Hoje Macau Grande Plano MancheteAPN | Plano de reformas nas áreas tecnológica e financeira responde aos novos desafios A China pretende responder aos novos desafios que lhe são colocados através de um plano de aperfeiçoamento administrativo, que presta especial atenção aos sectores tecnológico e financeiro. Face aos boicotes americanos, Pequim procurará a auto-suficiência nessas áreas A China revelou na terça-feira um vasto plano de reforma para uma série de instituições estatais, com enfoque na reestruturação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e no estabelecimento de uma administração reguladora financeira nacional, sublinhando “os esforços intensos do país para reforçar as suas capacidades científico-tecnológicas e a sua segurança económica e financeira no meio de incertezas externas crescentes”, revelou a Xinhua. O plano de reforma institucional, que também abrange áreas que vão desde a administração de dados, trabalho de assistência a idosos até aos direitos de propriedade intelectual e aos sectores agrícola e rural, está “em conformidade com o objectivo da liderança superior de melhorar a eficiência da governação para enfrentar riscos e desafios e prosseguir um desenvolvimento de alta qualidade”, observaram peritos chineses ouvidos pelo Global Times. O plano foi submetido na terça-feira à Assembleia Popular Nacional (APN), a principal legislatura da China, para deliberação. O plano faz parte de disposições tomadas no 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCC) para “aprofundar a reforma das instituições do Partido e do Estado”, e foi adoptado na segunda sessão plenária do 20º Comité Central do CPC, na semana passada. A extrema importância da tecnologia Uma das principais partes do plano revelado na terça-feira é a reestruturação do MST. Com a transferência de funções tais como a formulação de políticas tecnológicas para o sector agrícola para outros ministérios, o MCT será incumbido principalmente de um papel maior na melhoria de um novo sistema de mobilização da nação para fazer avanços tecnológicos. Para isso, será criada uma comissão central de ciência e tecnologia para reforçar a liderança centralizada e unificada do Comité Central do PCC sobre o trabalho relacionado com a ciência e a tecnologia. Explicando o plano aos legisladores nacionais, o Conselheiro e Secretário-Geral do Conselho de Estado Xiao Jie disse que “o MCT será reestruturado para melhor atribuir recursos para superar os desafios nas tecnologias-chave e centrais, e avançar mais rapidamente para uma maior auto-suficiência em ciência e tecnologia”, de acordo com Xinhua. “Os EUA têm intensificado incessantemente a sua contenção do desenvolvimento da China, especialmente através da redução do fornecimento de componentes tecnológicos centrais à China. Só nos últimos dias, os EUA têm tomado ou estão a ponderar cada vez mais medidas de repressão contra empresas chinesas, incluindo uma proibição de exportação de dezenas de entidades chinesas. No meio de tal contenção e políticas hostis, a China precisa de mobilizar todos os recursos para construir as suas próprias capacidades e optimizar eficazmente o seu sistema de governação de modo a melhor enfrentar os desafios externos”, disse Zhang Shuhua, director do Instituto de Ciências Políticas da Academia Chinesa de Ciências Sociais, ao Global Times. Ainda segundo a Xinhua, “as empresas tecnológicas saudaram o plano de reforma do MCT como um grande passo para permitir que o ministério se concentre nos avanços tecnológicos”. Como muitas funções do MCT que não estão relacionadas com a própria tecnologia foram transferidas, pode “concentrar-se mais na coordenação de recursos para lidar com certas tecnologias avançadas e especiais”, disse um representante de uma das principais empresas de tecnologia da China. Dong Shaopeng, um investigador sénior do Instituto Chongyang de Estudos Financeiros da Universidade de Renmin, disse que “a reforma do MCT é conducente à melhoria do sistema de todo o país, promovendo a inovação científica e tecnológica, e irá romper com as tecnologias de ‘estrangulamento’”. Enfrentar os riscos financeiros Noutro esforço para melhorar a capacidade reguladora e a eficiência para enfrentar os riscos financeiros, o plano de reforma inclui amplas reformas do seu mecanismo regulador financeiro, tanto a nível nacional como local. Assim, a China criará uma administração reguladora financeira nacional. Directamente sob o Conselho de Estado, a administração proposta será responsável pela regulamentação do sector financeiro, com excepção do sector dos valores mobiliários. Esta nova entidade será estabelecida com base na Comissão Reguladora Bancária e de Seguros da China, que não se manterá e certas funções da mesma serão transferidas para a nova administração, de acordo com a Xinhua. “Esta ronda de reformas institucionais destaca a ênfase do país na prevenção de riscos”, disse o professor da Universidade de Finanças e Economia de Tianjin, Cong Yi, observando que o rápido desenvolvimento do mercado financeiro chinês, especialmente no sector financeiro, requer um sistema e mecanismo de regulação actualizado. Para além do rápido crescimento do mercado de capitais chinês, “uma situação geoeconómica global em rápida mutação exige capacidades acrescidas para prevenir e neutralizar os riscos, a fim de garantir a segurança económica e financeira”, foi ainda observado. De acordo com o Relatório de Trabalho do Governo, a prevenção e desanuviamento efectivos dos principais riscos está entre as principais prioridades para 2023. O plano de reforma está de acordo com as reformas de mercado em curso, que visam colmatar lacunas regulamentares em certas áreas, tais como as questões da dívida no sector imobiliário e lidar com novos riscos à medida que a abertura financeira continua a expandir-se, de acordo com Tian Yun, um especialista macroeconómico. “Reforçar a supervisão financeira e prevenir riscos financeiros é um requisito inevitável do actual desenvolvimento económico”, disse Tian. Os dados ainda não estão lançados Com o objectivo de melhorar a regulamentação noutro sector crucial, o plano de reforma na terça-feira inclui a criação de um gabinete nacional de dados. O gabinete proposto, a ser administrado pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), será responsável por fazer avançar o desenvolvimento de instituições fundamentais relacionadas com dados, coordenar a integração, partilha, desenvolvimento e aplicação de recursos de dados, e impulsionar o planeamento e construção de uma China Digital, a economia digital e uma sociedade digital, entre outros, de acordo com a Xinhua. “Os dados têm-se tornado cada vez mais um activo importante e uma moeda de troca na competição entre as grandes potências. Neste caso, a China levou a cabo reformas institucionais para reforçar a gestão de dados”, disse Tian, observando que o novo gabinete poderia desempenhar um papel importante em tal competição. Globalmente, o plano de reforma é considerado “um amplo esforço da liderança chinesa para enfrentar os desafios de curto e longo prazo que a economia chinesa enfrenta, incluindo as mudanças demográficas”. O plano inclui ainda melhorias no mecanismo de trabalho de cuidados aos idosos para implementar a estratégia nacional proactiva em resposta ao envelhecimento da população e expandir os serviços básicos de cuidados aos idosos para cobrir todos os cidadãos idosos, de acordo com a Xinhua. A China irá também melhorar o mecanismo de gestão dos direitos de propriedade intelectual (DPI) para actualizar a criação, aplicação, protecção e gestão dos DPI. Líderes seniores chineses participam nas deliberações da APN Os líderes seniores chineses Zhao Leji, Cai Qi e Ding Xuexiang, todos membros do Comité Permanente da do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC), participaram na terça-feira nas deliberações da primeira sessão do 14º Congresso Nacional do Povo (NPC), a legislatura nacional da China. Ao participar em duas deliberações separadas com deputados das regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau, Zhao afirmou que a realidade provou que a política de “um país, dois sistemas” é uma “grande inovação do socialismo com características chinesas”. “A política ‘um país, dois sistemas’ provou ser o melhor arranjo institucional para assegurar a prosperidade e estabilidade sustentadas em Hong Kong e Macau após o seu regresso à pátria”, disse Zhao, acrescentando que deve ser respeitada a longo prazo, e apelou às duas RAE “para que se integrem melhor no desenvolvimento global da China, abram novos caminhos na prossecução da sua própria prosperidade e desenvolvimento, e desempenhem um papel mais importante na realização do rejuvenescimento nacional”. Cai, também membro do Secretariado do Comité Central do PCC, assistiu a uma deliberação com os seus colegas deputados da delegação da província de Qinghai e exortou à realização de novas realizações na promoção da conservação ecológica e do desenvolvimento de alta qualidade para o Planalto Qinghai-Tibet, exortando a província a assumir a sua missão de proteger a área Sanjiangyuan, que contém as fontes dos rios Yangtze, Amarelo e Lancang e é conhecida como a “torre de água da China”. Cai também exigiu esforços para “fomentar um forte sentido de comunidade para a nação chinesa e promover interacções, intercâmbios e integração entre todos os grupos étnicos”. Ding, também director do Gabinete Geral do Comité Central do PCC, salientou “os esforços para implementar plenamente as decisões e planos do Comité Central do PCC e fazer progressos sólidos no avanço da modernização chinesa numa deliberação com os deputados da APN da delegação da Província de Liaoning. “O presidente Xi exortou esforços para aprofundar a reforma e a abertura, promover um mercado eficiente e um governo que funcione bem, e acelerar o estabelecimento de um novo padrão de desenvolvimento centrado na economia nacional e que apresente uma interacção positiva entre os fluxos económicos nacionais e internacionais. Liaoning deveria tomar medidas concretas para consolidar e desenvolver inabalavelmente o sector público e encorajar, apoiar e orientar inabalavelmente o desenvolvimento do sector não público, de modo a desencadear um novo impulso e vitalidade de desenvolvimento”, concluiu Ding. Xi Jinping | Sector privado é “família” O presidente Xi Jinping exortou uma orientação adequada para o desenvolvimento saudável e de alta qualidade do sector privado, durante uma visita aos conselheiros políticos nacionais da Associação Nacional de Construção Democrática da China e da Federação Nacional de Indústria e Comércio da China, que estão a participar da primeira sessão do 14º Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. Xi enfatizou que o Comité Central do PCC “sempre consolida e desenvolve inabalavelmente o sector público e incentiva, apoia e orienta inabalavelmente o desenvolvimento do setor privado”. “O Comité Central do PCC também adere aos princípios de que o estatuto e as funções do setor privado no desenvolvimento económico e social do país não mudaram, o princípio e as políticas para encorajar, apoiar e orientar inabalavelmente o desenvolvimento do sector não mudaram, e o princípio e as políticas para proporcionar um ambiente saudável e mais oportunidades para o sector não mudaram”, afirmou Xi. O presidente disse ainda que “as empresas privadas e os empresários pertencem à nossa própria família”.
Hoje Macau EventosCreative Macau | Yaya Vai expõe obras a partir de quinta-feira “Awaken and To Be Continued” é o nome da nova exposição de pintura e instalação de Yaya Vai, artista de Macau. Nesta mostra, Yaya revela estados de espírito de quem ainda se encontra num estado letárgico, sem conseguir seguir em frente, num limbo semelhante ao despertar de uma nova natureza A nova exposição da Creative Macau aposta em mais um talento local e volta a fazer referência aos tempos duros da pandemia. Em “Awaken and To Be Continued” [Desperta e em Continuação] Yaya Vai, natural de Macau, expõe, a partir de quinta-feira e até 4 de Abril, trabalhos de pintura e instalações artísticas que revelam estados de espírito de quem ainda precisa recuperar de tudo o que aconteceu nos últimos três anos. “As pessoas desejam que tenha sido apenas um sonho aquilo que aconteceu nos últimos anos. Se é tempo de acordar, estás pronto para isso? Seria como o termo solar ‘O despertar dos insectos’, quando a natureza se torna viva de novo depois de um período de hibernação. No entanto, se o ambiente mudou, o que precisamos é de nos prepararmos e seguir em frente. Qual é o teu plano e esperança para o futuro?”, explica-se numa nota. Yaya Vai acrescenta que, nos últimos anos, “tem havido muitos desconhecidos” em si mesma, com a vida a parecer “estagnada, sem uma porta de saída”. “Parece demasiado a ideia de ‘Vamos!’ para que eu siga em frente. Honestamente, ainda estou numa fase entre o despertar e o estar deitado. Esta série de trabalhos é um auto-diálogo. Sobre a ideia de ‘continuando’, necessito de esquecer o passado e seguir em frente. Pode não ser fácil alterar os maus hábitos e dar mais atenção ao ambiente e às pessoas em volta. Mas sei que o mundo continua a mover-se mesmo que eu continue deitada”, acrescenta-se na mesma nota. Da gestão e criatividade Esta não é a primeira vez que Yaya Vai expõe em Macau, tendo já revelado o seu trabalho como pintora no Salão de Outono, ao ser uma das artistas integrantes da exposição colectiva organizada pela Fundação Oriente, ou na Macau H853 Super Art Fair. Destaque ainda para a participação, em 2020, numa mostra colectiva com oito artistas de Macau que decorreu no bairro de São Lázaro. A exposição foi organizada pela Ark – Associação de Arte de Macau (AAMA, na sigla inglesa) e a Associação para a Promoção das Indústrias Criativas. Yaya Vai começou por se licenciar em Gestão de Empresas, mas depressa a arte passou a fazer parte do seu dia-a-dia como passatempo. Foi então que aprendeu a desenhar com caneta e a óleo e, mais tarde, obteve o certificado em Marketing de Artes Visuais e Gestão. A sua arte é, sobretudo, inspirada por temas florais e mais ligados ao universo feminino. Para a artista, “a arte é uma forma de reduzir o stress” e ela espera que o seu trabalho possa levar a uma maior consciencialização sobre a saúde emocional das mulheres.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Vítimas de trabalho forçado no Japão rejeitam plano de compensações Vítimas sul-coreanas de trabalhos forçados em tempo de guerra por empresas do Japão rejeitaram ontem a proposta do Governo da Coreia do Sul para pagar indemnizações sem o envolvimento directo das companhias japonesas. “Não aceitarei o dinheiro mesmo que morra à fome”, disse Yang Geum-deok, 94 anos, durante uma conferência de imprensa realizada no âmbito de um protesto na Assembleia Nacional, em Seul, citada pelo jornal The Korea Times. Yang reagia à proposta do Governo, divulgada na segunda-feira, de compensar as vítimas através de uma fundação pública financiada por empresas coreanas, em vez das empresas japonesas responsáveis pelos trabalhos forçados. O Japão ocupou a península coreana entre 1910 e 1945, e sujeitou muitos coreanos a trabalhos forçados em empresas como a Mitsubishi ou a Nippon Steel durante a Guerra do Pacífico (1941-1945), a extensão asiática da Segunda Guerra Mundial. Seul diz que cerca de 780 mil coreanos foram sujeitos a trabalhos forçados durante os 35 anos de ocupação japonesa, não incluindo mulheres que foram forçadas à escravidão sexual, segundo a agência francesa AFP. Tóquio considera que a questão das compensações foi resolvida pelo tratado de 1965, que normalizou as relações entre o Japão e a Coreia do Sul. Nos termos do tratado, Tóquio transferiu para Seul 800 milhões de dólares em diferentes pacotes de ajuda económica e empréstimos, a título de compensações pela ocupação ilegal da península. Apesar de Tóquio considerar que o tratado abrange as compensações individuais, o Supremo Tribunal sul-coreano ordenou, em 2018, que as empresas japonesas indemnizassem directamente as vítimas. O plano de Seul não implica um pedido de desculpas do Japão, como exigem as vítimas, e sugere contribuições voluntárias das empresas japonesas envolvidas nos trabalhos forçados para o fundo de compensação.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang | Irmã de Kim Jong-un avisa Washington e Seul para resposta esmagadora A irmã do líder da Coreia do Norte avisou ontem que o país está pronto para tomar “medidas rápidas e esmagadoras” contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul. A reacção de Kim Yo-jong surgiu depois de um avião norte-americano com capacidade nuclear ter sobrevoado na segunda-feira a península da Coreia, no âmbito de um exercício conjunto com aeronaves de guerra sul-coreanos. Kim Yo-jong não descreveu quais as acções planeadas, mas a Coreia do Norte tem vindo a testar frequentemente mísseis em resposta aos exercícios militares de Washington e Seul, os quais interpreta como um ensaio para preparar uma invasão. “Estamos atentos aos movimentos militares das forças dos EUA e dos militares fantoches sul-coreanos e estamos sempre em alerta para tomar medidas apropriadas, rápidas e esmagadoras em qualquer altura, de acordo com a nossa análise”, disse Kim Yo-jong, num comunicado citado pelos meios de comunicação estatais. “Os movimentos militares e todo o tipo de retórica por parte dos EUA e da Coreia do Sul, que são tão frenéticos a ponto de não serem ignorados, proporcionam sem dúvida [à Coreia do Norte] condições para ser forçada a fazer algo para os enfrentar”, acrescentou. A Coreia do Sul disse que estes exercícios demonstraram a capacidade dos aliados para dar uma resposta decisiva a potenciais agressões norte-coreanas. Num outro comunicado, também divulgado ontem, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte classificou a acção com o bombardeiro B-52 dos EUA uma provocação imprudente que empurra a situação na península “para o pântano sem fundo”. Na mesma nota, as autoridades norte-coreanas sublinharam não existirem “garantias de que não haverá um conflito físico violento” se as provocações militares dos EUA e da Coreia do Sul continuarem.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Xi Jinping condena “contenção e repressão” do Ocidente à China O Presidente chinês, Xi Jinping, condenou ontem o que classificou como “contenção e repressão” exercidas pelo Ocidente contra o país, de acordo com declarações citadas pela imprensa oficial. As relações da China com os Estados Unidos e vários países europeus deterioraram-se, nos últimos anos, face a questões de direitos humanos, comércio, tecnologia, acusações de espionagem ou diferendos sobre o estatuto de Hong Kong e Taiwan. Isto resultou na imposição de sanções contra entidades e líderes chineses, suscitando uma retaliação por parte de Pequim. “O ambiente de desenvolvimento externo da China passou por transformações rápidas e factores incertos e imprevisíveis que aumentaram muito”, disse Xi Jinping, citado pela agência de notícias oficial Xinhua. “Os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, implementaram uma política de contenção, cerco e repressão contra a China”, descreveu. “Isto gerou desafios sem precedentes para o desenvolvimento do nosso país”, admitiu. As observações do líder, de 69 anos, que está prestes a obter um terceiro mandato presidencial inédito, foram feitas durante um encontro com membros de um comité consultivo, à margem da sessão anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China. Xi Jinping disse que os últimos cinco anos foram marcados por um novo conjunto de obstáculos, que ameaçam abrandar a ascensão económica do país asiático. As relações entre a China e os EUA atingiram um período particularmente tenso no mês passado, depois de um alegado balão de espionagem chinês ter sido abatido pelos militares norte-americanos. O caso forçou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a adiar uma visita à China. Em nome de uma suposta ameaça à segurança, os Estados Unidos multiplicaram nos últimos meses as sanções contra fabricantes de ‘chips’ semicondutores chineses, agora impedidos de adquirir tecnologia norte-americana e de países aliados, incluindo Japão e Holanda. Os semicondutores são essenciais no fabrico de alta tecnologia.
Hoje Macau China / ÁsiaSri Lanka diz que Pequim aceitou renegociar empréstimos A China aceitou renegociar os empréstimos concedidos ao Sri Lanka, anunciou ontem o Presidente da ilha, decisão que remove o obstáculo final a um pacote de resgate do Fundo Monetário Internacional (FMI). O Banco de Exportações e Importações chinês (China Exim) escreveu ao FMI, na segunda-feira, para informar o fundo que Pequim pretendia “reestruturar” os empréstimos ao Sri Lanka, disse o Presidente cingalês, Ranil Wickremesinghe. Perante o parlamento, em Colombo, Wickremesinghe disse esperar que a primeira parcela do resgate do FMI, no valor total de 2,9 mil milhões de dólares, chegue ainda este mês. “Assim que a carta do China Exim foi enviada ao FMI, assinei a carta de intenções do Sri Lanka para seguir o programa do FMI”, disse o Presidente. A ilha do sul da Ásia, com 22 milhões de habitantes, deixou de cumprir os pagamentos de uma dívida externa de 46 mil milhões de dólares em Abril de 2022. Pouco mais de 14 mil milhões de dólares do total da dívida externa constituem dívidas bilaterais a governos estrangeiros, dos quais 52 por cento à China. Para obter o resgate do FMI e restaurar as finanças públicas do Sri Lanka, o Governo de Wickremesinghe impôs aumentos de impostos, acabou com subsídios à gasolina e à electricidade e pretende vender empresas estatais deficitárias. O Sri Lanka vive uma crise económica sem precedentes que causou meses de escassez de alimentos e combustível. A crise originou protestos violentos, que culminaram em Julho com a invasão por parte de milhares de manifestantes da residência do então Presidente, forçando Gotabaya Rajapaksa a exilar-se. Wickremesinghe assumiu interinamente a presidência e acabou por ser eleito pelo parlamento como nono Presidente do Sri Lanka em 20 de Julho, tendo tomado posse no dia seguinte. Desde então, o Governo prendeu vários líderes das manifestações.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio externo chinês volta a contrair nos dois primeiros meses do ano O ambiente económico exterior e a constante subida das taxas de juro complicam o desenvolvimento económico do país, que, no entanto, apresentou melhores resultados face ao mesmo período do ano transacto O comércio externo chinês voltou a contrair em Janeiro e Fevereiro, afectado pela queda na procura global, suscitada pela subida das taxas de juro nos Estados Unidos e Europa, que visa travar a inflação galopante. As exportações chinesas caíram 6,8 por cento, em termos homólogos, para 506,3 mil milhões de dólares, segundo dados das alfândegas chinesas publicados ontem. Trata-se, ainda assim, de uma melhoria, face à queda de 10,1 por cento, registada em Dezembro. As importações caíram 10,2 por cento, para 389,4 mil milhões de dólares, aprofundando a contracção de 7,3 por cento, registada no mês passado. O excedente comercial da China nas trocas com o resto do mundo subiu 0,8 por cento, em termos homólogos, nos dois primeiros meses do ano, para 116,9 mil milhões de dólares. A queda na procura global por bens chineses enfraqueceu, à medida que a Reserva Federal dos Estados Unidos e o Banco Central Europeu aumentaram, consecutivamente, as taxas de juro, visando travar a inflação galopante. Isto torna o crédito mais caro e enfraquece o consumo. “Não esperamos que as exportações recuperem”, afirmou Iris Pang, analista do banco holandês ING, num relatório. Novas metas A queda nas exportações complica os objectivos de Pequim de reanimar o crescimento económico, que caiu no ano passado para 3 por cento, o segundo ritmo mais lento desde a década de 1970. Pequim estabeleceu para este ano uma meta de crescimento de “cerca de 5 por cento”. O Partido Comunista Chinês está a tentar estimular o consumo interno para reduzir a dependência das exportações e investimento em grandes obras públicas. Um aumento da procura chinesa seria um impulso para os fornecedores globais, numa altura em que as vendas nos EUA, Europa e Japão estão em queda. Nos últimos anos, por exemplo, a China absorveu quase um terço das exportações brasileiras. As vendas a retalho e outros dados económicos começaram a melhorar, depois de as autoridades terem desmantelado, em Dezembro passado, a estratégia de ‘zero casos’ de covid-19, que deprimiu a actividade económica. A economia também está sob pressão devido a uma campanha para reduzir os níveis de alavancagem no sector imobiliário, um importante motor de crescimento da economia chinesa. A China relata os dados comerciais referentes a Janeiro e Fevereiro juntos para filtrar o efeito do feriado do Ano Novo Lunar, que calha em datas diferentes nos dois primeiros meses do ano. As exportações para os Estados Unidos caíram 21,8 por cento, em relação ao ano anterior, para 71,6 mil milhões de dólares. As importações de produtos norte-americanos caíram 5por cento, para 30,3 mil milhões de dólares. O excedente comercial politicamente sensível com os Estados Unidos diminuiu 30,9 por cento, para 41,3 mil milhões de dólares. As importações da Rússia, principalmente petróleo e gás, aumentaram 31,3por cento, em relação ao ano anterior, para 18,6 mil milhões de dólares. As exportações para a Rússia aumentaram 19,8 por cento para 15 mil milhões de dólares.
Hoje Macau Via do MeioUm poema de Li Bai Tradução de António Izidro 把酒問月 青天有月來幾時 我今停杯一問之 人攀明月不可得 月行卻與人相隨 皎如飛鏡臨丹闕 綠煙滅盡清輝發 但見宵從海上來 寧知曉向雲間沒 白兔搗藥秋復春 嫦娥孤棲與誰鄰 今人不見古時月 今月曾經照古人 古人今人若流水 共看明月皆如此 唯願當歌對酒時 月光長照金樽裏 Bebo e pergunto à Lua Poiso a taça e páro de beber para perguntar: quando surgirás, ó Lua, ali no céu azul? Sei que não te alcanço, trepando pelo luar, a ti, que a todos guardas, seja a norte ou a sul. Límpido espelho, sobre rubros palácios brilhas, resplandecente, esvais o verde véu da neblina; de um escuro mar, na noite ergues-te menina p’ra na aurora te ocultares na névoa que polvilhas. Primaveras e outonos, ano após ano, sem cessar, no elixir dos imortais, está o Coelho a laborar,1 mas quem poderá a solidão de Chang E aliviar?2 Gente de hoje que a Lua de ontem não viram, essa mesma Lua que os de ontem vislumbraram, gerações escorrem como as águas de um rio e, contudo, um dia houve em que todos te fitaram. Só espero, enquanto bebo – e à Lua eu devoto o meu cantar –, que na taça do meu vinho, branca Lua, nunca deixes de brilhar. Notas 1. Coelho O animal inseparável da festividade de Outono. Na mitologia chinesa simboliza a Lua; os dois elementos presentes na milenar tradição das lanternas de papel, em forma de coelho, com que as crianças se divertem, e no bolo característico que se come na noite de Quinze de Lua. Segundo a mitologia, na Lua, o coelho esmaga com um pilão ervas medicinais para elaborar o elixir da imortalidade. 2. Chang-E Deusa que voou da Terra para a Lua, depois de se ter apropriado da pílula da imortalidade de um imperador.
Hoje Macau SociedadeSJM | Perdas de 7,8 mil milhões de dólares de Hong Kong A concessionária do jogo SJM Holdings anunciou ter perdido cerca de 7,8 mil milhões de dólares de Hong Kong no ano passado, tendo os prejuízos aumentado 88,2 por cento. A Sociedade de Jogos de Macau Holdings Ltd., sublinhou que este valor inclui uma perda contabilística de 1,2 mil milhões de dólares de Hong Kong devido à renovação do hotel-casino Jai Alai, de acordo com um comunicado, enviado na segunda-feira, à bolsa de valores de Hong Kong. No ano passado, as seis operadoras de jogos em casino em Macau registaram prejuízos de 4,1 mil milhões de euros, ou mais 17,5 por cento do que no ano anterior. Desde 2020, as concessionárias – MGM, Galaxy, Venetian (Sands), Melco, Wynn e SJM – acumularam prejuízos de 12,7 mil milhões de euros devido às rigorosas medidas de prevenção e contenção da pandemia. As operadoras de casinos no território registaram perdas de 3,5 mil milhões de euros em 2021 e de 5,09 mil milhões de euros em 2020 – um valor recorde, de acordo com cálculos feitos pela Lusa.
Hoje Macau PolíticaPatriotismo | Chui Sai Peng apela ao fervor nacionalista José Chui Sai Peng, deputado de Macau na Assembleia Popular Nacional, considera que o futuro da política de Macau tem de passar por consolidar a tradição “Amar o País, Amar Macau” e por uma maior integração do Interior. O também empresário, defendeu que Macau tem de assumir um papel mais importante para o país, através da prática do princípio “Um País, Dois Sistemas com características de Macau”. O deputado encontra-se actualmente a participar na Assembleia Popular Nacional reunida em Pequim. Sobre estes trabalhos, considerou que se está a assistir ao início de “uma nova era e de uma nova viagem” e que todos em Macau se devem unir para promover a diversificação da economia do território e apoiar sempre o Governo, para que este objectivo seja alcançado.
Hoje Macau PolíticaGrande Baía | Pansy Ho recusa ser originária de Macau ou Hong Kong Nem de Hong Kong, nem Macau, em declarações à CCTV, Pansy Ho, filha de Stanley Ho, afirma ser uma cidadã da Grande Baía e recusa que a sua origem se possa resumir apenas às RAE. “Há pessoas que dizem que venho de Macau, outras que venho de Hong Kong, mas eu digo que a minha origem está na Grande Baía”, afirmou Pansy Ho. A milionária apontou ainda as suas raízes comuns com toda a população desta zona da China. “Dentro da Grande Baía, as pessoas das nove cidades e das duas regiões administrativas especiais bebem a água da mesma fonte do rio, partilhada há mil anos a cultura de Lingnan, e também gostamos de canja com carne de porco e ovos centenários. Somos também pessoas trabalhadores e com capacidade de resistir às adversidades”, acrescentou.
Hoje Macau PolíticaONU denuncia sub-representação das mulheres em cargos de topo Um relatório da ONU criticou a sub-representação das mulheres em cargos de topo na administração pública e empresas privadas, uma preocupação subscrita pelas deputadas Wong Kit Cheng e Agnes Lam. O Comité dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais da ONU “continua preocupado com as informações de que os estereótipos de género persistem e que a representação das mulheres em cargos superiores na administração pública e nas empresas privadas continua a ser insatisfatória” “O comité está também preocupado com a menor taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho e a concentração de mulheres em profissões tradicionalmente dominadas por mulheres, contribuindo para o fosso salarial entre homens e mulheres”, acrescenta o relatório, divulgado na segunda-feira, com as observações finais da ONU sobre o cumprimento do Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais na China. À Lusa, a antiga deputada e docente universitária Agnes Lam afirmou que “há um ‘tecto de vidro’ na sociedade de Macau”. “Tecto de vidro” é uma metáfora geralmente usada para representar uma barreira invisível que impede a ascensão profissional para além de um determinado nível numa hierarquia. “Muito poucas mulheres conseguem chegar ao topo dos sectores público e privado. Além disso, é mais comum que os subordinados discriminem frequentemente as mulheres em papéis de liderança”, reforçou Agnes Lam, directora do Centro de Estudos de Macau. Tectos de vidro Até à data, nunca uma mulher ocupou o cargo de chefe de Governo. Apenas uma mulher integra o Governo composto por cinco secretários e somente existem cinco mulheres entre os 33 deputados da Assembleia Legislativa. A actual deputada no parlamento local Wong Kit Cheng disse à Lusa que “a avaliação e afirmação do trabalho e das capacidades das mulheres pode facilmente levar à injustiça e fazer a sociedade sentir que o ‘tecto de vidro’ ainda existe”. “Além disso, devido à baixa percentagem de mulheres na tomada de decisões públicas, as políticas e leis públicas são frequentemente consideradas sem a perspectiva de integração das mulheres e das famílias, o que dificulta o desenvolvimento da igualdade de género”, acrescentou aquela que é também a vice-presidente da Associação Geral de Mulheres de Macau. De acordo com a última base de dados das autoridades, de 2021, a proporção de mulheres em cargos de topo e directores governamentais, membros de comités consultivos e responsáveis ligados à Justiça diminuiu em comparação com o ano anterior.
Hoje Macau Manchete PolíticaONU | Preocupações sobre direito à greve e trabalhadores não residentes A ONU alerta para a falta de protecção laboral adequada para os trabalhadores não residentes na RAEM, assim como para a ausência de protecção para quem faz greve. O Governo contesta as críticas A ONU expressou preocupações sobre a garantia dos direitos laborais e das condições de trabalho dos trabalhadores não residentes em Macau, conclusões contestadas ontem pelo Governo da RAEM. As observações finais fazem parte de um relatório do Comité dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais da ONU divulgado na segunda-feira, no qual se analisou o cumprimento do Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais na China, que inclui Hong Kong e Macau. “O comité está preocupado com a proporção considerável de trabalhadores na economia informal, como por exemplo os trabalhadores pouco qualificados nas indústrias de serviços associados ao jogo, e com o facto de os trabalhadores não estarem adequadamente cobertos pelas leis laborais e de protecção social”, de acordo com o relatório. Por outro lado, a ONU valorizou “relatos de que os trabalhadores migrantes da construção civil e domésticos são vulneráveis a condições de exploração, tais como taxas de recrutamento, retenção de passaportes, e coerção baseada em dívidas, e que os trabalhadores domésticos são excluídos da protecção do salário mínimo”, bem como “com as informações de que as crianças e os migrantes são forçados a trabalhar longas horas e são vulneráveis ao sexo forçado e ao tráfico de trabalho, incluindo a restrição da sua liberdade de circulação, ameaçados de violência e sujeitos a violência”. Críticas lógicas O comité das Nações Unidas notou que a Lei Básica garante o direito de formar e aderir a sindicatos e à greve, mas afirmou estar “preocupado com o facto de não ter sido aprovada legislação para regulamentar este direito, e que a lei não preveja a negociação colectiva nem protecção específica contra retaliações sobre os trabalhadores que fazem greve”, assim como “com o facto de os empregadores e o governo estarem a influenciar certos sindicatos”. Outra das observações do Comité dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais da ONU, incide no “número substancial de trabalhadores migrantes (classificados como trabalhadores não residentes), particularmente trabalhadores domésticos migrantes, estarem empregados sem contratos formais e, por conseguinte, excluídos do sistema de segurança social, e que uma série de empregadores retenha contribuições obrigatórias para o sistema de segurança social”. A violência doméstica é também alvo de um sublinhado das Nações Unidas: “O comité está preocupado com o facto de a Lei sobre a Prevenção e Combate à Violência Doméstica não abranger casais do mesmo sexo, e com relatórios sobre a sua insuficiente implementação no contexto de uma taxa de casos relativamente elevada, com uma baixa investigação e uma baixa taxa de acusação”. Por fim, no relatório salienta-se “a diminuição contínua das taxas líquidas de matrículas a nível do ensino pré-primário, que os filhos de migrantes estejam desproporcionadamente sobrerrepresentados nas taxas de não inscrição, e que as medidas tomadas (…) para aumentar estas taxas tenham sido insuficientes”. Por isso, o comité recomenda que Macau “redobre os seus esforços para aumentar as taxas de matrícula no ensino pré-primário e intensifique os seus esforços para assegurar que os filhos de migrantes tenham igualdade de oportunidades no acesso ao ensino pré-primário de qualidade”. Os melhores O Governo de Macau destacou o facto de a ONU ter reconhecido “os esforços envidados (…) em relação à prevenção e combate à violência doméstica, aumento dos dias de licença de maternidade e de paternidade e estabelecimento do salário mínimo”, ainda que esta remuneração não inclua as empregadas domésticas, que são sobretudo trabalhadoras migrantes. Quanto às preocupações expressas pelas Nações Unidas, Macau afirmou que “não é verdadeira a referência constante das Observações Finais onde se diz que ‘não há legislações concretas que protejam os trabalhadores das represálias resultantes da participação em greves’”. Por outro lado, sublinhou que “relativamente à negociação colectiva, (…) a sociedade ainda não chegou ao consenso sobre esta matéria, sendo que as legislações vigentes também não impedem que as partes laboral e patronal procedam à comunicação e negociação a respeito das condições de trabalho e da protecção dos direitos e interesses”.
Hoje Macau Grande Plano MancheteAPN | Relações China-Rússia explicadas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros Não se trata de guerra, nem de venda de armas, mas de comércio intensivo e “confiança mútua estratégica” que, segundo o MNE chinês, dão um bom exemplo do que podem ser as relações internacionais. Já os EUA, para Qin Gang, nem sequer “cumprem as regras” O ministro dos Negócios Estrangeiros da China disse ontem que “quanto mais instável o mundo se torna, mais imperativo é que a China e a Rússia avancem firmemente nas suas relações. A China e a Rússia encontraram um caminho de relações, entre os principais países, caracterizado por confiança mútua estratégica e boa vizinhança, dando um bom exemplo para um novo tipo de relações internacionais”. Qin proferiu estas declarações numa conferência de imprensa realizada à margem da sessão anual do 14º Assembleia Popular Nacional, que decorre desde domingo em Pequim. “Com a China e a Rússia a trabalharem em conjunto, o mundo terá a força motriz para a multipolaridade e maior democracia nas relações internacionais, além de que o equilíbrio estratégico global e a estabilidade serão melhor assegurados”, prosseguiu Qin. O MNE expressou ainda confiança em que, sob a orientação estratégica dos presidentes dos dois países, a parceria estratégica abrangente de coordenação China-Rússia para uma nova era avançará a um nível superior”. “A percepção e as opiniões dos EUA em relação à China estão seriamente distorcidas”, isto porque “a relação China-Rússia não é uma ameaça a nenhum país, nem está sujeita a qualquer interferência ou discórdia semeada por terceiros.” O MNE chinês disse também que as moedas internacionais não devem ser utilizadas como “trunfo” para sanções unilaterais, e muito menos como “palavra de ordem para intimidação e coerção”. Armas em boas mãos Além disso, ao contrário do que tem sido insinuado pelos EUA, “a China não forneceu quaisquer armas a nenhum dos lados do conflito da Ucrânia”, sublinhou Qin Gang. “Não foi a China que criou a crise, nem uma parte directamente afectada. O que fez a China para merecer ser culpada, ou mesmo sancionada e ameaçada? Isto é absolutamente inaceitável”, disse Qin. Chamando à crise da Ucrânia “uma tragédia que poderia ter sido evitada”, Qin disse que é essencialmente uma erupção dos problemas construídos na governação da segurança da Europa. “A China faz sempre o seu próprio julgamento independentemente com base nos méritos da questão”, continuou Qin. “A China escolhe a paz em vez da guerra, o diálogo em vez das sanções, e o arrefecimento da situação em vez de alimentar as chamas”. Observando que os esforços para as conversações de paz têm sido repetidamente minados, Qin disse que parece haver “uma mão invisível” a pressionar a escalada do conflito e a utilizar a crise da Ucrânia para servir uma certa agenda geopolítica, sublinhando que o conflito, as sanções e a pressão “não resolverão o problema”. Segundo Qin, “o que é necessário é calma, razão e diálogo. O processo das conversações de paz deve começar o mais depressa possível”. Países em desenvolvimento têm palavra a dizer “A China construirá extensas parcerias e promoverá um novo tipo de relações internacionais, disse também Qin Gang, isto porque “a China terá sempre presente os interesses do mundo, tomará parte activa na governação global e contribuirá mais para a paz e desenvolvimento mundiais e para o progresso humano”. “A governação global deve ser promovida em conformidade com a lei e os princípios do direito internacional consagrados na Carta das Nações Unidas”, explicou Qin. “A equidade e a justiça devem ser mantidas enquanto o hegemonismo e os interesses egoístas devem ser rejeitados; a solidariedade deve ser defendida enquanto a divisão e o confronto devem ser abandonados”, acrescentou. “Os países em desenvolvimento representam mais de 80 por cento da população mundial e contribuem para mais de 70 por cento do crescimento económico global. As pessoas nos países em desenvolvimento têm direito a uma vida melhor, e os países em desenvolvimento têm direito a uma maior representação e a uma voz mais alta nos assuntos internacionais”, disse Qin. Já quanto aos EUA, o MNE chinês mostrou-se crítico. “Os Estados Unidos violaram o direito internacional e a prática internacional consuetudinária e criaram uma crise diplomática que poderia ter sido evitada”, afirmou Qin Gang, comentando sobre o incidente da aeronave não tripulada, vulgo balão. Um “atleta” fora das regras “Conter e reprimir a China não vai tornar os EUA grandes, e não vai parar o rejuvenescimento da China”, disse o Qin Gang. Segundo o ministro, Qin “a política dos EUA em relação à China desviou-se completamente da via racional e sólida: os EUA afirmam que procuram competir, mas que não procuram conflitos. Contudo, na realidade, a sua chamada ‘competição’ significa conter e suprimir a China em todos os aspectos, e fazer com que os dois países fiquem presos num jogo de soma zero”, disse Qin. Comparando a China e os EUA a dois atletas que competem numa corrida olímpica, Qin disse que se um dos atletas, em vez de se concentrar em dar o melhor de si, tentar sempre tropeçar ou mesmo ferir o outro, isso não é uma competição justa mas um confronto malicioso e uma falta. “Se os EUA têm a ambição de se tornar grandes novamente, devem também ter uma mente ampla para o desenvolvimento de outros países”, disse Qin.-terminando com um apelo à comunidade internacional para manter-se unida. “Com solidariedade e cooperação, o mundo pode vencer a COVID-19, enfrentar as alterações climáticas, combater o défice de paz, desenvolvimento, segurança e governação, e construir um mundo aberto, inclusivo, limpo e belo que desfrute de paz duradoura, segurança universal e prosperidade comum”, concluiu Qin. EUA usam Taiwan para conter a China, acusa MNE “Os Estados Unidos deveriam deixar de conter a China explorando a questão de Taiwan e regressar ao princípio fundamental da China única”, disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês Qin Gang. “Se os Estados Unidos esperam verdadeiramente um estreito de Taiwan pacífico, deveriam honrar o seu compromisso político com a China e opor-se inequivocamente e evitar a chamada independência de Taiwan”. Para a paz e estabilidade através do Estreito, a sua verdadeira ameaça é as forças separatistas para a “independência de Taiwan”, enquanto a sua sólida âncora é o princípio de uma só China e os seus verdadeiros baluartes são os três comunicados conjuntos China-EUA”, disse Qin. “A má gestão da questão de Taiwan abalará os próprios fundamentos da China-EUA. A questão de Taiwan está no cerne dos interesses centrais da China, a base da fundação política das relações China-EUA, e a primeira linha vermelha que não deve ser atravessada nas relações China-EUA”, disse Qin. Qin levantou então uma cadeia de questões que desafiam a posição de dois padrões dos Estados Unidos sobre Taiwan: “Por que é que os EUA falam longamente sobre o respeito pela soberania e integridade territorial da Ucrânia, enquanto desrespeitam a soberania e integridade territorial da China sobre a questão de Taiwan? Porque é que os EUA pedem à China para não fornecer armas à Rússia, enquanto este país continua a vender armas a Taiwan em violação do Comunicado de 17 de Agosto? Porque é que os EUA continuam a professar a manutenção da paz e estabilidade regionais, ao mesmo tempo que formulavam dissimuladamente um ‘plano para a destruição de Taiwan’?” “Nenhum país tem o direito de interferir nos assuntos de Taiwan, uma vez que a resolução da questão de Taiwan é assunto interno da China, disse o ministro. “Porque as pessoas de ambos os lados do Estreito são da mesma família, a China continuará a mostrar a máxima sinceridade e a fazer os maiores esforços para alcançar a reunificação pacífica. Mas a China irá reservar a opção de tomar todas as medidas necessárias”, concluiu. “Nunca se deve subestimar a firme determinação, forte vontade e grande capacidade do governo e do povo chineses para salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial”. Qin Gang acredita que país deve poder escolher o seu caminho rumo ao futuro “A modernização chinesa fornece importantes inspirações para a modernização do mundo, especialmente dos países em desenvolvimento”, disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês Qin Gang na terça-feira. “A modernização de um país de mais de 1,4 mil milhões de pessoas será um feito sem precedentes na história da humanidade, um feito de profundo significado global em si mesmo”, acrescentou. Qin prosseguiu delineando cinco características da modernização chinesa: “O caminho chinês para a modernização enquadra-se bem nas nossas condições nacionais”, começou Qin. “O sucesso da China prova que cada país tem o direito e a capacidade de escolher o seu próprio caminho e de manter o seu futuro firmemente nas suas próprias mãos. Colocar o povo em primeiro lugar é outra característica da modernização chinesa, uma era de prosperidade comum para todos”, segundo Qin. “A modernização não deve servir apenas os interesses de alguns países ou indivíduos. As pessoas em todo o mundo devem usufruir dos direitos de procurar o desenvolvimento como iguais e perseguir a felicidade”, disse Qin, para quem “a modernização chinesa é dedicada à paz, desenvolvimento, cooperação e benefício mútuo, e está empenhada na harmonia entre a humanidade e a natureza”. “É um novo caminho diferente da modernização ocidental”, prosseguiu o MNE. “É importante respeitar o direito de cada país a prosseguir um caminho de modernização adaptado à sua realidade nacional. Devem também ser feitos esforços para encorajar o intercâmbio e a aprendizagem mútua, para que todos floresçam e prosperem juntos”, disse ainda Qin. “Conversa vazia e frequentes reviravoltas políticas, como se vê em certos países, só farão do melhor projecto uma ilusão e um castelo no ar”, acrescentou. “O processo de modernização chinês é um impulso à força de paz, justiça e progresso no mundo”, disse Qin, expressando esperança e crença de que a visão de construir uma comunidade com um futuro comum para a humanidade se tornará realidade à medida que mais países iniciarem a sua própria jornada de modernização. Por último, “a modernização chinesa apresenta as pessoas que trabalham arduamente em unidade. Iremos perseverar na execução do plano definido até que este se torne realidade. O processo de modernização chinês é um impulso à força de paz, justiça e progresso no mundo”, concluiu Qin, expressando esperança e crença de que a visão de construir uma comunidade com um futuro comum para a humanidade se tornará realidade à medida que mais países começarem a sua própria jornada de modernização.
Hoje Macau China / ÁsiaOposição japonesa apresenta projeto de lei para legalizar o casamento homossexual A oposição japonesa apresentou ontem um projeto de lei ao Parlamento para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, divulgou a imprensa internacional. O projeto de lei foi apresentado pelo Partido Constitucional Democrático do Japão e pretende modificar o Código Civil do país, que estabelece que o casamento é a união entre pessoas de sexos diferentes, segundo a agência de notícias Kiodo. As críticas ao Governo em relação à situação das minorias homossexuais e da comunidade LGTBI+ no Japão aumentaram recentemente. O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, tem sofrido uma crescente pressão destes grupos, especialmente depois de um ex-assessor do seu gabinete ter feito comentários contra o casamento homossexual. Kishida teve de se desculpar publicamente, em meados de fevereiro, pelas palavras “extremamente inadequadas” do ex-assessor Masayoshi Arai. O ex-assessor afirmou, naquela ocasião, que “não gostaria de morar ao lado” de um casal LGTBI+ e que até “odiaria vê-los”. No entanto, Kishida tem sido cauteloso com a ideia de legalizar o casamento homossexual e declarou perante o Parlamento que avançar neste sentido “poderia mudar a sociedade, pois diz respeito à vida privada das pessoas”, defendendo um debate mais aprofundado sobre a questão. A oposição lamentou a posição do Governo e apontou que “o facto de o casamento homossexual não estar garantido é discriminatório”. Em junho de 2019, várias formações de esquerda apresentaram um projeto semelhante, embora não tenha sido debatido pelos parlamentares.
Hoje Macau EventosJá há livros “escritos” por ChatGPT à venda na Amazon A Amazon tem cerca de 200 livros à venda escritos com recurso ao ChatGPT, ferramenta de Inteligência Artificial, uma situação que é vista como uma ameaça para os escritores. O número 200 foi avançado pela agência Reuters em finais de Fevereiro e, nos dias seguintes, surgiram alertas quanto aos riscos desta ferramenta, como o de Mary Rasenberger, directora executiva da Authors Guild, a maior e mais antiga organização de escritores profissionais dos Estados Unidos. “Estes livros inundarão o mercado e muitos autores ficarão desempregados”, afirmou, citada pelo ‘site’ BusinessInsider. O exemplo de um livro totalmente escrito pelo ‘robot’ é “ChatGPT on ChatGPT: The AI Explains Itself” (“ChatGPT sobre ChatGPT: A Inteligência Artificial Explica-se”) e a versão em papel custa 11,9 dólares (11 euros), grátis na versão Kindle. Outro é “The “Wise Little Squirrel” (“O Esquilozinho Sábio”), de Brett Schickler, um vendedor de Rochester, Nova Iorque, que concretizou o sonho de escrever um livro, mas com o ChatGPT. Tem 30 páginas, foi escrito em poucas horas com esta ferramenta, e está à venda na Amazon Kindle, em versão digital, por 2,99 dólares, ou 9,99 dólares na versão impressa. Até final de Fevereiro, Shickler tinha ganho menos de 100 dólares, segundo disse à Reuters. A Amazon afirmou que todos os livros na sua loja ‘on-line’ devem cumprir as regras de propriedade intelectual, mas nada adiantou quanto a uma eventual mudança de regulamentos sobre o uso da tecnologia. A OpenAI, que lançou o ChatGPT, optou por não se pronunciar. Revolução em curso A inteligência artificial promete uma revolução na pesquisa da internet e outras utilizações, mas especialistas alertam que também apresenta riscos, como a violação de privacidade, algoritmos tendenciosos, que exigirão regulamentação, difícil de implementar, pois essas tecnologias avançam rapidamente. Os modelos de inteligência artificial generativa, como as ChatGPT, são capazes de a partir de um texto simples gerar, criar textos extremamente complexos, com resposta a questões, com criação de novas questões, criação de conteúdo, peças jornalísticas. Na descrição do especialista português Luís Paulo Reis, feita à Lusa, é também possível fazer programas para disciplinas do ensino superior ou do ensino secundários, respostas a exames, criar inclusivamente exames.
Hoje Macau EventosPalestra com escritor Jonathan Kaufman acontece segunda-feira Jonathan Kaufman, autor norte-americano e vencedor de um prémio Pulitzer, estará em Macau na próxima segunda-feira, na Livraria Portuguesa, a partir das 18h30, para conversar com leitores e apresentar o seu mais recente livro, “The Last Kings of Shanghai: The Rival Jewish Dynasties that Helped Create Modern China”. Esta obra conta a história de famílias judaicas em Xangai nos anos 30, nomedamente os Sassoon e Kadoories, oriundos de Bagdad, e que acabaram por desempenhar um importante papel nos negócios e no mundo da política na China ao longo de 175 anos. As histórias percorrem, assim, períodos históricos como é o caso da Guerra do Ópio, a ocupação japonesa na II Guerra Mundial e a liderança de Chiang Kai-shek até à tomada do poder pelo Partido Comunista Chinês e a formação da República Popular da China, em 1949. Trata-se de histórias que percorrem Bagdad, Hong Kong, Londres e Xangai carregadas de episódios ligados ao contrabando de ópio, rivalidades familiares e intrigas. Prémios e percursos Jonathan Kaufman é, além de autor, jornalista, sendo actualmente editor executivo na área das notícias sobre negócios da agência Bloomberg, coordenando uma equipa de mais de 300 jornalistas e editores de todo o mundo. Além do Pulitzer, que venceu com um trabalho coordenado na Bloomberg, Jonathan Kaufman ganhou ainda os prémios George Polk, o prémio do Clube de Imprensa Estrangeira, o Prémio Gerald Loeb e ainda o Grande Prémio da Associação de Escritores de Educação. Antes de passar pela agência de notícias de economia e finanças Jonathan Kaufman foi editor adjunto da página “One”, do The Wall Street Journal, tendo trabalhado também em Pequim como chefe de gabinete do mesmo jornal na China. Kaufman é ainda autor de dois livros muito aclamados pelo público, nomeadamente “A Hole in the Heart of the World: Being Jewish in Eastern Europe”, editado em 1997, e “Broken Alliance: The Turbulent Times Between Blacks and Jews in America”, lançado em 1995, com o qual ganhou o Prémio Nacional do Livro Judaico.
Hoje Macau EventosFRC | Exposição de fotografia de Tam Keng inaugurada hoje Abre hoje ao público, na Fundação Rui Cunha, a exposição “Photography in Free Style” [Fotografia em Estilo Livre], com 30 imagens da autoria de Tam Keng que foram premiadas ao longo dos anos. A mostra apresenta ainda alguns trabalhos inéditos. Nascido em Xangai, Tam Keng vive em Macau desde os anos 80 A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h, e até ao dia 18 de Março, a exposição “Photography in Free Style” [Fotografia em Estilo Livre] da autoria de Tam Keng, um dos mais conhecidos fotógrafos de Macau. Revelam-se aqui 30 imagens capturadas ao longo dos últimos dez anos. Segundo uma nota da FRC, todas as fotografias expostas “são obras premiadas do autor, com alguns trabalhos inéditos, que se encontram expostos na galeria da FRC desde o dia 1”. Esta mostra é co-organizada com o grupo de media e publicações Skyscape Times. Segundo a FRC, as obras de Tam Keng são “ricas em conteúdo e mostram bem a elevada formação artística do autor”, reflectindo ainda “o verdadeiro sentimento do fotógrafo pela vida real e pela beleza da natureza”. Além disso, expressam “de forma genuína o seu estilo pessoal, processo de auto-desenvolvimento e de realizações a nível profissional”. Tam Keng conta que “a fotografia não é apenas uma arte fácil de aprender, é também uma forma de entender as conquistas interiores que a arte pode trazer a uma pessoa”. Além disso, “a busca pela arte da fotografia é ainda mais: uma espécie de gratificação e prazer pessoal”. Diz o artista que “enquanto houver luz, é possível capturar o momento”. “Espero que cada trabalho que mostro conte uma história e que crie uma ligação afectiva”, acrescenta ainda o fotógrafo. “Mesmo que eu o reveja ao fim de muito tempo, será sempre um momento tocante para mim.” Estas citações do autor constam do prefácio da exposição e são reveladas por Paul Ao Leong, presidente da Skyscape Times. De Xangai para Macau Tam Keng nasceu em Xangai, na China. Mudou-se para Macau no início dos anos 80 e, em 1988, fundou a “Art House”, inicialmente focada em design publicitário. Em 2000 começou a publicar postais e livros de arte, a partir das suas pinturas e fotografias “Monumentos de Macau”. Em 2016, apresentou a exposição individual “Fotografia”, patrocinada pelo Programa de Promoção de Artistas de Macau, e organizada pela Fundação Macau. Em 2018, expôs “História da Antiga Casa de Chá”, projecto individual organizado pela Sociedade de Fotografia Digital de Macau. Os seus trabalhos fotográficos ganharam medalhas de ouro da Photographic Society of America (PSA), da Photographic Society of Great Britain (RPS), da International Federation of Photographic Art (FIAP) e de outras instituições de referência em diversos países. Tam Keng é, ainda, Presidente da China (Macao) Overseas Chinese Photographic Society; Presidente da Associação de Fotografia Aérea de Macau; Presidente Honorário da União dos Fotógrafos de Macau; e membro associado da Royal Photographic Society (ARPS), da International Federation of Photographic Art Outstanding Artists (EFIAP), da Photographic Society of Hong Kong (PSHK), da Photographic Society of Macau (PSM), e da Macau Digital Photography Association (MDPA).
Hoje Macau China / ÁsiaXiaomi | Grupo vai iniciar produção de carros eléctricos em 2024 O grupo tecnológico chinês Xiaomi vai iniciar a produção em massa dos seus primeiros carros eléctricos em 2024, anunciou ontem o fundador da empresa, Lei Jun, na sessão anual da Assembleia Popular Nacional (órgão legislativo) da China. Lei Jun explicou numa reunião plenária da delegação de Pequim que o progresso na produção do carro da Xiaomi “superou as expectativas”. “O veículo concluiu, com sucesso, o teste do Inverno e deve ser lançado no próximo ano”, disse Lei Jun, que é também delegado da APN, acrescentando ainda que a produção em série terá início “no primeiro semestre de 2024”. O empresário contou que dedica “metade do seu tempo” ao negócio automóvel, no qual investiu, em 2022, mais de 3.000 milhões de yuan. A equipa de pesquisa e desenvolvimento da Xiaomi dedicada à produção de um automóvel eléctrico conta já com 2.300 pessoas. Em Março de 2021, a tecnológica anunciou a entrada no sector dos veículos eléctricos com a criação de uma subsidiária, chefiada pelo próprio Lei Jun, num investimento de 10 mil milhões de dólares, a ser feito ao longo dos próximos 10 anos. A Xiaomi fabrica já alguns veículos eléctricos, como motocicletas. A China avançou nos últimos anos com a iniciativa Made in China 2025, que visa transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades nos sectores de alto valor agregado, incluindo inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos. A fabricante de automóveis chinesa BYD é já líder mundial nas vendas de veículos eléctricos, tendo ultrapassado, no ano passado, a norte-americana Tesla.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Alemanha admite “consequências” se China enviar armas à Rússia Apesar do aviso germânico, o Governo chinês já rejeitou por várias vezes o envio de qualquer material bélico para a Rússia, apelando repetidamente para o diálogo como o caminho para a paz O chanceler alemão, Olaf Scholz, admitiu no passado domingo que haveria “consequências” se a China enviasse armas à Rússia para a guerra na Ucrânia, mas manifestou-se optimista, acreditando que Pequim não o fará. Os comentários de Scholz foram feitos numa entrevista à CNN que foi para o ar no domingo, dois dias depois de o chanceler alemão se ter encontrado com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Washington. Autoridades dos Estados Unidos alertaram recentemente que a China poderá começar a fornecer armas e munições a Moscovo para a guerra na Ucrânia. Antes da sua viagem, Scholz pediu a Pequim que se abstivesse de enviar armas e, em vez disso, usasse a sua influência para pressionar a Rússia a retirar as tropas da Ucrânia. Questionado pela CNN sobre se haveria sanções à China caso esta ajudasse a Rússia, Scholz respondeu: “Acho que haveria consequências, mas agora estamos numa fase em que deixámos claro que isso não deveria acontecer e estou relativamente optimista de que teremos sucesso com o nosso pedido neste caso, mas teremos de analisá-lo e teremos de ser muito, muito cautelosos”. Scholz não deu detalhes sobre a natureza de eventuais consequências. União potencial A Alemanha é a maior economia da Europa e a China tem sido o seu parceiro comercial mais relevante nos últimos anos. De volta à Alemanha e depois de o seu gabinete se ter reunido com a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Scholz voltou a ser questionado sobre o assunto. “Todos concordamos que não deve haver entrega de armas, e o Governo chinês afirmou que não entregaria nenhuma”, respondeu o chanceler. “Isso é o que exigimos e estamos a observar”, acrescentou. Von der Leyen disse também não ter “provas disso até agora” e sobre se a União Europeia sancionaria a China por dar ajuda militar à Rússia afirmou que “é uma questão hipotética que só pode ser respondida se se tornar realidade e facto”.
Hoje Macau PolíticaZona de Cooperação | Novas “Normas” discutidas em palestra da UPM A Universidade Politécnica de Macau (UPM) organizou, no passado dia 1, uma palestra a propósito da entrada em vigor das “Normas para a promoção do desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”. Segundo um comunicado, os académicos que participaram nesta conferência entendem que as “Normas”, que vigoram desde o dia 1, “salientam as finalidades e a missão da Zona de Cooperação Aprofundada no serviço à economia e à vida da população de Macau”, tendo sido destacado “o papel de apoio e garantia da província de Guangdong e de Zhuhai na construção da Zona de Cooperação Aprofundada”. Assim, as “Normas” funcionam como “fundamentos legais sólidos para o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada e para a promoção da integração Macau-Hengqin, sendo também uma nova medida exploratória para o desenvolvimento estável e a longo prazo do princípio ‘um país, dois sistemas'”. Como exemplo, Lam Fat Iam, director da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UPM, considera que as “Normas” regulamentam o conteúdo relativo ao “Plano Geral da Construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin” no formato de diploma legal, “estabelecendo os fundamentos jurídicos para o futuro lançamento de mais políticas e regulamentos concretos para a Zona de Cooperação Aprofundada”. Wong Un In, subdirectora da mesma faculdade, lembrou que estas “Normas” originam “muitas medidas benéficas para Macau e a sua população”, tendo falado da permissão da entrada sem garantia dos veículos não-operacionais de matrícula única de Macau na Zona de Cooperação Aprofundada.
Hoje Macau Grande Plano MancheteAPN | Xi aponta o caminho da alta qualidade no esforço de modernização da China O presidente chinês não tem dúvidas: a China tem de trilhar com firmeza o caminho da inovação em todas as áreas, sobretudo na agricultura, de modo a que o enriquecimento da nação atinja todos os grupos sociais, incluindo os camponeses: este será um grande passo em frente O presidente chinês Xi Jinping salientou no domingo que o desenvolvimento de alta qualidade é a primeira e principal tarefa na construção de um país socialista moderno em todos os aspectos. Xi, também secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China e presidente da Comissão Militar Central, fez estas declarações enquanto participava numa deliberação com os seus colegas deputados da delegação da província de Jiangsu na primeira sessão do 14º Assembleia Popular Nacional (APN), a legislatura nacional da China. “Devem ser feitos esforços para aplicar plena e fielmente a nova filosofia de desenvolvimento em todas as frentes, e coordenar melhor a melhoria efectiva da qualidade com a expansão adequada em quantidade no desenvolvimento económico”, disse Xi. “O país deve, inabalavelmente, aprofundar a reforma e abrir e transformar o modelo de desenvolvimento para acelerar a formação de instituições e mecanismos sustentáveis para um desenvolvimento de alta qualidade”. Isto porque, segundo o presidente, “o desenvolvimento da China deve servir para reforçar continuamente o sentimento de realização, felicidade e segurança do povo, disse Xi. Novas arenas, novos motores Xi elogiou o relatório de trabalho do governo, e reconheceu as realizações da província de Jiangsu em várias áreas, incluindo o desenvolvimento económico e social e a construção do Partido nos últimos cinco anos. “Acelerar os esforços para alcançar uma maior auto-suficiência e força na ciência e tecnologia é o caminho que a China deve seguir para avançar com um desenvolvimento de alta qualidade”, disse Xi. “Para abrir novas áreas e novas arenas no desenvolvimento e fomentar novos motores de crescimento e novos pontos fortes face à feroz concorrência internacional, a China deve, em última análise, contar com a inovação científica e tecnológica. Construir a auto-suficiência e a força na ciência e na tecnologia é fundamental para construir a China num grande país socialista moderno em todos os aspectos dentro do prazo estabelecido”, acrescentou Xi. Inovação no horizonte O presidente apelou ainda à aceleração da implementação da estratégia de desenvolvimento orientada para a inovação, promovendo a cooperação entre indústrias, universidades e institutos de investigação, apoiando cientistas de topo na liderança de investigação original e pioneira para alcançar avanços científicos e tecnológicos, e assegurando a auto-confiança nas principais áreas e ligações-chave. “Devem ser feitos esforços para construir centros de inovação científica e tecnológica industrial com influência global e aprofundar a reforma do sistema científico e tecnológico”, disse aos deputados da APN. “Acelerar o estabelecimento de um novo padrão de desenvolvimento é a prioridade estratégica na busca de um desenvolvimento de alta qualidade, disse Xi, apelando a esforços para integrar a implementação da estratégia de expansão da procura interna com o aprofundamento da reforma estrutural do lado da oferta, e para modernizar o sistema industrial de uma forma mais rápida. O que realmente conta Notando que a economia real deve ser o foco na procura de desenvolvimento económico, Xi salientou o avanço das reformas em áreas chave, coordenando a construção de um sistema de infra-estruturas moderno e de um sistema de mercado de alto padrão, e expandindo a abertura institucional. Xi sublinhou ainda que o investimento na agricultura é a base de um grande país socialista moderno, e a promoção da modernização agrícola é um requisito essencial para alcançar um desenvolvimento de alta qualidade. Segundo o presidente, a China deve tomar medidas concretas para assegurar o fornecimento estável e seguro de cereais e dos principais produtos agrícolas. “O país deve fomentar e desenvolver novas indústrias e novas formas de negócio nas zonas rurais e alargar os canais para os agricultores aumentarem os seus rendimentos e enriquecerem”, disse Xi. Isto sem esquecer que a China deve “acelerar a construção de uma paisagem rural bela e harmoniosa que seja desejável para viver e trabalhar”. “O país precisa tanto de melhorar a ciência e a tecnologia como de avançar com as reformas, a fim de acrescentar ímpeto e vitalidade ao desenvolvimento agrícola e rural”, disse Xi. Para Xi, “a felicidade e o bem-estar do povo são os objectivos finais da promoção de um desenvolvimento de alta qualidade. A governação de nível primário e a garantia do bem-estar do povo são cruciais para os seus interesses imediatos e são fundamentais para o avanço da prosperidade comum e para a construção de vidas de alta qualidade”. Por isso, o presidente apelou aos comités do Partido e aos governos a todos os níveis para terem em mente estas tarefas e se esforçarem por cumpri-las em todos os momentos, de modo a produzir resultados concretos. Melhorar, melhorar sempre Segundo afirmou, existe a necessidade de melhorar o sistema de serviços públicos básicos, observando que devem ser envidados esforços para facilitar o emprego de grupos-chave, regular a distribuição de rendimentos, e melhorar o sistema de segurança social e os serviços para grupos idosos e menores de idade. Quanto ao covid-19, Xi acrescentou que o trabalho de prevenção e controlo da na nova fase deve ser realizado de forma sólida e meticulosa, e sublinhou a necessidade de melhorar continuamente os sistemas de saúde pública, prevenção e controlo de doenças, e serviços médicos da China. “Para promover um desenvolvimento de alta qualidade, é imprescindível manter e reforçar a liderança global do Partido e assegurar a auto-governação plena e rigorosa do Partido”, concluiu Xi. Deputados de Jiangsu reagem a discurso de Xi Os deputados da Assembleia Popular Nacional da delegação da província de Jiangsu disseram no domingo que foram “muito encorajados” pelas respostas do presidente Xi Jinping às suas sugestões sobre o desenvolvimento da China. Wei Qiao, uma deputada da APN que deixou o seu emprego na Academia Chinesa de Ciências em Pequim e regressou a Zhenjiang em 2017, Jiangsu, para iniciar uma cooperativa de máquinas agrícolas e uma fazenda de arroz, explicou por que tomou a decisão e as razões pelas quais a indústria agrícola da China está a crescer. “Quando eu lhe disse que tinha 1.333 hectares de campos de arroz, o presidente Xi perguntou-me quanto eu poderia ganhar por ano, o que demonstra que ele realmente se importa com as pessoas”, disse Wei. Wei deu então sugestões sobre como melhor prestar assistência às pessoas que queiram ir para áreas rurais e envolver-se no sector agrícola. “Quando Xi fala sobre a produção de cereais da China, ele fala sobre a importância do cultivo do arroz, como eu. É muito encorajador”, disse ela. Zhang Dadong, deputado da APN e director da Escola Primária de Xin’an na cidade de Huai’an, em Jiangsu, disse que Xi enviou lembranças às crianças da sua escola. Em 30 de maio de 2021, Xi respondeu a uma carta enviada por um grupo de estudantes que expressaram seu orgulho pela história revolucionária da escola e o que aprenderam com a história do Partido. “Xi expressou a necessidade de ter confiança em diferentes domínios, incluindo inovação tecnológica e educação. Estou confiante de que podemos educar bem nossos filhos”, disse Zhang, acrescentando que mal pode esperar para dizer às crianças que Xi lhes enviou seus cumprimentos. Liu Qing, deputado e presidente do Instituto de Pesquisa de Tecnologia Industrial de Jiangsu, disse que informou Xi sobre as mudanças que ocorreram desde que o presidente visitou o instituto, em 13 de dezembro de 2014. “Xi apelou à província de Jiangsu que assumisse a liderança na inovação tecnológica e usasse tecnologias para apoiar ainda mais o desenvolvimento da economia real”, disse Liu. “Tenho certeza de que, mobilizando diferentes recursos para enfrentar as principais tecnologias em cadeias industriais estratégicas que ainda dependem de importações do exterior, poderemos eliminar os riscos em nossas cadeias industriais”. A importância de ser verde Huang Runqiu, ministro da Ecologia e Meio Ambiente da China, disse que uma das características da modernização da China é a coexistência entre os humanos e a natureza. Falando no “Corredor dos Ministros” após a reunião de abertura da primeira sessão da 14ª Assembleia Popular Nacional no domingo, Huang partilhou três sugestões baseadas na conservação da biodiversidade da China para a comunidade internacional. Segundo Huang, a primeira é sobre os pensamentos do presidente Xi Jinping sobre a civilização ecológica, que viraram tema da COP15, em Montreal, no final do ano passado. A convenção reuniu 20 mil delegados de todo o mundo e foi amplamente reconhecida pela comunidade internacional. A segunda é “o estabelecimento de um sistema de parques nacionais, que integra as áreas mais sensíveis e vitais para os ecossistemas” do país. Actualmente, cerca de 30% da área da China está protegida, algo único no mundo, de acordo com Huang. A terceira é a restauração ecológica em larga escala que vem ocorrendo nos últimos 10 anos. Um total de 44 projectos de gestão de montanhas, rios, florestas e lagos foram implementados, bem como um grande número de projectos de gestão de meio ambiente ecológico de minas. “As Nações Unidas afirmaram que esses projetos são os exemplos mais encorajadores, ambiciosos e promissores de projetos ecoambientais de grande escala. Essas obras também ajudaram a melhorar a qualidade da água e a restaurar a ecologia da água nas cidades”, disse Huang, acrescentando que, por meio dessas tentativas, “a China alcançou uma situação em que todos saem ganhando com benefícios ecológicos, ambientais, sociais e económicos”. Além disso, Huang resumiu as conquistas de anos de restauração ecológica: “A densidade de PM2,5 da China, um indicador-chave da poluição do ar, caiu 57% nos últimos 10 anos. As emissões de dióxido de carbono por unidade do PIB diminuíram 34,4% de 2012 a 2021, e a densidade de PM2,5 caiu anualmente 3,3% para 29 microgramas por metro cúbico em 2022. A China intensificará seus esforços na prevenção e controle da poluição em 2023”. Huang também destacou que o Ministério de Ecologia e Meio Ambiente promoverá de forma abrangente a redução de carbono, redução da poluição, expansão e crescimento verde e continuará a promover a modernização chinesa da harmonia entre o homem e a natureza na próxima etapa.
Hoje Macau PolíticaZhuhai | Chan Meng Kam quer Macau a controlar porto Chan Meng Kam, membro de Macau do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), apresentou uma proposta para que se estabeleça uma zona de porto franco de Macau no Porto Gaolan, em Zhuhai. O objectivo é acabar com o porto de águas profundas em Macau. Segundo o jornal Ou Mun, Chan Meng Kam defende que o país deve permitir à RAEM arrendar o Porto Gaolan como uma instalação provisória, e que a exploração deve acontecer nos mesmos moldes do Campus da Universidade de Macau. Assim sendo, o porto passaria assim a fazer parte da jurisdição da RAEM. No entanto, como Macau é considerado um porto franco, com taxas aduaneiras inexistentes ou extremamente baixas, Chan Meng Kam quer que este modelo seja estendido à Zona de Cooperação Aprofundada e ao porto Gaolan.
Hoje Macau PolíticaAPN | Governo espera “papel positivo” de representantes locais O Governo espera que os representantes do território nas duas sessões políticas a decorrer em Pequim “desempenhem um papel positivo”, de acordo com um comunicado. “[O Governo] espera que os representantes de Macau na Assembleia Popular Nacional e na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, que participaram, em Pequim, nas ‘Duas Sessões’ cumpram escrupulosamente as suas funções e desempenhem um papel positivo”, pode ler-se. O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, esteve presente, na manhã de ontem, na abertura da primeira sessão da 14.ª Assembleia Popular Nacional (APN), “durante a qual conheceu e ouviu atentamente” a apresentação do primeiro-ministro cessante, Li Keqiang, sobre o relatório de trabalho do Governo Central. No relatório, acrescenta o comunicado, Li afirmou que, “sob a orientação e apoio do Governo Central”, a liderança de Macau “empenhar-se-á na prossecução plena, precisa e inabalável das políticas ‘um país, dois sistemas’ e ‘Macau governado pelas suas gentes’ com alto grau de autonomia”. “E persistirá, com determinação, na salvaguarda da ordem constitucional da região administrativa especial definida na Constituição nacional e na Lei Básica [mini constituição do território], bem como na implementação do princípio ‘Macau governado por patriotas’, e na melhoria da economia e do bem-estar da população, no sentido de assegurar a prosperidade e estabilidade de Macau, a longo prazo”, acrescentou.