Crime | Rede de entradas ilegais no território desmantelada

As autoridades prenderam um homem de 56 anos suspeito de ser o cabecilha de uma rede ligada a quatro casos de entrada ilegal em Macau, entre Março e Agosto deste ano. A detenção aconteceu depois de já terem sido detidas 19 pessoas ligadas às operações da rede

 

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção do alegado cabecilha de uma rede que se dedicava a trazer para Macau pessoas de forma ilegal, evitando os controlos nas fronteiras. O caso foi apresentado numa conferência de imprensa realizada ontem de manhã, onde as autoridades revelaram que o principal suspeito é do Interior da China e está indicado pela prática do crime de auxílio à imigração ilegal.

Segundo a informação da PJ, a suposta organização criminosa foi responsável por, pelo menos, quatro casos de entrada ilegal no território, detectados entre Março e Agosto deste ano. À medida que os quatro casos foram descobertos, as autoridades procederam à detenção de 11 membros da rede de contrabando, assim como de mais oito pessoas que tentavam entrar ilegalmente em Macau. No entanto, o cabecilha da rede de contrabando continuava a monte.

Na conferência de imprensa, as autoridades anunciaram a detenção do líder do grupo criminoso, um residente do Interior com 56 anos de idade.

Segundo a versão da PJ, o suspeito terá elaborado os planos para permitir a entrada no território de indivíduos à margem do controlo fronteiriço.

Trabalho de fundo

O detido tinha igualmente a seu cargo a realização de contactos no Interior com possíveis interessados em entrar em Macau de forma ilegal, assim como por procurar barcos para o transporte e possíveis locais de embarque e desembarque dos dois lados da fronteira.

Por cada viagem ilegal, a rede criminosa cobrava entre 30 mil e 70 mil yuan. Com base nos casos detectados, a PJ apontou que a rede criminosa conseguiu um lucro de, pelo menos, 380 mil yuan. Contudo, o número pode ser maior, uma vez que as autoridades não garantem que não tenham sido feitas mais viagens que passaram ao lado do sistema de vigilância.

A detenção do indivíduo aconteceu na quarta-feira, quando se preparava para deixar Macau. De acordo com a PJ, que estava a acompanhar o percurso do sujeito, este entrou no território na terça-feira, através das Portas do Cerco.

Durante o dia que passou no território, o homem deslocou-se aos casinos do Cotai, onde fez vários contactos, que a PJ acredita terem sido conduzidos com o propósito de organizar mais entradas ilegal no território.

No entanto, quando se preparava para deixar Macau, o homem foi interceptado pelas autoridades. O principal suspeito estava identificado, depois de um dos passageiros clandestinos dos casos anteriores ter concordado em cooperar com a investigação. No entanto, a maior parte dos outros suspeitos recusou cooperar.

O caso foi encaminhado para o Ministério Público, e o homem está indiciado pelo crime de auxílio à imigração ilegal, que tem uma moldura penal que pode chegar a oito anos de prisão.

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