Festa da Gastronomia traz chefs Jordy Navarra e Varun Totlani à Doca dos Pescadores

Decorre a partir da próxima semana, entre os dias 11 e 20 de Julho, a “Festa Internacional das Cidades de Gastronomia – Macau 2025”, que traz pitéus de todo o mundo e chefs bem conhecidos. O evento decorre na Praça do Coliseu Romano e no espaço “Legend Boulevard” da Doca dos Pescadores, trazendo nomes como Jordy Navarra, chef e fundador do restaurante das Filipinas Toyo Eatery; e ainda Varun Totlani, chef do restaurante da Índia Masque Restaurant.

Ambos foram distinguidos nos prémios “The Best Chef Awards de 2024”, com os restaurantes que gerem a entrar para a lista dos melhores restaurantes asiáticos “Asia’s 50 Best Restaurants”.

O programa desta festa inteiramente dedicada ao mundo da gastronomia, organizada pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), traz, por exemplo, no dia 14 de Julho o ciclo de conferências e debates intitulado “O Sabor da Vida: Conexões Culinárias de Macau”, que decorre das 9h às 13h, com três painéis de debate. Trata-se de uma iniciativa realizada em parceria com o jornal South China Morning Post e que irá abordar o papel das especiarias e ervas aromáticas como ingredientes essenciais nas culinárias de todo o mundo. É neste painel que participam os chefs Jordy Navarra e Varun Totlani.

Pratos globais

Neste ciclo de debates no dia 14, incluem-se 15 convidados oriundos de Macau, Hong Kong, Taiwan e outros países e regiões da Ásia, nomeadamente “estudiosos, cozinheiros, bartenders, influenciadores [influencers], chefs da indústria da restauração e dos resorts integrados”.

Serão discutidos temas como a “História e legado das especiarias: Revista às origens da culinária de fusão”, “Sinfonia de sabores: Culinária de fusão no Macau moderno e no mundo” e ainda “Especiarias como ponte: Celebração da fusão cultural e de comunidades”.

Segundo uma nota da DST, pretende-se, nestas conversas, “explorar [a história] das rotas comerciais das especiarias e ligações às culturas gastronómicas de várias regiões do mundo”, bem como “as inovações na utilização das especiarias nas culinárias tradicionais, a linhagem cultural e cozinhas de fusão asiática voltadas para a inovação”.

A DST pretende, com este festival gastronómico, proporcionar “um intercâmbio internacional”, em que “os participantes explorarão juntos a essência das culturas gastronómicas e histórias que quebram barreiras geográficas e culturais”.

Macau foi designada como Cidade Criativa de Gastronomia da UNESCO e, no contexto da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, tem desenvolvido “diversas iniciativas associadas à gastronomia”. Nos anos de 2016, 2018 e 2019 realizou-se o “Fórum Internacional de Gastronomia, Macau”, tendo este evento regressado no ano passado integrado na “Festa Internacional das Cidades de Gastronomia, Macau”.

Com todos estes eventos, o Governo tem procurado “potenciar ao máximo o papel de Macau como plataforma de diálogo internacional, promovendo a cultura gastronómica característica de Macau, o intercâmbio com o exterior e o desenvolvimento sustentável do sector de turismo”.

3 Jul 2025

City of Dreams | A magia do mundo da moda na lente de Horst P. Horst

Os amantes da moda e da beleza podem visitar, até Setembro, uma exposição dedicada ao trabalho do fotógrafo de moda Horst P. Horst patente no City of Dreams. “Horst: Fotógrafo de Estilo” é uma exposição “icónica de fotografia de moda” realizada em conjunto com o prestigiado Albert Museum London

 

Nasceu no tempo em que a moda era quase uma forma de arte, tendo demorado muito tempo até se democratizar e chegar às lojas e às pessoas. Esse lado mais clássico dos tecidos e das costuras ficou, decerto, eternizado na fotografia feita por Horst P. Horst, que ficou conhecido como um dos grandes fotógrafos de moda e que nasceu, em 1906, com o nome Horst Paul Albert Bohrmann. Horst, falecido em 1999, deixou muitas imagens demonstrativas de uma carreira plena a fotografar modelos, roupas e actrizes, criando imaginários de beleza que podem agora ser vistos de perto numa exposição patente no empreendimento City of Dreams (COD), no Cotai, organizada em conjunto com o Albert Museum London.

A mostra chama-se “Horst: Fotógrafo de Estilo” [Horst: Photographer of Style] e foi inaugurada esta quarta-feira, revelando o trabalho deste fotógrafo ao longo de 60 anos.

Citado por um comunicado do COD, Duncan Forbes, director de fotografia do Museu V&A de Londres, outro dos parceiros na organização desta exposição, falou do lado eclético do trabalho de Horst P. Horst, e que pode ser visto nesta mostra.

“Desde as icónicas capas da [revista] Vogue até às impressionantes impressões a cores, o trabalho de Horst personifica uma elegância intemporal — uma celebração da beleza, da postura e da precisão artística. O City of Dreams, com a sua rica fusão de moda, design e arte contemporânea, reflete perfeitamente o espírito do trabalho de Horst. É uma honra para nós apresentar a estreia desta exposição na RAEM e partilhar o legado de Horst com um público novo e exigente”, disse.

A exposição apresenta uma selecção das obras mais representativas do trabalho de Horst, divididas em cinco temas centrais: “Alta Costura”, “Surrealismo”, “Moda em Cores”, “Viver com Estilo” e “Palco e Ecrã”. Segundo o mesmo comunicado, revela-se a “elegância serena da alta costura parisiense” e as “ousadas explorações surrealistas”, sem esquecer “a fotografia a cores pioneira aos retratos vívidos de ícones do cinema”. Tudo isso cabe numa “exposição que oferece uma visão rica e multidimensional do universo artístico de Horst”.

Fotografia chinesa

Além disso, o público poderá ver uma secção especial intitulada “Tributo a Horst”, que apresenta obras de cinco fotógrafos chineses influentes, nomeadamente Hai Feng, Nick Yang, Trunk Xu, Wu Zeng e Yuangui Mei. Esta parte oferece “um vislumbre da fotografia de moda chinesa dos últimos trinta anos, mostrando os seus ricos diálogos culturais e avanços artísticos”, tratando-se de obras que “capturam a fascinante interação entre tradição e modernidade, estética oriental e ocidental, bem como elegância intemporal e inovação contemporânea”, destaca o COD.

Segundo a mesma nota, Horst P. Horst é amplamente considerado um dos fotógrafos de moda mais influentes do século XX, famoso pelo seu uso magistral da luz e composição meticulosa. A sua carreira criativa durou mais de seis décadas, moldada por movimentos artísticos como o surrealismo e a ascensão da fotografia a cores. O seu trabalho é conhecido pela tensão dramática e profundidade artística, proporcionando uma estética incomparável que permanece inigualável. Horst também capturou algumas das figuras mais lendárias da arte, literatura e moda — incluindo Coco Chanel, Salvador Dalí, Marlene Dietrich e Andy Warhol — deixando para trás um legado de retratos inesquecíveis.

Tim Kelly, presidente do COD, referiu, sobre esta exposição, que “é um passo fundamental na nossa visão de integrar a arte na vida quotidiana”.

“A elegância duradoura e a criatividade inovadora da fotografia de Horst alinham-se perfeitamente com a filosofia da nossa marca. Esperamos que esta exposição se torne uma plataforma para o intercâmbio criativo, onde a arte desperta novas ideias e inaugura um novo paradigma onde a tradição e a inovação se encontram”, disse.

“Horst: Photographer of Style” pode ser vista no primeiro piso do COD até ao dia 12 de Setembro deste ano, convidando-se residentes e turistas a “explorar um mundo de moda, arte e luz intemporais e a celebrar o legado de um dos maiores mestres da fotografia”.

3 Jul 2025

Obras portuguesas em bienal que quer expandir contacto de Macau com arte do exterior

Os portugueses Rui Calçada Bastos e José Drummond participam este ano na Bienal Internacional de Arte de Macau, que apresenta cerca de 30 exposições de artistas de mais de dez países, disse à Lusa ontem a organização.

Rui Calçada Bastos e José Drummond, com ligação de longa data ao território, participam este ano na “Exposição Principal” da “Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau 2025”, indicou à Lusa o Instituto Cultural (IC), após a conferência de imprensa de apresentação do evento.

Contactado pela Lusa, Calçada Bastos, que não vai estar presente na mostra, disse que vai expor “uma reapresentação” da peça “I have not yet forget myself to stone”, desenvolvida em 2021 com recurso a pavimento de betão e postais.

Em representação de Macau, José Drummond, a viver em Portugal, apresenta “The dream of the red chamber”, uma instalação que integra uma sala escura com frequência sonora e um néon vermelho. Também concebido em 2021, o trabalho foi buscar o nome à obra-prima da literatura chinesa de Cao Xueqin e “explora leituras do espaço entre culturas, meios e percepções do tempo, inspirando-se tanto em fontes contemporâneas como clássicas”, lê-se numa apresentação do artista.

A “Exposição Principal” da bienal reúne um total de 46 artistas oriundos de 13 países e regiões, incluindo Xu Bing (China), Bart Hess (Países Baixos), Kimsooja (Coreia do Sul) e Lucy McRae (Reino Unido), e pretende reforçar “a função de conexão de Macau” com o exterior, referiu hoje em conferência de imprensa a presidente do IC.

“Elevaremos a proporção de obras de arte estrangeiras para aumentar o contacto com a rede global de arte”, sublinhou Leong Wai Man, notando que este ano o orçamento é de cerca de 4,5 milhões de patacas – menos de metade do da edição de 2023.

O evento centra-se no tema “Olá, o que fazes aqui?”, pergunta “comum, porém profunda” e que “desperta especialmente uma reflexão nesta era repleta de incógnitas e desafios”, continuou a responsável. “Inspirada por isso, a bienal deste ano convida artistas a explorarem temas como ciência e crença, globalização e localidade, realizando um profundo diálogo estético”, reforçou.

Perto de si

Além da mostra central, a bienal, que se realiza entre 19 de Julho e 19 de Outubro, apresenta a “Exposição de Arte Pública: Ondas e Caminhos”, que, de acordo com o curador principal do evento, quer reduzir a distância entre população e arte.

Oito artistas expõem, em diferentes bairros do território, cinco conjuntos de obras, declarou Feng Boyi. “Este ano, não temos uma exposição de grande envergadura (…), mas serão expostas mais obras que vão ser integradas no nosso dia-a-dia, na nossa comunidade”, realçou durante a conferência de imprensa.

O “Pavilhão da Cidade”, outra secção do evento artístico, apresenta o “Pavilhão da cidade de Jinan”, capital da província chinesa de Shandong (leste), com curadoria do Museu de Arte de Jinan, e onde mais de uma dezena de artistas locais exploram o património cultural regional.

Também está previsto o “Pavilhão da cidade de Portugal”, com curadoria da responsabilidade do Consulado-geral de Portugal em Macau e que, segundo o programa, “expõe o espírito humanista de uma pequena cidade que combina uma longa história e uma vitalidade inovadora”.

A Lusa contactou o Consulado-geral de Portugal em Macau e o Ministério dos Negócios Estrangeiros português para tentar saber mais detalhes, mas até ao momento não foi possível obter qualquer resposta. Este ano também é dado destaque aos artistas de Macau, “com mais cerca de 27 por cento” de participação local em relação ao ano transacto, de acordo com a presidente do IC.

O “Projecto de Curadoria Local”, notou Leong Wai Man, “é muito maior” do que na edição anterior. “Foram quatro projectos, este ano temos seis. Esperamos aproveitar esta bienal internacional para promover os artistas locais, tanto curadores como artistas”, continuou.

Envolvendo novamente as operadoras de jogo no território, a edição vai contar ainda com a secção “Exposição Especial”, que celebra, entre outros artistas, o espanhol Pablo Picasso (1881-1973), com uma mostra no hotel Gran Lisboa Palace (SJM Resorts), e que inclui 143 gravuras, cerâmicas e ilustrações provenientes do Museo Casa Natal Picasso, em Málaga.

Já o GalaxyArt, da Galaxy Macau, tem expostas “mais de 300 pinturas, esboços e manuscritos de design” do cenógrafo, pintor e designer de interiores francês Bruno Moinard.

3 Jul 2025

Património | Visitas e workshops celebram 20 anos na lista da UNESCO

Para assinalar os 20 anos da entrada do centro histórico de Macau na lista do património mundial da UNESCO, o IC vai organizar uma série de actividades para que residentes e turistas redescubram o coração da cidade. Desde passeios e visitas guiadas a pontos-chave, workshops, jogos e actividades para crianças, não vão faltar propostas para desfrutar do centro histórico

 

No próximo dia 15 de Julho completam-se 20 anos desde que o centro histórico de Macau entrou na lista do património mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO na sigla em inglês). A data não passou ao lado do Instituto Cultural (IC), que propõe um calendário de actividades para assinalar o reconhecimento do valor patrimonial do coração da cidade, polvilhado por um conjunto de edifícios e estruturas históricas que testemunham um passado com mais de quatro séculos de confluências culturais.

Entre o conjunto de actividades planeadas pelo IC para apresentar “novas perspectivas” do centro da cidade, destaque para “workshops com a apresentação de conhecimentos ligados às relíquias culturais, actividades práticas, e visitas guiadas que oferecem olhares renovados sobre o Centro Histórico de Macau”. O programa inclui as actividades “Passeios pelo Património Mundial”, “Jogo de Carimbos do Património Mundial” e “Património Cultural・Paisagem Literária”.

O passeio educativo para jovens “Explorar o Património Mundial” terá duas secções diferentes e irá passar pelo exterior de “atracções” do centro histórico, incluindo a Casa do Mandarim. As informações serão dadas em cantonense sobre “a história, a cultura, e as características arquitectónicas dos locais visitados”. Serão ainda organizadas actividades de criação artística e workshops. A primeira secção do passeio educativo está marcada para os dias entre 10 e 15 de Julho, das 14h às 18h, enquanto a segunda irá decorrer entre 15 e 20 de Julho, ambas com entrada livre.

Os destinatários destes passeios são crianças entre os 9 e 12 anos, com o máximo de participantes fixado em 18 pares por sessão. As inscrições estão abertas na Conta Única.

Próximas páginas

A criação de hábitos de leitura para os mais novos terá um lugar de destaque no rol de actividades planeadas. Todos os sábados e domingos deste mês, a começar já no próximo fim-de-semana, as bibliotecas de Macau vão acolher uma actividade intitulada “O Mundo das Histórias”, para crianças entre os 3 e 12 anos acompanhadas por um adulto. “Com o tema o património mundial, o programa visa cultivar o hábito de leitura das crianças desde tenra idade e melhorar a relação entre pais e filhos, através da narração de histórias, trabalhos manuais, canto e jogos interactivos”, indica o IC.

Aos sábados, entre 5 de Julho e 26 de Julho, sempre entre as 15h e 17h, as sessões vão decorrer nas bibliotecas de S. Lourenço, Bairro da Ilha Verde, Wong Ieng Kuan no Jardim da Areia Preta e no Jardim Luís de Camões.

Aos domingos no mesmo horário, entre 6 e 27 de Julho, as sessões decorrem nas bibliotecas da Taipa, S. Lourenço e Wong Ieng Kuan no Jardim da Areia Preta. Mais uma vez, todas as sessões serão conduzidas em cantonense.

As bibliotecas vão estar em destaque noutro evento, não só como espaço para uma actividade, mas como o objecto a explorar. Nos dias 12 e 19 de Julho, com duas sessões matinais, são propostas visitas guiadas à Biblioteca do Senado e à sala de obras antigas e raras chinesas da Biblioteca Sir Robert Ho Tung. Estas visitas também terão entrada livre e serão conduzidas em cantonense. As inscrições podem ser feitas através da Conta Única.

Pausa à sombra

A cerimónia de lançamento das celebrações do 20º aniversário da inscrição do “Centro Histórico de Macau” na lista do património mundial da UNESCO está marcada para o dia 15 de Julho, entre as 14 e as 18h no Teatro D. Pedro V.

Durante o evento, serão postos à venda num stand montado no local livros do IC que irá oferecer “descontos especiais”, assim como um stand de venda de produtos filatélicos dos CTT, e haverá ainda espaço para um sorteio para quem completar o jogo de carimbos do património mundial.

No capítulo dos workshops, o IC propõe uma degustação de chá de lótus na Casa do Mandarim, no dia 26 de Julho, entre as 14h e as 17. O evento irá contar com a presença de um mestre de chá. “Os participantes poderão acompanhar todo o processo de degustação de chá. A sessão inclui conhecimentos essenciais sobre chá, e explicação sobre variedades de chá, utensílios de chá, processo de infusão e normas de cortesia ao servir chá.

No fim-de-semana de 12 e 13 de Julho, realiza-se a actividade “Macau, pelos Olhos de George Chinnery”.

“Os participantes irão visitar o Largo de S. Domingos para assistir a uma apresentação sobre a vida e obra de George Chinnery. Sob a orientação de instrutores profissionais, os participantes poderão estudar as técnicas artísticas das obras de George Chinnery, e criar as suas próprias pinturas, inspiradas na arquitectura do património mundial e com técnicas artísticas semelhantes”, indica o IC.

O cruzamento entre tecnologia e história será o foco do workshop de impressão de modelos 3D:inspirado nos modelos da exposição “Protecção Arquitectónica da Cidade Proibida”. O evento realiza-se todos os sábados deste mês, entre as 15h e as 17h, no Centro de Preservação e Transmissão do Património Cultural do Museu do Palácio de Macau. Os participantes terão a oportunidade de aprender técnicas de coloração e acabamento em modelos pré-impressos em 3D para completar uma réplica em miniatura de um modelo da exposição “Protecção Arquitectónica da Cidade Proibida”.

Festa longa

As actividades para celebrar os 20 anos de inclusão na lista de património mundial da UNESCO vão prolongar-se até Dezembro, incluindo fóruns, encontros de chá na Casa do Mandarim e Edifício da Santa Casa da Misericórdia, visitas guiadas nocturnas à Fortaleza da Guia. Serão ainda organizados estágios profissionais e workshops de restauro de paredes de terra batida, telhados típicos da arquitectura Lingnan, e criações de estuque.

Em relação ao reconhecimento da UNESCO, o IC afirma que a “distinção, não só pôs em evidência o carácter urbano único de Macau, que conta com a mistura das culturas oriental e ocidental, como também elevou, significativamente, o estatuto cultural de Macau a nível internacional”.

O Governo salienta também o trabalho de protecção do património cultural realizado nos últimos 20 anos, obtendo “resultados expressivos”, que “contribuíram para a consciencialização progressiva dos residentes relativamente à importância da protecção deste património”.

3 Jul 2025

“Ne Zha 2” | Filme sai das salas como o quinto mais rentável de sempre

O filme de animação chinês “Ne Zha 2” terminou ontem cinco meses de exibição nos cinemas do país asiático, consagrando-se como o quinto filme mais rentável de sempre a nível mundial, segundo o portal de notícias Yicai.

A produção arrecadou mais de 15.900 milhões de yuan, sendo apenas ultrapassada por “Avatar” (2.460 milhões de euros), “Vingadores: Ultimato” (2.375 milhões de euros), “Avatar: O Caminho da Água” (1.950 milhões de euros) e “Titanic” (ligeiramente abaixo dos 1.950 milhões de euros).

Estreado a 29 de Janeiro, primeiro dia do Ano Novo Chinês – principal época festiva do país e temporada alta para a bilheteira -, “Ne Zha 2” surgiu como um sopro de ar fresco para o sector, após uma queda de 22,5 por cento nas receitas em 2024.

O filme tornou-se na primeira produção a ultrapassar os 1.000 milhões de dólares num único mercado, no maior sucesso de animação de sempre – superando “Divertida-Mente 2” – e no filme mais visto na China, com 324 milhões de entradas vendidas.

O êxito foi tal que, apesar de as exibições nos cinemas chineses durarem normalmente um mês, “Ne Zha 2” viu o seu período prolongado por quatro vezes. Tanto este filme como a sua prequela, “Ne Zha” (2019), são baseados num romance clássico chinês do século XVI, “A Investidura dos Deuses”.

A história acompanha Ne Zha, uma criança nascida com poderes sobre-humanos que regressa – após se ter dado a entender que morrera no primeiro filme – para enfrentar um demónio mitológico, depois de os deuses reconstruírem a sua alma com folhas de lótus. A produtora Enlight Media já prometeu uma terceira parte “com padrões ainda mais elevados” e está a negociar com várias cidades chinesas a construção de parques temáticos inspirados no universo de “Ne Zha”.

1 Jul 2025

Albergue SCM | O poder das mulheres e da caligrafia em exposição

Apresenta-se ao público no próximo dia 9, quarta-feira, uma nova exposição no Albergue SCM. Trata-se da “Exposição por convite de obras de mulheres calígrafas e pintoras notáveis” e apresenta uma série de obras de caligrafia onde, como o nome indica, a mulher artista assume o papel principal. Podem ver-se trabalhos de nomes como Hong San San e Ng Choi Ha, entre outros

 

O trabalho artístico desenvolvido por mulheres volta a estar em evidência em mais uma exposição do Albergue SCM – Santa Casa da Misericórdia. Desta vez é através da “Exposição por Convite de Obras de Notáveis Calígrafas e Pintoras” que abre ao público na próxima quarta-feira, dia 9, às 18h30, sendo possível ver dezenas de trabalhos de caligrafia que expressam vários sentimentos e mensagens.

Entre as artistas de destaque estão Hong San San, Ng Choi Ha, Ho Lai Sim, Ma Tang, Fu Sio Fan, Chau Hon Va, Lam Sau Lai, Ng Kam Fong, Hong Iok Chan, He Qunzhen, Lam Hong Kun, Ng Kam Lin, Tou Im Fan, Wang Zhaorong, Wong Hei U, Tsang Tseng Tseng, Mui Kim Fan, Ng Lai Ping e Leong Iok Leng, “que acrescentam destaques significativos à exposição”, lê-se numa nota do Albergue SCM e do CAC.

É ainda referido que a mostra em questão “apresenta um grupo distinto de calígrafas e pintoras a tinta de renome, exibindo uma variedade de obras que destacam vários estilos de caligrafia e pintura a tinta”, sendo que todas estas mulheres que colaboram com os seus trabalhos “utilizam o pincel e a tinta como meios de expressão, revelando as suas qualidades artísticas únicas através do ritmo das linhas e da profundidade da tinta, transmitindo os seus pensamentos íntimos e cultivo artístico”.

Charme feminino

O Albergue SCM e o CAC consideram que esta mostra “não só mostra as capacidades excepcionais das artistas femininas, mas também serve como uma importante plataforma para o intercâmbio cultural e o património artístico”.

Além disso, durante a exposição, “o público terá a oportunidade de apreciar de perto as obras dedicadas criadas por estas artistas, experimentando a sua perseverança e busca no reino da arte, enquanto explora o charme artístico único e a profunda riqueza cultural das artistas femininas”.

“Acreditamos que esta exposição irá adicionar um toque vibrante à atmosfera cultural e artística de Macau, inspirando um maior amor e apreço pela caligrafia e pela pintura a tinta”, descreve a organização.

A exposição prolonga-se por quase todo o período de Verão, podendo ser vista até ao dia 17 de Agosto. Além da organização do CAC, trata-se de uma iniciativa com apoio do Fundo de Desenvolvimento Cultural do Governo da Região Administrativa Especial de Macau e Associação de Calígrafas, Pintoras e Escultoras de Macau.

1 Jul 2025

Cinemateca | Festival de Cinema Infantil até Agosto

Julho e Agosto são meses do calendário guardados para a edição deste ano do Festival Internacional de Cinema Infantil de Macau, com exibições na Cinemateca Paixão. A iniciativa, do Instituto Cultural, integra-se na programação do Festival de Artes de Macau e traz os grandes clássicos para a infância, como “Aladino” ou “Rei Leão”

 

O Verão está aí e com ele também os grandes clássicos do cinema infantil que marcaram gerações, primeiro os pais, e agora os filhos. São estes clássicos que integram a edição deste ano do Festival Internacional de Cinema Infantil de Macau, integrado no Festival de Artes de Macau, e que decorre ao longo deste mês de Julho e de Agosto na Cinemateca Paixão.

Esta iniciativa do Instituto Cultural (IC) pretende levar às salas de cinema os mais pequenos e revelar-lhes histórias repletas de emoção e fantasia, muitas delas feitas numa época em que os telemóveis não eram ainda uma realidade. Nesta que é a segunda edição do festival, dedicada também aos “graúdos com um espírito jovem”, apresentam-se filmes integrados em várias secções, sendo possível ver ou rever “Aladino”, “O Rei Leão”, “Cinderela” ou ainda títulos mais recentes “George, o Curioso”, “Happy Feet” ou “Paddington no Perú”, entre tantos outros.

Numa das secções do festival, intitulada “Transformações Cinematográficas”, inclui-se uma selecção de filmes adaptados de livros infantis e ilustrados; ou ainda a secção “Clássicos para Todas As Crianças” que apresenta “animações originais, como a Branca de Neve e os Sete Anões, permitindo aos mais novos reviver o encanto das histórias clássicas”, descreve o IC.

Dentro dos clássicos, “O Rei Leão” exibe-se no dia 27 de Julho a partir das 15h e traz uma conversa pós-exibição. Apesar de este filme ter uma edição mais recente, é a versão de 1994 que será exibida na Cinemateca, repleta das emoções do jovem leão Simba em luta contra o seu tio Scar, ambicioso e mau que o leva a acreditar ter sido responsável pela morte do seu pai. Porém, Scar apenas quer liderar o reino. Nesta luta, Simba cresce, apaixona-se e ganha dois amigos, Timon e Pumba. Estes personagens acabaram, eles próprios, por ser integrados noutros projectos de animação.

No mesmo dia, mas às 11h, é a vez de ver “Aladino”, o homem do tapete voador, sendo exibida a história feita nos anos 90 que será depois analisada numa conversa pós-exibição. Dentro dos clássicos, no dia 20 de Julho apresenta-se uma versão antiga da “Branca de Neve e dos Sete Anões”, neste caso de 1937, quando a Cinderela tenta escapar à madrasta e às meias-irmãs más e feias, indo em busca do seu príncipe encantado.

Os mais recentes

Numa onda mais contemporânea, a Cinemateca Paixão exibe “Paddington na Amazónia”, filme do ano passado, numa versão que tem dobragem em cantonês. A exibição acontece sábado, 26 de Julho, e revela a história do urso que adora marmelada e fica perdido na selva, “numa aventura emocionante e cheia de perigos”.

Já este sábado, serão exibidas algumas curtas de animação, a partir das 15h. É o caso de “George, O Curioso”, em que “o explorador Ted, o homem do chapéu amarelo, viaja até África na esperança de recuperar um artefacto importante para o seu amigo Bloomsberry, director de um museu”. Porém, acaba por encontrar-se com George, um “macaco inquieto”, que se esconde no navio que traz Ted de volta a Nova Iorque. É então que se iniciam uma série de aventuras de um macaco metido no meio da cidade. Nessa mesma tarde exibe-se “Toc, Toc! Os Pequenos Animais Estão a Chamar”.

No domingo, dia 6, exibe-se novamente esta última curta, ao lado de “Onde Vivem os Monstros”. A partir das 11h é possível conhecer a história de “Max”, um “rapaz traquina e sensível que se sente incompreendido em casa e foge para onde vivem os monstros”. É então que ele chega a uma “ilha onde conhece criaturas misteriosas e estranhas, com emoções tão selvagens e imprevisíveis como os seus comportamentos”, sendo que os “monstros anseiam por um líder que os guie, tal como Max deseja ter um reino para comandar”. “No entanto, ele rapidamente percebe que governar não é assim tão simples, e que as relações nesse novo mundo são mais complicadas do que imaginava”, acrescenta a sinopse desta produção.

1 Jul 2025

Espanhol cultiva chá no Minho e traz comida portuguesa para Pequim

Reportagem de João Pimenta da agência Lusa

Ao fim de quase três décadas radicado na China, o chefe de cozinha e empresário espanhol Carlos Miranda decidiu tentar “algo diferente”: cultivar chá no norte de Portugal e trazer cozinha portuguesa para Pequim.

“É preciso inovar”, afirmou à agência Lusa o empresário, durante uma pausa no restaurante português Calma, que inaugurou este ano na capital chinesa.

Sentado numa sala anexa ao estabelecimento, Carlos Miranda prepara chá verde, sobre uma mesa tradicional chinesa. “O chá sempre me fascinou”, disse. “Nunca bebi café”, acrescentou.

No canto da mesa está pousado um livro de receitas – A Cozinha de Macau de Casa do Meu Avô – publicado em 1992, por Graça Pacheco Jorge. Descendente de uma família estabelecida no território desde o século XVII, o autor foi figura central na divulgação da cozinha macaense.

Também Carlos Miranda tem ligação a Portugal de origem familiar, através de uma tia-avó portuguesa. “A minha família é de Zamora, no interior norte de Espanha, mas tenho familiares em Lisboa”, contou.

Com cerca de 200 metros quadrados e lugar para 40 pessoas, o restaurante português fica no coração da zona diplomática de Pequim, a norte de Sanlitun, uma das zonas mais movimentadas e cosmopolitas da capital chinesa. O menu inclui: Bacalhau à Brás, Polvo à Lagareiro, Arroz de Cabidela, Arroz de Marisco ou Arroz de Pato. “O arroz é um atractivo para os chineses”, justificou.

Por outro lado

No sentido inverso, Miranda levou para o norte de Portugal chá, bebida com origem na China há milhares de anos. “Queria fazer algo ligado à agricultura ecológica”, descreveu.

O projecto agrícola começou há cerca de um ano, na região do Minho, num terreno próximo do Parque Nacional da Peneda-Gerês. “A ideia era plantar no parque, mas como é Reserva Ecológica Nacional tornou-se impossível. Fiquei pelas encostas”, disse o empresário, enaltecendo as condições locais de humidade, altitude e solo.

“O norte de Portugal é húmido, tem rios limpos e, na última análise, foi o país europeu onde, num estudo recente, o chá revelou melhor concentração de antioxidantes”, descreveu.

As primeiras folhas vão demorar: “só ao fim de quatro ou cinco anos é que se pode começar a colher com qualidade”.

A plantação foi pensada para um mercado de nicho, focado em produto biológico e de proximidade. “Não faz sentido competir com a China ou a Índia. Vamos fazer chá ‘gourmet’, com garantia de zero pesticidas, para consumidores exigentes”, afirmou.

Apesar de nunca ter trabalhado directamente na indústria do chá, Carlos Miranda é um entusiasta. “Bebo chá todos os dias”, confessou. Enquanto espera pela primeira colheita no Minho, Carlos Miranda serve já do outro lado do mundo vinhos do Douro e do Dão. “Temos de fazer coisas diferentes, não ficar sempre pelo mesmo”, realçou.

Com história

Na China, o espanhol construiu ao longo de 27 anos uma carreira na restauração, com vários estabelecimentos que se tornaram referência entre a comunidade de expatriados no país.

“Sou cozinheiro de formação. Trabalhei no Porto e em Lisboa, nos anos 90, e depois vim para a China. Tive restaurantes em Pequim, Liaoning, Dalian e Xiamen, quando ainda não havia comida ocidental nessas cidades”, contou.

O Calma funciona com uma equipa que conhece bem o percurso de Miranda: “O chefe de cozinha chinês está comigo há 20 anos”. Entre os clientes estão estudantes chineses de língua portuguesa e diplomatas e profissionais chineses que viveram nos países lusófonos: “conheci já aqui pessoas muito interessantes”.

O projecto agrícola obriga-o agora a passar mais tempo em Portugal. “O chá exige cuidados. Em Janeiro vamos construir uma pequena fábrica para processar o produto”. Até lá, rega-se e espera-se. “É um processo lento, mas é isso que o torna interessante”, conclui.

30 Jun 2025

“Arte Macau” | Projecto de Ung Vai Meng é finalista para a Bienal

Guilherme Ung Vai Meng, antigo presidente do Instituto Cultural, faz a curadoria de um dos seis projectos finalistas para participar na próxima edição da “Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau 2025”. Trata-se de “Duração Genética” e, caso vença, pode ir à Bienal de Veneza

 

Já estão escolhidos os seis projectos artísticos finalistas para a participação na Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau 2025, nomeadamente na categoria “Projecto de Curadoria Local”. Um desses projectos tem, precisamente, curadoria do antigo presidente do Instituto Cultural (IC), entidade que promove esta iniciativa: Guilherme Ung Vai Meng.

Chama-se “Duração Genética”, seguindo-se outros cinco finalistas, nomeadamente “Atrás do Jardim Oriental”, com curadoria de Cheong WengLam; “Mar de Línguas: Programa de Pesquisa Linguística de Macau”, que tem como curadores He Yan Jun e Zhang Ke; “Uma Posição Enunciável para Mulheres”, com curadoria de Cheong Cheng Wa e Wang Jing; “Sob a Península de Wetware”, de Daisy Di Wang e Wong Mei Teng; e, finalmente, “Torre de Jacone”, com curadoria de Feng Yan e Ng Sio Ieng. No total, há 35 artistas envolvidos em todos estes projectos.

Espécie de diálogo

Segundo uma nota do IC, os seis projectos finalistas “exploram a relação do diálogo entre a memória histórica de Macau e a globalização, abrangendo um vasto leque de aspectos como genes culturais, paisagens linguísticas, narrativas das mulheres, bem como tecnologia e ecologia”.

O tema deste ano da “Arte Macau” será “Olá, o que fazes aqui?”, tendo o júri referido que “as propostas deste ano [a concurso] são de boa qualidade, com métodos curatoriais experimentais e perspicazes, correspondendo plenamente ao tema da Bienal”.

Destaque ainda para o facto de os seis finalistas ganharem passaporte de acesso para a selecção preliminar da representação da RAEM na Bienal de Arte de Veneza.

Segundo a mesma nota, “os curadores ou grupos curatoriais das propostas de exposição seleccionadas passam a estar directamente qualificados para a selecção preliminar da 61.ª Exposição Internacional de Arte ‘La Biennale diVenezia’ – Evento Colateral de Macau, China”. Depois deste acesso à fase preliminar, o IC “irá criar outro júri para seleccionar uma proposta de exposição para representar Macau no evento em Itália”.

A realização da Bienal de Arte de Macau tem por objectivos “proporcionar uma plataforma de intercâmbio aberta e diversificada, incentivar a criação de arte contemporânea em Macau, cultivar talentos de curadoria locais e mostrar as realizações da criação artística em Macau”.

Para esta edição, foram recebidas 34 propostas a concurso na categoria “Projecto de Curadoria Local”. O júri é composto por Feng Boyi, Curador Principal da Bienal; Wang Xiaosong, DirectorExecutivo do Museu de Arte Contemporânea de Suzhou; Song Dong, conceituado artista contemporâneo; Marcel Feil, Curador Independente Holandês, e Van Pou Lon, Chefe da Divisão de Desenvolvimento das Artes Visuais do Instituto Cultural (IC),

A Arte Macau 2025 irá ter várias áreas com exposições e eventos, nomeadamente a “Exposição Principal”, “Exposição de Arte Pública”, “Pavilhão da Cidade”, “Exposição Especial” e “Projecto de Curadoria Local”, onde se irá integrar o projectovencedor do grupo de seis finalistas. Destaque ainda para a secção “Exposição Colateral”.

30 Jun 2025

Conferências das Comunidades Luso-Asiáticas arranca hoje em Díli

Decorre entre hoje e domingo a quarta Conferência das Comunidades Luso-Asiáticas (APPC) em Díli, Timor-Leste, com Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses, como um dos convidados a participar amanhã numa mesa redonda ao lado de Joseph de Santa Maria, representante da comunidade lusodescendente de Malaca e Hugo Cardoso, linguista e docente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Antes da mesa redonda, o académico irá falar do tema “A Ásia absorve a língua portuguesa”, tendo em conta a sua experiência como investigador das línguas crioulas do Sul da Ásia.
O programa conta ainda com a participação de outros académicos e figuras sonantes de territórios como Goa, Malaca, Timor ou Sri Lanka, onde os portugueses deixaram várias pegadas no contexto das viagens da Expansão Portuguesa, pegadas essas que se revelam em alguns costumes culturais e crioulos em vias de extinção.

Outro dos docentes convidados, é João Paulo Oliveira e Costa, professor catedrático na área da História Moderna da Universidade Nova de Lisboa, que irá falar da “Mestiçagem e Interculturalidade na Expansão Portuguesa”.

Criar redes

Segundo uma nota oficial sobre o evento, a APCC “tem como principais objectivos o reconhecimento das comunidades luso-asiáticas e do seu legado histórico e cultural”, bem como “a promoção da sua identidade através de acções de visibilidade e valorização”.

O evento tem também como objectivo “a inclusão destas comunidades nos contextos regionais e internacionais, com destaque para o papel de Timor-Leste na CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] e na ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático], e a criação de bases institucionais que assegurem a sustentabilidade da rede”.

Além disso, “pretende-se reforçar a articulação entre investigadores, comunidades e decisores, de modo a consolidar a APCC como uma plataforma de diálogo e cooperação para a preservação e projecção do património imaterial de origem portuguesa na Ásia”.

Em termos de representações institucionais, estarão presentes Xanana Gusmão, primeiro-ministro de Timor-Leste, Carolina Fernandes e Pé, ex-presidente do munícipio de Pangim, em Goa; ou Fernando Nobre, presidente da AMI – Assistência Médica Internacional. Não faltará também um discurso de José Ramos Horta, Presidente da República de Timor Leste.

Ainda com ligação a Macau marcará presença o escritor e investigador Joaquim Magalhães de Castro, que tem escrito sobre a comunidade de Tugu, na Indonésia.

27 Jun 2025

Galaxy Arena | Digressão de Eason Chan passa por Macau e traz documentário

O cantor e actor de Hong Kong anda em digressão e traz vários espectáculos a Macau no mês de Agosto, integrados na “Fear and Dreams World Tour”. Os fãs podem também comprar bilhete para o documentário exibido a 5 de Agosto sobre os bastidores dos espectáculos

 

Eason Chan, conhecido actor e cantor de Hong Kong, vai estar em Macau com a sua digressão mundial, a “Fear and Dreams World Tour”. Os espectáculos acontecem na Galaxy Arena entre os dias 1 e 3 de Agosto e depois entre os dias 8 e 10 do mesmo mês, para que os fãs possam desfrutar ao máximo do cantopop escrito e cantado por esta personalidade de Hong Kong que o tem ajudado a construir uma carreira bem-sucedida nos últimos anos.

Mas a vinda de Eason Chan traz um bombom para os fãs, com a exibição do documentário, no dia 5, sobre a digressão que tem passado por diversos palcos.

A sinopse do projecto fala de como a “vida é uma peça de teatro, em que os cantores interpretam as suas canções”, sendo que “Fear and Dreams: Now is the only reality”, o nome do documentário, pretende mostrar como isso tem acontecido na vida de Eason Chan.

“Desde o conceito inicial do concerto em 2018 até à última paragem da digressão mundial ‘Fear and Dreams’ em 2025, ‘Fear and Dreams: Now is the only reality’ documenta a jornada nos bastidores. Em palco, Eason abre o coração para partilhar o concerto temático com o público, mas fora do palco o filme revela as lutas e experiências menos conhecidas”, lê-se ainda.

Assim, no dia 5, o público poderá perceber o outro lado da carreira do artista, reflectindo sobre ideias como “o medo está sempre presente; os sonhos são uma escolha; o presente é a única realidade”, defendidas pelo artista e passadas neste documentário.

Ainda segundo a mesma sinopse, “mais do que apenas um documentário sobre um concerto, este filme é uma crónica de sete anos da vida de Eason Chan”, pautados por “perturbações causadas pela pandemia global, problemas de saúde, e uma lesão acidental causada por um desmaio”.

Além da exibição, o dia 5 de Agosto inclui também uma “sessão de partilha”, em que “Eason irá partilhar histórias dos bastidores da digressão mundial ‘Fear and Dreams’, existindo a oportunidade de haver interacções ao vivo para que o público possa partilhar histórias pessoais sobre a digressão”.

Não faltarão produtos de merchadising, como uma t-shirt para cada participante “desenhada por Eason Chan” e ainda um cartão de lembrança. Os bilhetes para este evento em específico estão à venda desde quarta-feira.

Eason Chan anda nos palcos com a digressão “Fear and Dream” desde 2022, mas o projecto jea tem o fim anunciado para este ano. Os concertos em Macau prometem trazer os grandes êxitos da sua carreira, os clássicos ou actuais, como “2001: A Space Odissey”, “Flowerless”, “Lies” ou “The Distance Between Hearts”, entre tantos outros. De destacar que os bilhetes para os espectáculos no Galaxy Arena também já estão à venda.

Vida no palco

Desde o álbum de estreia, que ganhou o seu nome e editado em 1996, muita música aconteceu na vida de Eason Chan, que já conta com um punhado de trabalhos discográficos editados não apenas em cantonês, mas também em mandarim. No caso do cantonês, o último trabalho saiu em 2023, com o nome de “Chin Up!”, enquanto em mandarim o mais recente disco é “C’mon In~”, de 2017.

Mas a carreira de Eason Chan também está bastante ligada à grande indústria de cinema de Hong Kong, contando já com mais de 40 filmes no currículo desde a sua estreia, em 2007, um ano depois de ter iniciado a sua carreira na música.

E se o sucesso nos palcos está à vista, nos ecrãs esse sucesso não tem sido inferior, já que recebeu uma nomeação para “Melhor Actor Secundário” nos Hong Kong Film Awards em 2000 pelo seu papel em “Lavender”. Cinco anos depois ganhou nova nomeação nos Golden Bauhinia Awards em Hong Kong pelo trabalho em “Crazy N’ The City”. Seguiu-se uma nomeação em 2008, desta vez nos Taiwan Golden Horse Awards, os maiores prémios da indústria de cinema da região.

Segundo o website do actor e cantor, a revista Time considerou-o “um pioneiro e influenciador na cena Cantopop”, com êxitos como ” “My Happy Times”, “Shall We Talk”, “The king of karaoke”, “Next Year, Today”, entre outros.

Antes de começar a sua carreira artística na região vizinha, Eason Chan esteve em Inglaterra, mas só depois de participar no Concurso de Novos Talentos é que a história de sucesso arrancou.

Na parte musical, Eason Chan ganhou na categoria de “Most Outstanding Pop Male Singer Award” nos prémios “Top Ten Chinese Gold Songs Award Concert” durante 13 anos consecutivos, tendo ganho nove vezes consecutivas o prémio “The Most Favorite Male Singer” em mais uns prémios da música, os “Ultimate Song Chart Awards Presentation”.

O álbum “U87” ganhou fama mundial, sobretudo porque Eason Chan conseguiu um contrato com uma produtora de cariz global, tendo sido considerado pela Time como “um dos cinco álbuns asiáticos que valia a pena comprar em 2005”, além de que ganhou seis prémios no concurso “Ultimate Song Chart Awards Presentation”, descreve a sua biografia oficial.

27 Jun 2025

Rota da Seda | Programa de formação de talentos arrancou em Pequim

Foi oficialmente lançado, em Pequim, no passado dia 16, o programa de formação de talentos nas áreas do design cultural e criativo da Rota Marítima da Seda, apoiado pelo MGM e seleccionado para financiamento do Fundo Nacional de Artes da China (FNAC) este ano.

Num comunicado de imprensa, descreve-se como este programa será desenvolvido em colaboração com o Museu do Palácio e o Instituto de Tecnologia da Moda, ambos sediados em Pequim. A ideia é formar “uma equipa de ensino de elite” que, durante 60 dias de “cursos intensivos e estudos de campo”, irá explorar “vários pontos-chave ao longo da Rota Marítima da Seda”.

O programa, intitulado “Formação de Talentos em Design Cultural e Criativo para a Rota Marítima da Seda”, tem por objectivo a promoção da “investigação e a transformação inovadora do património cultural e histórico da Rota Marítima da Seda, formar talentos relacionados, destacando o papel fundamental de Macau como ponte entre as culturas chinesa e ocidental”.

O programa propõe uma “formação multifacetada que combina teoria, estudos de campo e prática, com o objectivo de transformar os participantes em profissionais, comunicadores e promotores da herança cultural e da criatividade”, visando “cultivar novos talentos para o desenvolvimento das indústrias do turismo criativo e cultural na Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau, contribuindo também para a continuidade do legado cultural da Rota da Seda”.

Foram escolhidos 30 participantes, “incluindo profissionais dos sectores do património cultural e das artes, investigadores académicos e doutorandos”, sendo que, depois de Pequim, o programa prossegue em Quanzhou, Guangzhou, Hengqin e Macau, “oferecendo experiências de aprendizagem distintas”.

Após estas sessões presenciais, os participantes entrarão numa fase criativa online para refinar o seu trabalho através de um diálogo contínuo com os instrutores. Os resultados finais serão revelados no primeiro trimestre de 2026, destaca o MGM numa nota de imprensa.

26 Jun 2025

Hold On to Hope | Pintura a óleo para ver em Julho

Julho marca a inauguração de uma nova mostra na ilha de Coloane, nomeadamente na galeria Hold On to Hope, gerida pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau. Desta vez, o público poderá ver quadros pintados a óleo por seis artistas, numa mostra intitulada “Chasing Dreams Under the Stars”

 

O dia 6 de Julho marca a estreia de uma nova exposição com trabalhos dos alunos do curso de mestrado da Universidade de Huaqiao, na China. A mostra, intitulada “Chasing Dreams Under the Stars”, é acolhida pela galeria Hold On to Hope, localizada na vila de Ka-Hó, em Coloane. O espaço é gerido pela ARTM – Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau, tratando-se de um projecto com um forte cariz de integração social, dando a conhecer à sociedade o trabalho desenvolvido por esta entidade. A mostra pode ser visitada até ao dia 27 de Julho.

Os seis artistas, estudantes de mestrado, que apresentam os seus dotes artísticos são Maruko, John U, Fong Hio Wa, Rosa, Madonna, Ho Cheng Wa. Estes apresentam, segundo uma nota de imprensa, mais 30 obras de arte, que reflectem “experiências e perspectivas individuais”, bem como “pensamentos e sentimentos sobre o mundo em redor”, onde não faltam sequer retratos de Macau e do seu património.

Desta forma, a nova mostra da galeria Hold On to Hope conta com “uma diversidade de estilos e temas”, reflectindo “técnicas e inspirações criativas variadas, contando histórias de esperança, sonhos e a busca pela paixão através das obras”. A organização da mostra espera que o público “fique cativado pelas cores e técnicas de cada pintura”.

Sonhos e estrelas

Para a organização, “Chasing Dreams Under the Stars” é “mais do que uma exposição de arte”, sendo também a “celebração da criatividade e do poder da autoexpressão”, permitindo que “a arte e as emoções se encontrem, transformando sonhos em realidade”.

A última exposição realizada na histórica vila de Ka-Hó aconteceu em Maio e visou, precisamente, celebrar os 25 anos de existência da ARTM enquanto entidade que ajuda pessoas com o vício da droga, álcool ou jogo a curarem-se e voltarem a ter uma vida em sociedade.

Com o nome “Ageing Gracefully”, esta mostra contou com pinturas e peças de artesanato produzidas pelos utentes da ARTM, sendo consideradas “elementos vitais da vida quotidiana na comunidade terapêutica da ARTM”.

26 Jun 2025

Diálogos sobre autismo e deficiência até sexta-feira

Decorre esta semana, e até sexta-feira, uma nova edição do festival “INCLUSION”, que pretende alertar os participantes para as necessidades de pessoas com espectro do autismo, portadoras de deficiência e necessidades educativas especiais.

O evento arrancou segunda-feira com uma série de palestras proferidas por académicos e especialistas, sendo que hoje e amanhã decorre, entre as 12h e as 18h, a competição “Macau Golf Masters”, considerado o “maior torneio de golfe do mundo para pessoas em cenários de neurodiversidade”, que se realiza desde 2017. Esta prova já contou com a participação de 400 atletas com necessidades educativas especiais de 36 países.

Por fim, na sexta-feira o festival “INCLUSION” traz o evento “Let’s Go for Another Movie Together”, no empreendimento Studio City, entre as 15h e as 17h, em que os participantes irão assistir a filmes que recentemente foram sucessos de bilheteira no Studio City, com condições especialmente concebidas para pessoas com autismo e outras “sensibilidades sensoriais”.

Minorias com direitos

O grande objectivo do festival “INCLUSION” é ajudar a compreender espectros de comportamento como o autismo ou vários tipos de deficiência ou de doença mental, a fim de melhor incluir estas minorias na sociedade. O evento é organizado pela Associação de Beneficência dos Leitores da Revista Macau Business, em parceria com diversas entidades locais, e inclui a realização de um concurso internacional no campo das artes intitulado “Creating Something Out of Nothing” [Criando Algo do Nada], que já vai na sua décima edição.

José Carlos Matias, jornalista, vice-presidente da associação e director da revista Macau Business, afirmou, citado por uma nota oficial, que sente “orgulho” por “poderem criar plataformas que dão voz à criatividade e destacam os talentos extraordinários de indivíduos neurodiversos”.

25 Jun 2025

Academia anuncia candidaturas a apoios para cinema até 20 de Julho

Decorrem até ao dia 20 de Julho as candidaturas e submissão de projectos para a iniciativa “Acampamento Internacional de Cinema” (IFC, na sigla inglesa), promovida pela Academia Asiática de Prémios de Cinema e apoiada pela Sands China.

Segundo um comunicado, este “acampamento” pretende “formar a nova geração de cineastas asiáticos”, contando com apoios das autoridades locais e de Hong Kong, tendo o Shaw Studios como parceiro oficial de pós-produção.

O IFC decorre entre os dias 11 e 15 de Setembro e pretende ser “uma plataforma para jovens cineastas de Macau, Hong Kong e outras regiões asiáticas trocarem ideias e passarem a ter os conhecimentos e competências necessárias para criar longas-metragens e desenvolver carreiras na indústria cinematográfica”.

Em troca, o IFC promete trazer “profissionais veteranos do cinema asiático para dar orientação individualizada aos participantes”, sendo que através da realização de diversas masterclasses e debates, será realizado um diálogo sobre “criatividade e aspectos comerciais da indústria”.

Destaque para a presença, este ano, de John Chong, um conhecido cineasta de Hong Kong, que será o mentor principal deste “acampamento”, e que já realizou mais de 100 filmes, incluindo “Cloud Atlas”, “Don’t Go Breaking My Heart”, “Initial D” e a série “Infernal Affairs”.

16 finalistas

Para participar neste “acampamento”, os candidatos devem enviar um argumento original com o tema “O meu melhor amigo”, sendo estas submissões avaliadas por um painel liderado por John Chong. Desta fase irão sair 16 finalistas que participam depois num programa intensivo de cinco dias em Macau.

Neste “acampamento” inclui-se uma sessão de mentoria individual “com profissionais consagrados da indústria”, a participação em masterclasses e a apresentação do projecto. No final só haverá oito vencedores, que vão receber 300 mil dólares de Hong Kong em financiamento para o seu filme, podendo desta forma “concretizar a sua visão criativa e ter a oportunidade de exibir as suas curtas-metragens em festivais de cinema em todo o mundo”.

No ano passado, o IFC atraiu mais de 500 inscrições de toda a Ásia. Dos 16 participantes saíram oito vencedores, sendo que duas produções de Hong Kong financiadas no âmbito do IFC, de nome “Sweet, Sour and Bitter…” e “Once upon a time there was a Mountain”, tiveram a sua estreia mundial em Abril deste ano no 27.º Far East Film Festival em Udine, Itália.

Citado por uma nota de imprensa, Grant Chun, director-executivo da Sands China, declarou que “os filmes são o melhor meio para contar a história de uma cidade e a forma mais directa para promover o turismo cultural”. Pretende-se, com o IFC, tornar “Macau num epicentro para produções cinematográficas”, sendo que com a Academia Asiática de Prémios de Cinema [Asian Film Awards Academy] pretende-se aproveitar “a indústria cinematográfica de renome internacional de Hong Kong e a forte base e força dos talentos cinematográficos”, ajudando “a diversificar a economia de Macau e proporcionar um terreno fértil para o desenvolvimento da indústria cinematográfica de Macau”.

25 Jun 2025

FRC | Vítor Carmona apresenta hoje “Demónios Portugueses”

A Fundação Rui Cunha volta hoje a acolher a apresentação de um livro de Vítor Carmona. Trata-se de “Demónios Portugueses – Catalunha 1794”, e que se segue à obra “A Campanha – Rossilhão 1793”, também apresentada em Macau. O livro de ficção, lançado em Portugal em Outubro do ano passado, aborda a verídica epopeia espanhola e portuguesa nos Pirenéus

 

Vítor Carmona, autor, está de novo em Macau para apresentar o seu mais recente livro, “Demónios Portugueses – Catalunha 1794”, com a chancela da Saída da Emergência, de Portugal. O evento de lançamento é acolhido pela Fundação Rui Cunha (FRC) e acontece hoje às 18h30.

A obra integra-se na saga sobre a “A Guerra dos Pirenéus”, também conhecida como a “Campanha do Rossilhão”, e que decorreu nos Pirenéus entre 1893 e 1795. Tratou-se de uma campanha militar em que Portugal se juntou a Espanha e ao Reino Unido contra a França. Assim, com mais um livro de ficção histórica, Vítor Carmona “recupera a memória histórica desta epopeia inspirada em factos reais”. Segundo a sinopse da obra, “a campanha de 1793 terminou com a chegada do Inverno aos Pirenéus Orientais”, sendo que “o Exército Auxiliar à Coroa Espanhola acantonou-se no inóspito Vallespir, tendo por companhia a fome, o frio e a doença”.

Era uma época em que os hospitais estavam “sobrelotados com centenas de soldados doentes e malnutridos”, sendo que as ordens eram “para aguentar, a todo o custo, a frágil e permeável linha de defesa, no flanco esquerdo do exército aliado, contra as incursões constantes dos temíveis ‘miquelets’, as tropas irregulares francesas”.

Depois, “a desunião e os conflitos no alto comando português agudizam-se com a continuação da campanha”, ocorrendo divisões no seio dos regimentos. O autor conta, em “Demónios Portugueses”, “a rivalidade entre os capitães Diogo Saraiva e António de Monte Cruz, que se acentua e dá início a uma guerra pessoal entre protagonistas, talvez mais mortal do que as armas inimigas”. Além disso, “uma jovem apaixonada por Diogo, e que o seguiu até à Catalunha, quer vingar-se dele”.

Lutas e paixões

O que os leitores podem encontrar em “Demónios Portugueses” é uma “trama rocambolesca” que vai sendo “tecida à margem do campo de batalha”, onde “os franceses procuram aniquilar o exército luso-espanhol” e “apenas os demónios portugueses (como lhes chamam os franceses) parecem ter a coragem e a determinação para os enfrentar”.

Vítor Carmona nasceu em 1973, em Lisboa. Licenciou-se em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa. Apaixonado por História, especialmente pelo período que vai da Revolução Francesa à epopeia napoleónica, criou, há dez anos, a Sociedade Napoleónica Portuguesa, um espaço de divulgação e discussão do universo napoleónico. Este é o seu segundo romance histórico, apresentado pelo próprio autor que se encontra de visita a Macau, depois de ter trazido o primeiro volume à Galeria da Fundação Rui Cunha em Agosto de 2024.

25 Jun 2025

FDC | Candidaturas para apoios à moda até ao dia 1 de Agosto

O Fundo de Desenvolvimento da Cultura (FDC) aceita, a partir de hoje e até ao dia 1 de Agosto, candidaturas a apoios financeiros na área da moda. Trata-se do “13.º Plano de Subsídio à Criação de Amostras de Design de Moda”, que tem como objectivo “apoiar a produção de amostras e a promoção de colecções de moda originais de designers locais, impulsionando continuadamente o desenvolvimento da indústria do design de moda em Macau”.

Os candidatos devem ser residentes da RAEM, com idade igual ou superior a 18 anos, e podem candidatar-se a título individual ou em grupo. As obras devem ser colecções de moda originais que não tenham sido exibidas ao público, produzidas ou fabricadas em amostras anteriormente, com um mínimo de 8 modelos, devendo ainda participar pelo menos numa actividade de moda durante o período de apoio financeiro.

A avaliação será feita em duas fases, sendo que na primeira selecção a Comissão de Avaliação de Actividades e Projectos do FDC vai analisar as propostas “com base nos critérios de criatividade e originalidade, qualidade, efeitos visuais globais”, bem como o “potencial de mercado, viabilidade e grau de perfeição do plano de participação em exposições e do plano de marketing e racionalidade orçamental”. Nessa primeira fase são escolhidos 15 projectos, que passam depois à segunda fase, quando será efectuada uma reunião de avaliação. Este encontro serve para o candidato “mostrar um modelo de amostra por um modelo contratado, fazer uma apresentação e responder às questões colocadas pelos membros da Comissão de Avaliação, os quais atribuirão pontuações”.

O período do apoio financeiro é de 12 meses e a quota de apoio financeiro contempla até oito beneficiários. O valor financiado máximo é de 180 mil patacas, destinado a financiar as despesas de produção de amostras, produção de materiais promocionais, participação em exposições, transporte e logística de toda a colecção da obra seleccionada.

24 Jun 2025

Exposição | “Universo em Milímetros”, de Chan Hin Chi na Fundação Rui Cunha

Descreve-se a si próprio “natural de um país estrangeiro”, mas com raízes em Macau. A visão que tem do mundo conta-a em desenhos feitos com caneta e tinta que expressam também as suas idas e vindas entre a China continental e o território. Tudo isto pode ser descoberto na mostra “Universo em Milímetros”, que inaugura hoje na Fundação Rui Cunha

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe na sua galeria, a partir de hoje, mais uma exposição. Trata-se de “Universo em Milímetros”, uma imensa colecção de 245 peças, com 56 desenhos de tamanho médio e 189 pequenos esboços de Chan Hin Chi, artista local cuja vida sempre se pautou por deslocações a várias cidades da China, mas também a diversos países como Japão, Alemanha, Suíça, França ou Portugal, entre outros. Segundo uma nota do autor, este descreve-se como sendo “natural de um país estrangeiro que se mudou para Macau, para fixar residência, na década de 60 do século passado, quando era pequeno”.

Chan Hin Chi não faz da arte a sua profissão a tempo inteiro, sendo jurista. Mas é nos desenhos a caneta e tinta que se expressa plenamente. Segundo a mesma nota, dedica-se aos desenhos, ou esboços, desde criança, e “com o curso do tempo foi-se especializando em fazer desenhos com delicadeza e paciência”, características ganhas “nos estudos de Direito e linguística”, conjugando todos estes elementos “com a exigência de equilíbrio entre a dureza e suavidade de movimentos na prática da arte marcial chinesa Taijiquan”.

Desta forma, os desenhos presentes nesta exposição apresentam um certo “sentido de nostalgia”, procurando o autor recorrer a “papéis específicos de dimensão não superior a um cartão postal, onde se traça o mundo visual com um sentido tridimensional”, para que se possa “ver grande através do pequeno”.

Existem, nestes esboços, “um universo ilimitado e criado pela riqueza das linhas e cores”, que poderão inspirar o público. “É por causa disto que a exposição e retrospectiva de desenhos se intitula ‘Universo em Milímetros'”, é destacado.

Mais do que uma partilha

“Universo em Milímetros” acarreta em si uma mão cheia de intenções por parte do seu autor, que vão além da simples partilha de um trabalho artístico com o público. Chan Hin Chi quer também expressar “alguns entendimentos obtidos ao longo de uma vida de 64 anos, em particular ao nível da vida profissional, que se relaciona com trabalhos feitos nas áreas da assessoria jurídica, gestão pública e tradução”.

A sua vida pessoal, com residência em Macau desde os anos 60, deu-lhe “uma visão muito abrangente e compreensão do mundo sob diversas ópticas”, nomeadamente a nível histórico, administrativo, jurídico ou político”, frisou.

Tal expressa-se nos desenhos que faz, e que apresenta na Galeria da FRC a partir de hoje. O autor “considera que a compreensão do que se passa no mundo não se pode fazer de uma forma fragmentada, pois todas as coisas se interligam. Essa visão constitui o essencial desta exposição, que articula duas actividades que, aparentemente, não têm ligação: o exercício de funções jurídicas e o desenho, sendo que a primeira se faz de forma racional e lógica, e na segunda predomina a subjectividade, a emoção e a paixão”, explicou.

Para o autor e artista, na prática de todas as actividades existe uma certa inclusão e “complementariedade”, bem como “a combinação e coexistência, o que faz com uma pessoa interessada, como o autor, possa ter uma visão mais alargada e aprofundada” de um certo mundo.

Conjunto de emoções

Chan Hin Chi refere ainda que desenhar nasce de uma espécie de “desilusão pela configuração da vida”, em que a composição de um desenho se faz “de forma parecida à complexidade da trajectória de vida, que depende necessariamente do controlo de nós próprios, com ligação ao ego, e factores incontroláveis, que muitas vezes nos são externos”.

“Cada desenho é um desenho para si próprio, sendo algo extremamente semelhante ao que se passa na prática jurídica e nos estudos linguísticos, concluindo-se que cada desafio pode ser uma meditação sobre a vida”, frisou. Desta forma, o autor considera que a “prática do desenho e a prática do Direito são actividades emocionais e racionais, mas que se combinam”.

Por isso, os trabalhos que podem ser vistos nesta exposição “foram produzidas nos intervalos entre as duas actividades”, tratando-se de desenhos que têm “amadurecido e purificado no fundo do coração do autor”, permitindo a este “permanecer entre o passado e a actualidade”.

Para Chan Hin Chi, uma das conclusões que se pode tirar do seu duplo trabalho de jurista e artista é a formação de uma relação com a imagem, as letras e o texto num todo. “Hoje em dia, com o desenvolvimento acelerado das áreas da ciência e tecnologia, a informação é dominada pelo texto, avultado como vastos oceanos, e é por vezes intimidatório para quem quer dominar isso. Perante este efeito secundário da civilização, muitas pessoas tendem, inconscientemente, evitar o texto e fazer uma aproximação às imagens para fundamentar o seu conhecimento da realidade. Mas este fenómeno deve-se ao facto de o texto poder, meramente, descrever a realidade com símbolos, enquanto as imagens demonstram-na como ela é, apresentando-se tendencialmente os objectos reais, tornando estas últimas mais aceitáveis e acessíveis”, descreveu.

A FRC descreve ainda, sobre esta mostra, que se trata de uma colecção que “representa as marcas de tinta deixados pelo autor ao longo dos anos, cuidadosamente seleccionadas de entre mais de duas centenas de pequenas obras, com o objectivo de as partilhar com os apreciadores de desenho, e aperfeiçoar a sua arte através da interacção e da troca de experiências”. A inauguração acontece a partir das 18h30.

24 Jun 2025

Aceites submissões para 2º Festival de Curtas-Metragens

O Instituto Cultural (IC) e o Galaxy Entertainment Group (GEG) aceitam submissões de filmes de residentes para a realização do “2.º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau do Galaxy Entertainment Group”, nomeadamente para a categoria “Curtas de Macau”.

Segundo um comunicado de imprensa, pretende-se, com esta iniciativa, “incentivar talentos da produção cinematográfica local, construir uma base de curtas-metragens locais e expandir as oportunidades de intercâmbio e colaboração internacional”.

As submissões devem ser feitas até ao dia 21 de Julho, sendo que os vencedores do “Prémio de Macau” e “Prémio de Menção Especial do Júri” podem receber um troféu e um prémio monetário de até 45.000 patacas.

A segunda edição deste festival decorre em Setembro nos Cinemas Galaxy, no Auditório Galaxy do Centro Internacional de Convenções e no Andaz Hotel no Galaxy Macau, bem como na Cinemateca Paixão.

Irá apresentar-se “um amplo programa de eventos, incluindo uma cerimónia de abertura e projecções, a secção ‘Director em Destaque’ e palestras dadas por especialistas, sessões de cinema, workshops temáticos, um fórum da indústria, bem como uma cerimónia de encerramento e entrega de prémios e um evento de passadeira vermelha”.

Por partes

O festival inclui um total de cinco categorias, sendo que, além das “Curtas de Macau”, o público poderá ver filmes integrados nas secções “Novas Vozes do Horizonte”, “Diretor em Destaque”, “Visão da Ásia Oriental” e “Sessões Especiais”. A mesma nota dá conta que foram convidados “cineastas experientes” para integrar o júri. No caso das “Curtas de Macau”, a escolha será feita pelo Comité Consultivo Internacional do “GEG Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau”.

O regulamento do evento e os formulários de inscrição podem ser descarregados na página electrónica do Instituto Cultural ou das Indústrias Culturais e Criativas de Macau. Os candidatos podem entregar o formulário de inscrição, devidamente preenchido, juntamente com os materiais necessários, pessoalmente, no Edifício do Instituto Cultural.

23 Jun 2025

FRC | Debate em torno do Tribunal Arbitral da ICC decorre hoje

Integrada no ciclo “Reflexões ao Cair da Tarde”, a conversa de hoje na Fundação Rui Cunha gira em torno do Tribunal Arbitral da Câmara de Comércio Internacional e a ligação à comunidade jurídica local, contando com quatro intervenientes: Winnie Wat, Ana Coimbra Trigo, Mariana Afonso Esteves e Fátima Dermawan

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe hoje, a partir das 18h30, a conferência “Tribunal Arbitral da ICC: Ligando-se à Comunidade Jurídica de Macau”, dedicada a discutir a Corte Internacional de Arbitragem, na qualidade de “instituição arbitral líder mundial” e a sua conexão com a realidade local.

Segundo uma nota de imprensa, “desde 1923 [que esta entidade] tem ajudado a resolver disputas em litígios comerciais e de investimento internacionais”, sendo que a Corte administra “arbitragens exercendo supervisão judicial dos procedimentos arbitrais, garantindo a aplicação adequada das Regras de Arbitragem de 2021 e auxiliando as partes e os árbitros”.

“Esses esforços são apoiados pelo Secretariado da Corte, composto por mais de 100 advogados e funcionários, operando em escritórios em Paris, Nova Iorque, São Paulo, Singapura, Abu Dhabi e Hong Kong”, destaca-se, sendo que o painel de hoje “visa apresentar à comunidade jurídica de Macau o funcionamento do Tribunal Internacional de Arbitragem da ICC [Câmara de Comércio Internacional], apresentando o seu funcionamento e estatísticas relevantes, além de explicar o papel do Secretariado e do Tribunal nos seus serviços de Arbitragem e ADR.

O debate visa ainda apresentar “uma visão geral do quadro jurídico da arbitragem em Macau e os seus desenvolvimentos mais recentes”, além de que serve o interesse de “empresas, advogados internos e externos, funcionários governamentais, juízes, professores e estudantes que estejam interessados em aprender sobre a ICC ou em participar em arbitragens da ICC no futuro, como advogados, peritos ou árbitros”.

As vozes da razão

Nestas “Reflexões ao Cair da Tarde” participam Winnie Wat, vice-conselheira do Secretariado da Câmara de Comércio Internacional de Arbitragem. É credenciada como membro do Chartered Institute of Arbitrators (FCIArb) desde 2021 e mediadora do Centro de Resolução de Litígios (CEDR).

Destaca-se ainda a participação de Ana Coimbra Trigo, associada sénior na área de Resolução de Litígios da sociedade de advogados portuguesa PLMJ Law Firm.

Com 10 anos de experiência, participa regularmente como advogada e secretária do tribunal em arbitragens internacionais e nacionais e processos judiciais relacionados, bem como em outros litígios civis e comerciais, incluindo questões pós-fusões e aquisições, telecomunicações, energia, aviação e imobiliário.

Além disso, é membro do Tribunal Internacional de Arbitragem da ICC para Macau e docente universitária.

Mariana Afonso Esteves, outra das oradoras, é advogada sénior associada da C&C Advogados & Notários desde 2009. As suas áreas de actuação abrangem Contencioso e Resolução de Litígios, Mediação e Arbitragem, Direito do Jogo, Direito dos Seguros, Sucessões, Direito da Família, bem como Direito Administrativo e Público.

Fátima Dermawan é assessora jurídica adjunta na operadora de jogo Sands China, onde supervisiona o departamento de contencioso da empresa. Fátima é licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e mestre pela Faculdade de Direito de Harvard, exercendo advocacia em Portugal desde 2013, em Macau desde 2016 e no Estado de Nova Iorque desde 2020.

23 Jun 2025

10 de Junho | Nova mostra de cinema este fim-de-semana

Ainda a propósito das celebrações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, a Casa Garden acolhe, a partir de hoje, um ciclo de cinema português que inclui a curta-metragem de animação “Ice Merchants”, nomeada para os Óscares. Mas também há longas para ver, no total de cinco sessões

 

Mais um ano, mais uma ronda de cinema. É assim sempre que o Verão se aproxima e se comemora o 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. Desta vez, a sétima edição da “Mostra de Cinema Português em Macau” traz curtas e longas metragens, numa diversidade que já habituou o público local. A intenção é trazer películas de qualidade e premiadas, destacando-se no cartaz deste ano a curta de animação “Ice Merchants”, que subiu ao palco dos Óscares.

Organizada pela Fundação Oriente, a Portugal Film – Agência Internacional de Cinema Português e o festival IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema, entre outras entidades, a mostra traz um total de cinco sessões que se apresentam ao longo deste fim-de-semana, terminando no domingo. A curadoria do festival está a cargo de Margarida Moz, directora da Portugal Film.

Segundo um comunicado, o que se pretende com esta mostra é “não apenas mostrar os filmes portugueses pelo mundo, mas também dar a conhecer a linguagem própria da cinematografia nacional e os seus agentes”, incluindo realizadores, actores, equipas técnicas e produtores”. Propõe-se, assim, “incluir a participação dos agentes criativos nesta mostra”, é referido.

O dia de hoje começa às 19h com o filme “Greice”, de Leonardo Mouramateus. Trata-se de um filme de 1h10 minutos que teve “forte presença internacional” no ano passado e também este ano, tendo estreado no International Film Festival Rotterdam. “Greice” foi exibido em importantes festivais de cinema como o Kino Pavasaris, FILMADRID e Transilvania IFF.

Em Portugal, o filme venceu o “Prémio de Melhor Realização” no Festival IndieLisboa (2024), e no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba (2024, Brasil) conquistou três prémios principais, incluindo o de “Melhor Longa-Metragem”.

Vendedores de gelo

O dia de amanhã começa na Casa Garden às 17h com uma sessão especial, exibindo a curta-metragem “Ice Merchants”, de João Gonzalez, que foi seleccionada para a 95.ª edição dos Prémios da Academia, ou seja, os Óscares, nomeadamente para a categoria de “Melhor Curta-Metragem de Animação”, tornando-se no único filme português a alguma vez ser nomeado para esta importante iniciativa do cinema mundial.

Segue-se “A Solo”, de Carolina Rosendo, um filme de 16 minutos feito no ano passado a propósito da formatura da realizadora na Escola de Teatro e Cinema de Lisboa. O projecto de Carolina Rosendo ganhou alguns prémios internacionais e foi nomeado pela Academia Portuguesa de Cinema para o “Prémio Sophia Estudante”, este ano.

Destaque ainda para a exibição de “Atom & Void”, de Gonçalo Almeida. Esta curta de ficção, com apenas nove minutos de duração, estreou no Fantastic Fest (2024), nos EUA, onde ganhou uma “Menção Honrosa” do Júri. Na Europa, a sua estreia aconteceu no Sitges International Fantastic Film Festival of Catalonia (2024), um dos maiores e mais importantes festivais de cinema fantástico do mundo.

Em Portugal, foi recentemente nomeado pela Academia Portuguesa de Cinema para os Prémios Sophia (2025) na categoria de “Curta-metragem de Ficção”.

Sensações e outras histórias

O cartaz desta mostra de cinema faz-se ainda com “Percebes”, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, que explora os géneros de animação e documentário, em apenas 12 minutos. Este filme foi pré-selecionado para a 97.ª edição dos Óscares deste ano, mas não chegou à lista dos cinco finalistas. Porém, “Percebes” conta já com 18 prémios internacionais no currículo, bem como 130 selecções nos mais prestigiados festivais internacionais de cinema.

A Casa Garden acolhe também “As Minhas Sensações São Tudo o que Tenho para Oferecer”, de Isadora Neves Marques, que até está actualmente em Hong Kong a trabalhar na sua primeira longa-metragem. Este filme estreou no Festival de Cannes, na “Semaine de La Critique”, no ano passado, e desde então tem viajado para outros prestigiados festivais internacionais.

Ainda no sábado, e depois de todas estas apresentações, o dia encerra-se com o último filme, exibido a partir das 19h. Trata-se de “Estamos no Ar”, de Diogo Costa Amarante. O filme estreou no International Film Festival Rotterdam (2024) e desde então tem percorrido o Brasil e os principais festivais da Europa, onde foi premiado. Foi recentemente nomeado pela Academia Portuguesa de Cinema para o Prémio Sophia de Melhor Actriz Principal (2025), devido à “magnífica” interpretação da protagonista, Sandra Faleiro.

Cinema dominical

O último dia desta mostra arranca às 17h com a exibição do documentário “A Savana e a Montanha”, de Paulo Carneiro. A película estreou no Festival de Cannes, na “Quinzaine des Cinéastes”, em 2024, e desde então tem viajado sobretudo pela América Latina, mas também pela Europa e Ásia. A partir das 19h, exibe-se “Sempre”, de Luciana Fina, também ele um documentário. A estreia fez-se na 81ª Mostra Internazionale d’Arte Cinematografica La Biennale di Venezia no ano passado e está agora a ser seleccionado para festivais na Europa e na América Latina.

20 Jun 2025

Literatura | Giorgio Sinedino vence 18ª edição do Special Book Award of China

Giorgio Sinedino, tradutor e sinólogo radicado em Macau, venceu a 18ª edição do Special Book Award of China, um dos “mais importantes prémios da China oferecido a estrangeiros no campo das publicações”, destaca o Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM. Este prémio é atribuído há 20 anos

 

Já é conhecido o vencedor do 18º prémio “Special Book Award of China”. Trata-se de Giorgio Sinedino, sinólogo e tradutor, e que foi assessor do antigo Chefe do Executivo, Chui Sai On. Autor de uma vasta obra de tradução de poesia e cultura chinesa, Giorgio Sinedino é docente no departamento de português da Universidade de Macau. Além disso, é também membro do Conselho Executivo da Associação Confuciana Internacional e vogal do Conselho Mundial de Sinólogos.

Segundo um comunicado divulgado pelo Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, este é “o mais importante prémio da China oferecido a estrangeiros no campo das publicações”, sendo que em 20 anos foram destacados 219 tradutores, editores e autores oriundos de 63 países.

O prémio atribuído a Giorgio Sinedino, pelas “suas importantes contribuições”, foi entregue ao visado na terça-feira, em Pequim. Na cerimónia, o tradutor destacou “as impressões sobre a sua trajectória no intercâmbio entre a China e os países de língua portuguesa”, reiterando “o empenho em dar continuidade a tal trabalho”.

A mesma nota dá conta que Giorgio Sinedino, “nas diversas instituições por que passou, empenhou-se de forma consistente na divulgação da cultura chinesa tradicional, promovendo o conhecimento e compreensão desse legado no exterior”, além de fomentar “o diálogo e troca de experiências entre a China e outras civilizações”.

O lugar da experiência

A mesma nota dá conta do vasto currículo que Giorgio Sinedino apresenta na área de tradução e investigação de clássicos chineses, já que, desde 2012, começou a publicar no Brasil edições comentadas de escritos como “Os Analectos”, “Dao De Jing de Laozi com as Glosas do Senhor às Margens do Rio” e “O Imortal do Sul da China – Uma Leitura Cultural do Zhuangzi”.

“Os Analectos” foram a “primeira edição comentada em língua portuguesa a ser traduzida directamente do chinês arcaico”, sendo que, “durante mais de dez anos, permaneceu a única do género disponível no mercado numa língua ocidental”. Além disso, é considerada “um novo clássico da tradução”, tendo já vendido 200 mil cópias.

No ano passado, as três obras aqui referidas ganharam novas edições na China, tendo sido acrescentadas à colecção “Compreendendo a China”, da editora pública “Edições em Línguas Estrangeiras”.

Na mesma nota é também referido que estes livros “afirmaram-se como realizações notáveis no campo dos intercâmbios culturais entre a China e os países de língua portuguesa, colmatando importantes lacunas no campo da publicação de clássicos chineses no mundo lusófono”.

Estão em causa os “méritos singulares” do premiado, conquistados “na tradução de obras clássicas antigas”, sendo que os organizadores do prémio não esquecem o facto de Giorgio Sinedino ter vindo a “buscar novas direcções, expandido as suas especialidades para incluírem também a literatura moderna da China”.

O trabalho de Lu Xun

O Gabinete de Ligação destaca também o novo trabalho de Giorgio Sinedino publicado este mês, no Brasil, dedicado à poesia de Lu Xun, que se intitula “Grito de Lu Xun – Tradução dramatizada e estudos críticos de Giorgio Sinedino” e que tem a chancela da Editora 34.

A obra resultou de “quatro anos de investigação e de experimentação”, e contou com o apoio do Ministério da Educação da China, do Museu Lu Xun de Pequim, da Fundação de Investigação sobre Lu Xun e Cultura Mundial, bem como da Fundação Feng Zikai.

Destaca-se que “o texto final foi calibrado para corresponder ao perfil dos leitores de língua portuguesa”, sendo que, no processo de tradução, Giorgio Sinedino “seguiu certos padrões da literatura desse idioma e conjugou os hábitos de leitura e preferências estilísticas de seu público, produzindo uma recriação fiel do clássico de Lu Xun”.

Esta “dramatização” exigiu o uso, por parte do autor premiado, de “um novo método de tradução literária, no qual se quebram as convenções habituais da tradução”. Houve, assim, o “reforço do texto original consoante o impacto das situações dramáticas e a tensão das caracterizações”, atribuindo “uma nova vitalidade às histórias já canonizadas daquele grande escritor chinês”. Nesse contexto, “Sinedino expressou sua confiança de que seu novo trabalho propiciará uma nova experiência de leitura para os aficcionados lusófonos da literatura chinesa”, destacou.

Giorgio Sinedino também se tem destacado nas edições em Macau, tendo lançado, em 2022, na Fundação Rui Cunha, o livro “Confúcio – O Fundador da Tradição”, uma iniciativa do Centro de Ensino e Formação Bilingue Chinês-Português da Universidade de Macau (UM).

19 Jun 2025

FRC | Grande Baía na relação com a Europa em debate hoje

Decorre hoje, a partir das 18h30, mais um debate em torno da Grande Baía, projecto económico e político de Pequim que reúne 11 cidades: Macau, Hong Kong e 9 cidades da província de Guangdong. A Fundação Rui Cunha acolhe a conversa que visa perceber como se pode estabelecer uma relação frutífera com a Europa. É a “2ª Mesa Redonda da Região da Grande Baía – Europa”

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h30, mais uma sessão do ciclo de debates “Greater Bay Area” [Área da Grande Baía], promovida pelo CREDDM – Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito de Macau, e que se intitula “2ª Mesa Redonda da Região da Grande Baía – Europa”.

O evento de hoje reúne, segundo uma nota da FRC, “líderes empresariais e especialistas num encontro sobre as oportunidades e desafios que moldam as relações entre a Europa e a China, com especial enfoque nas cidades da Grande Baía: Guangdong, Hong Kong e Macau”.

Nesta fase, destaca a FRC, “as relações Europa-China encontram-se num momento crucial no meio das mudanças no cenário geopolítico global, incluindo as trazidas pela Administração Trump”, já que Donald Trump cumpre um segundo mandato à frente dos destinos da Casa Branca.

É também nesta fase que se celebram os 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre a República Popular da China e a União Europeia, sendo que ambas as partes se preparam para a tão aguardada cimeira UE-China, prevista para Julho.

Desta forma, o debate pretende dar respostas a questões como “que papéis podem Macau, Hong Kong e a Região da Grande Baía desempenhar neste cenário em evolução?”, ou “Quais são as perspectivas para o comércio, o investimento e as trocas interpessoais sino-europeias?”.

Muitas expectativas

Segundo a FRC, o debate pretende também analisar “as expectativas geradas pela Cimeira UE-China do próximo mês”, sendo que “os participantes serão convidados a comentar a exposição da Grande Baía às actuais fricções comerciais internacionais e outras disputas económicas, nas perspectivas de Guangdong, Macau e Hong Kong”.

Haverá ainda outros tópicos abordados na conversa de hoje à tarde, como “o acesso das empresas europeias ao mercado da China continental e vice-versa, a contribuição da Grande Baía para o comércio e investimento China-UE no sector dos serviços”, ou ainda “os desafios para Macau e Hengqin, as oportunidades para as pequenas e médias empresas e propostas ou sugestões para o reforço dos laços sino-europeus”.

Os oradores e convidados são personalidades locais que, habitualmente, reflectem, trabalham e analisam estes temas, como é o caso Rui Pedro Cunha, presidente da Câmara de Comércio Europeia em Macau e Klaus Zenkel, vice-presidente da Câmara de Comércio Suíça do Sul da China e membro do Conselho para o Sul da China da Câmara de Comércio da União Europeia na China.

Destaque também para a presença de Li Xiaoying, vice-reitor do Instituto de Estudos de Desenvolvimento Guangdong-Hong Kong-Macau e professor de Economia na Universidade Sun Yat-Sen, ou ainda Marco Wai, representante-chefe de Hong Kong e da Grande Baía na “8 Hours Ahead”, sendo ainda membro do Grupo de Investigação de Políticas da Cimeira da Juventude de Macau.

Jorge Costa Oliveira participará no debate via zoom, a partir de Portugal. Actualmente consultor e ex-Secretário de Estado da Internacionalização da Economia Portuguesa, Jorge Costa Oliveira viveu em Macau e esteve ligado, na qualidade de jurista, ao sector do jogo, conhecendo bem o território.

A conversa será orientada e moderada por José Sales Marques, ex-presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau e José Carlos Matias, director da revista Macau Business.

18 Jun 2025

Fundação Oriente inicia ciclo documental asiático sobre Goa

A Fundação Oriente (FO), em Lisboa, inicia esta sexta-feira um ciclo de cinema documental intitulado “Goa em Foco – Vozes e Visões Documentais”; entre os dias 4 e 11 de Julho; 5 e 12 de Setembro e depois entre 3 e 10 de Outubro, sempre a partir das 18h.

Segundo o programa oficial, o ciclo centra-se “na produção de realizadores e produtores goeses e revela a diversidade cultural, social e histórica deste território”. Além disso, “a par da exibição de filmes, o ciclo promove debates com cineastas e especialistas, afirmando o papel do documentário na resistência ao esquecimento e valorização das identidades plurais que definem Goa”.

O “Goa em Foco” pretende afirmar-se “como uma mostra relevante ao panorama do cinema documental, ao concentrar-se na produção de realizadores e produtores goeses e, assim, relevar a diversidade cultural, social e histórica deste território”.

“Através das narrativas visuais densas e multifacetadas, a selecção de documentários propõe uma viagem pelas memórias históricas de Goa, mas também pelo pulsar contemporâneo da sua sociedade, capturando o quotidiano, o sentido de pertença e as profundas transformações sociais e políticas que marcaram as últimas décadas”, lê-se ainda no programa.

A voz de Aquino

O filme exibido esta sexta-feira, “Enviado Especial”, da autoria de Nalini Elvino de Sousa foi realizado em 2018. Trata-se de um projecto que retrata a história de Aquino de Bragança, um intelectual e jornalista indiano que teve como objectivo de vida lutar contra o colonialismo e ajudar Goa e todos os países africanos a obter a independência e a paz. É também a história da sua amizade com Samora Machel, que foi tragicamente selada por um acidente de avião, a 19 de Outubro de 1986, onde ambos perderam a vida.

No dia 4 de Julho apresenta-se “As Maçãs Azuis”, de Ricardo Leite; “A Dama de Chandor”, de Catarina Mourão, chega a 11 de Julho; enquanto “I Am Nothing, Vamona Navelcar”, de Ronak Kamat, exibe-se no dia 5 de Setembro. O cartaz prossegue com “Saxtticho Koddo: O Celeiro de Salcete”, de Vince Costa, exibido a 12 de Setembro; “A Delicate Weave”, de Anjali Monteiro e K.P. Jayasankar, marcado para 3 de Outubro; e ainda “Outra Goa”, filme do ano passado da autoria de Rosa Maria Perez, exibido a 10 de Outubro.

Este documentário, da RTP2, “revela uma Goa desconhecida”. “Goa tem sido objecto de interesse privilegiado pelas ciências sociais e pelas humanidades, pelo cinema (particularmente de Bollywood) e pela literatura. As representações sobre este estado da Índia têm, todavia, adoptado uma perspectiva dominantemente lusocêntrica: a ideia de que Goa é maioritariamente católica, de língua e cultura portuguesas e, nesta medida, um prolongamento de Portugal na Índia”, explica o programa.

Porém, “a Goa contemporânea força-nos, todavia, a um redimensionamento permanente de expectativas criadas pelos textos, pelos media e outros, e convida-nos a aceitar que, como Embree disse uma vez sobre a Índia, ela é uma cultura em formação onde as relações entre indivíduos e grupos são moldadas numa atmosfera social singularíssima”, lê-se ainda.

17 Jun 2025