Hoje Macau China / ÁsiaArábia Saudita | Integração na Organização de Cooperação de Xangai aprovada A Arábia Saudita aprovou ontem a sua associação à Organização de Cooperação de Xangai (SCO), à qual pertencem Rússia e China, como parceiro de diálogo, ilustrando a sua estratégia de aproximação a Pequim. “O memorando para a concessão ao reino da Arábia Saudita do estatuto de membro associado no diálogo da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês) foi aprovado”, disse a agência oficial de notícias saudita SPA, sem dar mais pormenores. A decisão foi aprovada numa sessão presidida pelo rei saudita, Salmán bin Abdulaziz, no palácio Al Salam, na cidade de Jeddah. O estatuto de membro associado ao diálogo é um pré-requisito para os países que se querem tornar membros plenos da organização. A SCO é uma organização política, económica e militar da Eurásia, fundada em 2001 em Xangai pelos líderes da China, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão. Há quatro anos, o grupo passou a incluir a Índia e o Paquistão, com o objectivo de desempenhar um maior papel maior como contrapeso à influência ocidental na região. O Irão deve obter o estatuto de membro na próxima cimeira, que se realiza em Abril, na Índia. Desde a sua criação, a organização tem-se concentrado principalmente em questões de segurança regional, na luta contra o terrorismo, separatismo étnico e extremismo religioso. O Irão e a Arábia Saudita anunciaram, este mês, em Pequim, um acordo para restabelecerem as relações diplomáticas, cortadas por Riade em 2016, no que foi visto como um triunfo para a China, que tem reclamado um papel maior na resolução de questões internacionais.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim ameaça retaliar se Tsai Ing-wen se reunir com Kevin McCarthy A China ameaçou ontem adoptar “contramedidas resolutas”, caso a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, se reúna com o presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, no Estado norte-americano da Califórnia. A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, Zhu Fenglian, denunciou em conferência de imprensa o plano de Tsai de fazer escala nos Estados Unidos, a caminho de um périplo pelos aliados diplomáticos de Taipé na América Central, e exigiu que nenhuma autoridade norte-americana se reúna com ela. “Opomo-nos firmemente a [um encontro] e vamos tomar contramedidas resolutas caso isso aconteça”, disse Zhu. Os EUA devem “abster-se de organizar visitas durante o trânsito de Tsai Ing-wen e até mesmo o contacto com autoridades norte-americanas, e tomar acções concretas no âmbito do compromisso de não apoiarem a independência de Taiwan”, afirmou a porta-voz. As visitas feitas durante as escalas realizadas nos Estados Unidos, nas viagens internacionais mais amplas dos líderes de Taiwan, são há muitos anos habituais, defenderam altos funcionários dos EUA anteriormente. Tsai deve fazer escala em Nova Iorque, a 30 de Março, antes de seguir para a Guatemala e Belize. A 5 de Abril, deverá estar em Los Angeles, no caminho de volta para Taiwan, e reunir-se ali com McCarthy.
Hoje Macau China / ÁsiaBrasil | Embaixador diz que o país não faz política com o comércio externo Apesar do adiamento da visita do Presidente Lula à China, devido a uma pneumonia, uma extensa delegação brasileira de empresários, governadores e deputados, encontra-se já em Pequim dando seguimento à agenda presidencial O embaixador brasileiro em Pequim, Marcos Galvão, disse ontem que o Brasil “não faz política com o comércio externo” e lembrou o contributo do seu país para a segurança alimentar da China. “A China sabe que o Brasil não faz política com o seu comércio externo ou na atracção e tratamento de investimentos estrangeiros”, disse Galvão, durante um fórum empresarial realizado na capital chinesa. As declarações do diplomata surgem num período de crescentes fricções geopolíticas, marcado, em particular, por uma prolongada guerra comercial e tecnológica entre a China e os Estados Unidos e pelas sanções impostas à Rússia pelos países ocidentais, na sequência da invasão da Ucrânia. Lembrando que o mundo atravessa uma “era de crescente politização na área económico – comercial”, o embaixador considerou que a “confiança e respeito adquiriram um valor ainda mais crucial”. “Sabemos da confiança que significa sermos o primeiro fornecedor e responsável por mais de um quinto de todos os produtos agrícolas que a China importa”, disse. “Temos perfeita consciência da importância que a sociedade chinesa atribui à sua segurança alimentar, bem como ao abastecimento de outros produtos estratégicos”, acrescentou. Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com o comércio bilateral a passar de nove mil milhões de dólares, em 2004, para 150 mil milhões, em 2022. O Brasil desempenha, em particular, um papel importante na segurança alimentar da China, compondo mais de 20 por cento das importações agrícolas do país asiático. Marcos Galvão frisou ainda a dimensão geopolítica da relação entre Brasília e Pequim, adquirida na sequência da crise financeira internacional de 2008, que “confirmou uma mudança na correlação global de forças”. “As grandes economias emergentes foram chamadas a participar do esforço de resposta, quando o [grupo dos países desenvolvidos] G7 reconheceu que, sozinho, não daria conta do desafio”, lembrou. “O G20 tornou-se, assim, o palco principal da mobilização internacional e nasceu o BRICS”, o bloco de economias emergentes que junta Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, apontou. O diplomata disse que Brasil e China trabalharam então activamente e, muitas vezes, de forma coordenada, visando “conquistar e consolidar espaços nas deliberações internacionais sobre economia e finanças”. Comitiva em Pequim Luiz Inácio Lula da Silva tinha previsto realizar esta semana uma visita à China, que foi, entretanto, adiada, após o Presidente do Brasil ter contraído uma pneumonia. Uma comitiva com centenas de empresários, além de governadores, senadores, deputados e ministros, encontra-se, no entanto, em Pequim, prosseguindo com a agenda original, que incluiu a realização do fórum empresarial, ontem, num hotel da capital chinesa. Durante o fórum foram anunciados vários acordos entre empresas dos dois países nas áreas energias renováveis, agricultura ou comercialização de créditos de biodiversidade.
Hoje Macau Manchete SociedadeFinanças | Reserva da RAEM regressa a ganhos após 5 anos de perdas Os dados divulgados ontem pela Autoridade Monetária contrariam a tendência registada do ano passado, quando a reserva financeira perdeu 87 mil milhões de patacas, justificadas com a invasão da Ucrânia, que aparece mencionada como “crise geopolítica” A reserva financeira ganhou sete mil milhões de patacas em Janeiro, iniciando um ano em alta pela primeira vez desde 2018, indicam dados divulgados ontem. A reserva financeira da Região Administrativa Especial de Macau cifrou-se em 566,2 mil milhões de patacas no final de Janeiro, de acordo com a informação publicada no Boletim Oficial pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). A reserva financeira tinha perdido 87 mil milhões de patacas no final de 2022, caindo para 559,2 mil milhões de patacas, o valor mais baixo desde Janeiro de 2019. No relatório anual da reserva financeira referente a 2022, também publicado ontem em Boletim Oficial, a AMCM justifica a queda com “a crise geopolítica, o bloqueio de cadeia global de fornecimentos causado pela epidemia e a subida significativa das taxas de juros”. Apesar do bom arranque de ano, o valor da reserva financeira permanece longe do recorde atingido de 669,7 mil milhões de patacas em Fevereiro de 2021. O valor da reserva extraordinária no final de Janeiro era de 400,9 mil milhões de patacas e a reserva básica, equivalente a 150 por cento do orçamento público de Macau para 2022, era de 152,1 mil milhões de patacas. Dependência crónica O território, cuja economia depende do turismo, seguiu até meados de Dezembro a política chinesa de ‘zero covid’, com a imposição de quarentenas, confinamentos e testagem massiva. A reserva financeira é maioritariamente composta por depósitos e contas correntes no valor de 263,9 mil milhões de patacas, títulos de crédito no montante de 125,8 mil milhões de patacas e até 172,5 mil milhões de patacas em investimentos subcontratados. Mesmo no cenário de crise económica criada pela pandemia, a reserva financeira tinha crescido em 2020 e 2021, apesar de o Governo ter injectado mais de 90 mil milhões de patacas no orçamento. No ano passado, as autoridades da região voltaram a transferir 68,2 mil milhões de patacas da reserva financeira para o orçamento público, que incluiu dois planos de apoio pecuniário à população. O Governo gastou ainda 5,92 mil milhões de patacas para dar a cada residente oito mil patacas, montante que podia ser usado para efectuar pagamentos, sobretudo no comércio local, até ao final de Fevereiro. A Assembleia Legislativa aprovou em Novembro o orçamento para 2023, prevendo voltar a recorrer à reserva financeira em 35,6 mil milhões de patacas.
Hoje Macau SociedadeHotelaria | Ocupação média acima de 75 por cento Em Fevereiro a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes foi de 76,1 por cento, mais 27,5 pontos percentuais, em termos anuais, segundo dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEDJ). Neste período, taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos hotéis de 2 estrelas e a dos hotéis de 3 estrelas foram superiores a 80 por cento, subindo 52,6 e 31 pontos percentuais, respectivamente. Em Fevereiro, existiam em Macau 126 estabelecimentos hoteleiros, disponibilizando um total de 39.000 quartos de hóspedes, mais 0,3 por cento face ao período homólogo. No mesmo período, os estabelecimentos hoteleiros hospedaram 883.000 indivíduos, mais 78,5 por cento, em termos anuais. O número de hóspedes vindos do Interior da China (643.000) aumentou 62,2 por cento e de Hong Kong (162.000), bem como o de Taiwan (11.000) cresceram 806,4 por cento e 185,0 por cento, respectivamente, enquanto o número de hóspedes locais (45.000) baixou 34,3 por cento. O período médio de permanência dos hóspedes correspondeu a 1,6 noites, menos 0,2 noites, em termos anuais. Em relação aos primeiros dois meses do ano, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros foi de 73,6 por cento, mais 27,5 pontos percentuais, relativamente ao mesmo período de 2022. Os estabelecimentos hoteleiros hospedaram 1.730.000 indivíduos, mais 71,7 por cento, face ao idêntico período de 2022 e a estadia média de permanência dos hóspedes a corresponder a 1,7 noites, menos 0,2 noites.
Hoje Macau SociedadeTJB | Sentença de Jaime Carion e Li Canfeng lida amanhã O Tribunal Judicial de Base (TJB) anunciou ontem que a sentença do caso que envolve Jaime Carion e Li Canfeng vai ser conhecida amanhã, pelas 14h45. Em causa está o facto de o Ministério Público ter pedido, a 20 de Março, a “alteração parcial da acusação”. À luz destes desenvolvimentos, o TJB anunciou que vai permitir aos “arguidos e advogados fazerem alegações adicionais”, seguindo-se a leitura da sentença. “Decidiu o Tribunal Colectivo marcar a audiência para o dia 31 de Março de 2023, às 12h, para os arguidos e seus advogados fazerem alegações adicionais sobre a matéria acima referida, seguindo-se a leitura de sentença, a realizar-se às 14h45 do mesmo dia”, foi comunicado. Antes das alterações, que não foram reveladas, Li Canfeng estava acusado de um crime de sociedade secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, 12 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 10 crimes de branqueamento agravado de capitais, um crime de falsificação de documentos e quatro crimes de inexactidão dos elementos. Por sua vez, Jaime Carion era acusado de um crime de sociedade secreta em concurso de crime de associação criminosa, cinco crimes de corrupção passiva para acto ilícito e seis crimes agravados de branqueamento de capitais.
Hoje Macau SociedadeCrime | Homem destruiu quarto de hotel depois de perder no jogo Um residente do Interior da China foi detido na terça-feira, quando tentava entrar em Macau pelo posto fronteiriço de Hengqin, por suspeitas de ter destruído um quarto de hotel, provocando danos num valor superior a 104 mil patacas. Segundo avançou o canal chinês da Rádio Macau, o suspeito de 31 anos estava a viver temporariamente num quarto de hotel alugado por um amigo, depois de ter saído de casa na sequência de uma disputa doméstica com a mulher. Durante o curto período de tempo em que ficou hospedado no hotel, terá perdido centenas de milhares de patacas no jogo. Face à frustração, danificou todo o tipo de equipamentos do quarto, incluindo eletrodomésticos, móveis, as instalações da casa de banho e a cama. Depois de deixar o quarto num estado caótico, terá enviado fotografias do espaço ao seu amigo e saiu de Macau pelas Portas do Cerco. Como foi encontrado um par de calças queimadas no quarto de hotel, o indivíduo acabou por ser suspeito dos crimes de incêndios, explosões e outras condutas especialmente perigosas e dano qualificado.
Hoje Macau PolíticaLusofonia | Chefe do Executivo reúne com Fórum dos Empresários O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, teve, esta terça-feira, um encontro com o presidente do Fórum dos Empresários de Língua Portuguesa (FELP), Francisco Viana, e a sua comitiva. Segundo uma nota de imprensa, “ambas as partes trocaram impressões sobre a cooperação económica e comercial mais estreita entre a China, Macau e os Países de Língua Portuguesa, entre outros assuntos”. Ho Iat Seng disse que, nos últimos 20 anos, o território “tem reforçado o intercâmbio e a cooperação nas áreas da economia e do comércio entre o Interior da China e os países de Língua Portuguesa, cujos resultados são encorajadores”. O governante afirmou ainda esperar que, com base no Fórum Macau, o território “possa continuar a potenciar as suas próprias vantagens singulares e o papel de plataforma, para injectar novas dinâmicas na promoção de uma comunicação e cooperação económica e comercial mais estreita entre a China e os países de Língua Portuguesa”. Por sua vez, Francisco Viana destacou “a retoma plena da circulação de pessoas em Macau” e do regresso à normalidade das actividades, o que fará com que os representantes dos empresários lusófonos “participem activamente na próxima edição da Feira Internacional de Macau (MIF). Ficou ainda expressa a promessa de maior ligação do Fórum com Macau e o desejo de “impulsionar a cooperação de pequenas e médias empresas entre Angola e Macau, no sentido de promover o desenvolvimento económico daquele país”.
Hoje Macau Manchete PolíticaCooperação | Ho Iat Seng reuniu com o embaixador de Portugal na China Antes da visita a Portugal, Ho Iat Seng reuniu com o embaixador português na China. Em cima da mesa estiveram assuntos como a cooperação empresarial entre China e os PLP, com Macau a servir como plataforma. Ho Iat Seng enalteceu a longa história das relações entre Macau e Portugal e a importância da presença de portugueses no território O Chefe do Executivo reuniu com o embaixador de Portugal na China, Paulo Pereira do Nascimento, esta semana, com assuntos relacionados à plataforma sino-lusófona, o reforço da cooperação económica e comercial e a herança e preservação da cultura portuguesa na agenda. Outro tema ainda discutido, foi a visita de Ho Iat Seng, que vai liderar uma comitiva de elementos do Governo da RAEM a Portugal, entre 18 e 22 de Abril. O Chefe do Executivo transmitiu a Pereira do Nascimento a esperança de encontrar mais espaço de cooperação para as empresas de Macau e Portugal nas áreas de investimento e comércio, com a RAEM a actuar como “ponte e elo de ligação entre a China e os Países de Língua Portuguesa (PLP)”. Segundo um comunicado divulgado ontem pelo Executivo, Ho Iat Seng terá destacado a “longa história das relações entre Macau e Portugal e indicou que o Governo da RAEM deu sempre elevada importância ao contributo e à herança da comunidade portuguesa, não poupando esforços na preservação das suas boas tradições, língua, cultura e costumes, o que se reflecte tanto no regime jurídico, ensino, arquitectura, obras, entre outras”. Os dois lados Por sua vez, Pereira do Nascimento afirmou que a visita de Ho Iat Seng a Portugal será “vantajosa para consolidar e reforçar ainda mais a ligação, o intercâmbio e a cooperação, em várias áreas, entre Macau e Portugal”. O embaixador disse esperar que as empresas dos PLP possam aproveitar o papel de plataforma de Macau para entrar na Grande Baía, na Zona de Cooperação Aprofundada, e noutras cidades do Interior da China para investimento. Por outro lado, também Macau e as restantes cidades da Grande Baía podem aproveitar “as vantagens de Portugal em termos de medicina, alta tecnologia e economia marítima”.
Hoje Macau Manchete PolíticaEducação | Residentes defendem ensino da Lei Básica nas escolas Vários residentes defendem que a Lei Básica deve ser mais ensinada nas escolas em prol de uma maior consciencialização de pertença ao país e da ligação de Macau à China Residentes de Macau ouvidos pela Lusa defendem que a Lei Básica, que faz 30 anos amanhã, deve ser ensinada às crianças e promovida nas escolas do território. “É melhor incutir algum conhecimento desde a educação básica e daí para a frente, para que [as crianças] sejam levadas a acreditar no significado inicial da Lei Básica e a manter a soberania do país. A soberania do Estado é de suprema importância”, disse à Lusa Wong Gun Kiu, residente do território. O homem, que admite “falar um pouco de português” e ter adoptado informalmente o nome João, foi das poucas pessoas que aceitaram ser entrevistadas para este trabalho. Vários residentes e turistas abordados pela Lusa, no centro de Macau, recusaram-se falar sobre a Lei Básica, dizendo não saber do que se trata. Adoptada em 31 de Março de 1993, esta é a lei que rege Macau desde a transferência da administração de Portugal para a China, em 1999, no âmbito do princípio “um país, dois sistemas”, que permitiria a coexistência das sociedades capitalistas de Hong Kong e Macau no regime comunista chinês. Segundo a Lei Básica, é permitido a Macau “exercer um alto grau de autonomia e a gozar de poderes executivo, legislativo e judicial independentes” por um período de 50 anos, ou seja, até 2049. Também Cheong Chi Heng, que trabalha numa empresa de seguros e que tem memória de a legislação fazer parte do currículo escolar, declarou ser “muito importante” para as crianças “estarem familiarizadas com o princípio ‘um país, dois sistemas'” e o facto de Macau ser “parte da China”. O jovem, na casa dos 20 anos, ainda consultou o telemóvel antes da entrevista. “Falar sobre a Lei Básica? Deixa-me ver”, disse ao pesquisar. “Há muitas coisas que precisam de respeitar a política nacional. Por isso, é importante conhecer a lei”, continuou. Já para a residente Tiffany Leong, além de garantir “o modo de vida capitalista”, a legislação assegura direitos e liberdades da população. “Pode realmente garantir a liberdade de religião ou de expressão. No caso da liberdade de religião, cada pessoa é livre em acreditar no que quiser”, acrescentou a jovem. Wong Gun Kiu acredita que “não há objecções” por parte da população às disposições definidas por esta lei. A população local é “mais obediente” e tem um “sentido de pertença ao país”, justificou, numa aparente comparação com a vizinha Hong Kong. “Dos valores correctos Em Hong Kong, após alguma contestação, em 2020, a lei de segurança nacional, prevista no 23.º artigo da Lei Básica da região foi implementada. Em Macau, esta legislação foi adoptada em 2009 sem contestação. Actualmente, a revisão da lei relativa à defesa da segurança do Estado está a ser analisada na especialidade, depois de ter sido aprovada unanimemente pelos deputados locais, em Dezembro passado. “Eu acho que a maioria dos cidadãos segue os princípios da Lei Básica de forma disciplinada”, disse Wong, referindo que a população “não está muito obcecada com a implementação das orientações da Lei Básica”. A população “geralmente é orientada pelos valores correctos da sociedade”, refletiu. Aprendizagem tem sido gradual e tem apoio de associações A divulgação da miniconstituição da RAEM tem sido palavra de ordem nos discursos políticos nos últimos anos, com uma grande aposta a ser feita por parte da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) e das associações locais. Prova disso é o trabalho desenvolvido pela Associação de Divulgação da Lei Básica de Macau, criada em 2001 e hoje presidida por Liu Chak-Wan. Esta tem-se desdobrado em actividades que chegam aos locais de trabalho, escolas e às artes, sob a forma de seminários académicos, simpósios e palestras, mas também através de cursos de formação, concursos de caligrafia, pintura e de design. “Desde 2012, o programa de formação ‘Jovens Embaixadores para a Promoção da Lei de Bases’ (…) formou 440 jovens”, exemplificou o presidente da associação. “Em 2016, a Associação cooperou com os Jovens Embaixadores para a Promoção da Lei Básica na preparação da campanha e começou a promovê-la nas escolas em 2017”, acrescentou, sublinhando o resultado: “Mais de 60 por cento das escolas participaram no programa, tendo sido realizadas até à data 150 actividades promocionais sobre a Constituição e a Lei Básica, envolvendo 39 escolas e um total de 21 mil estudantes”. Em resposta a uma interpelação escrita do deputado Ho Ion Sang, em Novembro do ano passado, a DSEDJ reiterou que a aposta na educação patriótica é uma prioridade, onde se inclui o ensino da Lei Básica. Segundo esta direcção de serviços, 85 por cento dos cursos de ensino superior ensinam conteúdos sobre a Constituição chinesa e a Lei Básica, enquanto 80 por cento promovem a “cultura tradicional chinesa”. Kong Chi Meng, director da DSEDJ, disse então que é importante, neste contexto, “promover a educação sobre a segurança nacional em consonância com a evolução dos tempos, fortalecer o conhecimento dos estudantes sobre a história e cultura nacionais, o sistema nacional e a actual situação de desenvolvimento do país”.
Hoje Macau Grande Plano MancheteLei Básica, 30 anos | Analistas falam da implementação da mini-constituição Adoptada a 31 de Março de 1993, mas implementada a partir de 20 de Dezembro de 1999, a Lei Básica tem sido a força motriz da RAEM em matéria jurídica. Neto Valente defende que existem preocupações em torno da sua interpretação, mas há quem fale num caso de sucesso em 30 anos de história A mini-constituição da RAEM, a Lei Básica, celebra 30 anos de implementação depois de ter sido adoptada a 31 de Março de 1993. Sendo o diploma que consagra os modos de vida próprios de Macau em matéria de direitos e deveres, mas também a nível político, social e económico, vários analistas foram convidados a olhar para o percurso da sua implementação, mas, sobretudo, da sua interpretação por parte das autoridades. Jorge Neto Valente, advogado e ex-presidente da Associação dos Advogados de Macau (AAM) disse à Lusa que “o que preocupa os habitantes de Macau não é o texto da Lei Básica, mas a interpretação feita pelas autoridades e tribunais”. Tendo sido também consultor da Comissão de Redação da Lei Básica, Neto Valente salientou que esta “contém princípios amplos e que nem sempre são densificados”. O advogado sustentou que a Lei Básica “é a concentração do princípio [‘Um país, dois sistemas’], concebido com grande visão” e que “sem qualquer dúvida tem sido um sucesso, exemplar na sua execução”, ao mesmo tempo que aponta para a percepção errónea que advém de por vezes ser denominada de ‘miniconstituição’ do território. Neto Valente sublinhou que “o enquadramento e legitimação [da Lei Básica] é a Constituição chinesa” e que “não é realista pensar que a transferência [da administração do território de Portugal para a China] ia deixar tudo como dantes”, até porque “não é isso que resulta da Declaração Conjunta [Sino-Portuguesa]”. Nos últimos três anos, sobretudo, União Europeia, EUA e as Nações Unidas criticaram acções das autoridades de Macau que, defenderam, contrariaram os princípios básicos inscritos na Lei Básica, condenando a exclusão de candidatos às eleições na Assembleia Legislativa, directrizes censórias às emissoras públicas ou a proibição de manifestações. Apreciações que indignaram as autoridades locais, que negaram sempre as acusações. “Os limites são mais apertados do que em Portugal”, admitiu Jorge Neto Valente, que destacou o facto, contudo, de “as matérias de liberdade de imprensa e expressão, muito importantes para países ocidentais, estarem a ser usadas como arma de arremesso contra a China, de isolar a China”, num “contexto de tensões internacionais”. “Hoje em dia é muito fácil o acesso à ONU por activistas de tudo e mais alguma coisa. Esses activistas são muitas vezes manipulados por interesses geopolíticos dos quais muitas vezes nem se apercebem”, defendeu. Nesse contexto de tensões internacionais, o advogado assinalou “uma grande diferença: a China é o que é, tem defeitos, mas não quer impingir virtudes e defeitos”. Já “os EUA e outros países ocidentais querem à força impingir os seus conceitos”, razão pela qual se diz preocupado com as “críticas destes organismos (…), pela animosidade para com a China, que leva a que esta se feche mais”, dando como exemplo “a agressão económica” que tem Pequim como alvo. Um caso de sucesso Também ouvido pela Lusa, o deputado José Pereira Coutinho disse que a Lei Básica tem sido aplicada com sucesso e recusou a ideia de pressões ou limitações na liberdade de expressão no território. “Nunca sofremos quaisquer pressões ou limitações na liberdade de expressão, sempre no respeito da soberania e na diversidade de culturas que convivem em harmonia”, garantiu. “Na minha opinião tem sido um sucesso total a implementação rigorosa da Lei Básica”. O deputado salientou que o seu caso testemunha o êxito da aplicação da Lei Básica: “É de reconhecer a situação única no mundo de um português ser membro um parlamento no território chinês, ou seja, um exemplo paradigmático de como a Lei Básica é implementada com sucesso na vida política da RAEM”. No caso de Leonel Alves, advogado e conselheiro do Governo de Macau, defendeu que os direitos e liberdades no território mantiveram-se ou melhoraram com a Lei Básica. “Existem por vezes críticas sobre a administração de Macau relativamente a eventuais actos concretos de restrição de direitos ou liberdades cívicas, mas a verdade é que, para quem vive em Macau, antes e depois de 1999, a situação é praticamente igual, e em certos aspectos até houve progresso”, sustentou o membro do Conselho Executivo de Macau, dando como exemplo a legislação sobre o Acesso ao Direito e aos Tribunais. A Lei Básica “é comprovadamente uma lei que serve os interesses de Macau e acolhe as suas características próprias, distinguindo-a de Hong Kong e do interior da China, permitindo-lhe deste modo ter um papel singular no relacionamento com os países de expressão portuguesa e na construção do importante espaço económico, social e cultural da Zona da Grande Baía Guangdong-Hong-Kong-Macau”, acrescentou o advogado. O ex-deputado da Assembleia Legislativa assegurou que “o princípio ‘Um País, dois sistemas’ tem vindo a ser cumprido ao longo dos anos, sem sobressaltos, nem necessidade de interpretação de alguma das suas normas” e que a China “tem vindo a reconhecer os pilares do sistema” no território, “constituído por alto grau de autonomia da sua governação, liberdade de circulação de pessoas, bens e capitais, e o poder judicial independente com julgamento em Macau em última instância”. Razão pela qual, afirmou, se pode dizer que “Macau tem na Lei Básica a garantia constitucional dos direitos liberdades dos seus residentes, com amplas liberdades de expressão e pensamento” e que a miniconstituição “tem sido e continuará certamente a ser a base para a construção de uma Macau cada vez mais internacional e pujante em todos os aspetos da vida social”. O conselheiro do Governo lembrou que “Macau faz parte da República Popular da China e as grandes políticas nacionais devem ser respeitadas e observadas na RAEM, incluindo a necessidade de Macau e sua população precaverem-se de influências negativas, que são cada vez mais evidentes, provenientes do exterior, cujos principais países, que mandaram no mundo há vários séculos, querem manter a sua supremacia cultural, ideológica e económica” Nações que, salientou, “querem subestimar os esforços da China obstaculizando, na medida do possível, a sua senda de modernização em prol da melhoria da qualidade de vida da sua população de 1,4 mil milhões e da assunção de um papel, cada vez relevante, na cena política internacional”. Além de 2049 O presidente da Associação para a Divulgação da Lei Básica de Macau, Liu Chak-Wan, disse à Lusa que o princípio “Um país, dois sistemas” tem sido aplicado com sucesso no território e que pode manter-se após 2049. Liu Chak-Wan, que foi membro da Comissão para a Redacção da Lei Básica, justificou a afirmação com as declarações do “arquitecto-chefe do princípio “Um país, dois sistemas”, o antigo líder chinês Deng Xiaoping, mas também com o mais recente discurso do actual Presidente, Xi Jinping, na tomada de posse do Governo de Hong Kong, no ano passado. Deng Xiaoping disse que “nos primeiros 50 anos não existiriam mudanças e que, após 50 anos, não era necessário mudar”, observou Liu Chak-Wan. O presidente da associação recordou ainda que no discurso das celebrações do 25.º aniversário do regresso de Hong Kong à soberania chinesa e na tomada de posse do novo Governo do território, Xi Jinping “disse que ‘Um país, dois sistemas’ está de acordo com os interesses nacionais e não há razão para o alterar”. “A chave para o futuro de ‘Um país, dois sistemas’ depende dos resultados da sua aplicação”, sublinhou Liu Chak-Wan, lembrando que esta “tem sido bem-sucedida, eficaz e popular, e que tem um vasto âmbito e uma forte vitalidade”. A associação nasceu em 2001, substituindo a Associação Promotora da Lei Básica de Macau, criada em 1993.
Hoje Macau PolíticaConselheiros da Ásia e Oceânia apoiam greve de funcionários consulares A presidente do Conselho Regional da Ásia e Oceânia das Comunidades Portuguesas, Rita Santos, disse ontem que o órgão apoia “por unanimidade” a greve dos funcionários consulares, que começa a 3 de Abril. Em conferência de imprensa, no final da reunião anual do conselho, em Macau, Rita Santos disse que “os baixos salários” pagos pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros português têm levado “à falta de pessoal e à dificuldade de contratação de funcionários”. Na região chinesa, os funcionários recebem um salário líquido pouco superior a sete mil patacas, “incompatível com o nível da economia de Macau e inferior aos que trabalham na limpeza dos grandes hotéis”, atirou a conselheira. Em resultado, os portugueses que vivem em Macau estão a esperar sete meses pela renovação de documentos de identificação, lamentou Rita Santos. “Os portugueses residentes aqui em Macau não têm o mesmo direito que os portugueses residentes em Portugal”, considerou. A última estimativa dada à Lusa pelo Consulado-geral de Portugal na região apontava para 170 mil portadores de passaporte português entre os residentes em Macau e em Hong Kong, sendo que o regime jurídico chinês não reconhece a dupla nacionalidade. Problemas que se repetem Também na Austrália “há necessidade de mais apoio, mais reforço para o serviço consular”, disse a vice-presidente do Conselho Regional da Ásia e Oceânia das Comunidades Portuguesas, Sílvia Renda. A conselheira, residente em Melbourne, apontou o caso da cidade de Perth, no sudeste da Austrália, onde os portugueses “têm de viajar mais cinco horas de avião para obterem serviços consulares”. Na quinta-feira, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, afirmou que o Governo vai reforçar com mais dois funcionários os recursos humanos da rede consular na Austrália, incluindo um junto do cônsul honorário em Perth. “Isso não vai ser suficiente”, lamentou Sílvia Renda, que defendeu a atribuição de mais competências aos cônsules honorários, nomeadamente para emitir o cartão de cidadão. O STCDE – Sindicato dos Trabalhadores Consulares, das Missões Diplomáticas e dos Serviços Centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou uma greve de 13 dias para o mês de Abril. A greve decorrerá nos dias 3 a 6, 10 a 13, 17 a 20 e 24 de Abril nos postos consulares, missões diplomáticas e centros culturais do instituto Camões no estrangeiro.
Hoje Macau EventosExposição | Torre de Macau acolhe “Curiouser and Curiouser” Intitula-se “Curiouser and Couriouser” e é a mais recente exposição disponível para visita no átrio da Torre de Macau. Com curadoria de Mel Cheong, a mostra, inaugurada no passado dia 25, é organizada pela Associação Rota das Artes [Route Arts Association” e o Centro de Convenções e Exposições da Torre de Macau, contando com o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura. “Curiouser & Curiouser” é a terceira edição de um projecto com curadoria de Mel Cheong que tem vindo a ser desenvolvido em parceria com diversas associações de arte locais, baseando-se na ideia de dar “algo ao público como um presente, a fim de levá-lo a explorar e a desfrutar” do que vê. Tendo como pano de fundo o imaginário de “Alice no País das Maravilhas”, a ideia é reunir o público no espaço da exposição e levá-lo a um mundo muito específico, e a conhecer de perto o trabalho de diversos artistas de Macau. Cria-se, assim, uma “interligação única” entre a instalação e a performance artísticas, criando-se uma energia desta colaboração entre artistas “que pode ser vivenciada através das roupas, música e actuações de mímica interactivas”, implementando-se uma “exploração imersiva em conjugação da instalação das obras de arte”. Nada Chan, presidente da “Route Arts Association”, afirmou que, quando foi criada, a associação pretendia promover a arte da mímica, apresentando “temas de interesse na actualidade através de múltiplas plataformas artísticas, aumentando o interesse das pessoas na representação da cultura e das artes”. Assim, esta mostra dá aos artistas e ao público em si “uma grande oportunidade de realizarem os seus sonhos”. A mostra pode ser visitada até ao dia 26 de Abril.
Hoje Macau EventosLuis Miguel Cintra fez um “Pequeno Livro Arquivo” retrospectivo de carreira e de vida O encenador Luis Miguel Cintra escreveu “Pequeno Livro Arquivo”, uma retrospectiva de 50 anos de carreira, que também é balanço de vida e testemunho de sentimento do fim prematuro, face à ‘subvida’ que afirma estar a viver. A obra, “Pequeno Livro Arquivo – pensamento, palavras, actos e omissões”, sempre ligada ao Teatro da Cornucópia, que fundou, vai ser apresentada no Teatro Carlos Alberto, no Porto, na próxima quarta-feira, dia 29, por José Tolentino de Mendonça, amigo que empurrou Luis Miguel Cintra a escrever, e que também o ajudou a encontrar uma editora. “É um balanço, de facto, da vida, e o sentimento de que a vida terminou prematuramente, porque agora é uma ‘subvida’ aquela que estou a viver”, disse o ator e encenador, em entrevista à agência Lusa, expondo as limitações da doença degenerativa de que padece. “Pequeno Livro Arquivo”, composto de “pensamento, palavras, actos e omissões”, remonta a 2014 quando Luis Miguel Cintra pensou: “Cheguei a velho”. “Apeteceu-me fazer o balanço do que estava para trás”, recorda agora à Lusa. “Fui rever os textos de representação de cada uma das peças e percebi que ia havendo um fio condutor que ia passando de espetáculo para espetáculo, e que fazia uma história do Teatro [da Cornucópia], com os textos [dos diferentes] dramaturgos, através das várias épocas”. Teatro de texto Depois, “tudo seguido, é um retrato meu, uma espécie de autorretrato permanente […], consequência da dramaturgia de cada espectáculo, do meu estado de espírito”. Em cada um, “dizia mais um bocadinho, ou dizia a mesma coisa de outra maneira e por aí adiante”, algo que “ia passando de peça em peça”. “Já que não posso oferecer-me de outra maneira, ofereço uma revisão da Cornucópia que pode ajudar algumas das pessoas que voltem a interessar-se por fazer teatro de texto”, sublinha o actor sobre “Pequeno Livro Arquivo”. O livro inclui 60 textos sobre outras tantas peças de outros tantos autores, todos levados a cena na Cornucópia, que só em finais de 1975 encontrou uma ‘casa’, com a sede no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa. O Misantropo ou o atrabiliário apaixonado”, de Molière, com que a companhia cofundada com Jorge Silva Melo se estreou, em 13 de Outubro de 1973, no antigo Teatro Laura Alves, “O terror e a miséria no III Reich”, de Bertolt Brecht, a primeira montagem após o 25 de Abril, “O labirinto de Creta”, de António José da Silva, “Ricardo III”, de Shakespeare, que o actor protagonizou em 1985, “A sonata dos espectros”, de August Strindberg, “Auto da Feira”, de Gil Vicente”, “Até que, como o quê quase”, de Samuel Beckett, são etapas desse “Pequeno Livro Arquivo”, dividido em nove capítulos, entre o tempo durante e após a Cornucópia, até ao “ponto final”, com dedicatória aos “queridos amigos”. Ali se cruzam autores como Federico García Lorca, Luigi Pirandello, Heiner Müller, Joe Orton e Raul Brandão, Edward Bond e Almeida Garrett, Pierre Caron de Beaumarchais e Pier Paolo Pasolini, Jacob Lenz, Arthur Honegger, Anton Tchékhov e Friedrich Schiller, Paul Claudel, Arthur Schnitzler, Jean Genet, Reiner Werner Fassbinder e Lope de Vega.
Hoje Macau China / ÁsiaHonduras | Pequim quer salvaguardar interesses dos países em desenvolvimento A China quer trabalhar com as Honduras para “salvaguardar conjuntamente os interesses dos países em desenvolvimento” e “construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade”, disse ontem o vice-Presidente chinês. Estes dois objectivos, sempre presentes no roteiro diplomático de Pequim, foram abordados na reunião, em Pequim, entre Han Zheng e o ministro dos Negócios Estrangeiros das Honduras, Eduardo Reina. No encontro, Han transmitiu calorosas saudações e votos de felicidades do Presidente chinês, Xi Jinping, à homóloga hondurenha, Xiomara Castro, noticiou a agência oficial chinesa Xinhua. Xi convidou Castro a visitar a China o “mais breve possível” para “desenharem em conjunto” um plano para as relações bilaterais, dentro da “grande importância” que o líder chinês atribui ao relacionamento entre os dois países, indicou. De acordo com Han, a China está disposta a trabalhar com o país da América Central para desenvolver a coordenação e cooperação em questões internacionais. Em resposta a Taipé, que condenou no domingo a “diplomacia do dólar” de Pequim, a China disse que o estabelecimento das relações oficiais com as Honduras foi feito “sem contrapartidas”. “Não houve pré-requisitos para o estabelecimento das relações diplomáticas”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, acrescentando que a decisão de Tegucigalpa “foi baseada no respeito pelo princípio ‘Uma China’”. Xiomara Castro, anunciou, em meados de Março, através da rede social Twitter, que tinha pedido a Reina para estabelecer relações diplomáticas com a China. Isto acarretou automaticamente um rompimento dos laços com Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Nova fonte de água encontrada em amostras lunares Cientistas descobriram uma nova e renovável fonte de água na Lua, em amostras lunares recolhidas por uma missão chinesa, que pode ser utilizada por futuros exploradores. A água estava incorporada em pequenas esferas de vidro no solo lunar onde ocorrem impactos de meteoritos. Estas esferas de vidro multicoloridas e brilhantes estavam em amostras que foram recolhidas na Lua pela China em 2020. As esferas variam em tamanho, desde a largura de um cabelo até vários cabelos. O teor da água é apenas uma fração minúscula destas, explicou Hejiu Hui, da Universidade de Nanjing, que participou na investigação. Como existem biliões ou triliões destas esferas de impacto, isso pode representar quantidades substanciais de água, mas minerá-las seria difícil, de acordo com os investigadores. “Sim, vai exigir muitas e muitas esferas de vidro. Por outro lado, há muitas”, salientou Hui, numa resposta por correio electrónico à agência Associated Press (AP). Estas esferas poderiam produzir água continuamente graças ao constante bombardeamento de hidrogénio pelo vento solar. Amostras promissoras As descobertas, publicadas esta segunda-feira na revista Nature Geoscience, são baseadas em 32 esferas de vidro seleccionadas aleatoriamente do solo lunar recuperado pela missão lunar Chang’e 5. Serão analisadas mais amostras, realçou Hui. Estas esferas de impacto estão por toda a parte, resultando do arrefecimento do material derretido expelido pelas rochas espaciais que atingem a Lua. A água pode ser extraída pelo aquecimento das esferas, possivelmente por futuras missões robóticas. No entanto, são necessários mais estudos para determinar se isso seria viável e, em caso afirmativo, se a água seria segura para beber. Isto mostra que “a água pode ser renovável na superfície da lua… um novo reservatório de água na lua”, vincou ainda Hui. Estudos anteriores encontraram água em esferas de vidro formadas pela actividade vulcânica lunar, com base em amostras recolhidas pelos astronautas da Apollo há mais de meio século. Estas esferas também poderiam fornecer água não apenas para a utilização por futuras tripulações, mas também como combustível para foguetões. A agência espacial norte-americana (NASA) pretende voltar a colocar os astronautas na superfície lunar até ao final de 2025. A missão irá focar-se no polo sul, onde se acredita que as crateras permanentemente à sombra estão cheias de água congelada.
Hoje Macau China / ÁsiaTeerão/Riade | Xi defende que diálogo vai aliviar as tensões na região O Presidente chinês, Xi Jinping, disse ontem ao príncipe herdeiro saudita Mohamed Bin Salman que o “diálogo bem-sucedido” entre a Arábia Saudita e o Irão vai “aliviar as tensões na região”. Durante uma conversa por telefone, o líder chinês assegurou que a recente normalização dos laços entre Teerão e Riade, patrocinada pela China, “ajudou a melhorar as relações bilaterais entre os dois países” e “reforçou a solidariedade regional”, de acordo com a televisão estatal CCTV. “A China vai continuar a apoiar este processo”, disse Xi, acrescentando que a normalização dos laços entre os dois países, tradicionalmente rivais na região, foi “elogiada pela comunidade internacional”. Segundo o dirigente chinês, a “solução dos conflitos e divergências através do diálogo e da consulta está de acordo com a vontade dos povos e os interesses de todos os países”. O príncipe herdeiro saudita indicou que o seu país “agradece sinceramente o apoio da China para melhorar as relações com o Irão”. Acordos retomados A mediação das negociações por Pequim “demonstra o papel da China como potência responsável”, afirmou Bin Salman, que disse esperar que o país asiático “desempenhe um papel cada vez mais fundamental e construtivo nos assuntos regionais e internacionais”. O acordo entre o Irão e a Arábia Saudita, as duas potências xiitas e sunitas no Médio Oriente, inclui a reabertura das respectivas embaixadas, e foi assinado na China, que tem actuado como mediadora entre os dois países rivais tradicionais, que há anos lutam pelo domínio na região e apoiam lados rivais em conflitos regionais. Como parte do pacto, o Irão e a Arábia Saudita prometem “respeitar a soberania dos países e não interferir nos seus assuntos internos”. Um acordo de segurança de 2001 e memorandos de cooperação de 1998 sobre economia, comércio, investimento, tecnologia, ciência, cultura, desporto e juventude foram também reactivados.
Hoje Macau Via do MeioFalando sobre as raízes da sabedoria – Cai Gen Tan 菜根譚 Tradução de André Bueno (continuação) 181. Tramar intrigas, ter hábitos inconvenientes, fazer coisas estranhas, essas são as causas dos problemas do mundo. Somente por meio da virtude, no cotidiano, se pode preservar a natureza original, e se conseguir a paz harmoniosa. 182. Diz um provérbio: ‘ao escalar uma montanha, deve-se suportar a subida, ao caminhar pelo gelo deve-se suportar a ponte perigosa’.* A palavra ‘suportar’ tem um significado muito importante. Ao ver corações inclinados ao mal, e uma vida cheia de frustrações, pensamos: ‘quantas pessoas, por não terem a habilidade de ‘suportar’, caem em desgraça, e encontram infortúnios?’ *Gelo quebradiço que ocorre na superfície dos lagos congelado. 183. Aquele que exagera em seus sucessos, e se gaba de suas criações literárias, depende de coisas externas para agradar a si mesmo. Não se dá conta de que aquele que preserva a pureza original de seu coração, sem ter grandes sucessos, ou escrever grandes coisas, se realiza como uma pessoa magnânima. 184. Se em meio às ocupações e dificuldades, alguém deseja um momento de descanso, deve ter autoridade para tomá-lo; se em meio ao ruído e a confusão, alguém deseja silêncio e calma, deve dominar a arte da tranqüilidade; Do contrário, esse alguém estará sempre sujeito a modificar-se, uma constante vítima das circunstâncias. 185. Não vá contra o que diz seu coração, não leve suas emoções ao extremo, não esgote suas forças e recursos. Siga esses três conselhos, e alcançará uma virtude apreciada pelo mundo, a continuidade da vida, e a felicidade para os descendentes. 186. O serviço público tem dois preceitos: ‘A imparcialidade dá o exemplo, a retidão confere autoridade’. O cuidado de uma casa tem dois preceitos: ‘Tolerância gera harmonia, simplicidade gera a fartura’. 187. Quando desfrutar da riqueza, esteja consciente das adversidades, e do risco de cair na pobreza. Quando aproveitar a juventude, esteja consciente das dificuldades da velhice. 188. Ao se conduzir de modo apropriado no mundo, não seja moralista demais, e prepare-se para ser insultado e caluniado. Ao tratar com as pessoas no mundo, não seja exigente demais com elas, e compreenda que são uma mescla de virtude e vício. 189. Não provoque inimizade com pessoas de baixo caráter, elas já têm seus próprios rancores; Não louve pessoas já realizadas e superiores, elas não concedem favores de forma ordinária. 190. Os males causados pelos desejos irrefreados podem ser curados, mas os males causados por uma percepção equivocada das coisas são muito difíceis de curar. As barreiras formadas pelo materialismo podem ser facilmente eliminadas, mas as barreiras do entendimento são muito difíceis de eliminar. 192. É preferível a perfídia e a zombaria dos néscios, do que suas louvações e elogios. É preferível a censura dos sábios, ao invés de sua tolerância e perdão. 193. Quem é materialista, e prejudica a sua conduta moral; o dano é óbvio e superficial. Quem persegue a reputação moral, disfarçando sua maldade de virtude; o dano é oculto e profundo. 194. Receber bondade, sem retribuir; Pensar em vingança, mesmo diante de uma pequena ofensa; Dar ouvidos e acreditar em mexericos; Ver a bondade em plena luz do dia, e não acreditar nela; Essas são as características de uma pessoa de baixo caráter moral; corte-a de suas amizades. 195. Quando uma pessoa pequena calunia um Educado, é como uma nuvem que obscurece o sol; em pouco tempo, ele volta a brilhar. Mas aquele que busca benefícios, em troca de favores, é como um vento ruim; ele invade o corpo, e causa uma doença invisível. 196. Nas ladeiras altas e inclinadas nas montanhas não crescem árvores, mas os vales com rios e lagos estão cheios de vegetação florescente. Nas cachoeiras não se encontram peixes, mas os tanques tranqüilos e profundos estão cheios de peixes e tartarugas. Uma conduta muito severa e rígida, uma mente fechada e um coração estreito são coisas com as quais um sábio cuida. 197. O Educado é sempre modesto e compreensivo; quem fracassa, em geral, é obstinado e inflexível. 198. Na vida cotidiana, não se envolva demais com gente pequena, para não cair nas suas vulgaridades. Ao realizar ações meritórias, não se afaste da gente vulgar, mas também não espere sua aprovação. 199. O sol está se pondo, as nuvens e o Céu são magníficos ao entardecer; O ano está terminando, e as folhas de laranjeira desprendem um aroma sublime; Nos últimos anos de seu Caminho, o sábio já refinou seu espírito cem vezes. 200. A águia, de pé, parece estar dormindo; o tigre, quando avança, parece cansado; por meio desses disfarces, eles apanham suas presas. Assim, o Educado não revela sua inteligência, nem faz alarde de seus talentos, e desse modo leva a cabo suas difíceis tarefas. 201. A simplicidade é uma qualidade virtuosa; mas, levada ao extremo, se transforma em sovinice, mesquinharia vulgar, e atrapalha o Caminho. A modéstia também é uma boa qualidade; mas levada ao extremo, se transforma em leniência, complacência vulgar, e hipocrisia. 202. Não se angustie quando as coisas não vão como o desejado, nem se regozije com qualquer prazer; Não espere que a tranqüilidade dure muito tempo, nem tema as dificuldades para começar uma tarefa. 203. Uma família que gosta muito de festas e bebidas não é uma boa família; Um mestre que busca os prazeres da carne não é um bom mestre; Um oficial que pensa demais na sua carreira não é um bom oficial. 204. As pessoas tomam por prazeroso aquilo que as satisfaz; mas, quando seus corações estão cheios de prazeres, elas ficam amarguradas. Por isso, o sábio se compraz com aquilo que contraria seus desejos, e no fim, sua amargura se transforma em alegria. 205. Quem vive satisfeito e na abundância é como água, a ponto de transbordar: não se pode aumentar uma só gota. Quem vive em crise e perigo constante, é como madeira a ponto de quebrar: não se pode aumentar nem um pouco a pressão. 206. Com olhos tranqüilos, observa as pessoas; Com ouvidos sóbrios, escute as palavras; Com o coração tranqüilo, perceba os problemas; Com a mente serena, encontre a razão das coisas. 207. Um Educado é aberto e generoso, goza de bondade e prosperidade, e faz tudo com verdadeira alegria. Uma pessoa pequena vive miseravelmente, sua visão é estreita, suas ações são estéreis, e tudo o que faz é com o espírito de avareza. 208. Ao escutar que alguém fez o mal, não se apresse em condená-lo; podem ser apenas calúnias. Ao escutar que alguém fez o bem, não se apresse em elogiá-lo; pode ser apenas uma artimanha. 209. Uma pessoa rude e impetuosa não termina nada; Uma pessoa tranqüila é abençoada em tudo o que faz. 210. Ao tratar com as pessoas, não seja seletivo ou exigente demais, ou poderá afastar pessoas que poderiam ser úteis. Ao fazer amizades, não seja seletivo ou exigente de menos, ou atrairá apenas os bajuladores. 211. Em meio aos ventos cortantes e chuvas violentas, firme seus pés; Em meio ao mato alto e campos de flores, olhe para cima; Em meio a um Caminho perigoso e difícil, olhe para a trilha. 212. Uma pessoa casta e íntegra cultiva sua amabilidade, e assim, não abre portas para o desentendimento. Uma pessoas que busca honra e posição deve cultivar a virtude da modéstia, e assim, não abrirá portas para a intriga. 213. Ao ocupar um cargo oficial, não envie cartas sem selo; seja difícil de ver, evitando oportunistas e bajuladores. Ao visitar sua aldeia, não seja orgulhoso nem mal humorado; seja fácil de ver, fortalecendo as antigas e verdadeiras amizades. 214. A uma pessoa de posto alto se mostra respeito, e assim, evita-se a baixeza; A uma pessoa comum se mostra respeito, e assim, evita-se a arrogância. 215. Quando as coisas vão contra sua vontade, pense naqueles cuja situação não é boa como a sua; seu sofrimento desaparecerá. Quando seu coração estiver desalentado, pensa naqueles cujos sucessos superam aos seus; você se sentirá renovado. 216. Não faça promessas impensadas, com a desculpa de que estava feliz; Não fique encolerizado, com a desculpa de que estava bêbado; Não discuta por nada, abusando da vontade alheia; Não abandone uma tarefa, com a desculpa de que está cansado. 217. Quem compreende perfeitamente um livro, alcança o ponto em que suas mãos e pés bailam juntos, e ele não cai nem na rede nem no anzol.* Quem observa as coisas com perfeição, chega ao ponto em que seu coração se funde com o espírito das coisas, e ele não deixa pegadas no chão.** * Não se atrapalha com as palavras ou pensamentos. **Agir natural e isento. 218. O Céu torna alguém sábio para ensinar o povo ignorante, mas no mundo, há quem se vanglorie de seus conhecimentos somente para mostrar aos outros seus defeitos. O Céu torna alguém rico para que alivie o sofrimento das multidões, mas há quem use da riqueza para abusar e maltratar os pobres. Ah, essas pessoas ofendem a vontade do Céu! 219. O sábio não tem preocupações, o parvo não tem entendimento; com ambos, se pode estudar e construir. As pessoas com propensões destacadas, mas sem um guia, desenvolvem apenas um aspecto da percepção e do entendimento; isso as torna introspectivas e desconfiadas, e é difícil ajudá-las. 220. A boca é a porta da mente; vigie-a com cuidado, ou deixará escapar suas intenções ocultas. Os pensamentos são os pés da mente; controle-os firmemente, ou será levado para o Caminho da perdição. (continua) * O Cai Gen Tan菜根譚foi escrito no século XVI pelo erudito Hong Yingming 洪應明 (ou Hong Zicheng洪自誠, 1572-1620), próximo ao final da dinastia Ming大明 (1368-1644). (…) Hong buscava estabelecer uma analogia entre as três grandes correntes do pensamento chinês em sua época: Confucionismo, Daoísmo e Budismo Chan (Zen). O livro de Hong é uma apresentação de trezentos e sessenta aforismos sobre os mais diversos aspectos da vida, sempre baseado nos ensinamentos das três grandes linhas
Hoje Macau PolíticaHo Iat Seng diz que 20.º aniversário do Fórum Macau é novo ponto de partida “O 20.º aniversário do Fórum de Macau deve ser visto não apenas como um marco histórico, como também um novo ponto de partida vantajoso para o desenvolvimento da Plataforma Sino-Lusófona rumo a um novo patamar”, afirmou ontem o Chefe do Executivo no discurso da recepção comemorativa do 20.º aniversário do estabelecimento do Fórum de Macau. Perante uma plateia recheada com os principais dignatários dos organismos nacionais presentes na RAEM, Ho Iat Seng sublinhou que “este é o momento para congregar os esforços de todos os sectores que valorizem e apoiem este projecto, avançando juntos rumo à um futuro prometedor” O Chefe do Executivo destacou o “enorme regozijo” por estar “reunido, com velhos e novos amigos por ocasião da comemoração” das décadas de existência do Fórum Macau, ainda para mais celebradas num “ano de maior importância para RAEM”. Ho Iat Seng explicou que 2023 “marca o início da plena implementação das orientações consagradas no 20.º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCC) e nas ‘Duas Sessões’ respectivamente da Assembleia Popular Nacional e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e ainda estabelece o ponto de partida da crucial implementação do segundo Plano Quinquenal de Desenvolvimento da RAEM”. Como tal, a confluência de datas só pode significar um momento político auspicioso. Agarrar oportunidades Criado há vinte anos, o Fórum Macau tem “beneficiado do imprescindível apoio do Governo Central e da participação consensual dos Países de Língua Portuguesa”, na óptica de Ho Iat Seng. O governante apontou que graças à conjugação de esforços do Governo Central, Governos dos países de língua portuguesa, o Fórum Macau desempenhou o papel de elo de ligação, reforçando o “intercâmbio e a cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. Face à conjugação de esforços desenvolvida, “a cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa tem alcançado resultados encorajadores, aprofundando-se e consolidando-se em diversas áreas, elevando também a influência de Macau a nível internacional e fomentando o desenvolvimento desta cidade”, considera Ho Iat Seng. O Chefe do Executivo comprometeu-se em “concentrar atenções no posicionamento e desenvolvimento de Macau enquanto “Um Centro, Uma Plataforma e Uma Base”, aproveitando as políticas e medidas favoráveis atribuídas pelo Governo Central para levar por diante os trabalhos multissectoriais no sentido da integração de Macau na conjuntura de desenvolvimento nacional”. Além disso, garantiu que o Executivo irá continuar a “prestar todo o apoio aos trabalhos do Secretariado Permanente do Fórum de Macau, com ênfase para a preparação da próxima Conferência Ministerial do Fórum de Macau”.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Presidente pede fim imediato da reforma judicial O Presidente de Israel pediu ontem ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para “actuar com responsabilidade e coragem” e pôr fim “de imediato” ao processo legislativo da polémica reforma judicial que está a dividir o país. “Pelo bem da unidade do povo de Israel, pelo bem da responsabilidade necessária, peço que ponham fim ao processo legislativo de imediato”, afirmou Isaac Herzog, em comunicado, quando o país regista as maiores manifestações de sempre e se encontra à beira de uma greve geral. “Toda a nação está profundamente preocupada. A nossa segurança, economia, sociedade – todos estão sob ameaça”, alertou Herzog. “Acorda agora!” Na noite passada, Netanyahu demitiu o ministro da Defesa, depois de Yoav Gallant ter pedido publicamente o fim da reforma judicial, na primeira voz crítica do Governo. A decisão do primeiro-ministro levou mais de 600 mil pessoas para as ruas em protestos maciços e improvisados em várias cidades israelitas. As universidades de todo o país fecharam “até nova ordem” em protesto e espera-se que os sindicatos apelem para uma greve geral. A reforma judicial desencadeou uma das mais graves crises internas de Israel, ao unir, em oposição generalizada, líderes empresariais, funcionários judiciais e mesmo militares do país. Uma aparente calma regressou às ruas do país depois de uma noite de protestos, em que milhares de manifestantes acenderam fogueiras na principal autoestrada de Telavive, bloqueando a passagem, bem como em outras em todo o país. Última palavra A peça central da revisão é uma lei que dará à coligação governamental a última palavra sobre todas as nomeações judiciais. Outras leis podem dar ao parlamento a possibilidade de anular decisões do Supremo Tribunal e limitar a revisão judicial das leis. Netanyahu e aliados disseram que o plano vai devolver o equilíbrio entre os ramos judicial e executivo e controlar o que consideram ser um tribunal intervencionista com simpatias liberais. Mas críticos advertiram que as leis vão eliminar o sistema de controlos e equilíbrios de Israel e concentrar o poder nas mãos da coligação governamental, acrescentando que Netanyahu, a ser julgado por acusações de corrupção, tem um conflito de interesses.
Hoje Macau EventosExposição do Madame Tussaud desde ontem no Museu do Grande Prémio Estátuas de cera dos grandes protagonistas das corridas do Grande Prémio de Macau (GPM), mas também do automobilismo mundial, podem desde ontem ser visitadas no Museu do Grande Prémio, numa parceria com o Museu Madame Tussaud de Hong Kong, conhecido por apresentar ao público representações em cera das grandes personalidades mundiais nas mais diversas áreas. A inauguração da mostra em Macau, que decorreu ontem, contou com a presença dos pilotos Michael Rutter e Robert “Rob” Huff, vencedores de provas nas várias edições do GPM. Das oito estátuas de cera, cinco foram produzidas especialmente para esta colaboração com o Museu de Cera da Madame Tussauds, nomeadamente as de John MacDonald, Ron Haslam, Michael Rutter, Robert Huff e Edoardo Mortara, sendo que as restantes estátuas, de ícones como Ayrton Senna, Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, foram reformuladas. Estas estátuas “mostram a postura imponente dos pilotos nos seus fatos de corrida”, sendo que as expressões do rosto e os gestos baseiam-se em fotografias tiradas aos pilotos durante diversas competições, incluindo quando correram ou na altura em que receberam os prémios em Macau. As estátuas dos pilotos Ron Haslam, Michael Rutter, Robert Huff e Edoardo Mortara foram produzidas próximo da sua altura real, tendo os equipamentos de corrida sido doados pelos próprios pilotos. O fato de John MacDonald foi feito com base em fotografias da sua passagem por Macau. As oito estátuas de cera dos pilotos estarão expostas ao lado dos seus veículos de corrida quando competiram em Macau, destacando o perfil de cada piloto e proporcionando aos visitantes uma experiência mais marcante. Grandes vencedores Todos os oito pilotos são reconhecidos internacionalmente e participaram no GPM, sendo que a maioria conquistou vários prémios no Circuito da Guia. John MacDonald fez a sua estreia no GPM em 1964, terminando em sexto lugar. Em 1965, MacDonald obteve a primeira das suas seis vitórias num Lotus 18 FJ no Circuito da Guia de Macau no 12º Grande Prémio de Macau. MacDonald mantém-se como o único piloto vitorioso das três corridas principais do Circuito da Guia, com quatro vitórias no GPM (1965, 1972, 1973, 1975), uma vitória no GPM de Macau em 1969 e uma vitória na primeira edição da “Corrida de 200 Milhas” em 1972 (conhecida actualmente como Corrida da Guia Macau). No caso de Ron Haslam, conhecido como “o foguete”, passou por Macau, pela primeira vez, em 1981, quando venceu o GPM de Motos na 15.ª edição da competição, ao volante de uma Honda RS1123. Em 1982 e 1983, Haslam obteve a sua segunda e terceira vitória em Macau, fazendo dele o segundo piloto a vencer três anos consecutivos. Entre 1985 e 1987, Haslam continuou a vencer a competição, resultando numa brilhante conquista de seis troféus em seis participações. Ayrton Senna, piloto brasileiro falecido precocemente num acidente, venceu o 30.º GPM em 1983, ano da realização do primeiro GPM de Fórmula 3. Na sua primeira e única visita a Macau, Ayrton Senna venceu as duas mangas, muito disputadas, triunfando na corrida inaugural do GPM de Fórmula 3 e o seu recorde de volta mais rápida manteve-se durante sete anos. Já Michal Rutter, conhecido como o “Rei das Duas Rodas de Macau”, estreou-se no Circuito da Guia em 1994, tendo conquistado o seu primeiro pódio em Macau em 1996. A sua primeira vitória foi em 1998, no 32.º Grande Prémio de Motos de Macau, e a segunda vitória em 2000. Rutter continuou o seu caminho vitorioso, obtendo quatro vitórias consecutivas entre 2002 e 2005, igualando o recorde de seis vitórias detido pelo piloto Ron Haslam. Em 2011 e 2012, continuou a vencer e em 2019 obteve o recorde histórico de nove vitórias. A exposição está patente até ao dia 2 de Abril.
Hoje Macau China / ÁsiaAlibaba | Empresário Jack Ma regressa à China após mais de um ano de ausência O fundador da gigante chinesa do comércio electrónico Alibaba, Jack Ma, regressou à China após uma ausência de mais de um ano, informou o jornal diário de Hong Kong South China Morning Post. O empresário desapareceu da vida pública chinesa em 2020, depois de ter criticado o sistema de supervisão financeira do país, após os reguladores chineses suspenderem a oferta pública inicial da Ant Group, empresa tecnológica para o sector financeiro da Alibaba, ao abrigo de regulamentos mais restritivos para o sector. Desde então, Ma tem-se mantido discreto. Vários meios de comunicação social internacionais escreveram sobre viagens que terá feito ao estrangeiro, nomeadamente a Espanha, Tailândia e Japão. O magnata chinês, que se especulou estar detido, visitou ontem uma escola na cidade de Hangzhou, fundada por executivos da Alibaba em 2017, de acordo com uma reportagem exclusiva do South China Morning Post. Ma, que deixou a presidência da Alibaba em 2019, discutiu questões como a educação e a inteligência artificial durante a visita, ainda de acordo com o jornal. O valor das acções da gigante do comércio electrónico subiram 4,28 por cento pouco depois das 13:00 horas locais na bolsa de Hong Kong, onde está cotada. Pequim permitiu ao sector tecnológico crescer durante anos sem apertada regulamentação, mas em 2020 iniciou uma campanha de controlo que resultou nos últimos anos em pesadas penalizações para várias empresas do sector.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Vendas de carros usados com forte expansão em Fevereiro As vendas de automóveis usados na China registaram uma recuperação robusta em fevereiro, impulsionadas pela crescente procura e forte recuperação do mercado após a Festa da Primavera, indica o Diário do Povo. No mês passado, cerca de 1,46 milhão de veículos usados mudaram de mãos no país, um aumento de 35,48 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Associação de Distribuidores Automobilísticos da China. Nos primeiros dois meses deste ano, mais de 2,7 milhões de veículos de segunda mão foram negociados na China, um aumento anual de 5,68 por cento. O mercado de carros usados recuperou o forte ímpeto em Fevereiro e a procura reprimida continuará a trazer grandes oportunidades de mercado, avalia a associação, acrescentando que a nova política da China para incentivar operações comerciais em grande escala e padronizadas no sector promoverá o desenvolvimento saudável do mercado. A associação expressou optimismo quanto às futuras perspectivas do mercado e observou que, à medida que as empresas de automóveis usados recuperam a confiança, espera-se que o mercado experimente uma recuperação gradual.
Hoje Macau China / ÁsiaEspionagem | Cidadão japonês vai ser alvo de processo O homem é empregado da companhia farmacêutica japonesa Astellas e foi um alto responsável da Câmara de Comércio e Indústria do Japão na República Popular da China. Estava prestes a regressar ao Japão Um cidadão japonês detido na República Popular da China é suspeito de espionagem e vai ser processado, disse ontem o governo de Pequim. “O cidadão japonês é suspeito de envolvimento em actividades de espionagem, em violação do Código Penal e da Lei Anti-Espionagem da República Popular da China”, disse Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim. “As autoridades chinesas tomaram medidas coercivas” contra o suspeito com vista ao estabelecimento de um “processo”, disse a mesma porta-voz durante uma conferência de imprensa. Ontem, antes das declarações do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Tóquio apelou à libertação “sem grandes demoras” do cidadão japonês. A embaixada de Tóquio em Pequim foi informada “este mês de que um japonês, com idade entre os 50 e os 60 anos, tinha sido detido em Pequim por violar as leis chinesas”, disse ontem o porta-voz do Governo do Japão, Hirokazu Matsuno. O porta-voz nipónico acrescentou que o consulado de Tóquio na capital da República Popular da China já pediu às autoridades de Pequim para “visitar” o cidadão japonês. A história repete-se O homem que foi detido é um empregado da companhia farmacêutica japonesa Astellas, confirmou à agência France Presse fonte da empresa, recusando-se a prestar mais declarações. Segundo a imprensa de Tóquio, o cidadão detido trabalhava na República Popular da China há duas décadas. A agência de notícias japonesa Kyodo, indicou que se trata de um “antigo alto responsável da Câmara de Comércio e Indústria do Japão na República Popular da China” e que foi detido pouco antes da data que tinha previsto para “regressar”. “A China é um país que respeita o Estado de Direito. Os cidadãos estrangeiros na China devem respeitar as leis chinesas. Os que não respeitam a lei e cometem crimes ou delitos são processados”, disse Mao Ning. “Nos últimos anos, verificaram-se casos semelhantes em que estão implicados cidadãos japoneses. O Japão deve disciplinar melhor e ‘pôr na ordem’ os próprios cidadãos”, acrescentou Mao. Em Outubro de 2019, um professor universitário japonês foi detido em Pequim e acusado de espionagem tendo sido libertado um mês depois da detenção.