Português | IPOR quer afirmar Macau como centro de promoção

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Instituto Português do Oriente (IPOR) quer contribuir para a afirmação de Macau como centro de promoção do Português na Ásia, voltando a assumir um papel na coordenação de projectos de promoção da língua na região.
Em declarações aos jornalistas, João Neves, director do IPOR, salientou o posicionamento estratégico da Macau na região Ásia-Pacífico para a consolidação do ensino da Língua Portuguesa e, por outro, como centro de desenvolvimento de conhecimento e de materiais de apoio, áreas nas quais o Instituto está igualmente empenhado.
O director do IPOR falava à margem do Encontro de Pontos de Rede de Ensino de Português Língua Estrangeira na Ásia, que ontem teve início nas instalações do Consulado Geral de Portugal em Macau com a participação de docentes radicados em Goa, Pequim, Seul, Banguecoque, Hanói, Xangai e Jacarta.
“Queremos contar com estes leitores, e, por via deles, estreitar, no futuro, também as ligações às universidades de onde provêm e a outros agentes de promoção do Português nesses países”, explicou.
Para João Neves é fundamental “convocar estes saberes que estão disseminados por estes países na região (…) para projectos em conjunto que cumpram objectivos comuns, por exemplo, de elaboração de materiais para as novas plataformas tecnológicas ou para os fins específicos que estão na base da procura do Português na região”.
A estes oito leitores, que integram a rede do Camões I.P., João Neves acrescentou os 11 docentes do IPOR (e a colaboração de professores de escolas oficiais de Macau e de universidades locais), referindo tratar-se de um núcleo de enorme qualidade, “cujas experiências queremos pôr em partilha e potenciar”.

Difícil e em Inglês

Ensinar Português na Ásia nem sempre é tarefa fácil como salientou Pedro Sebastião, destacado na Universidade de Hanói, onde a licenciatura de Português “é recente e tem a nota mais baixa para entrada na universidade”.
Apesar dos 200 alunos, Pedro Sebastião, que é acompanhado por seis professores vietnamitas, reconhece um interesse económico no Português já que o Brasil, Angola ou Moçambique possuem embaixadas no Vietname e pretende encontrar estratégias que motivem alunos “pouco trabalhadores” e com “receio de enfrentarem dificuldades”.
Em Jacarta, a João Soares faltam professores já que, sendo o único, tem entre cem a 150 alunos por semestre, mas vinca que “há um grande potencial de crescimento” num país onde a grande dificuldade é colocar em prática o que se aprende na aula.
Por outro lado, acrescentou, a estratégia de divulgação “teria a ganhar” se, pelo menos no nível de iniciação, os manuais estivessem em Inglês, a primeira língua de contacto entre professor e aluno.
Com maior implantação, o ensino do Português em Goa continua em desenvolvimento e tem anualmente cerca de 1500 alunos a aprender, dos quais 200 na universidade e 700 nas escolas secundárias.
Apesar do número de professores ser superior a 25, Delfim Correia da Silva salienta que encontros como o de Macau e a partilha de experiências entre os docentes de vários países “são fundamentais para o desenvolvimento da língua” e para que os professores trabalhem de frente e não de costas voltadas.

11 Set 2015

Transmac | Novo contrato entra em vigor em Janeiro

A Transmac admite que o seu novo contrato de concessão entre em vigor já a 1 de Janeiro do próximo ano e Kent Lei, da empresa, garante que as negociações estão a chegar a bom porto

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]vice-director de operações da Transmac, Kent Lei, admitiu que o novo contrato de concessão da empresa para o fornecimento de serviços públicos de transporte entre em vigor a 1 de Janeiro de 2016. Este é o novo contrato que vem substituir um considerado ilegal pelo Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) e que a Transmac não quer alterar.
Depois de esta semana o Governo ter indicado que a TCM já assinará o novo contrato, mas que a Transmac ainda não tinha concordado com a situação, o representante da empresa vem agora dizer que o consenso está perto de se alcançar.
“Concordamos com a estrutura geral do contrato, estamos a negociar activamente os detalhes mais técnicos e esperamos ter o contrato em vigor no dia 1 de Janeiro do próximo ano, uma vez que o progresso está a ser positivo”, começou por dizer.
Numa intervenção do programa Macau Talk, o responsável acrescentou que a Transmac está ainda em negociações com o Governo, mas que estas estão a ser frutíferas. Lei afirmou ainda que a empresa quer acelerar o andamento das negociações com o Governo para fechar o novo contrato de concessão dos serviços de transportes públicos colectivos. “Estamos a realizar reuniões de duas em duas semanas, o objectivo é renovar o contrato original, mantendo os direitos e deveres”, acrescentou. O responsável não adianta valores nem diz o que está a atrasar as negociações, porque afirma não ser adequado falar mais do assunto para “evitar colocar demasiada pressão ao Governo”.

O CCAC de todos os males

No entanto, deixa claro que a situação da Transmac é bem diferente das restantes empresas de transportes públicos. “As três operadoras são diferentes: uma foi criada há pouco tempo, outra opera apenas uma secção. Mas nós temos duas secções a nosso cargo e a manutenção do enquadramento jurídico até aqui empregue será benéfica para ambas as partes”, notou Kent Lei.
Recorde-se que os novos contratos com as operadoras dos transportes públicos surgem na sequência de um relatório do CCAC que, em 2013, apontou anomalias ao modo como foram estabelecidos os acordos entre o Governo e as concessionárias.
A Sociedade de Transportes Colectivos de Macau (TCM) já chegou a um entendimento com o Governo e, no início da semana, foi emitida uma ordem executiva para ser celebrado um novo acordo. A Nova Era, que sucedeu à antiga Reolian em Julho do ano passado, negociou condições diferentes dos contratos de aquisição de serviços, considerados irregulares pelo CCAC. A vice-directora executiva da TCM, Leong Mei Ieng, que esteve também presente no programa, disse concordar com as cláusulas do novo contrato, mas a data de assinatura será ainda anunciada pelo Governo.
Sobre o impasse nas negociações dos novos contratos de concessão dos serviços, o vice-administrador delegado da Nova Era, Kwok Tong Cheong, considera errado comparar, directamente, o novo contrato da Nova Era com os antigos. “Creio que o Governo está a tentar que as três empresas tenham um novo contrato. Nós somos a única empresa que se preparou para as novas condições. Não passámos de um contrato antigo para um novo”, sublinhou o responsável da empresa. Kwok passou, a partir do momento em que fechou o contrato de operação, a receber um subsídio de 17 milhões de patacas por mês.

Nova Era pede carreiras “expresso”. Outros querem mais recursos humanos

A empresa de autocarros Nova Era sugeriu, no programa Macau Talk de ontem, a criação de carreiras expresso, tendo enviado a mesma sugestão para a  Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT). “Estamos a tentar criar carreiras ‘expresso’. Isto vai ajudar a transferir alguns passageiros das rotas mais concorridas. A proposta está na DSAT e vamos tentar falar com eles”, defendeu Kwok Tong Cheong, vice-administrador delegado da empresa. “Claro que o Governo tem um ponto de vista diferente, mas vamos tentar fazer com que as coisas resultem”, afirmou.
Depois de um ouvinte do programa se ter queixado da dificuldade em apanhar autocarros na zonas norte e de Seac Pai Van, o vice-administrador respondeu que o plano da Nova Era passa pela disponibilização de carreiras com menos paragens, de forma a cumprir metas de tempo mais curtas para percursos mais longos. Kwok acredita ainda que o serviço deverá ainda “ajudar” a aumentar o grau de satisfação dos passageiros. “Caso a DSAT dê luz verde ao projecto, podemos começar a circular dentro de dois ou três meses. Macau, Taipa e Coloane devem ser abrangidos pelas novas carreiras especiais”, informou.
Outro ouvinte, que declarou ser condutor de autocarros, disse que já se queixou quanto ao comportamento dos passageiros, os quais também já chamou várias vezes a atenção, considerando que é alvo de injustiças. Na resposta, o responsável da Transmac, Kent Lei, afirmou que o maior problema da empresa é a falta de recursos humanos. Por isso mesmo disse esperar atrair mais pessoas para este mercado, mas frisou que a contratação de TNR está fora de questão. Leong Mei Ieng, da TCM, considera que para atrair trabalhadores jovens se deve primeiro mudar a imagem dos cidadãos para os condutores. Os dirigentes de todas as três empresas concordam com o corredor exclusivo para transportes públicos entre a Barra e a Bacia sul do Patane. Como justificação, dizem que os autocarros andam a baixas velocidades e só a fluência nas estradas consegue atrair futuros passageiros.

10 Set 2015

Depressão | Professor da UM estuda tratamento que pode levar a remissão total

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma equipa liderada pelo professor Xiang Yutao, da Universidade de Macau (UM), conseguiu encontrar um tratamento para a depressão que poderá levar à remissão total da doença. De acordo com um comunicado da universidade, o académico – que ensina na Faculdade de Ciências da Saúde e que trabalhou em conjunto com o Centro Nacional de Investigação Clínica de Doenças Mentais – baseia-se num método de tratamento que mede o estado dos doentes de forma regular.
“O conceito de measurement-based care (MBC ou cuidados baseados na medição, na tradução literal) tem ganho atenção no tratamento da depressão porque permite aos psiquiatras tomar decisões com base em cada indivíduo, consoante as mudanças detectadas na psicopatologia e na tolerância aos anti-depressivos”, começa por indicar o comunicado da UM. um_UM
A equipa de Xiang Yutao “descobriu” que o MBC é mais efectivo do que os tratamentos normais na melhoria dos sintomas de depressão em pacientes com altos níveis da doença e também em atingir a remissão total clínica da desordem. No estudo, conduzido em 120 pacientes com depressão moderada a severa, a equipa tratou os doentes de forma aleatória com o sistema MBC ou com o tratamento padrão, chegando à conclusão que o tratamento com MBC era mais eficaz.
“Os resultados do estudo mostram que mais pacientes tratados com MBC conseguiram melhorias – 86,9% VS os 62,7% do tratamento padrão – e remissão da doença – 73,8% VS 28,8%. Da mesma forma, o tempo de resposta e remissão foram mais curtos com o MBC.”
Xiang Yutao foca-se na investigação aos transtornos de humor e comportamento e psicofarmácia.

10 Set 2015

Mortalidade Infantil | Taxa desce 53% desde 1990. China diminui em 80%

A China conseguiu diminuir em 80% os números da taxa de mortalidade infantil, ainda que continue na lista de países onde mais crianças morrem. Os números constam do último relatório da UNICEF, que mostra que não foi atingido o objectivo planeado anteriormente, mas que, ainda assim, se salvaram mais de 40 milhões de crianças

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap]o último relatório da UNICEF sobre a taxa de mortalidade infantil e é animador: os números de crianças que morreram com menos de cinco anos baixaram em 53% desde 1990. O documento traz um sabor agridoce para a China – o continente encontra-se entre os países em que mais crianças pereceram só este ano, ainda que mostre estar muito melhor desde os anos 1990.
O relatório – intitulado “Promise Renewed: 2015 Progress Report” – indica que a China está ao nível de Angola e da Etiópia e acima da Indonésia no que diz respeito à percentagem de crianças falecidas antes dos cinco anos em todo o mundo. A China ocupa os 3%, com cerca de 182 mil falecimentos só em 2015, como consta no relatório.
Combinando com valores anteriores, pode, no entanto, ver-se que a China ocupa o 130º lugar na lista de países com a mais alta taxa de mortalidade, tendo assistido a um declínio de 80% nas mortes infantis de 1990 para cá. Nesse ano, havia 54 mortes por cada mil nascimentos, tendo este número diminuído para 37 em 2000 e para 11 este ano. A taxa de redução ano a ano atinge os 6,5%.

Números redondos

As taxas analisadas no relatório da UNICEF pelo HM mostram que se contabilizaram no continente mais de um milhão e meio de mortes em 1990, um número que nem chegou aos 200 mil em 2015. A morte ao nascer, por exemplo, chegou às 30 crianças por cada mil em 1990 – este número é de seis por cada mil este ano.
Os números não incluem, contudo, Macau ou Hong Kong. Na página dos Serviços de Saúde (SS) do território, só é possível ver a taxa de mortalidade infantil até 2013, uma vez que o sistema não está actualizado. Aqui, consta-se ainda que a taxa de mortalidade infantil contabiliza apenas crianças que morrem antes do primeiro ano de vida. crianças chinesas
Os dados – apenas em percentagem – mostram que – em 2009 – 2,9% das crianças morreram (por cada mil), um número quase idêntico aos da China. Nos anos seguintes – 2010, 2011, 2012 – a taxa manteve-se igual. Em 2013, desceu para 2%. Dos dados não constam os números do ano passado ou deste.

Estimativas que doem

Portugal integra um grupo de 14 países que apresenta o terceiro melhor indicador de taxa de mortalidade abaixo dos cinco anos, juntamente com a França, Alemanha, Holanda ou Espanha. Desde 1990, a taxa de mortalidade infantil reduziu-se em 76%.
Em termos globais, a taxa de mortalidade infantil no mundo desceu para metade em 25 anos – o número de mortes de menores de cinco anos diminuiu de 12,7 milhões em 1990, para 5,9 milhões em 2015. Este é ainda o primeiro ano em que o total se irá situar abaixo do patamar dos seis milhões, ainda que as novas estimativas que constam do relatório publicado pela UNICEF indicam que “apesar de os progressos globais terem sido substanciais, continua a registar-se por dia a morte de 16 mil crianças menores de cinco anos”.
A UNICEF estima que, em 2015, morrerão em todo o mundo 5,9 milhões de crianças com menos de cinco anos. A maioria por causas que poderiam ser evitadas. Problemas de saúde e malnutrição são as principais barreiras para manter os mais pequenos vivos, bem como a falta de acesso a cuidados de saúde comuns, como vacinas ou até hospitais bem equipados.
O relatório mostra ainda que a meta fixada há 15 anos não foi atingida, já que o objectivo de Desenvolvimento do Milénio era uma redução em dois terços. Ainda assim, desde 2000 que as vidas de 48 milhões de crianças foram salvas.

10 Set 2015

Idosos | Deputado denuncia excesso de prescrição de medicamentos

A prescrição de medicamentos para doentes idosos crónicos está a inquietar Si Ka Lon. O deputado queixa-se de que medicar para vários meses de uma só vez acontece devido à falta de profissionais

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Si Ka Lon escreve, numa interpelação escrita, que há idosos a quem são passadas receitas médicas para meses de tratamento, algo que o deputado considera ser uma forma de evitar a repetição de consultas, devido à pressão dos recursos humanos da saúde.
Si Ka Lon aponta que existem vários idosos que têm doenças crónicas e que se queixaram que os médicos do hospital e centros de saúde públicos lhes dão sempre medicamentos para vários meses de uma só vez, algo que os idosos não consideram favorável para a sua saúde. Já o deputado considera que este comportamento não traz qualquer alteração na situação da saúde e quer saber, isso sim, se o Governo já tem números no que aos profissionais de saúde que precisam de formação diz respeito.
Si Ka Lon relembra que, na proposta do Plano Decenal de Acção para o Desenvolvimento dos Serviços de Apoio a Idosos 2016 – 2025, implementada pelo Instituto de Acção Social (IAS), foi mencionado que vai existir a formação de profissionais de saúde para o sector geriátrico, contudo o deputado considera que o plano não apresenta metas concretas para a formação destes profissionais.
“O Governo avaliou a situação actual e a real necessidade dos recursos humanos na saúde? Quando é que pode implementar metas e uma proposta de execução mais concreta?”

Austeridade?

O deputado referiu ainda que o montante da pensão de idosos foi aumentado várias vezes nos últimos anos, o que o leva a questionar se o capital investido no Fundo de Segurança Social (FSS) pelo Governo pode vir a ser  influenciado pela situação da queda das receitas do Jogo. Si Ka Lon considera que é ainda mais urgente agora aumentar o montante das contribuições para o FSS e questiona o Executivo sobre por que é que este determinou o ajustamento deste regime apenas em 2018 e não brevemente.

9 Set 2015

Papa Francisco | Às portas da estreia do filme na Ásia, religiosos elogiam “coração simples”

De uma espontaneidade inconfundível e carregado de bom humor são algumas das características atribuídas ao Papa Francisco por religiosos locais. Com dois anos de pontificado e um filme sobre si a estrear este mês, o Papa Francisco trouxe mudanças que outros papas nunca conseguiram. O segredo é a sua simplicidade, defendem devotos

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]último tweet assinado pelo próprio Papa Francisco diz: “Que todas as paróquias ou comunidades religiosas na Europa recebam uma família de refugiados”. Com direito a ‘hashtags’, os perfis da rede social Twitter do Papa existem em quase todas as línguas.
Jorge Bergoglio, ou Papa Francisco, é já considerado o Papa mais social de toda a história dos Sumo Pontífices. Mas este foi apenas um dos seus muitos momentos que causaram estranheza e surpresa na sociedade mundial. Sem passar indiferente a ninguém, religiosos ou não, Bergoglio conseguiu o que “muitos outros Papas não conseguiram”, como defende a directora do Centro do Bom Pastor, Juliana Devoy.
Foi em Março de 2013, depois do segundo dia de conclave, que, pelo fumo branco, se anunciou a nomeação de um novo Papa, lugar deixado em aberto por Bento XVI, ou Joseph Ratzinger, por questões de saúde.
Bergoglio tornou-se assim o primeiro jesuíta a ser eleito Papa, assim como o primeiro originário do continente americano, tornando-se assim o primeiro Papa não europeu em mais de 1200 anos. Pela primeira vez foi também feita a escolha do nome Francisco. Bergoglio explicou que a escolha se baseou em Francisco de Assis, padroeiro de Itália e fundador da família franciscana, pela sua simplicidade e dedicação aos pobres.
“Foi a escolha do Espírito Santo e o Espírito Santo escolhe sempre a pessoa mais apropriada para o momento”, começa por explicar o Padre José Mario Mandía ao HM, quando questionado se, de facto, este Papa terá sido a melhor escolha para a Igreja Católica.

Um caminho diferente

Pouco depois da nomeação, Francisco começou a surpreender a sociedade, crentes e não crentes, a começar pela abdicação de toda a ostentação que durante anos caracterizou o Vaticano e seus representantes. Vestes simples, sem ouro, sem tecidos caros, e uma cadeira modesta foram algumas das medidas logo impostas pelo novo Chefe do Estado do Vaticano. Também os carros com tejadilho e vidros à prova de bala foram dispensados e muitos foram os passeios dados por Francisco. Uma tentativa de levar uma “vida normal” marcada pelos seus hábitos e momentos rotineiros era o que o novo Papa defendia.
“Gosto imenso dele. Muita gente gosta dele, o seu jeito simples conquistou, ele não finge ser, ele é e isso não se consegue esconder”, defende a irmã Juliana Devoy.
As acções simples e caridosas mantiveram-se. E agora, dois anos e meio de pontificado, a colecção já vai longa. No início deste ano morreu Willy Herteller, um sem-abrigo que vivia há 25 anos no Vaticano e que muito se dedicava à propagação da religião. Em sua memória, o Vaticano – o Papa – decidiu que Willy deveria ser sepultado no cemitério reservado para os membros da Santa Sé, o Campo Santo Teutónico, localizado, claro, junto da Basílica de São Pedro.
A porta do Vaticano foi também aberta para os transexuais e homossexuais. Depois de receber uma carta de Diego Lejárraga, um devoto espanhol que se viu muitas vezes rejeitado pela própria paróquia da sua cidade natal, Francisco decidiu receber o transexual, acompanhado pela sua namorada, no próprio Vaticano. “Claro que és filho da igreja”, foram as palavras do Papa para com o jovem. Segundo o jornal El Mundo, foi o próprio Papa que ligou a Diego depois de ter lido a sua carta, passando-lhe a mensagem que estava a par da sua situação e a convidá-lo então para a visita.
Em 2013, depois de visitar o Brasil, o Papa Francisco, durante a viagem de avião, explicou aos jornalistas presentes que não seria ele que iria julgar os homossexuais. “Se uma pessoa é homossexual e procura Jesus, e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? O catecismo diz que não se deve marginalizar essas pessoas por isso. Elas devem ser integradas à sociedade. O problema não é ter esta tendência. Devemos ser irmãos”, disse.

Muito de muita coisa

Ainda dentro dos assuntos polémicos, Francisco tomou uma posição firme quanto à questão da pedofilia que envolveu vários membros da igreja católica. “Corresponde aos Bispos diocesanos e aos superiores maiores a tarefa de verificar que nas paróquias e nas outras instituições da Igreja se garante a segurança das crianças e dos adultos vulneráveis”, apontou numa mensagem enviada aos bispos de todos os países, frisando que “não existe qualquer espaço no sacerdócio para pessoas que abusam de menores”.
No mesmo documento, Bergoglio explicava que depois de vários encontros com as vítimas, a emoção foi incontrolável. “Esta experiência reafirmou a minha convicção de que devemos fazer tudo o que for possível para livrar a Igreja do flagelo do abuso sexual de menores e abrir caminhos para a reconciliação e cura dos que foram abusados”, defendeu.
Os jovens e as mulheres têm sido também uma grande área de dedicação do Chefe do Estado do Vaticano que muita preocupação tem mostrado para com os mais carenciados. “As mulheres são a coisa mais bela que Deus fez”, afirmou ao jornal italiano Il Messagero, referindo-se ao papel necessário da mulher na Igreja.
No início deste mês, o Papa Francisco chocou quando ofereceu o perdão às mulheres que abortaram e aos presos que “tomaram consciência da injustiça cometida”. Rasgando uma postura sempre defendida pela Igreja – a de rejeição do aborto – Francisco vem atribuir agora o perdão a todas as mulheres que abortaram, indicando que todos os padres católicos o deverão fazer.
“Ele não está a dizer que a Igreja passa a aceitar ou que pode ser feito, o que está a fazer é a perdoar. Porque todos nós erramos. O Vaticano, a Igreja, os seus membros também erram. Somos humanos e é isso que este Papa não esconde, é isso que ele mostra ser: humano”, defende Juliana Devoy.

Um Papa diferente

Questionada sobre o rumo diferente que Francisco trouxe à Igreja e à própria religião, Juliana Devoy não tem dúvidas. “Ele é totalmente diferente de outros Papas. Claro que cada um tem a sua personalidade e, por isso, todos tiveram o seu próprio estilo, mas eu gosto deste. O Papa [Francisco] tem um estilo diferente, algo muito próprio. Acho que ele sabe muito bem como comunicar com as pessoas, acho que ele é altamente verdadeiro e focado nos objectivos, por isso, diz coisas que muitas pessoas não diriam em voz alta. Ele não se importa, porque ele não está a fingir ser qualquer coisa, ele é íntegro, assume os seus defeitos, e da Igreja, e quer resolvê-los”, argumentou.
Para o Padre José Mario Mandía, talvez a mudança mais forte seja a capacidade que o Papa tem em mostrar como colocar a teoria em prática. “Ele é o próprio exemplo, um modelo, ele cumpre aquilo que diz. A doutrina é passada por acções que se tornam exemplos para qualquer pessoa”, defendeu.
Pegando no exemplo dos refugiados, sendo que esta semana o Papa pediu que todas as paróquias da Europa recebam pelo menos duas famílias de refugiados tal como o Vaticano vai fazer, o Padre José Mario Mandía mostra a postura de exemplo que este Papa pretende ser.
“Se todas as paróquias católicas em Espanha, Itália, Alemanha e França responderem à sua sugestão e receberem estas famílias, isto poderá significar que mais de 75 mil famílias encontrem um lar na Europa”, frisa.
Na terça-feira passada, o Papa decidiu reformular o procedimento da própria igreja na anulação dos matrimónios, tornando-o mais rápido e simples. Agora, segundo um “motu proprio”, uma carta papal, uma sentença será suficiente para anular o casamento, ao contrário do que acontecia anteriormente, em que eram necessárias duas sentenças. Todo o processo será ainda, decidiu Francisco, grátis.
“O conselho aos casais que ele deu [foi] ‘ganhem o hábito de dizer estas três palavras, Por favor, Obrigada, Desculpa’”, relembrou o também director do jornal O Clarim.
Para o padre, o Papa Francisco não veio mudar a doutrina da Igreja em nada, mas veio, sim, “mostrar em acções concretas o que significa colocá-la em prática”.

Um bom tipo

Numa entrevista ao jornal argentino Voz del Pueblo, o Papa Francisco reforçou o seu jeito simples e bem-humorado. “Quero ser lembrado como um bom tipo”, foi a resposta quando questionado sobre a imagem que quer deixar no fim do seu papado. Assumindo-se como alguém que pouco segue o protocolo, Francisco diz-se um cobarde quanto sente dores físicas. O “indisciplinado”, como o tratam no Vaticano, tem saudades de ir comer pizza à rua, mas mais que isso, sente falta dos seus passeios lá fora.
“Quando era cardeal adorava caminhar pela rua, andar de autocarro e de metro. A cidade encanta-me, sou citadino de alma (…) Não conseguiria viver no campo”, admite.
Antes de dormir, lê São Silvano do Monte Athos, que considera ser “um grande mestre espiritual”. No fim do papado, apenas quer ser recordado como “um bom tipo que tentou fazer o bem. Não tenho outra pretensão”, argumentou na entrevista, citada pelo Observador.
Numa das suas viagens, durante este ano, sobre a sua morte, Francisco terá dito “dois ou três anos e depois vou ter com o Senhor”. Uma previsão que pouco agrada aos seus seguidores que consideram que ainda “muito há a fazer”.
“Bergoglio, o Papa Francisco” ou “Papa Francisco: A História do Papa Francisco”, um filme de 2015, estreou no passado Julho na Argentina e estreia já este mês nos cinemas na Europa e na Ásia, com data marcada para 30 de Setembro nos cinemas das Filipinas.

9 Set 2015

IPM | Estudantes locais acusados de serem “estúpidos” por aluno do continente

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m estudante do Instituto Politécnico de Macau (IPM), proveniente do interior da China, terá criticado, através das redes sociais, os estudantes locais por estes não terem um nível considerado alto de conhecimento de Mandarim.  
Na página do Facebook “New UM Secrets” foi publicado, no sábado passado, um artigo escrito em Chinês simplificado, que relatava uma situação numa aula em que um professor explicava em Mandarim um termo profissional da língua inglesa, tendo sido pedido pelos estudantes locais a explicação em Cantonês ou em Inglês por estes não entenderem Mandarim.
O autor do artigo acusou os estudantes de Macau de serem “estúpidos” e “terem um nível baixo [de conhecimento] da língua”.
“No nosso lado (interior da China), quem fala Cantonês é quem não tem nenhuma educação, nem tem nenhum conhecimento. Vocês (estudantes de Macau) podem manter o vosso idioma até ao fim da vida, mas serão sempre  estúpidos”, podia ler-se no artigo publicado nas redes sociais.
O autor criticou ainda que o IPM só consiga a classificação de universidade de quatro estrelas devido à inclusão dos estudantes da China continental. É a presença deles que aumenta a qualidade da instituição, diz. “Caso contrário, vocês não passavam de uma instituição não reconhecida”, escreveu o autor.
Em resposta, Bill Chou, ex-professor da Ciência Política da UM, também na mesma rede social, deu a sua opinião defendendo que se deve “respeitar a hospitalidade daqueles que nos recebem”. Este tipo de postura arrogante e de superioridade não deve ser uma postura nos tempos que correm, frisou o académico.
O autor do artigo ainda está por identificar, sendo que se aponta para um aluno que frequenta as aulas no IPM, devido ao uso do discurso directo.
 

9 Set 2015

Turismo | Sugeridas medidas para atrair classes média e alta

A líder do grupo Energia Cívica, Agnes Lam, acha que o Governo não se pode esquecer do problema da capacidade turística que Macau tem, mas sugere o incentivo ao turismo das classes média e alta oriundas do continente e de Hong Kong

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]presidente do colectivo Energia Cívica, Agnes Lam, pede que o incentivo à vinda das excursões seja substituído, começando por se traçar um plano de incentivo ao turismo das classes média e alta do continente e de Hong Kong. A também professora pede ao Governo para gerir a situação do decréscimo no número de entradas no território, não a considerando, contudo, preocupante.
Segundo dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o número de turistas, de Janeiro a Julho passados, diminuiu 3,8% comparado com o período homólogo do ano de 2014. O Chefe do Executivo, Chui Sai On, e a directora da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, já vieram na semana passada anunciar a implementação de medidas activas para recuperar deste número reduzido de turistas. Tal terá em conta planos de promoção de agências de viagem, hotéis e companhias aéreas.
No entanto, segundo o Jornal do Cidadão, Agnes Lam, também professora de Comunicação da Universidade de Macau (UM), discorda desta necessidade de recuperar números.
“A recessão económica não foi causada pela diminuição de visitantes, mas sim pelas medidas de combate à corrupção do interior da China e a sua influência nos negócios das salas VIP”, começou Lam por dizer. “O que aconteceu é que as receitas de Jogo ficaram abaixo da linha inicialmente prevista, altura em que o Governo começou a entrar em pânico e se esqueceu de que a implementação de certas medidas pode culminar em conflitos de políticas”, defendeu.

Que limites?

A académica acrescentou que, nos últimos anos, o número de visitantes tem vindo a aumentar exponencialmente e as ruas estão sempre cheias, pelo que urge o Governo a repensar a questão da capacidade turística da cidade.
“Na verdade, a redução de turistas não foi significativa, apenas de 3,8%, e segundo o sector turístico, a diminuição mais visível teve lugar na área das excursões, incluindo as de Hong Kong”, explicou Agnes Lam.
A líder do grupo acrescentou ainda que estes colectivos apenas vêm ao território para comprar “lembranças e bolachas” e “nem sequer passar a noite”, pelo que acredita não ser o tipo de turista a atrair em primeiro lugar. “Estes turistas não ajudam à mudança ou à diversificação do sector de turismo”, colmatou.
Agnes Lam defendeu ainda que seria frutífero investir na atracção de turistas das classes médias e altas do interior da China e de Hong Kong, como forma de desenvolver o turismo de alta qualidade, tal como o Governo havia anunciado recentemente.

Turismo | DST quer receber mais visitantes de Taiwan


A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) quer ter em Macau mais turistas oriundos de Taiwan. A ideia foi transmitida durante uma visita de um grupo de trabalho de Taiwan à RAEM e a Zhuhai, que teve como objectivo promover a realização de viagens em pacote multidestinos, abarcando as duas regiões vizinhas. “O objectivo da visita é impulsionar o turismo regional e atrair mais visitantes de Taiwan a fazerem roteiros multidestinos, beneficiando a construção de um Centro Mundial de Turismo e Lazer”, escreve a DST em comunicado. O grupo, acolhido na região entre os dias 4 e 7 deste mês, compreendia 40 responsáveis de agências de viagens e meios de comunicação de Taiwan. Além de visitar uma série de instalações da região, o colectivo teve ainda oportunidade para visitar o Centro Histórico, a vila velha da Taipa, uma exposição de arte e assistir ao concurso de fogo de artifício. Esta viagem surgiu na sequência da assinatura do Acordo entre o interior da China e Macau sobre a Criação de uma Comissão Conjunta de Trabalhos para Impulsionar a Construção de Macau num Centro Mundial de Turismo e Lazer, que permitiu a criação de uma Comissão de Trabalho especializada em lidar com estes assuntos.

9 Set 2015

Águas | Inaugurada estação de Tratamento. Planeada outra para Seac Vai Pan

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (SAAM) garante que a Fase III da Estação de Tratamento de Água do Reservatório Principal tem capacidade para satisfazer a necessidade de fornecimento para os próximos cinco anos. A construção da outra estação em Seac Pai Van tem conclusão prevista para 2019, mas ainda é preciso aguardar pela avaliação do Governo.
Na cerimónia da inauguração de ontem, a directora executiva da SAAM, Kuan Sio Peng, afirmou que a obra da estação foi concluída depois da resolução de uma série de problemas, incluindo 12 suspensões da produção de engenharia para a execução das obras. Apesar de tal não ter afectado o abastecimento de água, obrigou ao investimento de 120 milhões de patacas.
“O funcionamento oficial da Fase III da Estação de Tratamento de Água do Reservatório Principal simboliza a conclusão de todas obras de expansão da estação”, começou por referir. “A sua capacidade atinge os 390 mil metros cúbicos, que satisfaz a necessidade do abastecimento de água em Macau para os próximos cinco anos” afirmou a directora executiva.
No entanto, a construção desta infra-estrutura não se fica por aqui. Kuan Sio Peng afirmou que já apresentou pedido ao Governo para a criação da Estação de Tratamento de Água em Seac Pai Van, cujo design está em andamento, e poderá aumentar, em 200 mil metros cúbicos, a capacidade do fornecimento de água em Macau, prevendo que a obra poderá ficar concluída em 2019.
No entanto, a directora da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), Susana Wong, também esteve presente e afirmou que o pedido está a ser analisado.
“Uma vez que esta estação envolve um grande investimento é necessário analisar a proposta da construção. Ainda não há um calendário para a conclusão da análise, mas tentaremos fazer mais rápido possível” disse, concordando com a necessidade da construção da estação de tratamento em Seac Pai Van.

Água sem problemas

Depois de uma visita à estação de tratamento de água da SAAM, o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, afirmou que a água “não tem nenhum problema”, e todos os cidadãos podem consumi-la com confiança. 

Pac On pode abrir em meados de 2016

O terminal marítimo do Pac On poderá abrir em meados de 2016, confirmou ontem Susana Wong à TDM. Em declarações reproduzidas pela rádio, a directora dos Serviços dos Assuntos Marítimos e da Água disse que, “se tudo correr bem”, o Gabinete para o Desenvolvimento das Infra-Estruturas vai entregar a estrutura principal do novo terminal à DSAMA no final deste ano, sendo que após “seis meses” poderá estar tudo operacional. O terminal tem sido alvo de sucessivos atrasos.

9 Set 2015

Casamentos falsos | Pedida investigação e revisão da lei

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação de Mútuo Auxílio dos Operários de Macau e a Macau Civil Power afirmaram que existem pessoas a oferecer casamentos falsos para ganhar lucros. A Direcção dos Serviços de Identificação (DSI) já tem um mecanismo para perceber os casos, cooperando com o interior da China. Segundo os dados da Polícia Judiciária (PJ), de Janeiro a Julho deste ano foram 112 os casos de casamento falso, enquanto em todo o ano passado foram apenas 43 os casos registados.
Ao Jornal Exmoo, as duas associações apontaram que existem pessoas que questionam os residentes homens de meia idade no Jardim Iao Hon e Jardim Triangular sobre se são solteiros e dizem que, se ajudarem as mulheres do interior da China a casar – ainda que de forma falsa – em Macau, podem ganhar entre 60 a cem mil patacas.
Acrescentaram ainda que, quando os residentes de Macau e os seus cônjuges da China continental mudam de residência quatro anos depois do casamento, podem pedir ao organismo competente do interior da China a residência em Macau, ganhando BIR e as regalias do território. As associações pedem, por isso, ao Governo uma investigação profunda e a revisão da lei para impedir as ilegalidades.  
O Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, afirmou também em Abril que muitas mulheres de diferentes regiões da China continental têm vontade de casar com residentes de Macau apenas para ter BIR e ganhar as regalias do Governo.

9 Set 2015

Pedras gigantes superam Stonehenge e podem ser descoberta sem precedentes

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]rqueólogos acreditam que cerca de uma centena de monolitos descobertos a poucos quilómetros do misterioso monumento arqueológico de Stonehenge poderão ser a maior estrutura neolítica da Grã-Bretanha.
As pedras de 4,5 mil anos, algumas com mais de 4 metros de altura, estão enterradas a cerca de um metro de profundidade e foram identificadas com o uso de um radar no «Super-henge» de Durrington Walls, um enorme círculo de pedras, muito maior do que Stonehenge, na mesma região do monumento.
O monumento, que terá 1,5 km de circunferência e 500 m de diâmetro, é de uma «escala extraordinária» e único, de acordo com os pesquisadores. A área de Durrington Walls terá cinco vezes o tamanho de Stonehenge.
O grupo de cientistas do Stonehenge Hidden Landscapes está a trabalhar num mapa subterrâneo da área há cinco anos.
O novo monumento situa-se a apenas três quilómetros de Stonehenge e acredita-se que era um lugar destinado à realização de rituais.
As pedras foram erguidas ao lado de uma vala circular de cerca de 20 m de diâmetro.
Os cientistas descobriram que as pedras ficavam de pé, no que poderia ser um monumento mais impressionante do que o outro. stonehenge
«Pensamos que não há nada como isto no mundo», disse o investigador que liderou o grupo, Vince Gaffney, da Universidade de Bradford.
«Isto é completamente novo e a escala é extraordinária», sublinhou.
O uso de radar permitiu mapear estrutura sem fazer escavações.
A presença do que parecem ser pedras, cercando o local de um dos maiores estabelecimentos neolíticos da Europa, acrescenta um novo capítulo à história de Stonehenge.
As descobertas estão a ser anunciadas no primeiro dia do Festival de Ciência Britânico, na Universidade de Bradford.

9 Set 2015

GPDP | Queixas aumentam. Organismo precisa de mais pessoal

Já foi publicado o novo relatório do GPDP e os dados são claros: as queixas de infracções no tratamento de dados pessoais aumentaram substancialmente e são precisos mais funcionários para dar conta do recado

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m 2014, o Gabinete para a Protecção dos Dados Pessoais (GPDP) abriu 194 processos de investigação, número que aumentou 37,6% face ao ano anterior e a maioria diz respeito a casos de falta de legitimidade do tratamento destes dados. De acordo com o mais recente relatório do GPDP, 74,2% dos casos chegaram às mãos do Gabinete através dos próprios titulares da informação, sendo que a grande maioria dos casos remete para entidades privadas e não públicas.
“Incluem principalmente as entidades dos sectores do Jogo e do comércio por grosso e retalho enquanto as entidades dos serviços pessoais e do sector de telecomunicações ocuparam o segundo lugar”, escreve a entidade no relatório do ano passado.
Também no ano passado foram concluídos 143 casos, tendo sido aplicadas sanções a entidades em 16,8% dos processos de investigação. Em termos de trabalho jurídico, o mesmo relatório indica que foram tratados 59 pedidos de parecer, 45 de autorização e 608 notificações de tratamento de dados pessoais.

Mais pessoal

Em comunicado, o GPDP refere que o Coordenador, Vasco Fong, acredita haver “enormes desafios para as autoridades”. No mesmo documento, o Gabinete mostra necessidade de aumentar o volume de recursos humanos.
“[O GPDP] espera reforçar os recursos do Serviço, incluindo o nível técnico e o estatuto da instituição, com o objectivo de se aproximar aos padrões internacionais e se dedicar ao estabelecimento de um regime efectivo de protecção de privacidade”, refere o documento.
Para o Coordenador do GPDP, um dos passos mais importantes é o esclarecimento da população relativamente à importância do tratamento dos dados pessoais.
“O GPDP vai promover, gradualmente, divulgação de informações com conteúdo mais profissional, no intuito de consciencializar os cidadãos sobre as noções dos dados pessoais – formar a consciência da população em geral, elevar os seus conhecimentos até um nível suficiente para saber auto proteger os seus dados pessoais”, explica a entidade no relatório.
Além disso, o GPDP tem feito uma série de cursos e participado em workshops e seminários de actualização de temas, incluindo reforço da privacidade em rede global. Também em 2014 o GPDP marcou presença na Conferência Internacional de Autoridades de Protecção de Dados e Privacidade e na Conferência do Grupo de Orientação do Comércio Electrónico da APEC. Para além disso, o GPDP realizou 160 sessões de esclarecimento, cursos de formação, seminários e palestras com a participação de mais de nove mil pessoas. “Através de várias formas de divulgação, o GPDP espera elevar a consciência da população em geral sobre a protecção de dados pessoais”, escrevem.

8 Set 2015

IPM | Alunos de países lusófonos deverão duplicar em 2016

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]presidente do Instituto Politécnico de Macau (IPM) disse ontem que os alunos em intercâmbio dos países lusófonos deverão duplicar para cem no próximo ano lectivo, quando o instituto ganhar espaço nas antigas instalações da Universidade de Macau (UM).
“A falta de espaço é a primeira dificuldade com que nos deparamos na formação de bilingues”, afirmou Lei Heong Iok à agência Lusa, à margem de um seminário que decorre até terça-feira no IPM.
Em Agosto do ano passado, o Governo anunciou que as antigas instalações da UM, localizadas na Taipa, vão ser reservadas para o ensino superior, após terminada a respectiva transferência para a Ilha da Montanha. Várias universidades manifestaram interesse, tendo o Governo atribuído as concessões este ano.
“Felizmente, o Governo cedeu ao IPM cinco edifícios no antigo campus da UM. No próximo ano vamos deslocar para lá o nosso Centro Científico e Pedagógico da Língua Portuguesa e um dos edifícios será para dormitórios. Nessa altura, teremos melhores condições, em particular para os dormitórios”, explicou. IPM
Actualmente, as residências dos estudantes funcionam dentro do IPM, além de outros alojamentos fora do instituto.
Segundo Lei Heong Iok, o número de estudantes de intercâmbio de países lusófonos no IPM passou de cerca de 30 em 2014 para um pouco mais de 40 este ano e a meta é chegar a cem no próximo ano. A maior parte destes alunos vem de Portugal, nomeadamente no âmbito da licenciatura em Tradução e Interpretação Português/Chinês – Chinês/Português, em parceria com o Instituto Politécnico de Leiria.
Este ano, o IPM reforçou a oferta na área com o curso de Relações Comerciais China-Países Lusófonos, uma licenciatura que para Lei Heong Iok “resulta da consciência clara da importância do português no diálogo empresarial entre a China e a lusofonia”.
Também presente no seminário de ontem, o secretário-geral do Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países da Língua portuguesa, Chang Hexi, salientou o aumento da procura de quadros bilingues em Macau, mas também no interior da China, graças ao desenvolvimento das relações económicas e comerciais com o universo lusófono e, em especial, às políticas de Pequim para estimular a internacionalização das empresas chinesas.
“Registou-se, nos últimos anos, um grande aumento de investimento chinês nesses países, pelo que, as empresas chinesas também carecem urgentemente de talentos bilingues”, referiu.
Chang Hexi estimulou ainda os participantes no seminário “a apresentarem propostas para um melhor aproveitamento das vantagens de Macau para o ensino bilingue”.

8 Set 2015

Tabaco | Quase 29 mil pessoas multadas desde 2012

[dropcap style=’circle’]J[/dropcap]á quase 29 mil pessoas foram multadas, desde Janeiro de 2012 até Agosto passado, por fumarem em locais proibidos. Os dados, que chegam dos Serviços de Saúde (SS), apontam para a realização de 874,8 mil inspecções a estabelecimentos. Os cibercafés continuam a ser os locais onde mais pessoas infringem os regulamentos, havendo cerca de mil casos só nestes primeiros seis meses do ano. Os mesmos dados indicam que a esmagadora maioria dos infractores nos casinos era turista e foi detectado num total de 301 inspecções a estes locais. Entre o total de 298 multados, 239 eram estrangeiros, 58 residentes locais e um TNR. tabaco
No que diz respeito ao resto do território, mais de 188 mil destas fiscalizações foram efectuadas este ano, tendo sido registadas 4683 acusações, sendo a maioria dos casos de pessoas a fumar em locais proibidos, outros 27 casos de “ilegalidades nos rótulos dos produtos de tabacos” e outros seis de estabelecimentos que vendiam tabaco de forma igualmente ilegal.
A esmagadora maioria dos infractores apanhados em locais proibidos era do sexo masculino – cerca de 92,7% do total – residente na RAEM, apenas 214 das situações tendo envolvido TNR. As infracções em espaços públicos exteriores como zonas de lazer e parques e centros comerciais ficaram-se pelas 1200 no total. No entanto, as forças policiais tiveram de intervir em 206 do total de casos, desde Janeiro deste ano. Os SS avançam que 78,9% dos multados já efectuaram o pagamento devido.

8 Set 2015

SJM |Coreia pede silêncio à família sobre morte de trabalhador. Resultados da autópsia atrasados

O caso do jovem trabalhador da SJM que morreu na Coreia do Norte ainda não terminou, com a família a não ter acesso aos resultados da autópsia por faltar autorização do MP. De Pyongyang chegam convites para que se mantenham em silêncio

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]jovem trabalhador que morreu na Coreia do Norte, onde trabalhava num casino do grupo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), ainda não foi enterrado e não há ainda resultados da sua autópsia.
No final do Julho, o HM avançou com o caso da morte do trabalhador da SJM, que fora transferido para o Casino Pyongyang, na Coreia do Norte. Sem encontrar grandes explicações para a morte do jovem Lei Weng Fu, de 29 anos, a família não acreditou nas justificações do casino norte-coreano que indicavam suicídio, tendo até a equipa médica do casino em causa avançado que o trabalhador em causa sofria de uma deficiência mental.
Sem quase nada perceber, a família entrou em contacto com a SJM exigindo que o corpo do jovem fosse trazido para Macau – custos da transladação assumidos por Angela Leong – e que aqui fosse feita uma autópsia para perceber a possível causa da morte de Lei.
Mais de um mês decorrido e o desenvolvimento do caso pouco ou nada de novo traz, excepto que a família não teve ainda acesso aos resultados da autópsia e que o funeral ainda não aconteceu. casino pyongyang
“O funeral do meu sobrinho era para ser realizado no início de Agosto, depois de termos conseguido trazer o corpo dele para Macau, mas o casino [da Coreia do Norte] disse que pagava o funeral e nós esperámos”, explicou ao HM Mei Chao, tia do trabalhador, adiantando que esta é apenas uma das razões para que o funeral ainda não tenha acontecido. “O corpo continua no Hospital Conde São Januário”, indicou ao HM.

O preço do silêncio

“Depois da publicação da notícia no jornal português [HM], o advogado do casino contactou-nos e disse que se não falássemos mais sobre o casino que eles nos davam dinheiro para fazermos um funeral melhor, mas já passaram duas semanas e ainda não recebemos nada, não sabemos de nada”, contou a tia da vítima, indicando que a família aceitou não voltar a falar sobre o casino até agora.
Com alguns problemas financeiros, a família mostra-se exausta e cansada de uma situação com contornos pouco normais, não sabendo como agir. Feitas as contas, explica a tia, são necessários mais de 50 mil patacas para todo o processo, dinheiro que a família não tem.

MP mudo e calado

A segunda razão pelo qual o funeral ainda não aconteceu, explica a familiar, deve-se ao silêncio do Ministério Público (MP) de Macau.
No seu direito, a família exigiu que quando o corpo entrasse em território de Macau fosse realizada uma nova autópsia para verificar a veracidade do exame feito pelos médicos norte coreanos. “Sabemos que a autópsia já foi feita, mas nós [família] não temos acesso ao resultado porque ainda não houve um juiz do MP que desse a autorização, é preciso isso para as autoridades nos darem o resultado. Até hoje, continuamos sem saber as causas da morte do meu sobrinho”, explicou.
O exame feito pelas autoridades médicas da Coreia do Norte indicavam que Lei se suicidou, algo em que a família nunca acreditou. As mesmas autoridades indicaram ainda que o trabalhador sofria de uma doença mental, mas, sabe-se agora, que nunca foram realizados quaisquer exames.
“Foi diagnosticada uma doença mental ao meu sobrinho, mas afinal nunca foi feito nenhum exame, essa informação foi apenas espalhada pelos colegas de trabalho, há muitas coisas que não batem certo”, indicou.
As perguntas que foram feitas pela família às autoridades da Coreia do Norte, à SJM e até ao amigo mais próximo do jovem morto nunca foram respondidas. O assunto continua a ser uma incógnita e aquele jovem com apenas 29 anos continua sem ter direito ao seu último adeus, o funeral.

8 Set 2015

Autocarros | Assinatura de novo contrato com a TCM para breve

O Governo anunciou ontem que a assinatura do novo contrato com a TCM – que vem substituir um ilegal – está para muito breve. Criado com base no actual contrato da operadora Nova Era, a TCM terá que mostrar um maior respeito pelo meio ambiente e controlar os seus lucros

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]ntem, em Boletim Oficial, foi publicada uma ordem executiva, assinada por Chui Sai On, Chefe do Executivo, que atribui a Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas, os poderes necessário para representar a RAEM na revisão do novo contrato relativo ao serviço público de transportes colectivos rodoviários de passageiros, entre o Governo e a operadora Sociedade de Transportes Colectivos de Macau (TCM). Este é o contrato que vem substituir o actualmente utilizado pela operadora, considerado ilegal pelo Comissariado contra a Corrupção.
Num comunicado à imprensa, o Governo explica que as negociações com a operadora foram “relativamente satisfatórias”, algo que não acontece com a Transmac.
“Ambas as partes concluíram já as negociações sobre a revisão do contrato, reunindo condições para a celebração da escritura pública relativa à revisão”, indica o comunicado.
O novo contrato irá permitir o “aumento das obrigações contratuais [da TCM] destacando-se, entre outras: a observância ao regime das concessões de serviços públicos, a indexação das receitas à avaliação dos serviços, o maior respeito da frota para com o meio ambiente e o controlo de lucros”.

Descubra as diferenças

O novo mecanismo de exploração é “mais ou menos idêntico ao da Macau Nova Era de Autocarros Públicos, mas há uma ligeira diferença nos contratos das duas companhias face ao ajustamento de direitos e obrigações contratuais no contrato inicial da TCM, como por exemplo, prazo da concessão e limite máximo da assistência financeira”, indica o Governo, explicando que posteriormente serão tornados públicos os pormenores do novo contrato.
Questionada pela Rádio Macau, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) explicou que o novo contrato será assinado “dentro de um curto espaço de tempo”.
Relativamente à outra operadora ainda com contrato antigo, a Transmac, o Governo explica que os “trabalhos estão a ser feitos de forma acelerada e a companhia mostra-se positiva com o processo”. Apesar disso, ainda não foram terminadas as negociações, indicando o Executivo que tal irá acontecer o mais breve possível. As duas operadoras funcionam com um contrato que, aos olhos do Comissariado contra a Corrupção, são ilegais por não darem poder ao Executivo na prestação dos serviços das operadoras.

8 Set 2015

Aves | Oposição à substituição de vivos por congelados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]proposta de acabar com o abate das aves de capoeira e passar a importar directamente aves congeladas não agradou aos grossistas do sector. O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) foi quem apresentou a proposta, mas o sector considera que esta ideia vai destruir a sobrevivência do mercado.
A proposta chegou depois da propagação da gripe das aves, que atingiu a China o ano passado. O IACM considera que a importação de frangos congelados seria melhor para evitar esta doença, mas os comerciantes dizem que as inspecções actuais são suficientes e que não permitem grandes hipóteses de contaminação.
 “Actualmente, as aves vivas não podem ser importadas sem a inspecção, nem são guardados para o dia seguinte caso não consigam ser vendidas. O mercado abastecedor faz limpezas várias vezes por mês e está distante das habitações, pelo que a hipótese de haver esta estirpe da gripe é muito pouca”, defendeu ao Jornal do Cidadão o representante dos grossistas de aves de capoeira de Macau, Chao Wa Seng.
O Conselho de Administração do IACM explicou no início deste ano que a ideia de haver um abate centralizado permitiria escolher sítios mais distantes da população.
Chao Wa Seng diz contudo que o sector está já em extinção e não recebe apoio do Governo, pelo que criticou a proposta do IACM em substituir os frangos vivos pelos refrigerados. O sector vai perder todo o espaço de sobrevivência, diz, e todos os trabalhadores podem passar a estar desempregados. O representante quer que as coisas se mantenham iguais, mas o presidente do Conselho do IACM revelou na semana passada que a província de Guangdong apresentou a mesma proposta e que esta pode mesmo a vir ser aplicada em Macau, ainda que venham a ser realizadas consultas públicas no segundo semestre do ano.

7 Set 2015

Jockey Club | Governo renova contrato de concessão por mais dois anos

Apesar das quebras consecutivas nos lucros e da torrente de críticas face às condições do Jockey Club, o Governo renovou por mais dois anos o contrato exclusivo para as corridas de cavalos

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Macau Jockey Club conseguiu a renovação do contrato exclusivo das corridas de cavalos, apesar dos prejuízos e críticas às condições a que estão sujeitos os animais. O Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, confirmou a renovação do contrato de concessão por um período de dois anos à Companhia de Corridas de Cavalos, que opera o espaço.
A decisão do Governo, que já tinha sido avançada a semana passada pelo Jornal Tribuna de Macau, não foi ainda publicada em Boletim Oficial, mas Lionel Leong disse na sexta-feira à imprensa que o novo contrato seguia os mesmos termos do que expirou a 31 de Agosto.
“O departamento relevante sugeriu a renovação da licença por mais dois anos. De acordo com a actual situação, devemos utilizar estes dois anos para procurar desenvolver mais o Macau Jockey Club. Isto fará com que estejam de acordo com o desenvolvimento económico, incluindo a posição de Macau como centro de turismo internacional”, disse Lionel Leong, citado pela TDM.
A renovação da concessão acontece numa altura em que a empresa tem prejuízos acumulados de 3,8 mil milhões de patacas até 2014. Apesar de anos consecutivos com as contas no vermelho, a empresa manifestou sempre o interesse de continuar. Numa resposta escrita à Lusa no início de Agosto, o director-executivo, Thomas Li, afirmou que o agravamento dos prejuízos de 2013 para 2014 “deve-se à tendência de baixa do volume de negócios, a qual é semelhante à experimentada pelo sector do Jogo em Macau e também noutros clubes de corridas na Ásia”.
As perdas da empresa arrastam-se, no entanto, desde 2005, enquanto a rota descendente das receitas brutas dos casinos só foi encetada em Junho de 2014.
Para fazer face a essa “tendência”, o Macau Jockey Club “considera que o mais importante é melhorar as instalações, bem como os serviços (…), sendo a primeira prioridade a renovação das pistas”. “Os futuros aperfeiçoamentos vão levar-nos em direcção a padrões internacionais e a atrair mais clientes”, acrescentou.

ANIMA desagradada

A renovação da concessão do Macau Jockey Club foi já contestada pela Sociedade Protectora dos Animais – ANIMA, que questiona a gestão da empresa e as condições em que vivem os cavalos, nomeadamente os já retirados das provas.
“Não conseguimos perceber (…) como é que uma empresa que está insolvente, quase tecnicamente falida, pode fazer mais. Modernizar o quê, se os estábulos estão a cair (…) e as instalações completamente degradadas? Durante tantos anos essa empresa foi incapaz de gerir o Jockey Club de forma eficiente e agora o Secretário [para a Economia e Finanças] entende que em dois anos esses senhores vão fazer um grande investimento”, disse o presidente da ANIMA, Albano Martins, na TDM.
“A ANIMA protestou junto do Secretário [para a Economia e Finanças] e enviou uma carta ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC) para que a empresa seja investigada, porque nós não conseguimos acreditar como é que uma empresa que tem (quase) quatro milhões de patacas de prejuízos entende que deve continuar a fazer esse negócio”, acrescentou.
Dados consultados pela Lusa mostram que a Companhia de Corridas de Cavalos soma prejuízos anuais consecutivos desde 2005. O pior registo financeiro remonta a 2006 com perdas de 286,6 milhões de patacas. Desde 1999, teve lucros apenas em quatro anos, com o mais recente a remontar a 2004, de acordo com os mesmos dados.
Os anos seguintes oscilaram entre ligeiros altos e baixos, mas as contas mantiveram-se negativas até 2014, ano que encerrou com prejuízos de 51,2 milhões de patacas. As receitas das corridas de cavalos no cômputo do sector do Jogo: em 2014 totalizaram 306 milhões de patacas, ou seja, apenas 0,08%.

Já era

Numa visita, a Lusa viu que as corridas estão reduzidas a meia dúzia por mês e as bancadas estão [geralmente] “às moscas”. Funcionários do Jockey Club, que falaram sob a condição de anonimato, apontaram como principal motivo “a concorrência dos casinos” e também o facto de terem as obras do metro ligeiro – em construção – literalmente à porta há um par de anos.
“Com tantas construções à volta agora quase nem se percebe onde é a entrada”, afirmou uma funcionária. Esse argumento é utilizado para justificar, em parte, a degradação das infra-estruturas do local, com um desgaste visível incluindo nas áreas públicas.
O mau estado das infra-estruturas é do conhecimento público e foi inclusivamente exposto numa carta aberta de membros clube, cujos excertos foram reproduzidos pelo jornal South China Morning Post. Esta missiva surgiu pouco depois de um cavalo ter sofrido lesões na sequência da queda de um bloco de cimento do teto dos estábulos, o que o afastou temporariamente da competição.
Tanto as críticas dos membros do clube como as notícias de que as precárias instalações têm estado na origem de acidentes foram desvalorizadas pelo Macau Jockey Club na conversa com a Lusa.
“Às vezes as reparações podem demorar mais por causa do tempo ou dos materiais. Aconteceram um ou dois acidentes, mas estão sempre a decorrer reparações”, afirmou um dos responsáveis.
Em resposta escrita à Lusa, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) – que procede a fiscalizações não periódicas às cavalariças e a inspecções sanitárias aquando da importação e exportação – disse ter verificado recentemente que os animais recebiam os “devidos cuidados e que a limpeza, na maioria das cavalariças, atingia o nível satisfatório”.
Este instituto aconselhou, porém, o Jockey Club “a prestar atenção à manutenção e gestão das instalações e, ao mesmo tempo, à limpeza, desinfecção e prevenção de doenças, bem como à eliminação de perigos para a segurança no interior das cavalariças, de modo a garantir a protecção dos cavalos e trabalhadores”.
Segundo dados facultados à Lusa pela empresa, o Macau Jockey Club tem actualmente cerca de 430 cavalos, incluindo duas dezenas de retirados das competições, a maioria de residentes de Hong Kong e da China.

Deputados esperam novo modelo de operação

Os deputados Si Ka Lon e Zhen Anting consideram que não faz sentido o Jockey Club manter a situação actual e esperam que a empresa comece as novas operações durante mais dois anos com um diferente “pensamento de negócio” e diferentes projectos.
Em declarações ao Jornal Ou Mun, Si Ka Lon apontou que o Jockey Club já perdeu lucros há mais de um ano, algo que significa, para o deputado, que o espaço não está a ser bem aproveitado.
Apesar de considerar “aceitável” que o Governo renove por mais dois anos a concessão – considerando a necessidade de diversificação económica –, Si Ka Lon acha que o Jockey Club tem de mostrar que merece manter-se.
“O actual modelo de operação não é viável. Caso haja novos pensamentos e planeamento de negócios, é bom que a concessão seja renovada, caso continue a perder lucros não faz grande sentido continuar por mais dois anos. Em primeiro lugar, o Jockey Club deve fazer parar a queda das receitas, depois pensar em desenvolver-se. Por exemplo, poderia pensar em promover mais o hipismo.”
Zheng Anting concorda e diz que, actualmente, o Jockey Club abre apenas quando há corridas, mantendo-se silencioso nos restantes dias, pelo que considera também que este espaço “tão grande” não foi aproveitado de forma apropriada. O deputado sugere que a operadora introduza factores não jogo como parques de diversões, actividades para famílias e espaços criativos e culturais, criando mais movimento no local.

7 Set 2015

Dados Pessoais | Sites visitados por adolescentes sem protecção

Sem protecção de dados e com muita facilidade em desencaminhar os adolescentes. São assim quase todos os sites e aplicações visitados pelos jovens de Macau

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s sites visitados pelos adolescentes de Macau não estão bem sinalizados no que à protecção de dados pessoais diz respeito. A conclusão é do Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais (GPDP), depois da participação deste na terceira edição da acção “Privacy Sweep”, que juntou 29 autoridades da privacidade de todo o mundo.
Dados publicados pelo GPDP mostram que “nenhum dos sítios avaliados fornece vias para os utilizadores cancelarem a conta, permitindo que os dados pessoais no perfil e os dados publicados através da conta possam ficar guardados permanentemente e ser lidos por outros”. Quase 1500 sites e aplicações móveis foram avaliadas – nove delas pelo GPDP, que indica ainda que nenhum dos sítios “define medidas de controlo e de protecção pelos pais dos adolescentes”.
A maior parte dos sites pode guiar os utilizadores ou fazer ligação a outros locais na rede, permite a inserção de publicidade por terceiros e facilita o contacto dos adolescentes com informações inesperadas. O relatório indica ainda que a maior parte “não fornece informações suficientes aos utilizadores para conhecerem bem a política de tratamento de dados pessoais”. Situação que, para o GPDP, merece atenção.
“O GPDP espera que possa ser elevada a atenção sobre a utilização da internet pelos utilizadores, sobretudo pelos adolescentes, consciencializando-os de que os dados pessoais publicados na internet não podem ser cancelados. Por outro lado, os operadores também têm que tomar em consideração os utilizadores adolescentes, adoptar medidas de controlo convenientes, fiscalizar e cancelar oportunamente as informações que envolvem a privacidade dos adolescentes e outras informações adversas.”

Faltava o quase

O estudo no qual participou o GPDP foi levado a cabo pela Global Privacy Enforcement Network (GPEN), em Maio. O tema deste ano foi a “privacidade do adolescente” e consistia em avaliar os riscos para a privacidade encontrados em sites ou em aplicativos móveis destinados principalmente a esta faixa etária. A avaliação dividiu-se em questões como quais os dados pessoais dos utilizadores necessários na altura do registo, se existe ou não a função de cancelamento da conta, quais as medidas de protecção destinadas aos adolescentes e qual o grau de transparência das informações fornecidas aos utilizadores. O resultado não foi animador.
“O GPDP pesquisou na internet nove sítios que permitem uma inscrição e utilização pública, destinados principalmente aos adolescentes, abrangendo fóruns de discussão das escolas primárias, secundárias e das universidades, fórum de animação e de jogo e de temas adultos. Nenhum dos sítios avaliados adopta o sistema de autenticação do nome real, fiscaliza a idade, ou confere se o utilizador é ou não menor. À excepção de um, dão um elevado grau de liberdade aos utilizadores, permitindo-lhes carregar fotos/filmes/ficheiros de som e divulgar mensagens por escrito. Os visitantes podem navegar pelos ficheiros e publicações sem se registar. Além disso, uma parte dos sítios tem fórum de temas adultos, mas não define medidas de controlo e de protecção nem pede a idade dos utilizadores. Entre os sítios avaliados, somente dois oferecem aos utilizadores declaração da política de privacidade.”
O relatório indica ainda que os locais na rede recolhem dados pessoais dos utilizadores mas não os alertam para o facto de que os dados pessoais correm o risco de ser vistos e utilizados por terceiros. Segundo o resultado da avaliação, o organismo assegura que vai enviar ofícios aos exploradores dos sites, sugerindo-lhes que melhorem as situações.

7 Set 2015

Fitch mantém avaliação de Macau apesar das quebras

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Agência de Notação Fitch manteve a avaliação de crédito de Macau como “AA”, notação anteriormente atribuída à RAEM pelas agências financeiras. Num comunicado à imprensa, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) explica ainda que a agência mantém a previsão de contracção da economia a 16%.
“A Fitch emitiu um comunicado onde diz que, apesar de a economia da RAEM ter continuado a registar uma contracção, no segundo trimestre de 2015, tendo presente a capacidade financeira estável do Governo e a favorável situação em termos de pagamentos externos, tomou a decisão de manter a classificação da RAEM no nível de AA-, com a perspectiva de ‘Estável’”, pode ler-se no comunicado da AMCM.
No relatório sobre Macau, a Fitch destaca o facto de todos os casinos continuaram a lucrar. A agência diz admite que existem “sinais de que a economia começou a abrandar” e de que “o consumo das famílias e crescimento do investimento de capital caíram”, mas explica que esta descida partiu de uma base financeira elevada. dinheiro
A inexistência de dívidas é um dos pontos mais favoráveis à avaliação da RAEM, como indica a AMCM.
“A Fitch apontou que as vantagens gerais de crédito da RAEM consistem, principalmente, [no facto de que] a solvência externa da RAEM é positiva, sem quaisquer encargos de dívidas, enquanto que a dimensão actual da Reserva Financeira excede a do produto interno bruto, sendo suficiente para cobertura de seis vezes do valor das despesas públicas orçamentadas no ano económico de 2015”, começa por apontar o comunicado, que acrescenta que “a sólida capacidade financeira confere ao Governo uma margem suficiente para ajustar e controlar a economia local, estimulando o desenvolvimento económico que se quer diversificado”.

Vantajoso e diversificado

O Governo realça que a economia tem entrado numa fase de ajustamentos, mas indica que a manutenção da nota AA só demonstra a capacidade da RAEM em manter as suas vantagens de crédito.
A AMCM admite que o comportamento face à economia vai ter de ser “de grande prudência”, ainda que assegure que, segundo as suas estimativas, o sector bancário vai continuar a suportar a boa qualidade dos activos e “uma situação relativamente estável do capital”.
A Fitch prevê que, no segundo semestre, as receitas dos casinos continuem “estáveis” da forma que estão – uma vez que a descida é vista como a normalização dos lucros depois de um primeiro ‘boom’ do Jogo – e admite mesmo a possibilidade de os novos empreendimentos turísticos do Cotai ajudarem a diversificar a economia local, uma vez que, cita a AMCM, “captam mais turismo
A Fitch mantém as suas previsões de 16% na contracção da economia para este ano.

7 Set 2015

Imobiliário | Queda é uma falácia, dizem economistas

O vice-presidente de uma associação de imobiliário avança com números de 30% na queda do sector, mas para alguns economistas tudo isto não passa de propaganda fantasiosa

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]notícia foi avançada por William Kuan, vice-presidente da Associação dos Empresários do Sector Imobiliário: o mercado imobiliário apresentou uma queda de 30%, só este ano. Contudo, as contas podem não ser bem assim, conforme dizem ao HM alguns economistas.
William Kuan afirmou, ao canal chinês da Rádio Macau, que na origem da queda estão “factores psicológicos” da sociedade e não factores monetários. Adiantou ainda que, com a queda sentida, os preços estão a atingir o “limite mínimo”, afectando os investidores. A concordar esteve também o subdirector da Associação Promotora da Economia, Tong Kai, que defende uma continuidade de “ajustes” nos preços do sector imobiliário.

Areia para olhos

Questionado sobre os números avançados, o economista Albano Martins alertou para a falácia que as declarações dos representantes podem significar. “Não é nada disto”, garantiu o economista, explicando que “não existe nenhum factor da ordem psicológico”. imobiliário
O que existe, diz, “é uma bolha de imobiliário que começa a rebentar por não haver a procura do imobiliário, como se vê pelo número de acções que têm vindo a cair e [pela queda das receitas] do Jogo”.
As declarações dos representantes do sector do imobiliário são consideradas por Albano Martins uma “propaganda” que fomenta e cria a ilusão de que o mercado tem casas a um menor custo. “Isto não passa de publicidade para que as pessoas pensem ‘bem, vou comprar a minha casa agora porque isto já não vai cair mais’. Não é verdade”, argumenta Albano Martins, que defende que a bolha imobiliária tem sido alimentada também pelas quedas contínuas das receitas do Jogo.
Também o economista José Sales Marques argumenta que “as previsões das agências do imobiliário são sempre de uma qualidade duvidosa, no sentido em que não são eventualmente imparciais. A gestão da informação por parte das agências tem sempre uma intenção de agitar o mercado”.
Já para Gabriel Tong tem existido de facto um movimento inferior do que aquele que já se fez sentir anteriormente no mercado imobiliário, mas o deputado confia nas contas feitas.
“Não tenho acesso à taxa de crescimento, [mas] acredito que os representantes das associações tenham as suas fontes de informação, por isso não posso verificar a veracidade dos dados”, diz.
Sobre o factor psicológico avançado pelo vice-presidente da Associação dos Empresários do Sector Imobiliário, Gabriel Tong acredita que possa ter influência. A queda do mercado pode ser reflexo da ideia da sociedade, diz, mas “também existem outros factores, como o preço das casas, que continua a ser alto”. Para um cidadão dito normal, com um padrão de vida normal, “continua a não ser muito fácil comprar uma casa”.

Queda bem maior

Sem comentar a percentagem da queda apresentada por William Kuan, Albano Martins acredita que os números serão bem maiores. “Não sei se são 30%, 40% ou 50%, mas a verdade é que [o sector] vai cair muito mais”, diz.
O limite mínimo que o vice-presidente indica também é desvalorizado pelo economista. “Claro que não atingiu o limite, o sector imobiliário mais do que duplicou, triplicou nos últimos anos, portanto a queda terá que ser muito mais acentuada para se aproximar dos valores reais do mercado”, defende.
“Não tenho dúvidas em achar que o mercado [imobiliário] em Macau continua sobreaquecido. Os preços que se praticam são preços que em muito pouco estão relacionados com a realidade aqui vivida, e das suas pessoas, com a realidade com a situação económica e eventualmente com a realidade da própria procura real que existe, porque efectivamente esses preços subiram de uma forma muito especulativa”, argumenta Sales Marques.
Também o economista acredita que uma queda de 30% não será suficiente para “colocar os preços a um nível que em princípio seria um nível determinado pelas forças de mercado sem sofrer influência especulativa”. Sales Marques afirma existir ainda “muito espaço” para melhorias do mercado.
Gabriel Tong frisa ainda que não se pode “subestimar” um sector tão delicado como o imobiliário.

Auto-Silos | Governo aumenta preços de 11 parques

Os preços dos parques de estacionamento vão aumentar. A decisão do Conselho Consultivo do Trânsito, que se reuniu na sexta-feira, é a de aumentar o preço de 11 auto-silos até ao final de 2015, subida que posteriormente será estendida para todos os parques de Macau. Em termos práticos, os preços irão aumentar apenas das 8h00 às 20h00, sendo que durante a madrugada o preço irá manter-se como está. Os parques com lugares fixos sofrerão ajustes em mais de 50%, passando para as 2300 patacas, e os sem lugares fixos passam para as 1600 patacas.
Em declarações à Rádio Macau, o Director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, Lam Hin San, diz que “há vários anos” que não era feita uma actualização dos valores. A decisão contou com factores de análise como a “situação do mercado privado, a inflação e as necessidades dos residentes”. Relativamente ao plano de execução, o director explicou à rádio que a aplicação deste será dividida em quatro fases. Uma primeira começará a ser implementada na zona da Portas do Cerco, no terminal dos autocarros, sendo que a ideia principal é fazer com que os autocarros utilizem a zona superior, em vez de passarem por baixo. Numa segunda fase tentar-se-á aumentar este parque, para melhorar o tráfego dos autocarros, sendo que o que está disponível actualmente não é suficiente.
A Rádio Macau indica ainda que o Governo quer atenuar o tráfego na zona do Jardim Triangular, aplicando um só sentido de circulação na zona.

7 Set 2015

Barra é novo ponto de entrada ilegal

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Alfândega (SA) revelaram que foram detidos 21 imigrantes ilegais, de Janeiro a Agosto deste ano, só na costa e mar da zona da Barra. O curso das obras no terminal e o sistema de iluminação avariado permitem que imigrantes ilegais tentem entrar no território. A autoridade afirmou que vai estudar a viabilidade de montar um sistema de videovigilância no local.
Depois do Jornal Ou Mun ter avançado, na segunda-feira, que a área de costa desde a Escola de Pilotagem até às obras do Centro Modal de Transportes da Barra se tem tornado um ponto de acesso de imigração ilegal, os SA confirmam a notícia, informando, numa resposta ao HM, que até ao momento foram detidos 15 homens e seis mulheres. O chefe do Departamento de Gestão Operacional, Chao Chak Sam, afirmou que a autoridade tem dado muita atenção à situação de entrada ilegal a ocorrer nesta zona e vai, por isso, consolidar o patrulhamento terrestre e marítimo para aumentar a segurança. Quanto à questão do sistema de iluminação avariado, Chao Chak Sam afirmou que como não pertence ao âmbito de gestão da Alfândega, irá transferir a questão para que o organismo competente acompanhe a situação. Ainda assim, a autoridade garantiu que “vai estudar activamente a viabilidade de montagem de câmaras de videovigilância”, de acordo com o Regime Jurídico da Videovigilância em Espaços Públicos. F.F.

4 Set 2015

PME | Defendida entrada prioritária nas operadoras de Jogo   

[dropcap style=’circle’]R[(dropcap]icardo Siu Chi Sen, professor associado de Gestão Empresarial da Universidade de Macau, sugere que as operadoras de Jogo reservem espaços nos seus empreendimentos para o estabelecimento de marcas locais e de pequenas e médias empresas (PME), assim fomentando a diversificação do mercado através da integração de factores não Jogo. Segundo o Jornal Ou Mun e declarações do Chefe do Executivo na passada quarta-feira, apesar da austeridade de despesas desnecessárias, vai ser realizado um estudo e publicadas medidas para reforçar a promoção de Macau enquanto destino mundial turístico, mas não só. Serão ainda criadas mais medidas para apoiar as PME e manter a taxa de empregabilidade alta, fazendo com que não se consolide apenas a base, mas também se desenvolva a economia, mesmo durante o ajustamento.

Medida fulcral

Ricardo Siu Chi Sen considera que o apoio às PME é a mais importante de todas as políticas referidas. “Ao longo do tempo, o papel das PME tem sido de passividade. Futuramente, caso se pretenda conjugar os factores não Jogo com o desenvolvimento do sector recreativo, seria positivo viabilizar a reserva de sítios para negócios de retalho e restauração de PME nos complexos hoteleiros, não esquecendo produtos locais”, começou o académico por sugerir. “Para uma maior efectividade, o Governo deve tentar, ao máximo, coordenar esta medida com a melhoria do sistema dos transportes públicos”, acrescentou.JOGO
Questionado sobre a possibilidade de implementar um “fundo de desenvolvimento das PME”, como acontece com o Conselho de Estado da China, o académico referiu que o Governo de Macau tem vindo a promover um plano de apoio ao empreendedorismo de jovens ainda que este, aponta, não tenha atingido os objectivos de eficiência. Ricardo Sen defende que os subsídios do Governo não podem ser criados sem uma meta e sugeriu a criação de uma equipa de conselheiros para acompanhar cada um dos casos.

4 Set 2015

UM | Alunos abrem lojas para pôr em prática empreendedorismo e gestão

Restauração, venda de lembranças e aluguer de bicicletas são agora os novos negócios de estudantes da UM, que gerem lojas para colocar em prática o que aprenderam com os cursos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Universidade de Macau (UM) permitiu a abertura de quatro novas lojas no seu campus com o objectivo de ensinar aos seus alunos técnicas de Empreendedorismo e como gerir um negócio. De acordo com um comunicado, os alunos que criaram estes espaços dizem que “gerir uma loja no campus ajuda a pôr em prática os seus conhecimentos e promover o seu sentimento de pertença” à instituição.
A loja Creatist foi fundada por seis alunos – cujo nome alia “criatividade” a “artista” – e especializa-se na venda de lembranças da UM, localizando-se na Galeria E1 da Universidade. “Deparámo-nos com vários problemas na organização, gestão e promoção, mas apesar destes, vamos trabalhar bastante para lançar mais lembranças alusivas à UM para que os alunos se sintam mais integrados”, disse Lai, um dos criadores da loja. negócios

Outros serviços

A Umake, por outro lado, mora no Complexo Desportivo N8 da UM e vende postais feitos à mãos e snacks, o nome aludindo à fonética da anterior nomenclatura dada à Universidade: UMAC. Um dos co-fundadores, Cai, garante ter já aprendido “muito” com a abertura do espaço. O jovem estuda na Faculdade de Gestão Empresarial.
A terceira loja chama-se On the Run [Na Corrida, em Português] e promove a prática de uma vida saudável, gerindo serviços de aluguer de transportes sustentáveis, como bicicletas para andar no campus. Para os membros da Universidade, a On the Run também funciona como serviço de entregas.
“A nossa intenção é fornecer serviços de aluguer de bicicletas a baixo custo para estudantes, mas também uma oportunidade de estágio para outros alunos que também querem integrar esta indústria”, disse Li, uma das criadoras deste negócio.
Finalmente, surge a Miss U, loja dedicado à venda de snacks, com o intuito de dar aos alunos mais oferta ao nível da alimentação. Abrir uma loja deste género “sempre foi o meu sonho”, conta Wan, um estudante da Faculdade de Ciências Sociais, que parece ter visto nesta medida da UM uma oportunidade imperdível. “Agradeço sinceramente esta oportunidade e vou recolher opiniões dos clientes para continuar a melhorar o serviço”, destaca.

4 Set 2015