Pedro Arede Manchete SociedadePeríodo de estabilização reabre actividades e dura até domingo. Produtos importados na origem do surto Desde a meia-noite é possível tomar refeições em restaurantes e frequentar ginásios, espaços de entretenimento, desportivos e culturais, mediante a apresentação de um teste feito nos últimos três dias. É o chamado período de estabilização e estará em vigor até domingo, deixando de ser necessário, a partir daí, realizar testes para ir trabalhar e entrar em espaços. Alvis Lo diz que a origem do surto está em “produtos importados”. Fronteiras com a China continuam fechadas No seguimento do despacho do Chefe do Executivo publicado ontem em Boletim Oficial, o Governo levantou, desde a meia-noite de hoje, as restrições que levaram ao encerramento de salões de beleza, bares, piscinas, espaços culturais, desportivos e de entretenimento e que impuseram aos restaurantes a obrigatoriedade de servir apenas refeições em regime de takeaway. Desta feita, mediante a apresentação de um teste de ácido nucleico realizado nos últimos três dias, até domingo, dia 7 de Agosto, os cidadãos voltam a poder comer dentro de restaurantes e a frequentar todo o tipo de espaços. Durante este período de seis dias, quem sai de casa para trabalhar deverá realizar testes de ácido nucleico a cada três dias e continuam a existir grupos-chave obrigados a fazer testes diariamente. As máscaras continuam a ser obrigatórias, mas estão naturalmente previstas excepções para comer, beber, fumar, praticar exercício físico, entre outras. No despacho, justifica-se o alívio de medidas a partir de hoje, com o facto de “Macau registar zero casos na comunidade por nove dias consecutivos e de os resultados obtidos na 14.ª ronda de teste em massa de ácido nucleico terem sido todos negativos”. “Será determinada, através de orientações a estabelecer pelos Serviços de Saúde de Macau (SSM), a exigência do uso de máscara aos indivíduos quando saírem e de apresentação do certificado de recolha da amostra do teste de ácido nucleico, realizado nos últimos três dias, para consumo dentro dos estabelecimentos de comidas e bebidas”, é detalhado. Assim sendo, de acordo com o director dos SSM, Alvis Lo Iek Long, a partir de domingo, 7 de Agosto, e ultrapassado o período de estabilização, Macau entra numa nova fase onde deixa de ser necessário fazer testes para ir a restaurantes e entrar em determinados recintos. Até lá, há regras a cumprir. “A partir de amanhã [hoje] vamos entrar no período de estabilidade de seis dias, ou seja, até domingo, 7 de Agosto. Durante este período, a sociedade vai recuperar o seu funcionamento (…) e a realização de testes de ácido nucleico é gratuita. Os grupos-alvos continuam a ter que realizar testes de ácido nucleico diariamente”, começou por explicar Alvis Lo por ocasião da conferência de imprensa de actualização sobre a covid-19. Deste grupo, revelou, deixam, contudo, de fazer parte, os trabalhadores da área da segurança, da restauração e as empregadas domésticas, incluindo as que não estão alojadas em casa dos empregadores, continuando obrigados a fazer testes diários os trabalhadores das áreas da limpeza, entrega de takeaway, obras de remodelação, condutores de autocarro e taxistas. De resto, “todas as pessoas que necessitam de sair de casa para trabalhar” devem fazer um teste a cada três dias, sendo que a fiscalização da medida ficará a cargo da entidade empregadora. De frisar ainda que as empregadas domésticas deixam de ter que ficar alojadas em casa dos empregadores. Ao entrar no chamado “período de normalidade”, Alvis Lo apontou que não será preciso fazer testes para entrar em restaurantes e noutros espaços e que, somente alguns trabalhadores, como os profissionais de saúde e pessoal que lida com produtos congelados importados, terá que realizar testes diários à covid-19. Perigo inanimado Durante a conferência de imprensa, Alvis Lo defendeu ainda que aquele que foi o pior surto de covid-19 registado em Macau “foi causado pela importação de produtos” e admitiu que “no futuro podem surgir novos surtos” que obriguem as autoridades a voltar a impor restrições à mobilidade. “Claro que poderão surgir novos surtos epidémicos, porque conseguimos verificar que, na verdade, este surto não foi causado por pessoas vindas do exterior (…) mas sim pela importação de produtos. Por isso, acredito que, no futuro, poderão surgir novos surtos, mas o mais importante é saber o que podemos fazer”, começou por partilhar. “Futuramente vamos actualizar as nossas orientações para que, mesmo no período de normalidade, possamos fazer um trabalho melhor para proteger a nossa comunidade”, acrescentou. Sobre a reabertura das fronteiras com o Interior da China, Cheong Kin Ian, dos Serviços de Polícia Unitários (SPU) revelou que apesar de Macau reunir os critérios para ser classificada como zona de baixo risco, “é preciso continuar avaliar”. “Desde 19 de Julho, as partes voltaram a estabelecer o mecanismo de negociação sobre a passagem fronteiriça (…) e as autoridades de Guangdong e Zhuhai têm vindo a colaborar com o Governo. Macau é basicamente uma zona de baixo risco, mas existe a necessidade de continuar a avaliar”, apontou.
João Santos Filipe Manchete SociedadeSuicídios | Mais de 50 casos desde Janeiro. Registadas 10 mortes entre Junho e Julho Desde Janeiro registaram-se 53 suicídios em Macau, número que se aproxima dos totais de 2021 (60), 2020 (76) e 2019 (66). Destes, 10 coincidiram com a imposição de apertadas medidas anti-epidémicas durante o surto, incluindo o confinamento parcial da cidade. As autoridades de saúde admitem o problema e apelam à população para estar atenta e pedir ajuda psicológica É um registo negro que continua a adensar-se à medida que o tempo passa e a normalidade tarda em chegar, devido as medidas de prevenção inerentes à covid-19. Desde o início do ano até à passada sexta-feira, ou seja, em menos de sete meses, registaram-se 53 suicídios em Macau, número que se aproxima do valor total dos anos 2021 (60), 2020 (76) e 2019 (66). Os dados foram revelados no sábado pela TDM-Canal Macau, com base em informação compilada a partir de notificações da Polícia Judiciária (PJ), enviadas aos meios de comunicação social aquando da ocorrência destes casos. Segundo a análise, é possível ver que, entre Janeiro e Julho de 2022, houve quase tantos suicídios do que os registados ao longo de todo o ano de 2021, período em que houve, no total, 60 ocorrências. Além disso, dos 53 casos reportados pela PJ, 10 ocorreram entre Junho e Julho, meses marcados pela imposição de rigorosas medidas restritivas à população, nomeadamente o confinamento parcial da cidade e o encerramento de praticamente todas as actividades consideradas “não essenciais”. Recorde-se que, durante parte deste período, os cidadãos foram proibidos de sair à rua, incluindo para fazer exercício físico ou passear animais de estimação, estando limitados à compra de bens em supermercados e à participação em testes em massa. Dos 53 casos registados desde o início do ano, o último ocorreu na passada sexta-feira e diz respeito a uma mulher de 24 anos que saltou de um prédio localizado na Taipa. A partir da compilação de dados feita pela TDM-Canal Macau é possível ver que, do total, 46 pessoas são residentes de Macau e sete são não-residentes. A maioria dos casos pertence às faixas etárias entre 30 e 40 anos, 50 e 60 anos e entre 70 e 80 anos. De frisar ainda que, das 53 mortes por suicídio, 12 sofriam de doenças, quatro estavam desempregados e não conseguiam arranjar trabalho e que 12 deixaram notas à família. No último mês registou-se ainda uma tentativa de suicídio numa zona vermelha, referente a um homem de 30 anos que pretendia saltar do edifício onde estava confinado, mas acabou persuadido pelos bombeiros a desistir da ideia. Recorde-se que, no primeiro trimestre deste ano, o número de mortes por suicídio em Macau quase triplicou, dado que, entre Janeiro e Março de 2022, 28 pessoas cometeram suicídio, ou seja, mais 18 casos (180 por cento) em comparação com o mesmo período do ano passado, altura em que foram registados 10 casos. Na altura, os Serviços de Saúde disseram que a situação “não pode ser ignorada” e apontaram como possíveis causas dos suicídios registados no primeiro trimestre de 2022, problemas financeiros, relacionados com jogos de azar e ainda, doenças crónicas, físicas ou mentais. Além disso aconselharam “manter um estilo de vida saudável”, que inclua uma dieta equilibrada, exercício físico e sono adequado, que prescinda do consumo de tabaco e álcool e privilegie o “relaxamento”, soluções parcialmente impedidas de ser concretizadas devido às medidas impostas durante o último surto, que teve início a 18 de Junho. Poucas soluções Confrontadas com os 53 casos dos últimos sete meses, as autoridades de saúde admitiram o problema e aconselharam os residentes com problemas de saúde mental, devido ao confinamento, a pedir ajuda. “Muitas pessoas tiveram que ficar em isolamento, inclusivamente as pessoas infectadas tiveram que ficar mais tempo em observação médica. O Instituto de Acção Social [IAS] tem vindo a acompanhar de perto estes casos”, começou por dizer, o médico-adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Lei Wai Seng, segundo a TDM-Canal Macau. “Para alem de receberem tratamento, as pessoas que estão em isolamento também podem pedir aconselhamento psicológico. Podemos ver que há muita pressão na nossa sociedade, incluindo a questão do emprego ou até conflitos familiares devido ao período de isolamento. Apelo que, caso os residentes tenham essa necessidade, podem ligar ao IAS, pedir apoio através do website ou ligar para a linha de aconselhamento psicológico, não devendo acumular esses problemas e chegar a uma situação extrema. Os nossos serviços de urgência também prestam tratamento psicológico para as pessoas necessitadas”, acrescentou. De frisar que, os Centros de Saúde do Tap Seac, Fai Chi Kei, Areia Preta, Ilha Verde, Jardins do Oceano, Nossa Senhora do Carmo — Lago, e Praia do Manduco, subordinados dos Serviços de Saúde, foram abertas consultas externas de saúde mental. Caso tenha pensamentos suicidas e necessite de auxílio, pode ligar para o Serviço de Auxílio da Cáritas, através do número 2852 5222, em chinês, ou do número 2852 5777, em inglês.
Pedro Arede Manchete SociedadeSuicídios | Mais de 50 casos desde Janeiro. Registadas 10 mortes entre Junho e Julho Desde Janeiro registaram-se 53 suicídios em Macau, número que se aproxima dos totais de 2021 (60), 2020 (76) e 2019 (66). Destes, 10 coincidiram com a imposição de apertadas medidas anti-epidémicas durante o surto, incluindo o confinamento parcial da cidade. As autoridades de saúde admitem o problema e apelam à população para estar atenta e pedir ajuda psicológica É um registo negro que continua a adensar-se à medida que o tempo passa e a normalidade tarda em chegar, devido as medidas de prevenção inerentes à covid-19. Desde o início do ano até à passada sexta-feira, ou seja, em menos de sete meses, registaram-se 53 suicídios em Macau, número que se aproxima do valor total dos anos 2021 (60), 2020 (76) e 2019 (66). Os dados foram revelados no sábado pela TDM-Canal Macau, com base em informação compilada a partir de notificações da Polícia Judiciária (PJ), enviadas aos meios de comunicação social aquando da ocorrência destes casos. Segundo a análise, é possível ver que, entre Janeiro e Julho de 2022, houve quase tantos suicídios do que os registados ao longo de todo o ano de 2021, período em que houve, no total, 60 ocorrências. Além disso, dos 53 casos reportados pela PJ, 10 ocorreram entre Junho e Julho, meses marcados pela imposição de rigorosas medidas restritivas à população, nomeadamente o confinamento parcial da cidade e o encerramento de praticamente todas as actividades consideradas “não essenciais”. Recorde-se que, durante parte deste período, os cidadãos foram proibidos de sair à rua, incluindo para fazer exercício físico ou passear animais de estimação, estando limitados à compra de bens em supermercados e à participação em testes em massa. Dos 53 casos registados desde o início do ano, o último ocorreu na passada sexta-feira e diz respeito a uma mulher de 24 anos que saltou de um prédio localizado na Taipa. A partir da compilação de dados feita pela TDM-Canal Macau é possível ver que, do total, 46 pessoas são residentes de Macau e sete são não-residentes. A maioria dos casos pertence às faixas etárias entre 30 e 40 anos, 50 e 60 anos e entre 70 e 80 anos. De frisar ainda que, das 53 mortes por suicídio, 12 sofriam de doenças, quatro estavam desempregados e não conseguiam arranjar trabalho e que 12 deixaram notas à família. No último mês registou-se ainda uma tentativa de suicídio numa zona vermelha, referente a um homem de 30 anos que pretendia saltar do edifício onde estava confinado, mas acabou persuadido pelos bombeiros a desistir da ideia. Recorde-se que, no primeiro trimestre deste ano, o número de mortes por suicídio em Macau quase triplicou, dado que, entre Janeiro e Março de 2022, 28 pessoas cometeram suicídio, ou seja, mais 18 casos (180 por cento) em comparação com o mesmo período do ano passado, altura em que foram registados 10 casos. Na altura, os Serviços de Saúde disseram que a situação “não pode ser ignorada” e apontaram como possíveis causas dos suicídios registados no primeiro trimestre de 2022, problemas financeiros, relacionados com jogos de azar e ainda, doenças crónicas, físicas ou mentais. Além disso aconselharam “manter um estilo de vida saudável”, que inclua uma dieta equilibrada, exercício físico e sono adequado, que prescinda do consumo de tabaco e álcool e privilegie o “relaxamento”, soluções parcialmente impedidas de ser concretizadas devido às medidas impostas durante o último surto, que teve início a 18 de Junho. Poucas soluções Confrontadas com os 53 casos dos últimos sete meses, as autoridades de saúde admitiram o problema e aconselharam os residentes com problemas de saúde mental, devido ao confinamento, a pedir ajuda. “Muitas pessoas tiveram que ficar em isolamento, inclusivamente as pessoas infectadas tiveram que ficar mais tempo em observação médica. O Instituto de Acção Social [IAS] tem vindo a acompanhar de perto estes casos”, começou por dizer, o médico-adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Lei Wai Seng, segundo a TDM-Canal Macau. “Para alem de receberem tratamento, as pessoas que estão em isolamento também podem pedir aconselhamento psicológico. Podemos ver que há muita pressão na nossa sociedade, incluindo a questão do emprego ou até conflitos familiares devido ao período de isolamento. Apelo que, caso os residentes tenham essa necessidade, podem ligar ao IAS, pedir apoio através do website ou ligar para a linha de aconselhamento psicológico, não devendo acumular esses problemas e chegar a uma situação extrema. Os nossos serviços de urgência também prestam tratamento psicológico para as pessoas necessitadas”, acrescentou. De frisar que, os Centros de Saúde do Tap Seac, Fai Chi Kei, Areia Preta, Ilha Verde, Jardins do Oceano, Nossa Senhora do Carmo — Lago, e Praia do Manduco, subordinados dos Serviços de Saúde, foram abertas consultas externas de saúde mental. Caso tenha pensamentos suicidas e necessite de auxílio, pode ligar para o Serviço de Auxílio da Cáritas, através do número 2852 5222, em chinês, ou do número 2852 5777, em inglês.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTUI confirma condenação de John Mo a seis anos de prisão por abuso sexual O Tribunal de Última Instância confirmou a condenação de John Mo pelo crime de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência. Se não for entregue pelas autoridades do Interior, o ex-director da Faculdade de Direito da Universidade de Macau não deverá cumprir pena O Tribunal de Última Instância (TUI) manteve a condenação a seis anos de prisão para John Mo, antigo director da Faculdade de Direito da Universidade de Macau, pelo crime de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência. A decisão foi tomada na passada quarta-feira e coloca um ponto final num caso que se arrastava desde 2018. Foi nesse ano que John Mo terá cometido o abuso contra uma aluna de mestrado de outra instituição local que não a Universidade de Macau. O episódio aconteceu durante uma saída à noite, numa sala de karaoké e foi registado pelas câmaras de videovigilância. A vítima era casada, tinha terminado os estudos, e terá apresentado a queixa antes de regressar ao Interior, de onde é natural. Em Fevereiro de 2019, na primeira decisão sobre o caso, o Tribunal Judicial de Base (TJB) absolveu John Mo do crime de violação, de que estava inicialmente acusado. Na perspectiva do colectivo de juízes do TJB, não havia relação de poder entre os dois, e a mulher teve várias oportunidades para deixar a sala de karaoké, onde o crime aconteceu, porém, nunca mostrou resistência face aos avanços do académico. O TJB também colocou a hipótese de a queixa ter sido apresentada devido ao facto da mulher ir regressar ao Interior, onde tinha o marido à sua espera, e precisar de justificação para as marcas que apresentava no pescoço. Volte-face A decisão da primeira instância permitiu a John Mo sair da prisão e deixar o território, pelo que não deverá cumprir pena, a não ser que seja entregue à RAEM pelas autoridades do Interior. As notícias mais recentes sobre o seu paradeiro são de Junho de 2021, quando a publicação Mariana Variety revelou que o académico estava em Saipan, nas Ilhas Marianas do Norte, como consultor jurídico de Cui Li Jie, ex-presidente da empresa Imperial Pacific International. No entanto, o Ministério Público não aceitou a absolvição e apresentou recurso. O Tribunal de Segunda Instância aceitou o recurso, e considerou que não estava em causa o crime de violação, mas antes de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência. John Mo foi assim condenado a uma pena de prisão de seis anos e a pagar indemnização, por danos não patrimoniais, no valor de 100 mil patacas. A defesa de John Mo, liderada pela advogada Oriana Pun, apresentou recurso da condenação, mas o TUI confirmou a decisão no que diz respeito à matéria criminal e manteve a condenação a seis anos de prisão. Em relação a recurso relativo ao pagamento da indemnização de 100 mil patacas, a decisão também foi mantida, uma vez que o TUI recusou analisar a matéria.
João Santos Filipe Manchete SociedadeDuas agentes da Polícia de Segurança Pública vão a karaoke e infringem a lei Operação contra um karaoke ilegal acabou com a detenção de 44 pessoas entre as quais dois agentes do CPSP. Em destaque na conferência de imprensa de ontem, esteve também o caso de um agressor sexual que não utilizou máscara durante o alegado crime. Fase de consolidação pode terminar hoje Duas agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) foram apanhadas a divertir-se num karaoke ilegal, na Avenida Venceslau Morais, de acordo com a informação apresentada ontem na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia. Segundo Lei Tak Fai, representante do CPSP, as agentes vão ser alvo de processos disciplinares, depois de terem sido interceptadas numa operação que levou a um total de 44 detenções. “Entre os 40 clientes do karaoke ilegal havia dois agentes dos CPSP, que entraram para a corporação em 2014 e 2017. O CPSP não tolera actos ilegais e vamos tomar conta do assunto de forma rigorosa, através dos respectivos processos disciplinares”, prometeu Lei Tak Fai. Segundo os pormenores da operação, o CPSP detectou a existência de um karaoke ilegal num edifício industrial na Avenida Venceslau Morais. Foram detidas 44 pessoas, com idades entre os 16 e 43 anos, a grande maioria residentes locais, além de um residente de Hong Kong. O bar estaria em funcionamento, segundo o gerente, há cerca de seis meses. Os 44 presentes arriscam até dois anos de prisão, ou multa de 240 dias, por infracção do artigo 30.º da Lei de Prevenção, Controlo e Tratamento de Doenças Transmissíveis. Sem máscara, não! Entre os casos de infracção à Lei de Prevenção, Controlo e Tratamento de Doenças Transmissíveis revelados ontem, o CPSP destacou também o episódio de um trabalhador não-residente que alegadamente cometeu um crime de importunação sexual. Contudo, o aspecto mais destacado durante a conferência de imprensa foi o facto de o alegado criminoso não estar a utilizar máscara. Segundo Lei Tak Fai, o caso aconteceu na madrugada de ontem, na Taipa, e o homem, com cerca de 20 anos, terá tocado numa mulher que passava na rua. “O homem tentou fugir e estava sem máscara. Durante a fuga ainda tirou a roupa da parte de cima do corpo e o chapéu”, foi revelado. “Na altura do assédio estava sem máscara, tem mais de 20 anos, nacionalidade indiana e é suspeito de ter infringido a Lei de Prevenção, Controlo e Tratamento de Doenças Transmissíveis”, foi acrescentado. De acordo com o porta-voz do CPSP, o agressor está igualmente indiciado pelo crime de importunação sexual. Consolidar para estabilizar Também ontem, foi revelado que às 15h, durante a 14.ª ronda de testes em massa, havia 488.817 resultados apurados, entre um total de 619.469 testados, e todos tinham resultados negativos. Até ontem, o território tinha registado 791 casos confirmados da covid-19 e 1.378 casos de infecção assintomática. Caso se confirme que não há resultados positivos na ronda de testes que decorreu até ontem, Macau vai deixar a chamada fase de consolidação e entrar na fase de estabilização. Os representantes das autoridades pouco revelaram sobre as medidas de “estabilização”, que só deverão ser anunciadas hoje. No entanto, Leong Iek Hou, médica, deixou no ar a possibilidade de as empresas deixarem de ter restrições sobre o número de trabalhadores nas suas instalações. “Não vai haver limite de trabalhadores, mas vai haver restrições, como uma distância de um metro e vai ser preciso haver divisórias para tomar refeições”, indicou. “Mas as medidas vão ser anunciadas amanhã”, acrescentou. Por sua vez, Luís Gomes, representante dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude, revelou que algumas escolas poderão ter mais tempo para preparar o início do novo ano lectivo, uma vez que as medidas do governo face ao surto sobrecarregaram as instituições ao nível dos trabalhos administrativos.
João Luz SociedadeSector quer testes rápidos à entrada em vez de ácido nucleico Uma associação de proprietários de restaurantes apelou à moderação do Governo nas condições para a reabertura dos estabelecimentos e pede que seja exigido apenas resultado de teste antigénio no código de saúde, em vez de ácido nucleico. Deputados do sector comercial esperam que seja tida em conta a possibilidade de colapso de muitos pequenos restaurantes Com o período de consolidação quase a passar à história e cinco dias consecutivos sem infecções de covid-19 na comunidade, a relativa normalização da sociedade parece estar ao virar da esquina, apesar das restrições fronteiriças. A possibilidade de voltar a comer num restaurante ou de frequentar um café poderá estar para breve. Porém, depois de mais de um mês restritos à necessidade de apenas vender comida para fora, a hipótese de reabrir com a exigência de os clientes terem de mostrar resultado negativo de teste de ácido nucleico não agrada ao sector da restauração. Seguindo a filosofia de normalização gradual repetida pelo Governo, Fong Kin Fu, da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, encara a obrigação de mostrar resultado negativo de teste de ácido nucleico uma medida inconveniente e penalizadora para um sector que já está em apuros. Como tal, argumenta que a exigência de apresentar apenas teste rápido antigénio seria uma solução mais equilibrada. Além de representar um inconveniente e afastar clientes, o dirigente associativo e empresário destaca o tempo excessivo que demora até o resultado ser carregado no código de saúde, obrigando o cliente a fazer o teste de ácido nucleico entre 12 horas e um dia antes de ir ao restaurante. Em declarações ao jornal Ou Mun, Fong Kin Fu diz compreender a prioridade do Executivo em relação à segurança, mas argumenta que depois de tanto tempo encerrados, a procura reprimida ao longo de mais de um mês pode levar a enchentes. Situação que pode ser evitada, caso se verifiquem requisitos semelhantes aos estabelecimentos comerciais já abertos, como limitar o volume de clientela a menos de 50 por cento da capacidade Em busca de equilíbrio Um gerente de restaurante ouvido pelo jornal Ou Mun vincou que já antes do surto “o volume de negócio estava longe de ser satisfatório” e que “o cenário económico não era favorável”. O responsável acrescentou que seria suficiente limitar o número de clientes, requerer o scan do código do local e a desinfecção e limpeza do restaurante. Em situações que podem representar maior risco, como banquetes de casamento e grandes jantares, o empresário considera que seria apropriado exigir a apresentação de resultado de teste de ácido nucleico. Porém, para pequenos restaurantes e cafés, onde uma refeição pode demorar perto de 10 minutos, o empresário entende que é um exagero pedir teste de ácido nucleico, e espera que o Governo tenha em conta as necessidades dos negócios e estabeleça restrições de forma equilibrada. O trio de legisladores Chui Sai Peng, Ip Sio Kai e Wang Sai Man voltou a tomar uma posição conjunta, afirmando que a reabertura de restaurantes é essencial para a sobrevivência de muitas pequenas, médias e micro-empresas, assim como para a taxa de desemprego. Os deputados eleitos indirectamente pelo sector industrial, comercial e financeiro afirmam que com mais de um mês de portas encerradas, a restauração caiu para menos de 20 por cento do volume de negócios normal. Muitos negócios faliram ou lutam para sobreviver num ecossistema económico estéril onde apenas as despesas com rendas, salários e contas se mantêm estáveis. Como tal, Chui Sai Peng, Ip Sio Kai e Wang Sai Man apelam ao Governo para formular e divulgar o mais brevemente possível os requisitos essenciais para a reabertura gradual de restaurantes, sugerindo o limite de mesas e clientes, acrescentar separadores entre mesas.
João Luz Manchete SociedadeMáscaras normais podem voltar amanhã, assim como negociação para abrir fronteira Se Macau continuar sem infecções de covid-19 na comunidade, a partir de amanhã, as máscaras do tipo KN95 podem deixar de ser obrigatórias e as lojas em centros comerciais reabrir. Seguindo os padrões nacionais, se Macau continuar sem casos positivos amanhã, a reabertura de fronteiras pode ser negociada. Deixaram de existir zonas vermelhas A partir de sábado, as lojas dos centros comerciais, ou estabelecimentos sem portas abertas para a rua, podem voltar a abrir, assim como podem ser retomadas as obras de remodelação de apartamentos e espaços interiores. Para tal acontecer, será necessário a manutenção de zero casos na comunidade, de acordo com as declarações de ontem da médica Leong Iek Hou, coordenadora do núcleo de prevenção e controle de doenças transmissíveis. “Nesses três dias de consolidação prolongada [que começa amanhã] estamos esperançados que poderemos abrir lojas nos centros comerciais. Vão poder passar a operar também os trabalhos de remodelações de casas e espaços interiores e creio que mais estabelecimentos vão começar a poder operar”, afirmou sem especificar. Outra novidade anunciada ontem, foi o fim das chamadas zonas vermelhas, com a saída dos últimos três prédios, terminando a longa saga de edifícios isolados. No entanto, mantêm-se 15 zonas de código amarelo, onde os moradores continuam obrigados a realizar periodicamente testes de ácido nucleico, sublinhou o centro. Em relação ao uso das máscaras de tipo KN95, bastantes criticadas devido às dificuldades respiratórias que acarretam, Leong Iek Hou indicou que a partir de amanhã o padrão das máscaras usadas pode ser ligeiramente relaxado. “No período de consolidação prolongado já podemos usar máscara cirúrgica, (…) podemos reduzir o padrão das máscaras usadas.”, indicou a médica. Mudar paradigma Uma das tónicas da conferência de imprensa de ontem foi a repetição de alguns conceitos relativos às diversas fases de retorno gradual à normalidade. Terminado hoje o período de consolidação, seguem-se três dias de consolidação prolongada, durante os quais será feita a testagem em massa. Se as autoridades continuarem sem detectar casos comunitários, Macau pode passar para à “estabilidade”. Uma das consequências dessa transição poderá ser a reabertura das fronteiras com Zhuhai. Sem se comprometer com datas concretas ou critérios para a reabertura, o representante dos Serviços de Polícia Unitários, Cheong Kin Ian disse que as autoridades estão “a tentar o mais cedo possível conseguir um consenso” com a cidade vizinha de Zhuhai para reabrir as fronteiras. Cheong Kin Ian sublinhou que “não há um prazo estipulado”, mas admitiu que o critério adoptado pelo Governo Central – sete dias consecutivos sem casos comunitários – “será uma das hipóteses”. Esse objectivo poderá ser alcançado amanhã. Questões hospitalares Durante o dia de ontem 75 pacientes receberam alta depois de terem estado em isolamento devido à infecção por covid-19, número incluído no total de 1.218 que tiveram alta hospitalar desde o início do surto. O médico adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Lei Wai Seng, sublinhou ontem que os critérios adoptados pelas autoridades de Macau para receber alta seguem as normas nacionais, ou seja, com um intervalo de 24 horas o paciente precisa ter dois testes de ácido nucleico negativos, e valor de CT igual ou inferior a 35. O clínico acrescentou que será ainda observada a ocorrência de sintomas e que uma vez reinseridos na comunidade, serão exigidos mais dois testes de ácido nucleico ao terceiro e sexto dia após a alta hospitalar. Outro dos assuntos do dia, prendeu-se com os cuidados de saúde a recém-nascidos. Nesse aspecto, Lei Wai Seng garantiu que para já apenas os casos urgentes são atendidos, o que inclui a vacinação de bebés. Quanto à possibilidade de abrir os serviços públicos, o médico pediu calma à população. “Creio que cada serviço público também vai atender à necessidade dos cidadãos, de forma limitada. A população não precisa de ter pressa, se os serviços não são urgentes podem esperar até à normalização do funcionamento dos serviços públicos”, algo que acontecerá com a estabilidade da pandemia. “Queremos trazer maior conveniência aos cidadãos”, acrescentou o médico da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário.
João Luz Manchete SociedadeNormalização de viagens pode trazer retoma rápida das receitas do jogo Um analista da JP Morgan Securities LLC deu o exemplo de Singapura para demonstrar como o alívio de restrições fronteiriças foi uma lufada de ar fresco no mercado do jogo. Apesar dos tempos complicados, o especialista considera que, a longo-prazo, Macau continua a ter características únicas que dão confiança a investidores “A curto prazo a perspectiva empresarial [do sector do jogo] é dura, mas Macau – a longo prazo” tem acesso a “uma grande quantidade de pessoas com elevada propensão para o jogo”. Portanto, as perspectivas para o futuro Macau “devem ser brilhantes”, afirmou o analista Joseph Greff da JP Morgan Securities LLC na terça-feira ao canal CBNC. Greff começou a entrevista na estação norte-americana dedicada a assuntos económicos afirmando peremptoriamente que os últimos tempos “têm sido um desastre completo em termos de receitas de jogo”. “A mobilidade para viajar tem sido fraca, particularmente desde o início deste ano. Neste momento, podemos estimar resultados muito rapidamente porque são zero, ou algo perto disso”, acrescentou. Em relação ao investimento nas concessionárias, o analista indicou que 2022 é um ano para esquecer e que no próximo ano, à medida que os “casos de covid-19 diminuírem e as taxas de vacinação aumentarem”, o alívio das medidas restritivas nas fronteiras com o Interior da China e Hong Kong pode ter um rápido efeito positivo na indústria. O especialista da JP Morgan destaca que o problema não se concentra apenas no lado das receitas, mas também nas despesas. “As empresas são basicamente obrigadas a pagar os salários dos trabalhadores. Entretanto, estão a sofrer perdas significativas de EBITDA (ganhos antes de amortizações, depreciações, juros e impostos)”, afirmou à CNBC, projectando um retorno para metade das receitas antes da pandemia algures a meio de 2023. Entusiasmo em Singapura Face à ausência de sinais de mudança de política na luta contra a pandemia e com os repetidos compromissos das autoridades de Macau face à política de zero casos, o analista da JP Morgan Securities LLC destacou o exemplo dos resultados da indústria do jogo em Singapura. “Se olharmos para qualquer mercado de jogo num cenário pós-pandemia, como Singapura neste momento, as receitas e o número de visitantes recuperaram rapidamente quando as restrições de viagens foram levantadas, abrindo acesso a jogadores vindos de fora”, apontou. Com o concurso público para renovar as licenças de jogo, e tendo em conta as receitas astronómicas apuradas no passado, as perspectivas de longo prazo das empresas e dos investidores continuam a ser optimista. Mas até chegar a bonança, o analista da JP Morgan Securities LLC prevê que a tempestade financeira se mantenha no curto-prazo. A indústria do jogo teve no passado mês de Junho o mais fraco registo de receitas brutas do ano, e o mais baixo desde Setembro de 2020. No primeiro semestre de 2022, as receitas brutas dos casinos caíram 46,4 por cento em termos anuais.
João Luz SociedadeTakeaway | Empresa obrigou trabalhadores a desinfectarem caixas de refeições Um vídeo partilhado nas redes sociais mostra trabalhadores de um estaleiro de obras a desinfectarem embalagens de refeições takeaway. O motivo para este comportamento terá origem nas ordens do empreiteiro, que exigiu que as embalagens de alimentos fossem desinfectadas com um spray de álcool antes de entrarem no estaleiro. A situação mereceu a resposta do deputado e médico Chan Iek Lap, que destacou, em declarações ao jornal Ou Mun, a falta de necessidade e eficácia de molhar caixas de “tapau” com spray de álcool. O legislador eleito por sufrágio indirecto foi um pouco mais além e indicou que a prática coloca em risco a saúde dos trabalhadores que podem ingerir acidentalmente álcool com as refeições. O consumo pode resultar em sintomas como ataques de asma, erupção cutânea, dores de barriga, além do risco de os trabalhadores conduzirem em estado de embriaguez. Em relação aos riscos de transmissão, o deputado destacou que a prevenção deve ser feita à priori, durante a confecção e distribuição dos alimentos. O deputado mostrou-se ainda preocupado com a saúde dos trabalhadores da construção devido ao uso prolongado das máscaras do tipo KN95, aconselhando à hidratação. A médica Leong Iek Hou comentou este incidente durante a conferência de imprensa dedicada ao acompanhamento da situação pandémica, reiterando que o relativo estado de alerta em que Macau se encontra pressupõe a manutenção dos cuidados de higiene. “Sempre que entrarmos em contacto ou tocarmos numa refeição, temos de desinfectar primeiro. O álcool é um dos meios que podemos usar, mas temos de ter em atenção que pode estragar os alimentos. Nesses casos, talvez seja melhor limpar as caixas de refeições”, afirmou a médica.
Pedro Arede Manchete SociedadeDSC | Saúde de reclusos assegurada com telefonemas, aeróbica e “músicas leves” Devido à imposição da gestão em circuito fechado na prisão de Coloane, os reclusos estão confinados à sua cela e impedidos de receber visitas ou fazer exercício físico. Para assegurar a saúde física e mental, os serviços correccionais permitem aos reclusos fazer chamadas “um por um”, ouvir “músicas leves” e exercitar os músculos tendo por base a distribuição de “cartilhas sobre aeróbica”. Ajustes podem ser feitos “em tempo oportuno” A saúde física e mental dos reclusos que se encontram no Estabelecimento Prisional de Macau (EPM), Coloane, em regime de circuito fechado, está a ser assegurada com telefonemas, exercícios de aeróbica, música e, em caso de necessidade, apoio psicológico por profissionais através de videoconferência. A garantia foi dada ao HM pela Direcção dos Serviços Correccionais (DSC), que justificou a necessidade de confinar os reclusos à ala do edifício onde foram colocados, sem a possibilidade de receber visitas ou fazer exercício físico, com o facto de as prisões serem “locais fechados”, com elevada densidade de pessoas. “Tendo em consideração que as prisões são locais fechados e de alta densidade populacional, apenas reduzindo a circulação de pessoas pode-se minimizar o risco de contágio para garantir a saúde e a segurança dos reclusos”, pode ler-se na resposta. Por escrito, a DSC assegura ainda que “até agora, os reclusos têm cooperado com as medidas e providências tomadas”, e que já foram prestados “vários apoios” para proteger a sua saúde física e mental. Entre as medidas, é detalhado, está a possibilidade de fazer telefonemas, o ensino de exercícios de relaxamento, a distribuição de “cartilhas de aeróbica” e a divulgação de “músicas leves”, para reduzir a ansiedade e proporcionar a prática de exercício. “No sentido de assegurar a saúde física e mental dos reclusos, a DSC continua a prestar vários apoios aos reclusos, incluindo providenciar para que os reclusos façam telefonemas um por um, nos termos da lei, divulgar informações sobre a epidemia e músicas leves e ensinar exercícios de relaxamento aos reclusos através de transmissão para reduzir a ansiedade e distribuir cartilhas sobre aeróbica, para permitir que os reclusos exercitem os seus músculos”, enumerou o organismo. Sem fim à vista Assegurando “estar atenta às emoções dos reclusos”, a DSC diz ainda que o pessoal profissional de serviço social e de psicologia do estabelecimento prisional poderá, caso venha a ser necessário, prestar “aconselhamento aos reclusos necessitados através de videoconferência”. Questionada sobre a possibilidade de rever as medidas que ditaram a imposição da gestão em circuito fechado na prisão, a DSC revela que vai prestar atenção “às mudanças na situação epidémica” e “introduzirá os ajustamentos em tempo oportuno”. Recorde-se que a questão do confinamento dos reclusos do Estabelecimento Prisional de Macau foi levantada no domingo durante a conferência de imprensa de actualização sobre a covid-19, com a médica Long Iek Hou a confirmar que os reclusos têm estado impedidos de sair das alas nas últimas semanas, devido à imposição de medidas de controlo inerentes ao surto que assola Macau desde o dia 18 de Junho.
Hoje Macau Manchete SociedadeCasa de Portugal falha pagamento de rendas devido à crise gerada pela pandemia A paralisação de Macau, ditada pelo confinamento parcial e a mando do período de consolidação ainda em vigor, levou a Casa de Portugal a falhar o pagamento das rendas de Junho e Julho das oficinas de actividades. Isto, porque a expectável transferência de verbas da Fundação Macau destinadas a esse fim, não chegou a acontecer devido ao surto. Em declarações à TDM-Rádio Macau, a presidente da Casa de Portugal, Amélia António explicou que, dada a situação de debilidade financeira da associação, a prioridade passa agora por pagar salários com as verbas restantes. Amélia António espera agora que, a breve trecho, a situação normalize, permitindo assim que a Fundação Macau possa transferir a última tranche do subsídio de 2021 e a primeira de 2022. Questionada sobre se a Casa de Portugal tem recebido pedidos de ajuda de elementos da comunidade a atravessar dificuldades económicas, Amélia António referiu apenas que algumas pessoas têm solicitado apoio psicológico e que é frequente ouvir que outras estão a ponderar a sua continuidade em Macau.
Nunu Wu SociedadeCasinos-satélite | Operador pede responsabilidade social à banca O responsável pela gestão de um casino-satélite que pediu para não ser identificado, revelou ao jornal Ou Mun esperar que, devido à crise gerada pela pandemia, os bancos possam assumir também a sua quota parte de responsabilidade social, permitindo, temporariamente, que o pagamento de dívidas seja feito através da amortização de juros e não do capital. A mesma fonte disse ainda já ter proposto a solução a duas entidades bancárias, tendo apenas sido aceite numa das ocasiões. Lembrando que durante o confinamento parcial de Macau, apesar de não ter rendimentos, continuou a pagar salários a cerca de 1.000 funcionários, o responsável apontou que os bancos também devem assumir a sua responsabilidade social, permitindo não só facilidades às pequenas e médias empresas, mas também às empresas de maior dimensão que precisam urgentemente de capital. Caso contrário, isso poderá traduzir-se, no futuro, em perdas para o próprio banco. Com cada vez menor fluxo de caixa, o operador acredita que será preciso esperar sensivelmente até meio de Agosto para que a reabertura das fronteiras com o Interior da China seja concretizada. Contudo, lamentou, o facto de grande parte das férias do Verão já terem passado, sem contribuir para alcançar resultados animadores ao nível das receitas. Por último, o responsável pela gestão do casino-satélite referiu ter esperança de que, após o 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China, agendado para Outubro, o Governo Central possa relaxar consideravelmente as políticas de entrada no país. Caso contrário, mais empresas poderão fechar portas, acredita.
Pedro Arede Manchete SociedadeQuase 60 médicos e enfermeiros agredidos desde 2017 Nos últimos cinco anos, foram registados 59 casos de violência contra médicos e enfermeiros enquanto trabalhavam. Os Serviços de Saúde instalaram equipamentos de gravação “nos postos da linha da frente”, criaram orientações de prevenção e resposta e ministraram cursos para melhorar a capacidade de comunicação do pessoal Nos últimos cinco anos, registaram-se em Macau um total de 59 casos de violência contra profissionais de saúde, ocorridos em instituições de saúde pública e que exigiram intervenção policial. Contas feitas, desde 2017, ocorreram, em média, 12 casos de violência anuais contra médicos e enfermeiros que desempenham funções na linha da frente. Os dados foram revelados ontem pelo director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long, em resposta a interpelação escrita enviada pela deputada Ella Lei. Recorde-se que, na altura, a deputada mostrou-se preocupada com a falta de mecanismos de apoio dirigidos aos profissionais de saúde que desempenham funções na linha da frente, fazendo referência ao caso de uma enfermeira do hospital público que, alegadamente, terá sido alvo de assédio sexual em Maio, por parte de um polícia e a pressão colocada pelos “desafios provocados pela pandemia de covid-19”. “De acordo com alguns profissionais de saúde, trabalhadores da linha da frente foram agredidos ou molestados no decurso das suas funções. Os trabalhadores em serviços de urgência são mais propensos a tais situações”, alertou Ella Lei. Na réplica, o director dos Serviços de Saúde começa por dizer que “atribui grande importância à protecção dos trabalhadores da linha da frente contra a violência no local de trabalho” e que o organismo que coordena tem implementado medidas para prevenir a ocorrência deste tipo de casos, como a criação de orientações, mecanismos de resposta e apoio emocional e cursos para melhorar a capacidade de comunicação do pessoal. “Os Serviços de Saúde formularam orientações sobre a prevenção e resposta para casos de violência, incluindo a prestação de apoio emocional (…), ao mesmo tempo foram organizados cursos de atendimento e técnicas de comunicação destinados aos profissionais de saúde da linha da frente, com o objectivo de prevenir a ocorrência de conflitos verbais e físicos”, disse Alvis Lo por escrito. Além disso, revelou, foi criada uma “task force nas instituições de saúde pública” para avaliar, regularmente, o nível de risco e foram instalados equipamentos de registo audiovisual em determinadas áreas públicas de atendimento. Alvis Lo acrescenta ainda que foi criado um sistema de notificação, disponível 24 horas por dia, para responder a este tipo de incidentes e destacadas mais forças de segurança. Caso venham a ser registados mais casos de violência contra o pessoal médico, os Serviços de Saúde asseguram ainda que, além de apoio de emergência, será prestado aconselhamento psicológico e legal, com o objectivo de “proteger a saúde física e mental” dos trabalhadores. Segundo dados dos Serviços de Saúde citados anteriormente por Ella Lei, em 2020 existiam em Macau, mais de 3.400 profissionais de saúde e foram atendidos, no total, perto de 649 mil pacientes em ambulatório, ou seja, mais 96 mil relativamente a 2017.
Hoje Macau SociedadeDSAL | TNR com salários em atraso em acompanhamento A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) diz estar a acompanhar o caso de 29 trabalhadores não-residentes (TNR) empregados numa empresa do sector da limpeza que reclamam o pagamento de salários em atraso. Segundo uma nota de imprensa, a DSAL diz ter explicado aos trabalhadores os seus direitos e instaurado um processo para acompanhar o caso. Além disso, já foi contactada a empresa em causa e exigidas “informações para conhecer a situação de atribuição de salários”. Na mesma nota, a DSAL afirma que “vai continuar a acompanhar o caso, investigando-o nos termos da lei, sendo certo que aplicará sanções, caso venha a verificar a existência de qualquer acto que viole a lei, a fim de garantir os direitos e interesses legítimos dos trabalhadores”.
Pedro Arede Manchete SociedadeCaritas | Apoio alimentar ajuda 1.000 pessoas a contornar a fome Entre quem está desempregado há vários meses, em situação de layfoff ou perdeu o trabalho nas últimas semanas devido às restrições anti-epidémicas, o programa de ajuda alimentar da Caritas apoia cerca de 1.000 pessoas que estão a passar fome ou em dificuldade. Paul Pun, acredita que o número vai aumentar em breve e que haverá sempre forma de ajudar quem precisa, mesmo que as restrições pandémicas coloquem entraves O secretário-geral da Caritas Macau, Paul Pun revelou que o programa de ajuda alimentar do organismo, “Food Sharing Project”, apoia actualmente cerca de 1.000 pessoas que estão a passar fome ou a atravessar dificuldades excepcionais inerentes à pandemia. Além disso, com a agravante das restrições anti-epidémicas das últimas semanas, que incluíram um confinamento parcial da cidade, e apesar da urgência humanitária da situação, a ajuda tem de ser feita “discretamente” e sem aglomerações e, por isso, é necessário recorrer a marcações para evitar filas de espera. Entre os grupos que têm pedido ajuda, explicou Paul Pun ao HM, está um conjunto de cerca de 150 pessoas “desesperadas” e “a necessitar de atenção urgente”, dado estarem desempregadas há mais de dois meses, um outro grupo composto por várias centenas de pessoas que ficaram sem trabalho nas últimas semanas devido à imposição de restrições e, por fim, um terceiro grupo de pessoas “relativamente seguras” a nível financeiro, forçadas a entrar em regime de licença sem vencimento durante o confinamento parcial, mas que não perderam o trabalho. A maioria dos pedidos de ajuda são trabalhadores não-residentes (TNR) que “estão a pedir pão” ou outros bens essenciais como leite em pó ou fraldas, mas também há residentes de Macau, geralmente idosos que estão em zonas amarelas que “não sabem o que fazer e não têm ninguém que os ajude”. Contas feitas, os primeiros dois grupos, com necessidades mais urgentes, contabilizam, no total, 800 pessoas, sendo que as restantes 200 pessoas pertencem ao grupo menos urgente. No ano passado, o número total de pessoas que pediram auxílio à Caritas chegou a ser de cerca de 2.000, mas, devido aos voos de repatriamento, o número caiu drasticamente. “Aqueles que estão a passar fome fazem parte do primeiro grupo. As pessoas do segundo grupo também estão muito ansiosas, porque não têm rendimentos a curto prazo. As pessoas do terceiro grupo têm salário, mas não tiveram rendimentos nas últimas semanas e, por isso estão relativamente seguras. No entanto, o problema é não terem dinheiro suficiente para enviar também algum para casa”, explicou o responsável. Contudo, tendo em conta as restrições ainda em vigor devido ao chamado “período de consolidação”, a ajuda apenas pode ser dada mediante marcação, com a prioridade canalizada, maioritariamente, para as 800 pessoas em situação mais urgente. Outro dos constrangimentos destes dias é o facto de ter sido impossível fornecer pão diariamente, durante duas semanas, a quem precisa, dado que a sua entrega esteve condicionada. “Neste momento, a grande preocupação de todos é que há muitas pessoas a passar fome. Se estiverem a passar fome, essas pessoas podem vir ter connosco entre as 16h-20h [na Avenida do Coronel Mesquita Nº17] ou ligar a qualquer hora. Mesmo que a porta esteja fechada, a janela está aberta. Temos de fazer isto para que não se formem filas grandes à entrada do nosso espaço”, conta Paul Pun. “Temos de fazer isto de forma discreta [devido às restrições]. Apesar de estarmos a dar coisas que as pessoas precisam urgentemente, não queremos desiludir quem nos pede ajuda e, se não podemos dar hoje, damos amanhã. Por isso, estamos a pedir às pessoas que façam marcações para vir aqui, em vez de, simplesmente, aparecerem”, acrescentou. Filhos e enteados Neste contexto, Paul Pun fez ainda referência ao facto de durante o dia de ontem “a maioria dos bancos ter enormes filas à porta” e, socialmente, isso não ser visto como um problema, ao contrário daquilo que poderia acontecer caso os TNR fizessem filas para receber ajuda alimentar. “A sociedade não iria aceitar ver os trabalhadores estrangeiros a fazer fila à porta das nossas instalações para poder comer. As pessoas achariam errado. Mas num banco, apesar de muitas pessoas estarem aglomeradas e à espera durante muito tempo e com uma distância inferior a um metro, não há queixas. Aqui, bastaria acontecer uma vez para começarem a tirar fotografias e a criticar o que estávamos a fazer”, apontou. O secretário-geral da Caritas deu ainda nota de que “há menos pessoas a fazer doações”, dado estarem agora “mais preocupadas com a sua própria subsistência”. Paul Pun considera ainda que o número de pessoas que estão actualmente a pedir ajuda de forma regular à Caritas “vai aumentar devido aos efeitos da pandemia”. Sobre a medida, entretanto cancelada, que obrigava todos os nacionais filipinos a fazer testes de ácido nucleico diários, Paul Pun disse lamentar a forma como a situação foi enquadrada e que existiriam “maneiras melhores” de fazer com que a comunidade colaborasse mais com o trabalho de prevenção epidémica e a sentir-se melhor, através da oferta de contrapartidas e explicações mais “convincentes e científicas”, visando essencialmente o seu bem-estar em termos de saúde pública.
Hoje Macau Manchete SociedadeAnálise | Indústria do jogo vai ter de se habituar a lucros menores Especialistas do sector disseram à Lusa que a indústria do jogo em Macau vai ter de se habituar a viver com menos lucros, mesmo num futuro sem as restrições e impacto causado pela pandemia de covid-19 O director executivo da empresa especializada em jogo 2NT8, Alidad Tash, estimou que os lucros dos casinos caíram para cerca de metade do que se registava antes da pandemia, mas ressalvou que também terão pela frente menos riscos. “Penso que o negócio dos casinos continuará a ser rentável. Não tanto como antes, mas ainda assim, um lucro saudável. E a boa notícia para os casinos é que eles gastaram milhares de milhões de dólares a construir luxuosas estâncias integradas. No futuro, não estarão a gastar tanto em novas infra-estruturas. Portanto, o risco é menor. Dito de outra forma, terão menos lucro do que antes, mas também com menos risco”, sintetizou. Apesar do desaparecimento dos ‘junkets’, “Macau continuará a ser o melhor destino para os jogadores chineses”, sustentou. “Isto porque Macau é chinês. Eles não se encontram numa terra estrangeira. Os restaurantes são autênticos, os comerciantes falam cantonês, como a sua língua materna, e também podem falar mandarim. Este não é o caso quando os jogadores chineses vão para a Coreia, Filipinas, Vietname”, explicou, quando questionado sobre uma possível aposta da indústria do jogo em outros países asiáticos. Contudo, Alidad Tash prevê que os grandes apostadores chineses “não poderão vir com a mesma frequência”, confrontados com “maiores dificuldades em trazer grandes quantidades de dinheiro para Macau ou qualquer outro destino”. A questão é que, fundamentou, “os ‘junkets’ costumavam ser um dos maiores facilitadores para levar dinheiro ilegalmente para fora da China” continental, porque Pequim “limita quanto dinheiro por cidadão pode sair das suas fronteiras”. Resumindo, com os ‘junkets’ fora de circulação, “os grandes apostadores vão visitar e jogar menos vezes em Macau, e com menos dinheiro por viagem”. Planear o amanhã Ben Lee, analista da consultora de jogo IGamix, sublinhou o impacto do desaparecimento do mercado VIP devido a uma repressão sobre o ‘marketing’ que lhe era dirigido e saída de capitais, a par de uma nova política mais restritiva na passagem de vistos por parte de Pequim, visível no último ano. Factos que indiciam que os potenciais retornos futuros “serão mais desafiantes e menos lucrativos”. Até porque, explicou, “os custos de ‘marketing’ e promoção destinados aos segmentos de massa sempre atraíram baixos retornos em relação ao que era desembolsado”. Dito isto, frisou, Macau “tem de avançar para a atracção de turistas de outras jurisdições que não a China”, mas para o fazer “é necessário mais do que meras palavras por parte das autoridades locais”, salientando que “o défice de especialização está a aumentar, à medida que cada vez mais competências estrangeiras estão a ser empurradas para fora de Macau”. Ben Lee lamentou que isso aconteça, sobretudo quando “é preciso agora planear o futuro” e em que a indústria do jogo vive o seu pior momento em Macau, uma vez que “é provável” que as receitas brutas de Julho “sejam ainda mais baixas do que o mínimo anterior de 716 milhões de patacas em Junho de 2020”. As concessionárias têm acumulado desde 2020 prejuízos sem precedentes e o Governo tem sido obrigado a recorrer à reserva extraordinária para responder à crise, até porque cerca de 80 por cento das receitas governamentais provêm dos impostos sobre o jogo.
Hoje Macau SociedadeParto | Infectada com covid-19 dá à luz no hospital público Uma mulher de 26 anos, infectada com covid-19 e a cumprir quarentena no Hotel Sheraton, deu à luz na sexta-feira, um bebé do sexo masculino que testou negativo à doença. Em comunicado, os Serviços de Saúde relatam que a mulher, com um período de gestação superior a 40 semanas, apresentou sinais de parto e “precisou de ser imediatamente encaminhada para o hospital”, onde foram tomadas as previdências necessárias. O bebé viria a nascer por volta das 05h50 de sexta-feira. Perante as questões levantas acerca da utilização de máscara durante o parto ou se o recém-nascido teria sido separado da mãe após o nascimento, o médico-adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde São Januário esclareceu, segundo a TDM-Canal Macau, que os dois estão juntos no Centro Clínico de Saúde Pública no Alto de Coloane e que durante o parto, as mulheres não estão obrigadas a usar máscaras do tipo KN95.
Pedro Arede Manchete SociedadeServiços públicos | Reabertura limitada e apenas com marcação prévia Os serviços públicos reabrem hoje de forma condicionada, sendo necessário efectuar marcação prévia online ou por telefone. Até à próxima sexta-feira, os horários serão reduzidos, o número de trabalhadores não pode ultrapassar 50 por cento e apenas estarão disponíveis serviços de carácter urgente A partir de hoje e até à próxima sexta-feira os serviços públicos reabrem de forma condicionada, disponibilizando somente alguns serviços de carácter urgente ou inadiável e acolhendo apenas utentes com marcação prévia. Além disso, de acordo com a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (DSFP) e as orientações definidas pelo Chefe do Executivo para o chamado “período de consolidação”, o número de trabalhadores de cada serviço não deverá ser superior a 50 por cento do total e os interessados devem efectuar uma marcação prévia online ou por telefone. Quanto à Direcção dos Serviços de Identificação (DSI), estarão em funcionamento, de forma limitada, os serviços de atendimento do Edifício China Plaza e no 3º andar do Centro de Serviços da RAEM das Ilhas. Já a área da DSI do 2.º andar do Centro de Serviços da RAEM, na Areia Preta, estará encerrada. Em comunicado, a DSI apela ainda ao público para não ter “pressa” de requerer o Bilhete de Identidade de Residente para recém-nascidos e utilizar sempre que possível os quiosques de auto-atendimento. Para o tratamento de documentos, os utentes devem tirar senha ou fazer marcação prévia no website da DSI. Em casos urgentes, aconselha-se a chamada directa para os números 28370777 ou 28370888. Também os Correios permitirão o acesso limitado aos seus serviços, num total de nove postos abertos ao público (incluindo a estação central) até sexta-feira, onde poderá ser levantada correspondência registada após a recepção do respectivo aviso. Durante o período de consolidação, a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT) vai efectuar a distribuição da correspondência postal, incluindo a entrega de correspondência registada. O Serviço de Correio Rápido (EMS) aceita o envio de objectos postais e reinicia a distribuição postal. A meio gás Em relação aos postos de atendimento do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), de frisar que o Edifício de Serviços de Migração, no Pac On estará aberto para o público tratar de assuntos como o prolongamento autorização de permanência, casos de extravio dos documentos ou o levantamento do Certidão Individual de Movimentos Fronteiriços. Para o efeito, os interessados devem fazer marcação prévia através do website do CPSP ou ligar para o número 28725488. A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) irá prestar “serviços externos limitados” relacionados com cartas de condução, veículos e inspecções de novos veículos. Os requerimentos podem ser efectuados na área de atendimento da Estrada de D. Maria II, Centro de Inspecções de Veículos Automóveis no Cotai e Centro de Inspecções de Motociclos em Macau, após marcação prévia no website da DSAT. Quanto à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), a maioria dos serviços está disponível online, embora os pedidos de subsídio de desemprego e de trabalhadores não-residentes possam ser feitos de forma presencial, mediante marcação prévia. O Fundo de Segurança Social (FSS), Direcção dos Serviços de Turismo (DST), Instituto do Desporto (ID), Instituto Cultural (IC), os Serviços de Justiça (DSAJ) e outros serviços públicos estarão também a funcionar de forma limitada, apenas com alguns balcões de atendimento e mediante marcação prévia. Nos tribunais apenas os processos considerados urgentes serão julgados.
Hoje Macau Manchete SociedadeHá imigrantes em Macau a sobreviver da doação de alimentos, dizem associações Associações de Macau disseram à Lusa que há trabalhadores imigrantes com graves carências de bens de primeira necessidade que sobrevivem apenas da doação de alimentos, devido à perda de salários. “Na verdade, não sei como vamos sobreviver, mas pedimos comida uns aos outros, cada grupo [comunitários filipino] dá assistência alimentar”, disse a presidente do Sindicato Progressivo dos Trabalhadores Domésticos em Macau, Jassy Santos, na semana em que os trabalhadores se encontram sob licença sem vencimento, situação que deverá terminar amanhã. Outra associação filipina, a Aliança Comunitária Filipina, disse que os trabalhadores receiam não ter salário suficiente para pagar as despesas de subsistência até ao próximo mês. “Precisamos de pagar o arrendamento da casa e contas de eletricidade”, para além da alimentação, disse o presidente, Hazhel C. Mamamngon, que recebeu mais de 200 pedidos de ajuda durante o confinamento parcial, além do apoio a mais de 60 imigrantes isolados num hotel, a cumprirem quarentena obrigatória. Hazhel C. Mamamngon revelou também que os trabalhadores filipinos estão igualmente a pedir ajuda financeira e alimentar através de organizações governamentais, tais como o Consulado Geral das Filipinas, a Oficina do Trabalho Estrangeiro das Filipinas e a Administração do Bem-Estar dos Trabalhadores Estrangeiros (OWWA) ao longo do confinamento. De acordo com a OWWA, os trabalhadores filipinos que apresentam sintomas à covid-19 e que necessitam de hospitalização ou isolamento podem beneficiar da assistência financeira da agência Covid After Care no valor de 200 dólares. Contudo, Jassy Santos disse que a assistência das autoridades filipinas é insuficiente, e criticou a OWWA por nem todos poderem receber os benefícios. “Não é suficiente. (…) Eles não deram a comida suficiente. (…) “Sim, há uma ajuda de 200 dólares, mas só para os mais afectados”, sublinhou. Ambas as associações filipinas receberam queixas de que alguns empregadores não estão a fornecer alimentos a empregados domésticos que vivem nas suas casas e alguns são obrigados a trabalhar horas extraordinárias sem pagamento. Pobres e mal pagos Entretanto, o Sindicato dos Trabalhadores Migrantes Indonésios (UTMI) indicou que está a recolher donativos para ajudar pessoas em necessidades da sua comunidade. “Os nossos principais doadores são os nossos amigos, que ainda têm emprego, alguns indonésios que vivem aqui, organização muçulmana indonésia, alguns amigos e associações locais”, disse a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Migrantes Indonésios, Yosa Wari Yanti, observando que o Governo indonésio ainda não prestou ajuda: “Telefonei para o consulado indonésio em Hong Kong, mas, até agora, ainda nenhuma acção”. Uma associação que representa a comunidade muçulmana também se organizou para prestar apoio. “Há alguns que são afectados por este bloqueio parcial (…) e nós organizamos comida para eles em restaurantes seleccionados, que tenham comida ‘halal’, sendo que os números de não-residentes que precisam de ajuda devido à ausência de pagamento do ordenado está a aumentar”, observou um membro da comunidade muçulmana, Bilal Khalil. “Estamos a tentar o nosso melhor para ajudar todas as comunidades, mesmo (…) não-muçulmanas”, esclareceu Bilal Khalil. Segundo dados da UTMI, um trabalhador doméstico recebia entre 3.000 e 5.000 patacas por mês. Com a actual escassez de mão-de-obra, o salário mensal terá aumentado para valores entre 4.000 e 6.000 patacas, quando o rendimento mensal médio da população empregada é 16.000 patacas.
Pedro Arede SociedadeComerciantes encaram recomendação para ficar em casa um entrave ao consumo Apesar de o chamado período de consolidação, que entra em vigor amanhã, prever a reabertura de espaços comerciais virados para a rua, responsáveis por negócios ouvidos pelo jornal Ou Mun, consideram que o facto de o Governo manter o apelo para a população ficar em casa cria uma situação dúbia, que não contribui para estimular o consumo. O dono de uma loja de roupa no centro da cidade considera que os critérios de convivência social em vigor a partir de amanhã, são “pouco claros” e lamenta que, ao encorajar a população a ficar em casa, o Governo “não está a contribuir para estimular o consumo”. Contudo, lembra, dado que todas as lojas com portas viradas para o exterior voltam a poder abrir ao público, na verdade, a população está autorizada a sair de casa para consumir e frequentar espaços comerciais. O proprietário de uma outra loja situada no centro de Macau antevê que a procura interna continue “lenta”, ao ritmo das “rigorosas” medidas de prevenção que ainda será necessário manter, da limitação da lotação máxima dos espaços e da pouca disponibilidade financeira dos residentes. A pisar ovos Além disso, esperando que no futuro não se repitam novos surtos de covid-19 no território, o mesmo responsável sublinhou ao jornal Ou Mun que, o facto de as fronteiras com o território vizinho estarem ainda fechadas (com quarentena obrigatória no regresso a Zhuhai) implicará sempre um volume de negócio reduzido, mesmo que situação venha a ser relativamente normalizada. É por isso defendido que, após o alívio da situação epidémica em Macau, o Governo faça tudo o que está ao seu alcance para atrair turistas dos territórios vizinhos e para “restabelecer a confiança”. Sobretudo, quando no horizonte, está a semana dourada do feriado do Dia Nacional, em Outubro. Recorde-se que, durante o período de consolidação, além das “sociedades e entidades que prestam serviços públicos essenciais e serviços necessários para garantir o indispensável funcionamento da sociedade”, o Governo vai permitir a operação dos estabelecimentos que “tenham acesso à via pública” e que possam garantir a ventilação do espaço, incluindo, por isso, alguns casinos.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeConsolidação | Negócios que vão continuar a meio gás fazem contas à vida Os negócios que vão continuar encerrados, em regime de take-away ou a funcionar online durante o período de consolidação fazem contas à vida para se manterem à tona, e há mesmo quem considere fechar portas. A perda de clientes portugueses e chineses que abandonaram Macau é a cereja no topo do bolo das dificuldades A transição do confinamento parcial para o período de consolidação, que começa amanhã, fará pouca diferença para a instrutora de yoga Rita Gonçalves, que fundou há quase 8 anos o Yoga Loft na zona do Largo de Senado, espaço que permanecerá fechado. As expectativas de abertura caíram por terra na quarta-feira quando foi publicado no Boletim Oficial o despacho do Chefe do Executivo que dá conta da abertura dos espaços comerciais que estão na via pública, mantendo-se o encerramento de negócios como ginásios, cinemas, parques ou espaços fechados de entretenimento. Os centros de explicações continuam a funcionar online. “Tem sido complicado”, confessou Rita Gonçalves ao HM. “No meu caso, os professores só recebem quando dão aulas, imagine se eu tivesse de pagar salários. Gostava de ver a situação gerida de forma diferente e deveríamos aprender a viver com o vírus. Preferia voltar ao período que tínhamos antes, sem usarmos máscara o tempo todo e com as coisas abertas. Não consigo exercer a minha actividade com aquela máscara”, declarou. Fernando Sousa Marques, que gere o restaurante Macau Gourmet Café&Bistro junto ao edifício dos CTT, também no Leal Senado, estima já ter perdido cerca de 800 mil patacas mantendo o regime de take-away. “A maior parte das empresas que fazem este serviço só funcionam em Macau [na península], se fossem para a Taipa tinha mais negócio, porque há mais estrangeiros.” O empresário do sector da restauração lamenta que na conferência de imprensa do Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus não tenham ficado esclarecidos pontos sobre as licenças sem vencimento ou os apoios prometidos para os salários de trabalhadores. “Se houver esse apoio será excelente, e assim conseguirei manter [o negócio]. Não consigo pagar salários e já dei comida aos meus empregados. Servia uma média de 60 a 70 almoços por dia e até ao final do mês não deverei ter grande movimento”, disse. Fernando Sousa Marques destaca ainda a inflação que tomou conta da economia local, o que torna a sobrevivência dos negócios num desafio ainda maior. “Antes comprava carne de porco a 90 patacas o quilo, hoje compro a 200. Como faço pratos depois com lucro?”, questiona, acrescentando que desistir não está no seu vocabulário. “Não pondero fechar, mas sim mudar o conceito, apostar em pratos mais baratos, para acompanhar a economia.” Susana Diniz, fundadora de um centro de formação que aposta em clubes de leitura em português para crianças, já tinha o Verão preparado com actividades pedagógicas, mas mais uma vez terá de mudar os planos. “Tenho algumas aulas online, mas não é a mesma coisa. Começamos a perder forças para aguentar tudo isto. O Verão é sempre uma boa altura, por causa das férias. Diria que vou perder cerca de 100 mil patacas este mês e em Agosto.” A curto prazo, Susana Diniz pretende manter o centro a funcionar online. Todas as terças-feiras, são organizadas sessões de cinema online, e às quintas-feiras o foco é a leitura. “O regime online não dá para suportar as despesas mensais. Estou a tentar manter um jogo de cintura para ver se vai dar, esperando pelo regresso das aulas em Setembro.” Clientes a ir embora Além dos negócios que se mantêm a meio gás, junta-se outro ingrediente explosivo para quem tenta sobreviver financeiramente: os clientes habituais que já deixaram Macau de vez devido às restrições impostas no território. “O mais complicado não é estar fechada há um mês, mas ver as pessoas a partirem. Os negócios estão a perder clientela, porque deixa de ser vantajoso estar cá. Desde o princípio do ano, já disse adeus a sete alunas regulares, não apenas portuguesas, mas também chinesas, com cerca de 50 anos que decidiram deixar o trabalho e ir para Inglaterra.” Fernando Sousa Marques assinala dificuldades semelhantes no seu restaurante. “Notam-se menos clientes portugueses e é uma pena, mas já estavam a ir embora [antes do surto]”. Por estes dias, manter negócios em Macau é um permanente jogo de sobrevivência. Rita Gonçalves pondera deixar de jogar. “Já estou a equacionar [fechar o Yoga Loft] juntamente com a minha família. Tal como outras pessoas, estamos a ver mais possibilidades. Se o meu marido for despedido ficamos numa situação complicada e será difícil. Se tiver de fechar continuarei com a minha vida, pois sei fazer muitas coisas. Não tenho medo de sair para Portugal ou Singapura”, rematou.
Pedro Arede Manchete SociedadeCovid-19 | Nacionais filipinos obrigados a testes diários A partir de hoje, todos os nacionais das Filipinas estão obrigados a fazer testes diários à covid-19. Segundo a médica Leong Iek Hou, a medida é explicada devido “à sua cultura”, que implica muitos encontros e visitas e ao facto de representarem 10 por cento dos casos confirmados. Pessoas que vivem ou estiveram nas redondezas da Rua de São José, Rua da Praia do Manduco, Jardim Camões e Rua da Barca serão submetidos a testes durante três dias Residentes ou não, a partir de hoje e por tempo indeterminado, todos os portadores de passaporte das Filipinas estão obrigados a fazer um teste de ácido nucleico diário. Segundo as autoridades de saúde, tomando como referência apenas a nacionalidade, os cidadãos filipinos que estão no território foram considerados um novo “grupo-chave” por haver “mais riscos de infecção” por covid-19. As empregadas domésticas que estão a pernoitar em casa dos patrões também terão de fazer os testes diários. “Vamos considerar todas as pessoas de nacionalidade filipina como um grupo-chave, porque verificámos que há mais riscos de infecção entre este grupo de pessoas, registando maior proporção de infecção. Por isso, para uma intervenção precoce (…) exigimos que todas as pessoas portadoras de passaporte filipino efectuem testes de ácido nucleico diariamente a partir de 22 de Julho [hoje]”, começou por anunciar ontem, Leong Iek Hou, Chefe da Divisão de Prevenção e Controlo de Doenças Transmissíveis. Questionada sobre as razões na base da decisão, a responsável justificou que tal se deve ao facto de 10 por cento do total de 1.795 casos confirmados desde o dia 18 de Junho, dizerem respeito a pessoas de nacionalidade filipina. Quando questionada se a medida não poderia ser considerada discriminatória e geradora de constrangimentos desnecessários a uma classe, já de si, mais vulnerável, Leong Iek Hou não respondeu directamente, mas frisou que não se podem correr riscos durante a fase de consolidação que começa amanhã. Além disso, a médica referiu que “devido à sua cultura”, os nacionais filipinos promovem “mais encontros e visitas” entre si, implicando um maior risco de transmissão da doença. “De acordo com os novos casos detectados, especialmente na comunidade, muitos deles são de nacionalidade filipina e até são residentes de Macau. Se calhar, devido à sua cultura, fazem muitos encontros e visitas entre eles. Entre 1.795 casos confirmados, 171 casos são de pessoas com nacionalidade filipina, pelo que (…) há um elevado risco de transmissão de covid-19 entre este grupo. Por isso, queremos reforçar a testagem entre estas pessoas. Neste período de consolidação, queremos unir esforços para detectar os grupos de maior risco”, apontou. Além de todos os nacionais filipinos, fazem parte dos chamados grupos-chave, que terão de fazer testes diários, trabalhadores que prestam serviços de limpeza, seguranças, pessoal do sector da restauração e da administração de condomínios e condutores de transportes públicos. Vê por onde andas Durante a conferência de imprensa foi ainda anunciado que todas as pessoas que habitem, trabalhem ou tenham permanecido, desde a passada segunda-feira, durante mais de 30 minutos nas zonas envolventes à Rua de São José, Jardim Camões, Rua da Praia do Manduco e Rua da Barca, terão de fazer testes de ácido nucleico durante três dias seguidos. “Classificámos algumas novas zonas-chave. Todas as pessoas e trabalhadores que tenham estado nestas zonas precisam fazer um teste de ácido nucleico durante três dias consecutivos (…), ou seja as pessoas que moram, trabalham ou qualquer pessoa que tenha circulado nestas zonas durante mais de meia-hora a contar do dia 18 de Julho, precisa, a partir de 22 de Julho [hoje], de fazer um teste de ácido nucleico durante três dias seguidos”, explicou Leong Iek Hou. Segundo a médica, estima-se que o universo em causa seja de 20.000 pessoas para a área da Rua de São José e de cerca de 15.000 para a zona do jardim Camões, não havendo isenções para grupos vulneráveis. Detido por ir à praia O chefe da Divisão de Ligação de Assuntos Policiais e Relações-Públicas dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), Cheong Kin Ian, revelou ontem que foi acusada mais uma pessoa suspeita de violar a lei de prevenção da pandemia, elevando assim para 29 o número de acusações desde 11 de Julho. Em causa, está um homem que decidiu guiar o seu veículo até à praia “sem justificação”. “Desde 11 de Julho, já fizemos 29 acusações devido à violação da lei de prevenção e controlo de doenças transmissíveis. Hoje [ontem] houve mais um caso de acusação. Em causa está um arguido que guiou o seu carro até uma zona de praia sem justificação”, disse Cheong Kin Ian. No decorrer do dia de ontem, foram feitos 929 avisos até às 15h. 12 novos casos No quarta-feira, Macau registou 12 novos casos de covid-19, elevando para 1.795 o total de infectados registados desde o dia 18 de Junho. Segundo o Centro de Coordenação, dos 12 novos casos confirmados, 11 foram registados em zonas vermelhas ou hotéis de quarentena e apenas um foi detectado na comunidade. O caso comunitário foi encontrado durante a testagem em massa. Até às 08h de ontem, foi feito o acompanhamento de 22.353 pessoas. Confirmada sexta morte O médico adjunto da direcção do Hospital Conde de São Januário, Lei Wai Seng anunciou ontem a sexta morte associada à covid-19 desde o início do surto. Trata-se de um idoso não vacinado contra a covid-19, com 93 anos e portador de uma doença crónica. “Um homem de 93 anos faleceu hoje [ontem] por volta das 03h da madrugada devido a várias complicações (…) no sistema respiratório. Este homem não tinha qualquer vacina”, apontou. No seguimento do anúncio, Lei Wai Seng fez referência à situação de Hong Kong para lembrar que a maior parte dos casos mortais no território vizinho, dizem respeito a pessoas não vacinadas contra a doença.
João Luz SociedadeEconomia | Retalho baixou 42% e restauração 22% em Maio O passado mês de Maio penalizou o volume de negócios da restauração com quebras de 22,2 por cento em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, os restaurantes chineses quebraram 30,6 por cento em termos anuais, enquanto os estabelecimentos de comidas “ocidentais” tiveram menos 28,6 por cento do negócio de Maio de 2021. Quanto ao comércio a retalho, durante o mês em análise o volume de negócios dos retalhistas baixou 42,2 por cento, em termos anuais. Neste segmento, os negócios das mercadorias de armazéns e quinquilharias foram os mais penalizados com o comércio a cair 57,4 por cento, seguidos do vestuário para adulto (menos 54,6 por cento) e das relojoarias/joalharias (menos 54 por cento). Só os supermercados fizeram mais dinheiro, com as receitas a subir 9,8 por cento anualmente. Ainda assim, em termos mensais, Maio de 2022 trouxe 5,6 por cento mais volume de negócios na restauração, em comparação com Abril deste ano. Também o comércio a retalho aumentou entre Abril e Maio, com subidas de 11,9 por cento ao nível do volume de negócios. Neste capítulo, as lojas de cosméticos e higiene e joalharia tiveram os melhores resultados, com subidas mensais de 31,1 por cento e 23,1 por cento, respectivamente.
Pedro Arede Manchete SociedadeSands com prejuízo de 422 milhões de dólares no segundo trimestre A Sands China anunciou um prejuízo de 422 milhões de dólares no segundo trimestre do ano, mais do dobro das perdas registadas no mesmo período do ano passado. O presidente do grupo considera que a saída da maioria dos promotores de jogo de Macau vai permitir “recuperar espaço de jogo” que pode ser usado para explorar novas vertentes premium do jogo de massas A operadora de jogo Sands China anunciou, na quarta-feira, um prejuízo de 422 milhões de dólares americanos (cerca de 3.41 mil milhões de patacas) no segundo trimestre do ano, ou seja, mais do dobro das perdas registadas no mesmo período de 2021. Segundo dados consultados pela agência Lusa, no primeiro trimestre do ano passado, a Sands China contabilizou um prejuízo de 166 milhões de dólares, mas o cenário também é negativo quando comparado com o trimestre anterior deste ano, altura em que a operadora registou perdas de 336 milhões de dólares. Além disso, o desempenho da Sands China nos primeiros três meses de 2022 já se tinha relevado pior do que o do último trimestre de 2021 e do que aquele verificado em igual período do ano passado. Recorde-se que, em 2021, a Sands China registou um prejuízo de 1,05 mil milhões de dólares, a reboque da contínua redução de visitantes do Interior da China e devido às restrições impostas devido à pandemia de covid-19. Durante a videochamada para anunciar os resultados do grupo, Robert Goldstein, presidente e CEO da Las Vegas Sands, começou por dizer, segundo o portal GGR Asia, que espera a chegada de dias melhores “em breve”, com um “aumento considerável” de visitantes a chegar Macau. Janela de oportunidade Acerca das transformações profundas que o sector do jogo está a enfrentar, empoladas pela nova legislação que prevê que cada promotor de jogo só possa exercer actividade com uma concessionária, Robert Goldstein aponta que, na verdade, a perda de margem de manobra dos junkets pode traduzir-se em novas oportunidades de lucro através da conversão do espaço de jogo, anteriormente destinado ao jogo VIP, em mais áreas de exploração de vertentes premium do jogo de massas. “Estamos felizes por recuperar estes espaços [dedicados ao jogo VIP]”, começou por dizer. “O negócio dos promotores de jogo, nunca duvidámos, sempre foi desafiante em termos da gestão das margens de lucro. Estou grato por termos recuperado este espaço que podemos agora reorganizar e reaproveitar. Considero que esta movimentação poderá acrescentar todo o tipo de oportunidades para a vertente de massas, premium de massas e vertente premium por si só. Para mim, esta é uma transição muito valiosa que se pode traduzir em maiores margens de lucro”, apontou Goldstein segundo o portal GGR Asia. Sobre o concurso público para a atribuição de concessões de jogo, o presidente da Las Vegas Sands aplaudiu a forma como o Governo tem gerido o processo e considera que “a maioria dos receios foram dissipados”. “Estamos muito satisfeitos com a clareza transmitida pelo Governo. O processo está a decorrer muito bem e acho que muitos dos receios iniciais levantados por algumas pessoas foram eliminados. Considero que as operadoras estão satisfeitas com a forma como tudo está a decorrer (…) e estamos esperançosos de que vamos alcançar um desfecho positivo”, referiu.