Asma | Serviços atentos à “principal doença crónica” de Macau

De acordo com os Serviços de Saúde (SS), a asma é a principal doença crónica que afecta crianças e adultos e a previsão aponta para o aumento de casos nos próximos anos, seguindo a tendência internacional.

As autoridades indicam que em 2021 o número de doentes asmáticos era de 2.515, representando 0,4 por cento da população total no final do ano em causa. Entre estes casos, a faixa etária entre os 60 e os 74 anos representa o segmento da população com maior incidência de asma (25,6 por cento).

Para marcar a data em que se assinala o Dia Mundial da Asma, os SS citam dados da Organização Mundial de Saúde que refere que em 2019 a asma afectava cerca de 262 milhões de pessoas e causou 461 mil mortes.

Os sintomas mais comuns são tosse, aperto no peito e dificuldade em respirar, agravando-se frequentemente durante a noite ou com o exercício físico.

Sendo difícil apontar uma causa para a asma, sabe-se que a probabilidade de contrair a doença pode ser hereditária, afectar pessoas que têm outras alergias como eczema e rinite, que tenham nascido de parto prematuro ou com peso abaixo do normal, que tenham exposição prematura a fumo do tabaco. A poluição atmosférica é outro factor que contribui para o aumento da taxa de incidência.

Os SS enumeram entre os factores de risco mais comuns da asma o tabagismo, “poeiras, poluição do ar, baratas e seus excrementos, pelos de animais de estimação, fumo causado pela queima de papéis votivos, alimentos alérgicos (por exemplo, camarões, caranguejos e moluscos).

2 Mai 2023

Covid-19 | Governo afasta vacinação de rotina e segue OMS

O Governo recomenda que os grupos de alto risco devem tomar uma dose adicional da vacina bivalente contra a variante Ómicron. As novas orientações, que entraram ontem em vigor, seguem as recomendações da Organização Mundial de Saúde

 

Apesar da vacinação nunca ter sido obrigatória em Macau, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus lançou uma série de novas recomendações para preparar uma eventual subida das infecções por covid-19 no território no futuro próximo.

Tendo em conta a predominância da variante Ómicron, o Governo indica que “para as pessoas de alto risco, será necessária a administração de uma dose adicional da vacina bivalente contra a variante Ómicron (ou seja, vacina bivalente de mRNA contra a COVID-19)”. Apesar do comunicado do centro de coordenação de contingência referir que “será necessária” a toma da vacina, não especificando se esta é obrigatória ou não, em esclarecimentos ao Canal Macau da TDM as autoridades admitiram tratar-se apenas de uma sugestão.

Assim sendo, com o objectivo de “aumentar a imunidade dos residentes contra a variante Ómicron, especialmente dos grupos de alto risco”, o Governo indica que a vacinação irá obedecer à “classificação de risco de acordo com as pessoas de diferentes grupos etários e o seu estado de saúde”.

Afastando a hipótese de tornar a vacinação contra a covid-19 numa rotina, as autoridades vão concentrar esforços nos grupos de alto risco com maior probabilidade de desenvolver doenças graves ou consequências graves após infecção. Os grupos de risco incluem idosos, mulheres grávidas, indivíduos com doenças crónicas e profissionais de saúde da primeira linha, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde.

Doses adicionais

Com base nas novas recomendações, as autoridades referem que no geral todos os cidadãos devem completar a vacinação com três ou quatro doses, sendo que a última inoculação deve ser com a vacina bivalente de mRNA.

Assim sendo, crianças entre seis meses e 17 anos, “sem situação de risco”, devem tomar três doses. Para cidadãos entre os 18 e 59 anos, são aconselhadas três ou quatro doses, com as autoridades a indicar que quem não tenha tomado dose da vacina bivalente deve fazê-lo seis meses depois da última dose ter sido administrada.

A mesma recomendação é alargada a pessoas com mais de 60 anos de idade, mulheres grávidas (depois de 16 semanas de gestação) e profissionais de saúde da linha da frente, com a especificação que estes segmentos populacionais podem tomar duas doses da vacina bivalente de mRNA, respeitando o intervalo de seis meses desde a última inoculação.

As autoridades sublinham que quem já tenha sido infectado com covid-19 não deve “reduzir o número de doses administradas”, sendo recomendável a vacina bivalente contra a variante Ómicron três meses após o último teste positivo. Os três meses de intervalo entre infecção e vacina podem ser reduzidos para 28 dias em casos de necessidades urgentes, como por exemplo, por motivos de viagem urgente para o estrangeiro. Para tal, o requerente deve “apresentar um pedido no posto de vacinação e assinar in loco o termo de consentimento”.

1 Mai 2023

Obras Públicas | MP confirma que não recorreu

O Ministério Público (MP) reconheceu não ter recorrido da decisão que condenou os ex-directores das Obra Públicas, Li Canfeng e Jaime Carion com penas efectivas de prisão de 24 anos e 20 anos, respectivamente.

Numa resposta enviada ao HM, depois do fecho da última edição, o MP indicou que “não interpôs recurso em relação ao processo mencionado”. A decisão não é uma surpresa, uma vez que o colectivo de juízes liderado por Lou Ieng Ha deu praticamente como provados todos os factos que constavam da acusação apresentada pelos delegados coordenadores do MP Lai U Hou e Sio In Ha.

1 Mai 2023

Crime | Mulheres burladas em 19 mil yuan

Duas mulheres foram burladas em cerca de 19 mil yuan, quando tentaram comprar dois bilhetes para concertos em Hong Kong. Os casos foram anunciados ontem pela Polícia Judiciária e aconteceram nos dias 24 e 25 de Abril. A primeira vítima acedeu a uma aplicação online no dia 24 de Abril e aceitou pagar 15,6 mil de renminbis por dois bilhetes.

No entanto, depois de fazer o pagamento a aplicação apresentou sempre a mensagem de “erro de operação”, levando a vítima a suspeitar de que teria sido enganada. No segundo caso, outra mulher pensava que estava a comprar dois bilhetes a outra pessoa, que mais tarde os enviaria para Macau. Porém, depois de fazer o pagamento de 2,9 mil yuan percebeu-se que o envio nunca foi feito, nem que havia intenção de fazê-lo. Os dois casos estão sob investigação.

1 Mai 2023

Trânsito | Parquímetros passam todos a ser electrónicos

A partir de hoje os parquímetros na região deixam de aceitar moedas e passam apenas a aceitar o pagamento com Macau Pass, Cartão de Consumo ou meios electrónicos. Os avisos para a mudança foram deixados em várias máquinas do território, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau, em zonas como a Areia Preta e Três Candeeiros.

A medida é aplicada numa altura em que a Assembleia Legislativa discute os regimes jurídicos da “criação e emissão monetária” e “sistema financeiro”, que obrigam os comerciantes a aceitar moedas. Contudo, o Governo vem agora permitir que a concessionária responsável pela exploração dos locais de estacionamento tenha uma excepção.

Ao canal chinês da Rádio Macau, uma idosa queixou-se da medida por considerar que o sistema de pagamento electrónico é complicado. Além disso, destacou que o estacionamento era uma boa forma de gastar as moedas que recebia nas transacções normais.

1 Mai 2023

PJ | Pancada no casino resolvida “de acordo com a lei”

A Polícia Judiciária (PJ) emitiu ontem um comunicado a explicar que uma cena de pancadaria que ocorreu num casino de Macau foi resolvida “de acordo com a lei”.

Segundo um vídeo que se tornou viral nas redes sociais no domingo à noite, dois grupos de pessoas envolveram numa autêntica batalha campal à volta de uma mesa de apostas. As imagens mostram cenas violentas, com vários murros e pontapés na cabeça de um dos indivíduos, mas também cadeiras a ser atiradas pelo ar.

Ontem, e algumas horas depois da divulgação das imagens, a PJ reagiu e apontou que na origem do conflito que envolveu oito pessoas esteve uma disputa sobre uma aposta. Contudo, a polícia não explicou como a situação foi resolvida. O comunicado apenas indica que as autoridades actuaram “de acordo com a lei”. No entanto, ao contrário de outras situações, não houve indicação de o caso ter sido entregue ao Ministério Público, o que dá a entender que os indivíduos não vão responder criminalmente.

1 Mai 2023

Xinjiang | Responsável realça felicidade sem precedentes

Representantes de Xinjiang visitaram Macau. O líder do Governo da região autónoma uigur realçou a estabilidade contínua da sociedade e o sentimento de felicidade e segurança, nunca antes registado em Xinjiang. Por sua vez, André Cheong apontou ao reforço da cooperação entre as regiões

 

Macau recebeu a visita de representantes do Governo da Região Autónoma Uigur de Xinjiang. Na passada sexta-feira, André Cheong, na qualidade de Chefe do Executivo interino da RAEM, reuniu com o presidente do governo da região uigur, Erkin Tuniyaz e o vice-secretário do Partido Comunista Chinês da região.

Erkin Tuniyaz referiu que nos últimos anos, a região de Xinjiang “está virada para o desenvolvimento de alta qualidade” e o desenvolvimento da economia, metas tornadas possíveis pela “estabilidade contínua da sociedade”, refere o Gabinete de Comunicação Social (GCS).

O presidente do Governo de Xinjiang afirmou ainda que a estabilidade na região abriu caminho à “união e progresso dos grupos étnicos e a um grau de sentimento de realização, de felicidade e de segurança, nunca antes registado”.

No plano da cooperação entre as duas regiões, Erkin Tuniyaz salientou que Xinjiang, enquanto área central da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, tem como objectivo intensificar a cooperação com Macau no âmbito da economia e comércio, ciências e educação, cultura e turismo e sector financeiro.

Litania local

Por sua vez, André Cheong “apontou que Xinjiang é uma região vasta, com recursos abundantes, belas paisagens naturais e fortes costumes étnicos, enquanto que Macau possui as suas vantagens únicas, particularmente o papel, cada vez mais importante, de plataforma de serviços para a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa”. O governante local referiu que neste último aspecto, do papel de Macau enquanto plataforma, o “desempenho é progressivamente mais evidente”.

O Chefe do Executivo interino sublinhou ainda que, no futuro, Macau e Xinjiang devem “aprofundar a comunicação e ligação, fortalecendo a cooperação e intercâmbio”, sem especificar em que vertentes essa colaboração será reforçada.

André Cheong fez também a habitual apresentação sobre a situação socioeconómica de Macau, repetindo que “o Governo da RAEM está determinado em promover a estratégia da diversificação adequada da economia de “1+4”, bem como a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.

1 Mai 2023

Airbus | Aberto primeiro centro de manutenção fora da Europa

A fabricante aeronáutica europeia Airbus inaugurou ontem em Chengdu, cidade situada no sudoeste da China, o seu primeiro centro de manutenção de aeronaves fora da Europa, de acordo com a imprensa estatal chinesa.

As instalações, com capacidade para acolher até 125 aviões, vão prestar serviços de estacionamento, armazenamento, manutenção, atualização, modificação, desmontagem e reciclagem de todo o tipo de unidades, segundo uma nota da Airbus citada pela agência noticiosa oficial Xinhua.

O centro, que ocupa 717 mil metros quadrados, é o resultado da colaboração entre a empresa aeronáutica TARMAC Aerosave e o grupo chinês Aerotropolis Xingcheng, com sede em Chengdu, a capital da província chinesa de Sichuan.

No início de Abril, durante a visita oficial do Presidente francês, Emmanuel Macron, à China, a Airbus anunciou a construção de uma segunda linha de montagem de aeronaves do modelo A320 de corredor único na sua fábrica em Tianjin, no nordeste da China.

A linha deve entrar ao serviço no segundo semestre de 2025, o que lhe permitirá duplicar a capacidade de produção do consórcio no país asiático, disse então o diretor- executivo da Airbus, Guillaume Faury, que integrou a delegação empresarial que acompanhou Macron na visita à China.

A actual fábrica em Tianjin não chega para responder à procura do país asiático, que representa cerca de 20 por cento das entregas da fabricante europeia.

A Airbus prevê que o tráfego aéreo chinês cresça a uma taxa de 5,3 por cento ao ano nos próximos 20 anos, em comparação com um aumento de 3,6 por cento, a nível mundial.

A visita do Presidente francês à China também resultou na aprovação pelas autoridades chinesas para formalizar um pedido de 150 aeronaves do modelo A320 de corredor único e dez do modelo A350, de corredor duplo e de longo alcance.

O consórcio aeronáutico assinou ainda um memorando de entendimento (MoU) com a China National Aviation Fuel Group (CNAF) para cooperar com vista a um maior desenvolvimento do chamado combustível de aviação sustentável (SAF), visando diminuir as emissões de carbono do sector.

28 Abr 2023

Julgamento de rede luso-chinesa adiado devido à greve dos funcionários judiciais

O início do julgamento de uma rede luso-chinesa de tráfico e comércio ilegal de meixão (enguia bebé) para o mercado asiático foi ontem adiado no Tribunal de Aveiro, em Portugal, devido à greve dos funcionários judiciais.

A primeira sessão do julgamento estava marcada para ontem de manhã, mas acabou por não se realizar devido à paralisação convocada pelo Sindicato dos Funcionários Judiciais, que se iniciou na quarta-feira e se prolonga até 05 de Maio.

Esta é a terceira vez que o início do julgamento é adiado. Na primeira vez, o adiamento ficou a dever-se à impossibilidade de notificar dois dos três arguidos de nacionalidade chinesa e, na segunda, ao facto de ter sido nomeado um novo advogado para um dos arguidos que pediu prazo para preparar a defesa.

No banco dos réus iriam estar sentados quatro arguidos, incluindo um cidadão chinês, que estão acusados dos crimes de associação criminosa, contrabando e dano contra a natureza.

O processo tem ainda mais dois cidadãos chineses como arguidos que vão ser julgados à parte por não terem sido localizados.

O caso resultou da operação “Saragaço”, levada a cabo pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) em Março de 2018, que culminou com a maior apreensão de meixão registada até então em Portugal, cerca de 600 quilogramas, avaliados num valor superior a um milhão de euros.

Espécie protegida

Durante a operação foram realizadas várias buscas a residências em Aveiro e Coimbra, bem como a um viveiro de aquacultura, tendo sido encontrados 28 tanques com quase 500 quilos de meixão vivo, mais de 100 quilos de meixão congelado divididos em vários sacos, cerca de 32 mil euros em dinheiro e mais de uma centena de malas de viagem.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), consultada pela Lusa, o cabecilha da rede era um empresário chinês a residir na Gafanha da Nazaré, em Ílhavo, que se dedicava à compra de meixão a apanhadores/pescadores, que depois era colocado em viveiros e enviado para o mercado asiático por via aérea, no interior de malas de viagem.

A rede envolvia ainda três homens de nacionalidade portuguesa que colaboravam com o principal arguido na recolha do meixão junto dos apanhadores, transporte e colocação em viveiros, além de tratarem de questões logísticas.

O MP diz ainda que o principal arguido procedeu à angariação de pessoas em países asiáticos a quem pagava todas as despesas de deslocação para Portugal e estadia em território nacional tendo como único objectivo fazerem o transporte do meixão vivo.

Por forma a manter o meixão vivo durante o tempo necessário à organização das referidas viagens e até acumularem as quantidades necessárias, os arguidos utilizavam um viveiro de aquacultura e várias habitações onde montaram ou construíram tanques com água.

O meixão vivo é uma espécie protegida pela convenção CITES em virtude de nos últimos anos as suas populações terem diminuído em mais de 70 por cento, tendo elevada procura nos mercados asiáticos, quer na gastronomia, quer para fins agrícolas, onde chega a atingir um preço elevadíssimo.

28 Abr 2023

Língua portuguesa | “Pelé” incluído no dicionário Michaelis

“Pelé” tornou-se a mais recente palavra da língua portuguesa, ao ser incluída como um novo adjectivo no dicionário Michaelis, como sinónimo de “excepcional, incomparável, único”.

“Aquele que é fora do comum, que ou quem em virtude de sua qualidade, valor ou superioridade não pode ser igualado a nada ou a ninguém, assim como Pelé, apelido de Edson Arantes do Nascimento (1940-2022), considerado o maior atleta de todos os tempos; excepcional, incomparável, único. Ele é o pelé do basquete. Ela é a pelé do ténis. Ela é a pelé da dramaturgia brasileira”, lê-se no texto da Michaelis.

A inclusão de “Pelé” no dicionário foi o resultado de uma campanha da Fundação Pelé, que recolheu 125.000 assinaturas na Internet em poucos meses. A campanha foi apoiada pelo Santos, o clube onde “O Rei” jogou a maior parte da sua carreira desportiva, e pelo grupo de comunicação social Globo. A Academia Brasileira de Letras (ABL), que rege a língua no país onde vivem dois terços dos falantes de português, lançou o seu próprio dicionário em 2021, mas ainda não inclui a palavra “Pelé”.

Edson Arantes do Nascimento ‘Pelé’, considerado por muitos como o maior jogador de futebol de todos os tempos, morreu a 29 de Dezembro de 2022 aos 82 anos de idade, como resultado da falência de múltiplos órgãos devido ao cancro do cólon de que sofria desde o ano anterior. Até agora, é o único jogador a ter ganhado três Taças do Mundo com a sua equipa nacional: Suécia 1958, Chile 1962 e México 1970.

28 Abr 2023

Paulina Chiziane recebe prémio em Lisboa a 5 de Maio

A escritora moçambicana Paulina Chiziane vai receber o Prémio Camões, atribuído em 2021, no próximo dia 5 de Maio, numa cerimónia a decorrer no Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, anunciou o Ministério da Cultura.

O prémio será entregue à autora de “Balada de Amor ao Vento” e “Ventos do Apocalipse” pelas mãos do primeiro-ministro, António Costa. A entrega do galardão acontece 10 dias depois da cerimónia de entrega do Prémio Camões a Chico Buarque, vencedor em 2019.

Para o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, “a entrega do Prémio Camões à escritora moçambicana Paulina Chiziane é um momento de enorme significado e enorme simbolismo para a cultura em português. É a primeira mulher negra a receber aquele que é o prémio de maior prestígio da língua portuguesa”.

Na altura da atribuição do prémio, o júri, que elegeu por unanimidade a escritora moçambicana, justificou a escolha com a “sua vasta produção e recepção crítica, bem como o reconhecimento académico e institucional da sua obra”.

O júri referiu também a importância que Paulina Chiziane dedica nos seus livros aos problemas da mulher moçambicana e africana, e sublinhou o seu trabalho recente de aproximação aos jovens, nomeadamente na construção de pontes entre a literatura e outras artes.

Para as mulheres

Após receber a distinção, Paulina Chiziane dedicou o prémio às mulheres, considerando que este serve para valorizar o papel do sexo feminino numa altura em que o seu trabalho ainda é subvalorizado.

Alguns dos seus livros foram publicados em Portugal e no Brasil, e estão traduzidos em inglês, alemão, italiano, espanhol, francês, sérvio, croata.

Paulina Chiziane nasceu em Manjacaze, Moçambique, em 1955. Estudou Linguística em Maputo. Actualmente, vive e trabalha na Zambézia. Ficcionista, publicou vários contos na imprensa.

O seu primeiro romance, “Balada de Amor ao Vento” (1990), foi publicado após a independência do país, e é também o primeiro romance publicado de uma mulher moçambicana.

“Ventos do Apocalipse”, concluído em 1991, saiu em Maputo, em 1993, como edição da autora e foi publicado em Portugal, pela Caminho, em 1999, antecedendo “Balada de Amor ao Vento”, em Portugal, pela mesma editora, em 2003.

A Caminho possui aliás os títulos da autora publicados em Portugal: “Sétimo Juramento” (2000), “Niketche: Uma História de Poligamia” (2002), “O Alegre Canto da Perdiz” (2008). Da sua obra fazem igualmente parte “As Andorinhas” (2009), “Na mão de Deus” e “Por Quem Vibram os Tambores do Além” (2013), “Ngoma Yethu: O curandeiro e o Novo Testamento” (2015), “O Canto dos Escravos” (2017), “O Curandeiro e o Novo Testamento” (2018).

28 Abr 2023

Língua Portuguesa | “Ler em Rede” integra projecto de digitalização

Plataforma “Ler em Rede”, com conteúdos em português para estudantes não nativos, e desenvolvida pelo Instituto Português do Oriente e o Camões I.P., passa a integrar o projecto de Digitalização do Ensino Português no Estrangeiro, financiado com fundos públicos e apresentado na última sexta-feira na Alemanha

 

Criado em Macau, o plano “Ler em Rede”, desenvolvido pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), o Camões I.P. e a empresa de tecnologia OMNI, passa a integrar o projecto de Digitalização do Ensino Português no Estrangeiro (EPE), desenvolvido pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e financiado com fundos públicos do Plano de Resolução e Resiliência [PRR]. Integrada no “Ler em Rede” encontra-se a plataforma “Viagem nas Palavras”, criada pelo IPOR e que já é utilizada em várias escolas de Macau.

O projecto Digitalização do EPE arrancou no dia 21 de Abril em Hamburgo, Alemanha, com a entrega dos primeiros equipamentos a professores e alunos. Esta iniciativa tem como objectivo a qualificação da rede EPE através da disponibilização de equipamentos a todos os alunos e professores para a utilização de plataformas digitais de conteúdos em língua e cultura portuguesa.

“Ler em Rede” pretende ser uma ferramenta para proporcionar a todos os jovens que aprendem português no âmbito da rede EPE a possibilidade de desenvolverem competências através de experiências pedagógicas de “qualidade, diversificadas, atractivas e criativas”, sempre dentro dos moldes definidos para o ensino do idioma de Camões a estrangeiros. Esta plataforma incentiva o percurso de autoaprendizagem, podendo também ser utilizada em contexto de sala de aula, como um recurso adicional à disposição dos docentes.

Três níveis, 60 unidades

Organizada em três níveis etários e com 60 unidades didácticas, o “Ler em Rede” incorpora “recursos tecnológicos inovadores” que visam promover uma aprendizagem centrada nas competências de leitura, mas que potencia também as áres da compreensão do oral e da escrita.

O projecto Digitalização EPE beneficia cerca de 22.000 alunos da rede de cursos extracurriculares promovidos pelo Camões, I.P. em Espanha, Andorra, França, Reino Unido, Alemanha, Luxemburgo, Bélgica, Países Baixos e África do Sul, bem como na Austrália, Canadá, EUA e Venezuela. O investimento PRR do Camões, I.P., inserido na Medida TD-C19-i01-m13, representa um investimento global de 18,9 milhões de euros.

28 Abr 2023

MNE chinês pede unidade entre China e Ásia Central face a transformações globais

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, defendeu ontem a unidade e cooperação entre China e países da Ásia Central, face a um cenário internacional complexo e em “profunda transformação”.

Num encontro na cidade chinesa de Xi’an com representantes do Uzbequistão, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Turcomenistão, para preparar a cimeira China – Ásia Central, que se realiza em Maio, Qin lembrou que o mundo entrou num “novo período complexo e de transformações”, segundo um comunicado citado pela imprensa estatal. “Quanto mais complexa é a situação, mais devemos manter a nossa unidade”, frisou.

“A China e os países da Ásia Central são bons vizinhos, amigos, parceiros e irmãos. A nossa cooperação já alcançou uma série de conquistas históricas e importantes. O desenvolvimento regional atravessa um período de vitalidade sem precedentes”, disse o ministro chinês.

Qin pediu a continuação da “construção conjunta” de projetos de infraestrutura vinculados à iniciativa “Faixa e Rota”, com “altos padrões e mais intercâmbio”.

“Também devemos opor-nos a quaisquer forças estrangeiras que interfiram nos assuntos dos países regionais sob qualquer pretexto”, acrescentou Qin Gang. O objectivo é “tornar a Ásia Central um local para a cooperação com benefícios mútuos, em vez de uma [arena] para jogos geopolíticos”, frisou.

Preparar terreno

O encontro em Xi’an visou acertar os preparativos para a próxima Cimeira China – Ásia Central, que se vai realizar naquela cidade, no próximo mês, a fim de “consolidar a confiança mútua entre todas as partes e promover a conectividade, segurança e desenvolvimento”.

“Esperamos que a cimeira abra um novo capítulo nas relações e traga novas oportunidades”, disse Qin.

O comunicado sublinhou ainda que os diplomatas reunidos na cidade chinesa “elogiaram” a conversa telefónica de quarta-feira entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, “que visou pôr fim ao conflito [na Ucrânia] e retomar o diálogo para a paz”.

Os países da Ásia Central desempenham um papel – chave na iniciativa ‘Faixa e Rota’, o gigantesco projecto internacional de infraestruturas lançado pela China, que prevê a construção de auto-estradas, portos ou ligações ferroviárias, visando abrir novas vias comerciais entre o leste da Ásia e a Europa.

A Rússia, que desde meados do século XIX é a principal potência na Ásia Central, vê assim o seu papel ameaçado, com os seus tradicionais aliados regionais a serem cobiçados pela China, Turquia e países ocidentais. Esta tendência acelerou desde a invasão russa da Ucrânia, embora Moscovo mantenha forte influência.

Nos últimos meses, além de Xi Jinping, os presidentes da Rússia e da Turquia, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, respectivamente, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, visitaram a Ásia Central.

Uma cimeira ‘online’ no formato 5+1 foi organizada por Xi, em Janeiro de 2022, por ocasião do 30.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e os diferentes estados da região após a desintegração da União Soviética.

28 Abr 2023

Ucrânia | Conversa entre Xi e Zelensky mostra responsabilidade da China

O Presidente chinês a conversou ao telefone com o seu homólogo ucraniano na busca de caminhos que levem a uma solução pacífica para o conflito desencadeado pela Rússia

 

A conversa por telefone entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, “demonstra responsabilidade” e o “sincero desejo da China” de promover uma “solução política” para a guerra, defendeu ontem um jornal oficial.

Em editorial, o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, considerou que o diálogo prova que a China, “como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e como grande potência responsável, deseja promover uma solução política com sinceridade e sem interesses próprios”.

“A China está firmemente do lado da paz e do diálogo” e “está sempre do lado correcto da História”, defendeu o jornal. “Tanto a Rússia como a Ucrânia saudaram os nossos esforços para promover a paz, e as potências europeias também esperam que desempenhemos um papel maior”, lê-se no editorial.

Xi Jinping reclama um papel maior para a China na resolução de questões internacionais. Num triunfo para o líder chinês, o Irão e a Arábia Saudita anunciaram, no mês passado, em Pequim, um acordo para restabelecerem as relações diplomáticas, cortadas por Riade em 2016.

Vários líderes europeus, incluindo o Presidente francês, Emmanuel Macron, a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, visitaram Pequim, nas últimas semanas, visando encorajar a China a usar a sua influência junto de Moscovo para pôr fim ao conflito.

Referindo que “até a Casa Branca saudou o telefonema [entre Xi e Zelensky]”, o Global Times lembrou que o reconhecimento internacional “ressalta o valor especial dos esforços da China numa situação tão complexa e em mudança”.

“A China pode comunicar directamente com todas as partes envolvidas, procurar consenso e receber respostas positivas”, apontou o jornal.

A mediação de Pequim é possível porque a “China sempre aderiu a uma posição objectiva e justa, e demonstrou a sua responsabilidade como grande potência”, acrescentou. “Este papel e influência não podem ser substituídos no mundo de hoje”.

Primeiro passo

Foi a primeira vez que Xi falou com Zelensky desde o início da invasão russa da Ucrânia, apesar de ter reunido por várias vezes com o homólogo russo, Vladimir Putin.

Xi disse ao líder ucraniano que a China vai enviar um representante especial para os assuntos da Eurásia para a Ucrânia e outros países, com o objectivo de “lançar uma comunicação profunda com todas as partes visando encontrar uma solução política para a crise”.

Destacou também que a “evolução complexa da ‘crise’ na Ucrânia” teve um grande impacto na situação internacional, ao mesmo tempo que garantiu que o seu país “sempre esteve do lado da paz”.

O Presidente chinês explicou ao homólogo ucraniano que o “respeito pela soberania e integridade territorial” é a “base política” das relações entre Pequim e Kiev e transmitiu o seu desejo de “promover o desenvolvimento da parceria estratégica entre os dois países”.

28 Abr 2023

Feriados | Previstas enchentes nas ruas e hotéis

O presidente da Associação dos Hoteleiros de Macau, Lou Chi Leong, estima que a taxa de ocupação hoteleira atinja os 90 por cento durante a Semana Dourada do Dia do Trabalhador.

Citado pelo canal chinês da Rádio Macau, Lou Chi Leong indicou que no passado os quartos apresentavam preços irracionais, porque as plataformas de venda online aumentaram artificialmente os montantes. Contudo, Lou acredita que depois da intervenção da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), o cenário não se vai repetir este ano.

Em relação ao preço de mil patacas por noite nos hotéis mais baratos, como pensões, o presidente da associação considerou que se trata do mercado a funcionar e que os preços foram comunicados antecipadamente à DST. Para o responsável, desde que os clientes concordem com o preço, também não devem ser levantados problemas.

Por seu turno, o presidente da Associação de Inovação e Serviços de Turismo de Lazer de Macau, Paul Wong, indicou que se regista um aumento de 30 por cento do número de excursionistas durante os dias úteis.
Sobre os dias da Semana Dourada, o dirigente associativo acredita que devem ficar acima de 80 mil por dia.

28 Abr 2023

China | Jornalista enfrenta acusações de espionagem

A família de um jornalista chinês, que trabalhou num jornal afiliado do Partido Comunista, disse que o repórter enfrenta acusações de espionagem, depois de ter sido detido num encontro com um diplomata japonês num restaurante.

Dong Yuyu, director-adjunto do departamento editorial do Diário de Guangming até ser detido, em Fevereiro de 2022, encontrava-se regularmente com jornalistas e diplomatas estrangeiros para compreender as tendências mundiais. Mas as autoridades chinesas consideraram aqueles contactos com diplomatas estrangeiros como prova de espionagem, de acordo com uma declaração da família, divulgada na segunda-feira. Dong é o mais recente caso do que Pequim considera serem interferências estrangeiras.

Não sendo membro do Partido Comunista, Dong era uma das vozes mais favoráveis à reforma no Diário de Guangming e escrevia artigos a favor de um sistema jurídico independente, indicou a família.

Em 2006-2007 Dong frequentou a Universidade de Harvard com uma bolsa da instituição de ensino norte-americana. No Japão, foi bolseiro na Universidade de Keio, em 2010, e quatro anos mais tarde, foi professor visitante na Universidade de Hokkaido.

Em 2017, uma investigação das autoridades do partido concluiu que alguns artigos de Dong eram “antissocialistas”, tendo sido ameaçado de despromoção, acrescentou a família. Em Fevereiro de 2022, Dong foi detido quando almoçava com um diplomata japonês num restaurante de um hotel, em Pequim, onde se encontrava frequentemente com amigos estrangeiros, de acordo com a mesma nota.

O diplomata também foi detido, o que provocou um forte protesto do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão, tendo sido libertado horas depois. No mês passado, a família do jornalista foi informada que Dong seria julgado, mas a data ainda não é clara, indicou. Na China, a espionagem pode ser punida com uma pena de prisão superior a dez anos.

27 Abr 2023

EUA e Filipinas usam munições reais contra navio no maior exercício conjunto de sempre

Milhares de tropas norte-americanas e filipinas atacaram ontem um navio, com foguetes de alta precisão, ataques aéreos e fogo de artilharia, como parte dos maiores exercícios de guerra de sempre realizados entre os dois países.
Os exercícios decorreram em águas filipinas no disputado mar do Sul da China, que é reclamado quase na totalidade por Pequim, apesar dos protestos dos países vizinhos.

O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., assistiu à demonstração de poder de fogo norte-americano a partir de uma torre de observação, na cidade costeira de San Antonio, na província de Zambales, no noroeste do país – a mais recente indicação de seu forte apoio à aliança de Manila com Washington.

Marcos ordenou que os seus militares mudem o foco, de batalhas anti-rebelião para a defesa externa, à medida que as acções cada vez mais agressivas da China no mar do Sul da China se tornam uma preocupação para Manila.

A mudança nos objetcivos da defesa filipina está em sintonia com o objectivo do governo norte-americano de reforçar um arco de alianças na região do Indo-Pacífico para melhor combater a ascensão da China.

Sentado ao lado da embaixadora dos EUA, MaryKay Carlson, e os seus principais assessores de Defesa e segurança, Marcos usou um par de binóculos para observar a trajectória dos foguetes do Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade dos EUA, ou HIMARS, um lançador múltiplo de foguetes e mísseis, que é montado num camião, e que se tornou uma arma crucial para as tropas ucranianas que lutam contra as forças invasoras russas.

Os exercícios assemelharam-se a um cenário de guerra real, com as explosões e fumo causados pelo fogo de artilharia e os helicópteros de ataque AH-64 Apache a sobrevoar os céus.

“Este treino aumentou o realismo e a complexidade dos exercícios, uma prioridade fundamental partilhada entre as Forças Armadas das Filipinas e os militares dos EUA”, disse o tenente-general William Jurney, comandante das Forças do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA no Pacífico.

Cerca de 12.200 militares dos EUA, 5.400 forças filipinas e 111 contrapartes australianas participaram nos exercícios chamados Balikatan, os maiores desde que começou a ser realizado há três décadas. A embarcação alvo das forças aliadas era um navio de guerra desactivado da marinha filipina, que foi rebocado cerca de 18 a 22 quilómetros mar adentro.

Oficiais militares filipinos disseram que as manobras reforçam a defesa costeira do país e as capacidades de resposta a desastres e que não visavam nenhum país.

Oposição sínica

A China opôs-se a exercícios militares envolvendo forças dos EUA na região no passado, bem como ao aumento dos efetivos militares dos EUA, alertando que estas operações aumentam as tensões e prejudicam a estabilidade e a paz regionais.

Em Fevereiro, Marcos aprovou uma presença militar mais ampla dos EUA nas Filipinas, permitindo que lotes rotativos de forças norte-americanas utilizem mais quatro bases militares filipinas. Tratou-se de uma reviravolta acentuada, face à política do seu antecessor Rodrigo Duterte, que temia que uma presença militar norte-americana maior pudesse antagonizar Pequim.

A China opôs-se fortemente à decisão, que permite às forças dos EUA estabelecer postos de vigilância no norte das Filipinas, do outro lado do mar de Taiwan, e nas províncias filipinas ocidentais voltadas para o mar do Sul da China.

A China alertou que o aprofundamento da aliança de segurança entre Washington e Manila e os seus exercícios militares conjuntos não devem prejudicar a segurança e interesses territoriais chineses ou interferir nas disputas territoriais entre Pequim e os países vizinhos.

27 Abr 2023

Dia Internacional dos Museus celebrado com jogos e workshops

Sob o tema “Museus, Sustentabilidade e Bem-estar” decorre este ano mais uma edição do “Carnaval do Dia Internacional dos Museus” a partir do dia 14 de Maio. A ideia é celebrar a efeméride, instituída a 18 de Maio de 1977, com uma série de actividades que vão desde os jogos aos workshops. A cerimónia de abertura do evento, que integra grande parte dos espaços museológicos geridos pelo Instituto Cultural (IC), arranca dia 14 de Maio no Centro de Ciência de Macau, onde, a partir das 14h, serão organizados “jogos de cabine, workshops e jogos online”.

No entanto, nesse dia, todos os museus do território promovem, entre as 14h e as 18h, diversas iniciativas como é o caso do jogo “Múltiplas Perspectivas sobre Museus” ou “Vamos começar por conhecer as exposições do Museu de Macau”, sem esquecer as oficinas nas áreas da xilogravura, impressão e cerâmica.

Para assinalar o dia i, os museus estarão abertos ao público gratuitamente ao longo do mês de Maio, sendo que cada espaço terá o seu calendário de exposições, workshops ou visitas guiadas a propósito desta celebração.

Cultura e GP

O Museu do Grande Prémio de Macau é um dos que estará aberto gratuitamente no dia 18. Nesse dia será realizado o workshop “Impressão de carros de corrida em sacos ecológicos”, tendo com pano de fundo a 70.ª edição do Grande Prémio. Nos domingos de 21 e 28 de Maio, às 10h30 e 15h30, decorrem ainda os workshops “Produção de badges de carro de corrida em cera” e “Pintura do carro dos seus sonhos”, podendo inscrever-se crianças dos quatro aos 14 anos com os seus pais.

Entre os dias 14 de Maio e 3 de Junho os interessados podem ainda participar no “Jogo Online do Carnaval do Dia Internacional dos Museus de Macau 2023”. Com o rol de actividades organizadas em Macau pretende-se “realçar a essência cultural de Macau, criando um ambiente intensamente cultural e festivo para as comunidades”.

27 Abr 2023

Divisas | Yuan mais usado do que dólar em operações transfronteiriças

Pela primeira vez na história, a utilização da moeda chinesa ultrapassou a da divisa norte-americana nas transacções internacionais

 

A China realizou em Março, pela primeira vez, mais transacções transfronteiriças com a sua moeda do que com o dólar norte-americano, num novo marco nos planos de Pequim para reduzir a sua dependência da divisa norte-americana.

Segundo uma análise difundida ontem pela Bloomberg Intelligence, baseada em dados do Governo chinês, o uso do yuan neste tipo de operações atingiu o recorde histórico de 48 por cento, em Março, quando o uso do dólar nas transacções internacionais chinesas caiu para 47 por cento.

Em 2010, a China praticamente não utilizava o yuan para liquidar este tipo de transacções, utilizando quase exclusivamente o dólar. Estes dados são calculados com base no volume de todo o tipo de transacções transfronteiriças realizadas no país, incluindo a compra e venda de acções, através das ligações entre as praças financeiras da China Continental e de Hong Kong.

“O aumento do uso do yuan pode ser uma consequência natural da abertura pela China da sua conta de capital”, disse Stephen Chiu, analista de câmbio da Bloomberg. No entanto, a moeda chinesa ainda tem uma participação de apenas 2,3 por cento nos pagamentos globais, segundo dados do sistema internacional de pagamentos SWIFT.

A China tem tentado internacionalizar o yuan desde 2009, visando reduzir a dependência do dólar em acordos comerciais e de investimento e desafiar o papel da moeda norte-americana como a principal moeda de reserva do mundo. Esta questão tornou-se mais urgente à medida que fricções políticas e a prolongada guerra comercial e tecnológica entre Pequim e Washington resultaram na imposição de sanções contra várias entidades chinesas.

O debate sobre a fragmentação do mercado monetário e a diluição do domínio do dólar norte-americano foi renovado também pelas sanções impostas pelo Ocidente contra a Rússia. A China reforçou a cooperação com Moscovo, a nível de sistemas de pagamento, promovendo o uso do yuan nas trocas comerciais bilaterais.

O dólar é utilizado em 84,3 por cento das trocas comerciais a nível global, segundo dados recentes divulgados pelo jornal britânico Financial Times. Mas a participação do yuan mais do que duplicou desde a invasão da Ucrânia, de menos de 2 por cento para 4,5 por cento, reflectindo o maior uso da moeda chinesa no comércio com a Rússia.

Na terça-feira, o Conselho de Estado (Executivo) chinês reiterou a sua intenção de aumentar o uso do yuan para liquidar operações internacionalmente.

“A internacionalização do yuan está a acelerar à medida que outros países buscam uma moeda de pagamento alternativa para diversificar os riscos, já que a Reserva Federal [dos EUA] perdeu alguma credibilidade”, disse Chris Leung, economista do DBS Bank.

O especialista notou, no entanto, que o dólar norte-americano vai manter-se por muito tempo como a moeda de escolha mundial: “A participação do yuan nos pagamentos globais pode ser para sempre pequena”.

Ajuda brasileira

Este mês, o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, atacou, em Xangai, o domínio do dólar norte-americano como moeda de reserva mundial e apelou para o uso de outras divisas na relação comercial entre Brasil e China.

“Eu todos os dias me pergunto por que motivo os países estão obrigados a fazer o seu comércio em dólar”, afirmou o chefe de Estado brasileiro, na sede do Novo Banco de Desenvolvimento, criado pelo BRICS, o bloco de economias emergentes que junta Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “Nós precisamos de ter uma moeda que dê aos países um pouco mais de tranquilidade”, acrescentou.

Michael Pettis, professor de teoria financeira na Faculdade de Gestão Guanghua, da Universidade de Pequim, escreveu então na sua conta oficial no Twitter que as afirmações de Lula são “palavras de político” e “não de quem conhece o balanço de pagamentos global”.

“Ele não percebe que o que importa não é a moeda em que o comércio brasileiro é denominado. Podem ser dólares, yuan, reais, euros ou até o ringgit da Malásia”, apontou. “O que importa são os activos em que os exportadores desejam acumular o produto das suas exportações”, afirmou.

Para os exportadores brasileiros acumularem o yuan nas suas trocas com a China, Pequim teria que executar reformas no sistema financeiro e monetário que são incompatíveis com o seu modelo de governação, apontou.
Pettis considerou que a “rigidez” do sistema financeiro da China, em contraste com o mercado de capitais “aberto” dos Estados Unidos, “impede o yuan de assumir maior predominância como moeda de reserva”.

“A China teria de abdicar do controlo sobre as contas correntes e de capital” e “aceitar um sistema de governação no qual as decisões de uma ampla gama de autoridades estariam sujeitas a um processo legal transparente e previsível”, para que o yuan pudesse, “pelo menos parcialmente”, ameaçar a posição do dólar, afirmou o académico, que vive no país asiático há duas décadas.

27 Abr 2023

TDM | Empresa gasta mais com menos pessoas

Apesar de ter reduzido em oito o número de trabalhadores, a TDM aumentou no ano passado os gastos com o pessoal em 1,08 milhões de patacas, de acordo com os dados publicados no Boletim Oficial. Em 2021 a empresa tinha 653 trabalhadores e 319,28 milhões de patacas em custos com recursos humanos.

No ano passado, com quadros constituídos por 645 pessoas, os gastos com o pessoal atingiram 320,36 milhões de patacas, no que foi um aumento de 0,34 por cento, em ano de contracção económica. Em relação aos resultados finais, a empresa que recebeu subsídios de 314,51 milhões de patacas do Governo fechou o ano com um prejuízo de 2,43 mil milhões de patacas. Em 2021, o prejuízo tinha sido de 5,67 mil milhões de patacas.

27 Abr 2023

BNU | Agência Sede reaberta com pompa e circunstância

A sede agência do Banco Nacional Ultramarino (BNU) foi ontem reaberta oficialmente, oferecendo ao público “um novo espaço, com uma disposição moderna e funcional”, indicou a instituição em comunicado.

A fachada histórica do edifício integra agora com um interior moderno, “resultando numa verdadeira simbiose entre o passado e o futuro, e que procura acompanhar as tendências de design da era digital”, indica o banco, acrescentando que “o conceito de design interior é inspirado na icónica caravela do BNU, que representa o espírito aventureiro português e uma abordagem multicultural”.

A cerimónia de abertura contou com um painel de convidados de honra presidido pela vice-diretora-geral do departamento de assuntos económicos do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, Yang Hao.

Em declarações à TDM, o presidente da comissão executiva do BNU, Carlos Cid Álvares afirmou acreditar que passou a haver possibilidade de empresas portuguesas investirem na zona de cooperação aprofundada, em Hengqin, na sequência da recente visita de Ho Iat Seng e de empresários locais a Portugal.

À margem da cerimónia de reabertura, Carlos Cid Álvares mostrou-se agradado com a visita da delegação da RAEM a Portugal, que integrou, assinalando o apoio à continuidade da actividade bancária em Macau pelo principal accionista do BNU, a Caixa Geral de Depósitos.

27 Abr 2023

Comunidade | Amélia António alerta para morte de associações

Amélia António, presidente da Casa de Portugal, alertou para as dificuldades criadas pelas novas regras de financiamento da Fundação Macau, que ameaçam a sobrevivência de várias associações locais. A mensagem foi deixada em declarações à Rádio Macau.

Segundo a responsável, em causa está a nova regra que só “permite libertar os últimos 10 por cento dos apoios do ano anterior, e a primeira tranche do ano em curso, depois da Fundação Macau ter dado como aprovadas” as contas das associações. Este processo não tem um limite temporal, o que faz com que as associações tenham de sobreviver durante vários meses à base do seu próprio financiamento, ou através do recurso ao crédito.

“Não se sabe quando acontece [a aprovação das contas e libertação dos apoios]. Estamos a acabar Abril e a entrar em Maio, não recebemos ainda os 10 por cento de 2022. Não recebemos nada deste ano. Portanto, como se viveu, Dezembro, Janeiro, Fevereiro, Março e Abril?”, questionou. “Já são cinco meses que se está a funcionar sem essas verbas recorrendo ao crédito bancário”, explicou. “As associações não podem viver nesta base, é impossível. Este modo de funcionamento é a morte das associações”, acrescentou.

As declarações de Amélia António foram prestadas à margem de um jantar de celebração do 25 de Abril organizado pela Casa de Portugal no restaurante Lusitanus.

27 Abr 2023

Bélgica | Ho Iat Seng reúne com chineses ultramarinos

O Chefe do Executivo reuniu na terça-feira em Bruxelas com representantes dos chineses ultramarinos na Bélgica, a quem pediu “o reforço da ligação com o sector empresarial de Macau, a fim de aproveitarem conjuntamente as novas oportunidades de desenvolvimento”.

Ho Iat Seng fez ainda uma apresentação sobre o desenvolvimento de Macau e a zona de cooperação aprofundada em Hengqin, deixando “um convite aos chineses ultramarinos para visitarem Macau, a Zona em Hengqin e a Grande Baía na procura de novas oportunidades de desenvolvimento e cooperação”.

O embaixador da China na Bélgica, Cao Zhongming, afirmou que “a RAEM, apoiada pelo País e ligada ao mundo, tem vantagens e características únicas”, acrescentando que irá trabalhar para “aprofundar, com o Governo da RAEM, um intercâmbio e cooperação mais abertos e estreitos com os países europeus, com o objectivo de impulsionar o desenvolvimento da economia, sociedade e turismo cultural de Macau”.

O representante dos chineses ultramarinos na Bélgica e presidente do Conselho para a Promoção da Reunificação Pacífica da China na Bélgica, Zhu Haian, disse que os chineses ultramarinos no país têm apoiado e participado de forma activa na construção e desenvolvimento nacionais, a fim de impulsionar a reunificação pacífica da China.

27 Abr 2023

MNE | Prometido combate a interferências externas em Macau

O adjunto do Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Le Rong, garantiu que irá “impedir e coibir resolutamente a interferência de forças externas nos assuntos da RAEM”. O compromisso foi assumido na terça-feira, num encontro com o Chefe do Executivo interino, André Cheong, de acordo com um comunicado emitido ontem pelo Gabinete de Comunicação Social.

O responsável afirmou dar apoio “à participação da RAEM em várias actividades para melhorar continuamente a sua influência internacional, e apoiar o desenvolvimento da diversificação adequada da economia local”.
Le Rong acrescentou que o Governo Central vai continuar a demostrar ao mundo o sucesso da implementação em Macau do princípio “Um País, Dois Sistemas”.

Por sua vez, André Cheong referiu que actualmente, “144 países e territórios concedem, aos titulares do Passaporte da RAEM, a isenção de visto ou visto à chegada”. O governante local referiu que gostaria que o MNE “continuasse a apoiar a promoção do Passaporte da RAEM no exterior, principalmente para facilitar a entrada nos países incluídos nos destinos de viagem mais frequentes para os residentes de Macau.”

27 Abr 2023