MAP | Atelier de arquitectura português cria peça interactiva na residência consular

A residência consular – antigo Hotel Belavista – tem agora um espaço de sombra inteiramente feito de escadotes de madeira e atilhos plásticos. A ideia, pensada por Diogo Aguiar e João Jesus, foi montada por um colectivo de interessados em levar a arte mais longe. A organização cabe à BABEL

[dropcap style=’cirlce’]S[/dropcap]obre o pôr do sol singular que só da residência consular é visível, o HM esteve à conversa com dois arquitectos da LIKEarchitects, um atelier português sediado no Porto. Os dois dedicam-se àquilo que chamam de “arquitectura convencional”, mas o talento recai sobre um projecto de matriz mais interactiva, que se insiram no espaço urbano das cidades. E para Diogo Aguiar, em Macau, “é altura dos casinos retribuírem à cidade” a oportunidade que lhes foi dada para crescer, numa perspectiva de criar mais actividades relacionadas com arte e cultura.
Foi a pensar nisso que os dois arquitectos do atelier português prepararam, juntamente com os alunos do workshop que antecederam a inauguração da obra, uma peça interactiva feita de escadotes de madeira e atilhos plásticos. Empilhados de forma lateral, criam uma espécie de cúpula de sombra que permite aos visitantes entrar e sair por vários lados.
O workshop durou cerca de uma semana e a exposição inaugura hoje, podendo todos os interessados ver o pôr-do-sol debaixo de um conjunto de escadotes bem montados. A mostra estará patente na residência consular até 1 de Novembro e tem entrada gratuita.
Para chegar ao protótipo final, explica João Jesus, foi preciso um dia e meio. “Fizemos vários estudos da forma como poderíamos encaixar [os escadotes] com a premissa de não danificar o objecto e tentar criar espaços, explorámos vários tipos de encaixe de forma a alcançar o objectivo pretendido”, informou o arquitecto, em conversa com o HM. Este, acrescenta Diogo Aguiar, é “um trabalho colectivo”, que não conta somente com a assinatura do atelier do Porto.

Para tudo e todos

Os conceitos aqui postos em prática destinam-se a um público mais geral, ao transeunte comum, nada de “arquitectura para arquitectos”, como se diz de tantos edifícios de conhecidos profissionais. “Temos reparado que há uma grande identificação por parte das pessoas quando percebem que as coisas são construídas a partir de materiais que reconhecem”, conta Diogo.
Questionado sobre o facto de em Macau a construção ser um sector em constante crescimento, mas não haver uma aposta clara na arte e cultura, Diogo não tem dúvidas: o sector do Jogo tem que começar a retribuir à região pela oportunidade que lhes foi dada. “A própria cidade tornou-se refém desta proliferação de casinos e é o momento em que tem que reflectir e pensar no que é que pode pedir em troca às operadoras”, sugere Diogo. “Temos uns edifícios todos sumptuosos e depois ao lado uma massa cinzenta de edifícios de habitação por reabilitar e uma série de torres a nascer por trás. Foi um impacto de contraste”, confessa. Ambos os arquitectos consideram que existem, sim, intenções de fazer crescer estes ambientes na cidade, mas ainda “muito pontuais”.
Para a BABEL, a série de projectos MAP vem suscitar o interesse da população para a arte e cultura contemporâneas. Através de um programa vasto que inclui workshops, instalações, palestras, cinema e outros eventos, a ideia é, assegura a fundadora da BABEL, Margarida Saraiva, trazer a arte para a rua e permitir que as pessoas interajam com esta. Enfim, fazer com que a cidade alicie a mais do que passar de carro.

Arquitectura inconvencional

Embora os LIKEarchitects sejam um atelier de arquitectura, não dão prioridade à criação de projectos como os conhecemos. Antes, como explica Diogo, fazem projectos “não convencionais”.
E como se transporta este ideal para a materialização de uma estrutura? Através do emprego de objectos do dia-a-dia. Criam o abrigo de exposições, conferências e várias outras iniciativas. O repertório dos LIKEarchitects conta com poucas obras de arquitectura “convencial”, mas também com um prémio internacional na China atribuído a um destes projectos, no Idea Tops.
“Geralmente, é o cliente quem define o programa e, quando estudamos isso, procuramos encontrar um objecto que melhor responda às premissas do cliente”, explicou Diogo.
Por exemplo, em busca de algo para albergar uma exposição do artista Andy Wharhol – num centro comercial em Lisboa –, o colectivo optou por usar latas de tinta para servir de paredes à mostra temporária.
“Esta arquitectura mais experimental é resolvida através do protótipo, ou seja, parte da forma como o nosso trabalho começou”, disse Diogo. O trabalho destes jovens – na casa dos 30 – ganhou vida através da vontade comum de construir e fazer acontecer. Em Portugal, explica, “as coisas não têm a velocidade que têm em Macau” e é complicado um atelier tão recente pôr logo as mãos na massa de grandes projectos.
“Dedicamo-nos a projectos mais pequenos, em que a arquitectura possa ser, em grande parte, controlada por nós, incluindo o orçamento, o transporte e outras coisas”, continua Diogo.
São os “acontecimentos efémeros” que mais sentido fazem para estes jovens. Por quê? A razão é simples: “permite-nos experimentar muito mais, levar conceitos ao limite”, dizem. A ideia é tirar partido dos objectos e criar espaços completamente novos, que os próprios arquitectos desconheciam até verem feito. No entanto, é no curso de Arquitectura que está a base de tudo isto. “Trazemos da nossa formação muitos dos elementos e formas de pensar para o nosso trabalho”, explica João.

26 Out 2015

Homicídio numa Joalharia

[dropcap style=’cirlce’]N[/dropcap]a passada Segunda-Feira, dia 19, um homem foi morto em Hong Kong. Miao Chunqi, um turista da China continental, foi atacado por quatro pessoas e acabou por morrer no Hospital Queen Elizabeth no dia seguinte.
O ataque aconteceu numa joalharia em Hung Hom. Miao e uma companheira, Zhang Lixia, integravam um grupo de 19 turistas de Shenzhen, que tinham chegado a Hong Kong no domingo,dia 18.
No dia seguinte, o grupo foi levado a uma joalharia, em Hung Hom, depois de ter visitado o templo Wong Tai Sin. Zhang não quis comprar nada na joalharia e teve uma discussão com a guia do grupo, Deng Haiyan, de 32 anos de idade. Miao tentou apaziguar a disputa entre Zhang e Deng, que alegadamente se tinham envolvido em confrontos físicos.
Uma fonte policial afirmou:
“A vítima tentou acalmar os ânimos, mas foi alegadamente atacada por um grupo de quatro homens. Investigações preliminares apuraram que foi arrastada para fora da loja e atacada de novo.”
Os quatro atacantes fugiram antes da polícia chegar ao local, onde Miao foi encontrado inconsciente.
Algumas horas depois dois homens foram presos – um natural de Hong Kong e o outro da China continental. Miao morreu menos de 24 horas depois de, alegadamente, ter sido espancado por quatro homens. Os dois detidos – com as idades de, respectivamente, 32 e 44 anos, compareceram ontem no Tribunal de Kowloon e foram acusados de homicídio. A Polícia também deteve as duas mulheres, Zhang e Deng, por terem lutado na via pública. Foram posteriormente libertadas sob fiança e estão sujeitas a posteriores investigações.
O Director Executivo do Conselho da Indústria de Viagens, Joseph Tung Yao-chung, declarou que foi a primeira vez que um turista vindo do continente sofreu um ataque fatal e, demonstrou a sua preocupação por este caso poder demover outras pessoas de visitarem Hong Kong. Acrescentou ainda,
“É sabido que muitos turistas continentais pagam algumas centenas de Hong Kong dólares para fazerem estas viagens. Sabe-se também que os guias recebem comissões das lojas para onde encaminham os grupos.”
O Conselho da Indústria de Viagens, um organismo regulador da actividade, solicitou uma investigação à agência envolvida, Tian Ma International Travel, de Hong Kong. Este organismo tem recebido diversas queixas de turistas continentais que se sentiram pressionados a fazer compras. O responsável afirmou que os guias estão proibidos de coagir os turistas a comprar e que arriscam a licença profissional se forem apanhados a fazê-lo.”
Em 2010, Chen You-ming de 65 anos, um antigo jogador da selecção nacional de ténis de mesa, oriundo da China continental, sofreu um colapso após uma discussão acesa com um guia que estava a pressionar os turistas a fazerem compras durante uma viagem a Hung Hom. Acabou por morrer devido a um ataque cardíaco.
O artigo não revelava se a viagem era gratuita ou se era um viagem de baixo custo. Este é um dos pontos que estão sob a investigação do governo de Hong Kong. É evidente que se os turistas não pagam nada pela viagem, fica por esclarecer onde é que os agentes de viagens e os guias vão buscar os seus honorários. Como é que sobrevivem? A resposta é óbvia. Através das percentagens que recebem das “compras forçadas”. Embora a China e Hong Kong estejam empenhados em impedir este procedimento, os casos ainda existem. E não são só as agências que oferecem viagens grátis, mas também aquelas que oferecem viagens de baixo custo que estão envolvidas. O lucro proveniente das compras forçadas é obviamente alto. As “compras forçadas” são proibidas, quer na China quer em Hong Kong, mas ainda se praticam.
Ninguém quer assistir a este tipo de situações. A morte de Miao fez sofrer a sua família e os seus amigos, mas também fez sofrer Hong Kong. Os familiares e amigos de Miao estão de luto, Hong Kong também está. A reputação de Hong Kong sai prejudicada com este acontecimento. O website “Yahoo, Hong Kong” publicou um poema escrito por uma pessoa que não revelou a sua identidade. Numa parte do poema lia-se,
“Hong Kong é um paraíso de consumo. Mas se não comprares, és enviado para o céu”.
O poema revela uma má imagem do turismo em Hong Kong. Todos os suspeitos deste crime devem ser encontrados e acusados para proteger a reputação de Hong Kong.
O governo de Hong Kong deverá analisar este acontecimento detalhadamente. Pode originar mais uma crise, prejudicial ao relacionamento com a China. Como é que o governo vai lidar com a situação? É tempo dos responsáveis demonstrarem a sua competência política.

* Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau

26 Out 2015

Cooperação | AICEP com novas delegações na Ásia

A AICEP está a apostar em novas delegações e recursos humanos no continente asiático. Hoje é inaugurada a nova delegação em Seul e mais estão para vir. Também o Governo quer apostar na presença nos países lusófonos e já está pronto a começar a fase de testes

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) inaugura hoje a nova delegação da agência na capital da Coreia do Sul, Seul. Miguel Frasquilho, presidente da AICEP, fará as honras da inauguração.
Em declarações à TDM, o presidente explicou que a agência quer apostar na abertura de novas delegações na Ásia, incluindo Cazaquistão e Cantão, mas este último só depois da abertura do Consulado português naquela zona.
“Estão reunidas as condições para que possamos, numa fase posterior, ter mais uma delegação da AICEP a funcionar”, afirmou, sublinhando que a China é já o país “no mundo onde a AICEP tem mais escritórios”.
A aposta não fica só pelas infra-estruturas. Miguel Frasquilho adiantou ainda que a AICEP pretende apostar em recursos humanos. “Estamos a reforçar também a nossa presença, reforçando as equipas ao nível das nossas delegações na China, Japão e Indonésia”, declarou, estando ainda em hipótese futuros acordos com a região vizinha, Hong Kong.

Governo também quer

Na sexta-feira passada, também Lionel Leong, Secretário para a Economia e Finanças, reiterou que o Governo está a estudar a possibilidade de estabelecer delegações em Portugal e no Brasil para “oferecer serviços de consultoria às empresas de Macau e da China interior interessadas em investir nos países lusófonos”.
Depois do Instituto de Promoção do Investimento e Comércio (IPIM) ter anunciado a intenção, durante a cerimónia de abertura do V Fórum de Negócios dos Países de Língua Portuguesa – Macau – Jiangsu, no âmbito da XX Feira Internacional de Macau, Lionel Leong revelou que as delegações vão começar a título experimental, com o objectivo de levar as empresas locais e da China interior a conhecer in loco o ambiente de investimento.
É nestes dois países que os investidores chineses mostram mais interesse, e por isso, adiantou o Secretário, o Governo “planeia começar, a título experimental, a trabalhar naqueles dois países no próximo ano”.

26 Out 2015

CCAC | Secretária promete mudanças em regulamentos caducados

Uma mudança a curto prazo nos regulamentos desactualizados para a venda de produtos alimentares foi o que prometeu Sónia Chan, Secretária para a Administração e Justiça. “Concordamos com o ponto de vista do CCAC. Estamos a tratar do procedimento de alteração do regulamento. Acreditamos que será em breve porque só se trata de uma alteração de um regulamento administrativo”, garantiu a Secretária, em declarações à rádio Macau. Em causa estão normas no licenciamento dos estabelecimentos para venda a retalho de Carnes, Pescado, Aves e Vegetais. Actualmente, o regulamento dita que cada local só pode vender um tipo de produto. No entanto, já está desactualizado. O mesmo acontece com o Regulamento dos Mercados Municipais que inclui normas que já não são aplicáveis. O Comissariado contra a Corrupção considera ainda que faltam regimes de fiscalização e sanções eficazes nesta área.

26 Out 2015

Taxa de inflação em 5,08%

A taxa de inflação em Macau atingiu os 5,08% nos 12 meses terminados em Setembro e em relação aos 12 meses imediatamente anteriores, indicam dados oficiais divulgados na sexta-feira.
De acordo com a Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), os maiores crescimentos verificaram-se nos índices de preços das secções de habitação e combustíveis (+9,91%), bebidas alcoólicas e tabaco (+8,33%), saúde (+5,62%) e produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (+5,30%). Em Agosto, a taxa de inflação nos 12 meses anteriores, face ao período homólogo, havia-se fixado nos 5,21% devido ao aumento dos preços em secções como a “habitação e combustíveis”.
O Índice de Preços no Consumidor (IPC) de Setembro subiu 4,23% face ao mesmo mês de 2014, num aumento que ficou a dever-se principalmente à subida das rendas de casa e dos preços das refeições adquiridas fora de casa, segundo indica a DSEC em comunicado. Face ao terceiro trimestre do ano, a subida foi na ordem dos 4,54%, enquanto no cômputo dos primeiros nove meses do ano – comparativamente ao período homólogo de 2014 – o IPC cresceu 4,79%.

26 Out 2015

Orquestra | Boris Berezovsky estreia-se em Macau

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]pianista Boris Berezovsky chega a Macau em Dezembro para um concerto de estreia no território. Natural de Moscovo, e representante da Escola Russa de Piano, o músico junta-se à Orquestra de Macau para apresentar o concerto “O Grande Pianista: Boris Berezovsky e a Orquestra de Macau”. Aclamado como sendo “um artista excepcionalmente promissor e um intérprete de virtuosismo estonteante e um poder formidável”, Berezovsky sobe ao palco do auditório da Torre de Macau no dia 12 de Dezembro pelas 20h00. Boris Berezovsky é natural de Moscovo e venceu a Medalha de Ouro no Concurso Internacional Tchaikovsky de 1990, em Moscovo. piano
“Boris Berezovsky tem vindo a consolidar uma grande reputação como o mais poderoso dos pianistas virtuosos e como um músico dotado de uma visão única e grande sensibilidade. Nesta ocasião, Berezovsky associa-se ao maestro alemão Andreas Delfs, o qual tem dirigido, há várias décadas, inúmeros concertos na Europa e nos Estados Unidos, na execução do impetuoso Concerto para Piano de Aram Khatchatourian. Na segunda parte do concerto, a Orquestra de Macau interpreta a Sinfonia N.º 6 em Ré Maior de Antonín Dvořák, resultando num programa com uma aura rica em exotismo, pelo qual valerá certamente a pena espera”, explica a organização.
Os bilhetes para este concerto estão à venda e custam entre cem a 350 patacas.

26 Out 2015

Poluição | DSPA implementa “plano de emergência” para Areia Preta

A DSPA começou sábado com uma série de projectos na Areia Preta, que visam resolver o problema do mau cheiro sentido na zona. Entre eles está a construção de um dique e de uma estação elevatória que vai desembocar longe da população

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]zona da Areia Preta está a ser sujeita, desde sábado, a um plano de emergência que visa a melhoria ambiental e deverá demorar três meses. O projecto, desenvolvido pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) e pela Direcção de Serviços dos Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA), visa a conclusão da instalação de tubos de águas residuais na Estrada Marginal da Areia Preta e a instalação de uma estação elevatória na ETAR da península com o alargamento das bocas de descarga para distanciar o lixo da população. Foi ainda aumentado o número de inspecções aos restaurantes.
“Iniciaram-se em 24 de Outubro de 2015 as obras de emergência para diminuir a poluição encontrada na zona costeira da Areia Preta, em conformidade com um programa de emergência para a atenuação do problema”, escreve a DSPA em comunicado. areia preta
As lamas depositadas ao longo da rota que vai do Centro de Actividades do Bairro da Areia Preta até frente à Avenida da Ponte da Amizade vão ser removidas na zona de águas baixas da costa. A iniciativa será levada a cabo por navios. Isto para, explica a mesma entidade, “reduzir o impacto causado pelos odores aos cidadãos”, um problema que tem vindo a tornar-se problemático para os habitantes da zona já há alguns anos.

Separar águas

“Além disso, será construído um dique de separação no leito de águas profundas, evitando assim que as lamas sejam levadas pelas correntes para as zonas costeiras de águas baixas, o que pode afectar o efeito das respectivas obras de emergência”, acrescentam.
O período de finalização deste projecto de emergência vai até final de Dezembro devido ao facto dos navios de apoio à obra não poderem navegar em águas pouco profundas, como acontece neste momento.
A questão do mau odor naquela zona, em grande parte provocada pelas obras de construção da ponte de ligação entre Macau, Hong Kong e Zhuhai, valeu mesmo a ida do Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, à Assembleia Legislativa, para responder a perguntas dos deputados.
“Por causa dos seus [pequenos] diâmetros, os esgotos facilmente se entopem. O maior problema tem a ver com a Ponte do Delta, é como se fosse um muro, que tornou a Areia Preta num ponto sem fluxo. A acumulação da lama está no ponto a que assistimos hoje e com a construção desse muro parece que estamos num beco sem saída”, referiu Raimundo do Rosário, numa das suas idas ao hemiciclo, em Agosto passado.
Contudo, as reclamações não vêm só dos deputados: também os moradores e associações daquela zona têm apresentado uma série de queixas devido ao mau cheiro sentido. O referido plano de emergência foi implementado através das conclusões de um estudo encomendado pela DSPA a uma instituição cujo nome não foi referido. O HM tentou saber mais sobre a pesquisa, mas tal não foi possível até ao fecho desta edição.

26 Out 2015

MIF 2015 | PLP querem mais apoios da China no sector da pesca

Moçambique, Angola, Cabo Verde e a Guiné-Bissau querem criar parcerias com investidores chineses para estabelecer linhas de montagem de pescado que possam ir do mar às prateleiras de supermercado. A China mostrou-se disponível

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s embaixadores de Moçambique, Angola, Cabo Verde e Guiné-Buissau presentes na sexta-feira na Feira Internacional de Macau (MIF) querem mais apoio da China no sector da pesca. Isso mesmo confirmaram durante as intervenções feitas numa conferência sobre actividade piscatória e parcerias.
O Embaixador de Angola em Pequim, João Garcia Bires, sublinhou a necessidade “profunda” do país em ter linhas de processamento de pescado, desde o alto-mar até à venda nas prateleiras de supermercados. “Gostaríamos de ver fortalecida a comunicação nas áreas da tecnologia (…) sustentabilidade, intercomunicação de informação e formação de professores”, disse o embaixador.
A ideia transmitida pelos representantes dos Países de Língua Portuguesa (PLP) é que a ajuda da China é essencial na criação de um sistema de exportação de pescado de África para o mundo. O processamento do peixe foi o que mais atenção valeu no fórum dedicado ao tema da pesca, que teve lugar na presente edição da MIF.
Os embaixadores de PLP africanos referiram estar em carência destes mecanismos, que englobam o próprio acto da pesca, o congelamento, tratamento e transporte dos produtos e, finalmente, a exportação e colocação dos mesmos na prateleira.
“Tanto Moçambique como Angola estão interessadas em atrair investimento na área da indústria de pesca. Não só in loco nos países, a pescar, mas também fazendo parte de toda a linha de montagem desde aí até à exportação”, disse Rita Santos, a ex-secretária-geral adjunta do Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.
Em declarações ao HM, a também Conselheira das Comunidades Portuguesas afirma que Moçambique tem “mais interesse em atrair investimento de empresários chineses para a criação de uma linha de montagem completa”.
A relação entre os PLP e a China tem vindo a crescer, principalmente na área da construção de infra-estruturas como habitação social, pontes, estradas e outras edificações.

Cabo Verde quer mais

Por outro lado, um dos responsáveis de Jangsu presente no painel referiu precisar de criar parcerias que fizessem com que empresas chinesas conseguissem sair da Ásia “para conhecer novos mercados”. Outro dos assuntos focados foi a criação de um centro ou secretariado de Jangsu em Cabo Verde. Não ficou, no entanto, bem esclarecida qual a cidade cabo-verdiana que vai receber o referido centro, que serviria para facilitar as relações entre as duas regiões.
O embaixador Júlio Freire de Morais garante que a indústria piscatória de Cabo Verde está a florescer, mas argumenta que ainda assim é preciso que os seus produtos atravessem o mundo. “[O comércio de Cabo Verde] não é significativo [face à realidade chinesa], mas acredito que podemos duplicar e até mesmo triplicar o nosso comércio”, anunciou. O responsável garantiu mesmo existirem “potencialidades” para que o volume de negócios crescesse.

Papel local

A língua é, para Rita Santos, aquilo que muitas vezes impossibilita a conclusão de processos de negociação. E Macau, neste âmbito, ajuda.
“Às vezes não se concluem parcerias por simples falta de informação adequada de ambas as partes”, acrescentou. Na perspectiva da ex-secretária do Fórum, Macau tem “um papel preponderante” no estabelecimento destas relações. Não só devido à sua localização geográfica, mas também à sua capacidade de formar quadros falantes de mandarim e português. Tal ajuda, na opinião de Rita Santos, às negociações. Questionada sobre as vantagens para a China destas trocas comerciais com os PLP na área da pesca, a responsável afirma que tudo tem que ver com a hipotética exclusividade da própria indústria.
“A vantagem para a China é que se trata de um negócio totalmente novo e desde que haja a intenção de fazer esse investimento, saindo da China, poderá haver possibilidade de obter a exclusividade na indústria da pesca”, justificou.

26 Out 2015

ATFPM pede aumentos salariais de 6% na Função Pública

O deputado José Pereira Coutinho pediu à Secretária Sónia Chan para anunciar aumentos de 6% nos salários dos funcionários públicos aquando da apresentação das Linhas de Acção Governativa, bem como melhorias na estrutura da Administração

[dropcap style=’circle’]“[/dropcap]Ajustar as remunerações por 6%”. É este o principal pedido do deputado directo e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), José Pereira Coutinho, feito à Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, no âmbito da apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2016.
Além disso, o deputado à Assembleia Legislativa (AL) pretende ainda que o Governo ajuste o subsídio de residência e “adicione um subsídio especial”, para além de “ajustar a pensão de sobrevivência de 50% para 80%”.
Em comunicado, o deputado justifica os pedidos com o aumento da inflação. “Os preços de Macau são muito elevados, nomeadamente os das casas, seja para compra, seja para arrendamento. Em termos de preços correntes, mesmo a despesa da primeira fase duma fracção comum custa milhões de patacas (…), o que é uma pressão enorme para a vida dos trabalhadores”, aponta a carta também assinada por Rita Santos, presidente da assembleia-geral da ATFPM.

Olhar pelo futuro

Exigindo ainda mais casas para os funcionários públicos, Pereira Coutinho afirma que o Executivo tem de implementar medidas de longo prazo. “Os funcionários públicos de Macau ainda enfrentam muitos problemas, principalmente relacionados com a economia, equidade e aposentação. Portanto, na actual situação económica, a vida dos funcionários públicos de base está em apuros, pelo que sugerimos um ajustamento dos subsídios de residência existente. No entanto, os preços de Macau subiram ano após ano, então é só uma medida paliativa atribuir subsídios, mas a longo prazo a única maneira de resolver o problema é construir habitação para os funcionários públicos.”
Elogiando o Executivo pelas medidas sociais de apoio à Função Pública que já criou, Pereira Coutinho fala da desaceleração económica de que Macau tem sido alvo.
“Entendemos que o sector do Jogo de Macau tem entrado no período de adaptação e houve um declínio nas receitas do imposto. Mas como o Governo diz, a equipa de funcionários públicos é o recurso mais importante do Governo da RAEM, e também o desenvolvimento estável da sociedade de Macau.”
Na carta enviada a Sónia Chan, é ainda referida a necessidade de “rever e reformar amplamente o sistema de contratação dos funcionários públicos”, bem como “consolidar os vários contratos de trabalho”.
Segundo a ATFPM, “entre os funcionários públicos, o problema dos salários desiguais para o mesmo cargo têm existido há muito tempo, e a sua origem é o regime de assalariamento eventual e uma variedade de formas de contratos de trabalho. O sistema de contratação confuso resulta em arranjos confusos de tratamento, juntamente com a divisão incerta das categorias dos cargos”.
Quanto ao período de aposentação dos trabalhadores da Função Pública, a ATFPM exige que o Governo uniformize o regime de aposentação, regime de pensão de sobrevivência e o regime de previdência “entre todos os funcionários públicos e os do poder judicial”. É ainda pedida a criação de um subsídio especial “a fim de incentivar os trabalhadores a frequentar cursos em línguas chinesa e portuguesa”.
Para a Associação, “todos estes problemas são enfrentados pelos funcionários públicos e alguns deles já existem há muito tempo e têm-se agravado. Se não forem resolvidos a tempo vão afectar a qualidade dos serviços prestados pelos funcionários públicos e o prestígio e a imagem pública do Governo”.
Chui Sai On e os Secretários vão à AL em Novembro apresentar as LAG para o próximo ano.

26 Out 2015

Hyeonseo Lee, dissidente norte-coreana e escritora

Dissidente, imigrante ilegal, refugiada. Hyeonseo Lee passou por vários estatutos e já assumiu vários nomes para que nunca fosse descoberta. Uma norte-coreana que aos 17 anos quis saber se tudo o que o líder do seu país diz corresponde à verdade. A percorrer o mundo com a sua história, Lee quer fazer mais. Mais que isso, quer voltar, quando Kim Jong-Un cair

Depois de várias voltas ao mundo em conferências onde partilha a sua história, lança agora um livro, “The Girl With Seven Names”, divido em três fases: infância, adolescência e depois de sair da Coreia de Norte. Fale-nos um pouco sobre este projecto.
O meu maior objectivo [através de conferências e agora o livro] é chegar à comunidade internacional e sensibilizá-la para a situação vivida na Coreia do Norte e por todos os norte-coreanos. Para que assim a comunidade se possa envolver directamente no assunto e na ajuda aos dissidentes, ajudando ainda na mudança no meu país.

Daí a sua dedicação ao estudo da língua inglesa…
Sim, esta é também uma das maiores razões que me fez dedicar-me tanto à aprendizagem do Inglês. Estudei intensa e arduamente para que me fosse possível chegar directamente à comunidade e às pessoas do mundo exterior, falando-lhes e transmitindo-lhes a situação ainda hoje vivida na Coreia do Norte.

Uma partilha essencial?
Sim. Estou a planear lançar uma organização que permita trazer mais norte-coreanos para estudar, envolvendo-se com a comunidade internacional de uma forma directa. Actualmente muitos norte-coreanos dissidentes vivem numa bolha que os protege do exterior e, por isso, não conseguem conhecer pessoas de todo o mundo. Se cada vez mais, estes dissidentes trouxerem a público as suas histórias, as suas experiências, e partilharem com a comunidade internacional, mais as pessoas perceberão a necessidade de se envolver. Assim todos nós teremos a oportunidade de promover a verdadeira mudança na Coreia do Norte.

[quote_box_left]“Sonho em voltar para o meu país. Odeio o nosso governo mas amo as pessoas da minha terra. Acredito, sim acredito, que voltar possa ser uma possibilidade, mas só depois da ditadura de Kim cair”[/quote_box_left]

Por quê o título “The girl with seven names”?
Vivi durante muito tempo com nomes diferente na China, pois como passei a fronteira de forma ilegal era considerada uma migrante ilegal e seria repatriada pelas autoridades chinesas caso fosse apanhada. Isso seria terrível, nestes casos os dissidentes enfrentam um horrendo destino. Como fui mudando tantas vezes de nome acabei por me tornar a rapariga com setes nomes, expressão que acabei por atribuir ao meu livro.

Ao longo do livro vai relatando aspectos da vida quotidiana que, agora, longe daquela realidade são totalmente erradas.
Sim, é verdade. Aprendíamos e ouvíamos histórias de torturas e coisas horrendas que os americanos faziam aos norte-coreanos e ainda hoje [estas histórias] acontecem. Existe propaganda anti-americana e as próprias crianças são ensinadas a assumir actos contra, por exemplo, os soldados americanos. Estas crianças ainda hoje cantam músicas insultuosas sobre os americanos e em todas as escolas espalhadas pela Coreia do Norte existem imagens dos soldados norte-coreanos a esfaquear soldados americanos, japoneses e sul-coreanos. É de tal forma que, durante a crise alimentar nos anos 90, segundo o regime da propaganda, o povo da Coreia do Norte só estava a sofrer e a passar fome por causa dos americanos e das suas sanções. É por isto que o povo culpa a América e os americanos dessa crise e de outras coisas. Nunca pensaram em culpar o nosso próprio governador. Lembro-me muitas vezes da minha avó me dizer, de forma simples e curta: “até durante o período colonial por parte do Japão as pessoas sofriam menos, bem menos do que agora”.

Como é que se sentiu quando percebeu que o mundo era bem diferente do que aquele que lhe mostraram durante anos? Toda a sua educação teve como base uma mentira…
Até a crise alimentar dos anos 90 começar a minha vida era bastante normal. Nós, os norte-coreanos, somos vítimas de lavagens cerebrais e afastados do resto do mundo. Essa falta de conhecimento e lavagem cerebral faz-nos não queixar, não nos permite queixar do nosso país porque é a única realidade que conhecemos, portanto achamos que as coisas são assim e é assim que devem ser. Aprendíamos que os sul-coreanos eram vítimas dos imperialistas americanos, que eram os seus escravos, por isso sempre assumimos que tínhamos o dever de os libertar. Ao mesmo tempo, aprendíamos que o nosso país era o melhor do mundo. Por um longo período de tempo, eu pensei que o resto do mundo, todos os países, eram piores que a Coreia do Norte, portanto sentia-me agradecida pelos nosso líderes nos oferecerem condições de um excelente país. Ainda hoje temos uma música de propaganda sobre isto que aprendemos logo em pequenos, chamada “Nothing to Envy”.

Mas o seu olhar mudou com a crise alimentar…
Sim, durante a crise e desde o momento que vivi junto à fronteira com China, comecei a perceber que o meu país não era de facto o melhor país do mundo, como pensava. As pessoas estavam a morrer à fome nas ruas, sofríamos constantemente de falhas de energia e, ao olhar do outro lado do rio, do lado da China conseguia ver que as coisas estavam bem melhores que no meu país.

Quando é que decidiu que ia atravessar? Foi planeado?
Não pensei em sair da Coreia do Norte até aos meus 17 anos, foi nessa altura que deixei o país. O meu irmão era contrabandista e estava de forma constante a passar entre a China e a Coreia do Norte, não achei que seria uma coisa muito grave se por uma vez fosse com ele e explorasse a China por algum tempo. Como toda a minha família vivia perto da fronteira com a China acabámos por desenvolver fortes relações com os guardas do posto fronteiriço. Foi assim que o meu irmão conseguiu manter o seu negócio. Também criei amizade com vários guardas. Foi então que um deles concordou em permitir que eu passasse a fronteira. Lembro-me que na altura menti à minha mãe. Ainda hoje me arrependo de lhe ter mentido. Disse-lhe que ia a casa de uma amiga, mas na realidade passei a fronteira sem que ela imaginasse. A minha mãe esperou-me durante horas, sem nunca lhe passar pela cabeça, nem a mim, que ficaríamos mais de uma década sem nos vermos. Foi muito doloroso, tanto para mim como para ela.

Como foi a vida na China logo depois da passagem da fronteira?
Estava tão assustada, tinha tanto medo quando vivia na China, medo de ser apanhada a qualquer momento. Por isso nunca me aproximei, nunca criei relações mais próximas com as pessoas, nunca disse a verdade sobre a minha identidade. Cheguei a ser apanhada pela autoridades chinesas que me acusavam de ser uma fugitiva norte-coreana, mas como estudei de forma tão intensa, e me dediquei tanto à cultura chinesa e à língua para sobreviver, consegui convencê-los que de facto era chinesa. Eles deixaram-me em liberdade. Foi um milagre.

Falemos um pouco sobre Kim Jong-un: apesar ter estudado fora da Coreia não trouxe uma visão diferente dos seus familiares antecessores.
Nos pontos principais ele de facto não é diferente do seu pai ou do avô. A Coreia do Norte continua a manter uma conduta de desrespeito pelos direitos humanos, de abuso, não existe liberdade de informação, de opinião, de associação ou sequer permissão para viajar, entre muitas outras coisas. Acredito que a grande maioria da população do meu país não sabe que o actual ditador estudou no estrangeiro. Foram muitos os estrangeiros que pensaram que esta formação no exterior pudesse trazer uma mudança positiva no actual líder, tornando-o, quem sabe, mais liberal. Mas a realidade é que na verdade não o fez ter uma mais mente aberta para o mundo exterior, nem para possíveis mudanças políticas na própria Coreia do Norte.

Acredita que o cenário será diferente no futuro?
Os fluxos de informação vindos do mundo exterior são, provavelmente, a forma mais eficaz de mudarmos a Coreia do Norte. Está a acontecer. A geração mais nova já assumiu os mercados negros e as negociações, isto faz com que a ideia da propaganda norte-coreana seja menos eficaz, dizimando a ideia de um paraíso socialista em que os seus líderes tudo fazem pelo bem da sociedade. Actualmente a propaganda tem um maior foco em como é horrível a vida na Coreia do Sul, por exemplo. A entrada de filmes estrangeiros, no país, e que acabam por se expandir pelo território, permite que as pessoas percebam e vejam como é que é o mundo fora da Coreia do Norte. Muito diferente de tudo aquilo que foi ensinado.

Quer voltar? Acredita que isso possa ser uma possibilidade?
Sonho em voltar para o meu país. Odeio o nosso governo mas amo as pessoas da minha terra. Acredito, sim acredito, que voltar possa ser uma possibilidade, mas só depois da ditadura de Kim cair.

A China é também vista como um mundo fechado e de censura. Como é que alguém que fugiu da Coreia do Norte vê o país?
De facto existe censura e outras formas de opressão pelo regime comunista na China, mas não se compara ao que acontece na Coreia do Norte. Em exemplos práticos, a sociedade chinesa, apesar de censura, tem acesso à internet. Um chinês se quiser sair da China pode fazê-lo, um norte-coreano não. Para mim, quando olho para a Coreia do Norte e para a China penso que este último é um país livre.

Neste momento tem estatuto de refugiada na Coreia do Sul. Esse procedimento foi fácil?
A situação dos refugiados da Coreia do Norte é diferente daquela que está a acontecer agora na Europa com os refugiados da Síria. A Coreia do Sul recebe-nos e oferece-nos benefícios. Somos todos considerados pela constituição por isso temos direitos. Ainda assim tanto a Coreia do Norte como a China tentam impedir-nos de conseguir alcançar a liberdade e, por causa disto, às vezes é difícil chegarmos em segurança ao nosso destino. A verdade é que somos sempre perseguidos e muitos que tentam fugir são apanhados na China e mandados de volta para os campos prisão na Coreia do Norte.

26 Out 2015

Uber | Governo diz que serviço é ilegal. Empresa não comenta

Depois do anúncio de que a Uber está já em operações em Macau, o Governo emite um comunicado onde refere que a actividade é ilegal. A empresa, no entanto, continua a servir os clientes do território

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s serviços prestados pela Uber são ilegais. É o que diz o Governo, que assegura estar a investigar o caso, depois da empresa – que continua a operar – ter anunciado o início da sua actividade na semana passada.
De acordo com a imprensa em Chinês, tanto a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), como a PSP anunciaram num comunicado conjunto que o serviço prestado pela Uber – de transporte privado de passageiros – é ilegal. O comunicado, emitido na quinta-feira à noite e sem tradução para Português até ao fecho desta edição, ontem, alega que os motoristas estão inclusive sujeitos a multas que podem atingir as 30 mil patacas. O HM também tinha questionado a DSAT sobre o assunto na quinta-feira, mas não recebeu qualquer resposta.

Turismo atento

O comunicado indica que para um veículo efectuar um serviço de transporte pago tem de estar registado junto do Governo, como táxi. Segundo a página de notícias Macau News, que cita o comunicado, a PSP estará a investigar a actividade “de perto”, para perceber as ilegalidades cometidas pela empresa. O mesmo assegurou Helena de Senna Fernandes, directora da Direcção dos Serviços de Turismo (DST).
“Não há nenhuma agência de viagens registada como Uber”, começou por dizer a responsável citada pela TDM, referindo-se ao outro serviço que pode cobrar por viagens de carro. “Não há nenhuma aplicação [registada cá] chamada Uber ou que pertença a qualquer agência de viagens. Precisamos de recolher mais informação antes de percebermos se alguma agência de viagens utilizou serviços através da Uber. Há questões que temos de analisar para saber até que ponto a Uber violou as leis de macau”, finalizou.
Contactada pelo HM, a Uber diz não querer comentar. O contacto da empresa para com os média assegura que “não há comentários a tecer neste ponto” além do que foi escrito num comunicado na semana passada e que anunciava o início da actividade.
O HM tentou perceber se a empresa pediu algum tipo de licença para entrar no mercado da RAEM junto do Governo, mas não foi possível obter resposta. O porta-voz assegurou, contudo, que a empresa continua em operação e a “servir os clientes de Macau”.

26 Out 2015

Macau é centro privilegiado para as exportações portuguesas, diz Frasquilho

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Miguel Frasquilho, disse ontem que Macau está a tornar-se num “centro privilegiado para as exportações portuguesas” e que “há margem de progressão”. Frasquilho falava aos jornalistas na abertura da 20.ª Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla em inglês), que este ano conta com a maior representação portuguesa de sempre.
“Temos 133 expositores [e] mais de 120 são empresas. Temos também associações e autarquias. Muitas destas instituições estão pela primeira vez na Feira Internacional de Macau e isto revela bem, penso eu, o significado que esta feira tem para o nosso país e como Macau se está a tornar num centro privilegiado para as exportações portuguesas”, afirmou. macau_mif
O presidente da AICEP sublinhou a “multiplicidade de sectores” na representação portuguesa deste ano na MIF, apesar de se manter a “predominância” habitual do sector agro-alimentar.
“É o resultado da qualidade dos nossos produtos, da estratégia que tem sido prosseguida e nós pensamos que não vamos ficar por aqui, pensamos que há margem de progressão para que, por exemplo, na próxima edição da MIF esta presença portuguesa seja ainda maior”, acrescentou.
Frasquilho destacou ainda que as trocas comerciais entre Portugal e Macau e entre Portugal e a China no seu conjunto têm crescido todos os anos e que a expectativa é que a tendência se mantenha.
“A República Popular da China é a economia do mundo onde a AICEP já tem mais delegações e é bem possível que não fiquemos por aqui”, disse ainda, sem dar mais pormenores e depois de questionado sobre a possível abertura de uma delegação em Cantão, onde Portugal vai abrir um consulado geral.
Segundo dados revelados este mês pela delegada do AICEP em Macau, entre Janeiro e Julho, as exportações portuguesas para Macau ascenderam a pouco mais de 15 milhões de euros, reflectindo um crescimento de 22% face ao período homólogo do ano passado e em linha com os últimos anos cinco anos. LUSA/HM

23 Out 2015

LAG | Chui Sai On apresenta políticas a 17 de Novembro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, vai à Assembleia Legislativa (AL) no dia 17 de Novembro para apresentar o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para o ano de 2016. O anúncio é feito em comunicado, onde se fica ainda a saber que no dia seguinte, como é hábito, o líder do Executivo vai ao hemiciclo para responder a questões dos deputados. No mesmo dia da apresentação das LAG – políticas que servem de linhas mestras para o ano seguinte -, Chui Sai On estará ainda presente numa conferência de imprensa. A apresentação das LAG será transmitida em directo na rádio e na televisão.

23 Out 2015

Fórum Macau | Cristina Morais inicia funções a 3 de Novembro

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi ontem publicado em Boletim Oficial (BO) o despacho que oficializa a nomeação de Cristina Morais como coordenadora do Fórum Macau, em substituição de Echo Chan. Cristina Gomes Pinto Morais, com uma licenciatura em Gestão de Empresas pela Universidade de Washington e mestrado na mesma área pela Universidade de Macau (UM), vai exercer o lugar pelo período de um ano, a partir do próximo dia 3 de Novembro. Desde 2009 que Cristina Morais era chefe do departamento de relações económicas externas da Direcção dos Serviços de Economia (DSE). Entre 1997 e 1998, foi assistente do chefe da Delegação de Macau em Bruxelas.
 

23 Out 2015

Governo confiante na dinâmica económica de Macau

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Governo está confiante na economia de Macau, garantindo que ainda se mantém dinâmica e próspera. Num discurso de abertura da Feira Internacional de Macau (MIF), Lionel Leong, Secretário para a Economia e Finanças, assegurou que as oportunidades de negócio em Macau ainda não desapareceram.
“Mesmo atravessando uma fase de ajustamento económico, com o surgimento de alguns problemas de profundas influências, Macau continua a ser uma economia dinâmica e próspera, que apresenta oportunidades e vantagens atractivas para explorar novas oportunidades de negócio”, começou por dizer Leong, que acrescenta que o Governo está preparado e “tem condições e capacidade para lidar com as adversidades”. lionel leong
O Secretário admitiu que a RAEM enfrenta neste momento uma queda económica depois de “mais de uma década de crescimento acelerado” e reconhece que há desafios pela frente, mas afirma que estes poderão ser positivos.
“[Proporcionam] especialmente novas condições e oportunidades para a reestruturação económica e a promoção do desenvolvimento sustentável. Nesta altura, o Governo, o sector empresarial e a população estão empenhados no melhor aproveitamento das oportunidades derivadas da reestruturação económica, com vista a aumentar a vitalidade económica de Macau em vários aspectos”, frisou.

Diversificação-chave

A diversificação da economia não ficou de fora do discurso do Secretário, que voltou a referir a necessidade de cooperação regional e a liberalização do sector dos serviços entre Macau e a China continental, entre outros projectos. Tudo para que, diz, Macau venha a ter novas condições e espaço para desenvolvimento.
Depois de um ano com as receitas dos casinos a cair, Lionel Leong fez questão de reiterar que a indústria das convenções e exposições é “um sector que contribui activamente para a adequada diversificação da economia local e para a construção de uma plataforma regional de comércio e serviços económicos”.
No primeiro semestre do ano, recorde-se, o PIB caiu 25,4% em termos reais.
Já as receitas públicas, nos primeiros nove meses do ano, caíram para 82.051 milhões de patacas, o que representa menos 32,2% em termos anuais homólogos. A Administração continua com saldo positivo de 30.964 milhões de patacas, excedendo o previsto para todo o ano, mas ainda assim o Governo implementou medidas de austeridade, que prevê cortes nas despesas da Administração, mas que não afectam áreas sociais.

Novas indústrias não contribuem para PIB

Num outro comunicado, Lionel Leong admite que as novas indústrias de Macau ainda “não conseguem contribuir para a recuperação do volume do PIB”, que se perdeu, diz, devido ao ajustamento económico. “Por isso é que todos os sectores precisam de se unir num esforço conjunto para agarrar as oportunidades que surgiram com o ajustamento económico”, refere Leong, que acrescenta que a economia “é muito vulnerável pois é influenciada pelas regiões vizinhas”, especialmente o sector do turismo e do jogo, as indústrias principais de Macau.

23 Out 2015

Governo | Obras para nova sede em Coloane entregues a Fong Chi Keong

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]ste ano deverão arrancar as obras de reabilitação de um velho edifício em Coloane – também conhecido como a “Quinta de Coloane” – que vai servir de sede ao Governo. O mesmo foi confirmado ao HM pelo gabinete de Chui Sai On, Chefe do Executivo, depois do nosso jornal ter dado conta da autorização para a construção pela empresa de Fong Chi Keong, deputado.
“Até à transferência de soberania, as instalações em questão eram de uso exclusivo do Governador de Macau, de modo que há mais de dez anos que se encontravam em estado de abandono. Com o objectivo de recuperar o prédio e evitar maiores danos ao mesmo, o Governo decidiu realizar obras de restauração total da ‘Quinta’, dedicando-a doravante a funções de natureza cerimonial ou quaisquer outras que lhe sejam apropriadas”, pode ler-se na resposta escrita enviada. pousada-coloane-macau_310720120500070187
Segundo o despacho publicado em Boletim Oficial (BO) na passada segunda-feira, a obra foi atribuída por ajuste directo, ou seja, sem a realização de concurso público, à empresa do deputado nomeado Fong Chi Keong, a empresa de construção civil Man Kan. O valor do projecto está orçado em quase 30 milhões de patacas.

Tempo e experiência

Confrontado com a ausência de concurso público, o Governo explicou que tal se deve à rapidez do projecto e ao facto da Man Kan já ter efectuado diversas obras do género, incluindo renovações no interior do edifício da Assembleia Legislativa (AL).
“Há a expectativa da sede do Governo de que as instalações em Coloane possam ser utilizadas com a brevidade possível, o que obriga a empreiteira contratada a iniciar suas operações num período exíguo de tempo. Tendo em vista esse conjunto de factores, tomou-se a decisão de confiar a obra, através de ajuste directo, a uma companhia que já tivera prestado serviço de mesma natureza à Sede do Governo”, referiu o Gabinete de Chui Sai On.
A decisão foi analisada em conjunto com a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). “Conforme os procedimentos estipulados em lei e outros regulamentos aplicáveis, a DSSOPT tomou em consideração algumas especificidades da obra, como as dependências internas e equipamentos dispostos em prédios do Governo estarem sujeitos a exigências de segredo, também existindo medidas de segurança para que a localização de parte dos departamentos governamentais não seja divulgado ao público”, rematou o Executivo.
A empresa de construção civil Man Kan tem um longo historial de obras feitas por ajuste directo, aprovadas pelo Chefe do Executivo. Em 2012 coube a Fong Chi Keong realizar a empreitada de remodelação do edifício dos Secretários, pela quantia de 44 milhões de patacas. Um ano depois caberia ao deputado, na altura eleito pela via indirecta, a remodelação do edifício de apoio à sede do Governo, obra que valeu à empresa Man Kan a quantia de 27 milhões de patacas.

23 Out 2015

ADM | Lançado inquérito sobre identidade macaense

A Associação dos Macaenses (ADM) lançou, na passada quarta-feira, um inquérito online que pretende recolher a opinião dos usuários quanto à identidade macaense. A iniciativa surgiu das mãos de José Gonçalo Silva, membro da Associação, que se mostra muito positivo quanto à adesão.
“Só na primeira manhã vi que 65 pessoas já tinham preenchido o inquérito”, adiantou ao HM.
O inquérito abre portas ao já habitual colóquio, organizado anualmente pela ADM, que acontecerá na última quinzena do próximo mês. Esta edição, avança o presidente da Associação, Miguel de Senna Fernandes, está subordinada ao tema dos jovens. “A questão da identidade macaense não se vai colocar [no colóquio], não é isto que está em causa. O mote principal desta edição é o passar da pasta aos jovens, para a próxima geração. Este é o desafio”, adiantou.
Relativamente ao inquérito, o presidente considera ser um passo importante para despertar a participação. 1128810
“É fundamental que haja uma maior participação das pessoas, é questionar e não solucionar e por isso este inquérito não é mais do que instrumento que vem desafiar as pessoas para tomar uma posição sobre determinados assuntos”, explica o presidente, referindo-se à definição da identidade macaense que muita discussão tem provocado.
Pensando numa recolha de opiniões unânimes, José Gonçalo Silva não avança com prognósticos, mas admite que nunca deixará de tentar procurar um opinião consensual. O inquérito está disponível através do página do Facebook da ADM e, segundo indica o associado, deverá estar disponível até ao colóquio.

23 Out 2015

Relatório | DSAT e IACM com regulamentos caducados e desfasados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]lguns organismos do Governo funcionam com regimes caducados e desfasados da realidade actual. É a conclusão do mais recente relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), que indica num relatório de investigação um caso do Centro de Exames de Condução como o mais flagrante.
“Na análise sobre as posturas e regulamentos municipais ainda vigentes, o CCAC verificou que um número significativo de normas se encontra desactualizado e que se verificam até situações de contradição entre a realidade e as matérias ali regulamentadas”, começa por indicar o relatório.
A título de exemplo, o CCAC fala na análise de um caso apresentado contra a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) e investigado no âmbito da Provedoria de Justiça do organismo. DSAT terá multado instruendos de condução que teriam violado o Regulamento do Centro de Aprendizagem e Exames de Condução, não fosse este, contudo, estar caducado desde o dia 2 de Junho de 2001. ccac
Este Regulamento faz parte do conjunto de posturas e regulamentos promulgados pelos antigos órgãos municipais, mas outro dos principais problemas é que estaria nestas condições já aquando da “criação da DSAT”, como informa o organismo dirigido por André Cheong. E este não é o único.
O Regulamento do Licenciamento dos Estabelecimentos para Venda a Retalho de Carnes, Pescado, Aves e Vegetais é outro exemplo. O diploma prevê que os estabelecimentos só possam vender um tipo de género alimentício.
“Por exemplo, nos estabelecimentos autorizados a vender carnes, não é permitida a venda de pescados, aves, vegetais e frutas. Esta norma obviamente já não corresponde às necessidades da vida da população e ao ambiente económico da sociedade actual de Macau”, explica o CCAC, que diz ser “óbvio que o Regulamento tem já algumas normas desactualizadas ou não aplicáveis”.
Além de não estarem em conformidade com a situação real, o facto de estes regimes estarem assim impede a fiscalização e sanções eficazes, levando o CCAC a indicar que há até matérias regulamentadas de forma “demasiado simples e vaga”.
“Este diploma é incapaz de produzir os efeitos necessários para a regulamentação da operacionalidade e funcionamento dos mercados”, atira o relatório.

Algumas distracções

O CCAC indica que os organismos podem estar inclusive a cometer “ilegalidades administrativas” ao estarem a aplicar leis que estão caducadas. O Comissariado diz não perceber a contínua utilização de regulamentos fora do prazo, sublinhando ainda que, no caso do Regulamento da DSAT, ele é tão complexo “que se duvida dos seus efeitos práticos”.
No total, e no caso da DSAT, foram aplicadas cerca de 16 sanções com recurso ao Regulamento caducado há mais de 14 anos. Sanções que, diz o CCAC, são “actos administrativos nulos”. E tudo porque a DSAT não elaborou nem promulgou qualquer um novo regulamento que o viesse a substituir, porque “o pessoal da DSAT não prestou atenção ao facto de que o regulamento estava caducado”.
“Esta ‘negligência’ foi motivada por questões de gestão interna, de formação de pessoal e de interpretação das normas jurídicas. Além disso, a verdade é que o problema pode ter origem na época da Câmara Municipal de Macau Provisória”, escreve o CCAC, acrescentando que “a DSAT não devia continuar a aplicar este diploma na gestão do Centro de Aprendizagem e Exames de Condução e para que os interesses e direitos dos cidadãos não sejam prejudicados neste período de vácuo legal a DSAT deve proceder o mais breve possível à elaboração de um novo.”
O CCAC recomenda ainda ao IACM que reveja o Regulamento dos Mercados “o mais cedo possível”, bem como de outras posturas e regulamentos municipais. Isto porque, indica, estes “estão estreitamente ligados à vida quotidiana dos residentes”.

23 Out 2015

Empreendedorismo | PME sofrem com crise chinesa, mas há mais apoios do Governo

[dropcap style=’circle’]H[/dropcap]á mais pequenas e médias empresas (PME) em Macau, mas algumas delas dizem que tem sido cada vez mais complicado expandirem-se além-RAEM. Tal, dizem, é consequência da crise económica da China e da queda das receitas no mercado do Jogo da região. Segundo dados dos Serviços de Economia (DSE) para este ano, foram aprovados pedidos de financiamento a 380 PME só entre Janeiro e Março deste ano, com o Governo a despender mais de cem milhões nesta vertente. O HM entrou em contacto com sete destas empresas. A esmagadora maioria comercializa serviços, não bens. Servem de ponte de distribuição, importação e exportação para produtos internacionais de e para Macau.

Serviços em barda

Exemplo disso é a Batilo Trading, empresa fundada há dez anos por Yuki Huang, empresária nascida em Macau que optou por fazer da importação e exportação a sua vida. A líder faz dinheiro com duas vertentes distintas: a primeira e mais antiga dedica-se à disponibilização de serviços de importação e exportação e a mais recente, criada este ano, foca-se na venda de produtos estrangeiros nesta zona do globo.
Para Yuki, há duas medidas que têm vindo a ajudar à melhoria deste sector: são eles a diminuição dos custos de Alfândega e os apoios públicos. “O negócio das PME está a crescer exponencialmente devido à crescente ajuda do Governo local e pelo facto dos custos alfandegários de exportação para a China estarem a baixar cada vez mais”, começa a empresária por dizer. Batilo
Entre a venda de mel da Tasmânia, vinho de casca de árvore, cereais da Austrália e chá do Nepal, Yuki debate-se com um problema que lamenta ser crescente: “nos últimos dois a três anos, o negócio não tem estado assim tão bom, porque as políticas económicas da China estão a estrangulá-lo”.
No entanto, a sorte calha a alguns e Macau foi uma das regiões sortudas. Segundo a empresária, este é um dos territórios “que mais benefícios tem”, quando comparado com outros locais como Hong Kong, Taiwan ou certas províncias chinesas. Neste momento, Yuki está à procura de distribuidores para expandir a sua rede de venda. Por mês, a sua mais recente empresa lucra entre 50 mil e cem mil patacas e a antiga está em declínio devido “às medidas impostas pela China”. Já encontrou algumas potenciais empresas distribuidoras, de e-commerce, a quem pretende aliar-se para expandir o seu novo negócio.

Dinheiro não chega

Todos os empresários entrevistados pelo HM afirmam que o sector das PME está bastante melhor do que há dez ou cinco anos, quando fundar uma empresa destas levava ao declínio quase certo.
“Os apoios do Governo eram muito menores e quase ninguém os recebia. Talvez por não saberem da sua existência porque também não havia a divulgação de hoje em dia”, explica Kevin Chan. Fundador de uma empresa especializada na concepção de puzzles educativos sobre a cidade, o empresário afirma que o ambiente de negócios “está melhor agora, mas mesmo assim não é o ideal”, atribuindo à queda das receitas do Jogo este problema.
Com dois anos de existência, Chan e a sua funcionária Yammy Cheong fazem o melhor que podem para vender estes puzzles onde podem. “Vendemos em lojas das indústrias criativas, algumas de brinquedos e livrarias”, esclarecem. Neste momento, procuram distribuidores e pontos de venda. A razão é simples: mesmo com apoios do Governo na ordem das 300 mil patacas, é preciso ajuda de quem se importa com o desenvolvimento da empresa.
“O dinheiro só não chega e agora estamos à procura de quem nos ajude a expandir o negócio”, começam por dizer. “O dinheiro do Governo é muito bem-vindo, mas depois de estabelecermos o negócio com a montagem dos materiais, é preciso criarmos parcerias com quem os ponha no mercado”, continuam.
E isso acontece, mas não ao passo que ambos gostavam. “A crise económica da China e do Jogo [em Macau] faz com que as empresas maiores queiram investir menos em negócios mais pequenos”, lamentou Chan.
Esta parece ser a tendência comum para as PME que precisam de quem as ajude a crescer. Trata-se de um ciclo vicioso que começa e acaba lá fora, especificamente na China. A crise económica sentida no país provocou uma onda de ponderação no mundo empresarial asiático, cortando as asas àquilo que poderia ter sido o sucesso de várias empresas. 4D Cityscape
A Fuhong Society dá a entender, como o nome indica, que é uma associação, mas é uma PME como qualquer outra. Ou quase, pelo menos. O intuito do seu fundador é dar a conhecer a cadeias de lojas conhecidas, o conceito especial sobre o qual criou a marca. Mais importante do que vender os brinquedos, carteiras, acessórios de moda e toalhas de banho produzidos, a Fuhong Society preocupa-se em mostrar ao mundo que ajudam pessoas com necessidades especiais. Grande parte dos produtos foi enfeitada com o desenho feito por um jovem residente autista.
“Queremos mostrar que as pessoas portadoras de deficiência também têm criatividade e talento, somos o exemplo disso”, esclareceu uma das funcionárias. Para isso, diz, “é preciso que as grandes lojas disponibilizem espaços e aceitem o conceito da nossa marca com a divulgação” dos produtos da marca. Para a Fuhong, o foco está na divulgação destes trabalhos, que a empresa defende só ser possível se outras maiores ajudarem.

PME ajudam PME

Outras, no entanto, não tiveram ainda tempo para se expandir. É o caso da Great Chance International Group Limited, detida por Ramble Chan. Há três anos, desenvolveu a PME com mais quatro fundadores, onde trabalham sete pessoas. A marca mais recente dá pelo nome de Swim Macao e dedica-se à criação de mapas da cidade feitos à mão que podem ser aplicados de diferentes formas.
“Agora, temos só o mapa, mas também criámos a marca só este ano. No futuro, queremos incluir [no mapa] algumas empresas criativas locais para lhes dar amplitude no mercado”, explicou Ramble Chan ao HM.
Questionado sobre o estado actual do mercado das PME, o fundador lamenta que a queda das receitas esteja a ferir a possível expansão de vários negócios. Ramble Chan confirma, no entanto, que a crise económica pode ter os seus benefícios para as PME: “as grandes empresas, de casinos por exemplo, deixam de encomendar determinados trabalhos ao estrangeiro e passam a escolher PME locais para estes trabalhos”.

Um mar de marcas

“As empresas como a nossa foram criadas enquanto alternativa ao Jogo, como forma de diversificar a economia e o Governo está a apostar cada vez mais nisto”, frisa. Só este ano, o grupo internacional Great Chance recebeu do Executivo 200 mil patacas para a nova marca. As duas outras marcas da empresa dedicam-se ao design gráfico e publicidade e a uma plataforma online para dinamizar o empreendedorismo na Ilha da Montanha. “Fazemos a ponte de comunicação entre empresas-mãe e potenciais compradores no WeChat”, esclarece Chan.
Entre as 143 PME locais presentes na Feira Internacional de Macau (MIF) 2015, contam-se pelos dedos as que se dedicam à exploração das indústrias culturais e criativas. Entre material de cozinha, vinhos gaseificados importados do Japão, produtos alimentares de pastelaria coreanos, marcas de produtos de higiene oral e de aparelhos dedicados à fisioterapia, contam-se pelos dedos aqueles que são realmente locais. MIF2015 2
A grande maioria das PME criadas em Macau funciona para importar e exportar. A Macau Pure Delights tem três pessoas a trabalhar e vende somente produtos de Hong Kong, Coreia do Sul e do Vietname.
“Vendemos produtos que fazem bem à saúde, com características medicinais e a principal razão pela qual são todos estrangeiros é que aqui não é possível criar este tipo de coisas, é muito caro”, justifica um dos funcionários.
Criada há quatro anos, tem vindo a expandir-se a passos de bebé. Agora, procuram quem queira vender produtos que compraram a empresas estrangeiras. “É uma espécie de venda a retalho”, brinca o mesmo funcionário, que preferiu não ser identificado.

Macau não é global

Há dois anos, em meados de 2013, nasceu a Lovelina, pelas mãos da sua criadora de nome quase homónimo, Alina. Questionada sobre o actual estado do sector das PME no cenário geral da região, a fundadora afirma que a crise económica causada pela queda das receitas “provocou uma queda, em simultâneo, da vontade das pessoas arriscarem em novos produtos e compras”, pelo que lamenta que a Lovelina não tenha já aberto asas e voado até outros países.
A casa da empresa será sempre Macau e isso mesmo garante Alina, que se mostra orgulhosa do seu pequeno império de malas totalmente originais. “Em média, fazemos 60 a 80 mil patacas por mês, mas queremos ir mais além, dando a conhecer os nossos produtos ao público, mas a presença da nossa PME aqui [na MIF] surgiu da necessidade em arranjarmos parcerias de co-working”, explica.
É que, acrescenta, estar em Macau “não é internacionalizar a marca”. Mais uma vez, o rodopio de uma marca local pelo mundo passa, essencialmente, pela criação de parcerias no sentido de levar os nomes mais longe, talvez até uns quilómetros além da fronteira.
A ideia de Alina é partilhada por Kevin Chan, que afirma ser difícil ganhar fama se a marca se ficar por terras macaístas. Até porque para o criador de puzzles da cidade, tudo começou nos EUA.
“Estive lá a estudar e foi quando percebi que as pessoas não faziam ideia de onde era Macau. Foi nessa altura que decidi associar-me à empresa internacional 4D Cityscape”. Tal decisão, assegura, pretende colocar Macau “no mapa global”.
O dinheiro é, assim, essencial para o nascimento de qualquer negócio, mas a opinião das PME é unânime: é preciso criar parcerias com empresas internacionais e até mesmo outras locais para que as marcas e produtos voem além-mar. A maioria dedica-se à disponibilização de serviços do mundo para o mundo, passando por Macau. Talvez a região possa realmente transformar-se na plataforma de que tantos milhares hoje falam.

23 Out 2015

Advogados anseiam por legalização de sociedades

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]uitos projectos e debates depois, a Associação dos Advogados de Macau (AAM) parece estar disposta a criar um diploma que regularize as sociedades de advogados no território, no âmbito da revisão do Estatuto do Advogado. Quatro causídicos ouvidos pelo HM revelam aceitar uma lei que há muito está na gaveta. O último projecto terá sido elaborado em Dezembro de 2012.
“Congratulo-me pela iniciativa da Associação em submeter ao Governo ou à assembleia a proposta de criação de sociedades de advogados, que é uma odisseia em que venho participando activa e passivamente desde 1993 e que nunca veio à luz do dia até hoje. Do ponto de vista profissional fico muito satisfeito”, disse o advogado Frederico Rato. direito
Também Pedro Leal lembrou que há décadas que se fala da possibilidade de legalizar as sociedades de advogados. “Há 15 anos que oiço falar das sociedades de advogados em Macau. Todos dizem que está sob estudo, mas nunca houve vontade de ir para a frente [com esse assunto]. Para mim não vejo grandes problemas [na sua implementação]. O que se passa com os advogados hoje em dia é que muitas vezes as procurações são passadas a vários advogados, mas aí passava-se a uma sociedade”, exemplificou.
Pedro Leal diz não compreender “porque é que aqui em Macau ainda não se avançou com isso”. E chama a atenção para a necessidade de legalizar o que já existe na prática. “Já existem sociedades de advogados há muito tempo e valia a pena regulamentá-las.”
“A situação manteve-se sem nenhuma legalização, porque na prática muitos escritórios já funcionam em termos de sociedade”, lembrou Miguel de Senna Fernandes. “Temos a situação de ter escritórios e advogados em nome individual e é uma situação que não corresponde à realidade”, frisou.
Em Maio, na conferência de imprensa de apresentação das actividades do Dia do Advogado, Jorge Neto Valente, presidente da AAM, revelou existir a intenção de trabalhar nesse projecto.
“Até agora não houve oportunidade de pôr em vigor [esse diploma]. O que a AAM propõe é que sejam permitidas parcerias em sociedade civil, com responsabilidade ilimitada. Mas na Europa e América há sociedades com responsabilidade limitada. Se formos para a responsabilidade limitada, é preciso articular isto com um seguro que cubra os danos causados por uma sociedade de advogados aos seus clientes, porque não será o património dos sócios a responder”, disse o presidente da AAM. Em causa estará a criação de um seguro de responsabilidade civil na ordem das duas milhões de patacas.

Algo “inevitável”

Henrique Saldanha, que chegou a fazer parte de uma comissão encarregue de analisar um dos diplomas, defende que “o caminho é esse”. “Creio que toda a gente deve concordar que as [sociedades] devem ser legalizadas. Algumas já existem na prática e é preciso dar mais esse passo e formalizar uma realidade que é inevitável”, frisou.
Questionado sobre as razões que terão levado à ausência de um diploma anos depois de tantos debates em assembleias-gerais, Henrique Saldanha prefere apontar a falta de tempo. “Não sei em que estado está o projecto. Houve alguns debates muito participados em assembleias e começou-se a trabalhar numa minuta que chegou a ser apresentada à assembleia. Isso importa a alocação de um tempo muito significativo dos advogados ao projecto para que ele vá adiante, e como temos de integrar isso com o trabalho que temos, às vezes as coisas ficam pelo caminho”, rematou.
O HM contactou outros advogados que se recusaram prestar declarações devido ao facto do assunto ainda estar a ser analisado. Foram feitas tentativas de chegar à fala com Paulino Comandante, secretário-geral da AAM, mas até ao fecho da edição o causídico mostrou-se indisponível.

23 Out 2015

Serviço de transporte em carros privados chega a Macau

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Uber está no mercado de Macau, tendo iniciado a fase experimental. Foi através de uma resposta via email que a empresa confirmou, ao HM, a sua presença no território.
“É com grande satisfação que vos informamos que o serviço Uber foi lançado em Macau. Estamos muito entusiasmados por trazer este novo sistema de transporte de alta qualidade aos residentes de Macau e turistas”, lia-se na resposta. File illustration picture showing the logo of car-sharing service app Uber on a smartphone next to the picture of an official German taxi sign
A empresa indicou ainda que depois de receber centenas de perguntas sobre a existência do serviço em Macau e depois de mais de 127 mil acessos à aplicação móvel em Macau, foi decidido implementar o serviço no território. Ainda em período de teste, a empresa de transporte privada já está a circular pelas estradas de Macau, podendo haver, por agora, “carros limitados para o serviço”.

Alta procura

Tomás Campos é o nome do responsável pelo lançamento do serviço no território. “A procura em Macau, mesmo antes da aplicação ser lançada, era tremenda. Até hoje, 127 mil usuários abriram a aplicação em Macau para ver se conseguiam aceder ao serviço, incluindo centenas de residentes locais e usuários de 70 países. Estamos muito entusiasmados por finalmente estarmos aqui”, cita o comunicado enviado pela empresa.
O cantor pop chinês Siufay foi a cara escolhida para testar o serviço e fez a sua primeira viagem num carro destes na manhã de ontem.
“A experiência Uber é absolutamente incrível – o carro chegou em apenas três minutos”, pode ler-se.
Para poderem requisitar o serviço, os interessados têm de fazer o download da aplicação para iPhone ou Android, criar uma conta e registarem o cartão de crédito. Depois, é só esperar que o seu condutor o venha buscar.

23 Out 2015

Sands perde quase metade das receitas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s lucros líquidos da Sands China caíram 46,8% no terceiro trimestre do ano para 343,2 milhões de dólares norte-americanos. Segundo um relatório da empresa-mãe, a Las Vegas Sands, publicado no site oficial na noite de quarta-feira, entre Julho e Setembro, a Sands China arrecadou receitas líquidas de 1,66 mil milhões de dólares, ou seja, menos 28,8% comparativamente ao período homólogo do ano passado.
Em comunicado, o presidente da Sands, Sheldon Adelson, comenta o “ambiente desafiante” nos segmentos de jogo VIP e de massas ‘premium’ em Macau e reafirma a “confiança” na liderança no mercado de massas das suas propriedades na strip do Cotai- As receitas dos casinos de Macau estão em queda desde Junho de 2014. Setembro marcou o 16.º mês consecutivo de quedas homólogas, registando o valor mais baixo dos últimos cinco anos.
Em teleconferência, após a divulgação dos resultados, o patrão das Las Vegas Sands observa “sinais de estabilização” no segmento de massas, embora se mantenha apreensivo relativamente à perspectiva global de Macau.
Considerando “virtualmente impossível” dizer o que pensa sobre Macau, o magnata de 82 anos, citado pela Bloomberg, refere: “É uma incógnita para qualquer um de nós. É um grande ponto de interrogação para qualquer operador hoje em dia e vai continuar” a ser.

23 Out 2015

Piscina do Parque Central da Taipa encerrada

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]evido a uma avaria no sistema de filtragem e “para salvaguardar a saúde pública”, a Piscina do Parque Central da Taipa vai estar temporariamente encerrada para a execução de “obras urgentes de reparação”, diz um comunicado do IACM. A data da reabertura será comunicada após a sua conclusão.

23 Out 2015

Bitcoin | Pedida regulamentação. AMCM diz não ser responsável

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Autoridade Monetária de Macau (AMCM) assegura ao HM que a Bitcoin não está sujeita à sua supervisão. A resposta surge depois do envio de uma carta do activista Jason Chao à autoridade, pedindo mais regulamentação sobre o uso da moeda digital. Especialistas no sector da economia pedem a regularização da Bitcoin por, dizem, ser mesmo necessário.
Ao HM, a AMCM diz que a Bitcoin “constitui uma mercadoria virtual, não sendo a mesma uma moeda legal, nem instrumento financeiro” que fique sujeito à supervisão da entidade. Na mesma resposta, o organismo adianta que a “utilização moedas virtuais envolve riscos, incluindo mas não se limitando aos riscos relacionados com o branqueamento de capitais e o financeiro do terrorismo”, pelo que é necessário os utilizadores “terem cautela” no uso da moeda. Este é, aliás, o único aviso dado pelo organismo, não se percebendo como é que o uso da Bitcoin acontece em Macau. 1393338052_spending-bitcoins
Para Jason Chao o assunto é claro: “é necessária uma regulamentação” devido à necessidade de garantir a segurança na utilização desta mercadoria virtual, assim como para evitar crimes de capitais. Ao HM, a AMCM indica que não pode dizer se respondeu ou não ao activista, mas este diz que ainda espera obter resposta da AMCM, continuando à espera que as autoridades clarifiquem qual a posição do Governo perante a situação. É que Macau é a região com maior número de caixas de troca de Bitcoin por dinheiro. No total, são quatro as máquinas que se assemelham às de multibanco normal, três delas instaladas em lojas de penhores na zona dos NAPE.

Zona cinzenta

“Claro que é necessário regular esta situação”, começa por defender o economista Albano Martins. O profissional mostra-se totalmente contra este tipo de “meio que possam criar situações de fraudulência”. “Não estou muito dentro do assunto, mas de facto isto parece ser uma espécie de Dona Branca. Isto não é controlado”, reforça.
De saudável, as Bitcoins, diz, não têm nada. “Nem de saudável, nem de equilíbrio, nem de protecção”, acrescenta. Questionado sobre a necessidade do Governo tomar uma posição, Albano Martins defende que “se existir um esquema de Dona Branca a circular fora dos Bitcoins a AMCM acaba por intervir, então porque é que neste caso não o faz?”
A regulamentação é por isso “mais que precisa”, até porque, defende, é preciso “dar também garantia às pessoas que são mais ingénuas” aquando da sua aplicação e utilização. “Pode nem sequer existir nenhum problema, e estar tudo bem, mas é importante que haja pelo menos um mínimo de regulamentação que proteja os investidores”, remata.
Fonte do HM ligada ao Direito e com interesse no mundo da moeda virtual explicou que a regulamentação “é sempre necessária, porque existe uma espécie de zona cinzenta”. “Quem tentar perceber o mundo das Bitcoins, e até assistir a conferências, vai perceber uma lacuna na explicação de toda a história. Como é que surgiu, se há ou não controlo e, também, em termos de segurança. A compra e venda desta moeda digital é anónima, logo mesmo que haja crime de capitais nunca se saberá”, explicou.
Este tipo de aplicação tem de facto vantagens, diz, mas os riscos também são elevados. Algo que poderia terminar caso o “Governo decidisse actuar”. “É o Governo e a Assembleia Legislativa que devem decidir”, remata.
Até ao fecho desta edição o Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, não apresentou qualquer resposta às perguntas colocadas por este jornal.

Com Joana Freitas

23 Out 2015