Hoje Macau SociedadeIC | Apoiadas obras de restauro na residência consular O Instituto Cultural (IC) vai apoiar as obras de restauro do edifício secundário da Residência Oficial do Cônsul-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong com 1,2 milhões de patacas. A informação foi divulgada ontem por Leong Wai Man, vice-presidente do Conselho do Património Cultural e presidente do IC, no final de uma reunião plenária ordinária do órgão de consulta do Governo para assuntos de salvaguarda do património cultural. O edifício secundário da residência do cônsul serve normalmente como residência do director do Instituto Português do Oriente (IPOR). Na reunião de ontem, de acordo com a TDM – Rádio Macau, Choi King Long, representante do IC, afirmou ainda que os conselheiros manifestaram apoio às obras de restauro do muro antigo das ruínas da fábrica de Panchões Iec Long, orçamentadas em 100 mil patacas, e de um portão perto da Calçada do Amparo, no valor de 350 mil patacas. No encontro foram também apresentados aos novos membros do conselho os seis edifícios do quarto grupo de Bens Imóveis de Macau que deverão ser alvo de protecção, no âmbito da salvaguarda património cultural local. Os imóveis em consulta pública para classificação são a Casa Comemorativa Sun Yat Sen, a Casa da Família Chio, na Travessa da Porta, o Antigo Matadouro Municipal, na Rua de São Tiago da Barra, o Antigo Posto de Saúde de Coloane e ainda dois conjuntos de antigas moradias para funcionários públicos na Avenida do Coronel Mesquita.
Hoje Macau SociedadeCinco operadoras já têm áreas para jogadores estrangeiros Cinco concessionárias de jogo de Macau já criaram áreas exclusivas para jogadores internacionais, na sequência dos apelos do Governo para trazer visitantes de fora, de acordo com a imprensa especializada do território. As seis concessionárias de jogo presentes em Macau, que renovaram a 1 de Janeiro o contrato de concessão para os próximos dez anos, comprometeram-se a trazer turistas estrangeiros à região administrativa especial, uma exigência das autoridades locais que querem ver reduzida a dependência do mercado chinês. Segundo avançou na terça-feira o Allin Media, ‘site’ especializado no jogo na Ásia, a Galaxy Entertainment, empresa fundada por Lui Che-woo, de Hong Kong, inaugurou, no final de Março, uma área para jogadores estrangeiros na zona superior das escadas do Diamond Lobby (Átrio Diamante), onde se situou em tempos um ‘lounge’ para jogadores VIP. Para entrar, referiu a publicação, é necessário apresentar a permissão de entrada em Macau e um passaporte estrangeiro. Já o Venetian Macau, propriedade da Sands China, foi o primeiro casino a estabelecer uma área destas, informou o portal, sublinhando que, à semelhança do Galaxy, este espaço só está acessível a quem apresentar um passaporte estrangeiro. Segundo o ‘site’ GGRAsia, que também confirmou a existência das salas nos casinos de Macau, quem quiser jogar na área reservada do Venetian tem de apresentar um documento de viagem para comprovar que é estrangeiro. Os funcionários falam inglês, segundo apontou uma fonte à GGRAsia. Salas privadas Também o hotel-casino Grand Lisboa Palace, propriedade da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), já lançou uma área para jogadores internacionais, confirmaram os dois meios de comunicação social. O espaço está localizado no ‘Dragon Pavilion’ (Pavilhão do Dragão). Já a MGM China, a empresa fundada por Pansy Ho, filha de Stanley Ho, criou dois espaços para clientes de fora, um no MGM Macau e outro na propriedade da zona do Cotai. A Melco Resorts & Entertainment criou, por sua vez, duas áreas para jogadores internacionais na propriedade City of Dreams e uma no Studio City, de acordo com o Allin Media. Este ‘site’ indicou, por fim, que a concessionária Wynn Macau não tem uma zona exclusiva para visitantes de fora. No caso de aparecerem jogadores interessados, estes serão encaminhados para uma sala privada, concluiu.
Hoje Macau PolíticaFunção Pública | Che Sai Wang critica lentidão do Centro de Exame Médico O deputado Che Sai Wang diz ter recebido pedidos de apoio de trabalhadores da administração pública sobre o tempo de espera para a marcação de exames no Centro de Exame Médico para Funcionários Públicos. A denúncia consta de uma interpelação escrita divulgada ontem pelo legislador ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM). Numa das queixas, Che Sai Wang especifica que o tempo de espera pela organização de consultas pelo Departamento de Recursos Humanos é demasiado longo. “Uma das pessoas perguntou repetidamente ao Departamento de Recursos Humanos sobre os arranjos para os exames médicos em 2022. O Departamento de Recursos Humanos respondeu que havia colegas que ainda não tinham tido consulta e que era necessário aguardar para que esses colegas fossem consultados”, refere o deputado, acrescentando que a pessoa em causa ainda esperava este ano por vaga para marcar consulta. Como tal, Che questiona se o “Governo vai tomar a iniciativa de analisar as causas do problema e apresentar propostas para resolver as dificuldades de marcação do exame médico.” O deputado da ATFPM sugere que se permita aos funcionários marcar “exames médicos noutros hospitais”, criando um mecanismo de “reembolso dos custos dos exames médicos pelos funcionários públicos por conta própria, de modo a aliviar a pressão da longa acumulação de pessoas à espera de exames médicos”.
Hoje Macau PolíticaConselho de Estado | Jornalistas instados a dar “histórias positivas” do país O vice-director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho do Estado, Yang Wanming, encontrou-se ontem com uma delegação de representantes da comunicação social em chinês, a quem pediu o foco na partilha de notícias positivas sobre o país e sobre Macau. Yang Wanming destacou a necessidade de “criar um ambiente repleto de boas opiniões sobre o país”, avançou ontem o canal chinês da Rádio Macau. Além disso, o dirigente do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho do Estado enalteceu os meios de comunicação locais que, no seu entender, têm contribuído para solidificar os panoramas político e social de amor à pátria e a Macau, enquanto valores fulcrais. Por seu lado, o presidente da Associação dos Trabalhadores da Comunicação Social de Macau e director do jornal Ou Mun, Lok Po, indicou que o sector de jornalismo local tem consciência da importância de defender o amor à pátria e a Macau e de contar bem a história da China. Também participaram na reunião o subdirector do departamento de propaganda do comité central do PCC, Xu Lei e sub-directora do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, Yan Zhichan.
Hoje Macau EventosFreixo e Espada à Cinta é o melhor amigo português de Macau há 500 anos Reportagem de Francisco Pinto, da agência Lusa Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, é um concelho fronteiriço que mantém há mais de 500 anos, “uma forte ligação” ao território de Macau, por via dos navegadores, missionários e seus familiares. Neste concelho transmontano, ainda hoje, há uma enorme ligação afetiva com Macau, por razões familiares e históricas. “Creio que este seria o momento ideal para se estabelecer uma ligação entre Freixo de Espada à Cinta e Macau, porque há, ainda, muitos laços entre pessoas com origem neste concelho e Macau. Depois há todos os laços históricos que unem os dois territórios”, disse à Lusa o historiador local, Jorge Duarte. Os responsáveis pela ligação de Freixo de Espada à Cinta com a Região Administrativa Especial de Macau são o navegador Jorge Álvares, o almirante Sarmento Rodrigues, monsenhor Manuel Teixeira e toda uma geração de jovens que partiram deste concelho encravado entre o Douro e a Beira Serra, em direção às mais diversas regiões do Oriente. De acordo com o investigador, as relações entre Freixo de Espada à Cinta e Macau começaram em 1548, mas houve outros períodos de forte intensidade nas relações. “Os finais do século XIX são também uma época forte de emigração para Macau. Durante o século XX as relações de Macau com Freixo de Espada à Cinta foram muito próximas e muito amigáveis e familiares”, revelou Jorge Duarte. Para o historiador, o navegador Jorge Álvares, apesar de ter uma estátua de dimensões consideráveis, tanto em Macau como em Freixo de Espada à Cinta, ambas do mesmo autor e financiadas pela mesma instituição, “é uma personagem pouco estudada” ao nível da historiografia, apesar da importância que teve na disseminação das relações entre Portugal e China no seu tempo. “O que se sabe é que Jorge Álvares foi um navegador originário de Freixo de Espada à Cinta, dado a conhecer por Fernão Mendes Pinto, através do livro ‘A Peregrinação’, em que é referindo que o autor apanhou uma boleia de barco entre Malaca e Macau, no navio comandado pelo marinheiro freixenista. Sendo assim, na época de 1500, Jorge Álvares já andava por terras do Oriente”, vincou o historiador. Segundo vários registo, Jorge Álvares foi um explorador português, e terá sido primeiro europeu a aportar na China, por via marítima, e, em 1513, a visitar o território que atualmente é Hong Kong. Jorge Álvares faleceu em 08 de julho de 1521, Guangdong, na China. “Jorge Álvares era um nobre e tinha o seu centro de negócios em Macau”, defende Jorge Duarte. Em Portugal há mesmo uma fundação, cujo patrono é o marinheiro transmontano, Jorge Álvares, criada em 1999, tendo sido reconhecida pelo Governo português, em 2004, como de utilidade pública. “O objetivo que esteve na génese da sua constituição foi o de, no enquadramento da Declaração Conjunta Luso-Chinesa, suscitar e promover a cooperação entre Portugal e a Região Administrativa Especial de Macau, mantendo vivos os laços multisseculares existentes entre Portugal e a República Popular da China, de que Macau foi a manifestação mais significativa”, pode ler-se na página oficial desta Fundação. A Fundação Jorge Álvares mantém uma relação privilegiada com o Centro Científico e Cultural de Macau, instituto público do Estado Português, apoiando anualmente o desenvolvimento do seu programa de atividades em tudo quanto se relaciona com os objetivos próprios da Fundação. Em Portugal e também natural de Freixo de Espada à Cinta, há ainda um outro nome que em muito contribuiu para o fomento das relações entre este concelho e o território de Macau, trata-se do missionário Monsenhor Manuel Teixeira (1912-2003)figura icónica no seio da comunidade portuguesa de Macau. O religioso viveu 75 anos no extremo oriente, 60 anos em Macau e 15 anos em Singapura. Por exemplo, José Teixeira publicou “Manuel Teixeira, de Menino a Monsenhor”, editado pelo Instituto Internacional de Macau, há poucos anos, também António Graça de Abreu lhe dedicou o poema “Com Monsenhor Manuel Teixeira em Freixo de Espada à Cinta”, inserido no seu novo livro “Lai Yong, Bernardo e Outros Poemas”, editado pela Lua de Marfim, em julho de 2018. O clérigo viveu grande parte da sua vida em Macau e contribuiu bastante nas áreas de missionação, de educação e do estudo da história, tendo Deixou uma grande quantidade de informação valiosa e sobre o território e a história da diocese . Jorge Duarte refere ainda que não se pode desassociar a história de Macau em relação a Freixo de Espada à Cinta, porque em mais de 500 anos houve “imensos” contactos entre os dois territórios. “Ainda hoje há gente que nasceu em Freixo de Espada à Cinta a residir em Macau. Portanto, os nossos laços com Macau são muito fraternos, onde o monsenhor Manuel Teixeira, é também uma figura de relevo, nestas relações.
Hoje Macau EventosFRC | Conferência sobre arquitectura militar na próxima semana Na próxima quinta-feira decorre na Fundação Rui Cunha (FRC) a palestra “Arquitectura Militar de Macau e da Ásia Oriental: Contexto, Redes e Influência”, protagonizada pelo arquitecto Francisco Vizeu Pinheiro. Trata-se de um evento inserido no programa de comemorações do 11º aniversário da FRC “Arquitectura Militar de Macau e da Ásia Oriental: Contexto, Redes e Influência” é o nome da palestra que inaugura um novo ciclo de conferências, “Palestras Públicas de História e Património”, proposto pela Fundação Rui Cunha (FRC) numa altura em que a entidade, fundada pelo advogado Rui Cunha, celebra 11 anos de existência. Esta iniciativa acontecerá com regularidade tendo em conta a parceria entre a FRC e o Departamento de História e Património da Universidade de São José. Nesta primeira sessão caberá ao arquitecto e docente Francisco Vizeu Pinheiro falar sobre um tema que nos leva ao tempo “da chegada dos povos ibéricos, portugueses e espanhóis ao sudeste asiático trouxe consigo todo um conjunto de tecnologia militar, como canhões e armas de fogo, os quais directa ou indirectamente, tiveram bastante influência na guerra e em toda a situação política da China, Japão e Coreia”. Serão, assim, contados episódios de resistência militar da parte de Macau e também de apoio a outros povos, nomeadamente a China. Uma vez que Macau era um território já administrado por portugueses, mas com a presença dos jesuítas que dominavam o ensino no território, como foi o caso de Adam Schall Von Bell, as forças portuguesas de Macau tiveram um papel importante na ajuda que deram aos últimos herdeiros dos Ming no combate contra as forças invasoras Qing, recorrendo à utilização de canhões. Na palestra será ainda destacado o exemplo de 1622, aquando da invasão dos holandeses e a resistência de Macau, que só foi possível devido à moderna arquitectura, tecnologia militar, e respectivas tácticas, utilizadas para a época nesta parte do globo. Além disso, Macau teve ainda outro momento relevante na luta pela sua própria sobrevivência quando, em 1809, ameaçado por milhares de piratas na região, organizou uma frota de cinco navios mercantes adaptados ao uso militar acabando com esta situação ameaçadora para a cidade e para a região. Técnicas no Japão Também no Japão é possível constatar, através dos relatos de jesuítas da época, entre os quais, o português Luís Fróis, a relevância da influência militar ocidental na elite militar daquele país, a qual já adoptava conceitos tecnológicos e científicos ocidentais, cujo maior exemplo foi Oda Nobunaga, um Daimyo, Senhor Feudal de uma pequena província no centro do Japão, que na sua luta pela unificação do país, alcançou, rapidamente, a supremacia militar, utilizando com sucesso, a tecnologia e as tácticas ocidentais na arte da guerra. Nobunaga foi, igualmente, responsável por uma autêntica revolução na forma de construção de castelos, após a construção do castelo-palácio Azuchi, onde inovou introduzindo muitos elementos já existentes em castelos europeus, acabando por substituir por completo os antigos modelos japoneses. A consolidação do Shogunato Tokugawa (1615) no Japão e da Dinastia Qing (1644) na China deu início a um longo período de paz. Desde então, a evolução da arquitectura militar praticamente estagnou. Actualmente, as estruturas militares sobreviventes são adaptadas ou restauradas como importantes bens educacionais para o turismo cultural, particularmente no Japão. São disso exemplo, os vários castelos japoneses do século XVII que foram reconstruídos no século XX, assim como na China muitas muralhas de cidades que foram reconstruídas como a da cidade de Datong ou partes da Grande Muralha. Francisco Vizeu Pinheiro é professor associado na USJ, sendo licenciado em Arquitectura pela Universidade de Lisboa. Prosseguiu os seus estudos de pós-graduação em Macau-China, tendo-se doutorado no Instituto Tecnológico de Tóquio. Em Macau foi investigador e professor de Turismo Cultural no Instituto de Estudos Europeus da Macau e Instituto de Formação Turística, tendo trabalhado durante vários anos como arquitecto em diferentes instituições governamentais. Vizeu Pinheiro é também professor visitante na Universidade Jiangnam, China Continental e investigador sobre a História e Património de Macau e a sua influência na região. O académico tem feito estudos sobre o impacto social e demográfico do planeamento da habitação pública numa sociedade em envelhecimento, as sinergias entre o urbanismo verde e a preservação e revitalizações do património histórico, a cidade saudável e a indústria turística, planeamento e impacto da infraestrutura do metro ligeiro na cidade, e ainda estudos de escala e sustentabilidade de cidades.
Hoje Macau EventosAlbergue SCM | Trabalhos da mestre Sum Wai leiloados este sábado “An Embrance to the Elderly, Painting by Master Sum Wai – An Art Auction for Charity” é o nome do evento que acontece este sábado no Albergue SCM. Tal como o nome indica, serão leiloadas algumas obras de pintura e caligrafia de Sum Wai a favor do Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior Pou Tai. Os interessados podem adquirir peças com uma forte ligação ao budismo, ajudando os mais necessitados O Círculo de Amigos da Cultura de Macau (CAC) promove este sábado, entre as 15h e as 16h, no Albergue SCM, um leilão de trabalhos de pintura e caligrafia da mestre Sum Wai. O evento, intitulado “An Embrace to the Elderly, Painting by Master Sum Wai”, inclui peças doadas pela própria artista, formada em artes em 1987. Todo o dinheiro angariado terá como destino o Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior Pou Tai, uma associação situada na Taipa e que está ligada ao mosteiro budista Pou Tai Un. Este centro providencia uma grande variedade de serviços de cuidados de saúde, apoio social ou actividades culturais aos mais velhos. Através deste leilão, “além de se recolherem fundos por uma boa causa, os organizadores esperam poder aumentar a consciência das necessidades dos mais idosos na comunidade”. A mestre Sum Wai nasceu em Hong Kong em 1963 e tem dedicado a vida a estudar e a ensinar a filosofia do Budismo, pelo que as suas peças de arte reflectem as suas crenças pessoais. Desta forma, a sua pintura e caligrafia chinesas são conhecidas pelas suas “linhas delicadas, cores harmoniosas e uma profunda sensação de paz”. Além disso, “a sua arte não é apenas bonita como tem também um significado, reflectindo a sua compaixão para com os idosos e o seu compromisso em fazer a diferença no mundo”. Uma vida budista A mestre Sum Wai sempre fez a sua formação em escolas budistas. Em 1997 fundou a Associação Budista de Macau e tornou-se editora da “Macau Buddhism”, uma revista que publica artigos sob pseudónimo. Sum Wai também já publicou artigos da sua autoria no World Buddhist Forum, representando ainda Macau em actividades de intercâmbio cultural. Na escola Puji Lianfeng Sum Wai é responsável por ensinar a filosofia budista no ensino primário, actividade que mantém há quatro anos. Sum Wai espalha princípios relacionados com as ideias de servir a comunidade, sentir compaixão pelos outros e trabalhar o espírito. Preside actualmente à Associação Budista de Macau, tendo ainda dirigente associativa de outras entidades de matriz religiosa.
Hoje Macau EventosXangai | Textos chineses no mercado internacional Um relatório divulgado este domingo em Xangai, relativo ao ano de 2022, revela que mais de 16 mil textos literários chineses online chegaram ao mercado internacional. Segundo a Xinhua, trata-se de trabalhos traduzidos que atraíram mais de 150 milhões de leitores em todo o mundo, de 200 países diferentes. Desta forma, conclui o relatório, a literatura online começa a tornar-se cada vez mais uma tendência, ao invés dos romances impressos, sendo um “novo cartão de visita” para o país. O relatório conclui também que já foram editados mais de três milhões de trabalhos literários online no ano passado, sendo que 17 por cento foram escritos em 2021, cuja venda gerou receitas totais superiores a 23 mil milhões de yuan. Cerca de 2,900 publicações literárias foram traduzidas e publicadas no Webnovel, um portal de leitura detido pela China Literature Limited com cerca de 170 milhões de visitantes de todo o mundo. Uma grande percentagem de leitores online, 75 por cento, pertence à chamada Geração Z, com base num outro relatório divulgado em Hong Kong em Março.
Hoje Macau China / ÁsiaClima | Japão antecipa um Verão sufocante com risco de inundações As previsões ambientais para o Verão que se aproxima antecipam mais uma vez as catástrofes decorrentes das alterações climáticas O Japão está a antecipar mais um Verão sufocante, com um risco crescente de inundações e deslizes de terras, com os termómetros a ‘dispararem’ e a queima de combustíveis fósseis que alimenta as alterações climáticas a continuar no mundo. Os dirigentes nipónicos esforçam-se para proteger as comunidades e prometeram reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, mas no curto prazo um clima mais agressivo permanece um ameaça. “Os riscos das alterações climáticas estão perante nós”, disse Yasuaki Hijioka, vice-director do Centro para a Adaptação às Alterações Climáticas do Instituto Nacional para os Estudos do Ambiente, em Tsukuba, a nordeste do Tóquio. “Em princípio, pode-se tentar escapar de uma inundação. Mas o calor afecta uma área de tal modo vasta, que quase não há escapatória. Todos são afectados”, acrescentou. O Japão já tem propensão para fenómenos como sismos, tsunamis e tufões. A protecção das infra-estruturas tem permitido manter as pessoas seguras na maior parte dos casos. Mas as alterações climáticas significam que as comunidades são apanhadas com frequências de surpresa, uma vez que os seus sistemas foram concebidos para as condições do clima do passado. “Se levar uma rede eléctrica concebida para o século XX para um novo século de extremos de aquecimento e calor, então vai ter de considerar se os seus sistemas de energia e cuidados de saúde estão realmente preparados para um planeta que está a aquecer”, disse Kim Cobb, director do Instituto para o Ambiente e a Sociedade da Universidade de Brown. No ano passado, registaram-se mais de 200 recordes de temperaturas em cidades ao longo do Japão, o que colocou a rede eléctrica perto da utilização plena e levou mais de 71 mil pessoas para os hospitais por causa de insolações, durante os meses de Maio a Setembro. Os doentes eram idosos na sua maioria, mas também foram hospitalizadas quantidades significativas de crianças e adultos de meia-idade. Por esta causa morreram 80 pessoas. O tempo mais quente significa também mais humidade, o que acrescenta inundações e deslizes de terra às previsões para o verão, algo a que o Japão tem assistido com uma frequência crescente. Em busca de soluções Em 2019, comboios de alta velocidade ficaram parcialmente submersos nas inundações causadas pelo tufão Hagibis. Casas e autoestradas ficaram sob terras, que deslizaram. Túneis inundados retiveram pessoas e carros. As barragens não conseguiram suportar uma chuva surpreendentemente forte e persistente. A investigação de Hijioka foca-se na gestão de inundações, como o desvio de água dos rios a transbordar para campos de arroz e lagoas para as prevenir. Para evitar mortes por insolação, há uma proposta de lei vai designar alguns edifícios nas comunidades, como livrarias com ar condicionado, como abrigos. Este tipo de lei ao nível nacional é uma novidade no Japão.
Hoje Macau China / ÁsiaInteligência Artificial | Pequim quer que IA reflicta valores socialistas A China quer que as ferramentas de inteligência artificial reflictam “valores socialistas fundamentais”, segundo um projecto de regulamento divulgado ontem, enquanto operadores chineses trabalham arduamente para conceber aplicações do tipo ChatGPT. A ferramenta norte-americana ChatGPT, lançada em Novembro de 2022 e capaz de elaborar, em segundos, respostas detalhadas sobre uma vasta gama de assuntos, está a ser observada com interesse na China. A interface não está disponível no país, mas o ChatGPT é objecto de inúmeros artigos e discussões nas redes sociais, e os gigantes tecnológicos locais estão a competir para conceber ferramentas equivalentes na China. O motor de busca Baidu foi um dos primeiros grupos chineses a posicionar-se neste nicho, a que se juntou o campeão da Internet e dos jogos de vídeo Tencent e o pioneiro do comércio electrónico Alibaba. No meio da euforia que rodeia a chamada inteligência artificial generativa, a China quer regular esta tecnologia. Antes de serem disponibilizados, os produtos que utilizam inteligência artificial generativa terão de “procurar uma inspecção de segurança”, segundo o projecto de regulamento da Administração do Ciberespaço da China, citado pela agência francesa AFP. O regulador, que está a submeter o texto para comentários públicos antes de ser adoptado, não especifica quando é que o regulamento entrará em vigor. O conteúdo gerado pela inteligência artificial deve “reflectir valores socialistas fundamentais e não deve conter [elementos relativos] à subversão do poder do Estado”, lê-se no projecto de regulamento. O projecto visa assegurar “o desenvolvimento saudável e a implementação ‘standard’ da tecnologia de inteligência artificial generativa”, de acordo com o regulador da Internet na China. Ganhar o futuro A China pretende tornar-se o líder mundial em inteligência artificial até 2030, o que deverá revolucionar uma série de sectores, incluindo as indústrias automóvel e médica. O motor de busca Baidu foi o primeiro no país a anunciar que estava a trabalhar num equivalente local ao ChatGPT. Apresentado à imprensa em Março, Ernie Bot, que opera em mandarim e se dirige exclusivamente ao mercado chinês, está actualmente apenas disponível em versão beta. O gigante retalhista ‘online’ Alibaba revelou ontem a sua versão, o “Tongyi Qianwen” (máquina que sabe tudo). Na corrida pela inteligência artificial, o principal desafio para os programadores chineses é o de encontrar um robô de conversação que tenha um bom desempenho, mas que não se afaste do rigoroso quadro de conteúdo permitido. A China acompanha de perto a Internet e os meios de comunicação no país, segundo a AFP. A China, que está na vanguarda da regulamentação de novas tecnologias, já no ano passado tinha pedido aos gigantes da Internet que revelassem os seus algoritmos. No coração da economia digital, os algoritmos servem de cérebro por detrás de muitas aplicações e serviços na Internet e são geralmente um segredo bem guardado.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Associação Comercial de Macau quer mais TNR O presidente da Associação Comercial de Macau disse à Lusa esperar que o Governo facilite “sem demora” o processo de contratação de trabalhadores não-residentes (TNR), numa ocasião de retoma do sector do turismo. “Espera-se que a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais [DSAL] flexibilize as quotas dos trabalhadores não-residentes sem demora, para que os empresários possam aproveitar as oportunidades decorrentes da recuperação do sector do turismo”, disse à Lusa o presidente da Associação Comercial de Macau, Frederico Ma Chi Ngai. A rígida política ‘zero covid’ adoptada durante a pandemia por Macau, tal como na China, teve um impacto severo na economia do território. Dados oficiais indicam uma perda de 41.626 mil trabalhadores não-residentes entre Dezembro de 2019 e Dezembro de 2022. Numa resposta enviada por email à Lusa, Ma Chi Ngai lamentou a “longa escassez de mão-de-obra”, citando dados da DSAL que dão conta de que “o número de trabalhadores não-residentes contratados em Fevereiro foi apenas mais 699” do que no final de Janeiro (mais 2.335 em relação ao mês anterior). Antes, o vice-presidente da Associação de Hotéis de Macau, Rutger Verschuren, tinha dito à Lusa que as unidades hoteleiras do território ainda não estão a funcionar a 100 por cento, com falta de funcionários “em departamentos operacionais, como na limpeza ou comidas e bebidas”. “Além de terem funcionários a fazerem horas extraordinárias”, constatou. Boas entradas No que diz respeito ao período de feriados da Páscoa, a Associação Comercial de Macau, organismo composto por empresários locais e próximo do Governo, saudou “a impressionante entrada de visitantes” no território, que se deveu “ao planeamento proactivo e eficaz das campanhas publicitárias do Governo”. Dados divulgados pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública indicam que, entre 05 e 10 de Abril, entraram em Macau 481.765 visitantes, um número superior ao da semana do ano novo lunar (451 mil pessoas), principal festividade chinesa, este ano entre 22 e 28 de Janeiro. Mas apesar dos resultados “muito bons”, Ma notou que os visitantes são provenientes “principalmente de Hong Kong e do interior da China”. “Precisamos observar a proporção de visitantes estrangeiros no futuro”, considerou. O presidente da Associação Comercial sugeriu ainda que o aeroporto do território, “além de aumentar o número de rotas”, pode também “estudar como fazer uso da capacidade complementar dos aeroportos de Hong Kong e das regiões vizinhas para aumentar a capacidade de Macau”. Isto para que a província chinesa vizinha de Guangdong, Hong Kong e Macau possam “cozinhar um bolo maior e promover uma parceria mutuamente benéfica”, disse.
Hoje Macau SociedadeHotéis com casinos continuam a atrair mais turistas Apesar dos apelos do Governo de Macau para diversificar a economia local, fortemente dependente do jogo, os hotéis com casinos foram os que atraíram mais turistas durante a Páscoa, de acordo com a Associação de Hotéis do território. “Podemos concluir que os hotéis com jogo estiveram quase lotados e aqueles que baixaram os preços tiveram uma taxa de ocupação de mais de 90 por cento ao longo de três dias”, disse o vice-presidente da Associação de Hotéis de Macau, Rutger Verschuren, referindo-se ao período entre sexta-feira e domingo. “A maior parte dos hotéis que não têm jogo não estavam cheios”, acrescentou Verschuren, indicando que a taxa de ocupação variou “entre 60 por cento e 80 por cento “. O responsável admitiu que os turistas que visitam Macau vêm para jogar, embora os resorts integrados com casinos tenham flexibilizado as regras, “de modo que mesmo turistas com pequenos registos de jogo possam usufruir de quartos complementares”, ou seja, quartos habitualmente oferecidos a clientes de quem se espera que gerem receitas de jogo. Uma tendência, aliás, que se mantém, ainda de acordo com o responsável, com os resorts integrados a “convidarem, como é habitual” durante os feriados e fins de semana prolongados “os seus clientes para jogarem” e “encherem agressivamente os quartos para aumentarem as receitas do jogo”. Mais promoções Apesar dos valores optimistas de entradas, o vice-presidente da associação referiu que uma “grande percentagem, bem mais de 50 por cento ” são pessoas que só passam apenas o dia em Macau. Para reverter esta tendência e “incentivar visitantes a pernoitar”, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) de Macau lançou, a partir de segunda-feira e até 30 de Junho, a segunda fase do programa que prevê descontos para residentes de Hong Kong na compra de bilhetes de autocarros ou de ‘ferries’. A promoção “compre um bilhete de ida e receba um de regresso” contempla agora visitantes internacionais, disse a DST em comunicado.
Hoje Macau SociedadeGuangdong | Residentes com acesso a cartão de benefícios sociais As autoridades de Guangdong alargaram o âmbito do cartão intitulado “Youyue”, criado em 2018 apenas para quadros qualificados estrangeiros que trabalham na província. Assim, a partir do dia 1 de Maio, os residentes de Macau e Hong Kong podem candidatar-se ao cartão que lhes dará os mesmos benefícios detidos pelos cidadãos chineses de Guangdong. Segundo um comunicado das autoridades de Guangdong, os benefícios incluem a criação de “corredores especiais” para tratamentos médicos e marcação de consultas em hospitais integrados neste programa, apoio em matéria de recursos humanos para casais e para os filhos que queiram prosseguir estudos na província. Como requisitos, os residentes que se candidatarem ao programa devem ter experiência profissional, dar contributos para o desenvolvimento económico e social de Guangdong e pagar há, pelo menos, seis meses, os impostos e as contribuições para o sistema de segurança social. Quem já assinou protocolos de cooperação com entidades de Guangdong pode candidatar-se, bem como aqueles que trabalham na província há mais de seis meses. Já foram emitidos, até à data, mais de três mil cartões “Youyue”.
Hoje Macau SociedadeCultura | Leong Sun Iok questiona sobre apoios O deputado Leong Sun Iok quer saber que planos tem o Governo para criar novos incentivos de desenvolvimento da cultura, após o forte impacto sentido com as políticas de zero casos de covid-19 e os cortes nos apoios do Executivo liderado por Ho Iat Seng. As questões vão ser colocadas na próxima sexta-feira, durante uma sessão de interpelações orais aos Executivo. Um dos assuntos abordados vai focar o protocolo entre a RAEM e o Ministério da Cultura e de Turismo do Interior para o estabelecimento de “uma base” em Macau. “Que trabalho vai ser feito ao nível do intercâmbio e da cooperação, de forma a reforçar o treino dos quadros qualificados na região? E como é que as autoridades do Interior vão cooperar com Macau, vai haver espaço para os artistas locais desenvolverem no Interior as suas actividades?”, questiona. Sobre o desenvolvimento da cultural local, Leong Sun Iok quer ainda saber como é que os artistas locais se vão poder enquadrar nos eventos não-jogo que as concessionárias de jogo estão obrigadas a desenvolver, com as novas concessões. “Qual é o conteúdo específico dos programas de artes e culturas entregues pelas concessionárias [durante o concurso público]?”, pergunta. “E como é que estes programas vão criar plataformas e oportunidades para os artistas locais poderem participar e desenvolver-se nestes sectores?”, interroga.
Hoje Macau China / ÁsiaPolémica | Dalai Lama pede desculpa por beijar criança na boca O líder espiritual tibetano, Dalai Lama, pediu ontem desculpas por causa de um vídeo em que aparece a beijar uma criança na boca, que se tornou viral nas redes sociais e provocou severas críticas. Num comunicado divulgado na sua página de Internet, o líder religioso de 87 anos lamentou o incidente e pediu “desculpa ao menino e à sua família, bem como aos seus muitos amigos em todo o mundo, pela dor que as suas palavras podem ter causado”. O incidente ocorreu durante uma reunião pública em Fevereiro, no templo Tsuglakhang em Dharamsala, onde mora o líder exilado. No vídeo, o Dalai Lama estava a responder a perguntas das pessoas presentes na cerimónia, quando o menino pediu para o abraçar. O Dalai Lama convidou o menino a subir à plataforma onde estava sentado, mostrando-lhe a bochecha, levando a criança a beijá-lo antes de o abraçar. Nessa altura, o Dalai Lama pediu ao menino para o beijar na boca e mostrou a língua. No vídeo, é possível ouvi-lo dizer à criança, “chupa-me a língua”, enquanto o menino também mostrava a própria língua e se inclinava na direcção do Dalai Lama, provocando risos na plateia. As imagens de vídeo tornaram-se virais nas redes sociais, provocando severas críticas contra o comportamento do líder religioso. “Sua Santidade costuma provocar as pessoas que conhece, de maneira inocente e brincalhona, mesmo em público e perante as câmaras”, diz o comunicado do Dalai Lama.
Hoje Macau PolíticaEnsino | Ho Iat Seng reuniu com membro da Academia Chinesa de Ciências O Chefe do Executivo encontrou-se ontem com o membro da Academia Chinesa de Ciências e presidente honorário do Instituto de Inteligência Artificial da Universidade Tsinghua, Zhang Bo. Em cima da mesa estiveram assuntos como o desenvolvimento da indústria de inteligência artificial em Macau, com Ho Iat Seng a referir que “a inteligência artificial será o principal caminho das futuras indústrias emergentes”. O líder do Governo local deu como exemplos do papel de base no crescimento da tecnologia de inteligência artificial trabalhos da Universidade de Macau, Universidade Politécnico de Macau e Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, onde foram desenvolvidos projectos académicos relacionados com autocarros autónomos, platafomas de tradução e sistemas de segurança. Ho Iat Seng sublinhou ainda a necessidade de Macau conseguir atrair mais quadros qualificados do Interior da China e do exterior para apoiar o seu desenvolvimento do sector na RAEM.
Hoje Macau VozesÉ a cultura, génios da lâmpada! A vista de Macron teve também uma forte componente cultural. Em Cantão, o presidente francês provou chá de Lingnan e assistiu a um espectáculo musical, no qual foi utilizado um guqin com 1267 anos. As trocas culturais foram um dos aspectos mais importantes da visita, já a pensar no ano seguinte que marca o 60º aniversário do estabelecimento de laços diplomáticos entre a China e a França. “Qual era o nome da música?”, perguntou o presidente francês perguntou depois de ouvir uma peça musical guqin chamada “Gao Shan Liu Shui” (High Mountains and Flowing Water) durante uma reunião com Xi Jinping, na sexta-feira. Feito da madeira de uma árvore guarda-sol chinesa (firminiana simplex), o guqin utilizado na actuação é um tesouro nacional da China. O instrumento chama-se Jiuxiao Huanpei (Pendente de Jade do Supremo Céu), e foi feito durante a dinastia Tang (618-907), com um valor estimado de 400 milhões de yuan (58,22 milhões de dólares). Na parte de trás do guqin está gravada uma caligrafia de Su Shi, um dos maiores literatos chineses da dinastia Song (960-1279). Xue Liyang, uma perita em instrumentos musicais, disse que o guqin é a “encarnação da antiga filosofia chinesa”, que está entrelaçada com os “valores chineses de elegância, verdade, benevolência e beleza”. “A actuação deu a pessoas de diferentes origens culturais um sabor da estética ideológica da China antiga”, observou Xue. “Altas Montanhas e Águas Correntes” tem um forte significado simbólico na cultura chinesa, uma vez que a melodia está intimamente ligada à história do guqinista Bo Ya e do lenhador Zhong Ziqi. Representa a “compreensão tácita e apreciação mútua entre duas pessoas na arte”, disse Xiao Shuming, um investigador cultural, ao Global Times. De acordo com a história, Bo Ya estava a tocar música quando foi ouvido por um lenhador que passava. Enquanto Bo Ya tocava uma peça para capturar a grandiosidade das altas montanhas, o lenhador comentou “Tão alto como o Monte Tai!” Bo Ya tocou então uma música no espírito da água corrente e Zhong exclamou: “Quão vastos são os rios e oceanos!” Bo Ya percebeu então que tinha conhecido alguém que o compreendia verdadeiramente. Diz-se que quando Zhong faleceu, Bo Ya partiu o seu instrumento, uma vez que sabia que nunca ninguém iria compreender a sua música como o seu amigo tinha entendido. A própria melodia foi dividida em duas partes, “High Mountains” e “Flowing Water”, após a dinastia Tang. Embora o presidente francês só tenha conseguido ouvir “Flowing Water” durante a actuação, isto mostra que “a China vê a França como um amigo com objectivos mútuos”, observou Xiao. A Macron foram também oferecidos dois tipos de chá Oolong e chá preto chinês durante a sua visita a Guangzhou. O sociólogo Chu Xin disse que os produtos culturais locais têm sido vistos há muito tempo como um meio “suave mas eficaz” de “estratégia diplomática” utilizada para aproximar os países. “As emoções e memórias dos seres humanos estão intimamente relacionadas com os seus gostos. Tais gostos locais mostram a imagem cultural autêntica e especial de um país”, observou Chu. Em 2019, Macron ofereceu à China uma garrafa de vinho Romanee Conti 1978 como presente para assinalar o aniversário do início da reforma da China e da sua abertura em 1978. “A China e a França são dois países que respeitam o desenvolvimento das humanidades e ambos somos bons a usar ‘empréstimos líricos’ para transmitir as esperanças nos nossos corações”, observou Xiao. O presidente francês também visitou a Universidade Sun Yat-sen em Cantão. Utilizando o cantonês local para cumprimentar estudantes, Macron acolheu uma sessão universitária para revelar as suas esperanças no intercâmbio China-França em campos como as humanidades, ciência e tecnologia. A ligação entre a Universidade chinesa de Yat-sen e a França foi estabelecida na década de 1920. Apoiado por pioneiros como Sun Yat-sen, o Institut Franco-Chinois de Lyon foi a única instituição de ensino superior da China estabelecida no estrangeiro. Funcionou de 1921 a 1950. Devido a esta ligação histórica, a universidade chinesa tornou-se a mais antiga no Sul da China a estabelecer a língua francesa como licenciatura. Realizou também programas de investigação em colaboração com mais de 30 universidades francesas. Macron disse esperar que mais jovens estudantes chineses aprendam francês e que os jovens franceses partilhem a mesma paixão pela civilização, cultura e língua chinesas. Acompanhado por figuras francesas como o director Jean-Jacques Annaud e Catherine Pégard, a presidente do Palácio de Versalhes, Macron encorajou um “diálogo intercultural de artes” mais forte entre a China e a França na cerimónia, afirmando que os dois países caminharão “de mãos dadas” para continuar diversas colaborações culturais em vários campos, tais como museus, arte e cinema para assinalar a “ocasião significativa” do 60º aniversário do estabelecimento de laços diplomáticos entre a China e a França em 2024. Para agradecer à China o seu caloroso acolhimento, o presidente francês apresentou como presentes duas fotografias de Marc Riboud, o pioneiro das artes francesas, que foi o primeiro fotógrafo ocidental a documentar a República Popular da China durante a década de 1950. “Historicamente, a civilização chinesa forneceu sabedoria asiática à Europa, especialmente durante o Iluminismo francês no século XVIII. A Revolução Francesa e a cultura francesa também tiveram um profundo impacto no processo de modernização da China”, disse Wang Xuebin, professor na Escola do Partido do Comité Central do CPC.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita | Macron recebido com todas as honras, Ursula von der Leyden em tom muito menor Uma visita, duas atitudes. Emmanuel Macron trouxe consigo a presidente da Comissão Europeia, que Pequim praticamente ignorou, enquanto proporcionava ao presidente francês uma visita cheia de sucessos e com grande cobertura mediática. No fim, Macron distanciou-se das posições americanas face a Pequim e considerou que a Europa deve alcançar “autonomia estratégica” e tornar-se no “terceiro pólo” O presidente francês Emmanuel Macron recebeu o tratamento completo de tapete vermelho a semana passada em Pequim: foi-lhe oferecido um banquete estatal, foi saudado por desfiles militares, tiros de canhões na Praça Tiananmen e, quando o seu avião aterrou, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da China deu-lhe pessoalmente as boas-vindas. Já quando a Presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen chegou à China foi recebida pelo ministro da Ecologia, na saída regular de passageiros no aeroporto de Pequim. Durante os dias da visista, a agenda de Macron esteve sempre a transbordar, já a de Ursula von der Leyen foi minimal. Enquanto Macron assistia a um banquete de estado na quinta-feira à noite com o Presidente chinês Xi Jinping, von der Leyen dava uma conferência de imprensa na sede da própria delegação da UE. Enquanto os meios de comunicação social chineses relatavam a relação sino-francesa com notas positivas, demonizavam von der Leyen como um “fantoche americano”. A estratégia chinesa começou na quinta-feira, quando Xi desceu os degraus do Grande Salão do Povo para saudar o presidente francês com sorrisos e um aperto de mão. Abaixo de uma linha de bandeiras vermelhas, os dois líderes trocaram saudações com uma reunião que incluiu alguns dos conselheiros de Macron. Quem não estava presente era von der Leyen. Ela juntar-se-ia mais tarde às reuniões, subindo sozinha as escadas do Grande Salão. Convite falhado A decisão de Macron de convidar von der Leyen para a viagem pretendia ser uma demonstração da unidade europeia. Mas o resultado foi tudo menos isso. Embora os funcionários da Comissão antes da viagem tivessem salientado que von der Leyen seguiria um calendário diferente do presidente francês – e não participaria na sua visita de estado – o resultado foi desarticulado. Os meios de comunicação estatais chineses fizeram as suas opções. Na página inicial da agência Xinhua, grande parte do foco centrou-se inteiramente em torno de Macron e dos laços da China com a França, deixando a UE como um assunto quase invisível. Noutros meios de comunicação social, von der Leyen foi vilipendiada – um tema que se acelerou desde que o chefe da UE proferiu na semana passada um discurso relativamente agressivo sobre a China. “A viagem de Macron tem a expectativa de que a China dará um impulso à França … mas ao trazer von der Leyen, parece que falta um pouco de sinceridade a Macron”, lê-se num artigo publicado por uma plataforma de comunicação social afiliada ao Ministério da Defesa. E continua: “Von der Leyen, uma conhecida personalidade pró-EUA, vende a Europa para lucrar com os EUA, que não se poupa a esforços para empurrar a Europa a confrontar a Rússia. Conseguiu chegar à China apenas por se ter agarrado a Macron”. Vários comentadores com enormes seguidores nas plataformas de comunicação social chinesas dizem que a visita de von der Leyen foi realizada “com má fé”. “O seu objectivo está longe de ser simples”, de acordo com um comentador com um relato com um quarto de milhão de seguidores. “Os americanos podem tê-la encarregado de vigiar Macron”. Mas não foram apenas os comentadores chineses que apreenderam a discórdia projectada pelas comunicações desencontradas da viagem. As diferenças políticas de Macron e von der Leyen quando se trata da China – Macron, um líder ansioso por trabalhar com Pequim; von der Leyen, com uma perspectiva mais aguerrida – surgiu durante a visita. A necessária distância Horas depois de ter aterrado na China na quarta-feira, já o presidente francês se distanciava do discurso principal de von der Leyen na semana passada. Questionado sobre o assunto durante uma reunião com a imprensa, Macron recusou-se a comentar o discurso e, em vez disso, disse que a UE “tem uma estratégia que foi definida no Conselho Europeu; esta estratégia é clara e definida, e é essa que é a nossa referência”, retirando assim peso à Comissão Europeia e à sua presidente. Enquanto funcionários franceses sublinharam que Macron não estava interessado em levantar a questão de Taiwan com os seus anfitriões, von der Leyen discutiu o estatuto da ilha com Xi. “Ninguém deveria alterar unilateralmente o status quo pela força nesta região”, disse ela. “O uso da força para alterar o status quo é inaceitável e é importante que as tensões que possam ocorrer sejam resolvidas através do diálogo”. Ucrânia sem nuclear, obrigado Depois das conversações entre os presidentes, China e a França asseguraram apoiar “todos os esforços para restaurar a paz” na Ucrânia, ressalvando a sua oposição face a ataques armados contra centrais nucleares. A posição foi expressa num comunicado conjunto, citado pela agência Xinhua. Os dois países defenderam ainda a procura por “soluções construtivas, tendo por base o direito internacional, para os desafios e ameaças ao nível da segurança e estabilidade global”. Para Pequim e Paris, as disputas devem ser assim resolvidas “pacificamente e através do diálogo”. Na reunião com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, Macron disse saber que tem o apoio da China para “fazer a Rússia ver a razão e trazer todas as partes para a mesa de negociação”. O Presidente francês assinalou ainda que a “agressão da Rússia pôs fim a décadas de paz na Europa”, acrescentando estar confiante de que Pequim irá ajudá-lo a estabelecer as negociações tendo em vista “uma paz duradoura que respeite as fronteiras internacionalmente reconhecidas e evite” a escalada do conflito. Por sua vez, Xi Jinping afirmou que, em conjunto com França, exorta a comunidade internacional a evitar actos que agravem a crise. Os dois países vão ainda aprofundar o entendimento sobre as questões de segurança e fortalecer o diálogo entre as várias potências. Desde que o Presidente chinês se encontrou com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, para apresentar as suas propostas de paz, Macron é o segundo líder europeu a viajar para a China, depois do espanhol Pedro Sánchez. Autonomia estratégica Mas o grande resultado político da viagem de Macron a Pequim talvez possa ser resumido na recomendação do Presidente francês, Emmanuel Macron, segundo a qual a Europa deve estabelecer a sua própria “estratégia de autonomia” fora do padrão estabelecido pelos Estados Unidos e China, para evitar ser arrastada pelas tensões entre as duas potências. “O pior que pode acontecer é que os europeus acreditem que têm que se tornar seguidores e adaptar-se ao ritmo americano e às reações exageradas da China”, disse o chefe de Estado francês em entrevista ao jornal Les Echoes, publicada no regresso da sua visita à China. Macron fez essa consideração à luz das actuais tensões entre Estados Unidos, China e Taiwan, neste momento palco de um exercício militar chinês sobre um bloqueio à ilha, em retaliação à visita da líder da ilha, Tsai Ing Wen, aos Estados Unidos. “Por que devemos ir no ritmo escolhido por outros? Em algum momento, devemos perguntar-nos quais são os nossos próprios interesses”, afirmou. O Presidente francês explicou que a Europa pode acabar como uma “pinça” entre os Estados Unidos e a China se esse conflito se agravar. “À medida que o conflito entre este duopólio se acelera, não teremos tempo nem meios para financiar a nossa autonomia estratégica e ficaremos vassalos”, alertou. Em vez disso, Macron defende a transformação da Europa num “terceiro polo” internacional, embora tenha advertido que a sua construção levará um tempo que talvez não haja. “A autonomia estratégica deve ser a luta da Europa. Não queremos depender dos outros em questões críticas, porque no dia em que ficarmos sem margem de manobra em questões como energia, defesa, redes sociais ou inteligência artificial, o dia em que ficarmos sem a estrutura necessária sobre essas questões, ficaremos fora do ritmo da história”, concluiu. Na sexta-feira à tarde, Xi Jinping encontrou-se com Emmanuel Macron no Songyuan de Guangzhou, onde manteve uma reunião informal com o líder francês. Xi disse que nos últimos dois dias, os dois lados tiveram “intercâmbios aprofundados e de alta qualidade em Pequim e Guangzhou, que aumentaram a compreensão e a confiança mútua, e clarificaram a direcção para a futura cooperação entre a China e a França a nível bilateral e internacional”. “Estou satisfeito por partilharmos muitas opiniões comuns ou semelhantes sobre as relações China-França, China-UE, bem como muitas questões internacionais e regionais, reflectindo o elevado nível e a natureza estratégica das relações China-França”, disse Xi, observando que está disposto a continuar a manter a comunicação estratégica e a fazer avançar a parceria estratégica abrangente China-França para um nível mais elevado. Macron disse que a visita foi muito bem sucedida e produziu resultados frutuosos, que ajudarão a fazer avançar as relações França-China para um maior progresso. O líder francês disse estar disposto a manter uma comunicação estratégica estreita com Xi, e congratula-se com a visita de Xi a França em 2024. Os dois lados também divulgaram uma declaração conjunta na sexta-feira, prometendo reforçar os diálogos políticos e aumentar a confiança mútua política, promover conjuntamente a segurança e estabilidade globais, fazer avançar as trocas económicas e reiniciar os intercâmbios entre as pessoas e enfrentar conjuntamente os desafios globais. “A recepção de alto nível a Macron durante a sua visita mostrou a nossa cortesia diplomática e que os nossos actos correspondem às nossas palavras”, disse Cui Hongjian, director do Departamento de Estudos Europeus do Instituto de Estudos Internacionais da China. “A China valoriza a tradição de independência da França e o seu importante papel no avanço do mundo multipolar, e esse respeito foi sublinhado pela hospitalidade que recebeu na China”, disse Cui. “A visita não só resultou em negócios frutuosos nos domínios dos transportes, energia, agricultura, cultura e ciência, como também forneceu orientação para a futura direcção das relações China-França e China-UE, uma vez que os líderes de ambos os lados procuraram uma forma mais razoável de coexistir na era pós-pandémica e no meio da crise da Ucrânia, apesar das diferenças e competições”, afirmaram os especialistas. A cooperação continua a ser prioritária “É muito raro ver altos funcionários da UE a visitar a China no prazo de um mês (seguem-se Joseph Borrel, comissário para os Negócios Estrangeiros da UE e a MNE alemã), o que também mostrou que a Europa tem uma forte vontade de salvaguardar e desenvolver as suas relações com a China, embora haja algumas vozes diferentes dentro do bloco”, disse Cui, observando que é importante estabilizar as relações através dessas interacções de alto nível e redefinir alguns princípios de cooperação, transformando esses consensos em prática este ano. Durante a reunião de sexta-feira, Xi delineou o esforço de modernização da China e deu as boas-vindas ao lado francês para participar activamente na Feira de Cantão, na China International Import Expo e na Feira Internacional de Comércio de Serviços da China para explorar melhor o mercado chinês. “Embora haja cooperação e concorrência, existem diferenças essenciais entre as relações China-UE e China-EUA. A China e os EUA procuram a cooperação em rivalidade, mas a China e a UE precisam de lidar adequadamente com a sua concorrência em cooperação. A visita de Macron e von der Leyen enviou um sinal de que apesar do aumento da concorrência e das diferenças, a cooperação continua a ser a prioridade”, disse Wang Shuo, professor na Escola de Relações Internacionais da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim. “Ambos os lados esperam construir um ambiente externo relativamente favorável, que é a principal razão para se chegar ao consenso e ao acordo”, disse Wang. “As relações China-UE haviam sido prejudicadas pelo conflito Rússia-Ucrânia e pela questão de Taiwan, mas agora descartamos alguns mal-entendidos e dissipamos algumas preocupações durante as reuniões com os líderes europeus”, disse Wang Yiwei, director do Instituto de Assuntos Internacionais da Universidade Renmin da China.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | “China pode conquistar Taiwan sem um só tiro” Os Estados Unidos advertiram ontem de que a China poderá conquistar Taiwan “sem um só tiro”, se o Kuomintang (Partido Nacionalista Chinês, PNC), vencer as eleições presidenciais taiwanesas de 13 de janeiro de 2024. “Aqui há um debate político com dois partidos diferentes: um partido quer falar com a China [o Kuomintang] e o partido da [actual] Presidente, Tsai Ing-Wen [o Partido Progressista Democrático, PPD], não quer ser parte da China”, afirmou o presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, o republicano Michael McCaul, numa entrevista à estação televisiva NBC, em resposta a uma pergunta sobre se a população de Taiwan quer um confronto militar. “Penso que as próximas eleições, em Janeiro, vão ser de enorme importância, porque creio que, como o ex-presidente Ma [Ying Heou, do Kuomintang] está neste momento na China, a China vai tentar influenciar essas eleições e conquistar a ilha sem disparar um só tiro”, sustentou McCaul, classificando o partido Kuomintang como pró-Pequim, o que provocou uma gargalhada geral entre especialistas e comentadores. O congressista republicano participa num périplo por Taiwan, Coreia do Sul e Japão, iniciado após o encontro entre o presidente da Câmara de Representantes, o também republicano Kevin McCarthy, e a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-Wen, no Estado norte-americano da Califórnia, que tem sido alvo de protestos por parte de Pequim. Armas e mais armas O próprio McCaul se reuniu hoje com Tsai e sublinhou que “o que aconteceu em Hong Kong e a invasão russa da Ucrânia”, “abriram os olhos” à população de Taiwan que, por isso, está “muito nervosa”. O congressista norte-americano sublinhou, assim, que a capacidade militar de Taiwan “não está ao nível a que precisa de estar” para responder a uma possível invasão chinesa. “Não está ao nível a que precisam que esteja. Se vamos ter uma paz por dissuasão, necessitamos que as armas cheguem a Taiwan”, explicou McCaul, referindo-se ao fornecimento de armamento norte-americano acordado entre ambas as partes em dezembro. O Kuomintang tem defendido uma aproximação à China, embora rejeite ser favorável a Pequim: o partido frisou que existe a necessidade de “tentar reduzir a tensão no estreito [de Taiwan] para promover os interesses da população e que as partes possam iniciar uma nova era de forma amigável”. Trata-se do mesmo partido (o Kuomintang) que controlava o Governo chinês liderado por Chiang Kai-Shek e que foi derrotado na revolução maoista que culminou com a tomada do poder em 1949.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Xi quer reforçar laços bilaterais O Presidente chinês, Xi Jinping, transmitiu ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, o seu desejo de reforçar a “orientação estratégica” dos laços bilaterais, noticiaram ontem os meios de comunicação estatais. Xi Jinping enviou esta mensagem através de uma carta em resposta às anteriores felicitações de Kim Jong-un, pela sua recente reeleição como presidente da China, segundo a agência estatal norte-coreana KCNA. O líder chinês “atribui grande importância às relações entre os dois partidos e os dois países, e manifestou o seu desejo de acelerar o desenvolvimento da causa socialista de ambos os países e de promover a paz regional, a estabilidade, o desenvolvimento e a prosperidade, através de um reforço da orientação estratégica das relações bilaterais”, de acordo com a KCNA. A mensagem do líder chinês foi transmitida pelo novo embaixador de Pequim na Coreia do Norte, Wang Yajun, que apresentou as suas credenciais esta semana. Wang Yajun tornou-se o primeiro diplomata a assumir o cargo naquele país isolado, desde que o regime impôs um rigoroso encerramento da fronteira em março de 2020 devido à pandemia. Especialistas acreditam que Pyongyang permitiu a entrada de Wang Yajun em situação excepcional, por Pequim ser o seu principal parceiro comercial e estratégico.
Hoje Macau China / ÁsiaNavio de guerra dos EUA no mar do Sul da China, Pequim denuncia “intrusão” Depois da visita da líder de Taiwan aos EUA, que motivou uma forte reacção chinesa, e de uma delegação do Congresso visitar Taipé, um navio de guerra americano passeia-se pelo Estreito. Pequim declarou esta presença como sendo “ilegal” A Marinha norte-americana anunciou ontem que um dos seus navios está a realizar uma operação no mar do Sul da China, com Pequim, em manobras militares em torno de Taiwan, a denunciar “a intrusão” do contratorpedeiro. “Esta operação de liberdade de navegação respeitou os direitos, liberdades e usos legais do mar”, disse a Marinha dos Estados Unidos, numa declaração, acrescentando que o USS Milius tinha passado perto das ilhas Spratly. O navio passou a menos de 12 milhas náuticas (22 quilómetros) do recife Mischief, reivindicado pela China. “O contratorpedeiro lança-mísseis USS Milius entrou ilegalmente nas águas adjacentes ao recife Meiji [nome oficial chinês para o recife Mischief] nas ilhas Nansha [nome chinês das Spratly] da China, sem a autorização do Governo chinês”, declarou o porta-voz do Comando do Teatro de Operações Sul do exército chinês Tian Junli. A força aérea chinesa “seguiu e vigiou o navio de guerra”, acrescentou em comunicado. A passagem deste navio de guerra norte-americano numa zona contestada ocorreu quando a China realiza pelo terceiro dia consecutivo exercícios militares em redor de Taiwan, em protesto contra uma visita aos EUA da líder da ilha, Tsai Ing-wen. A China disse ontem que mobilizou caças com “munição real” e o porta-aviões Shandong para executarem “ataques simulados” a alvos em Taiwan, após ter cercado o território com dezenas de aviões e navios de guerra. “Vários grupos de caças H-6K com munição real realizaram vários ataques simulados em alvos importantes na ilha de Taiwan”, informou o Comando do Teatro de Operações Oriental do Exército de Libertação Popular, especificando que o Shandong também “participou nos exercícios”. O exército chinês enviou dezenas de caças e 11 navios de guerra para próximo de Taiwan, na sequência do encontro entre a líder da ilha, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Representantes do Congresso norte-americano, Kevin McCarthy, informou o Ministério da Defesa de Taiwan. Os militares chineses anunciaram anteriormente “patrulhas de prontidão de combate” para um período de três dias, num aviso a Taiwan. A decisão de enviar aviões e navios de guerra para próximo do território surgiu após o encontro entre Tsai e McCarthy, na Califórnia. Este fim de semana, Tsai reuniu com uma delegação do Congresso dos EUA, depois de voltar a Taipé. A China respondeu ao encontro entre Tsai e McCarthy com o aumento da actividade militar e a proibição de viagens e sanções contra entidades e pessoas associados à viagem de Tsai aos EUA. Entre domingo e segunda-feira, 70 aviões cruzaram a linha mediana do estreito de Taiwan, uma fronteira não oficial, de acordo com o comunicado do Ministério da Defesa de Taiwan. Entre os aviões que cruzaram o espaço aéreo constam oito caças J-16, quatro caças J-1, oito caças Su-30 e aviões de reconhecimento. Isto ocorreu depois de, entre sexta-feira e sábado, oito navios de guerra e 71 aviões chineses terem sido detetados perto de Taiwan, de acordo com o Ministério de Defesa da ilha. O Ministério disse, em comunicado, que está a abordar a situação de uma perspectiva de “não escalar conflitos e não causar disputas”. Taiwan disse estar a monitorizar os movimentos chineses através dos sistemas de mísseis em terra e navios da Marinha. Além das patrulhas de prontidão de combate, o Exército de Libertação Popular da China vai realizar exercícios com fogo real na baía de Luoyuan, na província de Fujian, que fica no leste da China e defronte a Taiwan, anunciou a Autoridade Marítima local no fim de semana. Nos últimos anos, as incursões de jactos da Força Aérea chinesa no espaço aéreo de Taiwan intensificaram-se e, após a ex-presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA Nancy Pelosi ter visitado a ilha, em agosto passado, Pequim lançou exercícios militares numa escala sem precedentes, incluindo lançamento de mísseis e uso de fogo real.
Hoje Macau EventosCCCM | Relação entre Portugal e Macau celebrada com exposição O Centro Científico e Cultural de Macau organiza uma exposição que apresenta um vislumbre de cinco milénios de história e arte da China. A mostra tem como objectivo realçar a importância da RAEM nas relações entre Ásia e Europa Uma garrafa de porcelana com cinco séculos e a última bandeira hasteada na transferência da administração de Macau são alguns dos objectos que contam a relação entre Portugal e a Macau no Centro Científico e Cultural de Macau, em Lisboa. Estas são apenas duas das cerca de 4.000 peças patentes no espaço museológico do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) e que pretendem “dar uma ideia de 5.000 anos de história e arte chinesa, que vai desde o período neolítico até ao início do século XX”, como explicou o director do museu, Rui Dantas. Neste espaço, adiantou à Lusa, os visitantes podem perceber “como Macau foi criado e as relações que se estabeleceram entre a Europa e a Ásia, a partir de Macau”. O acervo conta com exemplares das primeiras cerâmicas neolíticas, até terracotas funerárias, bronzes, cerâmica song, objectos para o fumo do ópio, pinturas, pratas e leques, entre outros. Um dos objectos em destaque é uma garrafa decorada que foi encomendada, em 1522, por Jorge Álvares, um mercador abastado de Freixo Espada à Cinta que teve como sócio Fernão Mendes Pinto e foi um dos pioneiros portugueses no negócio da porcelana. A obra assinala o início do comércio da porcelana, sendo uma das primeiras peças de encomenda no arranque de um vasto percurso de trocas comerciais, explicou o director do Museu de Macau. Buda de Pun Yu Shu Outra peça em destaque é um Buda assinado pelo artista cerâmico Pun Yu Shu, discípulo do célebre mestre da cerâmica de Shek Wan, e que foi encomendada pelo coleccionador Silva Mendes, o primeiro europeu a coleccionar peças de qualidade com as características da cerâmica de Shek Wan. O espaço conta com um apontamento sobre a transferência (da administração do território de Portugal para a China), tendo exposta a última bandeira a ser arreada nas cerimónias oficiais da transferência da administração de Macau, em 1999. Foi precisamente esse o ano em que o CCCM foi criado, com o objectivo de “promover o conhecimento das relações entre a Europa e a Ásia”, propósitos que se mantêm, com uma forte componente na formação, segundo a presidente do Centro, Cármen Mendes. Nesta área, destacou o curso de Cultura e Língua Chinesa, recordando que o centro foi “a primeira instituição a leccionar este curso em Portugal”. Segundo Cármen Mendes, este é um centro “vivo”, com a passagem de muitos investigadores, doutorandos, bolseiros e pessoas interessadas nas relações entre Portugal e a Ásia, e outras que simplesmente não resistem a ofertas de formação como, por exemplo, sobre o patuá ou o guzheng (instrumento de música tradicional chinesa), administradas neste espaço. “Temos cada vez mais visitantes, não só na nossa biblioteca – que é a melhor biblioteca com obras sobre a Ásia em Portugal, que reúne investigadores e outros interessados na Ásia -, o nosso museu e os cursos de formação que vamos leccionando para especialistas, académicos e também a sociedade civil e o público em geral”, indicou à Lusa. Ao nível da investigação, sublinhou, “o centro tem tido um papel pioneiro na ligação de todos os académicos que trabalham sobre a Ásia em Portugal, alguns portugueses no estrangeiro e alguns estrangeiros com fortes ligações à academia portuguesa”. Incentivo à investigação Carmen Mendes destacou ainda as Conferências da Primavera, que reúne cerca de 180 oradores e a atribuição de bolsas de doutoramento anuais, financiadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), que tutela o Centro, a estudantes de doutoramento que fazem investigação sobre a Ásia. O CCCM conta com 25 bolseiros de doutoramento, voluntários que neste espaço conseguem uma grande proximidade com a Ásia. “Temos aqui pessoas das mais diversas áreas disciplinares – da arte, religião, língua, cultura, também história e economia, mas há algo que as une: A paixão pela Ásia”, afirmou Carmen Mendes mostra-se entusiasmada com a criação de uma incubadora científica e académica, que “vai permitir investigadores, empresários e até artistas terem esta ligação a Macau, através da Universidade de São José, a Universidade Católica de Macau”. Em relação à biblioteca, a chefe da divisão de Informação e Documentação do CCCM, Helena Dias Coelho, apresenta-a como primeiramente “vocacionada para o estudo das relações entre Portugal e Macau” e, mais tarde, alargado a toda a Ásia. “Somos, sobretudo, procurados por estudantes de estudos asiáticos, investigadores, muito por jovens estudantes de ensino superior, doutorandos e a nossa documentação responde a este tipo de procura”, disse à Lusa. Nessa biblioteca, as obras mais procuradas são as gerais da história da Ásia, mas também os espólios, nomeadamente do monsenhor Manuel Teixeira, um historiador que viveu em Macau, onde publicou mais de uma centena de livros e centenas de artigos na imprensa. Foi o próprio que doou o seu espólio ao CCCM, estando o mesmo devidamente tratado e consultável, repartido entre livros, fotografias, textos e pequenas notas. Nos arquivos da biblioteca está ainda uma colecção de microfilmes constituída por cerca de 7.000 microfilmes, com mais de 50.000 documentos essenciais para o estudo de Macau e das suas instituições, entre o início do século XVII e meados do século XX.
Hoje Macau PolíticaFundação Oriente | Carlos Monjardino em Macau O presidente da Fundação Oriente, Carlos Monjardino, está em Macau, e tem encontros agendados com o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, e a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong. A informação foi avançada pela TDM-Rádio, a quem Carlos Monjardino tinha adiantado em Março os detalhes sobre a visita. Durante a estadia no território, o presidente da Fundação Oriente vai ainda encontrar-se com o cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, e manter reuniões de trabalho com a nova delegada da Fundação Oriente, Catarina Cottinelli.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Infracções de taxistas aumentam 60% Desde o início do ano até 14 Março foram registadas 106 infracções cometidas por taxistas no território, de acordo informação fornecida pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública fornecida ao canal chinês da Rádio Macau. Este valor representa um aumento de 60 por cento face ao mesmo período do ano passado. Mais de metade das queixas foram feitas por residentes e relacionam-se com a recusa de transporte, cobranças excessivas, desrespeito pela ordem de chegada nas paragens, realização de percursos excessivamente longos e negociação de preços.