Leonor Sá Machado DesportoFutebol | José Rocha Diniz é o novo treinador da equipa do Consulado [dropcap style=’circle’]AO[/dropcap]rranca agora o segundo ano para a recentemente formada equipa de jogadores do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong e é o ex-futebolista amador José Rocha Diniz quem vai treinar os 21 rapazes e homens que constituem o colectivo. A apresentação da equipa, que decorreu na passada sexta-feira no próprio Consulado, foi feita pelo capitão Vítor Sereno, Cônsul, frente aos também patrocinadores EDP e CESL-Asia. Para João Costa, representante da EDP em Macau, ser a primeira equipa de futebol a nascer da vontade e paixão de um Consulado pelo desporto é “uma representação não comum” e na qual a EDP “tem a obrigação de participar. O Cônsul português apresentou a equipa, os novos equipamentos e explicou que este ano traz novidades ao nível da média de idades em campo, mas também da vontade com que se joga. “À diplomacia política e cultural, juntámos a desportiva”, disse à imprensa, acrescentando que, no ano passado, “a média de idades era de 40 anos”, mas a equipa conseguiu pescar uns quantos talentos jovens e conta agora com desportistas abaixo dos 18 anos. Um treinador sui generis Rocha Diniz foi escolhido para a posição de treinador da equipa por, de acordo com o Cônsul, ter já alguma experiência na matéria e partilhar, tal como os restantes 21, uma paixão incondicional pelo desporto. “O futebol é daquelas mulheres de quem nunca nos separamos”, acrescentou mesmo o também director do Jornal Tribuna de Macau. No entanto, alertou para o facto do lugar que ocupa não querer necessariamente dizer que andará vestido a rigor atrás dos jogadores. “Chamar treinador a quem dirige uma equipa é um sofisma.” Foi por volta de 1978 que o jornalista era então finalista de História e precisava de uns trocos para pagar os estudos, pelo que começou a jogar. “Foi com o dinheiro do [Clube de Futebol da] Mealhada que consegui acabar o curso”, contou. Rocha Diniz está certo de que o colectivo vai “subir de divisão”, já que não seria a primeira vez. “Este ano celebramos ter subido da quarta para a terceira [divisão], para o ano será da terceira para a segunda e, no seguinte, da segunda para a primeira”, ditou o capitão da equipa, Vítor Sereno.
Tomás Chio Desporto MancheteFutebol | Liga de Elite arrancou este fim-de-semana Na primeira jornada da nova época da Liga de Elite, Benfica e e Kai golearam os seus opositores por idêntico resultado: 5-0. No jogo mais equilibrado do fim-de-semana, destaque para a vitória do Chao Pak Kei(C.P.K) sobre o Monte Carlo por 3-2, com o golo da vitória a surgir nos descontos [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]jogo mais equilibrado da semana que inaugurou a nova época juntou o Monte Carlo , quarto classificado da temporada transacta, e o CPK, que obteve o terceiro lugar. Depois de 40 minutos bem disputados, mas em que não se registou nenhuma oportunidade de golo significativa, a animação chegou em cima do intervalo. Silva Ronieli, inaugurou o marcador para o CPK, aos 42’, depois de receber um passe longo de um colega de equipa. O avançado não desperdiçou a oportunidade e rematou com êxito para as redes dos “canarinhos”. Um minuto depois, num lance desastrado, o guarda-redes do CPK chutou a bola contra o corpo do adversário, o avançado Ristof Amarildo, e esta entrou para dentro da baliza, dando o empate ao Monte Carlo. No início do segundo tempo o jogo manteve-se dividido sobretudo na zona do meio-campo. Porém aos 56’ o guarda-redes do C.P.K., Domingo Chan, voltou a ser infeliz ao rematar contra um adversário. A bola chegou aos pés de Nunes Jullyan e o jogador do Monte Carlo fez o segundo golo da sua equipa, passando assim para a frente do marcador. No entanto, a vantagem não duraria muito tempo já que no minuto 64 Silva Ronieli bisou na partida, colocando o resultado em 2-2. Resultado que se manteve até perto do fim da partida, quando no segundo minuto do tempo de compensação, Ronald Damian, defensa do C.P.K., recebeu a, marcou de cabeça na sequência de um pontapé de canto. O C.P.K. acabou por ser a equipa mais feliz amealhando assim os três pontos da vitória Steven Chao, treinador de C.P.K., estava visivelmente satisfeito com a vitória obtida ao cair do pano. “A nossa equipa tem capacidade para lutar por títulos, mas os jogadores ainda não estão na melhor forma, só estamos a 70%. Precisamos mais dois ou três jogos oficiais para evoluirmos, mas sinto-me muito satisfeito por termos conseguido os 3 pontos,” afirmou ao HM. Diego Silva Patriota, jogador do C.P.K. considerado o melhor jogador de Macau de 2015 sublinhou que “o primeiro jogo é muito difícil para os jogadores estrangeiros, como eu e o Ronieli que chegámos a Macau na última sexta. Sinto-me satisfeito com o resultado, e vamos melhorar de jogo para jogo. Para o futuro esperamos uma melhoria progressiva,. Agora vamo-nos entrosar melhor com os outros jogadores, conhecer melhor o estilo de jogo. Acho que vamos melhorar dia após dia,” rematou. Para crescer Cláudio Roberto, treinador de Monte Carlo, lamentou a derrota. “Sinto que a derrota foi muito pesada, mas o futebol é assim, às vezes cometes erros, e os erros pagam-se caros. Mas eu acredito que a equipa vai crescer, evoluir. Pelo pouco tempo que estou com a equipa já percebo comportamentos quando treinamos, e isso é muito bom, é muito importante. Não vejo a derrota como o fim da linha. Vamos trabalhar e por isso crescer,” disse ao HM. O treinador mostrou-se ainda optimista quanto ao futuro da sua equipa na competição. “Temos expectativas positivas, temos vários jogadores jovens e que vão amadurecer com o desenrolar dos jogos. Como equipa vamos crescer, não tenho duvidas disso. Este jogo deu-me demonstrações claras que a nossa equipa vai crescer e com o tempo vamos conseguir bons resultados.” Outros jogos O Benfica não teve dificuldades em derrotar a Polícia ganhando por 5-0, com o avançado, Góis Fernandes Leonel a fazer 4 golos no jogo, todos no primeiro tempo. Lei Kam Hong também inscreveu o seu nome na lista de marcadores no segundo tempo. Com um “hat-trick” de William Carlos Gomes, O Ka I ganhou também por 5-0. A Casa de Portugal empatou com o Chuac Lun por 3-3. O Sporting venceu categoricamente por 4-1 o Lai Chi. Ao fim da primeira jornada, O Benfica e Ka I lideram a Liga fruto da grande capacidade ofensiva. Seguem-se Sporting e C.P.K. Na próxima jornada o Monte Carlo defronta o bi-campeão e actual líder Benfica, no sábado. Resultados Benfica – Polícia 5-0 Chuac Lun- Casa de Portugal 3-3 Kei Lun-Kai I 0-5 Monte Carlo- C.P.K. 2-3 Lai Chi- Sporting 1-4 Classificação Benfica 3 Kai I 3 Sporting 3 Chao Pak Kei(C.P.K) 3 Chuac Lun 1 Casa de Portugal 1 Monte Carlo 0 Lai Chi 0 Policia 0 Kei Lun 0
Hoje Macau DesportoEntrevista | Wang Yue, campeão olímpico de Xadrez [dropcap style=’circle’]É[/dropcap] este o vaticínio do Grande Mestre Wang Yue em entrevista que teve a simpatia de nos conceder durante a estadia em Macau este fim-de-semana da selecção chinesa de xadrez, actual campeã olímpica e actual campeã mundial de selecções, pela primeira vez, em ambos os casos, na sua história. Foi logo no princípio desta entrevista, ou desta conversa, que Wang Yue surpreendeu pela convicção com que o disse e sem rodeios. Num ambiente relaxado, falamos um pouco de filmes, livros e computadores, do espírito de Macau e do espírito da China, de sonhos – alguns tornados realidade -, do ensino … tudo, claro, à volta do xadrez. Mas o melhor é saborearmos, então, as ideias e discurso deste digno representante da selecção chinesa de xadrez. Em primeiro lugar, os nossos agradecimentos pela entrevista, apesar de estar muito ocupado com um calendário preenchido aqui em Macau. Quais são as suas impressões acerca do xadrez que tem encontrado em Macau? Muito positivas. As bases e as fundações do xadrez são melhores em Macau, porque aqui há uma tradição portuguesa e europeia que vem da história de Macau e nota-se que essa diferença atrai mais pessoas para o xadrez do que na China. Ainda ontem cada um de vocês defrontou ao mesmo tempo 40 jogadores de Macau, numa simultânea no Pavilhão do Tap Seac? Gostaram? Muito. Grande participação, muitas crianças com os pais, centenas de espectadores, é isso que eu digo: em Macau o xadrez é cada vez mais popular e bem apoiado podemos ver resultados importantes a médio-prazo. Mas vocês ganharam as 160 partidas, nem sequer um empate para os jogadores de Macau. É preciso ver que só podiam participar na simultânea jogadores com um “rating” abaixo dos 1800 pontos Elo (nota: sistema similar ao ATP do ténis. Wang Yue tem 2718 pontos), já que se destinava sobretudo às crianças e a promover o interesse pelo xadrez. E na China há mais o gosto pelo xadrez chinês, o Qianxi? Sim, sim, entre a população da China conhece-se, pratica-se e dá-se mais atenção ao Qianxi. Mas vocês recebem apoio do Governo? Sim, mas mais ao nível da alta competição como no caso das Olimpíadas e do Campeonato Mundial por equipas. A nível de difusão e apoio da aprendizagem do xadrez ainda se está num nível pouco estruturado, pouco generalizado. Em Macau há um maior apoio do Governo com projectos para as escolas e contratação de treinadores, por exemplo da Finlândia e, claro, da China continental. Macau terá o seu próprio Mestre Internacional ou mesmo Grande Mestre dentro dos próximos dez anos, de certeza. Parabéns pelas vitórias nas olimpíadas e no campeonato mundial de equipas por Países. Penso que até chorou de alegria quando ganhou as olimpíadas. Qual foi o significado para si deste feito histórico batendo equipas de Países onde o xadrez tem grande implantação e patrocínios, tal como a Rússia ou os EUA? É verdade. Chorei de alegria quando recebemos a medalha de ouro. Era um sonho, um sonho que se tornou realidade. Por outro lado, nas Olimpíadas de 2014 o rating individual dos jogadores chineses não era na altura muito alto, não éramos favoritos; mas eles, nós, soubemos jogar como uma verdadeira equipa. Talvez seja algo como um estilo chinês, o espírito chinês, este saber sermos uma equipa. Acha que estes bons resultados podem chamar atrair mais apoio do Governo e mais atenção da população chinesa para o xadrez? Sim, estes resultados vão atrair mais e mais apoios e interesse pelo xadrez. Por exemplo, no meu clube já há muito mais crianças, muito mais jogadores do que antes. O seu amigo Li Chao, outro grande nome do xadrez, treina crianças. Ele disse numa entrevista que, para ele, os seus estudantes eram família. Para si também? Sim. Eles são muito acarinhados e através do ensino e da aprendizagem eles e nós próprios evoluímos como xadrezistas e como pessoas. Como acontecia, por exemplo, a Escola de Botwinnik na ex-União Soviética em Leninegrado. Ele próprio evoluía. Sei que quando ensinamos também aprendemos, todos nós evoluímos, como xadrezistas e como pessoas. Li Chao disse que sonhava que um dia um dos estudantes da vossa escola fosse campeão mundial individual. Acha isso possível? O nosso clube já tem alguns Mestres Internacionais e Grandes Mestres. Se algum deles poderá vir ser o Campeão do Mundo e quando concretamente é sempre difícil de saber. Por ora, a minha tarefa é formar bons jogadores e esperar que os meus discípulos, pelo menos, me ultrapassem. O importante é dar um passo de cada vez, sempre a melhorar, e um dia, no futuro, talvez… Alguma comunicação social fala nos seus dois colegas de equipa mais novos, Yu Yangyi (20 anos) e Wey Yi (17 anos) como possíveis candidatos ao título de campeão do mundo, acha possível que isso venha a acontecer com eles ou consigo, ou com outro colega de equipa? Ainda há uma certa distância entre eles e Magnus Carlsen (nota: Magnus Carlsen, 24 anos, é Campeão do Mundo desde há 3 anos). Na verdade, Magnus é muito, muito forte e ainda é muito novo. Wey Yi e Yu Yangyi são excelentes jogadores. Cada um tem o seu estilo – é muito importante que um jogador tenha o seu próprio estilo -, diferente estilo, tal como Topalov (um ex-campeão do mundo com um estilo de jogo agressivo) e Carlsen (um estilo mais posicional), e isso (ter o seu próprio estilo) já diminui essa certa distância. O Grande Mestre Wang Yue tem um estilo calmo e posicional e foi assim que há pouco tempo derrotou os seus compatriotas no Grande Torneio de Danzhou, no passado mês de Abril. Acha que é nesse ponto que eles devem melhorar? Muitos famosos Grandes Mestres, como Kasparov (o mais famoso ex-campeão do mundo da contemporaneidade), são mais tácticos no início e depois evoluem para um xadrez mais posicional, é uma evolução natural, por isso, não é bem esse o ponto a melhorar. Actualmente, aquilo em que estamos a trabalhar é mais no problema que temos e que é muito triste para nós, que é o de sermos muito mais fracos nas partidas rápidas (partidas com cerca de 30 minutos apenas para cada jogador) e nas partidas Blitz (partidas entre 3 a 5 minutos para cada jogador). Sobretudo, nestas últimas a diferença entre o nosso “rating” neste tipo de partidas e o nosso “rating” nas partidas clássicas é muito grande e há muitos torneios em sistema de “knock-out”, onde a passagem à eliminatória acaba por ser desempatada nas partidas Blitz. Temos sofrido amargas experiências por causa deste nosso ponto muito fraco. Os jogadores estrangeiros jogam dez vezes mais partidas Blitz do que nós e é a este ponto que agora temos vindo a dedicar mais atenção nos treinos, tentando melhorá-lo. Quantas horas mais ou menos treina por dia? Cerca de 8 horas. Mas então como é que podia ter mais tempo para treinar jogado partidas Blitz? Normalmente, estudávamos aberturas, analisávamos partidas e pouco nos preocupávamos com as partidas Blitz. Mas agora mudámos esta preparação porque temos mesmo que melhorar nas partidas rápidas e sobretudo nas partidas Blitz, onde estamos muito abaixo do nível a que estamos nas partidas clássicas, que podem durar várias horas. Quando digo dedicarmos mais tempo, digo mudar este tipo de treino e concentrarmo-nos mais em melhorar o nosso nível de partidas Blitz. E usa computadores? Hoje em dia todos temos de usar computadores, especialmente para o estudo das aberturas, certas posições e finais de partidas. Também podemos encontrar facilmente todas as partidas do nosso próximo adversário num torneio nas bases de dados desses computadores. Eu, pessoalmente, também uso, tenho que usar, mas ainda prefiro os livros. Não gosto do computador, mas preciso do computador. E a nova geração, por exemplo Wei Yi, ainda estuda lendo os grandes clássicos do xadrez? Acho que não, muito raramente. Estudam quase só através dos computadores. Acha que ainda é possível um ser humano, por exemplo o campeão mundial, ganhar ao mais forte programa de xadrez? O seu amigo Li Chao, naquela entrevista que referi há pouco, acha que, infelizmente, um humano já não tem qualquer hipótese contra um computador. Não acho impossível. Em certas posições o computador é muito estúpido. Não as compreende porque privilegia o material, quando por vezes a partida pode estar empatada ou perdida para quem tem material a mais. Mas então porquê que há mais de 10 anos que nenhum campeão mundial aceita o repto de defrontar o mais forte computador? Acha que, por exemplo, Magnus Carlsen, conseguiria derrotar um computador? Depende. Acho que se o match for de duas ou poucas partidas, o computador deve ganhar, mas se for um match mais longo, de 10 ou 20 partidas, Carlsen pode ganhar. Mas num match longo o representante dos humanos vai ficando cada vez mais cansado, ao passo que o computador nunca se cansa!? É que o computador faz sempre as mesmas jogadas e num match longo pode estudar-se e analisar essas jogadas e acabar por conseguir superar o computador. Nós podemos mudar a abertura, aquele ou o outro lance e ir mudando tudo ao longo do match mas o computador continua sempre a fazer o mesmo tipo de jogadas. Por isso, acho que num match longo a raça humana talvez tenha algumas chances de derrotar a máquina. E qual é o programa de xadrez que usa e qual é o seu jogador preferido de todos os tempos? Programa de xadrez, uso o “Stockfish”, agora, qual é o meu jogador preferido de todos os tempos é difícil, há vários. Do tipo de jogo gosto muito de Capablanca e de Kramnik. Capablanca era um génio. E os livros de Capablanca são os mais simples de compreender. Quando ensino xadrez aos meus estudantes, se lhes apresento uma partida de Carlsen eles não a conseguem compreender, mas se for uma de Capabalnca eles percebem, o plano é claro, as jogadas são fáceis de perceber (Capablanca, cubano, foi campeão mundial de xadrez entre 1921 e 1927 e detém, até hoje, o recorde de 8 anos consecutivos sem perder uma partida). E quem são, para si, os jogadores mais fortes da actualidade? Carlsen. Anand também é muito forte (Anand perdeu o seu título mundial para Carlsen em 2013). Num filme de Wolgang Peterson inspirado no xadrez (“Black and white, like day and night”), o campeão mundial diz que o xadrez é “a subtileza de transformar a matemática em arte”. Um conhecido treinador de xadrez na China disse uma vez que de todos os jogadores chineses o Grande Mestre Wang Yue era aquele que melhor compreendia o que era o xadrez. Para si, afinal, o que é o xadrez? O xadrez é uma fonte de felicidade. Para muitos jogadores profissionais, como Kramnik, o xadrez é principalmente análise, estudo com um computador, transposição dos movimentos e lances para o tabuleiro, adaptados para as partidas, o xadrez é sobretudo uma ciência. Mas, para mim, não é sobretudo uma ciência, mas uma arte e um meio de comunicação. Apreciar o jogo é mais importante do que o torneio. Naquele filme, o protagonista preferia morrer ou matar a perder uma partida. É mesmo assim? O quê que sente quando perde uma partida num torneio? Sinto-me mesmo muito mal. Fico zangado. Mas comigo próprio, não com o meu adversário. E o que é que faz para recuperar psicologicamente? Alguns jogadores tentam esquecer vendo filmes, como o seu colega de equipa Li Chao disse naquela entrevista a que me referi antes. Tento compreender porque é que perdi. Analiso a partida e o meu jogo para que isso não volte a acontecer. Um outro grande Campeão do Mundo, precisamente aquele que tirou o título a Capablanca, Alexander Alekhine, que por sinal viveu exilado em Portugal onde morreu, disse, numa entrevista à BBC que, na sua opinião, para se ser um jogador de xadrez de topo, não bastava o trabalho árduo ou uma memória prodigiosa. “Tal como um pintor ou um músico, o xadrezista de topo tinha que possuir algo de inato”, que nasceu com ele e que os outros não têm. Concorda com esta opinião? Não é possível a qualquer pessoa medianamente inteligente, com excelente memória, bons nervos e grande capacidade de trabalho, ser um xadrezista de topo? Acho que sim, que também é preciso um talento natural, com que se nasce. Para além de muito trabalho e capacidade de memorização. E é muito difícil encontrar esses talentos? Sim, mas é possível preparar o aparecimento desses talentos e quando se descobrem, despertá-los e proporcionar-lhes boas condições de desenvolvimento, como xadrezistas e como pessoas. Podem aparecer em Macau? Podem aparecer em qualquer lugar. Podem perfeitamente aparecer em Macau, onde já se encetou um bom caminho e existem boas condições para o ensino e para a prática do xadrez. Uma última pergunta: Disse que apreciava muito Capablanca. Há também uma curta-metragem de 1925 onde aparece Capablanca em carne e osso (“Chess Fever”, de Vsevolod Pudovkin). Nesse filme, Capablanca passeava por Moscovo durante uma pausa num torneio de xadrez, quando viu uma bonita jovem moscovita infeliz e a chorar. Capablanca, conhecido pela sua gentileza, aproximou-se e perguntou-lhe porque chorava. O noivo dela tinha ficado obcecado pelo xadrez e nada mais o interessava, tendo-se esquecido do seu próprio casamento. Capablanca promete ajudá-la. Visita o marido e convence-o a desistir do xadrez pelo amor da jovem. Se se visse na mesma situação de Capablanca, o quê que fazia? Aconselhava-a a aprender a jogar xadrez (risos). Muito obrigado e espero que gostem da visita que vão agora fazer a algumas escolas de Macau e da vossa estadia em Macau. Agradecia que enviasse o nosso apoio, daqui de Macau, ao jovem Grande Mestre Yu Yangyi, que vai participar num dos mais foretes e prestigiados torneios de xadrez do circuito anual, o “Tata Steel Tournament”, na Holanda, entre 16 e 31 de Janeiro, pela primeira vez. Por cá, fica a promessa de divulgarmos o torneio e analisarmos as melhores partidas à medida que se for desenrolando. Boa sorte. Muito obrigado, em nome de toda a nossa equipa, pela atenção e pelo apoio. Perfil: Wang Yue ( 王玥; nascido a 31 de Março de 1987) tornou-se, em 2004, no 18º GM chinês com a idade de 17 anos. De Março a Dezembro de 2008, Wang Yue esteve 85 jogos consecutivos sem uma derrota, um feito histórico. Foi também o primeiro jogador chinês a entrar no top 10 do xadrez mundial, o que aconteceu em Janeiro de 2010. Foi o tabuleiro nº 1 da selecção olímpica chinesa que ganhou a medalha de ouro em 2014. Wang é actualmente um estudante de “Estudos de Comunicação” na Faculdade de Artes Liberais da Universidade de Nankai em Tianjin. Fundou uma Escola e um clube com o seu amigo Li Chao, também Grande-Mestre, focada no ensino e prática do xadrez dirigidos principalmente às crianças. De João Valle Roxo
Hoje Macau DesportoXadrez | Equipa chinesa campeã do mundo faz visita a Macau [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]ela primeira vez na história do xadrez, a China sagrou-se campeã do mundo, no ano de 2015. E, ocasião única, também pela primeira vez vem esta equipa a Macau. A equipa campeã chega este sábado, 9 de Janeiro, à RAEM, onde permanecerá até segunda-feira, inclusivé, para promover o xadrez, também num acto de amizade da Associação de Xadrez da China para apoiar o trabalho de desenvolvimento de xadrez que está a ser feito pela Associação de Xadrez de Macau, Grupo de Xadrez de Macau. Trata-se, também, de um exemplo de feliz coordenação do Governo Central com a RAEM. Por um lado, esta equipa é verdadeiramente um dos bons “rostos” da RPC no mundo, numa arena particularmente querida que é a dos jogos mentais. Por outro lado, e verdade seja dita, o xadrez em Macau tem vindo a ser inteligentemente apoiado pelo IDM e este é mais um bom exemplo de visão. O outro, por enquanto menos visível porque planificado para o médio e longo prazo, é o programa de divulgação do xadrez nas escolas que se encontra em curso desde o ano passado. Efectivamente, a Associação de Xadrez de Macau, assistida pelo Governo, está actualmente envolvida num programa de ensino de xadrez, iniciado em 2015, em 16 escolas, que envolve cerca de 400 estudantes primários e secundários. Não por acaso, a equipa chinesa vai também visitar algumas das escolas na segunda-feira para compartilhar alguns dos seus conhecimentos e para tirar uma foto com os jovens alunos de xadrez, disseminando ainda mais a sua prática. Voltando concretamente à delegação chinesa, falamos de um alto dirigente, 4 xadrezistas que fazem parte do lote dos melhores jogadores do mundo e que jogam ao mais alto nível nos mesmos torneios internacionais em que figura, por exemplo, o campeão mundial Magnus Carlsen, bem como toda a elite xadrezística mundial e ainda treinadores, também eles Grandes-Mestres mas menos no activo, antes tendo por missão a preparação física, mental e psicológica da equipa, ao detalhe, à boa maneira chinesa. A composição da delegação é a seguinte: Capitão: Sra. Tian Hongwei (田红卫), Vice-Delegada Geral da Federação de Xadrez da China; Treinadores: GM Xu Jun (徐俊) e GM Yu Shaoteng (余少 腾); Jogadores: GM Wang Yue (王 玥), GM Bu Xiangzhi (卜祥志), GM Yu Yangyi (余 泱 漪), GM Wei Yi (韦奕).Estamos na presença de alguns dos mais altos QI’s do mundo. Os campeões vão jogar este domingo, a partir das 10:00, no pavilhão Desportivo do Tap Seac, uma exibição simultânea de xadrez, gratuita, limitada a 200 jogadores do público que os queiram desafiar, com inscrição e admissão entre as 9h00-9h30. Cada um, irá enfrentar, simultaneamente (daí o nome, “partida simultânea”) 50 adversários e todos estes, cada qual com o seu tabuleiro, cada qual com a sua partida, o enfrentam a ele. Mas, note-se, espera-se uma simultânea eclética onde a par de jogadores oficiais de Macau estarão outros que apenas gostam de jogar. Também se pretende divulgar a modalidade junto das crianças e dos jovens, tenham muitos ou poucos conhecimentos de xadrez, desde que se interessem. Qualquer pai pode vir com os seus filhos, mesmo que eles só conheçam as regras e os movimentos das peças, desde que gostem de jogar. Entretanto, fica prometida uma entrevista com todos eles para depois desta passagem por Macau, a ser aqui publicada. Os jogadores Wang Yue ( 王玥; nascido a 31 de Março de 1987) tornou-se, em 2004, no 18º GM chinês com a idade de 17 anos. De Março a Dezembro de 2008, Wang Yue esteve 85 jogos consecutivos sem uma derrota, um feito histórico. Foi também o primeiro jogador chinês a entrar no top 10 do xadrez mundial, o que aconteceu em Janeiro de 2010. Foi o tabuleiro nº 1 da selecção olímpica chinesa que ganhou a medalha de ouro em 2014. Wang é actualmente um estudante de “Estudos de Comunicação” na Faculdadede de Artes Liberais da Universidade de Nankai em Tianjin. Yu Yangyi (余泱漪; nascido em 8 de Junho de 1994) chegou a Grande Mestre com 14 anos, 11 meses e 23 dias em 2009. Em Dezembro de 2014, venceu o 1º Open de Mestres do Qatar, tendo vencido, entre outros, o russo Vladimir Kramnik e o holandês Anish Giri, actualmente, os nºs. 2 e 3 do mundo. Em Dezembro passado, no 2º open de Mestres do Qatar terminou em primeiro lugar ex-aequo com o actual campeão do mundo, Magnus Carlsen, tendo este feito juz às suas credenciais de campeão no desempate por partidas Blitz, ao ganhar-lhe por 2-0. Fez parte da equipa da China que venceu os Jogos Olímpicos de xadrez de 2014 e da equipa da China que recentemente venceu o Campeonato Mundial de xadrez por Países em 2015. Foi medalha de ouro individual no tabuleiro nº 3 com a melhor “performance” de todo o evento. Fora do mundo do xadrez, Yu estuda Economia do Desporto na Universidade do Desporto de Pequim. Bu Xiangzhi (祥志; nascido em 10 de Dezembro de 1985) foi campeão da China em 2004 e também fez parte da selecção nacional que ganhou os jogos Olímpicos de 2014 e o campeonato por Países de 2015. Em 1999, ele tornou-se no 10º Grande Mestre da China com 13 anos, 10 meses e 13 dias, na altura, o mais jovem GM do mundo na história do xadrez. Já esteve em Macau em 2007, por altura dos Jogos Asiáticos, onde me concedeu uma interessante entrevista que aqui foi então publicada. Wei Yi (韦奕; nascido em 2 de Junho de 1999) é um jovem prodígio do xadrez. Em 1 de Março de 2013 alcançou o título de GM aos 13 anos, 8 meses e 23 dias de idade, sendo, na altura, o quarto mais jovem a consegui-lo na história do xadrez. Em Novembro de 2014, Wei, tornou-se o mais jovem jogador a ultrapassar a barreira dos 2600 pontos “Elo” (Sistema de “rating” do xadrez, semelhante ao “ATP”, do ténis) , quebrando o recorde histórico que era até aí detido pelo filipino naturalizado americano, Wesley So. Wei tem um estilo de jogo audaz, pleno de imaginação e recentemente foi alvo das atenções de todo mundo xadrezístico, incluíndo Garry Kasparov, por uma partida das mais belas da contemporaneidade, por alguns considerada a partida da década, em Danzhou, em 07/04/2015. Foi ao estilo antigo e romântico, com sacrifícios de peças uns atrás dos outros que obrigaram o Rei adversário a fugir por todo o tabuleiro até levar Xeque-Mate, que Wei Yi derrotou o GM cubano Lazaro Bruzon e que espero poder aqui trazer brevemente. Texto de João Valle-Roxo
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP | Motociclistas acidentados na Guia recuperam bem, mas Mountford desiste de correr [dropcap style=circle’]R[/dropcap]uss ‘Monty’ Mountford foi um dos dois motociclistas azarados na 49ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau. O britânico teve um aparatoso acidente na zona sinuosa do Circuito da Guia durante os primeiros treinos de qualificação, que se saldou em várias fracturas na bacia, externo, perna esquerda e algumas vértebras. Depois de ter sido operado por uma equipa de cirurgiões do Centro Hospitalar Conde de São Januário e após uma semana de convalescença em Macau, Mountford regressou a casa, à cidade de Wigan, onde decidiu colocou colocar um ponto final na sua carreira. Na véspera de Natal, o motociclista britânico anunciou na rede social Twitter que seguiu o conselho do seu cirurgião. “Decidi retirar-me”, escreveu, para depois falar ao jornal Wigan Today, reforçando a ideia deixada na RAEM, onde afirmou aos jornalistas ter sido este “o acidente mais grave da carreira”. Mountford foi operado novamente à bacia no regresso à terra natal, tendo passado mais duas semanas na Wigan Infirmary, sendo que irá novamente ser intervencionado em breve, pois o dedo mindinho esquerdo precisa de mais uma cirurgia. Os médicos reconhecem que o motociclista de 33 anos, pai de duas crianças, precisará de mais quatro meses para voltar a caminhar normalmente. “Já praticamente decidi que acabaram as corridas de estrada para mim. Venho a correr há muito tempo e não será justo colocar a minha família na possibilidade de passar por isto outra vez. Nunca tinha experimentado nada parecido com a quantidade de dor em que tenho estado nas últimas cinco semanas”, afirmou Mountford à publicação de língua inglesa. “Obviamente eu fazia isto para viver e agora terei que encontrar um trabalho. Os próximos seis meses vão ser duros, mas eu quero concentrar-me na minha família”, concluiu Mountford, que antes de enveredar profissionalmente pelas corridas de motos trabalhava numa tipografia. McHale quer continuar Pelo Centro Hospitalar Conde de São Januário também passou Tom McHale, que protagonizou um acidente ainda mais grave. O estreante britânico perdeu o controlo da sua Honda na Curva do Mandarim a mais de 230km/h, batendo com gravidade nas barreiras de protecção. Segundo os pais do motociclista de 31 anos, que assistiram ao acidente através das televisões colocadas nas boxes, este demorou sete dias até reconhecer a família, fracturou vinte e quatro ossos, incluindo cinco vértebras, rasgou o céu da boca e teve um hematoma no cérebro e outro no fígado. Segundo a equipa responsável do hospital público do território, as lesões mais graves foram mesmo as duas fracturas na coluna vertebral, que poderiam ter consequências nefastas caso não tivessem sido logo tratadas. Contudo, este acidente no Circuito da Guia não tirou pitada de motivação a McHale, que à imprensa do seu país disse que conta os dias para voltar à competição. “Preciso de esperar para que o meu braço recupere. Se recuperar bem, vou estar de volta no próximo ano. O objectivo é competir nas provas de estrada no próximo ano. Só o movimento das minhas mãos é que me impedirá”, explicou McHale ao jornal North-West Evening Mail, resumindo assim o por quê de tanta pressa em regressar ao activo: “Quando se gosta mesmo de fazer algo, isto torna-se a nossa paixão.”
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Andy Chang e Luís Sá Silva com temporadas incompletas [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ndy Chang e Luís Sá Silva são os únicos dois pilotos com licença desportiva de Macau a competir em corridas de monolugares além-fronteiras. Para ambos, 2015 foi um ano difícil e 2016 ainda é uma incerteza. Sem capacidade financeira para cumprir a totalidade do Campeonato da Europa FIA de Fórmula 3, Andy Chang, ou Chang Wing Chung como também é conhecido, fez as últimas cinco provas – 14 corridas – da temporada de 2015 com o intuito de preparar a sua participação na Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau, substituindo na equipa inglesa Fortec Motorsport o chinês Cao Hongwei. Chang não foi além de um 18º posto como melhor resultado em corridas do europeu este ano, um resultado obtido no Autódromo Internacional do Algarve. No entanto, o piloto de matriz chinesa obteve um satisfatório 14º lugar na corrida rainha da especialidade nas ruas do território, o que lhe certamente dará uma motivação extra para o que há de vir. Sobre a próxima época, o jovem de 18 anos que reside em Oxford disse ao HM, durante o fim-de-semana do Grande Prémio, que ainda é “cedo para saber o que fazer”, mas confirmou que “gostaria de voltar à F3 ainda que para isso seja preciso encontrar apoios”. ma temporada ao mais alto nível no europeu de Fórmula 3 nunca ficará por menos de oito milhões de patacas, segundo o que apurou o HM. Pela mesma razão – falta de apoios – o angolano Luís Sá Silva teve igualmente uma época incompleta. “O Luís teve uma temporada curta uma vez que os apoios no seu país de origem este ano escassearam”, explicou Nuno Pinto, o mentor da carreira do vice-campeão asiático de Fórmula Renault 2.0 em 2009 e da Fórmula Pilota China (Abarth) em 2011. “Ele estava a competir na AutoGP, uma competição interessante com monolugares de elevada performance, mas que foi interrompida a metade do ano por não ter o número de participantes que os organizadores esperavam”. O treinador de pilotos português, que no passado mês de Novembro esteve em Macau com a equipa vencedora da corrida de F3, a Prema Powerteam, explica que Sá Silva “estava a demonstrar a sua grande evolução e obteve excelentes resultados, acabando mesmo a vencer na última prova disputada em Silverstone”. Nuno Pinto salienta que o antigo aluno da Escola Portuguesa de Macau “precisa agora de tentar competir numa destas categorias de acesso à Fórmula 1 na próxima temporada” se quiser continuar a lutar pelo sonho de atingir o patamar mais alto do automobilismo, acrescentando que está “agora a trabalhar para que se voltem a reunir condições para que o Luís possa continuar a sua carreira nos monolugares, já que depois de ter passado pela F3 e GP3 e ter testado na Fórmula Renault 3.5 e GP2 com sucesso, para além dos bons resultados nas participações na AutoGP”.
Hoje Macau DesportoJosé Mourinho demitido do Chelsea [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] português José Mourinho foi ontem demitido do cargo de treinador do Chelsea, deixando o clube, actual campeão e 16.º classificado da Liga inglesa de futebol, com 16 jornadas. “O clube deixa claro que José [Moutinho] deixa-nos em comum acordo e será sempre recordado como uma pessoa muito querida, respeitada e uma figura de relevo no clube”, refere o comunicado do Chelsea. Depois de ter regressado ao clube de Londres em 2013, Mourinho conquistou o terceiro título inglês pelos ‘blues’ em 2014/15, tal como a Taça da Liga, o que levou à renovação de contrato até 2019. Em 16 jogos para a Liga inglesa, o Chelsea tem apenas 15 pontos, equivalentes a quatro vitórias, três empates e nove derrotas, encontrando-se a apenas um ponto de distância da zona de despromoção. No entanto, a formação londrina assegurou o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões, depois de terminar em primeiro lugar no Grupo G, à frente dos ucranianos do Dínamo de Kiev e do FC Porto. Esta qualificação ficou garantida apenas na última jornada, depois de ter vencido o FC Porto por 2-0, relegando os ‘dragões’ para a Liga Europa. Depois de a BBC e a Sky Sports terem anunciado o despedimento do treinador do português dos blues, a imprensa inglesa adiantou o nome de Hiddink como treinador da equipa londrina até final desta época. O técnico holandês já orientou a equipa inglesa em 2008/09, numa situação semelhante, quando Scolari foi demitido do comando técnico. No entanto, anteriormente o Chelsea sondou Juande Ramos para assumir o cargo de treinador interino, caso o clube rescindisse com José Mourinho, segundo publicou o jornal The Times. O espanhol Juande Ramos, 61 anos, ex-técnico do Sevilla, Tottenham Hotspur e Real Madrid, está actualmente sem treinar, depois de ter deixado os ucranianos do Dnipro Dnipropetrovsk. Segundo, o britânico The Times, o patrão do Chelsea Roman Abramovich era contra a saída de Mourinho, que levou o clube ao título pela segunda vez, mas está preocupado com os maus resultados e teme que a relação entre Mourinho e figuras como Eden Hazard, Diego Costa, Cesc Fàbregas, John Terry ou Nemanja Matic se tenha deteriorado.
Hoje Macau DesportoGrande Prémio | Mais de 50 milhões em receitas e dois recordes [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] 62º Grande Prémio de Macau deu origem a mais de 12,7 milhões de patacas em receitas só na venda de bilhetes. De acordo com um comunicado do Governo, este é um valor recorde, que se inclui num outro recorde nas receitas totais – mais de 40 milhões foram conseguidos também em publicidade e patrocínios, perfazendo um total de 53 milhões de patacas em receitas. A 62ª. Edição do GP contou com a presença de 90 equipas, 221 pilotos oriundos de 31 países e regiões, 49 pilotos locais e oito corridas. Mais de 80 mil pessoas visitaram o território por causa daquele que é, para o Governo, um evento que contribui para a diversificação do sector do turismo. “De acordo com as estatísticas da DST e Corpo de Polícia de Segurança Pública, o território registou, durante os quatro dias do Grande Prémio, 400 mil visitantes e a taxa média de ocupação nos hotéis de três a cinco estrelas foi de 93,47%.”
Sérgio Fonseca DesportoGrande Prémio Internacional de Kart de Macau já começou [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]esde ontem que os motores se ouvem com mais intensidade no Kartódromo de Coloane. Quinta-feira foi dia dos primeiros treinos-livres, antes das mangas de qualificação previstas para amanhã, sendo que as corridas irão animar o fim-de-semana. O regresso do Grande Prémio Internacional de Kart de Macau tem como cabeça de cartaz o Campeonato CIK FIA Ásia-Pacífico KZ. A prova tutelada pela Comissão Internacional de Kart da Federação Internacional de Automobilismo (CIK-FIA) contará com pilotos de quatro diferentes continentes e conseguiu reunir vinte e dois participantes. Contudo, esta prova só foi possível graças aos apoios colocados à disposição dos pilotos internacionais pela organização da prova a cabo da Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC). “As equipas que mostraram interesse no Campeonato Ásia-Pacífico em Macau não foram todas capazes de garantir um número suficiente de pilotos quando chegou a altura de partirem de casa. A Associação Geral Automóvel de Macau-China fez todos os esforços para cobrir uma parte significativa dos custos, principalmente a acomodação”, explicou a CIK-FIA em comunicado. O AAMC atribuiu um subsídio de três mil dólares norte-americanos aos participantes na prova, assim como cinco quartos na Pousada Marina Infante e ajuda no transporte local do equipamento. A prova deste ano junta pilotos de várias idades, dos 16 anos até acima dos trinta, alguns com vasta experiência na condução de karts de 125cc de cilindrada com caixa de velocidade, outros estreantes. Domínio italiano Destaque para a presença dos italianos Lorenzo Camplese, que começou o fim-de-semana com o pé-direito ao dominar as três sessões de treinos-livres de ontem, e Francesco Celenta, profissionais das corridas de karting e que apostam no conjunto Parolin-TM Racing (chassis-motor) para vencer a prova rainha do karting asiático. O holandês Marijn Kremers (Ricciardo Kart-Parilla) e o jovem francês Hubert Petit (TB Kart-Modena Engines) são outros dos favoritos que representam o “velho continente”. A Austrália tem em Macau um contingente de dez concorrentes, o maior entre os países participantes, liderado por Joshua Fife (CRG-TM Racing), Cody Gillis (CRGSPA-Maxter), Zane Morse (CRG-Maxter) e Jonathan Mangos (CRG-TM Racing). João Afonso (Gillard-TM Racing) representará novamente a RAEM na prova, tendo ontem sido 16º, 17º e 19º nas três sessões de treinos. Para além da prova rainha, quem se deslocar estes dias a Coloane poderá ver também em acção os participantes do Campeonato Open de Karting Asiático, Formula 125 Open Sénior, Júnior e Veteranos; Rotax Max Júnior e Sénior; Mini Rok; Rok Sénior; Fórmula Cadetes; Taça AAMC (X30 Sénior e Veteranos) e Taça Macau KZ. A prova principal está marcada para as 15h00 de domingo e a entrada no Kartódromo é livre.
Hoje Macau DesportoPortuguesa vence meia-maratona internacional de Macau [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]portuguesa Carla Martinho ganhou a meia maratona internacional de Macau, prova em que os quatro primeiros lugares foram todos conquistados por atletas de países lusófonos. Carla Martinho fez o percurso em 1:18:56 e cruzou a meta à frente da cabo-verdiana Crisolita Silva, da são-tomense Djamila Tavares e da timorense Natércia Maia. A atleta disse à Lusa que tinha expectativa de ficar entre as três primeiras, mas “não estava à espera de ganhar” e que o tempo que fez ficou dentro do que tinha pensado (abaixo de uma hora e vinte minutos), atendendo ao percurso e ao clima de Macau. Já na meia maratona masculina, o português Bruno Silva ficou em quarto lugar, com um tempo de 1:08:24, numa prova que foi ganha pelo queniano Joseph Ngare (1:05:19) e em que o atleta de Cabo Verde Nelson Cruz foi o segundo classificado (1:07:56). Quanto à maratona, os portugueses Tiago Silva e Miguel Quaresma terminaram em 8.º e 9.º lugar, com tempos de 2:28:58 e 2:29:18, respectivamente. A edição deste ano da Maratona Internacional de Macau foi ganha pelo ucraniano Vitaliy Shafar, que fez o percurso em 2:14:44. Na maratona feminina, a portuguesa Luísa Oliveira terminou em 11.º lugar e a ucraniana Olena Shurkhno ganhou, com um tempo de 2:33:24. O treinador dos atletas portugueses, Américo Brito, disse à Lusa que o balanço da participação nacional nestas provas em Macau é “muito positivo” por terem sido alcançados todos os objectivos iniciais. A expectativa era, na meia maratona, terminar entre os cinco primeiros lugares e, no caso da maratona masculina, que os dois atletas terminassem entre os dez primeiros, o que aconteceu. Américo Brito considerou também “óptimo” o resultado de Luísa Oliveira, que terminou em 11.º depois de ter estado “algum tempo sem treinar” devido a uma lesão.
Sérgio Fonseca DesportoGrande Prémio Internacional de Kart regressa a Coloane [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Grande Prémio Internacional de Kart de Macau de 2015, evento que decorre de 10 a 13 de Dezembro, foi apresentado esta semana. O evento que marca o regresso do Kartódromo de Coloane à ribalta internacional deverá contar com a presença de 140 pilotos provenientes da Austrália, Itália, França, Holanda, EUA, Japão, Malásia, Singapura, Filipinas, Indonésia, Tailândia, China continental, Hong Kong e Macau. Estes irão competir em sete provas divididas em onze categorias: Campeonato Open de Karting Asiático, Formula 125 Open Sénior, Júnior e Veteranos; Rotax Max Júnior e Sénior; Mini Rok; Rok Sénior; Fórmula Cadetes; Taça AAMC (X30 Sénior e Veteranos), Taça Macau KZ; e a prova cabeça de cartaz, o Campeonato CIK FIA Asia-Pacifico KF. O evento perdeu duas categorias internacionais por falta de quórum. “Sem o número suficiente de pilotos, o Campeonato CIK FIA Asia-Pacifico Júnior KF e o Campeonato CIK FIA Asia-Pacifico KF, inicialmente planeados para Macau de 10 a 13 de Dezembro de 2015, foram cancelados”, anunciou a Comissão Internacional de Kart da Federação Internacional de Automobilismo (CIK-FIA) na sua página electrónica em meados de Novembro. Devido ao cancelamento da prova de Macau, o japonês Haruyuki Takahashi sagrou-se campeão CIK FIA Asia-Pacifico KF, cuja única prova se realizou em Abril no kartódromo de Sugo, no Japão. A prova do Campeonato CIK FIA Asia-Pacifico KZ em Macau contará com vinte e dois participantes, entre eles um representante da RAEM. Aperitivo local O experiente João Afonso, o piloto com mais títulos de Karting em Macau, irá tripular um kart, chassis Gillard e motor TM Racing, da equipa CKS Racing Team. A entrada para os espectadores é gratuita. O evento, que inicialmente estava marcado para Outubro mas, a pedido das entidades locais, foi adiado para Dezembro, é organizado pela Associação Geral Automóvel de Macau – China, Instituto do Desporto de Macau e pela Direcção dos Serviços de Turismo. Como aperitivo, este fim-de-semana o Kartódromo de Coloane recebe a última jornada de provas dos campeonatos locais de karting e motociclismo.
Hoje Macau DesportoFutebol | Macau vence Guangdong nas grandes penalidades [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]a primeira mão da 13ª Edição do Torneio de futebol de Guangdong-Macau, a selecção local não conseguiu vencer a equipa adversária no tempo útil do jogo, tendo apenas obtido o triunfo nas grandes penalidades, pela margem mínima de 5-4. Segundo o Jornal Ou Mun, para celebrar o 16° Aniversário do Estabelecimento da Região Administrativa Especial de Macau, o Instituto do Desporto da RAEM, o Instituto de Desporto da Província de Guangdong e as Associações de Futebol de Guangdong e de Macau organizaram conjuntamente a 13ª Edição do Torneio de Futebol de Guangdong-Macau, cuja primeira mão teve lugar no Campo de Futebol da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau(MUST), no sábado passado. Macau, que teve a vantagem de jogar em casa, não conseguiu derrotar Guangdong nos 90 minutos do primeiro jogo. Na parte inicial da partida, depois de um erro da defensa de Guangdong, Mário de Almeida teve uma boa oportunidade para fazer golo, mas a baliza dos opositores mostrou-se impenetrável. Guangdong respondeu em força e ganhou o domínio do jogo, mas não concluiu algumas oportunidade flagrantes devido à boa prestação defensiva da equipa local. O nulo manteve-se até ao final da partida, seguindo-se a lotaria das grandes penalidades. Guangdong e Macau falharam os dois pontapés iniciais e foi Pak kin Lau, central de Macau, que decidiu o jogo marcando a última penalidade, dando a vitória a Macau. A próxima partida será realizada no Estádio dos Cidadãos de Guangdong, na cidade de Guangzhou, no próximo dia 4 de Dezembro.
Joana Freitas Desporto Grande Prémio de MacauCosta Antunes despede-se satisfeito e pede “boas ideias” para o futuro [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi “um grande sucesso” e as bases para o futuro estão lançadas. Foi assim que João Costa Antunes se despediu da coordenação do Grande Prémio de Macau, que deixa após mais de uma década. No primeiro ano em que Macau recebe a Taça do Mundo de GT, o engenheiro assegurou que há muito potencial para se continuar com um programa de excelência. “Acho que foi um grande sucesso. Iniciámos este ano um novo programa, que teve realmente um nível desportivo bastante elevado. Todas as entidades envolvidas, em particular a FIA que esteve todo o tempo presente na preparação e na implementação, vieram ter connosco no final para dizer que foi realmente um bom começo”, disse, enquanto assinalava que, agora, é só andar para a frente. “Estão criadas condições para que seja analisado o trabalho feito até aqui, a grande parte das pessoas que fizeram parte deste sucesso vão continuar nele e portanto diria que é preciso boas ideias, ser criativo e continuar com as coisas boas.” Após 42 anos de trabalho na Administração, Costa Antunes admite que a sua função no Grande Prémio deixa algumas marcas. “O Grande Prémio vai deixar saudades na medida em que é um projecto de grande dimensão a que dedicamos muito empenho e paixão. Mas na minha vida profissional, eu diria que há sempre um momento em que e difícil começar e depois é com alegria que vemos os nossos esforços e o trabalho de conjunto de uma equipa a dar frutos. É sempre uma transição.” O ex-coordenador da Comissão que organiza o maior evento desportivo do território foi açambarcado pelos funcionários e membros da equipa antes de falar com os jornalistas, para estes coleccionaram fotografias com o homem que, disseram ao HM, “deu muito a Macau”. O engenheiro foi aplaudido com entusiasmo nos corredores do edifício do GP, logo após a última corrida do dia – de F3 – que o responsável faz questão de realçar, pela importância que traz à RAEM. “A corrida de F3 é sempre muito especial e vai assegurar com certeza os futuros campeões do mundo de F1. Convém lembrar que, este ano, entre os 20 corredores no campeonato [de F1], 13 estiveram em Macau. É muito provável que, dentro dos 28 deste ano, alguns se singrem no futuro campeões do mundo.” Acidentes | Quatro pilotos hospitalizados mas estáveis O coordenador da Comissão organizadora do Grande Prémio, João Costa Antunes, disse ontem que quatro pilotos tiveram de ser hospitalizados devido a acidentes, mas o estado clínico é considerado estável. Francisco Mora, o português de 19 anos que corria na Corrida da Guia, ficou ferido, depois de um piloto de Hong Kong, que partiu duas costelas, e de dois pilotos das motas, que tiveram aparatosos acidentes. O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, visitou no Hospital Conde de São Januário os pilotos e disse à equipa médica “para não poupar esforços” na ajuda prestada. Tam quis ainda conhecer o ponto de situação do tratamento, tendo dado indicações aos dirigentes do Hospital para “estudar cuidadosamente as formas de tratamento” , já que eles poderão ter de ficar hospitalizados depois do final do Grande Prémio.
Sérgio Fonseca DesportoTaça do Mundo GT – FIA | Maro Engel faz a festa. Mortara, penalizado, perde segundo lugar [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]aro Engel sagrou-se o primeiro vencedor da Taça do Mundo FIA de GT, vencendo pela segunda vez consecutiva a Taça GT Macau ao volante de um Mercedes-Benz AMG SLS GT3. Numa corrida renhida logo desde início e marcada por acidentes e momentos menos felizes para alguns pilotos – como o caso de André Couto e Renger Van der Zande (Holanda) – o piloto alemão partiu da pole-position, após ter vencido a Corrida de Qualificação de sábado, fruto de uma penalização de dez segundos dada ao vencedor da prova, Stephan Muecke. Engel largou que nem um foguete, enquanto o seu companheiro de equipa, van der Zande ultrapassava tanto Edoardo Mortara, como Muecke. Mais atrás, Kevin Estre travou tarde de mais para o Lisboa e o seu Mclaren entrou pela traseira do Aston Martin de Richard Lyons, resultando no abandono de ambos. Assim, na frente, Engel assumiu a dianteira da corrida e por lá manteve-se a seu bel-prazer, enquanto o seu companheiro de equipa fazia de tampão para o grupo perseguidor constituído por Muecke, Mortara e Réne Rast. A corrida, que vinha a ser uma procissão aborrecida, voltou a ter interesse quando à 12ª volta o Aston Martin de Muecke tocou em Zande, danificando a carroçaria do Mercedes do holandês, que acabou por cair de segundo para sexto. Quem beneficiou foi Mortara: o “Senhor Macau” consegue, então, ultrapassar também o Aston Martin, ascendendo à segunda posição da geral. Mas, duas horas depois do fim da corrida, Mortara foi penalizado em 20 segundos por o que foi visto como uma falsa partida – desce para sexto e promove Rast a segundo e Muecke a terceiro. Acidentes e azares Duas voltas depois o safety-car é chamado à pista para remover um Porsche 911 GT3 R acidentado no Paiol. Quando tudo parecia preparado para um final emocionante desta corrida de 18 voltas, a duas voltas do fim, e com o pelotão a seguir em marcha lenta atrás do carro de segurança, John Shen bateu sozinho nos pneus, o que gerou um toque em cadeia, onde também estiveram envolvidos André Couto, Philip Ma e Jacky Yeung, sendo que o Bentley deste último danificou a suspensão traseira de Couto. O piloto de Macau, que corria nos top 10, viu o seu carro bater contra as paredes do circuito da Guia, na sexta-feira. A equipa ainda conseguiu reparar o McLaren para, no sábado, o carro apresentar novos problemas. Couto voltou, por isso, à pista no domingo em último lugar, mas conseguia manter-se na 11º posição quando Yeung lhe bateu na traseira. Com a pista bloqueada, a direcção de corrida optou por terminar prematuramente a contenda sob bandeiras vermelhas, com Engel a celebrar mais uma vitória, seguido de Mortara e Rast. “Estou muito satisfeito por ser o primeiro vencedor desta corrida mas também estou orgulhoso da minha equipa. Vencer aqui hoje é fantástico, eu adoro este lugar e esta pista”, disse o alemão da Mercedes-Benz AMG. “É inacreditável. Estou tão, tão feliz. E tão, tão orgulhoso por ser o primeiro vencer”, frisou. O melhor tempo – 2m19s736ms (Stephan Mucke)
Joana Freitas Desporto Grande Prémio de MacauAndré Couto e Álvaro Parente “frustrados”, mas com boas recuperações Álvaro Parente (Foto de Kelsey Wilhelm)[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]em Álvaro Parente, nem André Couto tiveram hipóteses de dar mais nas vistas durante o fim-de-semana. Os McLaren 650S GT3 acusaram o “Balanço de Performance” muito desfavorável e, apesar da sua aerodinâmica aprumada, nunca foram capazes de rivalizar com os outros carros presentes em termos de velocidade de ponta. Mas os dois portugueses conseguiram boas recuperações, dentro das dificuldades técnicas. Parente de volta Parente, que se estreava na Taça do Mundo de GT, ainda mostrou ser o mais rápido no segundo sector do circuito, aquele que engloba a zona mais sinuosa do Circuito da Guia. O portuense – que começou em 9º na grelha de partida e que ainda conseguiu subir até ao sexto lugar – perdeu o sexto posto para Darryl O’Young no início da segunda metade da prova, caindo para sétimo. Mas, Parente estava resignado com o seu resultado. Até porque quando o assunto é técnico, não há muito a fazer. “Não temos velocidade de ponta suficiente. O balanço do fim-de-semana em geral é muita frustração. Em todas as rectas não estamos a lutar de igual para igual. Na zona das curvas e contra-curvas tivemos muito fortes, tivemos bem. Mas, pronto, chegámos à recta e deixamos lá tudo. Não temos hipótese.” O balanço “geral” pode ser de frustração, mas o piloto do Porto também se mostrou contente “por ter terminado a corrida” e “ter feito o melhor” que conseguiu. “Terminámos no sexto lugar, não foi horrível. Dentro do que temos em termos de carro, diria que foi bom. Gostei muito de vir aqui, esta pista é um desafio. Estou satisfeito com a corrida”, disse, frisando que a pista de Macau é difícil, mas voltar 11 anos depois é “uma mistura de sentimentos”. Uma coisa é certa, Parente assegura poder voltar: tudo depende da McLaren. “Se eles me chamarem outra vez, eu venho com todo o gosto e muito contente.” Couto em “casa” André Couto (Foto de Kelsey Wilhelm)Depois do violento acidente de sexta-feira, Couto foi obrigado a abandonar devido a um problema do acelerador na Corrida de Qualificação de sábado. Largando do fim da linha da grelha de partida para o “prato principal” do fim-de-semana, o único piloto de Macau nesta corrida fez o que lhe competia: recuperar o máximo de posições possíveis. Sem nunca ter encontrado um bom compromisso com o McLaren, Couto subiu nove lugares e foi o 11º classificado no final, num fim-de-semana que foi “difícil”. “Consegui chegar ao fim em 11º, não é o melhor. [Os problemas com o carro] fizeram com que tivesse só de procurar um resultado, ainda que nada de especial. Positivo sim, para quem saiu em 20º e ficou em 11º. Em termos de performance não. O carro até estava em boas condições, mas Macau é assim, sempre difícil. Para o ano há mais e o piloto não desiste. “Acho que volto. Macau é a nossa casa.”
Joana Freitas Desporto Grande Prémio de MacauCorrida da Guia reduzida a sete pilotos entre 30. Ávila incólume [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Corrida da Guia teve 30 participantes este fim-de-semana, mas só sete, incluindo o piloto de Macau Rodolfo Ávila, viram a bandeira de xadrez na segunda corrida. Dois carros foram eliminados por problemas técnicos logo nos treinos, três concorrentes não foram autorizados a participar, por não obterem o mínimo tempo para se qualificarem, e quinze carros estiveram envolvidos em acidentes nas duas corridas de dez voltas de ontem, ambas pontuáveis para os campeonatos TCR International e Asia Series. O inglês Rob Huff foi o mais rápido ao longo do fim-de-semana, cumprindo o objectivo de ganhar pela oitava vez no Circuito da Guia. Saindo do primeiro lugar para a primeira corrida, após ter obtido a pole-position nos treinos de qualificação de sábado, Huff apenas viu a sua liderança ameaçada nos primeiros metros da primeira corrida por Stefano Comini e Pepe Oriola que ensanduicharam o inglês. O suíço e o espanhol que estavam na luta pelo título do TCR internacional acabaram superados por Jordi Gene que foi o segundo classificado no final, à frente do suíço de origens italianas. O quarto lugar deixou Pepe Oriola sob pressão para a segunda corrida. Stefano Comini Ávila foi o 12º classificado, ele que perdeu algumas posições ao travar bruscamente para evitar o carro desamparado do compatriota Francisco Mora à saída da Curva do Mandarim após a largada. A partida para a segunda corrida do fim-de-semana, que segundo o regulamento da prova é aquela que conta como a “Corrida da Guia”, será um sucesso nas redes sociais nos próximos tempos. Os experientes Huff e Gené foram os responsáveis pelo aparatoso acidente da segunda corrida que deixou de fora mais de metade do pelotão. Para além de ambos terem desistido, Gené ainda partiu duas costelas e foi multado em mil dólares americanos por alegadamente ter causado o acidente. Apesar de só nove carros terem voltado à pista, os espectadores tiveram muito com que vibrar. Comini e Pepe Oriola discutiram taco-a-taco a luta pela vitória, tendo ambos os carros se tocado por diversas vezes. E a três voltas do término, Comini, sob pressão do Oriola, travou cedo e o espanhol não hesitou em empurrar o suíço. No entanto, os vários toques que o espanhol deu no seu adversário danificaram o radiador do SEAT vermelho que viria a abandonar, abrindo as portas para o título de Comini. Ávila (Foto de Kelsey Wilhelm) A desaceleração de Pepe Oriola, quando viu o seu motor a fumegar, surpreendeu também o seu irmão, Jordi Oriola, que seguia de muito de perto a luta quente entre líderes no terceiro posto. Jordi não evitou um choque na traseira do carro de Pepe e também desistiu. Apesar de duas corridas anónimas, Andrea Belicchi e Mikhail Grachev completaram o pódio. Quem passou quase incólume ao massacre desta corrida foi Ávila, cujo SEAT apenas ficou com o pára-choques dianteiro danificado, o que não afectou a performance do carro espanhol. O piloto luso da RAEM optou por uma estratégia cautelosa que se revelou acertada e que lhe valeu dois triunfos na TCR Asia Series, ajudando a equipa local Asia Racing Team a vencer o título de equipas. Ávila foi o 5º à geral na sua estreia na Corrida da Guia. O que disse… Ávila “Não é por ficar nos primeiros, não acabou quase ninguém. Mas também diverti-me na [corrida] de qualificação e depois levei tudo mais devagarinho. O objectivo era acabar e foi o que fizemos. Aquilo foi complicado, já se estava à espera [dos acidentes], até levantei o pé do acelerador para não ficar lá, mas tive sorte também. Isto é Macau, sabemos que é assim, mas para nós que corremos uma vez por ano aqui, não nos interessa estar no meio deles. O que interessa para nós é acabar. Temos de trabalhar, para pelo menos assegurar-mos alguma ajuda para o ano. Logo vemos se voltamos a Macau ou não, não sei se vale a pena voltar. Não gosto de correr assim.” Mora e Ho azarados O jovem português Francisco Mora foi uma boa surpresa este fim-de-semana, rodando sempre próximo dos dez primeiros. Contudo, a participação do piloto luso no domingo foi bastante curta, visto que foi o SEAT Léon da Target Competition com a bandeira de Portugal que causou o primeiro grande acidente da corrida. Mora entrou demasiado depressa na Curva do Mandarim, batendo forte nos muros de protecção, acabando a sua viatura imobilizada do outro lado da pista, para segundos mais tarde ser colhida pelo Honda de Kenneth Lau. Henry Ho, o outro piloto de Macau em prova, teve problemas de motor no seu Honda cor-de-rosa na primeira corrida, sendo depois uma das vítimas da carambola inicial da segunda corrida ao ser atingido por Samson Chan.
Joana Freitas Grande Prémio de Macau49º Grande Prémio de Motos | Estreias para Hickman, que destrona Rutter McGuiness quer fazer mais duas voltas na Guia (Foto de Kelsey Wilhelm)[dropcap styçe=’circle’]O[/dropcap]49º Grande Prémio de Motos voltou a ser uma caixinha de surpresas. Quando todos os prognósticos apontavam para o triunfo de um ex-vencedor na prova deste ano, o britânico Peter Hickman, na sua segunda vez em Macau, superou a concorrência, naquela que foi a primeira vitória de sempre de uma moto da BMW nas ruas do território. O piloto de 28 anos, que para o ano vai conduzir uma Kawasaki, levou a melhor sobre os mais experientes Martin Jessop e Michael Rutter, obtendo a primeira vitória da sua carreira em provas de estrada. Jessop partiu da pole-position mas à quarta volta viu-se passado pelo seu rival na Curva do Lisboa. Assim na frente, Hickman impôs um ritmo forte, cimentando uma vantagem confortável até ao final da prova. No final da prova Hickman disse estar a sentir algo “absolutamente fantástico”. “Esta é a minha segunda vez em Macau. Eu não corria em estrada há muito tempo. Todos nós sabíamos desde os treinos e qualificações que o Jessopp era muito forte, e o andamento que ele tinha comparado com todos os outros parecia demais, para ser honesto. Estava com pneus Dunlop e o Jessop e o Rutter com diferentes, por isso sabíamos que íamos ser fortes na segunda metade da corrida, o que veio a acontecer”. Rutter, que ao longo do fim-de-semana mostrou que está longe de estar acabado, falhou o objectivo de vencer pela oitava vez entre nós, mas levou a melhor a luta pelo terceiro posto sobre Gary Johnson, Ian Hutchinson e o par da Honda Racing John McGuinness e Conor Cummins, ficando em terceiro. Hutchinson chegou a rodar em terceiro, mas acabou por destruir os pneus, descendo para sexto. McGuiness e Johnson foram o quarto e quinto classificado, respectivamente, isto depois do veterano piloto da Honda ter ultrapassado o seu adversário, com uma manobra arriscada, na Curva D. Maria. O vencedor do ano passado, Stuart Easton, que este ano teve uma passagem muito discreta pela RAEM, desistiu com problemas técnicos na sua Yamaha a cinco voltas do fim. Ao contrário dos treinos acidentados, na tarde de sábado assistiram-se a 12 voltas sem grandes sobressaltos. Portugueses cumpriram (Foto de Kelsey Wilhelm)Os dois portugueses em prova não desapontaram e rodaram no fim-de-semana nas posições esperadas para o material que têm à disposição. André Pires, em Yamaha, terminou na 20ª posição, subindo três posições ao longo da prova. (Foto de Kelsey Wilhelm)“Não podemos comparar o nível dos da frente. Eles têm motos de fábrica, Superbikes. Nós viemos com a mota que habitualmente usamos no campeonato nacional”, frisou, “satisfeito”. Nuno Caetano, a contas com dores de uma recente operação a uma clavícula que ao longo da semana o impossibilitou de conseguir fazer várias voltas consecutivas, muito fez para chegar até à corrida. Na sua quinta visita à RAEM, a Kawasaki de Caetano parou ainda na primeira volta, pois o motociclista luso “não estava em condições” de continuar. Caetano reconheceu que foi “frustrante”, mas considerou que fez “mais do que aquilo que esperava”. Uma última nota para o 15º posto obtido pelo sul-africano Allann-Jon Venter, com uma Honda da CF Racing Team 32, equipa liderada pelo ex-piloto local João Fernandes. O que disse… McGuiness “Fui rápido no início, conheço a pista e a mota, mas os outros apanharam-me. Não estou muito desapontado, gostava de ficar no pódio, mas estou feliz por ter acabado. Sou velho já! Volto, esta vez foi a 18ª participação e quero fazer 20 e depois talvez reformar-me. Mas gosto de Macau, gosto das pessoas e do ambiente aqui e fiquei feliz da forma como conduzi. Agora é relaxar e beber uma cerveja” O que disse… Easton “Foi um ano duro para nós, nova mota que nunca conduzi e estive lesionado durante quatro meses, este é o meu regresso. Estava enferrujado, mas consegui chegar ao sexto. Estou um pouco desapontado, mas quero voltar e vencer”
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauCTM Taça de Carros de Turismo de Macau | Tetra de Poon [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]aul Poon e Samson Fung, dois veteranos das provas locais e amigos de longa data, levaram os dois Peugeot RCZ do Teamwork ao triunfo. Esta foi a quarta vitória do veterano piloto-empresário Poon, campeão da especialidade de Hong Kong, no Circuito da Guia. O piloto dominou os acontecimentos desta prova desde o primeiro dia, obtendo tempos que o permitiriam alinhar na Corrida da Guia. O ex-vencedor do defunto Troféu Hotel Fortuna, Chou Keng Kuan, foi o terceiro classificado e o melhor de Macau, beneficiando de um erro cometido por Andrew Lo a duas voltas para o fim. Três macaenses terminaram nos dez primeiros. Sem motor no seu Chevrolet para acompanhar os Peugeot nas rectas, Filipe Souza foi o quinto classificado, enquanto Célio Alves Dias foi oitavo e Jerónimo Badaraco nono, recuperando desde o 15º posto à partida. Ainda no que respeita aos nomes portugueses participantes, Eurico de Jesus ficou em 17º lugar e Rui Valente ficou em 18º, Álvaro Mourato no 20º posto e Hélder Rosa em 21º. A corrida foi marcada pelo violento acidente do Peugeot de Andy Yan. O campeão chinês de turismos vinha a rodar entre Poon e Fung quando bateu forte nos muros, o que obrigou a entrada do safety-car e uma ida do piloto de Hong Kong ao hospital, onde lhe foram diagnosticadas duas costelas partidas.
Joana Freitas Desporto Grande Prémio de MacauPilotos mais jovens têm entre 17 e 19 anos [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]inda têm cara de adolescentes, mas são autênticos homens adultos com carros na mão. Os mais jovens pilotos do Grande Prémio correm na Fórmula 3 e contam apenas 17 anos. Naquela que foi a 62ª edição do maior evento desportivo do território, não se deixaram levar pela experiência nas corridas ou o posto da idade. Impressionaram quem se sentou nas bancadas e quem sentiu mais de perto a emoção do fim-de-semana. São os putos da Guia, que fazem o circuito de mais de seis quilómetros em pouco menos de dois minutos. São, entre outros tantos, Sérgio Sette Câmara, Callum Ilott e Charles Leclerc. “Quando tinha oito anos costumava ir à pista [de corridas] da minha cidade. Tive de experimentar. Depois, o meu pai comprou-me um kart e comecei aí”, conta-nos satisfeito Ilott. Nascido no mês em que acontece o Grande Prémio, em 1998, o jovem britânico esmerou-se naquela que foi a sua estreia no território. Desde que começou no kart oferecido pelo pai, não parou os treinos, todas as noites depois da escola – elemento que não vem à mente quando pensamos em pilotos que correm num GP como este, mas que é, como numa vida normal de adolescente, um elemento constante. “Gostava de dizer que a minha vida é correr, mas o meu pai – e a Red Bull (patrocinadora) querem que continue a ir à escola. Quando não estou a correr, estou na escola.” O caso é semelhante com Sérgio Sette Câmara. O brasileiro de 17 anos chegou a Macau pela primeira vez directamente de Belo Horizonte. Mas não sem antes por um 3o lugar no Zandervoort Masters of F3. Começou a correr “bem cedo”, quando tinha apenas seis anos. O kart foi também a via para um F3. “Comecei por brincadeira, como todos os pilotos. Depois, fomos começando a levar a coisa mais a sério, fiz algumas corridas de profissionais, comecei a correr na Europa e no ano passado fiz algumas corridas de F3. E agora Macau”, conta ao HM. Callum Ilott (Fotografia de Kelsey Wilhelm) O circuito da Guia “dá um pouco de medo”, principalmente nas primeiras voltas. “Assusta. Especialmente no primeiro treino… ‘não posso errar? Como assim?’”, conta, rindo. “Acostumei-me e consegui adaptar-me bem, acho.” Sette Câmara não tem uma vida adolescente “100% normal”, porque apesar de praticar um desporto com treinos “limitados” – já que não pode estar no carro todo o dia -, estar com amigos nem sempre é possível, ainda que o “ir à escola” tem de ser. “Gosto da minha vida, não é nada ruim. Gosto de correr.” Charles Leclerc é um ano mais velho que Ilott e Sette Câmara. Vem do local onde existe um dos circuitos mais famosos do mundo – Monte Carlo, no Mónaco – e ficou em 4º lugar no FIA Formula 3 Championship este ano. Estreou-se também em Macau, onde conseguiu subir ao segundo lugar do pódio. Para ele, não houve nada a temer. “O circuito não me assusta. Se tivermos medo, não conseguimos ser rápidos. Mas é uma pista espectacular, é muito raro ter uma pista de cidade como esta e o ambiente é espectacular”, atira o jovem, em conversa com o HM. Charles Leclerc (Fotografia de Kelsey Wilhelm) Ficámos a saber que corre desde os cinco anos, depois de, nesta idade, ter pregado uma peta ao pai: para não ir à escola disse sentir-se doente e acabou o dia a assistir a uma corrida com o pai e o melhor amigo dele. O pai do piloto Jules Bianchi, que tinha uma pista. “Eles ensinaram-me tudo sobre o que é correr e eu disse que queria fazer isto quando fosse mais velho. E daí, corri em karts e, agora, em F3.” A escola, os amigos e a Guia Na lista dos pilotos mais novos sobressaem os nomes de outros jovens. O canadiano Lance Stroll é um deles, bem como George Russell, ambos com 17 anos, e Andy Chang, que chegou aos 19 o mês passado. A família de Sette Câmara, diz-nos o piloto, é um dos seus mais fortes apoios, bem como o manager e a equipa restante. Se é difícil para a mãe e pai vê-lo a correr? “Eles já estão habituados” a que a sua vida seja atrás do volante. O brasileiro assegurou-nos que não se sente pressionado por estar a representar um país que venceu na Guia através de Ayrton Senna, mas a felicidade de correr aqui é um dos motivos que o faz querer regressar e vencer também. Sérgio Sette Câmara (Fotografia de Kelsey Wilhelm) O regresso ao Grande Prémio é desejo comum dos três jovens. Ilott, que se aventurou principalmente em campeonatos britânicos, chegou “bastante novo” aos internacionais e venceu a WSK Final Cup antes de por os pés na Guia, partilha o mesmo sentimento por Macau. E pelo rigor que o nosso circuito impõe. “Não tenho medo do circuito, mas ele choca. Quando corremos a primeira vez é chocante, é tão rápido e tão estreito em alguns sítios. E é tão longo. Parecemos destinados a fazer asneiras em algum ponto. Mas adoro”, diz-nos. A estreia na Guia foi prova de que conseguem fazer muito ao volante de um F3, apesar de juventude. A adrenalina com a corrida e até algumas experiências menos boas põe-lhes um sorriso na cara sempre que lhes perguntamos se vão voltar. “Com certeza.”
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauTaça do Mundo de GT poderá mudar de formato [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]primeira edição da Taça do Mundo FIA de GT apresentou-se com um formato diferente do que era a Taça GT Macau até aqui, isto porque a corrida em si teve uma Corrida de Qualificação, realizada no sábado, que não existia, e a corrida a valer foi no domingo. Christian Schacht, presidente da Comissão de GT da FIA, esteve presente na RAEM este fim-de-semana e afirmou à imprensa internacional que o formato da prova ainda poderá sofrer alterações no futuro. “Talvez um formato com dois pilotos por carro é algo que temos que considerar no futuro também, pois esse é o espírito das corridas de GT. Mas depois, a corrida terá que ser longa”, disse o responsável dos GT na federação internacional, que no entanto acrescentou que “em termos de comunicação, é melhor ter apenas um piloto como campeão do mundo. É algo que teremos que falar no futuro”, disse apenas. Apesar da FIA ter tentado um acordo a longo termo com Macau, após o território ter vencido o concurso lançado pelo Conselho Mundial da organização para a organização da provas, ambas as partes ainda terão que se sentar à mesa depois do evento deste fim-de-semana para discutir o futuro desta competição entre nós. Macau Road Sport Challenge | Piloto local leva vitória A primeira corrida do fim-de-semana teve um vencedor da casa. O piloto de Macau Leong Ian Veng, ao volante de um Mitsubishi Lancer EVO 9 de “outro campeonato”, confirmou o seu favoritismo, triunfando pela primeira vez na categoria que puxa pela criatividade dos preparadores locais de automóveis. Leong esteve intocável durante todo o fim-de-semana, acabando por levar a melhor na corrida de nove voltas – quatro delas atrás do safety-car – sobre o japonês Mitsuhiro Kinoshita, num Nissan GTR34 preparado na China continental. O terceiro a subir ao pódio foi Billy Lo, piloto residente em Hong Kong mas que corre com licença desportiva de Macau e que tripulou um Mitsubishi Lancer EVO 7. Luciano Castilho Lameiras, o único piloto de matriz portuguesa em prova, foi o 12º classificado da geral. A prova ficou marcada pela violenta colisão nos primeiros metros da corrida entre Wong Wan Long, vencedor desta corrida em 2014, e Choi Kei Lei, com este último a demorar algum tempo até abandonar a sua viatura antes de ser transportado para o hospital para ser observado. Suncity Lotus Celebrity Cup | Anónimos apagam estrelas A corrida de celebridades com os dezasseis Lotus Elise que se qualificaram teve um pódio sem uma única celebridade, sendo composto por três pilotos que conseguiram comprar lugares na grelha de partida. Sin Ling Fung de Hong Kong venceu a corrida, seguido dos conterrâneos Vincent Chao e Kevin Liu. O actor Fong Lik Sun foi a primeira celebridade na lista, vendo a bandeira de xadrez no sétimo posto da geral. Casinos discretos Os mais atentos terão certamente reparado na presença muito mais discreta este ano das operadoras de jogo do território nos placares de publicidade no circuito na edição deste ano. As limitações de publicidade e a quebra de receitas são as justificações mais plausíveis para esta descrição. No entanto, a Comissão do Grande Prémio afirmou que terá reunido apoios na ordem daqueles obtidos o ano passado. Polémico BOP A maior reclamação dos pilotos da prova do GT ao longo do fim-de-semana foi certamente o BOP (balanço de performance), a fórmula que a FIA aplica em todas as corridas desta categoria para equilibrar o andamento de carros tão diferentes. Edoardo Mortara, Earl Bamber, Kevin Estre e Álvaro Parente foram alguns dos pilotos que se mostraram desagradados com os BOP aplicados nos seus carros. Subaru TCR sem peças Alain Menu teve uma curta passagem pelo Circuito da Guia, visto que logo na quinta-feira o motor do seu Subaru Impreza TCR cedeu. A equipa italiana Top-Run não trouxe nenhum motor sobressalente e a concessionária de Macau só vende o motor 2.5 turbo em vez do 2000cc. Como mandar vir um novo motor de Hong Kong demorava dois dias a chegar a Macau, a equipa desistiu da prova. Yip Jr desinveste na Europa Teddy Yip Jr voltou este ano a estar presente no Grande Prémio, onde a sua Theodore Racing apoiou novamente a Prema PowerTeam. Porém, o sobrinho de Stanley Ho reduziu a sua operação europeia. Em 2016, a Status Grand Prix, abandonará a GP3 Series, categoria rival à Fórmula 3, para se concentrar na GP2 Series, a antecâmara da F1. Yip Jr comprou o ano passado a equipa de GP2 a Tony Fernandes, o patrão da Air Asia. 80 mil assistiram Cerca de 80 mil pessoas assistiram das bancadas ao GP. Nos dias de treinos, somaram-se 22.500 pessoas na assistência, com os dias de corridas a fazerem 60 mil lugares serem ocupados Taça da Corrida Chinesa | Finalmente Macau Michael Ho, em representação da Associação Geral de Automóvel Macau-China (AAMC), venceu a segunda edição da Taça da Corrida Chinesa, naquele que foi também o primeiro triunfo da AAMC nesta competição em duas épocas. Cui Ye, a correr pela Federação do Desporto Automóvel da República Popular da China (FASC), e Lo Ka Chun, a representar a federação de Hong Kong, completaram o pódio. Hélder Assunção teve um sábado infeliz, não tendo o seu BAIC Motor Senova D70 completado uma volta sequer.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de Macau MancheteTaça Intercontinental FIA de Fórmula 3 | Acidentes e emoção ao rubro. Vitória dupla para Rosenqvist [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]elix Rosenqvist igualou o recorde de Edoardo Mortara e tornou-se ontem o segundo piloto a vencer por duas ocasiões a Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3. O sueco teve um fim-de-semana imaculado em Macau, dominando os dois treinos de qualificação, para além de ter triunfado na Corrida de Qualificação de sábado, apesar desta vitória decisiva ter acontecido na secretaria. O piloto da Prema Powerteam viu-se surpreendido por Charles Leclerc, que é por agora provavelmente mais conhecido pela cadeia de supermercados da família que pelas suas proezas em pista, na travagem para o Lisboa. O piloto do Mónaco surpreendeu e tonrou a corrida emocionante, já que estava decidido a obrigar Rosenqvist a um esforço suplementar. Depois do nórdico ter recuperado a primeira posição no Reservatório, Leclerc voltou a ultrapassá-lo no Lisboa. A corrida viria a ser interrompida à segunda volta, devido a um acidente na Curva dos Pescadores que deixou de fora Gustavo Menezes, Ryan Tveter e Mitsunori Takaboshi. No recomeço, Rosenqvist, que este fim-de-semana vestiu a camisola da Theodore Racing, não se deixou surpreender e Leclerc viu-se superado por Sam MacLeod. Leclerc só voltou ao segundo posto na sétima volta, enquanto que o escocês viria às boxes com problemas no seu monolugar, após um ligeiro toque no Ramal dos Mouros, regressando já no final para efectuar a melhor volta, mas para um mero 20º lugar. “Quando cheguei à curva, o carro escorregou completamente. Acho que havia cimento, óleo ou alguma porcaria na estrada. Não sei. Infelizmente bati contra a parede e parti o volante. Depois disso, mudei o volante e voltei mas já era tarde. Estou desiludido porque poderíamos ter dado cartas, com a posição em que estávamos”, frisou ao HM. Com Leclerc mais preocupado em segurar o segundo posto, Rosenqvist teve uma segunda parte de corrida tranquila rumo ao triunfo. Alexander Sims foi o terceiro classificado, usando a sua experiência para subir ao último lugar do pódio, apesar de ter terminado com Antonio Giovinazzi na sua traseira. O italiano da Carlin, que venceu em pista a Corrida de Qualificação, subiu seis posições ao longo da corrida. O único lusófono em pista, o brasileiro Sérgio Sette Câmara, era quinto quando o que o jovem terá tido uma disputa com dois outros carros, ao que o HM apurou, que o obrigou a ir às boxes por o que terá sido um furo no carro, terminando no último lugar da corrida. O espanhol Dani Juncadella não alinhou na corrida de domingo, porque a monocoque do Dallara-Mercedes da Fortec Motorsport ficou comprometida no acidente de sábado. O que disse… Rosenqvist ao HM Rosenqvist disse que poderia conduzir em GT no próximo ano (Foto de Kelsey Wilhelm)“É um sentimento especial vencer duas vezes seguidas. Só um piloto fez isso antes de mim. Rosenqvist disse que poderia conduzir em GT no próximo ano (Foto de Kelsey Wilhelm)[/caption]A corrida de hoje foi muito boa e tivemos a boa estratégia, defendi a minha posição”, frisou, dizendo que não sentiu que a corrida tinha sido mais competitiva do que no ano anterior. “Este ano tive de mais para cosnseguir, mas isso é sempre bom e nunca é fácil vencer aqui. Foi algo que me fez provar a mim mesmo que eu consegui. É a melhor demonstração de que merecemos, quando vencemos duas vezes.” Depois de ter vencido a Taça Intercontinental de F3 pela segunda vez, o sueco admitiu ao HM que poderia regressar à Guia para uma outra prova. “Não acho que vou voltar em Fórmula 3, mas em GT talvez. Nunca se sabe.” Andy Chang cumpriu Andy Chan (Foto de Kelsey Wilhelm)Antes do início do fim-de-semana Andy Chang Wing Chung apontava um lugar no “Top-10” como o ideal, mas sabia que se não terminasse dentro dos vinte primeiros a continuidade no desporto motorizado poderia estar seriamente comprometida. O piloto do território, tal como já acontecia nas provas de karting no Kartódromo de Coloane, voltou a dar-se bem com os ares da casa. Apesar de nunca ter andamento para os dez primeiros, ao longo do fim-de-semana, o jovem teve rasgos de competitividade terminando a corrida de domingo no 14º lugar, depois de partir do 18º lugar, superando muitos dos seus habituais adversários no europeu da especialidade. “Sinto-me bem, cumpri o objectivo dos top15. Estou feliz. Volto para o próximo ano. É difícil ter carro para os primeiros dez, mas tentamos sempre”, disse ao HM. Sábado polémico A primeira volta da Corrida de Qualificação de sábado acabou por ser um momento determinante no decorrer da prova de Fórmula 3. Isto porque Dani Juncadella e Antonio Giovinazzi colidiram entre o Lisboa e a subida para São Francisco, com o espanhol, que se tinha qualificado em segundo, a terminar a sua corrida nos muros. O italiano da Carlin, que partiu de terceiro no sábado, ultrapassou Rosenqvist e acabou mesmo por vencer a corrida em pista. Contudo, os Comissários Desportivos aplicaram-lhe uma penalização pela manobra que causou o acidente e que retirou de prova o vencedor do Grande Prémio de Macau de 2012, atirando-o para o 10º lugar final. Esta decisão polémica, pois pelas imagens televisivas é difícil culpar Giovinazzi pelo acidente, fez correr muita tinta na imprensa inglesa que não foi meiga com a decisão dos Comissários Desportivos. Estes, em vez de esperarem pelas imagens de vídeo do carro do piloto transalpino ou ouvirem a versão dos factos apresentada por Giovinazzi, como é habitual, mas não obrigatório nestas situações, tomaram a decisão no momento, não dando hipóteses à equipa Carlin de apelar. Portugueses em provas não será para breve Após praticamente uma década e meia representado na Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3, Portugal voltou este ano a não ter nenhum piloto presente na prova, algo que não deverá mudar nos anos mais próximos. “Actualmente não existe nenhum piloto português a competir em Formulas de iniciação com resultados de destaque, por isso não vejo a possibilidade de termos algum piloto português a participar em Macau na F3 nos próximos dois anos”, disse ao HM Nuno Pinto, fundador da WinWay – Intensive Driver Development Program, uma empresa portuguesa de gestão e treino de pilotos com vários sucessos além-fronteiras. O também ex-piloto relembra que nos últimos 15 anos Portugal obteve “primeiro a vitória do André Couto e depois a do António Félix da Costa, em 2012, um feito único para o desporto automóvel português”. A crise que atravessa Portugal e a falta de aposta na formação jogam contra a internacionalização dos jovens lusos e só um cenário radical poderá eventualmente mudar o actual panorama pouco animador. “É uma pena que a BMW não tenha motores na F3 pois assim talvez pudéssemos ter novamente a presença do António [Félix da Costa] em Macau para também ele tentar alcançar uma segunda vitória numa prova que acredito que é uma das suas preferidas”, refere Pinto.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauTCR pode ser possível para os locais no próximo ano [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]O conceito TCR para as corridas de carros de turismo teve uma estreia auspiciosa em Macau, com a audiência a esquecer depressa a saída do WTCC da Corrida da Guia. Com um custo a rondar os cem mil euros por viatura, estes carros de turismo equipados com motores 2.0 turbo estão a tornar-se uma força viva no automobilismo mundial, com vários campeonatos nacionais e regionais a adoptarem a regulamentação lançada apenas este ano por Marcello Lotti, o antigo patrão do WTCC. Portugal, Itália, Alemanha e o Benelux vão avançar já com os seus campeonatos no próximo ano. Na Ásia, a Tailândia já aderiu e a República Popular da China poderá ser a seguinte, sendo que no caso chinês os carros do TCR serão integrados dentro de uma das três actuais categorias do Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC). Por agora, a Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC) terá eventualmente recusado esta aposta a curto prazo, mantendo a regulamentação 1.6 litros turbo vigente na sua categoria rainha, a “AAMC Challenge”, o que tem sido alvo de críticas de vários pilotos, dada a impossibilidade de usar estas viaturas fora dos campeonatos especialidade de Macau e Hong Kong, para além dos custos que têm subido em flecha. Por seu lado, segundo fonte bem posicionada junto da Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA), a aceitação das viaturas 2.0 litros turbo do TCR no campeonato de turismo do território em 2016 está ser ponderada, havendo a hipótese destes carros serem colocados numa das já existentes classes. SEAT, Honda, Volkswagen, Ford, Subaru, Opel e Alfa Romeo já aderiram a este novo conceito, sendo que a KIA, Peugeot e Audi poderão juntar-se no futuro.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauÀ conversa com…Nuno Pinto “Rosenqvist e Juncadella não têm nada a provar, tanto em Macau como na F3” O português Nuno Pinto, fundador da WinWay – Intensive Driver Development Program, é um dos treinadores de piloto da Prema Powerteam e tem a particularidade de ter trabalhado de perto com os dois ex-vencedores do GP Macau F3 que estarão novamente prova este fim-de-semana, Felix Rosenqvist e Dani Juncadella Tanto o Rosenqvist, como o Juncadella venceram a prova de F3 em Macau. Ao voltarem este ano, não têm mais a perder que a ganhar? É verdade que os dois já não têm nada a provar tanto em Macau como na F3, mas a verdade é que ambos voltam principalmente pela paixão que têm por esta prova e pela vontade de voltar a competir naquele que é o seu circuito e evento preferido. Claro que em termos de carreira não existe muito para ganhar, mas é bom perceber que alguns pilotos ainda correm pelo simples prazer de conduzir num dos circuitos mais desafiantes para um piloto e não deixa de ser um aliciante suplementar o facto de poderem tentar igualar o feito do Mortara. Para além disto, o Felix é o único piloto da Prema com experiência prévia de Macau e desde o início do acordo com a equipa que estava previsto que ele ia participar novamente na prova para servir de referência aos novos pilotos. O Rosenqvist é mesmo o piloto a bater este fim-de-semana? Sim, o Felix é o claro favorito para esta prova uma vez que é o piloto mais experiente do pelotão da F3 e vem de uma época em que finalmente conseguiu o seu grande objectivo de vencer o campeonato FIA F3, tendo demonstrado ser também o piloto mais rápido ao longo de todo o ano. Depois de cinco temporadas na F3, onde foi sempre rápido mas pouco regular de forma a poder lutar pelo campeonato, a verdade é que desde que ingressou na Prema, que tem sido a equipa a bater na F3. O Rosenqvist ganhou nova motivação e confiança e dominou totalmente os adversários, não tendo assegurado o título com maior antecedência apenas porque foi vítima de alguns infortúnios e incidentes causados por outros pilotos na primeira metade da temporada. Penso que ele chega agora a Macau ainda mais motivado para fechar com chave de ouro um ano memorável na sua carreira. O que fez o Juncadella voltar a Macau, sabendo à partida que, devido ao facto de ter estado afastado das provas de monolugares nos últimos anos, pode pecar por falta de ritmo? O Dani, depois de ter ganho em Macau em 2011, ter vencido o Masters de F3 e o Campeonato FIA F3 em 2012, tornou-se piloto profissional no DTM com a Mercedes e foi ainda 3º piloto da Force India na F1 em 2014, mas nunca deixou de afirmar que o GP de Macau tinha sido o momento mais especial da sua carreira e que desejava voltar a competir aqui. Tem nos últimos anos tentado regressar, mas devido a compromissos no DTM ou na F1 não foi possível. Este ano desde o início que sabia que não haveria coincidências de calendário e esteve o ano inteiro a “chatear”, passe a expressão, os responsáveis da Mercedes para correr na prova dos GT. Essa participação esteve perto de acontecer mas no final a marca propôs que ele competisse antes na F3 uma vez que duas das equipas Mercedes iriam alinhar apenas com pilotos “rookies” em Macau. Quando surgiu esta possibilidade, ele não hesitou e volta não só para representar a marca mas também para cumprir o sonho de voltar a correr em Macau. Claro que não vai ser fácil e falta-lhe ritmo de F3 mas o trabalho que fez na F1 nos últimos anos permitiu-lhe não estar três temporadas sem pilotar um monolugar. Ele rodou um dia com o F3 da Fortec em Silverstone antes dos carros partirem para Macau e participou na última corrida do EuroOpen F3 em Barcelona, o que não é suficiente para estar ao nível dos pilotos que competiram toda a temporada com estes monolugares. Mas a motivação do piloto está em alta e pode ser que consiga fazer alguma surpresa e dê trabalho aos favoritos.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauTaça Intercontinental FIA de Fórmula 3 [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Prema Powerteam de hoje não é a mesma equipa que André Couto correu de 1995 a 1998 de F3 em Macau. Hoje, a equipa da família Rosin, fundada nos anos oitenta do século passado como Prema Racing, está ainda mais forte. O investimento encapotado do empresário canadiano multi-milionário Lawrence Stroll, pai do seu piloto Lance Stroll, trouxe outra estabilidade e possibilidades de ir mais além, como investir em desenvolvimento e contratar este ano o “veterano” Felix Rosenqvist. Na sua quinta tentativa, o sueco venceu o europeu da especialidade, dando o quinto título consecutivo aos milaneses. Este ano, Rosenqvist vai tentar repetir o feito do ano passado e igualar o recorde de duas vitórias de Edoardo Mortara. Ao mesmo tempo o piloto nórdico continuará a servir de “tutor” dos seus companheiros de equipa Jake Dennis e Stroll, este último piloto da academia de pilotos da Ferrari e que para o ano poderá ter uma posição na Williams F1 Team. Rosenqvist admite o estatuto de favorito este ano, até porque a equipa transalpina goza de uma relação privilegia com a HWA Mercedes, mas também diz “que só é possível vencer em Macau com um pouco de sorte”. Como nos últimos três anos, a equipa italiana veste o traje da SJM Theodore Racing, trazendo à memória a antiga equipa do saudoso Teddy Yip, agora com o seu filho, Teddy Yip Jr, ao leme. “O René fornece-nos consistentemente os carros melhores preparados da grelha de partida e a nossa longa relação com a SJM assegura que a Theodore Racing esteja sempre na frente do clamor e excitação deste carnaval conhecido mundialmente da cidade”. Sob a bandeira da SJM Theodore Racing, a Prema Powerteam venceu esta corrida em 2013 com o inglês Alex Lynn. Mas enganam-se todos aqueles que pensem que esta vai ser uma caminhada fácil para o sueco. Antonio Giovinazzi será o ponta-de-lança da equipa Carlin, a poderosa formação britânica que conta com motores VW e que ajudou Félix da Costa a vencer aqui em 2012. O italiano venceu o Masters de Fórmula 3 em Zandvoort e foi o maior adversário de Rosenqvist ao longo do ano. “Macau é sempre Macau, nunca sabes o que pode acontecer. Saímos do Reino Unido 100% preparados para vencer. Veremos o que conseguiremos no domingo”, diz o simpático piloto que hoje está na esfera da Audi. Devido às medidas de contenção de custos impostas pela FIA, os carros são os mesmos: Dallara F312, iguais para todos, mas com motores diferentes – Mercedes-Benz, VW, Toyota, e Tomei. Se é da Europa que chegam a maior parte das equipas, do Japão aterra como é hábito em Macau uma equipa que todos respeitam. A Tom’s voltará a trazer os seus monolugares equipados com os badalados super-motores Toyota, este ano entregues ao campeão e vice-campeão japoneses, Nick Cassidy e Kenta Yamashita. Destaque igualmente para o regresso de Daniel Juncadella, o vencedor da edição de 2011, que aproveitou a vaga causada pela desistência do neto de Emerson Fittipaldi. O espanhol que tem estado empenhado no DTM só fez uma corrida de F3 este ano, mas como diz o povo, “quem sabe, nunca esquece…” O que esperar: Tudo o que não seja um triunfo de Rosenqvist será uma surpresa. Contudo, o Circuito da Guia é dado a surpresas e Giovinazzi já mostrou que ombrear o rival sueco em condições normais. O campeão japonês Nick Cassidy foi a revelação da corrida de 2014 e num evento onde a sorte conta mesmo, ninguém poderá ignorar a experiência de Juncadella ou Sims. Correr pela sobrevivência A incompreensível política de atribuição subsídios para as provas internacionais pode fazer este fim-de-semana várias vítimas, mas esta pode ser a mais pesada, pois trata-se do único piloto da RAEM com menos de 20 anos e com uma carreira internacional já lançada. Visto que é o único representante de Macau na corrida, Andy Chang Wing Chung terá que terminar nos “70% dos melhores resultados na classificação final” na corrida de domingo se quiser estar habilitado a receber o precioso “subsídio a pilotos locais participantes nas corridas no exterior em 2016”, isto, segundo o regulamento publicado em Julho passado. A estudar em Inglaterra e sem apoios para mais, Chang fez apenas cinco eventos do Campeonato da Europa FIA de Fórmula 3, tendo terminado no 18º posto em três ocasiões nas catorze corridas que completou. Para conseguir o seu objectivo primordial, Chang irá tripular um Dallara-Mercedes da equipa inglesa Fortec Motorsport, equipa que desapontou ligeiramente esta temporada, e espera “um lugar nos dez primeiros seria fantástico, mas não será fácil de obter porque a concorrência é muitíssimo forte este ano”. O ano passado Chang terminou no 19º lugar, um resultado que este ano “caía quem nem uma luva”.