Hoje Macau SociedadePJ | Detido por transportar óleo de canábis em noodle instantâneo Um residente local foi detido depois de ter tentado entrar em Macau, vindo de Zhuhai, com óleo de canábis, escondido numa embalagem de sopa de fitas instantânea. De acordo com a versão da Polícia Judiciária (PJ), o homem comprou o óleo de canábis online, na Tailândia, e pediu que fosse transportado para Zhuhai dentro de um saco de molho das embalagens de sopa de fitas instantânea. Contudo, as autoridades de Zhuhai terão percebido o conteúdo pacote e alertaram a PJ para a possibilidade de um residente de Macau ir tentar entrar no território com droga. Quando o sujeito passou a fronteira para Zhuhai já estava a ser seguido, e no regresso, a PJ procedeu à sua detenção, num dos parques de estacionamento nas Portas do Cerco. Foram descobertas 5,61 gramas do óleo de canabidiol, avaliadas em oito mil patacas no mercado negro. Após esta primeira busca, a PJ fez também investigações no carro e na casa do indivíduo, onde encontrou um cigarro electrónico com dois cartuchos que também continham óleo de canábis. Por sua vez, o sujeito confessou que anteriormente tinha o hábito de consumir canábis. Porém, depois de regressar a Macau, em 2019, disse ter desistido do consumo, até que recentemente viu este tipo de produtos à venda na Internet. No entanto, a PJ suspeita que o homem está envolvido no crime de tráfico de droga, pelo que foi indiciado pelo consumo ilícito e tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas.
Hoje Macau SociedadeCotai | Inscrições abertas para ver aves migratórias A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) aceita, a partir de hoje, inscrições para a observação de aves migratórias nas Zonas Ecológicas do Cotai. O “Dia aberto ao público” acontece nos dias 15 e 29 de Abril, às 10h e 15h, contando com 100 vagas. A visita terá a duração de duas horas, sendo orientada por guias. No dia 15 de Abril decorre, nos mesmos horários, o workshop “Actividade educativa sobre a natureza”, para pais e filhos, com dez vagas. O passeio “Observação de pássaros nas zonas húmidas” acontece a 29 de Abril, às 9h30 e 14h30, realizando-se pela última vez nesta época das aves migratórias, tendo 40 vagas disponíveis. Entre 2022 e 2023, durante a época de passagem das aves migratórias, foram observados 34 colhereiros-de-cara-preta e cinco colhereiros-europeus no período de pico nas Zonas Ecológicas do Cotai. À medida que a época das aves migratórias se aproxima do fim, os diversos tipos de aves migratórias vão, uns após outros, abandonando Macau, sendo necessário esperar pela próxima época de passagem das aves migratórias para as poder ver regressar de novo a Macau para passarem o Inverno.
Hoje Macau Manchete PolíticaCombustíveis | Ella Lei alerta que preços continuam demasiado elevados Face a uma inflação cada vez mais alta, a deputada considera que o Governo tem mostrado falta de vontade em cumprir as suas obrigações ao nível da supervisão dos preços dos combustíveis Apesar de nos últimos meses o preço do barril de petróleo ter sofrido uma redução significativa, os consumidores não sentem a diferença nos postos de abastecimento. O alerta foi deixado pela deputada Ella Lei, ligada ao Operários, que pede às autoridades que assumam as funções de supervisão. “Segundo as autoridades, em Macau, preço de venda no mercado de retalho em Março de 2022 e Março de 2023 era de 13,67 patacas por litro e de 14.16 patacas por litro, respectivamente, no que representou um aumento de 3,58 por cento”, começou por indicar a deputada. “Em comparação, no mesmo período, a média do preço dos três índices de referência do petróleo caiu de 111,61 dólares americanos para 80,14 dólares americanos, o que representa uma redução do preço de 39,26 por cento”, revelou. Para a deputada, os preços praticados em Macau são assim totalmente incompreensíveis. “Apesar de o preço final também estar relacionado com outros factores, como o preço de transporte ou os custos de exploração dos postos de abastecimento, o factor mais importante é o preço da matérias prima”, vincou Ella Lei. “Os preços dos combustíveis em Macau mantêm-se altos, ou até ficam mais caros, em vez de reflectirem a redução dos mercados internacionais”, acusou. A legisladora pergunta ao governo o que tem feito para estudar e justificar uma variação que aparenta ser desligada de qualquer lógica de um mercado concorrencial. Dá cá aquela palha Ella Lei apontou também o dedo às autoridades porque face às críticas da concertação de preços, se limitam a afirmar que permitem a entrada de novos distribuidores no mercado e a instalação de mais postos de abastecimento, sem que haja “efeitos significantes” na redução do preço. Sobre a supervisão, Lei deixa mesmo a entender que o Governo tem feito quase tudo para evitar assumir as suas funções e combater a concertação de preços dos distribuidores. Segundo a deputada, o assunto foi abordado na Assembleia Legislativa, mas o Governo tem evitado imitar o que melhor se faz nesta zona do mundo ao nível da supervisão dos distribuidores de combustíveis. Por outro lado, Ella Lei recorda que com a nova lei de protecção do consumidor as autoridades ficaram com todos os poderes necessários para perceber o peso de todos os factores que contribuem para o preço final dos combustíveis. Contudo, segundo a deputada, o Governo tem encontrado todo o tipo de desculpas para não fazer a recolha dos dados e muito e muito menos divulgá-los à população.
Hoje Macau PolíticaEducação | Secretária promete aposta no ensino superior A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, promete que o Governo vai apostar ainda mais no ensino superior, para aumentar a competitividade regional. “No futuro, o Governo da RAEM irá continuar a prestar atenção ao aperfeiçoamento dos trabalhos relacionados com o ensino superior de Macau, e a criar um sistema de ensino superior mais competitivo a nível regional”, prometeu a secretária. Elsie indicou também que o Executivo, em parceira com “as instituições de ensino superior”, vai formar “diferentes tipos de quadros qualificados necessários ao desenvolvimento social” e promover “a diversificação adequada da economia de Macau, de modo a integrá-la melhor na conjuntura global de desenvolvimento nacional”. Num discurso proferido na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST), Elsie Ao Ieong U apelou à instituição para que mantenha uma conduta patriótica e que aproveite as oportunidades de desenvolvimento. “Desejo que a MUST continue a aproveitar as oportunidades de desenvolvimento, formando quadros qualificados de alta qualidade de Macau que tenham a pátria no coração e que possuam não apenas vastos conhecimentos, como também virtudes”, afirmou. Por outro lado, elogiou a instituição: “A MUST é, hoje em dia, uma universidade abrangente que tem influência não só em Macau, mas também no Estado e no mundo. Em 2023, a MUST foi ainda classificada entre as 250 melhores universidades mundiais, conforme lista publicada pela revista Times Higher Education”, recordou.
Hoje Macau Manchete PolíticaCooperação | Rocha Vieira considera que relação com a China é “um trunfo” O último governador da administração portuguesa, Rocha Vieira, está em Macau para receber um doutoramento honoris causa da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau As “boas relações históricas” com a China são “um trunfo para Portugal”, que pode ajudar a melhorar os laços entre Pequim e a União Europeia, disse ontem o último governador da administração portuguesa de Macau. Vasco Rocha Vieira realçou que a história do território deu “um conhecimento privilegiado” da China a Portugal, que pode “influenciar destinos, dar opiniões e aconselhar” Bruxelas na relação com Pequim. O último governador de Macau (1991-1999) apontou que a China é “uma superpotência em afirmação” e que Lisboa pode “contribuir para que haja respeito, progresso e paz”, num mundo marcado por “uma instabilidade muito grande”. Em Março, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse à Lusa que mantém com Portugal laços amigáveis, de longo prazo e “mutuamente benéficos”, “alinhados com os interesses de ambos os lados”. A resposta surgiu depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, ter afirmado que Portugal teria de “rever o significado do relacionamento político e económico” com a China, caso Pequim prestasse apoio militar à invasão russa da Ucrânia. Rocha Vieira falou aos jornalistas depois de receber um doutoramento honoris causa da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, que tinha sido atribuído em Abril de 2022, correspondente a 2021, mas que só foi agora entregue devido às restrições da pandemia de covid-19. Aposta no português O general disse que “um outro grande trunfo” para Portugal é o interesse na China pela língua portuguesa, sublinhando o número crescente de universidades chinesas que ensinam português. No final de 2020, o Coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa da Universidade Politécnica de Macau, Gaspar Zhang Yunfeng, disse que havia cerca de 50 instituições de ensino superior com cursos de português na China continental. “A China está interessada em que o português se desenvolva (…) também para poder ter, através de Portugal, uma relação mais estreita com os países de língua portuguesa”, salientou Rocha Vieira. O general, que é também curador da Fundação da Escola Portuguesa de Macau (EPM), defendeu “mais interesse” por parte do Governo de Portugal e maior diálogo com o estabelecimento de ensino, “a mais importante instituição de matriz portuguesa” na região. Em Fevereiro, o presidente da direcção da EPM descreveu “uma situação de esgotamento” e sublinhou que a escola “não pode continuar a crescer, sob pena de diminuir a qualidade do seu serviço educativo se não houver condições”.
Hoje Macau SociedadeNegócios | Êxodo lusófono da China durante pandemia é obstáculo Empresários disseram à Lusa que o êxodo de cidadãos lusófonos da China durante a pandemia de covid-19 pode atrasar o reforço dos laços económicos entre os dois lados durante a retoma da economia chinesa. O presidente da Câmara Brasil-China de Comércio, Indústria, Serviço e Inovação (BraCham, na sigla em inglês) estima que entre 30 por cento a 40 por cento dos “200 e poucos” empresários brasileiros partiram devido às restrições impostas por Pequim para controlar o novo coronavírus. “Por questões familiares, acabaram por abandonar a China e voltaram ao Brasil”, explicou à Lusa Henry Osvald, empresário radicado em Guangzhou. Entre 15 a 20 por cento das empresas brasileiras na China acabaram por fechar portas e, no caso de mais “20 a 30 por cento”, o proprietário preferiu continuar as operações a partir do Brasil, referiu o líder da Bracham. Mas Henry Osvald prevê que, dos empresários brasileiros que residiam na China antes da pandemia, “pouquíssimos devem regressar”, até porque o custo de vida nas grandes cidades chinesas “é bastante elevado comparado com o Brasil”. Também em Macau se notou durante a pandemia um agravamento da tendência de “saída de portugueses” sem serem “substituídos por novos portugueses”, disse à Lusa o secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa. “Essa é uma grande dificuldade de um empresário [português] interessado em constituir uma empresa em Macau: encontrar talento disponível para fazer a gestão dos seus interesses”, lamentou Bernardo Mendia. O empresário espera que, durante a visita de Ho Iat Seng a Portugal, entre 18 e 22 de Abril, haja uma “conjugação de esforços” para “apostar mais no uso da língua portuguesa e na atracção de talentos que falem português”. Inverter a tendência de êxodo lusófono, algo que “coloca em causa a singularidade de Macau”, serviria também para “reforçar o próprio projecto” do Fórum Macau, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaFMI | Pequim incentivado a reequilibrar a economia para o consumo A chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, saudou ontem a forte contribuição da China para o crescimento global em 2023, mas exortou Pequim a reequilibrar a sua economia para o consumo. O FMI espera que o Produto Interno Bruto (PIB) do gigante asiático cresça 5,2por cento este ano, um desempenho tornado possível pela normalização gradual da atividade após o levantamento das restrições anti-covid no país em Dezembro. “Esta forte recuperação significa que a China deverá ser responsável por cerca de um terço do crescimento global em 2023, o que proporcionará um impulso bem-vindo à economia mundial”, disse Kristalina Georgieva, que discursava num fórum em Pequim. No entanto, Kristalina Georgieva apelou à China “para aumentar a produtividade e reequilibrar a economia, afastando-a do investimento para um crescimento mais orientado para o consumo”. Georgieva disse que isto era mais sustentável, menos dependente da dívida e que ajudaria a enfrentar os desafios climáticos. “Para o conseguir, o sistema de protecção social deveria desempenhar um papel central, aumentando os subsídios de saúde e de desemprego para amortecer os choques domésticos”, argumentou. Kristalina Georgieva também pediu “reformas” para “nivelar as condições de concorrência entre o sector privado e as empresas estatais”, sendo estas últimas tradicionalmente favorecidas pelo Estado.
Hoje Macau PolíticaFórum Macau procura novo ímpeto sino-lusófono e reconhecimento aos 20 anos O Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), que celebra hoje 20 anos, precisa de “novo ímpeto” e maior reconhecimento, disseram empresários à Lusa. Os três anos de pandemia “foram muito prejudiciais” para os negócios com a China, devido à política de ‘zero covid’, que impôs restrições às entradas no país, disse o secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa (CCILC). A “impossibilidade de ter um contacto directo, através de iniciativas presenciais, obviamente afecta sobretudo a confiança que é essencial para se fazer negócios”, explicou à Lusa Bernardo Mendia. Pequim começou a levantar as restrições em meados de Dezembro e actualmente “está toda a gente de negócios aqui em Portugal a regressar à China para retomar as relações”, disse o empresário. “Há uma procura muito acima do que era antes”, acrescentou. Também o Brasil “tem muito interesse” em aproveitar a retoma económica, o aumento do consumo e a capacidade de investimento da China, disse à Lusa o presidente da Câmara Brasil-China de Comércio, Indústria, Serviço e Inovação (BraCham, na sigla em inglês). Henry Osvald, radicado em Guangzhou desde 2004, deu como exemplo a presença de cerca de 200 empresários na comitiva que o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, vai levar numa visita oficial à China. Com a reabertura da China, Bernardo Mendia acredita que, “pelas declarações, existe um novo ímpeto” para o Fórum Macau, dando como exemplo a nomeação, a partir de 15 de Março, de uma nova delegada de Portugal na instituição, Márcia Cordeiro Guerreiro. “Esperamos que o Fórum Macau retome rapidamente as actividades e o propósito para que foi criado”, disse o líder da CCILC. “As grandes empresas não têm necessidade de recorrer a plataformas económicas e políticas, porque têm um grande poder, todas as empresas têm interesse em trabalhar com eles”, sublinhou o português. Vantagens locais Henry Osvald concordou e lembrou que as gigantes brasileiras, como a companhia de carnes JBS e a produtora de celulose Suzano, continuaram a exportar para a China durante a pandemia. Mas quanto aos pequenos e médios empresários, “esses sim beneficiam quando este tipo de entidades está activa e quando o ambiente é propício para que os negócios possam acontecer”, disse Bernardo Mendia. Macau tem “uma série de vantagens” em comparação com a China continental, incluindo a presença da língua portuguesa, de advogados portugueses e de bancos portugueses, assim como vantagens fiscais, disse o secretário-geral da CCILC. No entanto, “ainda falta um pouco de organização, de estruturação” às autoridades de Macau para promover as vantagens do território, disse Henry Osvald. A BraCham já participou em eventos organizados pelo Governo de Macau na vizinha Hengqin (ilha da Montanha) mas o presidente da instituição diz que o Brasil ainda pensa na cidade apenas como um destino turístico, “a Las Vegas da Ásia”. “Da parte do Brasil, tanto do Governo como do sector privado, acho que há total interesse” em fazer negócios através de Macau, disse Osvald. Mas as empresas brasileiras “continuam a ir directamente à China porque existe esse livre acesso e uma clareza muito maior”, acrescentou.
Hoje Macau VozesMúsica melódica fluindo de Dizi: paisagens de um manifesto nostálgico Por Flávio Tonnetti Sempre é um prazer muito grande entrar em uma sala de concerto, esses espaços dedicados à escuta, em que podemos nos recolher para melhor ouvir a nós mesmos – e à respiração dos outros. Lugares em que, por alguns minutos, estamos protegidos do mundo e seu ruído externo, nos quais somos convidados à expressão de uma interioridade solene quase silenciosa, não fosse o ecoar da música. Gosto de pensar nas salas de concertos como templos religiosos: vãos arquitetônicos oferecidos às divindades da música, lugares consagrados aos misticismos sonoros e seus espíritos. Sítios onde assumimos uma postura reverente perante aquilo que ali se materializa, partilhando com seus sacerdotes, chamados músicos, o maná que flui dali. Em Macau, temos o privilégio de ter um Centro de Artes com salas muito bem preparadas para esse tipo de culto, nas quais podemos apreciar com grande qualidade a música repercutida em seus espaços. Uma delas é o Pequeno Auditório – que não tem nada de pequeno: uma sala contemporânea com arquitetura sóbria, cadeiras confortáveis e boa distribuição acústica. Foi nesse espaço que, neste fim de semana, pudemos ouvir ao concerto Música melódica fluindo de Dizi, com a Orquestra Chinesa de Macau, em um programa conduzido pelo maestro Zhang Lie com solos de Li Feng, tocando banhu, e Dai Ya tocando dizi. Um concerto que nos levou a passear por várias das paisagens chinesas, tendo sempre Macau como porto de chegada. Uma seleção de obras que permitiu observar como é sofisticado o trabalho da percussão nas composições musicais chinesas. Um trabalho que, no conjunto de composições escolhidas, opera função sonora por vezes mais harmônica do que rítmica, criando climas e atmosferas que em orquestras ocidentais seriam sustentados pelo naipe de cordas, com baixos, violinos, violas e violoncelos. As cordas chinesas, nas quais se acomoda o banhu, instrumento com sonora singularidade, assumiram uma forte potência rítmica, deixando a melodia, como sopro etéreo – como ânimo e alma – aos cuidados das flautas de bambu, conhecidas como dizi – nome do instrumento que compõe parte importante do título do concerto. Um instrumento que seria vigorosamente executado por Dai Ya, com o virtuosismo pelo qual é conhecido, na segunda parte do programa, dando corpo à composição Amor em Qinchuan, de Zeng Yongqing. Por alguma razão misteriosa, o concerto no Pequeno Auditório de Macau remeteu-me a Sala Manuel Ponce, do Palácio de Bellas Artes da Cidade do México, um prédio histórico suntuoso, arquitetonicamente muito distinto desses espaços mais clean que compõem o Centro de Artes de Macau. Essa sensação de transposição talvez tenha surgido porque nas duas salas de concerto eu tenha visto espetáculos em que músicos da orquestra usavam a voz como elemento sonoro. Em uma das músicas do primeiro bloco, o corpo dos músicos vocalizou, em uníssono, um urro, que funcionava, no desenvolvimento formal da música, como um elemento enérgico culminador dum clímax. Aqui, uma espécie de ‘hai’; lá, uma espécie de ‘ola’. Assim como os espaços arquitetônicos podem ser postos em contraste, também a natureza dos corpos em transe musical pode ser contrastados: aqui, um corpo asiático que, operando pela estratégia da contenção, vai organizando dentro de si o som como força que vem de dentro. Lá, um corpo sul-americano que, permitindo que dele extravase aquilo que já não se comporta, vai operando por transbordamento: no México, um corpo que dança. Em Macao, um corpo que caligrafa. Faço essa analogia, porque os temas das itinerâncias, dos encontros, da celebração e da mestiçagem estão de alguma forma presentes como força estruturante desse programa. Bem como o tema da espiritualidade, que aparece explícito na escolha da obra Flying Apsaras, de Zhao Jiping. Também a performance do solista Li Feng no banhu expressa bem esses sentidos: o som que escutamos não saí exatamente de seu instrumento; apenas passa por ele. Um instrumento que é em si uma continuidade desse corpo contido, que corta em si uma fresta, permitindo que possamos observar – e nos conectar solidariamente – aos humores e afetos de sua alma invisível, que só pode se fazer manifesta pelo domínio delicado de um instrumento. A própria música que executa, Rapsódia de Macau n. 3, é um signo do transe das misturas – apresentando uma cultura milenar chinesa que operou não apenas por repetição e enclausuramento, mas também por assimilação e abertura, obra composta por Kwan Nai-chung a partir de uma série de procedimentos de citação e assemblagem de músicas clássicas orientais e ocidentais, de temas operísticos e populares, buscando emular na linha melódica do banhu aquela grave tristeza emitida pela voz da fadista portuguesa, reconfigurando esses arabescos para chegar a uma paisagem sonora cantonesa, revelada como porto musical pelo qual todos passam e se reúnem harmonicamente. Essa música se mostra, portanto, como um manifesto, tão nostálgico quanto a antiga forma de soar das guitarras portuguesas – que cada vez se escutam menos. Imaginar os sons do futuro é urgente. *Artigo escrito em português do Brasil
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia: Putin nega uma aliança militar com a China O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou ontem uma possível aliança militar com a China, na guerra da Ucrânia, e garante que suas relações neste âmbito com Pequim limitam-se apenas à cooperação geral. Vladimir Putin esclareceu os rumores que apontavam para uma possível ligação militar entre os dois países, relativamente à guerra na Ucrânia, após a visita a Moscovo do seu homólogo da China, Xi Jinping. “Mantemos uma relação no domínio da cooperação técnico-militar, não a ocultamos, mas é transparente, não há nada secreto”, assegurou o Presidente, numa entrevista ao Rossiya 24 recolhida pelas agências TASS e Interfax. O Presidente da Rússia insistiu que aquilo que a Rússia tem com a China “não é uma aliança militar. É absolutamente falso”. Por outro lado, Vladimir Putin acusou os Estados Unidos de estar a levar a cabo um plano para “globalizar” as suas alianças, numa coligação internacional para além da Organização do Tratado do Atlântico Norte [NATO na sigla em inglês] contra os interesses russos, ao estilo das potências do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial, em relação ao Reich alemão de Hitler, Itália e Japão. “O que os Estados Unidos estão a fazer? Eles estão a criar cada vez mais novas alianças, e isso dá aos analistas ocidentais e aos políticos ocidentais, razões para dizer que o Ocidente está a construir novos ‘eixos'”, acrescentou, numa entrevista. O Presidente da Rússia recordou que, em 2022, a NATO acordou um novo conceito estratégico para o desenvolvimento do bloco “onde está escrito directamente que a NATO vai desenvolver relações com os países da região da Ásia-Pacífico, com países como Nova Zelândia, Austrália e Coreia do Sul”. “Neste documento eles declaram a sua intenção de criar uma ‘NATO global’. Como chamamos isso?”, concluiu.
Hoje Macau China / ÁsiaBrasil | MNE chinês deseja “rápida recuperação” a Lula da Silva O ministério dos Negócios Estrangeiros chinês desejou ontem uma “rápida recuperação” ao Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que decidiu no sábado adiar por razões de saúde a sua viagem à China, onde deveria ter chegado ontem. Num comunicado, o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês manifestou “compreensão e respeito” pela decisão do Presidente, que está a recuperar de “broncopneumonia bacteriana e viral devido à gripe A”. As autoridades chinesas permanecerão em contacto com o Brasil relativamente à visita, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros. O Governo brasileiro anunciou numa nota no sábado que “devido a recomendações médicas, o Presidente Lula decidiu adiar a sua viagem à China”. O adiamento já foi comunicado às autoridades chinesas com a reiteração do desejo de agendar a visita para uma nova data”. O líder progressista de 77 anos já tinha anunciado na sexta-feira que iria adiar a sua viagem ao gigante asiático por um dia devido a “uma ligeira pneumonia”. Lula deveria viajar para a China, o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, com vários dos seus ministros, uma delegação recorde de 240 homens de negócios e cerca de 50 congressistas. A visita estatal incluiu actividades em Pequim e Xangai, incluindo uma reunião com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, e um fórum económico com entre 400 e 500 homens de negócios de ambos os países. Na reunião com Xi, estavam previstos cerca de 20 acordos nas áreas do comércio, protocolos fitossanitários, tecnologia, desenvolvimento, transição energética e outras áreas de colaboração no quadro da parceria estratégica bilateral.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Honduras anunciam corte de relações diplomáticas As Honduras anunciaram ontem o corte das relações diplomáticas com Taiwan, 11 dias depois de indicarem que iam estabelecer laços oficiais com Pequim. O chefe da diplomacia das Honduras, Enrique Reina, “sob instruções da Presidente da República [Xiomara Castro], comunicou a Taiwan a decisão de cortar as relações diplomáticas” entre os dois territórios, disse o ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado. Agora restam apenas 13 nações que reconhecem oficialmente Taiwan. O anúncio surge dois dias após uma visita a Pequim de Reina para discutir o estabelecimento de laços diplomáticos bilaterais. Na rede social Twitter, a 14 de Março, Xiomara Castro anunciou que tinha pedido a Enrique Reina que estabelecesse relações oficiais com a China. “O Governo da República das Honduras reconhece a existência de apenas uma China no mundo, e que o Governo da República Popular da China é o único governo legítimo a representar toda a China”, disse o ministério dos Negócios Estrangeiros hondurenho. Taiwan é uma parte inalienável do território chinês”, prosseguiu o ministério, acrescentando que desde ontem comprometeu-se “a não ter relações ou contactos de natureza oficial com Taiwan”.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Macron na China para trabalhar com Xi no sentido de “regresso à paz” Emmanuel Macron visita o país no princípio de Abril. Além de Pequim, o Presidente francês vai também a Cantão. Na agenda, leva a questão da guerra na Ucrânia, mas também as crises internacionais no Médio Oriente, em África e as tensões na zona do Indo-pacífico O Presidente francês vai utilizar a sua “visita de Estado” à China entre 05 a 08 de Abril para trabalhar com o seu homólogo chinês “no sentido de um regresso à paz” na Ucrânia, indicou sexta-feira o Eliseu. A viagem de Emmanuel Macron será repartida entre Pequim, onde se reunirá com o Presidente chinês Xi Jinping, e Cantão, anunciou a presidência francesa, assegurando que Macron está “comprometido em manter um diálogo constante e exigente com a China”. Esta deslocação no início de Abril foi anunciada em Fevereiro pelo Presidente, mas das datas e as deslocações no país asiático ainda não tinham sido reveladas. “Os Presidentes francês e chinês vão manter um diálogo aprofundado sobre a guerra na Ucrânia para trabalhar no sentido de um regresso à paz e no respeito do direito internacional, em particular a soberania da integridade territorial da Ucrânia”, prosseguiu o Eliseu. Xi Jinping deslocou-se esta semana à Rússia onde manifestou o seu apoio reforçado ao Presidente russo Vladimir Putin face aos ocidentais. Antes, Pequim tentou garantir uma função de mediador no conflito ucraniano ao avançar com as suas propostas de paz. A França pretende por sua vez convencer a China, que nunca denunciou a invasão russa da Ucrânia, a utilizar a sua influência sobre Moscovo para convencer Vladimir Putin a sentar-se à mesa das negociações com Kiev. Novas dinâmicas Segundo a presidência francesa, as discussões no início de Abril “também vão abranger as crises internacionais no Médio Oriente, em África e as tensões na zona do Indo-pacífico”. “A reabertura da China após a pandemia permite a oportunidade de relançar a dinâmica das relações franco-chinesas em todos os domínios, num momento em que as tensões e as crises internacionais necessitam mais que nunca de fornecer um novo horizonte a esta parceria estratégica”, assinala o texto. “A visita terá três segmentos principais: as questões estratégicas e crises internacionais, a cooperação face aos grandes desafios mundiais e as relações económicas”. Macron anunciou sexta-feira durante uma conferência de imprensa em Bruxelas que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estará presente “numa parte do programa” em nome da “unidade europeia”, e “condição indispensável à construção de uma parceria equilibrada com a China”. “Trata-se ainda de fornecer um novo impulso à cooperação franco-chinesa face aos desafios globais para os quais é indispensável um forte envolvimento da China tendo em consideração o impacto do seu desenvolvimento sobre o restante planeta”, como o clima e a biodiversidade, sublinhou o Eliseu.
Hoje Macau SociedadeDesemprego | Taxa caiu para 3,3% entre Dezembro e Fevereiro Entre Dezembro e Fevereiro a taxa de desemprego fixou-se em 3,3 por cento e entre os residentes foi de 4,1 por cento, menos 0,1 e 0,2 pontos percentuais, respectivamente, face ao período entre Novembro e Janeiro. Os números foram revelados pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos na sexta-feira, e mostram também que a taxa de subemprego baixou 0,5 pontos percentuais, situando-se em 2,7 por cento. Segundo o comunicado da DSEC, os residentes ainda continuam a pagar o preço da campanha contra o jogo VIP e das restrições de fronteiras. “A população desempregada era composta por 12.200 pessoas, menos 600, face ao período transacto”, foi indicado. “Destaca-se que a maioria de desempregados à procura de novo emprego trabalhou anteriormente no ramo de actividade económica das lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos e no ramo da construção”, foi indicado. No mesmo período, a população activa que vivia no território totalizou 372.100 pessoas e a taxa de actividade foi de 68,3 por cento. A população empregada fixou-se em 359.900 pessoas, menos 1.100, face ao período precedente. De acordo com a DSAL, a descida deveu-se “principalmente ao número de trabalhadores não-residentes que viviam em Macau ter descido”. Entre Dezembro e Fevereiro, o número de residentes empregados correspondeu a 282.200 pessoas, mais 200, em comparação com o período anterior. Em termos de ramos de actividade económica, verificou-se que o número de empregados do comércio por grosso, bem como das lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos decresceram. Porém, o número de empregados do ramo da educação aumentou.
Hoje Macau PolíticaIdentificação electrónica | BIR vai ganhar nova com função Até ao final do ano os cidadãos vão poder apresentar o Bilhete de Identidade de Residente (BIR) recorrendo à aplicação “Conta Única”, sem necessidade de apresentarem o documento físico. A novidade foi anunciada na sexta-feira, depois de uma conferência de imprensa do Conselho Executivo. No entanto, o porta-voz e secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, recusou que se trate de uma forma de tornar o BIR totalmente electrónico. Segundo o responsável, apenas é acrescentada a função “identificação electrónica” ao BIR, que, quando “verificada por entidades públicas ou privadas mediante dispositivo adequado” permite considerar que foram cumpridas as exigências legais de “apresentação ou uso do BIR para efeitos de reconhecimento da identidade”. A alteração à lei do bilhete de identidade de residente vai seguir para a Assembleia Legislativa, onde precisa de ser aprovada. Além da criação da chamada “identificação electrónica”, está prevista também a emissão de um novo modelo de BIR. “Para que o BIR tenha uma aparência mais simples e clara, propõe-se que os dados, incluindo, entre outros, altura, data da primeira emissão e código do local de nascimento, deixem de ser visíveis no cartão do BIR e, passem a ser armazenados no chip do novo BIR”, foi explicado. “Além disso, para facilitar aos residentes o tratamento dos assuntos, o nome de cônjuge do titular do BIR vai ser incluído no chip do novo BIR”, foi acrescentado.
Hoje Macau China / ÁsiaMais de 200 magnatas chineses perderam o estatuto de bilionário em 2022 Mais de 200 magnatas chineses saíram da lista de pessoas com fortunas superiores a mil milhões de dólares, em 2022, segundo um relatório da Hurun, considera a Forbes chinesa. No total, 229 empresários chineses viram as suas fortunas cair abaixo daquele valor. Isto representa mais de metade das 445 pessoas no mundo que deixaram de fazer parte daquela lista. Trata-se da maior queda para os bilionários chineses desde que a Hurun começou a elaborar anualmente aquele ‘ranking’, em 2013. A publicação atribuiu a queda à incerteza económica, flutuações nos mercados financeiros e à depreciação da moeda chinesa, o yuan. O património líquido acumulado pelos bilionários chineses da lista – incluindo 77 pessoas em Hong Kong e 46 em Taiwan – caiu 15% no ano passado. No resto do mundo, a queda foi de 10%. Mas a China também foi o país de origem da maioria dos novos bilionários, com a fortuna de 69 pessoas a ultrapassar, pela primeira vez, os mil milhões de dólares. A pessoa mais rica do país asiático, pelo segundo ano consecutivo, e número 15 a nível mundial é Zhong Shanshan, de 69 anos. O fundador da empresa de água engarrafada Nongfu tem uma fortuna de 69.000 milhões de dólares, uma valorização de 4%, face ao ano anterior. O segundo lugar pertence ao fundador do grupo Tencent, Pony Ma, com 39.400 milhões de dólares. Em terceiro surge o criador da ByteDance, Zhang Yiming, com 37.000 milhões de dólares. O britânico Rupert Hoogewerf, presidente do Hurun Report, observou que a combinação de fatores como o aumento das taxas de juros, valorização do dólar norte-americano, a política de ‘zero covid’, desvalorização da cotação das empresas do setor tecnológico e o impacto da guerra na Ucrânia prejudicaram as fortunas multimilionárias. “O ano de 2022 foi difícil para os empresários chineses devido às medidas de prevenção epidémica, que, em alguns casos, paralisaram as suas operações, além de reduzirem a procura por produtos e serviços”, disse Wang Feng, presidente da consultora Ye Lang Capital. Wang previu que, após o fim da estratégia ‘zero covid’ e face à enorme dimensão do mercado chinês, grandes fortunas vão continuar a ser geradas no país nos próximos anos. A China lidera o mundo em fortunas acima dos mil milhões de dólares com 969 pessoas, seguida pelos Estados Unidos, com 691. Segundo dados oficiais, a economia chinesa cresceu 3%, em 2022, abaixo da meta do governo, de 5,5%, devido ao impacto da política de ‘zero casos’ de covid-19, que pesou fortemente na atividade económica devido às restrições e rígidos bloqueios impostos para conter surtos suscitados pela altamente contagiosa variante Ómicron do coronavírus.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita | China destaca “relação saudável” com Espanha antes da chegada de Pedro Sánchez A China destacou ontem a sua relação saudável com Espanha, depois de ter sido confirmado que o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, visitará o país na próxima semana. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China Wang Wenbin enfatizou, em conferência de imprensa, que os líderes de ambos os países “mantêm um bom intercâmbio e comunicação” e que a relação entre a China e Espanha “está a desenvolver-se de forma saudável há algum tempo”. Não foram dados mais detalhes sobre a visita. Sánchez vai estar na China nos dias 30 e 31 de Março, para participar num fórum económico e de líderes da Ásia-Pacífico na ilha de Hainan e para fazer uma visita oficial a Pequim, segundo um comunicado do Governo de Espanha. No encontro com o líder chinês, Xi Jinping, será abordada a “mediação que a China está a fazer na guerra entre a Ucrânia e a Rússia, um tema fundamental por causa dos valores europeus e pacifistas do Governo [de Espanha] e do ponto de vista mundial”, disse o ministro da Presidência espanhol, Félix Bolaños, numa entrevista transmitida ontem pelo canal de televisão RTVE. A China apresentou um plano para a paz na Ucrânia, no final de Fevereiro, que o Presidente russo, Vladimir Putin, admitiu esta semana, num encontro com Xi Jinping, em Moscovo, pode servir de base para uma resolução do conflito quando o Ocidente estiver preparado para isso.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Abatido atacante barricado em casa após matar três pessoas A polícia tailandesa informou ontem que abateu um homem que alegadamente matou a tiro três pessoas e feriu duas outras, e que se encontrava barricado numa habitação, no sul do país. O homem foi morto após ter disparado contra agentes da polícia que tentavam detê-lo, durante uma operação que durou mais de 15 horas. A polícia na província de Petchaburi, a sudoeste de Banguecoque, indicou em comunicado que, após horas de negociações, os agentes finalmente invadiram a casa onde o atirador se refugiara. Os acontecimentos ocorreram na quarta-feira à tarde numa zona comercial movimentada no distrito de Muang (cerca de 140 quilómetros a sudoeste de Banguecoque), e levaram à evacuação de um jardim-de-infância próximo, bem como ao destacamento de uma centena de polícias para negociar com o atacante. Segundo a imprensa local, o agressor é um ex-soldado de 29 anos que enfrentava uma acusação de agressão física.
Hoje Macau EventosFAM | Bilhetes à venda a partir de domingo Os bilhetes para a 33.ª edição do Festival de Artes de Macau (FAM), que se realiza entre os dias 28 de Abril e 28 de Maio, começam a estar à venda no próximo domingo. O público poderá, assim, adquirir ingressos para um programa composto por 20 espectáculos que abrangem áreas como o teatro, ópera chinesa, dança, música e artes visuais, entre outros meios de expressão artística. A edição deste ano do festival começa com o espectáculo “A Sagração da Primavera”, uma produção da bailarina chinesa Yang Liping que procura inspiração na combinação de elementos ocidentais e orientais, para descobrir novos caminhos artísticos e liderar a sensibilidade estética. Em “Na Substância do Tempo”, da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, por exemplo, os bailarinos “farão a vida cintilar através dos seus corpos e movimentos”, descreve o Instituto Cultural, em comunicado. Por sua vez, o encenador de teatro chinês Liu Fangqi, conhecido pelas suas peças de grande sucesso, levará à cena a sua comovente adaptação teatral de uma das três obras-primas de Higashino Keigo: “Os Milagres dos Armazéns Namiya”. O leque variado de programas conta ainda com “Eu Sou uma Lua”, uma peça escrita pela jovem dramaturga Zhu Yi que narra os desejos e os segredos de citadinos. No ano em que comemora o seu 30.º aniversário, o Grupo de Teatro Dóci Papiaçám di Macau encerrará o Festival deste ano com a peça de teatro em patuá “Chachau-Lalau di Carnaval” (Oh, Que Arraial!), convidando o público a observar, a partir de múltiplas perspectivas, a vitalidade desta manifestação do património cultural intangível nacional, na nova era. Entre as demais produções locais desta edição do festival, destacam-se a Ópera Cantonense Multimédia Completa Ligações de Hato; o concerto “Cordas Embriagadas”, da Orquestra de Macau; o teatro de dança “Clube Solidão” e uma série de peças de teatro diversificadas, nomeadamente “m@rc0 p0!0 endg@me 2.0”, “Lift Left Life Live” e “O Vestido Fica-lhe Bem”.
Hoje Macau EventosIIM lança nova edição de “Jogos e Brincadeiras de Macau”, de J.J. Monteiro O Instituto Internacional de Macau (IIM) lança, na próxima sexta-feira, 31, o livro “Jogos e Brincadeiras de Macau”, de José Joaquim Monteiro, mais conhecido por J.J. Monteiro, o “poeta-soldado”, já falecido. A edição ilustrada, e em versão bilingue, é o extracto do livro do autor “Meio Século em Macau”, onde narra em versos, os seus primeiros dias em Macau e como rapidamente se apaixonou por esta terra e pelas suas gentes. De 1937 a 1988, J. J. Monteiro assistiu a muitos jogos e brincadeiras da época, em especial o tempo de infância e adolescência dos seus filhos na rua do Bairro do S. Lourenço, à volta do conhecido poço da Caixa Escolar, mesmo em frente ao Liceu em Tap Seac e, posteriormente, na Praia Grande, brincando às escondidas, agarradas, triól, talu (bilharda), cromos, tapa, 5 sacos, chiquia. No prefácio, da autoria de Jorge Rangel, presidente do IIM é referido que J.J. Monteiro “surpreendia pela facilidade com que versejava, com boa rima e correcta métrica, sobre os mais variados assuntos de Macau, desde as cenas do quotidiano e os usos e costumes à história de Macau e à filosofia chinesa, também identificou as diversificadas actividades que ocupavam as muitas horas de lazer dos jovens e crianças.” “É precisamente este o tema da edição agora dedicada aos jogos e brincadeiras das gentes de Macau. Uma introdução, escrita pelo seu filho Rogério, que também coordenou a edição e produziu muitas das ilustrações, explica o contexto e o significado destas manifestações lúdicas que fizeram a delícia de muitas gerações e os rapazes e raparigas de hoje já mal conhecem”, adianta o prefácio. Muitas obras “A Minha Viagem para Macau” (1939), “A História De Um Soldado” (1940, 1952, 1963 e 1983), “De Volta a Macau” (1957 e 1983) e “Macau Vista Por Dentro” (1983) são os títulos dos seus primeiros livros, sendo talvez “Macau Vista Por Dentro” a sua obra mais importante, revelando já um visível amadurecimento e um conhecimento profundo das origens e do percurso dos portugueses no Oriente, assim como de aspectos relevantes da cultura da China milenar. Após o seu falecimento, em 1988, a família do autor procurou dar vida ao legado e às suas obras que não tinham sido editadas, tendo posteriormente feito publicar pelo Instituto Cultural “Anedotas, Contos e Lendas” (1989), e pelo Instituto Internacional de Macau “Meio Século em Macau”, em dois volumes (2010), e “Memórias do Romanceiro de Macau” (2013), e a sua última obra “Vulgaridades Chinesas” encontra-se em preparação pela família.
Hoje Macau Eventos“Hold On to Hope” | Exposição de Georgia Creeden abre ao público dia 2 “Beauty & The Beach” é o nome da nova exposição da fotógrafa Georgia Creeden que estará patente na galeria “Hold On to Hope” entre os dias 2 e 23 de Abril. Em Coloane, será assim possível ver imagens que prestam homenagem à natureza, mas que, acima de tudo, visam celebrar o Mês da Terra Abril será o mês de celebrar a natureza e o planeta em que vivemos a partir da fotografia. Entre os dias 2 e 23 a galeria “Hold On to Hope”, gerida pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM) na pitoresca vila de Ka-Hó, em Coloane, recebe a exposição “Beauty & The Beach”, com fotografias da autoria de Georgia Creeden. Esta exposição mostra imagens únicas da praia Hác Sá e Coloane. Segundo uma nota de imprensa, a fotógrafa “adora tirar fotos de um ponto de vista diferente, pois as coisas nem sempre são como parecem ser”. “Como diz o ditado: a beleza está nos olhos de quem vê”, lê-se ainda. De frisar que esta será a 22ª exposição organizada pela galeria que, recentemente, acolheu uma outra mostra de fotografia com trabalhos de Lúcia Lemos, directora da Creative Macau, a propósito do Dia Internacional da Mulher. Dos EUA para a Ásia Georgia Creeden chegou pela primeira vez a Hong Kong em 1989 e viajou extensivamente por toda a China e Sudeste Asiático durante mais de 30 anos, produzindo principalmente roupas desportivas para o mercado europeu. Deixou permanentemente a Nova Inglaterra, EUA, em 1997 e fundou a “Cia Consultadoria Roupa Dunfey Lda” em Macau, onde residiu durante mais de 25 anos. Recentemente, em 2021, Georgia mudou-se para Melbourne, Austrália. Georgia fez parte do comité do International Ladies Club of Macau (ILCM) durante mais de 17 anos e esteve activamente envolvida em actividades sociais e eventos de angariação de fundos para instituições de caridade locais, incluindo a ARTM. Durante esse tempo, organizou bazares de caridade, manhãs de café social e jantares vínicos, e também produziu boletins informativos e materiais gráficos e de marketing. No período de residência em Macau, Georgia “adorava caminhar e raramente saía de casa sem a sua câmara”, estando sempre “interessada em capturar imagens e momentos especiais ao longo do caminho”.
Hoje Macau China / ÁsiaXi envia condolências a Moçambique pelas mortes devido a ciclone O líder da China, Xi Jinping, enviou mensagens de condolências ao Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, pelas mortes em resultado da passagem do ciclone tropical Freddy, que já atingiram 165 vítimas. De acordo com um comunicado divulgado na quarta-feira à noite pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Xi enviou mensagens tanto a Nyusi como ao Presidente do Malaui, Lazarus Chakwera. O chefe de Estado chinês disse estar “chocado ao saber que o ciclone tropical Freddy causou pesadas baixas e danos materiais no Maláui e em Moçambique”. Xi apresentou “profundas condolências pelos mortos no desastre e ofereceu a sincera solidariedade às famílias enlutadas e aos feridos”, em nome do governo e do povo chineses. O líder chinês também disse estar confiante “de que ambos os países irão certamente superar o desastre e reconstruir a sua pátria”. De acordo com o Programa Alimentar Mundial (PAM), um total de 886.400 pessoas foram afectadas pela passagem do ciclone em oito províncias, havendo cerca de 213 centros de acolhimento em funcionamento. Segundo a agência das Nações Unidas, em sete das oito províncias afectadas o número de casos de cólera tem estado a aumentar, tendo sido registados mais de 10 mil casos. Recordes negativos Freddy é já um dos ciclones de maior duração e trajectória nas últimas décadas, tendo viajado mais de 10 mil quilómetros desde que se formou ao largo do norte da Austrália em 04 de Fevereiro e atravessou todo o oceano Índico até à África Austral. O ciclone atingiu pela primeira vez a costa oriental de Madagáscar em 21 de Fevereiro e regressou à ilha a 05 de março, onde deixou um rasto de 17 mortos e 300 mil pessoas afectadas. Em Moçambique, o ciclone, que teve o primeiro impacto a 24 de Fevereiro, voltou a tocar terra há duas semanas. A destruição e as inundações causadas pelo ciclone Freddy deslocaram mais de 500.000 pessoas e “a falta de água potável levou a um aumento dramático dos casos de cólera”, especialmente no Maláui, disse na quarta-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, o Freddy pode ter quebrado o recorde de duração do furacão John, que durou 31 dias em 1994, embora os peritos da instituição não confirmem este recorde até que o ciclone se tenha dissipado.
Hoje Macau China / ÁsiaDefesa | Austrália e China reúnem pela primeira vez desde 2019 A Austrália e a China reuniram-se para discutir matéria de defesa, informou ontem Camberra, dias depois de Pequim ter condenado o plano australiano de se munir de uma frota de submarinos movidos a energia nuclear. As conversações, “conduzidas num ambiente profissional”, indicou o lado australiano, marcaram a primeira reunião formal dos responsáveis de defesa dos dois países desde 2019. Os responsáveis australianos receberam, na quarta-feira, em Camberra, uma delegação do Exército de Libertação do Povo para um diálogo centrado em questões de segurança regional, informou um porta-voz da defesa australiana. O encontro é o mais recente sinal de que a China e a Austrália estão a retomar as relações após um interregno diplomático, apesar das disputas sobre a crescente influência diplomática e militar da China no Pacífico. A China avisou a Austrália, o Reino Unido e os Estados Unidos de que estavam a seguir “um caminho errado e perigoso” depois de terem anunciado, a 13 de Março, um acordo a longo prazo para equipar a Austrália com submarinos de propulsão nuclear armados com mísseis de cruzeiro. A conclusão da aliança entre os três países, com o cancelamento de Camberra do contrato para a aquisição de 12 submarinos franceses, tinha também conduzido a uma crise diplomática com a França em 2021.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Forças chinesas expulsam navio dos EUA das Paracels A região voltou a registar um incidente com a entrada ilegal do contratorpedeiro USS Milius nas águas do arquipélago das Paracels O exército chinês indicou ontem ter expulso um navio de guerra norte-americano que “entrou ilegalmente” nas águas de um arquipélago, controlado por Pequim, no mar do Sul da China. O contratorpedeiro USS Milius “entrou ilegalmente” ontem “sem autorização das autoridades chinesas” nas águas das Paracels, indicou o porta-voz do teatro da operação sul do exército chinês Tian Junli, num breve comunicado. “As forças navais e aéreas foram mobilizadas para seguir e vigiar este navio, bem como para lançar uma advertência e obrigá-lo a sair da zona”, sublinhou. O porta-voz denunciou uma manobra norte-americana que “compromete a paz e a estabilidade no mar do Sul da China” e garantiu que o exército “mantém-se atento e tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar com firmeza a soberania nacional” chinesa. Este incidente ocorre num contexto de luta de influência entre Pequim e Washington nesta zona marítima e de forte rivalidade em vários outros aspectos: Taiwan, [rede social] TikTok, direitos da minoria uigur ou ainda comércio. Contactadas pela agência de notícias France-Presse, as forças armadas norte-americanas para a zona Ásia-Pacífico não reagiram de imediato. Águas concorridas As Paracels, um arquipélago situado à igual distância das costas chinesas e vietnamitas, são disputadas por Pequim e Hanói. A marinha chinesa retomou o controlo do conjunto das ilhas em 1974, na sequência de um conflito naval. A China afirma ter sido a primeira nação a descobrir e nomear as ilhas do mar do Sul da China, pelo qual transita actualmente grande parte do comércio entre a Ásia e o resto do mundo. Desta forma, o Governo chinês reivindica uma grande parte das ilhas desta zona marítima. Mas outros países, como as Filipinas, o Vietname, a Malásia e o Brunei, também reivindicam a soberania em alguns destes locais. Cada país controla várias ilhas e atóis, nomeadamente no arquipélago das Spratleys, mais a sul, onde os incidentes são muito mais frequentes do que nas Paracels. Os Estados Unidos e por vezes alguns dos aliados ocidentais conduzem regularmente, no mar do Sul da China, operações denominadas “liberdade de navegação”, enviando para a zona navios de guerra para contestar as pretensões chinesas. Ao longo da última década, Pequim garantiu o controlo sobre alguns ilhéus e atóis desta região marítima, através de trabalhos de alargamento e da construção de instalações militares, visíveis em fotos de satélite divulgadas pelos meios de comunicação social ocidentais.