Coreia do Sul | Tribunal nega detenção de líder da oposição

Um tribunal de Seul negou ontem o mandado de prisão solicitado pelo Ministério Público contra o líder do principal partido da oposição, Lee Jae-myung, acusado de corrupção. A decisão considerou ser “difícil ver a justificação e a necessidade” da detenção do líder do Partido Democrático (PD), uma vez que não há risco de fuga ou de destruição de provas.

Pouco depois do anúncio, Lee agradeceu ao tribunal por ter “demonstrado claramente que é o último bastião dos direitos humanos”.
O político de 58 anos levou a cabo uma greve de fome de 24 dias em protesto contra as políticas do Governo de Yoon Suk-yeol, que acusa de “liquidar” a ordem democrática ao endurecer leis contra os ‘media’ e ao não condenar a libertação no mar da água tratada da central nuclear de Fukushima, no Japão.

Críticos dizem que a greve de fome de Lee serviu para desviar as atenções das acusações de corrupção. O político é acusado de ser responsável por a autarquia de Seongnam, uma cidade dormitório nos arredores da capital, Seul, ter perdido cerca de 20 mil milhões de won entre 2014 e 2015, depois cancelar abruptamente um plano de construção de habitações sociais e permitir que um promotor privado assumisse o empreendimento.

Os procuradores disseram acreditar também que, entre 2019 e 2020, Lee pediu a uma empresa que transferisse cerca de oito milhões de dólares para as autoridades da Coreia do Norte – algo que sem autorização prévia é crime no Sul – para facilitar a visita do político ao Estado vizinho, com o qual o país ainda está tecnicamente em guerra.

Na altura, Lee era governador de Gyeonggi, a província que rodeia Seul – a mais populosa do país, com mais de 13 milhões de habitantes -, e era candidato às eleições presidenciais de 2022, defendendo o diálogo e a aproximação entre as duas Coreias.

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