Capitais públicos | Novo Gabinete apresenta directivas em Fevereiro

O âmbito de actuação do novo Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos coordenado por Sónia Chan foi ontem apresentado na Assembleia Legislativa (AL). Após a reunião foram também anunciadas visitas às empresas de capitais públicos

 
[dropcap]A[/dropcap]s competências do Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos anunciado pelo Governo de Ho Iat Seng no dia 20 de Dezembro 2019, foram ontem divulgadas após a primeira reunião entre o novo Gabinete e a comissão de acompanhamento para os assuntos das finanças públicas.
Coordenado pela ex-secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, que marcou presença na reunião, o novo organismo irá, numa primeira fase, proceder à pesquisa de informações de forma a aperfeiçoar os regimes actuais relacionados com três tipos de activos públicos da RAEM.
“Este gabinete tem por missão reorganizar e rever as situações e os regimes relacionados com os três tipos de activos públicos da RAEM: bens imóveis pertencidos à RAEM e às entidades autónomas, empresas de capitais públicos e fundos autónomos”, afirmou Sónia Chan após a reunião, através de uma nota publicada, em resposta às questões colocadas pelos jornalistas portugueses.
No final do encontro, o presidente da comissão de acompanhamento, Mak Soi Kun, anunciou também que o novo Gabinete vai criar directivas destinadas ao funcionamento das empresas de capitais públicos, anunciadas no próximo mês. Estas medidas irão contemplar aspectos como “o trabalho feito pelos representantes do Governo no conselho de administração destas empresas” e a fiscalização da concretização, ou não, de objectivos. Além disso, da fase inicial dos trabalhos farão também parte visitas aos fundos autónomos e às empresas de capitais públicos.
“Neste momento, estão a ser elaboradas as directivas e prevê-se a sua divulgação em Fevereiro. O Gabinete também vai efectuar visitas aos fundos autónomos e às empresas de capitais públicos para se inteirar da situação dessas entidades”, revelou Mak Soi Kun.
Acerca das directivas que estão a ser preparadas, oficialmente designadas por “Instruções para a divulgação pública de informações por empresas de capitais públicos”, Sónia Chan detalhou ainda que, “serão aplicadas às empresas de capitais públicos em que a RAEM ou as outras pessoas colectivas de direito público da RAEM detêm, directa ou indirectamente, e cumulativamente, participações financeiras superiores a 50 por cento”.

Sanções no horizonte

Sublinhando que o novo gabinete tem como principal objectivo “melhorar a utilização do erário público”, Mak Soi Kun esclareceu ainda que o organismo irá permitir uma fiscalização mais eficaz dos activos públicos pois visa “aferir se os investimentos feitos permitem alcançar os objectivos inicialmente propostos”.
“Não se trata apenas de uma questão de legalidade, mas sim de razoabilidade. Cabe a este gabinete alertar o Governo para casos em que não se justifica determinado investimento (…), como um espaço pouco apropriado ou luxo desnecessário”, explicou Mak Soi Kun. “Se o Chefe do Executivo andar de Mercedes, não faz sentido outros representantes do Governo circularem num veículo de categoria superior”, exemplificou o presidente da comissão.
Já sobre eventuais incumprimentos das regras, Mak Soi Kun disse ser preciso “esperar pela elaboração dos diplomas legais que vão regulamentar a actividade destas empresas de capitais públicos para saber se serão definidas sanções.
Quanto às dúvidas levantadas pela comissão acerca da eventual sobreposição de papéis entre o Comissariado da Auditoria e o novo gabinete, o presidente da comissão de acompanhamento afirmou que os dois organismos terão função independentes.
“O Comissariado faz um trabalho de supervisão à posteriori e também durante a execução do orçamento e por isso é um trabalho de verificação do cumprimento das normais legais ou não. Já o novo gabinete irá incidir sobretudo sobre os direitos patrimoniais”, esclareceu Mak Soi Kun.

Posto fronteiriço de Hengqin apontado ao primeiro semestre de 2020

[dropcap]O[/dropcap] novo porta-voz do Conselho Executivo e secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, anunciou ontem que as obras do lado de Macau do posto fronteiriço de Hengqin estão concluídas, assim como a discussão proposta de lei sobre “as normas fundamentais para a aplicação do direito da RAEM” na zona.

A proposta, que está pronta para ser entregue à Assembleia Legislativa (AL), poderá entrar em vigor em menos de seis meses, acredita o porta-voz do Conselho Executivo. “O tempo não podemos prever pois está dependente da AL, mas creio que não vai demorar muito tempo. Creio que vai ser antes do final do primeiro semestre”, referiu André Cheong.

O anúncio surge no seguimento do comité permanente da Assembleia Popular Nacional da China ter delegado poderes ao Governo de Macau para administrar a parte correspondente do território do posto fronteiriço de Hengqin e zonas contíguas, definida pela “planta cadastral”, entretanto já publicada em despacho do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng.

“A proposta de lei estipula expressamente que a referida planta cadastral delimita as vias da RAEM para entrada ou saída legal da Zona do Posto Fronteiriço da Parte de Macau, estipulando ainda que as zonas contíguas incluem as respectivas partes da Ponte Flor de Lótus e da ponte de acesso que liga a Universidade de Macau e o Posto Fronteiriço Hengqin (excepto os pilares), bem como o espaço reservado do Metro Ligeiro de Macau que se estende até ao Posto Fronteiriço Hengqin”, pode ler-se no comunicado oficial que acompanhou o anúncio.

Sobre a ponte de acesso entre a Universidade de Macau e o posto fronteiriço de Hengqin, o Cheong acrescentou ainda que esta ainda não foi construída e que não existe, de momento, calendário para a construção da infra-estrutura.

Afinar detalhes

Além do funcionamento do novo posto fronteiriço estar agora dependente da aprovação da referida proposta de lei por parte da Assembleia Legislativa (AL), o porta-voz do Governo referiu ainda faltarem inspecções técnicas e testes à estrutura.

“O funcionamento do posto fronteiriço da parte de Macau depende agora da coordenação entre duas partes. A primeira está relacionada com a aplicação do direito da RAEM nesta zona específica (…), segundo o que a China delegou para o exercício de jurisdição na zona do posto fronteiriço. Por outro lado, depende da parte técnica, pois já acabámos as obras e resta a parte dos testes (…), de verificação de todas as instalações e testes de circulação de passageiros”, explicou André Cheong.

Habitação Pública | Zona A arranca com 4 mil fracções

[dropcap]O[/dropcap] Governo está a trabalhar na construção de quatro mil fracções para habitação pública na Zona A dos Novos Aterros. Segundo o coordenador para o Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, Lam Wai Hou, os serviços públicos estão a trabalhar na concepção do projecto e preparação do concurso público de atribuição da obra.

Os trabalhos envolvem oito lotes, uma vez que além das fracções habitacionais, o Governo está igualmente a preparar equipamentos e instalações sociais necessários, de forma a evitar os erros verificados no complexo habitacional de Seac Pai Van, como explicou Lam Wai Hou.

Habitação Pública | Zona A arranca com 4 mil fracções

[dropcap]O[/dropcap] Governo está a trabalhar na construção de quatro mil fracções para habitação pública na Zona A dos Novos Aterros. Segundo o coordenador para o Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, Lam Wai Hou, os serviços públicos estão a trabalhar na concepção do projecto e preparação do concurso público de atribuição da obra.
Os trabalhos envolvem oito lotes, uma vez que além das fracções habitacionais, o Governo está igualmente a preparar equipamentos e instalações sociais necessários, de forma a evitar os erros verificados no complexo habitacional de Seac Pai Van, como explicou Lam Wai Hou.

Secretário foi à AL e Mak Soi Kun ficou “feliz”

[dropcap]O[/dropcap] deputado Mak Soi Kun, ligado à comunidade de Jiangmen e vencedor das últimas eleições legislativas, afirmou estar feliz por Raimundo do Rosário regressar ao Plenário como secretário.

“Estou feliz por estar aqui a ouvir a sua voz. O secretário actua com pragmatismo e fala de forma honesta”, apontou o legislador, antes da sua primeira intervenção do dia. Além de deputado, Mak Soi Kun é construtor e é o proprietário da empresa encarregue pela construção da 2.ª Fase da nova Prisão de Coloane.

Metro Ligeiro | Rosário apela à compreensão para avarias

[dropcap]O[/dropcap] secretário para os Transportes e Obras Públicas pediu ontem a compreensão da população e dos deputados para as avarias que marcaram o primeiro mês de funcionamento do Metro Ligeiro. Raimundo do Rosário justificou que o sistema é novo em Macau e que 80 por cento dos trabalhadores da empresa são residentes, o que implica que também estão a aprender.

“Em todo o lado, e Macau não é excepção, quando começamos com um novo sistema certamente que há acertos, ainda por cima tratando-se de uma coisa totalmente nova. Por isso expliquei aos senhores deputados que quando iniciámos esta operação, e disse aqui na Assembleia, precisámos de recrutar 600 pessoas. As pessoas tiveram um período relativamente curto de formação e 80 por cento são residentes. Toda a gente está a dar o seu melhor”, afirmou já no final da sessão.

“Alguns incidentes têm origem na parte mecânica, mas alguns também têm a ver com as pessoas. O que pedi é alguma compreensão popular e da Assembleia, por isso aproveitei o Plenário para o fazer”, acrescentou.

Metro Ligeiro | Rosário apela à compreensão para avarias

[dropcap]O[/dropcap] secretário para os Transportes e Obras Públicas pediu ontem a compreensão da população e dos deputados para as avarias que marcaram o primeiro mês de funcionamento do Metro Ligeiro. Raimundo do Rosário justificou que o sistema é novo em Macau e que 80 por cento dos trabalhadores da empresa são residentes, o que implica que também estão a aprender.
“Em todo o lado, e Macau não é excepção, quando começamos com um novo sistema certamente que há acertos, ainda por cima tratando-se de uma coisa totalmente nova. Por isso expliquei aos senhores deputados que quando iniciámos esta operação, e disse aqui na Assembleia, precisámos de recrutar 600 pessoas. As pessoas tiveram um período relativamente curto de formação e 80 por cento são residentes. Toda a gente está a dar o seu melhor”, afirmou já no final da sessão.
“Alguns incidentes têm origem na parte mecânica, mas alguns também têm a ver com as pessoas. O que pedi é alguma compreensão popular e da Assembleia, por isso aproveitei o Plenário para o fazer”, acrescentou.

GPDP | Sulu Sou aponta a incapacidade para fiscalizar ilegalidades

[dropcap]S[/dropcap]ulu Sou questionou o Governo sobre a tecnologia de reconhecimento facial e acusou o Gabinete de Protecção de Dados Pessoais (GPDP) de ser incapaz de fiscalizar eventuais ilegalidades. A declaração foi feita no plenário de ontem, diante de Mui San Meng, Adjunto do Comandante Geral dos Serviços de Polícia Unitários, e de Iao Hin Chit, Coordenador-Adjunto do GPDP. O deputado justificou a sua intervenção com a desconfiança dos residentes face ao sistema. “Os cidadãos não acreditam nas autoridades policiais porque não conseguem saber se houve imagens captadas e utilizadas de forma ilegal.

Aliás, nem o seu colega ao lado do GPDP [Iao Hin Chit]”, acusou o democrata. “Para os cidadãos, não é suficiente que se diga que quem não deve não teme”, sublinhou.

Já antes o deputado tinha indicado que o facto de as autoridades não terem um mecanismo de fiscalização, o que gera desconfiança: “A justificação da tutela da segurança é muito complicada, justificam-se sempre com a confidencialidade e a protecção dos dados [para não fornecer informações]”, atirou.

Por sua vez, Mui San Meng, dos SPU, recusou a ideia do Governo abdicar da tecnologia: “Este instrumento [reconhecimento facial] pode elevar a taxa de prevenção e o combate ao crime. Entendemos que é legal e não vamos pensar em colocá-lo de lado […] Se as pessoas não estiverem envolvidas em nenhuma ilegalidade, as imagens são destruídas automaticamente após 60 dias”, afirmou Mui.

Porém, frisou que o objectivo é sempre combater o crime: “O sistema de ‘Olhos no Céu’ tem tido sempre como objectivo apoiar a polícia na prevenção e combate à criminalidade, com vista a assegurar a segurança da vida e dos bens dos residentes, ao invés de ser entendido como um sistema que serve para monitorizar a vida da população”, sublinhou.

GPDP | Sulu Sou aponta a incapacidade para fiscalizar ilegalidades

[dropcap]S[/dropcap]ulu Sou questionou o Governo sobre a tecnologia de reconhecimento facial e acusou o Gabinete de Protecção de Dados Pessoais (GPDP) de ser incapaz de fiscalizar eventuais ilegalidades. A declaração foi feita no plenário de ontem, diante de Mui San Meng, Adjunto do Comandante Geral dos Serviços de Polícia Unitários, e de Iao Hin Chit, Coordenador-Adjunto do GPDP. O deputado justificou a sua intervenção com a desconfiança dos residentes face ao sistema. “Os cidadãos não acreditam nas autoridades policiais porque não conseguem saber se houve imagens captadas e utilizadas de forma ilegal.
Aliás, nem o seu colega ao lado do GPDP [Iao Hin Chit]”, acusou o democrata. “Para os cidadãos, não é suficiente que se diga que quem não deve não teme”, sublinhou.
Já antes o deputado tinha indicado que o facto de as autoridades não terem um mecanismo de fiscalização, o que gera desconfiança: “A justificação da tutela da segurança é muito complicada, justificam-se sempre com a confidencialidade e a protecção dos dados [para não fornecer informações]”, atirou.
Por sua vez, Mui San Meng, dos SPU, recusou a ideia do Governo abdicar da tecnologia: “Este instrumento [reconhecimento facial] pode elevar a taxa de prevenção e o combate ao crime. Entendemos que é legal e não vamos pensar em colocá-lo de lado […] Se as pessoas não estiverem envolvidas em nenhuma ilegalidade, as imagens são destruídas automaticamente após 60 dias”, afirmou Mui.
Porém, frisou que o objectivo é sempre combater o crime: “O sistema de ‘Olhos no Céu’ tem tido sempre como objectivo apoiar a polícia na prevenção e combate à criminalidade, com vista a assegurar a segurança da vida e dos bens dos residentes, ao invés de ser entendido como um sistema que serve para monitorizar a vida da população”, sublinhou.

Zhen Hwa recusa pagar 11 milhões de patacas por atrasos na construção da prisão

[dropcap]O[/dropcap] Governo e a Companhia de Construção de Obras Portuárias Zhen Hwa estão em tribunal a discutir uma multa de 11 milhões de patacas, devido a atrasos com cerca de 83 dias nas obras da Primeira Fase do Novo Estabelecimento Prisional de Macau.

Os trabalhos foram adjudicados em 2010 a troco 113 milhões de patacas e era suposto que as obras fossem concluídas em Fevereiro de 2012, de acordo com o Despacho do Chefe do Executivo n.º 307/2010. No entanto, tal só aconteceu em 2014. O atraso fez com que o caso fosse para tribunal, com o Governo a reclamar compensação no valor de 11 milhões de patacas.

A situação foi reconhecida por Raimundo Rosário, ontem na Assembleia Legislativa, que no final comentou o caso, sem mencionar o nome da empresa ou o montante da dívida. Mais tarde complementou a informação:

“Em relação à primeira fase da obra do Estabelecimento Prisional de Macau, que são as fundações e os muros, a duração dos trabalhos foi mais longa do que o previsto. Na altura, as Obras Públicas aplicaram uma multa. O adjudicatário tem uma opinião diferente e há um diferendo”, afirmou. “Não me recordo quando o processo entrou em tribunal, mas é um caso com vários anos. A situação é esta”, acrescentou.

Esgrima na barra

Na primeira decisão do processo, que foi directamente tomada pelo Tribunal de Segunda Instância, como acontece no caso de contenciosos administrativo dos titulares de altos cargos políticos, os juízes consideraram que não devia ser cobrada multa à empresa.

O colectivo de juízes considerou que apesar de os atrasos reconhecidos por todos que a multa de 11 milhões só poderia ser aplicada, caso os defeitos verificados tivessem mesmo impedido a entrega. Como tal não aconteceu, e como a empresa se mostrou disponível para fazer as correcções necessárias, o tribunal deu razão à Companhia de Construção de Obras Portuárias Zhen Hwa. A primeira decisão foi tomada a 18 Julho de 2019.

No entanto, como Raimundo do Rosário indica que o caso ainda decorre nos tribunais, que o Governo recorreu da primeira decisão e que espera agora um veredicto favorável to Tribunal de Última Instância.

Secretário Raimundo do Rosário promete grandes mudanças nas Obras Públicas

Questionado por Au Kam San, o secretário para os Transportes e Obras Públicas negou sentir vergonha devido ao andamento dos trabalhos de elaboração do Plano Director. “Não estou sentado numa secretária de braços cruzados”, defendeu-se

 

[dropcap]O[/dropcap] secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, prometeu “mudanças notórias” no funcionamento da Direcção de Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) diante dos deputados. O secretário foi ontem a interpelado no Plenário pelos deputados e deixou antever grandes mudanças, também com a nomeação do novo director da DSSOPT.

O esclarecimento foi prestado depois de uma intervenção do deputado Mak Soi Kun, que sublinhou a necessidade de haver um dirigente de nomeação definitiva e com responsabilidades bem-definidas, para evitar confusões junto da população e dos sectores que lidam com este departamento.

Na resposta, Raimundo do Rosário prometeu mudanças e revelou estar optimista: “O novo director da DSSOPT vai ser anunciado muito em breve. Estou muito optimista que a imagem da DSSOPT vai mudar para melhor”, começou por prometer. “Esperem mais algum tempo para ver e vão notar grandes mudanças. Posso confirmar que dentro do corrente ano vão ver algumas mudanças nas Obras Públicas”, sublinhou.

Desde Dezembro do ano passado que Li Canfeng deixou de ser director da DSSOPT. Ontem, Raimundo do Rosário reconheceu que os trabalhos de mudança de Governo, com a tomada de posse de Ho Iat Seng como Chefe do Executivo, fizeram com não tivesse tido disponibilidade para se concentrar no assunto. Porém, a situação deve mudar nas próximas semanas, a tempo da apresentação das Linhas de Acção Governativa, marcadas para Abril.

Sem vergonha

Um dos assuntos que levantou questões dos deputados foi o facto de vários terrenos recuperados pelo Governo não terem sido aproveitados nem terem um objectivo claro. O Executivo justificou este aspecto com duas razões: por um lado, a prioridade passa pela construção de habitação pública na Zona A dos Novos Aterros e na Avenida de Wai Long, que secam recursos para os outros terrenos. Por outro, ainda se aguarda pela conclusão do Plano Director para garantir que os terrenos são desenvolvidos de acordo com as finalidades definidas pelo mega documento.

No entanto, o facto do Plano Director ainda não estar concluído valeu críticas ao Governo. Por exemplo, o primeiro esboço ficou completo em 2018, mas o consenso sobre a necessidade do documento é anterior. Por isso, o deputado democrata Au Kam San perguntou a Raimundo do Rosário se sentia vergonha face ao ritmo dos trabalhos: “Eu não sei se os Governantes não sentem vergonha… O Plano Director foi aprovado nos dois mandatos anteriores, mas ainda não está elaborado […] Em 2018 foi apresentado um esboço, mas levam mais de sete anos e ainda não está concluído. Por este andar, nem daqui a dez anos está tudo concluído”, criticou.

O deputado explicou depois que o Instituto para os Assuntos Municipais está limitado na construção de espaços de lazer em Seac Pai Van, junto às habitações públicas, porque os terrenos têm como finalidade o desenvolvimento industrial.

Na resposta, Rosário negou sentir-se envergonhado e afirmou não estar a dormir no cargo: “Posso não estar confortável nem satisfeito com o ritmo dos trabalhos. Mas se me perguntarem se tenho vergonha, não tenho. Não estou aqui sentado de braços cruzados sem fazer nada”, ripostou. “Não estou a dormir, por isso não sinto vergonha. Tenho feito todos os meus esforços”, acrescentou.

Jorge Arrimar, escritor: “A poesia continua com Macau”

É de uma enorme janela virada para o rio Tejo que o autor Jorge Arrimar escreve os seus versos, contos e romances. Poeta de Macau, escritor angolano, são muitas as facetas literárias que assume no triângulo geográfico da sua vida. Actualmente, trabalha num romance histórico sobre Angola e publicou muito recentemente um livro de poesia, “Insomne”, onde Macau surge de forma ténue

 

[dropcap]E[/dropcap]m Setembro esteve numa conferência na Universidade de Macau e falou do I Encontro de Poetas de Macau, nos anos 90, que não voltou a ter mais edições. Que razões aponta para a falta de iniciativa?

Nessa conferência tive a oportunidade de falar de um encontro que foi tão importante e único e que depois caiu num véu de silêncio sem se perceber porquê. Do que eu li não há qualquer referência a esse encontro, nunca há. As grandes referências que se fazem, com a Mónica Simas, Fernanda Gil Costa ou Ana Paula Laborinho, entre outros estudiosos, o próprio Seabra Pereira, todos esses fazem uma referência simpática sobre o resultado desse encontro que foi a edição da “Antologia dos Poetas de Macau”. Não se podem imputar culpas. Posteriormente, foram feitas algumas publicações, como a “Antologia dos Poetas de Macau”, que é um reflexo desse ambiente e desse espírito novo que aparece com o encontro. Entretanto dá-se a transição e creio que muitas pessoas do meio da língua portuguesa saíram de Macau, e creio que se criou alguma instabilidade com a transição. Houve muita gente que se sentiu intimidada pela grande mudança que se avizinhava, e outros tinham de sair porque iria haver uma mudança de Administração. Houve muitos motivos para que não se tenha criado de novo esse espírito de forma a haver um encontro similar. Mas criaram-se outros de acordo com as novas realidades.

Publicou recentemente “Insomne – Poema em Dez Actos”. Macau surge neste livro?

É um livro de carácter geral, mais de emoções com uma carga emocional muito forte. O próprio título acho que o diz, tem a ver com muitas situações da vida que nos marcam, muitas vezes de forma negativa, como a doença, a morte ou o envelhecimento, tem muito essa carga. Isso extravasa qualquer lugar. De qualquer forma, e como não podia deixar de ser, a minha vida…e a minha terra Angola e tem relação com outras terras por onde passei, como os Açores. Macau aparece de uma forma um bocado espumada, de uma forma metafórica, mas não é um livro tão centrado num destes territórios da minha escrita como é o “Rotas Circulares” [editado pela Gradiva em 2017], que é completamente dedicado a Macau. Uma pessoa olha logo para o livro e vê que é dedicado a Macau, este não tem esse cunho.

A sua carreira literária é marcada por um triângulo de lugares – Angola, Açores e Macau. Qual deles é o mais importante para si?

Sou um escritor angolano e ninguém tem dúvidas disso, e apresento-me e sou recebido como tal, porque nasci em Angola e há mais de 100 anos que lá vivia com os meus antepassados. Portanto, não é apenas 10 anos aqui e 13 anos acolá. Angola é a matriz, tem lugar primordial porque é lá que nasço e cresço. Em Macau e nos Açores só posso ser um escritor de Macau e dos Açores, não sou escritor macaense nem açoriano, há aqui uma diferença pelo menos de grau.

Está a escrever um novo romance histórico sobre Angola, mas nunca escreveu Macau em prosa. Porque é que Macau lhe desperta mais a vertente poética?

Não é bem assim. A poesia nasce em Angola e continuei sempre a escrever poesia que tem Angola como grande motivo. Macau aparece também nessa expressão, mas não quer dizer que só escreva poesia sobre Macau ou prosa sobre Angola. O que acontece é que acabei por não escrever nenhum conto ou romance sobre Macau nem sei porquê, talvez porque me toque mais a sensibilidade de poeta, mas não lhe sei dar uma explicação clara, calhou assim.

Para quando um romance sobre Macau?

Macau, para mim, aparece mais na minha escrita no género de poesia. Escrevo alguns artigos e ensaios, e depois a história de Macau que é uma das minhas áreas. Romance… ainda não tentei, nem contos. Tenho estado mais com o romance de Angola, que me ocupa imenso.

O romance tem uma linha de trabalho completamente diferente.

Mas a poesia também pode ser trabalhosa e pode demorar muito. Cada poema pode ter uma individualidade…enquanto que o romance é todo um trama que tem princípio, meio e fim, e se alonga, e é vasto, um poema pode ser muito curto e pronto, começou e acabou. E como o meu romance é histórico ainda tem a componente de pesquisa, que me exija mais tempo. Quando estou a trabalhar num romance não me sobra mais tempo para outro romance. A poesia continua com Macau e o romance continua com Angola, tenho estado meio dividido.

Quando é que o romance de Angola é publicado?

Ele está bastante avançado e queria tê-lo terminado no final do ano passado, mas estou com muita vontade de o terminar para do fim de 2020. Ainda falta algum trabalho.

Vive em Almada e escreve em casa. Como é que escrever sobre lugares que lhe dizem tanto e que estão distantes geograficamente?

Essa é, um bocado, a minha condição. Acabei por me integrar no quotidiano destas terras de que temos vindo a falar. Uma porque nasci e cresci, e outras porque houve uma integração na minha escrita. Passado algum tempo acabo por me irritar e acabo por escrever quase sempre de longe. Não sei se isso se reflecte na escrita, isso cabe às pessoas que me lêem e que me escutam dizer alguma coisa. Da minha parte, penso que a capacidade do cérebro de reter imagens e situações faz com que a falta desses lugares não anule qualquer manifestação artística. Há sempre o peso da distância, saudade e memórias, e isso acaba por se reflectir de forma positiva na escrita. Comigo acontece isso, volto com alguma frequência a esses meus lugares da escrita, não são lugares que ficaram lá aos quais eu nunca mais voltei. Este ano, em três meses, estive em Angola, Açores e Macau.

Foi para Macau em 1985 e foi director da Biblioteca Nacional/Central de Macau. Quando saiu, em 1998, sentiu que o trabalho estava feito?

Fiz parte do grupo que teve como missão reestruturar o IC, as bibliotecas e os arquivos do território. Nessa altura, houve muitas coisas que foram reestruturadas, como as leis, criou-se o depósito legal, nova legislação e regulamentos. A biblioteca passou a ter novas chefias intermédias, criou-se uma rede de bibliotecas, passou a chamar-se biblioteca central e deixou de ser nacional. Houve um grande trabalho de reestruturação de tudo o que eram leis e regras. Depois as coisas iam acontecendo. A biblioteca e o arquivo tinham direcções separadas. Por isso é que eu digo que nunca pagarei a Macau aquilo que Macau me deu, porque em termos profissionais nunca teria tido a possibilidade que tive ali de ter tudo, biblioteca escolar, pública, tudo.

Foi também consultado aquando do primeiro projecto para a Biblioteca Central.

Sim, em 2008, para uma das candidaturas. E agora voltaram a perguntar a minha opinião. De uma forma geral, concordei com o projecto. Achei que era uma boa possibilidade, seria central de nome e fisicamente. Penso que é um sítio bonito e quase equidistante em relação a tudo o que há em Macau. À partida, aquele edifício tem uma fachada interessante que é de preservar, é uma forma de o manter. Mas tudo o que for feito lá dentro essa é outra história.

Falemos agora do mercado livreiro em Macau. Publica-se muito sobre o território, mas falta um mercado na verdadeira acepção da palavra?

Dou exemplos meus. Publiquei a minha tese de doutoramento em Macau, uma edição do IC, e o livro na Livraria Portuguesa (LP) nunca se encontrou à venda. Se não está à venda na LP, sendo um livro escrito em português, não sei onde poderá estar à venda. Haverá alguma falha, mas não estou a dizer que é da LP ou que é da editora. Que é uma falha grande, é. Nem sequer consigo perceber porque é que isso acontece. Isso também acontece com um dos meus últimos livros, “Rotas Circulares”, que foi escrito logo à partida em português e chinês, que faz parte de uma colecção de poetas de Macau, o livro ficou mais caro por causa da versão numa segunda língua, e continua a não ser vendido em Macau e sei que se fizeram esforços nesse sentido. Pelos vistos, não acontece só comigo. Falei com várias pessoas que publicam e me dizem que há essa dificuldade na promoção, venda e distribuição. Em Portugal, tirando a altura da Feira do Livro, não há mais oportunidades, é difícil encontrar livros sobre Macau.

Secreta via das árvores

[dropcap]F[/dropcap]olheio em paragens de acaso os cadernos destas escritas de O. Não lhe prendo as raízes.
Tenho os olhos cheios de planície de sempre. Virasse-os do avesso e assim era o que lá encontro. Espaço. Sentido por detrás destas cores variáveis de vegetação e terra.
Leio estas linhas nos diários de Olive e sei que são escritos de amor. Não estão datados por tonalidade de cicatriz. Talvez pela contorção dos torços. Folheio a eito páginas daquela escrita. As cores são serenas como bordado num vestido melancólico. Cores de janeiro.

Voltando às árvores. Hoje deixo as que, serenas e verticais, parecem arrogantes de serenidade, saber, imutabilidade e razão. Seres de tonalidades soturnas discretamente emplumadas. Anjos nocturnos.

Silenciosos ou embalados naquele marulhar conjunto da folhagem longínqua. Mas numa pujança que ao olhar se oferece terrível e esquiva matéria, densa e pesada ao sentir. Que partículas que não são matéria de quantificação nos sufocam o ar parado nos prendem os passos ao pé de uma cadeira e que de amarras não parecem ser fundamento. Que coisa estranha seria o gostar, prendido a critérios mas nada que se pareça à estranha a tudo isso e mesmo estrangeira emergência do amar. Amamos tantas coisas, se amamos e quando amamos. Amamos aquilo que nos enternece, nos causa desvelo nos transcende para lá do estrito lugar próprio, na vocação boa de amar. E amamos o sublime terrífico real de que nem sempre podemos gostar mas sabe-se lá porquê e o que nele se prendeu. Viro uma página e retomo o olhar que divagou para longe.

Prendo-me às emocionais. Que as há na linguagem das formas. Aquelas que construíram campos de viagem e paisagens ilimitadas no terreno que não domino. Que nem sei como cabem em casa, e mais ainda nesta pequena caixa-de-ressonância. Mas é anseio que ficou a dar espaço. Amplificado para dentro. Feliz de ter visto tantas vezes, quando bastava só uma, que se estruturou como janela para o mundo. Elas em perfil sinuoso e lírico, sempre naquela espécie de agitação prévia à fuga, ao movimento, à dança. Como os sentimentos sempre prestes a extravasar porque não se fizeram para ser contidos. Apertados. Ou se o fossem, sempre entumescidos de coisas estranhas e tumultuosas. Espremidos destilariam algumas gotas de lágrima, ou apurando o silencioso olfato, talvez essências, perfumes claros e confusos simultaneamente.

Olhando as pequenas árvores à beira da secura. No espaço de passagem. Os corpos em variações irrepetíveis, tensas, expressivas e as pequenas folhas de colorido exausto, despenteadas em vagas, preparadas de sempre para poupar a água. Formas dramáticas e penosas de se ajeitarem à imobilidade. Quem diria a riqueza que das suas dores se exala em estado líquido. Árvore pinga-amor. Tão longe as oliveiras dispersas pela planície seca e pálida, da macia e líquida, perfumada luz que virá dos frutos amenizar o pão. Tão longe do ouro essa cor preciosa. Quem diria.

Tão diferentes da vertical e parada – sóbria, como se se pudesse dizer serena, se susceptível de sentir – natureza das outras árvores. Uma beleza sólida para outros dias. Hirtas afirmativas. Pontos próprios de uma exclamação como se universal. Gosto delas. Doem-me no fogo que as consome por todo o lado. Doem-me derrubadas em vida na centenária vocação ignorada. Ou em pé contra tudo mesmo sem vida para que os bicho se seguram da tragédia. Os bichos de rosto triste que se abraçam a elas ou uns aos outros ou a si próprios em desespero. Como os bichos são enternecedores e as árvores e tudo.

Depois lembro de novo as oliveiras. Elas mesmas num arremedo ou ímpeto de fuga do incêndio. Da vida. Das mais maduras a perpassar uma espécie de encantatória semelhança com seres móveis que não são. Dramaticamente retorcidas como a necessitar arregaçar raízes e correr desarvoradas planície terra adiante.

Com uma alma de duendes, de Elfos, de alquimistas com o mundo ao lume. Coisas insólitas a passar-me mente adiante, nas longas e antigas viagens por estradas nacionais. A passar dentro dos campos. Que semelhança poderia haver entre uma destas figuras de tragédia em contornos infantis e um amor sentido de adolescência. Em fuga, também, como uma vergonha de sentir. Aprisionadas à terra, mas aos olhos não. A dinâmica ilusão de fuga presa ao movimento eternamente potencial. Mas nunca praticado nem concluído.

Talvez isso. E os emaranhados de cabelos a rarefazer e os pequenos frutos como pequenos seios albergam o saber do tempo e da solidão e da seca. Daquelas em tão ampla e longínqua planície que não há animal que lhe chegue por acaso a alçar a perna e a marcar território. O profundo acaso que não acontece. Árvores solitárias com vida própria e enormidades de céu como testemunha da sua infantil pequenez. Sem sexo nem género que as aprisione nem que as revele. Necessárias ou suficientes. Seres de perna curta mas as mais ágeis do reino a que pertencem se isso existisse de pertencer.

Coisas estranhas de árvore. Mais secretas do que estranhas, essas coisas da vida das árvores. Encantatórias vestes de tule verde. De tudo. Essa folhagem leve e de cor ressequida de guardar e resistir. Vinda das profundezas da história natural, dos factos, mitos e lendas sempre se desprende a sua memória. E a sua presença a atravessar séculos, milénios. Fortaleza de amor à vida que o amor é sempre. Como uma coroa, expandiu-se em torno deste mar colorido e mediterrânico. Do sul do Cáucaso, das planícies do Irão, da Síria, da Palestina aos lugares da civilização Minóica e depois por todo o lado do litoral ao interior. A produzir, contorcidas e tenazes, um óleo que alivia feridas e dores, que alimenta e ameniza o pão. Longevidade milenária de muitas. A acompanhar a história ainda com vida. Como mães de civilização que não deixam de acompanhar o caminho. Folheio de novo para diante páginas e continuo na encantatória impressão de que são de um amor. Talvez às árvores. Talvez.

Esvoaço rapidamente pela bacia da Mesopotâmia. Diz. De novo um salto à Palestina, à Síria, Creta – breve paragem na lembrança da época Minóica, estão por todo o lado – em torno das águas pacatas, transparentes do Mar Mediterrâneo com os murmúrios cheios de afogamentos. Talvez as medusas. De cabelo emaranhado e a produzir dor lancinante onde toca na pele. E o norte de África. Tudo desenhado nas cores delicadas do mapa já frágil e de vincos puídos sobre a mesa. Gosto de desfiar os nomes, como um crédito de milhas para navegar. Visita rápida às árvores milenares. Quando não há tempo para mais, fico-me pelas centenárias. Que circulam pelas planícies. As mais velhas, tantas vezes de corpos dissociados em dois, mas num abraço para a eternidade. Coisas estranhas de árvore.

Poiso o caderno. Dobro o mapa. Mas não sei. Talvez O.

Piloto português Paulo Gonçalves morre em queda no Dakar2020

[dropcap]O[/dropcap] piloto português Paulo Gonçalves, de 40 anos, morreu ontem na sequência de uma queda na 7.ª etapa do rali Dakar na Arábia Saudita, anunciou a organização.
Paulo Gonçalves, segundo da edição de 2015 e que disputava o seu 13.º Dakar, caiu ao quilómetro 276 da especial.

De acordo com a informação da Amaury Sport Organization (ASO), o alerta foi dado às 10h08 horas locais.
Foi enviado de imediato um helicóptero que chegou junto do piloto às 10h16, tendo encontrado Paulo Gonçalves inconsciente e em paragem cardio-respiratória. “Depois de várias tentativas de reanimação no local, o piloto foi helitransportado para o hospital de Layla, onde foi confirmada a morte”, lê-se.
Paulo Gonçalves participava no Dakar pela 13.ª vez desde 2006, ano de estreia na prova.

Foi segundo classificado em 2015, atrás do espanhol Marc Coma, o seu melhor resultado, depois de já ter sido campeão mundial de ralis cross-country em 2013. Ocupava a 46.ª posição das motas à partida para esta etapa.

Reacções à tragédia

O Presidente da República lamentou a morte de Paulo Gonçalves, lembrando que o piloto português foi “um digníssimo representante de Portugal” na prova. “Paulo Gonçalves morreu a tentar alcançar o sonho de vencer uma das mais duras e perigosas provas de rally do mundo, na qual foi sempre um digníssimo representante de Portugal, chegando a alcançar o segundo o lugar em 2015”, pode ler-se na nota publicada no site da Presidência.

Marcelo Rebelo de Sousa apresentou ainda “as mais sentidas condolências” à família do ‘motard’ português.
O argentino Kevin Benavides (Honda) em motas e o espanhol Carlos Sainz (Mini) em automóveis, venceram ontem a sétima de 12 etapas do Rali Dakar de todo-o-terreno.

A vitória nas duas rodas foi atribuída a Kevin Benavides depois de ter sido retirado ao piloto da Honda o tempo em que esteve parado junto a Paulo Gonçalves a tentar prestar auxílio, tal como o australiano Toby Price (KTM), vencedor em 2019.

Assim, Benavides concluiu a mais longa etapa da prova, com 546 quilómetros de especial entre Riad e Wadi Al Daeasir, em 4:36.22 horas, menos 1.23 minutos do que o espanhol Joan Barreda (Honda), o segundo, e 4.17 minutos do austríaco Mathias Walkner (KTM).

Automobilismo | Rodolfo Ávila faz balanço positivo da época

Rodolfo Ávila encerrou a temporada de 2019 em alta, com um triunfo indiscutível na última corrida do CTCC, um resultado merecido numa época atribulada e, acimada tudo, importante para o futuro. O piloto português de Macau fez um balanço positivo da temporada passada ao HM e está confiante que poderá regressar este ano ao popular campeonato de automobilismo da República Popular da China

 

[dropcap]N[/dropcap]o cair do pano do Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC, na sigla inglesa), no circuito citadino de Wuhan, na China Interior, Ávila esteve em destaque, não só por ter triunfado na segunda corrida, mas também porque foi vital na estratégia da equipa SVW333 Racing para que o seu piloto principal, o chinês Zhang Zhen Dong, conquistasse o título de pilotos. No penúltimo fim-de-semana de Dezembro, o VW Lamando nº9 qualificou-se no terceiro lugar e na primeira corrida estava destinado a terminar no segundo lugar, quando a equipa pediu a Ávila para este abrandar e deixar passar o seu companheiro de equipa para que este somasse o maior número de pontos possível.

“Neste campeonato a equipa é o que conta mais, não há margem para individualismo, mesmo que por vezes custe a qualquer piloto ter que abdicar de um bom resultado em prol dos interesses da equipa”, explicou o piloto da RAEM ao HM que se estreou no CTCC em 2016 ao serviço da SVW333 Racing.

Questionado sobre a temporada transacta, Ávila reconhece que “foi difícil, porque nem sempre tivemos o melhor carro e o balanço de performance também nem sempre nos foi favorável ao longo do ano”. Para além do triunfo em Wuhan, Ávila também venceu este ano em Xangai e os resultados só não foram melhores devido a toques maldosos de adversários. “Fui várias vezes atirado para fora e perdi muitos pontos por causa disso, mas mesmo assim, faço um balanço positivo, porque estou certo que se não fosse uma série de infortúnios poderia ter terminado ainda melhor classificado no campeonato. A equipa fez um bom trabalho, ganhamos fiabilidade e houve provas em que tínhamos carro para vencer.”

Ávila, que no dia-a-dia assume as funções de Team Manager da equipa Asia Racing Team, terminou no terceiro lugar na classificação de pilotos, enquanto a SVW333 Racing ficou no segundo lugar na classificação de equipas, onde a equipa oficial da VW SAIC enfrentou as suas congéneres da Kia, BAIC, Ford e Toyota.

2020 bem encaminhado

O piloto de 32 anos ainda não tem a temporada de 2020 definida a cem por cento, mas os bons resultados obtidos na temporada passada permitem-lhe estar confiante que poderá continuar a defender as cores da SVW333 Racing pelo terceiro ano consecutivo no CTCC. “A equipa ainda não confirmou os seus pilotos para este ano, mas mostrou vontade para que eu continuasse. Esse é um bom sinal”, clarificou.

Depois de várias temporadas a competir em corridas de monolugares, GTs e na Taça Porsche Carrera Ásia, Ávila está satisfeito por fazer parte do restrito grupo de pilotos que compete no CTCC. “Gosto de competir neste campeonato. É o maior e mais importante campeonato da China de circuitos e um dos melhores campeonatos do mundo de carros de turismo”, afirma Ávila, acrescentando que “para além de ter cinco marcas representadas com equipas de fábrica, o nível dos pilotos é muito bom, reunindo os melhores pilotos chineses da actualidade e vários pilotos internacionais de renome como o Rob Huff, Colin Turkington, Alex Fontana ou Pepe Oriola.”

2020 deverá ser o último ano do CTCC com os actuais carros, que não são utilizados em mais nenhum outro campeonato no mundo, sendo ainda uma incógnita regulamentação técnica que virá a ser adoptada no futuro.

Automobilismo | Rodolfo Ávila faz balanço positivo da época

Rodolfo Ávila encerrou a temporada de 2019 em alta, com um triunfo indiscutível na última corrida do CTCC, um resultado merecido numa época atribulada e, acimada tudo, importante para o futuro. O piloto português de Macau fez um balanço positivo da temporada passada ao HM e está confiante que poderá regressar este ano ao popular campeonato de automobilismo da República Popular da China

 
[dropcap]N[/dropcap]o cair do pano do Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC, na sigla inglesa), no circuito citadino de Wuhan, na China Interior, Ávila esteve em destaque, não só por ter triunfado na segunda corrida, mas também porque foi vital na estratégia da equipa SVW333 Racing para que o seu piloto principal, o chinês Zhang Zhen Dong, conquistasse o título de pilotos. No penúltimo fim-de-semana de Dezembro, o VW Lamando nº9 qualificou-se no terceiro lugar e na primeira corrida estava destinado a terminar no segundo lugar, quando a equipa pediu a Ávila para este abrandar e deixar passar o seu companheiro de equipa para que este somasse o maior número de pontos possível.
“Neste campeonato a equipa é o que conta mais, não há margem para individualismo, mesmo que por vezes custe a qualquer piloto ter que abdicar de um bom resultado em prol dos interesses da equipa”, explicou o piloto da RAEM ao HM que se estreou no CTCC em 2016 ao serviço da SVW333 Racing.
Questionado sobre a temporada transacta, Ávila reconhece que “foi difícil, porque nem sempre tivemos o melhor carro e o balanço de performance também nem sempre nos foi favorável ao longo do ano”. Para além do triunfo em Wuhan, Ávila também venceu este ano em Xangai e os resultados só não foram melhores devido a toques maldosos de adversários. “Fui várias vezes atirado para fora e perdi muitos pontos por causa disso, mas mesmo assim, faço um balanço positivo, porque estou certo que se não fosse uma série de infortúnios poderia ter terminado ainda melhor classificado no campeonato. A equipa fez um bom trabalho, ganhamos fiabilidade e houve provas em que tínhamos carro para vencer.”
Ávila, que no dia-a-dia assume as funções de Team Manager da equipa Asia Racing Team, terminou no terceiro lugar na classificação de pilotos, enquanto a SVW333 Racing ficou no segundo lugar na classificação de equipas, onde a equipa oficial da VW SAIC enfrentou as suas congéneres da Kia, BAIC, Ford e Toyota.

2020 bem encaminhado

O piloto de 32 anos ainda não tem a temporada de 2020 definida a cem por cento, mas os bons resultados obtidos na temporada passada permitem-lhe estar confiante que poderá continuar a defender as cores da SVW333 Racing pelo terceiro ano consecutivo no CTCC. “A equipa ainda não confirmou os seus pilotos para este ano, mas mostrou vontade para que eu continuasse. Esse é um bom sinal”, clarificou.
Depois de várias temporadas a competir em corridas de monolugares, GTs e na Taça Porsche Carrera Ásia, Ávila está satisfeito por fazer parte do restrito grupo de pilotos que compete no CTCC. “Gosto de competir neste campeonato. É o maior e mais importante campeonato da China de circuitos e um dos melhores campeonatos do mundo de carros de turismo”, afirma Ávila, acrescentando que “para além de ter cinco marcas representadas com equipas de fábrica, o nível dos pilotos é muito bom, reunindo os melhores pilotos chineses da actualidade e vários pilotos internacionais de renome como o Rob Huff, Colin Turkington, Alex Fontana ou Pepe Oriola.”
2020 deverá ser o último ano do CTCC com os actuais carros, que não são utilizados em mais nenhum outro campeonato no mundo, sendo ainda uma incógnita regulamentação técnica que virá a ser adoptada no futuro.

A 25.ª Conferência Internacional do Clima (I)

“Pour ce qui est de l’avenir, il ne s’agit pas de le prévoir, mais de le rendre possible.”
Antoine de Saint Exupéry, Citadelle, 1948

 

[dropcap]A[/dropcap] “24.ª Conferência Internacional do Clima (COP24)” que se realizou em Katowice, Polónia, de 2 a 14 de Dezembro de 2018, foi uma grande conquista na resposta multilateral às mudanças climáticas, tendo mais de cento e noventa países, conseguido chegar a acordo sobre quase todos os elementos de um livro de regras abrangente que coloca “carne no esqueleto” do “Acordo de Paris” de 2015.

As regras exigem, pela primeira vez, que todos os países forneçam informações detalhadas sobre as suas metas de mitigação das mudanças climáticas e relatem regularmente os seus progressos em implementá-las e alcançá-las.

Todavia, ainda falta um capítulo importante que é as regras para os mercados internacionais de carbono discutidas no artigo 6 do “Acordo de Paris”. As visões conflituantes sobre como evitar a “dupla contagem”, contando a mesma redução de emissão mais de uma vez para atingir as metas de mitigação climática, foram um grande obstáculo ao consenso. A conclusão do capítulo ausente do artigo 6 era uma das tarefas principais para os países resolverem na “25.ª Conferência Internacional do Clima (COP25)”, sob a Presidência do Chile e que se realizou em Madrid entre 2 e 15 de Dezembro de 2019.

A resolução da contagem dupla é fundamental para alcançar os objectivos do “Acordo de Paris” e estão identificados os ingredientes essenciais para que fosse atingido um resultado robusto que garantisse a eficácia ambiental e facilitasse a mitigação económica. A COP25 teve um começo difícil, quando o presidente do Chile, anunciou no final de Outubro que o seu país não podia mais sediar o evento dado as “circunstâncias difíceis”, como os violentos protestos contra o governo na capital do país. Faltando apenas um mês para o evento a Espanha interveio e concordou em realizar o evento em Madrid. O Chile manteve a presidência, com o evento renomeado como “COP25 Chile-Madrid”.

Apesar dessa mudança de local de última hora, o evento ocorreu da mesma forma que as anteriores COPs, caracterizadas por debates prolongados e sessões nocturnas nas quais os negociadores e ministros discutiam textos cheios de jargões. No início da reunião, a presidente da COP25 e secretária chilena do meio ambiente, afirmou que a conferência “devia mudar o curso das acções e ambições climáticas”. O secretário-geral da ONU, na primeira das várias intervenções, perguntou aos participantes se “realmente queriam ser lembrados como a geração que enterrou a cabeça na areia?” A COP25, tornou-se a mais longa já registada quando foi concluída, depois do almoço do dia 15 de Dezembro de 2019, após mais de duas semanas de negociações difíceis. Estava programada para terminar na no dia 13 de Dezembro de 2019 e cerca de vinte e sete mil delegados iniciaram os trabalhos com o objectivo de finalizar o “livro de regras” do “Acordo de Paris”, que é o manual operacional necessário quando entrar em vigor em 2020, que estabelece regras para os mercados de carbono e outras formas de cooperação internacional nos termos do dito Artigo 6.

Os delegados também esperavam enviar uma mensagem de intenção, sinalizando ao mundo que o processo climático da ONU permanece vivo e relevante, e que reconhece a enorme lacuna entre o progresso actual e as metas globais para limitar o aquecimento. Tal desconexão foi destacada por uma enorme marcha de protesto no coração da capital espanhola com a presença de Greta Thunberg. As negociações não conseguiram chegar a um consenso em muitas áreas, levando as decisões a serem adiadas para 2020 sob a “Regra 16” do processo climático da ONU. Os assuntos como o do Artigo 6, requisitos do relatório para transparência e “prazos comuns” para compromissos climáticos serão transpostos igualmente para 2020, quando os países aumentarem a ambição dos seus esforços.

O secretário-geral da ONU mostrou-se “decepcionado” com os resultados da COP25 e “a comunidade internacional perdeu uma importante oportunidade de mostrar uma maior ambição em mitigação, adaptação e financiamento para enfrentar a crise climática”. Ainda que nunca se esperasse que os principais emissores do mundo anunciassem promessas climáticas novas na COP25, havia a esperança de que pudessem enviar colectivamente uma forte mensagem de intenção para 2020. No entanto, as negociações rapidamente ficaram atoladas em questões técnicas, como as regras para os mecanismos de mercado de carbono, que esperam por uma conclusão há anos. Havia um sentimento crescente entre muitos participantes de uma desconexão entre esses processos lentos e impenetráveis ​​da ONU e a acção exigida por manifestantes em todo o mundo, pois segundo a Greenpeace o “novo momento” proporcionado pelo crescente movimento global do clima, ainda estava para penetrar nos “salões do poder” e nos vinte e cincos anos de realização das COP nunca houve uma tão grande diferença entre o interior e exterior das COP.

Quando Greta Thunberg, a adolescente sueca que tem sido usada por políticos e industriais e que desconhece tecnicamente o que se passa com as mudanças climáticas chegou a esses salões de poder, após uma viagem transatlântica de vela, foi instantaneamente a figura de destaque no centro do circo da média da COP25 e no final da primeira semana, a jovem sueca uniu-se a uma marcha pelo centro de Madrid que, segundo os organizadores, atraiu meio milhão de pessoas, ainda que a polícia tenha oferecido, uma estimativa muito mais modesta de quinze mil pessoas. A frase mais comum dos manifestantes e observadores foi a discrepância entre o ritmo lento das negociações e a urgência sugerida pela ciência mais recente.

O relatório de 26 de Novembro de 2019, “Meta climática 1.5.ºC” está fora do alcance do “Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA na sigla inglesa) ”  e mostra que a meta de 1,5.ºC do “Acordo de Paris” está mais longínqua de atingir, mesmo se as promessas climáticas existentes como as “Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs na sigla inglesa)” dos países forem cumpridas. As emissões em 2030 serão 38 por cento mais altas do que o necessário para atingir essa meta. Este ponto foi enfatizado por um novo relatório do “Projecto Global de Carbono (GCP na sigla inglesa) que integra o conhecimento de gases de efeito estufa para actividades humanas e o sistema da Terra.

O GCP, alguns dias depois, mostrou que as emissões de combustíveis fósseis e da indústria devem continuar a aumentar em 2019 e 2020. A aparente desconexão foi destacada ainda mais pelo idioma usado para descrever os relatórios mais recentes do “Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC na sigla inglesa)”, o primeiro dos quais teve como tema a “Terra”, publicado a 8 de Agosto de 2019 e o segundo sobre o “Oceano e a Criosfera”, publicado a 25 de Setembro de 2019. Os relatórios foram apenas “citados”, em oposição a “bem-vindos”, no texto final do “Projecto de Conclusões” proposto pelo Presidente da Cimeira, a 7 de Dezembro de 2019, embora também “expressassem a sua gratidão” aos cientistas que realizaram o trabalho  (Na cúpula da COP24 de 2018, a recusa dos Estados Unidos,  Arábia Saudita, Rússia e Kuwait em linguagem de “boas-vindas” ao relatório do IPCC 1.5.ºC foi uma fonte de tensão significativa.).

Houve iniciativas para aumentar a ambição de alguns actores não estatais na COP25, com, por exemplo, cento e setenta e sete empresas comprometeram-se a reduzir as emissões de acordo com a meta de 1,5.°C como parte da “Aliança da Ambição pelo Clima” e tal aconteceu depois de um grupo de quatrocentos e setenta e sete investidores, que controlam trinta e quatro triliões de dólares em activos, pedirem aos líderes mundiais que actualizassem os seus NDCs e aumentassem a sua ambição. Pela localização do Chile, um país com cerca de seis mil quilómetros de costa, a liderança apelidou o evento de “COP azul”, estabelecendo a sua intenção de dar atenção aos oceanos.

O relatório “Os Impactos Esperados das Mudanças Climáticas sobre a Economia Oceânica”, divulgado na primeira semana da COP25 pelo “Painel de Alto Nível para uma Economia Oceânica Sustentável”, que é um grupo único de líderes mundiais de todo o mundo empenhado em desenvolver, catalisar e apoiar soluções para a saúde e riqueza dos oceanos nas políticas, governança, tecnologia e finanças, trouxe “um forte lembrete das sérias consequências económicas das mudanças climáticas para as indústrias oceânicas. Ainda que a maior atenção da COP25 tenha sido focada nas negociações tensas e necessitasse de enviar um sinal claro aos países para aumentar a sua ambição climática, o presidente da Cimeira anunciou a 12 de Dezembro de 2019, que trinta e nove países se comprometeram a incluir os oceanos nas suas futuras NDCs.

É de considerar que um dos textos finais da decisão também solicitou a convocação de um “diálogo” na próxima reunião do processo climático da ONU em Bona, em Junho de 2020 sobre o oceano e as mudanças climáticas para considerar como fortalecimento das acções de mitigação e adaptação. Foi solicitado igualmente, um diálogo semelhante para a COP 26 que se realizará em Glasgow, de 9 a 19 de Novembro de 2020, sob a presidência do governo do Reino Unido, sobre a relação entre questões relacionadas à adaptação à “Terra” e as mudanças climáticas”, depois de o Brasil ter afastado as suas  objecções no último minuto.

O Chile, desde o início afirmou que se tratava de uma “ambição COP25”, reflectindo a lacuna significativa entre as promessas actuais e o que seria necessário para cumprir as metas globais de temperatura. A “hashtag #TimeForAction” foi estampada no centro de conferências e a presidência lançou uma “Aliança da Ambição pelo Clima ” para acelerar o progresso em direcção às metas de Paris, tendo o Secretário-Geral da ONU enfatizado no seu discurso de abertura da conferência, apelando às partes “para avançar no próximo ano”, acrescentando que “os maiores emissores do mundo precisam de fazer muito mais”. Nos termos do “Acordo de Paris”, todas as partes comprometeram-se não apenas a enviar NDCs para reduzir as emissões, mas também para comunicar ou actualizar as suas promessas até ao final de 2020.

Além disso, as NDCs sucessivas devem representar uma progressão e reflectir a ambição mais alta possível de cada país e conjuntamente com as avaliações quinquenais acerca do progresso, essas rondas regulares de novas NDCs estão no centro do mecanismo de catraca de aumento de ambição no “Acordo de Paris”, projectado para aumentar a ambição ao longo do tempo. Todavia, para a maioria das NDCs, que já cobrem o período até 2030, o texto de Paris não exige explicitamente que novos compromissos sejam apresentados no próximo ano, podendo as partes simplesmente (re) comunicar a mesma oferta que fizeram em 2015 ou 2016.

Dado que as NDCs actuais não estão perto o suficiente para limitar o aquecimento a 1,5.°C, houve esforços nas sucessivas COPs para concordar com o texto pedindo uma maior ambição de todas as partes.

Na COP24, algumas partes tentaram, mas finalmente não conseguiram inserir uma linguagem forte para aumentar a ambição, e com a COP25 sendo a cúpula final antes que termine o prazo final de 2020, foi vista por muitos como uma última oportunidade de garantir maior ambição.  É de recordar que a ambição não estava oficialmente na agenda da COP25, mas que muitos viam como essencial enviar uma mensagem clara ao mundo e na primeira semana, a presidência chilena  iniciou consultas sobre um conjunto de textos que, colectivamente, deveriam transmitir essa mensagem, e designados por “Decisão 1/CP.25”, “Decisão 1/CMA.2” e “Decisão 1/CMP.15”. Os países terão que anunciar contribuições mais ambiciosas em 2020, que é o ano em que todos se comprometeram a anunciar estratégias coesas a longo prazo para alcançar a neutralidade climática até 2050.

Actualmente, apenas oitenta países, principalmente os países pequenos e em desenvolvimento, declararam a sua intenção de melhorar as suas NDCs até 2020, representando apenas 10,5 por cento das emissões mundiais.  Todos os maiores emissores estão ausentes dessa lista e embora o Chile tenha adiado os seus planos para melhorar a sua NDC na COP25, alguns sinais promissores surgiram ao longo da conferência, principalmente o da União Europeia (UE). Os chefes de Estado e de Governo da UE, reuniram-se nos dias 12 e 13 de Dezembro de 2019, em Bruxelas e concordaram tornar o bloco “neutro em termos climáticos” até 2050. Apesar da resistência da Polónia, a Comissão Europeia revelou um ” Acordo Verde Europeu”, que, se for lei, comprometerá pelo menos 25 por cento do orçamento de longo prazo da UE à acção climática, tendo a Presidente da Comissão Europeia descrito como um momento tipo “homem na lua” da Europa.

O acordo também inclui um cronograma proposto para aumentar a meta de NDC da UE para 2030, desde o seu actual objectivo de reduzir as emissões para pelo menos 40 por cento abaixo dos níveis de 1990, até uma meta mais alta de pelo menos 50 por cento e 55 por cento. No entanto, havia uma preocupação  expressa por ONGs na COP25 de que essa promessa deve ser assinada com bastante antecedência antes da “Cimeira UE-China” em Leipzig, em Setembro de 2020, argumentando que é necessário tempo diplomático suficiente e, portanto, alavancar o uso da NDC aprimorada para convencer a China a melhorar a sua promessa climática e para manter esse cronograma, a nova meta deve passar por uma avaliação formal de impacto até o final da primavera de 2020.

As ONGs temem que não haverá tempo suficiente para na reunião de Leipzig pressionar a China a aumentar a sua oferta e com emissores importantes, como os Estados Unidos, Austrália e o Brasil, a demonstrar hostilidade em relação à acção climática internacional, depende muito da China e da UE, actuando como uma só para manter a dinâmica do “Acordo de Paris”. É de recordar que outro momento de optimismo na COP 25 ocorreu quando o parlamento dinamarquês adoptou uma nova lei climática, que estabelece uma meta juridicamente vinculativa de reduzir as emissões para 70 por cento abaixo dos níveis de 1990 até 2030. No entanto, uma falta geral de progresso nas negociações levou a tensões ferventes no centro de conferências da COP25, com o “texto da ambição” no centro da tempestade. Em parte, essa tensão reflectiu diferentes interpretações da palavra “ambição”.  Muitos países desenvolvidos e estados vulneráveis ​​encararam a “ambição” principalmente como um meio de aumentar os esforços para reduzir as emissões após 2020, de modo a fechar a lacuna no cumprimento das metas climáticas.

A Índia e países seus parceiros no “Grupo de países em desenvolvimento com pensamento alinhado (LMDCs na sigla inglesa)”, defenderam uma interpretação mais ampla que também cobria a prometida provisão de financiamento climático, bem como esforços para aumentar a adaptação e criar capacidade nos países mais pobres. Esses países pediram uma atenção particular no fracasso de muitos países desenvolvidos em cumprir as suas promessas climáticas no período pré-2020, argumentando que foi esse fracasso que deixou o mundo tão longe de cumprir o seu objectivo de evitar o aquecimento perigoso.

USJ | Relação entre turismo e património em palestra com Gonçalo de Vasconcelos e Sousa

Na próxima sexta-feira, a Universidade de São José promove uma palestra que mostra o exemplo de como o turismo pode promover a preservação de lugares históricos numa cidade. Gonçalo Vasconcelos e Sousa, professor da Universidade Católica Portuguesa, traz a Macau o exemplo da recuperação do complexo patrimonial da Terceira Ordem de São Francisco, no Porto

 

[dropcap]O[/dropcap] enorme aumento do turismo que Macau e outras cidades têm vivenciado nos últimos anos levantou questões quanto à capacidade para receber turistas. Nesse sentido, a Faculdade de Indústrias Criativas da Universidade de São José (USJ) promove na próxima sexta-feira, dia 17, uma palestra intitulada “Património histórico, turismo e desenvolvimento: O caso de estudo da Terceira Ordem de São Francisco no Porto (2016-2020)”. A conversa conta com a presença de Gonçalo Vasconcelos e Sousa, professor da Universidade Católica Portuguesa do Porto (UCP).

A ideia é mostrar como um turismo acabou por ajudar à preservação de um lugar histórico. “A cidade do Porto registou um crescimento significativo do turismo, com resultados económicos significativos para a cidade. Nos últimos cinco anos, as receitas do turismo e as oportunidades de negócio alteraram por completo o centro histórico”, explica um comunicado.

É neste centro histórico da cidade do Porto que existem as igrejas e o Museu de São Francisco, “um complexo arquitectónico único em Portugal, visitado por quase 400 mil pessoas anualmente”. “A partir das receitas do turismo, em crescimento crescente, houve uma profunda renovação das instituições ligadas ao património cultural histórico. Em adição às políticas de valorização do património material e imaterial, as receitas obtidas tornaram possível a renovação do hospital e a sustentabilidade das actividades promovidas pela Terceira Ordem de São Francisco no Porto”, acrescenta a mesma nota.

Um homem das artes

No que diz respeito ao orador, Gonçalo de Vasconcelos e Sousa possui um doutoramento em história de arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde também fez a sua tese de mestrado. Entre os anos de 2011 e 2016, foi director do Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes e do Centro Interpretativo da Ourivesaria do Norte de Portugal. O professor universitário está ainda ligado à Academia Portuguesa de História e à Academia Nacional das Belas-Artes desde o ano de 2001.

USJ | Relação entre turismo e património em palestra com Gonçalo de Vasconcelos e Sousa

Na próxima sexta-feira, a Universidade de São José promove uma palestra que mostra o exemplo de como o turismo pode promover a preservação de lugares históricos numa cidade. Gonçalo Vasconcelos e Sousa, professor da Universidade Católica Portuguesa, traz a Macau o exemplo da recuperação do complexo patrimonial da Terceira Ordem de São Francisco, no Porto

 
[dropcap]O[/dropcap] enorme aumento do turismo que Macau e outras cidades têm vivenciado nos últimos anos levantou questões quanto à capacidade para receber turistas. Nesse sentido, a Faculdade de Indústrias Criativas da Universidade de São José (USJ) promove na próxima sexta-feira, dia 17, uma palestra intitulada “Património histórico, turismo e desenvolvimento: O caso de estudo da Terceira Ordem de São Francisco no Porto (2016-2020)”. A conversa conta com a presença de Gonçalo Vasconcelos e Sousa, professor da Universidade Católica Portuguesa do Porto (UCP).
A ideia é mostrar como um turismo acabou por ajudar à preservação de um lugar histórico. “A cidade do Porto registou um crescimento significativo do turismo, com resultados económicos significativos para a cidade. Nos últimos cinco anos, as receitas do turismo e as oportunidades de negócio alteraram por completo o centro histórico”, explica um comunicado.
É neste centro histórico da cidade do Porto que existem as igrejas e o Museu de São Francisco, “um complexo arquitectónico único em Portugal, visitado por quase 400 mil pessoas anualmente”. “A partir das receitas do turismo, em crescimento crescente, houve uma profunda renovação das instituições ligadas ao património cultural histórico. Em adição às políticas de valorização do património material e imaterial, as receitas obtidas tornaram possível a renovação do hospital e a sustentabilidade das actividades promovidas pela Terceira Ordem de São Francisco no Porto”, acrescenta a mesma nota.

Um homem das artes

No que diz respeito ao orador, Gonçalo de Vasconcelos e Sousa possui um doutoramento em história de arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde também fez a sua tese de mestrado. Entre os anos de 2011 e 2016, foi director do Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes e do Centro Interpretativo da Ourivesaria do Norte de Portugal. O professor universitário está ainda ligado à Academia Portuguesa de História e à Academia Nacional das Belas-Artes desde o ano de 2001.

Pneumonia | Governo envia equipa de investigação a Wuhan

Depois de as autoridades de saúde do continente terem divulgado a morte do primeiro doente com pneumonia viral em Wuhan no sábado passado, o Governo da RAEM anunciou no mesmo dia o envio de uma equipa de trabalho à região. Em Macau, uma mulher de 37 anos está em isolamento

 

[dropcap]U[/dropcap]ma delegação do Governo, composta por três representantes, estará em Wuhan durante os dias de hoje e amanhã para se inteirar da situação epidemiológica da pneumonia viral de origem desconhecida que tem vindo a afectar a cidade localizada na província de Hubei, no centro da China. O anúncio foi feito ontem pelo Grupo de Trabalho Interdepartamental para a Pneumonia de Origem Desconhecida, informando ainda que a delegação do Governo da RAEM é composta pelo Coordenador do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Dr. Lam Chong e ainda por dois representantes do Centro Hospitalar Conde de São Januário.

“A delegação vai deslocar-se à cidade de Wuhan para uma inspecção da situação local e troca de informações com os representantes do Interior da China, a fim de inteirar-se da situação (…) que tem ocorrido naquela cidade, da situação de diagnóstico e tratamento de pacientes, assim como de prevenção e controlo da doença”, pode ler-se na nota divulgada.

O anúncio surgiu no mesmo dia em que a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan fez um balanço da situação, onde deu conta da primeira morte resultante da pneumonia. Segundo as autoridades de Wuhan trata-se de um homem de 61 anos que sofria de doenças crónicas, como tumores abdominais e doença hepática crónica. No balanço emitido, as autoridades de Wuhan reviram ainda em baixa o número de pacientes afectados de 59 para 41. A investigação epidemiológica descobriu, até agora, que os pacientes são os comerciantes e agentes de compras do Mercado Grossista de Marisco Huanan da Cidade de Wuhan.

No seguimento da avaliação da situação e depois de ter sido também identificado inicialmente o agente patogénico da “pneumonia viral de causa desconhecida” como o novo coronavírus, o Grupo de Trabalho Interdepartamental para a Pneumonia de Origem Desconhecida considerou que o risco para Macau ainda é médio, mantendo por isso o actual nível de alerta como Nível III (Grave).

Em observação

Até ao passado sábado, os Serviços de Saúde (SS) divulgaram a existência de um caso de uma mulher de 37 anos, residente em Wuhan, que viajou para Macau no dia 10 de Janeiro, apresentando sintomas de febre ligeiros e corrimento nasal. Após observação, a doente foi colocada em isolamento no Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ), onde foi sujeita a um exame aprofundado para excluir a possibilidade de pneumonia de origem desconhecida de Wuhan.

Segundo os SS, “o resultado da análise laboratorial da amostra do tracto respiratório do caso foi negativo para os vírus respiratórios comuns”, sendo o estado clínico da mulher considerado estável, sem manifestação de pneumonia.

Desde o início do ano foram registados em instituições médicas de Macau, no total, nove casos relacionados com pessoas que estiveram em Wuhan no período de 14 dias antes do início dos sintomas e que manifestaram sintomas de febre e do trato respiratório. Em oito destes nove casos, já foi excluída a possibilidade de pneumonia de origem desconhecida de Wuhan.

Pneumonia | Governo envia equipa de investigação a Wuhan

Depois de as autoridades de saúde do continente terem divulgado a morte do primeiro doente com pneumonia viral em Wuhan no sábado passado, o Governo da RAEM anunciou no mesmo dia o envio de uma equipa de trabalho à região. Em Macau, uma mulher de 37 anos está em isolamento

 
[dropcap]U[/dropcap]ma delegação do Governo, composta por três representantes, estará em Wuhan durante os dias de hoje e amanhã para se inteirar da situação epidemiológica da pneumonia viral de origem desconhecida que tem vindo a afectar a cidade localizada na província de Hubei, no centro da China. O anúncio foi feito ontem pelo Grupo de Trabalho Interdepartamental para a Pneumonia de Origem Desconhecida, informando ainda que a delegação do Governo da RAEM é composta pelo Coordenador do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Dr. Lam Chong e ainda por dois representantes do Centro Hospitalar Conde de São Januário.
“A delegação vai deslocar-se à cidade de Wuhan para uma inspecção da situação local e troca de informações com os representantes do Interior da China, a fim de inteirar-se da situação (…) que tem ocorrido naquela cidade, da situação de diagnóstico e tratamento de pacientes, assim como de prevenção e controlo da doença”, pode ler-se na nota divulgada.
O anúncio surgiu no mesmo dia em que a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan fez um balanço da situação, onde deu conta da primeira morte resultante da pneumonia. Segundo as autoridades de Wuhan trata-se de um homem de 61 anos que sofria de doenças crónicas, como tumores abdominais e doença hepática crónica. No balanço emitido, as autoridades de Wuhan reviram ainda em baixa o número de pacientes afectados de 59 para 41. A investigação epidemiológica descobriu, até agora, que os pacientes são os comerciantes e agentes de compras do Mercado Grossista de Marisco Huanan da Cidade de Wuhan.
No seguimento da avaliação da situação e depois de ter sido também identificado inicialmente o agente patogénico da “pneumonia viral de causa desconhecida” como o novo coronavírus, o Grupo de Trabalho Interdepartamental para a Pneumonia de Origem Desconhecida considerou que o risco para Macau ainda é médio, mantendo por isso o actual nível de alerta como Nível III (Grave).

Em observação

Até ao passado sábado, os Serviços de Saúde (SS) divulgaram a existência de um caso de uma mulher de 37 anos, residente em Wuhan, que viajou para Macau no dia 10 de Janeiro, apresentando sintomas de febre ligeiros e corrimento nasal. Após observação, a doente foi colocada em isolamento no Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ), onde foi sujeita a um exame aprofundado para excluir a possibilidade de pneumonia de origem desconhecida de Wuhan.
Segundo os SS, “o resultado da análise laboratorial da amostra do tracto respiratório do caso foi negativo para os vírus respiratórios comuns”, sendo o estado clínico da mulher considerado estável, sem manifestação de pneumonia.
Desde o início do ano foram registados em instituições médicas de Macau, no total, nove casos relacionados com pessoas que estiveram em Wuhan no período de 14 dias antes do início dos sintomas e que manifestaram sintomas de febre e do trato respiratório. Em oito destes nove casos, já foi excluída a possibilidade de pneumonia de origem desconhecida de Wuhan.

Economia | Grupo chinês coloca obrigações em Macau para a lusofonia

[dropcap]U[/dropcap]m grupo estatal chinês admitiu à cotação na quarta-feira obrigações em Macau, com o objectivo de ajudar a cidade a desenvolver serviços financeiros entre a China e os países de língua portuguesa.

Segundo um comunicado da Chongwa (Macao) Financial Asset Exchange, a empresa que gere uma plataforma financeira sediada em Macau, a Nanjing Southeast State-Owned Assets Investment Group colocou à venda títulos no valor de mil milhões de yuan.

O presidente da Nanjing Southeast, Li Bin, disse durante a cerimónia que o dinheiro seria usado para criar uma zona de comércio livre na cidade de Nanjing, capital da província de Jiangsu.
Ran Hua, o vice-presidente da câmara municipal de Nanjing, esteve presente na cerimónia realizada em Macau.

Li Bin expressou também o desejo de que a admissão das obrigações possa apoiar o desenvolvimento em Macau de serviços financeiros entre a China e os países de língua portuguesa, assim como de um mercado de obrigações. De acordo com o comunicado, a Nanjing Southeast, que se dedica à reabilitação urbana e construção de infra-estruturas, vai pagar aos investidores 4,6 por cento ao ano até 2029.

Economia | Grupo chinês coloca obrigações em Macau para a lusofonia

[dropcap]U[/dropcap]m grupo estatal chinês admitiu à cotação na quarta-feira obrigações em Macau, com o objectivo de ajudar a cidade a desenvolver serviços financeiros entre a China e os países de língua portuguesa.
Segundo um comunicado da Chongwa (Macao) Financial Asset Exchange, a empresa que gere uma plataforma financeira sediada em Macau, a Nanjing Southeast State-Owned Assets Investment Group colocou à venda títulos no valor de mil milhões de yuan.
O presidente da Nanjing Southeast, Li Bin, disse durante a cerimónia que o dinheiro seria usado para criar uma zona de comércio livre na cidade de Nanjing, capital da província de Jiangsu.
Ran Hua, o vice-presidente da câmara municipal de Nanjing, esteve presente na cerimónia realizada em Macau.
Li Bin expressou também o desejo de que a admissão das obrigações possa apoiar o desenvolvimento em Macau de serviços financeiros entre a China e os países de língua portuguesa, assim como de um mercado de obrigações. De acordo com o comunicado, a Nanjing Southeast, que se dedica à reabilitação urbana e construção de infra-estruturas, vai pagar aos investidores 4,6 por cento ao ano até 2029.

BNU | Negados problemas de segurança em aplicação móvel

[dropcap]O[/dropcap] Banco Nacional Ultramarino nega que a aplicação móvel BNU App tenha problemas de segurança, como tinha sido indicado na semana passada pelo programa de antivírus McAfee. Uma imagem da aplicação a ser classificada como de “risco elevado” pelo antivírus tinha sido partilhada nas redes sociais, mas o banco garante que a situação já foi resolvida.

“A BNU App é uma aplicação financeira segura que cumpre com os mais recentes e elevados padrões de qualidade e segurança. Ontem [quinta-feira passada], o software antivírus da McAfee categorizou, erradamente, a nossa aplicação como insegura, o que foi prontamente corrigido da parte deles”, esclareceu o BNU, numa resposta enviada ao HM.

De acordo com a versão da instituição com sede em Macau e que pertence ao Grupo Caixa Geral de Depósitos, a aplicação foi escrutinada pela Google e Apple, antes de ser aceite nas lojas das marcas para descarregamento. “Não obstante, aproveitamos para esclarecer que a BNU App, para além dos procedimentos de segurança interna adoptados pelo BNU que garantem a sua fiabilidade, é também profundamente analisada pelas duas principais lojas de aplicações nas quais pode ser encontrada para download – a Google Play e a Apple Store”, foi defendido.

Por estes motivos, o BNU mostra-se confiante que a aplicação não representa qualquer risco para os clientes e termina a resposta enviada ao HM a reforçar esse aspecto. “Reiteramos que os clientes do BNU podem utilizar com toda a segurança a BNU App, onde todas as funções úteis para o dia-a-dia podem ser encontradas com toda a conveniência e à distância de um toque!”, é indicado.