Andreia Sofia Silva SociedadeCooperação | Associações de turismo assinam acordo A Associação do Turismo Chinês em Portugal, a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e a Associação das Agências de Viagens de Macau assinaram na quinta-feira um protocolo que estabelece o compromisso de partilha de “informações e recursos turísticos” e de exploração de “novos projectos e produtos turísticos”. As entidades acordam também em “realizar visitas entre os participantes do sector de turismo das três partes, assim como conferências, seminários e outras acções, nomeadamente de promoção”, apontou em comunicado a Associação do Turismo Chinês em Portugal.
Andreia Sofia Silva SociedadeInvestigação | UM assina acordo com Universidade de Lisboa A tarde de sexta-feira ficou reservada para a assinatura de um novo acordo quadro de cooperação entre a Universidade de Macau (UM) e a Universidade de Lisboa (UL), onde esteve presente o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, e restantes membros do Governo. Aos jornalistas, Rui Martins, vice-reitor da UM, adiantou que o novo acordo permite “uma colaboração mais aprofundada em áreas importantes como oceanografia, microelectrónica e robótica”. Ao abrigo do compromisso, a “UM oferece 20 bolsas de doutoramento e pós-doutoramento, bem como para ‘visiting scholars’ [académicos visitantes], que são atribuídas durante três anos, de uma forma competitiva, e que permite que alunos ou doutorados da UL dessas áreas possam trabalhar em Macau com condições muito favoráveis”. O evento ficou ainda marcado pela apresentação do resultado de uma colaboração entre a UM e a TechnoPhage SA, uma spin-off ligada à UL, que levou ao licenciamento de uma patente na área da medicina tradicional chinesa para a doença de Parkinson, que culminará com a chegada ao mercado da União Europeia de um novo produto que funciona como suplemento alimentar preventivo da doença. “Esta colaboração existe há cerca de uma década e iniciou-se com a última visita do ex-Presidente da República Cavaco Silva a Macau, quando visitou o nosso campus em 2014”, adiantou Rui Martins.
Hoje Macau Manchete SociedadeJogo | Levo Chan, antigo líder da Tak Chun, condenado a 14 anos de prisão O ex-dono da Tak Chun tornou-se o segundo promotor de jogo a ser condenado com pena de prisão pelo crime de associação/sociedade criminosa. O juiz Lam Peng Fai considerou não haver “sombra de dúvidas” sobre as actividades ilegais O ex-proprietário da empresa junket Tak Chun foi condenado a 14 anos de pena de prisão efectiva, na sexta-feira de manhã. Depois da condenação em Janeiro deste ano de Alvin Chau, ex-proprietário da Suncity, Levo Chan torna-se o segundo grande promotor de jogo a ser condenado com pena de prisão, na sequência da campanha iniciada contra as empresas promotoras do jogo, em 2021. Na sexta-feira, o Tribunal Judicial de Base deu como provado que Levo Chan praticou um crime de associação ou sociedade secreta, 24 crimes de exploração ilícita de jogo em local autorizado, sete crimes de burla de valor consideravelmente elevado, um crime de exploração ilícita de jogo e ainda um crime de branqueamento de capitais agravado. De acordo com o Canal Macau, Lam Peng Fai, presidente do colectivo de juízes que julgou o caso, considerou que foi provado, “sem sombra de dúvida”, que o empresário conduzia uma sociedade estável e contínua, para actividades ilegais relacionadas com o jogo com as quais conseguiu mais de mil milhões de patacas em lucros ilícitos. Para o tribunal, Levo Chan não só sabia das apostas paralelas que decorriam nos casinos como era o principal responsável por elas. Lam Peng Fai indicou também que o empresário natural de Fujian adoptou uma postura mais cuidadosa no exercício da actividade, depois de Alvin Chau ter sido detido. Apesar da condenação, o juiz não deixou de reconhecer o contributo de Levo Chan para vária acções de caridade local. Em 2020, Levo Chan foi um dos empresários locais a doar cerca de 100 mil patacas para auxiliar Portugal a adquirir material para o controlo da covid-19. O cheque foi recebido pelo então cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves. Recurso por decidir À saída do tribunal, na sexta-feira de manhã, Leong Hong Man, advogado de Levo Chan, reconheceu não saber se vai haver recurso da decisão. “Primeiro, temos de esperar e analisar a sentença escrita. E vamos também falar com o nosso cliente. Para já, não temos nada a declarar”, afirmou Leong, quando questionado sobre um eventual recurso. Além do empresário, o caso envolvia mais oito arguidos com Cherie Wong Pui Keng e Betty Cheong Sao Pek que foram condenadas com penas de 10 anos de prisão. Por sua vez, Wayne Lio Weng Hang foi condenado a 10 anos de prisão e Edward Lee Tat Chuen a sete anos. Os restantes arguidos foram absolvidos. Além das penas de prisão, os arguidos têm de pagar várias indemnizações ao Governo e às concessionárias. Segundo as contas do tribunal, a RAEM foi a maior lesada, e tem de ser compensada em 575,2 milhões de dólares de Hong Kong. A Galaxy tem direito a receber 81,2 milhões, a Venetian Macau 47,0 milhões, Wynn 36,8 milhões, SJM 35,6 milhões e a MGM 3,8 milhões de dólares de Hong Kong.
Nunu Wu SociedadeDroga | Detidas três pessoas vindas de Hong Kong A Polícia Judiciária (PJ) deteve na quarta-feira três pessoas oriundas de Hong Kong, dois adolescentes e um camionista, por suspeitas de tráfico de droga. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, os dois jovens, de 17 e 19 anos, teriam sido recrutados para vender droga em locais de entretenimento noturno na zona do NAPE. As autoridades tomaram conhecimento de que os jovens estariam a vender estupefacientes, e encontraram um jovem em flagrante delito. Os agentes da PJ conduziram o suspeito ao quarto de hotel, onde encontraram metanfetaminas, ketamina e um pó que não identificaram (e que não foi especificado se constaria da lista de substâncias ilegais). No total, foram apreendidas 47 gramas de droga no valor de 100 mil patacas. O outro elemento detido foi um motorista, de 57 anos, que seria responsável por distribuir a droga. A PJ acredita que os três suspeitos pertencem à mesma associação criminosa, que operou em Macau, pelo menos, durante um mês. Um dos jovens terá confessado que receberia dois mil dólares de Hong Kong por dia para vender droga em Macau, enquanto que o motorista terá alegado receber sete mil dólares de Hong Kong para transportar as substâncias para Macau.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Equipamentos electrónicos no topo das exportações No último trimestre do ano passado, os produtos mais exportados por Macau foram equipamentos electrónicos/eléctricos, vestuários e confecções, produtos farmacêuticos, mesas para os jogos/equipamentos para os jogos de fortuna e azar e bebidas alcoólicas e tabaco. A informação foi revelada ontem pela Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), com os resultados do Inquérito de Conjuntura ao Sector Industrial Exportador. O comunicado da DSEDT é escasso em dados que permite perceber as quantidades exportadas e as reduções no mercado. Ainda assim, a DSEDT diz que os empresários estão mais confiantes. “Os empresários industriais locais mostram-se mais confiantes quanto às perspectivas das exportações para os próximos seis meses, tomando uma atitude prudente e optimista”, foi ainda escrito no comunicado. Ao mesmo tempo, é indicado que “as empresas inquiridas consideraram, em geral, que a região Ásia-Pacífico (excluindo o Interior da China, Hong Kong e Japão) foi o mercado de destino com melhor performance relativa, apresentando um índice de 19,5 por cento”. No polo oposto, as exportações para os Estados Unidos da América, União Europeia, e Hong Kong foi considerada “menos favorável”, uma vez que apresentou quebras de 30,7 por cento, 2,3 por cento e 0,7 por cento. Por outro lado, a duração média mensal da carteira de encomendas detida pelos empresários industriais inquiridos foi de 2,8 meses, representando uma diminuição de 1,3 meses face ao trimestre anterior.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | Sands China com perdas de 10 milhões de dólares até Março A concessionária responsável pelo casino The Venetian conseguiu reduzir o prejuízo em 97 por cento, em comparação com o período homólogo, e Rob Goldstein afirma que “o negócio está de volta” “Há uma recuperação poderosa a acontecer em Macau nos segmentos de jogo e não-jogo”. Foi desta forma que o presidente da Las Vegas Sands (empresa proprietária da concessionária Sands China), Rob Goldstein, descreveu a situação do mercado do jogo do território, após a empresa ter apresentado perdas de 10 milhões de dólares. Apesar do resultado negativo, o tom na apresentação foi de optimismo, uma vez que a empresa conseguiu reduzir as perdas em 97 por cento, face ao primeiro trimestre do ano passado. Num comunicado enviado à bolsa de valores de Hong Kong, a Sands China revelou ainda que as receitas mais que duplicaram em comparação com os primeiros três meses de 2022, atingindo 1,27 mil milhões de dólares. “Em Macau, no seguimento do levantamento das restrições de viagem, houve um aumento do número de visitantes que cresceu ao longo do trimestre, assim como o volume das receitas do jogo, das vendas a retalho e da ocupação hoteleira”, indicou o presidente da Las Vegas Sands. “Por outras palavras, o negócio está de volta e a Sands China está numa posição única para aproveitar as oportunidades”, acrescentou. Faltam quartos e transportes Apesar do tom optimista, o responsável reconheceu várias limitações operacionais. “Macau ainda está numa fase muito precoce no que diz respeito ao regresso ao ambiente normal de negócios”, concedeu Rob Goldstein. As limitações foram explicadas por Grant Chum, director das operações da Sands China. “O regresso dos turistas está a progredir muito bem, mas é preciso não esquecer que ainda estamos a lidar com um par de aspectos dolorosos que […] são o número de quartos de hotéis disponíveis e a questão dos transportes”, afirmou Chum. A empresa admitiu ter cerca de 36 por cento dos quartos indisponíveis no primeiro trimestre, quando apenas contava com 7.700 unidades. No segundo trimestre a oferta deverá subir para 10.700 quartos e no terceiro para cerca de 12.000. Em relação aos transportes, Grant Chum explicou que faltam ligações aéreas para o território, o que dificulta a recuperação dos resultados do grupo. Sobre a Cotai Water Jet, empresa de ferries do grupo que faz com ligação entre Hong Kong e Macau, apontou que apenas está a operar a 20 por cento da capacidade pré-pandémica. Sands China em alta Após terem sido revelados os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2023, as acções da Sands China valorizaram quatro por cento, para os 29,9 dólares de Hong Kong, na bolsa de valores do território vizinho. O desempenho das acções da concessionária valorizaram acima da média do índice Hang Seng, que registou um crescimento de 0,14 por cento. O valor das acções aproximou-se assim do mais elevado desde o início do ano, que foi de 30,55 dólares de Hong Kong.
João Luz Manchete SociedadeAmbiente | Dia mais quente de 2022 voltou a bater o do ano anterior A temperatura mais elevada registada no passado foi de 37,4ºC, mais 1,6ºC do que a verificada no dia mais quente de 2021. No cômputo geral, em 2022 houve quase uma semana de dias quentes (com temperatura máxima acima de 33ºC) face aos valores médios entre 1991 e 2020. No ano passado choveu menos e houve menos tempestades tropicais face a 2021 Menos chuva, menos tufões, mas mais calor. Estas são as primeiras conclusões que se retiram das estatísticas do ambiente referentes ao ano de 2022, divulgadas ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Ao longo do ano passado, o dia mais quente foi registado em Julho, quando os termómetros chegaram aos 37,4ºC, temperatura 1,6ºC mais alta do que a verificada no dia mais quente de 2021, quando o dia com mais calor registou 35,8ºC, mais 0,3ºC, em relação à de 2020. Apesar de o dia mais quente de 2021 ter superado a temperatura do ano anterior, a temperatura média em Macau no ano passado correspondeu a 22,7ºC, menos 0,8ºC, face à de 2021. No ano passado, os termómetros reajustaram-se depois de um 2021 muito quente, quando a temperatura média atingiu os 23,5ºC, “correspondente a um nível relativamente elevado”, representando uma subida de “0,2ºC, face à de 2020 e 0,7ºC, em comparação com o valor médio climático de 1991 a 2020”. A DSEC acrescenta que em 2021 ocorreram 38 dias quentes (com temperatura máxima diária igual ou superior a 33ºC) e 43 dias frios (com temperatura mínima diária inferior ou igual a 12ºC), mais 6,7 e 3,9 dias, respectivamente, em comparação com os correspondentes valores médios de 1991 a 2020. No que há precipitação diz respeito, a DSEC indica que em 2021 o registo total atingiu os 2.030,8 milímetros (mm), menos 175,4 mm, em comparação com 2021. Ar respirável Em relação à qualidade do ar, a DSEC refere que o número de dias bons observados em todas as estações de monitorização aumentou face a 2021. Por seu turno, na estação ambiental da Taipa registaram-se três dias com qualidade do ar “muito insalubre”, dois na estação ambiental de Coloane e um na estação de berma da estrada de Ká-Hó. Quanto às partículas inaláveis em suspensão (PM10), não se registou nenhum dia com valor superior ao valor padrão em nenhuma estação, segundo os dados divulgados ontem pela DSEC. Por outro lado, “em relação às partículas finas em suspensão (PM2,5), o número de dias com valor superior ao valor padrão diminuiu em todas as estações, excepto na estação de berma da estrada de Macau e na estação ambiental da Taipa”, afirmou a DSEC em comunicado, sem referir que existem seis estações ambientais. No ano passado, só os serviços públicos aumentaram o consumo de água. A DSEC indica que em 2022, “o volume total de água facturada atingiu 83.254.000 metros cúbicos (m3), menos 3,5 por cento, em comparação com o ano 2021. Fúria dos elementos O volume de água facturada para uso doméstico e uso do comércio e indústria desceu 1,1 por cento e 6,5 por cento, respectivamente, em termos anuais, porém, o volume de água facturada usado pelos organismos públicos aumentou 0,7 por cento. Na Central de Incineração de Resíduos Sólidos foram tratadas 436.828 toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2022, menos 3,6 por cento, em termos anuais. Os resíduos especiais e perigosos totalizaram 8.255 toneladas, mais 32,7 por cento, em relação a 2021. No ano passado ocorreram seis tempestades tropicais, menos duas em relação a 2021. O sinal n.º 8 de tempestade tropical foi hasteado aquando da passagem dos tufãos “Chaba”, “Ma-on” e “Nalgae”, bem como do ciclone tropical “Mulan”. A DSEC salienta que durante a passagem do tufão “Chaba”, a rajada máxima chegou aos 123,8 km/h e a velocidade média máxima do vento durante 10 minutos alcançou 95,4 km/h.
Andreia Sofia Silva SociedadeHo Iat Seng em Portugal | Empresas procuram expansão na China É certo que a comitiva de empresários não se deslocou à vila de Campo Maior, à fábrica do grupo Delta Cafés, como estava inicialmente previsto, mas a empresa marcou presença no seminário de promoção de investimento desta quarta-feira. Ao HM, Dinis Cunha, responsável de vendas para os mercados internacionais da Delta, disse que o objectivo é expandir a presença que o grupo já tem na China com a Delta Food Xangai. Em Macau, o grupo trabalha há muitos anos com um distribuidor. O território serviu de plataforma comercial, mas a Delta decidiu apostar por si própria no continente, contou. “Queremos desenvolver essa presença que já temos e expandir a presença no grande continente chinês, mais do que um país. Sabemos que é um país mais virado para o chá, mas há uma tendência de desenvolvimento ao nível do café e queremos aproveitar a presença que já lá temos. Esta expansão não é feita com alguns parceiros, mas sim com uma rede entre várias entidades governamentais das várias regiões.” Fim dos vistos Gold Isabel Pinho, representante da Across Coast, ligada à área do imobiliário, também marcou presença no evento. “A nossa empresa está há 17 anos no mercado e já trabalhamos há algum tempo com pessoas de Macau. Estamos ligados ao investimento imobiliário e queremos aprofundar um pouco mais esses contactos. Trabalhamos com vistos gold, mas também com empresas e particulares que querem investir em Portugal.” Isabel Pinho adiantou que existe “uma relação histórica” entre Portugal, China e Macau, além de que a China “tem sido um grande investidor [em Portugal]”, pelo que “existe uma forte vontade de colaboração, algo que vai continuar e ser vantajoso para ambas as partes”. Sobre o fim dos vistos Gold em Portugal, a representante da Across Coast garantiu que haverá um impacto negativo “no investidor mais pequeno”. “Talvez não seja tão problemático para os grandes investidores, pois nestes casos o intuito não era tanto o visto gold. Acredito que haja alguma diminuição nesse segmento e noto que existe alguma frustração em pessoas que compraram em Portugal e que já tinham essa intenção e agora não o podem fazer”, rematou.
João Santos Filipe Manchete SociedadeDSEC | Registadas mais de três mil mortes em 2022 No ano passado morreram 3.004 pessoas em Macau, de acordo com a actualização da Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Este é o registo mais elevado de sempre e representa um aumento de 30 por cento face ao ano anterior, quando tinham sido registadas 2.320 mortes. Inicialmente, a DSEC declarou terem morrido 773 pessoas em Dezembro do ano passado. A estatística foi apresentada como provisória, e antes de ser corrigida deixava o número total de mortes ao longo do ano passado em 2.992 óbitos. Agora, a DSEC apresentou os números finais de Dezembro, que contam com mais 12 mortes face ao valor provisório, ou seja, um total de 785 óbitos. A alteração de 0,4 por cento face ao número inicial faz com que a mortalidade no território ultrapasse pela primeira vez a barreira dos 3 mil óbitos e se fixe em 3.004 mortes. Até ao final do ano passado, Dezembro tinha sido o mês mais mortal, com 785 óbitos. Antes deste registo, era preciso recuar até Janeiro de 2016 para encontrar o mês mais devastador, quando se verificaram 250 mortes. Contudo, o início do corrente ano mostrou-se ainda mais mortal. De acordo com os dados da DSEC – que não deixam de ser provisórios apesar de já terem passado quase três meses – registaram-se 798 mortes em Janeiro. Coexistência com o vírus O aumento da mortalidade no território coincidiu com a adopção da política de coexistência com o vírus. Foi em Dezembro que as autoridades decidiram abandonar a política de zero casos, em consonância com a determinação do Governo Central. Nesse período, a vaga de infecções terá infectado cerca de 70 por cento da população, segundo as autoridades. Estes dados indicam também que, à imagem do que se passou um pouco por todo o mundo, a coexistência com o vírus levou à mortalidade excessiva, ou seja, um aumento da mortalidade considerado anormal para a altura do ano à luz das condições normais. Com a mudança de política e a vaga de infecções, os Serviços de Saúde enfrentaram grandes dificuldades não só para responder aos pedidos de auxílio, mas também para lidar com os óbitos. Estas foram dificuldades que se arrastaram até Janeiro deste ano. No entanto, a mortalidade em Dezembro não permite comparações com os meses anteriores, porque nesse mês o Governo decidiu alterar os critérios de classificação de mortes por covid-19. As alterações tornaram o critério para mortes de covid-19 mais restrito do que nos meses anteriores.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCasas Museu | LUBUDS vence concurso para explorar restaurante Nos próximos quatro anos, o grupo LUBUDS, responsável pelo restaurante Albergue 1601, vai explorar o restaurante na actual Casa das Recepções das Casas-Museu da Taipa O grupo de Hong Kong LUBUDS foi escolhido pelo Instituto Cultural (IC) para explorar um restaurante na actual Casa das Recepções das Casas-Museu da Taipa. O resultado do concurso público foi conhecido a 20 de Março e publicado recentemente no portal do IC. Na RAEM, as operações do grupo vencedor estão a cargo da empresa LUBUDS Macau Limitada, que vai pagar uma renda mensal de 68.888 patacas durante quatro anos. Como nos primeiros três meses do contrato, a empresa está isenta do pagamento, o que é justificado com a necessidade de proceder a mudanças e decorar o espaço, o valor total do contrato ronda os 3,1 milhões de patacas. Fundado em 2006 pelo empresário Louie Chung, o grupo LUBUDS tem vários restaurantes em centros comerciais de Hong Kong, que oferecem diferentes tipos de gastronomia, como japonesa, tailandesa, francesa, vietnamita entre outras. Em Macau, a empresa é responsável pela gestão do restaurante Albergue 1601, situado no espaço com o mesmo nome, que serve comida tradicional portuguesa. O cozinheiro português Pedro Almeida é o responsável pelo menu do restaurante. A adjudicação não é uma surpresa, visto que apenas uma das três propostas apresentadas no concurso público tinha sido aceite. O procedimento para o arrendamento de uma das Casas-Museu foi iniciado em Novembro do ano passado, quando a região estava ainda obrigada a cumprir as fortes restrições, justificadas com a política de zero casos de covid-19, e durante uma das mais graves crises económicas, que levou ao encerramento de vários restaurantes. Ideia de Alexis Tam Os participantes excluídos foram o cozinheiro António Neves Coelho, fundador do restaurante António, na Taipa, e a empresária Mota Ho Ioc Lin. As duas propostas foram excluídas por motivos processuais, relacionados com a falta de documentos exigidos pelo regulamento do concurso. Quando anunciou a intenção de abrir um restaurante nas Casas Museu, o IC manifestou o objectivo de criar um “restaurante que promova a cultura portuguesa com características próprias de Macau e que possua elementos do património cultural intangível de Macau, através de fornecimento de alimentos e bebidas gourmet macaenses”. Ao longo dos 48 meses, a LUBUDS compromete-se a manter o restaurante aberto diariamente, com um horário de funcionamento de oito horas. O contrato permite ainda um dia de encerramento semanal, que não pode acontecer ao sábado nem ao domingo. A Casa das Recepções das Casas-Museu da Taipa é o edifício que se situa mais próximo do anfiteatro da zona, onde normalmente são realizados os concertos no âmbito do Festival da Lusofonia. A ideia de abrir um restaurante nas Casas-Museu está longe de ser nova, e foi lançada pela primeira vez pelo ex-secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, durante o seu mandato que decorreu entre 2015 e 2019.
Hoje Macau SociedadeSJM | Hotel Palazzo Versace aceita reservas a partir de 26 de Abril O novo hotel Palazzo Versace Macau, que faz parte do complexo do Grand Lisboa Palace, vai passar a aceitar reservas para estadias a partir de 26 de Abril, indicou ontem o portal GGRAsia. Segundo comunicados da SJM Holdings Ltd, a unidade hoteleira de luxo da marca Versace irá disponibilizar 270 quartos, aumentando a oferta no Grand Lisboa Palace para 1.892 quartos, incluindo os do Grand Lisboa Palace Macau e The Karl Lagerfeld. Ontem, o preço mais barato por um quarto no Palazzo Versace Macau, para o dia 26 de Abril, estava fixado em 2.079 patacas, sem incluir taxas e despesas de serviços. Por outro lado, as noites mais caras nos próximos tempos são 29 de Abril e 2 de Maio, os primeiros quatro dos cinco dias de feriados no Interior da China, com um preço de 4.239 patacas. A SJM indicou ainda que a nova unidade hoteleira terá dois restaurantes italianos, o Don Alfonso 1890 e o La Scala del Palazzo, que vão abrir também no dia 26 de Abril.
Hoje Macau SociedadeGoverno reforça urgências para responder a surto de gripe O Governo reforçou o serviço de Urgências para dar “resposta ao pico de gripe”, que em março levou à vacinação do “dobro de pessoas” em relação aos dois meses anteriores, disseram os Serviços de Saúde. Em resposta ao pico de gripe, o hospital público do território “tomou medidas eficazes de resposta, designadamente, a alocação de mais profissionais de saúde para o Serviço de Urgência, a otimização dos procedimentos de diagnóstico e tratamento, a fim de dar resposta ao aumento de pacientes”, referiram os Serviços de Saúde de Macau (SSM) num email enviado à Lusa. Em março, a média semanal de vacinados “variou entre 1.300 e 1.400”, representando o “dobro de pessoas” em relação aos meses de janeiro e fevereiro, com uma média semanal de 600 a 700, apontaram ainda os SSM. Entre 01 de setembro de 2022 e 17 de abril deste ano, contabilizaram ainda as autoridades, foram vacinadas 141.177 pessoas na região administrativa especial, o que significa um acréscimo de 12,8% em relação ao período homólogo do ano passado (125.162 pessoas). No que diz respeito ao número de casos, as autoridades de saúde avançaram à Lusa que, de acordo com os “dados de doenças de declaração obrigatória de Macau, obtidos através da monitorização, foram registados mais de 2.900” entre 01 e 16 de abril. O Governo admitiu recentemente que o uso prolongado de máscara, na sequência da pandemia da covid-19, levou à redução da imunidade da população, contribuindo igualmente para um aumento acentuado dos casos de gripe. Muitos cidadãos continuam a usar máscara, apesar de esta já não ser obrigatória, exceto em instituições médicas, lares de idosos e de reabilitação ou alguns transportes públicos. “Registamos, todos os dias, dezenas ou centenas de casos, mas atualmente não registamos uma tendência de redução”, salientou Leong Iek Hou, do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, citada pelo Canal Macau da estação pública local TDM. Macau seguiu desde o início da pandemia a política de Pequim de ‘zero covid’, com a restrição das entradas no território, aposta em testagens em massa, confinamentos de zonas de risco e quarentenas. Em dezembro do ano passado, o Governo de Ho Iat Seng anunciou o alívio destas medidas.
Nunu Wu SociedadeSaúde | Criança nos cuidados intensivos por complicações de gripe A Uma menina de oito anos está a receber tratamento na Unidade de Cuidados Intensivos dos Serviços de Pediatria, do Centro Hospitalar Conde de São Januário devido a complicações na sequência de gripe A. Segundo a informação veiculada pelos Serviços de Saúde na noite de segunda-feira, o estado de saúde da criança é severo. De acordo com as autoridades, a menina terá sido infectada enquanto viajava com a família pela cidade de Wuzhou, na Região Autónoma Zhuang de Guangxi, no dia 5 de Abril. Dois dias depois, começou a sentir febre e foi assistida num hospital no Interior da China. No dia 8 de Abril, na sequência do agravamento do estado de saúde, foi conduzida ao hospital em Guangxi já em estado de coma. Nos cuidados intensivos da instituição do Interior, foi diagnosticada com infecção pulmonar, encefalopatia necrotizante aguda e hemorragia cerebral na sequência de complicações originadas pela Gripe A. Como as condições de saúde da menina não melhoraram, a família procedeu no passado sábado à transferência para o Hospital São Januário. A criança é residente de Macau, estuda na escola primária de Hou Kong, e foi inoculada com a vacina contra a gripe a 18 de Novembro do ano passado. Nas últimas semanas, os SS deram conta de outros dois casos severos de gripe A e em ambos os casos os pacientes apresentaram melhoras, com quadros clínicos estáveis.
João Luz SociedadeGripe | Quase 170 crianças infectadas em 19 escolas Os Serviços de Saúde foram notificados na passada segunda-feira de casos de infecção colectiva de gripe encontrados em 19 escolas do território, afectando 169 crianças. O estabelecimento onde se registou o maior número de infecções foi o infantário da Secção Inglesa da Escola Secundária Sam Yuk, na Rua do Colégio na Taipa, onde foram contabilizados 19 casos relativos a crianças entre os 3 e os 4 anos de idade. Em duas turmas do ensino primário da Escola São Paulo, localizada na Rampa dos Cavaleiros, foram detectadas 17 crianças infectadas, com idades compreendidas entre 6 e 8 anos. Outro caso de gripe colectiva, teve lugar no infantário da Escola Estrela do Mar, na Rua do Padre António, onde foram infectadas 14 crianças entre os 5 e 6 anos de idade. Os Serviços de Saúde acrescentam que as crianças começaram a sentir sintomas gripais há uma semana, nomeadamente infecção do tracto respiratório superior como febre e tosse. Algumas foram “submetidas a tratamentos médicos, dos quais, um doente da Escola de Aplicação Anexa à Universidade de Macau, Escola São Paulo, Colégio Perpétuo Socorro Chan Sui Ki, respectivamente, foi internado devido à febre alta continuada, mas está em estado clínico considerado estável”.
Hoje Macau Manchete SociedadeEPM | Escola celebra um quarto de século, enquanto espera expansão A Escola Portuguesa de Macau celebrou ontem 25 anos de existência. Com um quarto de século de história e um legado que reforça a presença portuguesa no território, a escola espera uma oportunidade para expandir, numa altura em que quase metade dos seus estudantes não têm o português como língua materna Mais de 40 por cento dos alunos da Escola Portuguesa de Macau (EPM) têm outra língua materna, disse à Lusa o director da instituição, que celebrou ontem os 25 anos, à espera de novidades sobre uma eventual expansão. A EPM tem actualmente 713 estudantes de 20 nacionalidades, sublinhou Manuel Machado. “Em termos médios já estamos acima dos 40 por cento de alunos de língua materna não-portuguesa”, sendo que a maioria destes são chineses com estatuto de residente de Macau, acrescentou. O director da escola sublinhou a “grande diferença” em relação a 1998, altura em que a esmagadora maioria dos estudantes era portuguesa. “Existe uma maior diversidade cultural, o que é um factor de grande importância na formação dos jovens”, explicou. Aquando da abertura, a EPM contava com cerca de 1.140 alunos, número que foi caindo, ao longo da década seguinte, para perto de 450, “fruto também da saída de muitas famílias portuguesas”, disse Machado. A tendência inverteu-se por volta de 2008, altura em que “a escola começou a ser muito procurada por alunos de língua materna não-portuguesa”, referiu o líder da instituição. Machado disse acreditar que os chineses de Macau querem que os filhos aprendam português “enquanto língua que poderá vir a ser útil no futuro quer no prosseguimento de estudos em Portugal quer no diz respeito à futura actividade profissional”. O fenómeno “tem colocado um desafio à escola”, mesmo no que toca aos alunos vindos do Costa Nunes, o jardim de infância de língua portuguesa de Macau, admitiu o director da EPM. “Há alunos que dominam perfeitamente o português, obviamente, mas também há outros com grandes dificuldades ainda no domínio da língua portuguesa”, disse Machado. Espaço para crescer A escola criou uma oficina de filosofia, onde a língua portuguesa é de uso obrigatório, e um projecto de leitura orientada, ambos para “reforçar o ensino do português” aos novos alunos, cuja maioria é de língua materna diferente, sublinhou o responsável. Com o aumento da procura, Machado reiterou que a EPM “precisa de mais espaço e as autoridades de Macau têm demonstrado uma grande abertura para apoiar a escola na criação desse espaço”. Já este Verão, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude de Macau vai apoiar obras de reparação e manutenção da instituição, para “que a escola esteja em perfeitas condições para funcionar no próximo ano lectivo”, revelou o director da EPM. Recorde-se que o Chefe do Executivo de Macau partiu ontem para Portugal, onde estará até 22 de Abril, estando previstos encontros com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho. Manuel Machado disse não saber se uma eventual expansão da EPM será um dos temas na agenda de Ho Iat Seng, mas disse que “gostaria de poder anunciar novidades o mais breve possível”.
João Luz Manchete SociedadeConstrução | Quase 100 empreendimentos em projecto entre Janeiro e Março A Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana revelou ontem que durante o primeiro trimestre do ano estavam em fase de projecto 99 empreendimentos privados que irão disponibilizar mais de 6.500 fracções habitacionais. Já os empreendimentos hoteleiros em construção e em fase de projecto, totalizavam duas dezenas, com mais de 5.000 quartos A Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) divulgou ontem os dados actualizados relativos à construção de empreendimentos habitacionais e hoteleiros, que revelam que no primeiro trimestre de 2023 estavam em fase de projecto 99 empreendimentos privados. Estes projectos irão acrescentar 6.582 fracções habitacionais ao mercado, assim como 3.643 lugares de estacionamento para veículos ligeiros e 1.136 para motociclos e ciclomotores. O Governo acrescenta que foram emitidas licenças de utilização para 10 empreendimentos privados, que acrescentaram ao mercado 124 habitações. Em relação aos projectos ainda em construção e sem vistoria efectuada, a DSSCU contabilizou no primeiro trimestre deste ano 51 empreendimentos, com 2.205 fracções, 1.132 estacionamentos para veículos ligeiros e 386 lugares para motociclos. Já os empreendimentos privados concluídos, mas em fase de vistoria, eram 9, acrescentando 49 fracções ao mercado. Quartos crescentes No campo da hotelaria, o Governo refere que no primeiro trimestre de 2023 estavam em fase de construção 12 empreendimentos hoteleiros, com uma área bruta de construção de quartos de 221.113 metros quadrados e capacidade para acrescentar 3.934 quartos à indústria turística. Além dos quartos, estes empreendimentos hoteleiros vão somar 1.361 lugares de estacionamento para veículos ligeiros e 376 lugares para motociclos. Por outro lado, é revelado que se encontram em fase de projectos oito empreendimentos de dimensões mais modestas, com uma área bruta de construção de quartos a totalizar 61.177 metros quadrados. Está previsto que estes projectos acrescentem 1.308 quartos ao sector, assim como 226 lugares de estacionamento para veículos ligeiros e 112 para motociclos.
João Luz SociedadeWorkshop “Novos Horizontes Sino-Lusófonos” arranca amanhã na UPM Começam amanhã na Universidade Politécnica de Macau (UPM) uma série de workshops intitulados “Novos Horizontes Sino-Lusófonos”. Marcado para as 18h30, o primeiro capítulo terá como destaque Cabo Verde e realizar-se-á de forma virtual. A sessão “Cabo Verde, um País Arquipelágico: Desafios e perspectivas para o ordenamento e a gestão do território” será dirigida por Judite Medina do Nascimento, ex-reitora da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), que tem dedicado a sua investigação e actividade docente às áreas científicas: ordenamento do território, ordenamento e gestão urbanos, governança urbana, geografia urbana e crescimento e desenvolvimento urbano. A intervenção da académica irá incidir sobre o contexto territorial de Cabo Verde, país que enfrenta desafios importantes para o seu desenvolvimento sustentável. A UPM traça um perfil do país, indicando que é composto por “10 ilhas, nove das quais habitadas, onde as assimetrias são uma realidade, seja do ponto de vista da distribuição da população pelas ilhas, seja pelas suas características sócio económicas”. A apresentação de Judite Medina do Nascimento inicia-se por uma caracterização geral das ilhas, ressaltando o potencial endógeno da cada uma. De seguida, será feito o enquadramento da estrutura e funcionamento do sistema nacional de ordenamento do território. Por último, a reflexão apresentará as perspectivas do desenvolvimento de Cabo Verde no quadro da integração regional e de relacionamento com a China. A UPM indica que estão convidados professores e estudantes das instituições do ensino superior, peritos, académicos e outros interessados nas relações China-Países de Língua Portuguesa. Abraço lusófono A organização do evento descreve-o como uma oportunidade para “analisar e promover novas oportunidades motivadas pelas Linhas Gerais do Planeamento para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, e uma forma de “apoiar o papel de Macau enquanto Plataforma de Serviços entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. O ciclo de conferências é organizado pelo Centro Internacional Português de Formação em Interpretação de Conferência (CIPF) da Universidade Politécnica de Macau (UPM) e a Academia Sino-Lusófona da Universidade de Coimbra (ASL-UC), e conta com a participação de convidados de diferentes geografias e percursos académicos e profissionais.
Hoje Macau Sociedade“1+4” | Frederico Ma alerta para falta de recursos humanos Frederico Ma Chi Ngai, presidente da Associação Comercial de Macau, defendeu, segundo o jornal Ou Mun, que o projecto de diversificação económica “1+4” deverá ter uma orientação industrial, estabelecendo ainda um plano de acção para fomentar determinados sectores sociais. O responsável espera que continue a ser garantida a prioridade dos residentes no acesso ao mercado laboral, com os trabalhadores não-residentes a terem um papel de complementaridade. Ainda assim, pediu maior celeridade na aprovação dos pedidos de blue card em prol da recuperação do sector turístico. Frederico Ma acredita que só desta forma se pode recuperar plenamente a economia, um elemento base para a implementação da política “1+4”. O dirigente garantiu também que a associação estará disponível para cooperar com o Governo assim que o plano final da estratégia “1+4” for divulgado, o que deverá acontecer no Verão. O responsável sublinhou que o território enfrenta actualmente uma crise de recursos humanos, tendo em conta que Macau a natureza da economia local, muito vocacionada para os serviços.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJustiça | Ng Kuok Sao perde “recurso extraordinário” de revisão de sentença O empresário pretendia que o julgamento do caso IPIM fosse repetido, por recusar que a sua assinatura conste em vários dos contratos de trabalho que serviram como prova para condená-lo a 18 anos de prisão O Tribunal de Segunda Instância (TSI) recusou um recurso extraordinário para a repetição de parte do julgamento do caso Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM). A decisão foi tomada na quarta-feira, e o empresário Ng Kuok Sao pretendia que o julgamento voltasse à primeira instância, por considerar que vários dos contratos de emprego utilizados como prova contra si têm assinaturas que não são efectivamente suas. A fundamentação da decisão tomada pelo colectivo de juízes constituído por Choi Mou Pan, Vasco Fong Man Chong e Ho Wai Neng ainda não foi publicada. Porém, a possibilidade de haver uma segunda repetição de um dos casos mais mediáticos dos últimos anos na RAEM está afastada. Quando foi julgado pela primeira vez, à revelia, Ng Kuok Sao foi condenado a uma pena de 18 anos de prisão, pela prática de um crime de associação criminosa e 23 falsificação de documentos. O tribunal deu como provado que Ng liderava uma associação criminosa para garantir que várias pessoas do Interior da China conseguiam o estatuto de residente em Macau, através do IPIM. Apesar dos vários recursos, a pena foi confirmada pelo Tribunal de Última Instância, significando que se tornou definitiva. No entanto, em Dezembro do ano passado Ng Kuok Sao veio apresentar “um recurso extraordinário da revisão de sentença transitada”. Este mecanismo especial permite que em condições extremas se recorra de um acórdão transitado em julgado. Neste caso, a defesa do empresário considerou que foram “descobertos novos factos ou meio de prova” que “suscitam graves dúvidas sobre a justiça da condenação”. Perícia forense A defesa do empresário pretendia no recurso que o julgamento fosse repetido e Ng Kuok Sao libertado, enquanto aguardasse por uma nova decisão. Para argumentar a existência de “novos factos ou meio de prova”, a defesa recorreu aos depoimentos de testemunhas que recusaram que certas assinaturas em contratos de trabalho simulados fossem de Ng Kuok Sao. Para provar que várias das assinaturas não pertenciam ao condenado foi igualmente apresentado um relatório de perícia de escrita manual, elaborado pelo Centro de Ciência Forense de Guangdong Tianjain. Na perícia foram analisados vários documentos atribuídos ao empresário, e foi concluído que algumas das assinaturas diziam respeito a diferentes pessoas. Quanto ao facto de estes argumentos apenas terem sido apresentados nesta altura, a defesa salienta que Ng foi julgado à revelia, pelo que não teve oportunidade de se debruçar sobre as provas apresentadas até ser preso. O empresário foi julgado à revelia, mas foi entregue em Abril de 2022 pelas autoridades do Interior às congéneres de Macau, estando a cumprir pena no Estabelecimento Prisional de Coloane. Negada a revisão da sentença, Ng Kuok Sao fica agora impedido de apresentar um novo pedido do recurso.
Hoje Macau SociedadeCancro do colo do útero | Equipa da UPM publica artigo Dois docentes da Universidade Politécnica de Macau (UPM) acabam de ver publicada numa conceituada revista científica um trabalho de investigação que visa desenvolver novas estratégias de diagnóstico e tratamento do cancro do colo do útero. O artigo, intitulado “HPV integration generates a cellular super-enhancer which functions as ecDNA to regulate genome-wide transcription” e publicado na revista “Nucleic Acids Research” é da autoria de Meng Li Rong, professora-coordenadora da Faculdade de Ciências da Saúde e Desporto da UPM, e Lang Bin, professor adjunto da Academia de Enfermagem do Centro de Ciência da Saúde da Universidade de Pequim e da UPM. Nesta investigação, as equipas da UPM, da Universidade Sun Yat-Sen e da Companhia de Tecnologia Médica GeneRulor de Zhuhai, Ltd. procederam à análise conjunta de vários grupos de dados sobre as células cancerosas do endométrio de seis tipos de HPV [vírus do papiloma humano] positivo e três tipos de HPV negativo, recorrendo a técnicas de sequenciamento de alto rendimento, por exemplo o sequenciamento completo do genoma e o sequenciamento completo do transcriptoma, proporcionando novas possibilidades de diagnóstico e tratamento da doença. O HPV é um dos vírus mais comuns causadores de tumores e pode provocar 15 tipos de cancro, incluindo cancro do colo do útero, cancro anal, cancro da orofaringe, cancro do esófago, cancro do pénis e cancro vulvar, no conjunto, representando 5,5 por cento de todos os tipos de cancro. A integração de células humanas com o HPV é um passo fundamental para o desenvolvimento do cancro, mas ainda não está claro qual o mecanismo cancerígeno do nível de transcrição após a integração do HPV.
João Luz Manchete SociedadeTurismo | Preços aumentaram no primeiro trimestre O Índice de Preços Turísticos cresceu 18,16 por cento no primeiro trimestre deste ano em relação aos primeiros três meses de 2022, segundo dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). As autoridades explicam o incremento com a “ascensão de preços dos quartos de hotéis e dos bilhetes de avião”. De entre os índices de preços das secções de bens e serviços, a secção alojamento aumentou 124,89 por cento, face ao primeiro trimestre de 2022, ou seja, o custo que os turistas tiveram de desembolsar para pagar despesas de hotelaria mais do que duplicaram no espaço de um ano. Em relação às secções de divertimento e actividades culturais, assim como transportes e comunicações, a DSEC revela que os índices de preços também aumentaram 15,68 por cento e 8,11 por cento, respectivamente, em termos anuais. Pretérito perfeito Comparando os primeiros três meses do ano ao trimestre anterior, os dados divulgados pela DSEC continuam a demonstrar uma taxa de inflação dos preços do turismo na mesma linha da análise em termos anuais. Assim sendo, no primeiro trimestre de 2023 o Índice de Preços Turísticos cresceu 15,87 por cento, quando comparado com o quarto trimestre de 2022. As autoridades salientam que os índices de preços das secções alojamento, bem como divertimento e actividades culturais subiram 126,39 por cento e 16,50 por cento, respectivamente, em termos trimestrais. Mais uma vez, a DSEC aponta a subida dos preços com o encarecimento dos “quartos de hotéis, dos fogos de artifício e dos panchões”. Porém, é indicado que o índice de preços da secção vestuário e calçado baixou 3,56 por cento, em termos trimestrais, devido aos saldos do vestuário de Inverno. O Índice de Preços Turístico médio dos quatro trimestres terminados no trimestre de referência, em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores, aumentou 3,90 por cento. Os índices de preços das secções divertimento e actividades culturais (+21,31 por cento) e alojamento (+14,65 por cento) tiveram os acréscimos mais acentuados. Os índices de preços das secções produtos alimentares, bebidas alcoólicas e tabaco (+4,27 por cento) e medicamentos e bens de uso pessoal (+4,10 por cento) também registaram acréscimos.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCrime | Enganada por burlão que se passou por polícia do Interior Apesar de “só” ter perdido 174 mil dólares de Hong Kong, a vítima tentou vender um imóvel em Macau para “financiar” a investigação do alegado da polícia do Interior. A mulher chegou a equacionar vender uma casa para entregar dinheiro aos burlões Uma mulher com 60 anos foi burlada em 174 mil dólares de Hong Kong, depois de ter sido enganada por, pelo menos, duas pessoas, que se fizeram passar por um funcionário de uma empresa especializada no envio de correio e um agente da polícia do Interior. Segundo a Polícia Judiciária, citada pelo Ou Mun, o caso aconteceu a 26 de Março. Num primeiro momento, a mulher recebeu uma chamada de um alegado trabalhador de uma empresa especializada no envio de correio do Interior da China para Macau. A conversa serviu para que o burlão informasse a vítima que estava a ser acusada de ter enviado uma encomenda de correio para o Interior que continha o passaporte de outra pessoa e uma grande quantia de dinheiro. O suspeito acrescentou ainda que o dinheiro tinha sido enviado para o Interior ao abrigo de um esquema de lavagem de capitais. Como a mulher negou qualquer envolvimento com a “encomenda”, a chamada telefónica foi transferida para outra pessoa, que se apresentou com agente de uma polícia chinesa. O agente “já foste” Face à perspectiva de ter problemas legais com as autoridades do Interior, a mulher concordou imediatamente em realizar uma videochamada com o alegado agente. A conversa serviu para responder a várias perguntas e fornecer os dados da sua conta bancária. De acordo com o relato, o “agente” explicou à vítima que estava a ser investigada por ter enviado 2 milhões de renminbis para o Interior para serem lavados, com o passaporte de outra pessoa. No entanto, como o agente reconhecia que a vítima negava qualquer envolvimento, concordou em “aprofundar a investigação” para ilibar a mulher. Contudo, com a desculpa da complexa burocracia do sistema de investigação no Interior, o “agente” pediu à vítima para adiantar 174 mil dólares de Hong Kong, que seriam utilizados para financiar a investigação. Após a conclusão da investigação, o agente prometeu que o dinheiro seria devolvido na íntegra. Num segundo momento, a vítima admitiu que era proprietária de um imóvel em Macau avaliado em 6 milhões de dólares de Hong Kong. Face a esta informação, o “agente” pediu-lhe que vendesse o imóvel, para pagar as investigações. No entanto, como o imóvel era ainda propriedade de outra pessoa, que recusou a venda, a mulher não conseguiu o dinheiro. Foi também nessa altura que a vítima desconfiou de que teria sido burlada e decidiu apresentar queixa.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEnsino | Académicos querem mais nacionalismo nas universidades Um estudo de um académico da Universidade Cidade de Macau propõe várias estratégias para aumentar a identificação de estudantes estrangeiros, principalmente os de etnia chinesa, com o país As universidades de Macau devem promover o nacionalismo entre os estudantes estrangeiros de etnia chinesa e criar um maior sentimento de identificação cultural com a China. O conceito de uma educação de promoção do nacionalismo é defendido pelos académicos Peng Jun, da Cidade Universidade de Macau, e Su Baohua, da Universidade de Jinan, no estudo com o título “Estratégias para cultivar a identidade chinesa entre os estudantes estrangeiros na Zona da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”. “A excelente cultura tradicional chinesa é um tesouro. No contexto das novas condições históricas, devemos prestar atenção à abrangência e nacionalidade da cultura e ideologia. Por conseguinte, a valorização da identidade cultural chinesa dos estudantes estrangeiros na China é uma das medidas importantes para reforçar o poder suave do país”, é indicado pelos investigadores sobre a estratégia a adoptar nas universidades da Grande Baía. Para que as universidades “possam servir o país”, os académicos defendem que uma das principais funções deve passar pela promoção da identidade chinesa entre os estudantes estrangeiros, e principalmente aqueles de etnia chinesa. Estes alunos são encarados no estudo como muito importantes, porque podem servir o país como “uma ponte a nível económico, político e cultural”, entre a China e os países de origem. “Devemos combinar os conceitos e características educacionais e de formação de Guangdong, Hong Kong e Macau, para fazer um uso pleno dos recursos pedagógicos de alta qualidade, respeitar as diferentes características culturais, encontrar a intersecção da mistura cultural, e depois cultivar gradualmente a consciência, compreensão e reconhecimento da cultura chinesa […] que deve ser a interacção do círculo ecológico formado pelo Estado, sociedade, escolas, professores e estudantes”, é indicado. Aulas patriotas No entanto, o esforço de promoção da identidade não pode passar apenas pelos que têm etnia chinesa, deve abranger todos. Neste sentido é defendida a criação de aulas extra para todos os cursos lecionados a “não chineses”, com conteúdos sobre a cultural e identidade chinesa. “Do ponto de vista macro, a cultura chinesa é ampla e profunda, e tem uma história de cinco mil anos de civilização, por isso devemos construir um sistema curricular adequado sobre cultura chinesa que atenda às necessidades dos alunos estrangeiros e ensiná-los de acordo com suas capacidades”, é proposto. “Podemos formular objectivos específicos de acordo com as diferentes características dos alunos estrangeiros e estabelecer horários de aula razoáveis, para que os alunos estrangeiros possam ter formação direccionada para a identidade cultural chinesa”, foi acrescentado. Como parte da estratégia, os académicos propõem também que os campus das universidades sejam transformados em autênticos museus, com exposições permanentes sobre os elementos culturais chineses que atraiam pessoas de todos os cantos do mundo. “Uma nação sem coesão é uma nação sem vitalidade. O objectivo de reforçar a identidade cultural chinesa é reforçar a coesão e a força de atracção da pátria para os jovens estudantes. A essência da identidade reside na reunificação da pátria e da unidade da nação chinesa”, é concluído sobre a estratégia. O estudo dos académicos foi publicado Jornal de Sociologia e Etnologia, publicado pela editora canadiana Clausius Scientific Press.
Hoje Macau SociedadeColina da Guia | Conselheira propõe espaço cultural no Túnel Pedonal A coordenadora-ajunta do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central, Wu Hang San, defende a transformação do Túnel Pedonal da Colina da Guia num corredor cultural e artístico com a instalação de obras de arte com elementos sino-portugueses. A ideia de Wu foi sugerida na reunião de quarta-feira do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central. Citada pelo jornal Ou Mun, a coordenadora considerou que desta forma o túnel pode permitir aos turistas sentirem a história e cultura únicas de Macau. Wu Hang San sugeriu também que o Governo coopere com os grupos de artes e associações comunitárias, aumentando gradualmente a instalação de produtos criativos e culturais locais nos espaços abertos à volta das portas do túnel. A nível das obras de arte, e em caso de dificuldades, a coordenadora-adjunta apontou como alternativa a possibilidade de o Instituto Cultural estabelecer parcerias com países de língua portuguesa para a exposição de livros ilustrados em chinês e português e a exibição de filmes portugueses durante o Festival da Lusofonia. O Túnel Pedonal da Colina da Guia foi inaugurado a 1 de Outubro do ano passado, ligando a Avenida de Horta e Costa e o ZAPE. Desta forma, a ligação pedonal entre as duas zonas passou a fazer-se em 400 metros, quando antes era feita em 1,1 quilómetros.