Wuhan | Epidemia obrigam autoridades a isolar temporariamente a cidade

Wuhan está isolada, sem transportes públicos, ligações aéreas, ferries e outros meios de transportes. Autoridades esperam conter a propagação da pneumonia que nasceu na metrópole, um esforço que é aplaudido pela Organização Mundial de Saúde

 

[dropcap]I[/dropcap]magine o que seria fechar Londres ao exterior durante o Natal. A analogia assenta perfeitamente na dimensão do esforço que as autoridades chinesas estão a fazer ao tentar “encerrar” temporariamente Wuhan, uma cidade com mais de 11 milhões de pessoas e do tamanho de Londres, em plena época de Ano Novo Chinês.

Desde ontem, todos os voos e serviços ferroviários para e de Wuhan foram interrompidos. O mesmo aconteceu com os transportes públicos da cidade, autocarros, metropolitano e ferries encerraram às 10h de ontem.

A falta de meias de circulação transformou a capital de Hubei numa cidade fantasma, com tendas e hospitais de campanha armados num cenário apocalíptico.

O centro de comando especial que está a gerir a resposta à epidemia em Wuhan afirmou em comunicado que as medidas de fechar a cidade temporariamente têm como objectivo “conter com resolução a dinâmica de propagação da epidemia”.

Os residentes de Wuhan foram aconselhados a evitar multidões e encontros em locais públicos.
De acordo com a agência oficial Xinhua, as atracções turísticas e os hotéis da cidade foram instruídas no sentido de suspender todas as actividades de larga-escala, enquanto foi exigido a bibliotecas, museus e teatros o cancelamento de exposições e espectáculos. Como tal, a cerimónia de bênção do Ano Novo Lunar no Templo de Guiyuan, que no ano passado atraiu 700 mil pessoas, foi cancelado este ano.

A realidade no terreno levou a outro tipo de actividade viral: a partilha em massa do hashtag “Wuhan isolada” no Weibo. Um dos internautas, citado pela BBC, referiu estar preocupado quanto ao acesso a comida e desinfectante, algo que o fez sentir “como se estivesse a testemunhar o fim do mundo”. Outro internauta citado pela BBC confessou ter ficado “à beira das lágrimas” quando as autoridades chinesas anunciaram o encerramento da cidade.

As autoridades chinesas referiram ontem que estavam no “momento mais crítico” em termos de prevenção e controlo. “Basicamente, não vão para Wuhan. Quanto aos que estão em Wuhan, por favor, não saiam da cidade”, avisou Li Bin, vice-ministro da Comissão Nacional de Saúde.

Exotismo perigoso

Uma equipa de cientistas descobriu um emparelhamento quase perfeito entre o código genético e o padrão genético encontrado em duas espécies de cobras, ambas comuns no sul da China. Pode ter sido esse o salto entre espécies que levou ao surto do coronavírus.

Um estudo publicado no Journal of Medical Virology, na passada quarta-feira, de autoria de uma equipa de investigadores de Pequim, Nanning, Ningbo e Wuhan reconstruiu a estrutura física do vírus. A partir dessa informação, uma coincidência faltou à vista: um misterioso pico de uma proteína que é habitualmente usada por vírus para reconhecer e agarrar a superfície de uma célula anfitriã, mas o seu padrão no coronavírus nunca havia sido visto antes.

Entretanto, um professor chinês radicado na Alemanha estimou que o pico das mortes deverá acontecer em Março, tendo como base o ritmo de propagação da SARS.

 

Três cidades bloqueadas

As autoridades chinesas proibiram ontem entradas e saídas de uma segunda cidade chinesa, visando conter a epidemia de um novo tipo de coronavírus. As ligações ferroviárias a Huanggang, cidade com 7,5 milhões de pessoas, e situada a 70 quilómetros a leste de Wuhan, ficam interrompidas por período indeterminado, informaram as autoridades locais. O Governo chinês tinha já ontem anunciado a suspensão de todos os voos e viagens de comboio de e para Wuhan, onde o vírus foi inicialmente reportado, no mês passado. Entretanto, foram também proibidas as entradas e saídas da cidade de Ezhou, perto de Wuhan. As ligações ferroviárias a Ezhou, cidade com cerca de um milhão de pessoas, ficam interrompidas durante período indeterminado.

24 Jan 2020

Zona norte | Detectada venda de máscaras de má qualidade 

[dropcap]O[/dropcap] Conselho de Consumidores (CC) e a Direcção dos Serviços de Economia (DSE) detectaram ontem, durante uma vistoria, a venda de máscaras de má qualidade. De acordo com uma nota de imprensa, foi contactada a Polícia de Segurança Pública para “efeitos de acompanhamento”.
Nas mesmas visitas, “foi verificada a falta de máscaras em alguns estabelecimentos de vendas a retalho, tendo sido registado um ligeiro aumento nos seus preços”. No entanto, os dois organismos asseguram que “a situação de corrida às máscaras em farmácias foi atenuada”.
Ainda assim, o aumento dos preços das máscaras fez muitas pessoas queixarem-se junto do CC. “Desde o dia 21 de Janeiro, e até às 16h00 de ontem, o CC recebeu dos consumidores um total de 90 queixas relativas à prática de preços inflacionados e impossibilidade de comprar máscaras, e consultas de informação sobre o plano para garantir o fornecimento de máscaras aos residentes de Macau dos Serviços de Saúde.”
Nas vistorias realizadas, tanto o CC como a DSE “alertaram [as lojas] para não praticarem preços inflaccionados nos materiais essenciais para a prevenção da epidemia”. entretanto, o Governo promete “reabastecer os stocks [de máscaras] constantemente, não permitindo a obtenção de lucros exagerados no mercado dos produtos essenciais para prevenção da epidemia que afecta os interesses dos consumidores”.

24 Jan 2020

Zona norte | Detectada venda de máscaras de má qualidade 

[dropcap]O[/dropcap] Conselho de Consumidores (CC) e a Direcção dos Serviços de Economia (DSE) detectaram ontem, durante uma vistoria, a venda de máscaras de má qualidade. De acordo com uma nota de imprensa, foi contactada a Polícia de Segurança Pública para “efeitos de acompanhamento”.

Nas mesmas visitas, “foi verificada a falta de máscaras em alguns estabelecimentos de vendas a retalho, tendo sido registado um ligeiro aumento nos seus preços”. No entanto, os dois organismos asseguram que “a situação de corrida às máscaras em farmácias foi atenuada”.

Ainda assim, o aumento dos preços das máscaras fez muitas pessoas queixarem-se junto do CC. “Desde o dia 21 de Janeiro, e até às 16h00 de ontem, o CC recebeu dos consumidores um total de 90 queixas relativas à prática de preços inflacionados e impossibilidade de comprar máscaras, e consultas de informação sobre o plano para garantir o fornecimento de máscaras aos residentes de Macau dos Serviços de Saúde.”

Nas vistorias realizadas, tanto o CC como a DSE “alertaram [as lojas] para não praticarem preços inflaccionados nos materiais essenciais para a prevenção da epidemia”. entretanto, o Governo promete “reabastecer os stocks [de máscaras] constantemente, não permitindo a obtenção de lucros exagerados no mercado dos produtos essenciais para prevenção da epidemia que afecta os interesses dos consumidores”.

24 Jan 2020

Epidemia | Governo recua e disponibiliza máscaras para trabalhadores não residentes

[dropcap]A[/dropcap]s máscaras encomendadas pelo Governo estão à venda nas farmácias seleccionadas desde ontem à tarde e podem ser adquiridas pelo preço de oito patacas por cada caixa de 10 unidades. Ao contrário do que tinha sido anunciado na quarta-feira, houve um recuo do Executivo e além dos residentes vai ser igualmente permitido aos trabalhadores não-residentes ter acesso a estes produtos fora do mercado convencional.
“Após anunciarmos a medida fizemos uma análise e considerámos que os trabalhadores não-residentes também trabalham em Macau e devem ter acesso às máscaras nestas farmácias convencionais. É uma medida para garantir que podem comprar máscaras ao preço do custo”, afirmou Leong Iek Hou, Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença.
Para adquirirem máscaras nas farmácias seleccionadas, cujos produtos são fornecidos pelo Governo e vendidos ao preço do custo, os residentes têm de apresentar Bilhete de Identidade de Residente (BIR) e podem comprar uma caixa com 10 máscara a cada dez dias. Os TNR têm o mesmo limite na compra de máscaras e têm de apresentar o cartão de TNR, conhecido como ‘Blue Card’.

Importadas do estrangeiro

Durante o dia de ontem, terão chegado a Macau cerca de 3 milhões de máscaras e nos próximos dias vão chegar as restantes até atingirem os 20 milhões. Ho Iat Seng revelou que os produtos foram importados do estrangeiro, uma vez que as máscaras individuais estão esgotadas nas fábricas do Interior. O líder do Governo prometeu também que as autoridades estão prontas para comprar as máscaras no exterior, independentemente dos preços praticados serem mais elevados.
Contudo, Ho Iat Seng negou que a situação e o esgotamento do produto na China seja um problema: “Não há qualquer problema de fornecimento de máscaras”, sublinhou.
Também ao longo do dia de ontem, o Executivo focou-se em desmentir várias informações que circulavam online. Um dos rumores em causa garantia que os cidadãos não precisariam de comprar as máscaras, porque seriam distribuídas pelo Executivo de forma gratuita. “O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus vem desmentir os rumores, que circulam na sociedade local, de que os Serviços de Saúde (SSM) irão distribuir gratuitamente máscaras aos residentes”, foi clarificado, num comunicado emitido ainda durante a manhã de ontem.
Na mensagem foi ainda deixado o apelo para os cidadãos não entrarem em pânico: “Os SSM acreditam que o lançamento do referido plano [de venda de máscara], irá permitir aliviar, de forma efectiva, a situação de compra de máscaras no mercado e, por isso, os residentes de Macau não precisam de entrar em pânico ou iniciar uma corrida às farmácias”, consta no documento.

24 Jan 2020

Epidemia | Governo recua e disponibiliza máscaras para trabalhadores não residentes

[dropcap]A[/dropcap]s máscaras encomendadas pelo Governo estão à venda nas farmácias seleccionadas desde ontem à tarde e podem ser adquiridas pelo preço de oito patacas por cada caixa de 10 unidades. Ao contrário do que tinha sido anunciado na quarta-feira, houve um recuo do Executivo e além dos residentes vai ser igualmente permitido aos trabalhadores não-residentes ter acesso a estes produtos fora do mercado convencional.

“Após anunciarmos a medida fizemos uma análise e considerámos que os trabalhadores não-residentes também trabalham em Macau e devem ter acesso às máscaras nestas farmácias convencionais. É uma medida para garantir que podem comprar máscaras ao preço do custo”, afirmou Leong Iek Hou, Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença.

Para adquirirem máscaras nas farmácias seleccionadas, cujos produtos são fornecidos pelo Governo e vendidos ao preço do custo, os residentes têm de apresentar Bilhete de Identidade de Residente (BIR) e podem comprar uma caixa com 10 máscara a cada dez dias. Os TNR têm o mesmo limite na compra de máscaras e têm de apresentar o cartão de TNR, conhecido como ‘Blue Card’.

Importadas do estrangeiro

Durante o dia de ontem, terão chegado a Macau cerca de 3 milhões de máscaras e nos próximos dias vão chegar as restantes até atingirem os 20 milhões. Ho Iat Seng revelou que os produtos foram importados do estrangeiro, uma vez que as máscaras individuais estão esgotadas nas fábricas do Interior. O líder do Governo prometeu também que as autoridades estão prontas para comprar as máscaras no exterior, independentemente dos preços praticados serem mais elevados.

Contudo, Ho Iat Seng negou que a situação e o esgotamento do produto na China seja um problema: “Não há qualquer problema de fornecimento de máscaras”, sublinhou.

Também ao longo do dia de ontem, o Executivo focou-se em desmentir várias informações que circulavam online. Um dos rumores em causa garantia que os cidadãos não precisariam de comprar as máscaras, porque seriam distribuídas pelo Executivo de forma gratuita. “O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus vem desmentir os rumores, que circulam na sociedade local, de que os Serviços de Saúde (SSM) irão distribuir gratuitamente máscaras aos residentes”, foi clarificado, num comunicado emitido ainda durante a manhã de ontem.

Na mensagem foi ainda deixado o apelo para os cidadãos não entrarem em pânico: “Os SSM acreditam que o lançamento do referido plano [de venda de máscara], irá permitir aliviar, de forma efectiva, a situação de compra de máscaras no mercado e, por isso, os residentes de Macau não precisam de entrar em pânico ou iniciar uma corrida às farmácias”, consta no documento.

24 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | Casinos podem fechar

[dropcap]H[/dropcap]o Iat Seng admitiu ontem que os casinos podem ser obrigados a fechar caso a situação de contágio se agrave em Macau, devido ao coronavírus de Wuhan.
“Se a situação se agravar não afastamos a possibilidade de encerrar a actividade nos casinos, pois nesse caso nem deve haver pessoas [para jogar]”, explicou o Chefe do Executivo por ocasião de uma conferência de imprensa que teve lugar ontem na Sede do Governo.
Recorde-se que na passada quarta-feira, dia em que foi diagnosticado o primeiro caso em Macau, foi determinado o uso obrigatório de máscara de protecção respiratória por todos os trabalhadores dos casinos durante o horário de trabalho.

24 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | Casinos podem fechar

[dropcap]H[/dropcap]o Iat Seng admitiu ontem que os casinos podem ser obrigados a fechar caso a situação de contágio se agrave em Macau, devido ao coronavírus de Wuhan.

“Se a situação se agravar não afastamos a possibilidade de encerrar a actividade nos casinos, pois nesse caso nem deve haver pessoas [para jogar]”, explicou o Chefe do Executivo por ocasião de uma conferência de imprensa que teve lugar ontem na Sede do Governo.

Recorde-se que na passada quarta-feira, dia em que foi diagnosticado o primeiro caso em Macau, foi determinado o uso obrigatório de máscara de protecção respiratória por todos os trabalhadores dos casinos durante o horário de trabalho.

24 Jan 2020

Epidemia | Ho Iat Seng: “não vou esconder qualquer informação”

O Chefe do Executivo prometeu. Ho Iat Seng não vai permitir qualquer encobrimento de informação sobre o novo coronavírus e antecipa que o pico de casos da doença possa acontecer depois do ano novo chinês. Sobre quem vem de Wuhan, não estão previstas proibições na fronteira

 
[dropcap]”O[/dropcap] facto de eu estar aqui já é uma resposta efectiva porque estou a anunciar as medidas [de combate à pneumonia]”, foi desta forma que Ho Iat Seng respondeu ontem aos jornalistas quando questionado sobre a actuação do Governo, caso a situação do coronavírus de Wuhan venha a ser agravada no território.
O Chefe do Executivo antecipou também, pese embora admita que a evolução do novo vírus seja difícil de prever, que o pico de casos da doença possa acontecer depois do Ano Novo chinês.
“Não sabemos quando será o pico da doença (…) mas acho que será depois do ano novo chinês porque, agora, as pessoas estão a movimentar-se. Se houver propagação, vai ser nesta altura das deslocações das populações e, por isso, o estado mais crítico da doença poderá ser depois do Ano Novo”, avançou ontem Ho Iat Seng, por ocasião de uma conferência de imprensa que teve lugar na sede do Governo.
De forma a garantir que a população está bem informada sobre a situação e que serão tomadas todas as medidas de prevenção adequadas, Ho Iat Seng prometeu transparência por parte do Governo na hora de comunicar e admite activar o centro de protecção civil caso o contexto venha a ser agravado.
“Não posso antever em que cenário seria activado o centro de protecção civil, mas temos de estar bem preparados e dar as informações correctas à população. Temos que garantir que a cada dia divulgamos as informações atempadamente, (…) informações correctas e transparentes. Eu não vou permitir qualquer encobrimento, isto é, todas as informações têm de ser divulgadas. É a minha promessa. Eu não vou esconder qualquer informação”, garantiu Ho Iat Seng.
Sublinhando que, ao contrário do SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), os sintomas do novo vírus não são tão visíveis, sendo, por isso, mais difíceis de filtrar, o Chefe do Governo lançou um apelo à população para ficar em Macau e, caso venha a ter sintomas, permanecer em casa de forma a repousar e evitar o risco de novas contaminações.

Fronteiras abertas

Em relação aos visitantes que vêm de Wuhan, Ho Iat Seng não encontra razões para proibir a sua entrada em Macau, até porque as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) não vão nesse sentido. O responsável máximo da RAEM apelou, no entanto, aos residentes da cidade da província de Hubei para que não venham a Macau, enquanto a situação do novo coronavírus não estiver controlada.
“A OMS não nos informou que temos de impedir a entrada das pessoas de Wuhan (…) mas apelamos para que eles não se desloquem a Macau. Até agora, a situação não é assim tão grave. Na altura do surto do vírus da SARS, também não proibimos a entrada de pessoas de Hong Kong”, lembrou Ho Iat Seng. Em relação a uma quota sobre o número de entradas, não pensamos nisso por enquanto”, acrescentou, frisando também que a todos os visitantes terá de ser concedido um visto e que estes podem ser, por isso, limitados.
Aos que já cá estão, Ho Iat Seng pede paciência. Encontrando-se em Macau, no total, 5 mil pessoas provenientes de Wuhan, o Chefe do Executivo desaconselhou para já, o regresso a casa por parte destes visitantes. “Por enquanto vamos aconselhar estas pessoas a não regressar a Wuhan ou Hubei. Temos trabalhadores da região também aqui em Macau e esperamos que não voltem a Wuhan entretanto, porque agora não é o momento ideal”, apontou.
Sobre os residentes de Macau que estudam em Wuhan, o Chefe do Executivo assegura que o seu paradeiro e estado de saúde está ser monitorizado. “Desde o dia 1 de Janeiro temos vindo a acompanhar 457 estudantes de Macau que estão em Wuhan. Alguns já voltaram a Macau e temo-los seguido de perto para verificar se apresentam os sintomas da pneumonia”, esclareceu o responsável.
Recorde-se que desde a manhã de ontem, não existem voos nem acesso ferroviário a partir de Wuhan, após a medida ter sido decretada pelo Governo central.
Ho Iat Seng anunciou também que a partir da tarde de ontem passou a ser recusada a passagem nas fronteiras de Macau, a pessoas com sintomas de febre, sendo que a medição da temperatura corporal passa a ser feita não só à entrada, mas também à saída. O procedimento, explicou o Chefe do Executivo está a ser já seguido na cidade vizinha de Zhuhai e a decisão de Macau vai no sentido de reforçar o esforço conjunto de contenção da epidemia.

Confiança e experiência

Questionado acerca capacidade de resposta do novo Governo e da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, para gerir uma eventual crise de saúde pública, Ho Iat Seng fez questão de sublinhar que a responsável está preparada e que tem ao seu dispor uma equipa de profissionais experientes e qualificados e que ele próprio tem conhecimento de causa sobre a matéria, pois viveu na pele a crise do SARS.
“Há 17 anos, eu passei pela SARS e, em Abril, só estava eu no avião para Pequim. Era o estágio mais crítico da SARS e ninguém apanhava um avião. Estive no combate contra a SARS e sei o que se está a passar, tenho experiência”, frisou o Chefe do Executivo.

24 Jan 2020

Epidemia | Ho Iat Seng: “não vou esconder qualquer informação”

O Chefe do Executivo prometeu. Ho Iat Seng não vai permitir qualquer encobrimento de informação sobre o novo coronavírus e antecipa que o pico de casos da doença possa acontecer depois do ano novo chinês. Sobre quem vem de Wuhan, não estão previstas proibições na fronteira

 

[dropcap]”O[/dropcap] facto de eu estar aqui já é uma resposta efectiva porque estou a anunciar as medidas [de combate à pneumonia]”, foi desta forma que Ho Iat Seng respondeu ontem aos jornalistas quando questionado sobre a actuação do Governo, caso a situação do coronavírus de Wuhan venha a ser agravada no território.

O Chefe do Executivo antecipou também, pese embora admita que a evolução do novo vírus seja difícil de prever, que o pico de casos da doença possa acontecer depois do Ano Novo chinês.

“Não sabemos quando será o pico da doença (…) mas acho que será depois do ano novo chinês porque, agora, as pessoas estão a movimentar-se. Se houver propagação, vai ser nesta altura das deslocações das populações e, por isso, o estado mais crítico da doença poderá ser depois do Ano Novo”, avançou ontem Ho Iat Seng, por ocasião de uma conferência de imprensa que teve lugar na sede do Governo.

De forma a garantir que a população está bem informada sobre a situação e que serão tomadas todas as medidas de prevenção adequadas, Ho Iat Seng prometeu transparência por parte do Governo na hora de comunicar e admite activar o centro de protecção civil caso o contexto venha a ser agravado.

“Não posso antever em que cenário seria activado o centro de protecção civil, mas temos de estar bem preparados e dar as informações correctas à população. Temos que garantir que a cada dia divulgamos as informações atempadamente, (…) informações correctas e transparentes. Eu não vou permitir qualquer encobrimento, isto é, todas as informações têm de ser divulgadas. É a minha promessa. Eu não vou esconder qualquer informação”, garantiu Ho Iat Seng.

Sublinhando que, ao contrário do SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), os sintomas do novo vírus não são tão visíveis, sendo, por isso, mais difíceis de filtrar, o Chefe do Governo lançou um apelo à população para ficar em Macau e, caso venha a ter sintomas, permanecer em casa de forma a repousar e evitar o risco de novas contaminações.

Fronteiras abertas

Em relação aos visitantes que vêm de Wuhan, Ho Iat Seng não encontra razões para proibir a sua entrada em Macau, até porque as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) não vão nesse sentido. O responsável máximo da RAEM apelou, no entanto, aos residentes da cidade da província de Hubei para que não venham a Macau, enquanto a situação do novo coronavírus não estiver controlada.

“A OMS não nos informou que temos de impedir a entrada das pessoas de Wuhan (…) mas apelamos para que eles não se desloquem a Macau. Até agora, a situação não é assim tão grave. Na altura do surto do vírus da SARS, também não proibimos a entrada de pessoas de Hong Kong”, lembrou Ho Iat Seng. Em relação a uma quota sobre o número de entradas, não pensamos nisso por enquanto”, acrescentou, frisando também que a todos os visitantes terá de ser concedido um visto e que estes podem ser, por isso, limitados.

Aos que já cá estão, Ho Iat Seng pede paciência. Encontrando-se em Macau, no total, 5 mil pessoas provenientes de Wuhan, o Chefe do Executivo desaconselhou para já, o regresso a casa por parte destes visitantes. “Por enquanto vamos aconselhar estas pessoas a não regressar a Wuhan ou Hubei. Temos trabalhadores da região também aqui em Macau e esperamos que não voltem a Wuhan entretanto, porque agora não é o momento ideal”, apontou.

Sobre os residentes de Macau que estudam em Wuhan, o Chefe do Executivo assegura que o seu paradeiro e estado de saúde está ser monitorizado. “Desde o dia 1 de Janeiro temos vindo a acompanhar 457 estudantes de Macau que estão em Wuhan. Alguns já voltaram a Macau e temo-los seguido de perto para verificar se apresentam os sintomas da pneumonia”, esclareceu o responsável.

Recorde-se que desde a manhã de ontem, não existem voos nem acesso ferroviário a partir de Wuhan, após a medida ter sido decretada pelo Governo central.

Ho Iat Seng anunciou também que a partir da tarde de ontem passou a ser recusada a passagem nas fronteiras de Macau, a pessoas com sintomas de febre, sendo que a medição da temperatura corporal passa a ser feita não só à entrada, mas também à saída. O procedimento, explicou o Chefe do Executivo está a ser já seguido na cidade vizinha de Zhuhai e a decisão de Macau vai no sentido de reforçar o esforço conjunto de contenção da epidemia.

Confiança e experiência

Questionado acerca capacidade de resposta do novo Governo e da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, para gerir uma eventual crise de saúde pública, Ho Iat Seng fez questão de sublinhar que a responsável está preparada e que tem ao seu dispor uma equipa de profissionais experientes e qualificados e que ele próprio tem conhecimento de causa sobre a matéria, pois viveu na pele a crise do SARS.

“Há 17 anos, eu passei pela SARS e, em Abril, só estava eu no avião para Pequim. Era o estágio mais crítico da SARS e ninguém apanhava um avião. Estive no combate contra a SARS e sei o que se está a passar, tenho experiência”, frisou o Chefe do Executivo.

24 Jan 2020

Wuhan | OMS decide adiar decisão de declarar epidemia mundial

O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde decidiu adiar a decisão de declarar a epidemia oriunda de Wuhan como sendo de emergência de saúde pública internacional. UE equaciona medidas de prevenção

Com Lusa 
 
[dropcap]A[/dropcap] Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu adiar a decisão de declarar o surto de um novo coronavírus oriundo de Wuhan como emergência de saúde pública internacional. De acordo com o South China Morning Post, o adiamento deve-se ao facto da Organização das Nações Unidas (ONU) estar ainda a aguardar mais informações por parte das autoridades chinesas sobre uma epidemia que já matou 17 pessoas na China e se propagou a outros países asiáticos, incluindo Macau.
“A decisão de declarar ou não emergência de saúde pública internacional é algo que faço de forma extremamente séria e só estou preparado para fazer essa consideração com o acesso a todas as provas”, adiantou o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, depois da reunião do Comité de Emergência em Genebra.
“A nossa equipa está no terreno, na China, a trabalhar e a comunicar com especialistas e autoridades locais para investigar o caso e para termos acesso a mais informações”, adiantou.

UE equaciona medidas

A Comissão Europeia disse ontem estar a acompanhar, “de forma bastante próxima”, a evolução do coronavírus chinês, garantindo estar pronta para adoptar medidas preventivas para evitar o contágio na União Europeia (UE).
“A Comissão está a acompanhar a situação de forma bastante próxima e continuamos a coordenar as medidas que podem ser necessárias a nível da UE”, declarou o porta-voz do executivo comunitário Stefan de Keersmaecker em Bruxelas.
De acordo com o responsável, “a Comissão está pronta para tomar as precauções que se verificarem necessárias para cumprir as recomendações da OMS adoptadas na reunião [de ontem]” daquela entidade.
Stefan de Keersmaecker precisou que, ontem de manhã, a comissária europeia para a Saúde, Stella Kyriakides, conversou com o director-geral da OMS e com os com os ministros da Saúde de França e de Itália sobre este vírus. Acresce que, segundo este porta-voz, estão a ser realizadas reuniões internas sobre o assunto na Comissão Europeia.
“Ontem [quarta-feira], a Comissão promoveu uma segunda reunião do comité de saúde pública, que discutiu o nível de risco e as potenciais consequências para a UE”, exemplificou Stefan de Keersmaecker.
O vírus está ainda a ser monitorizado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, organismo europeu que identifica ameaças para a saúde e que já “aumentou o risco de este vírus entrar na UE de baixo para moderado”, adiantou o porta-voz, explicando que isso se deveu ao risco de contágio de pessoa para pessoa.

23 Jan 2020

Wuhan | OMS decide adiar decisão de declarar epidemia mundial

O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde decidiu adiar a decisão de declarar a epidemia oriunda de Wuhan como sendo de emergência de saúde pública internacional. UE equaciona medidas de prevenção

Com Lusa 

 

[dropcap]A[/dropcap] Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu adiar a decisão de declarar o surto de um novo coronavírus oriundo de Wuhan como emergência de saúde pública internacional. De acordo com o South China Morning Post, o adiamento deve-se ao facto da Organização das Nações Unidas (ONU) estar ainda a aguardar mais informações por parte das autoridades chinesas sobre uma epidemia que já matou 17 pessoas na China e se propagou a outros países asiáticos, incluindo Macau.

“A decisão de declarar ou não emergência de saúde pública internacional é algo que faço de forma extremamente séria e só estou preparado para fazer essa consideração com o acesso a todas as provas”, adiantou o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, depois da reunião do Comité de Emergência em Genebra.

“A nossa equipa está no terreno, na China, a trabalhar e a comunicar com especialistas e autoridades locais para investigar o caso e para termos acesso a mais informações”, adiantou.

UE equaciona medidas

A Comissão Europeia disse ontem estar a acompanhar, “de forma bastante próxima”, a evolução do coronavírus chinês, garantindo estar pronta para adoptar medidas preventivas para evitar o contágio na União Europeia (UE).

“A Comissão está a acompanhar a situação de forma bastante próxima e continuamos a coordenar as medidas que podem ser necessárias a nível da UE”, declarou o porta-voz do executivo comunitário Stefan de Keersmaecker em Bruxelas.

De acordo com o responsável, “a Comissão está pronta para tomar as precauções que se verificarem necessárias para cumprir as recomendações da OMS adoptadas na reunião [de ontem]” daquela entidade.

Stefan de Keersmaecker precisou que, ontem de manhã, a comissária europeia para a Saúde, Stella Kyriakides, conversou com o director-geral da OMS e com os com os ministros da Saúde de França e de Itália sobre este vírus. Acresce que, segundo este porta-voz, estão a ser realizadas reuniões internas sobre o assunto na Comissão Europeia.

“Ontem [quarta-feira], a Comissão promoveu uma segunda reunião do comité de saúde pública, que discutiu o nível de risco e as potenciais consequências para a UE”, exemplificou Stefan de Keersmaecker.

O vírus está ainda a ser monitorizado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, organismo europeu que identifica ameaças para a saúde e que já “aumentou o risco de este vírus entrar na UE de baixo para moderado”, adiantou o porta-voz, explicando que isso se deveu ao risco de contágio de pessoa para pessoa.

23 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | China bloqueia entradas e saídas numa segunda cidade para conter propagação

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas proibiram hoje entradas e saídas de uma segunda cidade chinesa, visando conter a epidemia de um novo tipo de coronavírus originário na cidade vizinha de Wuhan, no centro do país. As ligações ferroviárias a Huanggang, cidade com 7,5 milhões de pessoas, e situada a 70 quilómetros a leste de Wuhan, ficam interrompidas por período indeterminado, informaram as autoridades locais.

O Governo chinês tinha já hoje anunciado a suspensão de todos os voos e viagens de comboio de e para Wuhan, onde o vírus foi inicialmente reportado, no mês passado.

As autoridades consideram que o país está no ponto “mais crítico” no que toca à prevenção e controlo do vírus. Há 571 pessoas infectadas só no território continental chinês e foram já detetados casos no Japão, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Estados Unidos e Macau. Ficou ainda comprovado que o vírus se transmite sobretudo através das vias respiratórias.

“Já há casos de transmissão e infeção entre seres humanos e funcionários de saúde infectados”, disse Li Bin, vice-director da Comissão Nacional de Saúde da China, em conferência de imprensa.

“As evidências demonstram que a doença foi transmitida por via respiratória e existe a possibilidade de uma mutação do vírus”, detalhou.

Há pelo menos 15 médicos em Wuhan infectados depois de terem estado em contacto com pacientes. Os serviços de saúde chineses estão a acompanhar 5.897 pessoas que mantiveram contacto próximo com os pacientes infectados.

O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) esteve reunida em Genebra, na Suíça, para analisar a hipótese de se declarar emergência de saúde pública internacional e determinar que recomendações serão feitas para controlar o coronavírus. Mas decidiu não fazer essa declaração e esperar para observar a evolução do vírus.

Os casos alimentam receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.

As autoridades disseram que ainda é cedo para comparar o novo vírus com o SARS ou o MERS, ou síndrome respiratória do Médio Oriente, em termos da sua capacidade letal.

23 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | China bloqueia entradas e saídas numa segunda cidade para conter propagação

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas proibiram hoje entradas e saídas de uma segunda cidade chinesa, visando conter a epidemia de um novo tipo de coronavírus originário na cidade vizinha de Wuhan, no centro do país. As ligações ferroviárias a Huanggang, cidade com 7,5 milhões de pessoas, e situada a 70 quilómetros a leste de Wuhan, ficam interrompidas por período indeterminado, informaram as autoridades locais.
O Governo chinês tinha já hoje anunciado a suspensão de todos os voos e viagens de comboio de e para Wuhan, onde o vírus foi inicialmente reportado, no mês passado.
As autoridades consideram que o país está no ponto “mais crítico” no que toca à prevenção e controlo do vírus. Há 571 pessoas infectadas só no território continental chinês e foram já detetados casos no Japão, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Estados Unidos e Macau. Ficou ainda comprovado que o vírus se transmite sobretudo através das vias respiratórias.
“Já há casos de transmissão e infeção entre seres humanos e funcionários de saúde infectados”, disse Li Bin, vice-director da Comissão Nacional de Saúde da China, em conferência de imprensa.
“As evidências demonstram que a doença foi transmitida por via respiratória e existe a possibilidade de uma mutação do vírus”, detalhou.
Há pelo menos 15 médicos em Wuhan infectados depois de terem estado em contacto com pacientes. Os serviços de saúde chineses estão a acompanhar 5.897 pessoas que mantiveram contacto próximo com os pacientes infectados.
O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) esteve reunida em Genebra, na Suíça, para analisar a hipótese de se declarar emergência de saúde pública internacional e determinar que recomendações serão feitas para controlar o coronavírus. Mas decidiu não fazer essa declaração e esperar para observar a evolução do vírus.
Os casos alimentam receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.
As autoridades disseram que ainda é cedo para comparar o novo vírus com o SARS ou o MERS, ou síndrome respiratória do Médio Oriente, em termos da sua capacidade letal.

23 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | Macau cancela celebrações do Ano Novo Lunar para reduzir risco de contágio

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau cancelaram hoje as celebrações do Ano Novo Lunar para evitar a transmissão do coronavírus chinês de Wuhan que já causou 17 mortes entre o mais de meio milhar de pessoas infectadas.

A informação foi prestada inicialmente pelas autoridades de saúde e confirmada ao início da tarde pelo chefe do Governo Ho Iat Seng, no dia em que foi identificada uma segunda pessoa infectada com o novo tipo de coronavírus, um homem de 66 anos, que, à semelhança do primeiro caso, uma mulher de 52 anos, é também oriundo de Wuhan. Actualmente em regime de isolamento, ambos os casos são considerados pacientes de alto risco.

O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Segundo o Ministério dos Transportes chinês, o país deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.

Em Macau, que este ano recebeu quase 40 milhões de turistas e é um destino muito procurado pelos chineses no Ano Lunar, estavam programadas duas sessões da Parada de Celebração do Ano do Rato, um evento comemorativo do Festival da Primavera no primeiro dia das festividades, na sexta-feira, nas Ruínas de S. Paulo e no Largo do Senado, bem como um desfile do dragão gigante dourado.

Menos de 24 horas após a Direção dos Serviços de Turismo ter elencado uma série de medidas de prevenção para reduzir o risco de contágio, as atividades foram canceladas.

O mais de meio milhar de casos registados têm alimentado receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.

Fora da China continental, foram confirmados casos do novo coronavírus na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Estados Unidos, Taiwan, Hong Kong e Macau.

23 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | Macau cancela celebrações do Ano Novo Lunar para reduzir risco de contágio

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau cancelaram hoje as celebrações do Ano Novo Lunar para evitar a transmissão do coronavírus chinês de Wuhan que já causou 17 mortes entre o mais de meio milhar de pessoas infectadas.
A informação foi prestada inicialmente pelas autoridades de saúde e confirmada ao início da tarde pelo chefe do Governo Ho Iat Seng, no dia em que foi identificada uma segunda pessoa infectada com o novo tipo de coronavírus, um homem de 66 anos, que, à semelhança do primeiro caso, uma mulher de 52 anos, é também oriundo de Wuhan. Actualmente em regime de isolamento, ambos os casos são considerados pacientes de alto risco.
O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Segundo o Ministério dos Transportes chinês, o país deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.
Em Macau, que este ano recebeu quase 40 milhões de turistas e é um destino muito procurado pelos chineses no Ano Lunar, estavam programadas duas sessões da Parada de Celebração do Ano do Rato, um evento comemorativo do Festival da Primavera no primeiro dia das festividades, na sexta-feira, nas Ruínas de S. Paulo e no Largo do Senado, bem como um desfile do dragão gigante dourado.
Menos de 24 horas após a Direção dos Serviços de Turismo ter elencado uma série de medidas de prevenção para reduzir o risco de contágio, as atividades foram canceladas.
O mais de meio milhar de casos registados têm alimentado receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.
Fora da China continental, foram confirmados casos do novo coronavírus na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Estados Unidos, Taiwan, Hong Kong e Macau.

23 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | Comité de Emergência da OMS volta a reunir hoje

[dropcap]O[/dropcap] Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) volta a reunir-se hoje em Genebra, na Suíça, para decidir se declara emergência de saúde pública internacional o surto de um novo coronavírus na China.
Formado por especialistas de diversos países, incluindo epidemiologistas chineses, o Comité de Emergência da OMS reuniu-se na quarta-feira sem chegar a um consenso sobre a matéria, pelo que decidiu voltar a reunir-se hoje.
A emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas preventivas a nível mundial e foi declarada para as epidemias da gripe H1N1, em 2009, dos vírus Zika, em 2016, Ébola, que atingiu uma parte da África Ocidental, de 2014 a 2016, e a República Democrática do Congo, desde 2018, e pólio, em 2014.
O novo coronavírus (família de vírus), que causa pneumonias virais, foi detetado na China em dezembro e já infetou mais de 400 pessoas e provocou a morte a pelo menos 17.
Portugal já fez accionar os dispositivos de saúde pública devido ao coronavírus proveniente da China e tem em alerta o Hospital de São João, no Porto, o Curry Cabral e Estefânia, em Lisboa, disse na quarta-feira a directora-geral de Saúde (DGS).
Em Portugal foram activados os protocolos estabelecidos para situações do género, reforçando no Serviço Nacional de Saúde a linha Saúde 24, através do número 800242424, e a linha de apoio médico, para triagem e evitar que em caso de eventual contágio as pessoas não encham os centros de saúde e as urgências dos hospitais.
Graça Freitas adiantou que “não há casos suspeitos em Portugal” de infeções com o coronavírus, não existindo uma situação de alarme, mas por precaução está “com mais atenção” aos sete casos exportados fora da China.
Além da China, com o maior número de infeções, vários outros países asiáticos, como Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Tailândia, e os Estados Unidos já reportaram casos.
O vírus em causa é transmitido entre animais e passou para os seres humanos, havendo já registos de transmissão pessoa a pessoa, mas ainda em circunstâncias não totalmente fundamentadas.
Os primeiros casos do coronavírus “2019 – nCoV” apareceram na cidade chinesa de Whuan, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral (infeção nos pulmões provocada por um vírus).
Percebeu-se que todas as pessoas trabalhavam ou visitavam com frequência o mercado de marisco e carnes de Huanan, nessa mesma cidade.
Ainda se desconhece a origem exata da infeção, mas terão sido animais contaminados, que são comercializados vivos, a transmiti-la aos seres humanos.

23 Jan 2020

Epidemia de Wuhan | Comité de Emergência da OMS volta a reunir hoje

[dropcap]O[/dropcap] Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) volta a reunir-se hoje em Genebra, na Suíça, para decidir se declara emergência de saúde pública internacional o surto de um novo coronavírus na China.

Formado por especialistas de diversos países, incluindo epidemiologistas chineses, o Comité de Emergência da OMS reuniu-se na quarta-feira sem chegar a um consenso sobre a matéria, pelo que decidiu voltar a reunir-se hoje.

A emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas preventivas a nível mundial e foi declarada para as epidemias da gripe H1N1, em 2009, dos vírus Zika, em 2016, Ébola, que atingiu uma parte da África Ocidental, de 2014 a 2016, e a República Democrática do Congo, desde 2018, e pólio, em 2014.

O novo coronavírus (família de vírus), que causa pneumonias virais, foi detetado na China em dezembro e já infetou mais de 400 pessoas e provocou a morte a pelo menos 17.

Portugal já fez accionar os dispositivos de saúde pública devido ao coronavírus proveniente da China e tem em alerta o Hospital de São João, no Porto, o Curry Cabral e Estefânia, em Lisboa, disse na quarta-feira a directora-geral de Saúde (DGS).

Em Portugal foram activados os protocolos estabelecidos para situações do género, reforçando no Serviço Nacional de Saúde a linha Saúde 24, através do número 800242424, e a linha de apoio médico, para triagem e evitar que em caso de eventual contágio as pessoas não encham os centros de saúde e as urgências dos hospitais.

Graça Freitas adiantou que “não há casos suspeitos em Portugal” de infeções com o coronavírus, não existindo uma situação de alarme, mas por precaução está “com mais atenção” aos sete casos exportados fora da China.

Além da China, com o maior número de infeções, vários outros países asiáticos, como Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Tailândia, e os Estados Unidos já reportaram casos.

O vírus em causa é transmitido entre animais e passou para os seres humanos, havendo já registos de transmissão pessoa a pessoa, mas ainda em circunstâncias não totalmente fundamentadas.

Os primeiros casos do coronavírus “2019 – nCoV” apareceram na cidade chinesa de Whuan, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral (infeção nos pulmões provocada por um vírus).

Percebeu-se que todas as pessoas trabalhavam ou visitavam com frequência o mercado de marisco e carnes de Huanan, nessa mesma cidade.

Ainda se desconhece a origem exata da infeção, mas terão sido animais contaminados, que são comercializados vivos, a transmiti-la aos seres humanos.

23 Jan 2020

Epidemia | Número de mortes na China sobe para 17, e de infectados para 541

O número de mortes causadas pelo novo tipo de pneumonia na China subiu ontem para 17, enquanto o número total de infectados é já superior a 550. A Comissão Nacional de Saúde apelou à população para evitar multidões e encontros em espaços públicos, em plena época do Ano Novo Chinês

 
[dropcap]O[/dropcap] número de casos aumentou rapidamente desde que a nova pneumonia foi detectada no mês passado em Wuhan, no centro da China. Ao fim da manhã de ontem, o total de casos confirmados era de 471, em 13 jurisdições do país, anunciados pelo vice-director da Comissão Nacional de Saúde, Li Bin.
Nove pessoas tinham falecido, todas na província de Hubei, cuja capital é Wuhan. No total, com o registo de infectados fora da China continental, o número ascendia a 481. No entanto, à hora do fecho da edição, os números já tinham disparado para 17 mortos e 541 infectados no Interior da China, num total de 552 infectados.
“Já há casos de transmissão e infecção entre seres humanos e funcionários de saúde infectados”, disse Li, em conferência de imprensa. “As evidências demonstram que a doença foi transmitida por via respiratória e existe a possibilidade de uma mutação do vírus”, detalhou.
As autoridades disseram que ainda é cedo para comparar o novo vírus com o SARS ou o MERS, ou síndrome respiratória do Médio Oriente, em termos da sua capacidade letal. “Ainda estamos no processo de aprender mais sobre esta doença”, disse Gao Fu, um académico da Academia Chinesa de Ciências e chefe do Centro Chinês de Controle de Doenças, na mesma conferência de imprensa. Os casos alimentaram receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.
Gao disse que as autoridades estão a trabalhar no pressuposto de que o surto resultou da exposição humana a animais selvagens que eram comercializados ilegalmente no mercado de alimentos em Wuhan. Importa referir que Wuhan é uma megametrópole, com mais de 11 milhões de habitantes, e um importante centro de transporte doméstico e internacional.
Não se sabe o quão contagioso é o vírus, mas a transmissão de pessoa para pessoa pode permitir que se espalhe rapidamente.
A Comissão Nacional de Saúde da China alertou que o novo tipo de coronavírus, uma espécie de vírus que causa infecções respiratórias em seres humanos e animais, “pode espalhar-se mais facilmente”.
Foram ainda anunciadas medidas para conter a doença, incluindo desinfecção dos sistemas de ventilação de aeroportos, estações e centros comerciais. “Se for necessário, serão também realizados controlos de temperatura em áreas-chave e locais movimentados”, esclareceu a Comissão, em comunicado.

Dentro e fora

As autoridades de Hong Kong confirmaram ontem o primeiro infectado na região. O doente é um turista chinês residente em Wuhan, que entrou em Hong Kong através do comboio de alta velocidade na noite de terça-feira. À chegada ao terminal ferroviário de West Kowloon o turista acusou febre. De seguida, foi transferido para o Hospital Queen Elizabeth onde o teste ao vírus deu positivo.
De acordo com o South China Morning Post, a MTR confirmou que o mesmo comboio já tinha partido de regresso à China com passageiros, antes de ser notificada pelas autoridades de saúde de Hong Kong.
Segundo a empresa de transportes, as autoridades relevantes na China foram notificadas para limpar e desinfectar o lugar e a carruagem onde o paciente seguiu, assim como espaços adjacentes.
Fora da China continental, foram confirmados casos do novo coronavírus entre viajantes chineses na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Taiwan e Estados Unidos todos também oriundos de Wuhan. Vários países com ligações aéreas directas ou indirectas a Wuhan estão a efectuar verificações sistemáticas de passageiros de voos oriundos de áreas consideradas de risco.
A um doente no Estado de Washington foi diagnosticado o primeiro caso confirmado nos Estados Unidos da doença. A pessoa afectada foi hospitalizada na semana passada e permanece “muito doente” numa unidade de Seattle, a capital deste Estado do nordeste dos EUA, após ter viajado recentemente à cidade chinesa de Wuhan onde teve origem o surto epidémico, referiram os ‘media’ locais.

À procura de espaço

O Centro Europeu de Controlo de Doenças afirmou ontem que está confirmada a transmissão pessoa a pessoa da pneumonia de Wuhan. O organismo europeu (ECDC, na sigla inglesa) acrescenta que ainda é necessária informação adicional para avaliar de modo completo as formas de transmissão deste novo coronavírus, numa publicação no seu ‘site’.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que “a fonte primária mais provável” de transmissão é animal, tendo os primeiros casos surgido em pessoas que contactaram com um mercado de pescado na cidade chinesa de Wuhan. Contudo, o vírus assume “transmissão limitada entre seres humanos através de contacto próximo”.
Quinze funcionários hospitalares também apresentaram teste positivo para o vírus, anunciou a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan. A comissão tinha dito, na semana passada, que nenhum dos funcionários que teve contacto próximo com os pacientes tinha sido infectado.
As autoridades chinesas apelaram ontem à população para que evite multidões e encontros em espaços públicos, alertando que uma nova doença viral se pode alastrar ainda mais. O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Segundo o ministério chinês dos Transportes, a China deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.

Política viral

A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, pediu às autoridades chinesas que divulguem toda a informação sobre o surto de uma nova pneumonia viral e que trabalhem com Taipé para conter a propagação.
“Quero especialmente pedir à China, como país membro da comunidade internacional, que cumpra as suas responsabilidades e seja transparente sobre os desenvolvimentos do surto, e que compartilhe informações precisas com Taiwan”, afirmou Tsai, em conferência de imprensa.
No entanto, por insistência de Pequim, Taiwan não é membro da Organização Mundial da Saúde e não pode participar de nenhuma das reuniões daquela organização. O Centro de Controlo de Doenças de Taiwan revelou anteriormente que foi notificado, no dia 15 de Janeiro, pela sua contraparte chinesa, sobre o surto. O órgão também enviou dois especialistas a Wuhan para visitar unidades de saúde, visando compreender melhor a doença.
A ilha confirmou já um caso de infecção com o vírus. Trata-se de uma empresária, que reside em Taiwan, mas que voltou recentemente de uma viagem a Wuhan.
“Partilhar informação também é importante para a saúde da população chinesa e Pequim não deve colocar questões políticas acima da protecção do seu próprio povo”, apontou Tsai.
“Quero reiterar que Taiwan é membro da sociedade internacional. Os seus 23 milhões de habitantes, como as pessoas de todos os cantos do mundo, estão a enfrentar uma ameaça à sua saúde”, afirmou.
Em Pequim, o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang disse que os especialistas de Taiwan visitaram Wuhan a pedido de Taipé, entre os dias 13 e 14 de Janeiro, e mantiveram trocas com os colegas locais. “Ninguém se preocupa mais com o bem-estar dos compatriotas de Taiwan do que o Governo central chinês”, defendeu Geng.

Cisne negro

Há um ano, Xi Jinping deixou o alerta para a necessidade de Pequim se preparar para “rinocerontes cinzentos”, referindo-se a riscos económicos, e “cisnes negros”, que serão situações inesperadas. Ao longo do ano passado, a guerra comercial com os Estados Unidos e a turbulência em Hong Kong foram rotuladas por académicos como os “cisnes negros” de 2019.
“Um cisne negro surge sempre sem ser convidado”, escreveu no Weibo Guan Qingyou, um economista citado pelo South China Morning Post, com os seus seguidores a discutiram o nível de impacto que a pneumonia de Wuhan pode representar para a economia chinesa. Houve mesmo quem sugerisse que a epidemia poderia ter um efeito maior do que a guerra comercial.
Por exemplo, as reservas de viagens para Wuhan são grátis em plataformas como a Trip.com, Fliggy, Meituan Dianping e Qunar.com. Além disso, vão ser disponibilizados reembolsos a pessoas que foram sujeitas a quarentena ou a quem tenha sido diagnosticado o vírus.
Também o gasto dos consumidores em entretenimento e turismo durante o Ano Novo Lunar, que começa amanhã, deve sofrer uma quebra à medida que as preocupações do público aumentarem.
Os principais focos de abrandamento de consumo devem sentir-se com maior intensidade nas principais cidades onde já foram confirmados casos de infecção, como Pequim, Xangai e Shenzhen. Com Lusa 

23 Jan 2020

Epidemia | Número de mortes na China sobe para 17, e de infectados para 541

O número de mortes causadas pelo novo tipo de pneumonia na China subiu ontem para 17, enquanto o número total de infectados é já superior a 550. A Comissão Nacional de Saúde apelou à população para evitar multidões e encontros em espaços públicos, em plena época do Ano Novo Chinês

 

[dropcap]O[/dropcap] número de casos aumentou rapidamente desde que a nova pneumonia foi detectada no mês passado em Wuhan, no centro da China. Ao fim da manhã de ontem, o total de casos confirmados era de 471, em 13 jurisdições do país, anunciados pelo vice-director da Comissão Nacional de Saúde, Li Bin.

Nove pessoas tinham falecido, todas na província de Hubei, cuja capital é Wuhan. No total, com o registo de infectados fora da China continental, o número ascendia a 481. No entanto, à hora do fecho da edição, os números já tinham disparado para 17 mortos e 541 infectados no Interior da China, num total de 552 infectados.

“Já há casos de transmissão e infecção entre seres humanos e funcionários de saúde infectados”, disse Li, em conferência de imprensa. “As evidências demonstram que a doença foi transmitida por via respiratória e existe a possibilidade de uma mutação do vírus”, detalhou.

As autoridades disseram que ainda é cedo para comparar o novo vírus com o SARS ou o MERS, ou síndrome respiratória do Médio Oriente, em termos da sua capacidade letal. “Ainda estamos no processo de aprender mais sobre esta doença”, disse Gao Fu, um académico da Academia Chinesa de Ciências e chefe do Centro Chinês de Controle de Doenças, na mesma conferência de imprensa. Os casos alimentaram receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.

Gao disse que as autoridades estão a trabalhar no pressuposto de que o surto resultou da exposição humana a animais selvagens que eram comercializados ilegalmente no mercado de alimentos em Wuhan. Importa referir que Wuhan é uma megametrópole, com mais de 11 milhões de habitantes, e um importante centro de transporte doméstico e internacional.

Não se sabe o quão contagioso é o vírus, mas a transmissão de pessoa para pessoa pode permitir que se espalhe rapidamente.

A Comissão Nacional de Saúde da China alertou que o novo tipo de coronavírus, uma espécie de vírus que causa infecções respiratórias em seres humanos e animais, “pode espalhar-se mais facilmente”.

Foram ainda anunciadas medidas para conter a doença, incluindo desinfecção dos sistemas de ventilação de aeroportos, estações e centros comerciais. “Se for necessário, serão também realizados controlos de temperatura em áreas-chave e locais movimentados”, esclareceu a Comissão, em comunicado.

Dentro e fora

As autoridades de Hong Kong confirmaram ontem o primeiro infectado na região. O doente é um turista chinês residente em Wuhan, que entrou em Hong Kong através do comboio de alta velocidade na noite de terça-feira. À chegada ao terminal ferroviário de West Kowloon o turista acusou febre. De seguida, foi transferido para o Hospital Queen Elizabeth onde o teste ao vírus deu positivo.

De acordo com o South China Morning Post, a MTR confirmou que o mesmo comboio já tinha partido de regresso à China com passageiros, antes de ser notificada pelas autoridades de saúde de Hong Kong.

Segundo a empresa de transportes, as autoridades relevantes na China foram notificadas para limpar e desinfectar o lugar e a carruagem onde o paciente seguiu, assim como espaços adjacentes.

Fora da China continental, foram confirmados casos do novo coronavírus entre viajantes chineses na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Taiwan e Estados Unidos todos também oriundos de Wuhan. Vários países com ligações aéreas directas ou indirectas a Wuhan estão a efectuar verificações sistemáticas de passageiros de voos oriundos de áreas consideradas de risco.

A um doente no Estado de Washington foi diagnosticado o primeiro caso confirmado nos Estados Unidos da doença. A pessoa afectada foi hospitalizada na semana passada e permanece “muito doente” numa unidade de Seattle, a capital deste Estado do nordeste dos EUA, após ter viajado recentemente à cidade chinesa de Wuhan onde teve origem o surto epidémico, referiram os ‘media’ locais.

À procura de espaço

O Centro Europeu de Controlo de Doenças afirmou ontem que está confirmada a transmissão pessoa a pessoa da pneumonia de Wuhan. O organismo europeu (ECDC, na sigla inglesa) acrescenta que ainda é necessária informação adicional para avaliar de modo completo as formas de transmissão deste novo coronavírus, numa publicação no seu ‘site’.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que “a fonte primária mais provável” de transmissão é animal, tendo os primeiros casos surgido em pessoas que contactaram com um mercado de pescado na cidade chinesa de Wuhan. Contudo, o vírus assume “transmissão limitada entre seres humanos através de contacto próximo”.

Quinze funcionários hospitalares também apresentaram teste positivo para o vírus, anunciou a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan. A comissão tinha dito, na semana passada, que nenhum dos funcionários que teve contacto próximo com os pacientes tinha sido infectado.

As autoridades chinesas apelaram ontem à população para que evite multidões e encontros em espaços públicos, alertando que uma nova doença viral se pode alastrar ainda mais. O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Segundo o ministério chinês dos Transportes, a China deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.

Política viral

A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, pediu às autoridades chinesas que divulguem toda a informação sobre o surto de uma nova pneumonia viral e que trabalhem com Taipé para conter a propagação.

“Quero especialmente pedir à China, como país membro da comunidade internacional, que cumpra as suas responsabilidades e seja transparente sobre os desenvolvimentos do surto, e que compartilhe informações precisas com Taiwan”, afirmou Tsai, em conferência de imprensa.

No entanto, por insistência de Pequim, Taiwan não é membro da Organização Mundial da Saúde e não pode participar de nenhuma das reuniões daquela organização. O Centro de Controlo de Doenças de Taiwan revelou anteriormente que foi notificado, no dia 15 de Janeiro, pela sua contraparte chinesa, sobre o surto. O órgão também enviou dois especialistas a Wuhan para visitar unidades de saúde, visando compreender melhor a doença.

A ilha confirmou já um caso de infecção com o vírus. Trata-se de uma empresária, que reside em Taiwan, mas que voltou recentemente de uma viagem a Wuhan.

“Partilhar informação também é importante para a saúde da população chinesa e Pequim não deve colocar questões políticas acima da protecção do seu próprio povo”, apontou Tsai.

“Quero reiterar que Taiwan é membro da sociedade internacional. Os seus 23 milhões de habitantes, como as pessoas de todos os cantos do mundo, estão a enfrentar uma ameaça à sua saúde”, afirmou.

Em Pequim, o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang disse que os especialistas de Taiwan visitaram Wuhan a pedido de Taipé, entre os dias 13 e 14 de Janeiro, e mantiveram trocas com os colegas locais. “Ninguém se preocupa mais com o bem-estar dos compatriotas de Taiwan do que o Governo central chinês”, defendeu Geng.

Cisne negro

Há um ano, Xi Jinping deixou o alerta para a necessidade de Pequim se preparar para “rinocerontes cinzentos”, referindo-se a riscos económicos, e “cisnes negros”, que serão situações inesperadas. Ao longo do ano passado, a guerra comercial com os Estados Unidos e a turbulência em Hong Kong foram rotuladas por académicos como os “cisnes negros” de 2019.

“Um cisne negro surge sempre sem ser convidado”, escreveu no Weibo Guan Qingyou, um economista citado pelo South China Morning Post, com os seus seguidores a discutiram o nível de impacto que a pneumonia de Wuhan pode representar para a economia chinesa. Houve mesmo quem sugerisse que a epidemia poderia ter um efeito maior do que a guerra comercial.

Por exemplo, as reservas de viagens para Wuhan são grátis em plataformas como a Trip.com, Fliggy, Meituan Dianping e Qunar.com. Além disso, vão ser disponibilizados reembolsos a pessoas que foram sujeitas a quarentena ou a quem tenha sido diagnosticado o vírus.

Também o gasto dos consumidores em entretenimento e turismo durante o Ano Novo Lunar, que começa amanhã, deve sofrer uma quebra à medida que as preocupações do público aumentarem.

Os principais focos de abrandamento de consumo devem sentir-se com maior intensidade nas principais cidades onde já foram confirmados casos de infecção, como Pequim, Xangai e Shenzhen. Com Lusa 

23 Jan 2020

Epidemia | Governo afasta "bloqueio" a Wuhan

[dropcap]A[/dropcap]pesar do epicentro da epidemia, assim como o caso importado para Macau, terem origem em Wuhan, o Governo afasta a hipótese, por enquanto, de proibir a entrada de pessoas naturais da província de Hubei no território. Ontem, a emissão de um alerta de viagem para que se evitem, ou proíbam, deslocações a essa província foi totalmente recusada.
De acordo com a lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis, o Chefe do Executivo pode evocar medidas especiais e decretar “restrições ou proibição de entrada ou saída da RAEM a pessoas não residentes provenientes de países ou regiões com ocorrência, surto ou prevalência de doenças transmissíveis”.
No entanto, por enquanto, a hipótese não é admitida pelos membros do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. “Sabemos que a cidade de Wuhan já não autoriza a saída de excursões e que as viagens de excursões vindas de Hubei estão suspensas. Assumo que já estejam mesmo paradas”, afirmou Maria Helena de Senna Fernandes, directora os Serviços de Turismo (DST), sobre a situação. “No entanto, se houver necessidade de outros grupos de Wuhan virem a Macau vamos manter-nos em comunicação com as autoridades competentes para garantir a segurança nessas situações”, acrescentou.
Maria Helena de Senna Fernandes sublinhou ainda que neste momento não há qualquer proibição de ida a Wuhan, mas que a viagem é “desaconselhada”. O nível de alerta de turismo para a zona também não foi accionado.
Em relação à proibição dos residentes se deslocarem a Wuhan, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) reconheceu que as autoridades têm esse poder, mas que a proibição “ainda” não está a ser equacionada.

Voto de confiança

Na conferência de imprensa dos Serviços de Saúde, o tema do bloqueio voltou a ser abordado, porém, Lam Cheong, chefe do Centro de Prevenção e Controlo da Doença, negou a hipótese.
A justificação para a recusa prendeu-se com as medidas tomadas pelas autoridades centrais: “Neste momento as pessoas que vivem em Wuhan já estão proibidas de sair da cidade e da província. Estão submetidos a medidas que já não lhes permitem deslocaram-se a outros territórios”, defendeu.
Contudo, Lam Cheong acabou por explicar de forma indirecta que bloquear apenas a cidade de Wuhan ou a província de Hubei seria inútil. “Neste momento há mais cidades infectadas, até Zhuhai já teve casos. Sabemos que a zona mais afectada, que foi o epicentro foi Wuhan, mas já há casos em mais sítios”, complementou.
Além de Hubei que ontem tinha 375 casos confirmados, Guangdong, às portas de Macau, é a segunda província mais afectada com 26 ocorrências, seguida por Pequim, com 10 casos e Xangai com nove ocorrências. Fora da China houve casos confirmados nos Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão e Tailândia.

23 Jan 2020

Epidemia | Governo afasta “bloqueio” a Wuhan

[dropcap]A[/dropcap]pesar do epicentro da epidemia, assim como o caso importado para Macau, terem origem em Wuhan, o Governo afasta a hipótese, por enquanto, de proibir a entrada de pessoas naturais da província de Hubei no território. Ontem, a emissão de um alerta de viagem para que se evitem, ou proíbam, deslocações a essa província foi totalmente recusada.

De acordo com a lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis, o Chefe do Executivo pode evocar medidas especiais e decretar “restrições ou proibição de entrada ou saída da RAEM a pessoas não residentes provenientes de países ou regiões com ocorrência, surto ou prevalência de doenças transmissíveis”.

No entanto, por enquanto, a hipótese não é admitida pelos membros do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. “Sabemos que a cidade de Wuhan já não autoriza a saída de excursões e que as viagens de excursões vindas de Hubei estão suspensas. Assumo que já estejam mesmo paradas”, afirmou Maria Helena de Senna Fernandes, directora os Serviços de Turismo (DST), sobre a situação. “No entanto, se houver necessidade de outros grupos de Wuhan virem a Macau vamos manter-nos em comunicação com as autoridades competentes para garantir a segurança nessas situações”, acrescentou.

Maria Helena de Senna Fernandes sublinhou ainda que neste momento não há qualquer proibição de ida a Wuhan, mas que a viagem é “desaconselhada”. O nível de alerta de turismo para a zona também não foi accionado.

Em relação à proibição dos residentes se deslocarem a Wuhan, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) reconheceu que as autoridades têm esse poder, mas que a proibição “ainda” não está a ser equacionada.

Voto de confiança

Na conferência de imprensa dos Serviços de Saúde, o tema do bloqueio voltou a ser abordado, porém, Lam Cheong, chefe do Centro de Prevenção e Controlo da Doença, negou a hipótese.

A justificação para a recusa prendeu-se com as medidas tomadas pelas autoridades centrais: “Neste momento as pessoas que vivem em Wuhan já estão proibidas de sair da cidade e da província. Estão submetidos a medidas que já não lhes permitem deslocaram-se a outros territórios”, defendeu.

Contudo, Lam Cheong acabou por explicar de forma indirecta que bloquear apenas a cidade de Wuhan ou a província de Hubei seria inútil. “Neste momento há mais cidades infectadas, até Zhuhai já teve casos. Sabemos que a zona mais afectada, que foi o epicentro foi Wuhan, mas já há casos em mais sítios”, complementou.

Além de Hubei que ontem tinha 375 casos confirmados, Guangdong, às portas de Macau, é a segunda província mais afectada com 26 ocorrências, seguida por Pequim, com 10 casos e Xangai com nove ocorrências. Fora da China houve casos confirmados nos Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão e Tailândia.

23 Jan 2020