Tânia dos Santos Sexanálise VozesPara além do arco-íris [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]sta semana vou fugir do que já tinha planeado abordar pela minha necessidade de celebrar o mais recente acontecimento que em muito contribui para a compreensão do sexo pelo mundo. Refiro-me aos arco-íris que têm sido orgulhosamente partilhados no que se julga ser um importante passo para a normalização do que durante muito tempo, e que infelizmente ainda por vezes, se julgava anormal ou anti-natural. A homossexualidade nas suas formas de activismo político e sexual adicionam uma constante procura de bem-estar pessoal e de contestação. E ainda bem, porque tenho a certeza que a sexualidade e o seu desenvolvimento não ficarão por aqui. O meu filme de análise será o Rocky Horror Picture Show. Filme musical de culto dos anos 70 que explora o género e a sexualidade nas suas ambiguidades como também nas suas concepções pré-estabelecidas. Para quem não conhece, imaginem pura liberdade e criatividade sexual, com criaturas extra-terrestres de um tal planeta longínquo chamado Transilvânia que usam saltos altos e cantam canções, em interacção com um casal de jovem adultos, ainda virgem (mas não por muito tempo). De absurdo tem tanto quanto de divertimento… um divertimento muito sexy. Temos a jovem e muito sensual Susan Sarandon que passa a maioria do tempo em roupa interior e o Tim Curry que usa saltos altos com uma confiança que muitas mulheres matariam por ter. Num espectacular acto final com todos os envolvidos de corpete e cinto de ligas, cantam refrões de incentivo ao prazer infindável numa orgásmica procura pela luxúria. O mais excitante (de cariz sexual ou não) é toda a confusão que persiste no género e orientação sexual durante todo o filme. Aqui, o espectro de orientação sexual proposta por Kinsley parece-me relevante para entender alguns enigmas do desejo. Kinsley, em busca de padrões sexuais comuns, encontrou grandes disparidades nos vários depoimentos de homens e/ou mulheres chegando, por isso, à conclusão que há quem possa ser mais ou menos heterossexual ou homossexual. A adicionar e para complicar, estudos antropológicos de género também mostram a possibilidade sermos mais ou menos homens ou mulheres, ou seja, existem felizmente estas ‘gray areas’ que desenvolvem um mar de possibilidades para quem queremos ser, na pura das honestidades. A categorização, processo psicológico que facilita o nosso entendimento do mundo, é sentida demasiadas vezes de forma estática que reduz as possibilidades de contestação a percepções de todo o tipo, neste caso, de como o sexo é sentido. Assim, a inclusão da homossexualidade nos direitos formais legislativos, que progressivamente se alastra no mundo, não é só um triunfo de uma minoria, mas da maioria. A normalização de formas de relacionamento outrora consideradas estranhas contribui para fluidez sexual de todos nós, e para as nossas fantasias hetero, bi ou homo que por vezes são expressas com vergonha ou confusão. Este desejo de fluidez de espectro, e este artigo, dedico a todos os amigos e amigas que sempre me confidenciam dilemas, conflitos interiores, e, em muitas conversas sobre sexo, com quem muito aprendi. Para todos aqueles que julgam que casamento entre pessoas do mesmo sexo trará catastróficos desequilíbrios na natureza, não faz mal, porque pelo menos será por amor e pelo acto glorioso que é a fornicação.
Leocardo VozesO Pai Natal não existe (E sabem porquê?) [dropcap style=’circle’]V[dropcap]ivemos numa sociedade de consumo imediato, onde não há lugar a grandes dissertações, ou discussões que nos levem a tentar entender o que há por detrás daquilo que está mesmo à nossa frente – o que seria de Macau se antes de nos virem visitar os turistas tivessem a curiosidade de saber “o que está por detrás da fachada das Ruínas de S. Paulo?” Podia ser que ao lhe responderem “nada”, que é a única resposta que não requer uma fabricação delirante, resolvessem mudar de planos: “Nada? Nesse caso não vamos!”. As aparências aqui são tudo, e não fosse a RAEM conhecida pelos casinos e pelos jogos de fortuna e azar, saber fazer “bluff” é uma arte. O título deste artigo não tem nada a ver com o Natal propriamente dito – apesar de já estarmos mais perto de festejar o próximo do que da memória do último – e trata-se apenas de uma expressão idiomática aplicável a certas pessoas muito crentes, que ora por candura, ora por ingenuidade, acreditam em valores como a bondade, a generosidade, ou a solidariedade humanas, e que depois de (mais uma vez) decepcionadas, levam com um seco comentário do tipo “…mas você ainda acredita no Pai Natal?”. É um pouco como quando a porcaria do despertador toca a meio de um sonho onde nos preparamos para possuir nos braços a Karen Gillan (Jared Leto, para as senhoras), só que ainda pior. Eu falo apenas como mero observador sem conhecimento de causa, pois nunca acreditei no Pai Natal, perdendo assim uma liçāo válida de vida – ainda me falta a cadeira de Existencialismo Paternal Natalício para completar o curso. Não é porque eu não quisesse acreditar: foi devido a um trauma de infância. Numa dessas quadras onde supostamente o velhinho de barba branca oferece presentes às crianças pedindo em troca apenas que “se portem bem” (o que já dá para desconfiar), escolheram a educadora mais baixa e magra da Casa da Criança do Montijo para fazer esse papel, demonstrando pouca ou nenhuma vontade de estimular o meu imaginário infantil – meu e dos meus colegas da altura, uma geração perdida, equivalente a um daqueles batalhões “malditos” da guerra do Vietname. Se aquela imagem de uma fêmea de Pai Natal anoréxica, com a barba mal pendurada por elásticos soltos e socas brancas nos pés não me faz acordar sobressaltado e encharcado em suor a meio da noite com pesadelos, isso deve-se à minha enorme capacidade de superação. O choque de acreditar no Pai Natal para mais tarde ser confrontado com a sua inexistência vai para além de qualquer estágio do processo da maturação de um ser humano. É pior que o acne, e em termos de aceitação, penso que uma criança lida melhor com a noção de morte, da sua e de todos que vai vendo desaparecer durante a sua vida, do que com o desmoronar de uma ilusão fátua: de que há alguém que nos dá algo sem pedir nada em troca. Pode ser que detectem nestas palavras um tom funesto de pessimismo, mas se há algo que abunda por aí é demasiado optimismo, e isso é perigoso. Muito perigoso. À medida que a imagem do Pai Natal se vai desvanecendo, dá-se menos importância ao facto de ele nunca ter sequer existido. Nos anos rebeldes da adolescência ainda dá para procurar a quem atribuir as culpas, quiçá aquela multinacional de bebidas gaseificadas que o patrocinava, e cujo consumo do produto seria responsável pela sua obesidade crónica, e eventualmente à obstrução das suas artérias coronárias. O que seria se o trenó viesse equipado com disfibrilador? E se as renas soubessem primeiros-socorros? O pior é quando se está prestes a recalcar de vez este sentimento de perda daquilo que foi nosso, que o mundo cruel, ou um dos seus agentes, nos recorda “O Pai Natal não existe”. Não se sabe quem “fez a folha” ao Pai Natal, mas eu tenho um suspeito: os mercados. Os mercados andam por aí a ameaçar desfazer os sonhos de quem ainda não perdeu a esperança de que um dia o Pai Natal regresse triunfante, numa manhã de nevoeiro (este é o Pai Natal português, entenda-se) e distribua as prendas que estão em falta, e pelas quais não será necessário dar nada em troca. Foi como a Grécia fez, ou mais ou menos, pois aí o Pai Natal era um pouco mais velhaco e mal-intencionado, e bastou-lhe estacionar o trenó da Mercedes à porta da Tasca Zorba para se aliviar do excedente das últimas cinco ou seis colas que bebeu, e os malandrecos dos gregos gamaram-lhe o auto-rádio, as jantes, a mais aquele símbolo muito giro da marca daquela construtora alemã, que agora o velho de barba usa como mira para acertar nos helénicos caloteiros. E nós? Bom, este problema não está à nossa porta, mas o fiasco que representa acreditar no Pai Natal é um fenómeno universal. Os blocos que dominam o mundo e que passam a vida a ameaçar que matam, que esfolam, que fritam e que assam dormem na mesma cama quando se encontram, e enquanto mordiscam uma orelha segredam no ouvido um do outro: e os nossos mercados, como estão? Se a Grécia abandonar o Euro e este levar o mesmo destino do Pai Natal (apesar da confiança do nosso PR, que confia nos restantes 18 elementos do plantel), isto pode ser mau para os mercados, e lá vão os amantes secretos puxar do arsenal e cumprir o que andaram a prometer, mas nunca lhes passou pela cabeça fazer. E qual é a surpresa, se mesmo entre nós, comuns mortais, um dia podemos meter-nos em frente de uma bala para salvar a pessoa que amamos, e no dia seguinte somos nós a dar-lhe um tiro? Nāo me digam que ainda acreditam no Pai Natal…
Sérgio Fonseca DesportoZhuhai recebeu as primeiras provas de apuramento para o GP Macau [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Circuito Internacional de Zhuhai acolheu o primeiro dos dois Festivais de Corridas de Macau de 2015, evento que contemplou as duas primeiras jornadas duplas do Campeonato de Macau de Carros de Turismo nas categorias AAMC Challenge e Macau Road Sport Challenge. Esta é a competição que apurará os pilotos locais para as corridas de suporte do 62º Grande Prémio de Macau. Seis anos depois da última visita da caravana das corridas de carros de turismo da RAEM ao circuito que foi imaginado para um dia organizar o primeiro Grande Prémio da China de Fórmula 1, assistiram-se a boas corridas, principalmente as de sábado, que mereciam outra atenção e público nas bancadas. Pilotos e máquinas foram postos à prova num fim-de-semana extremamente duro devido às altas temperaturas que se fizeram sentir nos três dias do evento e que tiveram reflexos negativos nas mecânicas das viaturas. Incólume a qualquer contratempo, Leong Ian Veng (Mitsubishi Evo9) venceu as duas corridas da categoria Road Sport Challenge. O piloto da Macau David Racing Team apenas viu o seu domínio beliscado quando na primeira corrida o antigo campeão Sun Tit Fan (Mitsubishi Evo9) pareceu capaz de ter uma palavra a dizer na luta pelo triunfo. Depois de um mau arranque, Wong Wan Long (Mitsubishi Evo10) acabou mesmo por herdar a segunda posição, ao passo que Lam Kam San (Mitsubishi Evo7) fechou o “top-3”. Na segunda corrida, Leong largou do primeiro lugar e teve 12 tranquilas voltas à frente do pelotão, terminando à frente de Lei Kit Meng (Nissan GTR), que na primeira corrida chegou a estar na luta por um lugar no pódio até um problema o ter atrasado irremediavelmente, e Billy Lo (Mitsubishi Evo7). Esta foi uma jornada terrível para os pilotos de matriz portuguesa, sem excepção. Sérgio Lacerda (Nissan Z33), Belmiro Aguiar (Mitsubishi Evo7) e Luciano Lameiras (Mitsubishi Evo8) quedaram-se por posições secundárias devido a problemas mecânicos de diversa ordem nas suas viaturas. Vitórias macaenses O equilíbrio foi maior na classe AAMC Challenge, porém o macaense Filipe Souza (Chevrolet Cruze) destacou-se entre os demais. Também ele a correr pela equipa Macau David Racing Team, Souza foi “pole-position” para a primeira corrida, que não venceu, apesar de ter liderado até aos momentos finais. A corrida de sábado, talvez a mais animada do fim-de-semana, ficou também marcada pelo acidente ainda nas primeiras voltas entre Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze) e Patrick Chan (Peugeot RCZ), tendo o macaense, que haveria de ter um domingo mais positivo, sido abalroado violentamente para fora na Curva 4 pelo seu adversário. A corrida teve ainda a intervenção do “Safety-Car” nas últimas voltas, juntando o pelotão, o que atrapalhou de certa maneira Souza, que ao mesmo tempo se viu a braços com um problema electrónico no seu Chevy nas voltas finais. Num final emocionante, em que a vitória só se decidiu nos últimos metros, Célio Alves Dias (MINI Cooper), Chao Chong In (MINI Cooper) e Souza cortaram a linha de chegada por esta ordem separados por apenas meio segundo. Partindo novamente da “pole-position” para o segundo confronto, no domingo, Souza liderou desta vez de fio-a-pavio, obtendo uma vitória merecida. Cheong Chi Hou (Peugeot), que foi uma das revelações do fim-de-semana, tendo colocado Souza sempre sob pressão em ambas as corridas, e Dias completaram as posições de honra, depois de Kevin Tse (Chevrolet Cruze), quarto na primeira corrida, e que parecia capaz de subir ao pódio desta vez, ter desistido com um princípio de incêndio na sua viatura. O português Rui Valente teve um fim-de-semana recheado de problemas no seu MINI, o mesmo tendo acontecido com Hélder Rosa, cujo Peugeot RCZ branco se recusou a cooperar. Organizado pela Associação Geral Automóvel de Macau-China, o segundo Festival de Corridas de Macau está marcado para 25 a 26 de Julho, novamente no circuito permanente da cidade chinesa adjacente a Macau.
Amélia Vieira h | Artes, Letras e IdeiasMaus ventos e maus casamentos [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]periférico país que é Portugal tem cada vez mais o velado aspecto das «Ilhas do Encoberto» no imaginário, neste caso, no nosso imaginário colectivo. Eram estas Ilhas levantes que emergiam do fundo oceânico nas noites de S.João por volta do Solstício, sendo um fenómeno inteiramente natural devido à actividade tectónica das placas neste momento do ano. Ora as populações não tinham conhecimentos que tal as informasse e delas se criou um mito maravilhoso e terrível. Pessoa, sempre atento aos fenómenos do inconsciente colectivo e aos mistérios que o habitavam, até escreveu um belíssimo poema em sua homenagem: “– não sei se é sonho se realidade se uma mistura de sonho e vida… aquela terra de suavidade que da orla esquerda do sul se olvida… é a que ansiamos…. aí, aí, o mal não cessa não dura o bem…. mas, aí, aí, meu ser é jovem e o amor sorri. Não é com Ilhas do Fim do Mundo nem com palmares de sonho ou não que cura a alma seu mal profundo e o bem nos entra no coração. É em nós que tudo”. Qual «Jangada de Pedra», que nos parece um pouco a «Nau Catrineta» ou a «Arca de Noé», estamos expostos a todos os ataques de forma tão sóbria, quanto nós encobertos por densas camadas de doce alienação. Aqui mesmo ao lado, mais exactamente em Almaraz, a cem quilómetros com a fronteira portuguesa, a central nuclear mais antiga de Espanha acaba de ser chumbada pela área de energia nuclear da Greenpeace por inexistência das mesmas válvulas que permitiu o acidente em Fukushima. Foi a partir daqui que se exigiu que todas as autoridades reguladoras aderissem a este sistema com carácter de urgência. Mas outras falhas são mencionadas no inquérito, tal como o risco de actividade sísmica para o qual não está preparada, desenhando-se assim, um problema de primeiro plano, cuja gravidade de uma ameaça indelével é tanto maior que a Grécia, o euro e a senhora Barroso, e o senhor y, x e b, na medida em que, com Grécia, com ou sem senhora, se tudo rebentar, também nada de relevante pode existir que valha a pena ser contado. Chamados a manifestarem-se, os nossos queridos “hermanos” nem abriram a boca. Talvez até tivessem ali construído estrategicamente, com os ventos voltados para soprar para estas bandas… os ventos são óptimas locomotivas e, assim, se livrassem potencialmente de algo de muito indesejável, em parte, pois ninguém fica a salvo. Séneca teria pensado próximo disto caso estivesse agora a escrever este estranho texto. Os cínicos são muito lúcidos e não vagueiam nesta beberagem dos “Amigos para sempre”, ou seja, estão-se nas tintas, passe a expressão, para os seus vizinhos; nem um pedido de desculpa, ou uma desculpazinha de mau pagador, mau ventilador…. O Estado Português é um altar que ora está palrador, ora está devedor, ora está pleno de actividades paralelas, para chegar a tanta coisa, e certo anda que já ninguém se casa nem os ventos já puxam vela. No tempo dos Filipes, eles não ensaiariam em tê-la construído no estuário do Douro para haver mais aragem. Talvez já nem existíssemos num anteprojecto de Solução Final. O facto de Portugal não ter esta energia, e com a gravidade do que se passa, o país seria receptáculo de toda a radioactividade em caso de desastre. As prioridades do país, exactamente como a dos loucos, são aleatórias, dependendo muito do entusiasmo do momento. Há o futebol, a Grécia, o euro, a crise, o Sócrates, os concursos, o Ambiente… –que é uma coisa que serve para ganhar ambiente – mas não há uma nítida percepção do que é uma prioridade, talvez porque esta paz amoleça a noção do indispensável e do acessório, ficando tudo confusamente misturado. Este sim seria um tema para convidar os homólogos espanhóis, obrigando-os a sentarem-se a uma mesma mesa, discutindo em conjunto algo que afecta a todos e de forma urgente, grave, eficaz, mas a estrutura governativa que é uma coisa que está ali em funções de uma outra regência, quer esquecer o mau casamento com o país aqui do lado. E anda a vender coisas que se por acaso as válvulas não estiverem bem seguras lhes estragará o negócio. Portugal é isto: uma coisa meia à deriva, entre ventos e marés, acossado e sem soluções, que não seja o descolar pelo mar fora… ou submergir como as Ilhas Encantadas. Estes aspectos que estão unidos à soberania precisavam de abordagens rápidas, e os cidadãos deviam ser informados de forma digna e com a devida consideração, infelizmente, isso não acontece num labirinto de formas que se estreitam até ao estertor da insanidade. Para que existe um Estado? Ninguém sabe. Ele tomou o papel do nosso guarda-livros, e em matéria de soberania e defesa somos tão frágeis como entes isolados. Vivemos à beira de toda a indigência, de todos os perigos e ouvimos diariamente discursos alucinantes acerca de assuntos que não interessam nada. Mais uma vez os “maus ventos e os maus casamentos” podem trazer a morte. E não se trata da nossa, apenas, porque essa doravante será um bem para a Terra, mas para outros reinos, que são a vida no seu equilíbrio de forças. Isso pode acontecer a qualquer momento ou nunca mas para que nunca aconteça o melhor é prevenir e não abrir um chapéu de chuva ao primeiro sinal de radioactividade. Ou as covas. Não estou a ver esta gente debaixo de uma catástrofe. Morreriam todos de inanição e estupefacção e seria como a morte dos inocentes. Os cérebros lusos funcionam muito de forma organizada, não existe a modalidade plural e, por isso, é fácil entretê-los fazendo-os olhar para um lado, e dizendo: é dali que há-de vir o Agamémnon e ali andam estonteados até à náusea a discutir o sexo do monstro e dos Anjos, quando um mais esperto desaperta as válvulas, estende as garras e vai polir o último metal. O Federalismo Europeu começará também com a política da terra queimada. Do Juízo em Chamas. Final. Um suporte sem forma não nos causará injúria, nós mesmos nos tornámos uma receita para a diluição, partimos da visão errónea de que para ser grande sê repartido e, neste lodaçal de coisas várias, tudo o que pode acontecer é a vitimação incrédula. Sabemos o quanto o imprevisto é o que fundamenta a História e mesmo assim não acreditamos em “brujas, pero que las hay, las hay”. Chegados àquele ponto em que quem der um tiro para o ar fará uma Revolução, neste caso, quem deixar as coisas assim, fará ainda muito mais e pior, dado que as Revoluções com um só disparo para o ar até são bonitas. Com apreensão nos deitamos nestes tempos, debaixo de factos inconclusivos, uns por não serem factuais, outros porque nem lhes sentimos o pulso ameaçador. O Governo português foi a correr meter-se num lodaçal de armas de destruição maciça, que afinal não havia, só para tirar uma foto ao lado de uns assassinos com poder, mas existem muito perto das suas janelas reais perigos que a visão esquemática não deixa ver. O rosto com que fita é uma Górgone que não se chama Portugal e o que ganhará a batalha será Perseu. Que por estas terras não existe e, aí sim, há que implorar ao Panteão Grego que nos anuncie rápido a sua vinda. As grandes auto-estradas são veios por onde a morte célere e o tráfico ilícito há-de doravante passar à velocidade de um qualquer Ájax: aquele tornado branco, o mais Poderoso. Todos os fantasmas são Brancos. E todos estão adormecidos, existindo como nunca, agora e aqui, a possibilidade de serem reais.
Joana Freitas Manchete PolíticaVistos | Governo recua e chineses em trânsito podem ficar até sete dias. Ella Lei critica secretismo O Governo recuou: afinal os portadores de passaporte chinês podem ficar por cá sete dias em trânsito. Uma medida implementada precisamente para contrariar uma tendência ilegal, mas que agora é retirada sem sequer se darem detalhes, como critica Ella Lei [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]final os portadores de passaporte chinês em trânsito no território voltam a ter autorização para ficar sete dias em Macau, uma medida que causa dúvidas à deputada Ella Lei. O anúncio é feito pela Polícia de Segurança Pública (PSP), que ontem emitiu um comunicado onde justifica com as estratégias de cooperação o retrocesso na medida de restrição a cinco dias, implementada o ano passado. A deputada Ella Lei diz não perceber o recuo do Executivo e, mais ainda, defende que, da mesma forma que foi anunciado em conferência de imprensa a diminuição do tempo de permanência, deveria ter sido mais detalhada a informação nova. Para a deputada, não foram nem explicados os motivos, nem considerada a segurança. Ao HM, Lei criticou o facto do comunicado “não explicar bem as motivações do alargamento de dias” e por este considerar apenas o ponto de vista económico. “No âmbito da segurança, porque é que a PSP decidiu voltar a autorizar sete dias de estadia aos portadores de passaporte chinês em trânsito no território? Só foi dito que é pelo desenvolvimento da diversificação da economia. Para implementar a medida de cinco dias, a PSP apresentou opiniões citando dados de que a situação de abuso da estadia tinha aumentado”, diz Ella Lei. A deputada recordou que em 2013, entre os 2,6 milhões de visitantes com passaportes da China, existiam 80% de visitantes que não se dirigiram verdadeiramente a outros países quando entraram supostamente em trânsito no território. “No ano passado, pela análise da pasta da Segurança, existia uma tendência de aumento dos que aproveitavam a lacuna da lei, fugindo aos procedimentos normais de pedidos de vistos turísticos e foi por isso que a PSP decidiu apertar a estadia. Isso provou que a PSP implementou a medida de acordo com o ponto de vista da segurança, com objectivo de impedir a situação de abuso. Este ano, a PSP apontou também que o número de estadias fora de prazo diminuiu e que uma das razões era precisamente a medida de diminuição para cinco dias”, frisa a deputada. “Como é que o Governo pode voltar à situação original de repente e deixar saber só através de comunicado, sem explicar bem?” [quote_box_left]“Como é que o Governo pode voltar à situação original de repente e deixar saber só através de comunicado, sem explicar bem?” – Ella Lei, deputada[/quote_box_left] Pela economia Para a PSP, as razões de novo alargamento na estadia são explicadas devido à cooperação com o continente. “No intuito de coordenar a estratégia ‘Uma Faixa e Uma Rota’, que a China está a implementar (…) a PSP procedeu, no dia 1 de Julho de 2015, ao ajustamento das regras de trânsito dos turistas portadores do passaporte da China”, começa por indicar a nota da PSP. Assim, ao invés de poderem ficar apenas cinco dias em trânsito, os titulares do passaporte chinês podem ficar por um período de sete dias em trânsito, se não tiverem entrado em Macau nos 30 dias anteriores à chegada, em vez de 60 dias. Já se os turistas não cumprirem as regras de trânsito – não voarem para outro país ou ficarem em excesso de tempo aqui – só pode ser-lhes concedido um período de permanência de dois dias na sua segunda entrada em Macau. Recorde-se que uma das justificações para a diminuição deste período a partir de Julho de 2014 foi a de que muitos cidadãos chineses vinham para o território alegadamente em trânsito, mas acabavam por ficar por cá para jogar nos casinos.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeGIT | Parte do metro na Taipa concluída este ano. Governo não sabe se vai para tribunal sobre parque Na tomada de posse do coordenador do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes, foi garantido que até Dezembro a principal estrutura do metro ligeiro na Taipa fica concluída. Seis meses depois, o caso do parque de materiais e oficinas continua sem solução e poderá não avançar para tribunal [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]ão pequenos sinais de fumo para um projecto cheio de atrasos. Até finais deste ano a principal estrutura do metro ligeiro na Taipa deverá ficar concluída, garantiu ontem o novo coordenador do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT), Ho Cheong Kei. “A nossa previsão é que este ano a estrutura principal da linha da Taipa possa ficar concluída, porque a qualidade das peças do metro não passou no exame e isso atrasou o progresso. Já nos atrasámos mais de seis meses em relação a outros segmentos, sendo que alguns aspectos podem ser melhorados através do investimento em mais recursos humanos”, explicou o coordenador à margem da cerimónia de tomada de posse do cargo. Ho Cheong Kei confirmou ainda que já já foram adjudicados “nove mil milhões de patacas para a linha da Taipa”. Raimundo do Rosário, Secretário para as Obras Públicas e Transportes, referiu aos jornalistas que a atenção do Executivo está agora virada para o segmento da Taipa, não existindo ainda um calendário para a ligação com a península de Macau. “Como o Secretário disse, em primeiro lugar é preciso investir todos os recursos na linha da Taipa, para a estender até à península, e estamos a fazer o trabalho do projecto. Prevemos no quarto trimestre concluir os trabalhos desse projecto. É certo que temos dificuldades na rede de construção da Barra e já fizemos alguns trabalhos preparatórios”, adiantou ainda o coordenador do GIT. No seu discurso, Ho Cheong Kei prometeu liderar uma equipa “para continuar a superar as dificuldades, executar bem os trabalhos de construção do metro e aumentar a eficácia”. Parque de materiais sem solução Para se avançar com o metro, tanto na Taipa como em Macau, é necessário primeiro resolver a cessação do contrato com o empreiteiro responsável pelo parque de materiais e oficinas, peça fundamental de todo o projecto. Em seis meses, ainda não foi tomada nenhuma decisão. “Não está resolvido ainda, mas também não se vai avançar para tribunal. Os dois advogados continuam a discutir e estamos à espera. Se me pergunta, prefiro que não se avance para tribunal”, disse Raimundo do Rosário. Já Ho Cheong Kei prefere manter essa possibilidade em aberto. “Acredito que se não conseguirmos chegar a um consenso poderemos recorrer à via judicial para resolver este problema. É preciso concluir primeiro o parque de materiais e oficinas para que o metro ligeiro entre em funcionamento”, concluiu. “Traçado elevado marginal” ganha mais votos Está concluída a terceira fase de consulta pública sobre o segmento norte do metro ligeiro. Com três propostas em análise, Ho Cheong Kei referiu que “o traçado na marginal ganha um maior apoio da população”. “Estamos à espera de uma análise final dos resultados e vamos divulgar em breve ao público”. Macau “com excesso de departamentos públicos” Raimundo do Rosário garantiu que a segunda fase de reestruturação dos serviços da sua tutela terá lugar em 2016, tendo referido que Macau tem excesso de departamentos públicos. “Temos duas hipóteses: ou criamos mais serviços de menor dimensão ou reduzimos os serviços. A reestruturação orgânica não é uma tarefa fácil e temos primeiro de resolver a questão dos recursos humanos, serviços e depois temos de ter em consideração os procedimentos”, referiu.
Joana Freitas BrevesNovo membro no Conselho dos Magistrados Judiciais Io Hong Meng acaba de ser nomeado para o Conselho dos Magistrados Judiciais, segundo despacho publicado ontem em Boletim Oficial (BO). Philip Xavier mantém-se como membro do Conselho, depois de Chui Sai On ter decidido renovar o cargo. As nomeações, assinadas pelo Chefe do Executivo, vigoram pelo período de três anos e foram feitas “sob proposta da Comissão Independente responsável pela indigitação dos candidatos ao cargo de juiz”, aponta o despacho do BO.
Joana Freitas BrevesRafael Gama integra Grande Prémio de Macau O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, nomeou Rafael Gama, um dos seus assessores, como membro da Comissão do Grande Prémio de Macau, em substituição de Maria Madalena Leong. O cargo será ocupado até dia 31 de Dezembro em regime de acumulação de funções. A nomeação foi publicada em Boletim Oficial no dia de ontem.
Joana Freitas BrevesDSAL | Acidentes podem ser reportados até cinco dias depois Os Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) anunciaram ontem a possibilidade de reportar acidentes de trabalhos via internet, através do preenchimento de um formulário. A DSAL sublinha, em comunicado, que “a participação dos acidentes de trabalho é um dever obrigatório”, podendo agora ser feito através do website do organismo, no prazo máximo de cinco dias úteis. Esta foi uma das alterações introduzidas com a revisão do Regime de Reparação dos Danos Emergentes de Acidentes de Trabalho ou Doenças Profissionais, que anteriormente estabelecia um prazo máximo de participação de um acidente de 24 horas. Este continua a ser o período máximo, mas só em caso de internamento hospitalar ou morte do lesado. Assim, todos os trabalhadores têm até cinco dias úteis para reportar um acidente que tenham sofrido, podendo esta acção ser feita por um familiar. No início deste ano, foram registadas três mortes em menos de um mês em estaleiros de obras de construção, tendo a mais recente sido de um homem de 40 anos, nos estaleiros do hotel Hollywood Roosevelt, no Cotai. A morte de construtores civis tem sido um flagelo na RAEM, com uma série de mortes registadas ao longo dos anos. Só em 2010, a DSAL registou quase 350 acidentes de trabalhos e um total de 12 mortes.
Joana Freitas BrevesKiang Wu da Taipa deixa de abrir 24 horas Os serviços do Hospital Kiang Wu da Taipa passam a estar abertos apenas durante o dia a partir de hoje. A confirmação foi feita ao HM, depois de contactado o pessoal de atendimento ao cliente do hospital, que explicou que o horário de funcionamento do Hospital Kiang Wu da Taipa vai ser alterado. A partir de agora, não são dadas consultas desde a meia-noite até às 8:00 de manhã do dia seguinte, sendo que também não será permitido aos pacientes tirar senhas a partir das 23h00. Recorde-se que, antes da alteração, o hospital oferecia serviços ambulatórios gerais durante o período nocturno. Ao HM não foi possível apurar a razão para a decisão.
Joana Freitas BrevesJogo | Receitas com quebra de 36,2% Os casinos fecharam Junho com receitas brutas de 17.355 milhões de patacas, uma queda de 36,2% face ao período homólogo de 2014, o pior mês desde Setembro de 2010. Dados oficiais publicados na página electrónica dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos indicam que as receitas acumuladas no primeiro semestre do ano totalizaram 121.645 milhões de patacas, menos 37% do que no primeiro semestre do ano passado. As receitas dos casinos cumprem assim o 13.º mês consecutivo de quedas homólogas.
Joana Freitas BrevesTabaco | Operadoras pedem estudo sobre impacto de proibição total As operadoras de jogo querem um estudo sobre o impacto que a proibição total do fumo nos casinos pode ter na economia local. Em comunicado conjunto, as operadoras apelam à Assembleia Legislativa e aos departamentos governamentais para realizarem um estudo que avalie “em profundidade” os “impactos” da medida na economia, depois do Governo ter anunciado que vai mesmo avançar com a revisão da lei, proibindo até a existência das salas de fumo. As operadoras defendem que a manutenção destas salas deve ser a alternativa.
Joana Freitas BrevesWynn Cotai | Empresa que terá pedido pagamento por lote dissolvida A Tien Chiao Entertainment and Investment Limited terá sido dissolvida. A empresa que alegadamente exigiu o pagamento de 50 milhões de dólares americanos à Wynn para ficar com o lote onde a operadora constrói agora o novo empreendimento, no Cotai, pediu a “dissolução e extinção pelo encerramento de liquidação”. De acordo com a página Cotai Land Deal – que se dedica a investigar sobre o assunto e que pertence à União dos Engenheiros Operacionais do Nevada (IUOE, na sigla inglesa), accionista da Wynn – a empresa foi já dissolvida em Maio. A IUOE diz ter encontrado o anúncio da dissolução da empresa no Registo Comercial de Macau. Recorde-se que a Wynn terá alegadamente que ter pago à empresa de Pequim para conseguir ficar com o terreno que tem actualmente no Cotai. O Comissariado contra a Corrupção está a investigar o caso.
Filipa Araújo Manchete PolíticaTabaco | Revisão para proibição total preparada. Deputados a favor A proposta de revisão do fumo está concluída. Menos locais para fumar, menos publicidade, multas mais pesadas e até a proibição de venda do cigarro electrónico. O Governo insiste na proibição total do tabaco em prol, diz, da saúde. Deputados mostram-se convencidos por esta nova proposta de lei apesar de alguns, afirmam, precisarem de pensar [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Conselho Executivo já concluiu a discussão da proposta de revisão do Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo e, tal como tem vindo a defender Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, a proibição total de fumo é mesmo a meta do Governo. Deputados contactados pelo HM mostram-se convencidos com a nova proposta e, ainda que alguns digam que precisam de pensar, o voto a favor parece dominar entre os outros. “Actualmente, a execução da lei é satisfatória, a aplicação das medidas de controlo do tabagismo é eficaz, sendo evidentes as melhorias nos estabelecimentos públicos fechados, o que de um modo geral possibilita obter o reconhecimento por parte do público. No entanto, naquilo que é relativo a algumas matérias, nomeadamente, gestão dos cigarros electrónicos, áreas de proibição de fumar, publicidade, promoção de produtos do tabaco e multas devido a infracções, a sociedade ainda espera que o Governo possa limitar ainda mais”, começou por defender Leong Heng Teng, porta-voz do Conselho Executivo, que apresentou ontem a revisão. A nova proposta propõe a alteração de quatro principais pontos. O primeiro refere-se ao cigarro electrónico. O Governo quer proibir este meio alternativo ao cigarro comum em locais destinados a utilização colectiva, assim como proibir a sua venda, apesar de não incluir a importação. “Neste momento não estamos a limitar, seja para consumo próprio ou não, a importação de cigarros electrónicos. Apenas limitamos a venda. Mas não se pode também consumir o cigarro electrónico nos locais determinados. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já confirmou que o cigarro electrónico não serve para a abstenção do fumo – contém nicotina entre outros produtos maléficos. Pode fazer mal à saúde do próprio fumador e o fumo em segunda mão também afecta a saúde dos outros”, esclareceu o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion. O segundo ponto refere-se ao locais onde será proibido fumar. Sem grandes novidades o Governo propõe o abolição total nos casinos, incluindo salas VIP que no ano passado foram preparadas para o efeito e a as próprias salas de fumo, criadas também no ano passado. “Ao longo dos últimos três anos temos vindo a trabalhar e a ouvir muitas opiniões sobre esta matéria. Agora a excepção vai ser retirada: nos casinos a proibição de fumo é total. Para já é nossa intenção promover a proibição total do fumo”, rematou Leong Heng Teng. Inclinados para o sim “Claro que vou votar a favor”, reagiu José Pereira Coutinho quando questionado sobre qual a sua posição sobre a proibição total do fumo. “Porquê discriminar entre casinos, saunas, clubes nocturnos, e outros? Porque é que se diferencia os casinos? Não são todos iguais nos termos da Lei Básica, nos termos do princípio de igualdade que deve existir? Se proíbem nas salas, nas discotecas, porque é que os casinos têm que ser excepção? Eu concordo”, argumentou ao HM. Para o número dois de Pereira Coutinho, Leong Veng Chai, o voto também é claro: será a favor da nova proposta. Já Chan Meng Kam não quis mostrar a sua posição de voto, pois considera que é necessário ouvir mais opiniões da sociedade. Defendendo o mesmo ponto de vista, o deputado Si Ka Lon concorda que é necessário avaliar o conteúdo da proposta do Governo, que deve ter em conta “diversos aspectos, tais como a economia do território, receitas do Jogo e os recursos humanos das operadores”. “Reparei que existem mais de dez mil trabalhadores das operadoras de Jogo e cerca de oito mil em grupos para as salas VIP. A queda das receitas já influenciou a sua empregabilidade, temos que pensar se a revisão deste regime vem prejudicar estes trabalhadores”, argumentou. O número três de Chan Meng Kam considera ainda que o Executivo deve apresentar dados científicos sobre se esta proposta pode vir, ou não, a influenciar a economia do território. “Só assim é que a população ganha confiança na proposta do Governo”, diz. Gabriel Tong subscreve a opinião de Si Ka Lon. Au Kam San e Chan Iek Lap estão decididos: vão votar a favor, sublinhando que é uma ideia que há muito têm defendido. O mesmo para as deputadas da Federação das Associações de Operários de Macau (FAOM), Kwan Tsui Hang e Ella Lei, que reafirmaram ao HM a sua posição a favor da proibição total de tabaco. “Do ponto de vista da saúde dos funcionários do Jogo, a proibição completa de tabaco é o passo mais importante a tomar. Como não foi logo implementada, considero que os funcionários já se sacrificaram muito pelos casinos, por estes não terem sido logo obrigados a proibir o fumo”, argumentou Ella Lei. “Nenhuma sala de fumo tem a capacidade de retirar o fumo do interior do espaço. Só a proibição total permitirá a protecção da saúdes dos funcionários, espero que esta proposta seja apoiada pela sociedade”, acrescentou Kwan Tsui Hang. Sem adiantar a sua decisão de voto, a deputada Wong Kit Cheng disse apenas que não se mostra “contra a proposta” e espera que Macau se torne mais saudável. “O que se pretende é um ambiente de trabalho totalmente sem tabaco, assim não influencia a saúde física e mental dos trabalhadores”, remata. Não à promoção A publicidade e promoção ao tabaco estão também contempladas nesta propostas de revisão. “A proposta determina que o marcador de preços e o quadro de preços de produtos de tabaco só possam ser colocados nos locais de venda, ou seja, não podem estar visíveis fora dos locais da sua venda, nem o marcador de preços e o quadro de preços podem ser vistos através do mostruário”, explica Leong Heng Teng. Assim, será proibida qualquer exposição ou visibilidade dos produtos nos pontos de venda. Como último principal ponto, o Governo quer aumentar o valor das multas a pagar em caso de infracção. A proposta defende que o valor da multas deve aumentar de 400 patacas mínimo para 1500 patacas e define um tecto máximo de 200 mil patacas, sendo que anteriormente era de cem mil patacas. “Quem fume em locais onde exista a proibição de fumar será sancionado com uma multa no valor de 1500 patacas”, informou, adiantando que para a venda de produtos de tabaco a menores está prevista uma multa de 20 mil patacas.
Andreia Sofia Silva SociedadeCentros de Explicações | Pedidos subsídios do Governo O relatório da terceira fase de consulta pública sobre a nova lei que irá regular os centros de explicações revela que muitos desejam que o Governo conceda apoio financeiro e crie um subsídio para docentes que fazem formação. Mas também é pedida mais fiscalização [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]população e representantes do sector da Educação consideram que os centros de apoio pedagógico complementar, ou centros de explicações, devem receber apoio financeiro do Executivo, por forma a poderem melhorar os serviços que disponibilizam aos alunos. A ideia consta no relatório da terceira fase de consulta pública sobre a implementação do Regime de Licenciamento e Fiscalização dos Centros Particulares de Apoio Pedagógico Complementar, ontem publicado pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). “Sugere-se prestar apoio financeiro aos centros de recepção [de alunos]”, pode ler-se, tendo ainda sido sugerido que “como os centros de explicações têm responsabilidade educativa e de recepção dos alunos, caso não usufruam de qualquer subsídio, é muito difícil melhorar os seus serviços, pelo que as autoridades devem ponderar esta situação, de forma sensata, elaborando os projectos de apoio”. Além disso, foi referido que se “expressa preocupação” quando ao facto da “publicação do novo regulamento administrativo leve ao aumento das despesas dos serviços de explicações e de recepção”. Da parte da DSEJ não é revelada vontade de implementar este apoio financeiro. “Como as despesas são ajustadas pelo mercado, a DSEJ vai elaborar instruções de cobrança de despesas para os centros de apoio pedagógico complementar particulares”, lê-se apenas. Foi ainda sugerida a criação de um subsídio para o pessoal docente dos centros de explicações que venham a frequentar cursos de formação. Sobre esta possibilidade, a DSEJ apenas confirma que “irá estudar essa opinião”. Alvará só para alguns O documento de consulta revela ainda que a DSEJ deverá obrigar os centros de explicações com mais de cinco alunos a ter alvará. “A DSEJ sugere que as entidades particulares devem solicitar a emissão de alvará para centros particulares que prestem, em horário pré-escolar, serviços de apoio a cinco ou mais alunos que frequentem a educação regular e o ensino recorrente. Ao passo que não carecem de licenciamento as entidades particulares que prestam serviços de apoio pedagógico até ao máximo de quatro alunos, sem fins comerciais, de modo a corresponder à procura de explicações por forma familiar”, lê-se. Quanto às habilitações académicas, a DSEJ entende, com base nas opiniões, que o coordenador do centro deve possuir habilitações académicas com maior grau de exigência, pelo que o nível de licenciatura será algo obrigatório. Quanto “aos centros que prestam apoio aos ensino infantil e primário, o coordenador pode possuir habilitações académicas de nível não inferior ao ensino secundário complementar e certificado de formação profissional reconhecido pela DSEJ”. Na área da fiscalização, as opiniões apontaram o dedo à DSEJ, tendo-se sugerido “reforçar as acções de inspecção e fiscalização”, para além de se considerar que “as legislações actuais são indulgentes demais, pelo que as autoridades devem reforçar a execução da lei para os reincidentes e cancelar o seu alvará, no sentido de exercer um papel de vigilância. Refere-se que a DSEJ só regulamenta os centros de explicações, mas “não providencia apoio”. Como resposta, a DSEJ diz que “para além de fiscalizar os centros de explicação com alvará, também trata, de forma rigorosa, as actividades de explicações sem licenciamento”. A entidade não apresenta uma data para a conclusão do diploma, frisando que “algumas questões mais controversas serão novamente debatidas com todos os sectores sociais”.
Leonor Sá Machado SociedadeFronteiras | Macau deverá vir a ter mais postos fronteiriços [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]acau deverá vir a ter mais postos fronteiriços. Isso mesmo confirmam informações do Gabinete do Secretário para a Segurança, numa em resposta ao HM. “Macau poderá, certamente, vir a ter outros postos fronteiriços”, pode ler-se no email enviado a este jornal. Segundo informações obtidas pelo HM da parte de alguns profissionais do sector da construção, está a ser pensada a construção de um novo posto fronteiriço junto ao Templo da Deusa A-Má e que liga a RAEM ao continente. No entanto e em resposta ao HM, o mesmo Gabinete não confirmou esta informação, referindo apenas que a hipótese de serem abertas mais fronteiras não está de lado. “(…) De momento, não se pode confirmar a eventualidade da abertura de qualquer Posto Fronteiriço na zona do Templo da Deusa A-Má”, explicou o Gabinete de Wong Sio Chak. “O desenvolvimento de Macau e, designadamente, a construção de novos aterros que possam constituir-se como pontos de contacto com o exterior dará lugar, certamente, à abertura de outros postos fronteiriços”, esclarece ainda o porta-voz. Em declarações ao HM na semana passada, o presidente da Associação dos Engenheiros de Macau, Addy Chan, mostrou-se mais a favor de uma melhor distribuição das fronteiras actualmente existentes do que da criação de uma nova. “Seria mais benéfico usar as já existentes do que criar uma nova, de forma a eventualmente construir um túnel ou ponte que ligasse àquela que já lá está”, disse o responsável da Associação. Além disso, referiu ser, antes de mais, necessário proceder a um “planeamento muito bem feito. “O maior problema [na construção de postos e acessos transfronteiriços] é que todas as passagens que se têm feito ficam engarrafadas alguns anos depois, nunca chegam e talvez este seja um problema de design e é o que tem que ser pensado”, acrescentou Chan.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeGDI | Novo coordenador toma posse com promessa de resoluções rápidas O novo coordenador do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas tomou ontem posse e promete resolver a falta de fornecimento para os novos aterros dentro de meses, por forma a evitar mais atrasos na Zona A. Entretanto, Raimundo do Rosário queixa-se de falta de demasiado trabalho no GDI, mas afirma restruturações nas Obras Públicas [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]epois do Governo ter avançado mais alguns dados sobre os novos aterros, eis que Chau Vai Man, coordenador do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI), confirmou ontem que a falta de fornecimento de areia deverá ser um problema resolvido dentro de poucos meses. “Contamos resolver o problema da falta de areia dentro de um ou dois meses e queremos que o atraso não seja muito grande”, disse Chau Vai Man aos jornalistas, à margem da cerimónia de tomada de posse como coordenador do GDI. O atraso de que fala o responsável revela-se sobretudo na Zona A, a qual deverá servir de residência a 160 mil pessoas. “A Zona A tem esse problema, e já temos 60% do trabalho executado, sendo que o aterro já está ao nível da superfície do mar. Vamos alterar o plano com o empreiteiro, quanto ao ritmo e forma de execução”, apontou. Chau Vai Man garantiu que as areias serão fornecidas pela região de Zhuhai, estando já a ser estabelecidas as devidas comunicações. “Estamos a estabelecer a comunicação com a China e quando dominarmos a situação do fornecimento iremos informar o público. O fornecimento de areia pela China é totalmente um problema da China e não de Macau”, disse o responsável do GDI, frisando que já têm preparado um plano de actuação imediata. Acção imediata “Uma vez que há um atraso, teremos um plano imediato de recuperação, mas tudo vai depender do fornecimento de areia. Teremos um horário de trabalho extraordinário no aterro para recuperarmos. Nos últimos três meses começámos a analisar o problema da falta de areia e logo começámos a cooperar com a China”, referiu Chau Vai Man. Recorde-se que esta segunda-feira foi apresentado o plano director dos novos aterros aos membros do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU), sendo que a Zona A terá maior foco na habitação, com 32 mil fogos. Li Canfeng, director dos Serviços de Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), referiu que a aposta do Executivo será na construção de “bairros mais pequenos”, por forma a reduzir o impacto da elevada densidade populacional. À margem da cerimónia de tomada de posse, Raimundo do Rosário, Secretário da tutela, voltou a não apresentar um calendário para a conclusão da Zona A. Poucas mãos para tanto trabalho No seu discurso, Raimundo do Rosário, Secretário das Obras Públicas e Transportes, falou do excesso de projectos sob tutela do GDI. “O gabinete é responsável por mais de 40 obras de grande, média e pequena dimensão, sendo que esta estrutura com cerca de 80 pessoas não tem capacidade para assumir este volume de trabalho. Apesar dos constrangimentos operacionais com que se depara, ao nível de recursos humanos, o GDI não tem poupado esforços e tem excedido a sua capacidade para responder às exigências de uma cidade em constante crescimento.” Sobre o novo coordenador, Raimundo do Rosário disse “estar certo de que terá capacidade para manter e desenvolver o capital humano de que dispõe e que saberá cumprir a missão que lhe é confiável”. Chau Vai Man prometeu “melhorar os trabalhos vigentes mediante um mecanismo eficiente para as obras públicas, na qualidade das obras e fiscalização dos prazos”. Obras Públicas com menos três serviços até Dezembro À margem da tomada de posse do novo coordenador do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI), Raimundo do Rosário, Secretário, confirmou que a área das Obras Públicas e Transportes vai ficar com menos três departamentos até final do ano, por forma a responder a uma promessa feita no âmbito das Linhas de Acção Governativa (LAG). “No GDI não vai acontecer nada este ano. O primeiro passo para a reestruturação dos serviços é que a Comissão para a Segurança dos Combustíveis e Conselho de Ciência e Tecnologia vão sair desta tutela. Quanto à Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações (DSRT), vai voltar novamente para os Correios. No fim deste ano esta tutela, em vez de ter 15 serviços, terá 12”, explicou o Secretário aos jornalistas. Em Maio, à margem de uma cerimónia pública, Raimundo do Rosário garantiu que queria acabar com “três a quatro departamentos”, sendo que sete serviços deverão sofrer alterações. A Comissão dos Combustíveis e o Conselho de Ciência e Tecnologia são os primeiros a mudar. __________________________________________________________________________________ Toi San poderá ir para tribunal O GDI rescindiu contrato com o empreiteiro do projecto de habitação pública em Toi San em Maio, mas o processo continua sem conclusão. Chau Vai Man referiu que não põe de lado a hipótese do caso ir parar a tribunal. “Estamos a tentar resolver a resolução do contrato de uma forma pacífica e ainda não temos uma solução. Estamos a analisar informações de várias situações e propostas do Secretário. Se não for possível encontrar uma resolução comum o caso será levado para tribunal”, confirmou o coordenador do GDI.
Andreia Sofia Silva PolíticaSalário mínimo votado na AL esta sexta-feira [dropcap style=’circle’]É[/dropcap]já esta sexta-feira que os deputados da Assembleia Legislativa (AL) vão votar na especialidade a proposta de Lei do Salário Mínimo para os trabalhadores da limpeza e de segurança na actividade de administração predial. Esta votação acontece apenas um ano depois do diploma ter sido aprovado na generalidade, exactamente em Julho de 2014, depois de muitos deputados terem chamado a atenção do Executivo sobre a necessidade de criar um salário mínimo universal. Lionel Leong, actual Secretário para a Economia e Finanças, vai assim à AL no âmbito de um dossier que herdou do seu antecessor, Francis Tam, depois de um debate público que já dura desde 2007. Caso seja aprovada, a lei irá determinar o pagamento de um salário mínimo de 30 patacas por hora, o que se traduz em 6240 patacas mensais. Lionel Leong já garantiu que o salário mínimo poderá servir a todas as profissões em 2018, respondendo aos apelos não só de deputados como de alguns economistas. De recordar que o parecer jurídico da 3.ª Comissão Permanente da AL, encarregue de analisar o diploma, traduz a intenção do Governo de “nesta fase, ser mais adequado começar pela área de administração de propriedades para fixar o salário mínimo dos trabalhadores que aí exercem trabalhos de limpeza e segurança”. Esta questão esteve, aliás, sujeita à análise com base numa convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT), segundo a qual “todo o Estado Membro tem a liberdade de decidir a quais indústrias serão aplicados os métodos de fixação de salários mínimos”. Contudo, o parecer aponta para o facto de que “não se afiguram inteiramente claras as razões que levaram à escolha das duas profissões e do sector económico em causa”. Contudo, “as reservas suscitadas foram parcialmente removidas pelo compromisso do Governo, na reunião de Março de 2015, quanto à universalização do salário mínimo a todos os trabalhadores no prazo de três anos após a entrada em vigor da presente lei”.
Flora Fong Manchete SociedadeHotel Estoril | Fachada ainda preocupa. Sugestões deixadas de lado A fachada do espaço ainda continua a dividir opiniões, com uns a dizerem que se deveria preservar a ideia inicial do design e outros a sugerir que é altura de mudar. Paul Pun pede que sejam jovens a fazer o novo desenho [dropcap styl=’circle’]O[/dropcap]Governo tem várias ideias para o projecto de reconversão do antigo Hotel Estoril, querendo criar espaços para jovens, residentes em geral e turistas. Uma apresentação destinada a dirigentes escolares e das associações educativas, ontem, revelou, contudo, que ainda há preocupação face à manutenção da fachada original do edifício e à utilização prática do espaço. A fachada do antigo espaço continua a ser o ponto mais em foco nas sessões de apresentação do projecto do Governo. Como existem diferentes opiniões em relação a manter ou não a fachada do Hotel Estoril, Lai Ieng Kit, Chefe do Gabinete do Secretário para os assuntos Sociais e Cultura, defende que o Governo tem uma atitude aberta sobre o assunto. Paul Pun apontou que, uma vez que o local vai ser para jovens, deveria haver a oportunidade do design da fachada ser feito por jovens, substituindo-se o actual desenho. Por outro lado, o antigo deputado, Paul Chan Wai Chi, também professor do Colégio Yuet Wah, questionou se o IC conhece de forma suficiente a história, o significado e a característica do desenho da fachada para sequer considerar alterá-la. “Macau sendo uma cidade mundial de turismo e lazer, bem como com património cultural, deveria saber o valor da existência [daquela fachada]. A sua particularidade, raridade e qual o sentido da arte será que não faz com que valha a pena manter a fachada?”, questionou. Na resposta, o vice-director do IC explicou que o desenho da fachada do antigo hotel já foi criado desde 1964 pelo arquitecto italiano Osco Acconci – designer também de várias capelas e casas do território. Chan Peng Fai explicou que o ano da criação do desenho foi importante para o desenvolvimento do sector do Jogo em Macau. “O Hotel Estoril foi o primeiro que introduziu elementos de Jogo moderno e ocidental em Macau, testemunhou a história de Macau. Na nossa análise do desenho, a mulher nua e copos de vinho querem mostrar liberdade por que se lutou na altura, enquanto o peixe e o barco expressam a península de Macau, dando as boas-vindas a clientes dos quatro cantos do mundo, que procuram a felicidade no hotel”, disse. Chan frisou que o desenho “é uma obra de arte que tem a sua particularidade”. Contudo, mesmo que Paul Chan Wai Chi tenha mostrado que seria melhor mantê-la no caso de existirem precisamente esses conteúdos, o subdirector do IC não mostrou qualquer posição face à manutenção da fachada. Já Paul Pun mostra-se preocupado com a fachada. Considera que “mantém a sensação de ser um local misterioso”, onde a luz não é suficiente nem adequada para jovens. O director geral da Cáritas disse ainda que o design tem de ter em conta a nova utilização do edifício. “Muitas vezes os trabalhos de designer podem influenciar totalmente a situação de utilização, fazendo com que o espaço tenha uma boa aparência mas não seja prático”, referiu. Sugestões sim, mas não todas O Chefe do Gabinete do Secretário para os assuntos Sociais e Cultura, Lai Ieng Kit, admitiu que, com o limite da altura do prédio, a área de utilização vai ser também restringida. Por isso mesmo, o responsável espera que o actual parque de estacionamento possa ser alterado para ser subterrâneo, a fim de que possam ser aplicados mais espaços de utilização. Paul Pun, deixou sugestões que não foram, contudo, acatadas pelos representantes do Governo. Além de ter defendido que a participação do Conservatório de Macau possa ser maior, mas pediu também que fosse criada uma pousada para que jovens artistas estrangeiros pudessem trocar experiências com os locais. Contudo, o Chefe do Gabinete do Secretário para os assuntos Sociais e Cultura respondeu que até ao momento “não é considerável criar uma pousada para artistas estrangeiros devido ao limite de espaço” e que a preferência é criar um centro de actividades para os jovens. Paul Pun pediu ainda que a piscina do hotel pudesse ser utilizada apenas por jovens. O Governo não acolhe a proposta, porque “a piscina do Hotel Estoril é muito utilizada pela população, sobretudo por idosos”. Naquela que foi a segunda sessão de esclarecimento do projecto, o subdirector do Instituto de Desporto (ID), Pun Weng Kun, a director dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Leong Lai, e o vice-director do Instituto Cultural (IC), Chan Peng Fai, estiveram presentes.
Joana Freitas SociedadeUM | Promessas de melhor gestão. Chui Sai On satisfeito [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Universidade de Macau (UM) vai melhorar o seu sistema de gestão. A ideia foi avançada por Peter Lam, Presidente do Conselho da Universidade, naquela que foi a reunião conjunta da Assembleia e do Conselho da UM do ano lectivo de 2014/2015, que contou com a presença do Chefe do Executivo. Chui Sai On disse que, nos últimos anos, a UM tem vindo melhorar os cursos e o sistema educacional, de forma a conseguir recrutar “os melhores profissionais e para aperfeiçoar os procedimentos de gestão,” iniciativas estas que, segundo o líder do Governo, promoveram o desenvolvimento da instituição. Chui, que é também Chanceler e Presidente da Assembleia da UM, mostrou-se satisfeito com os resultados alcançados pela UM nos últimos anos, observando que a “UM não só elevou a sua reputação social e influência académica, como também formou quadros qualificados para Macau”, pode ler-se num comunicado. Peter Lam, Presidente do Conselho da Universidade, assegurou que a instituição vai “continuar a optimizar o modelo de gestão da UM e a promover a reforma da estrutura administrativa da instituição”, de forma a criar um ambiente favorável à investigação científica e ao ensino. Em comunicado, a UM diz que vai apostar na melhoria do sistema de gestão, na consolidação dos êxitos de ensino e investigação, no reforço da prestação de serviços académicos e profissionais à comunidade e no recrutamento de mais profissionais qualificados, “especialmente os profissionais locais”.
Leonor Sá Machado EventosMelco | Anúncio de vencedor para estágio com Zaha Hadid este mês [dropcap style=’circle’]É[/dropcap] já este mês que se sabe quem é o estudante de Arquitectura de Macau escolhido para estagiar com a designer e arquitecta Zaha Hadid – autora da quinta torre do City Of Dreams. Entre os seleccionados estão Stephanie Choi, Jeff Lei, Ives Ma, Rui Chen e Ka-hou Wu, pelo que um deles estará, no próximo mês, a trabalhar sob mestria de Hadid. Os concorrentes foram escolhidos por um painel de júris que incluiu o arquitecto macaense Carlos Marreiros, Michele Pasca di Magliano, Hélder Santos, David Clarke e a própria Hadid. Este é apenas um dos vários concursos desenvolvidos em 2012 pela equipa “Atreve-te a sonhar”, da Melco Crown. Esta tem, de acordo com a empresa, o objectivo de atrair jovens talentosos e investir na indústria das artes e da criatividade. “Expondo os feitos e a proximidade com mestres reconhecidos mundialmente, faz com que o impossível se torne possível”, refere a Melco. O concurso de Design Zaha Hadid arrancou no ano passado e desafiou jovens estudantes de Macau a participarem com o desenho de uma habitação integrado num espaço de paisagem. A avaliação foi feita com base na capacidade dos concorrentes lidarem com complicações, saberem lidar com tecnologia de impressão a três dimensões e, claro, a sua criatividade. Para Carlos Marreiros, foi “um prazer” ser parte deste painel, para um projecto que diz ser visionário. “A exposição que a Melco Crown Entertainment dá aos jovens locais vai ao encontro da nossa em cultivar a próxima geração de arquitectos, encorajando-os a ir mais além e a retirar o melhor da tecnologia mais avançada”, disse o arquitecto e artista local. Já Michele Magliano considera que o nível de criatividade destes estudantes é “fascinante” e mostra a sua capacidade de juntar factores como a paixão, a visão e a ousadia para ir mais longe. Magliano vai, juntamente com Hadid, trabalhar com o estudante finalista na sede da empresa no final deste ano.
Joana Freitas EventosPintura | Artistas de Macau e da China no Venetian O Venetian organiza em Agosto a segunda mostra de pinturas a aguarela, com artistas locais e do continente a apresentarem mais de 80 obras [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m Agosto, mais de duas dezenas de artistas apresentam no Venetian a exposição “Masters in Painting – Contemporary Watercolors”. A mostra, de pintura, junta 81 peças feitas em aguarelas. Ao todo, são 39 os artistas que contribuem para a exposição, que tem lugar de 7 a 15 de Agosto no Florence Ballroom do Venetian. Entre paisagens, pessoas, animais e flores, são vários os temas dos quadros apresentados. De acordo com a orgainzação, a mostra vai trazer uma oportunidade única de admirar “não só o incrível talento que tem estado a trabalhar em Macau e no continente, mas também diversos estilos de pintura”. Da China continental chegam Liu Dawei, líder da Associação de Artistas da China, Wu Changjiang, Wang Qijun, Li Xiaolin, Zhao Yunlong, Tian Haipeng, Jiang Zhinan e Ding Sizhong. De Macau, são Lai Ieng, presidente da Sociedade Artística de Macau, Poon Kamling e Ng Waiki. Lai Ieng é um pintor contemporâneo nascido em Macau, que se especializou em aguarela, técnica que ensina no Museu de Arte de Macau. Foi agraciado com a Medalha de Mérito Cultural pelo Governo. Já Poon Kamling, também nascida em Macau, é artista de profissão, sendo a responsável por muito do design dos selos locais. Esta não é a primeira vez que o Venetian leva a cabo uma exposição de pintura. Com esta, diz a organização, a ideia é continuar a dar hipótese tanto a turistas como a residentes de “admirarem as obras-primas dos melhores artistas de Macau e da China”. O evento é de entrada livre, sendo co-organizado pela Associação de Artistas de Macau, a Beijing Hong Bao Bo Yi Cultural Development Company Limited, entre outros. A mostra vai estar patente durante oito dias, das 11h00 às 19h00, à excepção do dia 15, em que vai estar aberta apenas até às 16h00.
Leonor Sá Machado Manchete SociedadeCPU | Rui Leão critica projecto de escola de 51 metros em Toi San É um bem necessário mas terá de ser pensado: uma escola em Toi San com mais de 51 metros inquieta os membros do CPU [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]criação de uma escola com mais de 50 metros no Bairro de Toi San foi ontem o projecto que esteve mais em foco na mais recente reunião do Conselho de Planeamento Urbanístico (CPU). O arquitecto e membro do grupo, Rui Leão, defendeu que o projecto de 51 metros – previsto para ocupar um quarteirão em Toi San – deveria ser alterado para “assegurar a qualidade institucional”. O mesmo responsável critica ainda a forma de se “resolver as coisas” no território, afirmando que se “perde muitas vezes a perspectiva” ao querer que os problemas sejam resolvidos rapidamente. O projecto esteve ontem pela primeira vez em discussão e vários foram os membros que, de acordo com declarações de Rui Leão ao HM, sugeriram que o Índice de Ocupação de Solo (IOS) fosse amplamente reduzido. Em termos técnicos, este é o volume de área que pode ser ocupado por um edifício, excluindo zonas ao ar livre. O problema está, segundo o mesmo profissional, no regulamento interno da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), que dita as normas para a construção de escolas. “No caso de escolas com tantos pisos, tem que haver uma regulamentação mais específica”, advertiu. O projecto prevê a ocupação de uma enorme escola que ocupa “imenso espaço”, de acordo com Rui Leão. Esta será localizada junto à Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Na reunião compareceu um técnico da DSEJ, que veio apresentar o projecto referido. “O IOS não deveria ser tão elevado, de forma a que no rés-do-chão houvesse um espaço de recreio e o regulamento deveria ser revisto para obrigar à existência a uma percentagem mínima de área descoberta para a realização de actividades desportivas e outra para recreio”, avançou o responsável. Rui Leão sublinhou ainda a necessidade de serem criadas, ao longo de todo o edifício, áreas repartidas de lazer para as crianças, de forma a que os alunos dos pisos mais altos não precisem de descer mais de um piso para o intervalo. Outro dos reparos feito ao projecto está relacionado com as barreiras arquitectónicas. É que fora a construção de um elevador, os diferentes espaços da escola, como são auditórios, ginásio e as salas de aulas, deveriam estar interligados com rampas. “Os espaços de grande utilização deveriam ser acessíveis por rampa a partir do rés-do-chão, porque ter um ginásio ou um auditório no 10º andar de uma escola é um bocado complicado”, lembra o arquitecto. Além disso, o membro do CPU sugere que o índice de estacionamento seja maior do que o previsto, justificando a organização de eventos e actividades públicas naquele espaço, que frequentemente atraem centenas de pessoas. Entre as várias intervenções, Leão sublinha várias que se insurgiram em prol de um menor IOS e de mais espaços verdes e de lazer para as crianças. “A escola é onde as crianças passam a maior parte da vida infantil e se não têm espaços onde possam correr e saltar, acabam por se transformar em pessoas menos saudáveis e talvez até menos preparadas para a vida”, acrescentou o responsável. ______________________________________________________________________________________ Aterros | Membros do CPU preocupados com nova proposta Vários membros do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU) criticaram a nova proposta para os novos aterros, argumentando que este não é melhor que o antigo. O colectivo também se mostrou preocupado com o facto da densidade populacional da Zona A ser demasiado alta. Paul Tse, que também integra o Conselho e é director da Associação de Construtores Civis e Empresas de Fomento Predial de Macau, mostrou-se confiante no acrescento de mais elementos comerciais na Zona A. “[a falta de centro comerciais] pode fazer com que aquela zona se transforme numa ‘Cidade da Tristeza’”, disse.
Joana Freitas BrevesMúsica | Grupo local lança concurso de canções O grupo local Jesus Alive Ministry (JAM) lança esta semana um concurso de canções. Aberto a todas as nacionalidades e idades, e a portadores de BIR ou visto de trabalho, o concurso tem como objectivo encontrar não só os melhores cantores de Macau, mas também realizar “actividades para os migrantes locais”. A ideia é que estes convivam com os residentes e outros migrantes. O grupo local, constituído por cidadãos indonésios, abriu as inscrições no dia 29 de Junho e estas decorrem até sexta-feira, sendo que se pode cantar em Inglês, Indonésio, Tagalog, Cantonês, Mandarim ou Português. As audições são gratuitas e as inscrições podem ser feitas através do WhatsApp ou WeChat do número 6551 5131. “Têm de enviar uma mensagem a cantar, apenas a capella”, explica a organização em comunicado. A final tem lugar no domingo, dia 5 de Julho, às 16h30, no ICA Centre, no Macau Square. Os vencedor recebe mil patacas e os segundo e terceiro classificados levam 500 patacas para casa. O painel de jurados é constituído pelo radialista indonésio Bang Beto e pelo guitarrista David Darsana.