Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Taipé critica deterioração dos direitos humanos na China Taiwan condenou ontem a deterioração do respeito pelos direitos humanos na China, no 29.º aniversário da revolta da praça Tiananmen, e pediu às autoridades de Pequim que libertem o activista pró-democrático taiwanês Lee Ming-Che [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pesar de a China avançar em outras áreas, “não o faz na democracia ou no respeito pelos direitos humanos”, criticou o Conselho de Taiwan para a China Continental, em comunicado. A mesma nota instou Pequim a “promulgar reformas democráticas e respeitar os direitos democráticos dos 23 milhões de habitantes de Taiwan” e a terminar com “ameaças militares” contra o território. Taipé pediu ainda a libertação do activista Lee Ming-Che, condenado em Novembro passado por Pequim a cinco anos de prisão por “subversão do poder do Estado”, devido a opiniões e comentários difundidos nas redes sociais. “Fazemos um apelo à China para que avance nas reformas democráticas e proteja a liberdade de expressão e de religião e outros direitos do povo, e que aborde adequadamente os factos ocorridos durante o massacre na Praça Tiananmen”, acrescentou o comunicado. Laços europeus Noutro aspecto, o vice-primeiro-ministro de Taiwan afirmou ontem que a ilha e a União Europeia apresentam laços de investimento e cooperação “cada vez mais estreitos”, sendo por isso “urgente assinar um acordo de investimento”. Em 2017, Taiwan investiu 10.600 milhões de dólares (nove mil milhões de euros) na UE, cerca de um quarto do investimento total de 44.700 milhões de dólares, e há “muitas oportunidades de cooperação e benefícios mútuos”, disse Shi Jun-Ji, na abertura da Semana Europeia da Inovação. Taiwan prioriza sectores inovadores e de alta tecnologia e a política de promoção de energias alternativas “oferece muitas oportunidades de cooperação com a UE”, disse o vice-primeiro-ministro. Os dados macroeconómicos de Taiwan continuam a melhorar com uma taxa de crescimento de 2,86 por cento e um aumento nas exportações de 13,2 por cento em 2017, acrescentou. A Semana Europeia da Inovação, agora inaugurada em Taiwan, conta mais de dois mil participantes, sete seminários e centenas de contactos comerciais e entre autoridades de Taiwan e da UE.
Hoje Macau China / ÁsiaDroga | Mais de quatro toneladas apreendidas em Guangdong [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] polícia da província chinesa de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, apreendeu mais de 4,1 toneladas de droga, nos primeiros três meses do ano, indicam dados publicados, no domingo, na imprensa estatal. A principal droga apreendida foi metanfetamina, conhecida como ‘crystal meth’, anfetamina mais barata do que a cocaína e altamente viciante. No total, foram detidos 3.490 suspeitos de tráfico de droga, incluindo residentes de Macau e Hong Kong. O tráfico de droga é punido com pena de morte na China. País mais populoso do mundo, com cerca de 1.400 milhões de habitantes, a China faz fronteira com o “triângulo dourado” (Laos-Birmânia-Tailândia), onde se estima que exista uma área total de cultivo de papoila de 46.700 hectares. A China tem também fronteira com a Ásia Central, fonte crescente das drogas aprendidas no país, a par da América do Sul. Em Abril passado, a polícia de Guangdong apreendeu 1,3 tonelada de cocaína oriunda da América do Sul, na maior operação de sempre envolvendo aquele tipo de droga no país, segundo as autoridades. A operação resultou na detenção de 10 suspeitos, na maioria oriundos de Hong Kong. Pelas contas do Governo chinês, o país tinha 2,5 milhões de toxicodependentes, em 2017, entre os quais 60 por cento consumiam drogas sintéticas e 38 por cento opiáceos. Considerada um “demónio social”, ao nível da prostituição, a droga está associada ao chamado de “século de humilhação nacional”, iniciado com a derrota da China na “Guerra do Ópio” (1839-42).
David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesCasamento homossexual [dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]o final da semana passada um jornal de Hong Kong publicou uma noticia sobre a derrota judicial de Leung Ching-kui, funcionário superior do Gabinete de Imigração. O caso prendia-se a reivindicação dos beneficíos sociais a que o seu esposo deveria ter tido direito por casamento. O Tribunal de Recurso deu razão ao Gabinete da Função Pública e ao Departamento Local de Contribuições. O casal viu ainda rejeitada a hipótese de apresentar uma declaração de rendimentos conjunta. Leung confessa-se desiludido e afirma que vai tomar medidas para continuar com a acção. Ambos consideram este veredicto como um gigantesco passo atrás na luta contra a discriminação dos casais homossexuais em Hong Kong. Leung salienta que não estão a exigir um estatuto especial e que só esperam poder ser tratados com respeito e numa base de igualdade. O Tribunal de Recurso expressou no veredicto a ideia de que é vital a preservação do conceito do casamento tradicional. Os benefícios devidos aos esposos e o direito de declarar os rendimentos em conjunto são prerrogativas matrimoniais. No entanto, o Tribunal de Recurso negou ambos os direitos Leung, que ainda terá de pagar as custas de tribunal. O Tribunal salientou que em Hong Kong, quer do ponto de vista legal, quer do ponto de vista social, o único casamento reconhecido é o heterossexual. Assim, é mais importante defender o conceito do casamento tradicional do que encorajar as pessoas a casarem-se. Se os benefícios e direitos de que usufruem os casais heterossexuais se estender aos casais homossexuais, o conceito de casamento tradicional poderia ser posto em risco. Como a Lei Básica, e a opinão pública, de Hong Kong só reconhecem o casamento heterossexual, o interesse público é um factor de peso nos julgamentos. O Tribunal compreende que o queixoso se sinta financeiramente injustiçado. No entanto, se puseremos o “interesse publico” no outro prato da balança, a situação ficará equilibrada. Três juizes do Tribunal de Recurso consideraram que a preservação do conceito do casamento tradicional ditou a sentença que privou este casal de benefícios e de outros direitos matrimoniais. A sentença não implica discriminação indirecta contra a orientação sexual do queixoso. O Tribunal acrescentou que, já que o conceito social de casamento foi a questão central deste julgamento, como os conceitos sociais mudam significativamente ao longo dos tempos, a decisão que agora foi tomada pode vir a ser alterada, se este conceito mudar. O ano passado, uma lésbica britânica foi contratada para trabalhar em Hong Kong. QT, a sua esposa, apresentou uma petição ao Departamento de Imigração, para ficar no território como dependente. O pedido foi indeferido. O Tribunal de Segunda Instância rejeitou o pedido, mas QT recorreu e ganhou o recurso. É interessante que os três juizes que deliberaram no caso de QT, tenham sido exactamente os mesmos que presidiram ao caso de Leung. No entanto, as decisões foram completamente diferentes. No caso de QT, os juizes argumentaram que também o sistema do matrimónio “monogâmico” não poderia ser posto em causa em Hong Kong, por ser anti-constitucional. Neste caso os juizes apenas tomaram em consideração se o queixoso estava, ou não, em situação de acordo com as directrizes governamentais de Hong Kong. O Departamento de Imigração não foi chamado para reconhecer o estatuto de depêndencia de QT, enquanto parte de um casal homossexual. No entanto, os juizes salientaram que, ao abrigo da mesma política, o Departamento de Imigração já tinha reconhecido casamentos poligâmicos, e conferido o estatuto de dependência a mais do que uma esposa do mesmo homem. O Tribunal considerou que a recomendação resolvia a contradição e deliberou a favor de QT. No caso de Leung, vemos claramente que a decisão dos juizes foi condicionada pela crença de que casamento só se pode efectuar entre um homem e uma mulher. Como o Tribunal afrmou, o veredicto pode ser considerado controverso. No entanto, a decisão não pode ser facilmente aceite pelos casais homossexuais. Mesmo hoje em dia, especialmente nas comunidades chinesas, o casamento homossexual continua a não ser bem aceite. Como os juizes referiram, possivelmente as mentalidades irão mudar ao longo dos tempos. Mas actualmente, já que se aceita a homossexualidade, também deveria ser fácil aceitar o casamento homossexual. Mas, por enquanto, não é.
Victor Ng SociedadeReciclagem | Associações lançam programa de redução de garrafas de plástico A Sinergia Macau, em parceria com a Green Future e o grupo Macau Less Plastic Lifestyle, criou um mapa que explica onde as pessoas podem consumir água, com o objectivo de reduzir o uso de garrafas de plástico. O mapa passa a estar disponível nas redes sociais e em aplicações de telemóvel [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]rês associações juntaram-se para compilar informações relativamente aos sítios onde se pode recolher água para consumo no território, com o objectivo de reduzir o uso de garrafas de plástico. Trata-se da Green Future, liderada pelo activista ambiental Joe Chan, a Sinergia Macau, de Lam U Tou [ex-candidato às eleições legislativas] e o grupo Macau Less Plastic Lifestyle, criado no Facebook. O mapa dos locais onde a água pode ser consumida estará disponível nas redes sociais, incluindo o Google Maps, e ainda numa aplicação de telemóvel criada em Hong Kong. Joe Chan, ligado à Green Future, adiantou ontem em conferência de imprensa que, segundo os dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), o número de garrafas de plástico deitadas ao lixo no território atinge as 17 toneladas. Para o activista, a situação é “chocante”. O ambientalista lembrou que a taxa de reciclagem dessas garrafas é muito baixa, uma vez que se trata de uma actividade que não traz grandes lucros e são os próprios funcionários que, muitas vezes, se recusam a entregar o material. Rix Un, presidente da Green Future, explicou que esta actividade de recolha de água em garrafas de plástico usadas já teve início em Hong Kong. Com base nas respostas do Instituto Cultural e da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), bem como no apoio dado por voluntários, apurou-se que existem em Macau 104 sítios para recolha de água e que passam a estar sinalizados no novo mapa. Na perspectiva de Rix Un, o número dos sítios disponíveis é satisfatório, mas no futuro vai continuar a impulsionar a instalação de mais bebedouros para facilitar o consumo de água a residentes e turistas. Situação “preocupante” Sonic Pun, representante do grupo Macau Less Plastic Lifestyle Group, explicou ontem que, além das plataformas onde este mapa já está disponível, está a ser pensada a possibilidade de ser utilizado na aplicação Wechat. Lam U Tou também considerou “preocupante” a situação do excesso do uso de garrafas de plástico em Macau. Além disso, o candidato às legislativas nas eleições de 2017, com uma antiga ligação à Federação das Associações dos Operários de Macau, espera que a DSPA elabore mais instruções para melhorar a qualidade da água e garantir a devida regulamentação. Quanto a este ponto, Lam U Tou prometeu reunir com o director da DSPA, Raymond Tam.
Sofia Margarida Mota SociedadeGoverno volta a reduzir o valor limite de emissão de gases poluentes [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s valores limite de emissão de gases poluentes foram revistos e vão entrar em vigor no próximo dia 1 de Julho. A alteração acontece um ano depois de passar a vigorar o regulamento administrativo relativo aos valores-limite de emissão de gases de escape poluentes dos veículos em circulação e métodos de medição. De acordo com o comunicado oficial, o conteúdo da alteração consiste, principalmente, na melhoria dos valores-limite de emissão de gases de escape dos automóveis a gasolina medidos a duas velocidades de rotação e dos automóveis a gasóleo medidos em aceleração livre. A medida insere-se num plano de políticas ambientais que têm como objectivo reduzir a emissão dos gases de escape. Por outro lado, é também intuito do Governo a promoção da manutenção e reparação regular dos veículos considerados altamente poluentes. A par destas medidas o Executivo tem ainda a intenção de aumentar as acções de fiscalização de forma a controlar a emissão de gases poluentes. Inspecções de sucesso Relativamente aos dados da inspecção de veículos, e após a sua análise, o Executivo concluiu que “a maioria dos veículos, após a reparação e manutenção ordinária, conseguiu atingir as respectivas normas”, lê-se no documento, sendo que com os novos valores, o Governo espera que as partículas suspensas inaláveis, provenientes dos veículos ao circularem, sejam cada vez menos. Quando foi anunciada a alteração que entrou em vigor no ano passado, o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, disse em conferência de imprensa que já em 2010 haviam sido fixados limites, atendendo a que “os gases de escape emitidos pelos veículos motorizados são uma das principais fontes poluidoras do ar em Macau”. Com o diploma, os Serviços para os Assuntos de Tráfego passaram a poder, sempre que necessário, medir os poluentes contidos nos gases de escape dos motociclos e dos automóveis ligeiros na realização da inspecção obrigatória, para os veículos que circulam há já oito anos. Para os veículos com 10 ou mais anos, este tipo de fiscalização passou a fazer parte da inspecção. A mesma regra aplica-se aos ciclomotores, mas com prazos mais curtos. Os valores e os métodos de emissão constam de um anexo do regulamento administrativo, e podem ser alterados por despacho do Chefe do Executivo, sob proposta dos Serviços de Protecção Ambiental. Esta direcção de serviços ficou obrigada a fazer, pelo menos uma vez por ano, a revisão dos valores-limites e dos métodos de medição.
Hoje Macau DesportoJoachim Löw entrega baliza a Manuel Neuer no Mundial [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] seleccionador alemão de futebol, Joachim Löw, deu ontem a conhecer a lista definitiva para o Mundial2018, na Rússia, que integra o guarda-redes Manuel Neuer, apesar dos oito meses em que esteve ausente por lesão. Manuel Neuer, que será o guarda-redes titular da seleção campeã mundial segundo os planos do selecionador Joachim Löw, perdeu praticamente a época de 2017/18 devido a uma fractura no pé, que o afastou dos relvados desde Setembro de 2017. O seleccionador Joachim Löw descartou, em relação à lista de 27 pré-convocados, o guarda-redes Bernd Leno (Bayer Leverkusen), o defesa Jonathan Tah (Bayer Leverkusen) e os avançados Niels Petersen (Friburgo) e Leroy Sané (Manchester City/Ing). “Há dias melhores na vida de um seleccionador do que o que tem de mandar para casa quatro jogadores que, em princípio, também merecem ir ao Mundial”, referiu Joachim Löw, acrescentando que “foi uma decisão difícil” e “tomada por ‘photo-finish’”. O capitão Manuel Neuer, que reapareceu como titular da baliza da Alemanha no particular disputado com a Áustria, que os campeões mundiais perderam por 2-1, agradeceu a todos os que o acompanharam durante o período em que esteve lesionado. “Durante todo este período esforcei-me por manter uma atitude positiva, caso contrário não estaria aqui e não teria sido convocado”, referiu Manuel Neuer, endereçando agradecimentos aos médicos, fisioterapeutas, seleção e Bayern Munique. Neuer reconheceu ainda que a decisão de Joachim Löw em apostar em si para titular em detrimento de Marc André ter Stegen não foi fácil, pois o guarda-redes do FC Barcelona fez uma grande época, bem como também terá sido difícil descartar Bernd Leno. Na Rússia, a Alemanha defende o título de campeã do mundo conquistado no Brasil, estando integrada no grupo F, com México, Suécia e Coreia do Sul.
Hoje Macau Sociedade“Uma Faixa, Uma Rota” | Macau recebe conferência sobre o projecto [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] papel de Macau na construção do projecto “Uma Faixa, Uma Rota” é o foco da “Conferência Internacional da Faixa e Rota e o Desenvolvimento de Macau 2018”, que se realiza hoje e quinta-feira, no território. A conferência vai centrar-se na “forma de desenvolver, dinamicamente, as vantagens e o papel de Macau, para participar e ajudar o País na construção da “Faixa e Rota”, permitindo que o espírito da Rota da Seda tenha continuidade”, divulgaram, em comunicado, os responsáveis do território. A conferência vai estar focada na forma como Macau pode ajudar na realização deste projecto chinês, em quatro pontos: A construção da Zona “Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, o papel de Macau como centro mundial de turismo e lazer, a construção de uma plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa. De acordo com os responsáveis da região, a conferência, coorganizada pelo Gabinete de Estudo das Políticas, Fundação Macau e Grand Thought Think Tank, vai contar com a presença, entre outros, do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China Li Zhaoxing, do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros da Austrália Bob Carr, do presidente da Associação das Nações Unidas da República Popular da China, Lu Shumin, e do director da Faculdade de Ciências Sociais na Universidade de Macau e presidente da Direção de Grand Thought Think Tank, Hao Yufan.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCanidromo | Donos são obrigados a devolver galgos à empresa Questões contratuais obrigam muitos dos donos dos galgos a entregar os animais ao Canídromo, mesmo que queiram dá-los para adopção, adiantam Albano Martins e a presidente da MASDAW, Fátima Galvão. Associações mais pequenas não confiam nas intenções da concessionária [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]irigentes de associações ligadas à protecção dos animais negam as declarações proferidas por Stanley Lei, director-executivo do Canídromo, quando este referiu ter recebido poucos pedidos de adopções de galgos por parte da sociedade civil nos últimos dois a três anos. Segundo adiantou Albano Martins, presidente da ANIMA, os donos dos galgos que quiseram, nos últimos anos, entregar os animais para adopção foram obrigados a deixá-los nas mãos da companhia de corridas de galgos Yat Yuen, concessionária das apostas dentro do universo da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM). “Em 2012 houve uma senhora que quis entregar os galgos à ANIMA e esse pedido foi recusado. Há um acordo que diz que quando os donos não quiserem os galgos têm de os entregar, quem me disse isso foi essa senhora. Por isso é que o Canídromo, neste momento, tem a maioria dos cães. O número de animais tem vindo a aumentar desde 2015, pois em 2012 o Canídromo tinha cerca de 200”. Actualmente, está em causa o futuro de mais de 600 galgos. O presidente da ANIMA fala da existência de um clima de intimidação sempre que os donos se predispunham a entregar os animais para adopção. “As pessoas tinham medo deles, esse é que é o problema. Mandavam-nos cartas e pediam para não serem revelados os nomes.” Fátima Galvão, fundadora da Associação de Cães de Rua e Protecção dos Animais de Macau (MASDAW), também registou estes casos. “Assisti aos pedidos dos proprietários de galgos que se queixaram que queriam dar os animais para adopção e que o Canídromo os proibiu. Pessoas que tinham cães a correr e que os queriam dar para adopção quando não estivessem aptos a correr. Telefonavam e nem queriam identificar-se”, conta a activista. Além disso, a presidente da MASDAW rejeita as afirmações de que a empresa tenha em mãos poucos pedidos de adopções. “que os galgos do Canidromo quantra a decorrer, haa que a empresa vai apresentar um novo plano atvos os galgos do Canidromo quanEm 2013 houve pessoas que conheço, amigos meus, que preencheram papéis para adoptarem os galgos e até hoje ainda estão à espera de uma resposta. Submeteram todos os papéis através da ANIMA.” Doar a associações Fátima Galvão, presidente da MASDAW, não confia no plano que o Canídromo tem de entregar até sexta-feira. “É evidente que é melhor não irem para o interior da China. De certeza que vão para o festival de Yulin [conhecido como o festival da carne de cão] ou vão continuar a correr. Se não forem para pessoas responsáveis, vão para onde? [A empresa] não está minimamente interessada no futuro dos animais. A ANIMA avançou com o processo e eles internacionalmente perderam a face. O Governo renovou a concessão e adiaram o processo até ao limite. De certeza que vão arranjar maneira de exterminar a maior parte dos cães.” Para Fátima Galvão, cabe à STDM o pagamento das despesas médicas com os galgos que serão dados para adopção. “Não têm de ser os donos a pagar as despesas médicas dos animais. Uma empresa, que pertence a uma pessoa milionária [Angela Leong], quer pôr as pessoas a pagarem os exames médicos? É inacreditável. Quem dá os animais para adopção tem de os dar saudáveis. As pessoas deveriam, sim, pagar pela licença do IACM, que é o que acontece com a maior parte das associações.” A criadora da MASDAW defende que esse dinheiro poderia ser doado a associações com dificuldades financeiras. “Era uma forma de ajudarem os animais e de fazerem caridade com associações que lutam pelo bem-estar dos animais. Há duas ou três associações que têm apoios do Governo, de pessoas riquíssimas, e há outras que vivem com dificuldades.” “A MASDAW acha que faria sentido que parte dos animais fossem entregues à ANIMA para serem encaminhados para adopções internacionais, porque a ANIMA está neste processo há muito tempo e é evidente que não tem dinheiro para mandar os animais para fora. O Governo teria de suportar os custos”, acrescentou Fátima Galvão. Yoko Choi, presidente da Associação de Protecção dos Animais Abandonados de Macau (APAAM), defende que “cabe ao Governo gerir o programa de adopções com o Canídromo e não cabe a nós, associações, fazer esse trabalho”. Contudo, “há uma preocupação de como eles serão adoptados. Estou preocupada, como poderemos confiar na China? Penso que os animais não estarão a salvo. Muitas pessoas estarão contra esta medida. Todo o processo tem de ficar mais claro para que saibamos se podemos agir”, disse ao HM.
João Santos Filipe DesportoAcademia do Sporting realiza torneio de futebol para sub-13 O Campo do D. Bosco recebe no sábado um torneio organizado pela Academia do Sporting, que conta com a participação de equipas vindas de Zhuhai, Shenzhen e Hong Kong [dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap]m torneio para aferir a qualidade do trabalho desenvolvido e comparar o nível interno com as regiões vizinhas. É desta forma que os responsáveis Academia do Sporting definem os objectivos da primeira edição do torneio internacional de juvenis, que se realiza este sábado, no campo D. Bosco. “É uma oportunidade para aferir em que nível está o trabalho que temos vindo a realizar dentro da academia do Sporting. Queremos ver como nos encontramos perante as outras regiões, uma vez que vamos ter pela frente equipas de Hong Kong, Shenzhen e Zhuhai”, disse Nuno Capela, Director Técnico da academia. O torneio vai contar com seis equipas participantes no total. O território vai estar representado pela equipa da Academia do Sporting, Escola Portuguesa de Macau e Escola de Futebol de Macau, uma formação sob a tutela do Instituto do Desporto. A cidade de Hong Kong vai ser representada por AET ARKsports, Zhuhai pela FYFC e Shenzhen pela Escola Primária Meiyuan. Nuno Capela reconheceu também que o torneio está a criar expectativas junto da comunidade e dos pais. “A informação só se tornou pública esta semana e a reacção que temos recebido tem sido muito boa. Mesmo entre os pais há expectativas enormes porque sentem que é um dia que pode ficar facilmente na memória dos miúdos”, revelou. Está previsto que os jogos comecem pelas 9h da manhã e terminem por volta das 17h30, marcando o final do evento. Segundo o modelo da competição, as equipas vão ser divididas em dois grupos de três. Os primeiros classificados dos grupos disputam a final e os segundos classificados vão jogar pela atribuição do terceiro lugar. Para repetir Por parte da organização, que tem estado principalmente a cargo de Nuno Capela e Pedro Lopes, Director Administrativo da Academia, existe a esperança que a competição se possa repetir no futuro. “Esperamos poder a vir repetir o torneio porque a nossa ideia é criar um torneio de juvenis do Sporting que se realize de forma anual. Este mês ainda não sei se será possível repetir no próximo ano, mas é este o nosso desejo”, explicou Nuno Capela, que é também o treinador do Sporting de Macau. Apesar de tudo, o torneio esteve em risco de não se realizar, depois da MGM não ter concretizado um patrocínio que tinha ficado apalavrado. A operadora tem sido um dos parceiros da Academia do Sporting, com a criação de bolsas para alguns jogadores poderem participar nas actividades da escola de futebol. “Infelizmente não vamos poder fazer o torneio nos moldes em que inicialmente tínhamos pensado, porque não foi possível concretizar o acordo verbal anunciado”, reconheceu o director técnico do Sporting, José Reis. “Mas assim que esse cenário se confirmou, o Pedro Lopes e o Nuno Capela entraram imediatamente em campo para reunir outros apoios financeiros de logísticos e realizar o evento, mesmo que com um orçamento substancialmente reduzido”, frisou.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Angola, Brasil e Moçambique participam em fórum sobre investimento [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas vai receber, a 7 e 8 de Junho, representantes de Angola, Brasil e Moçambique, não estando prevista a presença de Portugal, foi ontem anunciado. A nona edição deste evento vai contar com a “participação de mais de 1.500 pessoas, das áreas da política, comercial e académica de mais de 60 países e regiões, incluindo cerca de 50 funcionários governamentais”, afirmou, em conferência de imprensa, o vogal executivo do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, Sam Lei. Angola vai fazer-se representar pelo ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, pelo vice-governador da província de Cabinda, Macosso Alberto Paca Zuzi, e pelos vice-governadores das províncias de Luanda e Luanda Norte, José Paulo Kai e Lino dos Santos, respetivamente. Já o Brasil vai estar representado pelo vice-governador do Estado da Bahia, João Felipe De Souza Leão, enquanto que representação de Moçambique vai estar presente o vice-ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Victor Tuacale. Este ano, não há representantes portugueses nem vão participar “empresas de Portugal”, anunciou Sam Lei, em resposta aos jornalistas. No ano passado, Portugal fez-se representar pelos secretários de Estado da Indústria e da Internacionalização, à data, João Vasconcelos e Jorge Oliveira, respectivamente. O evento vai ter a tónica no desenvolvimento de infra-estrutura e cooperação internacional através da inovação e de novos meios tecnológicos, mas também na promoção de construção de infraestruturas nos países do projeto chinês Uma Faixa, Uma Rota.
Paulo José Miranda h | Artes, Letras e IdeiasAnimais Nocturnos, de Tom Ford – A Génese da Criação [dropcap style≠‘circle’]J[/dropcap]á escrevi aqui acerca de um filme de Tom Ford, “A Single Man”, e hoje vou escrever acerca do segundo e mais recente filme dele “Animais Nocturnos” (Nocturnal Animals, 2016). Aquilo que me importa salientar nesta leitura é o aspecto formal do filme e de que modo essa formalidade toca um aspecto essencial da criação literária. Em “Animais Nocturnos” há duas narrativas distintas: a narrativa do filme, ele mesmo, e a narrativa do livro que a protagonista do filme (Amy Adams) vai lendo, que se chama precisamente “Animais Nocturnos” e é dedicado à protagonista, Susan Morrow, que no filme vai lendo e nos permite acompanhar a sua leitura por imagens. Inicialmente, depois da primeira vez que as cenas do livro passam, não se entende a ligação entre as duas narrativas do filme. Mas voltemos um pouco atrás. O livro é um manuscrito que foi enviado pelo ex-marido da protagonista e que será editado em breve. Susan é uma bem sucedida galerista de arte, casada com o homem que conheceu quando se separou do escritor que agora lhe envia o livro. O marido da protagonista, esse, viajou para Nova Iorque a trabalho, disse, e ela interrompe a leitura, algo perturbada pela violência da acção que está a ler e telefona ao marido para saber se chegou bem. Dá-se conta de que ele está acompanhado por uma mulher. Desliga o telefone e retorna à leitura do manuscrito. Lê até que, na narrativa, o protagonista juntamente com a polícia encontra a mulher e a filha mortas. O manuscrito chega às mãos de Susan no momento em que o seu casamento parece estar no fim e conta-nos a história da família Hastings – pai, mãe e filha adolescente – a viajar de carro à noite pelo Texas em direcção ao local onde vão passar as suas férias. A meio do caminho são interrompidos na viagem por um grupo de marginais, que os tiram da estrada. Põe a mulher e a filha no carro deles e, no outro, no carro da família, um dos marginais obriga o pai a conduzir. Não é de todo por acaso que a mulher deste homem tem algumas semelhanças físicas com a protagonista do filme. De facto, de algum modo Amy Adams faz lembrar Isla Fisher (Laura Hastings, a mulher do pai de família). De algum modo. O filme passa para a protagonista, que interrompe a leitura e começa a lembrar o tempo passado com o autor do livro. E em flashback passamos a ver a história de Edward Sheffield e de Susan Morrow. O actor que faz de Sheffield é o mesmo que faz de protagonista do livro: Jake Gyllenhaal. Mas aqui ainda não se vê a ligação entre as duas narrativas, pois sentimos como natural que o protagonista do livro se identifique o seu autor. O filme passa agora a dividir-se entre o flashback – a história de amor entre Sheffield e Morrow, e a tensão familiar de Morrow com a mãe – e a narrativa do livro. Só a meio do filme se começa a perceber a ligação entre as duas narrativas, embora ainda não claramente. Susan confessa à sua secretária pessoal que era apaixonada pelo seu ex-marido, mas não acreditava nele como escritor e o trocou pelo actual marido de modo brutal. O momento decisivo, de modo a entendermos a ligação entre as duas narrativas, acontece a dois terços do filme, em flashback, quando Susan acaba de ler um manuscrito de Edward (Sheffield), seu marido na altura, e este lhe pergunta o que é que ela pensa do texto, ao que ela responde: “Vais entender isto de modo errado, mas acho que deves escrever mais acerca de outras coisas do que de ti mesmo.” Ao que ele riposta que todo e qualquer escritor escreve acerca de si mesmo. E, de repente, percebemos que o livro que Susan está a ler já não é um livro sem nada a ver com a história do filme. Intuímos – pois ainda não podemos fazer nada mais do que intuir, ainda não há “prova” para afirmar – que a história do livro e a história do filme estão atadas uma à outra como um recém-nascido à mãe. Um pouco adiante ficamos a saber que Susan fez um aborto do filho de Edward, com o apoio do então amante e futuro marido. E vemos uma imagem de Edward à chuva em frente ao carro onde estão Susan e o seu amante, depois dela ter feito o aborto. E é aqui que se faz luz. Toda a narrativa é acerca do que aconteceu a esse homem. Melhor: do que esse homem sentiu com o que lhe aconteceu. Como ele mesmo dizia, todo o escritor escreve acerca de si mesmo, mas agora ele escreve acerca do que sentiu no que lhe aconteceu, transfigurando os acontecimentos. Edward escreve acerca do que lhe aconteceu, mas através do que sentiu e não através dos factos. “Eu devia ter impedido. Eu devia ter previsto que isso ia acontecer.” Diz o herói do livro, como se fosse Edward a dizer acerca do aborto de Susan e do fim dos eu casamento. No livro, a morte da mulher e da filha, pelos marginais, corresponde ao casamento desfeito e ao aborto da história do filme. Mas ao invés de contá-lo através da sua “insignificante” vida, da sua vida de todos os dias e de todas as pessoas, o escritor usa isso e amplifica para uma história e uma intensidade narrativa que mostra muito mais aquilo que sentiu do que se contasse a sua própria história. Pois o que está em causa aqui é que o humano habitua-se de tal modo ao que lhe acontece, por pior que seja, que mesmo que seja contado literalmente passa a não exercer efeito sobre o ouvinte (ou leitor). A morte de um filho, por muito trágico e absurdo que seja, se contado literalmente não exerce um abalo sísmico por parte do ouvinte, porque a morte do outro – a não ser que nos seja próxima – não causa tanta perturbação. Para que isso aconteça, para que o ouvinte ou o leitor sinta essa tragédia e esse absurdo, o escritor tem de inventar uma coisa nova: a morte a dois; o leitor tem de sentir que morre junto com a morte de outro. Morrer a dois, que é algo que não existe na vida – pois mesmo que duas pessoas morram lado a lado morrem sozinhas, cada uma delas, como bem se sabe -, passa a existir na narrativa do escritor. E este filme de Tom Ford mostra-nos isto claramente.
Hoje Macau PolíticaWong Pou Ieng tomou ontem posse como subdirectora nos Serviços de Identificação [dropcap style≠‘circle’]R[/dropcap]ealizou-se ontem a cerimónia de tomada de posse da subdirectora dos Serviços de Identificação, Wong Pou Ieng. O evento contou com a presença da secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan e da chefe do Gabinete da Secretaria para a Administração e Justiça, Iao Man Leng. Wong Pou Ieng é licenciada em Tradução (Chinês-Português) pela Universidade de Macau, mestrada em Gestão pela Universidade de Zhongshan e em Direito pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. Ingressou nos Serviços de Identificação em 1998, foi Chefe da Divisão do Registo Criminal e do Departamento de Identificação de Residentes, e entre Março e Maio de 2018 desempenhou as funções de subdirectora substituta. No decorrer da cerimónia, Wong Pou Ieng afirmou que se vai esforçar para prosseguir “a optimização permanente do processo da gestão interna, desenvolver mais trabalhos no campo electrónico do circuito interdepartamental, e adoptar mais medidas para os cidadãos, melhorando a qualidade do serviço a prestar”, lê-se no comunicado oficial.
João Santos Filipe SociedadeCrime | Toalhas de hotel usadas para roubar 100 mil dólares de Hong Kong [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m homem de 49 anos, do Continente, foi detido no domingo, após ter roubado cerca de 100 mil dólares de Hong Kong a uma mulher de 30 anos, também ela do Interior. Segundo a Polícia Judiciária, o caso aconteceu no domingo à tarde quando a vítima ligou ao conhecido para trocar renminbis por dólares de Hong Kong, numa quantia aproximada de 100 mil dólares. Esta era uma operação que a mulher já tinha efectuado anteriormente com o mesmo homem por várias vezes, sem nunca ter tido problemas. No entanto, no fim-de-semana tudo mudou. Quando entrou para o quarto de hotel em que a vítima estava hospedada, no Cotai, o homem utilizou as toalhas e prendeu imediatamente os pulsos e pés da vítima. Depois, agarrou imediatamente no dinheiro e fugiu, deixando a vítima para trás e com os pés e as mãos presas. Só momentos mais tarde a mulher de 30 anos conseguiu libertar-se e alertar às autoridades, que encontraram o homem por volta das 20h, junto aos casinos da zona central da Península. Quando foi abordado pela PJ, o indivíduo recusou prestar qualquer tipo de informação. Ao mesmo tempo recusou dizer o que tinha feito com o dinheiro. A PJ desconfia que o montante tenha sido todo gasto nos casinos locais, uma vez que na altura da detenção o indivíduo apenas tinha consigo com 1200 dólares de Hong Kong. O caso foi entregue ao Ministério Público e o indivíduo enfrenta acusações da prática de um crime de roubo, cuja pena vai de 1 a 8 anos de prisão.
Sofia Margarida Mota PolíticaChan Iek Lap teme que seguradoras estejam a agir contra a lei Há seguradoras que exigem aos médicos informações que vão além do preenchimento do formulário previsto legalmente para pagar aos clientes as despesas médicas, revela Chan Iek Lap. De acordo com a advogada Catarina Guerra Gonçalves, os dados de saúde são sensíveis e o diagnóstico não integra as informações estritamente necessárias que podem ser fornecidas às seguradoras [dropcap style≠‘circle’]C[/dropcap]han Iek Lap quer que o Governo esclareça se os dados referentes diagnósticos, que têm sido solicitados por parte das companhias de seguros, vão contra a Lei de Protecção de Dados Pessoais. De acordo com o deputado, as seguradoras pedem aos médicos das clínicas privadas que escrevam no formulário, previsto por lei, mais informação do que a legalmente requerida. Em causa estão queixas que o legislador tem recebido, nomeadamente o caso de “uma companhia de seguros que, após ter recebido 10 guias do formulário (…), emitidas por uma clínica privada, afirmou que não ia pagar as compensações ao segurado, a não ser que o respectivo médico prestasse justificações em cada uma destas guias”. No entender da advogada Catarina Guerra Gonçalves, “os dados pessoais no campo da saúde e os relativos à saúde são sensíveis nos termos da lei de dados pessoais de Macau e, como tal, é necessário ter um cuidado especial”, referiu ao HM. As razões que podem estar por detrás do tratamento destes dados também estão previstas legalmente, nomeadamente com o consentimento do seu titular, esclarece. A questão, considera, têm que ser vista sob duas perspectivas. “Por um lado, o médico está sujeito a um segredo profissional que envolve os motivos de interesse particular, que é a protecção da privacidade do doente, e o interesse geral e público que é a preservação da confidencialidade médico/doente”. Por outro lado, existe ainda a necessidade da seguradora que tem de cumprir o contrato e para isso precisará de certos dados. Neste aspecto, é absolutamente necessário assegurar que os dados que são transmitidos pelo médico são estritamente necessários para a seguradora desempenhar as suas funções, e não devem conter informações de diagnóstico, sublinha a advogada. Catarina Guerra Gonçalves recorda uma deliberação da Comissão Nacional de Protecção de Dados Pessoais de Portugal em que são esclarecidos vários aspectos relativos à saúde e às seguradoras em que “a comissão pronuncia-se precisamente em autorizar a comunicação dos dados estritamente necessários à facturação e à cobrança dos cuidados prestados que permitam à seguradora avaliar os montantes a pagar e não mais do que isso”, especifica. Trabalho grátis Além de uma possível violação da lei de dados pessoais, Chan Iek Lap alerta ainda para a necessidade dos médicos trabalharem fora das suas competências, sem serem remunerados por este “serviço extra”. Para o deputado as companhias de seguros têm de pagar aos hospitais quando solicitam certificados médicos pelo que questiona se quando solicitados ao privado não teriam de seguir as mesmas regras. “É justo os médicos privados terem de prestar informações de forma gratuita?”, pergunta. O deputado vai mais longe e dirige-se à Autoridade Monetária de Macau questionando se “caso um médico de uma clínica não faça o que a companhia de seguros pede, isto é, não lhe preste informações detalhadas sobre uma doença”, o médico está ou não a ir contra a lei. Para Chan Iek Lap “todas as opiniões profissionais e as respostas dadas são gratuitas, o que está a contrariar a tradição do sector e a aumentar a pressão e o trabalho do sector privado da saúde”.
Diana do Mar Manchete SociedadeTiananmen | Vigília juntou aproximadamente 200 pessoas no Largo do Senado O Largo do Senado foi ontem palco da tradicional vigília em memória das vítimas de Tiananmen. A chuva pode ter beliscado a adesão, mas não o espírito de quem teima em lembrar para não esquecer o que aconteceu a 4 de Junho de 1989 em Pequim [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] “em respeito por quem perdeu a vida a lutar por um ideal” que Leong, de 30 anos, participa na vigília em homenagem às vítimas de Tiananmen. Acompanhada por uma amiga, procura manter a chama viva de uma memória que a idade não lhe permite ter, à semelhança de outros jovens que, como ela, marcaram presença no Largo do Senado. “A minha mãe não vê com bons olhos que eu participe, mas já vim várias vezes. Para mim, é como quando vamos ao cemitério prestar homenagem aos entes queridos que perdemos”, diz a jovem assistente social, natural da China, para quem “o Governo chinês deve reconhecer o incidente do 4 de Junho de 1989”. Penny Lam também participa sempre que pode: “Venho todos os anos, sempre que estou em Macau. Tento perceber o que a sociedade vai fazendo, quem e quantos vêm para me actualizar um pouco do sentimento em geral”. “Esta vigília lembra que este tipo de acontecimento pode ocorrer em qualquer parte do mundo, mostra o lado mau do ser humano e que coisas más como Tiananmen podem acontecer”, sublinhou o jovem, também de 30 anos. Sofia Margarida Mota “Penso que é importante organizar e participar neste tipo de iniciativa para mostrar às pessoas, particularmente aos jovens, o que aconteceu. Até mesmo para os turistas é interessante, porque desperta-lhes curiosidade”, sustentou Penny Lam. Flora Fong, que participa na vigília pelo segundo ano, partilha da mesma ideia. “Este dia é muito importante. Não devemos esquecer o que aconteceu”, afirmou, defendendo que iniciativas como esta devem ser apoiadas. Na primeira fila, ainda mal as velas estavam acesas, estava Cheung que participa do tributo às vítimas de Tiananmen desde os primeiros tempos, embora a memória não lhe permita precisar desde quando. Quando questionada sobre a razão que a leva a juntar-se à vigília, a nonagenária foi peremptória: “Sou chinesa”. Isto para ressalvar de seguida “chinesa, mas de Macau”. Mais resguardado estava Chao, de 60 anos, encostado a um pilar, a ouvir os cânticos a invocarem o 29.º aniversário da “tragédia”. “Continua a valer a pena e a ter significado vir”, diz o residente de Macau, para quem “mais do que admitir a responsabilidade pelos acontecimentos, o Governo chinês devia tratar e não perseguir os familiares das vítimas”. António Katchi também marcou presença. “Vim pelas mesmas razões pelas quais me juntei em anos anteriores: pelo facto de continuar a existir na China um regime altamente repressivo, que esmagou as manifestações de Tiananmen, que nunca reconheceu os seus erros, que nunca se penitenciou pelos seus crimes e que continua a perseguir impiedosamente os estudantes, trabalhadores, artistas e outros intelectuais, agora também advogados, professores, camponeses, etc.”. Isto “sempre para benefício de uma casta dirigente do Partido Comunista e dos capitalistas que dependem e gravitam em torno dela”, sublinhou o professor de Direito. Radicado em Macau há mais de duas décadas, António Kacthi entende que nos tempos que grassam faz ainda mais sentido participar: “Agora, com a intensificação das características mais negativas desse regime, nomeadamente com o restabelecimento do culto da personalidade, penso até que temos mais razões”. Especificidades de Macau Em paralelo, argumenta, também há “razões específicas” em relação a Macau: “Esse regime, obviamente, tem sempre influenciado Macau e nomeadamente desde a transferência de soberania está a influenciar o Governo, a maioria oligárquica da Assembleia, o Ministério Público, eventualmente até os tribunais de uma maneira cada vez mais nítida, mais forte. Portanto, em Macau também vemos aqui ameaças às liberdades fundamentais”. Sofia Margarida Mota O docente referia-se nomeadamente a “tudo o que tem sido anunciado pelo secretário para a Segurança” e aos “processos de perseguição a democratas desde 2014, nomeadamente por causa do chamado referendo civil que desencadeou processos que ainda não terminaram até aos agora [apresentados] contra Sulu Sou e Scott Chiang”. “Tudo isso é sintoma de facto de que Macau está a evoluir para um regime cada vez mais autoritário que, claro, não é produto apenas de factores endógenos, embora também os haja, mas também da sua subordinação ao regime totalitário da China”. Sulu Sou foi outro rosto visível no Largo do Senado no 4 de Junho. “É um dia especial para mim. Não quero que os jovens esqueçam este dia que também representa a liberdade”, afirmou o deputado, actualmente com o mandato suspenso, congratulando-se com o facto de haver em Macau liberdade de expressão ao abrigo da qual é possível falar publicamente e organizar iniciativas como esta. Para Sulu Sou, que ficou a saber através da Internet o que foi efectivamente Tiananmen por ocasião do 20.º aniversário da repressão estudantil, entende, porém, que os jovens dominam pouco esse ponto negro da história da China, desde logo porque esse conhecimento não lhes é transmitido na escola. Neste sentido, é com “grande preocupação” que Sulu Sou olha para o futuro, atendendo a que, a seu ver, o recente manual sobre a história da China, elaborado pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) em colaboração com uma editora estatal chinesa, omite aspectos importantes, como o 4 de Junho de 1989. A vigília em memória das vítimas de Tiananmen é organizada, todos os anos, pela União para o Desenvolvimento Democrático de Macau, dos deputados Au Kam San e Ng Kuok Cheong. O tempo “afectou a adesão”, mas não “a qualidade nem o espírito” da iniciativa, sublinhou Ng Kuok Cheong. Macau figura como o único local em toda a República Popular da China, a par de Hong Kong, onde se assinala a repressão do movimento estudantil pró-democracia. Hong Kong a perder fôlego Em Hong Kong, a dimensão foi sempre mais expressiva. Em 2014, por exemplo, aquando do 25.º aniversário de Tiananmen, a tradicional vigília no Parque Vitória juntou mais de 180 mil pessoas, segundo a organização, e sensivelmente 100 mil, de acordo com a polícia. No entanto, a iniciativa, organizada pela Aliança de Apoio aos Movimentos Democráticos e Patrióticos na China, tem vindo a perder fôlego por força de uma divisão no seio do campo pró-democracia. No ano passado, por exemplo, a vigília teve a menor adesão pelo menos desde 2008 (110 mil segundo a organização e 18 mil na versão da polícia). “Resista ao autoritarismo” foi um dos ‘slogans’ da vigília de ontem, com os organizadores a prometerem não parar de exigir o fim do regime de partido único na China independentemente de qualquer “linha vermelha” traçada por Pequim. A iniciativa, além de reivindicar justiça para as vítimas de Tiananmen, incluiu ainda um tributo ao dissidente e Nobel da Paz Liu Xiaobo, que morreu há quase um ano, tendo juntando 115 mil pessoas segundo a Aliança de Apoio aos Movimentos Democráticos e Patrióticos na China, apesar do boicote, pelo quarto ano consecutivo, das federações de estudantes universitários. De acordo com fontes policiais da região vizinha, participaram na vigília 17 mil pessoas. O “sonho chinês” Já no centro do poder, em Pequim, os acontecimentos de 1989 continuam a passar em branco, não obstante os repetidos apelos das “Mães de Tiananmen” para que o Governo quebre o silêncio e assuma as responsabilidades. “Ninguém dos sucessivos governos, nos últimos 29 anos, perguntou por nós, nem nunca houve uma palavra de desculpa, como se o massacre que comoveu o mundo nunca tivesse acontecido. Houve uma total falta de respeito pela perda de inestimáveis vidas humanas. Sentimos profundamente a indiferença e a frieza das autoridades”, escreveram as “Mães de Tiananmen”, numa carta aberta ao Presidente chinês, Xi Jinping. A missiva é assinada por 128 familiares de jovens que perderam a vida na noite de 3 para 4 de Junho, quando o regime chinês enviou tanques para a Praça de Tiananmen, esmagando os protestos no coração de Pequim, onde manifestantes estavam concentrados há sete semanas a exigir reformas democráticas. “Nos últimos 29 anos, não tememos nenhum tipo de tribulação, despotismo e intimidação. Em vez disso, guardámos a nossa memória, a nossa consciência e dignidade humana (…). O nosso ‘sonho chinês’ é que a tragédia do 4 de Junho seja alvo de uma clara responsabilização e que a justiça seja feita”, sublinha o grupo. Já aos olhos da Human Rights Watch (HRW) o “sonho chinês” de Xi Jinping parece ser outro: “Vinte e nove anos depois do massacre de Tiananmen, o ‘sonho da China’ do Presidente Xi Jinping significa fazer com que o mundo se esqueça, mas suprimir a verdade apenas alimentou as reivindicações por justiça e responsabilização”, afirmou a directora da HRW para a China, Sophie Richardson. “A única maneira de remover esta nódoa na China é reconhecê-la”, sustentou, num comunicado divulgado ontem. “À medida que se aproxima o aniversário, o Governo chinês continua a negar irregularidades durante a brutal repressão dos protestos. As autoridades encobriram assassínios, falharam em levar os responsáveis à justiça e perseguiram vítimas e familiares dos sobreviventes”, apontou a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos. “Sob a liderança do Presidente Xi Jinping, o Governo recuou ainda mais nos ideais democráticos que os manifestantes defendiam e está a apertar agressivamente o controlo, atacando grupos da sociedade civil e prendendo activistas dos direitos humanos”, afirmou a HRW, sustentando com exemplos que, “tal como no passado, as autoridades chinesas estão a reprimir os esforços para assinalar a repressão de Tiananmen”. Sofia Margarida Mota O futuro também não se afigura promissor na perspectiva da HRW, atendendo a que, em Março último, Xi Jinping eliminou o limite de mandatos presidenciais o que faz adivinhar “um futuro ameaçador” no rumo da China. O número exacto de mortos continua a ser segredo de Estado, mas as “Mães de Tiananmen” identificaram mais de 200, havendo estimativas que apontam para milhares. Em Dezembro, porém, foi tornado público um telegrama secreto da diplomacia britânica dando conta de uma “estimativa mínima de 10.000 civis mortos”. O número, facultado a 5 de Junho de 1989 pelo então embaixador da Grã-Bretanha, Alan Donald, é quase dez vezes superior ao comummente aceite à época. No entanto, foi considerado credível pelo sinólogo francês Jean-Pierre Cabestan que assinalou então que os documentos confidenciais que foram sendo divulgados nos últimos anos nos Estados Unidos sugerem a mesma ordem de grandeza.
João Santos Filipe Manchete PolíticaPolytex vai exigir pelo menos 60 mil milhões ao Governo O Governo revelou ontem a existência de um alegado compromisso da Polytex, em que a empresa prometia não recorrer aos tribunais, caso a concessão do Pearl Horizon não lhe fosse atribuída novamente. Leonel Alves diz que o documento não tem valor jurídico e que a empresa vai interpor uma acção judicial a exigir, pelo menos, 60 mil milhões de patacas [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] empresa Polytex quer ser compensada pelo Governo devido ao caso do Pearl Horizon e vai exigir, pelo menos, 60 mil milhões de patacas em tribunal. O montante foi avançado pelo advogado da empresa Leonel Alves, ao HM, que fala em contas provisórias. As declarações foram feitas após o Governo ter revelado uma promessa da Polytex de renúncia a qualquer indemnização ou compensação, no caso da concessão do terreno não lhe ser novamente atribuída. “Pelas nossas contas provisórias, o montante mínimo não deverá ser inferior a 60 mil milhões de patacas”, afirmou Leonel Alves, ao HM. “Pretendemos a reposição do equilíbrio económico e financeiro do contrato de concessão, na medida em que esse contrato não foi cumprido, não por culpa do particular [Polytex], mas devido aos atrasos muito anormais e significativos produzidos pelos serviços administrativos do Governo”, acrescentou. Ontem o Executivo, através de um comunicado emitido pelo Gabinete da secretária para a Administração e Justiça, revelou que a empresa tinha prometido abdicar de uma compensação ou indemnização no caso da concessão do terreno na Areia Preta não lhe ser atribuída novamente. “Segundo informações fornecidas pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, em 2014, a Sociedade de Importação e Exportação Polytex, Limitada, tinha prometido ao Governo, por escrito, o seguinte: ‘Caso no futuro não venha a obter novamente a concessão do terreno nos termos legais, a concessionária não pode pedir qualquer indemnização ou compensação ao Governo’”, escreveu o Executivo, citando a declaração da empresa. Exigência ilegal Por sua vez, o advogado negou que a comunicação tivesse sido uma promessa, como afirmou o Gabinete de Sónia Chan, e explicou que se tratou de uma declaração exigida para que o Governo emitisse a licença de obras para o local. “Foi uma exigência [das Obras Públicas] para garantir a licença de obras a poucos meses do fim do contrato, o que quer dizer que foi uma carta assinada pela Polytex em estado de necessidade. Se não fosse assinada, não teria a licença de obra”, justificou Leonel Alves. “O Governo encostou a Polytex à beira do abismo. Se não assinasse isso, empurrava a Polytex, ao não emitir a licença e haveria morte imediata do contrato de concessão do terreno”, acrescentou o ex-deputado. “A declaração da Polytex não foi feita de forma livre e espontânea. Foi coagida em ambiente de estado de necessidade”, frisou. Leonel Alves explicou também que o Executivo levou a concessionária a entender que haveria uma nova concessão para o fim das obras: “O Governo, em Agosto de 2014, prometeu ou, pelo menos, criou a expectativa de que poderia ser concedida à Polytex uma nova concessão.” O causídico não tem dúvidas que o documento não produz efeitos jurídicos nem que não vai impedir a empresa de procurar nos tribunais “um equilíbrio económico e financeiro”. “Para nós, esta declaração, antecipada de renúncia de direito é absolutamente inválida, juridicamente não produz efeito nenhum. Foi uma exigência ilegal da Administração, que exerceu todo o seu peso de poder público sobre uma empresa privada”, considerou. “A empresa privada nunca renunciou ao direito de exigir um reequilíbrio económico e financeiro do contrato que assinou com o Governo”, frisou. Argumento lamentável Leonel Alves considerou também lamentável que o Governo venha utilizar este argumento para negar à empresa um direito que tinha sido protegido pelo Tribunal de Última Instância, quando considerou que o fim da concessão tinha sido legal. “Acho lamentável usar-se este expediente para contrariar o que foi dito no acórdão do Tribunal de Última Instância. O Tribunal de Última Instância diz que as concessões provisórias não podem ser renovadas mesmo nas situações em que a culpa é do Governo. Isto não viola os princípios do Estado de Direito na medida em que o particular tem o direito de pedir o ressarcimento pelos danos sofridos”, sustentou. “Vir agora com o expediente da renúncia antecipada de direito, acho extremamente lamentável”, apontou. O advogado lamentou ainda que em vez de levar “60 dias aprovar os projectos de obra”, o governo tenha levado, “grosso modo, 60 meses”. Terreno dividido No mesmo comunicado de ontem, o Governo explicou que o terreno do empreendimento Pearl Horizon vai ter de ser dividido em quatro parcelas para poderem ser emitidas novas concessões, de acordo com as leis em vigor. É por esta razão que não foi considerada a realização de um concurso público para concluir o empreendimento. “O anterior projecto Pearl Horizon incide sobre um terreno de 68 000 metros quadrados, por isso, conforme legalmente previsto, tem de ser dividido em quatro parcelas [com um limite de 20 mil metros quadrados], que serão desenvolvidas por quatro diferentes concessionários”, justificou o Governo. “E o anterior promotor apenas pode participar no concurso público de uma dessas parcelas, não podendo continuar a construção do Pearl Horizon como o concessionário único do lote de terreno inteiro”, é acrescentado. Por outro lado, o Executivo defende também que de acordo com as leis em vigor nunca permitiram lançar um concurso público com cláusulas especiais que exigisse aos vencedores venderem as fracções aos preços previamente acordados entre a Polytex e os compradores. Recurso aos tribunais Ao mesmo tempo, o Gabinete de Sónia Chan deixou o apelo para que os promitentes-compradores avançassem o mais depressa possível para os tribunais, havendo o risco dos casos poderem prescrever. “O Governo da RAEM apela aos compradores das fracções autónomas em construção do Pearl Horizon que, como os contratos-promessa de compra e venda das fracções autónomas em construção do Pearl Horizon já não podem ser cumpridos, os compradores envolvidos devem proteger os próprios interesses, exigindo o mais rapidamente possível indemnização junto da Sociedade de Importação e Exportação Polytex, Limitada”, frisou o Governo. “Como a respectiva indemnização está sujeita à prescrição do prazo, a referida sociedade deve cumprir a responsabilidade contratual o mais breve possível e indemnizar os compradores das fracções autónomas em construção do Pearl Horizon, o mais cedo possível”, foi acrescentado.
Hoje Macau EventosPoeta Nuno Júdice recebe prémio literário Guerra Junqueiro [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] poeta Nuno Júdice mostrou-se “agradecido” com a atribuição do prémio literário Guerra Junqueiro, instituído pelo Freixo Festival Internacional de Literatura (FFIL), que decorre em Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, que terminou no domingo. Em entrevista à agência Lusa, Nuno Júdice disse, no âmbito do FFLL, que está muito grato, ao ter sido agraciado com o prémio Guerra Junqueiro, numa altura em que o poeta transmontano estava a ser ignorado por “uma certa elite do período, pós-25 de Abril”. “Na minha juventude fiquei muito marcado pela leitura dos livros de Guerra Junqueiro que havia em casa dos meus pais. Junqueiro foi um poeta que me marcou bastante pela forma como fala do mundo, da sociedade ou da religião. O ter agora um prémio com o nome de Guerra Junqueiro, é ir ao encontro dessa minha admiração pela sua obra”, vincou Nuno Júdice. O poeta, ensaísta, ficcionista e professor universitário, autor de “A matéria do poema”, afirma que é muito importante ir ao encontro de escritores que estão ligados a cidades, vilas ou regiões, que por vezes estão muito esquecidas e afastadas dos grandes centros. É muito importante que sejam valorizados nos seus locais de origem. “Julgo que é talvez a melhor forma, hoje, de valorizar esses espaços, sobretudo quando estamos a falar de um grande escritor como Guerra Junqueiro”, enfatizou. O Freixo Festival Internacional de Literatura (FFIL) vai decorrer de hoje a domingo, em Freixo de Espada à Cinta, sobe o mote “As Pontes Ibéricas e Lusófonas”. O poeta Nuno Júdice soma perto de quase quatro dezenas de livros de poesia, como, entre outros, “Geometria variável”, “As coisas mais simples”, “O Breve Sentimento do Eterno”, “Guia de Conceitos Básicos”, “Fórmulas de uma luz inexplicável”, “Navegação de Acaso” e “O Fruto da Gramática”. Em 2017 publicou “O Mito da Europa”. Em obras de ficção, conta com perto de uma dezena e meia de títulos, de “Última Palavra: ‘Sim'” e “Plâncton”, publicados na viragem dos anos de 1970 para a década de 1980, aos mais recentes “A Ideia do Amor e Outros contos”, “A Implosão”, marcado pela crise económica e financeira dos últimos anos, e “A Conspiração Cellamare”, editado em 2016. “Desde que vivemos em democracia, os escritores portugueses são presença habitual em certames literários de importância internacional, em países como França ou Alemanha e, depois, a coroar estes êxitos, a atribuição do Prémio Nobel da literatura a José Saramago”, observou. O escritor tem a convicção de que hoje a literatura portuguesa é das mais conhecidas no mundo, onde há um número significativo de romancistas e poetas traduzidos em praticamente em todas as línguas. Nuno Júdice nasceu na Mexilhoeira Grande, no Algarve, é professor tendo-se doutorado na Universidade Nova de Lisboa, em 1989. O poeta português tem somado distinções, do Prémio de Poesia Pablo Neruda, por “O Mecanismo Romântico da Fragmentação”, ao Prémio Pen Club, por “Lira de Líquen”. Recebeu o prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, por “Meditação sobre Ruínas”. Foi igualmente distinguido com o Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus, por “As Regras da Perspectiva”, com o Prémio Bordalo da Casa da Imprensa, por “Todos os Séculos”, o Prémio Literário António Gedeão, da Federação Nacional dos Professores, por “A Convergência dos Ventos”, e com o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários, por “Rimas e Contas”. O Prémio Ibero-americano Rainha Sofia de Espanha foi-lhe atribuído, em 2013, em reconhecimento pela sua carreira, assim como os prémios Fundação Inês de Castro – Tributo de Consagração, Argana da Maison de la Poésie, de Marrocos (2014), Poetas del Mundo Latino Victor Sandoval (2014) e Juan Crisostomo Doria a las Humanidades, da Universidad Autónoma del Estado de Hidalgo (2017), ambos do México. No ano passado Nuno Júdice venceu igualmente o Prémio Internacional Camaiore 2017 de Itália. Está traduzido em Espanha, Itália, Reino Unido e França, entre outros países.
Hoje Macau InternacionalBashar al-Assad quer reunir-se com Kim Jong-un em Pyongyang [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente sírio, Bashar al-Assad, quer reunir-se com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Pyongyang, segundo informou a agência estatal KCNA. “Quero viajar para a República Democrática Popular da Coreia e reunir-me com a sua excelência Kim Jong-un”, referiu Bashar al-Assad ao novo embaixador norte-coreano em Damasco, Mun Jong-nam. A realizar-se, será a primeira vez que Kim Jong-un recebe um Presidente no seu país. Entre março e abril, o líder norte-coreano reuniu-se na China duas vezes com o Presidente chinês, Xi Jingping, após as tensões provocadas pelo apoio de Pequim à aplicação de sanções económicas da ONU a Peyongyang. Está ainda previsto que a 12 de junho se realize um encontro entre Kim Jong-un e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, onde deverá debater-se a possibilidade de desnuclearização da Coreia do Norte.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | ‘Big data’ atrai gigantes tecnológicos para montanhas do interior Reportagem de João Pimenta, da agência Lusa [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m Guiyang, capital de uma das províncias mais pobres da China, milhares de servidores, dispostos em túneis escavados em montanhas, entre arrozais e arvoredo, processam em tempo real ‘gigabytes’ de dados de gigantes da tecnologia. Situada no sudoeste da China, esta cidade converteu-se nos últimos anos no centro da indústria de ‘big data’ do país asiático, atraindo firmas como a Apple, Huawei, Tencent ou Alibaba, com incentivos fiscais e mão-de-obra e electricidade baratas. “Os jovens locais continuam a ir estudar para outras cidades, mas agora muitos regressam para trabalhar”, descreve Wu Zhanghong, responsável pela Associação de Jovens Profissionais de Guiyang, num fenómeno que contraria o tradicional fluxo migratório para as prósperas províncias do litoral. Centenas de torres envidraças e complexos de luxo erguem-se hoje na capital de Guizhou, província onde um quarto da população – 11,5 milhões de pessoas – continua a viver abaixo do limiar da pobreza fixado pelas autoridades chinesas – 6,3 yuan por dia (84 cêntimos de euro). “Quando era nova passei fome”, conta uma empregada de mesa de meia idade e cara rechonchuda. “Mas hoje como bem”. Em 2017, o Produto Interno Bruto de Guiyang avançou 11,3 por cento, para 353 mil milhões de yuan (48 mil milhões de euros). No mesmo período, a economia chinesa cresceu 6,9 por cento. Nos subúrbios da cidade, túneis escavados em montanhas armazenam dados para as principais firmas tecnológicas chinesas. A localização assegura um fluxo natural constante de ar, evitando o sobreaquecimento de milhares de servidores a operar 24 sobre 24 horas. Dados enormes O desenvolvimento do ‘big data’ é uma das prioridades da China, visando modernizar as indústrias nacionais e a administração pública, mas que tem suscitado críticas, por possibilitar ao regime chinês uma maior vigilância sobre os cidadãos. “A China está a implementar uma estratégia nacional para o ‘big data’ que ajudará o país a fazer a transição de um modelo económico com altas taxas de crescimento para um de alta qualidade”, afirmou o Presidente chinês, Xi Jinping, na mensagem que inaugurou um evento dedicado ao sector, em Guiyang, na semana passada. Na sede do grupo chinês Truck Alliance Group, painéis LED com dois metros de altura, dispostos ao longo de trinta metros, exibem ao pormenor e em tempo real dados sobre os fluxos logísticos em toda a China. O ‘big data’ gerado pelo Truck Alliance serve, por exemplo, para seguradoras criarem novos produtos, redefinir a localização de postos de abastecimento ou combater o congestionamento. Parte das instalações da empresa é ocupada pela polícia, que garante assim acesso aos dados, permitindo detetar irregularidades em tempo real. Entretanto, no interior de Guizhou, as preocupações são outras: “Aqui, trabalha-se para sobreviver”, conta Luo Hongxia, natural de Cantão e professora voluntária numa aldeia remota da província. “As pessoas alimentam-se, mas não têm acesso a carne”, descreve. “são subnutridas”.
João Luz VozesPró-democrata [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]omo algo tão pequeno, indefeso e frágil consegue amedrontar o poder absoluto? Como pode uma palha ripostar contra o mais potente dos canhões? O medo dos outros fez Golias de um insignificante David. Sou um corpo estranho num organismo que me repudia e expele das mais variadas maneiras, ainda assim insisto em ter uma voz. Uma vez eleito, sem grande expressão comparativamente às forças tradicionais que se abeiram dos tronos decisórios, seria apenas uma voz ineficaz no plenário. Mesmo que esbraceje e me multiplique, o poder terá sempre uma maioria confortável para fazer o que bem entender. Terei transcendido a posição de homem e ascendido a uma espécie de excelso ideário? Se por lá ficasse, passados alguns discursos inflamados a minha palavra seria diluída num mar de consensos contrários. Perderia o gás e tornar-me-ia parte da mobília, como as minhas versões anteriores, oposição meramente decorativa, relegada para o plano do capricho. Se me deixassem ficar seria apenas um ineficaz clamor no deserto, um joguete que daria legitimidade ao simulacro de debate de ideias da ordem pré-estabelecida. Porém, o Pavor Absoluto de uma voz crítica que rompa o marasmo de ténues discórdias leva à extrema e desnecessária martirização, a matéria da qual a acidental História faz heróis. O Poder opera como uma manada esmagadora de elefantes em marcha rápida, a levantar pó e a calcar o chão com o peso de dois mundos, mas que de repente entra num frenesim amedrontado por avistar um rato. A mera visão do pequeno roedor faz os elefantes erigirem-se nas patas traseiras, com a tromba no ar, soltando estridentes gritos de pânico e alerta para quem vem atrás. Eu próprio fico assustado com o pavor, ou a aversão, que provoco. Não encontro razão para tamanho alarido, ou desproporcionalidade de reacção, às mais mundanas e naturais reivindicações que faço. Por mais que repita que não sou uma espécie de sucursal de pseudo-revoluções vizinhas, mesmo que tenho manifestado alguma simpatia por gritos de liberdade, o pouco tempo mostrou-me o pragmatismo daquilo que se pode alcançar, assim como aquilo que se pode perder. Ainda assim, o meu rosto imberbe é traumatizante para quem olha para a juventude como algo domesticável, para quem entende que as novas gerações, que transportam o mundo no bolso, podem ser manietadas por propaganda e ideias que cheiram a mofo. Eu sei porque vi com os meus olhos. Quando um povo resolve o problema do tecto e da comida, a sua fome é outra. Cultura e liberdade. Não penso que já chegámos a esse ponto de insaciável fome de ideias, às discussões tolhidas de paixão, porque vivemos numa bolha de conforto. Mas quando as tenazes da opressão apertarem, essa fome fará roncar os estômagos dos mais novos. E aí testemunharemos outro tiro no pé que o amedrontado poder insiste em dar. Qual a razão para o aperto do cerco de controlo, numa sociedade totalmente pacificada? Porque andam à procura de sarilhos e lutas onde elas não existem? A legitimidade tremida tem destas coisas, produz estes efeitos secundários de pavor a opiniões e visões contrárias, mesmo que não representem uma ameaça existencialista. Tudo permaneceria na mesma se eu pudesse exercer o cargo para o qual fui eleito. Haveria um pouco mais de excitação na assembleia, discursos e interpelações proferidas de pé. Mas no fim do dia, o que interessa é que o Executivo continuaria a ter o monopólio legislativo com a total complacência da vasta maioria dos legisladores. Eu faria um posts de Facebook a marcar o meu desdém pela promiscuidade institucional e todos iriam para casa descansados. Esta seria a via mais fácil para todos. No entanto, isso está posto de parte, à medida que estão para atingir o clímax outros tantos desproporcionais processos. A via dolorosa da perseguição, estes pequenos calvários institucionais, são a minha ascensão. Uma semente de despropósito que tem a transcendência como fruto.
João Santos Filipe DesportoAndré Couto termina 24 horas de Fuji em terceiro lugar [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pós um dia de prova, o Audi R8 LMS tripulado pelo piloto de Macau terminou a corrida no traçado de Fuji no terceiro lugar. A prestação de André Couto foi afectada por alguns problemas no carro que partilhou com Jeffrey Lee, Shintaro Kawabata e Alessio Picariello. No entanto, no final, o piloto mostrou-se bastante satisfeito com o feito alcançado, apesar de ter ficado a 14 voltas do vencedor. “Este resultado é muito bom porque tivemos vários problemas ao longo da corrida. Tivemos duas ou três penalizações, que por acaso não foram causadas por mim, e ainda perdemos cerca de 16 voltas devido a problemas de uma roda. Por isso, é um resultado muito positivo”, afirmou André Couto, ao HM. Após os problemas, a equipa ficou relegada para o quarto lugar e teve de passar vários horas em disputa com o Lexus n.º 999, tripulado por Go Hayato, Tetsuya Tanaka, Takeshi Tsuchiya e ainda Kimiya Sato. Ao longo de várias horas, ambos os carros estiveram em disputa pelo pódio. Foi só na meia-hora final a situação ficou resolvida, quando o Lexus teve de fazer mais uma paragem, desta vez para reabastecer e o Audi R8 conseguiu conquistar de forma definitiva o 3.º lugar. “Havia um Lexus mais lento e andámos toda a noite a lutar com eles. Mas conseguimos ultrapassá-los quase no fim”, apontou Couto. O grande vencedor foi o Nissan n.º 99 tripulado por Kazuki Hoshino, Hironobu Yasuda, Sun Zheng e Teruhiko Hamano, seguido pelo Audi R8 LMS n.º 83, que teve como pilotos Marchy Lee, Melvin Moh, Max Hofer e Lim Keong Wee. Além do resultado, André Couto mostrou-se igualmente satisfeito por ter conseguido chegar ao fim da prova, aguentando o desafio de resistência. “Uma corrida de 24 hora não é nada fácil, depois do acidente não era a melhor das ideias vir participar neste evento. Mas vim e estou vivo. Correu tudo bem. Sinto que está tudo ultrapassado”, admitiu Couto. Penalização na qualificação Ao longo da prova, o carro de André Couto foi penalizado várias vezes, não tendo sido o único. Contudo, os critérios rigorosos dos comissários de prova já tinham sido demonstrados na qualificação, quando a equipa foi penalizada e forçada a sair do sétimo lugar da grelha. “Um dos meus colegas foi além dos limites da pista e foi penalizado. Partimos de nono, mas numa corrida de 24 horas isso também não tem um grande impacto porque há muito tempo para recuperar”, considerou o piloto. “Felizmente, o nosso andamento era muito forte, houve alturas em que fomos o carro mais rápido em pista e conseguimos recuperar bem. Estamos todos de parabéns”, frisou. A próxima ronda do campeonato Super Taikyu Series realiza-se entre 14 e 15 de Julho no circuito de Autopolis.
Hoje Macau DesportoCTCC | Rodolfo Ávila foi quarto [dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]odolfo Ávila (VW Lamando) terminou a terceira ronda do Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC), no Circuito de Cantão, com um quarto lugar e uma desistência. Na primeira corrida, o piloto arrancou do oitavo e conseguiu a subir até terminar em quarto lugar. Na segunda prova do fim-de-semana, Rodolfo Ávila começou de novo e subiu até terceiro. Foi na altura em que se preparava para assaltar o segundo lugar, que o piloto foi colocado fora de prova, após um toque que danificou um braço de suspensão do seu carro. A temporada do CTCC tem agora uma pausa de seis semanas, recomeçando no fim-de-semana de 21 e 22 de Julho no circuito de Xangai Tianma.
João Santos Filipe DesportoLiga de Elite | Benfica de Macau impõe goleada por 5-0 ao Ching Fung O triunfo no fim-de-semana permitiu ao encarnados seguirem invencíveis com 13 vitórias em 14 jogos. Carlos Leonel voltou a mostrar que é o matador da equipa e apontou mais um hat-trick. As águias estão cada vez mais perto do penta [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Benfica de Macau continua imperturbável na frente da Liga Elite e, no sábado à tarde, derrotou o Ching Fung por expressivos 5-0, em jogo a contar para a 14.ª jornada da Liga de Elite. Como tem sido habitual nas águias, mais uma vez foi Carlos Leonel a abrir o caminho para a vitória, com dois golos nos primeiros 22 minutos. O goleador chegou mesmo ao hat-trick, ao apontar também o último tento do encontro. Mal o árbitro apitou para iniciar a partida, o Benfica de Macau assumiu as rédeas do encontro, mostrando que pretendia colocar-se em vantagem o mais rapidamente possível. Com as oportunidades a surgirem para as águias a um ritmo acelerado, a formação orientada por Bernardo Tavares colocou-se em vantagem aos 11 minutos. Após uma combinação entre Hugo Reis e Lei Chin Kin na esquerda do ataque encarnado, o português cruzou para a área onde surgiu Carlos Leonel a desviar de cabeça para o 1-0. Mais onze minutos de grande intensidade encarnadas e mais um golo. Lei Chin Kin, desta vez na direita, bombeia uma bola para a área, onde à segunda surge Carlos Leonel, já dentro da pequena área, a desviar com o pé esquerdo para o 2-0. Um golo que antevia o fim do encontro, perante a incapacidade do adversário para ameaçar verdadeiramente a baliza do Benfica. No entanto, em desvantagem o Ching Fung não abdicou de tentar sair em ataque organizado, mesmo que na maior parte das vezes não tenha sido bem sucedido. Contudo, ao mesmo tempo, começou a abrir mais espaço na sua defensiva, que as águias, mesmo numa fase mais relaxada, souberam aproveitar. Foi por isso, sem surpresas, que Nikki Torrão fez o 3-0, ainda durante o primeiro tempo, quando o cronómetro indicava 38 minutos. Após um canto de Hugo Silva na direita do ataque encarnado, Torrão, aproveitou a passividade da defensiva da equipa azul e emendou ao segundo poste, com todo o tempo do mundo, para o 3-0. Mais do mesmo No segundo tempo, o rumo do encontro não sofreu alterações mas as águias mostraram uma menor eficácia. Foi também por essa razão que o 4-0 só chegou aos 80 minutos por Lei Kam Hong. Após a marcação de um livre pelo Ching Fung as águias iniciaram um contra-ataque que só parou com Lei Kam Hong isolado, após um sprint do tamanho do relvado, e a rematar para o golo. Já perto do apito final, aos 88 minutos, as águias marcaram o golo final. Após uma combinação entre Edgar Teixeira e Nikki Torrão, a bola sobra para Carlos Leonel que à entrada da área remata em jeito para o 5-0 final. Numa altura em que as águias têm sete pontos de vantagem para o C.P.K., segundo classificado, caso as duas formações não cedam mais pontos até ao final da Liga de Elite, o Benfica sagra-se campeão na 16.ª jornada, diante da Polícia. O jogo está agendado para 24 de Junho. Porém, as águias têm ainda pela frente a Alfândega e o Monte Carlo. Nos restantes jogos, o Lai Chi perdeu com o Monte Carlo por 6-0, o Kai bateu a Polícia por 2-1 e o C.P.K. goleou a Alfândega por 15-0. À hora de fecho da edição o Sporting ainda defrontava o Hang Sai. II Divisão | Consulado vence Casa de Portugal O Consulado de Portugal venceu a Casa de Portugal por 3-2, na sexta-feira à noite, no Canídromo, em encontro a contar para a II Divisão. A equipa orientada por Pelé entrou melhor no encontro e aos 53 minutos vencia por 2-0, após um tento de João Monteiro. Antes já Fabrício Lima tinha marcado, aos 21 para a Casa de Portugal. Mesmo sem o capitão Vítor Sereno, o Consulado deu a volta ao resultado com golos de Ruan Silva, aos 56 e 74 minutos, e ainda de Manuel Cunha, aos 66 minutos.
Hoje Macau DesportoMundial2018: Portugal retoma treinos com possibilidade de contar já com Ronaldo [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] possível presença de Cristiano Ronaldo no treino de hoje da seleção portuguesa de futebol constitui a principal dúvida, depois de o jogador luso ter descansado após a vitória na Liga dos Campeões ao serviço do Real Madrid. Ronaldo é mesmo o último dos 23 convocados por Fernando Santos a integrar o estágio, numa altura em que a equipa lusa já cumpriu dois dos três jogos de preparação antes da partida para a Rússia. O selecionado português empatou o primeiro jogo 2-2 com a Tunísia, em Braga, seguindo-se nova igualdade, desta feita a 0-0 com a Bélgica, no sábado, em Bruxelas, fechando a preparação no dia 07 de junho, no estádio da Luz, frente à Argélia. Portugal integra o grupo B do Campeonato do Mundo da Rússia, juntamente com Espanha, Marrocos e Irão.