Emprego | Governo das Filipinas alerta para propostas de trabalho fraudulentas

As autoridades filipinas lançaram um comunicado a denunciar o caso de uma empregada em Macau a quem foi oferecida uma proposta de trabalho no Interior da China. No Continente, a trabalhadora nunca foi paga e os patrões ficaram-lhe com o passaporte e o telemóvel

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Departamento do Trabalho e Emprego das Filipinas lançou um alerta para o facto de uma mulher filipina, em Macau, estar a oferecer a conterrâneas falsas propostas de emprego no Interior da China. Segundo as autoridades filipinas, foi registado um caso em que uma empregada se despediu do emprego em Macau depois de ter recebido uma proposta para trabalhar no Interior. Já no Continente, a empregada acabou por não ser paga, apesar de lhe terem prometido um salário mensal de 7.500 yuans, e ainda viu os patrões ficarem-lhe com o passaporte e o telemóvel.

“Os trabalhadores filipinos e os turistas que procuram trabalho em Macau devem ter muito cuidado quando aceitam ofertas de emprego de outros filipinos para supostamente trabalharem no Interior da China”, pode ler-se no aviso publicado pelo departamento em causa.

A proposta foi apresentada através de uma filipina com o apelido Ciabacal, que está ligada a uma recrutadora chinesa chamada Fancy. Segundo as informações das autoridades filipinas, Fancy é proprietária de um estabelecimento com o nome MMC Entreprises, localizado na zona do Mercado Vermelho, que recruta de forma clandestina empregadas filipinas e vietnamitas para trabalharem no Continente.

Esta é uma situação que não é nova e os membros da comunidade em Macau ouvidos pelo HM recomendam muito cuidado a quem considerar responder a propostas no Interior da China.

“Não ouvi falar dessa situação em concreto, mas conheço outras com amigos de amigos, que ocorreram em Macau. É um tema que tem sido muito discutido entre a comunidade e mesmo o Consulado das Filipinas tem alertado para estas situações”, afirmou Ana Fivilia, representante da Associação Bisdak, ao HM.

“O caso típico é surgirem propostas tentadoras do Interior da China com bons salários. Mas, depois, quando se aceita o emprego e se começa a trabalhar, as pessoas não são pagas e os benefícios prometidos não se concretizam”, apontou.

Na dúvida, recusar

Por sua vez, Rodantes, membro do movimento Couples For Christ (CFC) Global em Macau defende que a melhor forma de lidar com estas situações é não aceitar propostas de emprego do Continente.

“É muito complicado trabalhar no Interior da China. Há alguns anos houve casos de algumas pessoas a trabalharem em Macau que foram levadas pelos patrões para o Interior da China. Nessa altura houve muitas queixas sobre as condições de trabalho encontradas do outro lado da fronteira”, recorda Rodantes.

“Temos noção das condições que encontram no Interior da China e já deixámos avisos aos membros da comunidade. Mesmo que haja ofertas com um salário muito bom, nós recomendamos que não aceitem”, frisou.

Segundo a lei das Filipinas, os cidadãos só podem trabalhar no estrageiro quando aceitam propostas de emprego através de agências reconhecidas pelo próprio Governo. Contudo, para evitar o pagamento de taxas e a demora do processo, há cidadãos que entram nos países onde desejam trabalhar como turistas e tentam encontrar empregos por si.

“A procura de emprego com visto de turista é uma situação que, apesar dos esforços os Governos de Macau e das Filipinas, não conseguem controlar. Por uma questão de segurança recomendamos que as pessoas só venham para Macau através das agências reconhecidas pelas autoridades”, explicou Rodantes.

O representante da CFC Global em Macau alerta também que este tipo de problemas não é exclusivo dos cidadãos filipinos e que acontecem igualmente com imigrantes da Indonésia e do Vietname.

21 Fev 2018

Novo Macau | Sulu Sou pede solução rápida terminal das Portas do Cerco

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] terminal de autocarros das Portas do Cerco está em funcionamento numa localização temporária desde Agosto e, de acordo com Sulu Sou, aquela zona está também caótica desde a mesma data.

O deputado suspenso, e com ligações à Associação Novo Macau, apela ao Executivo uma solução temporária eficaz e não a que está a ser aplicada. De acordo com Solu Sou, além de não se saber ainda nada acerca do planeamento daquela zona nem a agenda para a reactivação do terminal que ficou danificado com a passagem do tufão Hato pelo território, os “remendos” que têm vindo a ser utilizados não surtem, efeito. É necessária uma solução abrangente e imediata, aponta Sulu Sou.

21 Fev 2018

Turismo | Número de visitantes excedeu as expectativas

Cerca de 660 mil pessoas entraram em Macau até segunda-feira. As imagens das multidões a tentar atravessar a fronteira em Gongbei ou a preencherem o Leal Senado e a Rua do Campo inundaram as redes sociais e levaram ao velho debate sobre a capacidade de Macau para receber tanta gente. Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, garante que há espaço para todos

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]odos os anos o cenário repete-se, mas desta vez o Ano Novo Chinês trouxe ainda mais pessoas a Macau. Segundo dados da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), entraram em Macau cerca de 660 mil pessoas até segunda-feira, um aumento de 9,2 por cento em relação ao ano passado. Do continente chegaram 484 mil pessoas, mais 16,8 por cento.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) registou, até às 11 horas de ontem, a entrada de 141 mil pessoas, sendo que a principal fronteira utilizada para entrar em Macau continua a ser nas Portas do Cerco.

Em declarações ao HM, a directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, disse que os números vão além das suas expectativas. “Este ano, por causa do bom tempo, os números estão além das nossas expectativas. Mesmo assim estamos bem preparados para receber um grande número de turistas.”

Nas redes sociais circularam várias imagens de milhares de pessoas a cruzar as ruas adjacentes à zona do Leal Senado e das Ruínas de São Paulo, sem esquecer a notória dificuldade em atravessar a fronteira. Ainda assim, Helena de Senna Fernandes considerou que o caos ainda não chegou ao território e que as autoridades têm conseguido manter a situação controlada.

“Esta é a época em que todos os chineses estão a viajar. Acho que esta situação não acontece apenas em Macau mas também em Hong Kong, onde também entrou muita gente. Em todo o país há muitos chineses a viajar em viagens domésticas. Mas estamos preparados para receber grandes multidões nesta época do ano. A polícia e outros departamentos públicos estão preparados para receber multidões. A polícia tem de utilizar medidas de controlo no centro da cidade, e mesmo com muita gente não tivemos problemas”, afirmou a directora da DST.

Helena de Senna Fernandes fez também referência às multas aplicadas aos taxistas, que, segundo a Macau News Agency, chegaram ao número de 254 violações entre os dias 14 e 19 de Fevereiro. “Houve taxistas multados mas penso que a nossa cidade é de hospitalidade, e vamos continuar a fazer o nosso melhor para receber os muitos turistas que nos visitam de diferentes partes do mundo.”

E a qualidade?

Nas redes sociais a partilha de fotografias com as multidões gerou novamente o velho debate sobre a capacidade do território para receber tão grande número de pessoas.

Quem vive cá evita ir às zonas mais turísticas, conforme relatou Nuno Caladçada Bastos, um dos residentes que partilhou as imagens da multidão. Nuno alerta, sobretudo, para a má qualidade do turismo que possa advir desse factor. “Acho que a experiência destas pessoas não deve ser muito agradável, a travessia das fronteiras para Macau são bastante complicadas de fazer. Acho que Macau tem capacidade mas precisava de arranjar outras fronteiras. Mantenho mais ou menos as mesmas rotinas, se bem que fujo das zonas mais turísticas, como o Leal Senado ou as Ruínas de São Paulo, mas também não é um sítio onde vá com frequência. Não vou lá fazer nada, as coisas são mais caras, e acabamos por não andar muito nos pontos turísticos. Quem for tem uma experiência super- desagradável.”

Nuno Calçada Bastos considerou também que o território ainda não tirou partido da abertura do novo terminal marítimo da Taipa, porque mantém os velhos problemas em termos de circulação viária, autocarros e obras nas vias públicas. “Por enquanto isso ainda não está a acontecer, porque continuamos a ter um problema com as estradas e a má gestão de obras, e os autocarros que causam engarrafamentos à cidade toda. Os transportes não estão bem planeados para facilitar a circulação de pessoas. Obviamente que o novo terminal da Taipa traz alguma facilidade. Mas Macau é uma grande cidade, as pessoas não se podem queixar, só tem coisas a melhorar.”

Apesar de esta ser uma época em que os residentes aproveitam para viajar para outros destinos, Helena de Senna Fernandes adiantou que não existe um problema de excesso de pessoas. “A maioria das pessoas de Macau mostram a sua hospitalidade para os turistas. Claro que é sempre difícil nesta altura, porque é uma época com muita concentração de pessoas. Mas acho que os residentes compreendem e acho que temos de agradecer aos residentes que têm ajudado a dar uma sensação de hospitalidade aos turistas”, rematou.

21 Fev 2018

Idosos | Académico pede mais esforços na implementação de Previdência Central

Até 2036 a percentagem da população dependente, ou seja crianças e idosos, vai aumentar para 38,6 por cento. Por essa razão, e principalmente devido a envelhecimento, o académico Tang Kai Hong defende num artigo académico a necessidade de um maior empenho para a implementação total de Regime de Previdência Central

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Macau tem de lidar com o problema do envelhecimento da população e criar de forma urgente um Regime de Previdência Central universal e colocar mais recursos humanos nesse objectivo. Esta é a conclusão de um estudo elaborado pelo académico Tang Kai Hong, num artigo publicado na Revista da Administração Pública e Governação, em Journal of Public Administration and Governance.

“A constituição de um Regime de Previdência Central é uma política muito importante, especialmente numa altura em que Macau tem uma sociedade cada vez mais envelhecida. O Governo deve lidar de forma urgente com a construção de um Sistema de Previdência Central”, pode ler-se nas conclusões do académico Tang Kai Hong.

“Neste momento, o Governo ainda não anunciou uma calendarização para levar avante a sua determinação de implementar um sistema [obrigatório]. Desta perspectiva, a implementação de um fundo de previdência ainda está uma fase experimental, não há um implementação total dessa determinação, por isso, o Governo precisa de dedicar mais recursos para a implementação total do sistema de previdência central”, considera.

No entanto, o académico alerta para a necessidade do sistema gerar retornos positivos para os trabalhadores, ao contrário do que diz acontecer em Hong Kong. Segundo o académico, na região vizinha os pagamentos aos pensionistas, após as contribuições, têm ficado aquém das expectativas.

“Em Hong Kong, mais de 10 anos depois de terem sido estabelecidos os fundos de previdência, há críticas que os retornos dos fundos sãos baixos e que os custos de gestão são caros, o que faz com que falhem na função de proteger os trabalhadores”, explicou. “Há vozes que propõem mesmo que o Governo [de Hong Kong] faça uma revisão profunda do modelo adoptado ou que termine mesmo com a política”, frisou.

O regime de Previdência Central Não-Obrigatório entrou em vigor no início do ano. Na discussão na Assembleia Legislativa que resultou na aprovação do documento, foi explicado que o regime não seria obrigatório imediatamente, devido às pressões para as Pequenas e Médias Empresas. Na altura, o Governo comprometeu-se a torná-lo obrigatório, dentro de três anos.

População mais velha

A preocupação com esta questão para o académico parte de um problema há muito identificado pelo Governo da RAEM: a população está a ficar cada vez mais velha.

Segundo os números da população de 2016, o número de pessoas com 65 anos ou mais cresceu para 59.383, ou seja um aumento de 48,6 por cento face a 2011. Este valor representava, em 2016, 9,1 por cento da população e tem tendência par aumentar.

Também de acordo com os dados compilados por Tang Kai Hong, com base nos número oficiais, o número de cidadãos que dependem de outrem para sobreviver vai aumentar. Ou seja o número de pessoas com mais de 65 anos e as crianças, que ainda são novas para entrar no mercado do trabalho. Em 2016 a média da idade população era de 39,3 anos e o rácio de dependência ficava situado em 14 por cento. Porém, em 2036, estima-se que a dependência suba para 38,6 por cento e que a média da idade atinja os 45,5 anos.

20 Fev 2018

José Chui Sai Peng quer uniformização de calendários para quotas na ponte HZM

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] deputado José Chui Sai Peng defendeu, em declarações ao jornal Ou Mun, que os prazos das 600 quotas que serão atribuídas para os veículos de Macau para a circulação na ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau devem ser uniformizados. Chui Sai Peng disse não compreender as razões do Executivo para ter decretado datas diferentes para a aplicação destas quotas.

Chui Sai Peng questionou se esta diferença estará relacionada com os diferentes regulamentos que existem para a renovação das quotas dos veículos nas duas regiões, ou até com o facto do Governo ter pago uma parte mais pequena do projecto em relação ao que foi pago pelas autoridades de Hong Kong e Zhuhai.

Na visão do deputado e primo do Chefe do Executivo, a existência de datas diferentes pode estar relacionado com o facto da RAEM ser “um pequeno accionista” neste projecto, com menos poderes de negociação.

Chui Sai Peng considerou também que estas diferenças podem causar um incómodo aos condutores por existirem diferentes datas de renovação das quotas.

Macau vai ter direito a 600 quotas para veículos locais circularem entre a cidade e Hong Kong através da nova ponte que liga os dois territórios e Zhuhai, foi anunciado esta terça-feira.

Destas 600 quotas de circulação, 500 têm validade de um ano e 100 de seis meses, enquanto as 300 quotas a atribuir a veículos de Hong Kong têm validade de três anos. Esta distribuição resulta de um consenso entre os governos das duas regiões administrativas especiais da China, indicou a Direção dos Serviços para os Assuntos do Tráfego de Macau (DSAT).

Entretanto, a Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) emitiu um comunicado onde alerta os condutores para o facto de “terem de adquirir previamente um seguro de acordo com a legislação de cada uma das três jurisdições, na área da correspondente região, conforme a sua pista de condução, antes de entrarem na ponte”.

De acordo com as leis em vigor, “os valores mínimos do seguro para os veículos automóveis ligeiros por cada acidente é de 1.5 milhões de patacas”.

“Os cidadãos devem planear antecipadamente a sua agenda, adquirindo um seguro na área da correspondente região, antes de entrarem na ponte. As seguradoras locais poderão ajudar na aquisição do seguro automóvel para as outras duas regiões. As associações do sector segurador das três regiões criarão uma página electrónica temática sobre o seguro automóvel para a travessia da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e divulgarão informações mais detalhadas no futuro próximo”, adiantou a AMCM.

20 Fev 2018

Serviços de Saúde | Disponibilizados mais locais para vacinação no Kiang Wu e MUST

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]esde ontem que os residentes têm mais opções de locais para levarem as suas vacinas. De acordo com um comunicado dos Serviços de Saúde (SS), estarão também disponíveis postos de vacinação no CHCSJ, no Hospital Kiang Wu, nas consultas externas do Hospital Universitária de Ciência e Tecnologia e nas Clínicas dos Operadores, com vacinação gratuita e sem marcação.

Os SS apontam que desde os finais de Janeiro que se regista uma subida da taxa de vacinação “com uma média de cerca de 400 residentes por dia, tendo ultrapassado uma média de 4,000 residentes por dia aquando do período de pico”. Tal causou “um grande impacto no funcionamento dos postos de vacinação”, explica o comunicado.

Nos últimos dias “os centros de saúde têm registado uma descida para uma média de cerca de 700 residentes por dia”. Os SS já têm um total de 165 mil vacinas disponíveis, sendo que 127 mil residentes já foram vacinados. O pico da gripe deverá manter-se nas próximas semanas, existindo a possibilidade “de ocorrência de uma segunda onda de gripe após os feriados de novo ano chinês”.

20 Fev 2018

Instituto Cultural | Ministério Público guarda casamata

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pesar de no passado o Instituto Cultural ter emitido um parecer em que defendeu a protecção da Casamata no Alto de Coloane, o Governo recusa avançar se tem algum tipo de planos para uma futura reutilização do espaço ou abertura ao público.

Após o relatório elaborado pelo Comissariado Contra a Corrupção que defendeu a recuperação pelo Governo da RAEM do terreno onde está a antiga construção de origem portuguesa, o HM questionou se havia já tinha sido elaborado algum projecto para o espaço.

No entanto, o IC recusou fazer qualquer comentário, com base no facto do caso estar a ser acompanhado pelo Ministério Público, a pedido do Chefe do Executivo. “Considerando que o “Relatório de investigação sobre construção no Alto de Coloane” se encontra na posse do Ministério Público da RAEM para efectuar sindicâncias e ser acompanhado, o IC, por conseguinte, não expressa quaisquer comentários neste momento”, foi a posição oficial emitida.

20 Fev 2018

Canídromo | Governo deve evitar polémica, diz deputada Song Pek Kei

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s formas apontadas para o reaproveitamento do canídromo depois de ser desactivado têm sido várias e dirigidas a diferentes finalidades. Mas, o que é que vai ao certo ocupar aquela zona ainda não é de conhecimento público, nem do próprio Governo e deve ser pensado com muita cautela. A ideia é deixada pela deputada Song Pek Kei que questiona o Executivo acerca de como vai seleccionar as estruturas que vão ocupar aquele espaço. “Há quem fale em parques de estacionamento, zonas de lazer e o próprio Governo já avançou que pensa construir ali quatro escolas”, refere a deputada em interpelação oral. No entanto, as necessidades são muitas e o Executivo deve encontrar forma de não causar polémica com as escolhas que faz. Para Song Pek Kei é essencial que se comece a tratar disso pois o contrato de concessão com a Yat Yuen estás prestes a terminar.

20 Fev 2018

Erro médico | Só um caso detectado em 2017

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Comissão do Erro Médico, que entrou em vigor a 26 de Fevereiro do ano passado, tratou de 82 atendimentos, sendo que, segundo um comunicado, 73 foram “uma mera consulta ou assuntos de natureza administrativa, que não são competência da comissão nem satisfaziam as condições para requerer a perícia”.

Apenas um caso dos nove que foram alvo de perícia técnica foi considerado erro médico, sendo que três “foram indeferidos por não satisfazerem as condições legalmente previstas”, um ainda está a ser alvo de perícia, cinco casos originaram a emissão de relatórios e quatro “não constituem erro médico”.

No ano passado foram realizadas 50 reuniões, tendo sido efectuadas pela comissão um total de 24 audiências e uma inspecção in loco a um hospital. Foram formulados “32 pedidos de acesso a processos clínicos e informações, dirigidos às várias instituições que incluem hospitais público e privado, centros de saúde, clínicas de medicina ocidental e de medicina tradicional chinesa”.

Foram também convidados pela comissão “peritos para presenciar nas reuniões e prestar apoio ou emitir parecer por escrito, num total de sete pessoas”.

Foi também celebrado um protocolo, em Dezembro do ano passado, com a Associação Médica da Província de Guangdong.

20 Fev 2018

Património | Sugerida mudança de local do consulado-geral de Portugal

Um ouvinte do programa matinal do canal chinês da Rádio Macau sugeriu a mudança de local do consulado-geral de Portugal em Macau, para que o actual espaço passe a ser uma atracção turística. Leong Wai Man, vice-presidente do Instituto Cultural, disse que, a longo prazo, irão pensar no uso turístico deste tipo de infra-estruturas

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] programa matinal de ontem do canal chinês da Rádio Macau destinou-se a debater o património de Macau, tendo contado com a presença de Leong Wai Man, vice-presidente do Instituto Cultural (IC). Durante o programa, um ouvinte sugeriu a mudança de instalações do consulado-geral de Portugal em Macau, para que este local passe a receber a visita permanente de turistas e cidadãos.

A vice-presidente não deu uma resposta concreta sobre este assunto, tendo apenas declarado que, no passado, o IC recebeu várias opiniões sobre a abertura ao público de infra-estruturas históricas utilizadas por serviços públicos. Leong Wai Man disse que, no futuro, o Governo vai ter isso em conta, mas que será sempre um trabalho a longo prazo.

Contactada pelo HM, Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau, considerou que esta sugestão é pouco viável.

“O edifício do consulado é propriedade do Estado português, não é nenhum edifício da RAEM, cedido ou alugado. Não vejo que isso tenha alguma viabilidade, além de que é um edifício que, por dentro, está arranjado para funcionar com escritórios e não tem qualquer interesse nos seus interiores. O interesse do edifício está na construção em si, que é relevante.” O cônsul-geral de Portugal em Macau, Vítor Sereno, não quis fazer qualquer comentário sobre este assunto.

Em estado de ruína

Durante o programa, a vice-presidente do IC adiantou que os trabalhos do organismo, que recentemente conheceu a sua nova presidente, Mok Ian Ian, visam não apenas proteger o património mas também garantir a sua dinamização.

Um outro ouvinte criticou o IC por não ter protegido alguns espaços históricos, tal como o restaurante Lok Kwok, localizado na avenida Almeida Ribeiro. O IC foi também criticado por ter deixado muitos espaços em ruínas ou num estado de degradação.

A vice-presidente sublinhou que o IC tem comunicado com os proprietários privados para que façam obras de revitalização e preservação dos edifícios. Em relação às ruas das zonas antigas, a responsável adiantou que é necessário fazer uma avaliação das ruas que possam ser consideradas património.

Leong Wai Man defendeu que, caso sejam protegidas todas as ruas sem uma avaliação prévia, a medida acabará por não surtir o efeito desejado.

 

Desilusão quanto ao plano para gestão do centro histórico

Chan Ka Leong, vice-presidente do Centro da Política da Sabedoria Colectiva, ligado aos kaifong, disse ao Jornal do Cidadão que está desiludido quanto ao plano de salvaguarda de gestão do património, uma vez que, passados quatro anos, o documento de consulta pública continua a ter falta de informações. O responsável defendeu que os conteúdos não estão devidamente aprofundados e que há uma grande incerteza em relação ao desenvolvimento do centro histórico. “Qual é o próximo passo a ser tomado pelo Governo? Quais os trabalhos que serão feitos entre o IC e as Obras Públicas?”, questionou.

20 Fev 2018

Ano Novo Chinês | Festividades transformam-se com o tempo e abrangem o planeta

É a grande festa da China. Esta sexta-feira são dadas as boas vindas ao Ano do Cão. A tradição conserva-se, mas adaptada aos tempos de hoje. As prioridades já não são as mesmas e até os envelopes vermelhos deixaram de ser em papel. O Ano Novo Chinês deixou de ser uma coisa do oriente e é comemorado um pouco por todo o mundo

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] a altura sagrada para qualquer chinês. A primeira lua anuncia a chegada de mais um ano. Dia 16 é a vez do ano do cão dar entrada. Os vermelhos e dourados enchem as ruas, os caracteres de felicidade e as laranjeiras em miniatura adornam qualquer entrada de casa que se preze. Mas, apesar das tradições serem incontornáveis há muitas mudanças em curso e a tecnologia é a grande responsável.
Se há uns anos, a maior migração do mundo que levava ao reencontro da famílias chinesas nas províncias natais era demorado, agora as viagens são rápidas e os destinos começam a ser outros que não a família.
De acordo com a agência de notícias Xinhua, há um número crescente de chineses que escolhe viajar em vez de retornar às cidades onde nasceram.
Num relatório divulgado pela China Tourism Academy são já cerca de 6,5 milhões de chineses que escolheram ir para o estrangeiro durante as férias do Festival da Primavera. As reservas contabilizadas apenas num dos sites de viagens confirmam que os destinos abarcam 68 países e incluem a Tailândia, o Japão, Singapura, Vietname, Emirados Árabes Unidos e países do norte da europa.
Ainda assim, e de acordo com a Administração Nacional de Turismo da China, são esperadas 385 milhões de viagens internas, principalmente voos domésticos, sendo que a receita de turismo aumentará para 476 mil milhões de yuans, um acréscimo de 12,5 por cento em relação ao ano passado.
Em 2018, a corrida de viagem do Festival da Primavera começou em 1 de Fevereiro durará até 12 de Março, com mais de 390 milhões de passageiros a circularem nos comboios nacionais.

Ecrã vermelho

Os hongbao, envelopes vermelhos com dinheiro que constituem o presente a oferecer a familiares e amigos durante o ano novo chinês também já não são o que eram. As ofertas financeiras continuam a ser dadas mas a forma é outra.
Basta um clique no ecrã do telefone para a missão estar cumprida e o depósito estar feito em conta, no país que tende a ser o primeiro a abolir o dinheiro físico.
Um relatório divulgado pela gigante chinesa da Internet, a Tencent, refere que o WeChat, a aplicação mais usada no continente, só no ano passado, foi o meio para enviar cerca de 46 mil milhões de envelopes vermelhos electrónicos nos cinco dias que antecederam o ano novo em 2017. Este ano a tendência é a que o número aumente.
Também a alimentação está a sofrer mudanças não tanto no conteúdo mas na forma de ir para a mesa. De acordo com a Xinhua, a carne de porco, o frango, os vegetais, a lagosta, o caranguejo e as frutas são alimentos que, conforme as regiões fazem parte do cardápio do ano novo mas as horas na cozinha já podem ser dispensadas. Mais uma vez, um ligação no WeChat e a tradição vem parar ao prato já devidamente pronta a comer.

Da China para o mundo

O ano novo chinês já há muito que deixou de ser exclusivamente celebrado na China. Partilhado pelos chineses em todo o mundo, é também uma data já festejada por muitos que de alguma forma se interessam pela cultura do país do Meio. Já são mais de 400 as cidades que assinalam a data, em mais de 130 países e regiões, avança a agência Xinhua.
Países como a Malásia, Singapura, Maurícias e mesmo o pequeno Suriname na América Latina já decretaram o primeiro dia do ano lunar como feriado.

Vermelho no mundo

Entretanto, e um pouco por todos os continentes, as festividades têm sido assinaladas das mais diversas formas.
Londres foi uma das capitais a iniciar os bons auspícios em 2018. Com um calendário rico em actividades, o ano do cão já é conhecido de muitos. Se no ano passado, as comemorações do ano novo chinês na Praça Trafalgar, no centro de Londres, atraíram mais de 700 mil visitantes de vários países, este ano o feito tende a repetir-se.
Por outro lado, nada como entrar no novo ano com promessas de novos negócios. A capital britânica já chamou as boas fortunas com um jantar que reuniu cerca de 400 homens de negócios ingleses, promovido pela Câmara do Comércio.
Também Madrid já fez saber na passada segunda-feira que a capital espanhola se vai vestir de vermelho e dourado para comemorar as festividades orientais.
A porta-voz das autoridades madrilenas, Rita Maestre apresentou o programa das festas ao embaixador da República Popular da China no país, Lyu Fan num evento realizado no Centro Cultural Chinês. No total, é quase um mês de celebrações que vão até 11 de Março.

Para locais e curiosos

Vivem na capital espanhola cerca de 53.000 chineses que “atraem a atenção dos madrilenos cada vez mais curiosos acerca dos seus costumes”, refere a Xinhua. Exposições, desfiles, dança e gastronomia vão encher Madrid para levar a cultura de cá aos de lá.
Em Nova Iorque o Empire State Building já foi iluminado em honra do festival da Primavera com os tons auspiciosos locais e assim vai estar até à chegada do ano do cão.
As artes não passaram ao lado, e a cidade da maçã foi palco da abertura de uma série de exposições dedicadas a artistas chineses que ali vivem. A ideia é aproveitar a época festiva e a presença de há já várias gerações de chineses nos Estados Unidos, para dar a conhecer os novos olhares de artistas que vivem e crescem em ambientes multiculturais. De acordo com a Xinhua, a iniciativa decorre pelo segundo ano consecutivo em parceria com a Academia de Belas Artes da China. O objectivo é construir uma plataforma de partilha para os estudantes e artistas.
A América Latina não fica de fora nas festividades e nem com o carnaval o ano do cão fica esquecido. Com relevância menor, também o Brasil, essencialmente através de actividades promovidas pela embaixada da China no país, deva aos seus algumas tradições O Ta Chi espalha-se nas ruas de Brasília, acompanhado de iguarias do oriente.
Na argentina a comunidade chinesa é a quarta maior comunidade estrangeira que reside no país. Uns regressam a casa todos os anos, mas outros ficam e é lá, com o novos vizinhos e amigos que comemoram o ano novo.

20 Fev 2018

Ponte HZM | Macau terá direito a 600 quotas para veículos locais

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau vai ter direito a 600 quotas para veículos locais circularem entre a cidade e Hong Kong através da nova ponte que liga os dois territórios e Zhuhai, foi ontem anunciado.

Destas 600 quotas de circulação, 500 têm validade de um ano e 100 de seis meses, enquanto as 300 quotas a atribuir a veículos de Hong Kong têm validade de três anos. Esta distribuição resulta de um consenso entre os governos das duas regiões administrativas especiais da China, indicou a Direção dos Serviços para os Assuntos do Tráfego de Macau (DSAT).

Os veículos particulares transfronteiriços não comerciais com quotas “podem entrar, com frequência ilimitada, nas duas regiões, através da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau”, segundo o comunicado.

Os veículos particulares de Hong Kong sem quota de circulação podem participar no plano “Park & Ride”, que lhes permite circular na ponte, mas não entrar na cidade de Macau. Estes veículos têm de ficar estacionados no auto-silo leste do posto fronteiriço da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, com três mil lugares, mediante marcação prévia.

Após ultrapassadas as formalidades de entrada em Macau, os passageiros desses veículos podem entrar na cidade através de um serviço de autocarros públicos ou de outros meios de transporte autorizados.

Iniciado em dezembro de 2009, o projeto, com uma extensão total de 55 quilómetros, inclui uma ponte principal de 22,9 quilómetros e um túnel subaquático de 6,7 quilómetros.

A 8 de janeiro, o jornal China Daily, que citou fontes não identificadas, tinha noticiado que a nova ponte podia abrir em maio ou junho próximos, dependendo dos trabalhos de construção dos postos fronteiriços em Zhuhai e Hong Kong.

14 Fev 2018

Economia | Agência Fitch aumenta rating de Macau para AA

A agência de notação financeira subiu o rating do território e destaca a prudência do Executivo, ao nível da despesa pública. A Fitch considera que as reservas acumuladas pelo Governo são suficientes para reduzir os riscos da dependência do turismo do Interior da China

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] cautela do Governo e a acumulação de fundos através dos impostos durante a crise do jogo fez com que a agência de notação financeira Fitch subisse o rating da dívida da RAEM para AA de AA-, com uma perspectiva estável. Segundo o comunicado de ontem da agência, os fundos acumulados nas reservas de Macau são mais do que suficientes para reduzir os riscos ligados à dependência do turismo do Interior da China e à reduzida base económica, ou seja o pequeno número de empresas geradoras de emprego.

De acordo com a escala adoptada pela agência americana, o nível AA representa um crédito “com muita qualidade”, em que as instituições apresentam um risco “muito pequeno” de não pagarem as suas dívidas. Segundo esta escala da agência, as entidades classificadas com AA têm uma capacidade de pagamento de dívidas que “não é significativamente vulnerável” a acontecimentos com um impacto negativo para a economia.

“A almofada fiscal continuou a aumentar [em 2017]. Macau é a única região avaliada pela Fitch que não tem qualquer tipo de dívida soberana, enquanto a dívida média dos Governos avaliados com rating AA cresceu para 42 por cento do PIB em 2017”, justifica a agência.

“Além do mais, um gestão prudente das despesas permitiu uma acumulação substancial de uma almofada fiscal. A Fitch estima que as reservas fiscais representassem aproximadamente 137 por cento do PIB no final de 2017, o equivalente a 5,6 vezes o orçamento para 2018”, é acrescentado.

A Fitch acredita que caso o Governo deixasse de ter qualquer receita e mantivesse o actual nível de despesa pública ano após ano, só daqui a cinco anos e seis meses ficaria sem dinheiro.

Em resposta à subida da avaliação, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) emitiu um comunicado onde sublinha o compromisso com o controlo da despesa pública: “O Governo da RAEM continuará a seguir o princípio da manutenção das despesas dentro dos limites das receitas, como princípio de gestão financeira prudente e a aperfeiçoar o estabelecimento do regime de gestão dos recursos financeiros, assegurando o desenvolvimento sustentável das finanças da RAEM”, é prometido.

Ainda de acordo com os dados oficiais, até finais de Novembro de 2017, os valores totais da Reserva Financeira da RAEM cifraram-se em MOP487,1 mil milhões, dos quais, a reserva básica representava MOP128,0 mil milhões e a reserva extraordinária MOP359,1 mil milhões.

Elogio às finanças públicas

Para a Fitch a força das finanças da RAEM é o “corolário” de Macau enquanto destino turístico internacional e do jogo, assim como do facto da região ter o monopólio na região da Grande China.

Em relação a este ano, a agência acredita que Macau vai gerar um superavit nas contas públicas de 35 por cento do PIB, superior aos 33 por cento do ano passado.

“Nos últimos 15 anos as contas públicas de Macau foram sempre positivas, incluindo durante 2015, quando houve o choque nas receitas do jogo, que caíram 34 por cento”, é referido.

Por outro lado, a agência destaca os activos no exterior detidos por Macau, no final do ano passado, atingia um valor que representava 176 por cento do Produto Interno Bruto.

14 Fev 2018

Mulher detida por tentativa de fogo posto no antigo tribunal

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária deteve uma mulher de 32 anos por suspeita de tentativa de fogo posto, junto ao edifício do Antigo Tribunal. Segundo o jornal Ou Mun, a PJ recebeu ontem pelas 9h30 uma denúncia sobre a mulher em questão.

Depois de investigar o caso, as autoridades identificaram uma residente de 32 anos e foram à suposta habitação da mulher. Durante a primeira abordagem, a suspeita mostrou-se muito agitada. Foi preciso a intervenção da família para que a residente se acalmasse e fosse levada para o Hospital Conde São Januário. A detida foi depois transportada para o Edifício da Clínica Psiquiátrica, já na Taipa. Segundo as informações fornecidas pela PJ, as autoridades recomendaram aos órgãos judiciais que tomem medidas para garantir a segurança da mulher e da população, tendo em conta a condição psíquica da residente.

14 Fev 2018

Ambiente | Índices elevados de poluição atmosférica mantêm-se hoje

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]esde ontem que os ares de Macau têm estado irrespiráveis, registando índices de poluição atmosférica muito acima das concentrações máximas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde. Nomeadamente, no que toca às partículas PM 2.5 que têm registado valores cinco vezes acima do recomendado. Tal como ontem, hoje a qualidade do ar vai-se manter insalubre, assim como a má visibilidade.

De acordo com informação divulgada pela Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), a fraca qualidade do ar e pouca visibilidade que se faz sentir desde ontem deve-se à conjugação de dois factores. Por um lado, o vento fraco que criou condições atmosféricas estáveis e pouco propícias à dissipação dos poluentes que ficam acumulados no Delta do Rio das Pérolas. Por outro lado, a humidade relativa da região tem-se mantido em níveis altos.

Espera-se que uma corrente de ar do quadrante leste aumente e a visibilidade melhore a meio desta semana. Os SMG aconselham que se reduza ao mínimo o esforço físico e que se evitem actividades ao ar livre, uma vez que hoje o índice da qualidade do ar pode atingir o nível insalubre.

14 Fev 2018

Banca | Clientes do Banco da China esperam horas para serem atendidos

O Ano Novo Chinês fez disparar as filas de espera nos balcões do Banco da China. No entanto, os residentes ouvidos pelo HM explicam que o problema é recorrente, mesmo noutras alturas do ano

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s clientes do Banco da China que ontem se dirigiram ao balcão no Fai Chi Kei, pelas 15h47, tinham à sua frente 193 pessoas. A situação não era muito diferente no balcão do Edifício Nga Lim Fong, na Avenida Ouvidor Arriaga, onde estavam 156 em fila de espera. Também na quarta-feira a situação tinha estado caótica em vários balcões do maior banco a operar em Macau. Por exemplo, segundo uma publicação de um residente que se queixou numa rede social, no balcão na Rua da Barca pelas 15h55 estava 224 pessoas na fila da espera.

As filas de espera nos balcões do Banco da China são um problema que se agrava nos dias anteriores e a seguir ao Ano Novo Chinês. Contudo, o atendimento presencial tende a ser complicado no início e final de cada mês. Um cenário que foi confirmado ao HM por utilizadores frequentes do banco.

“O Banco da China costuma ter grandes filas, dependendo da altura do mês. Normalmente nessas situações o que faço é recorrer a alternativas, ou seja às plataformas online ou ao multibanco”, afirmou o residente Lokia Ng, ao HM. “O problema é que há demasiadas pessoas a acederem ao serviço, porque se compararmos a velocidade do atendimento dos balcões do Banco da China com outros bancos, o serviço é o mais rápido”, considerou.

Para lidar com as filas, Lokia Ng adopta duas estratégias: evita os balcões que normalmente têm mais clientes, como os que ficam situados na Avenida Horta e Costa, Mercado Vermelho ou Rua do Campo e, por outro, evita os dias com mais movimento, como as segundas-feiras.

“Nesta altura do Ano Novo Chinês é impensável ir ao banco porque há muita gente. Nos dias normais é muito mais fácil ser atendido. Contudo há dias que devem ser evitados, como as segundas-feiras ou os dias a seguir aos feriados porque o encerramento dos balcões faz com que, nos dias seguintes, haja mais gente”, explica.

“Para ser atendido com maior rapidez, as pessoas devem evitar os balcões com mais pessoas, como o balcão na Horta e Costa, Mercado Vermelho ou Rua do Campo. Normalmente costumo ir à Rua 1 de Outubro, porque tem menos pessoa e fica mais perto do local onde more”, confessa.

Mais de duas horas à espera

O mesmo tipo de problema foi abordado um residente de origem portuguesa, em conversa com o HM, que preferiu não ser identificado.

“Mesmo não sendo cliente do Banco da China, vejo-me obrigado pelo menos uma vez por mês a recorrer aos serviços do banco para efectuar o pagamento da renda, depois de ter tido alguns conflitos com a agente imobiliária que me alugou o apartamento onde vivo. É das experiências mais ingratas pelas quais passei em Macau”, considerou.

“O habitual é ter que aguardar duas ou mais horas para efectuar uma operação que demora dois minutos a fazer. Da última vez, no final da semana passada, tinha cento e poucos números à frente. Dei entrada no banco às três e meia da tarde, saí da agência às seis e meia, muito depois do fim do horário de expediente”, revelou.

Face a esta situação, o Banco da China respondeu ao HM que têm sido adoptadas medidas para evitar as longas horas à espera: “O Banco da China lançou uma variedade de medidas para que os clientes possam poupar tempo, como senhas electrónicas ou aplicações no Wechat ou o BOC Direct, que permitem aos clientes verem à distância quando se aproxima a sua vez de serem atendidos”, foi explicado.

“Também através das aplicações podem ver quais os balcões com menos pessoas na fila de espera”, respondeu o banco.

Sobre a questão de contratar mais pessoas para solucionar o problema, o Banco da China não respondeu, mas explicou que há um acompanhamento em tempo real das pessoas à espera e que o número de postos de atendimento nos balcões abre e fecha consoante as filas. A instituição fez também questão de sublinhar que faz todos os esforços para ir ao encontro das necessidades dos clientes.

Tempo é dinheiro

Segundo Lokia Ng a situação da filas também encontra explicação no facto de parte da população ser conservadora, quando se trata do seu dinheiro: “Os balcões têm muitos utilizadores em Macau, porque as pessoas não gostam de utilizar os multibancos. Na altura de fazer os depósitos ou retirar dinheiro, há muita gente que evita os multibancos ou os serviços online”, justificou.

“No Interior da China, as pessoas estão muito acostumadas a utilizar as plataformas online como o Wechat, mas em Macau as pessoas são mais conservadoras”, sublinhou.

Contudo o residente de origem portuguesa ouvido pelo HM responsabiliza o banco pela situação: “Um banco, melhor do que ninguém, sabe que tempo é dinheiro. É pena que não tenham em grande consideração o tempo de quem recorre aos seus serviços”, sublinha.

O Banco da China é o maior banco a operar no território de Macau e o que mais lucros obtém. Em 2016, segundo os números no relatório e contas, a sucursal de Macau do Banco da China teve um lucros de 6,23 mil milhões de patacas.

14 Fev 2018

Pesca | Sector está a passar por período difícil, afirma associação

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]evido ao alargamento do período de suspensão de pescas no mar do Sul da China no ano passado, o período dourado para pesca de camarões, o volume de marisco que os pescadores recolheram foi reduzido, lamentou o presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Pescadores de Macau, Chan Meng Kam.

A situação, aliada à redução do volume de pescas conseguido durante o período do Inverno, fez com que os pescadores enfrentassem cada vez mais dificuldades. Em geral, o prejuízo ronda os 10 por cento.

De acordo com o responsável, há pescadores que optaram por deixar de trabalhar dadas as dificuldade no negócio. Por outro lado, a idade avançada tem feito com que outros profissionais do sector venham a optar pela desistência. Em declarações ao Jornal do Cidadão, Chan Meng Kam revelou não estar optimista e lamenta a redução de barcos no activo.

As dificuldades são sustentadas pelo testemunho de Tam. O pescador com mais de 60 anos revelou à mesma fonte que a actividade está a atravessar tempos difíceis salientando que os problemas foram acrescidos com passagem do tufão Hato. Também Tam está a preparar-se para a reforma. A razão, aponta, tem que ver com a pouca compensação que recebe com o salário que ganha.

14 Fev 2018

Táxis | Associação critica modelo de atribuição de licenças

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m declarações ao Jornal do Cidadão, Cheang Chong Fai, presidente da Associação dos Consumidores das Companhias de Utilidade Pública, criticou o Governo por não ter cumprido a promessa de alterar o método de atribuição de licenças de táxis, tendo optado por manter o sistema de concessão das mesmas pelo valor mais elevado.

De acordo com o responsável, o actual modelo não traz nenhuma vantagem aos concorrentes, taxistas e passageiros. Cheang Chong Fai também criticou o Governo pelo facto de este demorar muito tempo a rever o regulamento dos táxis, tendo questionado se o actual método de atribuição de licenças vai manter-se quando o novo diploma chegar à Assembleia Legislativa.

Entretanto, em prol de uma melhoria na qualidade de serviços, Cheang Chong Fai pede que o Governo mude o actual modelo de concurso público e utilize o dinheiro obtido nos concursos para adquirir melhores táxis, aumentar o rendimento de taxistas e melhorar os serviços dos rádio-táxis.

14 Fev 2018

IPM | Instituição lança aplicação pioneira para ensino do português

É a primeira aplicação feita pro académicos e totalmente dedicada ao ensino de português para falantes de chinês. “Diz lá!” Já pode ser descarregada para qualquer telemóvel gratuitamente e promete, afirma Carlos André, ser um sucesso

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]eita por académicos, é a primeira aplicação para o ensino do português pensada exclusivamente para os alunos chineses. Um instrumento pioneiro, desenvolvido pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM) e apresentado ontem apresenta três vertentes de modo a abarcar várias vertentes da língua portuguesa e de a fazer chegar e compreender aos falantes de chinês. “É uma aplicação pioneira e que foi desenvolvida em cerca de nove meses num trabalho conjunto entre académicos ligados à linguística e à informática”, revelou ao HM o director do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa (CPCLP) do IPM, Carlos André.

“Diz lá!” era o nome óbvio, porque “é uma frase muito portuguesa e que não existe em mais nenhuma língua”, sublinha o responsável.

“Na aplicação há três vertentes. Uma que tem que ver com a conjugação de verbos e que é talvez aquela que tem mais impacto e que tem muito significado para os chineses”, explicou. A opção pelo foco nos verbos tem que ver com o resultado da experiencia do ensino da língua a chineses. “Esta tem sido uma das grande dificuldades para os chineses que estudam a língua portuguesa porque no chinês não há tempos ou modos e é uma grande complicação”, refere ao HM.

A segunda parte da aplicação é um guia diário de comunicação” e que tem as expressões usadas no quotidiano. “É o português do dia a dia associado a várias situações. Já há aplicações de telemóvel com isso mas normalmente são feitas por curiosos e sem o uso de nenhuma língua intermediária. Isto é feito directamente do português para o chinês”, aponta Carlos André.

A terceira vertente da “Diz lá!”, dá ao utilizador uma palavra diária nova para aprender. “É a palavra do dia. São palavras correntes e que enriquecem a aprendizagem e ao mesmo tempo acaba por ser um divertimento engraçado porque a pessoa abre a aplicação e aparece logo o termo”, refere.

Carlos André está confiante no sucesso da aplicação. “Penso que dentro de pouco tempo existam milhares de chineses a utilizar esta aplicação. Não só os estudantes mas muitos outros que querem e precisam de falar português”, diz.

Trabalho, muito e de muitos

A aplicação foi materializada num tempo quase recorde. O trabalho começou no Verão passado e “para se fazer isto foi preciso trabalhar com duas equipas técnicas em cooperação em duas áreas completamente distintas”, apontou.

Mais uma vez trata-se de um trabalho inovador. “Que eu saiba não aconteceu até agora uma equipa de linguístas doutorados estarem a trabalhar numa aplicação de telemóvel com uma equipa de informática”, refere.

De acordo com Carlos André, o entendimento foi “fantástico, tanto mais que há já outros projectos a caminho”.

Sem querer adiantar muitos detalhes o académico refere que se tratam de instrumentos úteis para o ensino do português na China cruzando conhecimentos científicos com as potencialidades da informáticas.

Livros originais

Foram também ontem lançados ontem, pelo IPM, sete livros, na sua maioria matérias pedagógicos para o ensino da língua portuguesa. “Temos manuais de fonética que consideramos inovadores porque ensinam os sons do português através de canções”, começa por dizer o director. “Se a música é o domínio do som, porque não utilizar a música para ensinar fonética”, explica.

Os livros contêm canções portuguesas e brasileiras e entre os autores estão Amália, Carlos do Carmo e Maria Rita, sendo que não falta a conhecida “Garota de Ipanema”. Juntam-se a estes dois livros um que ensina a construir vocabulário, manuais para professores e um livro de cultura ligada à lusofonia.

A partir de agora, e tal como nos manuais apresentados ontem, as publicações do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa vão contar todas com a colaboração com professores chineses de modo a estarem mais próximos das necessidades reais, rematou Carlos André.

14 Fev 2018

MGM Cotai | Grant Bowie confiante na renovação da licença de jogo depois de investimento de 3,4 mil milhões

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] CEO da MGM China, Grant Bowie, garantiu ontem não estar preocupado com a questão da renovação das licenças de jogo, tendo em conta o investimento que a concessionária fez no Cotai. “Não é motivo de preocupação. O Governo tem sido muito claro de que não vai dizer nada e não posso acrescentar mais nada. Merecemos a extensão do nosso contrato de concessão. Se investimos 3,4 mil milhões de dólares não vamos abandonar Macau e estamos a responder aos requisitos e estratégia do Governo.”

“A renovação dos contratos não tem a ver com o sucesso dos casinos mas com a diversificação do sector, e quando Edmund Ho [ex-Chefe do Executivo] liberalizou o sector era esse o objectivo”, lembrou o CEO.

Com um discurso francamente optimista, Grant Bowie adiantou que as salas VIP abrem portas em meados deste ano e de que serão operadas por cinco empresas junket. Quanto ao número de mesas, o MGM transferiu 77 das 100 mesas que já possuía no empreendimento da península. “Estamos a usar os bens que já tínhamos de forma efectiva, tal como todas as restantes concessionárias. Todos têm mesas sem utilização e temos cerca de 100 mesas. Pensámos em colocar 77 mesas de acordo com a nossa estratégia para o Cotai. Vamos gerar mais retorno com estas mesas no MGM Cotai do que aquele que estávamos a obter no MGM Macau”, frisou o CEO da operadora.

Pansy Ho, directora-executiva da MGM China, defendeu que a concessionária deverá levar cerca de oito anos a ter o retorno do investimento feito no Cotai, e Grant Bowie não quis contrariá-la, apesar de não ter avançado números concretos. “Não vou desafiar as previsões de Pansy Ho, mas não tenho uma previsão especial em relação ao tempo que levará a termos o retorno do investimento. Com um investimento de 3,4 mil milhões de dólares teremos a oportunidade de satisfazer as necessidades dos nossos clientes. Os atrasos no projecto não levaram ao aumento do investimento e queríamos abrir na altura certa.”

Tendo adiantado que ainda estão a ser feitas algumas reparações aos estragos que a obra sofreu aquando da passagem do tufão Hato, Grant Bowie garantiu que vai demorar algum tempo até que o novo empreendimento tenha uma presença forte mercado. “Não vou comprometer-me com nada e vai levar algum tempo para que o nosso empreendimento possa mostrar a posição face aos projectos das restantes concessionárias. Vamos fazer de tudo para termos o retorno do investimento para os nossos accionistas.”

Hainão? “Já ouvi muitas histórias”

O MGM viu-se obrigado a adiar a data de abertura do seu empreendimento no Cotai diversas vezes, mas Grant Bowie garantiu que o objectivo foi sempre o de inaugurar o novo resort na fase certa. “Este é um período mais forte para nós e não tenho grandes previsões a fazer em relação ao retorno que vamos ter. É muito importante abrir agora e pode ser um período muito sólido. Agora temos resorts integrados e muita gente vem com as suas famílias, não apenas para jogar. Investimos muito dinheiro e o retorno será elevado.”

Grant Bowie lembrou que, numa altura em que o mercado começa a tornar-se mais maduro, todas as previsões devem ser feitas a longo prazo. “Não deveríamos fazer uma análise para daqui a um mês, porque Macau está a tornar-se num mercado maduro. Queremos fazer o reforço em termos de mercado do turismo e do entretenimento, que é onde estamos posicionados em Macau.”

Questionado sobre o excesso de turistas, tendo em conta que uma das apostas da operadora é o mercado de massas para o jogo, Grant Bowie adiantou que o objectivo não é o de trazer uma maior pressão a quem vive no território. “Sou professor universitário na área do turismo e posso desenvolver uma dissertação sobre essa matéria. Não estamos focados no número de pessoas mas sim na qualidade. Queremos assegurar que não vamos trazer pressão para as comunidades locais. Esta é a estratégia que devemos desenvolver no futuro.”

Questionado sobre as notícias de que o Governo Central estaria a ponderar a abertura de um empreendimento de jogo em Hainão, Grant Bowie não se mostrou preocupado. “Esta talvez seja a sexta ou a sétima vez que ouço essas histórias de haver jogo em Hainão. Vai continuar a haver este tipo de histórias com certeza. O jogo na China é um desafio e o Governo da China vai trabalhar sobre essa matéria. Claro que são pessoas com grande empreendedorismo que levantam essas questões”, concluiu.

14 Fev 2018

MGM Cotai | Empreendimento “está bem integrado na cultura de Macau”

Tem mais de 1300 quartos de hotel, promete trazer quatro dos melhores chefes de cozinha do mundo e pretende ser uma junção de entretenimento, jogo e arte. O MGM Cotai abriu ontem portas dez anos depois do primeiro momento em que começou a ser planeado

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a grande praça quase futurista cabe o restaurante do chefe Mauro Colagreco, que promete oferece os melhores bifes inspirados na cozinha mediterrânica. Há também espaço para a arte em forma de chocolates da chefe Janice Wong, natural de Singapura e conhecida em toda a Ásia pelas suas sobremesas originais. Há também o restaurante do chefe Graham Elliot, transformado em estrela de televisão.

É com esta aposta na gastronomia, bem como na arte e no entretenimento, que o MGM Cotai pretende fazer a diferença no território, numa altura em que se encontram em construção a segunda fase do Studio City, a terceira e quarta fases do Galaxy e o empreendimento Lisboa Palace, da Sociedade de Jogos de Macau.

O empreendimento abriu ontem portas às 19h30, mas antes os responsáveis máximos pela MGM China deram respostas sobre o resort integrado que começou a ser planeado há dez anos.

Pansy Ho, directora-executiva da concessionária, disse que o dia de ontem “foi o mais importante”. “Estou muito orgulhosa deste projecto. Dez anos depois temos uma cooperação inovadora em termos de arte e entretenimento. Nos últimos dois anos a MGM China tem estado a trabalhar sem parar.” 

A empresária, filha do magnata de jogo Stanley Ho, lembrou que uma das grandes apostas da operadora do Cotai é a junção entre entretenimento de qualidade e arte. No empreendimento que foi desenhado para ser uma “caixa de joalharia” haverá lugar a várias exposições, de artistas da China e de Macau. “O MGM está bem integrado na cultura de Macau e vai assimilar a visão de futuro que existe para o entretenimento. Este é um dos maiores investimentos de toda a Ásia e podemos ter mais de 300 peças de arte expostas. Um total de 25 artistas da China virão apresentar as suas obras.

Grant Bowie, CEO da MGM China, lembrou a atenção especial que a parceira de negócios dá ao mundo da arte. “Pansy Ho é uma grande patrocinadora de arte e demos esta oportunidade a artistas. Vamos criar novas oportunidades a jovens artistas que vão ter a oportunidade de expor os seus trabalhos e mostrarem a sua visão do mundo.”

James Murren, director-executivo da MGM China e CEO da MGM Resorts International, sediada em Las Vegas, frisou o esforço pessoal que a filha de Stanley Ho colocou neste projecto. “Sei que a Pansy ama Macau e as suas pessoas. Todos os espaços foram desenhados para celebrar a cultura de Macau e da China. Esta será uma nova plataforma para o entretenimento global.” 

O empresário falou ainda da área da restauração como uma grande aposta. “No MGM Cotai vamos ter cerca de 400 opções para comidas e bebidas. Seria mais fácil continuar com os mesmos restaurantes que já tínhamos mas não iríamos agradar aos nossos visitantes.”

Grant Bowie não deixou de dar destaque ao Spectacle, o primeiro teatro dinâmico da Ásia, que serve para dez configurações diferentes e que está preparado para receber duas mil pessoas. “Na última década procuramos fazer um resort integrado e para sermos competitivos tínhamos de melhorar. O entretenimento é a filosofia do MGM enquanto empresa. O teatro representa a

No discurso proferido na conferência de imprensa, realizada horas da abertura oficial do MGM Cotai, Pansy Ho destacou os apoios governamentais que o projecto recebeu e a necessidade de estabelecer maiores ligações em termos de integração regional. “Temos de encontrar novas formas de competitividade e o MGM já está a preparar-se para a nova ponte Hong-Kong-Zhuhai-Macau, para fazer com que Macau se integre melhor na China. Haverá um fluxo cultural importante.” “Recebemos sempre o apoio do Governo de Macau e do Governo Central. Conseguimos ter um desenvolvimento extraordinário e uma nova visão”, concluiu a empresária.

14 Fev 2018

Rastreios | Wong Kit Cheng pede mais divulgação

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Wong Kit Cheng sustenta que com base nas técnicas médicas que se utilizam actualmente que vários casos de cancros podem ser prevenidos, descobertos e até tratados antecipadamente se forem feitos rastreios periódicos. Ao mesmo tempo, segundo o jornal Ou Mun, a deputada considera que existem vários estudos a apoiar a importância do rastreio no sentido da prevenção da doença.

Ainda assim, Wong Kit Cheng salienta que com o recurso ao rastreiose pode reduzir no futuro a pressão dos cidadãos e do Governo sobre os recursos da área da saúde. No pólo oposto, Wong reconhece que o Executivo trabalhou na direcção certa nos últimos anos e conseguiu resultados positivos.

No entanto, Wong Kit Cheng revelou que há cidadãos que lamentam que não tenham conseguido participar nos programas de rastreio avançados pelo Executivo. Entre as razões apontados para este facto referem a falta de informação. Por isso, a legisladora sugere que se reforce a promoção sobre os programas de rastreio.

Além disso, a deputada propõe que as autoridades elevem o nível de formação do pessoal médico, as técnicas médicas, os métodos de tratamento, e a qualidade dos medicamentos para aumentar a probabilidade do tratamento dos doentes. Tendo em conta os vários factores necessários para os doentes ficarem curados, a deputada quer ainda aumentar apoios aos organismos que cuidam dos doentes, de forma a oferecer melhores serviços de aconselhamento aos utentes e às famílias.

13 Fev 2018

Jogo | Casino da Suncity no Vietname reforça candidatura a sétima licença

A promotora de jogo Suncity vai tornar-se numa operadora de casinos com a abertura de um empreendimento no Vietname, e o banco de investimento Union Gaming acredita que este facto reforça as hipóteses da empresa receber uma licença de jogo em Macau

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] construção de um hotel e casino em Hoi An, no Vietname, é um trunfo para o Grupo Suncity, caso haja uma corrida para atribuição de uma sétima licença de jogo em Macau. É esta a opinião expressa no último relatório do banco de investimento Union Gaming, publicado ontem.

“No que diz respeito ao concurso público para a atribuição das novas licenças em Macau, o empreendimento da Suncity em Hoi An coloca o grupo numa melhor posição (no caso de um sétima licença ser atribuída)”, é defendido. “Não só porque o grupo Suncity se vai tornar num verdadeiro operador de empreendimentos turísticos com raízes em Macau, mas porque a atribuição de uma licença à Suncity faria com que fossem enviados dólares do mercado VIP para Macau, que poderiam beneficiar a economia local”, é acrescentado.

O relatório foi publicado depois de uma visita ao Vietname de Grant Govertsen, analista em Macau do banco de investimento, onde acompanhou os trabalhos de construção do hotel com casino.

O empreendimento que o Grupo Suncity está a construir no Vietname, em parceria com o grupo de jóias Chow Tai Fok e o fundo de investimento VinaCapital, é composto por sete fases, que serão abertas ao longo de 20 anos. Vai ter um total de 140 mesas de jogo e 1000 slots e máquinas electrónicas de jogo. As previsões apontam para que a primeira fase comece a operar em meados do próximo ano e o investimento será de 650 milhões de dólares americanos, o equivalente a 5,23 mil milhões patacas.

Ameaça a Macau

Se por um lado o relatório realça que a atribuição de uma licença de jogo à Suncity em Macau pode ser benéfica, por outro é avançada a hipótese do sector VIP no território ver as suas receitas afectadas com a abertura do novo casino da empresa, que tem como figura de proa Alvin Chao.

“A realidade é que a Suncity vai estar em posição de desviar um montante real do volume de apostas VIP de Macau para o Vietname a partir do próximo ano. Claro que nem todo o montante [gerado pela promotora] vai ser desviado de Macau (por exemplo, parte virá de outros mercados do Sudoeste Asiático), mas apesar disso, pode ter um impacto no jogo VIP de Macau, a começar em 2019”, é explicado.

De acordo com as contas apresentadas, a quota de mercado no segmento VIP de Macau da Suncity fixa-se nos 50 por cento, o que, segundo a Union Gaming, corresponde a 20 por cento das receitas totais brutas dos casinos de Macau. Neste sentido, a promotora do jogo foi responsável por 53,2 mil milhões de patacas do total de 265,7 mil milhões gerados nos casinos de Macau, durante o ano passado.

Além do casino no Vietname, a Suncity está a abrir mais salas de jogo em casinos no Camboja e Filipinas.

13 Fev 2018

EUA | Activista de Macau ainda luta pela residência no país

Há um ano Justin Cheong, nascido em Macau e com passaporte português, saía do centro de detenções onde esteve preso em risco de ser deportado. Saiu mediante fiança e continua a aguardar pela última fase do processo em busca do green card, que só deverá acontecer em Abril do próximo ano

 

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]idera a BAMN, uma organização sem fins lucrativos que defende os direitos dos emigrantes sem cidadania nos Estados Unidos. Justin Cheong, nascido em Macau e detentor de passaporte português, há muito que trava uma batalha com o Governo norte-americano pela cidadania, uma vez que é casado com uma natural do país.

Em Fevereiro do ano passado o HM conversou com Justin Cheong no dia em que este conseguiu sair do centro de detenção onde estava, e que acolhe imigrantes em risco de deportação. Saiu mediante o pagamento de uma fiança de 1500 dólares, mas o caso ainda não chegou ao fim.

“A minha situação nos Estados Unidos teve novos avanços”, contou ao HM. “O próximo julgamento relativo ao meu caso acontece em Abril de 2019. Se ganhar, vou finalmente receber o meu green card [residência] e vão retirar-me a ordem de deportação. Mais importante do que isso é que vou ficar a salvo da deportação e junto da minha mulher e da minha família.”

“A minha mulher e os meus amigos, e eu também, vamos continuar a lutar pela liberdade de ficar nos Estados Unidos devido à perseguição levada a cabo pelo Governo chinês que tem sido feita a artistas políticos e activistas”, acrescentou ainda.

Há um ano, quando conversou com o HM, Justin Cheong dizia acreditar que a sua detenção não passava de um acto meramente político, que corria o risco de se agravar com a vitória de Donald Trump nas eleições.

“Creio que não foi um processo legal, mas sim totalmente político. O juiz, desde o primeiro dia, sabia que eu era um activista político, que estava a desafiar as autoridades na luta pelos direitos dos imigrantes. Ele não concordava comigo e, há sete meses, decidiu não me atribuir uma fiança. Fiquei preso no centro de detenção, em risco de ser deportado. Mantivemos a luta e mantivemos contacto com a nossa coligação irmã, sediada no Reino Unido.”

O activista lembrou o apoio que obteve fora das grades para que a sua liberdade fosse uma realidade. “Tivemos um grupo de imigrantes organizado dentro do centro de detenção e também um grupo de amigos cá fora a apoiar-nos. Tínhamos maiores possibilidades de sermos soltos e foi isso que aconteceu. Organizaram um grupo de apoiantes à minha volta e, graças a isso, o juiz e o próprio sistema legal sentiram que tinham de me deixar sair. Foi por ser quem sou, um activista político, que tive um mau momento. Tal também se deve à campanha de Donald Trump contra os emigrantes, que está a fazer com que cada vez mais emigrantes sejam deportados, sobretudo os chineses.”

Um perigo a aumentar

Um ano depois, Justin Cheong continua a ter o mesmo receio em relação às políticas anti-emigração do presidente Donald Trump. Nem a recente notícia de que o presidente norte-americano poderá rever o sistema de atribuição de green cards a chineses que tenham profissões qualificadas faz mudar a opinião do activista.

“O perigo de deportação de cidadãos chineses continua a aumentar à medida que a tensão política cresce entre a China e os Estados Unidos. A situação piorou bastante desde que a Administração Trump tomou posse. As relações inflamadas com a Coreia do Norte faz franzir o sobrolho e aumentar as preocupações quanto uma potencial III Guerra Mundial. Simplesmente não é seguro para nenhum cidadão chinês ser deportado neste momento”, explicou Justin Cheong.

Nos Estados Unidos não é fácil ter acesso a um green card pelo período de cinco anos, e que permite ao imigrante levar consigo alguns familiares. Um artigo do jornal South China Morning Post, de 1 de Fevereiro, fala de potenciais benefícios para estes imigrantes qualificados chineses, mas Justin Cheong não está optimista.

“Esta ‘nova política de imigração’ não vai trazer benefícios aos trabalhadores chineses. É óbvio que uma pequena minoria destes trabalhadores qualificados podem ou não ter uma oportunidade de trabalho nos Estados Unidos, enquanto a maioria dos trabalhadores chineses, milhões, vão continuar a sofrer numa situação de miséria extrema”, concluiu.

13 Fev 2018