Manuel Nunes DesportoMonte Carlo, 0 – Benfica, 4 São onze contra onze e no final ganha o Benfica, parece ser o tom deste campeonato. O Monte Carlo ainda ameaçou e, depois de estar a perder 1-0, teve várias oportunidades de chegar ao empate. A perda do melhor marcador do campeonato, logo aos 23 minutos, não ajudou os amarelos mas o resultado acaba por não ter discussão. Meireles marcou um golo para levantar qualquer estádio [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Benfica sabia que este jogo podia significar o desimpedimento da estrada para o título e começou logo ao ataque com três homens bem destacados na frente como foi o caso de Iuri, Leonel e Lei Kam Hong e, logo aos dois minutos e meio, Leonel já rematava por cima da barra. Sempre a pressionar muito alto, o Benfica nos primeiros cinco minutos de jogo praticamente não deixava o Monte Carlo passar muito além do meio campo mas, aos sete, uma arrancada de Amarildo, que passou por uma série de jogadores do Benfica, mostrava que a equipa amarela não vinha propriamente para ver a caravana passar. Todavia, ao querer fazer tudo sozinho, o nove do Monte Carlo acabaria travado em falta a cerca de 10 metros da meia lua. O livre daí resultante, marcado por Jackson, acabaria por esbarrar na barreira densa que o Benfica tinha montado. Aos 11 minutos mais uma entrada do irrequieto Amarildo pelo lado esquerdo do ataque do Monte Carlo viria a terminar com um remate do próprio já com pouco ângulo e junto ao poste, o que Rui Nibra acabou por defender com facilidade. Aos 15 minutos existe um golo anulado ao Benfica na sequência de um canto marcado por Edgar Teixeira, aparentemente por falta sobre o guarda-redes do Monte Carlo. Cinco minutos depois e chegavam as más notícias para o Monte Carlo: ao tentar recuperar uma bola evitando que ela saísse do terreno de jogo, Amarildo coloca mal o pé e acaba a rebolar-se com dores na pista de tartan. Estava a ser o jogador mais perigoso dos canarinhos. Aos 22 minutos o Benfica marcaria o primeiro. Uma bela jogada de envolvimento, com Iuri a iniciar a jogada, descobrindo Meireles no miolo que avançou sem hesitações para área vindo a servir Leonel que, sozinho frente ao guarda-redes, não hesitou e atirou a contar. Nesta fase do jogo, o Monte Carlo ainda reagia bem e, aos 26 minutos, um livre resulta numa bola a pingar para a área que viria a obrigar Rui Nibra a sair a punhos para evitar males maiores. Logo no minuto seguinte, Neto que tinha entrado para o lugar de Amarildo rematava forte para uma boa defesa de Nibra. Só dava Monte Carlo nesta fase e pouco depois da meia hora um livre a meio do meio campo, por falta do trinco benfiquista Cuco, resulta num remate violento de Anderson com a bola a passar a rasar o poste da baliza encarnada. Até ao final do primeiro tempo o Monte Carlo continuou a procurar o empate e por pouco não marcava outra vez após uma entrada pelo lado esquerdo: bola para o meio da área onde surgiu a rematar forte Iong Oi Chit mas sem sucesso. Monte Carlo amarelou O Monte Carlo entrou assanhado, tal como tinha acabado a primeira parte, e logo a abrir um centro de Neto do lado direito para o miolo da área isolava um colega na área que não marcaria por um triz. O Benfica respondia aos 48 minutos com um remate de Filipe Aguiar na pequena área para uma defesa espectacular do guarda-redes do Monte Carlo, Ho Man Fai. Daí resultou um canto que terminaria com o central encarnado Filipe Duarte, a cabecear por cima da barra junto ao primeiro poste. Dois minutos depois e caberia a vez a Leonel ao falhar outro cabeceamento na área. Agora os ataques do Benfica sucediam-se e o Monte Carlo parecia ter gasto o gás, o que os encarnados iam aproveitando para levar perigo para a área amarela. Foi assim que aos 55 minutos Edgar Teixeira, à entrada da pequena área, falhava mais um cabeceamento, desta vez sozinho frente ao frente ao guarda-redes. A bola saiu à figura de Ho Man Fai. Corria o minuto 60 quando o Monte Carlo voltava a reagir através de uma boa subida de Cheang Cheng que centrava atrasado, servindo bem Chao Wai Ho que viria a consumar mais uma perdida para os homens de amarelo. Aos 63 minutos um mau passe do guarda-redes do Monte Carlo permitia a recuperação do Benfica. A jogada termina com Lionel a rematar ao lado, de baliza aberta, pois o guarda redes do Monte Carlo já estava fora de cena. Aos 65 minutos Neto perde mais uma oportunidade para o Monte Carlos ao não dar o melhor destino a um centro atrasado da esquerda fazendo a bola sair ao lado da baliza encarnada. E como quem não marca arrisca-se a sofrer foi o que aconteceu. Vivia-se o minuto 66 e Nicky Torrão, que tinha acabado de entrar para o lugar de Lionel, dava o melhor seguimento a uma jogada iniciada do lado esquerdo do ataque do Benfica. Um centro de Filipe Aguiar ao segundo poste permitia o remate forte, quase à queima roupa, de Chan Man para uma excelente defesa de Ho Man Fai, praticamente por reflexo. Mas a bola era impossível de agarrar e sobrou para Nicky que fez o favor de a enviar lá para dentro. Quatro minutos depois e chegava o momento do jogo com um golo fora de série de Meireles. Depois de recuperar a bola perto do grande círculo, após um mau passe dos jogadores amarelos, Meireles avançou mais uns passos e desferiu um remate portentoso a cerca de 10 metros da entrada da grande área. A bola arqueou e foi entrar próximo do ângulo superior direito da baliza de Ho Man Fai que ainda voou mas não teve qualquer chance. Um golo digno de figurar na lista dos melhores do ano à volta do mundo. Esfusiante de alegria, Meireles viria a celebrar o feito à Cristiano Ronaldo. Aos 81’ um pontapé de alivio da defesa do Benfica acaba por não ser interceptado pelos homólogos do Monte Carlo que, por esta altura já demonstravam claros sinais de desconcentração e Nicky aproveitava para correr isolado para a baliza fechado a jogada com um remate por baixo das pernas do guarda redes do Monte Carlo que pouco podia fazer naquelas circunstâncias. Estava feito o quarto para o Benfica e o assunto definitivamente encerrado. Com a chuva de golos do Benfica, o Monte Carlo, que já há muito tinha murchado, nunca mais foi visto a ameaçar Rui Nibra. Este resultado mantém o Benfica sete pontos à frente do Sporting, que também goleou este fim de semana impondo-se à Polícia por 6-1, pelo que os encarnados já praticamente podem encomendar as faixas de campeão. Henrique Nunes, Treinador do Benfica – “Penso que o campeonato está definido” Depois de ter andado várias semanas a evitar embandeirar em arco, Henrique Nunes assumiu finalmente que o campeonato pode já estar no saco: “Antes deste jogo sabíamos que era importante ganhar, estávamos perto mas agora, depois deste brilhante jogo, penso que o campeonato está definido”, disse. Em relação ao jogo, o treinador encarnado entende que estiveram perante “uma grande equipa” mas realça que “o Benfica deu uma demonstração de força e de vontade” e, por isso, foi “um vencedor justo”. Em relação ao golo de Meireles, Henrique Nunes não tem dívidas que “foi belíssimo” o que “só veio dar mais brilho à exibição encarnada”, garantiu. Cláudio Roberto, Treinador do Monte Carlo – “Resultado pesado demais” Após o jogo, o treinador do Monte Carlo foi logo avisando que “ é preciso ter cuidado para avaliar o jogo”, porque, disse “apesar dos 4-0, o Monte Carlo teve volume de jogo para conseguir um resultado diferente”. De qualquer forma, admite que a sua equipa está noutro patamar pois, garante, “é difícil jogar de igual para igual com uma equipa profissional”. Esse facto “não serve de desculpa”, explica, mas considera que tem de ser realista e capaz avaliar o seu grupo de trabalho. Uma equipa que, diz Cláudio, “tem vindo a crescer com jogadores jovens, alguns da formação”. Em relação à saída prematura de Amarildo, Cláudio Roberto explica que “perder um jogador deste nível, artilheiro do campeonato, faz falta”, mas foi logo adiantando que Neto, o jogador que o substituiu, “chegou agora, está a entrosar-se com a equipa mas precisa de tempo”, explicou. Meireles, jogador do Benfica – “Só vi baliza” Falámos também com Meireles, curiosos para saber como tinha sido armada aquela bomba: “dominei a bola, só vi baliza e correu bem”, disse humildemente o centro campista encarnado. Todavia, não surgiu por acaso porque, confessa, “vejo muitos vídeos para tentar fazer isto e desta saiu”. Em relação à celebração à CR7, Meireles explicou que “tento fazer sempre porque pretendo imitar o meu ídolo. É muito complicado mas de vez em quando dá para fazer uma coisa ou outra”, explicou, não se indo embora sem dar os “parabéns ao Monte Carlo” admitindo que o adversário lhes deu “muito trabalho”.
Sérgio Fonseca DesportoGP | Taça da Corrida Chinesa quer voltar [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]HM sabe que os organizadores da Taça da Corrida Chinesa gostariam de regressar pelo terceiro ano consecutivo ao Circuito da Guia, o que depende das autoridades do território. Estes têm ainda ambições de fazer parte da primeira corrida de automobilismo nas ruas de Hong Kong em Outubro, um cenário que ainda será mais difícil. Isto, porque a organização da Fórmula E obriga à utilização de viaturas eléctricas nas corridas de suporte dos seus eventos. O calendário para a temporada de 2016 ainda não foi apresentado pela Shanghai Lisheng Racing Co, a empresa promotora do campeonato, mas a ideia dos mentores deste projecto nascido em 2014 passa novamente por um mini-campeonato de quatro eventos com os Senova D70, ou “Shenbao” D70, como é conhecido na China continental – um carro que tem como base o Saab 9-5 e que é preparado para competição em Cantão. O conceito do troféu chinês é simples: cada federação automóvel da “Grande China” – Macau, Hong Kong, República Popular da China e Taipé Chinês – tem a sua equipa e nomeia os seus pilotos. Além dos participantes indigitados pelas quatro federações, os únicos que pontuam para o campeonato, o ano passado a organização colocou à disposição meia dúzia de viaturas para quem as quisesse alugar. Rota das rodas O calendário deverá ter uma ronda em Julho, no Taipé Chinês, outra em Agosto, no Circuito Internacional de Guangdong, aquela que é a “casa do automobilismo” da federação de Hong Kong, uma prova em Setembro, no circuito de Fórmula 1 de Xangai, e por fim, a confirmar, o Grande Prémio de Macau. Quando tudo estiver definido em termos de calendarização e prémios a atribuir será realizada a tradicional conferência de apresentação à imprensa em Pequim. Michael Ho, Hélder Assunção e Ip Un Hou representaram a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) em 2015, tendo o primeiro vencido a prova do programa do 62ª Grande Prémio de Macau. Couto continua a preparar nova época André Couto completou no passado fim-de-semana mais dois dias oficiais de testes do campeonato japonês Super GT. Para o piloto português e campeão em título da classe GT300, estes dois dias em Fuji foram de real importância para o Team Gainer desenvolver novos pneus para a temporada de 2016 em colaboração com a Dunlop. Couto menosprezou os tempos obtidos pelo Nissan GT-R GT3 que ostenta o número zero, explicando nas redes sociais que o trabalho da equipa se focou em encontrar um bom compromisso para longas distâncias, dada a natureza de “endurance” da competição nipónica. No computo geral, Couto, que foi constantemente mais rápido um segundo por volta que o seu novo companheiro de equipa, Ryuichiro Tomita, considerou o trabalho satisfatório. A temporada do campeonato Super GT arranca no próximo dia 9 de Abril, no circuito de Okayama.
Hoje Macau Desporto MancheteFutebol | Benfica 2 – Sporting 1 O jogo prometia mas deixou muito a desejar em termos de intensidade e situações de golo. De um lado o Benfica mais organizado e sempre mais acutilante, do outro o Sporting a jogar na fé; uma crença baseada na ideia que basta chutar a bola para que um companheiro a receba. Puro engano. Agora, com sete pontos de vantagem e os principais opositores derrotados, o Benfica fica muito perto da revalidação do título [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]bola saiu do Benfica que, por via destas coisas do sorteio, jogava em “casa” e, devido a isso ou não, desde logo mostrou que estava ali para ganhar o jogo, e depressa. Logo a abrir Marco Rios rematava dentro da área e obrigava Hugo Cardoso a aplicar-se e, aos três minutos e meio, Niki entra pela defesa do Sporting adentro, ainda remata à entrada da área mas sofre falta de Victor Almeida. Do livre, mesmo em cima da linha da grande área, Edgar Teixeira fazia a bola sobrevoar a barreira e entrar no lado direito da baliza de um espantado Hugo Cardoso que ficou a olhar para o estrago. Aos 20 minutos de jogo, o Sporting ainda não tinha conseguido rematar à baliza do Benfica e os passes falhados, alternavam com o pontapé para a frente. Claramente, o Sporting não conseguia criar soluções para o último terço do terreno e o Benfica, com a presença dinâmica de Cuco à frente da defesa, ia conseguindo manter os leões à distância. Sentiam-se uns rugidos leoninos mas coisa de pouca monta e nada que fizesse realmente perigar o ninho da águia. Talvez por isso, os encarnados também iam adormecendo até que, aos 26 minutos, uma bola cruzada do lado esquerdo do ataque do Benfica encontra Leonel Fernandes ao segundo poste, já na pequena área, que remata primeiro de cabeça, para defesa apertada de Hugo Santos, depois com o pé e a contar, perante a passividade da defesa leonina que não lhe ocorreu tirar a bola dali. Pouco tempo depois o Sporting tentava despertar e, aos 28, num livre da direita, a bola chegava ao segundo poste onde Taylor surgia a rematar de cabeça mas muito frouxo. Aos 32 chegava a vez de Juninho Soares perder uma cantada dentro da pequena área. No final da primeira parte era a vez de Pio cabecear ao lado na pequena área, como resposta a um centro primoroso de Juninho, vindo da direita. Mas foram actos esporádicos (únicos) porque se a primeira parte ia revelando alguma coisa era um Sporting a reagir mal à pressão alta do Benfica e a cometer muitos erros. Sporting marca, Benfica falha vários O Sporting entrou a tocar a bola com o passe mais curto e parecia mais disposto a fazer jogadas com princípio, meio e fim. Afinal de contas estavam dois abaixo e precisavam de reagir. Assim, logo as 47, os leões decidem incomodar Rui Nibra com um livre do lado esquerdo, mesmo na quina da área, e rematado directo à baliza por Lee Keng Pan obrigando Nibra a responder com uma boa defesa para canto. Depois deste assomo de energia, o jogo continuou numa toada morna e só de bola parada o Sporting conseguia criar alguma sensação de aproximação à baliza vermelha. O Benfica, esse, aproveitava para galgar terreno e tornar-se mais ameaçador. Aos 59 minutos uma jogada de combinação do lado direito da grande área do Sporting entre Ricardo Torrão e Aguiar termina com este a rematar forte para a primeira de uma série de boas defesas de Hugo Santos que se seguiriam e que o viriam a destacar como uma das figuras do encontro. Aos 66 minutos Iúri tenta um chapéu do meio do meio campo aproveitando uma saída de Hugo mas a bola saía ao lado. Um minuto depois e a defesa do Sporting falhava a intersecção de um cruzamento permitindo um remate forte da entrada da área a Niki Torrão para mais uma defesa do guarda-redes do Sporting. Por esta altura, o Sporting era uma equipa absolutamente passiva sendo frequente verem-se os jogadores especados, a ver jogar, sem procurarem dar linhas de passe aos colegas com bola. O Benfica aproveitava e ia intersectando passes e construindo jogo e, aos 70 minutos, mais duas defesas consecutivas do guarda-redes leonino, uma delas à queima-roupa a remate de Niki, e que assim mantinha o Sporting no terreno da derrota por números dignos. Aos 73 minutos, Rafael Moreira vê o segundo amarelo e deixa o Sporting a jogar com menos um. Aos 75, na sequência de um canto, Filipe Duarte falha à boca da baliza o que seria o terceiro do Benfica. Aos 78 minutos, penálti contra o Benfica. Rui Nibra, talvez aborrecido pela falta de trabalho, faz uma falta desnecessária sobre Ethan Lay (já estava descaído para o lado direito) saindo e derrubando o avançado sportinguista quando tinha três ou quatro defesas encarnados na zona da baliza. Da marcação por Juninho surgiria o golo de honra do Sporting e o primeiro sofrido pelo Benfica neste campeonato. O Sporting ainda arrebitou após o golo e conseguiu um livre perigoso aos 81 minutos, mesmo à entrada da área, mas que, depois de vários passes entre jogadores leoninos, resultou num remate disparatado, para as nuvens, de Juninho. Por esta altura já o treinador do Sporting descarregava a sua fúria pontapeando garrafas e bramando para o campo e para o banco de suplentes “falta de atitude” e “primeira parte oferecida”. Henrique Nunes, treinador do Benfica – “Vencedores justos” No final do jogo, o treinador do Benfica dizia que “o Benfica foi um vendedor justo porque criámos muito mais oportunidades” mas considerava que jogou com um equipa que “é tão boa como nós”, disse, e que lhes criou bastantes dificuldades. De qualquer forma garante que, “não há duvida que sofremos um bocado nos minutos finais” mas, para o treinador, “foi por culpa própria já que o Sporting estava em inferioridade numérica e ainda marcou um golo e conseguiu assustar-nos”. Relativamente às contas do título, Henrique Nunes disse que “sendo um jogo que não decidia nada, pode acabar por decidir quase tudo”. E, para bom entendedor, meia palavra basta. João Pegado, treinador do Sporting – “Demos 45 minutos de avanço” O treinador leonino estava desencantado considerando ter sido “um jogo onde o Sporting deu 45 minutos de avanço. Não em termos tácticos, mas em termos de atitude”. Para João Pegado, o Benfica mostrou mesmo querer mais o campeonato do que o Sporting. As melhorias na segunda parte terão a ver com a palestra de Rui Pegado que, ao intervalo, pediu à equipa para se soltar mais : “Melhorámos a nível anímico, quisemos mais a bola e tivemos a hipótese. Mesmo com um a menos ainda fomos procurar o 2-1 e depois até estivemos perto do empate. De resto enaltece os jogadores pela garra da segunda parte, contra uma equipa que, considera, “tem um boa estrutura e treina duas vezes por semana”. Pegado lamentava-se assim das condições difíceis de trabalho que enfrenta adiantando ainda que: “a minha equipa esta semana treinou uma vez num campo e, curiosamente, a partilhar com o Benfica”. Em relação ao resto do campeonato o objectivo é manter o segundo lugar e esperar que o Benfica escorregue.
Sérgio Fonseca DesportoFederação de Motociclismo de Portugal quer manter quota no GP Motos No próximo mês de Novembro Macau celebra o seu 50º Grande Prémio de Motos, um evento que será tão relevante para a RAEM, como também o é para Portugal, onde o evento goza de muitos aficionados. Mantendo a boa relação com as entidades responsáveis da RAEM, que dura deste o tempo da Administração portuguesa do território, a Federação de Motociclismo de Portugal (FMP) quer estar representada à altura na celebração da quinquagésima edição. André Pires e Nuno Caetano foram nos dois últimos anos os únicos representantes de Portugal na prova. Caetano, que o ano passado se viu privado de participar na corrida do Circuito da Guia devido a uma lesão na clavícula, após se ter qualificado em 30º, anunciou em Fevereiro o abandono das pistas. Na sua página oficial da rede social Facebook, o experiente piloto português, 24º classificado no Grande Prémio de Macau em 2013 e nome habitual nas principais provas de estrada mundiais, revelou que decidiu pendurar o capacete para se dedicar totalmente à sua vida profissional e familiar. Contudo, a FMP está confiante que se irá manter bem representada no evento de fim de época. “A participação de pilotos portugueses no Grande Prémio de Macau está dependente do amável convite da Comissão Organizadora do Grande Prémio à FMP. Satisfeito este pressuposto, o que nos agradaria seria de, pelo menos, manter a participação dos anos anteriores”, explicou ao HM Armando Vieira Marques, Director-Geral e Membro da Comissão de Velocidade da FMP. Tudo sobre rodas Apesar da ausência certa de Caetano e dos rigorosos critérios de selecção de participantes, o dirigente português está tranquilo quanto à qualidade da participação lusitana na prova, pois existem “outros pilotos que já participaram no Grande Prémio de Macau e que poderão cumprir com os critérios de elegibilidade”, diz. Poucos dias depois de Caetano ter dito adeus à competição, André Pires aproveitou para, também na rede social Facebook, revelar que um dos seus projectos para 2016 será competir no TT da Ilha de Man, a prova rainha da especialidade. Pires, que está mais habituado à competição em autódromos no Campeonato Nacional de Velocidade, onde foi campeão de Superbike em 2014, para além de contar com dois título nacionais em 125GP e SuperStock 600 no seu currículo, ainda não definiu onde correrá este ano, mas é praticamente presença confirmada na prova de Macau se Portugal mantiver a quota de dois convites. O motociclista de Vila Pouca de Aguiar foi 20º classificado na edição passada do Grande Prémio, aos comandos de uma Yamaha, tendo logo na altura deixado claro “querer vir cá outra vez” este ano.
Hoje Macau DesportoRugby | Associação celebra 20 anos com campeonato na TIS Os 20 anos de prática de rugby em Macau vão ser celebrados no próximo dia 19 de Março, no sábado, no campo desportivo da Escola Internacional de Macau (TIS, na sigla inglesa). O evento, organizado pela Associação de Rugby de Macau e pelo Clube de Rugby “Os Morcegos”, quer comemorar não só a presença da modalidade na RAEM, como a promoção do desporto como modalidade Olímpica. As festividades têm início às 11h30, com o Festival de Mini-Rugby, em que “Os Morcegos” trazem à região perto de 400 praticantes da modalidade, com idades compreendidas entre os cinco e os dez anos. No total serão 31 equipas – o dobro do ano passado – de oito clubes, em 66 jogos. Às 15h30, o Clube de Rugby – com a equipa “Macau Rugby” – dá as boas-vindas à equipa senior de Hong Kong, os Valley Rugby FC, que vêm “fortemente motivados depois de uma época de bons resultados nos diferentes campeonatos de Hong Kong”. Será o seu primeiro jogo de 15, aqui na RAEM, e é esperada uma competição “à altura” dos seus intervenientes e do evento que integram. O Presidente do Clube de Rugby “Os Morcegos”, Simon Carrington, refere: “Estamos felizes por acolher todas estas equipas de Hong Kong. Inclusivamente não conseguimos aceitar todos os pedidos de participação neste evento. Apesar da nossa pequena dimensão em relação a estes clubes de Hong Kong, o rugby continua em crescimento em Macau ao mesmo tempo que os pais vão descobrindo os benefícios deste desporto nas crianças. Ensinamos o espírito de equipa, desportivismo, respeito, fitness e prazer de jogar – valores que nós julgamos muito importantes para as suas vidas e para o desporto”. A entrada para o evento é livre.
Filipa Araújo Grande Prémio de Macau SociedadeGP | Comissão Organizadora é novamente criada. Desta vez sem remunerações [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Comissão Organizadora do Grande Prémio, anteriormente cancelada, está de volta, mas com diferenças: desta vez não há remunerações para os membros que dela fazem parte. Segundo publicação em Boletim Oficial, a Comissão voltará a ter a responsabilidade de coordenar a actividade dos vários serviços da Administração Pública e de várias entidades da sociedade no âmbito da organização do Grande Prémio de Macau, sem que no entanto, os principais membros recebam qualquer vencimento, seja em salário ou pagamento extra, como anteriormente acontecia. A nova Comissão volta a ser presidida pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, tendo ainda um coordenador, dois coordenadores-adjuntos e um secretário-geral, além de três representantes do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, cinco representantes da Direcção dos Serviços de Turismo e um membro de diversos organismos públicos, como os Serviços de Saúde, Bombeiros, Serviços de Alfândega e da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes. Na Comissão estará também um representante da Associação Geral de Automóvel de Macau-China e seis individualidades de “reconhecido mérito na área do turismo e do desporto de Macau”. Ainda não há nomes sobre quem vai tomar o lugar nestes cargos, ainda que ontem tenha já havido a primeira reunião oficial da Comissão. Alexis Tam vai designar os futuros membros em despacho no Boletim Oficial. Esta Comissão poderá ainda, tal como a anterior, constituir subcomissões. Os encargos com o seu funcionamento serão suportados pelo orçamento privativo do Fundo do Desporto.
Hoje Macau Desporto MancheteFutebol | CPK, 0 – Benfica, 2 Para o Benfica, qualquer que fosse o resultado resultava no primeiro lugar. Já o CPK precisava de pontos para colar-se à liderança. Calhou ao Benfica ganhar mas também fez mais por isso. Mas não muito mais. Um jogo aborrecido quase sem remates à baliza. Os que foram deram golo [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi um jogo de meio campo, com várias picardias e com ambos os guarda-redes praticamente como espectadores. A melhor notícia foi o relvado: muito melhor do que ambas as equipas estavam habituadas, agora que o campeonato se mudou para o Estádio de Macau. Pesado devido à chuva, e nda ter aprentemente no campo. redes como espectadores.lo. om grande qualidade que sep osicionam por seu lado ia gritando té certo, mas com relva algo que há muito não se vê para as bandas do MUST. Quatro minutos e meio passados, e saía o primeiro canto da partida para o Benfica mas sem consequências dignas de nota. Os encarnados começaram mais agressivos, com um futebol mais apoiado, mais posse bola mas sem efeitos práticos pois o CPK estava claramente disposto a fazer-lhes a vida difícil sempre bem posicionado no campo. Oportunidades dignas de nota, zero… para ambos os lados. Sensivelmente a partir dos 20 minutos de jogo a bola esteve praticamente sempre no meio campo defensivo do CPK mas, apesar disso, o Benfica não conseguia incomodar Domingos Chan, o histórico guarda-redes do CPK. Aos 29 minutos, uma falta feia de Lo Chin Fong sobre Iuri que se tentava escapulir pelo corredor direito terá sido dos momentos mais emocionantes do período. Domingos Chan apenas fez a primeira defesa à meia hora de jogo em resposta a um remate frouxo de Niki, na pequena área, depois de uma jogada de certo envolvimento do ataque do Benfica com vários remates a embater na defesa do CPK. O primeiro remate do CPK deu-se por volta dos 38 minutos e por intermédio de Lo Chin Fong após uma desatenção da equipa do Benfica que permitiu o contra-ataque da equipa vestida de negro. O remate viria a sair ao lado. Cuco acorda o estádio ao minuto 96 O Benfica começou logo por tentar mudar as coisas ao intervalo com a entrada de Alison Brito para o lugar de Iuri mas continuava tudo igual à primeira parte até que, ao minuto 53, o Benfica finalmente inaugurou o marcador, numa daquelas jogadas onde pouco o faria esperar. Um bom primeiro remate, precisamente de Alison, Domingos fez uma defesa incompleta com a bola a ressaltar para Niki que conseguiu coloc2, 0 – Benfica,o dirieto rra do golo num belo es. algum tempo atlo que ns parecia ndor do Benfica, por seu lado ia gritando tá-la por debaixo do guarda-redes que ficou muito mal na fotografia ao denotar alguma passividade no lance. O golo teve o mérito de dar alguma genica à equipa do CPK mas o guarda-redes do Benfica continuava a ser um espectador. O treinador do Benfica, por seu lado, ia gritando à equipa para insistir na pressão, dizendo aos seus jogadores para não deixarem o CPK sair a jogar. O jogo continuava embrulhado ao meio campo e, nas bancadas, ouvia-se quem pedisse aos jogadores que rematassem à baliza mas os apelos caiam em saco roto. O CPK raramente passava do meio do meio campo do Benfica e as águias de Macau, apesar de normalmente instaladas no meio campo adversário, continuavam a não chegar à baliza. De parte a parte, muitos jogadores iam caindo por terra e o jogo era interrompido com frequência. Numa dessas vezes até a equipa da Cruz Vermelha demorou em aparecer, talvez anestesiada pelo que não se passava no relvado ficando o jogo parado durante algum tempo até que a maca finalmente surgiu para assistir Niki que acabaria por ser substituído por lesão. As interrupções obrigaram o árbitro a dar seis minutos de tempo extra, numa fase em que já se registavam muitas picardias entre os jogadores. Mesmo no final do jogo, e quando já nada o fazia esperar, depois de muitas discussões, o Benfica viria a marcar o segundo golo na sequência de um pontapé de canto do lado direito. Cuco, o número 10 do Benfica, aproveitou bem a sobra da bola para a entrada da área e rematou forte, de primeira, sem hipóteses para Domingos Chan, apesar daquela ainda ter aparentemente deflectido num jogador do CPK. E o estádio acordou. E o jogo acabou. Paulo Conde, treinador do CPK – “O Benfica ainda não pode cantar vitória” O treinador do CPK confessou que “era um jogo contra os campeões de Macau” e por isso não foi fácil para eles. Todavia, garantiu que “não viemos para este jogo para defender.” Em relação à sua equipa, atenta que “é bastante jovem” mas garante que ainda tem uma palavra a dizer na segunda volta. Em relação ao jogo considera que “o Benfica tem uma equipa excelente mas não pensem que podem cantar vitória”. De qualquer forma, acha que “a vitória do Benfica é justa, pois eles têm uma equipa bem forte, com um bom banco”. Henrique Nunes, Treinador do Benfica – “Estas vitórias sabem melhor” O treinador encarnado estava visivelmente feliz após o encontro pois, como adiantou, “estas vitórias contra o Ka I e o CPK, porque são adversários directos sabem melhor”. Em relação ao jogo, Henrique Nunes acha que foram a melhor equipa em campo e a que procurou mais o golo. “Fomos uns vencedores justos”, disse, explicando ainda que “não foi fácil porque são equipas que trabalham tão bem como nós, com jogadores de grande qualidade e que se posicionam bem no campo”.
Hoje Macau Desporto MancheteAntónio Aguiar | Presidente da Associação de Patinagem de Macau A Associação de Patinagem de Macau anda feliz pois tem um pavilhão novo onde praticar. Para trás ficam as más recordações do piso do D. Bosco que servia mais para gerar lesões do que para rodar. Até já conseguem organizar torneios Internacionais, o que vai acontecer de 23 a 27 de Março. Uma conversa com o presidente, António Aguiar, onde ficamos a saber que o hóquei tradicional vive no limite da sobrevivência mas a versão em linha está em plena explosão Têm um novo quartel general ao que sabemos… É verdade, depois de muitos anos à espera finalmente temos uma casa para a patinagem – é o antigo pavilhão da Universidade de Macau. Que vantagens estas novas instalações vão trazer ao desenvolvimento da modalidade? Em primeiro lugar o piso. O D. Bosco era o pior possível, agora temos um piso próprio. Antes tínhamos imensas lesões por causa disso. Mas era lá que fazíamos tudo, mesmo jogos internacionais. Estávamos confinados ao D. Bosco e isso prejudicava-nos a evolução, as rodas prendiam, os miúdos desanimavam… Por outro lado, temos mais tempo para treinar e organizar competições. No D. Bosco estávamos limitados a quatro dias por semana e duas horas por cada um desses dias. Oito horas por semana para todas as selecções de hóquei, tradicional e em linha. Era manifestamente pouco. Quantos atletas estão envolvidos nas diversas modalidades? Cerca de 300 contando com as escolas de patinagem. As escolas onde ensinamos os miúdos a patinar, sobretudo miúdos. Depois seguem para as outras modalidades, hóquei e corrida. Vão às escolas ensinar? Sim. Neste momento estamos no Colégio Anglicano, na Escola Portuguesa, onde vamos começar agora, no Yuet Wah e no Colégio D. Bosco. Com monitores profissionais? Temos quatro monitores profissionais contratados por nós que trabalham a tempo inteiro para a associação. Qual é o orçamento anual necessário para gerir todas essas actividades? Se excluirmos estes eventos extraordinários, como este torneio que aí vem e as deslocações a campeonatos internacionais, o orçamento regular, incluindo pagamento de pessoal, ronda as 800 mil patacas. Em termos de adesão de novos praticante para a modalidade. Qual é a situação? Isso é algo que nos satisfaz bastante. Esta associação viveu durante muitos anos exclusivamente do hóquei em patins e houve uma altura, ainda antes de 1999, em que era vista como uma associação quase exclusivamente de portugueses, sem qualquer capacidade de penetração na comunidade chinesa. Isso mudou entretanto? Mudou precisamente graças ao hóquei em linha. Por razões que eu não consigo explicar mas que penso ter a ver com o facto de ser muito mais fácil aprender a patinar em linha do que no patim tradicional. Nós estimamos que um miúdo de seis anos que comece a aprender a patinar, se lhe dermos um par de patins em linha, na segunda aula já se consegue manter de pé e andar um pouco, o que não acontece com o patim tradicional. O hóquei em linha está a destronar o tradicional. Sim, já destronou. Porque é que o hóquei tradicional se resume praticamente a Portugal, Espanha, Itália e Argentina? É a escola. Vem tudo da escola. Em Macau tivemos sempre uma equipa boa de hóquei porque sempre tivemos portugueses na base. E porque é que os outros países não desenvolvem a modalidade? Porque não é uma modalidade olímpica. E acha que alguma vez vai ser? Não. Experimentou-se uma vez nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 92, como modalidade de exibição e correu muito mal. Qual foi o problema? As equipas participantes, especialmente as que referiu, queriam tanto ganhar para serem considerados os primeiros campeões olímpicos que as exibições foram terríveis. Ainda não existiam as regras novas de anti-jogo e houve vários jogos com as equipas a reterem a bola atrás da baliza e a acabarem sem golos. Isso não é normal no hóquei em patins. É muito difícil tirar a bola a um jogador de hóquei em patins. Não é como no futebol. A técnica é tudo. Um jogador virtuoso e tecnicista, como é o caso de muitos em Portugal, consegue ficar com a bola minutos se assim pretender. Nesta modalidade isso é uma eternidade e foi péssimo para o espectáculo. Se é mais fácil patinar em linha e temos uma escola de patinagem clássica porque é que Portugal não cresce no hóquei em linha? Em Portugal não existe. Mesmo. Nem equipa tem. A Espanha tem mas Portugal nunca quis investir nisso. As melhores são as de leste. Por causa do gelo? Sim, muitos jogadores jogam no gelo no Inverno e em linha no Verão. É mesmo muito diferente… Sim, são modalidades completamente diferentes. Aqui há uns anos fez-se uma experiência: permitir a jogadores praticarem hóquei tradicional com patins em linha. Foi um desastre. É perfeitamente incompatível. Se colocarmos dois jogadores ao lado um do outro, cada com o seu tipo de patins, a correr em direcção a uma bola no outro lado do campo, o de patins em linha chega lá muito antes mas enquanto tenta travar e controlar a bola o de patins clássicos chega e tira-lha. O hóquei em patins é um jogo de técnica pura. Quem não a tiver não consegue jogar. O hóquei em linha é um jogo de força e velocidade. Até porque nem é uma bola. É um puck. Então se quisermos comparar o número de praticantes em Macau nas duas modalidades? Quem tem mais? O hóquei em linha, claro. No hóquei em patins jogadores preparados para competir não temos mais de 15. Muito poucos porque a renovação não tem sido feita. E estamos a utilizar jogadores com 40 anos e mais… E o que vai acontecer? Os campeões asiáticos vão desaparecer? Nos próximos cinco a seis anos ainda temos garantia de termos equipa. E trazer jogadores de fora? Têm de ser residentes para jogar na selecção e isso dificulta. E se começarem já? Já tentámos trazer jogadores que depois acumulavam as funções de monitores de patinagem mas não funcionou. Tivemos vários problemas de adaptação e resolvemos não continuar nessa política. Era um esbanjar estúpido de dinheiro. Qual a solução? Investir nalguns miúdos da Escola Portuguesa que treinam connosco. Então isso quer dizer que os campeões asiáticos estão em risco de extinção… Não! Enquanto cá estiver isso não vai acontecer. Nem que tenha de os ir buscar aos patins em linha (risos). E digo mais: já se colocou essa possibilidade várias vezes e demos sempre a volta. Como darão a volta? Com os miúdos. Neste momento, de entre cada dez que temos a aprender a patinar, nove vão para o inline. Mas um em dez já chega. Mantemos é sempre o hóquei em patins no limiar da sobrevivência, ai isso sim. Mas acabar não. Recuso-me liminarmente a utilizar esse termo. Perspectivas para o próximo campeonato asiático Renovar o título. Quais são os principais concorrentes? O Japão, Taiwan e talvez a Índia. Mas nunca se sabe com a Índia, porque apesar de terem uma base de recrutamento grande, estão sempre a mudar de equipa, sempre a começar de novo. Às vezes aparecem com uma equipa forte, outras vezes não. Acontece sistematicamente. E como treinam, então? Entre nós. Tem de ser. Por isso precisamos destes torneios internacionais. Às vezes vamos a torneios fora como fomos a Montreux duas vezes. Mas é de vez em quando. De dois em dois anos, de três em três anos… é esporádico. Nesta zona do mundo não temos com quem jogar. Para melhorarmos o nível de forma consistente temos de treinar com equipas iguais ou mais fortes e todas elas estão muito longe. O centro competitivo do hóquei em patins é a Europa e a América do Sul e isso sai muito caro. E o hóquei em linha? Quais as perspectivas? Ir subindo e transformarmo-nos numa equipa com ambições sérias. Começámos há cinco anos e no último mundial, no ano passado, ficámos em 14º lugar entre 18 equipas. Ainda estamos na metade inferior da tabela, o que quer dizer que temos muita margem de progressão. Vamos ver como vai ser o mundial em Itália em Junho deste ano. E o asiático, em Outubro, na China. No último ficámos em 6º entre nove equipas e na Ásia há equipas muito fortes como a China, campeã asiática e Taiwan vice-campeã. E vêm cá todas no nosso torneio da Páscoa, escolhemos equipas que nos podem dar luta, que nos podem ajudar a progredir. A equipa de hóquei em linha é maioritariamente composta por jogadores chineses? Todos. Nem um português. E porque é que os portugueses do hóquei clássico não vão para a modalidade? Já tentaram. Não dá. Torcem os tornozelos, as técnicas de travagem, de arranque, é tudo diferente. Nas classes mais jovens há portugueses porque, como lhe disse, a maior parte dos miúdos escolhe o inline. Mas não são tão bons como os chineses… Não. É curioso e até me atreveria a dizer, sem qualquer base científica claro, que é genético. Não consigo entender porquê. O que é facto o limitadas a corridadas em estrada por falta de pista obrevivencia de terem uma base de recrtutamento grande estchega primeirééeé que os miúdos chineses têm uma facilidade tremenda em praticar hóquei em linha. São muito superiores. Um desejo para a patinagem em Macau? Uma pista. É viável? Acho que sim. Já apresentámos vários projectos ao governo para a colocar em diversos espaços porque a ideia que temos é que dinheiro não será o problema desde que arranjemos o espaço. Já apresentámos diversas soluções. Nem é preciso muito. São 200 metros com um relevé nas curvas. O nosso grande projecto é mesmo uma pista com um rinque ao meio. E digo-lhe uma coisa: ia ser um sucesso. Porque os miúdos gostam. É uma modalidade bonita. Patins há muitos A APM nasceu com o hóquei mas o mundo da patinagem é bastante vasto. Hoje em dia a Federação Internacional inclui nove modalidades diferentes. Em Macau a associação local já tem 33 anos de idade e nasceu com o hóquei em patins, durante bastante tempo a sua única modalidade. Nos últimos anos, para acompanhar a evolução surgiu o hóquei em linha e as corridas de patins em linha, que em Macau estão limitadas à estrada por falta de pista. “Temos cerca de 20 atletas que praticam na marginal da Taipa às 7 da manhã ou às 10 da noite quando há menos gente”, diz-nos António Aguiar. Em breve esperam iniciar o free style, uma combinação entre patinagem artística e a técnica de patinagem e, em relação à qual estão previstas exibições para o torneio que se avizinha. Torneio de Páscoa Para prepararem os campeonatos do mundo e asiático em hóquei em patins e em linha e aproveitando o facto de terem novas instalações, o antigo pavilhão universitário na Taipa, a APM vai organizar um torneio nas duas modalidades. Para o de hóquei em patins foram convidadas as equipas seniores do Japão, Taiwan, Austrália e o Sesimbra, da II divisão de Portugal, mais a selecção do País Basco que virá com uma equipa de sub 23. O torneio sénior de hóquei em linha contará com a presença de quatro das mais fortes equipas asiáticas (China, Taiwan, Coreia e Hong Kong) e, pela primeira vez na Ásia, um torneio de sub15 de hóquei em linha com a presença dos mesmos países, ao ponto de António Aguiar confessar que “vai ser uma surpresa pois nem eles nos conhecem a nós, nem nós a eles”. Entre atletas, dirigentes e técnicos este evento movimentará cerca de 300 pessoas e vai custar pouco mais de um milhão de patacas, um valor que será pago, conforme julga António Aguiar, a cerca de 90% pelo Governo de Macau. Em homenagem aos dois actuais vice-presidentes da APT, que António Aguiar classifica como “as duas únicas pessoas que há 33 anos colaboram e trabalham na associação”, os torneios vão ostentar os seus nomes. Vamos ter, por isso “Gentil Noras Cup” no hóquei em Patins e a “Manuel da Luz Cup” para o hóquei em linha. Como diz, o presidente da APT, “é mais do que justa esta homenagem a pessoas que dedicaram uma vida à modalidade”. O torneio realiza-se de 23 a 27 de Março no antigo pavilhão da Universidade Macau na Taipa. A entrada é livre.
Sérgio Fonseca DesportoFIA confirma continuidade da Taça Mundial de GT [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Conselho Mundial da Federação Internacional do Automobilismo (FIA), realizado na passada semana em Genebra, na Suíça, confirmou a continuidade da Taça do Mundo FIA de GT no Circuito da Guia. “Encorajado pelo sucesso da primeira edição da Taça do Mundo FIA de GT em Macau no último mês de Novembro, o Conselho Mundial da FIA aprovou a proposta da Comissão de GT para o regresso da Taça do Mundo FIA de GT à localização icónica de Macau a 19-20 Novembro, 2016”, era possível ler no breve comunicado emitido pela federação internacional. Este anúncio não chegou com surpresa, até porque a RAEM terá sido a única opção para acolher o evento, não constando ter existido um outro candidato capaz de cumprir os requisitos desportivos e financeiros exigidos pela FIA. A Comissão de GT da FIA não revelou se haverá alterações ao formato da prova que até 2015 se chamou apenas Taça GT Macau, limitando-se apenas a anunciar os próximos procedimentos. “Como resultado da confirmação da segunda edição da Taça do Mundo FIA GT, a FIA irá lançar convites para concurso de um fornecedor único de pneus e um fornecedor único de gasolina para o evento”. Curiosamente, a FIA também aproveitou este Conselho Mundial para lançar o concurso para a organização das Finais Mundais de Fórmula 4. Esta ideia surgiu pela primeira vez em 2014 pelas mãos de Gerhard Berger, então responsável pela Comissão de Monolugares da FIA. O ex-piloto de F1 austríaco era a favor do Circuito da Guia para acolher a organização deste evento que reunirá os melhores pilotos dos dozes campeonatos de Fórmula 4 espalhados pelo mundo. O sucessor de Berger, o italiano Stefano Dominecali, também reconheceu numa entrevista recente na imprensa inglesa que Macau seria uma excelente localização, mas a primeira prioridade da FIA era equiparar as viaturas dos concorrentes de vários campeonatos e não o palco do espectáculo.
Hoje Macau DesportoBenfica de Macau vence Ka I e mantém liderança O jogo começou vivo e equilibrado com bola cá, bola lá apesar do Benfica se mostrar mais assertivo nas aproximações à baliza adversária mas sem efeitos práticos quer para um, quer para o outro lado. Na segunda parte, com o primeiro golo do Benfica logo no início, o Ka I foi-se desmoronando aos poucos [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]ra um jogo essencial para o Ka I que precisava de ganhar se pretendesse ainda manter sonhos de título, e a equipa até começou bem com mais posse de bola, o problema é que não sabia muito bem o que lhe fazer com os avançados sempre a serem mal servidos. O Benfica, com o seu futebol mais apoiado, tinha menos bola mas chegava mais perto da baliza adversária e, logo aos sete minutos, surge uma entrada perigosa de Iuri pelo lado direito área que viria a dar canto. Na sequência, um remate fora da área cruzado que por pouco não era emendado junto à baliza. Perto do quarto de hora, o Benfica já somava três cantos contra nenhum do Ka I, apesar destes até parecerem mais balanceados no ataque deixando sempre dois homens na frente, William e Fabrício Lima. É também nessa altura que surge o primeiro cartão amarelo do jogo, para Leonardo, o central do Ka I, por falta dura sobre Niki. Leonardo estava, inclusivamente a ser o jogador mais esclarecido na equipa do Ka I. O jogo, aliás, viria a ficar marcado por muita dureza de parte a parte com o árbitro, o senhor Grant, a mostrar alguma indulgência perante as entradas mais ou menos duras que se iam sucedendo. Aos 20 minutos o Ka I cria finalmente algum pânico na defesa do Benfica mas a teve pouco esclarecimento na altura de dar o melhor seguimento à bola. O Benfica, nesta fase, defendia com todos deixando apenas Niki na frente que alternava com Leo. De qualquer forma, era o Benfica que continuava a somar cantos e só pouco depois da meia hora o Ka I conseguia o primeiro remate com algum perigo. Foi por intermédio de Adilson mas a bola viria a sair ao lado. No final da primeira parte jogaram-se mais três minutos a justificar as diversas interrupções motivadas por faltas mais duras com vários jogadores de ambos os lados a necessitarem de assistência. Custou mas foi A segunda parte inicia-se com um ataque veloz do Benfica que culmina com um remate violento de Leo por cima da barra, ignorando um jogador do Ka I que estava lesionado dentro da área apesar dos gritos do treinador Henrique Nunes e dos jogadores do Kai que pedias que a bola fosse enviada para fora a fim de que o jogador pudesse ser assistido. Tal não aconteceu o que deixou o técnico benfiquista muito irritado. Aos 50 minutos era finalmente inaugurado o marcador na sequência de um canto. Centro para a área de Chi Kin do lado esquerdo, uma primeira cabeça dentro da área que serviu para amortizar a bola para um remate frouxo de Leo, rasteiro, de fora da área mas colocado, com o guarda-redes do Ka I ainda a tocar na bola mas com esta a acabar por entrar junto ao seu poste direito. O jogo continuava cheio de entradas duras para um lado e para o outro o que viria mesmo, aos 58 minutos, a resultar na lesão de Fabrício Lima, do Ka I, que seria substituído por Vinicius. Aos 60 minutos, o Ka I mostrava os dentes com um livre marcado a meio do meio campo do Benfica por Chan Pak Chun. A bola seguiu a pingar para a baliza e o guarda-redes do Benfica salva in extremis desviando por cima da barra para canto. Da marcação resultaram uma série de remates do Ka I dentro da pequena área do Benfica terminando a jogada com um cabeceamento de Leonardo por cima da barra. Aos 67 minutos, um contra ataque rápido conduzido por Filipe Aguiar termina com este a sofrer falta à entrada da área, do lado esquerdo do ataque do Benfica. Do livre sairia o segundo golo dos líderes do campeonato. Edgar Teixeira na marcação da falta enviou a bola para o segundo poste onde Leo surgiu sem marcação a cabecear para golo. Nem precisou de levantar os pés do chão tal a passividade da defesa do Ka I. O Kai I acusou bastante este golo e o Benfica aproveitou para agarrar nas rédeas do jogo com o seu treinador sempre muito interventivo a pedir aos jogadores para pressionarem alto e não deixarem o adversário sair a jogar. Aos 76 minutos novo canto para o Benfica e novo golo. Desta vez foi Niki, também de cabeça, com a bola entrar a pingar no canto superior direito da baliza do Ka I, quase parecendo que a bola ia sair por cima da barra e talvez também tivesse sido essa a sensação do guarda redes do Ka I. Mas não. Golo muito festejado pelas hostes benfiquistas que assim sabiam estar a matar o jogo. Apesar de moribundo, o Ka I ainda descobriu alguma clarividência nos minutos finais obrigando a defesa benfiquista aplicar-se e, inclusive, a cometer alguns erros mas que não chegaram para o Ka I marcar. Aos 88 minutos fica um penálti por assinalar a favor do Benfica com Chan Man a ser puxado dentro da área, mas o árbitro assim não entendeu. Chegados aos 90 foram dados mais três minutos de tempo extra por razões idênticas às da primeira parte. O jogo viria a terminar com o Ka I a tentar o golo de honra, o que não veio a acontecer. Com o apito final seguiram-se as celebrações efusivas da equipa benfiquista que, com este resultado, fica claramente mais perto do título. Seguem-se agora os jogos com CPK, Monte Carlo e Sporting onde, aí sim, o título desta época irá ser decidido. Henrique Nunes, treinador do Benfica – “Ainda não podemos pensar no título” Para o treinador do Benfica ainda falta algum tempo até que possam pensar a sério na revalidação do título porque ainda faltam jogos cruciais como os embates com o CPK e o Sporting mas, adianta, “se continuarmos a ter esta postura e a ganharmos fica mais perto, mas para já não”. Henrique Nunes voltou a queixar-se do estado do terreno mas também do calor apesar de reconhecer que “foi igual para ambas as equipas”. Todavia, o estado do relvado é mesmo a sua principal lamentação argumentando que isso “inviabilizou a equipa de apresentar um melhor futebol”. Em relação ao jogo, considerou que as coisas ficaram mais facilitadas após o primeiro golo dizendo que “a equipa soltou-se mais na segunda parte e as coisas acabaram por ficar mais simples”. Josicler, treinador do Ka I – “A direcção tem de parar de inventar” Naturalmente, foi um Josicler insatisfeito que encontramos no final do jogo. Com a equipa e com a direcção do clube. “Não podemos ter jogadores a dormir nas bolas paradas”, disse, adiantando ainda que “para mim bola parada é bola morta e não se admite tanta falta de concentração” apontado o facto de todos os golos terem sido sofridos dessa forma. Mas, para Josicler, o principal problema está a montante: “a direcção tem de perceber que para montar uma equipa é preciso perceber de futebol. Senão percebem, não inventem”, disse o treinador que não compreende como se desmancha uma equipa que foi vice-campeã no ano passado e vencedora da Taça. “Sempre escolhi os jogadores mas este ano não”, disse Josicler explicando que precisa de ter jogadores que transportem a bola com qualidade para os avançados como, por exemplo, o Benfica tem. “Perdi jogadores importantes que faziam a diferença na equipa e agora estamos a pagar o preço”, disse ainda Josicler. Em relação ao jogo, o treinador do Ka I referiu que “os atacantes estiveram muito isolados” apesar da equipa ter equilibrado as operações na primeira parte reforçando a necessidade de estabilizar o plantel como as principais equipas concorrentes o fizerem. Com mais esta derrota os objectivos agora passam por “voltar às vitórias para moralizar os jogadores”, explicou Josicler. Jackson Martinez marca na jornada inaugural da Superliga chinesa O internacional colombiano Jackson Martinez, antigo jogador do FC Porto, marcou na jornada inaugural da Superliga chinesa de futebol, ao serviço do Guangzhou Evergrande, que perdeu, por 2-1, no estádio do Chongqing Lifan. Martinez, que chegou em Janeiro à China, oriundo dos espanhóis do Atlético de Madrid, numa transferência avaliada em 42 milhões de euros, marcou no início da segunda parte, quando o Evergrande perdia por 1-0. O colombiano é a segunda contratação mais cara de sempre por um clube chinês. O clube treinado pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari, antigo seleccionador de Portugal e do Brasil, tem vindo a dominar o futebol chinês nos últimos cinco anos, mas o crescente poderio financeiro de outros emblemas promete elevar a competição ao rubro.O primeiro golo foi marcado pelo internacional brasileiro, e antigo jogador do Benfica, Ramires, a outra ‘loucura’ do Suning – custou 30 milhões de euros. Já a equipa do único jogador português na competição, o médio internacional Rúben Micael, arrancou com uma derrota, por 0-1, na recepção ao Liaoning Whowin. A Superliga chinesa decorre até ao final de Outubro.
Sérgio Fonseca DesportoPatrícia Fernandez quer correr no GP Macau Motos [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] norte-americana Patrícia Fernandez quer ser a primeira senhora a competir com uma Superbike no Grande Prémio de Macau de Motos. A edição deste ano deverá novamente atrair os nomes sonantes das provas de estrada e reunir em Macau as habituais estrelas internacionais desta corrida tão peculiar. Contudo, aquela que é uma das mais populares corridas do programa poderá ter ainda este atractivo mediático adicional. Para melhor preparar a difícil aventura que tem pela frente, a nativa de Oklahoma, que vai para a sua terceira temporada como profissional, está a considerar participar com uma moto de 1000cc na célebre prova Ilha de Man TT, onde espera assumir-se internacionalmente como uma corredora de Superbikes, depois de duas temporadas a tripular uma Yamaha YZF-R6 600cc no campeonato MotoAmerica Superstock 600. Mas como a corrida urbana na dependência da coroa britânica também exige uma preparação escrupulosa, a latina de 30 anos viajou no passado fim-de-semana até Philip Island, na Austrália, para disputar a prova de abertura do Campeonato Australiano de SuperBikes. Num circuito que desconhecia, Fernandez terminou as três corridas na mesma volta do vencedor, tendo obtido um honroso 22º lugar, entre 34 participantes, como o seu melhor resultado. Apesar das dificuldades em encontrar patrocinadores para financiar esta nova fase da sua carreira, Fernandez espera conseguir ter verba para correr em Novembro no Circuito da Guia. Aliás, este é um objectivo que já tinha o ano passado e apenas a restrita regulamentação da prova do território travou as intenções da primeira motociclista norte-americana a competir no exigente Grande Prémio Ulster. “Tentamos correr no Grande Prémio de Motos de Macau o ano passado”, disse Fernandez em entrevista ao site Roadracingworld.com. “A razão para eles não me aceitarem foi porque eu não tinha qualquer experiência profissional de Superbikes”. Já com os olhos na sua próxima prova, a Daytona 200, nos EUA, Fernandez vai somando importante quilometragem para ser aceite pela organização desportiva do Grande Prémio de Macau e assim homenagear o seu namorado e ex-piloto Dane Westby, que faleceu tragicamente no início do ano passado num acidente rodoviário. O Grande Prémio de Motos de Macau comemora este ano o seu quinquagésimo aniversário. Este acontecimento marcante só por si irá proporcionar uma atenção suplementar sobre a única corrida de duas rodas que resta do programa do evento motorizado da RAEM.
Hoje Macau DesportoFutebol | Superliga chinesa dá o pontapé de saída [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Superliga chinesa de futebol arrancou ontem, animada pela contratação de grandes estrelas internacionais, mas o único jogador português na competição, Rúben Micael, considera que o título será disputado apenas por “duas ou três equipas”. “Até podes ter o Messi, o Ronaldo e o Iniesta, mas se não tiveres mais oito bons jogadores é impossível ganhar o campeonato”, comenta à agência Lusa o médio internacional português. Apesar dos gastos recorde na contratação de nomes sonantes, Rúben Micael lembra que “quem faz a diferença são os jogadores chineses”. Segundo os regulamentos vigentes no campeonato chinês, no onze em campo podem alinhar, no máximo, três jogadores estrangeiros não asiáticos. “Há mais grandes craques de nível mundial que querem vir” para a China, revela Rúben Micael. “O problema são as vagas”. Por isso, o futebolista, que também já alinhou, entre outros, pelo União Madeira, Nacional, FC Porto e os espanhóis do Atlético de Madrid, acha “que eles deviam apostar mais na formação do jogador chinês”. O médio de 29 anos foi contratado no ano passado ao Sporting Braga pelo Shijiazhuang Everbright, clube sedeado na capital de Hebei, província que confina com Pequim. “Os primeiros quinze dias não foram fáceis”, recorda. O choque de viver entre uma “cultura diferente” foi, entretanto, atenuado por “um tradutor disponível 24 horas” e a “cozinha europeia que o clube faz questão de disponibilizar”. No Everbright jogam ainda um brasileiro, um venezuelano e um coreano. Milhões do oriente A China figura em 93.º lugar no ranking da FIFA. Qualificou-se uma única vez para um Mundial, em 2002, na Coreia do Sul, mas perdeu os três jogos que disputou e não marcou um único golo. No entanto, as 16 equipas que disputam a prova máxima do futebol chinês investiram este ano cerca de 331 milhões de euros na contratação de jogadores estrangeiros, mais 92% do que gastaram na temporada anterior. Naquele campo, a China bateu todas as potências desportivas do planeta. O brasileiro Alex Teixeira, contratado pelo Jiangsu Suning, por 50 milhões de euros, tornou-se o jogador mais caro de sempre no futebol chinês. O ex-avançado do FC Porto Jackson Martínez, contratado ao Atlético de Madrid pelo Guangzhou Evergrande, por 42 milhões de euros, foi o segundo mais caro. O clube treinado pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari, antigo seleccionador de Portugal, tem vindo a dominar o futebol chinês nos últimos cinco anos. No ano passado, sagrou-se campeão após uma luta renhida com o Shanghai SIPG, conjunto orientado pelo sueco Sven Goran-Eriksson, que esteve no Benfica cinco épocas (1982/1984 e 1989/1992). Já o Jiangsu Suning, que terminou em nono lugar na época passada, promete ser também um forte candidato. Além de Alex Teixeira, aquele clube contratou o internacional brasileiro Ramires, que já passou pelo Benfica, por mais de 30 milhões de euros. O colombiano Fredy Guarín, que representou o FC Porto, rumou ao Shanghai Shenhua, enquanto o compatriota Freddy Montero, avançado do Sporting, assinou pelo Tianjin Teda, por cinco milhões de euros. O argentino Ezequiel Lavezzi, o costa-marfinense Gervinho ou o camaronês Stephane Mbia são outros jogadores pagos a ‘peso de ouro’ que se estreiam por emblemas chineses. A Superliga chinesa decorre até ao final de Outubro. Apesar do rol de estrelas a rumar a oriente não ter um impacto directo na selecção da China, já eliminada na fase de qualificação para o Mundial de 2018, Rúben Micael concorda que só se aprende com os melhores. “O jogador chinês vai-se esforçar ao máximo para aprender com os estrangeiros”, prevê.
Hoje Macau Desporto MancheteLiga de Elite | Benfica, 14 – Casa de Portugal, 0 Não se esperavam grandes dificuldades para o Benfica mas, provavelmente, também não se esperariam tantas facilidade. Uma hiper-goleada num jogo de sentido único, em cima de um relvado num estado lastimável, onde a Casa de Portugal surgiu com apenas dois suplentes e praticamente não atacou. O Benfica apresentou um onze diferente do normal com alguns titulares habituais a ficarem no banco. Também ontem, o Sporting despachou o Kei Lun com sete golos sem resposta. O Benfica continua na frente do campeonato [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]os 47 segundos de jogo já o Benfica mostrava ao que vinha. Uma arrancada rápida pelo lado direito de Chan Man que entrou sozinho pela área dentro desferindo um remate cruzado sem qualquer oposição mas que viria a embater no poste. A Casa de Portugal defendia como podia, com destaque para o defesa central Turay, sempre muito activo a controlar as operações da equipa na defesa e, logo aos quatro minutos, Vini cruzava da direita para Alison Brito encostar e fazer o primeiro golo. A Casa de Portugal continuava a tentar deter os ataques encarnados deixando apenas o avançado Miguel Ângelo na frente, uma ou outra vez com a companhia de Duarte Pinheiro Torres e, aos 24 minutos, Alison Brito fazia o segundo da sua conta pessoal e da equipa. Apenas à meia hora de jogo a Casa de Portugal conseguia o primeiro ataque mas sem consequências dignas de nota. Aos 37 minutos, o Benfica chegaria ao terceiro golo por Aguiar que aproveitaria da melhor forma uma defesa incompleta do guarda-redes da Casa de Portugal a um remate cruzado de Lei Kam Hong da direita. Já perto do intervalo, a Casa Portugal tentou mais uma aproximação à baliza do Benfica mas, na resposta, a equipa encarnada desenvolveu um contra ataque rápido com a bola a ser enviada paras a costas da defesa resultando num golo fácil para Lei Kam Hong. Vinha aí um tsunami Com o resultado em 4-0 ao intervalo e as facilidades com que o Benfica chegava à baliza da Casa de Portugal, seria legítimo esperar mais golos encarnados na segunda parte mas, provavelmente, poucos esperariam mais 10. A expulsão de Wong U Cheng logo as 54 minutos e a lesão mais tarde de Turay fazendo com que a Casa de Portugal terminasse o jogo com nove jogadores também terão tido alguma coisa a ver com o assunto. Além disso, nem o guarda-redes escapou pois viria a lesionar-se cerca dos 70 minutos de jogo terminando em clara inferioridade física. Aos 50 minutos chegava o quinto do Benfica numa jogada rápida de contra-ataque de Lei Kam Hong que sentou um defesa e depois rematou forte e sem hipóteses para o guarda-redes. Dois minutos depois e surgia um belo remate de cabeça de Bernardo Marques na sequência de um canto para o sexto da contagem. Mais dois minutos e mais um golo, desta feita de penálti, por mão de um defesa, e que viria a ser convertido por Edgar Teixeira com o guarda redes a ficar estático a ver a bola passar para o canto inferior esquerdo da sua baliza. O jogo continuava com o Benfica a lançar constantes assaltos à baliza da Casa de Portugal e, aos 65 minutos, surge o que foi, provavelmente, o melhor golo da partida num remate em arco de Lei Kam Hong que resultou numa valente chapelada ao guarda redes que bem voou mas em vão. Dois minutos passados e mais um golo do Benfica com Filipe Aguiar a aproveitar um bom cruzamento da esquerda. Mais dois minutos e o mesmo jogador viria a facturar o seu quarto golo ao apanhar a defesa da Casa de Portugal desprevenida e rematar colocado. Aos 71, mais um penálti assinalado contra a Casa por derrube de um jogador do Benfica, cabendo desta vez a Chan Man as honras do momento. Bola para um lado, guarda-redes para um lado bola para o outro, clássico. Aos 73 chegava a dúzia com Carlos Góis e aos 76 minutos, um canto da esquerda do ataque do Benfica para a zona da pequena área permite a Bernardo Marques entrar outra vez bem de cabeça e fazer um golo parecido com o seu anterior, momento em que o guarda-redes da Casa de Portugal fica a coxear. Aos 85 minutos uma bola picada da esquerda para a direita permite a entrada de Carlos Góis que fecharia a contagem beneficiando também da apatia do guarda-redes que mal se fez ao lance por estar em manifestas dificuldades físicas. Henrique Nunes, treinador do Benfica: “O campeonato começa agora” Para o responsável encarnado era um jogo teoricamente fácil mas que “ficou ainda mais facilitado depois da expulsão e da lesão”, disse. O estado relvado também não fugiu à análise de Henrique Nunes que classificou de “muito mau”. O treinador do Benfica destacou ainda o profissionalismo da equipa que “do princípio ao fim do jogo mostrou querer jogar e marcar sempre mais golos”. Em relação às contas do título, Henrique Nunes considera que vão entrar na fase crucial da prova com os jogos contra o Ka I, o CPK e o Sporting, dizendo que “são estes jogos que vão decidir o campeão”. Acredita que tem plantel para lutar pelo título mas “existem outras equipas boas”, disse, e nem o Monte Carlos retira das contas porque, adianta, “apesar de estarem a oito pontos de nós, têm uma sequência de jogos mais fáceis pela frente. Sean Kilker, treinador adjunto da Casa de Portugal: “Lutar até ao fim” Sean Kilke em declarações ao Hoje Macau pois o treinador Pelé tinha um jogo de sub 16 a começar no Canídromo considerou que foi um jogo muito difícil para a equipa. Para este responsável da Casa de Portugal o facto de terem muitos jogadores não disponíveis para o encontro dificultou-lhes ainda mais o trabalho porque jogar “com apenas dois suplentes contra o Benfica ia ser complicado”. Em relação aos objectivos da equipa Kilker é claro no desejo de se manterem na primeira divisão mas só se equipa lutar. “Se os rapazes lutarem até ao fim, vamos conseguir”, disse. Rui Vitória | «Benfica está a jogar um futebol mais fácil» Instado a identificar o que mudou no Benfica depois do empate (0-0) com o União, na Madeira, Rui Vitória fez notar que os resultados e exibições que se seguiram ao encontro da 7.ª jornada da Liga foram o corolário da evolução da equipa. «Os resultados ajudam e o trabalho dos jogadores também. Esse jogo não pode ser um marco no sentido de dizer que a partir dali as coisas aconteceram melhor. O trabalho foi dando os seus frutos, o tempo vai ajudando a que as coisas fiquem muito mais estáveis e que o rendimento comece a aparecer», constatou, prosseguindo: «A alegria dos jogadores, a confiança que foram ganhando, o envolvimento entre nós juntamente com os nossos adeptos, ajuda a que tudo seja mais fácil.» Aos olhos de Rui Vitória, o Benfica joga hoje «um futebol mais fácil, cria oportunidades de golo com mais facilidades e os jogadores estão alegres em campo». «Gosto de ver este envolvimento e empatia entre a equipa e os adeptos», realçou. FIFA | Infantino rejeita comparações com Blatter O que têm Jospeh Blatter e Gianni Infantino em comum além da nacionalidade? Pouco ou nada, segundo o novo presidente da FIFA que pretende apenas, tal como o antecessor, marcar uma nova era no organismo que tutela o futebol mundial. «Infantino é Infantino, Blatter é Blatter», começou por dizer o suíço, eleito novo presidente da FIFA na última sexta-feira, em Zurique, rejeitando comparações com o homem que deixou o cargo envolto em polémica devido a escândalos de corrupção. «Blatter marcou uma era na FIFA e eu espero marcar uma nova era. Penso pela minha cabeça, de outra forma não tinha sido eleito», disse em declarações ao Sonntags Blick. Infantino confessou ainda que «não estava confiante na vitória», pelo que não interiorizou a dimensão do que acabou de alcançar: Praticamente não dormi, talvez alguns minutos. Tudo se posiciona algures entre um sonho e a realidade. Ainda não percebi bem o que aconteceu. Sou muito emocional mas estou cheio de energia e vontade. Ronaldo clarifica declarações polémicas: «Não sou melhor que ninguém…» «Se todos estivessem ao meu nível, iríamos em primeiro». As palavras, polémicas, de Cristiano Ronaldo no final do `derby´ com o Atlético Madrid caíram como uma bomba em Espanha, com ondas de choque um pouco por todo o mundo. Ouvido pelo diário Marca, o internacional português garantiu não ter tido a intenção de diminuir os colegas de equipa. «Referia-me ao nível físico, não de jogo. Não sou melhor que nenhum dos meus companheiros», frisou.
Sérgio Fonseca DesportoF1 dos barcos quer vir a Macau e negociações já começaram [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Campeonato do Mundo F1H20, mais conhecido como Campeonato do Mundo de Motonáutica, ou ainda, como “a F1 dos barcos”, confirmou ao HM estar em negociações para realizar um evento em Macau ainda em 2016. Em entrevista à Rádio Macau, no início de Fevereiro, José Tavares, ainda na qualidade de presidente do Instituto do Desporto, tinha admitido a possibilidade da realização de um evento de motonáutica na RAEM, não revelando no entanto qual a especialidade em questão. “Estamos em negociações, é mesmo o F1H2O”, confirmou fonte oficial do campeonato ao HM, remetendo mais informação para mais tarde. Macau tem hoje sob jurisdição do território 85 quilómetros quadrados de áreas marítimas, porém, o então dirigente máximo do desporto no território admitiu na entrevista à rádio de língua portuguesa as dificuldades em colocar de pé o evento com corridas de barcos que atingem impressionantes 240 km/hora, pois as provas de “barcos de alta de velocidade, obrigam a cercar uma boa área marítima só para isto” e o canal marítimo de Macau “é bastante utilizado, pelo que não é fácil fechar por umas horas”. “Tem que ser muito bem estudado, antes de lançar qualquer coisa”. Sobre os requisitos para o circuito, a organização do F1H20 explicou ao HM: “Não há mais regras do que uma área capaz de acomodar um circuito de perímetro de cerca de dois mil metros, em águas abertas, rios ou lagos, com vias navegáveis. Localizações relativamente abrigadas são preferenciais”. A competição mundial tem já duas provas marcadas na República Popular da China, a 4 de Setembro, em Hairbin, e a 3 de Outubro, em Liuzhou. Duas outras provas encontram-se por confirmar, sendo que estas serão realizados no continente asiático. As datas de 16 de Outubro ou 6 de Novembro são as disponíveis para estes dois eventos e para a realização da prova em Macau, caso esta se concretize. Do que se trata Competindo com motores V6 de 2,5 litros e com uma potência capaz de atingir os 400 cavalos, estes impressionantes “barcos voadores” demoram pouco mais de quatro segundos a chegar dos zero aos 160 km/h e possuem a capacidade de virar 180 graus a 150 km/h, gerando uma força até 4,5 G. As corridas com mais de três décadas de tradição têm duração de 45 minutos e são habitualmente muito animadas. O campeonato deste ano, que arranca em Março no Dubai, terá 18 concorrentes, incluindo uma equipa portuguesa, a F1 Atlantic Team, e uma chinesa, a campeã CTIC F1 China. Portugal acolhe há dois anos um evento desta modalidade, em pleno Rio Douro, entre as margens da Ribeira do Porto e de Vila Nova Gaia. Segundo noticiou a imprensa portuguesa, o orçamento total da organização da prova rondou em 2015 cerca de quatro milhões de patacas. Através da televisão, a prova terá sido transmitida por 30 canais, para mais de cem milhões de casas em todo o mundo, segundo números avançados pela Câmara Municipal do Porto.
Hoje Macau DesportoRashidnia Reza | Treinador de karaté da selecção da RAEM Veio para Macau com um contrato de três meses para preparar a equipa de karaté para os Jogos Asiáticos de Busan. Conseguiu três das quatro medalhas obtidas por Macau. Entretanto passaram-se 14 anos. Continua a ser treinador da selecção local e já trouxe mais 150 medalhas para o território. É iraniano mas para ele Macau já é a sua segunda casa. Rashidnia Reza, com o seu permanente sorriso e trato delicado é uma pessoa especial [dropcap style=’circle’]L[/dropcap]embra-se de quando foi convidado para vir para Macau? Em 2002, o presidente da associação de karaté na altura, José Achiam (falecido em 2008) era também secretário geral da Associação Ásia eu era treinador do Irão há já cinco anos, propôs-me vir para Macau. Mandei-o falar com o presidente da federação iraniana, o Nazerian, e um contrato de três meses foi negociado e a 17 de Agosto de 2002 cheguei a Macau para preparar a equipa para os Jogos Asiático Busan. Como correu a experiência? Muito bem. Conseguimos uma prata e dois bronzes. Na altura em que Macau conseguiu apenas quatro medalhas. As nossas três e uma de prata para o wushu. Mas depois voltei para o Irão e voltaram a propor-me um novo contrato, desta vez de dois anos para preparar a equipa para os Jogos da Ásia Oriental (EAG Macau 2005). Eu era apenas um simples treinador mas o trabalho de equipa foi muito e conseguimos duas medalhas de ouro, duas de prata e três de bronze. Depois o contrato foi prolongado para nos prepararmos para Doha, mais três medalhas… Três meses que se transformaram em 13 anos… É verdade. Na altura nunca perspectivei uma coisa dessas. Os primeiros meses foram muito difíceis. Porque decidiu ficar? Em 2007 trouxe a minha família, tenho duas filhas e um filho. Começaram a aqui a universidade. Agora já voltaram para o Irão mas essa permanência aqui nessa altura foi muito importante para a decisão de ficar. Não pensa em voltar para o Irão? Desde 2014 sou residente permanente e este é o meu segundo país. Sempre que volto ao Irão tenho saudades dos meus alunos, tenho muitos estudantes, são como meus filhos. Catorze anos é muito tempo, é difícil deixar Macau agora. O que o fez aceitar vir para Macau? Nunca tinha experimentado uma carreira internacional. Tinha apenas tido duas curtas experiencias na Bielorrússia, em part-time, e nalguns países do Golfo Pérsico por muito pouco tempo. Quanto me pediram para vir para Macau para preparar a equipa para um grande evento como os jogos asiáticos aceitei porque queria experimentar treinar fora do meu país. O Irão é um país grande, com muitos atletas e muitos treinadores. Quando sentiu que ia ficar mais tempo do que os três meses? Se no início, depois dos três meses, me tivessem proposto um contrato de 10 anos nunca teria aceitado mas a partir de 2005, com os EAG, já estava habituado a estar aqui, tinha planos para trazer a minha família, o que aconteceu em 2007, e queria trazer mais títulos para Macau, nomeadamente o título mundial que é algo que ainda não conseguimos. E tem atletas para conquistar o titulo mundial? Não é difícil conseguir este objectivo. Temos muitos bons atletas e treinadores e o governo apoia. Só precisamos que os atletas continuem. Para além disso, desde há dois anos para cá começámos a ter profissionais, não são muitos para já, apenas três, mas espero que no futuro tenhamos mais. Quando é que isso pode acontecer? Estamos no caminho. Precisamos de mais atletas, a escola de karaté começou apenas no ano passado e espero que em breve tenha mais atletas o que é fundamental para termos campeões. Quais as razões para praticar karaté? Para mim o karaté é um desporto especial. Não é apenas físico como a corrida ou a halterofilia; no karaté usamos muito a parte psicológica. A psique e o físico têm de andar de mãos dadas. Além disso, o karaté dá-nos lições para a vida. Temos de controlar a técnica. Quando enfrentamos um oponente é tudo sobre controlo . Mesmo quando estamos a perder não podemos bater-lhes. Temos de aprender o auto controlo e isso é uma lição para a vida. Nós ensinamos os estudantes a serem educados, a respeitarem os mais velhos. Alguns vêm para aqui e não sabem o que é o karaté mas depois acabam por perceber que isto não é apenas um desporto, é uma filosofia. Trabalhamos muitas áreas a nível físico como reflexos, agilidade, velocidade, resistência e flexibilidade, mas também damos treino mental para a táctica. É como jogar xadrez. Temos de praticar muitas tácticas e estratégias para o combate. E depois há vários estilos, várias escolas, vários tipos de adversários. O karaté também é importante para os estudos pela agilidade mental que proporciona. Também temos muitas técnicas para aprender, onde o foco e a concentração são essenciais. E a vida em Macau? Para mim agora é boa, após 14 anos é a minha segunda casa. Como vê as mudanças que ocorreram nestes últimos anos? Não ligo muito. À volta pode ter mudado mas a cultura não mudou. As pessoas continuam educadas a seguirem as regras e continua a ser um sitio seguro para viver. Que sente falta do Irão? Sinto alguma falta da comida mas também já estou habituado à comida chinesa. Ao princípio era difícil mas agora não. Estou confortável aqui. Como descreve o Irão nestes dias? Vai melhor. Mais liberdade que antes. É um pais seguro. Todos os anos levo a equipa a acampar lá. Os pais preocupam-se sempre mas eu tranquilizo-os. As pessoas imaginam que é um sitio perigoso mas não é nada disso. Se alguém decidir visitar o Irão que aconselha as pessoas a fazer por lá? A experimentarem a comida, claro, há muitos tipos de grelhados. Mas como é um país muito antigo também há muitos locais históricos para visitar como Pasargadae onde está o túmulo do primeiro rei da Pérsia, há 3000 anos, ou Kashan uma das primeiras cidades no mundo, com 5000 anos de história. Há sítios muito interessantes no Irão e muitas culturas diferentes. É muçulmano? Sou. Como se sente quando se vê a destruição de relíquias museológicas que o Daesh tem feito no Médio Oriente? Sinto-me perturbado, muito triste por estarem a apagar a história. Há alguma diferença entre ser persa e iraniano? Não. É a mesma civilização. Como começou a praticar karaté? Comecei com 13 anos, há praticamente 43 anos. Nessa altura visitei um clube no Irão, a luta é muito popular no país, e alguns amigos meus escolheram luta livre, outros boxe, judo, mas quando vi as pessoas entrarem no “tatami”, a fazerem a vénia ao “sensei”, fiquei impressionado, um amigo praticava e disse-me que o respeito pelos outros era um valor fundamental na modalidade e isso interessou-me muito. E depois? Que aconteceu depois? Pratiquei até aos 19 anos e depois veio a guerra, mesmo quando eu ia para a equipa nacional. E depois foram 13 anos sem podermos entrar em competições internacionais o que me impediu de seguir uma carreira internacional. Mas fui umas sete ou oito vezes campeão do Irão ou de Teerão. Quando finalmente voltámos a ter competições internacionais já tinha passado o meu tempo de ir à selecção, mas num torneio com oito países organizado no Irão ainda fiz parte da equipa de Kata durante dois anos, tinha 32, e ganhei um segundo e um terceiro lugares. Terminado a carreira como atleta fiquei secretário geral de uma das maiores associações de karaté do Irão, com 30 000 membros dos quais cerca de 8000 cinturões negros, e mais tarde quando o meu sensei saiu do Irão, passei a presidente e depois tornei-me treinador da equipa nacional por cinco anos até vir para Macau. Qual é o seu lugar preferido em Macau? À beira mar, a praia de Coloane. Desde o início, desde que cheguei a Macau. Gosto de observar o mar porque aprendo muito com ele. Digo isso muitas vezes aos meus alunos: o karaté é como o mar: nem sempre calmo, nem sempre bravo. Muda. E assim têm de ser os nossos ritmos no karaté, uma alternância de força e pausas. As ondas não são sempre iguais, tal como os nossos movimentos não podem ser. Vocês criam movimentos novos? Sim, no Kata não, mas no Kumité criamos muitos movimentos novos, muitos tipos de saltos diferentes. Comida favorita em Macau? Chok (canja) e marisco. Desejo particular? Conquistar um título mundial para Macau.
Hoje Macau DesportoSporting e Ka I empatam (1-1) em jogo sensaborão Começou com o protesto do Sporting e acabou com protestos do Ka I pela anulação de um golo. De resto foi o Sporting a tentar controlar um jogo que ambas as equipas precisavam de vencer, mas a desperdiçar todas as oportunidades que criou menos uma e o Ka I a chutar lá para frente a ver se pegava, e pegou uma vez. Sorri o Benfica que ao vencer o Lai Chi (3-0) aumentou a diferença para a perseguição e deu mais um passo rumo ao título [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]inda o jogo não tinha começado e já havia agitação junto da mesa da com o presidente do Sporting Clube de Macau, António Conceição Júnior a protestar veemente o que, inclusive, viria a resultar num protesto ao jogo (ver caixa). Em causa, na perspectiva do Sporting, a inscrição irregular de dois jogadores do Ka I (William e Fabrício) que, argumentam os queixosos, não possuem cartão azul mas apenas vistos de turista. Em relação ao jogo propriamente dito, o Sporting entrou agressivo, a tentar controlar as operações com várias triangulações entre os seus jogadores e alternando passes curtos em progressão com passes longos para as alas onde os extremos tentavam servir os avançados com cruzamentos para a área. O Ka I surgia numa postura mais expectante a apostar nos erros do Sporting e, sempre que possível, a chutar lá para a frente para as corridas de Fabrício Lima. Aos três minutos de jogo surgiu a primeira ameaça, que viria a redundar num fora de jogo assinalado ao ataque do Ka I, mas aos nove, o Ka I viria mesmo a marcar com a defesa do Sporting a ficar mal no boneco; uma primeira falha do defesa sportinguista, Fabrício ficou coma bola, livrou-se do guarda-redes, quase chegou à linha de fundo no processo, mas ainda assim conseguiu rematar com sucesso. Dois minutos depois, William remata forte, já dentro da área, com a bola a rasar a barra do guarda-redes leonino. A partir daí o Sporting voltou encontrar-se sempre a pressionar alto com Ka I a apostar mais no contra-ataque. Ao quarto de hora chegou o golo do Sporting com um cruzamento primoroso da direita, uma primeira cabeçada no miolo de um jogador do Sporting, o guarda-redes do Ka I a ficar fora da jogada e Pio a receber a sobra e a encostar para o empate. A partir daqui o jogo seguiu sem grandes perturbações até que aos 22 minutos o homem mais perigoso do ataque do Ka I, Fabrício, lesiona-se e é substituído por Pang Sio Hong. A partir dessa altura os ataques do Ka I ficaram menos perigosos passando a viver de alguns tímidos rasgos individuais e continuando a abusar dos lançamentos longos do guarda-redes ou dos defesas. Até ao final da primeira parte apenas dois livres perigosos a registar, um para cada lado, mas sem consequências dignas de nota. Mais do mesmo mas sem golos O Sporting voltou para a segunda parte com o mesmo espírito da primeira e logo um minuto depois arrancava o primeiro remate. O Ka I só aos 49 minutos conseguiu voltar a ameaçar a área leonina com mais um passe longo do guarda-redes mas William viria a desperdiçar ao cometer falta sobre o defesa do Sporting. Nesta fase do jogo já se destacava a actuação de Rafael Moreira, do Sporting, que aparecia um pouco por todo o lado e, aos 60 minutos, remata mesmo, fortíssimo, mas por cima da barra. Até perto dos 80 minutos, o guarda redes do Sporting foi praticamente um espectador pois só nessa altura o Ka I voltou gerar alguma emoção junto da baliza leonina, mas sem consequências de maior. À medida que o jogo avançava notava-se que as duas equipas começavam a acusar o esforço e a qualidade decaía. Mesmo assim estavam ainda reservadas algumas emoções para o final. Três para ser mais preciso. A primeira dá-se ao minuto 82 na sequência de um canto do lado direito do ataque do Ka I, um toque de calcanhar e a bola a pingar para a baliza do Sporting. Talvez entrasse, mas pelo sim pelo não, a jogada é finalizada com uma cabeçada de um jogador do Ka I, que parece vir de trás, mas o árbitro decidiu por fora de jogo. Seguiu-se um enorme sururu no banco do Ka I com um dirigente a ser expulso mas recusando-se durante vários minutos a sair do campo, já se ouvindo nas bancadas quem chamasse pela polícia. Logo a seguir Leung Chon In do Sporting comete uma falta para cartão amarelo, mas era o segundo e acabou expulso. O Ka I aproveitou a falta de um homem no Sporting para crescer um pouco mas foi o Sporting, já em cima do minuto 90, quem teve a última oportunidade do encontro: um livre perigoso a uns 10 m da entrada da grande área lado esquerdo do ataque mas o remate saiu fraco para defesa fácil do guarda-redes do Ka I. O jogo viria a terminar dois minutos depois, sob grandes protestos da equipa do Sporting. Conceição Júnior, Presidente do Sporting: “Nenhum regulamento pode superiorizar-se às leis” Em declarações ao HM, António Conceição Júnior confirmou que o Sporting jogou sob protesto pois enviaram uma notificação à associação há cerca de uma semana para “dizer que dois jogadores do Ka I iam voltar território e jogar apenas com visto, sem cartão azul.” Um situação que, para Conceição Júnior, é ilegal pois, argumenta o Presidente do Sporting, “em Macau só se pode exercer actividade profissional se se tiver um cartão azul.” O facto da liga não ser profissional não serve de justificação para Conceição Júnior, pois “não interessa que seja profissional ou não o que é certo é que estes jogadores são profissionais. Sempre foram”, rematou. O dirigente reforçou ainda a sua posição afirmando “nenhum regulamento pode superiorizar-se às leis do território”. João Pegado, treinador do Sporting: “Temos um campeonato triste e vergonhoso” No final do jogo, João Pegado estava tudo menos feliz. Insatisfeito com o resultado, com a arbitragem mas também com a associação que acusa de ausência perante os problemas fundamentais da modalidade. Fala mesmo de revolta no balneário por causa do esquema de reserva de campos para treinos. Em relação ao jogo, Pegado considera que “acabaram de novo com um empate quando a equipa adversária fez apenas um remate à baliza.” Para o treinador, a equipa do Sporting teve muito mais volume de jogo, à excepção dos minutos após a expulsão onde considera que “o Ka I cresceu” mas no fundo entende que, “a existir um vencedor deveria ser o Sporting”. E daí partiu para as críticas à Associação de Futebol, por não responder à carta sobre esclarecimentos dos vistos mas também no que respeita à conduta dos árbitros, não entendendo como um árbitro tão criticado por ambos durante o ‘Sporting-Monte Carlo’ tenha sido premiado com a arbitragem de um clássico ou por “dar-nos apenas dois minutos quanto o jogo esteve interrompido tanto tempo”, explica. Indignado, João Pegado lamenta ainda que o principal promotor (a Associação) não queira saber de nada, uma situação que, para ele é “triste e vergonhosa, mas é o campeonato que temos”. Para além disso, João Pegado aproveitou para criticar fortemente a política de marcação de campos para treino que, segundo ele, “está a criar uma grande revolta no balneário”. Terminam sempre os treinos à meia noite, quando, garante, “vejo os campos ocupados por meia dúzia de pessoas a marcarem penáltis durante o dia e eu, e os outros, temos de acordar às cinco da manhã para os marcar”. Neste contexto, Pegado lançou ainda uma farpa ao ID quando diz compreender a necessidade do Desporto para Todos mas apelando a mais apoio à competição pois “os clubes investem e têm de ser respeitados”. Josicler, treinador do Ka I: “O presidente do Sporting não é da Migração” Ao analisar o jogo, Rosicler reconhece que “Jogámos no erro, mas perdemos um pouco da estrutura com a saída prematura do Fabrício”. Para Josicler é necessário reforçar a actividade do meio campo “para ter força para chegar no ataque pois o William está a jogar muito isolado”. Concorda com a má qualidade da arbitragem que, para o treinador, “teve muitos erros, e tem dificultado muito o nosso trabalho”. De resto considera que o Sporting também jogou bem mas tem dúvidas em relação ao golo anulado nos últimos minutos à sua equipa mas, no fundo, concordou com o empate. Relativamente à polémica da inscrição jogadores, Rosicler disse que “o presidente do Sporting é presidente do Sporting, não trabalha na emigração” e adianta mesmo que “existem muitos jogadores que vêm de HK e doutros lados jogar aqui nessas condições, com contratos para serem aprovados e nunca houve essa regra aqui”, pelo que aconselha Conceição Júnior a “estar bem ciente do que está falando”.
Sérgio Fonseca DesportoProva de Fórmula E em Hong Kong terá corrida extra A moda pegou. A corrida do Campeonato FIA de Fórmula E nas ruas de Hong Kong no próximo mês de Outubro poderá ter uma corrida de celebridades para encher o programa, com viaturas eléctricas conduzidas por artistas e vedetas do mundo social e recreativo da região especial vizinha. A informação foi confirmada ao HM por fonte oficial do campeonato de carros eléctricos promovido pela federação internacional. “Na nossa prova anterior em Buenos Aires também foi realizada uma corrida de celebridades usando pequenos carros eléctricos. Como campeonato que promove a mobilidade sustentável e tecnologias verdes, qualquer corrida de suporte ou categoria terá que usar carros eléctricos ou outros veículos de energias alternativas”. Na última conferência de imprensa, dada antes do Ano Novo chinês, a organização do Hong Kong ePrix deu a conhecer os preços dos bilhetes e também deu conta que o evento poderá ter a duração de dois dias, em vez de um só, como na maior parte dos eventos da Fórmula E. “Neste momento estamos em discussão com os organizadores de Hong Kong sobre o formato do evento. Ainda não tomamos qualquer decisão se o Hong Kong ePrix será disputado em um ou dois dias”, disse fonte oficial da organização da Fórmula E ao HM. “O objectivo do campeonato é minimizar as disfunções da cidade, causadas pelo evento em si, e é por isso que o formato da Fórmula E consiste em ter os treinos-livres, qualificação e corrida a acontecer no mesmo dia”, acrescentou. O evento irá custar cerca de 300 milhões de dólares de Hong Kong, mas o apoio do governo cinge-se apenas à promoção e facilitação no erguer do circuito. A organização espera conseguir vender 40 mil bilhetes, sendo que 30 mil darão apenas acesso à “eVillage”, localizada em Central, mas não terão vista para a pista, tendo os espectadores que seguir a prova pelos ecrãs gigantes ali colocados. Estes bilhetes custarão entre 500 e mil dólares de Hong Kong. De acordo com Alan Fang, chefe executivo da Formula Electric Racing (Hong Kong), os bilhetes VIP para a bancadas irão superar os dez mil dólares de Hong Kong. Pequim em dúvida O evento de Hong Kong tem já data, 9 de Outubro. Contudo, a prova do território vizinho poderá não ser a prova de abertura do calendário, como inicialmente se esperava. Alejandro Agag, o CEO do campeonato, afirmou a semana transacta à imprensa especializada que o calendário do próximo ano poderá sofrer alterações, estando as provas de Pequim e Punta del Este, no Uruguai, em dúvida. “Se nós formos a Pequim, essa será a prova de abertura”, verbalizou Agag. “O ano passado tivemos que atrasar a data da prova e quase que gelámos. Tivemos grande sorte em termos uma janela de bom tempo. Não queremos regressar a Pequim em Outubro, a ser, terá que ser em Setembro”. O Canadá, país candidato a entrar no calendário da temporada 2016/2017, é outra forte possibilidade a abrir as hostilidades. Mais famosos na Guia? O programa da 62ª edição do Grande Prémio de Macau incluiu uma corrida de celebridades, com viaturas da marca Lotus e apoio do distribuidor local. Apesar da corrida em pouco contribuir em termos desportivos para o evento e ter sido motivo de chacota nas redes sociais, o HM sabe que o promotor da ideia tem vontade de assegurar novamente a “slot comercial” do programa da edição deste ano. A prova do ano passado foi ganha por Sin Ling Fung de Hong Kong, piloto que não é uma celebridade, mas que aproveitou a oportunidade da prova estar igualmente aberta a quem pudesse comprar um lugar e para subir ao degrau mais alto do pódio do evento.
Tomás Chio DesportoLeong Ka Hang | Único jogador profissional local chinês: “Faltam condições a ser atleta profissional em Macau” Leong Ka Hang, o melhor jogador de Macau em 2011 e 2013, joga neste momento no Clube de Futebol de Tai Po, de Hong Kong(HK). O atleta, em declarações ao HM, criticou a falta de condições existentes em Macau como a questão dos campos e das instalações de saúde que impedem que os atletas sejam profissionais. Leong Ka Hang diz que a sua situação profissional é muito dura, mas a paixão pelo futebol não o deixa desistir. Diz ainda que tem muita sorte por jogar fora de Macau Quais são as maiores dificuldades que enfrenta por jogar em Hong Kong? A minha situação é muito dura, especialmente nas despesas de transportes em Macau e Hong Kong. São custos muito elevados para mim, e o meu salário não é alto, só 6000 dólares de HK. O Governo não dá qualquer subsídio nem ajudas de custos para os jogadores locais, por isso, não existem atletas profissionais em Macau. Só há um ou dois casos raros, incluído eu. Que diferenças encontra entre o futebol praticado em Hong Kong e em Macau? A exigência física das equipas em Hong Kong é muito mais rigorosa. As equipas da Liga da região vizinha preferem ter mais domínio de jogo, são mais organizadas, não só ficam 10 pessoas no seu meio campo a defender, embora as equipas dos últimos lugares da liga também joguem um pouco assim, mas os jogos têm outra exigência física, a luta corporal é mais intensa. Em Macau não existem equipas assim, excepto o Benfica. Tenho a certeza que faltam instalações em Macau, porque Macau é muito pequeno. Como conjuga os treinos com a actividade em Macau? Na última metade do ano, o Tai Po que era a melhor equipa da Liga de Hong Kong, normalmente, tinha de treinar seis dias por semana em Hong Kong, e só tinha um dia para descansar. Alguns dias precisava de treinar duas vezes, ginásio de manhã e treino de futebol à tarde. Por causa da localização do treino, só pude treinar três dias em Hong Kong e o resto de semana praticava ginásio em Macau, tinha aulas na Universidade de Macau, e ainda dava aulas para crianças. Agora dedico-me melhor à carreira profissional de jogador, porque já acabei o curso de comunicação na UM. Qual é a sua equipa preferida? Em Macau, prefiro o Lei Chi e o Monte Carlo, porque estas duas equipas cultivam mais jogadores locais, como o Monte Carlo. Embora contratem jogadores estrangeiros, os estrangeiros só ocupam uma pequena parte do plantel, a maioria são residentes locais. Os plantéis destas equipas são mais saudáveis para o futebol de Macau. O facto é que não tenho uma equipa preferida, só tenho um jogador preferido que é o Fernando Torres, o avançado espanhol. A equipa em que ele jogar é a minha equipa. Como é que vê a Liga de Elite em Macau? Dez equipas não são suficientes, porque só existem 18 jogos oficiais para cada equipa para além das outras competições em Macau. O número de jogos é baixo, eu prefiro 12 equipas ou mais para a Liga, para que as equipas possam ter mais jogos oficiais e a Liga seja mais competitiva. Tai Po foi a primeira equipa que o convidou a jogar fora de Macau? Não, em 2011, tinha a primeira oportunidade de poder jogar fora num outro clube de Hong Kong que se chama South China. Recebi o convite, mas nesse momento eu jogava no Development 18 de Macau que era dirigido pela Associação de Futebol de Macau, e alguns dirigentes da Associação tiveram medo que o desempenho do clube descesse muito com a minha saída e por isso fiquei. Como é que analisa esta oportunidade de jogar em Hong Kong? Acho que tenho uma grande sorte para jogar em Hong Kong depois da licenciatura. Posso concentrar-me na minha carreira, caso eu falhe nesta profissão é possível procurar outro emprego. Em Hong Kong, muitos jogadores não têm licenciaturas, e a carreira de jogador muito curta. A licenciatura é muito importante para o meu futuro depois da carreira de jogador. Os meus pais apoiam-me a ser jogador porque terminei do curso. Acha que no futuro pode vir a ser treinador? Ainda não tenho nenhuma ideia sobre isso, mas já tenho a licença de treinador no Cargo D. Neste momento estou na idade de jogador, embora dê as aulas a crianças, estas aulas são mantidas em paralelo com o futebol. Ainda não consigo imaginar se poderei vir algum dia a ser treinador.
Sérgio Fonseca DesportoKartódromo de Coloane sem provas internacionais Os dois eventos do Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC, na sigla inglesa) são por agora as provas mais importantes do calendário de provas do Kartódromo de Coloane para 2016. Como é tradição, a maior competição da disciplina no continente agendou dois eventos para Macau, o primeiro e o último do campeonato composto por cinco etapas. Assim, a caravana do AKOC visita o território nos fins-de-semana de 4 a 5 de Junho e de 10 e 11 de Dezembro. Pelo meio, os participantes nas categorias Cadete, Mini ROK, Júnior 125, Sénior 125, Master 125 e Veteranos 125 vão também correr nas Filipinas (Carmona), Tailândia (Bira) e Singapura. A RAEM recebeu o ano passado uma prova do Campeonato CIK FIA Ásia-Pacifico KZ, no que representou o regresso do Grande Prémio Internacional de Karting ao território, com a participação de 140 pilotos de vários pontos do globo, mas por agora o Kartódromo de Coloane não tem calendarizado nenhum evento de cariz internacional. “Não há nenhum evento marcado para Macau em 2016 até agora”, disse fonte oficial da Comissão Internacional de Kart da Federação Internacional de Automobilismo (CIK-FIA) ao HM. Porém, o mesmo responsável da federação internacional esclarece que “um evento pode ser proposto à Comissão CIK e depois ao Conselho Mundial da FIA mais tarde no ano, mas sem garantias”. Para além dos dois eventos asiáticos de 2016, o Kartódromo de Coloane deverá continuar a ser o palco único das provas do Campeonato de Karting de Macau, cujo calendário para esta temporada ainda não foi publicado.
Hoje Macau DesportoLiga Elite de Macau – Sporting, 8 – C.Portugal, 0 O Sporting de Macau venceu sem dificuldades a casa de Portugal, numa jornada de muitas goleadas. A liderança da Liga continua repartida pelo mesmo trio da semana passada. Num jogo de sentido único em que a Casa de Portugal não fez um único remate à baliza, o Sporting despachou facilmente o assunto com um resultado volumoso que apenas pecou por escasso dada a taxa de desperdício da equipa leonina [dropcapstyle=’circle’]E[/dropcap]sperava-se que o Sporting dominasse este jogo já que a Casa de Portugal, além de ser uma equipa totalmente amadora, vinha desfalcada de uma série de titulares o que obrigou o treinador da equipa a montar uma equipa praticamente só com defesas pois pouco mais havia no plantel. Conscientes que era um jogo para atacar, o Sporting surgiu num 4-2-4 contra o “todos-lá-atrás-menos-um” da Casa de Portugal (CDP) e logo aos 30 segundos de jogo já surgia o primeiro remate à baliza de Tai Chou Tek. O jogo seguia com o Sporting a insistir e a CDP a resistir e aos 9 minutos, depois de um remate de Pio Júnior que obrigou o guarda redes da CDP a ceder canto, o mesmo Pio atirava a contar – canto da direita apontado por Walter uma primeira cabeça na área de um jogador do Sporting, bola a sobrar para Pio Júnior de cabeça a fazer o primeiro para os verdes. Um minuto depois Walter obrigava Tai Chou Tek a uma defesa apertada para canto e, na sequência, Pio ao primeiro poste, cabeceava por cima da barra marcando o tom para uma série de falhanços da equipa listada que se viriam a repetir partida fora. Aos 13 minutos, uma entrada na área pelo lado esquerdo de Wilson Lay, um dos mais irrequietos em campo, e um desarme na área da CDP que deixou dúvidas pois pareceu uma grande penalidade. O canto que se seguiu não fez história. Um minuto depois, centro com conta peso e medida do lado direito por Lei Seng Wen e bola colocada no miolo da área mas Vitor Emanuel, em posição central para a baliza e com espaço, conseguiu falhar o que parecia o segundo cabeceando por cima. E o jogo continuava com o Sporting a teimar, a falhar ou a ser repelido pela floresta vermelha da CDP que não conseguia, sequer, cruzar a linha de meio campo. Aos 20 minutos, Walter por pouco que não conseguia um canto directo colocando Tai Chou Tek em apuros mas conseguindo dar uma tapinha na bola por cima da barra. O canto que se seguiu foi fatal para as suas cores: Walter marca da direita e Pio, bem posicionado junto ao segundo poste, não falhou e atirou a contar. Aos 25 minutos numa jogada insistência, Pio entrou na área pelo lado direito centrou ao segundo poste para Wilson Lay, apesar da sua baixa estatura, cabecear ao ângulo da baliza da CDP. Estava feito o terceiro. Ainda antes do intervalo o Sporting conseguiu mais um golo com uma entrada de Wilson pelo lado esquerdo que rematou cruzado e rasteiro, o guarda-redes da CDP falhou incrivelmente a intersecção e André Moreira apenas teve de encostar ao segundo poste. A CDP ainda tentou umas tímidas reacções mas sempre que o fez utilizava apenas dois jogadores que eram sempre presa fácil da defesa do Sporting. Vira o disco e toca o mesmo Para a segunda parte a CDP tentou adiantar mais alguns jogadores e mudar um pouco as coisas com duas substituições logo aos 52 minutos, entrando José Carneiro e António Pinheiro para os lugares de Scott Tennant e Pedro Lemos mas era o Sporting que continuava a controlar as operações e, aos 56 minutos, Pio recebe um passe para a entrada da área acabando por rematar às malhas lateiras da baliza da CDP que pouco depois esgotava as substituições com a troca de Lee Jung Bum por Mak Gene Yu. Do outro lado, o Sporting tirava Lei Ka Man e fazia entrar Francisco César. Ao minuto 67 uma falta feia sobre Pio Júnior à entrada da área do lado esquerdo. O livre, superiormente marcado por Walter, leva a bola lá para lado direito à entrada da pequena área onde surgiu Vítor Emanuel a marcar o golo da tarde num remate cruzado à meia volta sem hipóteses para Tai Chou Tek. Pouco depois, o Sporting esgotava as substituições com as entradas de Taylor e Lee Keng Pan para os lugares de Manuel Moreira e Jorge Tavares e, aos 76 minutos fazia a meia dúzia de penálti. Um bom passe do turbulento Wilson para a entrada de Walter que viria a ser travado em falta. O mesmo Walter encarregar-se-ia do castigo: guarda redes para um lado, bola para o outro e estava feito o sexto. Já com o jogo quase a terminar, corria o minuto 82 e o recém entrado Taylor Gomes tirou um defesa da frente e rematou forte e colocado para o sétimo do Sporting. Três minutos depois Walter fechava a contagem depois de uma grande confusão na área da CDP e um falhanço incrível do guarda-redes que não conseguiu interceptar o cruzamento praticamente oferecendo o oitavo ao Sporting que Walter agradeceu. Depois deste autêntico passeio, o Sporting enfrenta no próximo dia 3 a equipa do Monte Carlo num jogo que, esse sim, será um verdadeiro teste aos comandados de João Pegado. João Pegado – treinador do Sporting “Temos de trabalhar a finalização” “Já sabíamos quer éramos favoritos e que temos uma equipa superior pois somos profissionais e eles não. Mas o objectivo era ganhar e não sofrer golos e conseguimos ambos. E depois aproveitámos para treinar algumas rotinas de jogo”. Em relação aos falhanços, João Pegado concorda e diz que, “De facto falhámos muito e temos de rectificar para os próximos jogos pois contra as equipas grandes não podemos falhar tantos golos. Vamos ter de trabalhar a finalização para não comprometer os nossos objectivos. Relativamente a perspectivas para o resto do campeonato, Pegado mantém uma postura prudente: “ Para já entrámos bem com três jogos e três vitórias mas eram equipas fáceis. O próximo jogo (n.d.r. Monte Carlo), esse sim, já é contra uma equipa do nosso campeonato e espero que estejamos à altura. Também temos jogadores a regressarem de lesão e que hoje fizeram alguns minutos, o que é bom para nós. Pio Júnior – jogador do Sporting “Objectivos cumpridos” “Foi um bom jogo e cumprimos o objectivo que era vencer os jogos antes do Monte Carlo. Teoricamente eram jogos fácies mas não podíamos facilitar e foi o que fizemos. Relativamente às oportunidades perdidas neste jogo, Pio considera que “temos de melhorar na finalização porque nos próximos jogos não vamos ter tantas facilidades. Quarta feira temos um jogo difícil, talvez o mesmo o nosso primeiro teste, mas acho que temos tempo para o preparar bem e apresentarmo-nos em condições.” Pelé – treinador da Casa de Portugal “É difícil fazer um 11 só com médios e defesas” Era um Pelé resignado mas ainda assim frustrado que encontrámos no final do jogo: “Já sabíamos que não dava mas também não contava que déssemos tantas facilidades como demos. Sofremos 5 golos de bola parada e eu já os tinha avisado porque o Sporting tem muitos bons jogadores em bolas altas. Também tínhamos de evitar faltas perigosas e cantos, mas não foi assim. Mas pronto, os meus jogadores também não são profissionais e depois a cabeça vai abaixo.” Em relação à postura ultra-defensiva apesar do resultado desde muito cedo desfavorável, Pelé explica assim: “O problema é que temos muitos defesas; uns não estão cá e outros só chegam a partir do Ano Novo Chinês e é difícil fazer um 11 só com médios e defesas. Temos 18 jogadores mas a maioria é pessoal defensivo. Em relação ao futuro, Pelé aguarda que “com a chegada dos outros daqui a um mês a equipa melhore um pouco mas as outras equipas também estão a reforçar-se e têm verbas que nós não temos porque, se tivéssemos, ia buscar dois ou três jogadores para dar uma força à malta. Mas pronto são amadores, têm empregos e só treinam à noite, temos de compreender.”
Hoje Macau Desporto ManchetePedro Proença em Macau com muita parra mas pouca uva [dropcap=’circle’]D[/dropcap]epois do seu périplo pela China de sete dias à China, que incluiu a negociação para o eventual patrocínio da II Liga pela empresa chinesa Ledman que fará com que a competição se passe a designar por Ledman LigPro, o Presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) passou por Macau onde falou com a imprensa na residência consular. Uma conferência de evasivas e perfumada de desejos onde as principais revelações terão sido que os clubes não vão ser obrigados a incluir os jogadores chineses como inicialmente foi adiantado pela imprensa portuguesa e o seu desejo em trazer a final da Taça da Liga para Macau. Relativamente à ida de jogadores técnicos chineses para Portugal, Pedro Proença disse que “qualquer posicionamento que se possa ter relativamente a estes novos actores é um posicionamento formativo. São os clubes que têm a última palavra relativamente a este sistema”. Quanto a verbas Pedro Proença disse que o acordo “não representa uma receita directa para os clubes mas sim “a possibilidade de criar condições para que a II Liga possa ter uma sustentabilidade e ter sustentabilidade significa pagar todo um custo de estrutura, que tem de ser pago pela Liga. Aquilo que se pretende é ter uma II Liga que seja atractiva, e ela já é competitiva, e que os clubes possam desenvolver a sua actividade”, salientou. Em resumo, para Proença o balanço da visita à China positivo: “Com esta viagem, o que conseguimos, e tivemos a percepção clara, é a de que o futebol português tem realmente condições únicas para, se reposicionado, poder alcançar feitos nunca antes alcançados, e enquanto presidente [da LPFP] estou extremamente satisfeito”. Questionado sobre um eventual maior controlo sobre as críticas feitas aos árbitros portugueses, à semelhança do que acontece noutros campeonatos europeus, Pedro Proença defendeu a revisão dos actuais regulamentos. “Há uma convicção clara de que não poderemos dizer mal do produto que queremos vender. Da minha parte, serei o primeiro a defender esta tese e tudo farei para que os nossos regulamentos penalizem quem não trata bem aquilo que é hoje uma actividade e uma indústria que temos de defender”, afirmou. Final em Macau? ID tem dúvidas Em relação à final da Taça da Liga a realizar-se em Macau Pedro Proença manifestou essa intenção no âmbito da estratégia de internacionalização e de sustentabilidade da actual direcção. Todavia, confrontado com esta possibilidade, José Tavares, presidente do Instituto do Desporto (ID) tem dúvidas sobre o potencial de sucesso do projecto adiantando exemplos: “dos jogos internacionais realizados em Macau apenas o China-Portugal teve sucesso mas era a primeira vez que a China ia ao mundial, era a selecção portuguesa, foi uma campanha massiva e gratuita da TVB… já o Manchester se não fosse o Venetian a comprar os bilhetes tinha sido um fracasso e o Chelsea e o Barcelona também não funcionaram”, garante José Tavares. A grande preocupação deste responsável governativo é, portanto, como se vão preencher os 15.000 lugares do estádio e até que ponto a Liga Portuguesa de futebol tem, ou não, a capacidade de fazer a promoção e garantir os apoios necessários. Da parte do ID existe disponibilidade para apoiar, nomeadamente com a cedência de instalações, mas apenas “se a Associação de Futebol der o aval pois são eles que gerem o futebol em Macau”, salientou José Tavares.
Tomás Chio DesportoBonnie Choi atleta de saltos para a água: “Não quero fixar prazos na minha carreira” [dropcap style=’circle’]B[/dropcap]onnie Choi tem 25 anos e é uma atleta de Macau de saltos para a água. A gestão do tempo parece ser neste momento uma das tarefas mais árduas que enfrenta. Para além da actividade desenvolvida enquanto atleta, a jovem está também a tirar um mestrado para além de ser funcionária da Universidade de Macau (UM). Licenciada no curso de comunicação, continua a tirar um mestrado de educação fiscal e estudos desportivos na UM, trabalhando ainda como funcionária da instituição organizando actividades desportivas para professores, estudantes e trabalhadores. Dos muitos prémios trazidos para Macau, destaca-se a medalha de bronze nos Jogos Asiáticos de 2010 em Guangzhou. Quando e como é que começou a praticar a modalidade de saltos para a água? Comecei a praticar quando tinha 13 anos, em 2002. Na altura fazia dança e ginástica mas a minha irmã mais velha praticava natação e eu ia muitas vezes com ela. Uma vez vi um programa na televisão sobre saltos para a água, e este desporto atraiu-me logo. Queria experimentar e por coincidência a Associação Geral de Natação de Macau queria desenvolver esta modalidade, e foi assim que comecei a praticar os saltos. Sou uma das primeiras atletas a ser treinada para esta modalidade em Macau. Como é que consegue gerir o tempo, porque tem de treinar, trabalhar, e ainda ir às aulas? Normalmente treino em conjunto com toda a equipa de saltos de Macau em Guangzhou durante os fins de semana, e praticamos também todas as terças e sextas-feiras. Tenho aulas à noite, e trabalho de manhã e à tarde de segunda a sexta. O meu horário é contínuo, sem descanso. Não tenho tempos livres. Estou sempre ocupada mas sinto-me feliz sobre isso porque consigo arranjar sempre maneira de fazer tudo. Como vê esta modalidade em Macau? Acho que o caminho tem sido muito positivo, porque Macau só começou a desenvolver esta modalidade há 13 anos. A equipa de saltos tem muitos membros jovens, alguns são das escolas secundárias, mas já participou nos Jogos do Pacífico para Estudantes em Adelaide, na Austrália. A equipa tem tido um bom desempenho, os membros jovens já ganharam vários prémios durante os Jogos. E em Macau, há cada vez mais jovens a inscreveram-se para praticar saltos para a água. A nossa equipa está a desenvolver-se e a evoluir. E como é que vê a sua carreira de saltadora? Eu já ouvi muitos atletas a dizer que a carreira é limitada. Normalmente fixam um prazo para terminar as suas carreiras. Mas eu não o vou fazer. Vou rever a minha situação física a cada ano, em paralelo com o meu trabalho e os estudos, e ponderar se quero continuar a saltar ou não. E quando deixar de ser saltadora, posso ser treinadora, vou partilhar a minha experiência e técnica com os saltadores jovens no futuro. Já participou em muitos jogos. Em que competição teve mais sucesso, ou qual lhe despertou maior interesse? Participei em jogos que se realizaram um pouco por todo o mundo, na Europa, na Ásia e na China. Quando era estudante, era muito fácil obter uma licença para a participação nos jogos, mas agora já não é assim. Tenho de considerar a importância dos jogos por causa do trabalho. Tenho uma irmã gémea, praticamos salto juntas, e vamos juntas a competições como o trampolim de sincronizadas. Ganhei uma medalha de bronze nos Jogos Asiáticos em Guangzhou, em 2010, e venci no trampolim de 3m individual. Foi um dos meus maiores sucessos individuais. Gosto mais de participar nos jogos internacionais, porque todos os atletas vivem na mesma vila e posso conhecê-los durante os jogos, visitamos juntos a cidade onde os jogos se realizam, é muito interessante. Já teve momentos menos bons durante a sua carreira? Sim, com certeza, cada atleta tem os seus altos e baixos durante a carreira. Para mim, o pior momento aconteceu numas Universíadas em 2011. Como já tinha ganho uma medalha em 2010, quis aumentar o meu nível de exigência, mas infelizmente no último salto perdi o equilíbrio durante a corrida no trampolim. O exigido para este salto é duas voltas e meia em parafuso, mas eu só fiz uma volta e meia. Foi péssimo. Obtive nota zero neste salto. Que planos tem para o futuro? Penso que talvez venha a desenvolver uma carreira de árbitro de saltos para a água para além de treinadora, mas tenho de fazer o curso de árbitro no estrangeiro e ainda não estou preparada para isso. Tenho de continuar a treinar a trabalhar em Macau.
Hoje Macau Desporto MancheteBenfica derrota Monte Carlo por 1-0 e divide liderança com Sporting e C.P.K A segunda jornada da Liga de Elite não trouxe surpresas com os favoritos a fazerem jus à sua condição. O C.P.K assinou a goleada da jornada ao vencer o Kei Lun por 6-0, enquanto o Sporting ultrapassou a Polícia com dois golos sem resposta. O Benfica, não obstante as dificuldades, levou a melhor sobre o Monte-Carlo num jogo morno apesar do vento e do frio que se fizeram sentir e que a todos contaminou. Era a partida da jornada, entre dois candidatos ao título, pelo que derrota podia implicar o próprio campeonato. Sorriu a vitória ao Benfica. Podia ter sido ao contrário. Jogo equilibrado [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Benfica entrou decidido a controlar o jogo, a pressionar no campo todo e com um jogo apoiado de passe curto para tentar chegar à área do Monte Carlo e assim, logo aos sete minutos surgia um remate perigoso de Filipe Duarte na sequência um canto; aos oito mais um canto e um cabeceamento ao lado. O monte Carlo jogava no contra-ataque com uma linha compacta de cinco defesas e um líbero e três homens no meio campo a apoiarem o avançado Ristof, sempre muito apertado entre os defesas do Benfica. O relvado em bastante mau estado, muito lento, também não dava hipóteses de um futebol muito agradável, obrigando a mais passes longos e menos habilidades no solo. Mas este foi um capítulo menos na equipa do Benfica que falhou muitos passes e recepções. O primeiro ataque com algum perigo do Monte Carlo surgiu aos 11 minutos numa tentativa de isolamento de Ristof. Na resposta o Benfica tem um remate perigoso na área do Monte Carlo e aos 20 minutos um remate falhado da equipa encarnada permite novo contra-ataque do Monte Carlo mas desperdiçado com um remate de Ristof quase à queima roupa e uma boa defesa de Ricardo Torrão. O Monte Carlo ainda teve um golo anulado por fora de jogo e, perto da meia hora, uma escapada de Ibe pelo lado direito do ataque do Benfica que aquele culmina com um centro com conta peso e medida para Marco Rios falhar de cabeça à boca da baliza. Aos 36 minutos uma excelente infiltração pelo lado esquerdo de Marco Rios que dá de bandeja a Góis para este rematar ao lado. O Benfica continuava o seu futebol apoiado alternando com passes para os espaços vazios mas grandes dificuldades de concretização enquanto o Monte Carlo se limitava a aproveitar as hipóteses que ia tendo de contra-ataque com passes longos para um Ristof muito sozinho e que raramente conseguiu incomodar a defesa do Benfica. A fechar a primeira parte, o Benfica ainda beneficiou de um livre perigoso do lado esquerdo, bola colocada a pingar para área para dois jogadores do Benfica isolados que ainda assim conseguiram falhar de novo. Canários activos A segunda parte abriu com um Monte Carlo mais afoito num sistema de 4-3-3 que às vezes se transformava no 3-4-3 e, logo no primeiro minuto de jogo, uma jogada rápida do lado direito do ataque do Monte Carlo com cruzamento perfeito para o segundo poste e, quando tudo indicava que bastava encostar, Julyan a cerca de meio metro da baliza conseguiu atirar ao lado. O Benfica também trazia alterações tácticas para a segunda parte com uma espécie de 4-1-2-3. Mas o Monte Carlo tinha passado da posição de espectador da primeira parte para activo participante no jogo e aos 58 minutos consegue uma sucessão de cantos e um remate perigoso. O Benfica parecia estar a perder o controlo do meio campo que tinha conseguido na primeira metade e o Monte Carlo ia-se aproximando mais da baliza encarnada; aos 60 minutos beneficia de mais um livre perigoso a cerca de 10 m da entrada área que proporcionou ao guarda redes encarnado a defesa da tarde já que a bola ia direita ao gaveto. Aos 77 minutos poderá ter acontecido o momento do jogo com a entrada de Adilson a substituir Marco Rios já que três minutos depois o brasileiro acabaria por dar a vitória ao Benfica numa jogada de insistência após um mau alívio da defesa do Monte Carlo. Adilson estava atento, foi por ali dentro, fintou o guarda-redes e atirou a contar. Até ao final o Monte Carlo continuou a pressionar o Benfica mas já era tarde. As suas aspirações para a vitória do campeonato podem ter ficado comprometidas já que, devido ao reduzido número de equipas em prova, uma derrota com o rival directo, ao que se soma a derrota na primeira jornada, normalmente não permitem grandes ilusões. Henrique Nunes: “Representar Macau na AFC é o nosso grande objectivo Relativamente ao jogo, o treinador encarnado considerou que “foi um jogo difícil contra um boa equipa. O vento não ajudou e ambas as equipas tiveram de se adaptar. Estava à espera de passarmos um mau bocado mas acabámos por ser felizes e penso que a existir um vencedor teríamos de ser nós mas tenho de reconhecer que o adversário fez um belíssimo jogo e falhou um golo incrível.” Henrique Nunes queixa-se das condições de treino, pois só depois do início do campeonato a equipa entrou num campo de 11 com balizas de 11, mas mantém-se positivo: “Reconheço que o Benfica não tem tantas opções como nos anos anteriores mas acredito que podemos chegar ao primeiro lugar e representar Macau na AFC que é o nosso grande objectivo. Ou seja, não temos muitas opções mas boas opções.” Alison Brito: “Ir para cima deles” Adilson relata o golo assim: “Foi um ressalto feliz. O meu colega Edgar conseguiu cabecear a bola para trás e eu já sabia que isso acontecer, posicionei-me para receber a bola, fintei o guarda-redes e depois foi só marcar. Quisemos ainda saber o que lhe disse Henrique Nunes antes de entrar: “pediu-me para me colar ao lado esquerdo para fazer o que tenho feito nos treinos, ou seja, ir para cima do adversário e tentar fazer golos.” Cláudio Roberto: “Sorte é o encontro da competência com as oportunidades” O treinador do Monte Carlo alertou para o facto de ser “uma equipa em formação pelo que é natural que as coisas ainda não estejam assim tão bem. Acho que estamos a crescer, não sei se ainda podemos pensar no título mas acreditamos que sim. Confrontado com uma hipotética falta de sorte da equipa, Cláudio Roberto teve uma saída expressiva: “não é uma questão de falta de sorte que temos tido. Para mim sorte é o encontro da competência com as oportunidades. Temos tido as oportunidades não temos tido a competência. Temos de trabalhar mais e ter mais calma. Relativamente à alteração táctica para a segunda parte, Cláudio Roberto justificou da seguinte forma: “estávamos a jogar contra o vento na primeira parte e, por isso, reforçámos a defesa. Na segunda avancei o Anderson, que tem características polivalentes, para termos mais volume de jogo. Mas nem sempre o que idealizas consegue surtir efeito na prática”, lamentou-se.
Sérgio Fonseca Desporto Automobilismo | Época 2016 começou mais cedo [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]temporada de automobilismo no delta do Rio das Pérolas começou como tradicionalmente encerra, com a realização dos 500 quilómetros de Zhuhai. A prova de resistência que habitualmente é a festa de encerramento de temporada foi este ano calendarizada para o segundo fim-de-semana do ano, isto por uma questão de disponibilidade do Circuito Internacional de Zhuhai, a entidade organizadora do evento. A corrida de três horas contou com a participação de um número recorde de quarenta e cinco viaturas, entre carros de Turismo, GT e Protótipos. Vários pilotos da RAEM marcaram presença num evento animado que pela primeira vez teve cobertura televisiva na íntegra. Kevin Tse foi o melhor classificado entre os pilotos do território, terminando no 2º lugar da geral. O piloto residente em Hong Kong, mas que corre com licença desportiva de Macau, aproveitou para fiabilidade do Porsche 991 GT3 Cup para obter um resultado surpreendente. Também em pista esteve o português Rodolfo Ávila. O vice-campeão do TCR Asia Series foi chamado à última hora para fazer equipa com o piloto chinês Yang Xi num dos dois SEAT Léon TCR da equipa Asia Racing Team. Ávila – pole-position da edição de 2012 com um Radical SR8 – não participou nos treinos livres, nem na qualificação, e viu o seu companheiro de equipa efectuar o primeiro turno de condução. Após ter partido do décimo segundo posto da grelha de partida, o duo luso-chinês terminou no sexto lugar da geral e terceiro da classe A (para viaturas com motorização 2.000cc ou superior), apenas atrás de um Caterham R500 e de um Lotus Evora, sendo o melhor dos muitos carros de turismo que participaram do evento. Aos comandos de um Honda Integra DC5, Kelvin Leong/So Ieng Hong/Chan Hei foram os 10º classificados e venceram a classe B. Jerónimo Badaraco liderou a ofensiva até ao 15º posto da geral do outro Honda Integra DC5 da David Group Racing Team, fazendo equipa com Chan Weng Tong, So Ieng Hong e Wong Kwai Wah. Com um carro igual, o trio composto por Miguel Kong/Henry Ho/Eurico de Jesus foi o 22º classificado. Já o Honda FD2, com as cores da MRT e Li Tak Wing ao volante, foi o 24º classificado. O veterano Rui Valente fez equipa nesta prova com dois pilotos chineses num Nissan Tiida, mas não terminou, pois um dos seus companheiros de equipa plantou a sua viatura na gravilha da última curva a duas voltas do fim. Filipe Souza esteve inscrito na prova, mas não participou porque um dos seus companheiros de equipa não foi autorizado a correr. Num final dramático, a corrida foi ganha pelo Lamborghini Húracan SuperTrofeo de Smart Tse e Zhang Jin, dois pilotos da Ilha Formosa, isto após o favorito Audi R8 LMS GT3 da Absolute Racing ter desistido com um problema de caixa-de-velocidades a quatro minutos da bandeirada de xadrez. Campeonato de Macau já tem datas Tal como aconteceu em 2015, o circuito permanente da cidade chinesa adjacente a Macau deverá receber as duas habituais provas que compõem Campeonato de Macau de Carros de Turismo (MTCS) em 2016. Apesar de não existir ainda uma confirmação oficial por parte da Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), fazem parte do calendário de provas do Circuito de Zhuhai, publicado nas redes sociais, um “Festival de Corridas de Macau” no fim-de-semana de 28 e 29 de Maio e outro no fim-de-semana de 25 e 26 de Junho. Estes dois eventos, realizados pela primeira vez na época transacta, deverão novamente servir para o apuramento dos pilotos locais de carros de turismo para as provas de suporte da 63ª edição do Grande Prémio de Macau que este ano se disputa de 17 a 20 de Novembro.