Hoje Macau EventosCinemateca Paixão | “Dangerous Encounter”, clássico de Hong Kong, em exibição “Dangerous Encounter of the First Kind” é um clássico de Hong Kong, do realizador Tsui Hark, de 1980, a ser exibido a partir de hoje na Cinemateca Paixão. Trata-se de “uma obra-prima da Nova Vaga de Hong Kong” que rompeu amarras no cinema que se vinha fazendo, até então, nos anos 70. Destaque ainda para a exibição de curtas-metragens de Macau a partir de sábado Os saudosistas dos velhinhos filmes de Hong Kong podem recordar, a partir de hoje, na Cinemateca Paixão, um clássico feito na região vizinha da autoria do realizador Tsui Hark. Trata-se de “Dangerous Encounter of the First Kind” [Não Brinquem com o Fogo], de 1980, considerado uma “obra-prima da Nova Vaga de Hong Kong” e que, à data, “chocou a indústria cinematográfica de Hong Kong” graças ao trabalho “inovador” do realizador, descreve a Cinemateca. A primeira exibição acontece hoje, às 19h30, seguindo-se apresentações no sábado e domingo, e uma última exibição no sábado, dia 27. Com Lieh Lo, Lin Chen-Chi, Albert Au e Lung Tin Sang no elenco, o filme remete para o período em que as autoridades britânicas de Hong Kong classificaram, nos anos 70, os explosivos como mercadorias perigosas. Os personagens principais, Paul, Long e Ko atropelam acidentalmente um homem numa noite de copos, acidente que é testemunhado por Wan-Chu. Este ameaça fazer queixa à polícia se eles não seguirem as suas instruções, pelo que não têm outra alternativa senão obedecer, iniciando-se uma onda de assaltos protagonizados por todos. Segue-se uma série de aventuras que envolve dinheiro de japoneses, gangsters e a polícia. Este foi o terceiro filme da carreira de Tsui Hark, sendo considerado uma das suas criações mais marcantes. Curtas de Macau A partir de sábado serão exibidas diversas curtas-metragens de Macau no programa “Descubra Macau – Julho”. A ideia é “trazer novas perspectivas e experiências para dar a conhecer a diversidade do cinema” feito localmente, por forma a “romper com a abordagem narrativa habitual”, descreve a Cinemateca Paixão. As exibições começam sábado às 14h, seguindo-se nova exibição no domingo seguinte, com repetição no fim-de-semana seguinte. Um dos filmes é “Pelo menos não hoje”, de Io Lou Ian, uma produção de 2021. Esta é a história de Wong Lam e Cheung Keung que vão ser pais. Donos de uma pequena loja de impressão de fotografias, a sua vida muda quando recebem a ordem da polícia para revelar um conjunto de negativos. Um trabalho que, aparentemente, tinha tudo para ser uma tarefa comum, revela-se algo que mudará as suas vidas. De 2016 chega “Uma História de Fantasmas de Verão”, de Kaiu Choy. A peça central desta história é o desaparecimento de Lee Ho-Sang, tio de Wong Chi-Wa, durante o Festival dos Espíritos Esfomeados. Quinze anos depois, e sem grandes explicações, Lee regressa. Os mistérios deste caso surgem associados à época festiva, típica da cultura chinesa. “Vem, a Luz” é o filme que se segue. Realizado em 2015, a película conta a história de Wei, trabalhadora num casino, e Chi-ho, o seu namorado, jogam na lotaria sempre na esperança de ganhar fortuna. Um dia, ganham o jackpot, mas Chi-ho sente-se dividido entre o amor e o pagamento de uma dívida que contraíra. Wei, entretanto, tem outros planos para o dinheiro ganho, mas o casal tem de enfrentar cenários de sorte e azar ao mesmo tempo. Um filme de Chao Koi Wang. “Mundo Ridículo” é a última película apresentada na secção “Descubra Macau – Julho”. Realizado em 2014 por Lei Ka Wai aborda o momento em que todo o mundo é infectado por um vírus, incluindo Macau. Restam cinco sobreviventes no território que decidem subir ao telhado de um edifício industrial procurando sobreviver quando, por todas as ruas, as autoridades governamentais e de protecção civil procuram sobreviventes.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim e Filipinas criam linha entre líderes para evitar conflito China e Filipinas abriram uma linha directa de comunicação entre os seus respectivos gabinetes presidenciais, visando evitar que as disputas no Mar do Sul da China resultem em conflito, informou ontem a agência Associated Press. Os dois países criaram anteriormente este tipo de linhas telefónicas de emergência nos níveis mais baixos das suas burocracias, face a disputas frequentes em tornos de atóis no Mar do Sul da China, onde as Filipinas acusam as forças chinesas de acções cada vez mais hostis e Pequim diz que os navios filipinos violaram a sua soberania. Mas os confrontos territoriais persistiram nos últimos meses, gerando receios de um conflito armado de maiores dimensões que poderia envolver os Estados Unidos. Num confronto entre as forças chinesas e filipinas nas águas adjacentes ao Segundo Atol Thomas, ocupado pelas Filipinas em Agosto de 2023, o governo filipino afirmou que não conseguiu contactar os funcionários chineses através de um “mecanismo de comunicação marítima” estabelecido, quando o confronto ocorreu. Esta linha telefónica de emergência foi criada depois de o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., se ter encontrado com o Presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim, em Janeiro de 2023. Restaurar confiança As autoridades chinesas e filipinas que lidam com as disputas territoriais mantiveram conversações cruciais em Manila a 2 de Julho, na sequência de um violento confronto em torno do referido atol, em que o pessoal da guarda costeira chinesa terá empunhado facas, um machado e lanças improvisadas num confronto caótico que feriu o pessoal da marinha filipina e danificou dois dos seus barcos a motor. As forças chinesas também apreenderam sete espingardas da marinha filipina, disse o chefe militar filipino, que exigiu que a China devolvesse as armas de fogo e pagasse os danos. Ambas as partes “reconheceram a necessidade de reforçar o mecanismo bilateral de comunicação marítima no Mar do Sul da China” e assinaram um acordo “sobre a melhoria dos mecanismos de comunicação marítima entre Filipinas e China”, afirmou a diplomacia chinesa, em comunicado. Uma cópia com os principais pontos do acordo citada pela AP referiu a criação de “vários canais de comunicação entre as Filipinas e a China, especificamente em questões marítimas, através dos representantes a serem designados pelos seus líderes”. As conversações através da linha directa também podem ser feitas “através do Departamento dos Negócios Estrangeiros e dos homólogos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, incluindo ao nível de ministro e vice-ministro dos Negócios Estrangeiros ou através dos seus representantes designados”, afirmou o documento, acrescentando, sem elaborar, que as autoridades filipinas estavam “em discussões com o lado chinês sobre as directrizes que irão reger a implementação deste acordo”. O acordo previu igualmente a criação de um novo canal de comunicação entre a guarda costeira chinesa e a guarda costeira filipina “uma vez concluído o correspondente memorando de entendimento”. Durante as recentes conversações em Manila, China e Filipinas acordaram em duas outras medidas de reforço da confiança para intensificar “a cooperação entre as respectivas autoridades da guarda costeira” e a possível convocação de um fórum marítimo entre cientistas e líderes académicos chineses e filipinos.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | Pequim disposta a proporcionar reconciliação entre facções palestinianas As autoridades chinesas mostram-se dispostas a fomentar o diálogo entre os grupos palestinianos e prometem divulgar mais informações sobre o possível encontro das facções “em devido tempo” O Governo chinês manifestou ontem vontade de “oferecer uma plataforma e criar oportunidades para que facções palestinianas se reconciliem e dialoguem”, mas não especificou se o Hamas e a Fatah se reuniriam em Pequim este mês. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que a China “sempre apoiou a reconciliação das facções palestinianas através do diálogo e da negociação” e que os esforços da China “estão em consonância com os das partes envolvidas”. Lin fez esta declaração depois de os órgãos norte-americanos terem noticiado que os líderes de ambos os grupos se reunirão na próxima semana na China para discutir a administração da Faixa de Gaza após a guerra. Sobre este possível encontro, o porta-voz disse que a China “divulgará informações em devido tempo”, sem dar mais pormenores. Lin sublinhou ainda que Pequim está disposta a “reforçar a comunicação e a coordenação com todas as partes para atingir o objectivo da reconciliação interna na Palestina”. Todos por um As duas facções já se reuniram na capital chinesa em Abril, quando sublinharam a necessidade de avançar para a “unidade nacional” e acabar com a divisão entre os movimentos palestinianos no âmbito da Organização de Libertação da Palestina (OLP). O Hamas e a Fatah estão em conflito desde 2007, altura em que o Hamas expulsou as forças da Fatah da Faixa de Gaza, dissolveu o executivo conjunto e tomou o poder pela força, depois de ter vencido as eleições legislativas um ano antes. Vários mediadores, incluindo o Egipto, a Arábia Saudita, o Qatar e a Rússia, tentaram intervir para pôr fim à divisão que se mantém desde então. Não é a primeira vez que a China intervém como mediador num conflito na região: no ano passado, mediou um acordo entre o Irão e a Arábia Saudita para restabelecer as relações diplomáticas.
Hoje Macau SociedadeAngola | Empresários de CPLP, Macau e China procuram negócios Angola vai acolher, este mês, um encontro que junta empresários da comunidade lusófona, da China e de Macau, para identificar oportunidades de negócios, anunciou o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Angola (CCIA). Segundo a agência noticiosa angolana, Angop, o evento, anunciado por Vicente Soares, em conferência de imprensa, vai decorrer entre os dias 24 e 26 deste mês, durante a Feira Internacional de Luanda (Filda). O 15.º Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a China prevê a participação de 300 pessoas, das quais 230 angolanos e 90 provenientes da China e de Macau. Vicente Soares referiu que o encontro tem como objectivo encontrar oportunidades de negócios com investidores chineses e de países da CPLP. Segundo o responsável, além de Portugal e do Brasil, é importante que empresas de outros Estados-membros da CPLP tenham acesso aos financiamentos. Pela terceira vez, Angola vai acolher o encontro que se realiza desde 2005, de forma rotativa e com periodicidade anual, nos países da comunidade lusófona. O projecto para a negociação e cooperação entre empresários enquadra-se no Protocolo de Cooperação entre Organismos de Promoção Comercial, Câmaras de Comércio da China Continental, dos diversos países de língua portuguesa e de Macau, assinado em 2003.
Hoje Macau SociedadePJ | Quatro pessoas detidas por branqueamento de capitais Quatro residentes de Macau e cidadãos do interior da China foram detidos por disponibilizarem as suas contas bancárias para receber dinheiro obtido através de burlas. Segundo o jornal Ou Mun, que cita informações da Polícia Judiciária (PJ), as primeiras denúncias foram apresentadas em Junho por parte de um residente que tinha transferido para o telemóvel uma aplicação para investir em moeda digital. Posteriormente, o homem transferiu 650 mil patacas para contas bancárias locais, mas nunca obteve retorno do investimento e percebeu que tinha sido vítima de burla. A PJ já identificou as pessoas envolvidos, sendo que um dos suspeitos contactou a PJ depois de ter visto a conta bancária ser congelada. Nenhum dos quatro suspeitos colaborou com as autoridades, mas a PJ conseguiu apurar que estas pessoas terão recebido dinheiro de uma rede de burlões e que ganhavam comissões de 10 a 12 por cento por deixarem os montantes serem depositados nas contas. A PJ indicou também que dois dos quatro suspeitos estavam ainda envolvidos noutros esquemas de burla. O caso foi encaminhado para o Ministério Público, podendo estar em causa a prática dos crimes de associação criminosa, burla de valor consideravelmente elevado e branqueamento de capitais.
João Luz Manchete SociedadeTurismo | Quase 17 milhões visitaram Macau no primeiro semestre Durante os primeiros seis meses de 2024, 16,729 milhões de turistas escolheram Macau como destino turístico, segundos dados provisórios, total correspondente a um aumento anual de 43,6 por cento. O volume de turistas aproximou-se dos níveis de 2019. Visitantes internacionais mais que duplicaram Macau está a regressar à velha forma, retomando o lugar de um dos destinos de eleição desta parte do globo. Segundo dados provisórios adiantados ontem pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), entre Janeiro e Junho deste ano entraram em Macau cerca de 16,729 milhões de visitantes, uma média diária de perto de 92 mil (91.918). O total dos turistas que visitaram Macau no primeiro semestre de 2024 representa “um aumento de 43,6 por cento face ao período homólogo de 2023 e um regresso ao nível de 82,5 por cento registado no mesmo período de 2019”, antes da pandemia afectar severamente o sector. A DST refere que o “número que está de acordo com as expectativas”. A direcção de serviços liderada por Helena de Senna Fernandes realça ainda o “aumento significativo do número de visitantes em excursões internacionais”. Nos primeiros seis meses de 2024 entraram em Macau cerca de 1,17 milhões de visitantes internacionais, um aumento anual de 146,4 por cento, tendo sido retomado o nível de 67,2 por cento da primeira metade de 2019. Por outro lado, de acordo com os dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), nos primeiros cinco meses deste ano, 928 mil visitantes chegaram a Macau em excursões, ou seja, mais 230 por cento em termos anuais. Neste capítulo, o Governo destaca o aumento de 14 vezes do número de visitantes em excursões internacionais, que chegou a 88 mil. Segunda parte Em termos de ocupação hoteleira, a DST recorda que entre Janeiro e Maio deste ano, a taxa média de ocupação se fixou em 84,3 por cento, uma subida de 7,7 por cento face ao mesmo período de 2023 e menos 7,2 pontos percentuais do que em 2019 (quando a taxa média de ocupação foi de 91,5 por cento). “O número de hóspedes dos hotéis voltou a ser mais expressivo, com 6.135.000 entre Janeiro e Maio de 2024, mais 25 por cento do que no período homólogo de 2023 e mais 6 porcento do que no mesmo período de 2019”, indicou ontem a DST em comunicado. Em relação à segunda metade do ano, a DST começa por enaltecer as “medidas de apoio do Governo Central a Macau”, nomeadamente o alargamento dos programas de vistos individuais a mais cidades do Interior da China, e indica uma série de actividades programadas para os meses que se seguem. “No segundo semestre deste ano, uma série de actividades comemorativas do 25.º Aniversário do Estabelecimento da RAEM serão realizadas, incluindo o 32.º Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau, a corrida de bandejas do Dia Mundial do Turismo 2024, o Iluminar Macau 2024 e o espectáculo de fogo-de-artifício em celebração do 25.º aniversário do estabelecimento da RAEM, entre outros”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeConcessionárias | Acções a perderem valor desde Janeiro Na primeira metade do ano, as receitas do jogo cresceram 41,9 por cento face a 2023. No entanto, as acções das concessionárias na bolsa de Hong Kong estão longe de reflectir um ambiente de optimismo Apesar de as receitas do jogo estarem a crescer desde o início do ano, nos primeiros seis meses as acções da maioria das concessionárias cotadas na Bolsa de Hong Kong desvalorizaram. As excepções à tendência de queda, foram a MGM China e a SJM, de acordo com as contas feitas pelo HM. Como tem acontecido nos últimos anos, as acções Galaxy são as mais valiosas entre as concessionárias. No início do ano, os títulos eram negociados ao preço de 44,1 dólares de Hong Kong por acção, mas até ao final de Junho sofreram uma redução para 36,4 dólares de Hong Kong. A mudança significa uma desvalorização de 17,5 por cento no espaço de seis meses. O ano até começou bem para a concessionária liderada por Francis Lui, e a 16 de Fevereiro as acções chegaram a ser negociados por 45,3 dólares por unidade. Porém, a partir dessa altura a desvalorização passou a ser a regra. Um percurso muito semelhante foi trilhado pela Sands China, a segunda concessionária mais valiosa, de acordo o mercado bolsista de Hong Kong. No dia de abertura da bolsa, a 2 de Janeiro, as acções da Sands valiam 23,8 dólares de Hong Kong. Em 14 de Fevereiro, a avaliação atinge o pico com uma cotação de 24,5 dólares por acção. Contudo, até ao final de Junho as acções foram perdendo valor até chegarem aos 16,3 dólares de Hong Kong. Esta foi uma redução de 31,5 por cento, quando se tem em conta o início de Janeiro. As outras concessionárias que também desvalorizaram foram a Wynn Macau e a Melco Resorts, medida através da empresa Melco International Development. No caso da Wynn Macau, no final do primeiro dia do mercado, cada acção custava 6,56 dólares de Hong Kong. A empresa até conseguiu ir valorizando, e a 17 de Maio, as acções estavam avaliadas em 8,3 dólares. Todavia, no final de Junho tinham caído para 6,4 dólares de Hong Kong, uma redução de 2,4 por cento. Em relação à Melco, as acções começaram o ano avaliadas em 5,6 dólares. A 17 de Maio atingem o pico do valor com 6,7 dólares por acção. Contudo, no final de Junho o preço tinha descido para 5,3 dólares de Hong Kong. Esta flutuação representa uma quebra do valor de 5,9 por cento. O outro lado No polo oposto, as acções da MGM Macau tiveram o melhor desempenho com uma valorização de 17,8 por cento de 10,3 dólares por acção no início do ano para 12,2 dólares por acção. A tendência positiva também foi sentida pela SJM, mas em menor escala. A empresa fundada por Stanley Ho viu as acções valorizem 5,2 por cento de 2,5 dólares por acção para 2,7 dólares. A tendência da maior parte das concessionárias é diferente do índice Hang Seng, que agrega as principais empresas cotadas na Bolsa de Hong Kong. Entre o primeiro dia do mercado e o último de Julho, o índice teve uma valorização de 5,5 por cento. Em relação às receitas do jogo em Macau, entre Janeiro e Junho houve um aumento de 41,9 por cento. Em 2023, a primeira metade do ano apresentou receitas de 80,1 mil milhões de patacas. Este ano, o montante foi de 113,8 mil milhões de patacas.
Hoje Macau SociedadeEstacionamento | Bombeiros inspeccionaram 65 parques até Junho Entre Janeiro e Junho deste ano, o Corpo de Bombeiros (CB) efectuou inspecções de segurança contra incêndios em 65 estacionamentos públicos, indicou a chefe do gabinete do secretário para a Segurança, Cheong Ioc Ieng, em resposta a uma interpelação escrita de Ma Io Fong. A responsável revelou que as inspecções incidiram sobre sistemas de prevenção contra incêndios, assim como “as instalações eléctricas (incluindo os dispositivos de carregamento de veículos eléctricos)”. A resposta do gabinete de Wong Sio Chok endereça as preocupações de Ma Io Fong em relação à segurança com veículos eléctricos e os dispositivos de carregamento, especialmente os riscos de incêndio. O Governo recorda que a legislação de segurança contra incêndios em edifícios e recintos, que se aplica também a parques de estacionamento, prevê que “deve ser assegurado o serviço, em permanência, de um encarregado de segurança contra incêndios com formação adequada dada pelo CB”. Nesse sentido, entre Outubro de 2021 e 15 de Junho deste ano, os bombeiros têm realizado o “curso de formação de encarregado de segurança contra incêndios”, no qual participaram 10.259 pessoas, divididas em 201 turmas. Os bombeiros alertam ainda para o perigo de não usar os acessórios oficiais dos respectivos veículos eléctricos e sublinha que os donos “não devem proceder, por si próprios, à modificação ou substituição dos acessórios dos veículos eléctricos, nem devem carregar as baterias dos veículos por muito tempo”.
João Santos Filipe Manchete PolíticaObras | Túnel Pedonal entre Wanzai e Barra causa polémica Apesar de não ser público o acordo entre as autoridades de Zhuhai e Macau para a construção de um túnel pedonal entre Wanzai e a Barra, as autoridades do Interior querem avançar com o projecto. Leong Sun Iok alerta para os impactos da obra em Macau No início deste mês, o Departamento de Recursos Naturais de Zhuhai publicou um relatório sobre o progresso do projecto para construir um túnel pedonal subaquático entre Wanzai, em Hengqin, e a Barra, em Macau. No entanto, o deputado Leong Sun Iok alertou para a falta de acordo conhecido com Macau. Segundo o relatório de Zhuhai, o projecto está a avançar, embora sem obras, e vai ter um posto fronteiriço para circular entre as regiões. No documento é também indicada a necessidade de “acelerar a concretização do Posto Fronteiriço” do projecto. No entanto, em 2020, o Governo da RAEM, pela voz do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, negou que houvesse intenção de seguir para a frente com o projecto. Na Assembleia Legislativa, Rosário considerou mesmo que a RAEM já tinha fronteiras suficientes. Todavia, face a estes desenvolvimentos em Zhuhai, Leong Sun Iok, deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), apelou ao Governo para avaliar bem o impacto de um eventual projecto. Em declarações ao Jornal do Cidadão, Leong alertou o Executivo para a possibilidade de o novo túnel aumentar o trânsito na Zona da Barra e ainda reduzir fortemente a procura pelos barcos que navegam entre o Porto Interior e Wanzai, região que em português é denominada Lapa. “Caso seja criada um novo posto fronteiriço na Barra, é preciso ter muita atenção ao impacto para o trânsito, dado que a zona da Barra e Central tem muitos congestionamentos, e a situação ainda pode piorar mais”, afirmou o deputado. Ouvir a população Leong Sun Iok apelou igualmente às autoridades para ouvirem a população e os comerciantes das zonas envolvidas, antes de tomarem uma decisão. O deputado defende que o Governo deve fazer uma avaliação objectiva sobre as despesas com o funcionamento de um novo posto fronteiriço, devido à necessidade de deslocar mais funcionários públicos e cobrir outras despesas, como gastos com energia e manutenção. Também face ao facto de não haver consenso público para o projecto, Leong Sun Iok entende ser necessário reforçar a coordenação entre Macau e o Interior sobre a divulgação dos projectos importantes. O deputado apontou que as autoridades de ambos lados devem ter meios de divulgação unificados, para evitar mal-entendidos ou erros nas informações que chegam à população.
Hoje Macau PolíticaIAS | Organizado plano sobre língua gestual Hon Wai, presidente do Instituto de Acção Social (IAS), confirmou, em resposta a uma interpelação do deputado Ho Ion Sang, que está a ser criado o “Plano de Desenvolvimento da Base dos Léxicos de Língua Gestual”, a fim de “padronizar a língua gestual local e expandir o vocabulário”. Desta forma, estão em andamento “os trabalhos preparatórios para a montagem da plataforma, prevendo-se que todo o projecto esteja concluído em 2025”. Hon Wai falou também de outras actividades e acções de formação realizadas em parceria com diversos serviços públicos a fim de “desenvolver e popularizar a interpretação da língua gestual em Macau”.
João Luz Manchete PolíticaSaúde | Governo apresenta esboço de “Macau Saudável em 2030” O Governo apresentou ontem as linhas-mestras do plano de saúde para os próximos anos com foco na prevenção e mudança de mentalidades para comportamentos sadios. Durante a apresentação, Alvis Lo afirmou que o “Macau Saudável em 2030” tem como referências o plano China Saudável 2020/2030 e as orientações da Organização Mundial de Saúde Vinte anos depois da implementação do projecto “Cidade Saudável”, o Governo apresentou ontem as linhas gerais do plano “Macau Saudável em 2030”, que tem como principais objectivos combater o envelhecimento da população e as doenças crónicas. O director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, indicou que o plano que irá vigorar até 2030 tem em referência “as linhas gerais do planeamento ‘China Saudável 2020/2030’, assim como as estratégias globais definidas pela Organização Mundial de Saúde, adaptadas à realidade de Macau. Em comunicado, os SS garantem que vão “seguir as políticas nacionais de saúde, centrando-se na saúde dos residentes e integrando a saúde em todas as políticas públicas, combinando os recursos das áreas de saúde, educação, cultura e desporto, e através da participação dos diversos serviços públicos”. Sem relevar muitos detalhes sobre o plano, Alvis Lo apontou como factores que contribuem para doenças o “desenvolvimento urbano de Macau, envelhecimento da população e a mudança do estilo de vida”. Este contexto, indicou, é propício ao surgimento de hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, cancros entre outras doenças crónicas, que “constituem os principais desafios para a saúde de Macau, levam ao aumento da procura de serviços de saúde e são as principais causas de morte dos residentes”. Mais vale prevenir O director dos SS sublinhou que a maioria das doenças crónicas pode ser evitada. Mas, para tal, são necessárias políticas de promoção da saúde, reunir condições para criar um ambiente saudável e potencial comportamentos sadios. Para tal, será necessária a mobilização da sociedade, passando por associações, escolas e toda a população, apontou o responsável. O Governo pretender consolidar e optimizar os serviços médicos existentes, elevar a literacia de saúde da população sobre, por exemplo doenças crónicas e infectocontagiosas e saúde mental. Além disso, a aposta irá incidir na prevenção e detecção precoce de problemas de saúde. Outro ponto focado por Alvis Lo foi a mudança de mentalidades. “Encorajamos os residentes a deixar de receber passivamente cuidados de saúde e, em vez disso, tomar por sua iniciativa medidas para prevenir a doença e realizar bem o trabalho de auto-gestão de saúde” Em relação à saúde mental, Alvis Lo indicou que alguns serviços vão ser integrados nos centros de saúde, e será dada formação sobre esta área a médicos e pessoal de saúde que trabalha nos centros. SSM | Recrutamento de portugueses bem-sucedido À margem da apresentação do “Plano de Acção para Macau Saudável”, o director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), Alvis Lo, afirmou que dois médicos portugueses que demonstraram interesse para trabalhar em Macau reúnem os requisitos para trabalhar no Centro Hospitalar Conde de São Januário. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, Alvis Lo disse que o processo foi bem-sucedido e que no início deste ano foram recebidas 12 candidaturas. O responsável disse ainda que os 16 médicos psiquiatras que actualmente fazem parte dos SSM serão colocados em centros de saúde para fomentar a formação e aumentar a capacidade para lidar com os casos de saúde mental na população.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteEstética | Antropóloga estuda evolução de procura de cuidados por chinesas Isabel Pires, doutoranda em antropologia, está a investigar a relação entre chinesas residentes em Lisboa e os cuidados de beleza e estética, concluindo que já não existe a influência exclusiva da cultura tradicional chinesa na procura de tratamentos como o branqueamento da pele. A investigadora encontrou um “balanço e negociação constantes entre o que se espera delas e o que podem, ou não, fazer” Que tipo de cuidados de beleza são escolhidos pelas mulheres chinesas a residir em Lisboa e porque o fazem? Isabel Pires tem procurado responder a este tipo de questões nos últimos meses. A antropóloga na área da saúde está a terminar a tese de doutoramento “Being mei mei is being rich»: A procura da beleza e da modernidade entre mulheres chinesas em Lisboa”, através da Universidade de Lisboa. Ao HM, Isabel Pires disse notar uma maior fluidez nos padrões de beleza das mulheres chinesas emigradas, tendo em conta que se deparam com o embate com outra cultura: a ocidental, de mulheres que gostam de se bronzear e apanhar sol e que encaram a pele morena de outra forma. Na China, ter pele extremamente branca é ainda sinónimo de um certo estatuto, de uma mulher que “não precisa de trabalhar para ganhar o seu sustento”, denota a investigadora. Isabel Pires explica que, em Lisboa, onde realizou trabalho de campo em diversos espaços de estética e clínicas de beleza, as mulheres chinesas fazem tratamentos não só para responder aos critérios definidos pela sua cultura, mas por tantos outros factores, como ir de encontro a expectativas das famílias e da própria sociedade no que à beleza feminina diz respeito. “Quis saber mais sobre esta comunidade através das práticas de beleza e fui descobrindo outras coisas que se sobrepõem aos cuidados estéticos. Um dos viés que vejo em muitos estudos de críticos de beleza é a ideia constante de se fazer uma comparação, que acaba por ser sempre muito ocidentalizada. Há a ideia de que as mulheres ‘fazem isto porque querem’, por exemplo, e eu tento desmistificar um pouco isso.” Essa perspectiva ocidental tem a ver com o facto de se considerar que as mulheres chinesas fazem, em Portugal, determinados tratamentos estéticos para serem iguais às ocidentais, e Isabel Pires procura desconstruir isso. “Tenho respostas desse tipo da parte de médicos com quem trabalhei. São muito taxativos nas respostas que dão. Não concordo com essa visão. As mulheres não fazem [determinados tratamentos] ‘porque querem ser’, pois cada vez mais os padrões de beleza são fluídos e globais, e isso acontece de forma muito rápida e transformadora da sociedade. No caso das jovens chinesas em Portugal, pelo menos as interlocutoras com quem trabalhei, fazem um balanço e negociação constantes entre o que se espera delas e o que podem ou não fazer. E isso de forma consciente, ou não.” Pelas zonas do Martim Moniz, Olivais, Alvalade, Estoril e Parque das Nações, locais onde a investigadora falou com clientes e donas de espaços comerciais, proliferam negócios de pequenas intervenções estéticas, branqueamento de pele ou cuidados de sobrancelhas, entre outros. E o branqueamento de pele já não é regra absoluta para as chinesas que vivem em Portugal, muito menos uma pressão social, embora muitas das entrevistadas para esta investigação continuem a proteger-se do sol. “A questão do estatuto na China estava ancestralmente ligada a uma pele branca. Tradicionalmente ainda é isso que se assiste. O meu trabalho de campo na China revelou um pouco isso. No caso de Portugal, um país com sol, muitas das minhas interlocutoras vão percepcionando as próprias noções de beleza. A estética de uma pele bronzeada adquire uma outra configuração. Nos moldes tradicionais chineses uma pele bronzeada era a de uma mulher que tinha de trabalhar para ter um sustento, isso representava um determinado estatuto social. Actualmente, em Portugal, já não se verifica isso.” Há, assim, a manutenção de ideias de beleza mais tradicionais, mas já influenciados pelas práticas de beleza do ocidente. “Mais do que uma influência, há uma actualização, no sentido de haver uma constante renovação. Estamos a falar de mulheres jovens, com um máximo de 35 anos, mas todas elas bastante dinâmicas. Isso significa que um padrão de beleza que existe hoje pode ser diferente daqui a um ano. Pode ser uma mudança muito rápida e isso pode também ser um desafio à minha investigação. Além de estar circunscrita ao tempo em que fiz a pesquisa, há cerca de dois anos, também acabo por expandir para outras áreas, como a manutenção do género, da tradição, da maneira como ainda há muita racionalização do corpo não ocidental na medicina.” Isabel Pires procurou combater uma visão “muito imperialista” de que as mulheres chinesas tentam imitar outros padrões de beleza. “Procuro desmistificar um pouco a ideia de exotismo colocada pela própria sociedade a estas mulheres, sem as conhecer. Grande parte da história das mulheres chineses é ainda muito pouco conhecida. Esse desconhecimento é ainda maior em mulheres chinesas em contexto migratório.” “Sempre que o Ocidente fala da China, fala como sendo os grandes imitadores, e não é verdade. Gostava que se percebesse que não há uma imitação, mas sim uma adaptação, uma actualização, como há em todo o lado, e a beleza é apenas mais uma área. Envolve processos migratórios, família e muita tradição, de uma base cultural ainda muito substancial, mas não é uma coisa fechada e irredutível”, acrescentou a investigadora. Processos com custos Isabel Pires, formada em enfermagem, denota que branquear a pele acarreta custos financeiros e de saúde para as mulheres. “Quando falamos de processos de branqueamento de pele falamos de processos que também são implicativos para a vida da mulher. Evitar a exposição ao sol [tem custos], sem esquecer toda a parafernália de produtos e o investimento que é feito para um objectivo, que é atingir um determinado estatuto através de um conceito de beleza.” Isabel Pires diz acreditar que, apesar das mudanças já verificadas nesta área, há ainda “muitas chinesas em Portugal que evitam totalmente o sol”. “Tudo isso é uma questão fluída, e é isso que gosto de frisar neste trabalho. É algo que se vai moldando, e é válido para as mulheres chinesas como para qualquer mulher. Há uma modelagem naquilo que a sociedade espera de nós. Talvez na China seja mais visível, porque há muita política envolvida nisto.” A política de que a investigadora fala prende-se com o desenvolvimento de um mercado de consumo em que as mulheres são consumidoras e também produtoras, com a abertura de espaços de beleza e clínicas. São as mulheres que compram maquilhagem ou serviços, mas são também elas que fazem os tratamentos a outras. Homens chineses de fora Questionada sobre se os homens chineses em Portugal também fazem tratamentos de beleza, Isabel Pires denota que não encontrou clientes do sexo masculino nos locais onde realizou a pesquisa. “Pelo contrário, até tive muitas interlocutoras a queixarem-se de que os maridos não cuidam de si. Uma delas até me disse algo que achei interessante, que é a ideia de que os homens chineses podem ser tudo, feios, maus, gordos, mas as mulheres não, têm de se tratar mais. No entanto, na China, vi mais homens a cuidarem-se. É uma tendência crescente que ainda não se verifica em Portugal, mas se calhar daqui a dez anos poderá verificar-se e ocorrer um boom.” Em Portugal, a comunidade chinesa não é pautada apenas pelas grandes famílias que foram abrir lojas e restaurantes, ou pelos grandes empresários que, mais tarde, levam mulher e filhos. Já existe uma maior “heterogeneidade”. “A comunidade está a abrir-se ao país e a outras culturas e falamos de pessoas que estão aqui há dezenas de anos, têm filhos nas universidades que vão casando fora das comunidades. Há também uma comunidade internacional [chinesa] que vem para Portugal. Uma das minhas interlocutoras mais recentes era uma jovem que nasceu em Itália de pais chineses, o pai voltou para a China quando a mãe faleceu, ela não quis voltar porque já não se identificava e foi para o Reino Unido. Casou com um inglês e hoje vive em Lisboa como qualquer expatriada que acha Portugal incrível e cheio de sol. Já não é aquela emigração chinesa típica”, exemplifica. A tese de doutoramento baseou-se numa população “muito heterogénea em termos de origem”. “Trabalhei com jovens mulheres que nasceram em Portugal e outras que efectuaram um processo migratório em diferentes etapas, ou em crianças no acompanhamento dos pais ou então já mulheres adultas. Algo interessante nesta nova migração chinesa é uma quantidade muito considerável de jovens mulheres independentes, que estudam e trabalham, deslocando-se globalmente. Temos hoje um grande fluxo de jovens mulheres de 20 a 30 anos. Todas vão trazendo e adaptando uma nova estética”, frisou. O acesso a cuidados de saúde Isabel Pires tem dedicado parte dos seus estudos à comunidade chinesa na área da saúde, procurando saber, na fase do mestrado, como era o acesso destas pessoas aos hospitais e clínicas em Portugal. “O que concluí vai na direcção de outros estudos já feitos noutros países. O acesso [a cuidados de saúde por parte de chineses a residir em Portugal] é feito maioritariamente através do serviço público para casos de emergência e sistema privado para casos de seguimento. As pessoas mais velhas procuram cuidados que lhes são mais familiares. Numa situação em que precisem de cuidados recorrentes, procuram tratar-se na China.” A língua constitui uma barreira acrescida, tendo em conta que o Serviço Nacional de Saúde (SNS), com as condicionantes de falta de médicos, pode constituir um problema de acesso até para portugueses. “Uma das coisas que identifiquei foi uma grande barreira institucional aos cuidados de saúde, ou seja, uma pessoa chinesa que está no país e que não tenha um tradutor ou alguém que fale português, imediatamente há uma barreira no acesso que, já por si, é difícil. Os cuidados de saúde em Portugal não são ‘friendly’. [acessíveis], nem sequer para os portugueses. Estou em Lisboa há 15 anos e continuo sem médico de família. Não é difícil ficar perdido durante anos no sistema de saúde.”
David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesDoraemon Para comemorar o 90.º aniversário de Hiroshi Fujimoto, um dos dois criadores do clássico de animação “Doraemon” (que usava o pseudónimo “Fujio Fujio”) a exposição itinerante “100% Doraemon & Friends” foi inaugurada em Hong Kong, no passado dia 13 de Julho. Seguidamente, no próximo dia 20, o espectáculo “Doraemon” com drones de luz será apresentado em Tsim Sha Tsui East, Hong Kong, proporcionando a todos fãs e amigos um festival visual inesquecível. A exposição foi cuidadosamente planeada e está dividida em duas áreas, uma com acesso pago e a outra com entrada livre. No interior, o salão de exposições “100% Doraemon Animation Art Exhibition Hall” alberga oito sub-exposições temáticas, desde a sala de trabalho simulada de “Fujiko·F·Fujio”, passando pelo colorido corredor do Doraemon e pelas realistas personagens animadas. A mostra dos modelos em três dimensões com os seus adereços mágicos, como a “máquina do tempo”, é alucinante. O que vale particularmente a pena mencionar é o pequeno filme de animação com a duração de seis minutos, criado de propósito por uma empresa japonesa para uma estação de Hong Kong e que será exibido num teatro miniatura, dobrado em cantonês. Esta exibição faz com que a audiência se sinta imersa no mundo da animação. Na entrada principal da “100% Doraemon Outdoor Exhibition Area”, um Doraemon insuflável de aproximadamente 12 metros de altura recebe os visitantes. Os fãs não podem de forma alguma perder esta experiência. Falando sobre o propósito desta exposição, a segunda filha de “Fujio Fujio”, Katsu Mata, presidente da FUJIKO PRO, afirmou afectuosamente que o entusiasmo dos fãs de Hong Kong e as suas memórias comoventes da cidade fizeram-na planear uma exposição itinerante pelo estrangeiro e o local escolhido para a inauguração foi precisamente a encantadora cidade de Hong Kong. A versão cantonesa de “Doraemon” pertence às memórias de infância de muitos residentes da Área da Grande Baía. O seu criador conquistou o afecto de uma vasta audiência com a sua criatividade singular, os temas positivos e as suas histórias calorosas e enternecedoras. A história começa com “Daxiong”, um homem azarado. Durante o seu crescimento, a família ficou pobre, e ele próprio foi pobre toda a vida tendo contraído muitas dívidas, o que veio a afectar o seu bisneto “Xiaoxiong”. Por causa disso, “Xiaoxiong” gastou o seu pouco dinheiro para comprar “Doraemon” o pior gato robot do séc. XXII, que o enviou para a década de 70 do séc. XX para ajudar “Daxiong” a mudar o seu destino e impedir que a família se arruinasse. Embora o gato robot fosse cometendo muitos erros ao tentar ajudar “Daxiong”, devido a problemas de desempenho, estes episódios trouxeram muita alegria e emoção às audiências. “Doraemon” tornou-se um clássico não só pela excelente equipa que o produzia e pela soberba tecnologia de animação, mas também porque o tema que aborda vai ao encontro do desejo mais profundo de todos nós, o desejo de ajudar e de mudar os nossos destinos. Nesta história, a amizade poderosa, a coragem, os sonhos e a esperança são vividamente ilustrados. Estes elementos e a sua energia positiva atravessaram as fronteiras do tempo e do espaço e tornam-se uma ponte que liga as audiências de diferentes gerações, fazendo de “Doraemon” um sucesso a nível mundial. Lin Baoquan foi o actor que dobrou “Doraemon”. Ele usava a sua voz única e contagiante para emprestar frescura e vitalidade à personagem. Quando faleceu, deixou inúmeros fãs inconsoláveis e a sua voz passou a fazer parte das memórias eternas que guardamos nos nossos corações. “Doraemon” traz a todos riso, alegria, esperança e o seu tema musical é simples e profundo: “Os desejos de todos podem realizar-se A minha felicidade é tanta que chega ao céu Todos estão felizes, felizes, têm sonhos lindos e encontram a beleza.” Esta letra não só retrata a bela visão da animação, mas também ecoa as sinceras expectativas de todos. E a ressonância e emotividade que atravessam gerações, fazem com que esta animação que é transmitida desde os anos 70 do séc. XX, continue a ser profundamente acarinhada e permaneça intemporal. No mundo da animação, “Doraemon” é um parceiro mágico que ajuda “Daxiong” a mudar o seu destino. E na vida real, quem é “Doraemon”? A resposta é na verdade muito simples, “Doraemon” é cada um de nós. Só através de esforços incessantes e persistência poderemos avançar passo a passo para o melhor nós próprios e tornarmo-nos donos do nosso próprio destino. Mudarmo-nos a nós próprios é a melhor forma de mudar o nosso destino. Todos podem tornar-se o seu próprio “Doraemon”. “Os desejos de todos podem realizar-se A minha felicidade é tanta que chega ao céu. Todos estão felizes, felizes, têm sonhos lindos e encontram a beleza.” Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
Hoje Macau EventosNovo álbum de Carlos Bica com José Mário Branco em pano de fundo O novo álbum de Carlos Bica, “11:11”, reúne o contrabaixista veterano e três novos músicos portugueses, com quem recria “A Noite” de José Mário Branco, entre temas originais, num contexto de preocupação pela democracia. “É vital para o ser humano viver numa democracia e devemos estar preocupados se no-la querem roubar, mas em vez de morrermos como heróis loucos, devemos sobretudo contribuir para um mundo melhor com aquilo que de melhor temos para dar”, disse Carlos Bica em entrevista à agência Lusa. “11:11” foi gravado com novos companheiros de viagem, com quem o compositor e contrabaixista forma este seu novo quarteto: José Soares, em saxofone alto, Eduardo Cardinho, vibrafone, e Gonçalo Neto, em guitarra e banjo, que também compõe dois dos temas gravados, além de se juntar a Bica na escrita de um terceiro. Apesar de já viver há 40 anos em Berlim, nunca perdeu o contacto com a cena musical portuguesa, garante à Lusa o criador de “Azul”. Daí que tenha acabado por reunir “alguns dos mais talentosos e criativos músicos de uma nova geração”. Lá e cá O título “11:11” provém de um acaso que se tornou constante na sua vida, de que depois procurou o significado e que lhe deu “um portal para o universo”. A voz de José Mário Branco (1944-2019), por outro lado, era já um projecto para o qual obtivera autorização do compositor: uma releitura de “A Noite”, construída a partir de três “Odes Modernas” de Antero de Quental, o poeta português que apelara aos humilhados: “Não disputeis as migalhas do banquete […], tomai o vosso lugar à mesa!” “José Mário Branco viveu num período muito difícil da história de Portugal”, recorda Carlos Bica. “Com apenas 21 anos, viu-se forçado a exilar-se em Paris para fugir à guerra colonial, e só regressou em 1974, após a Revolução dos Cravos. A música do José Mário é um sinónimo de todas essas suas vivências. A palavra serviu a música, mas a música também serviu a palavra, para lá das maravilhosas canções” que compôs. A preparação de “11:11” recordou a Carlos Bica “os tempos de adolescência e das bandas de garagem” onde passava “horas a tocar uma canção sem nunca olhar para o relógio”. “O prazer pela descoberta e surpresa, é um sentimento muito forte que nos une ao fazer música e onde a diferença de idades é completamente irrelevante”, disse à Lusa. “As inúmeras horas partilhadas numa sala de ensaio são necessárias para se conseguir um som de grupo, uma qualidade que faz toda a diferença”. Com quatro décadas de vida na Alemanha e nome firmado no topo da cena jazzística, Carlos Bica sempre colaborou com diversos músicos. Para este novo quarteto “vários passos foram dados até chegar a esta constelação”, disse à Lusa. “Apesar da distância geográfica de Berlim-Lisboa, os músicos deste meu novo quarteto surgiram como que por acaso. A diferença de gerações é uma mais-valia para este projecto”, em que tudo parece ter surgido naturalmente, “sem grande esforço”, como acontece com “as boas coisas da vida”, “apesar de estarmos conscientes de que houve um trabalho anterior necessário para que elas pudessem acontecer”. O álbum “11:11” está disponível nas plataformas digitais, mas também tem uma edição em disco. “Felizmente que ainda existem muitos amantes da música que gostam de ter na mão o objecto físico”, disse Carlos Bica.
Hoje Macau EventosFotografia | Nona edição da revista “Halftone” lançada hoje São muitos os que colaboram para mais uma edição da revista “Halftone”, publicação dedicada a mostrar o trabalho fotográfico realizado de forma profissional ou amadora no território. A revista, editada pela associação com o mesmo nome e que conta com diversos colaboradores, é hoje lançada na Fundação Rui Cunha A associação Halftone apresenta hoje, a partir das 18h30, na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC), a edição número nove da sua revista com os trabalhos de André Ritchie, arquitecto; Cecília Ho, Mide Plácido, José Luís Sales Marques, ex-presidente do Instituto de Estudos Europeus; Joana de Freitas, jornalista; e Haozheng Wu. A apresentação da sessão fica a cargo do fotógrafo Alan Ieon e contará com a presença de alguns membros. A nova edição revela o trabalho destes seis fotógrafos, que abrangem um espectro fotográfico desde a fotografia documental até à expressão artística, a cores ou a preto-e-branco. “Através da variada e rica tapeçaria de trabalhos fotográficos apresentada nesta edição #09, podemos explorar a forma como a fotografia incorpora a essência das diferentes formas de arte e narrativas culturais. Aaron Scharf, em ‘Arte e Fotografia’, afirma que ‘a fotografia sempre desempenhou um papel na expansão e enriquecimento da linguagem da arte’”, refere, citada num comunicado da FRC, a equipa editorial formada por Alan Ieon, João Palla Martins, Nuno Tristão, Sara Augusto e Stephan Nunes, no texto introdutório da publicação. Da diversidade A diversidade de olhares e de abordagens na arte fotográfica é o que tem vindo a caracterizar os membros da Halftone desde a sua criação em 2021. Esta publicação é mais uma prova de que não há fronteiras na fotografia, desde que cada imagem seja “escrita com luz”, descreve a FRC. “Esta perspectiva reforça a ideia de que os fotógrafos, ao expandir e sobrepor estas linguagens simbólicas, têm a oportunidade de transcender a representação visual imediata e imbuir os seus projectos com níveis elevados de ressonância cultural e significado social. As diferenças nas abordagens tecnológicas, nos temas e nos estilos estéticos realçam ainda mais a capacidade da fotografia para reflectir a natureza multifacetada da experiência humana, solidificando o seu estatuto como uma forma de arte dinâmica e profunda”, refere ainda a equipa editorial. A Halftone é uma associação cultural, sem fins lucrativos, criada em Macau, que tem por objectivo a promoção da fotografia contemporânea em todas as suas vertentes. Trata-se de uma associação inclusiva e abrangente, e está aberta a todos aqueles que tenham interesse na fotografia como expressão artística ou documental, independentemente da sua experiência ou da sua prática. Por isso, propõe-se promover o trabalho fotográfico dos seus associados, bem como organizar exposições, publicar uma revista, livros e monografias, organizar debates e desenvolver projectos pedagógicos e educativos.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Preços das casas novas caem pelo 13.º mês consecutivo em Junho Os preços das casas novas na China caíram em Junho pelo 13.º mês consecutivo, indicam dados oficiais ontem divulgados, sugerindo que a crise no sector imobiliário do país ainda não chegou ao fim. Os preços em 70 cidades selecionadas caíram 0,6 por cento, em relação ao mês anterior, de acordo com cálculos feitos com base nos números divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE). Entre as localidades acima mencionadas, 64 registaram reduções nos preços das casas, em comparação com 68 em Maio, sendo que apenas seis registaram aumentos. No caso dos imóveis usados, 69 das cidades analisadas registaram descidas, com excepção de Kunming, no sudoeste do país. Em Maio, as autoridades chinesas lançaram um vasto pacote de medidas para tentar reanimar o sector imobiliário, com cerca de 42,25 mil milhões de dólares em empréstimos para projectos de habitação subsidiada ou a redução das entradas exigidas para a compra de casas, incentivando também os governos locais a comprar terrenos não urbanizados ou propriedades não vendidas aos promotores. Várias cidades anunciaram também medidas para facilitar a compra de casa, incluindo Xangai, Shenzhen e Cantão, três das quatro maiores cidades do país. O investimento na construção imobiliária aumentou 10,1 por cento em termos anuais nos primeiros seis meses do ano, indicou o GNE. Os dados da agência estatística mostraram ainda que, até Maio, as vendas comerciais medidas por área útil caíram 19 por cento em relação ao mesmo período do ano passado. Este indicador já tinha registado uma quebra de 24,3 por cento em 2022 e de mais 8,5 por cento em 2023. Uma das principais causas do recente abrandamento da economia chinesa é a crise no sector imobiliário, cujo peso no produto interno bruto do país, somando factores indirectos, é estimado em cerca de 30 por cento, de acordo com alguns analistas.
Hoje Macau China / ÁsiaPartido Comunista inicia reunião crucial para definir orientação económica A reunião da elite do Partido Comunista Chinês arrancou ontem, em Pequim, com vista a definir a orientação económica da China para os próximos dez anos, num período de queda do consumo e crise imobiliária. O terceiro plenário reúne, à porta fechada e até quinta-feira, os 376 membros permanentes e rotativos do Comité Central do Partido Comunista, órgão dirigente composto por líderes do governo, exército e de nível provincial. O Partido Comunista da China realiza um congresso de cinco em cinco anos para, entre outras funções, formar o novo Comité Central, que se reúne em sete plenários ao longo do mandato de cinco anos. O grupo inclui o Politburo, o órgão máximo de decisão do partido. O terceiro plenário tem historicamente sido crucial para definir grandes reformas económicas e políticas. Desde 1978, quando decretou a abertura da China à economia de mercado, que o terceiro plenário ditou reformas significativas no país. A actual edição surge num período de crise imobiliária sem precedentes, débil consumo interno e elevada taxa de desemprego, especialmente entre os jovens. Os observadores estão atentos para perceber se o partido se vai desviar da doutrina desenvolvida no terceiro plenário de 2013, quando prometeu deixar o mercado desempenhar um “papel decisivo” na afectação de recursos. Nos últimos anos, uma campanha regulatória contra as gigantes tecnológicas e apelos à “prosperidade comum”, visando penalizar grandes acumulações de capital, abalaram a confiança do sector privado. Mudança aguardada No topo da lista de prioridades dos investidores está a reforma fiscal. Numa reunião económica realizada em Dezembro, os principais dirigentes afirmaram que estavam a ponderar uma “nova ronda de reformas fiscais e tributárias”, o que suscitou a esperança de que pudessem ser divulgados mais pormenores na terceira reunião plenária. A divisão das responsabilidades em matéria de despesas entre a administração central e local poderá ser reestruturada, com Pequim a assumir mais despesas para impulsionar o crescimento económico, enquanto as regiões se debatem com riscos crescentes de endividamento e com a diminuição das receitas provenientes da venda de terrenos. Alguns economistas esperam uma revisão do imposto sobre o consumo para alargar as fontes de rendimento das autoridades locais, bem como novas reformas do imposto sobre o IVA, a maior fonte de receitas fiscais na China.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Crescimento económico de 4,7% no segundo trimestre de 2024 Inflação, conflitos geopolíticos, e fricções no comércio internacional estarão, segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas, na origem do crescimento económico aquém das expectativas registado no segundo trimestre deste ano A economia da China cresceu 4,7 por cento no segundo trimestre deste ano, abaixo da previsão dos analistas, indicam dados oficiais ontem divulgados, enquanto a produção industrial, rendimentos e investimento registaram sinais de melhoria. O valor no segundo trimestre foi muito inferior ao ritmo de crescimento homólogo de 5,3 por cento registado no primeiro trimestre do ano. Os progressos registados, após o abrandamento acentuado do crescimento durante a pandemia da covid-19, foram “duramente conquistados”, afirmou o Gabinete de Estatísticas da China, em comunicado. “Desde o início deste ano, a dinâmica de crescimento económico global tem sido fraca, a inflação é persistente, os conflitos geopolíticos, as fricções no comércio internacional e outros problemas têm ocorrido com frequência, a procura interna é insuficiente, as empresas estão sob grande pressão operacional e existem muitos riscos e perigos ocultos em áreas-chave”, indicou, na mesma nota. “Existem muitas dificuldades e desafios para promover o funcionamento estável da economia”, acrescentou. Os economistas consideraram que a fraca procura por parte dos consumidores e a redução das despesas públicas estão a prejudicar o crescimento da segunda maior economia do mundo. O Gabinete de Estatísticas afirmou que a economia cresceu a um ritmo de 5 por cento no primeiro semestre do ano, o que corresponde ao objectivo fixado por Pequim para este ano. Na sexta-feira, dados divulgados mostraram que as exportações em Junho foram mais elevadas do que o previsto, o que aumentou ainda mais o excedente comercial da China. As exportações cresceram 8,6 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior, embora as importações tenham caído 2,3 por cento. O excedente comercial de Junho foi de 99,05 mil milhões de dólares, superior aos 82,62 mil milhões de dólares registados em Maio. Já produção industrial aumentou 5,3 por cento em Junho, disse o Gabinete de Estatísticas chinês. As vendas a retalho, uma medida da procura do consumidor, subiram 5,1 por cento entre Janeiro e Maio, enquanto o rendimento nominal disponível, não ajustado à inflação, cresceu 5,4 por cento. Efeito borboleta A expansão da procura por parte dos consumidores é considerada fundamental para apoiar um forte crescimento sustentado, mas tem-se mostrado difícil, uma vez que as empresas eliminaram postos de trabalho durante e após a pandemia, levando muitas famílias chinesas a restringir os gastos. Os dados económicos foram divulgados nas vésperas de a elite do Partido Comunista Chinês se reunir para um conclave que se realiza uma vez por década para definir a orientação económica a médio e longo prazo. O terceiro plenário reúne em Pequim os 376 membros permanentes e rotativos do Comité Central do Partido Comunista, órgão dirigente composto por líderes do governo, do exército e ao nível provincial. A reunião deste ano devia ter sido realizada no ano passado, mas foi adiada.
António Graça de Abreu Via do MeioCidade de Xiamen厦门 (Amoy) mais a excelente ilha de Gulangyu鼓浪屿 No recuado ano de 1981, na Biblioteca Central de Xangai, onde não havia ainda ficheiros organizados numa língua estrangeira e os computadores estavam em absoluta gestação, pedi ao funcionário de serviço que me trouxesse livros e documentos em inglês ou em português sobre Aomen澳门, o nome chinês da nossa Macau. O pressuroso empregado apareceu-me uns dez minutos depois sobraçando uma resma enorme de livros, todos referentes a Xiamen厦门, a cidade costeira no sul da província de Fujian. Na altura, na China Popular pouco ou nada se sabia sobre Macau, e quem ouvia o nome associava-o frequentemente a um bairro de Hong Kong. O topónimo Aomen 澳门, que significa “porta da baía”, prestava-se a alguma confusão com Xiamen 厦门que se pode traduzir por “porta da mansão” dado que ambas as cidades são portos de mar situados no sul do império chinês. Na altura, ainda com tanta China por conhecer, parecia-me improvável um dia desembarcar de comboio, barco ou avião em Xiamen, a velha cidade de Amoy. Aconteceu no ano de graça de 2013, tendo chegado de avião exactamente desde Taipé, Taiwan, logo ali do outro lado do estreito da Formosa, coisa impensável há uma dúzia de anos. Mas hoje tudo são facilidades, com as ligações aéreas entre a capital de Taiwan e as principais cidades da China Popular. Xiamen ou Amoy – assim se leêm os dois caracteres厦门, primeiro em mandarim e depois no dialecto hokkien de Xiamen, variante do min do sul falado em Fujian –, é a segunda maior cidade da província de Fujian com 1,8 milhões de habitantes. Cresceu sobretudo a partir do século XVI quando as duas grandes cidades portuárias de Zhangzhou e Quangzhou que lhe estão próximas começaram a diminuir de importância devido ao assoreamento dos rios que lhes davam acesso marítimo. Por volta de 1545, o porto, ou portos de Xiamen dado que a ilha engloba vários embarcadouros ou cais, chegou a ser usado pelos navegadores e mercadores portugueses nas suas deambulações ao longo da recortada costa chinesa, nesta região polvilhada por mil ilhas, baías, embocaduras de rios, mares amarelos e terras de todas as cores. No século XIX, Xiamen era o grande porto por onde se escoava o chá, até então unicamente produzido na China. Após, a Guerra do Ópio (1839-1842), a sua importância cresceu dado ser um dos “Cinco Portos” abertos ao comércio internacional após a derrota chinesa na guerra às mãos dos ingleses e a assinatura do humilhante, para a China, tratado de Nanquim, em 1842. Os outros portos abertos foram Cantão, Fuzhou, Ningbo e Xangai. Hoje Xiamem é uma cidade airosa, desempoeirada, acho que quase livre de poluição. A proximidade do mar, o clima subtropical com chuvas frequentes, a própria abertura do centro urbano para o litoral, a natureza da terra fazem de Xiamen um dos lugares com melhor qualidade de vida em toda a China. E a cidade mantém um interessantíssimo centro histórico, com ruas e construções coloniais europeias que datam de finais do século XIX. Visita ao templo budista de Nanputuo. Inicialmente construído durante a dinastia Tang (618-907), o templo foi várias vezes arrasado e os pavilhões que tenho diante de mim são todos dos séculos XVIII e XIX. Resta a originalidade de terem sido construídos neste estilo chinês do sul da província de Fujian, com as extremidades dos telhados, às vezes sobrepostos, muito reviradas, os templos intensamente decorados e coloridos por fora e por dentro. Nanputou estende-se para o céu, ascendendo pela montanha que lhe fica por detrás o que, em termos de feng shui 風水favorece a sua localização, um monte atrás, o mar em frente, o céu por cima. Vale a pena subir algumas centenas largas de degraus para, do alto, em plataformas aqui e acolá com motivos budistas, se ter uma desafogada vista sobre esta parte da cidade e sobre o mar. Logo abaixo, encontramos o vasto campus da Universidade de Fujian, uma das mais famosas da China. Depois do templo, atravessei a pé todo o complexo universitário em direcção à praia que fica do outro lado. Últimos dias de Junho de 2013, as aulas e os exames estão a acabar, há novos doutores e doutoras que, academicamente paramentados à inglesa ou à americana tiram retratos e retratos junto ao lago central da sua Universidade. Nas janelas e varandas dos dormitórios dos estudantes há verdadeiros festivais de roupa a secar, mas a Universidade parece funcional, com departamentos e faculdades a ocuparem ora edifícios modernos, ora complexos dos anos vinte do século passado, bem conservados, tudo aparentemente bem equipado. As praias de Xiamen são um extenso sufoco por causa da quantidade de porcaria e dejectos que se acumulam na areia grossa e que bóiam nas águas mansas do Oceano Pacífico. Ali nem deu para molhar os pés. Em 1949, quando dos derradeiros combates entre comunistas e nacionalistas, antes da fuga definitiva destes últimos para Taiwan, os soldados de Chiang Kai-shek conseguiram segurar a pequena ilha de Jinmen金門, Kinmen ou Quemoy, no dialecto local, que se situa apenas três quilómetros a leste de Xiamen. Contra todas as expectativas ainda mantêm a ilha na sua posse, o que é motivo de interessada visita por parte dos turistas da República Popular da China que têm logo ali, ao alcance da mão ou de duas ou três braçadas, um território capitalista para comparar com a sua China de Mao Zedong e de Xi Jinping. Acabado de chegar de Taiwan, não fui à pequena ilha nacionalista de Jinmen. O melhor de Xiamen, para turista ver, espairecer e se surpreender é a ilha de Gulangyu, 鼓浪屿 mesmo em frente do centro da cidade, a menos de um quilómetro de distância que se percorre em sete minutos numa espécie de cacilheiro, sempre apinhado de chineses. A partir de meados do século XIX, depois da abertura do porto de Xiamen ao mundo, os estrangeiros começaram a chegar e fixaram-se sobretudo nesta bonita ilha de Gulangyu, com cerca de dois quilómetros de comprimento por um de largura. A ilha tem água doce, praias, imensa vegetação, tudo o que é necessário para a vida. Treze países, incluindo a França, a Grã-Bretanha e o Japão aqui estabeleceram os seus consulados e em 1903 Gulangyu passou a ser designada Território Internacional, tendo governo e polícia própria, a segurança era feita pelos shiks que, tal como aconteceu com os indianos que funcionaram como polícia em Xangai, os ingleses foram buscar ao norte da Índia. Curiosíssima é a arquitectura colonial dos cerca de 500 edifícios que foram construídos em Gulangyu, sobretudo entre 1890 e 1920 e que, restaurados, ainda se conservam. Trata-se de mais um museu a céu aberto, um conglomerado de casas e grandes mansões, de igrejas e jardins, de palácios e hospitais, tudo numa mais do que heterogénea mescla de estilos, nada sínicos, de talhe e arquitectura ocidental, ao modo do que se construía na Europa no início do século XX. Felizmente, e para satisfazer a multidão de turistas chineses — são tantos que diariamente chegam a atravancar o trânsito pedonal numa ilha que não autoriza veículos motorizados –, Gulanyu tem praias (também não muito limpas) e recantos sossegados onde se pode fruir a natureza, ou a nostalgia do encanto perdido do passado. E tem hotéis e pensões onde apetece ficar, sobretudo a partir de meio da tarde, após a saída da avalanche de turistas chineses. Então Gulangyu fica por nossa conta e que prazer ouvir um piano — a ilha conta com um estupendo museu com mais de cem pianos e órgãos de várias épocas –, olhar o pôr-do-sol, imaginar, mui ao de leve, as fantásticas histórias dos velhos habitantes de Gulangyu quando chineses abastados se passeavam de riquexó, homens de negócios europeus, de colete, casaco e gravata caminhavam pelas ruelas junto ao mar, e damas chinesas, mais do que formosas nas suas cabaias de brocado e seda, inebriavam a brisa da tarde. Numa das lojas de rua em Gulangyu, província de Fujian, República Popular da China, fiz uma compra absolutamente inédita em 36 anos de viagens e estadias no mundo chinês, uma peça em massa dura e pesada de plástico, com duas figurinhas, Mao Zedong e Chiang Kai-shek, ambos sentados num banco de jardim, abraçados e ternurentos, sorrindo para as gerações futuras. Malhas que o império tece…
Hoje Macau SociedadeJogo | Receitas de Julho nos 8,3 mil milhões Nos primeiros 14 dias de Julho as receitas brutas do jogo rondaram os 8,3 mil milhões de patacas, de acordo com as estimativas do banco de investimento JP Morgan Securities (Asia Pacific). Num relatório citado pelo portal GGR Asia, é explicado que a média diária das receitas está nos 593 milhões de patacas. “Este número implica que na última semana houve um crescimento das receitas de 15 por cento face à semana anterior, com as receitas diárias a fixarem-se nos 635 milhões de patacas, quando anteriormente eram de 550 milhões de patacas por dia”, pode ler-se no documento elaborado pelos analistas DS Kim, Shi Mufan e Selina Li. Contudo, a esperança é que a receita média diária continue a subir, devido ao fim do Campeonato Europeu 2024. “Também é preciso notar que o Euro 2024 terminou esta manhã, horas de Hong Kong, pelo que esperamos que o volume das receitas vá melhorar de forma gradual ao longo das próximas semanas, até ao pico dos feriados”, é acrescentado. De acordo com os analistas, os torneios internacionais de futebol tendem a afectar as receitas de Macau, como acontece com os Euros ou Mundiais, dado que os jogadores focam as atenções nas apostas de futebol. Em termos das receitas por segmento, entre o início do mês e 14 de Julho, o jogo de massas apresentava um nível de 105 a 110 por cento dos valores pré-covid. No polo oposto, o jogo do segmento dos grandes apostadores estava a níveis de 20 por cento dos níveis antes da pandemia. Segundo a JP Morgan Securities (Asia Pacific), as receitas de Julho devem rondar os 18,5 mil milhões de patacas, uma revisão negativa da estimativa inicial, que previa uma receita superior a 19 mil milhões de patacas. A revisão foi justificada com o baixo nível das receitas no início do mês.
Hoje Macau SociedadePIB | Associação prevê crescimento de 17,5% A Associação Económica de Macau prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano possa crescer 17,5 por cento este ano, noticiou a TDM Rádio Macau. Além disso, a entidade acredita que no segundo trimestre deste ano a taxa de crescimento do PIB deverá ser de cerca de 10 por cento. Por sua vez, no segundo semestre do ano, a associação prevê que as celebrações que se avizinham possam fomentar a economia, nomeadamente a celebração dos 25 anos do estabelecimento da RAEM e os 75 anos de implantação da República Popular da China, podendo existir mais vitalidade no mercado, também potenciadas pelas medidas estabelecidas por Pequim. Assim, a Associação Económica de Macau considera que a situação vai continuar a ser “estável” e “optimista”, sendo que, numa escala de 0 a 10, o índice de prosperidade económica no terceiro trimestre do ano deverá manter-se entre os 6,5 e os 6,6, um desempenho considerado positivo e estável. Embora a receita bruta do jogo em Junho tenha caído para o nível mais baixo deste ano, com 17,69 mil milhões de patacas, a economia local continuou a beneficiar dos turistas que visitaram o território ao longo no primeiro semestre do ano e do crescimento das exportações de serviços, explica a entidade.
João Luz Manchete SociedadeHengqin | Ordenada liquidação de promotor de complexo imobiliário O Tribunal Intermédio de Zhuhai ordenou a nomeação de um administrador para a liquidação de um promotor imobiliário responsável pela construção de um icónico bloco de edifícios que tem como ex-líbris o Haoyi Fortune Center, em Hengqin. A empresa em questão é de Macau Na passada terça-feira, o Tribunal Intermédio do Povo de Zhuhai ordenou a nomeação de um administrador para proceder à liquidação de bens do promotor imobiliário de um mega-projecto em Hengqin, perto do posto fronteiriço com Macau, que tem o Haoyi Fortune Center como a principal joia da coroa. O tribunal estabeleceu a próxima segunda-feira como prazo limite para a nomeação do administrador de liquidação, avançou ontem a Macau News Agency (MNA). De acordo com o China Internet Information Center, um portal de informação do Governo Central, o projecto do Haoyi Fortune Center foi desenvolvido pela Hengqin Haoyi Real Estate Development, que é referida como uma empresa de Macau. Segundo o órgão judicial da cidade vizinha, o projecto imobiliário não está sujeito a hipotecas ou penhoras. O comunicado do Tribunal Intermédio do Povo de Zhuhai indica que a Hengqin Haoyi Real Estate Development foi registada pelas autoridades da Ilha da Montanha em Setembro de 2013, com um capital social de 760 milhões de renminbis. Povo na rua A MNA realça que esta não é a primeira vez que a empresa enfrenta dificuldades financeiras, chamando a atenção e escrutínio público. Por exemplo, em 2021 um grupo de proprietários montou um protesto no exterior do complexo em Henqgin devido ao incumprimento do compromisso assumido de terminar o projecto dentro do prazo fixado. Na altura, foi reportado que mais de 200 proprietários, envolvendo cerca de 3.000 fracções, protestaram o incumprimento da promotora imobiliária responsável pelo projecto. A empresa terá prometido que a construção, acabamentos e decoração das fracções seriam concluídos até ao final de 2020. Esta data foi empurrada para o meio de 2021, devido à pandemia da covid-19, situação que se voltou a verificar no fim desse ano devido aos mesmos motivos. A última gota de paciência dos proprietários foi atingida quando a empresa informou que não havia prazo limite para entregar as fracções. O ex-líbris do projecto, o Haoyi Fortune Center, é um complexo de escritórios, cuja construção terminou no início de Dezembro de 2020, composto por duas torres com 30 e 45 andares, com quase mil escritórios, quase 900 espaços comerciais e mais de 600 fracções habitacionais e cerca de 1.300 estacionamentos.
Nunu Wu SociedadeSuspeito de homicídio na Tailândia detido em Macau O cidadão chinês suspeito de raptar e matar uma turista chinesa na Tailândia foi detido em Macau e entregue às autoridades do Interior. A informação foi divulgada ontem pela Polícia Judiciária (PJ), no dia em que a entrega foi feita, depois de a detenção ter acontecido a 10 de Julho. O caso tinha sido relatado no fim-de-semana pela imprensa tailandesa. Nessa data foi noticiado que o crime teria ocorrido por volta de 2 de Junho e que dois dias depois, após ter voado para Hong Kong, o homem teria utilizado a carteira electrónica de Wechat da vítima para fazer pagamentos em Macau. Segundo a informação da PJ divulgada ontem, o homem foi detido na RAEM na quarta-feira passada, depois de ter tentado empenhar um relógio falsificado numa loja de penhores, na Zona Central. Após receber a denúncia da tentativa do crime, as autoridades afirmam ter interceptado o suspeito no Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa, quando este pretendia regressar a Hong Kong. A PJ reconheceu também ter recebido informações da polícia do Interior sobre o homicídio e os dados do suspeito, uma vez que havia indícios de que pudesse estar em Macau. Essa mesma possibilidade tinha sido noticiada pelo jornal Khaosod English, um dos maiores da Tailândia. Corpo encontrado Também no domingo, começaram a ser analisados os restos mortais recuperados pela polícia da Tailândia, no sábado, na província de Chonburi. O objectivo passa por verificar se os restos mortais são de Yan Ruimin, estudante chinesa de 38 anos que vivia na Malásia e estava de férias no país. Por sua vez, o suspeito foi identificado, tem 34 anos e foi filmado em clima romântico com a vítima, antes do crime, cujos motivos ainda são desconhecidos. De acordo com Khaosod English, a polícia da Tailândia tem duas teses neste momento: crime passional ou tentativa de roubo da vítima. Afastada está a possibilidade de ter havido uma tentativa de resgate, ao contrário do que chegou a ser equacionado. A família da vítima tem estado nos últimos dias na Tailândia, para identificar o corpo e para pedir ao Governo local para transferir o caso para o Interior. Tal como o Interior, a Tailândia também tem pena de morte, que pode ser aplicada para crimes de homicídio.
João Santos Filipe Manchete SociedadeÁgua/ HK | Detectados níveis elevados de bromato em duas marcas O Conselho de Consumidores da RAEHK analisou a qualidade e segurança das águas à venda no território vizinho e considerou a situação satisfatória. Porém, as marcas Nongfu Spring e Ganten apresentam níveis máximos elevados de uma substância que pode ser cancerígena As autoridades de Hong Kong alertaram ontem para o facto de as águas das marcas Nongfu Spring e Ganten apresentarem níveis de bromato que atingiram os limites máximos recomendados pela União Europeia. O alerta foi deixado pelo Conselho de Consumidores de Hong Kong, que analisou a segurança de 30 marcas de água à venda na REAHK, muitas das quais estão também disponíveis em Macau. O bromato é uma substância que se pode desenvolver na água devido aos meios de desinfecção de água para consumo, como acontece com métodos que utilizam o ozono. De acordo com diferentes relações da Organização Mundial de Saúde (OMS), em níveis de concentração muito elevados, o potássio de bromato é considerado cancerígeno e um risco para a saúde. Na apresentação dos resultados sobre a qualidade da água, as autoridades de Hong Kong consideraram as águas vendidas ao público seguras, mas reconheceram que no caso das marcas Nongfu Spring e Ganten os níveis de bromato atingiram o limite recomendado. O nível máximo aconselhado actualmente pela UE é de 3 microgramas de bromato por litro. De acordo com o portal HK01, os responsáveis pelo estudo indicaram que no caso do consumo destas águas em grande quantidade, os consumidores podem sentir náusea, dores abdominais, vómitos e diarreias. Além disso, o consumo pode afectar ainda os rins e o sistema nervoso. Em reacção aos resultados, aponta o HK01, representantes da empresa responsável pela água Nongfu Spring garantiram que internamente são adoptados critérios mais elevados de segurança na concepção dos produtos. O artigo não cita qualquer posição da empresa Ganten. A Nongfu Spring é detida pela empresa com o mesmo nome e tem a sede em Hangzhou, na província de Zhejian. Também a Ganten é uma água do Interior, com sede em Shenzhen, e apresenta uma face mais internacional, como patrocinadora alguns eventos a nível mundial, dos quais o Open da Austrália em Ténis é um dos mais relevantes. Tudo aprovado Nas 30 águas investigadas não consta qualquer marca portuguesa. No entanto, há vários tipos disponíveis em Macau, como acontece com as marcas Cool, Bonaqua, Watson, Suntory, Volvic, Perrier, Evian, Vita ou Meadow. As águas analisadas englobaram águas minerais, destiladas e purificadas. No que diz respeito às águas minerais, os preços são, em média, três vezes superiores face às águas destiladas e purificadas. Todavia, nenhuma das águas minerais apresentou um valor “muito elevado” do nível minerais dissolvidos. Apesar disso, o Conselho dos Consumidores indicou que estas águas apresentam efectivamente um valor de minerais dissolvido mais elevado em comparação com as restantes.