OMS prepara hospitais de todo o mundo para novo vírus com origem na China

[dropcap]A[/dropcap] Organização Mundial de Saúde informou ontem que todos os hospitais do mundo estão a ser preparados para um novo grupo de vírus que já provocou pelo menos um morto na China e mais de 40 casos registados.

“Estamos a preparar-nos para a hipótese de contágios em massa, pelo que estão a ser tomadas medidas de prevenção e controlo de infeções para que todos os hospitais do mundo apliquem as precauções habituais”, disse a diretora interina do departamento de doenças emergentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove.

A especialista admitiu a possibilidade de haver casos de contágio entre humanos, especialmente entre membros da mesma família (embora a possibilidade não tenha sido ainda testada), e enfatizou que o novo coronavírus [grande família viral que causa infeções respiratórias em seres humanos e em animais] é semelhante a outros que surgiram nos últimos anos, como a síndrome respiratória aguda e grave (SARS) ou a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS).

“A experiência com a SARS e a MERS preparou-nos para esta situação, a comunidade global está a tomar medidas preventivas e todos os sistemas estão preparados para serem ativados”, garantiu em conferência de imprensa, hoje realizada.

O alerta para o novo vírus, que aparentemente teve origem num mercado de peixe da cidade chinesa de Wuhan, tornou-se mais grave quando foi conhecido um primeiro caso fora da China (um tailandês que tinha viajado para aquela cidade).

Ainda assim, a OMS não emitiu nenhum alerta para quem visita a cidade nem estabeleceu qualquer comité de emergência.

Dos 41 casos confirmados na China, seis estão em estado grave, mas outros sete já tiveram alta, disse a porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.

A porta-voz explicou que os laboratórios chineses já sequenciaram o genoma do coronavírus e forneceram os dados à comunidade global de saúde para ajudar a diagnosticar possíveis casos fora do país.

As autoridades de saúde chinesas também estão a vigiar a saúde de mais de 700 pessoas que podem ter estado em contacto com os doentes registados, incluindo funcionários de hospitais e outros centros de saúde, embora nenhum novo caso tenha sido detetado desde 3 de janeiro, exceto o diagnosticado na Tailândia.

Os sintomas do novo coronavírus são, em muitos casos, semelhantes aos de uma constipação, mas podem ser acompanhados de febre e fadiga, tosse seca e dispneia (falta de ar).

Acordo parcial para por fim a guerra comercial é assinado hoje

[dropcap]E[/dropcap]stados Unidos e China assinam hoje um acordo parcial para colocar fim a quase dois anos de guerra comercial, retirando taxas retaliatórias e retomando o investimento em importações, anunciaram os governos dos dois países.

A “Fase Um” do acordo comercial entre os EUA e a China estava a ser negociada há vários meses e determina o início de reformas nas práticas chinesas de transferência de tecnologias e uma expansão nas compras de produtos agrícolas entre os dois países.

Hoje o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, assinam um compromisso em que a China se compromete a comprar cerca de 200 mil milhões de euros em exportações norte-americanas, que incluem bens agrícolas, mas também em produtos e serviços energéticos.

O representante norte-americano do Departamento do Comércio, Robert Lightizer, referiu-se a este acordo parcial como “um tremendo passo em frente” nas relações comerciais entre os dois países, dizendo tratar-se de um “mesmo muito bom negócio” para os Estados Unidos, em declarações a uma estação televisiva norte-americana.

O secretário do Comércio dos EUA, Steven Mnunchin, disse estar confiante em que as “questões técnicas mais complexas estão praticamente resolvidas”, acreditando que as futuras negociações para novas fases do acordo comercial serão “substancialmente mais fáceis”.

O Governo chinês também já comentou este acordo, mostrando-se otimista relativamente ao desenvolvimento das negociações comerciais entre os dois países, dizendo acreditar que será encontrada uma solução definitiva para um conflito que dura há mais de um ano e meio.

O Presidente dos EUA considera que a China é o país mais prejudicado com esta guerra comercial e tem afirmado que as tarifas retaliatórias provocaram muitos danos na economia chinesa, obrigando o Governo de Pequim a fazer cedências.

Os mercados asiáticos e norte-americanos já reagiram ao anúncio da assinatura do acordo parcial com subidas significativas, no início desta semana, nas principais bolsas do Japão, Coreia do Sul, Hong Kong e Pequim, bem como nos índices das bolsas de Wall Street e Nasdaq.

Iraque | Filipinas envia dois barcos para repatriar 6.000 filipinos

[dropcap]A[/dropcap]s Filipinas enviaram ontem dois barcos da Marinha para repatriar cerca de 6.000 trabalhadores filipinos no Iraque, face ao risco de um possível conflito armado naquele território entre os EUA e o Irão.

O Presidente filipino, Rodrigo Duterte, participou na cerimónia de partida na baía de Manila em direcção ao Golfo Pérsico dos dois navios, o BRP Davao del Sur, uma doca da plataforma de desembarque que pode transportar até 500 passageiros e o navio-patrulha BRP Ramón Alcaraz. “A sua principal missão, baseada nas orientações do Presidente, é trazer de volta os filipinos afectados pela situação no Médio Oriente”, salientou o chefe da Marinha, o vice-almirante Robert Empedrad, na cerimónia.

O Governo ordenou na semana passada o repatriamento obrigatório de cerca de 6.000 filipinos no Iraque, depois do ataque aéreo dos Estados Unidos na capital iraquiana, Bagdade, que resultou na morte do general iraniano Qassem Soleimani, comandante da força de elite Al-Quds e do Irão lançar mísseis contra bases iraquianas com tropas norte-americanas como retaliação.

Os navios filipinos têm uma tripulação de 130 pessoas cada um, além de 100 membros de elite da Marinha e equipamentos médicos a bordo.

Segundo Robert Empedrad, a “única instrução” do contingente é “a segurança da tripulação”, pelo que ainda não foi definido o local exacto onde os navios atracarão no Golfo Pérsico, onde podem levar a chegar entre 16 e 22 dias. Empedrad explicou que o Departamento dos Negócios Estrangeiros ainda está a tratar dos trâmites para obter autorização diplomática.

Três aviões da Força Aérea das Filipinas estão prontos para voar para o Médio Oriente, quando receberem o sinal, para transportar, via aérea, os filipinos no Iraque até ao respectivo porto.

Iraque | Filipinas envia dois barcos para repatriar 6.000 filipinos

[dropcap]A[/dropcap]s Filipinas enviaram ontem dois barcos da Marinha para repatriar cerca de 6.000 trabalhadores filipinos no Iraque, face ao risco de um possível conflito armado naquele território entre os EUA e o Irão.
O Presidente filipino, Rodrigo Duterte, participou na cerimónia de partida na baía de Manila em direcção ao Golfo Pérsico dos dois navios, o BRP Davao del Sur, uma doca da plataforma de desembarque que pode transportar até 500 passageiros e o navio-patrulha BRP Ramón Alcaraz. “A sua principal missão, baseada nas orientações do Presidente, é trazer de volta os filipinos afectados pela situação no Médio Oriente”, salientou o chefe da Marinha, o vice-almirante Robert Empedrad, na cerimónia.
O Governo ordenou na semana passada o repatriamento obrigatório de cerca de 6.000 filipinos no Iraque, depois do ataque aéreo dos Estados Unidos na capital iraquiana, Bagdade, que resultou na morte do general iraniano Qassem Soleimani, comandante da força de elite Al-Quds e do Irão lançar mísseis contra bases iraquianas com tropas norte-americanas como retaliação.
Os navios filipinos têm uma tripulação de 130 pessoas cada um, além de 100 membros de elite da Marinha e equipamentos médicos a bordo.
Segundo Robert Empedrad, a “única instrução” do contingente é “a segurança da tripulação”, pelo que ainda não foi definido o local exacto onde os navios atracarão no Golfo Pérsico, onde podem levar a chegar entre 16 e 22 dias. Empedrad explicou que o Departamento dos Negócios Estrangeiros ainda está a tratar dos trâmites para obter autorização diplomática.
Três aviões da Força Aérea das Filipinas estão prontos para voar para o Médio Oriente, quando receberem o sinal, para transportar, via aérea, os filipinos no Iraque até ao respectivo porto.

Fábrica petroquímica explode no porto de Gaolan, em Zhuhai, a 40 km de Macau

[dropcap]O[/dropcap]ntem, por volta das 13h40, houve uma explosão de dimensões consideráveis no porto de Gaolan, em Zhuhai, perto do aeroporto, a 40 quilómetros de Macau, de acordo com o China Daily. Para acorrer ao incidente, foram mobilizados 200 bombeiros e 40 veículos, incluindo forças policiais. Todos os moradores das zonas adjacentes foram evacuados sem problemas.

O incêndio acabou por ser controlado ao fim de uma hora, não tendo sido derramados produtos químicos com o incidente, segundo informação veiculada pelo China Daily. As autoridades do Interior afastam, para já, consequências ambientais e estão ainda por apurar as causas para a explosão, que não gerou mortos ou feridos.

Também os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) emitiram ontem um comunicado a afastar quaisquer consequências para o território.

“De acordo com observações em tempo real e com a previsão meteorológica, nos próximos dois dias o tempo na região continuará sob a influência de uma corrente do quadrante leste. O vento soprará de leste e prevê-se que o fumo do incidente não afecte directamente Macau, uma vez que, o porto de Gaolan está a cerca de 40 quilómetros a sudoeste do território, estando localizado numa latitude abaixo de Macau.” Tanto os SMG como a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental prometem “estar atentos à evolução da situação”.

Sem mortos ou feridos

De acordo com a CCTV, foi também providenciada assistência de bombeiros oriundos de cidades vizinhas como Cantão, Foshan, Jiangmen e Zhongshan. São comuns incidentes deste género na China. A título de exemplo, em Março do ano passado houve uma explosão numa fábrica de produtos químicos em Jiangsu que provocou a morte de 78 pessoas e causou centenas de feridos. Também o ano passado, mas em Julho, uma enorme explosão causou 15 mortes numa central de gás no centro do país. Um dos piores acidentes aconteceu em 2015, quando uma explosão numa fábrica de químicos na cidade de Tianjin causou 173 mortes. O incidente foi causado pelas fracas condições de segurança.

O sexo gosta do oculto

[dropcap]O[/dropcap] lado inocente e puro desta humanidade mostrou-se não ter espaço para o sexo. O sexo é diabólico e veste-se de vermelho, a cor do pecado, e o inferno está cheio de fornicadores que se regozijam com os corpos nus de prazeres incompreensíveis. A dicotomia do bem e do mal – de uma história já muito antiga – reforça a ligação íntima entre o sexo, o oculto e as suas bruxas diabólicas. Mulheres que sabiam demais para o seu próprio bem – da cura, do cuidado e do prazer. Ainda que a bíblia não fale explicitamente sobre a sexualidade, o sexo ainda perpetua uma rigidez estupidamente simples com anos de tradição religiosa. Foram estas as ideias que levaram a queimar mulheres vivas na fogueira. E o sexo alimentou-se da premissa de que há algo de errado em saber mais sobre sexo.

As bruxas mantiveram-se, até de forma bem literal. Em tempos em que o sexo já é mais banal e menos demoníaco, o sexo continua a adorar ultrapassar os limites do razoável – dentro e fora de subjectividades.

Há, por exemplo, a ‘magia sexual’ que é a arte de utilizar a energia sexual para lançar feitiços durante a lua cheia, ou noutras luas que achem relevantes. A prática passa por ouvir a música que desperta erotismo necessário, acender uma vela, masturbar com o auxílio de um dildo de cristal (ou qualquer outro dildo), lançar um feitiço com o poder do orgasmo e esperar os resultados. As bruxas contemporâneas são versadas nestas práticas e partilham a sua sabedoria pelos canais de informação comuns – para os curiosos que queiram saber mais sobre sexual magic ou magick.

Eu diria até que no lado oculto do sexo explora-se bem mais do que a magia. Vejo-o como a plataforma onde se desafia a vergonha e a humilhação do prazer. Os fetiches, e tantas outras fantasias, vivem do oculto, do desconhecido e do incompreensível. Vão além do sexo heterossexual de fazer bebés (a única forma aceitável de fazer sexo, aos olhos de muitos) e encontram-se na criatividade, no inexplorado. Aliás, não é por acaso que os fetiches e as práticas mais kinky fazem uso de apetrechos que poderiam ser de bruxas ou de agentes do mal. O látex preto, o chicote, as botas altas e os corpetes completam a representação do lado ‘negro’. O sexo adora o imaginário do dominador e do dominado, e para muitos, até da vergonha e da humilhação. Estas dinâmicas existem para contestar quem diz que o sexo deve ser assim ou assado, para contestar os mecanismos de opressão do sexo, fazendo uso deles mesmos.

O sexo que gosta do oculto poderia ser só mais uma confirmação que que é no oculto que ele deve permanecer. Mas a proposta é de que haja reinterpretação de conceitos e práticas. O sexo no oculto e a magia do sexo é só mais uma desculpa, como tantas outras, para forçarmo-nos a olhar o sexo dentro e fora das nossas relações, das nossas subjectividades e das nossas expectativas. O voyeur e o exibicionista gozam com a possibilidade de fazer o que é errado. O senso comum de que o fruto proibido é o mais apetecido é uma explicação limitada, mas ainda importante, para algum dos padrões do sexo – os limites existem para serem quebrados e contestados. O oculto nasce da forma como se vê o passado e a nossa contemporaneidade e do que, deliberadamente ou não, deixámos por explorar e escondido. Os persistentes tabus do sexo são o combustível para a reinvenção e exploração. Se o sexo gosta do oculto, nós também vamos gostar.

Quando o frio desce

[dropcap]Q[/dropcap]uando o frio desce, como se viesse de um lugar impossível, e nos envolve num manto de solidão e nos encolhe o corpo e trespassa sem remissão, é como se outro personagem, num repente, emergisse. Chama-se o nosso inverno e obriga-nos ao recolhimento. Não há sentimento que o combata, nem teimosia capaz de o afugentar.

Nada existe de enunciável nesse inverno mas uma quietude mortal acima dos dias e das noites. Realço então a chama que insiste em dançar no interior de um bloco de gelo, um resto de pensamento, sóbrio mas reticente, por vezes indecente, na busca do fogo, da fogueira extinta na paisagem. A própria memória parece ter partido, imersa nesse frio omnipresente, capaz de congelar uma alma caso ela se desse ao trabalho de existir.

O que fica então dessa miséria a que temos o hábito de chamar eu? Talvez nada, num acesso de lucidez insuportável. É o frio que se afigura eterno e nos desmonta e remonta como se o caos tivesse afinal um sentido. Não tem mas sonho com ele nas margens de uma lareira. À partida derrotado, a deslizar devagar no rio da morte: frio, gélido, inoperante, inconsequente. Mas agora quente, finalmente quente, ainda que exaustivamente só. Como se houvesse verdade e eu estivesse contigo, meu amor.

Da vida dos mundos

Foros da Fonte Seca, Redondo, 3 Janeiro

[dropcap]N[/dropcap]ão se encontram com facilidade dias de Inverno assim, plenos de uma luz que congela segundos e mundo, espalhando nitidez, tornando a matéria do mais real que se alcança. Pelo olhar, que na mão dói.

O Alentejo continua sendo habitat destes seres, mais vivos que a vida. Contenho algo do campo, mas na verdade só experimentei brincando a apanha da azeitona. E como deve doer! Quem teria, no contexto, este luxo de se afastar do inescapável para experimentar a intensidade de estar ali, de ser, tão só? Continua a chover fezes algures, mas o pulmão enchendo de ar frio e sol quase me faz esquecer a insídia.

Fui livre por horas, mas regressei aos manuscritos que devia ler com lápis de carpinteiro, rasgos ovais de vermelho entre a vista e o ouvido, no eixo dos sentidos. Lê-se com o corpo todo, estamos fartos de o saber.

Até sentados. Não tanto pelo fruto da época ser avaliações, maduras, histórias de adormecer e, portanto, dançar com os medos, mas por estar de futuro na mão, conto até treze os títulos da colecção de novela e romance. (Treze, esse querido doravante maldito número.) Primeira constatação: noto em cada título um esforço de pesquisa, de teste aos limites e convenções do modo de contar. Mas também encontro vontade de estender pano de fundo temático sobre o qual discorrem protagonistas de carne e osso e voz. Sendo que no protagonista se plasma, tantas vezes, o narrador e seus desdobramentos de fantasma. Segunda constatação: os autores da abysmo possuem inclinação para a trilogia, por fazer sentido ou em busca de múltiplos sentidos. A do Paulo [José Miranda] faz-se de mero substantivo, mas os três volumes recolheram-se em apenas um. O Valério [Romão] anunciou logo a abrir que vinha em busca de «Paternidades Falhadas».

Sendo que a do Luís [Carmelo] passa despercebida e apenas as ilustrações do Daniel [Lima] lhe conferem unidade. Não havendo duas, sem três, ei-la, a terceira constatação: o pórtico de ilustrações a sugerir ambientes tornou-se marca. E em alguns casos integrou-se que nem fibra na tessitura da obra.

A propósito e empurrando o triângulo, segue-se uma trilogia de mera coincidência e autores distintos. O Paulo e o Luís, mas também o recém-chegado Vasco [Gato], prosseguem, cada um a seu modo, investigação sobre a engrenagem da narrativa, interior e exterior, a construção de figuras à escala e para além dela, que incessantemente desenrolam ideias, que pintam sobre o tempo não tanto a paisagem, mas a vida.

CCB, Lisboa, 5 Janeiro

O Tejo continuará sempre a discorrer no seu afazer de horizonte, mas deixo de nele me poder fixar durante o «Obra Aberta». Regressámos ao recolhimento da sala Glicínia Quartim logo em edição de convidados abertos ao mundo, confirmando assim que as paredes podem pouco. Não se trata apenas de viagem, que quando acontece jamais se fica pelo apenas, mas de memória e infância. E por estes caminhos se perdem bem, tanto o Afonso de Melo como o Luís Cardoso, cada um com a sua mundividência. As minhas idas e vindas subterrâneas têm sido, por estes dias, acompanhadas pelo Afonso à força de «O Outro Nome que a Vida Pode Ter…» (querem que vos diga? É desilusão), e mais recentemente, «Chovia Como se o Céu Doesse» (ed. Âncora). São crónicas de largo espectro, com um fôlego que se perdeu na «modernidade» dos nossos jornais, possui um perfume de fado, vejo-lhe as frases a percorrer os lugares. E invejo-lhe o arquivo de detalhes, a agudeza dos nomes, o curto-circuito das experiências e dos lugares. Ao Luís ninguém tira Timor e a sua Kailako está sempre acesa no coração dos romances. No caso, trouxe velha e gasta edição (da Puma) de um romance que se fez mais. «A Redundância da Coragem», de Timothy Mo, contém fragmento da História de um país, com raízes no que fomos enquanto língua e cultura e colonizador e copa nas possibilidades sonhadas dos que lutaram pela independência. O Luís abre as primeiras páginas, desenha no ar o devido enquadramento, antes de sublinhar que nelas se encontram pessoas concretas, que conheceu, tendo algumas ganhado aqui um pouco mais de vida, que na real morreram em combate. «Por exemplo, a Rosa, que foi fuzilada pelos indonésios. Aqui vive um pouco mais. A Rosa era minha namorada.»

Casa da Cultura, Setúbal, 10 Janeiro

Em modo trimestral, regressamos à «Filosofia a Pés Juntos», esse momento higiénico de saudável pensamento, a destoar do abundante vómito de imbecilidades que desaguam nas redes, nos jornais, nas televisões. O António [de Castro Caeiro] propôs-se recuar aos anos 1920 para partir o conceito de «umwelt», cunhado pelo homem de ciência, Jakob Johann von Uexküll, e logo aproveitado pela filosofia.

Onde aqueles viam meio ambiente, habitat, ecossistema, logo os outros definiam mundividência e cosmovisão. Facilito e abrevio, claro, mas o essencial que guardo da noite está na complexidade com que interpretamos o que nos rodeia. E a variedade de mundos que a vida nos proporciona, a do animal e do humano, mas também a das coisas. Pulsam objectos e sujeitos para onde quer que nos viremos. Sendo que os mundos, como as vidas, são simultâneos.

Cisterna, Lisboa, 11 Janeiro

Ali no passeio da António Maria Cardoso, onde esta tão odiada cultura foi apagando memórias de mundos odiosos, rasgou-se o pano do tempo. Actores maiores das derradeiras décadas do século passado celebravam amores trocados e trocar. Sem ponta de saudosismo, o que pode ser experimentado com o Álvaro Rosendo de «Aos Meus Amores_2.0» é diário íntimo e dramático: o desenho a luz e objectiva de um «umwelt». O coração está na família e amigos, mas desloca-se por outros cenários em arrasto, essa marca dos corpos no tempo. Álvaro domestica o dramatismo, do tigre faz gato. As ruínas do Chiado ardido (algures na página) fazem-se metáfora de ferida maior, vencida pelos amores, que desemboca na única imagem a cores, a que propõe um infinito de árvores-nuvens, com a nitidez de um dia frio de invernos. Mas tocam-me sobremaneira as sombras, e as passagens pelos bastidores das bandas em acção, em digressão, nas costas do palco. Festas no lombo do gato. Diz o meu querido Luís [Gouveia Monteiro], com as palavras lúcidas com que pendura as centenas de fotos na alma da galeria, que, para o Álvaro, «o grão é a unidade funcional do tempo. Neste projecto artístico, que sempre procurou testar as fronteiras entre o eterno e o transitório, a fotografia – única, em sequência ou integrando o movimento sob a forma de arrastamento ou desfoque – surge como alavanca cravada nas brechas da inflexibilidade física. Porque congela e aprisiona e abate um pedaço de tempo, mas, em simultâneo, liberta-o, dá-lhe vida e preserva-o na cruel permanência das obras que sobrevivem a protagonistas e autores.»

Ler Devagar, Lisboa, 12 Janeiro

O João [Brazão] possui a chama dos que fazem. Por gosto. Aproximou-se do José [Pinho] e aconteceu, em plena Ler Devagar, um «Beber Devagar», bar de cervejas que promete ser o mais literário da cidade. E inventivo, na relação entre prazeres, no alargamento das experiências. Venha daí malte e lúpulos, mais mundo!

Do recomeço

[dropcap]O[/dropcap] exercício é fácil e sinal claríssimo dos tempos que atravessamos. Experimentem, amigos: no vosso motor de busca preferido insiram a palavra “recomeço” e vejam os resultados. Eu digo, para poupar-vos alguns segundos e energia mal gasta: frases “motivacionais” de gente anónima, citações duvidosas e, pior do que tudo isso, Paulo Coelho. Os truísmos pululam como sapos ferozes. Alguns exemplos, ao acaso: «Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo»; «Recomeçar é doloroso»; «O importante é viver e ser feliz mesmo que isso signifique deixar tudo para trás e recomeçar, pois, na vida e no amor as conquistas são feitas todos os dias.», reflexão que não duvido ser o resultado de anos de meditação; e a minha favorita entre todas: «Nunca é tarde para recomeçar».

Tudo isto assinado e escrito com o intuito de ajudar. Pois não ajuda. Se o que foi dito e escrito puder ajudar a entender e a suportar este proverbial tapete que, outra vez, nos é retirado dos nossos pés, iria pela fala de Lady Macbeth com o definitivo “What’s done is done”. Ou a muito pouco motivacional Mary Shelley, que apesar de ter escrito uma das obras negras sobre a natureza humana – Frankenstein – ainda conseguiu lembrar que “The beggining is always today”. Ou finalmente, e porque tudo em quem vos escreve aí sempre desagua, Sinatra a cantar o que viveu em That’s Life, canção de alfaiate para os dias e a vida (e sim, a do The Joker): «I pick myself up and get back in the race».

Então afinal que tempo é este, o do recomeço? É o mais delicado de todos porque carrega um passado que terminou e obrigação de inventar outros dias que o possam carregar de forma mais leve. Pode surgir de mil e uma formas – separações, lutos, mudanças profissionais ou de lugares e pessoas – mas mesmo quando é voluntário é incerto e enganador.

Significa que vamos para algo melhor? Não: só um tolo ou um optimista – passe a tautologia – pode pensar assim. Vai-se, com sorte, para outro lugar dos dias, sem garantias de conforto nem reembolso se correr mal.

Mas é o momento que conta e o que podemos fazer com ele. O recomeço é traiçoeiro porque traz a armadilha do “agora é que é”. Nada pode ser agora sem o que foi estar resolvido e incorporado como uma lição. Não há tabula rasa da vida, para nada e em nada.

Os ciclos e os círculos sucedem-se. Os recomeços são os mais difíceis não porque antes houve uma perda mas porque é preciso gerir da melhor maneira a libertação. Há sempre uma nova pessoa que todos os dias nos implora ao espelho qualquer coisa que não se sabe o que vai ser – apenas que tem de ser feita. É difícil mudar de pele, seja porque motivo for. Mais ainda tentando que a nossa essência sobreviva à mudança.

O que normalmente nos protege da violência dos recomeços é o que ficou: valores, lugares familiares, certezas tíbias, pessoas antigas ou recentes que ajudam a mitigar a sensação de deriva. Esta é a grande sorte de quem recomeça: a lealdade de quem há muito está ao nosso lado e, mais extraordinário ainda, aqueles que tantas vezes sem percebermos deixamos entrar no meio do turbilhão e se revelam essenciais.

Um recomeço é sempre uma partida, uma navegação que apenas pode contar com um mapa antigo como guia.

É necessário, ficaremos mais sábios ou melhores pessoas? Não. Mas tenhamos compaixão ou desconfiança dos que proclamam que nunca na vida passaram por estes dias de chumbo dourado.

Xunzi 荀子 – Elementos de ética, visões do Caminho

[dropcap]Q[/dropcap]uando observares bondade em alguém, inspeciona-te, desejoso de cultivá-la. Quando observares maldade nos outros, examina-te, temendo descobri-la. Se encontrares bondade na tua pessoa, congratula-te, desejoso de a agarrares com firmeza. Se encontrares maldade na tua pessoa, recrimina-te, considerando-a uma calamidade. Assim, aqueles que nos criticam com razão agem como professores para connosco; aqueles que nos apoiam correctamente agem como nossos amigos; aqueles que nos elogiam e são obsequiosos para connosco agem como vilões.

A pessoa exemplar exalta aqueles que agem como professores para consigo e ama aqueles que agem como seus amigos, assim odiando aqueles que agem como vilões para consigo. Ama infatigavelmente a bondade, sendo capaz de ouvir admoestações e segui-las. Mesmo que não desejasse melhorar, como poderia evitá-lo?

A pessoa mesquinha é o oposto. Apesar de totalmente desordenada, odeia que os outros a critiquem. É completamente indigna, embora deseje que os outros a considerem digna. O seu coração é como o de um tigre ou lobo e a sua conduta como a das bestas, mas odeia que a considerem um vilão. Àqueles que a elogiam e lhe são obsequiosos faz favores, mantendo à distância quem o possa admoestar. Àqueles que cultivam a correcção considera risíveis e aos que lhe são verdadeiramente leais considera vilões. Mesmo que desejasse não perecer, como poderia evitá-lo? As Odes dizem:

Estes homens conspiram e praticam a calúnia.
Isto é motivo para grande desgosto.
A qualquer plano que valha a pena
Oferecem a mais completa resistência.
Aos planos que nada valem
Desejam seguir sem reserva.

Isto exprime o que quero dizer.
A medida da bondade em todas as coisas é esta:

Usa-a para controlar o teu qi e nutrir a tua vida
E viverás mais tempo do que Peng Zu.
Usa-a para te cultivares e conseguir fama
E serás igual a Yao e Yu.
É apropriada em tempos de prosperidade.
É útil para enfrentar a adversidade.

– assim é o ritual.
Se os teus esforços de sangue, qi, intenção e pensamento estiverem de acordo com o ritual, estes serão ordenados e eficazes. Se não estiverem de acordo com o ritual, serão desordenados e estéreis. Se as tuas refeições, roupas, habitação e actividades estiverem de acordo com o ritual, serão agradáveis e bem reguladas. Se não estiverem de acordo com o ritual, encontrarás perigos e doenças. Se a tua actividade, postura, movimentos e passo estiverem de acordo com o ritual, serão gráceis. Se não estiverem de acordo com o ritual, serão bárbaras, obtusas, perversas, vulgares e desordenados.

Assim,

Se suas vidas forem sem ritual,
As pessoas não sobreviverão.
Se os negócios forem sem ritual,
O sucesso não prosperará neles.
Se estado e clã forem sem ritual,
A paz não virá a eles.


NOTA
Xunzi (荀子, Mestre Xun; de seu nome Xun Kuang, 荀況) viveu no século III Antes da Era Comum (circa 310 ACE – 238 ACE). Filósofo confucionista, é considerado, juntamente com o próprio Confúcio e Mencius, como o terceiro expoente mais importante daquela corrente fundadora do pensamento e ética chineses. Todavia, como vários autores assinalam, Xunzi só muito recentemente obteve o devido reconhecimento no contexto do pensamento chinês, o que talvez se deva à sua rejeição da perspectiva de Mencius relativamente aos ensinamentos e doutrina de Mestre Kong. A versão agora apresentada baseia-se na tradução de Eric L. Hutton publicada pela Princeton University Press em 2016.

Tradução de Rui Cascais

Fringe apresenta espectáculos para animar Coloane

[dropcap]N[/dropcap]o total, o Festival Fringe vai apresentar no próximo fim-de-semana, em Coloane, um total de oito espectáculos diferentes apropriados para toda a família. Integrados no tema “Festival de Teatro de Marionetas e Objectos em Coloane” da série especial “Crème de la Fringe”, os destaques vão para “Caminhada Nocturna: Porquê?”, uma produção de Taiwan, que promete guiar o público ao longo de uma caminhada “destinada a despertar a consciência para o som, a luz e a sombra.

Outro destaque é “Mercado de Estórias”, um espectáculo que inclui uma série de caixinhas de estórias intrigantes e únicas, com orifícios que permitem ao público espreitar o mundo deslumbrante criado por um marionetista do Rolling Puppet Alternative Theatre. Ambos os espectáculos incluem sessões da manhã e da tarde nos dias 18 e 19 de Janeiro.

Já amanhã e na quinta-feira, perto do Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau, haverá lugar para o espectáculo “Caleidoscópio em Movimento”, um trabalho interdisciplinar que mistura dança, projecção e elementos digitais. “Corpos, tempo e espaços, memórias, luzes e sombras entrelaçam-se, fundindo-se num caleidoscópio deslumbrante, criando efeitos visuais subtis e estimulando a imaginação desenfreada do público”, pode ler-se na descrição presente no comunicado oficial da organização.

Para todos os gostos

O programa do Festival Fringe desta semana inclui ainda, a partir de amanhã e até sábado, no Estaleiro Naval Son Veng, o espectáculo “Break & Break!”, uma exposição ao vivo com actuação de um grupo de dança de Taiwan e, durante o fim de semana, nas Oficinas Navais nº2, “Plutão num Universo Paralelo”, do artista local Kawo, o qual “convida o público a experimentar um mundo mágico paralelo”. Também durante o fim-de-semana, mas desta feita na Praça de Lobo de Ávila, será possível assistir à co-produção “Vestindo as Minhas Histórias por Contar”, da autoria da Soda-City Experimental Workshop Arts Association e Associação de Desenvolvimento Comunitário Artistry of Wind Box.

“Guia da Propriedade na Casa de Lou Kau”, pelo artista local Jay Lei, “A Dupla Cinematográfica” pelo artista local Chan Si Kei e Co-coism de Taiwan e ainda “LOOK@YOU”, pela Associação de Academia de Talentos de Macau, são outras das performances que constam na programação do festival no decorrer desta semana.

Ano Novo Chinês | IC apresenta 27 actividades para celebrar Ano do Rato

A fim de celebrar a chegada de um novo ano de acordo com o calendário chinês, o Instituto Cultural programou um total de 27 actividades que decorrem em vários bairros e espaços culturais do território

 

[dropcap]E[/dropcap]ntre os dias 25 e 27 de Janeiro decorrem as festividades que celebram o Ano do Rato. A pensar nesta importante celebração da comunidade chinesa, o Instituto Cultural (IC) programou um conjunto de actividades para residentes e todos aqueles que queiram celebrar a chegada de um novo ano.

De acordo com um comunicado, as “Actividades de Ano Novo Chinês 2020” terão lugar nas manhãs dos primeiros três dias do Ano Novo Lunar (de 25 a 27 de Janeiro), no Jardim do Mercado do Iao Hon, na Área de Lazer do Edifício Lok Yeung Fa Yuen no Fai Chi Kei, no Largo do Pagode da Barra, na Rotunda de Carlos da Maia, no Templo de Pak Tai na Taipa e no Jardim de Eduardo Marques em Coloane.
Nestas manhãs vão ser apresentadas actuações de teatro de marionetas, música e dança folclórica pelo Grupo de Artes Performativas de Jiangsu e Grupo de Artes Performativas de Guangxi, “para criar uma atmosfera alegre e animada”.

Por volta das 13h30, nos mesmos dias, os espectáculos voltam a acontecer no espaço Anim’Arte NAM VAN, “onde se encontrarão stands expositivos e se realizarão workshops sobre o património cultural intangível, permitindo o público experimentar estes ricos costumes folclóricos”, descreve o IC.
Nesses mesmos dias, mas às 15h, acontecem os espectáculos “Actuação de Dança do Leão” na Casa de Mandarim e o “Concerto do Ano Novo Chinês” na Casa de Lou Kau.

Música para todos

O cartaz pensado pelo IC para celebrar a chegada do Ano do Rato inclui ainda uma série de concertos que decorrem em vários locais do território. A Orquestra Chinesa de Macau irá apresentar o “Concerto de Ano Novo Chinês”, no dia 18 de Janeiro, pelas 15h horas, na Rotunda de Carlos da Maia. Segue-se depois o Concerto de Ano Novo Chinês “Onde Pairam Melodias Chinesas”, integrado no Ciclo “Concertos em Museus” da Orquestra Chinesa de Macau, no dia 22 de Janeiro, pelas 15h e pelas 16h30, na Academia Jao Tsung-I.

O espaço Anim’Arte Nam Van será o palco escolhido para o Concerto do Ano Novo Chinês – “Comemoração do Ano Novo Chinês 2020”, no dia 23 de Janeiro, pelas 18h. Além disso, a Escola de Música do Conservatório de Macau irá apresentar o “Concerto de Primavera 2020”, no dia 19 de Janeiro, pelas 15h, no Auditório do Conservatório.

As celebrações ficam completas com a realização de uma parada, já anunciada pelo Governo, que se realiza no terceiro e oitavo dia do Ano Novo Lunar (27 de Janeiro e 1 de Fevereiro) e que conta com um total de 34 grupos de animação, desfile de 18 carros alegóricos, concertos e fogo-de-artifício.

“Ao longo do tempo temos vindo a promover o nível da qualidade da parada de recepção do Novo Ano Lunar, esperando melhorar a organização de cada edição (…), pois queremos com este grande evento do ano, proporcione uma atmosfera festiva e repleta de cultura e tradições chinesas a todos”, disse Cheng Wai Tong, director substituto da Direcção dos Serviços de Turismo, aquando a apresentação do evento.

Ano Novo Chinês | IC apresenta 27 actividades para celebrar Ano do Rato

A fim de celebrar a chegada de um novo ano de acordo com o calendário chinês, o Instituto Cultural programou um total de 27 actividades que decorrem em vários bairros e espaços culturais do território

 
[dropcap]E[/dropcap]ntre os dias 25 e 27 de Janeiro decorrem as festividades que celebram o Ano do Rato. A pensar nesta importante celebração da comunidade chinesa, o Instituto Cultural (IC) programou um conjunto de actividades para residentes e todos aqueles que queiram celebrar a chegada de um novo ano.
De acordo com um comunicado, as “Actividades de Ano Novo Chinês 2020” terão lugar nas manhãs dos primeiros três dias do Ano Novo Lunar (de 25 a 27 de Janeiro), no Jardim do Mercado do Iao Hon, na Área de Lazer do Edifício Lok Yeung Fa Yuen no Fai Chi Kei, no Largo do Pagode da Barra, na Rotunda de Carlos da Maia, no Templo de Pak Tai na Taipa e no Jardim de Eduardo Marques em Coloane.
Nestas manhãs vão ser apresentadas actuações de teatro de marionetas, música e dança folclórica pelo Grupo de Artes Performativas de Jiangsu e Grupo de Artes Performativas de Guangxi, “para criar uma atmosfera alegre e animada”.
Por volta das 13h30, nos mesmos dias, os espectáculos voltam a acontecer no espaço Anim’Arte NAM VAN, “onde se encontrarão stands expositivos e se realizarão workshops sobre o património cultural intangível, permitindo o público experimentar estes ricos costumes folclóricos”, descreve o IC.
Nesses mesmos dias, mas às 15h, acontecem os espectáculos “Actuação de Dança do Leão” na Casa de Mandarim e o “Concerto do Ano Novo Chinês” na Casa de Lou Kau.

Música para todos

O cartaz pensado pelo IC para celebrar a chegada do Ano do Rato inclui ainda uma série de concertos que decorrem em vários locais do território. A Orquestra Chinesa de Macau irá apresentar o “Concerto de Ano Novo Chinês”, no dia 18 de Janeiro, pelas 15h horas, na Rotunda de Carlos da Maia. Segue-se depois o Concerto de Ano Novo Chinês “Onde Pairam Melodias Chinesas”, integrado no Ciclo “Concertos em Museus” da Orquestra Chinesa de Macau, no dia 22 de Janeiro, pelas 15h e pelas 16h30, na Academia Jao Tsung-I.
O espaço Anim’Arte Nam Van será o palco escolhido para o Concerto do Ano Novo Chinês – “Comemoração do Ano Novo Chinês 2020”, no dia 23 de Janeiro, pelas 18h. Além disso, a Escola de Música do Conservatório de Macau irá apresentar o “Concerto de Primavera 2020”, no dia 19 de Janeiro, pelas 15h, no Auditório do Conservatório.
As celebrações ficam completas com a realização de uma parada, já anunciada pelo Governo, que se realiza no terceiro e oitavo dia do Ano Novo Lunar (27 de Janeiro e 1 de Fevereiro) e que conta com um total de 34 grupos de animação, desfile de 18 carros alegóricos, concertos e fogo-de-artifício.
“Ao longo do tempo temos vindo a promover o nível da qualidade da parada de recepção do Novo Ano Lunar, esperando melhorar a organização de cada edição (…), pois queremos com este grande evento do ano, proporcione uma atmosfera festiva e repleta de cultura e tradições chinesas a todos”, disse Cheng Wai Tong, director substituto da Direcção dos Serviços de Turismo, aquando a apresentação do evento.

Shun Tak | Federação de Sindicatos de Hong Kong exige suspensão de cortes salariais

A Federação dos Sindicatos de Hong Kong está contra a proposta de redução salarial apresentada aos trabalhadores pela Shun Tak. Bill Tang, representante do sindicato, disse ao HM que não vai baixar os braços e que a proposta da empresa liderada por Pansy Ho não é razoável

 

[dropcap]T[/dropcap]odos os trabalhadores da Shun Tak correm o risco de ver os seus salários reduzidos entre 8 a 12 por cento, mas a Federação dos Sindicatos de Hong Kong (FTU, na sigla inglesa), uma organização pró-Pequim fundada na região vizinha em 1948, não quer que isso aconteça.

Em declarações ao HM, Bill Tang, ex-deputado do Conselho Legislativo e representante do FTU, defendeu que a Shun Tak avançou com uma proposta de redução que não é razoável e que deve ser retirada.

“Organizámos uma assembleia com os trabalhadores e reunimos as suas propostas e sugestões, que serão apresentadas à Shun Tak. Queremos, em primeiro lugar, que a empresa suspenda esta proposta. Depois do Ano Novo Chinês vamos reunir com eles [Shun Tak] para que se chegue a um acordo que seja mais benéfico para todos”, disse.

A Shun Tak, empresa de Hong Kong que opera o serviço de transporte de ferries entre Macau, Hong Kong e Shenzhen, tem como presidente a empresária Pansy Ho. A Shun Tak detém também negócios na área do imobiliário e do turismo e está listada na bolsa de valores de Hong Kong. Em Macau, a empresa detém 11,5 por cento da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), controlando os hotéis Mandarim Oriental, na Península de Macau, e Grand Coloane Resort, em Coloane.

A proposta de redução, apresentada no final da semana passada, abrange todos os trabalhadores, sendo intenção da empresa pô-la em prática já em Fevereiro. Quem recebe um salário entre 10 mil e os 30 mil dólares de Hong Kong vai ter um corte de 8 por cento. No caso dos funcionários que recebem mais de 30 mil dólares de Hong Kong, mas menos de 70 mil dólares de Hong Kong, o ordenado será diminuído em 10 por cento. Finalmente, todos os salários superiores a 70 mil dólares de Hong Kong vão ter um corte que chega aos 12 por cento. Os trabalhadores que não aceitem os novos valores correm o risco de ser despedidos.

Esta proposta não foi comunicada previamente a qualquer entidade sindical, adiantou Bill Tang. “Esta iniciativa de redução salarial foi feita sem consulta dos sindicatos. Então pedimos à empresa que respeite os empregados e os sindicatos e que suspenda esta proposta.”

Para já, a Shun Tak pediu aos trabalhadores para apresentarem uma resposta até esta sexta-feira, 17.
“Sei que a empresa está mais flexível, o que significa que estão dispostos a ouvir o sindicato. Se nos puderem ouvir, exigimos que suspendam esta proposta. Vamos colocar as nossas questões ao Governo de Hong Kong, ainda que, em primeiro lugar, queiramos comunicar directamente com a empresa. Se for necessário, mais tarde, poderemos comunicar com o Governo de Macau”, acrescentou Bill Tang.

Ponte e protestos

Questionado sobre as razões que estão por detrás desta intenção de redução salarial, Bill Tang apresentou várias possibilidades. “Um dos factores pode ser a abertura da nova ponte [Hong Kong-Zhuhai-Macau], mas outro factor é o que se está a passar em Hong Kong, que está a afectar o turismo.”

Ainda assim, o representante do FTU diz não perceber esta medida tendo em conta os ganhos do sector do turismo, de transportes e do jogo. “A indústria do jogo e os serviços de ferry tem elevados lucros. Porque é que estamos a sacrificar os benefícios dos trabalhadores? Não há sequer uma promessa de que os salários voltarão aos valores normais. Todos os empregados estão muito revoltados com esta situação.”

Bill Tang adiantou também que os primeiros sinais de crise laboral chegaram o ano passado, quando “a empresa já tinha decidido que todos os empregados tinham de tirar férias obrigatórias sem salário durante três dias”. “Mas agora foram divulgadas estas más notícias pouco antes do Ano Novo Chinês. A redução é bastante alta e não é aceitável”, rematou.

Tudo nos conformes

Isolda Brasil, advogada com bastante experiência na área laboral em Macau, explica que a Shun Tak está a tentar chegar a acordo com os trabalhadores e que, à luz da lei das relações de trabalho, os cortes salariais são legais. Por esclarecer está o facto se a empresa contactou a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) sobre este aspecto, outra condição expressa na lei para que haja a redução do salário base. Os despedimentos, a acontecerem, também serão legais, uma vez que a lei em vigor prevê despedimentos sem justa causa.

“Não se pode dizer que isto seja favorável ao trabalhador, mas essas são as vicissitudes do Código do Trabalho de Macau, que não é proteccionista para o trabalhador. Temos a DSAL que tenta contrabalançar isso. Mas Macau é um mercado de pleno emprego, e fazer um despedimento em massa acaba por ser um bocado dar um tiro no pé uma vez que há falta de mão-de-obra”, disse ao HM.

Nos primeiros seis meses de 2019, a Shun Tak registou perdas de 70 milhões de dólares de Hong Kong na TurboJet, empresa que que opera os ferries, devido a uma quebra no número de passageiros em 32 por cento. No comunicado de imprensa, a abertura da nova ponte é referida como um dos factores para estes números. Em termos gerais, o grupo Shun Tak obteve lucros de 11,8 mil milhões de dólares de Hong Kong, um crescimento anual de 492 por cento.

O HM contactou a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais e a própria Shun Tak no sentido de tentar saber mais detalhes, mas até ao fecho da edição não foi possível obter resposta.

Shun Tak | Federação de Sindicatos de Hong Kong exige suspensão de cortes salariais

A Federação dos Sindicatos de Hong Kong está contra a proposta de redução salarial apresentada aos trabalhadores pela Shun Tak. Bill Tang, representante do sindicato, disse ao HM que não vai baixar os braços e que a proposta da empresa liderada por Pansy Ho não é razoável

 
[dropcap]T[/dropcap]odos os trabalhadores da Shun Tak correm o risco de ver os seus salários reduzidos entre 8 a 12 por cento, mas a Federação dos Sindicatos de Hong Kong (FTU, na sigla inglesa), uma organização pró-Pequim fundada na região vizinha em 1948, não quer que isso aconteça.
Em declarações ao HM, Bill Tang, ex-deputado do Conselho Legislativo e representante do FTU, defendeu que a Shun Tak avançou com uma proposta de redução que não é razoável e que deve ser retirada.
“Organizámos uma assembleia com os trabalhadores e reunimos as suas propostas e sugestões, que serão apresentadas à Shun Tak. Queremos, em primeiro lugar, que a empresa suspenda esta proposta. Depois do Ano Novo Chinês vamos reunir com eles [Shun Tak] para que se chegue a um acordo que seja mais benéfico para todos”, disse.
A Shun Tak, empresa de Hong Kong que opera o serviço de transporte de ferries entre Macau, Hong Kong e Shenzhen, tem como presidente a empresária Pansy Ho. A Shun Tak detém também negócios na área do imobiliário e do turismo e está listada na bolsa de valores de Hong Kong. Em Macau, a empresa detém 11,5 por cento da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), controlando os hotéis Mandarim Oriental, na Península de Macau, e Grand Coloane Resort, em Coloane.
A proposta de redução, apresentada no final da semana passada, abrange todos os trabalhadores, sendo intenção da empresa pô-la em prática já em Fevereiro. Quem recebe um salário entre 10 mil e os 30 mil dólares de Hong Kong vai ter um corte de 8 por cento. No caso dos funcionários que recebem mais de 30 mil dólares de Hong Kong, mas menos de 70 mil dólares de Hong Kong, o ordenado será diminuído em 10 por cento. Finalmente, todos os salários superiores a 70 mil dólares de Hong Kong vão ter um corte que chega aos 12 por cento. Os trabalhadores que não aceitem os novos valores correm o risco de ser despedidos.
Esta proposta não foi comunicada previamente a qualquer entidade sindical, adiantou Bill Tang. “Esta iniciativa de redução salarial foi feita sem consulta dos sindicatos. Então pedimos à empresa que respeite os empregados e os sindicatos e que suspenda esta proposta.”
Para já, a Shun Tak pediu aos trabalhadores para apresentarem uma resposta até esta sexta-feira, 17.
“Sei que a empresa está mais flexível, o que significa que estão dispostos a ouvir o sindicato. Se nos puderem ouvir, exigimos que suspendam esta proposta. Vamos colocar as nossas questões ao Governo de Hong Kong, ainda que, em primeiro lugar, queiramos comunicar directamente com a empresa. Se for necessário, mais tarde, poderemos comunicar com o Governo de Macau”, acrescentou Bill Tang.

Ponte e protestos

Questionado sobre as razões que estão por detrás desta intenção de redução salarial, Bill Tang apresentou várias possibilidades. “Um dos factores pode ser a abertura da nova ponte [Hong Kong-Zhuhai-Macau], mas outro factor é o que se está a passar em Hong Kong, que está a afectar o turismo.”
Ainda assim, o representante do FTU diz não perceber esta medida tendo em conta os ganhos do sector do turismo, de transportes e do jogo. “A indústria do jogo e os serviços de ferry tem elevados lucros. Porque é que estamos a sacrificar os benefícios dos trabalhadores? Não há sequer uma promessa de que os salários voltarão aos valores normais. Todos os empregados estão muito revoltados com esta situação.”
Bill Tang adiantou também que os primeiros sinais de crise laboral chegaram o ano passado, quando “a empresa já tinha decidido que todos os empregados tinham de tirar férias obrigatórias sem salário durante três dias”. “Mas agora foram divulgadas estas más notícias pouco antes do Ano Novo Chinês. A redução é bastante alta e não é aceitável”, rematou.

Tudo nos conformes

Isolda Brasil, advogada com bastante experiência na área laboral em Macau, explica que a Shun Tak está a tentar chegar a acordo com os trabalhadores e que, à luz da lei das relações de trabalho, os cortes salariais são legais. Por esclarecer está o facto se a empresa contactou a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) sobre este aspecto, outra condição expressa na lei para que haja a redução do salário base. Os despedimentos, a acontecerem, também serão legais, uma vez que a lei em vigor prevê despedimentos sem justa causa.
“Não se pode dizer que isto seja favorável ao trabalhador, mas essas são as vicissitudes do Código do Trabalho de Macau, que não é proteccionista para o trabalhador. Temos a DSAL que tenta contrabalançar isso. Mas Macau é um mercado de pleno emprego, e fazer um despedimento em massa acaba por ser um bocado dar um tiro no pé uma vez que há falta de mão-de-obra”, disse ao HM.
Nos primeiros seis meses de 2019, a Shun Tak registou perdas de 70 milhões de dólares de Hong Kong na TurboJet, empresa que que opera os ferries, devido a uma quebra no número de passageiros em 32 por cento. No comunicado de imprensa, a abertura da nova ponte é referida como um dos factores para estes números. Em termos gerais, o grupo Shun Tak obteve lucros de 11,8 mil milhões de dólares de Hong Kong, um crescimento anual de 492 por cento.
O HM contactou a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais e a própria Shun Tak no sentido de tentar saber mais detalhes, mas até ao fecho da edição não foi possível obter resposta.

Analistas da Universidade de Macau prevêem contracção do PIB de 3,7%

Previsões macroeconómicas divulgadas pela Universidade de Macau (UM) apontam para a continuação da recessão na RAEM em 2020. Segundo o relatório, a queda deve-se ao abrandamento das receitas de jogo, do sector do turismo e ainda fruto da tensão económica entre os EUA e a China

 

[dropcap]O[/dropcap] departamento de economia da Universidade de Macau (UM) divulgou ontem um relatório macroeconónico que prevê que a economia local continue em recessão este ano, antecipando para 2020 uma contracção do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,7 por cento. “O PIB de Macau deverá diminuir 3,7 por cento em 2020, podendo variar entre um cenário mais pessimista de – 12 por cento, e uma previsão optimista de 4,7 por cento”, pode ler-se no documento.

De acordo com os analistas, a queda resulta de uma acentuada contracção na formação bruta de capital fixo, acentuada pelas tensões comerciais entre a China e os EUA, que ainda “não estão completamente resolvidas”, mesmo depois da assinatura do acordo comercial de fase 1.

“As estatísticas mostram que a economia de Macau continuou a cair em 2019, seguindo o abrandamento económico da China continental. O crescimento negativo foi registado durante três trimestres consecutivos.

As taxas de crescimento anuais registaram uma evolução negativa de 3,8 por cento no primeiro trimestre, de 2,2 por cento no segundo e de 4,5 por cento no terceiro trimestre, respectivamente”, pode ler-se no documento.

Outro factor que contribui, segundo os analistas da UM, para prejudicar o desempenho económico de Macau em 2020, prende-se com a desaceleração do sector do turismo, intimamente relacionada com o decréscimo do número de apostadores chineses que visitam Macau.

“Com a desaceleração do crescimento económico na China, os gastos dos turistas chineses em Macau, principalmente os gastos com actividades relacionadas com o jogo, diminuíram. As exportações de serviços fixaram-se em 80,4 mil milhões de patacas no terceiro trimestre de 2019, uma redução de 4,7 por cento em relação ao ano anterior. Já as exportações de serviços relacionadas com o jogo (…) foram de 53,7 mil milhões de patacas, uma queda de 4,2 por cento”, referem os analistas.

Menos visitas

Detalhando o número de visitantes em ternos anuais, até Dezembro de 2019, chegaram a Macau menos 10,9 por cento de turistas. Os visitantes da China continental diminuíram 10,9 por cento, ao passo que os visitantes provenientes de Hong Kong decresceram 3,4 por cento em relação ao ano anterior.

Relativamente às receitas brutas do sector do jogo, os economistas da UM sublinharam que estas se fixaram em 70,8 milhões de patacas, uma queda de 4,1 por cento em relação a 2018.

Diplomacia | Ho Iat Seng encontrou-se com ministro da Hungria

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, esteve ontem reunido em Santa Sancha com o ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio da Hungria, Péter Szijjártó, a debater o reforço da cooperação entre os dois territórios nas áreas da economia, comércio, cultura, educação e desporto.

Em declarações ao portal Hungary Today, Péter Szijjártó afirmou que Ho Iat Seng elogiou a postura do Governo da Hungria por não interferir nos assuntos internos chineses. Por outro lado, o Ho Iat Seng terá mencionado as oportunidades de alargar laços comerciais em produtos alimentícios de alta qualidades, como a carne de vaca, de porco e galinha. Outras possibilidades em cima da mesa são os intercâmbios académicos, com bolsas de estudo, e ainda o convite de artistas do país europeu para actuarem em Macau.

Diplomacia | Ho Iat Seng encontrou-se com ministro da Hungria

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, esteve ontem reunido em Santa Sancha com o ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio da Hungria, Péter Szijjártó, a debater o reforço da cooperação entre os dois territórios nas áreas da economia, comércio, cultura, educação e desporto.
Em declarações ao portal Hungary Today, Péter Szijjártó afirmou que Ho Iat Seng elogiou a postura do Governo da Hungria por não interferir nos assuntos internos chineses. Por outro lado, o Ho Iat Seng terá mencionado as oportunidades de alargar laços comerciais em produtos alimentícios de alta qualidades, como a carne de vaca, de porco e galinha. Outras possibilidades em cima da mesa são os intercâmbios académicos, com bolsas de estudo, e ainda o convite de artistas do país europeu para actuarem em Macau.

DSSOPT | Chan Pou Ha vai dirigir Obras Públicas

[dropcap]A[/dropcap] engenheira Chan Pou Ha vai dirigir a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), de acordo com a informação avançada ontem pela Rádio Macau. Chan Pou Ha foi subdirectora da DSSOPT durante seis anos (entre 2009 e 2015) e na sequência da saída de Jaime Carion, no final de 2014, exerceu funções como directora substituta da DSSOPT.

Manteve-se no cargo até à tomada de posse de Li Canfeng, que agora vai substituir. De acordo com a Rádio Macau, Chan Pou Ha é licenciada em Engenharia Civil pela Universidade de Huaqiao, e entrou para a DSSOPT em 1990. Antes de chegar a subdirectora exerceu funções como chefe de Departamento da Gestão de Solos. A tomada de posse da nova dirigente está marcada para hoje, por volta do meio-dia.

DSSOPT | Chan Pou Ha vai dirigir Obras Públicas

[dropcap]A[/dropcap] engenheira Chan Pou Ha vai dirigir a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), de acordo com a informação avançada ontem pela Rádio Macau. Chan Pou Ha foi subdirectora da DSSOPT durante seis anos (entre 2009 e 2015) e na sequência da saída de Jaime Carion, no final de 2014, exerceu funções como directora substituta da DSSOPT.
Manteve-se no cargo até à tomada de posse de Li Canfeng, que agora vai substituir. De acordo com a Rádio Macau, Chan Pou Ha é licenciada em Engenharia Civil pela Universidade de Huaqiao, e entrou para a DSSOPT em 1990. Antes de chegar a subdirectora exerceu funções como chefe de Departamento da Gestão de Solos. A tomada de posse da nova dirigente está marcada para hoje, por volta do meio-dia.

China | Casa de Portugal distribui livros de Xi Jinping

[dropcap]A[/dropcap] Casa de Portugal começou ontem a distribuir os dois volumes com os discursos e artigos de Xi Jinping. Segundo a TDM – Rádio Macau, os 50 exemplares disponíveis encontram-se na sede da associação, na zona do restaurante, e estão em língua portuguesa.

“É o pensamento do presidente da república. Quer se goste ou não, não é um político a falar de política, um político qualquer, um comentador ou um analista. É uma situação um bocadinho diferente. Não vamos fazer uma campanha para o livro, mas que ele esteja à disposição de quem estiver interessado em ler, tudo bem”, disse à TDM – Rádio Macau a presidente da Casa de Portugal, Amélia António, sobre a distribuição.

China | Casa de Portugal distribui livros de Xi Jinping

[dropcap]A[/dropcap] Casa de Portugal começou ontem a distribuir os dois volumes com os discursos e artigos de Xi Jinping. Segundo a TDM – Rádio Macau, os 50 exemplares disponíveis encontram-se na sede da associação, na zona do restaurante, e estão em língua portuguesa.
“É o pensamento do presidente da república. Quer se goste ou não, não é um político a falar de política, um político qualquer, um comentador ou um analista. É uma situação um bocadinho diferente. Não vamos fazer uma campanha para o livro, mas que ele esteja à disposição de quem estiver interessado em ler, tudo bem”, disse à TDM – Rádio Macau a presidente da Casa de Portugal, Amélia António, sobre a distribuição.

Água | Consumo nas Ilhas leva a alargamento de barragens de Ká Hó e Seac Pai Van

O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, revelou que é objectivo do Governo aumentar a capacidade da barragem de Ka Hó, em Coloane, tendo em conta a previsão do aumento do consumo de água nas ilhas “dentro de poucos anos”

 

[dropcap]O[/dropcap] Governo tem planos para aumentar a reserva de água nas ilhas tendo em conta o desenvolvimento que se tem vindo a registar na Taipa e Coloane, não apenas em termos habitacionais, mas também no que diz respeito a infra-estruturas públicas e de entretenimento.

Na segunda-feira, em declarações ao HM, Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, assegurou que o objectivo é aumentar a capacidade das barragens de Ká Hó e Seac Pai Van tendo em vista o crescimento exponencial de consumo de água nos próximos anos.

“A barragem de Ká Hó vai ser refeita e a albufeira vai ficar maior. Queremos aumentar a capacidade de armazenamento. Dentro de poucos anos o consumo de água nas ilhas será igual ao consumo de água na península. Como todos sabem, nós na Península temos o reservatório do Porto Exterior e o reservatório da Guia.”

Nesse sentido, o secretário explicou que “nas ilhas não temos reservatórios suficientes, por isso é preciso aumentar a capacidade da barragem de Ká Hó e de Seac Pai Van”.

“Chegámos à conclusão que, tal como acontece com a electricidade, precisamos de ter uma certa capacidade para gerar a nossa própria electricidade, e também devemos ter uma capacidade de reserva de água mínima. Queremos ter reservas dos dois lados porque, até agora, tínhamos um maior consumo em Macau. Mas no futuro, como o consumo vai ficar mais ou menos equilibrado, temos de arranjar reservas equivalentes no lado das ilhas”, adiantou o secretário.

Ampliações em dois anos

Em Março do ano passado o Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) abriu concurso público para a ampliação da barragem de Ká Hó, obra que, entretanto, foi adjudicada à Sociedade de Investimentos e Fomento Imobiliário Chon Tit, (Macau), Limitada por um valor superior a 104 milhões de patacas.

Aquando da abertura do concurso, o anúncio dava conta que a empreitada deveria ter o prazo máximo de execução de 750 dias, mas a empresa vencedora promete terminar a obra em 643 dias, ou seja, quase dois anos.

A obra vai permitir ampliar a capacidade de armazenamento global da barragem de Ká Hó para o dobro, ou seja, dos actuais 340 mil metros cúbicos para 740 mil metros cúbicos, de acordo com o GDI. O projecto encontra-se dividido em duas empreitadas: a da ampliação da barragem propriamente dita e a relativa ao assentamento de tubagem de distribuição de água.

Água | Consumo nas Ilhas leva a alargamento de barragens de Ká Hó e Seac Pai Van

O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, revelou que é objectivo do Governo aumentar a capacidade da barragem de Ka Hó, em Coloane, tendo em conta a previsão do aumento do consumo de água nas ilhas “dentro de poucos anos”

 
[dropcap]O[/dropcap] Governo tem planos para aumentar a reserva de água nas ilhas tendo em conta o desenvolvimento que se tem vindo a registar na Taipa e Coloane, não apenas em termos habitacionais, mas também no que diz respeito a infra-estruturas públicas e de entretenimento.
Na segunda-feira, em declarações ao HM, Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, assegurou que o objectivo é aumentar a capacidade das barragens de Ká Hó e Seac Pai Van tendo em vista o crescimento exponencial de consumo de água nos próximos anos.
“A barragem de Ká Hó vai ser refeita e a albufeira vai ficar maior. Queremos aumentar a capacidade de armazenamento. Dentro de poucos anos o consumo de água nas ilhas será igual ao consumo de água na península. Como todos sabem, nós na Península temos o reservatório do Porto Exterior e o reservatório da Guia.”
Nesse sentido, o secretário explicou que “nas ilhas não temos reservatórios suficientes, por isso é preciso aumentar a capacidade da barragem de Ká Hó e de Seac Pai Van”.
“Chegámos à conclusão que, tal como acontece com a electricidade, precisamos de ter uma certa capacidade para gerar a nossa própria electricidade, e também devemos ter uma capacidade de reserva de água mínima. Queremos ter reservas dos dois lados porque, até agora, tínhamos um maior consumo em Macau. Mas no futuro, como o consumo vai ficar mais ou menos equilibrado, temos de arranjar reservas equivalentes no lado das ilhas”, adiantou o secretário.

Ampliações em dois anos

Em Março do ano passado o Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) abriu concurso público para a ampliação da barragem de Ká Hó, obra que, entretanto, foi adjudicada à Sociedade de Investimentos e Fomento Imobiliário Chon Tit, (Macau), Limitada por um valor superior a 104 milhões de patacas.
Aquando da abertura do concurso, o anúncio dava conta que a empreitada deveria ter o prazo máximo de execução de 750 dias, mas a empresa vencedora promete terminar a obra em 643 dias, ou seja, quase dois anos.
A obra vai permitir ampliar a capacidade de armazenamento global da barragem de Ká Hó para o dobro, ou seja, dos actuais 340 mil metros cúbicos para 740 mil metros cúbicos, de acordo com o GDI. O projecto encontra-se dividido em duas empreitadas: a da ampliação da barragem propriamente dita e a relativa ao assentamento de tubagem de distribuição de água.