Brasil | Investimento chinês cai para valor mais baixo dos últimos 13 anos

O investimento chinês no Brasil caiu 78 por cento no ano passado, para 1,3 mil milhões de dólares, o valor mais baixo desde 2009, de acordo com um estudo divulgado na terça-feira.

O relatório publicado pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) revelou que quase metade (45 por cento) do investimento chinês em 2022 foi para o sector da electricidade, seguido pela indústria automóvel (28 por cento)

O estudo “Investimentos Chineses no Brasil 2022: Tecnologia e Transição Energética” sublinhou que o número de projectos atingiu 32, mais quatro do que em 2021 e um novo máximo histórico, sendo que metade está ligada também ao sector da electricidade.

Na apresentação do documento, o director de conteúdo e pesquisa do CEBC, defendeu que os dados não reflectem uma “falta de interesse da China”, mas sim a existência de grandes investimentos que exigem “uma série de licenças ou negociações longas”.

Oito projectos chineses no Brasil, no valor de 3,4 mil milhões de dólares, foram anunciados em 2022, mas ainda não saíram do papel ou foram iniciados apenas este ano, referiu o estudo.

No relatório, a economista da gestora de fundos Bradesco Asset, Fabiana D’Atri, disse que os investimentos chineses são “ainda volumosos no segmento de energia eléctrica, ao mesmo tempo em que o segmento automóvel começa a aquecer”.

Em Julho, a empresa chinesa BYD anunciou que irá investir três mil milhões de reais para construir no estado da Bahia, no nordeste do Brasil, a primeira fábrica de automóveis eléctricos fora da Ásia.

De acordo com dados do CEBC e do China Global Investment Tracker, uma base de dados do ‘think tank’ norte-americano American Enterprise Institute, o Brasil ficou em nono lugar no que toca ao investimento chinês no exterior em 2022.

No ano anterior, o Brasil tinha sido o maior destino para os investimentos chineses em todo o mundo, com 5,9 mil milhões de dólares. O Brasil é o maior parceiro comercial da China na América Latina e há 14 anos consecutivos que a China é o maior parceiro comercial brasileiro.

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