Hotéis | Ocupação acima de 95 % no Ano Novo Lunar

Durante as celebrações do Ano Novo Lunar, a taxa de ocupação dos hotéis deverá ultrapassar os 95 por cento, de acordo com as estimativas de Andy Wu Keng Kuong, ao jornal Ou Mun. De acordo com o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, existe a esperança de que os hotéis tenham mais clientes este ano, do que em comparação com o período do Ano Novo Lunar do ano passado.

Andy Wu afirmou também que a indústria estima que os hotéis no Cotai sejam “os mais populares” entre os visitantes, apesar dos preços por cada noite variarem entre e 4 mil e 5 mil patacas. Apesar disso, Wu indicou que os hotéis com baixo e médio custo devem atrair “um grande volume” de clientes.

De acordo com a decisão do Conselho de Estado, o Interior vai gozar de oito dias de feriados, entre 28 de Janeiro e 4 de Fevereiro. Na sexta-feira, Maria Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, afirmou que Macau deverá receber uma média diária de 185 mil turistas, nos dias do Ano Novo Lunar.

Motociclos | Instalados quatro postos de troca de baterias

Foi lançado ontem o projecto-piloto para trocar baterias de motociclos eléctricos em quatro locais. Os “armários” para troca de baterias estão instalados no Parque do Reservatório, na Rua da Doca Seca, na Rua Central da Areia Preta e no Parque Central da Taipa

 

A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) anunciou ontem o lançamento de um projecto-piloto para a troca de baterias de ciclomotores e motociclos eléctricos em quatro locais da península e na Taipa. O projecto que arrancou ontem, e que terá a duração de dois anos, implicou a instalação de “armários” em zonas de estacionamento de motociclos onde se pode trocar uma bateria vazia por outra carregada.

Estes equipamentos estão instalados e prontos a usar no Parque do Reservatório, na Rua da Doca Seca no bairro do Fai Chi Kei, na Rua Central da Areia Preta e no Parque Central da Taipa.

A DSPA garantiu que irá acompanhar a implementação do projecto e manter a comunicação com o sector com o objectivo de procurar mais locais adequados para a instalação de armários de baterias para troca.

Além disso, o Governo salientou que foram reservados espaços para instalar postos de carregamento de ciclomotores/motociclos eléctricos nos parques de estacionamento públicos construídos recentemente.

O que foi feito

Além da instalação destes postos de troca, estão actualmente em funcionamento 630 lugares para carregamento de ciclomotores/motociclos eléctricos em 49 parques de estacionamento públicos de Macau. Em oito parques, estão ainda instalados armários para troca de baterias.

A DSPA afirma que o projecto-piloto foi pensado tendo como “referência as experiências das regiões vizinhas e a situação real de Macau”, e implementado em cooperação com o Instituto para os Assuntos Municipais.

A iniciativa tem como objectivo “melhorar ainda mais a qualidade do ar, assegurar o bem-estar dos cidadãos e concretizar a “Dupla Meta de Carbono” nacional”, e garantir condições logísticas para acompanhar o aumento dos de veículos eléctricos em circulação em Macau.

Segundo os últimos dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, referentes ao passado mês de Novembro, nos primeiros 11 meses de 2024, foram registadas novas matrículas de 11.862 veículos, cerca de um terço (3.654) eram eléctricos.

Desporto | Pereira Coutinho quer construção de mais infra-estruturas

O deputado José Pereira Coutinho interpelou o Governo sobre a necessidade de construir mais infra-estruturas desportivas a pensar no desenvolvimento saudável dos jovens, lamentando que, nos últimos anos, o território tenha sofrido “um desordenado processo de planeamento citadino e rodoviário que contribuiu para a destruição de meia dúzia de campos de futebol de 11 jogadores”.

Assim, “neste momento é extremamente difícil encontrar um campo de futebol público com estruturas adequadas a esta prática desportiva”, tendo em conta o desaparecimento “de dois dos mais frequentados campos de futebol, o Campo Desportivo ‘Lin Fong’ e o campo de futebol do Tap Seac”.

“Que medidas concretas vão ser implementadas pelo Governo para substituir estes dois campos, permitindo que, no futuro, os jovens futebolistas tenham mais oportunidades para se dedicarem a esta modalidade?”, questionou.

Além disso, Pereira Coutinho quer saber quais são os planos existentes para a formação de atletas de futebol e hóquei em campo, a fim de “melhorar a qualidade, o nível e o ranking das equipas e selecções representativas da RAEM em futebol, hóquei em campo e em patins que participam em competições regionais e internacionais”.

Crime | Alerta para abuso de medidas de múltiplas entradas

Leong Sun Iok teme que a medida de múltiplas entradas em Macau para residentes de Zhuhai e Hengqin faça aumentar o contrabando e o trabalho ilegal. O deputado sugeriu ao Governo que aumente as penalizações para empregadores e trabalhadores ilegais

 

A permissão de múltiplas entradas em Macau para residentes de Zhuhai, com período máximo de estadia de sete dias, que entrou em vigor no início deste ano, merece a atenção das autoridades. A ideia foi defendida por Leong Sun Iok, que teme que a nova política, anunciada pelo Governo Central no início de Dezembro, aumente o contrabando e o trabalho ilegal.

O deputado da bancada parlamentar da Federação das Associações dos Operários de Macau (FOAM) considera que a medida pode mesmo ser alvo de abusos por grupos criminosos.

Citando dados oficiais, em declarações ao jornal Ou Mun, o deputado lembra que no ano passado, apesar de as autoridades terem realizado menos acções de fiscalização para detectar trabalhadores ilegais, foram encontradas mais situações de ilegalidade.

Ao longo de 2024, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais e o Corpo de Polícia de Segurança Pública interceptaram 834 trabalhadores ilegais, mais 293 de que em 2023, ou seja, um aumento anual de quase 55 por cento. Face à tendência de aumento, o deputado argumenta que a política de múltiplas entradas pode exacerbar uma situação já complicada.

Fotos e rímel

O deputado salienta o carácter oculto deste fenómeno e reconhece que o trabalho das autoridades não é fácil na execução da lei, em especial para profissões como motorista e trabalhos de remodelação de apartamentos.

Porém, Leong Sun Iok afirma ter recebido queixas de residentes que apontam para o aumento de fotógrafos e maquilhadoras de casamentos a trabalhar ilegalmente em Macau, que inclusive anunciam os seus serviços publicamente nas redes sociais.

Como tal, o deputado sugere que o Governo reforce a cooperação com as autoridades do Interior da China para combater a criminalidade que possa surgir com a política de múltiplas entradas e reforce a penalização para trabalhadores ilegais e os seus empregadores.

Além disso, Leong Sun Iok pede mais inspecções a locais de trabalho onde é frequente serem detectados casos destes, inclusivamente através de agentes à paisana.

BNU | Lançadas novas notas de 50 e 100 patacas

O Banco Nacional Ultramarino (BNU) acaba de lançar novas notas de 50 e 100 patacas, que começaram ontem a circular.

Segundo uma nota de imprensa divulgada pelo banco, o design das notas “foi inspirado na história e evolução de Macau, mostrando o mapa do território durante diferentes eras e gerações”.

Além disso, cada nota “conta uma história relacionada com a transformação da cidade, reflectindo a herança cultural única e o significado histórico que Macau representa”.

O BNU diz que as novas notas “são um reflexo da identidade de Macau como uma comunidade multicultural de características únicas”, continuando a “reforçar o seu compromisso de proporcionar aos cidadãos notas que pautam pelo modernismo e elegância, ao mesmo tempo que incorporam características de segurança actualizadas”.

FSS | 43% dos empregadores ainda não pagaram contribuições

Até ontem, cerca de 18 mil empregadores ainda não tinham pago as contribuições obrigatórias do regime da segurança social, referentes ao quarto trimestre do ano passado, de acordo com um comunicado do Fundo de Segurança Social (FSS). A mesma fonte indicou que o número representa “43 por cento do total dos empregadores que estão sujeitos ao pagamento”.

“Com a aproximação dos feriados prolongados do Ano Novo Lunar, o FSS apela aos empregadores e residentes para efectuarem, com a maior brevidade possível, o pagamento de verbas através da ‘Plataforma para Empresas e Associações’ ou ‘Conta Única de Macau’, de modo a evitar o pagamento fora do prazo e fila de espera”. “Nos termos legais, em caso de pagamento fora do prazo, os empregadores precisam de pagar juros de mora e multa.

O não pagamento atempado das eventuais taxas de contratação de trabalhadores não-residentes, além de poder ser punido com multa, pode ainda conduzir ao fundamento de revogação de autorização de contratação”, foi avisado.

Grande Baía | IPIM procura cooperação em quatro cidades

Uma equipa do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM) realizou este mês visitas a Zhuhai, Foshan, Zhongshan e Jiangmen, onde participou em encontros com 12 órgãos governamentais, empresas e associações comerciais locais com o intuito de traçar planos de cooperação económica regional na Grande Baía.

O IPIM tentou captar empresas envolvidas nas indústrias “1+4”, fez apresentações sobre o “papel único de plataforma sino-lusófona de Macau e as vantagens de um ambiente de negócios livre e aberto”, favorecendo a expansão de empresas e produtos ao exterior através de Macau.

Os representantes do IPIM tiveram também um encontro com uma empresa que está na lista das 500 maiores companhias chinesas, que terá manifestado intenção de aproveitar as vantagens de Macau, como “agente de contacto infalível” com os países de língua portuguesa, para abrir fábricas no Brasil e Angola ainda este ano.

As autoridades indicam que em 2024, entre os investidores que utilizaram o Serviço “One-Stop” para Investidores do IPIM, cerca de 30 por cento eram da Grande Baía.

Função pública | Lei Chan U pede aumento de salários este ano

Com o Governo a recolher opiniões sobre as Linhas de Acção Governativa deste ano, as primeiras de Sam Hou Fai, Lei Chan U espera que seja anunciado o aumento dos salários dos trabalhadores da Função Pública

 

O deputado Lei Chan U defende que o Governo deve aumentar os funcionários públicos este ano e que o anúncio deve ser feito com a apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG). A posição foi tomada através de um artigo publicado no jornal Ou Mun, com o deputado a defender a necessidade de elevar o moral na Função Pública.

Entre os argumentos a favor do aumento dos salários, o vice-presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) indicou que os funcionários são “a base da governação” e o contributo para o moral, que vai permitir uma governação mais eficaz.

Segundo Lei Chan U, a actualização de rendimentos alivia a pressão financeira dos trabalhadores e serve de exemplo para o sector privado, que o deputado afirmou seguir os aumentos do Governo. “O Governo lidera o mercado privado através do exemplo”, destacou.

O legislador apontou também que nos últimos anos da pandemia o anterior Governo apenas por uma vez aumentou os funcionários públicos, apesar da constante subida dos preços de bens de primeira necessidade.

Recorde-se que a questão dos aumentos da função pública tinha sido deixada por Ho Iat Seng, em Novembro do ano passado, para o actual Executivo.

Subsídios sem modificações

Em relação aos funcionários públicos, Lei Chan U defendeu também que o Executivo avance com um aumento de diferentes subsídios, como os apoios de antiguidade, de família, habitação e semelhantes, que indica estarem congelados há cerca de 11 anos.

“Estes subsídios representam uma grande parte do rendimento dos funcionários públicos com menores salários. Espera-se que sejam oportunamente revistos e ajustados em função da evolução social e económica”, argumentou.

O deputado indicou também que nos últimos anos a reserva financeira tem recuperado, revelando a existência de uma folga orçamental para aumentar a despesas com funcionários públicos. Além disso, o legislador defende que as receitas recolhidas através dos impostos vão aumentar nos próximos tempos, devido às políticas do Governo Central, que permitem aos residentes de Zhuhai virem todas as semanas a Macau.

Oxfam | Relatório diz que fortunas dos mais ricos aumentaram em 2024

Um relatório divulgado ontem pela Oxfam indica que as fortunas dos mais ricos do mundo aumentaram dois biliões de dólares no ano passado, o equivalente a 5,7 mil milhões de dólares por dia. A organização não governamental sugere medidas que favoreçam a igualdade e alerta para os riscos da concentração de riqueza e poder

 

Chama-se “Takers not Makers – The unjust poverty and unearned wealth of colonialism” [Os que recebem e não criam – A injusta pobreza e a riqueza não merecida do colonialismo] e é o mais recente relatório da Oxfam, organização não governamental (ONG) que reúne 19 países. O documento chama atenção para a pobreza no mundo e para as desigualdades na distribuição da riqueza.

O relatório divulgado ontem conclui que a desigualdade não dá sinais de abrandar. Isto porque, no ano passado, a riqueza combinada de multimilionários, a nível global, aumentou dois biliões de dólares, o equivalente a 5,7 mil milhões de dólares por dia, segundo a Oxfam.

Tal significa que cresceu a um ritmo três vezes superior ao do ano anterior, de acordo com a ONG.

Esta foi a principal conclusão do relatório divulgado ontem por ocasião do início do Fórum Económico Mundial de Davos, que todos os anos reúne os principais líderes políticos e económicos do mundo na cidade alpina.

Só no último ano, refere o relatório, surgiram em média quase quatro novos multimilionários por semana, dado que a Oxfam põe em contraste com os dados da pobreza do Banco Mundial, que estima que o número de pessoas que vivem com menos de 6,85 dólares por dia quase não se alterou desde 1990.

Em 2024, havia em todo o mundo 2.769 multimilionários, em vez de 2.565 no ano anterior, e a sua riqueza combinada aumentou de 13 para 15 biliões de dólares em apenas 12 meses. É o segundo maior aumento da riqueza combinada dos multimilionários num único ano desde que há registo.

Mais 100 milhões

A riqueza conjunta dos dez homens mais ricos do mundo aumentou, em média, quase 100 milhões de dólares por dia, indica o estudo. Mesmo que perdessem 99 por cento da sua riqueza de um dia para o outro, “continuariam a ser multimilionários”.

A ONG prevê que, em menos de uma década, surja o primeiro “bilionário” do planeta e não exclui a possibilidade de haver pelo menos cinco. A nível mundial, o relatório revela que 36 por cento da riqueza dos mais ricos é herdada e 61 por cento é também marcada pelo clientelismo e/ou ligada ao poder monopolista.

A Oxfam baseia-se nos dados do ‘ranking’ de riqueza da revista Forbes, que mostram que todos os multimilionários com menos de 30 anos herdaram a sua riqueza e, segundo dados do banco suíço UBS, nos próximos 20 a 30 anos, mil dos multimilionários actuais deixarão aos seus herdeiros mais de 5,2 biliões de dólares.

Dinheiro do Sul

Para a Oxfam, o sistema “faz com que se movam grandes fluxos de dinheiro do Sul global para o Norte, beneficiando a população mais rica”, numa espécie de “colonialismo moderno”.

Só em 2023, através do sistema financeiro, terão sido retirados 30 milhões de dólares por hora dos países do Sul global para o 1 por cento mais rico dos países do Norte global, como o Reino Unido, os Estados Unidos e França.

Deste modo, os “super-ricos” dos países do Norte global controlam 69 por cento da riqueza mundial, concentram 77 por cento da riqueza conjunta de todos os multimilionários e representam cerca de 68 por cento do total, embora constituam apenas 21 por cento da população mundial.Para contextualizar esta desigualdade, a Oxfam refere o problema da habitação em Espanha e estima que “os cinco futuros bilionários do planeta terão tanto dinheiro que poderão comprar todas as casas do país”.

Em contraste, é chamada a atenção para o facto de a “classe trabalhadora lutar para sobreviver.” “Quem vive em pobreza em todo o mundo continua a enfrentar múltiplas crises, pois as cicatrizes da pandemia ainda estão connosco sob forma de dívidas impagáveis, salários mais baixos e preços de géneros alimentícios muito mais elevados”.

Além disso, “os conflitos também estão a aumentar, o que contribui para a pobreza, fome e desigualdade”, sem esquecer “o enorme impacto humano da degradação climática que aumenta todos os anos, com mortes causadas por calor excessivo, condições climáticas extremas e fome”.

A Oxfam diz mesmo que a reeleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos, em Novembro último, “deu um enorme impulso às fortunas dos bilionários, enquanto as suas políticas estão preparadas para atiçar ainda mais as chamas da desigualdade”.

A ONG destaca também dados do Banco Mundial no seu mais recente relatório sobre pobreza, onde é referido que “se as actuais taxas de crescimento se mantiverem e a desigualdade não diminuir, será necessário mais de um século para acabar com a pobreza”. O documento mostra que “se reduzirmos a desigualdade, a pobreza poderia ser eliminada três vezes mais depressa”.

Um dos destaques vai para a contribuição das mulheres para a riqueza de poucos. “As mulheres racializadas que vivem na pobreza, especialmente as que estão no ‘Sul Global’, continuam a subsidiar a economia global. Estima-se que todos os dias as mulheres contribuem com 12,5 biliões de horas de trabalho não remunerado, acrescentando pelo menos 10,8 triliões de dólares em valor à economia global”. Nesse contexto, “a contribuição económica do seu trabalho de prestação de cuidados é três vezes superior ao valor financeiro da indústria tecnológica mundial”.

Um novo colonialismo

É certo que a descolonização de regiões colonizadas por potências europeias começou a ocorrer com mais força a partir da Conferência de Bandung, em 1955, mas persistem sinais de desequilíbrio de poder entre povos e países que explicam, em parte, a desigualdade de riqueza que ocorre hoje.

A ideia de um novo colonialismo, no sentido em que regiões como a Europa ou América do Norte continuam a explorar os países do Sul, sobretudo os menos desenvolvidos, está bem patente no relatório da Oxfam. “A ascensão de uma nova oligarquia em que a herança, o clientelismo e o poder de monopólio geram riqueza extrema. Sem controlo, estamos prestes a ver a maior transferência da maior riqueza geracional da história da humanidade, dificilmente ganha, dificilmente tributada”.

O que se passa hoje é um panorama de “colonialismo bilionário”, descreve a Oxfam, com a “transferência de riqueza não apenas para os ultra-ricos, mas desproporcionadamente para os ultra-ricos do Norte Global”. Há um “acerto de contas com o colonialismo não só como uma história de extração brutal de riqueza, mas também como uma força poderosa que conduz a níveis extremos de desigualdade hoje”.

A Oxfam chama também atenção para uma nova onda de colonialismo patente nas acções das grandes instituições económicas e financeiras que decidem o rumo da economia global, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Banco Mundial. “As instituições globais, os mercados financeiros e as empresas multinacionais, todas elas moldadas pelo colonialismo e domínio dos países ricos, continuam a facilitar a transferência sul-norte de triliões de dólares todos os anos.”

Para a Oxfam, a ONU, FMI e Banco Mundial “foram criados há 80 anos, perto do fim do período colonial histórico, e a sua governação desigual pouco se alterou desde então”.

“Os países do G7 continuam a deter 41 por cento dos votos no FMI e Banco Mundial, apesar de terem menos de dez por cento da população mundial. Os líderes do Banco Mundial e do FMI continuam a ser decididos pelos Estados Unidos e Europa, respectivamente. De igual modo, os países europeus e outras nações do Norte Global detêm 47 por cento do total de assentos no Conselho de Segurança da ONU, apesar de representarem apenas 17 por cento da população mundial”.

De referir que “o FMI e o Banco Mundial continuam a ter uma enorme influência no sistema económico global e, em particular, nas políticas económicas dos países de baixo e médio-baixo rendimento”. Estas entidades, segundo a Oxfam, “insistem sistematicamente na implementação de cortes em despesas críticas”.

Um dos exemplos apresentados é do FMI, que “exige que os países devedores priorizem o pagamento das dívidas a credores acima de tudo e que implementem políticas que incluam a privatização, liberalização do comércio e redução dos défices públicos para obter novos empréstimos”. “Estas políticas prejudicam o acesso a uma educação de qualidade e a preços acessíveis e cuidados de saúde, com um impacto negativo na saúde pública”, acrescenta-se.

O que fazer?

A Oxfam propõe uma série de medidas para mitigar a crescente desigualdade entre os mais ricos e o resto do planeta, sugerindo, entre outras, que os Governos se comprometam a garantir que o rendimento dos dez por cento mais ricos da população não excederá o dos 40 por cento mais pobres, tanto a nível nacional como mundial.

O relatório insta também a um aumento dos impostos sobre as grandes fortunas, através de um sistema fiscal internacional concebido pela ONU, e a eliminação dos paraísos fiscais. Com Lusa

EUA | TikTok deixa de funcionar no país

A TikTok deixou de funcionar no sábado nos EUA, após o Supremo Tribunal decidir manter uma lei aprovada pelo Congresso que obriga a aplicação a desvincular-se da empresa-mãe, a chinesa ByteDance, ou a enfrentar o encerramento.

A plataforma de partilha de vídeos curtos, com 170 milhões de utilizadores nos Estados Unidos, enviou a muitos deles um aviso com a seguinte mensagem: “Desculpe, a TikTok não está disponível neste momento”. Além disso, atribuiu a suspensão das operações à legislação promovida pelo Congresso.

No entanto, de acordo com a administração do Presidente cessante, Joe Biden, a TikTok tomou a decisão por iniciativa própria.

Na sequência da decisão do Supremo Tribunal, a Casa Branca anunciou que o actual Executivo não faria cumprir a lei, deixando a aplicação desta para o Presidente eleito, Donald Trump, que toma posse hoje.

A TikTok luta há meses contra esta lei, aprovada pelo Congresso norte-americano em Março, em nome da segurança nacional. O Supremo Tribunal dos Estados Unidos recusou-se a suspendê-la, selando o destino da rede social no país, a menos que haja uma intervenção de última hora.

O novo governo dos Estados Unidos “vai pôr em prática medidas para evitar que a TikTok fique indisponível” no país, disse, na sexta-feira, o conselheiro de segurança nacional escolhido pelo presidente dos Estados Unidos eleito, Donald Trump, numa entrevista.

Mongólia | Novo recorde de turistas em 2024

A Mongólia registou um aumento significativo no número de turistas estrangeiros em 2024, totalizando 727.400 visitantes, número ainda aquém da meta de um milhão estabelecida pelas autoridades.

O valor representa um aumento de 22 por cento em comparação com o ano anterior, de acordo com dados divulgados no sábado pelo país asiático.

O aumento de turistas, indicam as estatísticas, deve-se sobretudo a uma subida de visitantes asiáticos, nomeadamente chineses, japoneses e taiwaneses. A Mongólia está a promover o desenvolvimento do turismo sustentável para proteger os recursos naturais do país.

Criou o programa “Go Mongolia 2.0”, centrado na promoção do turismo nas quatro estações do ano e no desenvolvimento regional do sector, lançando projectos de infra-estruturas, como a construção de 4.440 quilómetros de estradas, a melhoria dos postos fronteiriços e novas ligações ferroviárias e aéreas entre regiões.

O Governo mongol sublinhou ainda a importância do planeamento de infra-estruturas – como parques de campismo e rotas de viagem bem definidas – e da protecção de zonas sensíveis.

Desde 2019, um projecto de turismo sustentável apoiado pelo Banco Asiático de Desenvolvimento tem incidido na construção de infraestruturas e na gestão de resíduos em destinos chave, como o lago Khovsgol e o complexo natural de Onon Balzhin.

O sector do turismo gerou receitas recorde de 1,5 mil milhões de dólares em 2024, desempenhando um papel importante nos esforços da Mongólia para diversificar a economia historicamente dependente da mineração. A administração do país designou os anos 2023-2028 como os “Anos de Visita à Mongólia”, com o objectivo de atrair pelo menos um milhão de turistas por ano.

Burla | Mais de três anos de prisão por uso de notas falsas

Um homem foi condenado a três anos e três meses de prisão efectiva por usar “notas de treino”, ou seja, falsas, num esquema de burla de troca de dinheiro que envolveu contactos via WeChat e um intermediário que apresentou queixa do caso. O acusado recorreu da sentença, sem sucesso

 

Um homem foi condenado a três anos e três meses de prisão efectiva por ter ajudado a transportar “notas de treino”, ou seja, notas falsas num esquema de câmbio promovido através da rede social WeChat. O caso remonta a Outubro de 2023. O acusado recorreu da sentença para o Tribunal de Segunda Instância (TSI), que, no entanto, não deu provimento ao recurso.

Tudo começou quando o acusado “alcançou um acordo de cooperação com vários indivíduos via WeChat”, em que estes “mentiam, dizendo que eram capazes de trocar RMB [renminbis] por dólares de Hong Kong”, descreve o acórdão do TSI. Para tal, era feito um pedido nesse grupo para que “quem quisesse cambiar RMB para os transferir para uma designada conta bancária no Interior da China”.

O acusado mostrou, nesse grupo”, as chamadas “notas de treino”, em tudo semelhantes às notas de mil dólares de Hong Kong, sendo que o objectivo era “enganá-los visualmente e apoderar-se ilegitimamente do dinheiro”.

Sucede que outro homem travou conhecimento com um cambista a operar em Macau “por intermédio de amigos”. Este cambista disse “poder trocar 482.500,00 RMB por 500.000,00 HKD em numerário”, tendo dado todas as informações desse negócio ao acusado, que depois entregou num quarto de hotel um “saco de viagem preto contendo seis maços de ‘notas de treino’ agrupados com gazes brancas”, a fim de concluir o câmbio com o homem que contactou o cambista.

Fraca ilusão

Já na posse dos 500 mil dólares de Hong Kong, o homem que fez o contacto com o cambista em Macau transferiu o dinheiro, “através de um amigo”, para a conta bancária que tinha sido indicada no grupo do WeChat, mas apercebeu-se então “da falsidade dos dólares de HK entregues por A [acusado]”. Foi aí que, “percebendo que foi enganado por este, participou o acontecimento à polícia”.

Na primeira instância houve, assim, uma condenação de três anos e três meses de prisão pelo crime de burla de valor consideravelmente elevado, “cometido em co-autoria material e de forma consumada”, sendo que o acusado foi levado a “assumir responsabilidade solidária com os associados, se houvesse de pagar 482.500,00 RMB a B [homem que contactou o cambista], a título de indemnização”.

No recurso apresentado junto do TSI, o acusado argumenta que “foi enganado e utilizado por outrem e que aproveitara a sua viagem a Macau para transportar dinheiro, a fim de ajudar outros”. Este disse ainda não saber “que as notas em questão eram ‘de treino'”, até o homem que fez a queixa à polícia ter verificado isso.

O acusado referiu também, para provar a inocência, que nunca teve “intenção de burlar outrem para se enriquecer e em termos objectivos, que nunca havia posto em prática uma artimanha para iludir” o homem que fez a queixa. Assim, “não estavam verificados os requisitos constitutivos do crime de burla”.

Porém, o TSI não teve o mesmo entendimento, tendo comprovado que o acusado procurou obter “benefícios ilegítimos tanto para si próprio como para outrem”, juntando-se “a outros por acordo de cooperação, para induzir B [o queixoso] em engano acerca da autenticidade das notas”.

Os desesperados

Encontrei um homem com cerca de 60 anos de idade a vender a revista ‘Cais’. Iniciámos uma conversa e fiquei abalado. O senhor foi toxicodependente e sem-abrigo a dormir nas ruas de Lisboa durante anos. Foi identificado e enviado para um centro de recuperação da toxicodependência. Recuperou e passou a vender a referida revista.

Transmitiu-me o absurdo que vos quero relatar: há 15 anos que requer à Câmara Municipal de Lisboa uma habitação, nem que fosse uma casinha com apenas um quarto. Há 15 anos que obtém uma resposta que não reúne as condições para a concessão de uma casa. Tem vivido estes 15 anos sem qualquer privacidade e condições mínimas de qualidade numa casa municipal com a sua irmã. Contactámos as autoridades municipais e obtivemos uma resposta de que existem milhares de “desesperados” a solicitar uma casa. Milhares? E todos estes portugueses são a prova de que a Constituição portuguesa não é cumprida há décadas, cuja legislação diz que todo o cidadão tem direito a uma casa.

Continuamos a ver pelas ruas de Lisboa um número crescente de sem-abrigo. Muitos não são toxicodependentes. Quando dobram os cobertores que lhes foram oferecidos por pessoas sensíveis a este drama, caminham para um trabalho. É no local de trabalho que ingerem algum alimento, que se lavam e que fazem as suas necessidades. Mas trabalham e acabado o horário de trabalho regressam ao local onde têm alguns cartões no chão e os cobertores a marcar o lugar. Isto, é chocante.

O Governo fala demagogicamente em resolver o problema da habitação, mas o que temos visto é a autorização para a construção de condomínios de luxo. Onde está o uso dos muitos milhares de milhões de euros do PRR vindos da União Europeia? Onde está a construção de bairros sociais com dignidade, onde existam centros de saúde, correios, creches, supermercados e jardins infantis? Onde está o anúncio governamental da construção de casas de renda acessível para cidadãos sem residência e de baixos recursos financeiros? O partido Bloco de Esquerda ainda na semana passada, no Parlamento, requereu ao Governo que informasse qual o plano de habitação futura, algo que já solicitou várias vezes. Possivelmente não obterá resposta porque a preocupação do Governo é o aeroporto de Alcochete, é as várias vias férreas de TGV, é a cedência de terrenos baldios para a construção de condomínios de rendas impossíveis de serem pagas por gente pobre e é a privatização da TAP.

O país não pode continuar a fingir que não vê a realidade da falta de habitação para estudantes e para pobres. É urgente que tomemos conhecimento oficial da construção de quantas habitações com o fim de serem cedidas a arrendatários de baixos recursos. Viver na rua é doloroso, é chocante, é desumano, é injusto, é ilegal e é acima de tudo uma falta do cumprimento da Constituição. O Governo não pode continuar a aceitar que centenas de oportunistas explorem estudantes universitários e fujam ao fisco. Existem centenas de casos em que esses indivíduos têm uma casa de sete quartos, com duas casas de banho, e seis estão alugados a estudantes ao preço de 500 euros cada, ou seja, têm um rendimento mensal líquido de três mil euros sem passar recibo.

O Orçamento do Estado insere milhões de euros para acções supérfluas e isto não pode acontecer. Primeiramente está o nível de vida decente dos portugueses, muito antes de enviar milhões de euros para a Ucrânia. Os “desesperados” são aos milhares e aguardam que lhes seja dada uma casa há mais de uma década. Ministros e autarcas não têm vergonha desta situação? Não lhes dói o coração ao saberem que os seus semelhantes dormem na rua? As autoridades governamentais vivem com a consciência tranquila ao saberem que milhares de portugueses precisam de uma casa e nada fazem para resolver o problema? Muito recentemente num bairro de Lisboa foi inaugurado um edifício de quatro andares com várias fracções em cada piso. Uma construção de qualidade. Quando os alicerces tiveram o seu início nós próprios dirigimo-nos à edilidade lisboeta para nos inscrevermos e requerermos pertencer à possibilidade de obter nesse edifício uma fracção, já que tinha sido anunciado pela edilidade que o referido edifício seria para rendas acessíveis. Terminou a obra e o edifício está ocupado por moradores que entram na garagem do prédio com carros de topo de gama, como BMW, Tesla e Volvo. Os amigos leitores acham que as fracções foram concedidas a lisboetas com baixos rendimentos? Não. Segundo as nossas fontes, foram residir para o prédio em questão somente amigos de alguns directores da Câmara Municipal. Neste sentido, nunca os pobres irão ter uma casa minimamente digna.

Em Julho do ano passado, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, anunciou que Lisboa tinha 3378 pessoas em situação de sem-abrigo na cidade e que dessas, 594 não tinham tecto. E em seis meses que, entretanto, passaram, quantas casas foram construídas para todos esses cidadãos? Na altura, Moedas fez-nos rir de assombro quando adiantou que a edilidade iria “gastar cerca de 70 milhões de euros até 2030 com o aumento das vagas de acolhimento para sem-abrigo”. Até 2030? Isto, é gozar com o pagode. Sete anos para arranjar “vagas de acolhimento”? Uma média de 10 milhões de euros por ano? Sejamos sérios e realistas e indagamos o que é que se constrói com 10 milhões num ano? E é este mesmo edil que na semana passada teve a preocupação imediata de arrasar com Alexandra Leitão, assim que a mesma foi anunciada como candidate do Partido Socialista à Câmara Municipal de Lisboa, titulando-a como uma política radical muito próxima do Bloco de Esquerda. Obviamente, que enquanto um edil se comportar como apoiante de um Governo, não existirá a preocupação de construir casas para pobres. E os “desesperados” que continuem à espera que uma casa caia do céu…

Cinema | Studio City exibe comédia “Hit N Fun” passada em Macau

Estreou no sábado nos cinemas da Studio City o filme “Hit N Fun”, uma comédia de acção com produção de Hong Kong, que tem as regiões administrativas especiais como pano de fundo.

“O enredo do filme passa-se em Macau porque a cultura e o estilo de vida de Hong Kong e Macau são semelhantes. Isso torna a história relacionável com o público de Hong Kong, e a mistura da arquitectura antiga e nova de Macau também acrescentou a riqueza e o contraste aos visuais”, indicou o realizador Albert Mak, num comunicado divulgado pela Studio City.

O filme, patrocinado pelo Studio City, conta no elenco com Louis Koo, Philip Ng, German Cheung, Chrissie Chau e Louise Wong. Esta última revelou alguns detalhes da produção.

“Toda a gente dizia que o escorrega era muito alto, e só de olhar para ele os meus joelhos fraquejavam. Felizmente, o realizador conseguiu a filmagem em apenas dois takes. O escorrega foi verdadeiramente emocionante”, conta a actriz sobre uma cena de acção filmada no parque aquático da Studio City. Entre os locais de filmagem, destaque o Albergue SCM e o popular Café Cheong Lam Kei.

Governo apresenta cartaz de celebrações para o Ano Novo Lunar

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) apresentou na sexta-feira o programa de celebrações do Ano Novo Lunar, que irá contar com a tradicional Parada de Celebração e três espectáculos de fogo-de-artifício.

No cartaz, destaque para o Desfile do Dragão Gigante Dourado, que irá passar por alguns pontos dos bairros comunitários, nos primeiros dois dias do Ano Novo Lunar (29 e 30 de Janeiro).

A festa será alargada a vários bairros de Macau, com actuações de grupos de dança do dragão e do leão, o Deus da Fortuna, os três Deuses da Felicidade, Longevidade e Prosperidade, a Cobra do zodíaco chinês. Segundo a DST, estas actuações vão enriquecer “o ambiente festivo nos bairros comunitários, a fim de levar os visitantes aos bairros comunitários e dinamizar a economia dos mesmos”.

Outro dos pontos incontornáveis das celebrações, são os “Espectáculos de Fogo-de-Artifício do Ano Novo Chinês”, que se realizam na zona ribeirinha em frente à Torre de Macau no terceiro dia do Ano Novo Lunar (31 de Janeiro), às 21h45, no sétimo dia do Ano Novo Lunar “Dia de Todos os Aniversários” (4 de Fevereiro), e no Festival das Lanternas (12 de Fevereiro), às 21h. As três exibições pirotécnicas vão durar 15 minutos cada.

Como é habitual, serão montados locais para visualizar os espectáculos de fogo-de-artifício no Anim ‘Arte NAM VAN, entre o Centro Ecuménico Kun Iam e a Zona de Lazer da Marginal da Estátua de Kun Iam, na Avenida de Sagres (ao lado do Hotel Mandarin Oriental Macau), no passeio ribeirinho do Centro de Ciência de Macau, na Estrada Marginal do Lago (ao lado do Hotel YOHO Ilha de tesouro Resorts Mundial) e na Avenida do Oceano da Taipa. Nestes locais serão instaladas colunas de som para passar música, para criar um ambiente mais festivo.

Integração cultural

A DST indicou que o programa relativo à Parada de Celebração e ao Desfile do Dragão Gigante Dourado voltaram a ser enquadradas pelo Ministério da Cultura e Turismo da China nas actividades “Feliz Ano Novo Chinês”, apresentando um conteúdo rico e diversificado, que demonstra “a profunda integração cultural e turística de Macau enquanto centro mundial de turismo e lazer”.

O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes espera que as celebrações deste ano permitam a “residentes e visitantes, sentir o encanto do “turismo + eventos” e promover a economia comunitária.

AMAGAO | Obras de 32 artistas para ver até Março no Artyzen Grand Lapa

A exposição da galeria AMAGAO, no Artyzen Grand Lapa, traz uma panóplia de artistas locais e estrangeiros, com ligações à lusofonia, muitos deles que já expuseram em Macau. “Good Time” [Bom Momento] faz-se já sem José Isaac Duarte à frente do projecto da AMAGAO, que conta agora com Vítor Hugo Marreiros

 

Chama-se “Good Time” [Bom Momento] e é com ela que a galeria AMAGAO dá as boas vindas ao ano de 2025. A nova exposição patente no Artyzen Grand Lapa até 17 de Março traz uma variedade de artistas e de trabalhos artísticos, num total de 32, oriundos de 12 países e regiões diferentes, não só da China, Macau e Hong Kong como de países como Brasil, França, Guiné-Bissau, Indonésia, Itália, Portugal, São Tomé e Príncipe, Tailândia e Estados Unidos da América.

A exposição foi inaugurada na última sexta-feira e apresenta trabalhos de artistas já bem conhecidos do público local, nomeadamente o arquitecto Alexandre Marreiros ou Alice Kok, ligada à curadoria de diversos projectos artísticos e co-fundadora da AFA – Art For All Society. Destaque ainda para o trabalho de joalharia de Cristina Vinhas ou dos desenhos de Eric Fok, conhecido pelos seus mapas artísticos cheios de detalhes, ou ainda Giulio Acconci e Fortes Pakeong Sequeira, só para enumerar alguns residentes que voltam a expor os seus trabalhos.

De resto, a AMAGAO resolveu trazer de novo alguns artistas que já expuseram em Macau em mostras anteriormente promovidas por esta galeria, como é o caso de Suzy Bila, artista que trouxe, em 2023, “Paisagens Interiores”, integrada na Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau.

Nascida em Moçambique e a residir em Portugal, Suzy Bila confessou ao HM, por altura da exposição, que “a pintura não tem territórios”, e que não faz arte para todos, sujeitando-se a múltiplas análises e olhares.

Outro nome que estará representado em “Bom Momento”, é Abílio Febra, natural de Leiria e que trabalha essencialmente com escultura.

Além de inaugurar um novo ano com esta exposição, a galeria AMAGAO apresenta uma nova reestruturação interna, uma vez que José Isaac Duarte, co-fundador, deixou o projecto, apurou o HM, estando neste momento o artista e designer macaense Vítor Hugo Marreiros na equipa, ao lado de Lina Ramadas.

Inspirações dinásticas

“Bom Momento” vai buscar parte da sua essência a um poema do período da dinastia Song, reflectindo, segundo uma nota da organização, “um sentimento de serenidade e gratidão pelas estações da vida”.

“Na Primavera há todo o tipo de flores, no Outono há lua, no Verão há brisas frescas e no Inverno há neve. Quando não há nada com que nos preocuparmos, essa é uma boa estação da vida humana”, é descrito. Desta forma, a exposição “convida os visitantes a abrandar o ritmo, a apreciar a arte e a encontrar tranquilidade no seu ‘jardim’ diversificado de expressões criativas”.

Esta mostra é, ao mesmo tempo, “um presente de Ano Novo que a galeria AMAGAO oferece à comunidade, enfatizando a capacidade da arte de promover a paz e a harmonia”.

Joey Ho, curadora convidada, disse que o objectivo é fazer com que o público possa “abrandar o ritmo e apreciar as obras”, sendo, assim, possível “desfrutar do bom momento partilhado pelos artistas”.

Rutger Verschuren, director-geral do Artyzen Grand Lapa, destacou que a colaboração desta unidade hoteleria com a galeria AMAGAO “continua a proporcionar oportunidades inigualáveis de intercâmbio artístico”, sendo que esta mostra “é um reflexo impressionante de como a arte pode unir-nos e enriquecer as nossas experiências, marcando um início de ano significativo”.

China | População diminui pelo terceiro ano consecutivo

A população da China diminuiu em 2024 pelo terceiro ano consecutivo, segundo dados divulgados na sexta-feira, que apontam para novos desafios demográficos na segunda nação mais populosa do mundo.

A população da China fixou-se em 1,408 mil milhões de pessoas, no final de 2024, o que representa uma diminuição de 1,39 milhões, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os números anunciados pelo Governo seguem as tendências mundiais, mas especialmente no Leste da Ásia, onde o Japão, a Coreia do Sul, Hong Kong e outros países e regiões viram as taxas de natalidade cair a pique. Há três anos, a China juntou-se ao Japão e à maior parte da Europa de Leste entre os países cuja população está a diminuir.

As razões são, em muitos casos, semelhantes: O aumento do custo de vida está a levar os jovens a adiar ou a excluir o casamento e o nascimento de filhos, enquanto prosseguem estudos superiores e carreiras. Embora as pessoas estejam a viver mais tempo, isso não é suficiente para acompanhar a taxa de novos nascimentos.

Os dados ontem divulgados revelaram que o desequilíbrio entre os sexos é de 104,34 homens para cada 100 mulheres, embora grupos independentes considerem que a diferença é consideravelmente maior.

Mais preocupante para o Governo foi a queda drástica da taxa de natalidade, com a população total da China a diminuir pela primeira vez em décadas em 2023 e a China a ser ultrapassada pela Índia como a nação mais populosa do mundo no mesmo ano.

Pequim ultrapassa Washington no número de cientistas de topo

A China ultrapassou nos últimos anos pela primeira vez os Estados Unidos em número de peritos de alto nível na área da ciência e tecnologia, de acordo com um estudo de uma instituição chinesa.

A análise, elaborada pela unidade de investigação Dongbi, incluiu dados relativos ao período entre 2020 e 2024 e revelou que o número de cientistas de topo na China aumentou, enquanto o número nos Estados Unidos diminuiu.

A equipa responsável pelo relatório recolheu uma amostra de mais de 40.000 artigos científicos altamente citados, publicados entre 2020 e 2024 em 129 revistas académicas internacionais de topo numa série de disciplinas, extraindo depois informações sobre os autores.

Wu Dengsheng, fundador da Dongbi Data e professor na faculdade de administração da Universidade de Shenzhen, disse que a análise mostrou o quanto o sector está a mudar em todo o mundo. “Nos últimos cinco anos, o panorama global do talento científico e tecnológico de alto nível sofreu profundas alterações”, afirmou Wu.

“A China e os EUA estão a dominar de forma consistente, mas com tendências diametralmente opostas”, apontou. A Academia Chinesa de Ciências, a maior organização científica do mundo, com mais de 100 institutos em toda a China, encabeçou a lista com 3.615 cientistas de topo. Este número é muito superior ao da Universidade de Harvard, com 1.683, e ao da Universidade de Stanford, com 1.208.

Mudanças visíveis

As conclusões do relatório, juntamente com os resultados de outras análises semelhantes, apontam para uma mudança na força científica entre os EUA e a China nos últimos anos.

De acordo com um relatório publicado em 2023 pelo Instituto de Informação Científica e Técnica da China, sob a tutela do Ministério da Ciência e Tecnologia, a China contribuiu com quase um terço dos artigos académicos publicados nas revistas internacionais mais influentes em 2022.

Foi a primeira vez que a China ultrapassou os EUA para assegurar a primeira posição a nível mundial. Na última edição da Nature – uma das mais antigas e prestigiadas revistas científicas – publicada a 8 de Janeiro, quase metade dos estudos incluía trabalhos de investigadores de etnia chinesa.

Diplomacia | Trump e Xi falaram ao telefone

Antes da tomada de posse agendada para hoje, os líderes das maiores economias mundiais trocaram impressões por telefone

 

O Presidente eleito dos EUA e o líder chinês, Xi Jinping, falaram na sexta-feira ao telefone, divulgou Pequim, com Donald Trump a garantir trabalho dos dois países para “tornar o mundo mais pacífico e seguro”.

A agência noticiosa AP cita um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, enquanto a agência noticiosa Xinhua escreveu que “o Presidente chinês, Xi Jinping, manteve na sexta-feira uma conversa telefónica com o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump”.

A conversa ocorreu três dias antes da tomada de posse de Trump, que confirmou na rede social ‘Truth Social’ ter falado com o líder chinês, referindo que “a chamada foi muito boa tanto para a China como para os EUA”.

Trump revelou que entre os assuntos abordados estiveram o comércio, o opiáceo fentanil e a rede social TikTok, entre outros assuntos. “O Presidente Xi e eu faremos tudo o que for possível para tornar o mundo mais pacífico e seguro”, garantiu.

Sorrisos frágeis

A relação entre Estados Unidos e a China deverá ser um dos principais focos do regresso do republicano à Casa Branca, com tensões entre as duas superpotências em áreas como o comércio, tecnologia e a ilha de Taiwan.

Trump já ameaçou impor tarifas de 60 por cento sobre todas as importações chinesas para os Estados Unidos, mas também elogiou no passado a sua relação com Xi, sugerindo ainda como Pequim poderia ajudar a mediar crises internacionais, como a guerra na Ucrânia.

Em Dezembro, Trump afirmou ao programa “Meet the Press” que tem comunicado com Xi desde que ganhou as eleições. Nessa entrevista, Trump disse ter “uma relação muito boa” com o líder chinês, garantindo que Taiwan ficou fora dessas conversas. Na segunda-feira, a China será representada na tomada de posse não por Xi, mas pelo vice-presidente Han Zheng.

Han Zheng na tomada de posse

A China anunciou sexta-feira que o líder chinês, Xi Jinping, decidiu enviar o vice-presidente, Han Zheng, para assistir à tomada de posse de Donald Trump. O presidente eleito dos Estados Unidos, que vai cumprir um segundo mandato, vai tomar posse hoje em Washington. A equipa de transição de Donald Trump anunciou em Dezembro que o republicano quebrou a tradição ao convidar o Presidente do país asiático e outros líderes mundiais para a cerimónia.

Han participa na investidura como “representante especial” de Xi Jinping, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “A China adopta os princípios do respeito mútuo, da coexistência pacífica e da cooperação vantajosa para todos ao rever e desenvolver as suas relações com os Estados Unidos”, afirmou, em comunicado, a diplomacia chinesa. “Estamos prontos a trabalhar com a nova administração norte-americana para melhorar o diálogo e a comunicação”, acrescentou.

Pequim, lê-se ainda na nota, quer “prosseguir conjuntamente relações estáveis, saudáveis e sustentáveis entre a China e os Estados Unidos e encontrar o caminho certo para que os dois países se entendam”.

A proximidade afectiva de Pan Simu com o ímpar Mi Fu

Mi Fu (1051-1107), o singular calígrafo, poeta e pintor da dinastia Song que cultivou a estranheza na sua vida pessoal para se abster da contaminação dos assuntos mundanos, de pinturas antigas ou modernas que observava, escreveu que essas «coisas não me tocam nem me agitam quando me sento de pernas cruzadas como um monge, esquecendo todos os problemas e colocando-me em harmonia com o vazio vasto e azul» (Huashi), seria no futuro objecto de uma imensa admiração.

Em Dantu, um dos três distritos de Zhenjiang (Jiangsu) onde ele viveu mais de quatro décadas, a sua memória é celebrada num parque único no país onde se podem observar mil e trezentas cópias de gravações de caligrafias em pedra. Aludindo à sua fonte de inspiração, foi adequadamente concebido diante da Colina dos dez li, com aspectos próprios da pintura de paisagens.

A admirável novidade da sua arte fora elogiada pelo imperador Huizong (r.1100-1125), que o conheceu e que no seu rolo vertical Pavilhão do despertar das nuvens (tinta sobre seda, 150 x 78,8 cm, no Smithonian) transcreveu a frase de Confúcio que sublinha o que se notará em pinturas ditas shanshui, «rios e as montanhas» em contínua mutação: «Antes do céu enviar as chuvas da estação, montanhas e rios apresentaram as nuvens.»

Nas pinturas de Mi Fu nota-se esse olhar para as mutantes formas fluidas onde se podia revelar o espírito, ao contrário do desenho de animais ou pessoas que possuem formas estabilizadas (youdingxing).

O seu legado foi também e sobretudo cultivado por pintores ao longo do tempo. Pan Simu (1756-1839) já na última dinastia setecentos anos depois foi um dos que utilizou os pontos horizontais aplicados com precisão pelo pincel sobre papel, figurando sucessivas montanhas retrocedendo que caracterizava o método de Mi Fu.

Pan Simu como Zhang Yin ou Pan Gongshou, pintores da cidade de Zhenjiang, procurou estabelecer uma «escola» (pai) de pintura baseada na tradição da cidade. Nessa inquirição à memória, Pan Simu apercebeu-se da sua afinidade com Mi Fu. Fê-lo, por exemplo, em dois rolos verticais: A floresta do Grou (Helin) enevoada à chuva (tinta sobre papel, 128,9 x 31,4 cm, no Instituto de Arte de Minneapolis); e em Chuva e neblina em Helin (tinta sobre papel, 109,9 x 31,8 cm, no Metmuseum).

Neste último refere uma visita ao templo onde estava o túmulo de Mi Fu na Montanha do Grou Amarelo (Huanghe shan) escrevendo um poema em que a expressão «velho tolo», laodian, é uma característica manifestação da familiaridade afectuosa um pouco agreste com que se tratavam os adeptos do Dao; «A grande fama da floresta do grou estende-se por anos e anos,/ Lá pernoitei uma vez na Primavera e lá fiz esta pintura lembrando o velho tolo./ Se o velho tolo regressasse agora, daria uma gargalhada dizendo;/ Quem se atreveu a vir roubar a minha meditação no Chan?»

Edifício do Lago | Apontada responsabilidade de proprietários na manutenção

O Instituto de Habitação (IH) e a Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) defendem que os proprietários do Edifício do Lago precisam de assumir as responsabilidades de manutenção e reparação do edifício. A posição foi tomada em comunicação, depois do Governo ter arquivado uma investigação à queda de azulejos em espaços comuns no Edifício do Lago.

As autoridades recordaram também que em Junho de 2022 o empreiteiro propôs um projecto de reparação para uma parede, com parte dos azulejos a ser reparada, e parte da parede a ser substituída por tinta. No entanto, o projecto foi vetado pelos moradores, nas reuniões da assembleia geral do condomínio entre Dezembro de 2022 e Março de 2023.

No comunicado, o IH garante que vai continuar a ajudar os proprietários a realizar uma reunião para discutir a manutenção do prédio e pedirem apoio financeiro e de crédito sem juros para reparação as partes afectadas.

Na mesma mensagem, as autoridades recordaram que o condomínio do Edifício Ip Heng, que teve também problemas com a queda de azulejos em espaços comuns, aproveitou o plano da reparação proposto por empreiteiro, o que fez com que em Novembro do ano passado a obra tenha sido realizada.

Bacará | Receitas ultrapassam valores pré-pandemia

Após o progressivo regresso à normalidade pós-pandemia iniciado em 2023, as receitas do jogo mais popular dos casinos de Macau ultrapassaram finalmente os recordes pré-pandémicos. No entanto, o sector VIP continua muito longe dos tempos dourados da indústria

 

O jogo mais popular nos casinos de Macau, o bacará, ultrapassou em 2024 os níveis registados antes da pandemia, mas as receitas totais continuam longe dos picos históricos devido às apostas VIP, segundo os dados divulgados na sexta-feira.

O bacará no chamado mercado de massas atingiu receitas de 137,9 mil milhões de patacas no ano passado, revelou a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Este valor representa um aumento de 24,8 por cento em comparação com 2023 e também uma subida de 14,2 por cento em relação ao anterior recorde, fixado em 2019, antes do início da pandemia de covid–19.

Em 2024, o bacará de massas representou 60,8 por cento do total das receitas dos casinos no território, sendo de longe o jogo de fortuna e azar mais procurado pelos apostadores chineses. Ainda assim, no ano passado as receitas totais dos casinos da cidade – 226,8 mil milhões de patacas – representaram apenas 77,5 por cento do registado em 2019.

Isto porque as grandes apostas em Macau estiveram somente a 40,5 por cento dos níveis fixados antes da pandemia, apesar de terem subido 21,2 por cento em 2024, para 54,8 mil milhões de patacas.

Novos tempos

Em 2019, o chamado jogo bacará VIP representava 46,2 por cento das receitas totais dos casinos de Macau. Mas, em 2024, este segmento ficou–se por uma fatia de 24,1 por cento. As grandes apostas foram afectadas pela detenção do líder da maior empresa angariadora de apostas VIP do mundo, em Novembro de 2021.

O antigo director executivo da Suncity, Alvin Chau Cheok Wa, foi condenado em Janeiro de 2023 a 18 anos de prisão por exploração ilícita de jogo e sociedade secreta, num caso que fez cair de 85 para 18 o número de licenças de promotores de jogo emitidas em Macau.

Em Abril de 2023, o líder de uma outra angariadora de apostas VIP em Macau, o Tak Chun Group, Levo Chan Weng Lin, foi condenado a 14 anos de prisão por crimes que vão desde o jogo ilegal ao branqueamento de capitais.

Em 2024, o território ainda registou 9 milhões de patacas em receitas das apostas em corridas de cavalos, que terminaram em 30 de Março. Após mais de 40 anos, o Governo anunciou em 15 de Janeiro de 2024 a rescisão do contrato devido às “dificuldades de operação” da concessionária do hipódromo, que tinha vindo a acumular prejuízos desde 2002.

Trânsito | Multada condutora que parou à frente da EPM

As autoridades multaram duas pessoas na sequência de um vídeo viral nas redes sociais, em que é possível assistir a uma condutora a passar um sinal vermelho, fazer marcha atrás, parar em frente da EPM e fazer um gesto obsceno.

O caso tornou-se viral nas redes sociais, gerou uma campanha de cyberbullying contra a condutora com nacionalidade portuguesa, com pedidos de despedimento junto da entidade patronal e ataques anónimos de cariz racista, com a recurso à expressão “mulher-vaca”, um termo pejorativo na língua cantonesa para referir os portugueses.

De acordo com o comunicado emitido, na sexta-feira, à noite pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), depois de uma investigação ao caso, as autoridades verificaram que a condutora tinha cometido “múltiplas infracções” no local, e que o condutor do veículo onde foi captado o vídeo também tinha cometido uma infracção. Face ao apurado, o CPSP afirmou ter multado os condutores, de acordo com a lei.

No comunicado, as autoridades pediram ainda aos condutores que manterem uma “circulação civilizada”.

“O Corpo de Polícia de Segurança Pública apela a todos os condutores para que cumpram conscientemente as regras de trânsito e as leis relevantes e não se envolvam em qualquer comportamento que obstruam o trânsito. Além disso, devemos manter uma circulação civilizada e cortês e construir em conjunto um ambiente rodoviário harmonioso e inclusivo”, foi escrito.

Turismo | Portugal pode ajudar Macau a atrair visitantes europeus

A directora dos Serviços de Turismo de Macau considera que Portugal pode ajudar Macau a atrair no futuro mais visitantes vindos do resto da Europa. Helena de Senna Fernandes falou à margem da apresentação das festividades do Ano Novo Lunar, que terá este ano um orçamento 34,8 milhões de patacas

 

“Portugal não serve só para atingir Portugal. Portugal serve também para nos ajudar a atingir o mercado europeu”, disse Senna Fernandes, na sexta-feira, à margem da apresentação do cartaz de festividades para celebrar o Ano Novo Lunar.

A dirigente deu como exemplo a reunião semianual da Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos (ECTAA, na sigla em inglês), que se irá realizar em Macau, em Junho. “Isto é também um resultado de boa colaboração entre nós e a APAVT [Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo], porque foi através da APAVT que nós fomos apresentados à ECTAA”, sublinhou a directora dos Serviços de Turismo de Macau (DST) Senna Fernandes.

Em Abril de 2024, a vice-presidente da ECTAA, Heli Mäki-Fränti, disse à Lusa, durante a 12.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau (MITE), que a reunião no território acontece “por iniciativa” da APAVT.

Será a segunda vez que a ECTAA se reúne fora da Europa, após Kuala Lumpur, na Malásia.

A confederação escolheu também Macau como destino preferido para 2025. “Eu acho que é um bom começo”, disse Senna Fernandes. “Embora vá ter menos do que 100 pessoas, eles representam, no todo, 80 mil agências de viagens de toda a Europa”, sublinhou.

A directora da DST demonstrou esperança de que o evento possa no futuro ajudar Macau a atrair mais visitantes europeus. “Para já é importante que as agências de viagens da Europa conheçam Macau. Se calhar, muitos deles não conhecem Macau ou há muitos anos que não visitam Macau”, referiu Senna Fernandes. A dirigente disse acreditar que, após a reunião, haverá uma maior presença europeia na MITE, assim como mais oportunidades para promoção turística de Macau na Europa.

Celebração a caminho

A DST vai estar presente na Feira Internacional de Turismo de Madrid, de 24 a 26 de Janeiro, e na ITB Berlim, a maior feira de viagens do mundo, entre 4 e 6 de Março, além de realizar seminários nos Emirados Árabes Unidos e na Arábia Saudita.

O objectivo é atrair mais visitantes internacionais, mas Senna Fernandes admitiu que no período do Ano Novo Lunar, de 28 de Janeiro a 4 de Fevereiro, Macau vai continuar a depender dos turistas chineses.

A directora da DST espera uma média diária de 185 mil visitantes durante os feriados do Ano Novo Lunar, dos quais apenas oito mil deverão ser internacionais. A principal atracção durante este período em Macau será a Parada do Ano Novo Lunar, realizada em 31 de Janeiro e repetida depois em 8 de Fevereiro. As celebrações deste ano vão custar mais 3,2 por cento face ao orçamento do ano passado, para um total de 34,8 milhões de patacas.

O evento vai incluir espectáculos de 35 grupos vindos do Japão, Coreia do Sul, França, Roménia, Colômbia, Espanha e Índia, assim como grupos locais, incluindo actuações de grupos da Associação de Danças e Cantares Portuguesa ‘Macau no Coração’ e a Casa de Portugal em Macau.