Epidemia | Mortes na China já ultrapassam as da pneumonia atípica de 2002/2003 Hoje Macau - 3 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] número de mortes pelo novo coronavírus excedeu hoje o da pneumonia atípica na China, onde o governo reconheceu que há uma necessidade urgente de repor as provisões de máscaras protectoras para conter a epidemia. Duas semanas após o início da crise, marcada pelo isolamento da cidade de Wuhan, epicentro do novo coronavírus, as praças financeiras chinesas afundaram cerca de 8%, na reabertura após duas semanas sem negociarem. Com o país paralisado devido aos receios da epidemia, que já infectou mais de 17.000 pessoas, Pequim, ao contrário do que é costume, reconheceu contar com a ajuda do resto do mundo para responder à crise. “O que a China precisa urgentemente é de máscaras, fatos e óculos de proteção”, disse Hua Chunying, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros. A porta-voz revelou que vários países, incluindo França, Reino Unido, Japão e Coreia do Sul, já enviaram suprimentos médicos. As fábricas chinesas estão a operar com reduzida capacidade, já que a epidemia ocorreu em simultâneo com as férias do Ano Novo Chinês, entretanto prolongadas por muitas empresas, visando limitar os riscos de contágio. O ministério chinês da Indústria reconheceu hoje que as fábricas para a produção de máscaras estão a operar apenas com 70% da sua capacidade máxima. O país aumentou as importações de máscaras da Europa, Japão e Estados Unidos, segundo a mesma fonte. Só no continente chinês, que exclui Hong Kong e Macau, o novo coronavírus já matou mais pessoas do que a epidemia da pneumonia atípica, ou síndrome respiratória aguda grave (SARS), que matou 349 pessoas só na China continental entre 2002 e 2003. O vírus matou ainda no domingo uma pessoa pela primeira vez fora da China, um chinês de 44 anos, oriundo de Wuhan, que morreu nas Filipinas, anunciou a Organização Mundial da Saúde. O número de infeções subiu para mais de 17.200, globalmente, excedendo em muito o registo da SARS, que na China infectou 5.327 pessoas. Em todo o mundo, a SARS matou um total de 774 pessoas, principalmente na China continental e em Hong Kong. A grande maioria das mortes e casos de infeção está concentrada na província de Hubei, da qual Wuhan é a capital. Wuhan foi colocada sob quarentena no dia 23 de janeiro, com as saídas e entradas interditadas pelas autoridades durante período indefinido. A medida foi, entretanto, alargada a mais quinze cidades, próximas de Wuhan, afectando, no conjunto, mais de 50 milhões de pessoas. Face a um sistema hospitalar sobrecarregado, Wuhan deverá começar hoje a receber os primeiros pacientes num hospital construído em 10 dias – um tempo recorde. Outro hospital, ainda maior, com capacidade para 1.600 camas, está em construção na cidade e deve abrir dentro de alguns dias. Como forma de conter a propagação do vírus, o Governo concedeu três dias adicionais de férias, na esperança de atrasar o retorno às cidades de centenas de milhões de trabalhadores, que visitaram as suas províncias de origem durante o Ano Novo Lunar. Perante a crise, que paralisou a economia do país, a bolsa de Xangai afundou quase 8%, apesar de as autoridades chinesas terem tentado tranquilizar os investidores, ao anunciar, no domingo, uma injeção equivalente a 156 mil milhões de euros no sistema bancário, para apoiar a economia. Preocupados, muitos países adotaram medidas de proteção. Os Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Iraque, Israel e Filipinas proibiram a entrada a estrangeiros que visitaram recentemente a China. A porta-voz da diplomacia chinesa acusou os Estados Unidos de “semearem o pânico” com as suas restrições e de darem um “péssimo exemplo”. A linhas de cruzeiro decidiram proibir a presença a bordo de passageiros ou tripulantes que viajaram para a China nos últimos 14 dias, anunciou hoje a sua federação internacional. A Organização Mundial da Saúde (OMS), que na semana passada declarou uma emergência internacional, revelou que está trabalhar com os gigantes da Internet para combater a desinformação.
Epidemia | Autoridades chinesas elevam número de mortos para 362 Hoje Macau - 3 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] número de mortes provocadas pelo novo coronavírus subiu para 362, depois de 56 pessoas terem morrido na China e uma nas Filipinas, anunciaram hoje as autoridades da província de Hubei. No seu balanço diário, a comissão de saúde da província onde se situa Wuhan, a cidade onde começou o contágio, afirmou que foram registados 2.829 novos casos de infeção no surto de pneumonia provocado pelo novo coronavírus. Desde Dezembro já surgiram 17.205 casos em toda a China da doença que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a decretar uma emergência mundial e que já se espalhou a 20 países. No domingo, morreu a primeira pessoa infectada fora da China, nas Filipinas: um chinês de 44 anos, natural de Wuhan. Um avião da Força Aérea Portuguesa transportou no domingo para Lisboa um grupo de 20 pessoas – 18 portugueses e duas cidadãs brasileiras – retiradas da cidade chinesa de Wuhan, foco do novo coronavírus. No avião de transporte C-130 da Força Aérea Portuguesa, as pessoas que decidiram sair de Wuhan, foram acompanhadas por oito tripulantes e oito profissionais de saúde, incluindo uma equipa de sanidade internacional. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 países. A OMS declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.
Epidemia | Autoridades chinesas elevam número de mortos para 362 Hoje Macau - 3 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] número de mortes provocadas pelo novo coronavírus subiu para 362, depois de 56 pessoas terem morrido na China e uma nas Filipinas, anunciaram hoje as autoridades da província de Hubei. No seu balanço diário, a comissão de saúde da província onde se situa Wuhan, a cidade onde começou o contágio, afirmou que foram registados 2.829 novos casos de infeção no surto de pneumonia provocado pelo novo coronavírus. Desde Dezembro já surgiram 17.205 casos em toda a China da doença que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a decretar uma emergência mundial e que já se espalhou a 20 países. No domingo, morreu a primeira pessoa infectada fora da China, nas Filipinas: um chinês de 44 anos, natural de Wuhan. Um avião da Força Aérea Portuguesa transportou no domingo para Lisboa um grupo de 20 pessoas – 18 portugueses e duas cidadãs brasileiras – retiradas da cidade chinesa de Wuhan, foco do novo coronavírus. No avião de transporte C-130 da Força Aérea Portuguesa, as pessoas que decidiram sair de Wuhan, foram acompanhadas por oito tripulantes e oito profissionais de saúde, incluindo uma equipa de sanidade internacional. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 países. A OMS declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.
Epidemia | Governo de Hong Kong interrompe ligações marítimas com Macau João Santos Filipe e Pedro Arede - 3 Fev 20204 Fev 2020 As ligações marítimas com Macau foram suspensas a partir da meia-noite de ontem, anunciou o Governo de Hong Kong. A decisão apanhou de surpresa as autoridades em Macau na conferência de imprensa diária acerca do novo tipo de coronavírus [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau foram ontem surpreendidas pela decisão da suspensão das ligações marítimas entre Hong Kong e Macau, anunciada pelo Governo de Hong Kong durante a tarde. Reagindo ao anúncio, por ocasião da conferência de imprensa diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, o responsável do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), Wong Kim Hong afirmou que ainda não tinha “confirmação de Hong Kong sobre a suspensão dos barcos”. A decisão de Hong Kong foi transmitida em conferência de empresa pela Chefe do Executivo, Carrie Lam, reiterando que a cidade iria encerrar praticamente todas as fronteiras terrestres e marítimas com o Continente, de forma a impedir a disseminação do novo coronavírus. Segundo Carrie Lam, citada pela agência Lusa, apenas dois postos de controlo vão permanecer abertos: a fronteira da Ponte sobre o Delta e a da Baía de Shezhen. Desta forma, Macau deixa de ter ligações marítimas com Hong Kong, permanecendo aberta, no entanto, a travessia através da ponte Hong Kong-Macau-Zhuhai (HKMZ). Numa nota divulgada ao final do dia, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSMA) confirmou a suspensão total dos serviços marítimos entre Macau e Hong Kong. “O governo de Hong Kong anunciou o encerramento dos seus postos fronteiriços, devido à prevenção da propagação do novo coronavírus. Pelo que a partir da 00h00 do dia 4, será suspenso totalmente o serviço de transporte marítimo entre Hong Kong e Macau,(incluindo as ligações para o Aeroporto Internacional de Hong Kong), até que seja anunciado oportunamente o seu levantamento”, pode ler-se no comunicado. A Chefe do Executivo de Hong Kong negou que a medida tenha sido tomada devido à pressão dos médicos e enfermeiros da região, que ameaçaram fazer uma greve de cinco dias para exigir que o Governo fechasse todas as fronteiras com o Continente. “Não tem absolutamente nada a ver com a greve”, garantiu Carrie Lam, explicando tratar-se apenas de uma medida para conter a propagação do vírus. Recorde-se que a líder de Hong Kong, que atravessa uma grave crise de popularidade, depois de meses de protestos, tem estado a ser pressionada para fechar as fronteiras com o Interior. A responsável pediu também aos moradores de Hong Kong que “se unam” no combate ao surto, que já provocou a morte a mais de 360 pessoas na China. “Macau é diferente” Já quando questionada sobre se Macau poderá seguir os passos de Hong Kong no que diz respeito ao encerramento de fronteiras com o interior da China, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U argumentou que em Macau a situação é diferente. “A situação de Macau é diferente da situação de Hong Kong. Para além de trabalhadores não residentes, muitos trabalhadores de Macau vivem em Zhuhai. De acordo com a Lei Básica os residentes de Macau têm o direito à livre circulação e por isso, (…) até agora, não temos nenhuma decisão no sentido de fechar as fronteiras, mas temos tomado medidas para encerrar mais cedo alguns postos fronteiriços, como por exemplo as Portas do Cerco”, explicou Ao Ieong U. Mais de 50 solicitaram testes Ao todo, 55 pessoas que dizem ter contactado a mulher de Macau de 64 anos, que foi diagnosticada como sendo o oitavo caso confirmado do novo coronavírus na região, solicitaram a realização de testes clínicos nos serviços de urgências. Na conferência de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, Lei Wai Seng, médico da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, afirmou que do total de pessoas que fizeram testes, em 40 casos foi afastada a hipótese de contágio, ao passo que 15 aguardam ainda os resultados dos exames. “Os que não tiveram contactos próximos, apenas um contacto ligeiro (…) não têm grande risco de contrair este vírus. Quero salientar que a população não tem que ficar em pânico”, referiu o responsável. Já a situação dos oito casos confirmados do novo coronavírus foi considerada “estável” e o grau da doença “leve”, referiu Lei Wai Seng.
Epidemia | Governo de Hong Kong interrompe ligações marítimas com Macau João Santos Filipe e Pedro Arede - 3 Fev 2020 As ligações marítimas com Macau foram suspensas a partir da meia-noite de ontem, anunciou o Governo de Hong Kong. A decisão apanhou de surpresa as autoridades em Macau na conferência de imprensa diária acerca do novo tipo de coronavírus [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau foram ontem surpreendidas pela decisão da suspensão das ligações marítimas entre Hong Kong e Macau, anunciada pelo Governo de Hong Kong durante a tarde. Reagindo ao anúncio, por ocasião da conferência de imprensa diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, o responsável do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), Wong Kim Hong afirmou que ainda não tinha “confirmação de Hong Kong sobre a suspensão dos barcos”. A decisão de Hong Kong foi transmitida em conferência de empresa pela Chefe do Executivo, Carrie Lam, reiterando que a cidade iria encerrar praticamente todas as fronteiras terrestres e marítimas com o Continente, de forma a impedir a disseminação do novo coronavírus. Segundo Carrie Lam, citada pela agência Lusa, apenas dois postos de controlo vão permanecer abertos: a fronteira da Ponte sobre o Delta e a da Baía de Shezhen. Desta forma, Macau deixa de ter ligações marítimas com Hong Kong, permanecendo aberta, no entanto, a travessia através da ponte Hong Kong-Macau-Zhuhai (HKMZ). Numa nota divulgada ao final do dia, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSMA) confirmou a suspensão total dos serviços marítimos entre Macau e Hong Kong. “O governo de Hong Kong anunciou o encerramento dos seus postos fronteiriços, devido à prevenção da propagação do novo coronavírus. Pelo que a partir da 00h00 do dia 4, será suspenso totalmente o serviço de transporte marítimo entre Hong Kong e Macau,(incluindo as ligações para o Aeroporto Internacional de Hong Kong), até que seja anunciado oportunamente o seu levantamento”, pode ler-se no comunicado. A Chefe do Executivo de Hong Kong negou que a medida tenha sido tomada devido à pressão dos médicos e enfermeiros da região, que ameaçaram fazer uma greve de cinco dias para exigir que o Governo fechasse todas as fronteiras com o Continente. “Não tem absolutamente nada a ver com a greve”, garantiu Carrie Lam, explicando tratar-se apenas de uma medida para conter a propagação do vírus. Recorde-se que a líder de Hong Kong, que atravessa uma grave crise de popularidade, depois de meses de protestos, tem estado a ser pressionada para fechar as fronteiras com o Interior. A responsável pediu também aos moradores de Hong Kong que “se unam” no combate ao surto, que já provocou a morte a mais de 360 pessoas na China. “Macau é diferente” Já quando questionada sobre se Macau poderá seguir os passos de Hong Kong no que diz respeito ao encerramento de fronteiras com o interior da China, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U argumentou que em Macau a situação é diferente. “A situação de Macau é diferente da situação de Hong Kong. Para além de trabalhadores não residentes, muitos trabalhadores de Macau vivem em Zhuhai. De acordo com a Lei Básica os residentes de Macau têm o direito à livre circulação e por isso, (…) até agora, não temos nenhuma decisão no sentido de fechar as fronteiras, mas temos tomado medidas para encerrar mais cedo alguns postos fronteiriços, como por exemplo as Portas do Cerco”, explicou Ao Ieong U. Mais de 50 solicitaram testes Ao todo, 55 pessoas que dizem ter contactado a mulher de Macau de 64 anos, que foi diagnosticada como sendo o oitavo caso confirmado do novo coronavírus na região, solicitaram a realização de testes clínicos nos serviços de urgências. Na conferência de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, Lei Wai Seng, médico da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, afirmou que do total de pessoas que fizeram testes, em 40 casos foi afastada a hipótese de contágio, ao passo que 15 aguardam ainda os resultados dos exames. “Os que não tiveram contactos próximos, apenas um contacto ligeiro (…) não têm grande risco de contrair este vírus. Quero salientar que a população não tem que ficar em pânico”, referiu o responsável. Já a situação dos oito casos confirmados do novo coronavírus foi considerada “estável” e o grau da doença “leve”, referiu Lei Wai Seng.
Automobilismo | Provas canceladas por todo o país devido ao coronavírus Sérgio Fonseca - 3 Fev 2020 Para evitar a propagação do coronavírus as autoridades chinesas estão a cancelar todos os grandes eventos desportivos no país. Uma das poucas competições desportivas da RAEM que se desenrola obrigatoriamente fora do território é o Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa) e cujas suas duas provas de 2020 podem estar em risco [dropcap]A[/dropcap] Federação de Desporto Automóvel e Motociclos da República Popular da China (CAMF, na sigla inglesa) emitiu nas vésperas do Ano Novo Lunar um comunicado em que dava conta que todos os eventos desportivos estavam suspensos até ao mês de Abril. Contudo, este comunicado, publicado no site oficial da CAMG e nas suas redes sociais, foi removido, sem que a autoridade desportiva nacional chinesa justificasse porquê. No entanto, o Rali da Montanha de Gelo de Changbai Mountain Ice Rally, do Campeonato da China de Ralis (CRC), que se disputava de 12 a 14 de Fevereiro, foi cancelado. Quem também “caiu” foi a prova do Campeonato FIA de Fórmula E marcada para o dia 21 de Março em Sanya. A competição de carros eléctricos, que tem interesses muito fortes na China, viu-se forçada a cancelar o seu único evento no país, depois de anular a sua etapa em Hong Kong devido aos distúrbios causados pelos protestos pelos movimentos pró-democracia e contra controverso projeto de lei de extradição. Todo a situação está a ser seguida com especial atenção pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) e pelos organizadores do Campeonato do Mundo FIA de Fórmula 1, cuja importante prova em território chinês, mais precisamente na cidade de Xangai, acontece de 17 a 19 de Abril. A logística da Fórmula 1 é gigantesca e planeada com muitos meses de avanço. O cancelamento do evento irá provocar seriamente várias dores de cabeça às equipas, num ano complicado em que estão vinte e dois Grande Prémios agendados. Sob a direção do presidente da Comissão Médica da FIA, o professor Gérard Saillant, a federação internacional disse em comunicado que está a monitorizar a “evolução da situação com as autoridades relevantes e os seus clubes membros”, estando a avaliar “o calendário das suas próximas corridas e, se necessário, tomará as medidas necessárias para ajudar a proteger a comunidade global do desporto motorizado e o público em geral.” Atenta ao desenrolar dos acontecimentos estará também a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), cujas duas provas do MTCS, que têm a particularidade de serem as corridas de qualificação dos pilotos locais para o Grande Prémio de Macau, e estarem agendadas para finais de Maio e início de Junho no Circuito Internacional de Zhuzhou, na província de Hunan. Apenas quatrocentos quilómetros separam a cidade de Wuhan, onde começou o surto, da cidade de Zhuzhou. As autoridades competentes irão certamente tomar uma decisão nas próximas semanas, até porque o transporte dos carros e material dos concorrentes é feito com bastante antecedência. Ondas de choque Tal como Macau, Wuhan organizava desde 2017 uma prova de automobilismo nas ruas em redor do enorme completo desportivo local. A cidade da província de Hubei preparava-se para organizar pela primeira vez em 2020 no primeiro de Maio a sua edição anual do “Circuito Citadino de Wuhan”, prova que já foi pontuável para a Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR), e que habitualmente decorre nos dois últimos meses do ano. Este ano o evento que tem o alto patrocínio da CAMG, iria reunir todas as principais competições de automóveis em circuito da China (CTCC, TCR China, China GT, F4 China, etc). A data exacta do evento estava por confirmar, mas dificilmente esta será uma preocupação nos próximos meses para as autoridades locais. Entretanto, o Circuito Internacional de Zhuhai, que é base operacional de grande parte das equipas do Sul da China, adiou a sua reabertura, de 30 de Janeiro para o dia 10 de Fevereiro. Eventos Desportivos Cancelados em Fevereiro 1 – Liga Chinesa de Basquetebol – Início da temporada adiado 3 a 9 – Grupo de Qualificação para os Jogos Olímpicos Futebol Feminino (Wuhan/Nanjing) – Transferido para Sydney 4 a 8 – Torneiro de Ténis “Fed Cup Asia/Oceania” Grupo 1 (Dongguan) – Transferido para o Cazaquistão 8 a 9 – Maratona de Hong Kong – Cancelado 12 a 13 – Campeonatos Asiáticos de Atletismo Indoor (Huangzhou) – Cancelado 12 a 14 – Rali Montanha de Gelo de Changbai (Liaoning) – Cancelado 15 – Supertaça de Futebol Guangzhou Evergrade vs Shanghai Shenhua (Suzhou) – Adiado 15 a 16 – Taça do Mundo de Esqui (Yanqing) – Cancelado 16 a 26 – Jogos Nacionais Chineses de Inverno (Hulunbuir) – Cancelado 22 – Superliga Chinesa de Futebol – Início da temporada adiado 23 a 1 Março – UCI Tour de Hainan – Cancelado
Automobilismo | Provas canceladas por todo o país devido ao coronavírus Sérgio Fonseca - 3 Fev 2020 Para evitar a propagação do coronavírus as autoridades chinesas estão a cancelar todos os grandes eventos desportivos no país. Uma das poucas competições desportivas da RAEM que se desenrola obrigatoriamente fora do território é o Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa) e cujas suas duas provas de 2020 podem estar em risco [dropcap]A[/dropcap] Federação de Desporto Automóvel e Motociclos da República Popular da China (CAMF, na sigla inglesa) emitiu nas vésperas do Ano Novo Lunar um comunicado em que dava conta que todos os eventos desportivos estavam suspensos até ao mês de Abril. Contudo, este comunicado, publicado no site oficial da CAMG e nas suas redes sociais, foi removido, sem que a autoridade desportiva nacional chinesa justificasse porquê. No entanto, o Rali da Montanha de Gelo de Changbai Mountain Ice Rally, do Campeonato da China de Ralis (CRC), que se disputava de 12 a 14 de Fevereiro, foi cancelado. Quem também “caiu” foi a prova do Campeonato FIA de Fórmula E marcada para o dia 21 de Março em Sanya. A competição de carros eléctricos, que tem interesses muito fortes na China, viu-se forçada a cancelar o seu único evento no país, depois de anular a sua etapa em Hong Kong devido aos distúrbios causados pelos protestos pelos movimentos pró-democracia e contra controverso projeto de lei de extradição. Todo a situação está a ser seguida com especial atenção pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) e pelos organizadores do Campeonato do Mundo FIA de Fórmula 1, cuja importante prova em território chinês, mais precisamente na cidade de Xangai, acontece de 17 a 19 de Abril. A logística da Fórmula 1 é gigantesca e planeada com muitos meses de avanço. O cancelamento do evento irá provocar seriamente várias dores de cabeça às equipas, num ano complicado em que estão vinte e dois Grande Prémios agendados. Sob a direção do presidente da Comissão Médica da FIA, o professor Gérard Saillant, a federação internacional disse em comunicado que está a monitorizar a “evolução da situação com as autoridades relevantes e os seus clubes membros”, estando a avaliar “o calendário das suas próximas corridas e, se necessário, tomará as medidas necessárias para ajudar a proteger a comunidade global do desporto motorizado e o público em geral.” Atenta ao desenrolar dos acontecimentos estará também a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), cujas duas provas do MTCS, que têm a particularidade de serem as corridas de qualificação dos pilotos locais para o Grande Prémio de Macau, e estarem agendadas para finais de Maio e início de Junho no Circuito Internacional de Zhuzhou, na província de Hunan. Apenas quatrocentos quilómetros separam a cidade de Wuhan, onde começou o surto, da cidade de Zhuzhou. As autoridades competentes irão certamente tomar uma decisão nas próximas semanas, até porque o transporte dos carros e material dos concorrentes é feito com bastante antecedência. Ondas de choque Tal como Macau, Wuhan organizava desde 2017 uma prova de automobilismo nas ruas em redor do enorme completo desportivo local. A cidade da província de Hubei preparava-se para organizar pela primeira vez em 2020 no primeiro de Maio a sua edição anual do “Circuito Citadino de Wuhan”, prova que já foi pontuável para a Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR), e que habitualmente decorre nos dois últimos meses do ano. Este ano o evento que tem o alto patrocínio da CAMG, iria reunir todas as principais competições de automóveis em circuito da China (CTCC, TCR China, China GT, F4 China, etc). A data exacta do evento estava por confirmar, mas dificilmente esta será uma preocupação nos próximos meses para as autoridades locais. Entretanto, o Circuito Internacional de Zhuhai, que é base operacional de grande parte das equipas do Sul da China, adiou a sua reabertura, de 30 de Janeiro para o dia 10 de Fevereiro. Eventos Desportivos Cancelados em Fevereiro 1 – Liga Chinesa de Basquetebol – Início da temporada adiado 3 a 9 – Grupo de Qualificação para os Jogos Olímpicos Futebol Feminino (Wuhan/Nanjing) – Transferido para Sydney 4 a 8 – Torneiro de Ténis “Fed Cup Asia/Oceania” Grupo 1 (Dongguan) – Transferido para o Cazaquistão 8 a 9 – Maratona de Hong Kong – Cancelado 12 a 13 – Campeonatos Asiáticos de Atletismo Indoor (Huangzhou) – Cancelado 12 a 14 – Rali Montanha de Gelo de Changbai (Liaoning) – Cancelado 15 – Supertaça de Futebol Guangzhou Evergrade vs Shanghai Shenhua (Suzhou) – Adiado 15 a 16 – Taça do Mundo de Esqui (Yanqing) – Cancelado 16 a 26 – Jogos Nacionais Chineses de Inverno (Hulunbuir) – Cancelado 22 – Superliga Chinesa de Futebol – Início da temporada adiado 23 a 1 Março – UCI Tour de Hainan – Cancelado
Previsões para 2020 ano do Rato José Simões Morais - 3 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] ano Geng Zi (庚子, Rato de Metal) para o Feng Shui começa amanhã, dia 4 de Fevereiro quando se celebra o Princípio da Primavera (Lichun). Pelo calendário lunar, o ano iniciou-se a 25 de Janeiro de 2020 e terminará a 11 de Fevereiro de 2021, com um suplementar quarto mês lunar, festejando-se por duas vezes o Lichun e por isso, é auspicioso para casar. Será um ano criativo, com perspectivas de uma vida intensa tanto no plano emocional, ao nível de um encantamento amoroso, como haverá possibilidade de se usufruir dinheiro fora do espectável. No entanto, assistir-se-á a uma confrontação directa, em que todos irão estar envolvidos e ninguém conseguirá ficar de fora. Mais importante que a prosperidade será viver com saúde. Aqui usamos as ideias de Lei Koi Meng conjugadas com a nossa interpretação. Geng é Metal yang (forte metal), Zi é Água yang (grande água) e como Metal faz nascer Água, este ano é de grande água a provocar inundações. Mas estando ainda no Ciclo do Fogo (2004-2024), grande água parece ser bom para temperar o fogo. No entanto, no ano do Rato, Zi (rato) a representar o elemento Água yang está contra Wu (cavalo) Fogo yang, significa grande água contra grande fogo, o que trará ondas de confrontação e sendo Geng Metal, conecta o ano a lutas e guerras. Como Zi Água tem a direcção Norte e Wu Fogo a do Sul dará o fogo proveniente de baixo a confrontar a água proveniente de cima, podendo-se tirar como ilação, o povo em baixo e os governos na posição superior estarem em permanente atrito. Os geomantes referem que nos anos de Rato algo triste ocorre, como morrer jovem, ou a morte de jovens em batalha. Haverá tentativas de independência de regiões e muitas manifestações de estudantes. Acidentes com barcos terão mais probabilidades de acontecer e quanto a guerras, as navais parecem ser as escolhidas. Propício a ocorrer frequentes ataques terroristas, pequenos ou grandes, e a possibilidade de aparecer um novo grupo. Geng Zi, grande água, sendo esta fria devido ao metal a representar a quebra de icebergues, leva à subida do nível da água, a grandes chuvas e deslizamentos de terras. Tufões e ciclones são outras possibilidades de criar grandes desastres e continuarão ao longo do ano a acontecer tremores de terra. O ano Geng Zi está conectado no nosso corpo com os pulmões (ligado com o elemento Metal) e os rins (com a Água), significando estes dois órgãos facilmente terem problemas e interferirem com o estômago e baço. Novos rostos aparecerão a querer liderar o mundo com novas políticas, mas sem poder bastante para se imporem. Abre-se um vazio, pois o velho sistema político, económico e cultural deixa de ter peso e a massa crítica com ideias antigas irá ser confrontada com as das novas gerações, ainda sem modelos bem estruturados e definidos. Más notícias provenientes dos bancos estarão na ordem do dia e a economia do mundo entra definitivamente em recessão. Ano para se construírem relações de amizade entre pessoas, países e companhias. Localização das estrelas voadoras No Centro, representado nos países do Médio Oriente, este ano encontra-se a maligna 7 Vermelho (Qi Chi) (metal), Estrela Violenta que traz disputas e aprisionada, em clima de guerra levará a desordens e problemas internos com confrontações. A maligna 3 Jade (San Bi), Estrela de Conflito Beligerante estará a Norte, na Rússia e na China Continental. As relações entre a China e os EUA tendem a melhorar devido à água amansar o fogo americano, e já no início do ano foi assinado um primeiro tratado comercial. Conseguiu a China um pequeno período de acalmia, mas terá durante o resto do ano árduas negociações com os EUA e nos meses de Junho ou Julho e Dezembro ocorrerá algo que provocará grandes mudanças nas relações entre ambos os países. Já no interior da China continuarão os problemas, que só em finais de 2021 terão resolução. A Rússia, quase sem ajuda de outros países, está na mesma situação do seu Presidente, e só Putin sabe o quão difícil é a sua posição, sendo este um ano de grandes desafios para a sua vida. A benéfica 1 Branco (Yi Bai), Estrela da Prosperidade traz sucesso e boas relações de amizade, este ano encontra-se a Nordeste, nas Coreias. Na Coreia do Sul a economia melhorará e a Coreia do Norte fortalece o seu exército e entre ambas haverá uma grande e fraterna cooperação. As relações da Coreia do Norte com os EUA vão desenvolver-se numa boa direcção. A benéfica 8 Branco (Ba Bai), Estrela da Prosperidade e da Saúde favorece promoções e sucesso na carreira, estará a Noroeste, na Europa do Norte e do Leste, que terão um ano promissor. A benéfica 9 Roxo (Jiu Zi), Estrela da Harmonia que rapidamente amplifica os efeitos das outras estrelas, quando benéficas magnifica pelo bem, mas conjugada com malignas, como a Wu Huang levará a grandes desastres. Estrela a representar a paz, cooperação e o visionar o que está para vir, este ano a Oeste, na Europa Ocidental. Com a saída da Grã-Bretanha, a Europa perdeu um dos três poderosos países que a formavam e estando a França fragilizada pela forte oposição interna ao Presidente Macron, resta a Alemanha como pilar para se aguentar, a não ser que os outros países da CE se harmonizem e trabalhem em conjunto para criar um poderoso bloco. A mais negativa estrela voadora, a 5 Amarelo (Wu Huang), da Fatalidade e Ruína, causadora de problemas de maligna influência, cuja sua força do mal traz calamidades, este ano está a Leste, nos EUA, Japão e Taiwan. Estes países devem contar com desastres naturais avassaladores, relacionados com a água e um sismo de grande intensidade. No Japão, os Jogos Olímpicos trarão harmonia. Nos EUA, Trump terá um ano com sorte pois do signo de Cão precisa de água e nas eleições ninguém o vence e só ele se conseguirá destruir. Mas a sorte de Trump coloca os outros a sofrer, pois continuará a criar distúrbios. Em Taiwan, após a vitória da presidente, pouco irá mudar e a economia poderá piorar. A benéfica 6 Branco (Liu Bai), Estrela da Bênção Celeste com potencial de inesperadas vantagens e ligada à diplomacia, estará a Sudeste, nas Filipinas, Vietname, Tailândia, que contarão com um bom ano e apenas Camboja, Malásia e Indonésia terão ligeiros problemas naturais. No Sudoeste, na Índia, encontra-se este ano a benéfica estrela 4 Verde (Si Lü), com um lado positivo, a levar ao estudo e investigação e outro negativo, com a continuação dos problemas religiosos e a discriminação feminina. A maligna 2 Preto (Er Hei), Estrela da Doença que traz longas e incuráveis enfermidades, estará a Sul. A Austrália continuará com os problemas dos incêndios e o confronto entre fogo e água. Já em Hong Kong as desordens continuarão e no meio e final do ano ocorrerão grandes mudanças. Quanto à RAEM, nasceida no Inverno, como este ano é de grande água continuarão a ocorrer inundações, devendo ter cuidado com explosões e acidentes na construção de infra-estruturas. O bazi (ano, mês, dia, hora de nascimento) do novo Chefe do Executivo é exactamente o que a RAEM necessitava, por isso com a sua liderança Macau poderá manter-se em paz e em prosperidade. Desejos de um ano com boa saúde – 身体健康 (Sun Tan Kin Hong)
Xunzi 荀子 – Elementos de ética, visões do Caminho Hoje Macau - 3 Fev 2020 Tradução de Rui Cascais [dropcap]A[/dropcap]s Odes dizem: Ritual e cerimónia em tudo têm a medida justa. Ri e fala somente de acordo com a propriedade. Isto exprime o que quero dizer. Convencer os outros a seguir o que é bom é chamado “ensino”. Harmonizar-se com outros para aquilo que é bom é chamado “concordância apropriada”. Convencer os outros a seguir aquilo que é mau é chamado “bajulação”. Harmonizar-se com outros para aquilo que é mau é chamado “conluio”. Endossar aquilo que é bom e condenar aquilo que é mau é chamado “sabedoria”. Endossar aquilo que é mau e condenar aquilo que é bom é chamado “estupidez”. Atacar uma pessoa boa é chamado “calúnia”. Causar dano a uma pessoa boa é chamado “vileza”. Chamar bom ao bom e mau ao mau é chamado “rectidão”. Roubar bens é chamado “latrocínio”. Esconder as suas acções é chamado “dissimulação”. Falar das coisas com demasiada facilidade é chamado “gabarolice”. A ausência de fixidez naquilo que se gosta e não gosta é chamado “inconstância”. Abandonar a justiça (yì) em favor do lucro é chamado “vileza suprema”. Ter escutado muitas coisas é chamado “largueza”. Ter escutado poucas coisas é chamado “superficialidade”. Ter visto muitas coisas é chamado “erudição”. Ter visto poucas coisas é chamado “impolidez.” Ter dificuldade em progredir é chamado “indolência”. Esquecer as coisas com facilidade é chamado “incontinência”. Quando as nossas acções são poucas e bem ordenadas, a isso se chama “ser controlado”. Quando as nossas acções são muitas e desordenadas, a isso se chama “esbanjamento”. Os métodos para controlar o qì e alimentar o coração são: sangue e qi inflexíveis devem ser suavizados através da harmonização; pensamento excessivamente profundo deve ser simplificado através da bondade directa; a coragem excessivamente feroz deve ser reformada através da concordância apropriada; a expediência apressada deve ser domada através de movimentos regulados; a estreiteza mental deve ser alargada através da expansividade; a humildade, inércia e ganância de lucro excessivas devem ser combatidas com intenções elevadas; a vulgaridade ou a dissolução devem ser erradicadas com professores e amigos; a indolência e esbanjamento devem ser iluminadas pela consideração de calamidades; a rectidão simplória ou honestidade escrupulosa devem ser temperadas pelo ritual e pela música e adumbradas pela reflexão. Em cada método de controlar o qì e alimentar o coração nada é mais directo do que seguir os rituais, nada é mais importante do que ter um bom professor, e nada funciona com maior eficácia (de natureza) espiritual do que acalentar o qì com total devoção. Estes são chamados os métodos para controlar o qì e alimentar o coração. Se cultivarmos as nossas intenções, desprezaremos riqueza e nobreza. Se a nossa atenção ao Caminho e à justiça for grande, reis e duques serão para nós triviais. O facto é que, ao nos examinarmos interiormente, os bens exteriores pouco significam. Diz-se que “A pessoa exemplar faz das coisas seus servos, mas o homem mesquinho é escravo das coisas.” Isto exprime o quero dizer. Se uma acção te cansar o corpo, mas te deixar o coração em paz, executa-a. Se envolver escasso lucro, mas abundante justiça, executa-a. Ser bem-sucedido ao serviço de um senhor que cria o caos não é tão bom como simplesmente servir um senhor empobrecido. Assim, um bom lavrador não deixa de plantar por causa da seca, um bom mercador não fecha a loja por causa dos prejuízos e o homem bem-criado e a pessoa exemplar não se desviam do Caminho por causa da pobreza. Nota Xunzi (荀子, Mestre Xun; de seu nome Xun Kuang, 荀況) viveu no século III Antes da Era Comum (circa 310 ACE – 238 ACE). Filósofo confucionista, é considerado, juntamente com o próprio Confúcio e Mencius, como o terceiro expoente mais importante daquela corrente fundadora do pensamento e ética chineses. Todavia, como vários autores assinalam, Xunzi só muito recentemente obteve o devido reconhecimento no contexto do pensamento chinês, o que talvez se deva à sua rejeição da perspectiva de Mencius relativamente aos ensinamentos e doutrina de Mestre Kong. A versão agora apresentada baseia-se na tradução de Eric L. Hutton publicada pela Princeton University Press em 2016.
A porta Carlos Morais José - 3 Fev 2020 [dropcap]N[/dropcap]ada como uma crise para que os mais profundos sentimentos de uma sociedade venham à superfície. Não os mais importantes mas os mais profundos, os que em geral repousam numa noite negra de culpabilidade e não ousam emergir. Marshal Sahlins, no seu livro Stone Age Economics, explica como em caso de crise, por catástrofe natural por exemplo, nas sociedades tribais existe um recolhimento familiar e falta de solidariedade entre linhagens e clãs, estando no primeiro plano o sangue e não a sociedade. Ou seja, primeiro os nossos, depois os outros. No caso vertente, o coronavírus em Macau mostra como esse tipo de sentimento não se ajusta ao nosso modus vivendi, o corrompe e o perverte. Isso e os profetas da miséria, os difusores de alarmes, os activistas da desgraça. Por seu lado, o Governo tem sido exemplar no manejo do interesse público, tomando as medidas que entendeu tomar (boa gestão da questão das máscaras, distribuição deficiente; anúncio do pagamento adiantado do cheque anual), levando algumas mais longe do que seria de esperar (o prolongamento do encerramento dos serviços públicos e das escolas; controlo de pessoas de Wuhan) mas, ao mesmo tempo, não alçando a bandeira do pânico (que o encerramento dos casinos teria significado) enquanto a situação não o justificar. Sem falsos optimismos, convém também encarar a situação sem falsos alarmismos. Avaliar os dados, reforçar a segurança médica, voltar à normalidade e não entrar em modo de catástrofe até uma catástrofe real realmente nos bater à porta.
Amor em tempos de epidemia Tânia dos Santos - 3 Fev 2020 [dropcap]F[/dropcap]ace uma epidemia ninguém deve ter muita vontade de trocar fluidos. Numa altura em que até o ar não deve ser demasiado partilhado, partilhar a intimidade dos fluidos corporais torna-se num risco. Estive estes dias em Nova Iorque onde vi uma peça que explorava extensivamente o fellatio, e esperei que me oferecesse material suficiente para escrever sobre o sexo oral. Mas o coronavírus começou a assombrar-nos e não consigo parar de pensar no assunto. Obsessivamente. Nova Iorque é fabulosa, mas o coronavírus é assustador. Encontrar o amor ou simplesmente mantê-lo vai ser difícil durante estes tempos, que nem sabemos quão longos serão. Tempos de muita vulnerabilidade que esperariam que o toque e o conforto dos outros nos salvassem de alguma coisa, mas é, na verdade, só mais um facilitador. Um perigo que continua desconhecido nas suas formas e feitios. Este mal tem como único propósito sobreviver de corpo em corpo. Corpos que estarão mais preparados para lidar com o choque que este vírus provoca do que outros. Corpos que poderão estar mais em contacto com o exterior do que outros. Uma forma de lidar com esta crise é o isolamento, isolar pessoas para isolar o vírus. E assim a epidemia obriga a contrariar aquilo que nos é mais humano: estar com os outros. Milhares de pessoas estão presas nas suas casas sem saber o que esperar, ora por obrigação ora por preocupação. Só que o isolamento não nos é natural. Não contribui para o conforto, como o toque de alguém que nos é próximo. Será preciso amar à distância, manter os metros e até os quilómetros para fugir das tosses e dos ares que contaminam. Andar por ruas vazias, ou andar com medo das ruas cheias de gente. As pessoas tornaram-se num inimigo sem nome. Os inerentes problemas sociais e políticos dos nossos sistemas vêm à tona, com estas crises. Nota-se que ainda estamos longe de perceber a forma como entendemos as pessoas, a medicina, as liberdades individuais e colectivas, o pânico e o medo – e de como se entende o poder. Em contextos de relações interpessoais (amorosas) por várias vezes explorei a comunicação na resolução de desencontros de intimidades. Sem surpresas, a solução de problemas a nível macro-social precisa de comunicação. As estruturas de poder só serão capacitadoras e eficazes se houver comunicação humilde, transparente e clara – que não seja alarmante nem fantasiosa. Parece fácil, mas é tão difícil. Neste processo de aprendizagem, que tem ocorrido ao longo dos séculos, por muitos continentes de várias epidemias, tenho sempre a sensação que esta aprendizagem dura o seu tempo, à custa de muitas vidas. Não consigo desligar dos micro-cosmos de emoções de quem se sente obrigado a afastar-se da vida normal por um vírus que ataca ainda no seu estado silencioso – e da desconfiança pelas estruturas que deveriam salvar as pessoas de situações de medo e incerteza. Pelo menos já vi que se faz uso do humor negro pelas redes sociais chinesas. As pessoas que se protegem de formas criativas para não se perder o que nos é mais humano, os jogos, a diversão, a interação com os outros. As tecnologias que nos aproximam e que oferecem algum conforto. O medo que talvez nos faça ainda mais sedentos por toque e atenção, como se o amanhã pudesse ser a nossa sentença de doença (ou de morte). O assunto é tão sério que aparvalhar é só mais um mecanismo de defesa. ‘Talvez daqui a 9 meses haja um baby boom!’, gozava uma amiga. Entretanto, tenta-se esperar, e agir, para que tudo corra bem.
Jason Chao diz que contestação é mais dirigida contra governantes locais Hoje Macau - 3 Fev 2020 [dropcap]E[/dropcap]m entrevista à agência Lusa, Jason Chao, ligado à Associação Novo Macau, disse que a contestação que se vive em Macau é mais contra as autoridades locais do que contra o Governo Central. Jason Chao defendeu que será sempre difícil à população manifestar-se contra Pequim, por “estar presa”. O activista, em entrevista à Lusa em Lisboa, salientou que existem muitas diferenças entre as realidades sociais de Macau e de Hong Kong, o território que tem sido palco de violentas manifestações contra a China. Para Jason Chao, de 33 anos, a frequentar um doutoramento na Alemanha, as diferenças entre Hong Kong e Macau resultam da história dos dois territórios e do papel das potências ocupantes na promoção do idioma e valores ocidentais. O espaço do Gabinete de Ligação de Pequim em Hong Kong é um “local de protesto contra a China”, mas na RAEM essa zona “é um centro de protestos contra a gestão e más práticas do governo de Macau”, exemplificou, admitindo que os residentes “tendem a pedir a intervenção do Governo chinês”, porque pensam que os seus governantes “não são competentes para gerir os assuntos locais”. “Em Macau querem-se os problemas resolvidos, independentemente do sistema em que se viva”, disse Jason Chao. Por outro lado, o território antes administrado por Lisboa está demasiado dependente de Pequim para tentar qualquer tipo de rebelião. “Se um dia a população de Macau se quiser revoltar contra a China será economicamente impossível porque está presa”, já que, no território, “só há dois grandes empregadores: os casinos que são dependentes dos turistas da China” e a “administração pública que depende das receitas da indústria do jogo”. Por isso, admitiu Jason Chao, “pelo menos no curto-prazo, não é previsível que Macau vá contra a China, porque isso afecta a única fonte de rendimentos” do território. Laivos da história Ao contrário do que muitos analistas defendem, o activista considerou que o “sistema político de Macau não é formado a partir da Declaração [Conjunta] Sino-Portuguesa”, mas sim pelo acordo entre a China e o Reino Unido sobre Hong Kong. “A declaração em Macau foi assinada após as negociações da China com o Governo britânico” e o acordo com Portugal já introduziu mudanças impostas pela China, explicou Jason Chao. Entre as duas leis básicas há uma “diferença crucial”, porque a “China não fez qualquer promessa de sufrágio universal para o Chefe do Executivo de Macau”, exemplificou Chao, mostrando que, já nos anos 1980, Hong Kong tinha mais exigência democrática que o território sob administração portuguesa. Essas diferenças também “têm a ver com diferentes progressos de desenvolvimento social entre Hong Kong e Macau”, com o território administrado por Londres a ser já um grande centro económico e financeiro da Ásia. Hoje, a “China quer apresentar Macau como o melhor exemplo do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’”, mas “quanto mais apresenta Macau como um estudante obediente, mais isso é prejudicial para o auto-denominado ‘Um País, Dois Sistemas’”, avisou Chao. Em Macau, acusou o activista, assiste-se ao “silêncio dos opositores, uma total submissão à lei chinesa e isso é algo que Taiwan e Hong Kong não querem”. Hoje “podemos olhar para este princípio e vemos que essa promessa está a perder credibilidade, especialmente olhando para Hong Kong”, afirmou Jason Chao. Hong Kong vive uma situação semelhante, embora menos evidente, já que muitos dos capitais que fluem para o território devem-se às suas ligações com a China. No entanto, desse lado do delta do Rio das Pérolas, o desenvolvimento económico é antigo e consolidado, pelo que os “jovens em Hong Kong estão a tornar-se, progressivamente, mais pós-materialistas”, dando mais valor à “liberdade e autonomia”. Isto é, notou o activista, “fundamentalmente, uma questão de progresso”. “Não rejeito que a próxima geração de Macau tenha mais desejo de autonomia”, salientou Jason Chao, que se diz “optimista de longo curso”, porque “nenhuma ditadura pode viver para sempre”. “Erosão de direitos” Na mesma entrevista, Jason Chao referiu ainda o aumento da “erosão dos direitos cívicos e securitização” no território, procurando condicionar a liberdade de expressão, com medo de manifestações semelhantes às de Hong Kong. “Quando estava a trabalhar em Macau, pude assistir a um retrocesso e a uma erosão dos direitos e liberdades. Depois de eu ter saído (2017), essa erosão acelerou”, afirmou o activista, que foi dirigente do campo pró-democrata. E “pudemos assistir a uma rápida securitização e uma desvalorização dos direitos humanos durante a visita do Presidente da China”, por ocasião da mudança do governo da Região Administrativa Especial, em Dezembro de 1999, acrescentou. Jason Chao admitiu ter previsto “esta tendência”, mas que não previu “o nível da erosão e da deterioração dos direitos”, alertando para alguns sinais daquilo que considera ser um endurecimento do regime. “Os Governos chinês e de Macau têm visto atentamente os relatos jornalísticos em Macau sobre a situação Hong Kong”, principalmente “os artigos publicados nos media portugueses em Macau, que foram abertos ou, pelo menos, não foram negativos em relação aos protestantes em Hong Kong”, frisou. O “direito à liberdade em Macau continua a deteriorar-se, mas infelizmente a opinião pública não está preocupada”, lamentou Jason Chao, que se mostra optimista, “a longo prazo”, no que respeita ao apoio das novas gerações à causa da democracia. “Quando Macau viver num ambiente mais próspero e mais exposto ao mundo, os jovens terão o mesmo desejo de autonomia e liberdade” que teve ou a sua geração, afirmou o activista. Após a transferência da administração, em 1999, o território tem assistido à chegada de milhares de imigrantes da China e a “doutrinação do regime tem tido grande sucesso nas últimas décadas” nas escolas e nas associações juvenis, mas todas as “ditaduras têm as suas falhas” e, “perante as injustiças, as pessoas começam a estar atentas”, considerou Chao. “Tenho fé num sistema de governo que traga liberdade e justiça”, disse o ex-dirigente da Associação Novo Macau, considerando que esse modelo de governação tem de ser democrático: “Não acredito que uma ditadura possa dar justiça às pessoas”.
Portugal | Comunidade chinesa doa dinheiro para combater a doença Andreia Sofia Silva - 3 Fev 2020 Alguns membros da comunidade chinesa a residir em Portugal têm doado milhares de euros para ajudar ao combate ao coronavírus na China, enquanto acompanham a situação através das redes sociais. Y Ping Chow, presidente da Liga dos Chineses em Portugal, teme o impacto no comércio Com Lusa [dropcap]W[/dropcap]ang Suoying, presidente da Associação Portuguesa dos Amigos da Cultura Chinesa, com sede em Lisboa, disse ao HM que vários membros da comunidade chinesa em Portugal têm vindo a doar milhares de euros nos últimos dias para ajudar ao combate do coronavírus na China. “Várias associações promoveram essa iniciativa e as pessoas doaram o que conseguiram, desde 50 euros até milhares de euros”, começou por dizer a professora de língua chinesa. “São muitas listas e o senhor Choi Man Hin [empresário ligado ao grupo Estoril Sol] é obviamente um dos promotores principais. Pelo que sei, até agora, a lista liderada por ele conseguiu cerca de 27 mil euros. Existem mais listas, mas não tenho mais informações. Sei que no norte de Portugal as listas de Wang Xiaowei, Huang Jiansheng e de Zhang Zhenghua conseguiram também obter valores consideráveis”, disse, referindo-se a empresários da comunidade. Todos esses donativos serão entregues à Embaixada Chinesa em Portugal e servirá, sobretudo, para a compra de máscaras e outros materiais. A embaixada emitiu, entretanto, um alerta a todos os membros da comunidade chinesa relativo ao coronavírus, que acompanham a situação como podem. “Toda a comunidade chinesa em Portugal está atenta ao desenrolar da situação na China. Através do WeChat recebemos muitas notícias de lá, com indicações sobre as cautelas que devemos tomar. Estamos mais preocupados com os nossos familiares, amigos e compatriotas na China e sentimo-nos obrigados a dar o nosso apoio”, adiantou a professora universitária. Portugal não tem, até à data, registo de casos de infectados pelo vírus oriundo da cidade de Wuhan. Wang Suoying tem conhecimento de que são as próprias associações que tomam medidas preventivas. “Sei que um estudante universitário chegou a Portugal vindo da cidade de Wuhan e foi a Castelo Branco onde está a estudar. Através do WeChat, a Associação dos Estudiosos e Estudantes Chineses em Portugal conseguiu contactar esta pessoa, aconselhando-a a ficar em casa. Mais tarde foi dito que este estudante não estava infectado.” Houve ainda outro caso de uma família oriunda de Wuhan, em que “os avós voltaram da China e queriam ir buscar a neta que estava a ter aulas na escola chinesa”. No entanto, estes decidiram “ficar em casa, enviando uma pessoa para ir buscar a neta, numa atitude responsável para com eles e os outros”. Problemas no comércio Apesar de não haver ainda infectados em Portugal, a comunidade chinesa tem enfrentado um estigma com a doença. O presidente da Liga dos Chineses em Portugal, Y Ping Chow, disse à Lusa que estes cidadãos não são “automaticamente portadores de doenças”. “Francamente, não temos medo de contagiar alguém, isso será algo muito difícil por parte da comunidade que cá [Portugal] vive, porque as entradas e as saídas dos países estão extremamente controladas.” Para Y Ping Chow, a possibilidade de algum chinês residente em Portugal ser portador do vírus é tão remota como “poder sair-lhe o euromilhões”, exemplificou. Contudo, apesar disso, o líder da comunidade chinesa receia que o “medo de contágio” afaste os portugueses dos negócios geridos pelos chineses e que estão espalhados por todo o país, nomeadamente lojas e restaurantes, o que seria um “grande problema”. Y Ping Chow contou não conhecer nenhum chinês residente em Portugal proveniente de Wuhan, “mas não significa que não haja, eu não conheço é nenhum”, frisou. Apesar dos receios, o presidente da Liga dos Chineses em Portugal considerou que o país é “compreensivo” e “nada discriminatório”, mostrando-se “tranquilo” quanto às repercussões que as “notícias sobre o vírus” possam ter na comunidade. Acredita, contudo, que as relações comerciais, ainda que apenas no imediato, vão “passar por dificuldades”, até por causa das normas de segurança agora impostas. “A entrada e a saída de mercadoria no país vai ser mais difícil, mas não será uma situação dramática”, entendeu.
Portugal | Comunidade chinesa doa dinheiro para combater a doença Andreia Sofia Silva - 3 Fev 2020 Alguns membros da comunidade chinesa a residir em Portugal têm doado milhares de euros para ajudar ao combate ao coronavírus na China, enquanto acompanham a situação através das redes sociais. Y Ping Chow, presidente da Liga dos Chineses em Portugal, teme o impacto no comércio Com Lusa [dropcap]W[/dropcap]ang Suoying, presidente da Associação Portuguesa dos Amigos da Cultura Chinesa, com sede em Lisboa, disse ao HM que vários membros da comunidade chinesa em Portugal têm vindo a doar milhares de euros nos últimos dias para ajudar ao combate do coronavírus na China. “Várias associações promoveram essa iniciativa e as pessoas doaram o que conseguiram, desde 50 euros até milhares de euros”, começou por dizer a professora de língua chinesa. “São muitas listas e o senhor Choi Man Hin [empresário ligado ao grupo Estoril Sol] é obviamente um dos promotores principais. Pelo que sei, até agora, a lista liderada por ele conseguiu cerca de 27 mil euros. Existem mais listas, mas não tenho mais informações. Sei que no norte de Portugal as listas de Wang Xiaowei, Huang Jiansheng e de Zhang Zhenghua conseguiram também obter valores consideráveis”, disse, referindo-se a empresários da comunidade. Todos esses donativos serão entregues à Embaixada Chinesa em Portugal e servirá, sobretudo, para a compra de máscaras e outros materiais. A embaixada emitiu, entretanto, um alerta a todos os membros da comunidade chinesa relativo ao coronavírus, que acompanham a situação como podem. “Toda a comunidade chinesa em Portugal está atenta ao desenrolar da situação na China. Através do WeChat recebemos muitas notícias de lá, com indicações sobre as cautelas que devemos tomar. Estamos mais preocupados com os nossos familiares, amigos e compatriotas na China e sentimo-nos obrigados a dar o nosso apoio”, adiantou a professora universitária. Portugal não tem, até à data, registo de casos de infectados pelo vírus oriundo da cidade de Wuhan. Wang Suoying tem conhecimento de que são as próprias associações que tomam medidas preventivas. “Sei que um estudante universitário chegou a Portugal vindo da cidade de Wuhan e foi a Castelo Branco onde está a estudar. Através do WeChat, a Associação dos Estudiosos e Estudantes Chineses em Portugal conseguiu contactar esta pessoa, aconselhando-a a ficar em casa. Mais tarde foi dito que este estudante não estava infectado.” Houve ainda outro caso de uma família oriunda de Wuhan, em que “os avós voltaram da China e queriam ir buscar a neta que estava a ter aulas na escola chinesa”. No entanto, estes decidiram “ficar em casa, enviando uma pessoa para ir buscar a neta, numa atitude responsável para com eles e os outros”. Problemas no comércio Apesar de não haver ainda infectados em Portugal, a comunidade chinesa tem enfrentado um estigma com a doença. O presidente da Liga dos Chineses em Portugal, Y Ping Chow, disse à Lusa que estes cidadãos não são “automaticamente portadores de doenças”. “Francamente, não temos medo de contagiar alguém, isso será algo muito difícil por parte da comunidade que cá [Portugal] vive, porque as entradas e as saídas dos países estão extremamente controladas.” Para Y Ping Chow, a possibilidade de algum chinês residente em Portugal ser portador do vírus é tão remota como “poder sair-lhe o euromilhões”, exemplificou. Contudo, apesar disso, o líder da comunidade chinesa receia que o “medo de contágio” afaste os portugueses dos negócios geridos pelos chineses e que estão espalhados por todo o país, nomeadamente lojas e restaurantes, o que seria um “grande problema”. Y Ping Chow contou não conhecer nenhum chinês residente em Portugal proveniente de Wuhan, “mas não significa que não haja, eu não conheço é nenhum”, frisou. Apesar dos receios, o presidente da Liga dos Chineses em Portugal considerou que o país é “compreensivo” e “nada discriminatório”, mostrando-se “tranquilo” quanto às repercussões que as “notícias sobre o vírus” possam ter na comunidade. Acredita, contudo, que as relações comerciais, ainda que apenas no imediato, vão “passar por dificuldades”, até por causa das normas de segurança agora impostas. “A entrada e a saída de mercadoria no país vai ser mais difícil, mas não será uma situação dramática”, entendeu.
Santa Casa | Idosos impedidos de sair do lar para evitar contágio Pedro Arede - 3 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] Lar da Nossa Senhora da Misericórdia em Macau está a impedir os utentes de sair das suas instalações, como medida de prevenção contra o surto do novo coronavírus. A informação foi transmitida ao HM através de uma denúncia feita por uma mulher de 82 anos que afirmou estar impedida de sair do lar desde sábado. “Ontem [sábado] apareceu uma ordem a dizer que não podia sair, nem eu, nem ninguém. Perguntei porquê e responderam-me que eram ordens superiores, para impedir de trazer o vírus para dentro do lar”, partilhou a utente com o HM. Afirmando que a alimentação fornecida pela instituição da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCMM) a obriga a sair para comer fora devido à ”fraca qualidade”, a utente argumenta que a medida não garante a salvaguarda do contágio. “Os funcionários que trabalham cá, também não deviam poder entrar, por essa ordem de ideias. Há uma escala de serviço que varia todos os dias e há funcionários que vêm todos os dias de Zhuhai. Estou aqui presa. Quem é que me garante que elas não vêm com vírus?”, contou ao HM. Contactado pelo HM, o provedor da SCMM, António José de Freitas confirmou que os idosos estão impedidos de sair do lar, defendendo ser uma medida necessária e até bem recebida, dadas as circunstâncias. “Que eu saiba, esta medida mereceu o aplauso de quase todos os utentes incluindo os respectivos familiares. A partir de ontem [sábado] nem sequer há visitas. O próprio Governo está a implementar medidas cada vez mais drásticas, porque este assunto não é para brincar. Estão em causa muitas vidas, não a ‘liberdade’ de uma senhora que não pode sair para almoçar ou jantar”, explicou. Sobre o facto de os utentes do lar estarem expostos a funcionários que vêm de Zhuhai, o provedor afirmou ser a única maneira do serviço continuar a ser prestado. “Há muitos lares em Macau e posso garantir uma coisa: qualquer um deles, neste momento, emprega trabalhadores importados da China, porque o trabalho do lar é um trabalho que as pessoas de Macau não querem fazer”, defendeu António José de Freitas.
Santa Casa | Idosos impedidos de sair do lar para evitar contágio Pedro Arede - 3 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] Lar da Nossa Senhora da Misericórdia em Macau está a impedir os utentes de sair das suas instalações, como medida de prevenção contra o surto do novo coronavírus. A informação foi transmitida ao HM através de uma denúncia feita por uma mulher de 82 anos que afirmou estar impedida de sair do lar desde sábado. “Ontem [sábado] apareceu uma ordem a dizer que não podia sair, nem eu, nem ninguém. Perguntei porquê e responderam-me que eram ordens superiores, para impedir de trazer o vírus para dentro do lar”, partilhou a utente com o HM. Afirmando que a alimentação fornecida pela instituição da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCMM) a obriga a sair para comer fora devido à ”fraca qualidade”, a utente argumenta que a medida não garante a salvaguarda do contágio. “Os funcionários que trabalham cá, também não deviam poder entrar, por essa ordem de ideias. Há uma escala de serviço que varia todos os dias e há funcionários que vêm todos os dias de Zhuhai. Estou aqui presa. Quem é que me garante que elas não vêm com vírus?”, contou ao HM. Contactado pelo HM, o provedor da SCMM, António José de Freitas confirmou que os idosos estão impedidos de sair do lar, defendendo ser uma medida necessária e até bem recebida, dadas as circunstâncias. “Que eu saiba, esta medida mereceu o aplauso de quase todos os utentes incluindo os respectivos familiares. A partir de ontem [sábado] nem sequer há visitas. O próprio Governo está a implementar medidas cada vez mais drásticas, porque este assunto não é para brincar. Estão em causa muitas vidas, não a ‘liberdade’ de uma senhora que não pode sair para almoçar ou jantar”, explicou. Sobre o facto de os utentes do lar estarem expostos a funcionários que vêm de Zhuhai, o provedor afirmou ser a única maneira do serviço continuar a ser prestado. “Há muitos lares em Macau e posso garantir uma coisa: qualquer um deles, neste momento, emprega trabalhadores importados da China, porque o trabalho do lar é um trabalho que as pessoas de Macau não querem fazer”, defendeu António José de Freitas.
Turismo | Número de visitantes cai perto de 80% Pedro Arede - 3 Fev 2020 Naquela que costuma ser uma das semanas mais movimentadas do ano, Macau registou quebras acentuadas, deixando a cidade irreconhecível durante as celebrações do ano novo chinês. Sem razões para festejar ficou também o sector do jogo, cujas receitas caíram 11,3 por cento [dropcap]M[/dropcap]acau recebeu 260 mil visitantes durante os feriados da semana dourada do Ano Novo Lunar (24 a 30 de Janeiro), registando uma queda de 78,3 por cento em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com as estatísticas divulgadas pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), em 2019, Macau acolheu 1,2 milhões de visitantes durante a semana dourada. Na base desta descida avultada está o surto do novo coronavírus de Wuhan que afectou drasticamente a vinda de turistas para a região, principalmente oriundos do mercado da Grande China. “O número de visitantes do Interior da China, principal mercado de visitantes de Macau, desceu mais de 80 por cento. Por outro lado, o número de visitantes de Hong Kong, da região de Taiwan e internacionais diminuiu mais de metade”, pode ler-se no comunicado da DST. Assim, dos 260 mil visitantes que optaram por vir a Macau durante a semana dourada, 149 mil eram provenientes do Interior da China (57,2 por cento) numa diminuição de 83,3 por cento, 76 mil de Hong Kong, descendo 66,7 por cento, 10 mil de Taiwan, numa descida de 53,5 por cento e 26 mil provenientes dos mercados internacionais, uma descida de 56,2 por cento. Recorde-se que, para além da extensão dos dias feriados da semana dourada até ao dia de ontem, foram tomadas medidas adicionais de prevenção não só em Macau, como o encerramento de museus e o cancelamento das celebrações do ano novo chinês, mas também além-fronteiras, na China continental, onde inúmeras cidades ficaram de “quarentena”, impedindo milhões de pessoas de viajar. Casinos marcam passo Enquanto vão vivendo na sombra de um eventual encerramento, caso venha a verificar-se o agravamento do surto do novo coronavírus de Wuhan, os casinos de Macau registaram, em Janeiro, uma queda de 11,3 por cento das receitas brutas de jogo. Segundo a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos trata-se de uma descida anual de 22,12 mil milhões de patacas. Os valores de Janeiro são semelhantes aos registados em Novembro (22,87 mil milhões) e Dezembro (22,83 mil milhões). Na passada sexta-feira Lei Wai Nong, secretário para a Economia e Finanças, já antecipara por ocasião da conferência de imprensa sobre o ponto de situação do coronavírus, uma queda das receitas de jogo em Janeiro a rondar os 10 por cento. Sobre o eventual encerramento dos casinos, panorama já admitido também pelo Chefe do Executivo Ho Iat Seng, o secretário afirmou, de acordo com informações citadas pelo GGR Asia, que, apesar desse cenário não estar posto de parte, “as actuais medidas preventivas (…) têm sido eficazes para evitar a propagação do vírus”. “De acordo com a nossa avaliação de risco e as medidas postas em prática dentro dos casinos, ainda é seguro que as operações sejam mantidas, tanto para colaboradores como para as chefias”, explicou Lei Wai Nong.
Turismo | Número de visitantes cai perto de 80% Pedro Arede - 3 Fev 2020 Naquela que costuma ser uma das semanas mais movimentadas do ano, Macau registou quebras acentuadas, deixando a cidade irreconhecível durante as celebrações do ano novo chinês. Sem razões para festejar ficou também o sector do jogo, cujas receitas caíram 11,3 por cento [dropcap]M[/dropcap]acau recebeu 260 mil visitantes durante os feriados da semana dourada do Ano Novo Lunar (24 a 30 de Janeiro), registando uma queda de 78,3 por cento em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com as estatísticas divulgadas pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), em 2019, Macau acolheu 1,2 milhões de visitantes durante a semana dourada. Na base desta descida avultada está o surto do novo coronavírus de Wuhan que afectou drasticamente a vinda de turistas para a região, principalmente oriundos do mercado da Grande China. “O número de visitantes do Interior da China, principal mercado de visitantes de Macau, desceu mais de 80 por cento. Por outro lado, o número de visitantes de Hong Kong, da região de Taiwan e internacionais diminuiu mais de metade”, pode ler-se no comunicado da DST. Assim, dos 260 mil visitantes que optaram por vir a Macau durante a semana dourada, 149 mil eram provenientes do Interior da China (57,2 por cento) numa diminuição de 83,3 por cento, 76 mil de Hong Kong, descendo 66,7 por cento, 10 mil de Taiwan, numa descida de 53,5 por cento e 26 mil provenientes dos mercados internacionais, uma descida de 56,2 por cento. Recorde-se que, para além da extensão dos dias feriados da semana dourada até ao dia de ontem, foram tomadas medidas adicionais de prevenção não só em Macau, como o encerramento de museus e o cancelamento das celebrações do ano novo chinês, mas também além-fronteiras, na China continental, onde inúmeras cidades ficaram de “quarentena”, impedindo milhões de pessoas de viajar. Casinos marcam passo Enquanto vão vivendo na sombra de um eventual encerramento, caso venha a verificar-se o agravamento do surto do novo coronavírus de Wuhan, os casinos de Macau registaram, em Janeiro, uma queda de 11,3 por cento das receitas brutas de jogo. Segundo a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos trata-se de uma descida anual de 22,12 mil milhões de patacas. Os valores de Janeiro são semelhantes aos registados em Novembro (22,87 mil milhões) e Dezembro (22,83 mil milhões). Na passada sexta-feira Lei Wai Nong, secretário para a Economia e Finanças, já antecipara por ocasião da conferência de imprensa sobre o ponto de situação do coronavírus, uma queda das receitas de jogo em Janeiro a rondar os 10 por cento. Sobre o eventual encerramento dos casinos, panorama já admitido também pelo Chefe do Executivo Ho Iat Seng, o secretário afirmou, de acordo com informações citadas pelo GGR Asia, que, apesar desse cenário não estar posto de parte, “as actuais medidas preventivas (…) têm sido eficazes para evitar a propagação do vírus”. “De acordo com a nossa avaliação de risco e as medidas postas em prática dentro dos casinos, ainda é seguro que as operações sejam mantidas, tanto para colaboradores como para as chefias”, explicou Lei Wai Nong.
UM | Teste para fazer rastreio do coronavírus em 30 minutos Hoje Macau - 3 Fev 2020 [dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau (UM) “intensificou o desenvolvimento de um sistema (…) para ajudar a combater o surto” do coronavírus de Wuhan, um ‘kit’ de teste rápido que acelera o processo de detecção do vírus, anunciou ontem a instituição. “A fim de acelerar a detecção de novos coronavírus” a UM “intensificou o desenvolvimento de um sistema (…) para ajudar a combater o surto epidémico”, pode ler-se no comunicado. “Com a ajuda do ‘Virus Hunter’, um ‘kit’ de teste rápido desenvolvido com a tecnologia patenteada da UM, todo o processo de detecção de vírus pode ser concluído em 30 minutos”. O ‘kit’ em causa é “desenvolvido pela Digifluidic Biotech Ltd e é suportado pela tecnologia patenteada da UM. Uma das vantagens é que “permite que o pessoal da linha de frente realize testes rápidos no local em pacientes com suspeita de coronavírus e, assim, ajuda a optimizar o processo de detecção”.
UM | Teste para fazer rastreio do coronavírus em 30 minutos Hoje Macau - 3 Fev 2020 [dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau (UM) “intensificou o desenvolvimento de um sistema (…) para ajudar a combater o surto” do coronavírus de Wuhan, um ‘kit’ de teste rápido que acelera o processo de detecção do vírus, anunciou ontem a instituição. “A fim de acelerar a detecção de novos coronavírus” a UM “intensificou o desenvolvimento de um sistema (…) para ajudar a combater o surto epidémico”, pode ler-se no comunicado. “Com a ajuda do ‘Virus Hunter’, um ‘kit’ de teste rápido desenvolvido com a tecnologia patenteada da UM, todo o processo de detecção de vírus pode ser concluído em 30 minutos”. O ‘kit’ em causa é “desenvolvido pela Digifluidic Biotech Ltd e é suportado pela tecnologia patenteada da UM. Uma das vantagens é que “permite que o pessoal da linha de frente realize testes rápidos no local em pacientes com suspeita de coronavírus e, assim, ajuda a optimizar o processo de detecção”.
Seguros | Agente usa dados de cliente para adquirir máscaras Pedro Arede - 3 Fev 2020 Um residente de Macau foi surpreendido quando tentava adquirir máscaras, após ter sido informado que os seus dados pessoais já tinham sido utilizados noutra farmácia, para o mesmo fim. Recentemente, também a pretexto da pneumonia de Wuhan, um homem foi detido por ter entrado ilegalmente em Macau [dropcap]À[/dropcap] medida que os dias passam, os crimes relacionados com o novo tipo de coronavírus começam a surgir em Macau. Desta feita, um agente de seguros terá utilizado os dados do Bilhete de Identidade de Residente (BIR) de um cliente para adquirir máscaras de forma ilícita numa farmácia localizada na Taipa. Segundo informações avançadas pelo jornal Exmoo, o alerta foi dado no passado dia 29 de Janeiro quando um residente de Macau foi surpreendido no momento em que tentava adquirir máscaras numa farmácia na Avenida da Longevidade, depois de ter sido informado que as informações do seu (BIR) já teriam sido utilizadas para o mesmo fim, dias antes, a 26 de Janeiro, numa farmácia situada na Estrada Governador Albano de Oliveira, na Taipa. Chamada ao local para esclarecer o caso, a Polícia de Segurança Pública (PSP) deu início a uma investigação que levou à identificação de um homem, residente de Macau, com 30 anos de idade. Segundo a mesma fonte, o suspeito, de apelido Chan, confessou ter usado os dados constantes no BIR da vítima, cliente a quem terá vendido um seguro, para comprar máscaras na referida farmácia localizada na Taipa. De acordo com a PSP, o alegado agente de seguros é suspeito do crime de “uso de documento de identificação alheio” e, após investigação, será encaminhado para o Ministério Público. Por ter utilizado um documento de identificação alheio para benefício próprio, segundo a lei, o suspeito pode ser punido com uma pena de prisão até três anos ou com pena de multa. Num comunicado divulgado ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, os Serviços de Saúde (SS) esclareceram que, de forma a evitar “o uso abusivo ou falsificação dos números do BIR dos residentes” a venda de máscara apenas pode ser feita mediante apresentação de documentação original, não sendo válidas nem cópias do BIR, nem a apresentação do número do documento. “Os Serviços de Saúde solicitaram às instituições que prestam os serviços, apenas a aceitação, para a venda das máscaras fornecidas pelos Serviço de Saúde, do original do BIR apresentado pelos residentes”, pode ler-se no comunicado. Ilegal detido Na passada sexta-feira o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) anunciou ter detido um homem do Interior da China que estava desaparecido desde a tarde do dia anterior, após ter fugido durante a realização de exames de despistagem ao vírus da pneumonia de Wuhan. Depois de ter preenchido a declaração de saúde, o indivíduo afirmou ter estado em Wuhan entre 20 e 24 de Janeiro, fazendo dele um caso suspeito da doença. Após a detenção, o imigrante ilegal suspeito de estar infectado com o novo coronavírus foi levado para o Ministério Público e vai agora responder pela prática de dois crimes: reentrada ilegal, que acarreta uma pena máxima de um ano, e crime de evasão, cuja pena máxima pode chegar aos dois anos de prisão. O facto de o residente do Interior, com cerca de 45 anos, ser acusado de “reentrada ilegal” significa que anteriormente já havia sido expulso do território pelo CPSP por se encontrar numa situação de imigração ilegal. Reagindo ao caso por ocasião de uma conferência de imprensa, o Executivo colocou a hipótese de o homem nunca ter estado em Wuhan e de apenas ter declarado esse facto de forma a ter uma oportunidade para fugir. Segundo os Serviços de Saúde, após o exame efectuado antes da fuga ter dado negativo para o novo tipo de coronavírus, o homem vai ser agora sujeito a um segundo teste.
Seguros | Agente usa dados de cliente para adquirir máscaras Pedro Arede - 3 Fev 2020 Um residente de Macau foi surpreendido quando tentava adquirir máscaras, após ter sido informado que os seus dados pessoais já tinham sido utilizados noutra farmácia, para o mesmo fim. Recentemente, também a pretexto da pneumonia de Wuhan, um homem foi detido por ter entrado ilegalmente em Macau [dropcap]À[/dropcap] medida que os dias passam, os crimes relacionados com o novo tipo de coronavírus começam a surgir em Macau. Desta feita, um agente de seguros terá utilizado os dados do Bilhete de Identidade de Residente (BIR) de um cliente para adquirir máscaras de forma ilícita numa farmácia localizada na Taipa. Segundo informações avançadas pelo jornal Exmoo, o alerta foi dado no passado dia 29 de Janeiro quando um residente de Macau foi surpreendido no momento em que tentava adquirir máscaras numa farmácia na Avenida da Longevidade, depois de ter sido informado que as informações do seu (BIR) já teriam sido utilizadas para o mesmo fim, dias antes, a 26 de Janeiro, numa farmácia situada na Estrada Governador Albano de Oliveira, na Taipa. Chamada ao local para esclarecer o caso, a Polícia de Segurança Pública (PSP) deu início a uma investigação que levou à identificação de um homem, residente de Macau, com 30 anos de idade. Segundo a mesma fonte, o suspeito, de apelido Chan, confessou ter usado os dados constantes no BIR da vítima, cliente a quem terá vendido um seguro, para comprar máscaras na referida farmácia localizada na Taipa. De acordo com a PSP, o alegado agente de seguros é suspeito do crime de “uso de documento de identificação alheio” e, após investigação, será encaminhado para o Ministério Público. Por ter utilizado um documento de identificação alheio para benefício próprio, segundo a lei, o suspeito pode ser punido com uma pena de prisão até três anos ou com pena de multa. Num comunicado divulgado ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, os Serviços de Saúde (SS) esclareceram que, de forma a evitar “o uso abusivo ou falsificação dos números do BIR dos residentes” a venda de máscara apenas pode ser feita mediante apresentação de documentação original, não sendo válidas nem cópias do BIR, nem a apresentação do número do documento. “Os Serviços de Saúde solicitaram às instituições que prestam os serviços, apenas a aceitação, para a venda das máscaras fornecidas pelos Serviço de Saúde, do original do BIR apresentado pelos residentes”, pode ler-se no comunicado. Ilegal detido Na passada sexta-feira o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) anunciou ter detido um homem do Interior da China que estava desaparecido desde a tarde do dia anterior, após ter fugido durante a realização de exames de despistagem ao vírus da pneumonia de Wuhan. Depois de ter preenchido a declaração de saúde, o indivíduo afirmou ter estado em Wuhan entre 20 e 24 de Janeiro, fazendo dele um caso suspeito da doença. Após a detenção, o imigrante ilegal suspeito de estar infectado com o novo coronavírus foi levado para o Ministério Público e vai agora responder pela prática de dois crimes: reentrada ilegal, que acarreta uma pena máxima de um ano, e crime de evasão, cuja pena máxima pode chegar aos dois anos de prisão. O facto de o residente do Interior, com cerca de 45 anos, ser acusado de “reentrada ilegal” significa que anteriormente já havia sido expulso do território pelo CPSP por se encontrar numa situação de imigração ilegal. Reagindo ao caso por ocasião de uma conferência de imprensa, o Executivo colocou a hipótese de o homem nunca ter estado em Wuhan e de apenas ter declarado esse facto de forma a ter uma oportunidade para fugir. Segundo os Serviços de Saúde, após o exame efectuado antes da fuga ter dado negativo para o novo tipo de coronavírus, o homem vai ser agora sujeito a um segundo teste.
Comparticipação pecuniária vai começar a ser distribuída em Abril Hoje Macau - 3 Fev 2020 [dropcap]O[/dropcap] risco de epidemia levou o Governo a antecipar a distribuição da comparticipação pecuniária aos residentes, que em vez de Julho, vai começar a ser entregue em Abril. A medida foi anunciada pelo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, na sexta-feira passada. “Acreditamos que há residentes de Macau que estão a sentir dificuldades económicas”, justificou o membro do Governo. De acordo com os valores previstos para este ano, os residentes permanentes vão receber um cheque no valor de 10 mil patacas e os não-permanentes recebem seis mil patacas. O valor é igual ao apresentado no ano passado. Quando anunciou a antecipação do pagamento, o secretário foi confrontado com a possibilidade de haver um pagamento extra, além das 10 mil e 6 mil patacas, mas acabou por não responder à pergunta. O cenário também não foi negado. A medida vai ter um custo de 7,1 mil milhões de patacas aos cofres na RAEM. Ainda no âmbito das medidas a pensar no impacto económico do surto, o Executivo anunciou que as pessoas que arrendam espaços aos Governo ficam isentas do pagamento de renda por um período de três meses. A medida afecta apenas os arrendamentos ao Governo, mas Lei Wai Nong apelou aos privados que tenham em conta o impacto da epidemia para as Pequenas e Médias Empresas. Serviços mínimos Também na sexta-feira o Executivo anunciou que o Governo vai funcionar com serviços mínimos, como forma de prevenir e controlar a epidemia, o que vai permitir que “a maioria dos funcionários públicos” fique em casa esta semana. “A partir do dia 3 e até dia 7 de Fevereiro vamos manter os serviços públicos de base e de nível urgente”, afirmou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U. A responsável apelou ainda para que os funcionários fiquem mesmo em casa durante este período. “Para evitar e prevenir a situação, aqueles que não precisam de se deslocar ao local de trabalho devem evitar sair de casa”, frisou.
Petições | Deputados querem travar entrada de cidadãos do Interior Andreia Sofia Silva - 3 Fev 2020 Os deputados Sulu Sou e Agnes Lam lançaram petições a pedir para travar a entrada de cidadãos oriundos da China durante um breve período de tempo. José Pereira Coutinho lamenta a falta de comunicação entre os Serviços de Saúde de Macau e o pessoal médico da linha da frente [dropcap]T[/dropcap]erminado o período de férias do Ano Novo Chinês e com oito casos de infecção por coronavírus confirmados no território, o Governo recebeu duas petições lançadas pelos deputados Agnes Lam e Sulu Sou, este último ligado à Associação Novo Macau (ANM), onde se pede a proibição temporária de entrada aos cidadãos da China, sobretudo os oriundos da província de Hubei. No caso da petição lançada por Agnes Lam, a entrega aconteceu no passado dia 26 de Fevereiro e pedia “às pessoas para votarem se achavam que se deveria minimizar o movimento das pessoas nas fronteiras e permitir que apenas residentes de Macau e trabalhadores não residentes passassem as fronteiras durante 14 dias”, explicou a deputada ao HM. A petição foi assinada por 20 mil pessoas em apenas uma hora, com 99 por cento dos inquiridos a defender a proibição de entrada de cidadãos chineses. Para a deputada, a situação de contágio por coronavírus poderia ter sido travada desde o início. “O Governo respondeu à situação de forma bastante rápida e fez um bom trabalho no controlo [dos casos]. Mas se tivesse adoptado um controlo mais severo mais cedo, poderíamos ter uma grande oportunidade de evitar casos de infecção a nível local”, frisou Agnes Lam. Objectivos semelhantes tem a petição lançada pelo deputado Sulu Sou e também entregue na sede do Governo no passado dia 26. “Tempos de desespero exigem medidas desesperadas. Exigimos ao Chefe do Executivo para parar com as hesitações e tomar medidas de emergência de acordo com a lei, ordenando uma proibição temporária de entrada dos turistas do Continente, sobretudo aqueles que visitaram a província de Hubei nos últimos dois meses”, lê-se na petição. Falhas de comunicação Apesar de não ter subscrito nenhuma das petições, o deputado José Pereira Coutinho também concorda com a proibição temporária de entrada de cidadãos da China no território. Mas o também presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau vai mais longe e fala de problemas na resposta médica aos casos de coronavírus. “Até agora as medidas adoptadas pelo Governo têm sido, de certa forma, positivas. Mas deveria ser prestada mais atenção ao pessoal da linha da frente, sobretudo na área da saúde, pois continua a haver uma gestão deficiente no rastreio de suspeito de portadores do coronavírus”, disse ao HM. “Tenho recebido diariamente mensagens do pessoal que trabalha no serviço de urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário a queixar-se de um défice de comunicação entre a direcção dos Serviços de Saúde de Macau (SSM) e o pessoal da linha da frente. Há falta de equipamento de protecção pessoal para médicos e enfermeiros. Faltam óculos especiais para a protecção dos olhos e não há vestes suficientes”, acusou o deputado. Fora da área da saúde, José Pereira Coutinho alerta para o facto de “inspectores de vários serviços públicos que trabalham diariamente nas vias públicas não terem protecção alguma”, dando como exemplo a Direcção dos Serviços de Economia, Serviços para os Assuntos Laborais e Serviços para os Assuntos de Tráfego. “Não existe uniformização na protecção dos trabalhadores da linha da frente, onde uns são filhos (Forças de Segurança de Macau) e outros são enteados”, frisou.