Sexta jornada da Liga de Elite | Estrondosa vitória encarnada

João Maria Pegado

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]om estrondo, foi assim  que o Monte Carlo caiu aos pés do Benfica De Macau. Se duvidas existiam sobre quem seria a melhor equipa do campeonato, sábado ficaram dissipadas. Os encarnados despacharam literalmente os canarinhos por 6-0. Como foi possível um resultado tão desnivelado entre as duas melhores equipas do campeonato local?

Desinvestimento torna Benfica mais forte

Comecemos pelo que foi dito num artigo anterior. Este campeonato está mais fraco devido ao desinvestimento de equipas de topo(KA I, Sporting de Macau) e à apatia da Associação que ignora estas situações encarando-as como normais, sem se preocupar em ver o seu produto empobrecido. Quem ‘lucrou’ com a situação foi o Benfica de Macau, que foi prejudicado pela mesma associação no caso AFC. Juntou à sua forte equipa os melhores jogadores locais dessas equipas(Sporting, KAI) e passou ter um fortíssimo plantel.

Monte Carlo

Um paradoxo completo a maneira como o seu treinador montou o plantel para esta época e o seu modelo de jogo para este desafio.  E passo a explicar falando do jogo deste fim de semana. Com tudo que foi escrito anteriormente ficou claro que o título se iria decidir nos dois jogos entre estas equipas, por isso a planificação do plantel teria de ter em foco a maneira que se iria jogar esses mesmo duelos, mais da parte do Monte Carlo visto não ter os mesmos recursos que o Benfica em termos de jogadores locais. Os profissionais a contratar teriam que ser a pensar nestes jogos.

O que observei neste fim de semana foi um treinador do Monte Carlo com um obsessão exagerada pela organização defensiva. Ora bem, tal como escrevi na antevisão desta jornada, esse é o ponto mais frágil do Monte Carlo. Sem nenhum jogador que possa controlar bem esse momento do jogo, se queria jogar desta forma então para quê a contratação de jogadores de cariz ofensivo? Sendo assim devia encarar este jogo(CPK também)de forma a potencializar o melhor que tem, o sector ofensivo, pressionando alto o Benfica e tentar ter o controlo do jogo ao invés de recuar excessivamente a sua equipa.

Benfica de Macau

Ao perceber-se desta situação, o treinador Henrique Nunes, fez o que tinha que fazer para ganhar este jogo, colocou a sua equipa subida no terreno a pressionar alto a inexperiente defesa dos canarinhos,  e colocando Edgar Teixeira e Marco Meireles em cima dos organizadores de jogo do Monte Carlo, Anderson Oliveira e Keverson Cardoso e os seus laterais a acompanharem os alas quando estes vinham buscar jogo interior, Neto e Hougaro.

A partir daqui o Monte Carlo estava amarrado e a sua linha defensiva não tinha qualidade para sair com a bola jogada, permitindo o Benfica ganhar a bola ainda na primeira fase de construção do Monte Carlo, que quando perdia a bola recuava em demasia deixando os médios e os centrais do Benfica jogarem à vontade e golos foram aparecendo com naturalidade.

O minuto 32, segundo golo é exemplo disso. A equipa canarinha estava com 2 linhas de 5 Homens separadas por 5 metros dentro da sua área num lançamento lateral para o Benfica na face lateral da grande área do Monte Carlo. E foi simples, lançamento para trás para os centrais que sem pressão dos avançados canarinhos, recuados em demasia, lançam a bola para as costas das duas linhas de 5 que subiram sem grande controlo da profundidade. Ching Hang recebe, coloca em Edgar que de peito assiste Leonel para o golo colectivo mais bonito do encontro.

Ao intervalo o jogo estava resolvido com 3-0 e a segunda parte foi uma formalidade com destaque para o grande golo de Carlos Leonel que de moinho fez o quinto golo.

Em suma, um jogo que mostra o desequilíbrio deste campeonato onde o treinador do Benfica leu muito bem e recuperou a intensidade que andava perdida nos seus jogadores e onde o treinador do Monte Carlo não potencializou as suas maiores armas colocando-as a fazer o que eles não tem de melhor para oferecer.

Nos restantes jogos, Kei Lun 1Vs3 CPK, com os três golos do CPK a aparecerem nos últimos 10 minutos, Cheg Fung 3Vs1 Development, a equipa de João Rosa de volta às vitórias. Na luta pela permanência, Sporting de Macau 1Vs1 Lai Chi, com destaque para o regresso de Junior Soares aos Leões e Policia 0Vs4 KA I, onde KAI apareceu também mais reforçado do que em jornadas anteriores.

Jogador da Jornada #45 Leonel Fernandes

Grande jogo do ponta de lança do Benfica, numa exibição onde não poupou esforços, pressionou alto quando não tinha a bola como também atacava ferozmente a profundidade à procura da mesma. Com bola, foi letal na altura de finalizar com um hat-trick e com golo para mais tarde recordar.

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