projecto do artista local José Drummond que vai estar presente no FUSO – Festival Verão Azul, no Centro Cultural de Lagos, em Portugal. A iniciativa dura até ao dia 24 de Outubro e tem como curadores Jean François Chougnet e António Câmara Manuel. Membro da Art for All Society (AFA), presente em Macau e Pequim, José Drummond é também director do VAFA, festival internacional de vídeo e arte de Macau. O trabalho que vai estar patente na cidade de Lagos representa uma “dualidade entre a o visível e o invisível e o espaço entre a fantasia e a realidade”, onde o amor, a perda e a solidão são temas constantes.

23 Out 2015

FIMM | Fim-de-semana recheado de músicos jovens

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) continua este fim-de-semana, com uma programação apresentada por grupos de jovens artistas. A acontecer na Fortaleza do Monte e no Teatro D. Pedro V, os concertos de O-Kai Singers e Charatay e do Stradivari Quartett chegam de Taiwan, Hong Kong e Suíça.
Os O-Kai Singers são uma banda proveniente de Taiwan, que sobe ao palco no território na companhia do grupo Charatay, da região vizinha de Hong Kong. Os dois grupos, diz a organização, “prometem uma festa de som aos entusiastas da música”, mesmo que sejam considerados fruto de estilos musicais distintos.
Criados em 2004, os O-Kai Singers são um “grupo aborígene de Taiwan” que conquistou o primeiro lugar na categoria nacional do Festival Internacional Contemporâneo de A Capella da Formosa. Desde então, o grupo recebeu um total de 23 prémios em Taiwan e no estrangeiro e, explica a organização, “foi convidado para partilhar o palco com grupos de topo de canto A Capella”, tendo ainda gravado um álbum com premiados com Grammy. maxresdefault
“O seu melhor álbum de estreia recebeu o prémio de Melhor Álbum Indígena na 24º edição dos Prémios Melodia de Ouro de Taiwan.”
De acordo com a organização, o estilo de canto tradicional dos aborígenes de Taiwan é transmitido pelos O-Key, um grupo que “injecta vitalidade” nos círculos de música Pop.

Graça e paixão

Os membros de Charatay, que sobem ao palco com os O-Key, formaram o grupo há 16 anos. Apesar de não terem qualquer álbum publicado ainda, os Charatay dedicam-se a entreter o público com “sentido de humor e paixão”, apresentando o melhor da música Pop da RAEHK.
Os bilhetes para o concerto custam cem patacas, sendo que o início está marcado para as 20h00 na Fortaleza do Monte.
No mesmo dia e no dia seguinte sobem ao palco do Teatro D. Pedro V o Stradivari Quartet, da Suíça. O grupo formado por quatro jovens apresenta-nos recitais de violino com peças de Mozart, Webern, Brahms, Beethoven e Ravel.
“Estes músicos de grande talento são capazes de extrair a elevação e profundidade das emoções que a música consegue expressar”, diz a organização.
Os bilhetes para o espectáculo que começa às 20h00 custam entre as 200 e as 250 patacas.

23 Out 2015

Da Ordem do Templo à de Cristo

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]ara complementar os dois anteriores artigos, “O Lavrador do Mar Português” e “Por Cima do Hábito, a Armadura”, seguimos com o episódio da passagem dos Templários para a Ordem de Cristo durante o reinado de D. Dinis.
Para situar o período em que D. Dinis viveu, no ano do seu nascimento, 1261, os bizantinos reconquistaram Constantinopla aos Cruzados. A cidade fora saqueada e tomada em 1204 durante a IV Cruzada, desviada do Egipto pelo Doge de Veneza, tornando-se a capital do Império Latino. Os gregos, com a ajuda dos genoveses, em 1261 restauraram o Império Bizantino.
Em 1276, o português Pedro Hispano foi eleito Papa e tomou o nome de João XXI, mas a 20 de Maio do ano seguinte faleceu em Viterbo, devido aos ferimentos provocados pelo desabamento de uma parte do palácio pontifício. Castelo de Tomar
Já na China, em 1276 os mongóis marcharam sobre Hangzhou, a capital da dinastia Song do Sul e ocuparam-na, levando para Norte como prisioneiro Gong Di, que em 1274 com cinco anos se tornara o Imperador Zhao Xian. O restante da corte fugiu para Sul e durante essa viagem foram sagrados dois novos imperadores, os últimos da então nómada dinastia Song do Sul. Perseguida pelos mongóis, veio a dinastia terminar em 1279 na batalha naval de Yamen, embocadura do Rio Xi próximo de Macau. Assim, no primeiro ano do reinado de D. Dinis, 1279, na China subia ao trono o mongol Kublai Khan, que se tornou o primeiro imperador da dinastia Yuan com o nome Shi Zu (1279-1294). Passaram os mongóis a dominar e unificaram um vasto território, que ia do Pacífico à fronteira com a Europa. Andava o mercador veneziano Marco Polo pela China para em nome de Kublai Khan investigar e fazer-lhe relatórios do que via.
Já na Europa e ainda durante o reinado de D. Dinis, a 18 de Julho de 1290 Eduardo I promulgou o decreto que consagrou a expulsão dos judeus da Inglaterra e dezasseis anos depois, em 1306 foram eles expulsos de França.
Em 1291 era fundada a Confederação Helvética, com a união de Uri, comunidade livre do vale de Schwyz e Nidwalden.
Em Portugal, a Ordem de Avis foi por bula papal criada em 1319, mas a independência desta Ordem em relação a Calatrava só se deve ter consumado no reinado de D. João I.

Para D. Dinis chegar ao poder

Em 1279 morreu o Rei Afonso III e o seu filho D. Dinis ficou com a coroa de Portugal, apesar das lutas que seu irmão D. Afonso lhe moveu e de todos os entraves colocados pelo clero. Seguimos agora narrando um pouco sobre os factores e acasos que levaram D. Dinis a ser rei. De salientar os muitos D. Afonsos que nesta história vão aparecendo e que justificam a razão da primeira dinastia de Portugal ser denominada Afonsina.
Após a morte em 1248 do Rei D. Sancho II e como não deixara filhos, o seu irmão D. Afonso de Bolonha (1210-1279), que desde 1245 era regente de Portugal, foi aclamado rei. Segundo filho de D. Afonso II, aos dezasseis anos a tia materna D. Branca de Castela, rainha de França, mandou-o chamar para viver na corte de Luís IX, onde foi armado cavaleiro. Em 1238 casou com a Condessa D. Matilde de Bolonha, tornando-se por isso conde e vassalo do rei de França, a quem acompanhou em 1243 na Batalha de Saintes contra Henrique III de Inglaterra, distinguindo-se como cavaleiro.
D. Afonso III, que reinaria de 1248 a 1279 com o cognome O Bolonhês, organizou o reino na parte económica, política, administrativa e social. Em 1253 casou-se com D. Beatriz de Gusmão, filha bastarda de Afonso X, apesar de D. Matilde ainda se encontrar viva. Esse casamento de oportunidade veio resolver o conflito sobre a posse do Algarve, que o Rei de Castela Afonso X considerava por direito pertencer-lhe. Tal casamento, só mais tarde veio a ser conhecido pela primeira esposa D. Matilde, que recorreu à cúria pontifícia para que fosse anulado, por bigamia do rei “e por existir um parentesco em quarto grau entre os cônjuges, o que também contrariava o estipulado pelo direito canónico”, segundo Bernardo Vasconcelos e Sousa. Por tal, desde 1254 encontrava-se D. Afonso III sobre forte pressão de ser excomungado por quem anteriormente lhe entregara a governação de Portugal, tendo o Papa Alexandre IV lançado o interdito sobre o reino.
D. Afonso, Conde de Bolonha, do primeiro casamento com a Condessa Matilde não tivera descendência e após repudiá-la, já como rei teve de D. Beatriz sete filhos, entre os quais D. Branca (1259), D. Fernando nascido em 1262, mas que morreu ainda nesse ano, D. Dinis (1261), D. Maria e D. Afonso (1263).
“Só após a morte de Matilde em 1258, os bispos portugueses solicitaram ao papa o levantamento da sanção, que viria a ter lugar e a permitir a legitimação do casamento de Afonso III com Beatriz de Castela, em 1263”, como esclarece Bernardo Vasconcelos e Sousa. Assim, desses filhos do segundo casamento, só os nascidos após 1263 eram legítimos. Por tal razão, D. Afonso considerava-se com direito ao trono de Portugal e não D. Dinis, que à nascença era ainda bastardo, logo sem grandes hipóteses de vir a ser rei. Sendo o Infante D. Afonso o primeiro filho legítimo deveria ser ele o herdeiro da coroa. No entanto, foi D. Dinis que ficou rei desde 1279, apesar das lutas que seu irmão D. Afonso lhe moveu e de todos os entraves colocados pelo clero.
“O reinado de D. Dinis, entre os anos de 1279 e 1325, representa o grande impulso para a formação da consciência nacional, que se complementa nos finais do século XIV. O chamado valorizou a agricultura, com a secagem de pântanos e a plantação de pinhais na Estremadura; a marinha, com a renovação da esquadra de guerra e medidas em prol do comércio externo; e a cultura, com a criação do Estudo Geral de Lisboa, nos anos de 1288-1290, que foi o primeiro tronco da Universidade Portuguesa” Portugal e o Mundo de Joaquim Veríssimo Serrão.

O fim da Ordem do Templo

Foi com D. Dinis que ocorreu a passagem dos bens dos Templários para a Ordem de Cristo, tal como este rei tentou “tornar independentes de províncias não portuguesas as ordens militares que existiam no nosso país, excepto a do Hospital (a de Avis já era propriamente portuguesa, apesar de seguir a regra de Calatrava)”, como refere José Matoso.
A Ordem militar do Templo fora fundada em Jerusalém no ano de 1119 com a finalidade de defender a Terra Santa e os peregrinos que visitavam o Santo Sepulcro. Em 1128, no Concílio de Troyes foi-lhes dado o manto branco, sendo acrescentada a cruz vermelha. Como na Península Ibérica também se realizava a reconquista cristã, esta Ordem, para além das outras referidas no artigo anterior, colaborava com os monarcas cristãos do extremo ocidental da Europa. Desde 1128, D. Teresa ofereceu-lhes o castelo de Soure e muitos outros bens mas, o empenho desta Ordem foi diminuto, tendo mesmo sido derrotada em 1144 próximo do seu castelo. Só após a conquista de Lisboa e Santarém se empenharam, talvez pela oferta dos direitos eclesiásticos desta última cidade. Tendo-lhes sido entregue “um vasto território em volta de Tomar, os Templários começaram a edificar vários castelos na fronteira do Tejo e a recrutar cavaleiros de origem portuguesa, que organizaram com maior cuidado as actividades militares, o que levou o rei a conceder-lhes novas terras e privilégios, no momento mais intenso da Reconquista” José Matoso. Devido a problemas com o Bispo de Lisboa, os Templários cederam os direitos eclesiásticos de Santarém “em troca de extenso território em torno do castelo de Cera, onde, em 1160, começaram a construir o castelo de Tomar”. Já em 1157 tinha sido nomeado como mestre procurador o português Gualdim Pais, que até 1195 governou a Ordem e além de mandar construir os castelos de Pombal, Tomar, Almourol, Castelo de Zêzere, Idanha e Monsanto, “deu foral a Redinha, e à maioria das povoações fundadas em torno dessas fortalezas, assegurando assim a exploração agrícola nos mesmos lugares e a fixação de povoações que podiam resistir eficazmente aos ataques muçulmanos” Matoso. Por tal, a Ordem do Templo tinha em Portugal inúmeros privilégios, assim como lhe foram doados para defender e consolidar amplos senhorios nas áreas conquistadas.
A história que pretendemos narrar, começou depois de 1291, após a queda de Acre, o último reduto cristão na Palestina, tendo por isso a Ordem do Templo abandonado o Próximo Oriente. A sua sede passou para o Chipre e o Rei Filipe IV de França convidou o Grão-Mestre da Ordem, Jacques de Molay, a instalar-se próximo de Paris, para onde foi levado o espólio templário.
Quando os Cavaleiros Templários, de alto valor militar, regressaram aos seus países de origem, tornaram-se uma fonte de preocupação para esses monarcas. Também a Ordem, para além de ter importantes fortalezas por toda a Europa, possuía muitas riquezas, fazendo empréstimos aos senhores de terra e aos monarcas europeus nas frequentes crises financeiras que sofriam. Por tudo isso, a Ordem do Templo estava em condições de vir a ser perigosa para a organização social da época. De salientar que o Rei Filipe IV (1285-1314), o Belo, era um dos muitos devedores insolventes da Ordem e pretendia, além disso, apoderar-se dos seus bens. Assim, num acordo secreto com Clemente, ainda este não era Papa, o rei planeou extinguir a Ordem do Templo, pois com as finanças reais muito em baixo, não conseguia pagar o grande empréstimo de dinheiro que os Templários lhe tinham feito, estando o prazo a terminar. Por interesses estratégicos, o Papa francês Clemente V foi coroado em Lyon a 5 de Junho de 1305, deixando-se ficar em França por não ter apoio em Roma e em 1309 instalou-se em Avignon, controlando assim Filipe IV a Cúria romana.
Decidido a suprimir a Ordem do Templo, o rei de França inventou e empolou uma série de crimes, como idolatria, blasfémia e sodomia, fazendo com eles uma acusação ao Papa. Assim, no dia 13 de Outubro de 1307, com um mandato da Inquisição apareceu à mesma hora a polícia real em todas as sedes da Ordem e em nome do Rei Filipe IV e do Papa Clemente V prenderam os Cavaleiros do Templo franceses. Perto de dois mil Templários foram sujeitos à tortura, tendo muitos morrido e outros terminado na fogueira.
Em 22 de Novembro de 1308, o Papa enviou por carta uma Bula a todos os reis e príncipes europeus, ordenando a prisão dos Templários e o confiscar dos seus bens, assim como estes fossem julgados por um tribunal provincial. Dessas inquirições, todas as comissões se manifestaram a favor da inocência e apenas a francesa os acusou. Mas no Concílio de Vienne (1312) em França, Filipe IV obrigou o Papa a abolir a Ordem.
Com a extinção da Ordem do Templo em 3 de Abril de 1312, muitos dos seus bens em toda a Europa foram para a Ordem dos Hospitalários e outro clero. Em Itália, em Nápoles e Piemonte foram perseguidos, na Sicília absolvidos. Na Alemanha fundaram a Ordem dos Cavaleiros Teutónicos, sendo os bens também distribuídos aos senhores feudais. Na Inglaterra foram absolvidos e os bens ficaram para a Coroa.
A 18 de Março de 1314, o Grão-Mestre dos Templários após a leitura pública que o acusava a ele e aos da Ordem de “blasfémia e heresia”, lançou, já envolto em chamas, ao Rei e ao Papa a sentença de comparecerem, com ele, dentro de um ano, perante o Tribunal divino. O Papa Clemente V morreu no mês seguinte e o Rei Filipe IV em Novembro desse mesmo ano.

A criação da Ordem de Cristo

Com uma sequência diferente José Matoso refere: “Em 1307, as acusações suscitadas por Filipe, o Belo, contra os seus membros levaram Clemente V a mandar celebrar na Hispânia um concílio que averiguasse as suas responsabilidades efectivas. Os padres reunidos em Salamanca (…) concluíram pela sua inocência. Apesar disso, o papa mandou sequestrar os seus bens na Península, e alguns eclesiásticos, como os Cónegos Regentes de Santa Cruz e o bispo da Guarda, quiseram apoderar-se deles. O rei não consentiu (1308), mas depois instaurou um processo judicial com o objectivo de os incorporar na coroa, obtendo sentença favorável em 1310. Neste mesmo ano reuniu-se novo concílio em Medina del Campo, e a seguir um outro em Salamanca, tendo este a presença de prelados portugueses”.
Assim, em Portugal no dia 27 de Novembro de 1309 todos os bens reverteram para a Coroa. O clero reclamava um dote para si e então, D. Dinis, aliando-se com Fernando IV de Castela, fez a Convenção de Salamanca, em Janeiro de 1310, na qual mais tarde o Reino de Aragão entrou, para conseguirem manter os bens da Ordem dos Templários na Coroa, ainda que o Papa ordenasse o contrário. Já no Concílio de Vienne (1312) o pontífice permitia que os domínios da Ordem na Hispânia não tivessem que ser entregues aos Hospitalários. Isabel Morgado Silva refere: D. Dinis, “mais preocupado com a aplicação dos bens templários existentes no seu território a favor de uma entidade não nacional, a Ordem do Hospital do que com o próprio processo desencadeado contra a Ordem de Templo, fundamenta a necessidade da criação de uma milícia – à qual seriam entregues os bens do Templo – na guerra santa e justa.” “Manobra de grande habilidade político-diplomática”.
Dante, na Divina Comédia, escrita entre 1302 e 1321, condenou os reis da Península Ibérica por estes se terem apoderado e tomado para si os bens da Ordem. Mas o que Dante desconheceu foi o trabalho de D. Dinis na transposição do legado dos Templários para a nova Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo formada em 1315 e institucionalizada a 14 de Março de 1319 pela bula Ad ea quibus do Papa João XXII, “atribuindo-lhe a regra de Calatrava, sujeitando-a à jurisdição espiritual do abade de Alcobaça e colocando a sua sede em Castro Marim. Em Novembro desse mesmo ano, foi eleito o primeiro mestre e em 1321 foram aprovados os primeiros estatutos. O rei seguia, assim, o exemplo do de Aragão, que, com o património dos templários valencianos, criou a Ordem de Montesa, embora entregasse o restante do património aragonês aos Hospitalários. O rei de Castela incorporou na coroa a maioria dos domínios dos extintos cavaleiros do Templo. Como se vê, D. Dinis seguiu em todos estes passos uma política de nacionalização extremamente coerente e de tal modo determinada que se pode considerar como precursora de processos de concentração das forças políticas nacionais usados depois pelas monarquias da segunda metade do século XV”, José Matoso.
Entre 1319 e Fevereiro de 1324 ocorreu em Portugal uma intermitente guerra civil, muito devido à revolta do Infante D. Afonso (o futuro Rei Afonso IV) contra o seu pai D. Dinis, pois considerava estar a ser preterido na sucessão do trono pelo irmão bastardo D. Afonso Sanches. Como D. Dinis durante todo o seu reinado tinha combatido o partido senhorial da alta nobreza, esta juntou-se a D. Afonso, acabando o rei por ceder a várias das suas exigências.
Com a morte de D. Dinis em 1325, sucedeu-lhe o filho como Rei D. Afonso IV (1291-1357), que reinou de 1325 a 1357 com o cognome O Bravo.

23 Out 2015

Fios de seda, linhas da mão

[dropcap style=’circle’]H[/dropcap]avia um roupão de seda preta. Cetim. Longo e fluido com um líquido suave e tépido. Que se colava ao corpo, escorrendo fresco e quente. Fresco quando estava quente. E cálido quando soprava uma aragem já fresca. Como a primeira pele sem outra. Seda antiga. De muitos anos.
Ele não podia ir-se embora zangado com o seu corpo, zangado com os seus lábios. Zangado com o seu amor. Tocado de uma zanga maior que o momento. Com algo que era outra coisa.
Ela viu-se subitamente descalça, envolta no roupão de seda negra, com os pés inadvertidos e imprevidentemente indiferentes, nas pedras escuras da rua. Escura, silenciosa, muda como ela. De corpo e alma. Porque ele não podia ir-se embora zangado. E ficar a ver da janela a fúria a apequenar-se rua fora. Por isso correu sem pensar em mais nada do que isso. Mas a rua estendia-se para ambos os lados, vazia. Mais vazia do que em qualquer noite em que ele não a tivesse percorrido. E agora, como se se tivesse evaporado à saída da porta. Mergulhando na inexistência impossível. Por haver ausência. E esta se opor àquela.
Tudo da seda para o interior era exposto em sangue, vísceras, carne e osso. O teatro anatómico que ninguém viu.
Ainda correu no sentido do trânsito. Talvez para lá da esquina o vulto escuro em fuga. Não voltou a vê-lo. Foi assim.
Ele virou-se com uma agitação adormecida e quase convulsiva, desarrumando mais os lençóis da cama. Uma mão pesada caiu-lhe sobre o peito. A sua, na reviravolta abrupta. Acordou alagado. Um curto pânico que logo se resumiu a uma angústia indefinida. A cama larga sem obstáculos para ambos os lados. Ninguém, como na rua ainda agora. Pensou em telefonar para ouvir simplesmente a voz que não estava lá. Talvez uma sonata de piano irreconhecível em fundo. Pelo menos. A voz de quem não sabia quem era. Ele. Não sabia. De quem era. A voz. Muda, com piano por trás. Nem o número para ligar de volta. A voz inaudível que lhe dizia: -Sabes quem eu sou. 25
Ela esperou que adormecesse e voltou. Instalou-se de novo a vê-lo partir no sono. Voltou a vê-lo doridamente partir no sonho dele. Sentada de lado. Virando-lhe as costas para sentir. Agora lentamente e de novo, desaparecer no ar. Inconsolável minuto sólido, gelado. Fim do tempo.
Ele acordou caído com estrondo de costas na cama. Uma espécie de explosão no interior do crânio, ou então o fim do mundo. E o impacto violento de todo o corpo como uma prancha vinda de cima e abalando fortemente a cama no impacto. Com cem vezes o seu peso, e cem vezes cem segundos passaram até a respiração voltar ao ritmo normal. Uma ténue figurinha, ou talvez só o resto de uma forma fluida a negro, ainda por uma fracção ínfima de segundo, deslizou-lhe dos olhos para o interior das paredes. Ou outra coisa qualquer. E de novo acordou nessa mesma sensação de ansiedade, nervosismo e desapontamento, embalado pelo motor do carro, noite fora, ainda longe de chegar. Ao lado ela olhava-o. “Olha para o caminho.” Disse. Ou talvez tenha sido: “Olha por onde vais…”. E ela tenha dito: “Sei para onde vou, sei de onde venho” Agora. Ou então: “Olho para ti e é como olhar para a frente e olhar para trás. Olhar para ti agora.” E vê-lo fechar irreprimivelmente os olhos de novo. Caído mansamente num sono de sonhos. Agitados aí. Virar-se na cama sem tréguas. Na cama vazia. Revolver a roupa até não restar mais nada a que se agarrar sobre o corpo. Um campo de batalha. Ela, que compõe os lençóis entre sonhos. Que mesmo aí pressente e verifica a ordem geométrica e rigorosa da dobra do lençol. Que arruma as roupas de cada vez que se vira.
Vira-se de lado, fecha os olhos e respira fundo. Espera que venha sonhá-la. Quando adormecer um sono de valeriana, um sono de camomila. Tília. Um sono de roseiras bravas. Pequeninas, de um branco rosado manchado e muitos espinhos quase invisíveis. Eram roseiras. E ele pensara que com as unhas lhe arranhara o peito. E ficou zangado para sempre. E acordou de novo alagado em suor e inquietação. Zangado. Mas o problema não eram os espinhos. Eram as rosas.
Ela percorre as ruelas que ladeiam os canais. Pequenos túneis que afastam os passos momentaneamente dos brilhos insalubres da laguna, e os voltam a aproximar inevitavelmente. O som cavo dos saltos nas pedras largas e incertas, por vezes a soar a oco. Uma porta estreita. Uma escada empinada. E o quarto. Ferver ervas num pequeno fogão ao canto. Acreditar, talvez, que lhe hão-de trazer algum entorpecimento. Suficiente se os pensamentos serenarem. Da janela olha fixamente as águas escuras e espessas àquela hora. Amanhã Tintoretto na Academia. Uma emoção rara por dia é mesmo assim quase demais. E uma noite de cada vez.
Cento e dezoito ilhas, cento e sessenta canais e mais de quatrocentas pontes são dados suficientes para desenhar uma carta, mas nunca o mapa dos sentidos. Menos ainda das emoções. Esse exige uma cartografia própria em cinzas e sonoridades cavas. Em ocres deslavados e rosas velhos aclarados pela poluição, e mesmo a do sentir tóxico. Uma cidade de uma beleza que rescende de reminiscências doentias de ausências e impossibilidades. Que pode até exalar aromas fétidos dependendo das marés. Porque de tão inebriante e onírica, só serve de cenário aos sonhos mais utópicos e paradigmáticos. Nada a menos do que isso. Ir a Veneza, mesmo que seja para chorar já é semear nas pedras antigas mais voragem de memórias. Cada canal percorrido ladeado a passos acariciantes, é como uma linha da mão. Um destino cumprido e traçado no desenho da laguna. Uma ideia que fica como uma camada ténue a somar a todas as que se pressente formarem a textura quase orgânica. Esta no mar ali ao lado e este no seu maior interior. Ser um mar interior a continentes deve ultrapassar em muito a beleza do azul que o define e atirar para um interior incorporal. Um mar interior também nela.
Sim. Voltar a Veneza sempre que se perdeu a vontade de sonhar. Como um reencontro em dois. Mesmo para ver partir alguém e muito mais para esperar. Dali do coração da europa. E o reencontro é caro de um preço semelhante ao que os antigos se dispunham a pagar pelo segredo da seda. Na sua rota desde muitos séculos atrás. A rota continental do norte, dos confins da Ásia, no mundo antigo. E, por onde entrou a magia da seda entra a magia do sonho. Feitos ambos de fios paradoxais. Finos, ténues, versáteis, luminosos, fortes e adaptáveis. Há qualquer coisa em comum, de líquido, nas cidades que se prestam ao sonho. Qualquer coisa de seminal, vivo. Que segrega como fluidos orgânicos, murmúrios e segredos quase palpáveis. Teias e padrões de séculos ou de instantes. O tempo em retrocesso, voluptuoso, luxurioso. Há tanto tempo que sonha ir sonhá-lo, a sonhá-la em Veneza. Isso nunca aconteceu. Fora do espaço que reserva a isso.
A seda é uma outra pele. Uma construção. Que aquece na sua exacta medida. Suficiente ou insuficiente. Com limites. Mas aquém deles é de um enorme poder sugestivo. Ao tacto. De um inefável conforto, quase consolo. Quase carícia.
Ele inclina-se com uma pequena guinada do volante e apanha o lenço que caiu. Seda de um amarelo saturado. E foi quando ela fez o gesto a pedi-lo que ele reparou nas estranhas linhas que lhe cruzavam a mão como um mapa. Como se o lenço fosse pretexto. Visão fugaz que não teve tempo de processar nem pediu para rever. Não ia entendê-las, de qualquer modo. Mas eram talvez o único chão possível. O mapa do chão. O tempo diria. Alguém disse: “Se chegares a onde vais não vais querer voltar aonde partiste. Se partires do sítio exacto chegas aonde vais sem erro e sem remição. Vai simplesmente, e retorna ao ponto de partida próprio todos os dias para voltares a partir de um lugar diferente. E chegas, se chegares com a coragem de quem não tem certezas. Chegas e partes. É o mesmo lugar. O tempo um círculo perfeito.” Leu nas entrelinhas da mão que se lhe expõe e foi suficiente. Mas era a mão dela. De linhas estranhas. Discretamente olhou a sua e caiu na sonolência boa que o embalo do rolar na estrada lhe insinuava nos olhos pesados, nos músculos cansados e na alma exausta de dilemas insolúveis. Mas de novo aquele roupão de cetim preto acusatório e sem permissão de tréguas.
Olha-o por detrás do espelho retrovisor. Do lado de cá do espelho. Reflectido no vidro. Na água. No copo onde bebe. E será sempre assim mesmo que o não diga. As pessoas não gostam de ser observadas.
Afasta-se da janela mas retorna irresoluta. De novo mergulha nas águas estreitas e misteriosas. Não sabe o que fazer ao tempo. A esta hora, o comboio em que viaja já chegou talvez a Trieste.

23 Out 2015

Do golfe e da gula

[dropcap style=’circle]T[/dropcap]alvez Steve Wynn não tenha razão. Talvez Steve Wynn tenha razão. Para quem vive fora deste peculiar mundo dos negócios que o jogo é, há razões que a razão desconhece. Steve Wynn queixa-se, basicamente, de não saber as regras do jogo que aí vem.
Quem cá está desde o início disto tudo lembra-se bem da postura eu-quero, posso-e-mando do magnata que baptizou o império que construiu com o seu nome e fiou-se na virgem, neste caso nada virgem e chamada mercado VIP. Mas quem cá está há um bom par de anos também já percebeu que o Governo, salvo raras excepções, não é um exemplo em termos de comunicação e é mestre no fingimento. A lei do tabaco é um bom exemplo, com trocas e baldrocas e intenções de mudança a cada passo, com exigências a cada passo também.
Agora é Sheldon Adelson que, após a divulgação dos descendentes resultados da Sands, veio dizer que não sabe o que esperar de Macau. É uma incógnita, é um ponto de interrogação. O octogenário dono da Venetian que, como bem sabemos, também não fez fortuna pela sua moderação e ponderação, foi menos acutilante do que o colega Wynn, mas não deixou, no entanto, de apontar a incerteza que se vive no jogo. E se há incertezas no jogo, há incertezas no resto de Macau.
Bem-vindos à RAEM, Steve Wynn e Sheldon Adelson. Bem-vindos a Macau. Em traços gerais, nos últimos anos, os que mandam no jogo e nas empreitadas estiveram bem habituados: sabiam com o que podiam contar e aquilo com que puderam contar foi sempre mais, sempre a crescer. Não foi este o caso para o povo, para quem não faz contas aos milhões. static1.squarespace
Depois das incertezas da transferência de administração, das incertezas dos primeiros anos de um novo Governo, Macau cresceu sem que nos explicassem para onde se estava a caminhar. Um crescimento incerto, opaco, sem uma ideia que o orientasse, em que as únicas certezas foram chegando até nós nos números das rendas das casas, nos preços dos produtos mais básicos do supermercado, na conta da luz, na dificuldade em nos mexermos, na dificuldade em respirarmos. E no preço que tudo isto vale, porque tudo nesta terra tem um preço.
Agora são os senhores do jogo que, vindos de fora, não sabem com o que podem contar. Acho mal que assim seja, porque tanto a gente grande no dinheiro que tem, como a gente pequena nas poupanças que não faz devia saber mais ou menos com o que pode contar. Mas bem-vindos a Macau, que Macau há muito que foi nisto que se transformou.
No fim-de-semana passado, um antigo ministro da Economia de Portugal passou por cá para falar de criatividade e deixou a ideia de que se Macau não enriquecer do ponto de vista humano, de nada lhe valerá enriquecer com o jogo. Steve Wynn e Sheldon Adelson têm, como é óbvio, outras preocupações no que toca ao enriquecimento e muitas das pessoas que cá vivem também: isso da riqueza de espírito não enche barrigas, não compra bons carros, nem enche de rechonchudos diamantes os dedos das esposas e menos-esposas.
Agora que o jogo já deu mostras de ser um chão para dar uvas finitas, uvas certas conforme o mês da colheita, façam-se outras contas, para que os próximos anos não sejam tão incertos como foram os últimos 15. Explique-se aos investidores o que se espera deles e diga-se ao povo o que se pode esperar de Macau. Façam-se contas ao que se ganhou, mas reconheça-se que muito se tem perdido – os dedos das mãos não chegam para esta contabilidade.
Da China chegam novas que nos dizem que lá em Pequim o luxo é uma coisa em desuso. Não cai bem. Já sabíamos que era assim e isso reflecte-se nas contas dos casinos e de quem pulula em torno deles. Desde esta semana, a golfe e a gula passaram a ser pecados quase mortais para o Partido Comunista Chinês.
É melhor não mexer no golfe local, actividade predilecta do antigo Chefe do Executivo. Quanto à gula, se Macau ouvir a mãe-pátria, não há na cidade nutricionistas que cheguem. Numa terra de incertezas, em que quase tudo é um ponto de interrogação, sabe-se porém que uma dieta não fazia mal a muito boa gente. E a gente menos boa também.

23 Out 2015

A culpa foi da fotografia

[dropcap style=’circle’]H[/dropcap]á algum tempo criei com os meus alunos um grupo de chat no Wei Xin (uma aplicação grátis para mensagens de voz) onde fiquei conhecido por “Tofu Man”. A culpa desta alcunha pode ser atribuída a uma fotografia, onde apareço como meu carro e que publiquei no chat. Os alunos deram-me este nome por causa de uma personagem, dono de uma loja de tofu, do filme “Initial D” (sobre carros de corrida).
Tirei esta fotografia à porta de uma garagem, no bairro Ilha Verde, com o carro que tinha há vários anos como se fosse um com velho camarada. O mecânico tinha-me dito que o carro estava tão velho que o problema já não tinha arranjo e que o melhor era mandá-lo para a sucata. Por isso tirei a fotografia antes de me desfazer dele. Os carros são bastante diferentes das pessoas, na medida em que as pessoas têm sentimentos e os carros são apenas objectos. Na verdade as pessoas nem deveriam nutrir grandes sentimentos por objectos. Mas de facto, às vezes, as pessoas são mais insensíveis que os objectos e estes são realmente fiéis aos seus donos.
O carro era um Volkswagen em segunda mão, que já tinha sete ou oito anos quando o comprei. Grande parte dos Volkswagen fabricados nesta altura tiveram de ser remodelados devido a problemas na caixa de velocidade ou no sistema de ar condicionado. O meu carro não foi excepção e, as despesas que tive com arranjos ao longo dos anos, foram superiores ao que paguei para o comprar. As peças avariadas foram substituídas por outras retiradas de carros antigos. O mecânico tinha-me avisado para não comprar um carro europeu porque não são desenhados para o mercado asiático e a reparação das peças é muito cara. Com mais de 10 anos o meu velho Volkswagen começou a perder potência. Sempre que o conduzia tinha de ter muito cuidado, porque como andava tão devagar podia provocar acidentes no meio do trânsito. No entanto a condução era muito segura e sempre que tinha um problema com alguma peça dava sempre sinal. O chassi sólido transmitia uma sensação de calma e segurança. Não se recusava a sair mesmo que houvesse uma tempestade e acatava sempre as ordens do dono. Parava no meio da estrada para dar protecção à motorizada que tivesse caído à sua frente. Um carro consegue estas coisas, mas as pessoas nem sempre o conseguem. As pessoas, muitas vezes, dizem abertamente apoiar determinadas estratégias, mas na verdade, de forma encapotada, opõem-se à sua implementação. E em períodos de dificuldade é comum abandonarem-nos. De certa forma os carros são mais fiáveis do que as pessoas. Herbie_car
O caso mais inesquecível que se deu com o meu Volkswagen foi precisamente há dois anos quando estava para ser enviado para a sucata. Foi a 15 de Outubro de 2013, no último dia em que exerci funções como deputado na Assembleia Legislativa. No mês que se seguiu após ter tomado conhecimento que não iria ser reeleito, continuava a apresentar-me no Gabinete de Deputados às sextas-feiras à noite. Embora só trabalhasse como professor a meio tempo, ofereci a este Gabinete metade do meu salário de Outubro como deputado e submeti interpelações escritas nesta qualidade. A minha última interpelação foi submetida a 15 de Outubro. Depois de ter cessado as minhas funções de deputado, não compareci à reunião habitual da Associação de Novo Macau que teve precisamente lugar na noite de 15 de Outubro. Pedi a uma pessoa para entregar a minha carta de demissão na Associação (pedia a exoneração do Comité Permanente) e fui dar uma volta de carro com a minha família à zona dos Novos Aterros do Porto Exterior. Quando o carro já estava estacionado no segundo andar do parque de estacionamento, fez um som como se se tivesse partido qualquer coisa e vi que o chão estava coberto por um líquido vermelho e branco. O depósito de água tinha-se partido. Liguei de imediato para o mecânico que, depois de o examinar, me disse que tinha de ser levado para a oficina. Vi o meu carro ser levado, um carro que tinha estado comigo durante tantos anos e que me tinha sempre sido leal. Ao início tinha intenção de o mandar arranjar independentemente dos custos. Mas o mecânico avisou-me que o depósito de água estava seriamente danificado. Como o carro era bastante antigo, mesmo que se substituísse por um depósito novo, não podia garantir que o problema não se voltasse a repetir. Levando em consideração quer a minha segurança quer a dos outros, acabei por concordar em enviá-lo para a sucata. A fotografia publicada no Weixin foi a última que tirei com o meu carro. Como não ganho muito dinheiro com o meu trabalho a meio tempo como professor, comprei um carro em segunda mão, com mais de 10 anos, para substituir o meu Volkswagen e que ainda hoje conservo.
Pensei escrever uma história sobre o meu Volkswagen, mas depois achei que não era apropriado falar sobre os meus assuntos pessoais. Mais tarde li, num jornal mensal, uma entrevista a dois membros da Associação de Novo Macau. Na entrevista Ng Kuok Cheong afirmava “a luta pode ser uma forma de energia” ao passo que Cheang Meng Him declarava, “as lutas na Associação são uma perda de tempo”. Estes comentários fizeram-me lembrar as palavras de Mao Zedong, “da luta com a Natureza retiramos imenso prazer ; da luta com a terra retiramos imenso prazer; da luta com as pessoas retiramos imenso prazer”.

23 Out 2015

Sara Justino, Engenheira do Ambiente

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]acau é um lugar sui generis e Sara Justino é bem capaz de saber isso. Mais do que uma experiência totalmente aventureira, esta cidade trouxe à jovem portuguesa um primeiro e fresco olhar para a Ásia. Algo que se assumiu como o início de uma óptima experiência, tanto profissional como pessoal.
Sara tem, certamente e como vários outros emigrantes portugueses na região, família e amigos lá bem longe, mas quando se quer muito uma coisa, dizem, é preciso mergulhar de cabeça. A jovem, agora na casa dos 20 e poucos anos, conta com uma licenciatura e um mestrado feitos em Portugal e foi numa parceria neste último programa académico que Sara conheceu esta terra que diz ser “bastante familiar”. No âmbito de um estágio, foi parar à Macao Water, empresa onde actualmente trabalha.
“Gosto muito de Macau e mesmo muito do que faço”, disse. É que Engenharia do Ambiente não parece ser uma área fácil, principalmente para quem lida com as águas do território. O mais complicado, revela, foi lidar com o choque cultural em termos de idiomas. 17666_1015415568478307_5764452654826085557_n
“Continua a ser muito complicado comunicar, mas no início foi ainda mais difícil porque trabalho maioritariamente com pessoas chinesas e a comunicação pode ser difícil”, diz.
No entanto, Sara parece ter-se adaptado bastante bem à realidade local – ao contrário de outros tantos. Se nos três meses do estágio viveu nas residências da Universidade de Macau, actualmente mudou-se sozinha para uma casa numa zona que, curiosamente, não atrai muitos estrangeiros.
“Moro perto da Ilha Verde, junto ao trabalho, num bairro completamente chinês, em que nenhum dos meus vizinhos é ocidental”, revela. “Tem as suas coisas boas, como poder sair à rua de pijama e ser uma coisa perfeitamente normal”, brinca.

Há voltas e regressos

“No início [da proposta para ficar em Macau] não sabia bem se queria mesmo ficar, até porque Macau é do outro lado do mundo”, confessou. Em Abril passado foi quando Sara se decidiu a pôr pela segunda vez os pés nesta terra. A sua primeira experiência em Macau começou de forma meio atabalhoada.
A viagem inaugural, em Setembro de 2014, aconteceu precisamente no dia seguinte à defesa da tese, momento que marca o estudante, mais que não seja pelo passo académico que representa.
Quando as asas do avião deixaram mostrar Hong Kong, Sara percebeu que era época de feriados, mais conhecida como a Semana Dourada. As ruas abundavam de gente e sacos, pessoas e saquinhos. O tempo foi deixando que Sara se ambientasse e fizesse amigos, conhecesse pessoas na universidade e no local de trabalho. Cedo percebeu que era um local agradável para viver. “É um ambiente familiar”, reforça na conversa com o HM. “A primeira impressão? Que calor!”.
“Apesar de ser tudo muito diferente e de ser a única estrangeira, tenho muita sorte com a empresa onde estou”, adianta. É que Sara sente-se a trabalhar com uma equipa que valoriza o seu trabalho. “Eles adoptaram-me, por assim dizer, e às vezes na brincadeira, até digo que são a minha família chinesa”, revela.
Por enquanto, está-se bem por aqui. Ou pelo menos é essa a ideia transmitida pela especialista em Ambiente. Assegura que fica por estes lados até que seja preciso mais para evoluir. “Fico cá enquanto sentir que estou a aprender e a partir do momento em que não é possível evoluir mais, penso em ir embora”, frisa.

Debaixo de um guarda-chuva

Para Sara, o mais complicado de ultrapassar é mesmo a barreira linguística, mas acredita que “se se quiser muito cá viver e ficar a longo prazo, é fácil ter aulas e aprender em alguns meses” de muito esforço. No entanto, fossem esses todos os males. É que, ao contrário de muitos outros lugares, Macau parece trazer a várias pessoas a sensação de conforto e uma familiaridade que, diz Sara, “não tem nada a ver com o sítio de onde vimos”, mas está presente a cada canto, esquina de prédio, pastelaria e restaurante.
Caso a ideia fosse ficar por aqui por tempo indefinido, a jovem confessa que gostaria de ter “uma casa em Coloane”, aquela que considera ser “a zona mais bonita de Macau”. O território tem, diz, “ainda muito por onde evoluir” na área da poluição e de formas de ajudar o ambiente. 10437783_821417631211436_365897649101595033_n
Quando questionada sobre momentos estranhos, que só teriam lugar em Macau, Sara não demora a recordar aquele que considera melhor espelhar o choque cultural entre a China e Portugal. Um dos episódios mais caricatos que marcam a estada de Sara no território aconteceu debaixo de uma chuva torrencial, com um grande amigo seu de naturalidade local. Chinês de alma e sangue. “Estávamos os dois debaixo do mesmo guarda-chuva, estava a chover imenso e eu, num gesto de amizade, cruzei o braço ao dele para não ficarmos desfasados debaixo do chapéu. Mas ele ficou agitadíssimo, a dizer que não podíamos fazer aquilo porque a namorada ia pensar que existia alguma coisa”, recordou, ao mesmo tempo que se ria. Quando Sara finalmente explicou ao seu amigo a natureza altamente inócua da acção, riram-se os dois ao perceber que também na amizade existia uma espécie de “protocolo cultural”.
Sara sabe que tem ainda “imensa coisa para ver e aprender” por essa Ásia fora, especialmente aqui ao lado. “Adorava pegar numa mochila e fazer uma viagem pela China, mas sei que não sabendo Mandarim não ia correr bem”, lamenta. Assim, as viagens vão-se fazendo ao passo de quem trabalha e aproveita o tempo livre. Por enquanto, Sara parece feliz com o que faz, mas essencialmente, com quem é.

23 Out 2015

“Cultura Macaense” necessária e essencial

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]ecorreu no domingo passado uma reunião na Fundação Macau sobre a cultura macaense. O momento serviu para os especialistas trocarem opiniões relativamente à direcção e trabalhos a desenvolver, concretamente sobre a “Colectânea das Crónicas das Dez Artes e Cultura– Tomo de Macau” , quanto à recolha de materiais das artes macaenses, nomeadamente cantigas, danças, provérbios e frases idiomáticas, histórias colectivas, ópera, artes folclóricas, de maneira a que sejam protegidos e transmitidos a futuras gerações.
Num comunicado à imprensa, a Fundação cita Rufino Ramos, Secretário-geral do Instituto Internacional de Macau, propôs que “após se organizarem os respectivos recursos populares, poder-se-á considerar a publicação em várias línguas como o chinês, inglês, português e até em patuá, o que fará todo o sentido para a divulgação da cultura de Macau”. O director do Centro de Desenvolvimento das Artes e Cultura Étnicas e Folclóricas do Ministério Cultural da China, Li Song, realçou que “cada colectânea do Tomo Macau deve integrar elementos culturais macaenses e que este projecto nacional é elaborado em chinês, pelo que todas as canções populares e cantigas em português precisam ser traduzidas para chinês, com a indicação do sinal fonético para melhor compreensão e transmissão a futuras gerações e também gostaria de convidar os macaenses a visitar o Centro em Pequim, com vista a melhor conhecer a compilação das colectâneas”.

23 Out 2015

Limites aos microrganismos em leite para bebés

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Conselho Executivo já aprovou mais um regulamento administrativo criado no âmbito da Lei de Segurança Alimentar, implementada em 2013. Desta vez foi elaborado o diploma que regula o “limite máximo de microrganismos patogénicos das fórmulas infantis”, ou seja, leite em pó para bebés. Em comunicado, o Governo explica ser “de extrema importância a salvaguarda da segurança das fórmulas infantis”. “Uma vez que as fórmulas infantis não são produtos estéreis, pode vir a ocorrer a sua contaminação por diversos tipos de microrganismos patogénicos, quer na matéria-prima do leite em pó, quer por aditivos, prejudicando a saúde infantil”, explica o comunicado. A lei visa crianças com idade igual ou inferior a 12 meses e entendem-se por fórmulas infantis “os substitutos do leite materno em pó, especialmente os formulados para satisfazer os requisitos nutricionais de lactentes nos primeiros meses”. A lei proíbe a existência de microrganismos como o Enterobacter Sakazakii (espécie Cronobacter) e Salmonella.

23 Out 2015

Exposição de Rui Paiva adiada para segunda-feira

[dropcap style=’circle’]I[/dropcap]nicialmente prevista para sábado, a inauguração da exposição do Rui Paiva terá afinal lugar na próxima segunda-feira, 18 horas, na Livraria Portuguesa. A Inauguração será seguida de uma conversa sobre A Curadoria das Artes nas Indústrias Criativas: a perspectiva do artista-curador. Rui Paiva é um artista plástico nascido em Moçambique cuja vida profissional, enquanto economista, já o trouxe por três vezes a Macau, onde realizou as suas primeiras exposições. É actualmente Gestor do Património Artístico do Grupo Millenium BCP.

23 Out 2015

Junkets obrigados a ter contas mensais a partir de 2016

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) implementou no inicio deste mês novas “Normas que definem o regime contabilístico para os promotores de Jogo”, tendo realizado sessões de esclarecimento com operadores junket. Em comunicado, a DICJ esclarece que “a partir do ano de 2016 os promotores de Jogo devem dispôr de contas mensais para se sujeitarem à verificação a qualquer momento pela DICJ”. Para além disso, devem “apresentar dados dos principais empregados hierarquicamente superiores que exercem funções financeiras”. A DICJ decreta ainda que “as informações e sistemas das contas devem ser guardados em Macau para se sujeitarem à verificação a qualquer momento pela DICJ”. No mesmo comunicado o organismo promete maior fiscalização a este sector, garantindo que o “desenvolvimento saudável da indústria de jogos de fortuna ou azar é um factor que beneficia o desenvolvimento económico em geral da RAEM”.

23 Out 2015

GP | Dani Juncadella vai tentar repetir o feito de 2011 em F3

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] piloto espanhol do DTM, que triunfou em Macau com a Prema Powerteam em 2011, assinou com a Fortec Motorsport e vai substituir o brasileiro Pietro Fittipaldi, neto de Emerson Fittipaldi, que decidiu não se estrear no Circuito da Guia este ano. O acordo foi conseguido na segunda-feira com a bênção da Mercedes-Benz Motorsport, que fornece motores à Fortec Motorsport e com quem o ex-piloto de testes da Force India Formula 1 tem contrato. Juncadella será companheiro de equipa do piloto da RAEM Andy Chang e do chinês Martin Cao. gt carros
Esta será a segunda tentativa de Juncadella para repetir o feito. Já na qualidade de campeão europeu da especialidade, Juncadella tentou vencer esta prova por uma segunda ocasião em 2012, mas ficou aquém do esperado, tendo terminado no quinto lugar na edição ganha pelo português António Félix da Costa. Para se qualificar para a corrida de final de época da Fórmula 3, o espanhol fará a prova da Euroformula Open (ex-Campeonato de Espanha de Fórmula 3) em Barcelona no dia 1 de Novembro. Juncadella não será o único piloto em pista que tentará igualar o recorde de Mortara, pois o vencedor da edição de 2014, o sueco Felix Rosenqvist, será uma das estrelas da edição deste ano.

Easton muda de equipa

Stuart Easton não vai defender as cores da Paul Bird Motorsport no Grande Prémio de Macau de Motociclismo. Segundo a imprensa inglesa especializada, o escocês, que iria fazer equipa com Ian Hutchinson, vai correr com uma Yamaha da equipa SMT alugada à equipa SMR. Esta troca de equipa para a prova do Circuito da Guia deveu-se ao contrato que Easton, que dominou nas ruas de Macau de 2008 a 2010, assinou para a próxima temporada no Campeonato Britânico de Superbikes. “Será uma grande oportunidade para mim tripular a Yamaha mais cedo, mesmo sendo um circuito citadino”, disse Easton ao site bikesportnews.com.

23 Out 2015

Durão Barroso | Relações com países lusófonos são importantes, diz o recente professor honorário do IPM

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]urante a curta visita que o ex-primeiro ministro de Portugal e antigo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, realizou a Macau, o professor destacou a “importância da manutenção das relações entre a RAEM e os países lusófonos para o desenvolvimento sustentável de Macau”.
As declarações surgiram num encontro com o Chefe do Executivo, Chui Sai On, na sede do Governo, na passada segunda-feira. Em comunicado aos jornalistas, o Executivo explica que Durão Barroso indicou ainda que as relações com os países lusófonos, através dos planos de intercâmbio de aprendizagem com a União Europeia, têm sido uma mais valia para a formação de “quadros qualificados que dominem a Língua Portuguesa” no território.
O ex-primeiro-ministro português destacou ainda a mensagem que lhe foi transmitida no sentido de que as autoridades “estão a trabalhar para manter e valorizar a herança cultural portuguesa, porque isso é visto como uma forma de afirmar a própria especificidade de Macau”.
“Parece-me que a escolha estratégica de tornar Macau num centro de excelência em actividades de turismo e lazer, e também as oportunidades do ponto de vista cultural de uma plataforma com os países de Língua Portuguesa, é uma boa escolha (…) e parece-me que já tem frutos concretos. Claro que mais coisas têm de ser feitas (…). Como amigo de Macau, apenas posso apoiar tudo o que possa trazer mais prosperidade para esta região”, sublinhou, citado pela agência Lusa.

Nova esperança

Para Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, a visita de Durão Barroso a Macau veio criar uma esperança em “novos projectos que possam surgir”.
O professor, que veio a Macau a convite do Instituto Politécnico de Macau (IPM), afirmou ainda estar disponível para representar e contribuir como ponte de comunicação entre a China e a RAEM com os países lusófonos e a União Europeia. durão_chui_GCS
No encontro, Chui Sai On, afirmou que desde a transição da soberania em 1999, o Governo tem vindo a dedicar-se ao princípio “um país, dois sistemas”, dedicando-se ainda à transformação de Macau num “centro mundial de turismo e lazer e uma plataforma de serviços comerciais entre a China e os Países Lusófonos”. Em resposta, Durão Barroso mostrou-se satisfeito com o princípio mencionado pelo Chefe de Executivo e disse que Macau tem desenvolvido a sua economia ao longos dos últimos 15 anos, alcançando “grandes avanços, especialmente na economia, turismo e infra-estruturas”.

Em nome da estabilidade

O ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso afirmou terça-feira, em Macau, esperar que a coligação PSD-CDS/PP e o PS se entendam para a formação do governo, a fim de dar ao país “condições de estabilidade”.
“Visto que não há uma maioria absoluta na Assembleia da República era importante que a força política que ganhou e a principal força da oposição se entendessem, dando ao país condições de estabilidade e um governo coerente”, defendeu, ao sublinhar que “os partidos têm os seus interesses próprios”, mas que “o país está acima dos partidos”.
Neste sentido, o ex-primeiro-ministro considerou que “se não for possível que o governo tenha uma maioria que haja pelo menos acordos parlamentares que permitam a estabilidade em Portugal”. “Portugal fez um grande progresso nos últimos anos. Portugal esteve numa crise financeira profunda, voltou a ganhar a confiança dos investidores internacionais, mas nada é irreversível. É importante que agora se consolide a confiança em Portugal e que não haja problemas políticos que venham a gerar outra vez um ciclo de desconfiança. Eu espero que isso venha a acontecer”, disse. Durão Barroso não quis, contudo, tecer comentários quando questionado relativamente às eleições presidenciais. “Não vou agora entrar mais em política partidária portuguesa”, disse.

Distinção | Título de professor honorário do IPM

“Um significado especial”

O ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso afirmou que o título de professor coordenador honorário do Instituto Politécnico de Macau (IPM), que lhe foi atribuído na terça-feira, tem um significado especial. O facto de Barroso ter sido um dos que participou nos inícios das relações Portugal-China é a justificação.
“Tem um significado especial, precisamente por ser aqui, em Macau. (…) Tem valor por ser o reconhecimento de um contributo que me orgulho de ter dado para as relações mais estreitas de Portugal e da Europa com Macau e com a China”, salientou. “Como ministro dos Negócios Estrangeiros, como primeiro-ministro [de Portugal] e também como presidente da Comissão Europeia, trabalhei muito pelas relações com Macau. Como ministro dos Negócios Estrangeiros, estive nas negociações para a transição de Macau, depois, como presidente da Comissão Europeia, visitei Macau e apoiei e lancei alguns programas”, disse, citando o exemplo dos programas de formação de tradutores e intérpretes.
Durão Barroso, que realizou a sua última visita oficial ao território aquando do 20.º aniversário da assinatura do Acordo de Comércio e Cooperação União Europeia-Macau, congratulou-se, dois anos depois, pelo facto de a RAEM estar “no bom caminho”.
“Macau, hoje em dia, está muito mais desenvolvido do ponto de vista económico, é uma região também estável, que quer manter com orgulho a herança portuguesa”, sendo que “está-se a estabelecer como um grande ponto de turismo ao nível global e também como uma plataforma importante da China em relação aos países de Língua oficial Portuguesa”, observou.
Com a distinção desta semana – a mais alta conferida pelas instituições de ensino superior politécnico – Durão Barroso entra para uma “galeria” de que fazem parte outras figuras, como o ex-secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger ou o ex-ministro e professor universitário Adriano Moreira, prometendo, agora que faz parte da “casa”, dar o seu contributo, na medida das suas “possibilidades de agenda”, para Macau e também para “uma relação ainda mais forte entre Macau e Portugal e entre a China e a União Europeia”. transferir
Durante a cerimónia, o ex-governante português ouviu rasgados elogios, nomeadamente do presidente do IPM, Lei Heong Iok, que falou de um “protagonista de um percurso cívico, político e académico deveras singular”, e do coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do IPM, Carlos André, a quem coube proferir um longo elogio, que percorreu o extenso trajecto de Durão Barroso, num auditório repleto, sobretudo de estudantes.
Durão Barroso, que presidiu aos destinos da Europa durante dez anos, “possui, entre os traços da sua identidade, uma marca especialmente distintiva: abraçou, de vontade, no tempo próprio e sempre que a vida lhe consentiu, a carreira académica; mas experimentou sempre, em cada etapa desse percurso, o drama da encruzilhada; porque essa sua opção foi, a cada passo, interceptada pelo apelo do serviço público, pela chamada à actividade cívica, pelo sentido do dever”, afirmou.
O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, manteve a toada, descrevendo Durão Barroso como “alguém que foi, durante anos, um construtor de diálogos” e um “português de excepção com um percurso brilhante”. E acrescentou: “Não esquecemos, senhor professor, que vossa excelência, nos diversos cargos por onde passou foi sempre um amigo de Macau”.
Durão Barroso proferiu, de seguida, uma conferência sob o tema “Globalização no século XXI: das novas rotas da seda a outras ligações entre os continentes”.

22 Out 2015

Habitação | Chui Sai On garante que haverá mais concursos no seu mandato

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]“Governo vai rever a legislação sobre a habitação económica e social”, garante o Executivo, num comunicado enviado à imprensa, citando o Chefe do Executivo, Chui Sai On. Depois das reivindicações da população durante a semana passada, o líder máximo do território avança com a garantia de revisão das leis, adiantando ainda que o mais recente concurso para a habitação económica não será o único do seu mandato, que ainda tem pela frente três anos.
“Depois das recentes consultas públicas, o Governo compreende as opiniões da sociedade sobre as famílias nucleares e famílias não nucleares e também as candidaturas individuais, designadamente a dos jovens”, pode ler-se no documento, que acrescenta que, no futuro, o Governo irá apresentar à AL “o seu ponto de vista sobre a revisão da lei, tendo em consideração as opiniões recolhidas junto da população”.
Chui Sai On afirmou compreender as exigências da sociedade e argumentou que para além da vontade, outrora manifestada pelo próprio, em reservar um grande número de terrenos na Zona A dos novos aterros para a construção de habitação pública, o Executivo quer, no caso de ganhar as acções judiciais relativamente ao terrenos desaproveitados, aproveitá-los para a construção do mesmo tipo de habitação. A decorrer os processos judiciais, o Chefe do Executivo explica que para já nada poderá adiantar, no entanto, caso o Governo ganhe o processo “então o serviço competente irá publica a informação”.

Estoril em espera

Com poucas novidades está o caso do Hotel Estoril já que, segundo o próprio Chui Sai On, o Governo espera agora pelo resultado da análise da consulta pública terminada em Setembro, sobre as expectativas da população quanto ao hotel e à piscina municipal.

Pearl Horizon em estudo

Sobre a salvaguarda dos interesses dos pequenos proprietários que compraram as fracções autónomas do Pearl Horizon em construção, Chui Sai On indicou que já deu instruções aos vários Secretários para iniciarem um estudo e análise quanto à questão. “A equipa está em campo e tem-se esforçado por acompanhar e esclarecerá este assunto junto da sociedade assim que concluir o estudo”, indicou.

22 Out 2015

AL | Duas leis sobre condomínios e outro pedido de debate

Condomínios e aproveitamento de terrenos são os assuntos a discutir já na próxima semana na AL. Novas regras para as administrações dos condomínios serão discutidas e levadas à análise na generalidade. É ainda debatida a eventual anulação dos passes mensais de estacionamento e decidido se um debate sobre os terrenos terá ou não lugar na AL

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Assembleia Legislativa (AL) já tem duas novas sessões plenárias marcadas para a próxima semana, que terão como temas principais de discussão a gestão de condomínios e a habitação económica e social. Os deputados viram admitidas pelo hemiciclo três propostas, sendo elas, a Lei da Actividade Comercial de Administração de Condomínios, o Regime Jurídico da Administração das Partes Comuns do Condomínio e a proposta de debate sobre a habitação económica e social apresentada pelo deputado Ng Kuok Cheong, a 13 deste mês.

Ordem no prédio

Depois de ouvidas quase duas mil opiniões, a Lei da Actividade Comercial de Administração de Condomínios vem tornar a licença das empresas obrigatórias, fazendo a distinção dos tipos de administração. É proposta ainda uma caução à empresa de administração de condomínios, para garantir o cumprimento das obrigações emergentes do exercício da actividade comercial de administração de condomínios. Propõe-se ainda, na mesma proposta de lei, a previsão de um mecanismo adequado de investigação e sanção que permita apurar as condutas ilegais e em consequência a aplicação de diferentes tipos de sanções aos infractores. Os tipos de sanção podem variar entre as duas mil patacas e as 500 mil patacas, podendo ainda ser aplicada a sanção acessória de interdição do exercício da actividade comercial de administração de condomínios, pelo período de um mês a um ano.
Já o Regime Jurídico da Administração das Partes Comuns do Condomínio, o Governo propõe que os próprios condóminos se responsabilizem pelas tarefas de administração das partes comuns dos prédios e procedam, através da assembleia geral, à eleição dos membros da administração. Com a nova proposta serão ainda aperfeiçoadas as regras de funcionamento da assembleia geral do condomínio, para que seja aprovado um orçamento das despesas e outras questões. A proposta vem ainda permitir que o proprietário da fracção autónoma tem o exercício do direito do voto sobre determinados assuntos.
Como último ponto da ordem do dia, na segunda-feira, está a análise pelos deputados do debate proposto por Ng Kuok Cheong, que pede que sejam chamados à AL responsáveis do Governo. O deputado diz que o Governo deve “planear quanto antes os lotes dos terrenos revertidos e dos novos aterros, por forma a aumentar a oferta de habitações económicas e sociais, e reactivar o regime de pontuação para a habitação económica, no intuito de encurtar o prazo de espera para os respectivos candidatos qualificados”.
As três propostas serão apresentadas, discutidas e votadas na generalidade já no próximo dia 26 de Outubro, segunda-feira. Dois dias depois, na quarta-feira, vai ter lugar o debate proposto pelos deputados Song Pek Kei e Si Ka Lon, sobre o eventual cancelamento dos passes mensais dos estacionamentos públicos. As duas sessões começam às 15h00.

22 Out 2015

Novo Comissário do MNE chinês em Macau

A China nomeou Ye Dabo para o cargo de Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Macau. De acordo com a agência de notícias Xinhua, citada pela rádio Macau, Ye Dabo assume funções na próxima semana, substituindo assim Hu Zhengyue, que estava no cargo desde 2011. Nascido em Quanzhou, na provínica de Fujian, Dabo integra o Ministério dos Negócios Estrangeiros desde 1986, tendo já passado por Taiwan e pelos Estados Unidos. 

22 Out 2015

FAOM pede optimização de conselhos consultivos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] presidente da Federação das Associações de Operários de Macau (FAOM), Ho Sut Heng, pediu à Secretária para a Administração e Justiça que os conselhos consultivos sejam optimizados. Numa reunião que teve lugar no passado dia 14, Sónia Chan teve um encontro com a FAOM, que pediu também o aprofundamento dos trabalhos de sensibilização da Lei Básica.
“A presidente Ho Sut Heng da FAOM quer que no âmbito de administração e justiça, possa continuar a concretizar a simplificação da estrutura administrativa, promover o mecanismo de coordenação legislativa, optimizar os concelhos consultivos, criar o mecanismo de tratar as reclamações dos funcionários públicos, bem como aprofundar os trabalhos de promoção e sensibilização da Lei Básica, a fim de contribuir para a estabilidade contínua da RAEM”, escreve o Gabinete da Secretária em comunicado. Além de apresentar os planos para a presente reforma da Administração, a Secretária salientou que “o vasto intercâmbio com associações” irá ajudar a aumentar o nível de eficácia dos serviços públicos.
Já a presidente da Associação Geral das Mulheres de Macau (AGMM), pretende que seja melhorada a relação entre o conceito de evolução da mulher na sociedade e o avanço dela própria, “com vista a ajudar o Governo a promover as famílias harmoniosas, a participação das mulheres na política, defender os direitos e interesses das mulheres e crianças e acompanhar os assuntos associadas à vida da população”.

22 Out 2015

Empresário local vai construir centro de Português em Guangxi

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]hi Qingping, empresário local e presidente da Associação de Comércio e Intercâmbios Internacionais de Macau, pretende desenvolver um complexo turístico na cidade de Fangchenggang, província de Guanxi, o qual deverá incluir um centro de aprendizagem do Português. Segundo um comunicado, o nome oficial deverá ser “Parque da Lusofonia” e vai ser construído na zona de turismo, lazer e de protecção ecológica “Seven Star Crown Resort”.
A garantia foi dada ao HM pelo deputado José Pereira Coutinho, o qual foi convidado pelo empresário para uma visita ao empreendimento feita nos passados dias 16 a 18 de Outubro. Rita Santos também esteve presente, mas na qualidade de conselheira do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP).
“Em meados do próximo ano o projecto poderá iniciar a primeira fase. São 800 hectares de terreno que estão a ser desenvolvidos em diversas fases e diferentes áreas. Vai ter um lago para competição de canoagem, um recinto desportivo e vários hotéis. Vai ainda ter um centro de formação da Língua Portuguesa e estamos a dar esse apoio para que possa ficar operacional”, contou ao HM.

Aberto a todos

O centro estará aberto a receber tanto alunos chineses que queiram aprender Português como portugueses que queiram aprender Mandarim. O objectivo é que “tenham melhores condições ao nível do ambiente e aprendizagem do Português”. “Pretende-se fazer a divulgação da língua, cultura e produtos portugueses perto da fronteira com o Vietname, o que é muito interessante”, contou ainda Pereira Coutinho.
O deputado à Assembleia Legislativa (AL) e também conselheiro do CCP adiantou mais detalhes do projecto. “Trata-se de um investimento 100% de Macau, na ordem das 800 milhões de patacas. Como [Shi Qingping] sabe que estamos muito ligados à língua e difusão do Português aceitámos o convite para presenciar o projecto in loco e compreender as diversas fases do projecto. O projecto conta com apoio de Pequim, uma vez que estiveram presentes vários representantes políticos da cidade de Fangchenggang, incluindo Zhao Faqi, presidente do Comité Municipal.

22 Out 2015

IC | Levantamento sobre património intangível acontece até Março

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Instituto Cultural deu na passada terça-feira início a um levantamento exaustivo do património cultural intangível de Macau, iniciativa que decorre até Março do próximo ano. Em comunicado, o IC convida “toda a população” a participar com as suas opiniões.
“O património cultural intangível é passado de geração em geração e está intimamente ligado à vida das pessoas, englobando as artes tradicionais, costumes populares e artes de representação, entre outros, constituindo não só um testemunho histórico do desenvolvimento da cidade mas também um importante recurso cultural local”, explica o IC.
Desde 2006 que o Governo tem actualizado uma série de diplomas legais, levantamentos e estudos e projectos educativos no sentido de preservar o referido património, que neste momento completa uma lista de dez itens. Oito deles fazem já parte da Lista de Património Cultural Intangível da China.

Maior clareza

A presente recolha – com prazo de seis meses – pretende “encorajar a participação de um número ainda maior de cidadãos, o que permitirá ter uma percepção global, aprofundada e diversificada da quantidade de itens do património cultural intangível existentes”.
Depois de concluído o processo de levantamento, alguns dos elementos identificados deverão ser incluídos na lista de património intangível da cidade, para que a sua segurança possa ser garantida. Esta recolha de informações inclui nome do elemento, categoria, zona de disseminação, data de realização, modo de expressão, estado actual e continuidade do elemento, mas também fotografias, documentos e elementos multimédia sobre o património. Para participar, os cidadãos podem preencher o formulário de recolha de informações disponível na página www.macauheritage.net/ichsurvey.

22 Out 2015