Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Pelo menos 27 mortos por consumo de álcool adulterado Pelo menos 27 pessoas morreram devido ao consumo de álcool adulterado no estado indiano de Bihar (leste), onde vigora a proibição total de venda de bebidas alcoólicas desde 2016, anunciaram ontem as autoridades. A polícia indiana registou 27 mortes no distrito de Champaran Leste, nove casos estão sob avaliação e pelo menos 20 pessoas estão internadas em estado grave. As forças de segurança detiveram 174 pessoas no decorrer das investigações e foram tomadas medidas disciplinares contra vários indivíduos. As autoridades apreenderam mais de 1.700 litros de bebidas alcoólicas caseiras e 2.200 litros de produtos químicos utilizados no fabrico das bebidas, cujo consumo continua a ser frequente apesar da proibição em vigor. Centenas de pessoas morrem todos os anos na Índia por consumirem álcool adulterado, mais barato do que o álcool produzido comercialmente, mas que pode muitas vezes levar a envenenamento. Dos estimados cinco mil milhões de litros de álcool consumidos anualmente no país, cerca de 40 por cento são produzidos ilegalmente, de acordo com a Associação Internacional do Vinho e das Bebidas Espirituosas da Índia. As bebidas alcoólicas ilegais são frequentemente adulteradas com metanol para aumentar o teor alcoólico. Se ingerido, o metanol pode causar cegueira, danos hepáticos e morte.
Hoje Macau China / ÁsiaSalão Automóvel | Apresentados 70 modelos eléctricos em Xangai Os fabricantes automóveis apresentaram 70 modelos eléctricos no Salão Automóvel de Xangai, entre os quais a Volkswagen, que revelou um veículo com autonomia de 700 quilómetros, quando o sector atravessa transformações profundas, com a emergência de concorrentes chineses. A Auto Shanghai 2023, a maior exposição de automóveis do mundo, que se realiza em Xangai, a “capital” económica da China, reflecte a intensa competição no mercado de veículos elétricos, que atravessa um período de rápido crescimento na China, depois de o Partido Comunista Chinês ter investido milhares de milhões de dólares em subsídios e na construção de infraestruturas. No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros eléctricos – mais do que em todos os outros países do mundo juntos. Marcas como a General Motors, BMW e Nissan e as rivais chinesas BYD e NIO revelaram dezenas de novos veículos eléctricos no Centro de Exposições de Xangai. As marcas realçaram a crescente rapidez no carregamento das baterias, o aperfeiçoamento nos sistemas de navegação e entretenimento via satélite e a possibilidade futura de tecnologia de condução autónoma. As fabricantes mundiais dependem da China para impulsionar o crescimento das vendas, num período de fraca procura nos mercados norte-americano e europeu. Isto exige, no entanto, que invistam no desenvolvimento de novos modelos, para sobreviverem num mercado cada vez mais competitivo. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais de veículos eléctricos, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas constructoras alemãs, japonesas e norte-americanas. A China está a “desempenhar um papel de liderança na transformação eléctrica e digital da indústria”, disse o chefe executivo da norte-americana Ford Motor, Jim Farley, numa mensagem em vídeo exibida durante o evento.
Hoje Macau China / ÁsiaG7 acusado de calúnia pela China após declaração conjunta A China acusou ontem os chefes da diplomacia dos países do G7, que estão reunidos no Japão, de calúnia e difamação, após uma declaração crítica das políticas de Pequim. “A reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 ignorou a posição da China e factos objectivos”, disse Wang Wenbin, porta-voz da diplomacia chinesa, em conferência de imprensa. Os ministros dos países membros do G7 “interferiram nos assuntos internos da China, caluniaram e difamaram a China”, acusou Wang, expressando o “forte desagrado” de Pequim. Wang Wenbin foi questionado sobre o comunicado final dos chefes da diplomacia do grupo dos sete países desenvolvidos (França, Japão, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Itália, Reino Unido). No texto, são referidas as preocupações face à política de Pequim em relação a Taiwan, Mar do Sul da China, Xinjiang e Tibete. O G7 alertou Pequim para as suas reivindicações territoriais no Mar do Sul da China, afirmando que estas “não têm base legal”. Os chefes da diplomacia do G7 manifestaram ainda oposição às “actividades de militarização” de Pequim naquelas águas. “Nas entrelinhas, esta declaração está repleta de arrogância, preconceito e intenção maliciosa de se opor à China e conter o seu desenvolvimento”, apontou Wang. O porta-voz disse que a China apresentou protestos formais ao Japão, anfitrião da reunião do G7. Paz estreita O G7 também considerou “essencial” a manutenção da paz no Estreito de Taiwan, onde Pequim lançou amplos exercícios militares, após um encontro entre a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, no início de Abril. “Para realmente manter a paz no Estreito de Taiwan, devemos opor-nos claramente e interromper qualquer iniciativa para alcançar a independência de Taiwan”, disse Wang Wenbin, em resposta ao G7. Sobre o Mar do Sul da China, o porta-voz disse que a situação actual é “geralmente estável” e pediu ao G7 que não “semeie discórdia entre os países da região” com as suas declarações. No documento, estão também reflectidas as “preocupações” do G7 relativamente à “expansão contínua e acelerada do arsenal nuclear da China”, apelando para a “estabilidade para uma maior transparência” sobre as armas atómicas.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | China preparada para mediar acordo de paz entre israelitas e palestinianos O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, referiu esta segunda-feira, em conversas separadas com os homólogos israelita e palestiniano, que a China está preparada para mediar um acordo de paz no Médio Oriente. As conversas telefónicas com os ministros dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eli Cohen, e do Palestina, Riyad Al-Maliki, citadas pela agência de notícias estatal Xinhua, ocorrem num momento em que a China tem feito um avanço diplomático no Médio Oriente, que causa embaraço aos Estados Unidos. Qin encorajou o seu homólogo israelita a “tomar medidas que permitam a retoma das negociações”, enfatizando que a China está “pronta para desempenhar o papel de mediador”. O chefe da diplomacia chinesa referiu ao seu homólogo palestiniano que a China é a favor da retoma das negociações o mais rápido possível, ainda segundo a agência estatal. O ministro chinês lembrou aos seus dois homólogos que a China apoia uma solução baseada no princípio de dois estados, enquanto o processo de paz israelo-palestiniano está parado desde 2014. ‘Chapéus” há muitos As autoridades norte-americanas têm procurado minimizar o papel da China, argumentando que Pequim ainda está longe de superar os norte-americanos no Oriente Médio, que permanece em grande parte sob a protecção do ‘chapéu’ de segurança de Washington, noticiou a agência France-Presse (AFP). No entanto, este avanço diplomático da China desafia Washington, suspeito de abrir mão gradualmente do seu lugar como actor-chave na região, para se concentrar melhor a curto prazo na guerra da Rússia contra a Ucrânia e, a longo prazo, na China e na Ásia-Pacífico. Eli Cohen divulgou também esta segunda-feira, em comunicado, que pediu ao homólogo chinês, durante a conversa telefónica, que este usasse a sua influência sobre o Irão para “impedi-lo de obter capacidades” nucleares. “Conversamos sobre o perigo do programa nuclear do Irão, perigo compartilhado por muitos países da região, inclusive países que mantêm relações diplomáticas com o Irão. A comunidade internacional deve agir imediatamente para impedir que o regime do aiatolá em Teerão obtenha capacidade nuclear”, salientou o ministro. Esta é a primeira conversa entre os dois ministros e ambos concordaram em continuar o diálogo bilateral, informou o ministério israelita. Os dois também abordaram a próxima visita em Junho à China do Presidente palestiniano Mahmoud Abbas, para se encontrar com o Presidente chinês Xi Jinping. Ano sangrento A Palestina vive o início de ano mais sangrento desde 2000, no quadro de um agravamento da violência entre israelitas e palestinianos que, desde o início de 2023, registou a morte de 96 palestinianos e árabes israelitas em incidentes violentos com Israel e também 19 pessoas do lado israelita, vítimas de atentados. Israel conquistou Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias, em Junho de 1967, juntamente com a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Posteriormente, anexou Jerusalém Oriental, uma decisão nunca reconhecida pela comunidade internacional. Os palestinianos pretendem recuperar a Cisjordânia ocupada e Gaza e reivindicam Jerusalém Oriental como capital do Estado da Palestina.
Hoje Macau Via do MeioXunzi 荀子 – Elementos de ética, visões do Caminho Da Nomeação Correcta, Parte VII E, assim, os ensinamentos do sábio são tais que, se neles ponderarmos, é fácil compreendê-los. Se os pusermos em prática, será fácil encontrar segurança. Se os afirmarmos será fácil manter a nossa posição. Se os seguirmos completamente, obteremos aquilo que desejamos e evitaremos aquilo que detestamos. Os ensinamentos do insensato são o oposto disto. As Odes dizem: Se fosses um fantasma ou um yu Seria impossível derrotar-te. Mas tu tens infames rosto e olhos humanos E mostras-te incorrecto com os outros. Por isso criei esta canção que agora canto Para te corrigir as maneiras impias e falsas. Isto exprime o que quero dizer. Todos aqueles que dizem que a boa ordem só se seguirá à eliminação dos desejos são pessoas a quem faltam os meios para conduzir o desejo e que são incapazes de lidar com o simples facto de terem desejos. Todos aqueles que dizem que a boa ordem deve aguardar a diminuição dos desejos são pessoas a quem faltam os meios para refrear o desejo e que são incapazes de lidar com a abundância de desejos. Ter desejos, ou não ter desejos, são coisas de dois tipos, tais como estar vivo ou estar morto, e nada tem a haver com ordem ou desordem. Ter muitos desejos, ou ter poucos desejos, também são coisas de tipo diferente e referem-se ao número de disposições das pessoas, mas nada tem a haver com ordem e desordem. A ocorrência de desejos não aguarda permissão para que sejam satisfeitos, mas aqueles que os procuram satisfazer seguem aquilo que lhes parece adequado. O facto de a ocorrência de desejos não aguardar permissão para a sua satisfação é algo recebido do Céu. O facto de aqueles que os procuram satisfazer seguirem o que lhes parece adequado é algo recebido do coração. Quando um só desejo recebido do Céu é controlado por inúmeras coias recebidas do coração, será decerto difícil classificá-lo como algo verdadeiramente recebido do Céu. Nota Xunzi (荀子, Mestre Xun; de seu nome Xun Kuang, 荀況) viveu no século III Antes da Era Comum (circa 310 ACE – 238 ACE). Filósofo confucionista, é considerado, juntamente com o próprio Confúcio e Mencius, como o terceiro expoente mais importante daquela corrente fundadora do pensamento e ética chineses. Todavia, como vários autores assinalam, Xunzi só muito recentemente obteve o devido reconhecimento no contexto do pensamento chinês, o que talvez se deva à sua rejeição da perspectiva de Mencius relativamente aos ensinamentos e doutrina de Mestre Kong. A versão agora apresentada baseia-se na tradução de Eric L. Hutton publicada pela Princeton University Press em 2016.
Hoje Macau Manchete SociedadeEPM | Escola celebra um quarto de século, enquanto espera expansão A Escola Portuguesa de Macau celebrou ontem 25 anos de existência. Com um quarto de século de história e um legado que reforça a presença portuguesa no território, a escola espera uma oportunidade para expandir, numa altura em que quase metade dos seus estudantes não têm o português como língua materna Mais de 40 por cento dos alunos da Escola Portuguesa de Macau (EPM) têm outra língua materna, disse à Lusa o director da instituição, que celebrou ontem os 25 anos, à espera de novidades sobre uma eventual expansão. A EPM tem actualmente 713 estudantes de 20 nacionalidades, sublinhou Manuel Machado. “Em termos médios já estamos acima dos 40 por cento de alunos de língua materna não-portuguesa”, sendo que a maioria destes são chineses com estatuto de residente de Macau, acrescentou. O director da escola sublinhou a “grande diferença” em relação a 1998, altura em que a esmagadora maioria dos estudantes era portuguesa. “Existe uma maior diversidade cultural, o que é um factor de grande importância na formação dos jovens”, explicou. Aquando da abertura, a EPM contava com cerca de 1.140 alunos, número que foi caindo, ao longo da década seguinte, para perto de 450, “fruto também da saída de muitas famílias portuguesas”, disse Machado. A tendência inverteu-se por volta de 2008, altura em que “a escola começou a ser muito procurada por alunos de língua materna não-portuguesa”, referiu o líder da instituição. Machado disse acreditar que os chineses de Macau querem que os filhos aprendam português “enquanto língua que poderá vir a ser útil no futuro quer no prosseguimento de estudos em Portugal quer no diz respeito à futura actividade profissional”. O fenómeno “tem colocado um desafio à escola”, mesmo no que toca aos alunos vindos do Costa Nunes, o jardim de infância de língua portuguesa de Macau, admitiu o director da EPM. “Há alunos que dominam perfeitamente o português, obviamente, mas também há outros com grandes dificuldades ainda no domínio da língua portuguesa”, disse Machado. Espaço para crescer A escola criou uma oficina de filosofia, onde a língua portuguesa é de uso obrigatório, e um projecto de leitura orientada, ambos para “reforçar o ensino do português” aos novos alunos, cuja maioria é de língua materna diferente, sublinhou o responsável. Com o aumento da procura, Machado reiterou que a EPM “precisa de mais espaço e as autoridades de Macau têm demonstrado uma grande abertura para apoiar a escola na criação desse espaço”. Já este Verão, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude de Macau vai apoiar obras de reparação e manutenção da instituição, para “que a escola esteja em perfeitas condições para funcionar no próximo ano lectivo”, revelou o director da EPM. Recorde-se que o Chefe do Executivo de Macau partiu ontem para Portugal, onde estará até 22 de Abril, estando previstos encontros com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho. Manuel Machado disse não saber se uma eventual expansão da EPM será um dos temas na agenda de Ho Iat Seng, mas disse que “gostaria de poder anunciar novidades o mais breve possível”.
Hoje Macau Entrevista MancheteTurismo | Helena de Senna Fernandes aponta ao regresso dos mercados internacionais A directora da Direcção dos Serviços de Turismo considera que a exposição “Sentir Macau”, que desde sábado pode ser vista no Terreiro do Paço, em Lisboa, é uma tentativa de regresso aos mercados internacionais. Em entrevista à Lusa, Helena de Senna Fernandes defende que Lisboa é o ponto de partida para a tentativa de captar mais turistas internacionais Foto de Gonçalo Lobo Pinheiro Desde o final da última semana que uma equipa da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e representantes das seis operadoras de jogo estão em Portugal para promover aquilo que de melhor Macau tem para oferecer no sector turístico. Em entrevista à Lusa, a partir de Lisboa, a directora dos Serviços de Turismo de Macau afirmou que as acções de promoção em Lisboa assinalam a tentativa de regresso do território aos mercados internacionais, um objetivo estratégico do Governo. Helena de Senna Fernandes admitiu que a pandemia da covid-19 alterou o modelo de gestão do território, que se fechou ao exterior e há agora “um caminho a recuperar” na promoção exterior. “Em termos de mercados internacionais, vamos retomar o nosso trabalho, ficamos realmente fechados para o mercado internacional durante algum tempo e tivemos que parar porque foi um passo para proteger para a população” devido à pandemia. Macau seguiu as indicações de Pequim e adoptou uma política de tolerância zero contra a covid-19, fazendo com que o território apenas pudesse receber turistas da China. “Temos que recomeçar o que não foi feito em três anos”, disse. Mas “o passo para a frente não vai ser completamente fácil” porque há muita concorrência turística, reconheceu Senna Fernandes. Antes da pandemia, o peso do mercado internacional valia entre 9 a 10 por cento do turismo em Macau, um cenário que mudou drasticamente, reconheceu, admitindo que hoje “são muitos poucos os estrangeiros” no território. “Em Março, foram só 2.000 pessoas internacionais a entrar por dia”, explicou a directora, considerando que esta preocupação com os turistas estrangeiros é transversal a todo o governo. Exemplo disso são algumas das medidas dos novos contratos de concessão de jogo para as operadoras dos casinos, que passaram a estar obrigadas a investir nos mercados e na promoção internacional, criando novos produtos e novos canais de captação de turistas. “Daqui para a frente julgo que vocês vão ver muito mais trabalho junto dos mercados internacionais, o turismo internacional é diferente do turismo interno, com um consumo mais diversificado”, afirmou. Lisboa global A acção de promoção de Macau em Lisboa aproveita a presença em Portugal do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, para tentar “ter mais atenção” da opinião pública portuguesa. “Estamos aproveitar a visita do Chefe do Executivo para também ter um foco maior em Macau”. Por outro lado, “todo mundo parece que hoje em dia vem para Portugal” e uma acção em Lisboa é uma “promoção para o mundo”. Além disso, a Praça do Comércio é “um espaço multicultural” com milhares de estrangeiros e os stands de Macau e o ‘videomapping’ no Terreiro do Paço terão um “impacto muito grande junto de vários mercados”, além do português, considerou Helena de Senna Fernandes. “Não vamos ter de Portugal grandes números de visitantes, mas Portugal é importante para já, para trabalhar na Europa e, por outro lado, eu acho que Portugal também é uma porta para os mercados de língua portuguesa”, procurando promover Macau como “centro de mundial de turismo e lazer”. O facto de Macau ser património mundial ou a classificação do território como “cidade criativa de gastronomia da UNESCO” são elementos que acabam por atrair novos mercados também na região. “Estamos a ver muitos turistas já asiáticos a querer também provar a comida única de Macau”, explicou, acrescentando que o território tem novos espaços de concertos, parques aquáticos e mais locais para eventos. Durante a pandemia, a maior parte dos escritórios turísticos de Macau fechou, mas Senna Fernandes admitiu que o cenário mudou. “Neste momento estamos a equacionar para cada mercado o que fazer. O mundo mudou muito, se calhar não é tão importante uma presença [mas sim] trabalhar directamente com o consumidor”, usando as novas tecnologias. Preservação estratégica A responsável considerou ainda que os governos central e regional têm feito por preservar “a singularidade” do local, herança mista de influências chinesas e portuguesas. “É isto que nos distingue e não podemos perder”, afirmou, admitindo que o carácter único de Macau é aquilo que o distingue do resto da China. E explicou: Pequim deu três objectivos estratégicos a Macau, a aposta no turismo, a ligação do território à lusofonia, mas também transformar a Região Administrativa Especial numa “base de intercâmbio cultural”. “[É] importante aproveitar os nossos laços portugueses, mas também os nossos laços chineses” e “aproveitar desta boa relação entre as duas culturas” elementos que ajudem a “utilizar Macau como um ponto de encontro” cultural. Apesar do fecho das fronteiras, motivado pela pandemia da covid-19 e o aumento dos turistas chineses, continuam a existir projectos de preservação da herança histórica do território, desde o dialecto local (‘patuá’) à cozinha macaense, mas também há novos “espaços turísticos de inspiração portuguesa” a abrir. “Há muitos chineses que têm muito interesse em Macau porque Macau tem esta mistura de Portugal e China”, explicou. Exemplo disso são os sucessos dos pontos de venda de pastéis de nata, comida portuguesa ou macaense, salientou a directora do turismo. Hoje o território vive um equilíbrio, com uma “grande influência em termos de cultura chinesa em Macau”, mas também continua “a ter muita afinidade com as raízes portugueses e macaenses”. Admitindo que a presença chinesa no território é “muito grande e intensa”, Senna Fernandes considerou que o futuro de Macau passa por “preservar a sua identidade” na China global, algo que “é promovido pelo governo central”. A responsável frisou ainda, na mesma entrevista, que o território tem de se preparar para uma nova geração de turistas chineses que procura uma oferta ligada a experiências, redes sociais e eventos. “Neste momento temos dois grupos, os que chegam em grupo de excursão, e aqueles que vêm individualmente, os ‘independent visitors’”, afirmou. A maior parte dos que chegam em excursões tem mais de 55 anos e os que viajam de modo individual têm menos de 35 anos. Este grupo mais novo “gosta muito de ir para além dos casinos e, se calhar, nem visita os casinos ou vai apenas por curiosidade”, preferindo aproveitar Macau como um espaço turístico mais completo. “Há muitas lojas pequenas que, porque têm presença nas redes sociais, têm muita gente que vai lá”, exemplificou.
Hoje Macau PolíticaGoverno “sem condições” para lançar novo cartão de consumo O Governo de Macau disse hoje não ter condições para atribuir mais oito mil patacas a cada residente, lembrando estar ainda em vigor um plano para aliviar o impacto da pandemia de covid-19. “A recuperação económica já está mais estável e melhor do que previsto (…). Neste momento, não temos condições para atribuir mais oito mil patacas através do cartão de consumo”, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, na Assembleia Legislativa. O Governo já injetou no mercado, até ao dia 10 deste mês, “um montante total de cerca de 9.794 milhões de patacas, gerando um efeito benéfico global de cerca de 13.927 milhões de patacas, o que impulsionou eficazmente o mercado de consumo e mitigou os efeitos da epidemia sobre a vida da população”, disse o responsável, na resposta a uma interpelação apresentada pelo deputado José Pereira Coutinho e que suscitou perguntas idênticas de vários deputados. No ano passado, o Governo atribuiu a “Terceira ronda do plano de benefícios de consumo por meio eletrónico contra a epidemia” e o “Plano de subsídio de vida para aliviar o impacto negativo da epidemia nos residentes da Região Administrativa Especial de Macau em 2022”, sendo que este último está em vigor até ao fim do mês de junho, acrescentou. Lei Wai Nong defendeu a ação dos planos, “em termos de estabilização da economia de Macau, do apoio às pequenas e médias empresas na continuidade da exploração das suas atividades, bem como de garantia do emprego para os residentes locais”. Pereira Coutinho defendeu que um novo cartão de consumo podia ajudar muitas famílias, afetadas sobretudo pelo desemprego. O secretário lembrou duas medidas para “aliviar a pressão económica dos residentes e estimular o consumo”: a contribuição pecuniária atribuída anualmente a cada residente permanente e não permanente, de dez mil seis mil patacas, respetivamente, e a devolução de 60% do valor da coleta do imposto profissional referente a 2021, até ao limite de 14 mil patacas. “O Governo vai analisar de forma dinâmica a situação económica de Macau para assim garantir a subsistência e o emprego da população e também a sobrevivência e negócios das empresas”, declarou Lei Wai Nong. “A posição, a atitude do Governo mantém-se inalterada”, disse, lembrando que “em relação aos grupos mais vulneráveis, Macau já dispõe de um bom regime de segurança social que permite prestar-lhes o apoio necessário”.
Hoje Macau China / ÁsiaVeículos eléctricos | Xpeng quer reduzir custos em 25% A Xpeng, uma das maiores fabricantes de veículos eléctricos da China, anunciou ontem um plano para cortar os seus custos de produção em 25 por cento, até 2024, visando alcançar um saldo de caixa positivo no ano seguinte. “A capacidade de desenvolver produtos atractivos a preços acessíveis tornou-se mais importante [no sector]”, disse o presidente da empresa, Brian Gu, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. O plano ilustra a acirrada competição entre as fabricantes de veículos eléctricos do país asiático, que estão a travar uma guerra de preços, após o governo chinês ter removido a atribuição de subsídios, oferecidos desde 2009 para este tipo de veículo. A Xpeng baixou já os seus preços em 13 por cento em Janeiro, também apoiada pela queda nos preços do carbonato de lítio, o mineral utilizado no fabrico de baterias que pode representar 40 por cento do custo de um carro eléctrico. O preço do lítio caiu 60 por cento no espaço de um ano. “Os fabricantes de eléctricos inteligentes precisam de ter cautela com a lucratividade daqui para a frente porque a concorrência vai aumentar com o lançamento de novos modelos”, explicou Gao Shen, analista do sector, citado pelo SCMP. “As principais empresas emergentes do sector também vão ter que ser cuidadosas para se prepararem para a turbulência no sector eléctrico nos próximos anos”, acrescentou.
Hoje Macau EventosJazz | Ahmad Jamal, um dos pianistas mais importantes, morre aos 92 anos Ahmad Jamal, considerado um dos mais importantes pianistas da história do jazz e que actuou várias vezes em Portugal, morreu no domingo aos 92 anos, revelou a sua mulher. Laura Hess-Hey confirmou ao jornal Washington Post a morte do músico, que começou a sua carreira profissional aos 14 anos na sua terra natal, Pittsburgh, Estados Unidos da América, mas não adiantou mais informações. O pianista tocou por diversas vezes em Portugal, em festivais como Estoril Jazz, que encerrou em 1994, na sua primeira atuação em Portugal, Loulé, em 2001, e em Guimarães, em Novembro de 2007, no seu último concerto no país, alguns dias depois de se ter apresentado no Centro Cultural de Belém. Ahmad Jamal tocou também na Culturgest, em Lisboa, em 1996. Nos últimos anos, o guitarrista português Pedro Madaleno, com o contrabaixista Yuri Daniel e o baterista Alexandre Frazão, tem levado o “Tributo a Ahmad Jamal” a diferentes palcos, revistando a sua música. Frederick Russell Jones, conhecido na infância como Fritz, nasceu em Pittsburgh em 02 de Julho de 1930, e começou a tocar aos 3 anos, quando um tio o desafiou a imitá-lo no piano da família. Em 1950 mudou-se para Chicago, onde se converteu ao Islão, assumindo o nome de Ahmad Jamal. Foi considerado o Mestre do Jazz em 1994 pelo National Endowment for the Arts e ganhou um Grammy Lifetime Achievement já em 2017. Tendo como formato musical preferido o trio ao longo da sua carreira de cerca de sete décadas, gravou, em 1958, “Ahmad Jamal at the Pershing: But Not For Me”, um álbum que atingiu um milhão de cópias vendidas e permaneceu nas tabelas da revista Billboard por mais de 100 semanas. Um dos músicos contemporâneos mais proeminentes a reconhecer Jamal como uma influência foi o trompetista Miles Davis e pianistas tão diversos como McCoy Tyner, Cedar Walton e Bill Charlap também admitiram a sua influência.
Hoje Macau EventosComida macaense | Chefe Fausto Airoldi fala de uma gastronomia a precisar de modernização Veio trabalhar para o território em 2013 e considera que a gastronomia macaense foi a primeira cozinha de fusão do mundo. Fausto Airoldi, chefe de cozinha português, defende que os melhores pratos são aqueles que ainda se servem à mesa das famílias, de forma tradicional O chefe Fausto Airoldi considera que a culinária macaense é das primeiras cozinhas de fusão do mundo, dadas as várias origens que assimilou, e acredita que os melhores dos seus pratos são ainda servidos à mesa das famílias. “A cozinha macaense não mete só a cozinha portuguesa; mete a cozinha da Índia, da Malásia. Tem a influência de Hong Kong, inglesa”, afirmou à agência Lusa. Considerado pelos pares como um dos cozinheiros mais conceituados em Portugal, Fausto Airoldi conheceu a cozinha macaense na juventude, quando a mãe foi trabalhar para Macau. Mais tarde, em 2013, seria ele a trabalhar na região, onde integrou a equipa do Galaxy Macau como chefe executivo de R&D – Research and Development (investigação e desenvolvimento) com 120 restaurantes para gerir. Na sua opinião, quase todos os pratos da cozinha macaense “têm essa fusão espelhada, de uma forma ou de outra”. E dá exemplos: “Têm um arroz de pato que fica do tipo da nossa cabidela. Usam pato em vez de galinha. Têm um porco à bassafá que leva tamarindo, com mais influência da Malásia. Têm a nossa feijoada e, obviamente, alguns pratos de bacalhau, que eles também usam”. “A cozinha macaense tem muito a ver também com a cantonesa, que é uma cozinha muito saborosa, com cebolas, alhos. Em algumas coisas metem o gengibre e o picante. Depois, também usam produtos daquelas zonas, como o açúcar e o açafrão da Índia. Têm muitas ervas diferentes das nossas”, referiu. Caminhos da modernização Para Airoldi, “infelizmente, ou felizmente, a cozinha macaense ainda é muito cozinha de casa. A boa cozinha macaense ainda está nas famílias de Macau”. “Aquilo que se vê nos restaurantes é uma coisa que é vendável, digamos, a um público mais chinês, que vem à procura de comida macaense, como o minchi, o bassafá, que são pratos que as pessoas vêm comer a Macau porque acham que é cozinha macaense”, disse. “Os restaurantes, infelizmente, não fazem uma cozinha macaense tão boa como na casa das pessoas”, lamentou, ressalvando algumas excepções. Por esta razão, acredita que a modernização vai chegar a Macau. “O que eu senti quando lá cheguei [a Macau] foi o que senti em Portugal quando cá cheguei, há 30 anos. [A cozinha] estava um bocadinho estagnada, não havia modernização, e a cozinha macaense vai passar por essa modernização nos próximos anos”, observou. Uma modernização que terá de levar em conta a especificidade da região da China, “onde há muitas pessoas de todo o mundo” e que são “muito sensíveis culturalmente”. O chefe exemplifica com o universo do Galaxy Macau, onde trabalhou nove anos, que tinha 18.000 empregados: “Europeus, americanos, da Malásia, Tailândia, Filipinas, indianos, vietnamitas, obviamente muitos chineses e alguns macaenses”. “Havia restaurantes de quase todas as nacionalidades e obviamente macaenses e portugueses porque em todos os casinos tem de haver um restaurante macaense e um outro português, por lei”, contou. Para Airoldi, a modernização deve ser feita, mas “respeitando a tradição”, seja em Macau ou em Portugal, onde este passo já foi dado. “Temos de inovar respeitando a tradição. Se fizermos isso, conseguimos chegar a um ponto em que o estrangeiro, quando come cá, percebe os nossos sabores”, indicou o chefe de cozinha, actualmente a trabalhar num projecto na Comporta, em Portugal. E recorda o que aconteceu com a cozinha portuguesa que, “é muito saborosa, mas há 30 anos era muito mal apresentada”. “Olhamos para uma açorda e sabemos o que é, mas um estrangeiro olha para uma açorda com um ovo cru em cima e questiona-se sobre o que ele vai comer”, observou. E concluiu: “Temos de ter essa noção. Vivemos num mundo turístico, em que os turistas vêm de todo o mundo e temos de apresentar as coisas de uma forma mais profissional”.
Hoje Macau China / ÁsiaSudão | Embaixada chinesa pede aos seus cidadãos “alta vigilância” A embaixada chinesa em Cartum pediu ontem aos cidadãos e às empresas chinesas no Sudão que permaneçam “altamente vigilantes” e evitem sair à rua, à medida que a violência na capital sudanesa entra no terceiro dia. Os confrontos entre as forças militares rivais sudanesas deixaram cerca de uma centena pessoas mortas e mais de 1.000 feridos, incluindo dezenas de civis, segundo o mais recente balanço das autoridades. Não há relatos de cidadãos chineses mortos ou feridos. “A embaixada lembra urgentemente aos cidadãos chineses e às instituições chinesas no Sudão para permanecerem altamente vigilantes, evitarem sair à rua e reforçarem as precauções de segurança”, lê-se no comunicado. “[Os cidadãos] devem permanecer longe de janelas ou espaços ao nível da rua, para evitar serem feridos acidentalmente por balas perdidas”, acrescentou. O ministério dos Negócios Estrangeiros da China instou as facções rivais a cessarem os combates. “A China apela às duas partes em conflito no Sudão para que cessem o fogo o mais rapidamente possível, a fim de evitar uma escalada adicional da situação”, disse um porta-voz do ministério, no domingo. “A China espera que todas as partes no Sudão fortaleçam o diálogo e promovam em conjunto o processo de transição política”, acrescentou. Boas parcerias A China tem uma forte presença económica no Sudão, apesar da contínua turbulência política no país islâmico, desde que se dividiu em dois, em 2011, após a formação do Sudão do Sul, ao fim de décadas de guerra civil. Mais de 130 empresas chinesas investem e operam no Sudão, que também abriga uma grande força de trabalho chinesa. A China é também o maior parceiro comercial do Sudão, com um volume de comércio total de 2,6 mil milhões de dólares, em 2021. As empresas chinesas no Sudão estão envolvidas na construção de infra-estruturas, tendo uma participação de mercado de mais de 50 por cento em contratos de obras. De acordo com o Ministério do Comércio da China, foram assinados 40 novos contratos por empresas chinesas no Sudão em 2020, e o número de trabalhadores chineses no país ascendeu a 1.330, no final do mesmo ano. O Comité dos Médicos Sudaneses afirmou, na sua última avaliação, que os combates entre o exército e as Forças de Apoio Rápido (RFS, na sigla em inglês, língua oficial a par do arábico) deixaram até agora 97 civis mortos e 942 feridos, a maioria dos quais na capital sudanesa. Apelou de novo a “uma paragem imediata desta guerra” e garantia de “uma passagem segura” para transportar os feridos e encurralados. As principais organizações da sociedade civil e partidos políticos do Sudão apelaram em uníssono, durante o fim de semana, não só ao fim dos combates, mas também ao fim da “militarização” que dominou o “espaço público” no país durante décadas e, em particular, desde o derrube, há quatro anos, do ditador Omar Hassan al-Bashir. O país africano foi governado, antes do início dos combates, por uma junta liderada pelo general Abdelfatá al Burhan, cujo “número dois” era o líder militar das RFS, Mohamed Hamdan Dagalo. Os desacordos entre os dois sobre a integração paramilitar num futuro exército unificado – um acordo anterior à formação de um novo governo de unidade liderado por civis – acabaram por degenerar neste conflito, que começou no sábado.
Hoje Macau Sociedade“1+4” | Frederico Ma alerta para falta de recursos humanos Frederico Ma Chi Ngai, presidente da Associação Comercial de Macau, defendeu, segundo o jornal Ou Mun, que o projecto de diversificação económica “1+4” deverá ter uma orientação industrial, estabelecendo ainda um plano de acção para fomentar determinados sectores sociais. O responsável espera que continue a ser garantida a prioridade dos residentes no acesso ao mercado laboral, com os trabalhadores não-residentes a terem um papel de complementaridade. Ainda assim, pediu maior celeridade na aprovação dos pedidos de blue card em prol da recuperação do sector turístico. Frederico Ma acredita que só desta forma se pode recuperar plenamente a economia, um elemento base para a implementação da política “1+4”. O dirigente garantiu também que a associação estará disponível para cooperar com o Governo assim que o plano final da estratégia “1+4” for divulgado, o que deverá acontecer no Verão. O responsável sublinhou que o território enfrenta actualmente uma crise de recursos humanos, tendo em conta que Macau a natureza da economia local, muito vocacionada para os serviços.
Hoje Macau PolíticaTrabalho | Cônsul-geral do Vietname reuniu com Ho Iat Seng O Cônsul-geral do Vietname em Hong Kong e Macau, Pham Binh Dam, esteve em Macau no fim-de-semana e reuniu com o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, na primeira visita do diplomata ao território desde a reabertura pós-pandemia. Em comunicado, o diplomata adiantou que em cima da agenda estiveram assuntos como comércio externo, trabalho, turismo e investimento. Pham Binh Dam considera que a população de Macau tem uma predilecção especial por produtos vietnamitas, e que os trabalhadores oriundos do Vietname têm dado uma contribuição positiva para a economia de Macau e participado activamente nas actividades culturais da região. O diplomata aproveitou a ocasião para agradecer ao Governo de Macau pelas condições favoráveis que beneficiaram os vietnamitas que trabalham e vivem na RAEM, em especial durante os tempos árduos da pandemia. O responsável aproveitou ainda para se encontrar com os dirigentes associativos que representam vietnamitas, que revelaram que a comunidade conta actualmente com 7.000 pessoas, menos de metade do verificado antes da pandemia, e que auferem salários médios entre as 5.000 e as 10.000 patacas mensais. O cônsul terá também feito algumas sugestões às autoridades de Macau, que passam pelo aumento do número de trabalhadores vietnamitas na RAEM, o reforço da cooperação económica, com eventos organizados nos dois territórios, e a coordenação para resolver problemas urgentes relacionados com vistos de trabalhadores e visitantes oriundos do Vietname. Participaram também nos encontros representantes do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau. O diplomata reuniu ainda com responsáveis da Galaxy Entertainment Group e da Melco Resorts & Entertainment Limited.
Hoje Macau PolíticaUE | Ho Iat Seng no Luxemburgo e Bélgica depois de ir a Portugal Depois da visita a Portugal, o Chefe do Executivo e uma delegação de representantes do Governo e empresários da RAEM vão passar pelo Luxemburgo e Bélgica, regressando a Macau no dia 27 de Abril. Segundo o Gabinete de Comunicação Social, as visitas têm como objectivo “reforçar e aprofundar a cooperação e os contactos económicos, comerciais, turísticos, na área do ensino e da cultura, como também promover Macau junto da Europa”. No Luxemburgo, Ho Iat Seng os membros da delegação terão um encontro com o primeiro-ministro e também ministro do Estado, das comunicações e da comunicação social, dos assuntos religiosos, para a digitalização e da reforma administrativa, Xavier Bettel. O périplo pela Europa termina com uma visita a Bruxelas, na Bélgica, onde a delegação do governo visitará a sede da União Europeia (UE) e terá encontros com o vice-primeiro ministro e ministro da economia e do trabalho da Bélgica, Pierre-Yves Dermagne, e o ministro presidente do governo da região de Bruxelas, Rudi Vervoort, e representantes da UE. A delegação do Governo integra ainda o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, a chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, Hoi Lai Fong, a chefe do gabinete do secretário para a Economia e Finanças, Ku Mei Leng. Durante a ausência de Ho Iat Seng, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, irá exercer interinamente as funções de Chefe do Executivo.
Hoje Macau Grande Plano MancheteACILC | Residências seniores devem ser aposta do investimento em Portugal O presidente da Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chineses, Choi Man Hin, considera que o sector dos cuidados de saúde para idosos é uma área ideal para o investimento chinês em Portugal. O dirigente salienta a importância da visita de Ho Iat Seng para as relações entre Lisboa e Pequim O presidente da Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chineses (ACILC) afirmou ontem que o sector das residências assistidas para idosos deve ser uma das novas apostas do investimento chinês em Portugal. Numa entrevista à Lusa, a poucos dias da visita oficial a Portugal do Chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, Choi Man Hin, que foi também o braço-direito para o mercado português do empresário luso-chinês e magnata do jogo Stanley Ho, defendeu que Portugal “é, sem dúvida, um país bom para turistas” e pode ser um bom destino “para criar um negócio de quintas com uma grande área para viverem os mais velhos”. O dirigente da comunidade chinesa, que foi presidente do conselho de administração da Estoril Sol, empresa proprietária do casino de Lisboa e gestora do casino do Estoril, entre outros, lembrou que Portugal “tem calma, paz” e isso pode ser aproveitado para atrair reformados. “Isto é positivo para os imigrantes e para o investimento” chinês, reforçou. Depois do ouro Outro sector em que vê a comunidade chinesa a continuar a investir no futuro, tal como já acontece hoje, é “no negócio do imobiliário, comprando prédios antigos para renovar e vender depois”. É um negócio “imobiliário diferente” do verificado no passado, até para compensar o fim dos vistos gold e que deixa uma mais-valia para Portugal, defendeu Choi Man Hin, salientando que Portugal já “tem muitas empresas [chinesas] neste sector” a trabalhar. Para o antigo responsável da Estoril Sol, a vida da comunidade chinesa em Portugal hoje é “melhor do que antes” e está mais integrada na sociedade portuguesa. “Em especial as segundas e terceiras gerações já acabaram os seus estudos, desde o secundário até à universidade, em Portugal”, indicou. Além disso, já há muitos advogados e pessoas da comunidade ligadas aos governos das Câmaras, porque também se ligaram a partidos, acrescentou. Por estes e outros motivos, o presidente da ACILC acredita que a comunidade chinesa em Portugal, que hoje já é a 10.ª no ranking das maiores no país vai continuar a crescer. “Eu acredito no destino”, afirmou, e muitas vezes o local que se escolhe para viver, na opinião do antigo gestor da Estoril Sol, tem a ver com o futuro da família, dos filhos, alguns que querem estudar na Europa. Além disso, lembrou Choi Hin, o chinês “não é só trabalhador, ele tem uma coisa muito inteligente, cabeça para fazer negócio”. Novas oportunidades O obstáculo, para a comunidade chinesa em Portugal é a língua, mas “toda a gente tenta aprender português para melhorar a sua maneira de viver aqui e de se integrar na sociedade”, com negócios privados. “Eu penso que o Governo Central também promove este tipo de tendência para as empresas [controladas pelo Estado] saírem do país para procurarem oportunidades de negócio fora. Muitas delas anteriormente eram do Estado, mas agora algumas também já têm muitos particulares” E como “Portugal não é fácil para um negócio normal”, a associação a que Choi preside e outras entidades vão juntar num hotel de Lisboa, pessoas com interesses comuns, para fazerem residências seniores, ou escolas internacionais, por exemplo, para que haja novas oportunidades de negócios, durante a visita do Chefe do Executivo de Macau a Portugal. Ligar mundos O dirigente da comunidade chinesa em Portugal considera ainda que a visita oficial a Lisboa do Chefe do Executivo de Macau, esta semana, é “muito importante e construtiva” para as relações portuguesas com a China. A visita de Ho Iat Seng “é muito importante e muito construtiva” das relações sino-portuguesas, afirmou Choi Man Hin. Porque “este tipo de intercâmbio nas relações bilaterais faz falta” e “é muito útil” para “o relacionamento entre as duas zonas e para os dois países, China e Portugal”, acrescentou a propósito da visita a Portugal de Ho Iat Seng. “Portugal é uma plataforma para extensão de investimento daqui para outros países e até para a África”, realçou o antigo presidente do Conselho de Administração da Estoril Sol – empresa controlada na altura por Stanley Ho, que continua até hoje a ser a proprietária do casino de Lisboa e gestora, entre outros, do Casino do Estoril. No seu entender, a visita do Chefe do Executivo a Portugal também “pode ser catalisadora” para que governantes portugueses “voltem a visitar Macau também”. Ajustes e abertura Choi realçou ainda que a visita de Ho Iat Seng ocorre depois do 20.º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês, o mais importante evento da agenda política da China. Desse encontro, “o Chefe do Executivo de Macau também recebeu indicações de contar a história da China de uma maneira mais certa”, mostrando que Pequim pode continuar a colaborar com outros países do mundo, adiantou. No seu entender, Portugal pode ser um aliado da China na Europa e África. “Por exemplo, se tiver qualquer situação económica que precisa de apoio do lado Macau, [o território] está preparado para ajudar [Portugal] para o seu bem”, exemplificou. Choi não excluiu a possibilidade de “alguns ajustes”, ao longo do período da transição da administração do território de Macau para a China, definido no tratado entre Pequim e Lisboa, mas isso não será assunto desta visita. O Chefe do Executivo visita Portugal entre 18 e 22 de Abril, estando previstos encontros com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho. A acompanhar Ho Iat Seng está uma comitiva de 50 empresários locais, com várias visitas a parceiros portugueses, com foco nos sectores alimentar e farmacêutico.
Hoje Macau Eventos“Tesouros de Macau” | Exposição de aguarelas abre amanhã ao público na FRC É inaugurada amanhã, na Fundação Rui Cunha, a exposição de aguarelas intitulada “Tesouros de Macau” da autoria do arquitecto e pintor português Vasco Bobone, um evento inserido no programa de comemorações do 11º aniversário da Fundação Rui Cunha (FRC). Serão exibidas 39 aguarelas comissionadas pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST) de Macau ao artista para a composição de um livro intitulado “Tesouros de Macau”, publicado em 2012, e que mais tarde foram adquiridas pelo advogado Rui Cunha. “O convite para pintar os tesouros patrimoniais de Macau em aguarelas, que me foi dirigido pela Direcção dos Serviços de Turismo da RAEM, representou um desafio que passou por diferentes etapas. Tudo começou com a visita à cidade, e sobreveio então o interesse em aprofundar a sua História. Não foi difícil, tanto pelas interessantes leituras para que fui remetido, como pela oportunidade de inesquecíveis conversas com personalidades que tive o gosto de conhecer, que aqui vivem ou viveram. Senti então com intensidade a dimensão mais profunda do que constitui a beleza, diria mágica, de Macau, que resulta de tão extraordinários acontecimentos históricos e culturais”, revelou no livro o autor. Vasco d’Orey Bobone nasceu em 1944. Licenciado em arquitectura, fez estudos de Pintura e História de Arte em Itália. Como arquitecto e como professor universitário especializou-se em restauro e adaptação de edifícios históricos. A pintura de aguarelas, a que se dedica, levou-o a fazer exposições individuais em Portugal e no estrangeiro, tendo trabalhos publicados já em vários livros. As obras vão estar expostas até 6 de Maio de 2023.
Hoje Macau SociedadeCancro do colo do útero | Equipa da UPM publica artigo Dois docentes da Universidade Politécnica de Macau (UPM) acabam de ver publicada numa conceituada revista científica um trabalho de investigação que visa desenvolver novas estratégias de diagnóstico e tratamento do cancro do colo do útero. O artigo, intitulado “HPV integration generates a cellular super-enhancer which functions as ecDNA to regulate genome-wide transcription” e publicado na revista “Nucleic Acids Research” é da autoria de Meng Li Rong, professora-coordenadora da Faculdade de Ciências da Saúde e Desporto da UPM, e Lang Bin, professor adjunto da Academia de Enfermagem do Centro de Ciência da Saúde da Universidade de Pequim e da UPM. Nesta investigação, as equipas da UPM, da Universidade Sun Yat-Sen e da Companhia de Tecnologia Médica GeneRulor de Zhuhai, Ltd. procederam à análise conjunta de vários grupos de dados sobre as células cancerosas do endométrio de seis tipos de HPV [vírus do papiloma humano] positivo e três tipos de HPV negativo, recorrendo a técnicas de sequenciamento de alto rendimento, por exemplo o sequenciamento completo do genoma e o sequenciamento completo do transcriptoma, proporcionando novas possibilidades de diagnóstico e tratamento da doença. O HPV é um dos vírus mais comuns causadores de tumores e pode provocar 15 tipos de cancro, incluindo cancro do colo do útero, cancro anal, cancro da orofaringe, cancro do esófago, cancro do pénis e cancro vulvar, no conjunto, representando 5,5 por cento de todos os tipos de cancro. A integração de células humanas com o HPV é um passo fundamental para o desenvolvimento do cancro, mas ainda não está claro qual o mecanismo cancerígeno do nível de transcrição após a integração do HPV.
Hoje Macau EventosUM | Escritor Su Tong dá esta terça-feira palestra sobre escrita criativa O escritor chinês Su Tong estará hoje em Macau onde dará uma palestra, às 15h, aberta ao público, sobre escrita criativa na Universidade de Macau. Su Tong é um escritor chinês contemporâneo amplamente reconhecido pelos seus romances, incluindo “Esposas e Concubinas” e “O Barco para a Redenção”, pelos quais recebeu prémios literários de prestígio, como o Prémio Literário Homem Asiático e o Prémio Mao Dun de Literatura. Ele foi também indicado ao Prémio Internacional Man Booker. As suas obras foram traduzidas para diversos idiomas, incluindo inglês, francês, português, alemão e italiano. O convidado irá compartilhar as suas experiências de escrita, técnicas e maneiras na escrita criativa. Será uma oportunidade preciosa para os estudantes e professores universitários interagirem com o autor de perto e aprender com a sua experiência. De frisar que esta é a segunda vez que o escritor vem ao território, uma vez que, em 2011, foi um dos convidados da primeira edição do festival literário Rota das Letras. A conversa de hoje decorre no centro de actividade de estudantes E31-G001, decorrendo em mandarim e contando com tradução para inglês. Esta iniciativa insere-se no rol de actividades programado pela UM que visam “melhorar as habilidades de escrita e a alfabetização literária dos estudantes”. A instituição de ensino superior pretende oferecer “diversas oportunidades de aprendizagem e intercâmbio, ampliando os horizontes literários e o conhecimento do mesmo”. Desta forma, a UM tem desenvolvido séries de actividades e concursos nos últimos anos, como por exemplo o “Concurso de Resenha de Livros Portugueses para Alunos da UM” com o objectivo de fortalecer compreensão e apreciação das obras literárias portuguesas dos alunos, e o “A4 Fiction Contest” promovido pela sociedade literária da associação dos estudantes que fornece uma plataforma aos estudantes para mostrar o talento e criação de escrita.
Hoje Macau China / ÁsiaLula quer G20 político para negociar a paz O Presidente brasileiro propôs ontem uma mediação conjunta com China e Emirados Árabes Unidos (EAU) na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, uma questão que disse ter discutido em Pequim e em Abu Dhabi. Luiz Inacio Lula da Silva, que concluiu ontem uma visita aos EAU depois de ter estado na China, também reafirmou as acusações aos Estados Unidos da América (EUA) e à União Europeia (UE) de prolongarem a guerra. A guerra foi provocada por “decisões tomadas por dois países”, Rússia e Ucrânia, disse Lula da Silva na conferência de imprensa em Abu Dhabi que encerrou a visita aos EAU, citado pela agência francesa AFP. Lula da Silva disse esperar que China, EAU e outros países se juntem num “G20 político” para tentar pôr fim à guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia em 24 de Fevereiro de 2022. “O Presidente Putin não está a tomar qualquer iniciativa para parar a guerra; [o Presidente Volodymyr] Zelensky da Ucrânia não está a tomar qualquer iniciativa para parar a guerra”, disse o líder brasileiro, através de um tradutor oficial. “A Europa e os EUA continuam a contribuir para a continuação da guerra. Portanto, têm de se sentar à volta da mesa e dizer: ‘basta’”, afirmou. Na China, o Presidente brasileiro tinha acusado Washington de “encorajar a guerra” na Ucrânia. Lula da Silva disse ter sugerido aos presidentes dos EAU, Mohammed bin Zayed Al-Nahyane, e da China, Xi Jinping, a criação de um grupo de países que teriam a missão de mediar. “O G20 [foi] formado para salvar a economia [mundial], que estava em crise”, disse. “Agora, é importante criar outro tipo de G20 para pôr fim a esta guerra e estabelecer a paz. Esta é a minha intenção e penso que vamos ser bem-sucedidos”, afirmou. Lula da Silva disse ainda que já tinha discutido a iniciativa com o Presidente dos EUA, Joe Biden, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e os líderes dos países sul-americanos. Regresso ao mundo O Presidente do Brasil chegou aos EAU no sábado, após uma visita de dois dias à China, durante a qual assinou acordos no valor de 10 mil milhões de dólares. Lula da Silva, que voltou ao poder em Janeiro após dois mandatos entre 2003 e 2010, disse em Pequim que o Brasil estava de volta ao palco internacional e esperava mediar a guerra da Rússia contra a Ucrânia. Ao contrário de outros países, a China e o Brasil nunca impuseram sanções financeiras à Rússia e estão ambos a tentar posicionar-se como mediadores. Os EAU também tomaram uma posição neutra no conflito, atraindo um grande número de empresários russos que fogem do impacto das sanções ocidentais, particularmente no Dubai, um importante centro financeiro.
Hoje Macau EventosEdgar Martins aclamado Fotógrafo do Ano nos Prémios Sony 2023 O português Edgar Martins foi aclamado Fotógrafo do Ano nos Prémios Mundiais de Fotografia Sony 2023 graças a uma série de retratos em homenagem ao amigo fotojornalista Anton Hammerl, morto durante a guerra civil líbia, em 2011. Martins, vencedor na categoria Retrato, foi seleccionado por um júri entre os vencedores das 10 diferentes categorias em competição, tendo-se destacado pela série “A Nossa Guerra”, realizada após uma primeira visita à Líbia em 2019. Frustrado com a falta de resultados na investigação à morte de Hammerl, raptado e executado por uma milícia governamental, Martins procurou conhecidos e pessoas envolvidas na guerra civil resultante da queda do regime de Mohammar Khadaffi durante a Primavera Árabe. “Apercebi-me, a partir do momento em que cheguei ao país, de que iria ser muito difícil conduzir ou criar ou desenvolver qualquer tipo de investigação coerente num sítio tão fragmentado e volátil. Decidi então produzir um projecto inspirado, não só na história dele, mas também um projecto que tivesse em conta outras questões mais ontológicas”, disse Martins à agência Lusa. O fotógrafo português radicado no Reino Unido falava durante a antevisão da exposição das fotografias em Londres, antes de conhecer a atribuição do galardão principal desta edição dos Prémios Sony. Edgar Martins salientou que, para além de uma homenagem ao amigo, este projecto “fala sobre a dificuldade de documentar, a dificuldade de testemunhar, imaginar e representar a guerra e tempos de guerra”. “Ao recriar um pouco a viagem do Anton, o espaço que ele tomou, ao ir aos sítios que ele visitou e ao sítio onde morreu, ao encontrar-me com as pessoas com que ele se encontrou e que fotografou, e outras envolvidas no projecto, nomeadamente rebeldes, milícias, todo o tipo de combatentes, militantes, dissidentes líbios, mas também pessoas locais que encenavam as suas próprias histórias, ao encontrar interseções relevantes entre os nossos percursos e também percebendo as motivações por trás do dele, eu creio que fui ao reencontro dele, ainda que brevemente”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | China garante que não venderá armas a nenhuma das partes A China não vai vender armas para nenhum dos lados em conflito na Ucrânia, garantiu sábado o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, em resposta às preocupações ocidentais de que Pequim pode fornecer assistência militar a Moscovo. Qin Gang tornou-se o responsável chinês de mais alto escalão a fazer uma declaração tão explicita sobre a venda de armas à Rússia, noticiou a agência Associated Press (AP). O chefe da diplomacia chinesa acrescentou que a China também irá regular a exportação de artigos com uso duplo: civil e militar. “Em relação à exportação de itens militares, a China adopta uma atitude prudente e responsável”, frisou Qin, durante uma conferência de imprensa ao lado da homóloga alemã, Annalena Baerbock. “A China não fornecerá armas às partes relevantes do conflito e administrará e controlará as exportações de itens de uso duplo de acordo com as leis e regulamentos”, assegurou. O ministro chinês também reiterou a disponibilidade da China em ajudar a encontrar uma solução pacífica para o conflito. A Casa Branca saudou sábado as garantias feitas por Qin de que a China não fornecerá armas à Rússia, mas expressou uma certa apreensão. “Como dissemos sempre, não acreditamos que seja do interesse da China seguir nessa direcção. Continuaremos a monitorizar de perto”, destacou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Adrienne Watson, em comunicado. A diplomata alemã, também se referiu sábado ao papel da China como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, referindo que tinha uma responsabilidade especial para ajudar a acabar com o conflito. “Devo dizer abertamente que me pergunto por que razão a posição chinesa não incluiu até agora um pedido ao agressor russo para parar a guerra”, disse Annalena Baerbock. A chefe da diplomacia alemã sublinhou que “nenhum outro país tem mais influência na Rússia do que a China”.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Pequim contesta sanções impostas pelos EUA contra mais empresas chinesas A China contestou no passado sábado as sanções dos EUA contra mais empresas chinesas pelas supostas tentativas de escaparem ao controlo norte-americano das exportações para a Rússia, considerando-as uma medida ilegal que ameaça as cadeias de abastecimento globais. O Departamento de Comércio dos EUA colocou na quarta-feira mais cinco empresas com sede na China continental e em Hong Kong na sua lista de entidades sancionadas, impedindo-as de negociar com qualquer empresa norte-americana sem que previamente recebam uma licença especial muito difícil de obter. Washington tem reforçado a aplicação de sanções contra empresas estrangeiras que considera estarem a apoiar a Rússia na sua guerra contra a Ucrânia, forçando-as a escolher entre negociar com Moscovo ou com os EUA. Um total de 28 entidades de países como Malta, Turquia e Singapura foi agora acrescentado à lista. Num comunicado divulgado no sábado, o Ministério do Comércio da China afirma que esta acção dos EUA “não tem base na lei internacional e não é autorizada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas”. “É uma sanção unilateral típica e uma forma de ‘jurisdição de braço longo’ que prejudica seriamente os direitos e os interesses legítimos das empresas e afecta a segurança e a estabilidade da cadeia de abastecimento global. A China opõe-se firmemente a isso”, refere. Os EUA, acrescenta, “devem corrigir imediatamente estas irregularidades e interromper sua repressão irracional sobre as empresas chinesas”. O ministério refere que China “protegerá resolutamente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”.
Hoje Macau China / ÁsiaEnergia | País converte “berço” do petróleo em ‘hub’ de renováveis Reportagem de João Pimenta, da agência Lusa No remoto oeste chinês, berço da exploração de petróleo e carvão, estão a ser construídos alguns dos maiores parques eólicos e fotovoltaicos do mundo, ilustrando os esforços da China para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. Em Gansu, uma província empobrecida e esparsamente povoada, a energia eléctrica gerada a partir de fontes renováveis ascende já a 40 por cento da produção total, explicou Ding Kun, vice-director da Divisão de Desenvolvimento da filial local da State Grid, a estatal chinesa que em Portugal detém 25 por cento da REN – Redes Energéticas Nacionais. Trata-se de um valor superior à média do país, que se fixou em 31,9 por cento, no ano passado, segundo dados publicados pelo grupo de reflexão (‘think tank’) Ember. A China é o maior emissor de gases poluentes do mundo, devido à sua dependência do carvão, mas é também líder global em energias renováveis. Em 2022, o país asiático acrescentou tanta capacidade instalada de energia eólica e solar quanto todos os outros países do mundo combinados. Em Gansu, onde vastas planícies são interrompidas por vales profundos e cadeias montanhosas com picos nevados, estão alguns dos maiores parques eólicos e solares do planeta, visando aproveitar a abundância de vento, sol e água da região. A capacidade de exploração técnica de energia eólica e solar da província ascende a 5,6 mil milhões de quilowatts e 95 mil milhões de quilowatts, respectivamente, explicou Ding Kun. Era do renovável No norte da região, na borda oriental do deserto de Gobi, que se estende por mais de 1.600 quilómetros quadrados, está o parque de Jiuquan – o maior da China e um dos maiores do mundo, com capacidade instalada de mais de 20 gigawatts. A cerca de 200 quilómetros, a outrora próspera cidade de Yumen, o “berço da indústria petrolífera chinesa” que entrou em decadência, nos últimos 20 anos, à medida que os poços de crude se esgotaram, está a construir um dos maiores parques de energia solar do país. Um sinal escrito em inglês e chinês continua a identificar Yumen como “Terra Sagrada do Petróleo”. No centro da cidade, ergue-se uma estátua de Wang Jinxi, o “Homem de Aço” que liderava uma equipa encarregue da perfuração de campos petrolíferos, e que se tornou numa figura exaltada pelo regime, nos anos 1960, como parte das campanhas para inspirar os operários. Ele “trabalhava tão afincadamente que, por vezes, se esquecia de comer”, contava a propaganda maoista. Mas, numa planície desértica nas redondezas da cidade, estão agora a ser instalados anéis gigantes de painéis solares. No centro de cada círculo há uma torre, projectada para receber a luz do sol reflectida e concentrá-la num feixe, gerando calor suficiente para operar uma usina termoelétrica – uma técnica designada Energia Solar de Concentração. Aproveitando as capacidades tecnológicas da State Grid para transmissão de energia a longa distância, a energia produzida em Gansu viaja cerca de 1.500 quilómetros até à província de Hunan, fornecendo assim o sudeste chinês, a região mais industrializada do país. Gansu ambiciona ser um ‘hub’ na produção e distribuição de energia ‘verde’ para o resto da China, devido à sua localização central no noroeste do país. A província faz fronteira com Shaanxi, Qinghai, Ningxia e Xinjiang, regiões administrativas cujas redes de distribuição eléctrica não estão directamente conectadas entre si. “As redes dessas regiões estão conectadas a Gansu e conectadas entre si através de Gansu”, resumiu Ding.