MNE | Defendido bom relacionamento com Itália face a “desafios geopolíticos”

Wang Yi e Antonio Tajani reforçaram em Pequim os laços de união e cooperação entre as duas nações, apesar dos desafios globais apresentados pelo cenário internacional. O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano reafirmou o compromisso do país para com o princípio ‘Uma só China’

 

O chefe da diplomacia chinesa disse ontem ao homólogo italiano que as duas nações devem “conviver”, apesar dos “desafios geopolíticos”, numa altura em que Itália se prepara para sair da iniciativa chinesa ‘Uma Faixa, Uma Rota’.

“Perante os desafios e perturbações geopolíticas, China e Itália devem aderir à forma correcta de conviver entre si, caracterizada pelo respeito e confiança mútuos, abertura, cooperação e diálogo entre iguais”, disse Wang Yi, citado pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês enfatizou a relevância da cooperação entre os dois países e manifestou a vontade de Pequim de “trabalhar em conjunto” com Roma para implementar os consensos alcançados pelos líderes de ambas as nações.

Wang defendeu o reforço dos intercâmbios de alto nível, a consolidação da base política das relações bilaterais, a expansão da cooperação prática a alto nível, o enriquecimento dos intercâmbios entre os dois povos e a promoção do desenvolvimento sustentado e estável das relações.

Citado pela Xinhua, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, vincou que Itália atribui grande importância à construção de relações estáveis e de longo prazo com o país asiático, ao mesmo tempo que sublinhou o seu compromisso com o princípio ‘Uma só China’.

Ambos os ministros sublinharam que, apesar da volatilidade no cenário internacional, as relações entre Itália e China não vão ser afectadas.

Tudo ou nada

A visita de Antonio Tajani a Pequim ocorre numa altura em que a Itália se prepara para abandonar a iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’, o principal programa da política externa de Pequim.

A participação do país europeu, que foi aprovada em Março de 2019 pelo governo do então primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte (2018-2021), foi uma decisão “correcta” e com base no “vínculo histórico e cultural” e na “necessidade prática de desenvolvimento de ambos os países”, defendeu o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, no mês passado.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, ainda não anunciou se vai renovar o acordo com a China por mais cinco anos. No entanto, um rompimento pode levar a retaliações comerciais por parte de Pequim.

Itália tem sido pressionada a sair do acordo pelos Estados Unidos, que vêem a China como o seu maior rival estratégico, e pela União Europeia, que está a tentar reduzir a sua dependência face ao país asiático em vários sectores estratégicos, incluindo no sector tecnológico.

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