Covid-19 | Testes exigidos para entrar na Coreia do Sul, Austrália, França e Canadá

A lista de países que exigem resultado negativo no teste de ácido nucleico à entrada de quem vem de Macau continua a aumentar. Coreia do Sul, França, Austrália, Canadá, Israel, Espanha passam a exigir testes, enquanto Marrocos baniu mesmo a entrada a quem vem do Interior da China, Hong Kong e Macau

 

Depois de três anos de severas restrições de entrada, fronteiras fechadas à maior parte do mundo ou entrada permitia apenas a residentes, Macau está agora do outro lado da equação preventiva de controlo da pandemia. A lista de países que passaram a exigir a apresentação de teste de ácido nucleico a quem chega de Macau foi alargada.

Depois de Estados Unidos, Japão e Itália, um grupo alargado de países passou a exigir resultado negativo à entrada. Ontem, as autoridades de saúde da Coreia do Sul alargaram a exigência de testes antes da partida e à chegada para viajantes de Macau e Hong Kong. A medida foi justificada com a tentativa de prevenir que a elevada taxa de infecções nas regiões administrativas especiais, assim como no Interior da China, provoque novos surtos ou traga novas variantes da covid-19.

“A decisão foi tomada tendo em consideração a situação recente de infecções em Hong Kong e o elevado número de visitantes oriundos da região, assim como as restrições impostas por países como os Estados Unidos, Canadá e outras nações”, anunciou a Agência de Prevenção e Controlo de Doenças coreana. A medida entra em vigor no próximo sábado.

A Austrália foi outro país que começou a exigir testes a quem chega de Macau. A partir de amanhã, os viajantes que cheguem à Austrália oriundos de Macau e Hong Kong devem apresentar resultado negativo de teste de ácido nucleico realizado, pelo menos, 48 horas antes da partida, ou um teste rápido supervisionado por um médico. A medida aplica-se também a cidadãos australianos, indicou na segunda-feira o Governo de Camberra.

Cuidados globais

Também a partir de amanhã, passageiros oriundos de Macau estão obrigados a apresentar resultado negativo num teste à covid-19 à chegada ao Canadá. A informação divulgada pela Agência de Saúde Pública do Governo liderado por Justin Trudeau especifica que a medida será aplicada durante um período inicial de 30 dias. O teste deve ser feito até dois dias antes da partida. “O teste pode ser de ácido nucleico ou um teste rápido antigénio acompanhado de documentação que demonstre que foi realizado sob monotorização de um profissional médico ou por um laboratório certificado”, especifica a agência canadiana.

O Consulado-Geral da França em Hong Kong e Macau emitiu ontem uma nota a dar conta de que todos os passageiros, maiores de seis anos, oriundos da China e das regiões administrativas especiais têm de usar máscara em voos que tenham a França como destino.

Além disso, “a partir de amanhã e até 31 de Janeiro, todos os passageiros têm de apresentar no embarque resultado negativo num teste antigénio ou de ácido nucleico realizado pelo menos 48 horas antes do embarque”. O consulado acrescenta que a medida é aplicada a voos que partem hoje e que os resultados dos testes precisam ser certificados, em francês ou inglês, em papel ou em formato digital.

Além disso, os passageiros têm de apresentar à companhia aérea uma declaração sob compromisso de honra a garantir que não apresentam sintomas de infecção de covid-19, que não têm conhecimento de terem contacto ninguém infectado durante 14 dias antes da partida, reconhecendo que pode ser exigido a passageiros com idade superior a 11 anos a realização de um teste quando aterrarem em território francês. Se à chegada a pessoa testada acusar positivo fica obrigada a realizar sete dias de isolamento e, findo esse período, a submeter-se a novo teste.

Outro nível

Com a exigência de realização de testes a ser alargada a países como Espanha, Índia, Tailândia e Reino Unido, um país foi mais longe nas restrições, proibindo a entrada a pessoas oriundas da China: Marrocos. A restrição, alargada a pessoas vindas de Macau e Hong Kong, é a primeira a ser implementada por um país africano e vigora desde ontem.

“À luz da evolução da situação de saúde relacionada com a covid-19 na China, e para prevenir uma nova onda de infecções em Marrocos e as suas consequências, será proibido o acesso ao território do Reino de Marrocos a quem vem da República Popular da China, independentemente da nacionalidade”, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O Governo marroquino acrescenta que a medida “não afecta de forma alguma a forte amizade entre os dois povos e a parceria estratégica entre os dois países”.

4 Jan 2023

Pandemia | Kiang Wu sem camas para doentes covid

As centenas de doentes covid-19 registados em Macau diariamente faz com que o hospital Kiang Wu já não tenha camas disponíveis. Por sua vez, o Centro Hospitalar Conde de São Januário está a receber cerca de 200 ambulâncias por dia no serviço de urgência, mais do dobro face ao número registado no ano passado

 

Os serviços médicos em Macau, tanto públicos como privados, começam a ter cada vez mais dificuldade em dar resposta ao crescente número de casos covid-19. Segundo a TDM, o hospital Kiang Wu já não tem camas para este tipo de doentes, tendo Li Peng Bin, médico e gestor do hospital privado, explicado que houve uma redução do número de doentes no serviço de urgência, mas há mais casos com sintomas graves, sobretudo junto dos mais idosos, que necessitam de internamento.

“O serviço de urgência no hospital está a tratar cerca de 600 pacientes por dia, o que é duas vezes mais face ao número de casos que tínhamos há umas semanas. No entanto, o serviço da linha de atendimento [para doentes covid-19] aliviou a pressão registada pelo pessoal médico do hospital e reduziu o número de pacientes nas urgências”, adiantou Ieng Kam Tou, também ouvido pela TDM, em declarações reproduzidas pelo portal Macau News.

Ao problema da falta de camas acresce-se o facto de muitos profissionais de saúde do Kiang Wu não terem ainda recuperado da doença, mas serem obrigados a prestar apoio no serviço, conforme explicou o médico Lei Man Chon. “Muitos estiveram doentes durante dois ou três dias, mas foram chamados ao serviço quando a febre baixou e quando começaram a sentir-se melhor.”

Relativamente à marcação de cirurgias, o serviço não tem sido afectado, adiantou o cirurgião Kam Kun Chong, uma vez que médicos, enfermeiros e auxiliares tomaram precauções em relação à covid-19, tomando medicamentos.

Tendo em conta que os idosos são, nesta fase, o maior grupo de risco, os dirigentes do hospital Kiang Wu prometem adoptar medidas especiais para travar o crescente número de casos e aliviar a pressão no serviço de urgência. Uma das medidas passa por recomendar que os doentes tomem os medicamentos fornecidos pelo Governo antes de se dirigirem de imediato às urgências.

São Januário lotado

A situação não é melhor no Centro Hospitalar Conde de São Januário. À imprensa chinesa, Chang Tam Fei, director substituto do serviço de urgência do hospital público, disse que houve um aumento, em termos anuais, de 200 a 300 doentes, pois cerca de 800 a 1000 doentes registaram-se nas urgências durante este surto.

As urgências do São Januário recebem, em média, 200 ambulâncias por dia com doentes covid, enquanto no mesmo período de 2021 o hospital recebia entre 70 a 80 ambulâncias diariamente, o que representa um crescimento de mais de 100 por cento.

“Os pacientes vão ao médico assim que se sentem doentes, e neste momento os doentes com sintomas ligeiros são imensos. Assim sendo, decidimos criar um posto de testes de ácido nucleico perto do serviço de urgência para podermos acolher estes doentes com sintomas leves. Desta forma podemos desviá-los do serviço de urgência, evitando a acumulação de pessoas”, adiantou Chang Tam Fei.

4 Jan 2023

Jogo | Sector de massas pode levar receitas acima de 30% dos tempos pré-covid

Os analistas da JP Morgan Securities estima que durante os feriados do Ano Novo Chinês, as receitas brutas apuradas pelos casinos de Macau com o segmento de massas possam atingir entre 30 a 40 por cento dos níveis pré-pandémicos. O resultado que se espera nos cofres das operadoras de jogo será influenciado positivamente pela recuperação dos turistas chineses, um mês depois do levantamento das restrições impostas pela política de zero-covid.

Assim sendo, apesar de todas as seis concessionárias deverem ainda registar resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações [EBITDA] negativos no último trimestre de 2022, o futuro pode trazer já uma mudança de paradigma.

“Estamos a prever um 2023 melhor, depois de mais um ano para esquecer. Continuam a estimar que as receitas brutas do segmento recuperem para 30 a 40 por cento dos níveis pré-pandémicos durante o período do Ano Novo Chinês e no primeiro trimestre de 2023, o que já deverá ser suficiente para que a indústria apresente EBITDA positivos”, indicam os analistas, citados pelo portal GGR Asia.

Importa recordar que o Conselho de Estado chinês decretou feriados entre 21 e 27 de Janeiro, em jeito de celebração do Ano Novo Chinês, e que esta época costuma ser tradicionalmente um período de grandes ganhos para a indústria do jogo de Macau.

Muito importante

Apesar de muitos analistas não arriscarem uma previsão positiva para o mercado VIP, que continua envolto em muita incerteza depois da interrupção dos negócios durante um ano e da campanha movida pelas autoridades do Interior ao sector, os analistas da JP Morgan não deixam de prever um futuro risonho para a indústria do jogo.

Mesmo sem aquele que foi o mais importante sector de mercado, os analistas afirmam-se “bastante confortáveis” com a recuperação as receitas brutas e EBITDA do segmento de massas para níveis pré-pandémicos já no futuro próximo. O ano de 2024 é assim apontado como o da normalização do sector do jogo.

Este ano, a JP Morgan prevê que os casinos de Macau atinjam receitas brutas superiores a 100 mil milhões de patacas, ou seja, cerca de 35 por cento do registo de 2019. Em 2024, os analistas estimam que o volume de receitas brutas cresça para 186,2 mil milhões de patacas, perto de dois terços dos valores registados em 2019.

4 Jan 2023

Hotelaria | Prevista ocupação entre 80 e 90% no Ano Novo Chinês

Depois dos bons sinais dados no último dia de 2022, representantes do sector do turismo encaram com optimismo o Ano Novo Chinês. Apesar dos surtos em Macau e no Interior da China, Andy Wu espera que na altura dos feriados os picos de infecção sejam coisa do passado

 

Depois de três anos de crise sem precedentes, a abertura de Macau parece, finalmente, trazer algum optimismo palpável ao sector do turismo. Em declarações ao HM, o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, Andy Wu, mostrou-se confiante de que durante os feriados do Ano Novo Chinês a taxa de ocupação dos hotéis de Macau possa chegar a níveis entre 80 e 90 por cento, com o número diário de visitantes a atingir uma média a rondar os 40 mil.

Apesar de os surtos de covid-19 serem uma realidade generalizada no Interior da China, Andy Wu não considera que Macau seja afectado ao nível do turismo. “Para já, as principais fontes de turistas que vão chegar a Macau são Hong Kong e Interior da China. Tendo em conta que tanto no Interior como em Macau os picos de infecção se terem dado antes do Natal, a covid-19 não será um problema para a indústria”, afirmou ao HM.

O representante do sector estima que na altura do Ano Novo Chinês, as taxas de infecção local e nacional se fixem entre 70 e 80 por cento. Em relação aos mercados exteriores, Andy Wu não tem para já uma perspectiva tão optimista, porque a frequência de voos do estrangeiro não permite a retoma deste segmento.

Em uníssono

As previsões de Andy Wu acompanham as proferidas pelo deputado e presidente da Associação das Agências de Turismo de Macau, Cheung Kin Chung, que também havia estimado taxas de ocupação hoteleira entre 80 e 90 por cento durante a próxima época de feriados.

Em declarações ao HM, Andy Wu fez eco das declarações do Chefe do Executivo, reforçando a ideia partilhada por vários sectores sociais de que a pior fase da pandemia foi ultrapassada. “Acho que sim, o pior período já passou, e coincidiu com o Natal, quando muitos negócios ficaram paralisados devido à elevada taxa de infecção entre os funcionários. Logo de seguida, no Ano Novo, já se sentiu alguma recuperação. À medida que mais pessoas são infectadas e recuperam, o impacto nos negócios será cada vez menor”, afirmou o responsável.

Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, o deputado Cheung Kin Chung referiu que durante o Ano Novo a taxa de ocupação dos hotéis ficou entre 60 e 80 por cento, com a média dos preços dos quartos a rondar 50 a 60 por cento das tarifas verificadas antes da pandemia.

4 Jan 2023

S. Januário | Primeiro bebé do ano nasceu às 02h59

O primeiro bebé do ano nasceu na madrugada de dia 1 de Janeiro, às 02h59, no Centro Hospitalar Conde de São Januário. O recém-nascido, um menino que nasceu com 3,1 quilos, é o primeiro filho da Sr.ª Yu, residente de Macau. O segundo bebé do ano é uma menina, que nasceu às 06h20 com 2,92 quilos de um parto por cesariana no Hospital Kiang Wu.

De acordo com os dados disponíveis, nasceram em 2022 no Hospital São Januário 1.901 bebés, total que representou uma redução de 21 por cento em relação ao ano anterior. No Hospital Kiang Wu a diminuição de partos não foi tão acentuada, 7 por cento, com um total de nascimentos em 2022 a chegara aos 2.456. Em ambos os hospitais, nasceram mais meninos do que meninas.

2 Jan 2023

Covid-19 | Estudo aponta segundo pico para o Ano Novo Chinês

Um estudo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau prevê para o Ano Novo Chinês um segundo pico de infecções de covid-19. O relatório apresentado pela equipa de investigadores revelou que cerca de 70 por cento dos infectados tiveram sintomas de febre, tosse e dores de garganta

 

Um estudo elaborado por uma equipa de académicos da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST na sigla em inglês) indica que Macau pode ser palco de um segundo pico de infecções de covid-19 durante os feriados do Ano Novo Chinês, que começa a 22 de Janeiro.

O novo ponto alto de registo de casos positivos poderá ser influenciado pela entrada de um maior volume de turistas do Interior da China, assim como pelo alívio das restrições de viagens com Hong Kong. Como tal, os académicos aconselham o Governo a preparar o novo pico poupando recursos médicos para acudir aos casos mais severos.

A investigação dos académicos da Faculdade de Engenharia e Tecnologia baseia-se num questionário aleatório a 2.553 pessoas, onde se indica que no dia 23 de Dezembro foi registado o maior número de casos positivos num dia, 256, que nessa altura correspondiam a cerca de 10 por cento de todas as infecções.

Quanto aos efeitos, o estudo indica que o pico de infecções mais severas se regista uma semana depois do ponto alto de todas as infecções, mantendo-se estável durante duas a três semanas, provocando um grande desgaste no sistema de saúde.

Em relação aos resultados de testes rápidos e de ácido nucleico, a equipa da MUST revela que mais de metade dos participantes no questionário tiveram resultados positivos entre 5 e 10 dias, enquanto 8 por cento tiveram resultados positivos entre 1 e 3 dias. Apenas 2 por cento dos inquiridos testaram positivo mais de 10 dias. A duração do resultado positivo foi maior em pessoas mais velhas.

No que toca aos sintomas, mais de 70 por cento das pessoas registaram febre, dores de garganta e/ou tosse, enquanto 17 por cento perderam temporariamente o olfacto.

Variantes do momento

Antes do fim-de-ano, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, declarou que “o pico de infecções em Macau já passou, com o número de indivíduos infectados a diminuir, e as autoridades concentram os esforços, neste momento, nos recursos hospitalares para tratar os doentes graves”.

Em relação ao estudo da MUST, e à previsão de um segundo pico no Ano Novo Chinês, a secretária garantiu que “as autoridades de saúde continuarão a acompanhar de perto e com atenção a evolução da situação epidemiológica da covid-19 no mundo, incluindo a mutação do vírus, a taxa de infecção, esperando que a população se prepare para possíveis picos periódicos da pandemia”.

A secretária indicou que com base na análise de “diversas informações, incluindo o número de declarantes na plataforma de autoavaliação”, infectados atendidos nas clínicas comunitárias e chamadas para a linha de apoio, o “pico de infecções foi registado entre os dias 21 e 23 de Dezembro”. Depois destas datas, as autoridades verificaram uma tendência de descida de casos positivos. Elsie Ao Ieong U estimava no dia 30 de Dezembro que cerca de 50 por cento da população já teria sido infectada com covid-19.

A governante referiu que a larga maioria das pessoas que declaram estar infectadas por iniciativa própria têm como objectivo requerer atestado médico para apresentar no trabalho e justificar faltas por doença.

De acordo com os resultados de análise ao vírus, as variantes predominantes em Macau são a Ómicron BF.7 e BA.5, com esta última a apresentar uma proporção mais elevada.

2 Jan 2023

DSEC | Desemprego desce para 4,7 até Novembro

Entre Setembro e Novembro de 2022, a taxa de desemprego atingiu 3,7 por cento e a taxa de desemprego dos residentes foi de 4,7 por cento, isto é, menos 0,2 e 0,3 pontos percentuais, respectivamente, face ao trimestre compreendido entre Agosto e Outubro do ano passado, segundos dados avançados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Também a taxa de subemprego caiu 2,2 pontos percentuais para 4,3 por cento no período em análise.

O Governo justificou a tendência positiva com a “realização de várias actividades de grande envergadura em Novembro”, que impulsionaram “o acréscimo da necessidade de recursos humanos”.

Entre Setembro e Novembro, a população activa de Macau totalizou 375.900 pessoas, o que representou uma taxa de actividade de 68,9 por cento. Ainda assim, a população empregada contou com menos 1.100 pessoas “face ao período precedente, devido principalmente ao número de trabalhadores não-residentes que viviam em Macau ter descido”.

Nos sectores do jogo, transportes e armazenagem o número de trabalhadores decresceu, indicou a DSEC, com o comércio por grosso a contrariar essa tendência e a empregar mais pessoas.

A população desempregada entre Setembro e Novembro era composta por 14.000 pessoas, menos 700, face ao período transacto.

O número de desempregados à procura do primeiro emprego representou 11,4 por cento do total da população desempregada, menos 3 por cento face ao período precedente.

2 Jan 2023

Lusofonia | Exportações para Macau sobem 49%

As exportações de mercadorias dos países lusófonos para Macau, nos primeiros onze meses do ano, subiram 49 por cento, em comparação com igual período de 2021, indicam dados oficiais.

O valor exportado pelos países de língua portuguesa para a RAEM entre Janeiro e Novembro deste ano foi de 958 milhões de patacas, de acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Já o montante importado de mercadorias de Macau pelo bloco lusófono desceu 74,2 por cento em termos anuais, no valor de dois milhões de patacas.

A balança comercial de Novembro registou um défice de 11,57 mil milhões de patacas, referiu a DSEC.
Entre Janeiro e Novembro deste ano, os valores da exportação atingiram 12,7 mil milhões de patacas, ou seja, mais 6,4 por cento do que no mesmo período do ano passado, e o valor da importação de mercadorias alcançou 127,9 mil milhões de patacas, numa queda de 8,1 em termos anuais.

O défice da balança comercial nos onze primeiros meses de 2022 cifrou-se em 115,2 mil milhões de patacas, menos 12 mil milhões de patacas face ao período homólogo do ano transato, acrescentou a DSEC.

2 Jan 2023

Jogo | Receitas dos casinos caíram mais de 50% em 2022

As receitas apuradas pelos casinos de Macau em 2022 caíram 51,4 por cento em relação ao ano anterior, para um total de 42,1 mil milhões de patacas, menos de um terço das previsões iniciais do Governo. Em Dezembro, a indústria do jogo teve receitas brutas inferiores a 3,5 mil milhões de patacas

 

Como não poderia deixar de ser, 2022 termina sem deixar saudades, em especial para a indústria do jogo de Macau. Segundo a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) o ano fechou com receitas brutas acumuladas de 42,1 mil milhões de patacas, ou seja, menos 51,4 por cento em relação ao valor total de 2021 quando os casinos da região amealharam 86,8 mil milhões de patacas.

O valor acumulado de 2022 é um dos mais baixos de sempre da indústria do jogo desde a liberalização do jogo. Percorrendo as compilações estatísticas da DICJ, é preciso recuar a 2003, quando apenas existiam em Macau 11 casinos, face a quase quatro dezenas na actualidade, para encontrar receitas brutas inferiores (30,3 mil milhões de patacas) às verificadas em 2022.

Além disso, as receitas acumuladas em 2022 ficaram muito aquém das estimativas do Governo previstas no orçamento para o ano fiscal que terminou no fim-de-semana, mais precisamente menos de um terço face à previsão de 130 mil milhões de patacas em receitas.

Em termos mensais, as receitas do jogo caíram 56,3 por cento em Dezembro, em relação ao mesmo mês de 2021, arrecadando 3,48 mil milhões de patacas contra 7,9 mil milhões de patacas, indicou a DICJ.

Negócios infectados

As concessionárias em Macau têm acumulado desde 2020 prejuízos sem precedentes e o Governo tem sido obrigado a recorrer à reserva extraordinária para responder à crise, até porque cerca de 80 por cento das receitas governamentais provêm dos impostos sobre o jogo.

Recorde-se que as seis operadoras de jogo, MGM, Galaxy, Venetian, Melco, Wynn e SJM, renovaram, a 16 de Dezembro, o contrato de concessão para os próximos dez anos e que entraram em vigor no domingo.

As autoridades exigiram no concurso público a aposta em elementos não-jogo e visitantes estrangeiros, na expectativa de diversificar a economia do território.

“Neste concurso público, as seis empresas adjudicatárias comprometeram-se a fazer um investimento nos elementos não-jogo de mais de 100 mil milhões de patacas e quanto ao jogo de cerca de 10 mil milhões de patacas”, disse, em conferência de imprensa, o presidente da comissão do concurso público para a atribuição de concessões para a exploração de jogos de fortuna ou azar, André Cheong.

“Depois de 20 anos de desenvolvimento, o jogo, tanto nas suas instalações básicas, como nos seus equipamentos, já tem uma certa dimensão, por isso o Governo não espera uma expansão ilimitada do jogo, tem de ser um desenvolvimento estável e, ao mesmo tempo, é preciso dar mais espaço de desenvolvimento dos elementos não jogo”, acrescentou.

Além de representar cerca de 80 por cento das receitas do Governo e 55,5 por cento do produto interno bruto (PIB) de Macau, a indústria do jogo dá trabalho a mais de 80 mil pessoas, ou seja, a 17,23 por cento da população empregada. Com Lusa

2 Jan 2023

Farmácias | Compras limitadas a “uma caixinha”

O Instituto para a Supervisão e Administração Farmacêutica (ISAF) anunciou ontem que as compras de vários medicamentos estão limitadas a “uma caixinha”, face à “pressão” da elevada procura. Segundo o comunicado do ISAF, foi pedido às farmácias que medicamentos como analgésicos, antitérmicos, antigripais compostos ou para a tosse só fossem vendidos na quantidade de “uma caixinha” por indivíduo.

Também a venda de testes rápidos foi limitada a 10 unidades por pessoa. Em relação à corrida dos últimos dias às farmácias, o ISAF indica que foram “reabastecidos os reagentes e medicamentos analgésicos e antitérmicos simples”, mas admite que há falta de “medicamentos antigripais compostos e medicamentos para a tosse”.

Esta é uma situação que o ISAF deixa a entender ser de difícil resolução, porque “actualmente acontece também nas regiões vizinhas”. O limites nas vendas nas farmácias comunitárias foram impostos, depois de uma negociação com a Associação de Farmácias de Macau, cujos contornos não são revelados.

30 Dez 2022

Turismo | Agência recebeu dezenas de consultas sobre viagens ao Japão

A gerente de operações do ramo da agência de viagens EGL Tours em Macau, Chao Lai Fong, apontou que nos últimos dias recebeu dezenas chamadas a pedir informações sobre viagens para o Japão, principalmente para a altura do Ano Novo Chinês. A responsável indicou ao canal chinês da Rádio Macau que os potenciais clientes mencionaram o final de Janeiro por considerarem por que essa altura a pandemia já estaria estável em Macau.

Chao Lai Fong revelou que a primeira excursão organizada pela empresa para o Ano Novo Chinês, que tinha como destino o Japão, acabou por ser adiada porque tanto a agência de viagens como as companhias aéreas enfrentaram escassez de mão-de-obra.

Em relação à medida que obriga, a partir de hoje, voos que partem da China, Hong Kong e Macau a usar apenas quatro aeroportos, Chao Lai Fong afirmou que tal não terá grande impacto no mercado local, uma vez que a maioria dos residentes de Macau viaja precisamente para Tóquio e Osaka, afectando apenas as rotas para Hokkaido, que tiveram de ser canceladas.

Um dos efeitos das medidas implementadas pelas autoridades nipónicas é o aumento dos preços de quartos e bilhetes de avião.

30 Dez 2022

Covid-19 | Estados Unidos exigem teste a quem viaja de Macau

Além dos Estados Unidos, também a Itália passou a exigir a realização de testes a pessoas oriundas da RAEM. Quem viaja para Portugal pode estar mais descansado, uma vez que o país afasta a possibilidade de implementar restrições para quem vem da China

 

Desde ontem, quem entrar nos Estados Unidos vindo de Macau está obrigado a apresentar resultado negativo de um teste de ácido nucleico realizado nas 48 horas anteriores. A possibilidade de implementação desta exigência tinha sido adiantada na terça-feira e foi confirmada ontem, pelo Centro de Controlo de Prevenção e Controlo de Doenças norte-americano (CDC em inglês).

“O CDC anuncia esta medida para reduzir o ritmo da propagação de covid-19 nos Estados Unidos face ao aumento dos casos de covid-19 na República Popular da China, dada a falta de dados epidemiológicos e de sequência genómica viral adequados e transparentes”, foi justificado, numa nota de imprensa publicada ontem. “Estes dados são essenciais para acompanhar o surgimento de novos casos e reduzir as hipóteses de entrada de novas variantes com efeitos preocupantes”, foi acrescentado.

A mesma nota de imprensa admite ainda a hipótese de serem tomadas medidas mais restritivas: “O CDC vai continuar a acompanhar a situação e ajustar a abordagem, quando considerado necessário”, foi informado.
Além de um teste negativo, as autoridades norte-americanas aceitam também um certificado de recuperação, para quem tiver estado infectado nos 10 dias anteriores à viagem.

A exigência aplica-se a qualquer pessoa, independentemente da nacionalidade, que tenha estado em Macau, Hong Kong ou no Interior da China mais de dois dias nos 10 dias anteriores à viagem. Na medida também não é considerada a vacinação, ou seja, é aplicada mesmo se o viajante tiver levado quatro doses.

Tendências sazonais

Além dos Estados Unidos, foram impostas medidas restritivas para passageiros vindos da China em mais países. O Japão foi um dos primeiros países a seguir esta direcção, quando decidiu restringir os aeroportos de destino para voos provenientes do Interior, Macau e Hong Kong.

Em Itália a medida de testagem também foi implementada, primeiro na região da Lombardia, depois em todo o país, após terem sido detectados 97 casos positivos entre os 212 passageiros em dois voos provenientes do Interior da China. Os dados foram fornecidos por Guido Bertolaso, conselheiro regional da Lombardia, de acordo com a Sky News.

Um dos países que admite não adoptar qualquer medida, para já, é Portugal. Numa resposta escrita à emissora TSF, o ministério da Saúde apontou que as autoridades portuguesas estão a “acompanhar a situação epidemiológica em articulação com os parceiros europeus e organismos internacionais, nomeadamente no âmbito da actividade do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças”.

Contudo, Portugal não prevê “alterações nos procedimentos” ou a adopção de “medidas adicionais”, mantendo-se em curso “a vigilância genómica do SARS-CoV-2 através do Laboratório Nacional de Referência”.

30 Dez 2022

Hotéis | Taxa de ocupação média em Novembro foi de 39%

A taxa de ocupação média dos quartos de hotel de Macau durante o mês de Novembro foi de 38,7 por cento, menos 7,8 pontos percentuais, em termos anuais, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).
A taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos hotéis de 3 estrelas e a dos hotéis de 5 estrelas decresceram 14 e 8,6 por cento, respectivamente.

No mês em análise os estabelecimentos hoteleiros hospedaram 409.000 indivíduos, menos 17,2 por cento, em termos anuais. Realça-se que o número de hóspedes do Interior da China (323.000) e o de hóspedes locais (61.000) baixaram 19,8 e 2,6 por cento, respectivamente. O período médio de permanência dos hóspedes manteve-se em 1,7 noites.

No período de Janeiro a Novembro a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros foi de 38 por cento, menos 11,6 pontos percentuais, relativamente ao mesmo período do ano anterior. Ao longo dos primeiros 11 meses de 2022, os hotéis de Macau hospedaram 4.658.000 indivíduos, menos 22 por cento, face ao mesmo período de 2021.

Durante o mês de Novembro o número de visitantes que participaram em excursões locais foi de 2.400, mais 29,9 por cento, face ao mês homólogo de 2021, enquanto o número de residentes de Macau que adquiriram nas agências de viagens serviços para viajar ao exterior (tais como, serviços de transportes, de alojamento, de visitas aos pontos turísticos, etc.) correspondeu a 5.600, mais 17,6 por cento.

Entre Janeiro a Novembro deste ano, o número de visitantes que participaram em excursões locais equivaleu a 29.000, menos 21,4 por cento, face ao mesmo período de 2021 e o número de residentes de Macau que adquiriram nas agências de viagens serviços para viajarem ao exterior fixou-se em 40.000, menos 71,1 por cento.

30 Dez 2022

Hotelaria | Estudo destaca papel para a saúde no início da pandemia

Segundo um artigo publicado na revista Desenvolvimento Económico, o sector da hotelaria de Macau está demasiado dependente das receitas do jogo. Porém, esse aspecto acabou por contribuir para amortecer o impacto da crise no primeiro ano da pandemia

 

Ao contribuir para as políticas de controlo da covid-19, a hotelaria assumiu em Macau o papel de primeira linha na defesa contra a propagação do vírus. É esta a conclusão de um estudo publicado na revista Desenvolvimento Económico, com o título “Análises de Gestão de Crises na Indústria Hoteleira: o caso de Macau”, assinado pelas académicas Cvetanka Ristova Maglovska e Tanja Angelkova Petkova, da Universidade de Stip, na Macedónia.

O estudo visa o período de 2020, com o surgimento do primeiro caso de covid-19 em Macau, antes de a indústria do jogo ter sentido o impacto mais forte da pandemia, não só com as medidas de restrição de circulação, mas também com a campanha contra o jogo lançada pelas autoridades do Interior da China. Por isso, e antes dos impactos mais graves se terem feito sentir, é concluído que as receitas dos casinos foram importantes para que numa primeira fase o Governo mantivesse o esforço no combate à pandemia.

“A indústria hoteleira fez esforços distintos em conformidade com os poderes e políticas governamentais. Esta pode ser caracterizada como uma abordagem racional, até porque não havia verdadeiramente a possibilidade de gerar receitas de outras forma durante uma situação de isolamento”, apontam as autoras. “Mas, de forma positiva, esta postura levou a que os hotéis actuassem como ‘a primeira linha de defesa’ contra a transmissão de covid-19, ao mesmo tempo que arrecadavam impostos para ajudar uma economia em dificuldades, com o dinheiro proveniente do jogo”, é acrescentado.

A importância do jogo

Além de abordar o papel dos hotéis durante a pandemia, o estudo avalia também a dependência do turismo face à indústria do jogo.

Em relação a esta aspecto, Cvetanka Ristova Maglovska e Tanja Angelkova Petkova concluem que efectivamente existe dependência, mas que o território também não apresenta actualmente capacidade para grandes alternativas.

Neste cenário, é apontado que sem a dependência, mesmo que excessiva, a situação económica tinha sido muito pior. “A questão que se coloca é: será a indústria hoteleira de Macau excessivamente dependente das receitas do jogo e terá isso gerado consequências mais devastadoras para outras áreas do sector da hotelaria?”, colocam como hipótese as investigadores.

A resposta é negativa, pelo menos quanto à segunda parte da pergunta: “Se não fossem as receitas dos impostos do jogo, e tendo em conta que as principais fontes de receitas do Governo e das outras áreas do sector da hotelaria sofreram muito durante a pandemia, o impacto para o sector teria sido muito mais devastador”, admitem.

Ainda assim, o estudo indica que a dependência da hotelaria face ao jogo é excessiva e que deixa todo o sector numa situação “muito vulnerável”.

30 Dez 2022

Covid-19 | Associações dizem que abertura é necessária para Macau

Associações profissionais de Macau ouvidas pelas Lusa vêem com bons olhos o cancelamento das restrições anti-covid no território e preparam-se para um “futuro mais brilhante”.

Macau, que à semelhança do interior da China seguia a política ‘zero covid’, apostando em testagens em massa, confinamentos de zonas de risco e quarentenas, anunciou recentemente o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção, após quase três anos das rigorosas restrições.

A abertura “é um sinal muito bom”, começou por dizer à Lusa o presidente da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau.

“Mas ainda temos de esperar e observar a situação da pandemia e do vírus”, ressalvou Chan Chak Mo, acreditando que, “em algumas semanas, já terá tudo passado”. “Por isso, penso que é importante para nós estarmos preparados para a chegada dos visitantes, especialmente durante o Ano Novo Chinês”, disse.

Pelo menos um sexto da população local, perto de 110 mil pessoas, e um quarto do pessoal de saúde estava infectado com covid-19 na sexta-feira, de acordo com declarações da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, que estimou recentemente que, com o actual surto de covid-19, “a população infectada possa chegar a ser entre 50 por cento a 80 por cento”.

Para Chan Chak Mo, o cancelamento das restrições era inevitável, já que diz respeito a “uma política nacional” que Macau “segue à risca”. “Acho que não poderíamos agir de outra forma”, salientou. “Pode ser um pouco duro entretanto, mas vamos ultrapassar (…) É um curto período que temos de suportar para um futuro melhor e mais brilhante para toda a economia”, disse o responsável, referindo que, também no interior na China se está “a sofrer bastante”.

Em perda

Também a presidente da Associação Novo Macau pelos Direitos dos Trabalhadores de Jogo admite ser “muito a favor” da decisão do Governo de Ho Iat Seng.

“Enquanto cidade turística”, referiu Cloee Chao, Macau tem vivido “num estado de confusão nos últimos três anos”.
“Incluindo eu que, enquanto trabalhadora de um casino, apesar de ter mantido o meu emprego nos últimos anos, muitas vezes fomos forçados a aceitar licenças sem vencimento devido à política anti-pandémica, e cortes nos nossos salários”, explicou.

Desde o início da pandemia, as operadoras de jogo em Macau têm acumulado prejuízos sem precedentes devido à queda do número de visitantes, sobretudo da China, e, nestes quase três anos de restrições anti-covid, o sector do jogo (lotarias e outros jogos de aposta) perdeu 21.100 trabalhadores, de acordo com dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos.

“No meu local de trabalho dizíamos a brincar que, antes da abertura, não tínhamos clientes e depois da abertura não temos colegas”, salientou Cloee Chao, referindo, porém, que este momento em Macau faz parte de “um processo” para a região voltar à normalidade.

Sistema sobrecarregado

Desde que teve início o mais recente surto, o número de consultas médicas no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ), o hospital público de Macau, aumentou quatro vezes, de acordo com um comunicado divulgado na segunda-feira pelas autoridades de Saúde locais.

As urgências do CHCSJ recebem 400 ambulâncias por dia, “quatro vezes mais do que antes da epidemia”, referiu ainda a nota do Governo, realçando que, “actualmente [no início da semana], mais de 30 por cento do pessoal do hospital está infectado”, sendo que “os recursos humanos são relativamente insuficientes”.

O rápido aumento dos casos de covid-19, nos últimos dias, levou, além disso muitas instituições, empresas e espaços comerciais a suspender ou a reduzir a actividade.

O sistema de saúde está “um pouco sobrecarregado” e o Governo não esperava que a doença “se espalhasse tão rápido”, apontou Cloee Chao que, “depois de tudo”, espera que Macau volte a “integrar-se no mundo”. “A indústria do jogo é a indústria principal em Macau, e vemos que Singapura, Malásia e outros lugares com casinos já abriram há algum tempo e que os clientes que vinham originalmente para Macau foram para esses sítios. Esperamos trazer de volta esses clientes”, concluiu.

29 Dez 2022

Covid-19 | Cuidados hospitalares reajustados para aumentar camas

Com as urgências a rebentar pelas costuras face ao volume de infecções, foram suspensos serviços médicos não urgentes ou não essenciais para dar prioridade ao tratamento de doentes com covid-19. As enfermarias do São Januário contam agora com 300 camas. Um responsável das urgências sublinha que as chances de reinfecção são muito baixas entre três a seis meses depois da recuperação

 

Com as mortes relacionadas com covid-19 a chegar às 32, ontem foram declaradas mais duas mortes, duas mulheres de 91 e 94 anos, sem vacina, e depois de na terça-feira à noite ter sido anunciado o maior número de óbitos de pessoas infectadas (sete), e com as urgências hospitalares à beira do colapso, os Serviços de Saúde anunciaram a reorganização de recursos de forma a dar prioridade ao tratamento de doentes com covid-19.

“O número de doentes com necessidade de internamento continua a aumentar, daí que os Serviços de Saúde (SSM) procederam de forma uniformizada, à mobilização dos profissionais de saúde, de modo a melhorar a assistência médica aos infectados pelo novo tipo de coronavírus”, anunciaram as autoridades, sublinhando que a optimização gradual tem como objectivo aliviar as necessidades de internamento.

No Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) foram criadas mais enfermarias de isolamento, através da junção de alguns serviços com menor taxa de ocupação de doentes internados. A medida permitiu aumentar para 300 as camas de isolamento no hospital público, e para 700 no cômputo geral.

Também foi ajustado o tempo de internamento de doentes que apresentam quadro clínico estável no hospital e o reencaminhamento para Centro de Tratamento Comunitário no Dome ou hotéis de tratamento em isolamento. Desta forma, as autoridades aumentaram o número de camas para casos mais graves. Só na terça-feira, mais de 80 doentes tiveram alta hospitalar ou foram transferidos do CHCSJ. Além disso, foi suspensa a vacinação no hospital público e o espaço de consulta externa de 24 horas foi transformado numa “área de transição dos doentes da urgência, onde estão disponíveis 40 camas provisórias”.

Mão para a obra

Em relação à afectação de pessoal e instalações, os SSM suspenderam “serviços médicos não urgentes ou não essenciais”, e alocaram “recursos médicos para dar prioridade ao salvamento de doentes com covid-19”.
Cerca de 80 médicos especialistas de diversos serviços clínicos foram organizados para coordenar enfermarias de isolamento, enquanto que perto de 60 médicos residentes e médicos dos centros de saúde foram enviados para os Serviços de Urgência e o Centro de Tratamento Comunitário.

Os SSM dão conta ainda da contratação temporária de 13 enfermeiros aposentados, 38 médicos do internato e 23 enfermeiros estagiários para prestar apoio ao Serviço de Urgência e no Centro de Tratamento Comunitário no Dome. Importa também salientar que 86 alunos do Instituto de Enfermagem Kiang Wu reforçaram o sistema de saúde local.

Recobro e prudência

Ontem, no programa Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau, o director substituto do Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Chang Tam Fei, apaziguou as preocupações de ouvintes que temiam voltar a ser infectados com covid-19. Chang Tam Fei afirmou que as probabilidades de reinfecção no período entre três e seis meses depois da recuperação são muito baixas, em especial para indivíduos com sistemas imunológicos fortes.

Porém, o responsável sublinhou que pessoas com sistemas imunológicos mais debilitados devem tomar precauções uma vez que têm mais chances de voltar a apanhar covid-19.

Luís Gomes, do Departamento do Ensino Não Superior da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) também participou no programa radiofónico e salientou o aumento dos postos de consultas externas comunitários para um total de 17. Desde o dia de Natal, cerca de 3.000 pessoas recorreram às tendas estabelecidas nos bairros da região para procurar tratamento médico e fármacos. No dia mais movimentado dos últimos três, Luís Gomes revela que mais de 3.800 pessoas recorreram aos postos comunitários, onde também se disponibiliza apoio a quem não consegue marcar uma consulta médica.

Fármacos | Associações contra corrida a medicamentos

A Associação Chinesa dos Profissionais de Medicina de Macau e a Sociedade Farmacêutica de Macau apelaram à população para que evite a corrida a marcas específicas de medicamentos antifebris. O apelo foi feito através do jornal Ou Mun, depois de se ter verificado uma elevada procura por algumas marcas como Panadol. Segundo o comunicado das associações, Paracetamol e Ibuprofen são as substâncias activas mais populares para tratar de febres, por isso, desde que sejam utilizadas nos medicamentos que se pretende comprar, o nome da marca não tem relevância. No caso de comprarem comprimidos à base de Paracetamol e Ibuprofen e ainda assim terem dúvidas, as associações sugerem aos cidadãos que consultem as opiniões de médicos ou farmacêuticos.

FSS | Pandemia prolonga prazo de pagamento

Devido ao impacto da onda de infecções de covid-19, o Fundo de Segurança Social (FSS) prolongou o prazo para o pagamento de várias obrigações para 28 de Fevereiro de 2023. Segundo a nota de imprensa do FSS, os pagamentos que podem ser atrasados implicam as contribuições dos trabalhadores permanentes do quarto trimestre de 2022, a taxa de contratação de trabalhadores não residentes, as contribuições de trabalhadores eventuais, bem como as contribuições do quarto trimestre de 2022 do regime facultativo. Face ao elevado número de casos de covid-19, o FSS deixou ainda um apelo para se reduzir a aglomeração nos serviços. “O FSS apela aos residentes para utilizarem mais os meios electrónicos para consultar, requerer e tratar dos serviços do FSS, de modo a reduzir a aglomeração de pessoas”, pode ler-se na nota de imprensa.

Autocarros | Pedida compreensão face a escassez

Wong Man Pan, Membro do Conselho Consultivo do Trânsito, pediu comprensão aos residentes face ao surto de covid-19 que afecta todo o território, e que por isso também os autocarros estão a viajar com menor frequência. Em causa, está o elevado número de infectados entre os motoristas das empresas de transportes. De acordo com o jornal do Cidadão, Wong Man Pan sugeriu ainda que as empresas de autocarros evitem algumas paragens para que se mantenham todos os percursos essenciais. Ao mesmo tempo, Wong defendeu ainda o reforço dos trabalhos de desinfecção no interior dos autocarros para garantir a saúde de motoristas e passageiros.

29 Dez 2022

DSEDJ | Assegurado apoio a estudantes com exames de acesso à universidade

Apesar de o regresso às aulas ter sido adiado para 9 de Janeiro, está assegurado o apoio e acesso às escolas de alunos do ensino secundário complementar para se prepararem para os exames de acesso ao ensino superior, inclusive para candidaturas a universidades portuguesas. A garantia foi dada ontem por Luís Gomes, do Departamento de Ensino Não-Superior da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ).

O responsável indicou ontem no programa Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau que a decisão de adiar o regresso das aulas está relacionada com a pandemia. “Não queremos iniciar as aulas neste período de pico de epidemia. Muitos docentes e alunos estão a recuperar depois de terem sido infectados, e a decisão foi tomada para proteger a saúde dos docentes e alunos”, afirmou o responsável.

Luís Gomes disse ainda que a DSEDJ deu indicação às escolas para apoiarem alunos de outros anos de escolaridade, além dos que se preparam para os exames de admissão à universidade, e do ensino especial, assim como os encarregados de educação.

29 Dez 2022

Retalho | Governo garante abastecimento de alimentos

O Conselho de Consumidores (CC) e a Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) asseguram que os supermercados do território têm abastecimento suficiente de bens de primeira necessidade, tal como cereais e óleos, além de que está “assegurada a estabilidade dos preços”.

Segundo uma nota de imprensa, é referido, após visitas e contactos a supermercados, que “as mercadorias actualmente disponíveis são suficientes”, sendo que os produtos mais procurados são “bebidas de electrólitos e pastilhas para a garganta”, cujo fornecimento será reforçado “o mais rápido possível”.

Sobre a quantidade de cereais e óleos, o Governo garante que até ao mês de Dezembro existem no mercado 1,20 milhões de quilos de arroz, 500 mil litros de óleo alimentar e 1,45 milhões de quilos de massa, “sendo uma quantidade suficiente para o consumo de cerca de um mês”.

“Por outro lado, em relação aos alimentos enlatados e outros artigos de uso doméstico, tanto o seu estoque, como o seu abastecimento, mantém-se suficiente e estável”, é ainda dito.
Além disto, a DSEDT apelou ao sector do retalho para “aumentar a importação dos produtos, a fim de satisfazer as necessidades dos residentes”.

29 Dez 2022

Ano Novo Chinês | Visitantes do Interior querem “inundar” Macau

Horas depois de serem levantadas as restrições de viagem no Interior, os turistas inundaram o portal de pesquisa Ctrip.com e Macau foi o destino mais procurado. No entanto, a enchente de turistas pode não se verificar, devido à falta de capacidade no Interior para lidar com a emissão de vistos

 

Macau é o destino mais procurado pelos turistas do Interior que querem passar o ano Novo Chinês fora de casa. A informação foi divulgada pela plataforma de viagens Ctrip.com, a partir das pesquisas feitas no portal da empresa chinesa.

A grande procura por Macau surgiu depois de a Comissão Nacional de Saúde do Interior anunciar, a 26 de Dezembro, o cancelamento das medidas de quarentena para quem viesse do estrangeiro.

Segundo a informação da Ctrip.com, logo após o anúncio do fim das restrições, o volume de pesquisas sobre os destinos mais populares cresceu dez vezes face ao período homólogo. No caso da procura de voos e hotéis, os números atingiram, numa questão de horas, o pico dos últimos três anos.

No ranking das pesquisas, e de acordo com os dados citados pelo jornal China Daily, Macau foi o destino mais pesquisado, seguido por Hong Kong, Japão, Tailândia, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Malásia, Austrália e Reino Unido.

Além das pesquisas por destinos, a procura de excursões no exterior para o Ano Novo Chinês também aumentou seis vezes no motor de buscas da plataforma de viagens.

Peso da realidade

Apesar dos sinais positivos, a recuperação do turismo em Macau deve demorar mais tempo do que o previsto, devido à emissão de vistos pelas autoridades do Interior, que tem várias limitações.

Mesmo com a pesquisa de excursões de Ano Novo Chinês a aumentar seis vezes face ao ano passado, os governantes do Interior definiram como prioridade a atribuição de vistos de saída para comerciantes, estudantes e pessoas que se querem deslocar para visitar familiares.

Segundo um responsável da Ctrip, citado pelo jornal China Daily, nesta fase, os serviços da China simplesmente não têm capacidade para lidarem com tantos vistos, devido à onda de covid-19, que está a paralisar a sociedade.

O responsável, que não foi identificado, afirmou que de acordo com os dados da empresa, desde 7 de Dezembro, os pedidos de vistos para visitas ao estrangeiro aumentaram doze vezes em termos anuais. Singapura, Japão, Coreia, Estados Unidos, Reino Unido e Austrália são os países mais procurados.

Os dados da Ctrip.com mostram ainda que apesar de o número de viagens ao estrangeiro ter vindo a descer, os visitantes gastam cada vez mais.

28 Dez 2022

Protecção de dados | Empresa multada por violar lei

A empresa Tecnologia de Informação de Zhuque Macau Limitada foi multada em 40 mil patacas pelo Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais (GPDP), devido a acções de telemarketing sem o consentimento dos visados. A informação foi revelada ontem, através da publicação pelo GPDP de um anúncio de “censura pública”. A empresa em questão é detida pelo casal Liu Yuan e Lin Yong Hong, ambos com morada em Zhongshan, no Interior.

Segundo a informação publicada, entre as 40 mil patacas de multa, 30 mil foram justificadas pelo facto da empresa ter realizado telemarketing sem consentimento do titular dos dados, de quem alegadamente terá partido a queixa para este processo.

Como durante o telefonema com o queixoso a empresa também “não forneceu as respectivas informações do tratamento, nem assegurou o seu conhecimento por parte do titular dos dados” foi alvo de outra multa de 5 mil patacas. A esta juntou-se ainda outra multa de mais 5 mil patacas, pelo facto de não ter parado com as campanha de publicidade, mesmo depois de o visado ter pedido para o fazerem.

Além das multas que totalizam 40 mil patacas, foi aplicada à Tecnologia de Informação de Zhuque Macau Limitada a pena acessória de “proibição temporária ou definitiva do tratamento, o bloqueio, o apagamento ou a destruição total ou parcial dos dados”.

28 Dez 2022

Óbito | Morreu José Pedro Sacco, jornalista da TDM Rádio Macau

Morreu hoje, aos 62 anos de idade, o jornalista e editor da TDM Rádio Macau José Pedro Sacco. Este era um dos trabalhadores mais antigos da empresa, onde começou a trabalhar como repórter em 1984, ainda no período da Administração portuguesa.

José Pedro Sacco nasceu a 14 de Dezembro de 1960. Tanto a TDM como a direcção da Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau já emitiram notas de pesar pelo falecimento do jornalista, tendo transmitido as “mais sentidas condolências” a familiares, amigos e camaradas de profissão.

28 Dez 2022

Hong Kong | Ligações de ferry com aeroporto retomadas sexta-feira

A partir desta sexta-feira, as ligações de ferry entre o terminal marítimo do Pac On e o Aeroporto de Hong Kong vão ser retomadas, ainda que, numa primeira fase, se realize apenas uma viagem por dia. As autoridades locais eliminaram o código vermelho para viajantes do exterior e as viagens dos autocarros dourados estão também de regresso

 

É mais um passo para o regresso do turismo e da normalidade. A TDM Canal Macau noticiou que a partir desta sexta-feira, 30, serão retomadas as viagens de ferry entre o terminal marítimo da Taipa e o Sky Pier do Aeroporto Internacional de Hong Kong. No entanto, numa primeira fase, será realizada apenas uma viagem por dia, às sextas-feiras e domingos, com saída da Taipa às 14h30 e partida de Hong Kong às 9h45. Os trabalhos de limpeza e desinfecção no interior dos barcos já começaram.

Os chamados autocarros dourados, que fazem a ligação com Hong Kong pela ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, também voltaram a funcionar, tendo sido aliviadas as anteriores restrições de acesso que apenas permitiam declarações de teste de ácido nucleico passadas em Macau, Hong Kong ou China. Segundo a TDM Canal Macau, são agora aceites declarações passadas pelas autoridades de saúde de qualquer região ou país.

Abaixo o código

Entretanto, desde a meia-noite da passada quinta-feira, deixou de estar em vigor o código de saúde vermelho para quem viaja do exterior, colocando-se, assim, um ponto final na obrigatoriedade de isolamento, passando a cor do código para amarelo, o que significa que a pessoa pode sair de casa, entrar em determinados locais e trabalhar mediante autorização. Quem viaja de Hong Kong, Taiwan ou de países estrangeiros também deixa de ser obrigado a realizar um teste de ácido no terceiro dia a contar do dia seguinte à entrada no território.

A nova medida mantém a disposição de apresentação de teste de ácido nucleico, com prazo de 72 horas, após a data de amostragem, antes de iniciar a viagem em avião, barco ou veículo com destino a Macau, acrescentou a nota do Centro de coordenação e de contingência do novo tipo de coronavírus.

Depois de entrar no território, é atribuído o código de saúde “amarelo”, devendo a pessoa “efectuar diariamente o teste rápido de antigénio (…) durante cinco dias consecutivos a partir do dia seguinte à entrada em Macau”. Após o carregamento do resultado negativo na plataforma para teste rápido de antigénio no quinto dia, o código de saúde passa a “verde”, ou seja, sem qualquer restrição de movimentos.

Se, naquele período, for obtido um teste rápido com resultado positivo, o código de saúde passará a “vermelho” e só aí “será aplicada a medida de isolamento domiciliário para pessoas infectadas”. Após a entrada em Macau, “as pessoas podem sair” do território “a qualquer momento” para Hong Kong, Taiwan e países estrangeiros, mas até à meia-noite do nono dia é proibida a entrada na China.

28 Dez 2022

Comércio electrónico | Governo e Douyin tentam seduzir PME locais

O Centro de Convenções e Exposições da Doca dos Pescadores de Macau foi ontem palco de uma sessão esclarecimento sobre aquisições globais na plataforma de comércio electrónico Douyin.

O evento, organizado em conjunto pela Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) e o Douyin Group, contou com a participação do responsável por aquisições globais da Douyin que “apresentou as mais recentes políticas de atracção de investimentos às empresas locais, tendo também realizado in loco intercâmbio e negociações com as empresas de Macau”, indicou ontem o Governo.

A DSEDT acrescenta que a campanha de procura de investimento da empresa chinesa pode “trazer novas oportunidades às empresas de Macau para explorarem o mercado do comércio electrónico transfronteiriço”, assim como ajudar a “romper os limites do desenvolvimento dos seus negócios, abastecendo produtos, na qualidade de fornecedores, às lojas operadas pelos próprios empresários instaladas na plataforma Douyin”.

Foi também indicado que o novo canal de transmissão ao vivo para vendas online pode ser uma alternativa de negócio para que as empresas locais vendam produtos no Interior da China, “aproveitando a vantagem do enorme tráfego de utilizadores da plataforma Douyin”.

A DSEDT refere que o objectivo da iniciativa é “construir uma ponte de ligação entre as PME locais e o Grupo Douyin, apoiando ainda mais as PME de Macau na exploração de canais de venda online, bem como optimizar o ambiente de comércio electrónico para o desenvolvimento das empresas”.

28 Dez 2022

Turismo internacional | Pedidas explicações sobre nova abordagem ao jogo

Lei Chan U considera que os números do jogo revelam uma grande diferença entre o objectivo de internacionalizar o turismo da RAEM e a realidade do quotidiano. O deputado quer que o Governo explique a nova estratégia e quais vão ser as fontes de visitantes internacionais

 

O deputado Lei Chan U está preocupado com a nova estratégia para o jogo que passa pela atracção de turistas internacionais. Numa interpelação escrita, o legislador pede mais esclarecimentos sobre as metas a atingir e quais vão ser os principais mercados em que Macau vai “apostar” para ter mais turistas internacionais.

Como deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau, Lei Chan U apoia o novo caminho do Governo, porém, avisa que os dados dos últimos anos são desajustados face ao que se pretende seja a realidade para os próximos anos.

“No passado, a indústria do turismo de Macau estava demasiado dependente dos turistas da Grande China, e em especial do Interior. Havia poucos turistas estrangeiros e as receitas brutas do jogo geradas por estes eram muito reduzidas”, afirma o deputado. “Segundo os dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, em 2019 apenas 3,58 por cento do total das receitas brutas do jogo foi gerado por turistas estrangeiros. Este é um dado que está totalmente desenquadrado com o desenvolvimento de Macau como centro mundial de turismo e lazer”, alertou.

Com o objectivo muito longe de ser alcançado, o deputado quer saber como é que vai ser implementado o novo plano entre as companhias de aviação, as concessionárias do jogo e o Governo para o aumento do número de turistas internacionais. Esta é uma das alterações esperadas pelo Governo, com as novas concessões do jogo, que entram em vigor no próximo ano.

“Com o Interior a levantar praticamente todas as restrições, a abertura dos mercados internacionais está à porta e é necessário acelerar a formulação dos planos para desenvolver as futuras fontes de turistas. Quais são os países a que as autoridades e as concessionárias do jogo vão dar prioridade neste novo plano?”, questiona Lei Chan U. “E já há algum plano provisório?”, acrescenta.

Na interpelação, Lei Chan U aborda igualmente o plano quinquenal da RAEM, que tinha como meta a concretização do Centro Mundial de Turismo e Lazer até meados da próxima década. O deputado quer saber se com as políticas de controlo da pandemia, e de encerramento das fronteiras, este objectivo ainda pode ser concretizado.

“Com o impacto do novo coronavírus durante estes três anos, será que as autoridades ainda têm confiança de que o objectivo pode ser alcançado de acordo com o calendário inicial?”, perguntou. “Qual vai ser o padrão ou os indicadores que as autoridades vão utilizar no futuro para julgar se Macau conseguiu, ou não, transformar-se num Centro Mundial de Turismo e Lazer?”, questionou.

28 Dez 2022