Covid-19 | Caso colectivo com 11 infectados

Os Serviços de Saúde (SS) anunciaram um caso colectivo de covid-19 no Centro de Santa Margarida, na Taipa, que causou 11 infectados, entre os quais 8 utentes do lar e 3 trabalhadoras. O caso está a ser acompanhado pelos SS, que garantem não haver casos graves a assinalar. Os primeiros sintomas foram apresentados a 17 de Março, com os doentes a apresentarem febre e tosse.

Nessa altura foram realizados os primeiros testes rápidos, que acusaram resultados positivos. “As condições clínicas das doentes são consideradas estáveis, não foram registados casos graves ou outras complicações. Os Serviços de Saúde irão monitorizar rigorosamente e acompanhar a situação de saúde dos indivíduos infectados e não infectados”, foi prometido, em comunicado.

As autoridades indicaram também que o estabelecimento aplicou medidas de controlo da infecção, como o reforço na desinfecção, limpeza e manutenção da ventilação de ar no interior das instalações.

Clima | Observatório de HK prevê até oito tufões este ano

O Observatório de Hong Kong prevê que este ano as temperaturas na região continuem a aumentar, devido ao impacto das alterações climáticas. São também esperados até oito tufões a passar num raio de 500 quilómetros da cidade, que fica a cerca de 65 quilómetros de Macau, a partir de Junho

 

O Observatório de Hong Kong lançou na terça-feira uma previsão para 2025 que aponta para temperaturas mais elevadas devido ao impacto contínuo das alterações climáticas. A entidade que monitoriza os fenómenos meteorológicos e climáticos na cidade vizinha, e que normalmente está em consonância com os Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau, estima que este ano entrem num raio de 500 quilómetros da cidade até oito ciclones tropicais, a partir de Junho ou mesmo antes.

A agência de meteorologia afirmou ainda que Hong Kong será afectada por tempestades e chuvadas fortes e localizadas, apesar de prever que a precipitação anual se situe dentro dos valores normais.

“De um modo geral, as temperaturas em Hong Kong têm registado uma tendência ascendente nos últimos anos. De facto, no último ano, registámos a temperatura de vento mais elevada de Hong Kong. É o resultado da urbanização e também do efeito das alterações climáticas”, disse o director do observatório, Chan Pak-wai, citado pela emissora pública RTHK.

O director do Observatório de Hong Kong apontou que 2024 foi o ano mais quente desde que existem registos globais e que na região foram registados 11 meses com temperaturas acima do habitual.

Em lume brando

Segundo os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) da RAEM, no ano passado a temperatura média em Macau foi de 23,6 graus celsius, 0,8 graus acima dos valores médios climáticos, igualando o ano mais quente desde que há registos (2019).

Aliás, 2024 foi um ano de recordes a quase todos os níveis meteorológicos, somando às elevadas temperaturas, as tempestades tropicais e chuvadas torrenciais.

Na análise anual referente a 2024, divulgada no início de Janeiro, os SMG justificaram a ocorrência mais frequente de fenómenos extremos e a subida do nível do mar com o aumento da temperatura e o aquecimento oceânico, representando uma ameaça para cidades costeiras como Macau.

No ano passado, Abril foi um mês em destaque como o mais quente desde Abril de 1952, “tendo a temperatura média mensal, a temperatura média mensal mais elevada e a temperatura média mensal mais baixa batido todos os recordes, atingindo os valores mais elevados de sempre para o mesmo período”, destacam os SMG. No total, Macau registou no ano passado 42 dias quentes, mais 10,7 em relação aos valores médios climáticos, de 31,3 dias.

Shenzhen | Registado incidente na Central Nuclear de Ling Ao

As autoridades anunciaram o registo de um incidente na Central Nuclear de Ling Ao, em Shenzhen, que terá tido ocorrido a 27 de Novembro do ano passado, quando uma caixa de dessalinização do sistema de controlo químico foi deixada aberta, após uma operação de substituição.

O caso foi relatado na terça-feira pelos Serviços de Polícia Unitárias, que receberam um relatório do Gabinete da Comissão de Gestão de Emergência Nuclear da Província de Guangdong sobre a ocorrência.

“No dia 27 de Novembro de 2024, durante o processo de substituição da caixa de dessalinização do sistema de controlo químico e de volume da unidade 1 da Central Nuclear de Ling Ao, a válvula de isolamento da saída da caixa de dessalinização não foi fechada conforme solicitado, fazendo com que o nível de líquido do tanque de controlo tenha descido”, foi comunicado, citando a informação das autoridades do Interior. “O pessoal no terreno suspendeu de imediato a operação, tendo o nível de líquido do tanque de controlo estabilizado. Durante o tratamento, a unidade 1 manteve o funcionamento seguro e estável, apresentando os parâmetros dentro da normalidade, não tendo afectado a segurança da central, do seu pessoal”, foi acrescentado.

A Central Nuclear classificou a presente ocorrência, no dia 17 de Março, como um acontecimento de desvio de nível 0, e comunicou o sucedido à entidade nacional de supervisão e controlo.

De acordo com a Escala Internacional de Acidentes Nucleares (INES, na sua sigla em inglês), os incidentes nucleares são classificados numa escola de 1 a 7. Para as autoridades do Interior o nível 0 é considerado “como um desvio que não se inclui na INES e serve essencialmente para a correcção de desvios e retorno de experiências”.

Escolas | Novas orientações para o uso de telemóveis

Os serviços sociais da Sheng Kung Hui Macau receberam pedidos de ajuda relacionados com vício de internet referentes a crianças entre os seis e oito anos de idade. A DSEDJ vai lançar orientações para o próximo ano lectivo sobre as alturas e circunstâncias em que os alunos podem usar o telemóvel

 

O Governo vai lançar um conjunto de orientações sobre o uso de telemóveis para alunos de escolas do ensino não superior do território, que passará a vigorar a partir do próximo ano lectivo. A medida foi revelada ontem pelo chefe da divisão de ensino secundário da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DESDJ), Leong I On, durante o programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau.

O responsável indicou que as orientações vão servir de guia de gestão, e um ponto de partida para escolas e pais chegarem a consensos, indicando as circunstâncias em que os estudantes podem utilizar o telemóvel, mas limitando o seu uso durante as aulas e mesmo nos intervalos

Para ajudar as escolas a transitar para a nova realidade, a DSEDJ compromete-se em apoiar as escolas a comprar armários para guardar os aparelhos.

No mesmo programa, o chefe de divisão de desenvolvimento curricular e avaliação da DESDJ, Cheang Sek Kit, lembrou que o Governo difundiu entre as escolas do território instruções que devem ser incluídas no sistema de ensino sobre o bom uso da internet. Estas instruções indicam que um uso adequado e saudável da internet por um jovem não deve ultrapassar uma média diária de uma hora, com intervalos de 20 em 20 minutos.

A chupeta do ecrã

Por outro lado, um representante dos serviços sociais da Associação de Beneficência Sheng Kung Hui (Macau) relevou aos microfones da emissora pública que o vício na internet afecta jovens cada vez mais novos. Ho Ka Hong, assistente social da organização de serviços sociais ligada à Igreja Anglicana, vincou a necessidade de reforçar a literacia cibernética nas escolas e promover o bom uso da tecnologia entre os mais novos.

“A nossa organização acompanha na sua maioria jovens com idades entre 10 e 24 anos viciados na internet. No entanto, já recebemos pedidos de ajuda de pais devido ao uso excessivo de internet por filhos com idades entre seis e oito anos”, referiu o assistente social.

Ho Ka Hong recordou que em 2022, a Sheng Kung Hui realizou um inquérito sobre literacia na internet que mostrou, sem surpresa, que o estado mental dos jovens se deteriora consoante o tempo que passam online, com particular incidência para o uso de redes sociais. “Os jovens estão sempre atentos às notificações das suas redes sociais, o que pode influenciar as suas emoções e causar ansiedade”, acrescentou o assistente social.

Grande Prémio | Luís Gomes nomeado coordenador

O presidente do Instituto do Desporto (ID), Luís Gomes, foi nomeado coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau para o ano de 2025. A nomeação foi revelada ontem, através de um despacho publicado no Boletim Oficial.

A vice-presidente do ID, Lei Si Leng, foi nomeada coordenador-adjunta, sendo que Vong Ka Kun foi escolhido como secretário-geral.

Entre os 21 membros da comissão constam ainda os nomes de Maria Helena de Senna Fernandes e Cheng Wai Tong, em representação da Direcção dos Serviços de Turismo, Maria Natércia Gil, em representação do Gabinete de Comunicação Social ou Roberto Carlos Osorio, em representação da Associação Geral de Automóvel de Macau-China. A nível das personalidades ligadas ao turismo fazem parte dos escolhidos Chong Coc Veng e Chan Chak Mo.

Zona A | Aliança do Povo queixa-se de falta de acessos

A associação Aliança do Povo de Instituição de Macau criticou a falta de acessos à Zona A dos Novos Aterros Urbanos, principalmente ao nível dos transportes públicos.

Em declarações ao jornal do Cidadão, a vice-presidente da associação, Chan Ian Ian, apontou que actualmente apenas há um único autocarro a fazer esse percurso e para quem tem como destino a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, o que não é conveniente para os residentes que pretendem circular na Zona A.

A vice-presidente recordou ainda que os vencedores do concurso da habitação económica na Zona A de 2019 começaram a escolher as casas, mas que a zona A, com apenas 98 habitações seleccionadas, é a menos popular. Para explicar este aspecto, a responsável indicou que a Zona A é tida como uma zona inconveniente devido a falta de transportes.

Por esta razão, a responsável defende que o Governo tem que melhorar as instalações de trânsito e apresentar um calendário para criar paragens de autocarros e parques de estacionamentos.

DSEDT | Novos subdirectores tomaram posse

Os novos subdirectores da Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) tomaram ontem posse diante de Yau Yun Wah, director. A cerimónia foi testemunhada pelo secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip.

Durante a tomada de posse, Cheang Hio Man prometeu “cumprir empenhadamente as missões, concretizando, plenamente, em conjunto com todos os colegas da DSEDT, as linhas de acção governativa e os diversos planos de trabalho do Governo”. A subdirectora destacou também a necessidade de implementar a “estratégia de desenvolvimento da diversificação adequada da economia”, “estimular a economia comunitária”, lançar “medidas e serviços de apoio às pequenas e médias empresas” e “capacitar as empresas industriais e comerciais para um desenvolvimento qualitativo”.

Por sua vez, Chan Chou Weng prometeu “assumir toda a responsabilidade para concluir os diversos trabalhos da DSEDT, particularmente os trabalhos para a promoção do desenvolvimento da diversificação adequada da economia de Macau, bem como irá empenhar-se, juntamente com todos os colegas da DSEDT, em implementar os trabalhos relativos ao desenvolvimento saudável das pequenas e médias empresas”.

O subdirector vincou também a necessidade de promover a “transformação digital das indústrias tradicionais” e melhorar a “ecologia da inovação científica e tecnológica”. Segundo Chan, estes objectivos permitem ao território “aumentar a resiliência económica”.

Restauração | Chan Chak Mo pede mais apoios ao Governo

O presidente Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau reconheceu que existe um ambiente generalizado de “falta de crença” no futuro e que a guerra comercial entre os EUA e a China pode agravar ainda mais a situação

 

O deputado e presidente Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, Chan Chak Mo, defende o aumento dos apoios do Governo aos restaurantes e ao comércio local. As declarações foram prestadas aos órgãos de comunicação social em língua chinesa, na tomada de posse dos novos órgãos sociais da associação.

De acordo com as explicações de Chan, os proprietários dos restaurantes estão muito preocupados com as mudanças nos padrões de consumo e no poder de compra dos visitantes. O deputado explicou que apesar do número de visitantes ter aumentado em Fevereiro e em Março, face ao período homólogo, que muitos restaurantes não estão a sentir os benefícios desse aumento.

Os meses mais recentes foram mesmo caracterizados como períodos com receitas “sofríveis”, o que Chan afirmou contribuir para agravar a situação complicada da restauração.

A este cenário junta-se um Ano Novo Lunar com um impacto muito diferente, e nem sempre de acordo com as expectavas. Segundo o empresário, os restaurantes junto aos grandes casinos foram beneficiados pela época alta do turismo. No entanto, o impacto para os outros restaurantes foi variável, e em muitos casos abaixo das expectativas.

Por este motivo, Chan Chak Mo apelou ao Governo para lançar novas medidas de apoio, como o Carnaval Do Consumo, que começa na próxima semana, mas também a revitalização eficaz dos bairros antigos, maiores facilidades na emissão das licenças para os novos restaurantes e a criação de mais eventos de turismo, para levar os visitantes aos bairros comunitários.

Receitas a descer

A nível do seu negócio de restauração, Chan Chak Mo reconheceu que até os restaurantes nas zonas mais turísticas da cidade estão a sofrer, com as receitas a apresentarem quebras de 10 a 20 por cento.

Quando tentou explicar estas alterações, Chan indicou a quebra da confiança na economia dos visitantes, o ambiente de incerteza económica no Interior e a redução do número de visitantes no pós Ano Novo Lunar.

Face a todas as alterações, o presidente Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau admitiu também que o sector atravessa uma fase de “falta de crença” generalizada.

Neste contexto, e tendo em conta a possibilidade de uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, Chan defendeu que o Governo deve adoptar mais medidas de apoio à restauração, como a distribuições de cupões de consumo e a realização de actividades nos bairros comunitários, para atrair turistas.

Saúde | Alvis Lo continua director por mais um ano

O director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo Iek Long, viu a sua comissão de serviço renovada por um ano, de acordo com um despacho publicado ontem no Boletim Oficial. Lo chegou ao cargo de director em 2021, em plena pandemia da covid-19, substituindo Lei Chin Ion.

Além de director dos SS, Lo mantém uma vida muito activa a nível das associações locais, como membro da Federação da Juventude de Macau e na Federação da Juventude da China. No passado integrou também a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês da Província de Henan.

Alvis Lo tem uma licenciatura em Medicina Clínica pela Universidade de Medicina de Chong San, mestrado em Medicina Clínica pela Universidade de Pequim, outro mestrado em Medicina Geriátrica pela Universidade de Hong Kong e ainda doutoramento em Medicina (Medicina Interna) pela Universidade Sun Yat-Sen. É trabalhador da Função Pública de Macau desde 2003, e começou como interno do internato geral e do internato complementar, passando a médico assistente e médico consultor.

Em 2015, assumiu as funções de responsável do Serviço de Geriatria do Centro Hospitalar Conde de São Januário, até que em 2016 foi nomeado para coordenador do Centro de Avaliação e Tratamento da Demência. Antes de se tornar director dos SS, era médico-adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário.

Saúde | Sam Hou Fai diz que Hospital das Ilhas terá “influência internacional”

Um centro médico de “primeira classe” e com “influência internacional”. Foi esta a promessa de Sam Hou Fai para o futuro do Hospital das Ilhas. O líder do Governo afirmou ainda que o Executivo está a trabalhar para que os residentes possam tratar doenças graves em Macau, em vez de procurarem tratamento no exterior

 

O Chefe do Executivo afirmou que o Hospital das Ilhas, explorado pelo Hospital Peking Union Medical College, vai alcançar “influência internacional”. As declarações surgem no comunicado oficial de um encontro, à porta fechada, com o presidente honorário do Peking Union Medical College Hospital (PUMCH) e presidente da Associação Chinesa dos Profissionais de Medicina, Zhao Yupei.

Durante a reunião, que foi comunicada na terça-feira à noite, Sam Hou Fai afirmou que “com o esforço conjunto” o Governo e a instituição nacional “conseguirão definitivamente criar um centro médico de primeira classe com influência internacional, contribuindo para desenvolver o sector da ‘saúde + turismo’ e enriquecendo a indústria de da saúde compreensiva”.

O Hospital das Ilhas é a aposta do Executivo para desenvolver Macau como um centro de turismo de saúde, tendo a exploração do espaço, construído com capitais públicos, sido atribuída ao Hospital Peking Union Medical College. Esta aposta também é encarada por Sam Hou Fai, e pelo seu antecessor Ho Iat Seng, como o caminho para alcançar a diversificação da economia do território.

Actualmente, o Hospital das Ilhas é gerido como uma instituição privada, pelo que os residentes têm de pagar o preço de utilização. A excepção só se verifica quando os residentes são encaminhados pelos Serviços de Saúde para a instituição, acedendo a cuidados médicos nas condições de serviço público.

Ficar em Macau

Entre as declarações citadas no comunicado oficial, Sam Hou Fai apontou ainda o Hospital das Ilhas como a esperança para que os residentes deixem de ter de sair de Macau para tratar doenças mais graves. O líder do Governo disse que “para alcançar o objectivo de ‘Tratar doenças graves sem sair de Macau’, o Centro Médico de Macau expande gradualmente os seus serviços de consultas externas especializadas, o que demonstra claramente a determinação do Governo da RAEM no alargamento da cobertura de saúde e na optimização da distribuição de recursos médicos”.

As declarações surgem depois da recente abertura das consultas externas especializadas a não-residentes de Macau, como trabalhadores, alunos e outras pessoas com autorizações especiais de fixação.

No entanto, o objectivo passa por alargar o serviço a turistas de saúde. Neste aspecto, o governante indicou que a abertura das consultas externas “não só proporciona uma opção conveniente aos não-residentes de Macau, como também aumenta a atractividade para os residentes da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e dos países do Sudeste Asiático”.

Durante o encontro foi também assinado o acordo sobre a “taxa de cooperação operacional 2025 do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas – Centro Médico de Macau do Peking Union Medical College Hospital”. Contudo, o conteúdo do documento, não foi revelado, nem o eventual pagamento por parte do Governo à instituição do Interior da China.

Charles William Ricou e a história da aviação em Macau

Célia Reis, historiadora e docente, encontra-se a desenvolver um projecto de investigação em torno dos primórdios da aviação em Macau e foi esse o tema que levou às “Conferências da Primavera” na segunda-feira, com a sessão “A aviação e navegação aérea em Macau nos anos 20 – um processo de inovação colonial”.

Célia Reis falou de um período em que a aviação começou a ser importante para a China, por questões de segurança, e começa também a ser pensada para Macau. Neste processo, há uma personalidade cujo nome importa reter, um francês nascido em Hong Kong: Charles William Ricou, um piloto formado em engenharia e em aviação. Este começou a equacionar, a partir de Novembro de 1919, a possibilidade de “estabelecer uma carreira aérea entre Macau, Hong Kong, Xangai, Filipinas, Java, Índia”, contactando com entidades governamentais locais para a obtenção de facilidades e acordos.

Célia Reis explicou que Ricou pretendia formar duas companhias aéreas, a “Far East Aviation Company”, com “uma ligação bastante mais alargada, chegando até Manila”, e outra para ligar Macau, Hong Kong e Cantão, com o nome “Macau Aerial Transport Company Limited”.

Esta empresa “foi constituída em Hong Kong, com um capital de 50 mil dólares, e tinha como sócios fundadores personalidades de Macau, como Humberto de Avelar, Rodrigues dos Santos, Francisco Nolasco e Francisco da Silva”. A historiadora disse ainda na apresentação que a ideia “era completar o resto do capital necessário com acções de baixo valor para que pudessem ser compradas por todos [os habitantes] em Macau”.

“Chega mesmo a haver o apelo por parte do conselho de administração da companhia para que os macaenses subscrevessem o capital, mostrando que a empresa era extremamente importante para os habitantes de Macau, realçando-se o seu valor patriótico, de solidariedade para com o progresso”, acrescentou.

“Várias vozes demonstraram nessa altura que o sucesso comercial da companhia, no início, poderia ser pouco ou nenhum, embora se pensasse que a empresa poderia vir a ter alguns lucros, tendo a capacidade de servir de transporte ao correio aéreo. Porém, essa capacidade de transporte seria extremamente limitada, pois o número de objectos de correio a transportar de Macau eram 24 cartas por dia”, adiantou Célia Reis.

Na altura pensava-se que Macau seria pioneira, pois “seria o primeiro território a Extremo Oriente a ter uma companhia de aviação”, algo que “traria mais visitantes e aumento do comércio”. O Governo de Macau, então liderado pelo Governador Correia da Silva, “cede aos apelos da companhia, concedendo várias facilidades, como a permissão de construção de um hangar provisório num terreno público que estava vago ou de infra-estruturas de acesso ao mar”. Além disso, foi permitida “a isenção do pagamento do imposto sobre o armazenamento do combustível”.

Assim, Macau chegou a ter hidroaviões e 21 aviadores americanos contratados pela companhia. “Considerava-se que era o maior carregamento de material aéreo exportado pelos Estados Unidos da América (EUA), todo trazido para Macau.” Depois, a companhia tenta organizar-se, “chegando a pedir espaço na ilha da Taipa, concebida para ter hangares definitivos, embora tenham existido concessões provisórias”. Nesse contexto, recordou a historiadora, “houve subsídios, um contrato para o transporte de malas postais”, para que se “permitisse um desenvolvimento da navegação aérea”.

Impasses até ao fim

Em Maio de 1920 surgiu uma nova convenção mundial na área da aviação, à qual Portugal adere, o que faz com que a “Macau Aerial Transport Company Limited” tivesse de ser nacionalizada. O projecto chega a avançar, mas depressa recua.

“A companhia aérea acede, portanto, a nacionalizar-se com a condição de obter um subsídio, e ter quatro aviões disponíveis para o serviço militar em Macau, caso fosse necessário. A questão da defesa estava sempre presente. Começou depois a haver algum desentendimento entre as condições exigidas pela companhia e aquelas que o Governador entendia serem necessárias. Além disso, o Governo de Macau precisava da autorização de Lisboa para o funcionamento da companhia aérea. Lisboa demora muito a responder, mas depois diz que o Governador pode avançar, e este começa a negociar com a companhia. Porém, começam a surgir vozes em Lisboa que vão fazer com que as coisas mudem.”

Tal passa pela ideia de que os EUA estariam a demonstrar interesses ocultos através do estabelecimento da companhia. “[Em Lisboa] receia-se que esta seja a forma encontrada de uma companhia de aviação americana instalar-se em Macau, território português, por vias diferentes.”

Primeiro, Lisboa proíbe, recuando-se nas negociações, sendo que o Governador seguinte, Rodrigo Rodrigues, “não está de acordo com a companhia, entendendo que não será viável”, o que leva a que todo o projecto e diálogo fiquem suspensos.

Célia Reis destacou ainda que “o Governo de Correia da Silva passou por várias dificuldades nestes anos, em termos de segurança”, tendo ocorrido “incidentes muito graves na relação entre Portugal e a China”.

“Por essa razão, o Governador considerava que ter aviões era extremamente importante porque, neste momento, a China também estava a recorrer à aviação. As autoridades de Portugal, porém, consideravam que os aviões de Macau não teriam nenhuma importância, comparando com o conjunto de aviões que teria a China ou mesmo o Japão. Quando se dá permissão para a constituição da companhia aérea em Macau, Lisboa entende que o território estava numa situação preocupante e poderia ter aviões com funções militares, mesmo que fossem poucos”, explicou a historiadora. O projecto cairia, porém, por terra.

Eleições | José Cesário alerta para problemas com CTT

José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, defendeu à TDM Rádio Macau que os habituais condicionalismos no funcionamento das eleições em Portugal, nomeadamente as legislativas de 18 de Maio, vão ocorrer novamente devido ao funcionamento dos CTT. Para José Cesário, esses condicionalismos do sistema vão afectar a participação eleitoral dos portugueses emigrados.

“A Assembleia da República não produziu qualquer espécie de alteração legislativa que possa vir a ser considerada num actual processo eleitoral. Portanto, não havendo qualquer alteração, o método vai ser exactamente o mesmo”, disse o responsável.

Na prática, o eleitor vai continuar a ter de receber o boletim de voto pelo correio na morada indicada, entregando-o depois nos CTT. Porém, atrasos no funcionamento dos serviços ou outras burocracias fazem com que nem sempre seja possível receber o boletim a tempo e horas, por exemplo, gerando um potencial aumento da abstenção.

“Temos plena consciência que há dificuldades variadíssimas no domínio do funcionamento dos sistemas de Correios de vários países, e essa é uma matéria difícil de superar”, disse. O secretário de Estado espero que as eleições legislativas de Maio possam decorrer “da melhor forma possível”. “Infelizmente sei muito bem que há países em que o funcionamento dos Correios vai limitar fortemente a participação eleitoral”, frisou.

Os problemas são de vária ordem e passam por situações em que “as pessoas, por motivos diversos, ou por terem mudado residência, ou por não terem votado em várias eleições sucessivas, podem não receber o voto”.

Os portugueses vão novamente a eleições a 18 de Maio na sequência do chumbo à moção de confiança apresentada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, na Assembleia da República, levando à dissolução do parlamento.

Panamá | Pequim critica coerção económica

A China evitou ontem comentar o acordo alcançado pelo conglomerado de Hong Kong CK Hutchison para vender as suas participações nos portos do Canal do Panamá ao fundo norte-americano BlackRock, limitando-se a rejeitar a “coerção económica” na cena internacional.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, apelou à “consulta das autoridades chinesas competentes” para obter pormenores específicos sobre o negócio, sem se referir directamente à transação ou a relatos de uma possível interferência de Pequim para impedir a venda.

Mas acrescentou que a China rejeita a “coerção económica, hegemonia e intimidação” na cena internacional. As declarações surgem num contexto de crescente tensão sobre o acordo, depois de críticas difundidas por um jornal de Hong Kong afiliado a Pequim.

Os portais oficiais da administração chinesa em Macau e Hong Kong divulgaram na sexta-feira o comentário, difundido pelo jornal Ta Kung Pao, uma publicação da antiga colónia britânica vista como sendo próxima de Pequim.

O jornal considerou que o negócio que transferiu para um consórcio que inclui a BlackRock e a Terminal Investment Limited uma participação de 80 por cento num conjunto de subsidiárias portuárias, que gerem 43 portos em 23 países, incluindo os portos em ambas as extremidades do Canal do Panamá, em Balboa e Cristobal, “não é uma prática comercial normal”.

“Muitos internautas [chineses] criticaram fortemente este acordo e a CK Hutchison Holdings, considerando-o como uma cedência sem espinha, visando apenas o lucro e esquecendo a justiça, ignorando os interesses nacionais e os grandes princípios nacionais, traindo e vendendo todo o povo chinês. Estas expressões emocionais são completamente compreensíveis”, lê-se.

Um libreto de perdição

Alguns de nós pertence àquela geração que passava as férias de Verão a ler «Os Cinco» e eram tantas as aventuras, tão perigosos os caminhos, tão suculentos os piqueniques, que engordávamos pelas descrições muito inglesas daqueles deleites nessas tardes onde ninguém queria saber de nós para além do essencial, mas queríamos exactamente como nestes livros, frascos de compotas, sandes, leite, ovos, bacon, pão e scones.

Por cada passagem, depois de descobertas as fontes criminais, apetite redobrado e toalha no chão. O quinto elemento deste grupo era um cão que tudo anunciava, previa, e instigava os petizes. Aquilo era tão hipnótico que nunca soubemos o porquê da Zé querer ser um rapaz. Agora à distância poderemos falar de uma personagem andrógina que jamais se vinculou ao seu género feminil, onde Ana, híper-sensível, denotava um padrão mais intuitivo que se impunha a um grupo altamente apaixonante e disfuncional. Poderia ser um libreto para o pentágono perturbador de uma realidade nacional que culmina sempre em cinco mas jamais com ânsias infanto-juvenis. No entanto, é bom lembrar que há ainda um muito recente e tresloucado Sebastião que caberia nesta prosódia onde quinas e coisas estranhas se encaixariam na perfeição.

Estamos em Março e lembramos como se a vida fosse uma eterna primeira vez. Depois disto vem logo Camilo Castelo Branco, e tudo se encaminhou para outra tónica bem mais radical que uma qualquer aventura entre primos, férias, contrabandistas, e é aí que entendemos que uma etapa acabou para entrarmos noutra, mais grave, complexa e ferozmente apaixonada. Damo-nos conta que as aventuras nunca nos fizeram chorar, mas que os nossos membros em crescimento e a dor de tudo isso, pela primeira vez destilam outras lágrimas que trariam também aquele elemento desconhecido que é o primeiro amor. Entrávamos na puberdade com um livro em chamas: «Amor de Perdição».

Para não magoar os inúmeros “camilianos” de passagem pelo seu aniversário, vale a pena recordar neste instante Alexandre Cabral, e também o libreto de António S. Ribeiro, uma peça baseada no romance que fez estreia no Teatro de São Carlos em 1991, que é de facto uma preciosa síntese da narrativa de um cárcere que teve de alongar os fios condutores de um tempo morto na masmorra: os diálogos preciosos trazem-nos à ideia todas as passagens do romance e deixam-nos num assombro que já não esperávamos. As leituras nesta releitura tornam-se intérpretes da mesma voltagem. Integração, desintegração, e o texto continua. E é aqui que começa o acto literário: já não falamos das nossas vidas, das emoções, das coisas, mas de um arquétipo abstrato, sensível e maior que produz uma metalinguagem passível de nos interpelar como uma vibração humana que só um grande autor sabe como conduzir.

Foi a golpes de fero destino que Camilo acorda para um processo amoroso absolutamente monumental onde as feridas mais tardias de Ana Plácido sempre serão coisas menores. Foi essa dimensão entre o amante liberal, boémio, jovem e belo, e a seiva graciosa de Teresa de Albuquerque, refém de absolutistas e seus reacionários dirigentes, que o drama se dá como vitória de elementos desencontrados. O mesmo país que não permitia o amor continua estranhamente sem saber amar. Este amor é um acto de unicidade e dele devemos colectivamente tirar as devidas elações. É também a ternura da fresca Primavera da vida que faz dos desejos uma lei maior, mas…: e é aqui que esbarramos com a dúplice condição. Que faz Mariana como elemento deste enredo? Estamos na presença de um grande arquétipo sacrificial. Camilo nunca deixou de ser polígamo, e o seu transcendente desejo de ser amado encontra por fim a vítima preferencial.

Amiga! Minha amiga!

Agora toco-te e tu és real

E queimas mais que o delírio antigo.

Agora olhas-me e eu cresço

Cresço alto e muito

Mais que a espuma do mar!

Simão Botelho partiria para as Índias numa madrugada de 17 de Março, Teresa Albuquerque morreria, Mariana segui-lo-ia até o Oceano lhes servir de mortalha. É de facto um monumental instante. Camilo Castelo Branco era um profissional da escrita, e não um “parvenu”. Escrever é uma profissão, e por isso nada é mais digno que o seu exemplo feito de forma absolutamente talentosa. Todas as considerações morais distam agora de um espaço de duzentos anos, e o mais impressionante é ainda o termos de saber de todas as paralelas outras coisas.

Quando perguntam; és um robot? Digo não. Somente por ter lido «Amor de Perdição».

FRC apresenta “Temas de Direito” até final do mês

A Fundação Rui Cunha (FRC) promove hoje, amanhã e depois na próxima semana, nos dias 26 e 27 de Março, às 18h30, um conjunto de palestras de Temas de Direito, sobre as “Vicissitudes do processo (I)”, que tem por finalidade identificar possíveis incidentes nos processos judiciais e debruçar-se sobre os respectivos regimes. As sessões vão decorrer em paralelo, nas línguas portuguesa e chinesa, coordenadas por Teresa Leong.

As sessões são organizadas pelo CRED-DM – Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito de Macau da FRC. Este ciclo de conferências pretende abordar, de forma prática e explicativa, temas relevantes do dia-a-dia de todos os operadores judiciários de Macau, um projecto iniciado em anos anteriores e que teve grande adesão da classe.

Segundo Teresa Leong, “o processo judicial inicia-se com o litígio e termina com a decisão para pôr termo a esse litígio”. “Se o processo seguir o seu curso normal, sem grandes sobressaltos, a justiça é naturalmente servida sem transtorno. Contudo, incidentes da mais variada ordem tornam esse desiderato, por vezes, difícil de atingir. Esses incidentes, além de causarem certo transtorno ao processo em curso, podem até pôr em causa os actos laboriosamente praticados, inclusivamente, a própria decisão final”, explica.

Com “Vicissitudes do processo (I)” inicia-se essa abordagem com a análise das circunstâncias em que pode, ou tem que, haver modificação dos sujeitos de um processo judicial e as suas implicações para o processo em curso. Na primeira sessão, ou seja, hoje, irá falar-se da “Modificação subjectiva: Substituição subjectiva vs. cumulação subjectiva” e “Intervenção de terceiros: Intervenção principal”. Na segunda sessão, uma semana depois, será a vez da apresentação do módulo “Intervenção de terceiros: Intervenção acessória e oposição”.

As palestras em português realizam-se hoje e no dia 26 de Março, e as congéneres em chinês realizam-se amanhã, 20, e 27 de Março, na galeria da FRC.

FRC | Arte Gongbi, de Zou Li, para ser vista até 5 de Abril

“Burning Like a Lotus” é o nome da nova exposição patente na Fundação Rui Cunha até ao dia 5 de Abril. Esta é uma oportunidade para conhecer melhor o género de Arte Gongbi, com trabalhos da autoria de Zou Li. A Arte Gongbi é conhecida pela pintura de extremo detalhe com pincéis finos

 

Desde esta terça-feira que há uma nova mostra para visitar na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC). Trata-se de “Burning Like a Lotus”, da autoria da artista Zou Li, e que constitui um exemplo do género de Arte Gongbi, caracterizado pelo uso da tradicional técnica de detalhe a pincel fino e delicado, sobre papel de arroz japonês, tecido de seda ou leques de seda orientais.

Zou Li é considerada “uma pintora de renome com mais de cinquenta anos de carreira e experiência, cujo foco artístico se centra maioritariamente em torno de temas relacionados com a história da mulher chinesa”. As três dezenas de obras agora expostas na FRC foram realizadas entre 1997 e 2022.

No trabalho da artista existe uma “consciência da feminilidade através da sua extraordinária expressão artística”, estando presentes nas criações “harmoniosas e comoventes da beleza do corpo e da alma das mulheres”, defendeu, segundo uma nota da FRC, Ung Si Meng, presidente honorário da Associação de Amizade e Coordenação dos ex-Deputados da Assembleia Popular Nacional e ex-Membros da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês de Macau.

Descreve-se ainda que “durante muito tempo, e para cumprir as suas responsabilidades sociais e a sua vocação como pintora profissional, Zou Li participou activamente em várias criações históricas importantes”.

Trata-se do rolo de pergaminho intitulado “Imperatriz Wu Zetian” ou a colecção “Cem Imagens de Concubinas Chinesas”. Ung Si Meng descreveu ainda Zou Li como sendo “amplamente reconhecida e apreciada por especialistas, académicos, colegas e pela sociedade artística chinesa”.

Grande dimensão

Ainda segundo a mesma nota, refere-se que as obras de Zou Li “reflectem a dimensão do seu conhecimento académico e artístico, que já atraíram a ampla atenção dos círculos artísticos nacionais e internacionais”.

Além disso, “as suas obras têm sido muito apreciadas por galerias de arte, museus, instituições de arte, públicas e privadas, e coleccionadores”. Zou Li criou, ao longo da sua carreira, mais de mil obras, bem como mais de cinquenta exposições individuais, no seu país e no estrangeiro, tendo publicado também mais de dez catálogos de arte individuais. Recentemente, em Abril de 2024, o Museu Nacional de Mulheres e Crianças da China adquiriu uma colecção de 593 peças suas.

Zou Li é membro da Associação de Artistas da China, investigadora do Salão de Investigação Wenshi do Governo Popular da Província de Guangdong, directora do Instituto de Pintura Chinesa da Província de Guangdong e presidente honorária da Associação de Artistas de Foshan. No passado, desempenhou as funções de vice-directora da Filial Sul do Instituto Central de Cultura e História da China, onde fez também trabalho de investigação.

Trump diz que Presidente chinês visita Washington num “futuro não muito distante”

O Presidente norte-americano Donald Trump adiantou na segunda-feira que o seu homólogo chinês Xi Jinping irá visitar Washington num “futuro não muito distante”, perante as crescentes tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo devido à imposição de tarifas.

“Isso acontecerá num futuro não muito distante”, revelou Trump aos jornalistas durante uma reunião do novo conselho de administração do Kennedy Center, um centro cultural famoso da capital Washington.

O chefe de Estado norte-americano observou ainda que altos funcionários do governo chinês, “logo abaixo” de Xi, visitarão em breve a capital dos EUA, embora não tenha adiantado nomes ou detalhes sobre possíveis datas.

Trump mencionou a visita de Xi ao referir que recebeu visitas de líderes estrangeiros na Casa Branca nas últimas semanas e perguntou-lhes como estava Washington. O republicano frisou que está a “limpar Washington”, incluindo tentar limpar tendas usadas por sem-abrigo e grafítis.

Na semana passada os meios de comunicação social norte-americanos tinham noticiado que Washington e Pequim iniciaram discussões sobre uma cimeira entre os líderes dos dois países, em Junho, nos Estados Unidos.

A imprensa chinesa tinha já sugerido a possibilidade de um encontro em Abril. Também o jornal de Hong Kong South China Morning Post avançou que Trump poderá deslocar-se à China em Abril para se encontrar com o homólogo chinês, Xi Jinping.

Desde a vitória do republicano nas presidenciais norte-americanas, em Novembro, que Trump e Xi manifestaram interesse na realização de uma cimeira.

Futuro em aberto

Desde a posse de Trump, em Janeiro, a administração norte-americana ameaçou, e depois suspendeu, taxas alfandegárias sobre o México e o Canadá, ao mesmo tempo que se comprometeu a punir também a Europa e outros parceiros comerciais.

Até agora, a China é o único país que enfrentou efectivamente aumentos generalizados das taxas decididos por Trump.

A Casa Branca impôs taxas adicionais de 20 por cento sobre todos os bens oriundos da China, citando o papel do país asiático na crise do fentanil nos EUA. Pequim retaliou rapidamente com taxas próprias, adaptando a resposta para evitar uma escalada das tensões.

Outras acções que estão a ser consideradas pela equipa comercial de Trump incluem restringir o investimento chinês nos EUA e o investimento norte-americano na China, visar indústrias dominadas pela China, como a construção naval, e limitar ainda mais a venda de produtos de alta tecnologia a empresas chinesas.

Trump e Xi já tinham conversado por telefone em Janeiro, dias antes da tomada de posse do norte-americano para o seu segundo mandato, numa conversa em que discutiram as relações comerciais e o futuro nos Estados Unidos da rede social TikTok, da empresa chinesa ByteDance.

Donald Trump disse estar aberto a negociar um novo acordo comercial com a China e elogiou Xi repetidamente.

Os dois líderes chegaram a um acordo em 2020 para pôr fim à guerra comercial que prejudicava ambas as economias. No entanto, as relações bilaterais deterioraram-se com a pandemia de covid-19, que Trump atribuiu à China.

Comércio | Pequim quer integrar exportadores no mercado interno face a proteccionismo

As alterações na estrutura económica mundial, desencadeadas pelas medidas proteccionistas norte-americanas, levam o Governo chinês a intensificar a promoção do consumo interno

 

A China está a estudar medidas para ajudar empresas dependentes das exportações a expandirem-se no mercado interno, numa altura em que procura compensar o impacto das medidas proteccionistas nos Estados Unidos e outros mercados.

O Ministério do Comércio chinês está actualmente a explorar as formas mais eficazes de ajudar os exportadores a reorientarem-se para o mercado interno. O ministro Wang Wentao visitou uma empresa de comércio de têxteis em Xangai, este fim de semana, de acordo com Yuyuan Tantian, uma conta na rede social chinesa Weibo afiliada à televisão estatal CCTV.

Para os exportadores chineses, uma mudança de foco para o mercado interno traz uma série de desafios, incluindo a adaptação a diferentes preferências dos consumidores, sistemas de pagamento e regimes regulamentares.

“Integrar o comércio interno e externo e apoiar as empresas exportadoras na expansão das suas vendas locais será uma estratégia a longo prazo, em vez de uma resposta temporária a choques externos”, lê-se na publicação da Yuyuan Tantian.

A medida surge após o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter imposto taxas alfandegárias adicionais de 20 por cento sobre todos os produtos chineses. Washington estará também a preparar-se para lançar um regime tarifário recíproco mais amplo no próximo mês.

Pequim retaliou com a imposição de taxas alfandegárias sobre uma série de produtos agroalimentares norte-americanos e restringiu a exportação de vários minerais essenciais.

Mas a guerra comercial já se faz sentir em toda a economia chinesa. As exportações da China cresceram 2,3 por cento, em termos homólogos, durante os primeiros dois meses de 2025, um abrandamento significativo em comparação com o crescimento de 10,7 por cento registado em Dezembro.

Pequim convocou também executivos do Walmart para conversações na semana passada, depois de ter sido noticiado que o gigante retalhista norte-americano pressionou os fornecedores chineses a baixarem os preços, para compensar o impacto do aumento das taxas alfandegárias.

Mas as empresas chinesas enfrentam medidas proteccionistas noutros mercados também, incluindo a Europa e países em desenvolvimento. A Indonésia, por exemplo, impôs taxas de até 200 por cento sobre produtos têxteis chineses, a fim de proteger as pequenas e médias empresas do país contra o que considera ser concorrência desleal.

Os EUA são também um mercado importante para a indústria têxtil e de vestuário da China. Cerca de 17 por cento das exportações chinesas de têxteis e vestuário foram para aquele país no ano passado, de acordo com a Yuyuan Tantian.

Olhar para dentro

Para apoiar a transição para as vendas no mercado interno, o Ministério do Comércio planeia organizar uma série de exposições em todo o país para aconselhar os exportadores a adaptarem os seus canais de vendas e as normas dos produtos ao mercado interno.

“A expansão das vendas no mercado interno para as empresas de comércio externo não tem a ver com o escoamento das exportações não vendidas – tem a ver com a introdução de produtos de comércio externo de elevada qualidade no mercado interno”, apontou a conta afiliada à CCTV.

A estratégia enquadra-se nos esforços crescentes de Pequim para aumentar a procura interna. Na segunda-feira, o governo revelou um vasto plano para estimular o consumo, que abrange desde a redução dos custos dos cuidados infantis até à estabilização dos mercados imobiliário e bolsista.

Os sinais de melhoria estão a surgir gradualmente. Os dados divulgados na segunda-feira mostraram que as vendas a retalho na China aumentaram 4 por cento, em termos homólogos, nos primeiros dois meses de 2025, superando as expectativas dos analistas.

Jogos Mundiais | Special Olympics Macau conquistam quatro medalhas de ouro

A comitiva do movimento Special Olympics Macau conquistou 14 medalhas, incluindo quatro de ouro, nos Jogos Mundiais de Inverno para pessoas com deficiência intelectual, em Itália. Num comunicado, o movimento sublinhou que a comitiva contava apenas com oito atletas, sendo que “para a maioria deles” foi a primeira vez que competiram nos Jogos Mundiais de Inverno.

Isto porque a última edição da competição, que estava prevista para decorrer em 2022, em Kazan, na Rússia, foi inicialmente adiada devido à pandemia de covid–19 e depois cancelada devido à invasão russa da Ucrânia.

A estrela da comitiva de Macau foi a jovem Chio Hao Lei, de 18 anos, que ganhou duas medalhas de ouro nas provas de 100 metros e 200 metros de corrida na neve. Em Setembro, Chio foi a primeira atleta de Macau a competir nos Jogos Paralímpicos, terminando em último a prova de salto em comprimento para atletas com deficiência intelectual em Paris2024.

Também na corrida na neve, Huang Hou, de 17 anos, conquistou uma medalha de ouro na prova de 200 metros e uma de bronze nos 100 metros. A outra medalha de ouro para Macau foi para Sou Io Fai na prova de 500 metros na modalidade de patinagem de velocidade. O atleta de 25 anos conseguiu ainda uma medalha de prata na prova de mil metros.

Na modalidade de dança, o território venceu duas medalhas de bronze na prova individual e mais duas medalhas na prova de pares mistos, graças a Chang Chak Kuan, de 19 anos, e Lam Cheng I, de 16. Os Jogos Mundiais de Inverno Turim2025 decorreram entre 8 e 15 de Março, com a participação de mais de dois mil atletas de 103 países.

Imobiliário | Sobem transacções. Descem preços

Em Fevereiro, foram compradas e vendidas 176 habitações, a uma média de 76.243 patacas por metro quadrado. Em comparação com o que acontecia há um ano, os preços sofreram uma redução de 11,6 por cento, mas registaram-se mais 44 transacções

 

No mês passado, o preço da habitação apresentou uma redução de 11,6 por cento, face ao período homólogo, para uma média de 76.243 patacas por metro quadrado. A informação foi divulgada pela Direcção de Serviços de Finanças (DSF). Em Fevereiro do ano passado, o preço médio do metro quadrado da habitação era de 86.225 patacas, 9.982 patacas acima dos valores mais recentes, divulgados na segunda-feira.

Todavia, quando a comparação é entre Janeiro e Fevereiro deste ano, o preço médio das habitações apresenta uma valorização de 6 por cento, de 71.917 patacas por metro quadrado para 76.243 patacas por metro quadrado.

A nível dos preços, a realidade é agora diferente do que acontecia em 2019. Antes da pandemia, o preço médio por metro quadrado era de 98.618 patacas, o que representa uma redução de 22,7 por cento, ou 22.375 patacas, face aos dados disponibilizados na segunda-feira.

A informação sobre o mês passado mostra que Coloane foi a zona mais cara do território, com uma média de 83.5 71 patacas por metro quadrado. Na Taipa, o preço médio do metro quadrado foi de 82.471 patacas, e na Península de Macau de 72.986 patacas.

Maior procura

A maior redução dos preços parece ter resultado num aumento do número de compras e vendas de habitações. Em Fevereiro, registaram-se 176 transacções, mais 44 do que no período homólogo, quando se contabilizaram 132, o que significa um crescimento de um terço.

Quando a comparação é feita entre o mês passado e Janeiro, houve menos 94 transacções, uma quebra de 34,8 por cento, de 270 compras e vendas para 176 transacções, em Fevereiro.

No entanto, em 2019, antes da pandemia da covid-19, o mercado apresentava-se mais activo do que acontece actualmente. Em Fevereiro de 2019, foram registadas 279 transacções, mais 103 do que no mês passado. Contudo, em termos do volume de transacções, os números de Fevereiro de 2019 aproximam-se do registo de Janeiro deste ano.

Os dados mais recentes revelam igualmente que a Península de Macau foi o local com mais transacções, um total de 126 compras e vendas de habitação. No segundo lugar surgem a Taipa com 36 transacções e Coloane, onde se registaram 14 compras e vendas de habitação.

Saúde | Ambulâncias transfronteiriças começam a operar

Já é possível proceder ao transporte de ambulância de um doente entre Zhuhai e Macau, sem necessidade de trocar de veículo na fronteira. Segundo os Serviços de Polícia Unitários, realizou-se na segunda-feira de manhã a “Cerimónia de Lançamento do Serviço de Transporte Transfronteiriço Ponto a Ponto ‘Hospital-Hospital’ entre Zhuhai e Macau” no edifício principal do Governo Popular da Cidade de Zhuhai.

Para activar o mecanismo, é necessário um “acordo prévio entre o hospital emissor e o hospital receptor, tendo em consideração as necessidades, a segurança e os interesses dos doentes”. Este processo irá funcionar em paralelo com o antigo modelo de “ambulância-ambulância”, que obriga os doentes a trocar de ambulância nas áreas de controlo fronteiriço, permitindo a “quem não reúna as condições para o transporte transfronteiriço directo de ambulância” recorrer ao antigo modelo.

Os hospitais envolvidos no novo serviço são o Centro Hospitalar Conde de São Januário, o Hospital Popular da Cidade de Zhuhai, o Quinto Hospital Afiliado da Universidade Sun Yat-sen, o Hospital de Zhuhai do Hospital de Medicina Tradicional Chinesa de Guangdong e o Hospital Integrado de Medicina Tradicional Chinesa e Ocidental de Zhuhai.

O serviço de ambulâncias transfronteiriças foi lançado para responder ao previsto “acréscimo da procura de cuidados de saúde transfronteiriços”, decorrentes do “aumento das deslocações dos residentes da Grande Baía”. Segundo o Governo, é “um novo passo na cooperação na área de saúde entre Zhuhai e Macau, injectando uma nova dinâmica no desenvolvimento integrado dos serviços de saúde regionais”.

Cinema | Anunciadas novas orientações para filmagens

O atropelamento de 12 pessoas durante a gravação de uma cena de perseguição vai levar o Instituto Cultural a mudar as instruções para as equipas de filmagens no território. As autoridades querem ter mais informação sobre os planos e cenas gravadas

 

A presidente do Instituto Cultural (IC), Deland Leong Wai Man, revelou que vão ser emitidas novas orientações para as equipas de filmagens a trabalhar no território. A informação foi revelada ontem, e surge na sequência de um acidente de viação, ocorrido em Fevereiro, durante a rodagem de um filme.

Segundo Deland Leong, os diferentes departamentos do Governo estão actualmente em comunicação para ultimarem os novos planos e instruções. A partir do momento em que novas equipas de filmagem pretendam vir a Macau, as instruções vão ser distribuídas e terão de ser seguidas.

As novas directrizes prevêem igualmente que as equipas de produção têm de fornecer planos mais detalhados sobre as filmagens em Macau, com a necessidade de indicarem a utilização de estradas, encerramento de ruas e condução de veículos. A partir desses planos, as autoridades vão ouvir os diferentes departamentos, como o Corpo de Polícia de Segurança Pública e a Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego, para garantir que as filmagens decorrem num ambiente mais seguro e controlado.

À comunicação social, Deland Leong Wai Man defendeu que seguindo este novo método, com pedidos de informações mais detalhados, a indústria do cinema vai ter um desenvolvimento mais saudável, face ao contexto actual.

Rodagem suspensa

Ao mesmo tempo, a responsável pelo IC confirmou a manutenção da ordem de suspensão da equipa do filme que esteve na origem de um acidente com 12 feridos, entre eles duas crianças com 5 e 6 anos de idade. O acidente aconteceu no final de Fevereiro, quando um condutor perdeu o controlo do automóvel durante a filmagem de uma cena de perseguição.

Mais tarde, o caso ganhou outras dimensões quando as autoridades revelaram que a cena de perseguição estava a ser filmada, pela equipa do Interior, à margem das orientações emitidas.

Sobre este episódio, Leong informou que ainda está a ser alvo de discussão, pelo que não podem ser emitidas quaisquer conclusões. Todavia, a responsável admitiu que está em cima da mesa a hipótese de cancelar a licença para gravar em Macau, dado que a equipa não seguiu as orientações inicialmente emitidas.

A presidente do IC foi ainda questionada sobre se o incidente pode contribuir para que as grandes produções comecem a evitar o território. No entanto, Leong afastou este cenário e destacou que no ano passado mais de 300 equipas de filmagens do exterior estiveram em Macau, o que disse ser o número mais alto da história. A líder do IC apontou ainda que Macau é um destino cada vez mais atractivo para a gravação de filmes.

Cultura | Miguel de Senna Fernandes distinguido como embaixador

O nome do macaense consta numa lista, com 942 individualidades, elaborada pelo Ministério da Cultura e Turismo da China. O embaixador tem como funções a promoção e protecção do património cultural imaterial

 

Miguel de Senna Fernandes foi distinguido como embaixador do Património Cultural Imaterial Nacional. A lista com um total de 942 nomes foi anunciada, na noite de segunda-feira, pelo Ministério da Cultura e Turismo da China.

Desde 2021 que o Teatro em Patuá faz parte da lista de Património Cultural Imaterial da China. Miguel de Senna Fernandes foi escolhido como embaixador pelo seu papel no grupo Dóci Papiaçám, além de co-fundador é ainda o dramaturgo e encenador.

“Sinto-me muito honrado e naturalmente feliz. Mas, principalmente honrado por ter sido escolhido. Agora, a responsabilidade, que já era grande, passa a ser maior”, afirmou Senna Fernandes, em declarações ao HM. “Ao longo destes anos, contei sempre com um grupo de pessoas muito talentosas e este prémio é deles. Esta distinção não é individual, neste tipo de coisas nunca é um trabalho individual, é um trabalho de grupo. Foi através do grupo que se exteriorizou aquilo que foi criado”, acrescentou.

De acordo com o comunicado oficial do Governo Central, a figura do embaixador do Património Cultural Imaterial Nacional tem como funções assegurar a promoção e protecção do património cultural. Além da ligação a manifestações culturais protegidas, o comunicado indica que as pessoas são escolhidas por apresentarem “uma boa moral” e “excelente competência” para protegerem e garantirem a transmissão do património cultural imaterial. “Espera-se que os embaixadores do património cultural imaterial nacional desempenhem um papel exemplar, realizem activamente actividades de herança, cultivem sucessores e contribuam mais para a protecção do património cultural imaterial”, foi indicado no comunicado com as novas nomeações.

Mais garantias

Em declarações prestadas ao HM, Miguel de Senna Fernandes revelou ainda ver a distinção como uma “importantíssima garantia” para a sobrevivência do Teatro em Patuá, com as características do teatro macaense. “É uma garantia importantíssima da sobrevivência do teatro com todas as características que ao longo dos anos fomos firmando”, frisou o dramaturgo. “Quando antigamente falávamos para pessoas que não entendiam este tipo de piadas, de humor, tínhamos algumas reticências. Mas, hoje em dia, parto do princípio que conhecem, ou devem conhecer, o tipo de humor que colocamos em palco”, apontou.

“O grupo Dóci Papiaçám sempre apresentou um teatro satírico, que visou os costumes, sejam eles quais forem, com crítica social, escárnio e maldizer. É o histórico do teatro maquista. O teatro macaense é isto. É claro que podemos fazer teatro em patuá, mas sem estas características pode não ser teatro maquista”, argumentou.

Espaço para a comunidade

Miguel de Senna Fernandes destacou igualmente a importância da distinção para a comunidade. “É muito bom, porque, pelo menos, nesta área da cultura, a comunidade tem um papel que continua a ser relevante e isto é importante”, considerou. “Estamos a ver uma Macau bem diferente do que era e neste mar de gente, numa espécie de cultura – à falta de melhor expressão – mais monolítica, o teatro, a cultural macaense ser relevante é algo bom para a comunidade e isto é importante”, destacou.

A próxima actuação do grupo Dóci Papiaçám está agendada para os dias 30 e 31 de Maio, no âmbito do 35.º do Festival de Artes de Macau, com o nome Cuza Tá Renâ? (Que se Passa?, em português). A peça será apresentada no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau. O macaense não arrisca antever que a distinção se vá reflectir num maior impacto ao nível da presença do público. Contudo, admite que a expectativa da organização do festival passa por ter casa cheia.

Sonhos por cumprir

Em relação ao futuro do teatro em patuá e dos Dóci Papiaçám, Senna Fernandes confessa que o “grande sonho” nesta fase passa por regressar a Portugal para actuar.

A última vez que o grupo actuou em Portugal foi em 1999, ainda antes da transferência de soberania de Macau para a China. “O sonho é ir a Portugal”, confessou. “É uma questão de dinheiro e de logística. No ano passado, o coro foi a Portugal, mas agora queremos levar o teatro e estou a trabalhar seriamente nisto”, indicou. “A última vez que o teatro foi a Portugal foi em 1999. E nunca mais lá fomos! Não pode ser! Temos de quebrar este silêncio”, acrescentou, em tom bem-humorado.

No entanto, Portugal não é o único objectivo. O co-fundador acredita também que no futuro vai ser possível ter uma actuação no Interior da China, embora admita que os moldes dessa actuação, apesar da vontade, não estão pensados.

Crença e costume

Em relação a Macau, além de Miguel de Senna Fernandes, consta na lista o nome de Lo Seng Chung, como embaixador da Crença e Costumes de Tou Tei.

As crenças de Tou Tei dizem respeito a um dos deuses chineses mais conhecidos, também chamado como “Tou Tei Kong”, “Foc Tac Cheng San” ou “Tai Pak Kong”. De acordo com o Instituto Cultural, é “um dos mais populares deuses chineses” e tido pelos crentes “como responsável por assuntos como a protecção da vida, a saúde e a riqueza dos residentes, entre outros aspectos”.

DSAL | Tomada de posse do novo director realizou-se ontem

O novo director da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), Chan Un Tong, e a subdirectora, Chan Tze Wai prestaram ontem juramento na cerimónia de tomada de posse.

A cerimónia foi presidida pelo secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, que espera que os dirigentes “promovam ainda mais o desenvolvimento global do mercado de trabalho de Macau, protejam os direitos e interesses laborais nos termos da Lei e construam, com novas ideias, uma sociedade harmoniosa entre empregadores e trabalhadores”.

O novo líder da DSAL, Chan Un Tong, indicou sentir “profundamente o peso da responsabilidade e afirmou que, de acordo com o espírito do importante discurso do Presidente Xi Jinping, irá persistir na resolução efectiva do problema de emprego com base na população e reforçar os recursos de formação para formar quadros qualificados de alta qualidade para Macau”.

Chan Un Tong comprometeu-se também no aperfeiçoamento da legislação laboral, na criação de relações de trabalho harmoniosas e a “envidar esforços para apoiar o desenvolvimento das actividades das micro, pequenas e médias empresas”.

Chan Un Tong começou a trabalhar no Governo da RAEM em 2002, desempenhando entre Maio de 2014 e Maio de 2016, o cargo de coordenador-adjunto do Gabinete para os Recursos Humanos, e desde Maio de 2016 até à presente data, o cargo de subdirector da DSAL.

Chan Un Tong é licenciado em Direito Económico na Faculdade de Economia da Universidade de Jinan, em Guangzhou.