Diana do Mar SociedadeDespesas feitas fora dos casinos subiram em 2017 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s visitantes que escolheram Macau como destino no ano passado voltaram a gastar mais dinheiro fora dos casinos. A despesa total, excluindo em jogo, atingiu 61,32 mil milhões de patacas, traduzindo uma subida de 16,4 por cento face a 2016, indicam dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). A par com o aumento global verificou-se também uma subida dos gastos ‘per capita’ que cresceram 10,5 por cento para 1.880 patacas. Os visitantes procedentes da China foram os que mais abriram os cordões à bolsa, com a despesa ‘per capita’ a corresponder a 2.203 patacas – mais 11,6 por cento face a 2016. A despesa ‘per capita’ dos visitantes de Singapura (1.848 patacas), da Malásia (1.762 patacas) e do Japão (1.744 patacas) também aumentaram. Em sentido inverso, os gastos dos visitantes oriundos da Austrália (1.429 patacas), Estados Unidos (1.236 patacas) e Reino Unido diminuiu. Segundo a DSEC, no ano passado, os visitantes despenderam, essencialmente, em compras (855 patacas, isto é 45,4 por cento do total ‘per capita’) – mais 14,9 por cento face a 2016. A despesa ‘per capita’ em alojamento foi na ordem das 485 patacas – mais 4,8 por cento do que em 2016 –, enquanto a de alimentação foi de 392 patacas, representa um quinto na estrutura da despesa ‘per capita’, segundo os resultados do inquérito às despesas dos visitantes da DSEC. Quanto ao principal motivo de vinda a Macau, os que visitaram o território para participar em convenções/exposições foram os que mais despenderam, com os gastos ‘per capita’, atingindo 3456 patacas. Este valor reflecte um aumento anual de 28 por cento, apesar de representarem menos de um por cento. A segunda despesa mais avultada foi feita por quem veio fazer compras (2.571 patacas), seguindo-se a efectuada pelos que escolheram Macau para passar férias (2.508 patacas), que representaram mais de metade do total. Já a despesa ‘per capita’ de quem veio para jogar nos casinos foi na ordem das 985 patacas, traduzindo uma descida de 14,6 por cento face a 2016.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeToi San | STDM vendeu prédio habitacional junto a obra pública O edifício da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau localizado no bairro de Toi San, ao lado da obra de habitação pública, foi vendido a Simon Siu, da empresa Lek Heng Property. Os moradores não foram despejados, mas passaram a pagar renda [dropcap style≠’circle’]V[/dropcap]ivem em comunidade há décadas num só edifício de quatro andares. É assim no prédio que a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM) possuía no bairro de Toi San e onde, desde os anos 60, vivem várias famílias. Segundo o que o HM conseguiu apurar, o edifício foi vendido a Simon Siu, empresário e proprietário da empresa Lek Heng Property. Desde que começaram, no terreno ao lado, as obras para a construção de um edifício de habitação pública que o edifício tem vindo a sofrer com a existência de grandes fendas estruturais. Desconhecem-se as razões para a venda desta propriedade, e a STDM não respondeu às questões colocadas pelo HM. Contudo, e de acordo com a garantia dada por Chan Tak Seng, da Aliança do Povo de Instituição de Macau, os moradores, que temiam o despejo, passaram a pagar renda ao novo proprietário, quando antes a STDM os isentava desse pagamento. Numa reportagem realizada pelo HM em 2015, os 40 moradores do edifício temiam ser despejados pela empresa fundada por Stanley Ho, e que durante anos teve a concessão exclusiva do jogo no território. Estes chegaram a receber cartas da empresa a alertar para a possível situação de despejo, que nunca se concretizou. “A STDM já não cobra renda aos inquilinos e acredito que isso é para nós sairmos à vontade. Mas ganho muito pouco e não tenho capacidade para arrendar uma casa lá fora”, contou um dos moradores. Planta em análise Em 2015 os problemas estruturais do edifício, agravados com as obras no terreno ao lado, foram notícia, tendo os representantes da Aliança do Povo de Instituição de Macau reunido com Li Canfeng, director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). Neste momento, está sob consulta pública, para posterior análise do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU), uma planta de condições urbanísticas sobre este edifício, mas a DSSOPT não quis dar mais esclarecimentos sobre este projecto. “Quanto ao respectivo lote, a pedido do proprietário do terreno esta Direcção de Serviços realizou os trabalhos relativos à elaboração da sua planta de condições urbanísticas de acordo com a Lei do Planeamento Urbanístico e a mesma está-se a proceder ao procedimento de divulgação, exposição e consulta pública, não tendo actualmente mais informações complementares.”
Andreia Sofia Silva SociedadeIACM organiza passeios educativos por pátios antigos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) organiza, a partir de hoje, passeios por alguns pátios e becos antigos do território, tal como o Pátio do Espinho, Bêco da Rosa, Pátio da Eterna Felicidade, Pátio das Seis Casas. O objectivo, apontou Lam Mei Siu, chefe substituta do gabinete do cidadão do IACM, é garantir que o público saiba mais detalhes sobre estes locais. Muitos dos pátios estão degradados, sem um plano de requalificação e já sem moradores. “Esta actividade tem por objectivo promover a participação pública em conjunto com a comunidade, para que se possam conhecer os bairros sob diferentes perspectivas, além de fortalecer o sentido de mobilidade.” Estes percursos foram criados através de concurso, sendo a participação do público feita através de inscrição. A língua dos passeios será o cantonês, existindo a possibilidade de virem a ser realizados percursos em português ou inglês, garantiu Henry Ma, membro do conselho de administração do IACM. “Cada mês temos uma visita aberta a inscrições do público e já recebemos inscrições de escolas e vários grupos para a realização de visitas guiadas. Também acrescentamos este ano visitas guiadas levadas a cabo por académicos para que os participantes possam compreender melhor a história das ruas de Macau”, acrescentou Lam Mei Siu. Para a realização destes percursos foram feitas algumas mudanças nos locais. “Colocaram-se mesas e cadeiras para refeições e vários convívios, para que haja um contacto e uma estreita interacção entre vizinhos. Esta nova rota estabelece uma ligação entre os pátios e os becos antigos de Macau, para que os visitantes possam rever as memórias colectivas.” O IACM já tem pensados noutros temas para percursos relacionados com locais históricos de Macau. “Temos várias rotas, como as personalidades e os pintores de Macau, e as rotas relacionadas com os templos antigos da Taipa, duas ligadas a Coloane e outra rota relacionada com as lojas antigas”, adiantou Henry Ma. O sucesso deste projecto já está garantido, conforme frisou o administrador do IACM. “Convidámos académicos para uma primeira visita guiada, as vagas já estão esgotadas e vamos abrir mais uma actividade”, rematou.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeIACM | Extensão da ciclovia da Taipa até Coloane custa 18 milhões Já há consenso para a extensão da ciclovia da Taipa até à ponte Flor de Lótus. O IACM prevê um custo de 18 milhões de patacas para uma obra que deverá ser inaugurada no próximo ano. As restantes fases estão dependentes do projecto da marina, que está a cargo da empresa do deputado Cheung Lap Kwan [dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uem costuma correr ou caminhar na ciclovia da Taipa, que se estende desde a entrada da ilha até ao Galaxy, poderá, no próximo ano, estender o percurso até à zona Flor de Lótus, perto de Coloane. As obras da sexta e última fase da referida ciclovia já reuniram consenso, tendo o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) apresentado ontem os detalhes de um projecto que vai custar 18 milhões de patacas. Serão acrescentados um total de 600 metros à actual ciclovia, explicou Au Chun Yat, engenheiro civil do IACM. “Vamos ter uma faixa verde para separar a zona de lazer da estrada. Vamos fazer a expansão do dique de retenção e colocar placas informativas para a segurança dos peões.” A necessidade de estabelecer a ligação, através de percursos pedonais e ciclovias, entre a Taipa e o Cotai é uma questão antiga, tanto que até já foi tema de debate na Assembleia Legislativa, nomeadamente da parte da ex-deputada Kwan Tsui Hang. Em Maio do ano passado já o IACM tinha garantido à deputada que estava a estudar o assunto. “Quais são os planos concretos das restantes três fases da ciclovia da Zona de Lazer da Marginal da Taipa? E quando é que vai estar concluída a ligação entre a pista da Flor de Lótus e a ciclovia da Avenida dos Jogos da Ásia Oriental?”, questionou a deputada junto do Governo, através de uma interpelação escrita. Duas fases à espera Apesar do Governo ter decidido avançar para este projecto, há duas fases, a quatro e cinco, desta obra que só poderão avançar depois de um diálogo com a empresa do deputado Cheung Lap Kwan, concessionária de um terreno onde vai nascer uma nova marina de iates. Henry Ma, membro do conselho de administração do IACM, explicou que “está a ser pensada a construção de uma marina no local onde serão feitas as fases quatro e cinco do projecto, pelo que teremos de comunicar com o concessionário do terreno”. Ainda assim, Henry Ma mostra-se confiante no cumprimento do calendário da obra. “Em principio vamos iniciar a obra em Julho e terminar até finais deste ano. Será inaugurada no principio do próximo ano. Vamos procurar atingir este objectivo, mas isso terá sempre a ver com a situação concreta das obras.” IACM analisa segurança alimentar nas escolas O IACM anunciou a realização do primeiro estudo sobre segurança alimentar, que se inicia hoje. A pesquisa vai incidir sobre mais de mil alunos de 30 turmas, em 12 escolas do ensino secundário. A ideia é analisar, não apenas as noções que os estudantes têm sobre esta matéria, mas também os tipos de alimentos que são consumidos e a sua quantidade. Cabe à Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau a realização deste inquérito, cujos resultados deverão ser conhecidos no final do ano.
Hoje Macau SociedadeInvestimento | Dente Partido apoia “Uma Faixa, Uma Rota” [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]an Nga Koi, conhecido como Dente Partido, veio a público apoiar a implementação da política “Uma Faixa, Uma Rota” e anunciar a criação de uma empresa corretora para facilitar o investimento chinês ao longo dos países abrangidos pela iniciativa. O objectivo foi admitido, na semana passada, de acordo com o jornal Apple Daily, durante um evento da associação a que Dente Partido preside: a Associação Mundial de História e Cultura de Hongmen. A empresa vai exigir um investimento inicial de 30 milhões de dólares norte-americanos e vai ter como nome Empresa Corretora de Hongmen. Ao longo do vídeo colocado a circular nas redes sociais, Pan Nga Koi surge ainda a reafirmar os valores da Associação Mundial de História e Cultura de Hongmen sublinhando o amor por Hong Kong, Macau e pelo País. Por outro lado, compromete-se a trabalhar para que haja uma reunificação pacífica entre o Continente e Taiwan.
Diana do Mar SociedadeAmnistia Internacional | Proibições de entrada e caso Sulu Sou em destaque [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]stes são os casos que a Amnistia Internacional refere no parágrafo que dedica a Macau no relatório anual em que documenta o estado dos direitos humanos em 159 países e territórios de todo o mundo. Já relativamente a Hong Kong, a Amnistia Internacional menciona uma série de acções tomadas pelas autoridades durante o ano passado que aumentaram as preocupações sobre o vigor das liberdades de expressão e de reunião pacífica. O relatório, publicado ontem, diz mesmo que a liberdade de expressão ficou sob ataque perante o uso por parte do Governo de acusações vagas para perseguir activistas pró-democracia. Neste âmbito, fala, nomeadamente, das acusações, em Março, contra três fundadores do movimento “Occupy Central”, que arriscam uma pena máxima de sete anos de prisão. Outro sinal de alerta foi a decisão judicial, que remonta a Julho, desqualificando quatro deputados pró-democracia por terem falhado em cumprir os requisitos especificados na interpretação do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular da China da Lei Básica de Hong Kong quando prestaram juramento em Outubro de 2016. A Amnistia Internacional refere também os processos, que ainda corriam na justiça, devido aos recursos das condenações, contra Joshua Wong, Alex Chow e Nathan Law por causa do protesto estudantil, em Setembro de 2014, que desencadeou a chamada revolução dos guarda-chuvas. O caso dos sete polícias de Hong Kong condenados a dois anos de cadeia pelo ataque violento contra um manifestante durante os protestos pró-democracia de 2014, também é destacado no relatório. A Amnistia Internacional argumenta que, depois da sentença, os órgãos oficiais da China iniciaram uma campanha orquestrada atacando o sistema judicial de Hong Kong.
Diana do Mar SociedadeJogo | IAS registou 157 casos de dependência em 2017 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s pedidos de ajuda recebidos pelo Instituto de Acção Social (IAS) devido à dependência do jogo subiram ligeiramente para 157 no ano passado. O número facultado pelo IAS ao HM resulta do denominado sistema de registo central dos indivíduos afectados pelo distúrbio do vício do jogo. A informação vem referida no relatório anual, que junta dados estatísticos sobre quem procura ajuda devido a problemas relacionados com o jogo. O documento, que se encontra actualmente em elaboração, procura compreender os hábitos e comportamentos de quem é afligido pelo vício. Em 2016, foram contabilizados, através do sistema central, 141 casos – menos seis do que no ano imediatamente anterior. Sete em cada dez pedidos de apoio foram feitos por homens. A maior parte tinha entre 30 e 39 anos, de acordo com o documento publicado pelo IAS. Mais de 10 por cento dos indivíduos que estavam empregados trabalhavam como ‘croupier’. Resolver dificuldades financeiras figura como a principal razão para jogarem, segundo o relatório do IAS. Segundo os resultados do inquérito, encomendado no Verão passado pelo IAS à Universidade de Macau para tirar o pulso à consciencialização sobre a prática de jogo responsável, em termos genéricos houve melhorias no ano passado. De acordo com o documento, recentemente publicado, antes do lançamento das actividades de promoção do jogo responsável, em 2009, os residentes com consciência dos problemas resultantes do jogo correspondia a 16,2 por cento. Em 2017, passou a ser 63,7 por cento. “Globalmente, apurámos que a taxa de consciencialização cresceu significativamente entre 2009 e 2012. Contudo, desde 2013 a taxa de crescimento começou a abrandar”. A título de exemplo, os inquiridos estavam, em geral, informados sobre a existência de, pelo menos, um dos nove centros de tratamento de problemas de jogo, sendo que quase sete em cada dez conheciam a linha aberta para aconselhamento que funciona durante 24 horas. O inquérito foi realizado junto de uma amostra de 1.040 residentes com idade igual ou superior a 18 anos – 483 homens e 557 mulheres – através da utilização do método de amostragem aleatória e da realização de entrevistas por telefone.
Hoje Macau SociedadeAno novo | 46 toneladas de lixo produzidas em três dias Este ano, o máximo da recolha do lixo de grande dimensão no Ano Novo Lunar foi atingido três dias antes da entrada no Ano do Cão. De acordo com a Rádio Macau, foram recolhidas 46 toneladas de mobílias velhas, equipamentos e de objectos de grande volume na passada terça-feira, 13 de Fevereiro, disse o o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais à mesma fonte. A população de Macau continuou fiel à tradição de limpar a casa antes da entrada no Ano Novo Lunar, tendo o volume recolhido começado a diminuir gradualmente à medida que se aproximava o Ano do Cão. A 15 de Fevereiro foram recolhidas 31 toneladas de entulho, um valor considerado dentro da média de um dia normal, que é de cerca de 30 toneladas. Em 2017, uma média diária de 48 toneladas de mobílias e equipamentos domésticos foi recolhida em Macau nas duas semanas que antecederam a entrada no Ano do Galo, num total de 672 toneladas. Já no que diz respeito ao lixo doméstico comum, o maior volume recolhido este ano foi no último dia do Ano do Galo, na passada quinta-feira, no total de 934 toneladas. Num dia considerado normal são recolhidas 800 toneladas. A 9 de Fevereiro, uma semana antes do início do novo Ano Lunar, o lixo doméstico atingiu 820 toneladas. No primeiro dia do Ano do Cão, na passada sexta-feira, 16 de Fevereiro, a soma destes resíduos não foi além das 544 toneladas, bastante menos do que o habitual.
João Santos Filipe Manchete SociedadeDSAMA | Susana Wong foi a um jantar de 11.900 patacas pago por privados A directora foi uma das cinco responsáveis da DSAMA presentes numa refeição paga pelo empresa de transporte Cotai Chu Kong, que custou 11.900 patacas, ou seja, um valor superior a 2 mil patacas por cabeça [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] empresa de serviços de navegação Cotai Chu Kong ofereceu uma refeição no valor de 11.900 patacas a cinco responsáveis da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), entre os quais estava a directora Susana Wong. A informação foi revelada, ontem, durante a sessão do julgamento do ex-chefe do Departamento de Apoio Técnico Marítimo da Capitania dos Portos, Ip Va Hong, que é acusado da prática de um crime de corrupção passiva e outro de abuso de poder. A factura do jantar foi mencionada pela defesa para refutar a tese do Ministério Público. Segundo a acusação, uma das contrapartidas oferecidas a Ip Va Hung pelo alegado corruptor foi um jantar no valor de 1.500 patacas. Nessa ocasião estiveram à mesa três pessoas, pelo que a oferta tem um valor de 500 patacas por pessoa, contando com o corruptor, que representava a empresa Cotai Chu Kong. A factura de 1.500 acabaria, mais tarde, por ser coberta pela empresa de serviços de navegação. Confrontado com o facto da factura de 1.500 patacas constar na acusação, mas a factura de 11.900 ter ficado de fora do processo, o agente do CCAC, com o apelido Lam, não conseguiu apresentar uma justificação: “É uma questão que tem de ser colocada ao agente responsável por essa parte da investigação”, respondeu. Na refeição de 11.900 patacas esteve igualmente presente entre os responsáveis da DSAMA o próprio arguido no processo Ip Va Hung. No jantarda, longe dos lugares d o agente do CCAC, com o apelido Lam, ns de naveç o corruptor.Ching Fung.da, longe dos lugares dNa O HM contactou a DSAMA, fora do horário de expediente, para obter uma reacção à factura em questão e aos procedimentos adoptados pelos funcionários nestas situações, mas até ao fecho da edição não tinha recebido uma resposta. Bilhetes de Ferry Segundo a acusação, Ip Va Hong terá recebido benefícios, num valor avaliado em cerca de 10 mil patacas, para agilizar procedimentos e burocracias relacionadas com a empresa Cotai Chu Kong. Os pagamentos, como o jantar em questão, a oferta de bilhetes de ferry em sete ocasiões, ou pagamento de despesas relacionadas com inspecção de uma viatura com matrícula dupla ou estadias no hotel Grand Lapa, terão sido efectuados por Li Mianxiong, funcionário da Cotai Chu Kong. Li é o segundo arguido do processo e está acusado de um crime de corrupção activa, encontrando-se em paradeiro incerto. É por esta razão que o segundo arguido está a ser julgado revelia. A Cotai Chu Kong é uma operadora local de embarcações, com ligações à Sands, que, pelo menos desde 2013, tem feito contratos sucessivos com o Governo para a prestação do serviços de transporte de passageio no Porto Exterior e no Terminal da Taipa. Segundo o último contrato, a Cotai Chu Kong comprometeu-se a pagar 6,07 milhões de patacas para o transportes de passageiros no Porto Exterior em 2017 e 2018. No entanto, Ricardo Gomes, um dos funcionários da DSAMA e antigo subordinado de Ip Va Hung, garantiu em tribunal que sempre teve orientações para tratar todas as companhias da mesma forma, e que os processos eram agilizados para todas as companhias de transportes, com o objectivo de garantir o normal funcionamento dos serviços. A mesma testemunha falou de uma cultura do pagamento de refeições por parte de todas as operadoras de transportes a funcionários da DSAMA, em alturas do Ano Novo Chinês. Lutas internas Também ontem ficou a saber-se que por volta de 2013 Ip Va Hung e o respectivo subchefe do Departamento de Apoio Técnico Marítimo da Capitania dos Portos começaram a desenvolver um relacionamento tenso. Segundo as testemunhas Ricardo Gomes e outro funcionário da DSAMA, de apelido Lou, o subdirector considerava que o seu superior transmitia informações negativas sobre o departamento para os colegas da DSAMA. Em relação à fuga das informações, o subdirector terá mesmo exigido aos funcionários que fizessem um juramento pela própria vida em como garantiam que não eram os responsáveis pelas fugas. O juramento foi exigido pelo subdirector, nas costas de Ip Va Hung: “Eu também fiz esse juramento”, confirmou Lou. O crime de corrupção passiva para acto ilícito é punível com uma pena de prisão de 1 a 8 anos. Já o crime de abuso de poder é punido com uma pena que vai até 3 anos de prisão.
Hoje Macau Manchete SociedadeBES | Saco Azul deu dinheiro a Salgado com recurso a offshore de Macau Uma investigação do jornal online português Observador revela que Ricardo Salgado, ex-presidente do antigo Banco Espírito Santo, recebeu directamente 16,3 milhões de euros através da ES Entreprises. A empresa transferiu essa quantia com recurso a quatro sociedades offshore, uma delas foi a Shu Tian Limitada, localizada em Macau [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] revelação de detalhes das razões da queda do império Salgado e do Banco Espírito Santo (actual Novo Banco) não param de marcar a agenda. Desta vez há dados que estabelecem uma relação directa com Macau, uma vez que, segundo o jornal online português Observador, Ricardo Salgado terá recebido um total de 16,3 milhões de euros da ES Entreprises, empresa conhecida como o “Saco Azul” do Grupo Espírito Santo, que financiou muitas pessoas e instituições. O Observador revela que a ES Entreprises terá recorrido a quatro sociedades offshore para transferir dinheiro para várias pessoas, sendo que a offshore Shu Tian Limitada, localizada em Macau, foi um dos meios que serviu para transferir verbas directamente para a conta de Salgado. O jornal aponta que, de um total de 22 milhões de euros, o ex-patrão máximo do BES, também conhecido como “Dono Disto Tudo”, recebeu a maior fatia, ou seja, 16,3 milhões de euros, que foram “transferidos de forma direta e indirecta através da ES Enterprises para contas bancárias abertas na Suíça e em Singapura em nome de diversas sociedades offshore controladas pelo próprio líder do clã”. Um total de 20 membros da família Espírito Santo receberam, entre 2006 e 2012, os tais 22 milhões de euros. “Desde complementos salariais dos Espírito Santo que tinham cargos de administração e direção no BES, passando por transferências para membros da família que não trabalhavam no grupo — tudo foi pago a partir de contas bancárias na Suíça que foram alimentadas, em parte, com fluxos financeiros que resultaram da venda de títulos de dívida de sociedades do GES aos clientes do banco da família Espírito Santo”, escreve o Observador. Em Macau, o BES tinha presença através do BES Oriente (BESOR), entretanto transformado em Novo Banco Ásia, já vendido, em 75 por cento, ao Grupo Well Link por 183 milhões de euros. Hoje a entidade continua sediada em Macau, mas com um novo nome: Banco Well Link. Da Shu Tian Limitada não há informações públicas. 5,5 milhões do “Saco Azul” A offshore criada na RAEM consta na acusação do Ministério Público a Ricardo Salgado no âmbito da Operação Marquês. O Observador escreve que Salgado e a sua mulher chegaram a devolver dois milhões de euros à ES Enterprises a 31 de Outubro de 2012, e que seria, de acordo com Salgado, “o reembolso de metade dos quatro milhões de euros que lhe teriam sido emprestados a 21 de outubro de 2011”. Contudo, escreve o jornal, “na acusação da Operação Marquês é claro que esses dois milhões de euros, apesar de terem sido transferidos para a ES Enterprises a partir de uma conta que o casal Salgado tinha no Credit Suisse, acabaram por ser contabilizados como uma dívida que a sociedade tinha para com Salgado — e não o contrário”. “Tendo mesmo tal montante sido pago para uma sociedade controlada pelo arguido chamada Shu Tian, com registo em Macau”, lê-se no despacho de acusação da Operação Marquês, acrescenta o Observador. A Shu Tian Limitada terá recebido 5,5 milhões de euros do “Saco Azul” do GES, tratando-se de “três transferências que ocorreram no mês de Fevereiro de 2014”. “A primeira, no montante de 2,2 milhões de euros, verificou-se a 13 de Fevereiro de 2014, enquanto a segunda foi de apenas 865,59 euros. A última operação levou ao crédito da conta da Shu Tian a 28 de Fevereiro de 2014 de cerca de 4,5 milhões de dólares (cerca de 3,3 milhões de euros).” Francisco Proença de Carvalho, advogado de Ricardo Salgado, não quis dar mais explicações ao Observador sobre estes novos dados. “O dr. Ricardo Salgado mantém a coerência de não comentar processos em segredo de justiça. Constatamos que, não obstante o processo do Universo Espírito Santo estar sujeito a segredo de justiça em relação aos arguidos até Novembro de 2018, pelos vistos isso não se aplica a alguns jornalistas que, aparentemente com acesso a elementos do processo, têm exercido a habitual prática de contaminação da opinião pública sem que os arguidos se possam defender, pois não têm o privilégio de aceder a processos em segredo de justiça”, lê-se na notícia.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeAusência de Macau de relatório internacional sobre a corrupção não causa grandes danos Macau não figura desde 2012 na avaliação da Transparency International. A ausência não é indicadora de falta de transparência financeira, mas antes de falta de dados fornecidos à organização. Quanto a consequências, há economistas a considerarem que são mínimas no território devido à cultura local e à economia assente no jogo [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oram ontem divulgados os dados do relatório do índice de corrupção feito pela Transparency International. A organização que monitoriza os índices de corrupção internacionais e que serve de referência a investidores internacionais não menciona Macau desde 2012. A razão não tem que ver com falta de transparência local, mas sim com a falta de dados. A informação foi adiantada pela própria Transparency International ao HM. “Em Macau não há fontes de dados suficientes e este é o único motivo pelo qual não foi incluído no índice”, refere a organização com sede em Berlim. A recolha de informação não é feita pela própria organização mas sim por entidades in loco e “a responsabilidade não é das autoridades locais”, salienta a Transparency International. A última vez que Macau figurou no ranking da corrupção da organização foi em 2011. Na altura, a RAEM ocupava o 47º lugar numa lista de 182 regiões. Mas o que significa em termos práticos esta ausência de avaliação num relatório internacional de referência? “Todos os relatórios são importantes quando falam ou não falam das situações”, começa por dizer José Morgado ao HM. O economista confessa que se trata de uma avaliação importante na lógica da imagem e do investimento tanto para quem quer investir no território como para quem quer manter o investimento em Macau. Por outro lado, “cria ainda condições para que o sistema económico financeiro funcione melhor”, refere José Morgado. Tratando-se, “acima de tudo de uma questão de imagem” e, nesse sentido, há que referir os esforços que Macau tem feito nos últimos anos para a melhorar e que começam a dar resultados, salienta. O economista dá alguns exemplos: “Noto por parte das autoridades que cada vez mais pedem informação aos bancos. Sou do tempo em que para abrir uma conta não era solicitada muita informação, mas agora é necessário todo um conjunto de informações para que se tenha um conhecimento do cliente, do negócio, etc. Sou do tempo em que nada disso acontecia”, recorda ao HM. Na opinião do economista, as medidas são também extensíveis ao funcionamento dos casinos no que diz respeito ao branqueamento de capitais, com o aumento do acompanhamento do funcionamento das operadoras de jogo. Macau, um lugar particular Mas mais do que da imagem exterior, Macau e o investimento feito no território sobrevivem de um conhecimento in loco com características próprias. “Em termos muito gerais penso que quem conhece a realidade de Macau sabe mais do que uma pessoa que vive à conta de relatórios”, refere. O conselho para investir por cá é “conhecer bem a realidade ou fazer parcerias com quem a conheça”, aponta, até porque há questões além dos dados e dos relatórios. Trata-se da chamada “economia cultural” que diz respeito ao conhecimento da mentalidade e cultura locais. José Morgado, que já trabalhou nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia, nota particularidades na forma de levar avante negociações em cada um destes locais. Mas, “a grande diferença é que aqui há três tipos de negócio a fazer: o que tem o gweilo, o estrangeiro que faz o negócio de vez em quando, o do pangyau, o amigo que pode fazer cá alguns negócios. Depois há o negócio entre a família. O investidor tem de crescer e criar confiança nesta escala da valores, o que é difícil”, remata. Fonte pouco transparente As particularidades locais são também destacadas pelo politólogo Eric Sautedé, mas por outras razões. “A transparência internacional não pode abranger Macau, pois não existem pesquisas independentes acerca da corrupção feitas por indivíduos confiáveis ou por instituições académicas”, começa por dizer ao HM. Mas, será que a ausência de Macau de relatórios de referência, como o divulgado ontem, penaliza o território? A resposta de Sautedé é negativa. Em causa está uma outra estrutura fundamental da economia local que é muito dúbia em termos de clareza, considera. “Dada a natureza da economia local se basear no jogo, não há interferência”, aponta ao mesmo tempo que ressalva que também esta actividade suscita dúvidas quando se fala de negócios “limpos”. No entanto, e caso a economia local se venha a diversificar, “o assunto é outro”. Aí, o Governo deve ser o primeiro a encorajar e mesmo financiar através da Fundação Macau, por exemplo, pesquisas independentes sobre corrupção de modo a que existam dados suficientes para uma avaliação do território. Para já, e ao contrário de José Morgado, Sautedé não considera que o território tenha tido melhorias no que respeita à transparência financeira. “Lembro-me que em 2007, nos disseram que com o escândalo Ao Man Long tudo seria diferente, mas depois veio o caso de Ho Chio Meng. Para Macau ser diferente, toda a economia teria que ser diferente”, refere o académico que se mostra céptico em relação a uma eventual mudança de panorama. Antes não estar que estar mal José João Pãosinho considera que às vezes “mais vale não estar do que estar mal” colocado no ranking internacional salientando que não seria também essa a situação do território. Para o também economista, Macau tem provas dadas no combate à corrupção e confirmação disso “é o último relatório da Ásia Pacífico de há menos de um ano e que deu uma nota excelente ao território”, recorda. De acordo com o economista, as medidas tomadas quanto à fiscalização e requisitos exigidos aos bancos colocariam Macau numa boa posição entre os 180 avaliados. Pãosinho arrisca mesmo dizer que o território ficaria nos trinta primeiros lugares. Uma comparação com o território vizinho, Hong Kong, não se coloca. Para José João Pãozinho, não faz sentido comparar com Hong Kong porque “a região vizinha tem um mercado financeiro bastante desenvolvido, uma série de instrumentos financeiros de risco associados à bolsa, o que não existe em Macau. São realidades que não são comparáveis”, diz. No entanto, no que diz que respeito ao negócio internacional, “este tipo de índices são extremamente importantes”, refere. “Há empresas em determinados países que não fazem operações com empresas que não estejam domiciliadas nos países que estão nos últimos três grupos dos sete que são considerados, e há também bancos que evitam relações com bancos desses territórios”, aponta. Em Macau, os efeitos negativos podem ser meramente indirectos. O economista explica que “o facto de não aparecer no relatório pode fazer com que haja empresas a adiar decisões e que os bancos também o façam ou que vão à procura de outras fontes”, conclui. Ninguém está limpo No relatório divulgado ontem pela Transparency International, organização que avalia os índices de corrupção internacionais, a Europa lidera no ranking dos países com menos corrupção. Apesar da Nova Zelândia estar no primeiro lugar com 89 pontos, segue-se a Dinamarca, a Finlândia e a Noruega. Singapura está em quinto lugar. A China mantem-se numa posição não muito abonatória. Apesar de ter subido dois lugares ainda se encontra na 77ª posição entre os 180 países e territórios avaliados naquele que é considerado um dos principais indicadores globais sobre a corrupção. Também Hong Kong subiu duas posições relativamente a 2016 estando agora no 13º lugar do ranking. Já Portugal mantem-se no 29º lugar, tal como no ano passado. De acordo com a organização, foi impossível encontrar qualquer país ou região totalmente isenta de corrupção e o mais alarmante, refere, é que dois terços dos países avaliados estão com pontuações inferior a 50 pontos numa escala que vai de 0 a 100 e em que a média é de 43 pontos. Nos últimos lugares da tabela está a Somália, antecedida pelo Sudão e pela Síria. Corrupção e jornalismo A morte do jornalistas em serviço está relacionada com os índices de corrupção dos países. Uma das conclusões retiradas do relatório divulgado ontem pela Transparency International. “Concluímos que os países que se encontram nas últimas posições do nosso índice são mais perigosos para jornalistas e activistas”, refere a apresentação geral de resultados. Na realidade, há um jornalista morto em serviço, por semana, nos países classificados como “altamente corruptos”. A organização lamenta ainda que, apesar dos esforços que têm sido feitos para diminuir os perigos e a corrupção, os resultados sejam ainda muito reduzidos.
Hoje Macau SociedadeImobiliário | Transacções com ligeira descida em 2017 Diana do Mar [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] número de transacções de imóveis diminuiu ligeiramente no ano passado, mas o valor envolvido foi superior ao de 2016 Ao longo de 2017 foram transaccionadas 13.985 fracções autónomas e lugares de estacionamento – menos 0,9 por cento face a 2016 –, mas o valor envolvido subiu 15 por cento atingindo 85,23 mil milhões de patacas, indicam dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). A maioria das transacções foi de fracções autónomas destinadas à habitação (mais 411 em termos anuais) por 69,44 mil milhões de patacas, o que representou um crescimento de 18,2 por cento face a 2016. Desse total, 2043 casas pertenciam a edifícios em construção e 8538 a prédios construídos, com os montantes implicados a corresponderem a 20,41 mil milhões e 49,04 mil milhões de patacas, respectivamente. O preço médio por metro quadrado (área útil) das fracções autónomas habitacionais cifrou-se em 100.822 patacas, reflectindo um aumento de 16,8 por cento, em relação a 2016, com Coloane a manter-se como o sítio mais caro (128.205 patacas), seguido do da Taipa (115.160 patacas) e do da península de Macau (91.769 patacas). Já o preço médio por metro quadrado das fracções autónomas destinadas a escritórios e o das industriais atingiu 113.198 e de 54.411 patacas, respectivamente, mais 13,1 por cento e 14,4 por cento, em termos anuais.
João Santos Filipe SociedadeFitch prevê que mercado do jogo cresça ao ritmo de 13 por cento este ano [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] agência de notação financeira Fitch Ratings prevê que o sector do jogo registe um crescimento de 13 por cento ao longo do ano, segundo os dados de um relatório publicado ontem. No ano passado, as receitas na principal indústria do território foram de 265,7 mil milhões de patacas, e um crescimento de 13 por cento significa que em 2018 o montante gerado pelos casinos atingirá os 300,3 mil milhões de patacas. “Estamos a prever um crescimento nas receitas do jogo de 13 por cento para 2018. Esta previsão encara com alguma moderação o crescimento de 36 por cento registado em Janeiro e tem em conta o aumento do número de mesas de jogo e dos quartos dos hotéis mais focados no segmento premium do mercado de massas”, é explicado no relatório. “A previsão inclui a abertura do MGM Cotai, que aconteceu este mês, assim como a abertura na Primavera da Torre Morfeu [no casino City of Dream] e a conversão de vários quartos do Parisian em suites, ao longo de 2018”, é acrescentado. A longo prazo, a agência de notação financeira aponta como factores promotores de crescimento “os melhoramentos nas infraestruturas” em Macau e nas regiões circundantes, assim como o desenvolvimento a classe média chinesa “mais propensa a viajar”. Riscos para o sector Em relação aos riscos enfrentados pela indústria, a Fitch refere algumas das consequências da dependência dos turistas do Interior da China, assim como o desenvolvimento de mercados em países como Filipinas, Austrália e Coreia do Sul. Para a Fitch, os riscos e constrangimentos para o mercado de Macau incluem a “vulnerabilidade às políticas do Continente, que podem afectar de forma adversa o sector do jogo”, como campanhas contra a corrupção, dificuldades no acesso ao crédito e acesso nos vistos dos turistas chineses de entrada em Macau, a “susceptibilidade à concessão de crédito e às condições macroeconómicas da China”, “a natureza limitada do prazo das concessões”, “a mão-de-obra limitada”, entre outros. Em relação aos factores que contribuem para o crescimento da indústria a longo prazo, a agência destaca a abertura do Grande Lisboa Palace, assim como as segundas fases dos casinos no Cotai das operadoras Melco, Wynn e Galaxy.
Hoje Macau SociedadeMGM China | Lucros caíram 23,3 por cento em 2017 A MGM China registou lucros líquidos de 2,3 mil milhões de dólares de Hong Kong no cômputo do ano passado, traduzindo uma queda de 23,3 por cento face a 2016 Diana do Mar [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s lucros líquidos da MGM China diminuíram 23,3 por cento em 2017 para 2,3 mil milhões de dólares de Hong Kong, anunciou a operadora de jogo em comunicado enviado na noite de terça-feira. Já as receitas ascenderam a 15,4 mil milhões de dólares de Hong Kong, traduzindo uma subida de 3,3 por cento face ao apurado em 2016, enquanto o EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) foi de 4,6 mil milhões de dólares de Hong Kong – contra 4,5 mil milhões de dólares de Hong Kong em 2016. Os dados relativos ao exercício terminado em 31 de Dezembro chegam uma semana depois de a operadora, fruto de um parceria entre a norte-americana MGM Resorts e a empresária Pansy Ho, ter inaugurado o seu segundo empreendimento – o MGM Cotai, nas vésperas do Ano Novo Lunar, após uma série de atrasos. O ‘resort’ integrado, avaliado em 27 mil milhões de dólares de Hong Kong, marcou a entrada do grupo na ‘strip’ de casinos entre as ilhas da Taipa e de Coloane. Expectativas em alta “Achamos que esta propriedade constitui uma verdadeira mudança no mercado e, de facto, em termos de ‘resort’ integrados, no mundo”, afirmou o presidente da MGM Resorts International, James Murren. O norte-americano antecipou 2018 como um “ano muito forte” tanto em Macau como em Las Vegas, durante uma conferência com analistas. “Abrimos recentemente [a 13 de Fevereiro], por isso os dados são preliminares, mas posso dizer que a procura tem sido robusta, tanto em termos de quartos como ao nível do jogo”, realçou James Murren, apontando que todos os quartos de hotel estarão disponíveis na Primavera. Actualmente, apenas 900 dos cerca de 1400 se encontram operacionais, indicou Murren. “É um tempo desafiante para fazer qualquer tipo de avaliação, mas têm havido realmente indicadores preliminares muito muito bons”, observou, por seu turno, o CEO da MGM China, Grant Bowie, para quem a nova propriedade no Cotai vai oferecer “formas mais avançadas e inovadoras de entretenimento em Macau à medida que [o território] cresce como um destino de turismo global”. Já sobre as expectativas relativamente às licenças de jogo, que expiram entre 2020 e 2022, James Murren indicou que a MGM não manteve discussões a esse respeito com o Governo, afirmando que, tal como outras operadoras, tem confiança numa avaliação justa. “Penso que pelo final do ano ou no próximo vai haver conversações”. “Eles não nos procuraram para discutir isso, nem nós a eles”, acrescentou. Aquando da abertura do MGM Cotai, Grant Bowie, não se mostrou inquieto tendo em conta o investimento que a subconcessionária acabou de fazer no Cotai. “Não é motivo de preocupação. O Governo tem sido muito claro de que não vai dizer nada e não posso acrescentar mais nada. Merecemos a prorrogação do nosso contrato. Se investimos 3,4 mil milhões de dólares [norte-americanos] não vamos abandonar Macau”, sublinhou.
Hoje Macau Manchete SociedadeInquérito | Mais de metade desconhece programas de exclusão de acesso aos casinos A Universidade de Macau concluiu o inquérito encomendado pelo Instituto de Acção Social (IAS) para aferir o grau de consciencialização relativamente ao jogo responsável. Apesar das melhorias a diferentes níveis, a maioria dos inquiridos, entre os quais jogadores, desconhece a existência dos programas de exclusão Diana do Mar [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s pedidos de exclusão de acesso aos casinos têm aumentado de ano para ano, mas muitos ainda desconhecem que a interdição de entrada nos espaços de jogo pode ser requerida (pelo próprio ou por terceiros) à luz da lei que entrou em vigor há cinco anos. Pelo menos, de acordo com os resultados do inquérito sobre o jogo responsável que o IAS encomendou à Universidade de Macau (UM). O estudo mediu, pela primeira vez, o pulso ao nível de consciencialização quanto às medidas de cariz voluntário, de autoexclusão e exclusão a pedido de terceiros, implementadas pelo Governo. A Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) registou, no ano passado, 376 pedidos de exclusão de acesso aos casinos – mais 25 do que em 2016 – atestado uma tendência crescente. Em 2015 foram contabilizados 355 pedidos, contra 280 em 2014 e 276 em 2013, o primeiro ano completo desde a entrada em vigor da lei que condiciona a entrada, o trabalho e jogo nos casinos. Ao abrigo do diploma, o director da DICJ pode interditar a entrada em todos os casinos, ou em apenas alguns, pelo prazo máximo de dois anos, às pessoas que o requeiram ou confirmem requerimento apresentado para o efeito por cônjuge, ascendente, descendente ou parente em 2.º grau. Os resultados do inquérito – solicitado pelo IAS ao Instituto de Estudos sobre a Indústria do Jogo da UM – “mostram que 46,1 por cento dos inquiridos estavam conscientes sobre a existência dos programas de exclusão”, ou seja, mais de metade não estava. O documento, recentemente publicado, não refere, porém, a amostra. O HM contactou o IAS mas, até ao fecho da edição, não foi possível obter uma resposta. Idade legal OK Pela primeira vez também se tentou perceber se os residentes sabem qual a idade mínima legal para se poder entrar num casino: 78,9 por cento dos inquiridos acertaram na resposta. Dados facultados recentemente pela DICJ indicam que foi recusada a entrada nos casinos a cerca de 430 mil menores de 21 anos ao longo de 2017. Tratou-se do maior número anual desde a entrada em vigor da lei que impede os casinos de contratar ou de permitir o acesso aos espaços de jogo a menores de 21 anos sob pena de incorrerem em sanções administrativas. Este diploma vai, entretanto, ser revisto. No final do ano passado foi realizada uma consulta pública, cujo documento propõe a interdição de entrada nos casinos aos profissionais da indústria do jogo quando não se encontrarem no desempenho das suas funções para reduzir a probabilidade de se tornarem jogadores problemáticos. Consciencialização em alta A primeira conclusão, em termos genéricos, a retirar do inquérito é a da existência de uma maior consciencialização sobre a prática de jogo responsável: Em 2009, antes do lançamento das actividades de promoção do jogo responsável correspondia a 16,2 por cento e, em 2017, a 63,7 por cento. “Globalmente, apuramos, assim, que a taxa de consciencialização cresceu significativamente entre 2009 e 2012. Contudo, desde 2013 a taxa de crescimento começou a abrandar”, lê-se no documento. Com efeito, os inquiridos estavam, em geral, informados da existência de pelo menos um dos nove centros de tratamento de problemas de jogo, sendo que quase sete em cada dez conheciam a linha aberta que funciona durante 24 horas para aconselhamento. A percentagem dos jogadores cientes da prática de jogo responsável manteve-se “significativamente mais alta do que a apurada entre os restantes”: 74,1 por cento contra 58,5 por cento. O documento não especifica, porém, a proporção de jogadores no universo dos entrevistados. Em paralelo, os jogadores foram categorizados em dois grupos com base na frequência e hábito: os ocasionais (que apostavam, em média, menos de uma vez por mês) e os regulares (pelo menos uma vez por mês). “Os resultados indicam que, em média, o número de comportamentos responsáveis antes de iniciarem o jogo indicados pelos jogadores ocasionais era significativamente maior do que os mencionados pelos regulares”, diz o documento. Tendência idêntica foi sinalizada nos casos em que houve problemas após a prática de jogo: “A percentagem de jogadores ocasionais que procura ajuda profissional junto de especialistas é significativamente mais elevada do que a de jogadores regulares”. O inquérito permitiu ainda aferir que, por comparação, “os jogadores estão mais conscientes sobre as medidas de promoção do jogo responsável desenvolvidas pelas operadoras” e, “geralmente, mais informados sobre as medidas e políticas do Governo”. No entanto, “o nível de consciencialização e/ou entendimento dos jogadores sobre os impactos negativos decorrentes do vício do jogo e os respectivos centros de aconselhamento não era significativamente maior” quando comparado com os que não tentam a sua sorte. “Também é de reter que os jogadores mostraram sempre ter uma percepção incorrecta sobre [as] características dos jogos de fortuna e azar [e], por isso, os resultados levam-nos a concluir que as campanhas – que têm sido realizadas todos estes anos – apenas conseguiram consciencializar os jogadores para o conceito de jogo responsável”. Contudo, “não atingiram o objectivo de os dotar de um conhecimento profundo sobre o jogo e os distúrbios subjacentes a uma prática irresponsável”. Neste sentido, “é notório que o nível de conhecimento nestas duas esferas tem que ser reforçado”, recomenda a UM, apontando que “é aconselhável que nas próximas campanhas se explore e explique mais específica e detalhadamente aos jogadores a natureza do jogo e os distúrbios que lhe estão associados”. Relativamente à metodologia do estudo, sabe-se apenas, segundo dados anteriormente divulgados, que teve como destinatários os residentes de Macau com idade igual ou superior a 18 anos e que foi realizado entre 21 de Agosto e 3 de Setembro de 2017 através do método de amostragem aleatória e da realização de entrevistas por telefone.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCabo Verde | Activistas continuam a não confiar no projecto de David Chow O grupo de activistas cabo-verdianos intitulado Movimentu Korrenti di Ativista continua a ter muitas dúvidas em relação ao empreendimento turístico que o empresário local David Chow quer erguer no Ilhéu de Santa Maria. Apesar de já existir um relatório de impacto ambiental, e de terem sido feitas alterações ao projecto, o grupo queixa-se de falta de informações da parte do Governo [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s alterações que foram feitas ao empreendimento turístico que o empresário e ex-deputado David Chow quer erguer no Ilhéu de Santa Maria, em Cabo Verde, continuam a não agradar ao grupo de activistas cabo-verdianos Movimentu Korrenti di Ativista, que desde o início se insurgiu contra o projecto. Nem a realização de um estudo de impacto ambiental eliminou as incertezas sentidas pelos activistas. Em declarações ao HM, Ras Munda, representante do grupo, considerou que continuam a não existir informações suficientes sobre um projecto que irá alterar a génese do local e a ligação da população ao meio ambiente envolvente. “Quanto ao impacto ambiental, só o futuro da obra responderá a isso. A construção no ilhéu deste complexo é, por si só, um grande atentado contra a natureza, porque a construção gera uma grande complexidade com os bairros periféricos. É preciso ver o ambiente não só como aquilo que tocamos e sentimos, mas também as informações que observamos.” O grupo alerta para uma grande ausência de informações relativamente aos ganhos que os cabo-verdianos podem obter com este empreendimento turístico. “Como já avançaram com o projecto, ao menos devem explicá-lo melhor, divulgando da melhor forma o que pensam em termos concretos para o povo, que ao menos passa a ganhar confiança na decisão que tomaram. É preciso dizer em concreto o que é que vamos ganhar com este investimento. Precisamos saber agora se estão preparados para nos avançar com os mesmos números que estão no Boletim Oficial.” De acordo com o jornal cabo-verdiano A Nação, o casino já não vai ficar situado sobre o mar como estava previsto inicialmente. Esta foi uma das alterações propostas pela Câmara Municipal da Praia. Ao jornal, o vereador do urbanismo Rafael Fernandes garantiu que os pedidos foram bem aceites pela empresa de David Chow, a Macau Legend Development Cabo Verde Resorts SA. “Houve uma pequena alteração, até sugerida por nós, em relação à ponte e aos edifícios que eram uma espécie de bungalows, o que não fazia sentido na primeira versão, porque parecia que era um destino turístico de praia e não é. É um turismo de cidade, diferente do que acontece nas outras ilhas. E houve também uma adaptação no ilhéu. O edifício projectado ia demorar muito tempo a ser construído e com um custo acrescido. O edifício emblemático do casino vai ficar com o mesmo aspecto mas ancorado no ilhéu”, explicou o vereador. Houve também mudanças em relação à ponte de ligação entre a Gamboa e o Ilhéu de Santa Maria. O Movimentu Korrenti di Activista confessou ao HM nunca ter estado contra a realização de obras no local, mas preferia que as mesmas tivessem o cunho da população. “O projecto foi contestado por nós porque acreditamos que o Governo deveria dar um destino mais sustentável para o ilhéu que tem uma grande importância para os cabo-verdianos. Poderiam ser realizada obras, mas estas deveriam ao menos partir do próprio Governo, com propostas dos cidadãos e com construções mais simples e sustentáveis que respeitavam a dinâmica, a cultura e o ambiente da nossa cidade.” Os três vectores O grupo Movimentu Korrenti di Ativista considera que o investimento de David Chow é como lançar uma moeda ao ar sem saber qual dos lados vai cair no chão. “O Governo e a autarquia estão a pensar que a moeda vai cair da maneira que estão a pensar. Mas de onde vem esta certeza? E se der tudo ao contrário? Será que estes governantes estão preparados para assumir esta responsabilidade?”, questionou o representante do grupo. Tal como já tinha sido noticiado, os activistas alertam para a possibilidade do empreendimento de David Chow poder atrair mais prostituição e casos de branqueamento de capitais. “Aos cabo-verdianos que consideraram esta uma boa decisão, devem estar atentos a três dados: a questão do tráfico de drogas, prostituição e lavagem de capital.” Há também o receio de se gerarem situações de desigualdade ou mesmo exclusão social. “Eles devem pensar [se o projecto] abre a porta para a possibilidade de transformação destas ilhas num paraíso fiscal no continente africano”, rematou o grupo.
João Santos Filipe Manchete SociedadeBanca | Pedro Cardoso vai deixar o BNU com resultados positivos, mas sem consenso Ao longo de quase sete anos, o presidente do BNU conseguiu como feitos maiores aumentar os lucros de 373,1 milhões de patacas para 706 milhões e abrir a primeira representação na Ilha da Montanha. Porém, os cortes nos apoios locais, os formulários a pedir dados dos clientes e a crescente burocratização valem-lhe críticas [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]edro Cardoso está de saída do Banco Nacional Ultramarino e para o seu lugar espera-se que entre Carlos Cid Álvares. Quando ocorrer a troca, que deve acontecer durante o Verão, o actual presidente do banco detido pelo Grupo Caixa Geral de Depósitos vai cumprir sete anos na liderança dos destinos do BNU. Para trás, Pedro Cardoso vai deixar, segundo as pessoas ouvidas pelo HM, resultados financeiros muito positivos. Quando chegou à presidência do BNU, em 2011, no ano anterior à sua chegada, o banco tinha fechado 2010 com lucros na ordem dos 373,1 milhões de patacas. Quando sair, o actual presidente deixa um lucro de 706 milhões, ou seja quase o dobro, referente a 2017. Contudo as polémicas com o preenchimento dos formulários “Conheça o Seu Cliente”, e o consequente congelamento de algumas contas, assim como os cortes recentes do banco, apesar dos lucros recorde no ano passado, impedem um consenso total face à prestação do gestor em Macau. Aposta no Interior da China Colega de profissão de Pedro Cardoso e administrador do agora banco Well Link, antigo Novo Banco Macau, José Morgado não tem dúvidas que o actual presidente do BNU vai deixar um legado positivo, muito pelos números apresentados e pela relação com o sector financeiro local. “A avaliação tem de ser positiva e a forma mais lógica de fazer uma análise é olhar para os resultados que conseguiu. Foram sempre em crescendo. Por outro lado tem uma grande aceitação no mercado financeiro local, muito também pelo facto de se ter dedicado a aprender chinês”, contou José Morgado ao HM. “Aprendeu chinês, ou pelo menos um pouco, e eu próprio assisti a apresentações que fez em chinês em Xangai. Foi um facto que contribuiu para que fosse muito bem aceite no sector financeiro desta região. Afirmou o carácter regional do banco com a dinamização do escritório da representação em Xangai e com a abertura da sucursal na Ilha da Montanha”, justificou. Uma opinião semelhante à de José Morgado é partilhada pelo economista Albano Martins. O também presidente da Associação Anima considera que sob o comando de Pedro Cardoso o banco ficou mais profissional, mas também mais burocrático, principalmente junto das empresas. “A impressão que tenho é que o trabalho do Pedro Cardoso foi positivo. Os resultados e a evolução dos lucros é notória”, disse Albano Martins, ao HM. “O banco tornou-se mais profissional, mas provavelmente terá também ficado demasiado burocrático, é a minha ideia como cliente. Por exemplo, para se ter acesso a uma conta pela Internet no BNU, e estamos a falar do acesso, ou seja não é para fazer transacções online, são necessárias montanhas de papéis que têm de ser preenchidas. O processo poderia ser muito mais facilitado, mesmo com as preocupações de segurança e com a movimentação de capitais”, defendeu. Outras interpretações Apesar dos recordes, também há quem considere que o BNU tem acompanhado a tendência de crescimento da banca local e mesmo da instituição, antes da chegada do actual presidente. “O BNU, independentemente dos presidentes que por lá passam, conseguiu resultados que têm batido recordes nos últimos anos”, começou por constatar Paulo Azevedo, presidente do grupo de comunicação De Ficção. A mesma tendência nos resultados do banco foi explicada pelo gestor da representação em Macau do banco português BCP, José João Pãosinho, que por motivos de ética profissional se recusou a comentar a prestação de Pedro Cardoso. “Desde 2003, o BNU entrou numa dinâmica de crescimento apreciável e com o Dr. Pedro Cardoso continuou essa dinâmica. O banco está a recolher os frutos de uma estratégia acertada, quando por volta de 2002 e 2003 apostou no apoio à abertura do mercado do jogo”, apontou José João Pãozinho. O outro lado do lucro A notícia da saída do presidente do BNU chegou numa altura em que foi alvo de críticas no âmbito dos cortes a apoios e patrocínios locais, principalmente entre a comunidade portuguesa. Uma medida que muitos acreditam ter sido motivada pela situação financeira difícil do Grupo Caixa Geral de Depósitos. “O BNU pertence a um grupo em reestruturação em Portugal, e é necessário que actue mais segundo os critérios do grupo e menos por critérios localizados. É natural que por força desse condicionalismo que tenham orientações para adoptar uma postura mais regredida e uma actividade não tão contributiva em termos de ajuda a patrocínios”, considera José Morgado. Apesar de admitir a possibilidade de existirem orientações superiores, Paulo Azevedo recorda a função que o BNU tem assumido em Macau: “O BNU tem outro tipo de responsabilidade que a restante banca portuguesa não tem e está a divorciar-se disso por causa de cortes que o Grupo Caixa em Lisboa decidiu, sem olhar à natureza histórica de liderança da comunidade portuguesa aqui”, notou. “Muitas vezes, em Portugal, as decisões tomam-se porque Lisboa está muito longe de Macau e os gestores continuam um bocado divorciados da realidade local. É por isso que é importante que o presidente do BNU dê, de vez em quando, um murro na mesa e defenda o posicionamento do banco. Se o BNU perde a reputação e o crédito junto da comunidade portuguesa são os interesses do banco a médio e longo prazo que ficam prejudicados”, considerou. Também Albano Martins sublinha a necessidade do banco conservar uma boa imagem junto da comunidade portuguesa e dos clientes. “Provavelmente não é um corte significativo e é politicamente errado. Se calhar é minimalista em termos de exploração para o BNU, não vai representar muito e, por outro lado, cria uma sensação de mal-estar, porque a comunidade de Macau é diferente da de Portugal”, apontou. “É preciso que as pessoas desçam à terra e percebam que as coisas funcionam de forma diferente. As atitudes e as posturas de quem decide têm de ter em atenção essas questões”, frisou. Apesar destas versões, ao HM uma fonte informada sobre os processos de decisão do banco, que não quis ser identificada, garantiu que os cortes se devem exclusivamente a Pedro Cardoso e à vontade do gestor em “apresentar lucros mais positivos todos os anos”. O HM contactou Pedro Cardoso, mas o presidente do BNU não quis fazer qualquer comentário. Cartas da polémica Foi em 2016 que os clientes do BNU começaram a receber cartas com “ameaças” de que seriam impedidos de continuar a ser clientes do banco, se não preenchessem o formulário “Know Your Client”. O documento pedia informação e autorização para transmitir ao Grupo Caixa Geral de Depósitos os dados dos consumidores. Na altura, o tom da carta gerou críticas por parte de alguns clientes, e também Albano Martins considera que houve um erro na comunicação do banco. “A comunicação não foi a melhor. Foi uma questão que poderia ter sido colocada de uma outra forma… mas foi a maneira que o banco encontrou de comunicar com os clientes”, afirmou o economista. “Mas também não é uma nódoa pequenina na comunicação que vai deixar marca no desempenho do Pedro Cardoso, que me parece bastante positivo”, frisou. Já José Morgado considerou normal a parte do documento em que é referido que sem a assinatura do formulário, o BNU ficaria em posição de cancelar as contas dos clientes. “A situação consolidada da Caixa, que está ligada à UE, exige que os dados sejam relatados e que os clientes cumpram com as regras do fornecimento deste tipo de informação. Se os clientes não pretendem cumprir, naturalmente que o relacionamento pode quebrar-se. Os bancos não podem actuar fora do contexto dos territórios em que estão”, justificou. Momentos Marcantes Agosto de 2011: Pedro Cardoso é nomeado presidente do Banco Nacional Ultramarino, substituindo Artur Santos, que estava no cargo há cerca de um ano. Julho de 2013: Esquema de phishing utiliza nome do BNU na tentativa de enganar os clientes do banco. BNU garante que não houve clientes afectados. Julho de 2015: BNU e sucursal de Macau do Banco da China assinam protocolo para a promoção de negócios entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Início de 2016: Envio de cartas a pedir aos clientes o preenchimento do formulário “Conheça o Seu Cliente”. No documento as pessoas são avisadas que se optarem por não preencher o formulário que a relação entre as partes será terminada. Julho de 2016: Abertura da primeira agência em Seac Pai Van. Finais de 2016: Surgem os relatos das primeiras contas de clientes congeladas pelo BNU devido ao facto dos clientes não terem preenchido o formulário KYC, que autoriza a transmissão de dados pessoais à casa-mãe. Janeiro de 2017: Abertura da primeira sucursal na República Popular da China, na Ilha da Montanha. Junho de 2017: BNU anuncia logótipo comemorativo dos 115 anos da instituição, apenas em chinês e inglês. Setembro de 2017: Banco realiza cerimónia comemorativa dos 115 anos, com a presença do presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo. Janeiro de 2018: BNU anuncia lucros recorde de 706 milhões de patacas em 2017, com um crescimento de 26 por cento face a 2016. Janeiro de 2018: Instituição começa uma série de cortes ao nível dos apoios e publicidades em Macau. Fevereiro de 2018: Anúncio da saída de Pedro Cardoso do cargo de presidente do BNU. Carlos Cid Álvares será o homem que se segue.
Hoje Macau SociedadeSaúde | Idoso de 90 anos morreu vítima de gripe [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) registaram o segundo caso mortal devido à gripe desde que começou o pico desta patologia. De acordo com um comunicado, um idoso de 90 anos dirigiu-se aos serviços de urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) no passado dia 12 de Fevereiro por sentir falta de apetite. “O médico procedeu ao diagnóstico, verificando que este paciente estava com polipneia (falta de ar), resultado da gripe B positiva com pneumonia, tendo sido internado no Serviço de Medicina Interna para tratamento.” Os SS explicam que “a situação clinica melhorou, mas posteriormente manifestaram-se sintomas de pneumonia e choque”, sendo que “a família concordou em desistir da intubação endotraqueal e Ressuscitação cardiopulmonar (RCP)”. O idoso faleceu ontem de manhã “devido à exacerbação aguda de doença pulmonar obstrutiva crónica e pneumonia”. Além de não ter tomado a vacina contra a gripe, “o paciente possuía antecedentes clínicos relacionados com doença pulmonar obstrutiva crónica e demência”. Um outro paciente, com 64 anos de idade, também se encontra internado desde o dia 19, tendo sido considerado um caso crítico. Na terça-feira “a sua condição clinica agravou-se, necessitando agora de respirar através de uma máquina de ventilação”. “O diagnóstico deste paciente é influenza A e pneumoconiose com falha respiratória. O paciente também não foi sujeito à vacina”, explicam os SS.
Sofia Margarida Mota SociedadeResidentes podem dar sugestões sobre Direitos Humanos [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] terceiro relatório da República Popular da China (RPC) relativo ao mecanismo de Revisão Periódica Universal (Universal Periodic Review – UPR) do Conselho dos Direitos do Homem (CDH) será entregue em Julho deste ano e inclui os relatórios das suas duas Regiões Administrativas Especiais. A RAEM encontra-se a elaborar o seu relatório que corresponde a 3 páginas do relatório nacional da RPC. O teor do documento abrange o período compreendido entre Janeiro de 2013 e Abril 2018 e pode contar com sugestões da população. Para o efeito, foi elaborado uma plataforma de consulta com as linhas mestras dos temas/assuntos a abordar no relatório e que se coloca ao dispor da população no website do portal do Governo e da DSAJ. Os comentários e sugestões podem ser entregues até 21 de Março de 2018. De acordo com o comunicado oficial, o mecanismo de Revisão Periódica Universal tem como objectivo uma análise e avaliação periódica das políticas governamentais relativas à promoção e protecção dos direitos humanos, incluindo a aplicação dos principais tratados internacionais sobre os Direitos do Homem pelos Estados- Membros das Nações Unidas.
Hoje Macau SociedadeSJM | Operadora vai continuar a apoiar o território, afirma Ambrose So [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] director executivo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), fundada pelo magnata Stanley Ho, afirmou no jantar de ano novo lunar que a operadora vai continuar a apoiar o Governo e o território. “À medida que o Governo de Macau continua a liderar um caminho de êxito para a economia e a sociedade, a SJM está pronta a caminhar ao lado de Macau para se transformar num centro mundial de turismo e lazer”, disse Ambrose So, perante dezenas de convidados, incluindo o Chefe do Executivo, Chui Sai On, e o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam. O director executivo lembrou que a região administrativa especial chinesa vai beneficiar da iniciativa ‘Uma faixa, Uma rota’ e do desenvolvimento da região da “Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”. Sobre o primeiro empreendimento da SJM no Cotai, Ambrose So afirmou que a construção do Grand Lisboa Palace continua. Em Outubro, o responsável tinha indicado esperar a conclusão do projecto até final deste ano, depois dos atrasos causados pelo tufão Hato, em Agosto, e por um incêndio, em Setembro. Iniciado em Fevereiro de 2014, o Grand Lisboa Palace tem um orçamento estimado em 36 mil milhões de dólares de Hong Kong. Também a administradora-delegada da SJM e deputada à Assembleia Legislativa, Angela Leong, considerou que “Stanley Ho, a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau e a SJM são parte integrante do crescimento e da história de êxito de Macau”. O contrato de concessão de jogo da SJM, que opera 20 dos 40 casinos em Macau, termina em 31 de Março de 2020.
Hoje Macau Manchete SociedadeLínguas | Criados dicionários ‘online’ Português/Chinês e Chinês/Português Mais um trabalho pioneiro e feito a partir de Macau. Foram lançados, no dia de ano novo chinês, os dicionários ‘online’ Português/Chinês e Chinês/Português. A autoria é de Ana Cristina Alves que contou com a colaboração da também académica Ao Sio Heng. O objectivo foi disponibilizar um instrumento acessível a todos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s primeiros dicionários ‘online’ Português/Chinês e Chinês/Português agora disponibilizados foram feitos a partir de Macau por Ana Cristina Alves. Demoraram cerca de um ano, e da equipa que o produziu consta uma professora chinesa de português e mandarim. Doutorada em Filosofia da História e da Cultura Chinesa, Ana Cristina Alves disse à agência Lusa que quando lhe foi feito o desafio pensou que “não iria ser capaz”, pois à data leccionava na Universidade de Macau e “não tinha tempo”. “Mas logo me foi dito que teria a equipa de informática da Porto Editora a trabalhar comigo e, ao fim de um ano o trabalho estava feito, em menos tempo do que aquele que me davam”, salientou a autora de vários livros e manuais sobre a língua e cultura chinesas. O facto de o desafio ter sido “bastante aplacado” pela colaboração que lhe chegava do Porto, foi no “trabalho de pesquisa” na tradução para chinês moderno das entradas que lhe chegavam de Portugal que encontrou as “maiores dificuldades”. “Foi uma pesquisa enorme pois cada entrada tem vários sentidos e havia que verificar quais eram as oportunas para cada uma delas”, explicou a docente, vincando que o trabalho feito foi no “sentido de criar um dicionário que seja básico e essencial, para os contemporâneos”. Palavras para todos E prosseguiu: “não se trata de um dicionário erudito, mas sim para comunicação, em que tanto os estudantes, turistas e empresários o possam utilizar”. Para a autora dos livros “A Sabedoria Chinesa” (2005), “A Mulher na China” (2007) e do manual Chinês/Português e Português/Chinês (2010), a preparação do dicionário informático representou “um desafio muito diferente”, dada a sua “experiência ser no campo teórico, de ensino e na preparação de manuais”, recorrendo à metáfora para explicar de que modo teve de se readaptar para que a obra surgisse. “Para o efectuar tive de despir um pouco o meu lado teórico e académico para ir ao encontro das necessidades práticas da nossa sociedade”, descreveu Ana Cristina Alves cujo critério da escolha levou a que a obra publicada obrigasse a que “25 mil dessas entradas fossem retiradas, ficando só as expressões essenciais”. Ajuda local A parte do dicionário feita em Macau contou ainda com outra ajuda “preciosa” da universidade local, ficando a revisão a cargo da colega chinesa Ao Sio Heng, professora de português e chinês de iniciação. Agitada pelo “nervoso miudinho” que a acompanhou na coordenação do dicionário, a especialista confessou à Lusa que para conseguir dar resposta ao trabalho houve dias em que teve de “acordar às 02:00 para traduzir e depois ir dar aulas”. E com a obra a ser lançada em Portugal no dia em que se assinala o Ano Novo Chinês é de um maior investimento na cultura chinesa que a autora do livro de investigação “Culturas em Diálogo. A Tradução Chinês-Português” (2016) fala. “Os chineses gostam muito da língua deles e os carateres são uma das características da sua cultura e pode ainda muito ser feito em termos de dicionários etimológicos, de provérbios, adágios e aforismos”, desafiou. Nos dicionários hoje disponibilizados no ‘site’ Infopédia.pt constam mais 25.500 entradas e cerca de 36.500 traduções.
João Santos Filipe SociedadeWildAid preocupada com vendas de barbatanas de tubarao [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] organização não governamental WildAid está preocupada com o crescimento do mercado de barbatanas de tubarão em Macau, em contraste com o que acontece no Interior da China. Segundo um relatório publicado na semana passada com o título “Sharks in Crisis: Evidence of Positive Behavioral Change in China as New Threats Emerge”, há uma nova tendência para o desenvolvimento de novos mercados, nomeadamente em Macau, Hong Kong e Tailândia. “Em 2016, pela primeira vez, Macau ultrapassou o Interior da China no topo das reexportações de barbatana de tubarão com origem em Hong Kong, registando um aumento de 62 por cento de 88.029 quilograma, em 2015, para 143.396 quilograma, um ano depois”, pode ler-se no relatório. Entre as razões apontadas para este crescimento está o desenvolvimento do sector do turismo, após a liberalização do jogo, assim como o crescente hábito dos locais consumirem barbatana de tubarão: “Os locais estão a consumir barbatana de tubarão nos restaurantes, onde estes pratos são servidos de forma regular, assim como nos banquetes tradicionais: estima-se que 70 por cento dos banquetes de casamento em Macau incluam barbatana de tubarão”, é revelado. “Também os 30,95 milhões de turistas que visitaram Macau, em 2016, são um dos públicos-alvo: muitos sites dedicados ao turismo promovem restaurantes famosos pela sopa de barbatana de tubarão, encorajando os turistas a experimentarem os pratos”, é explicado. No Interior da China, segundo os dados do Governo Central, houve uma tendência diferente, com o registo de uma quebra de 80 por cento no consumo de barbatana de tubarão, assim como uma redução de 81 por cento nas importações e venda de barbatana de tubarão em Pequim, Xangai e Cantão, entre 2010 e 2014.
Hoje Macau Manchete SociedadePonte HZM tem capacidade para suportar super-tufões e sismos de magnitude 8 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] ponte do Delta, com uma vida útil de 120 anos, pode aguentar sismos de magnitude 8 e super-tufões. A garantia foi dada pelo engenheiro Yu Lie, vice-director da Autoridade da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, que trabalha no projecto desde os preparativos em 2004. “À medida que a ponte fica pronta para a abertura, as expectativas das pessoas crescem em termos da sua função para o transporte e como pode isso beneficiar a população”, afirmou o engenheiro Yu Lie, sustentando que “não vai ser apenas uma via de transporte”, mas também “uma ligação social, económica, cultural e turística entre as três zonas”, sublinhou, citado pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. Segundo vários ‘media’, a ponte tem data de abertura prevista para 1 de Julho, dia em que se assinala o aniversário da transferência de Hong Kong para a China. “O nosso país é muito forte na construção de pontes”, disse Yu, apontando que “esta ponte destaca as conquistas da China em termos de tecnologia, equipamento, investigação e representa também um novo futuro”. Além de aumentar a integração no Delta do Rio das Pérolas, é também considerada uma das infra-estruturas vitais no âmbito da Rota da Seda Marítima do século XXI. Su Yi, diretor adjunto da Autoridade da Ponte, afirmou que os governos das três cidades estão a debater pormenores relativos às autorizações de circulação, autocarros de ligação ou planos de emergência. A Direcção dos Serviços para os Assuntos do Tráfego (DSAT) anunciou, na semana passada, que 600 veículos de Macau vão poder circular entre o território e Hong Kong. De acordo com estimativas das três zonas, o volume diário de tráfego na ponte deve atingir os 29.100 veículos em 2030 e 42 mil em 2037, enquanto o volume diário de passageiros pode vir a rondar os 126 mil e os 175 mil, respectivamente.
Hoje Macau SociedadeLicenças do IACM. Renovação até ao final do mês [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s titulares das licenças anuais emitidas pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) têm até ao final deste mês para as renovar, sob pena de pagarem uma taxa adicional pelo atraso, sendo que a caducidade da licença implica a cessação da actividade em causa. O IACM recorda que mesmo os que se encontram isentos da taxa carecem de efectuar a renovação da respectiva licença anual dentro do prazo definido. Ao IACM compete a atribuição de uma série de licenças, como para vendas a retalho, afixação de publicidade e propaganda ou relativas a animais.