Confirmado “assassinato cruel” de cidadão chinês pelo Estado Islâmico

china EI[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Governo chinês confirmou ontem o “assassinato cruel” de Fan Jinghui, um cidadão da China, por parte da organização extremista Estado Islámico (EI), e anunciou que quem cometeu o crime terá que assumir as responsabilidades. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hong Lei, disse hoje em comunicado que a China está “altamente chocada” com a notícia.

Hong assegurou que as autoridades do país fizeram “todos os esforços” para resgatar Fan, ainda que não tenham conseguido evitar que este fosse “cruelmente assassinado”. “Sem consideração pela consciência humana ou uma base moral, a organização terrorista levou a cabo esta acção violenta a sangue frio. O governo chinês condena com veemência esta acção desumana e sem dúvida fará com que quem a cometeu assuma as responsabilidades”, disse Hong.

O porta-voz referiu que Pequim está disposto a cooperar com a comunidade internacional na luta antiterrorista para salvaguardar “a paz e a tranquilidade mundiais”. “O terrorismo é um inimigo comum de toda a humanidade”, disse na quarta-feira Hong Lei.

Também o presidente chinês, Xi Jinping, condenou ontem “com veemência” a organização extremista Estado Islâmico (EI) pela morte de um cidadão do país feito refém desde Setembro, avança a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

No início de Setembro, o EI disse ter sequestrado um cidadão chinês, que foi identificado pela revista ‘jihadista’ em língua inglesa Dabiq como Fan Jinghui, um consultor de 50 anos. Segundo o mais recente número da mesma publicação, o EI executou Fan “após este ter sido abandonado pela sua nação e organizações apóstatas”. Não foram dados pormenores sobre onde e quando este foi capturado ou onde se encontrava detido.

As autoridades chinesas disseram na altura que a descrição avançada pelo EI coincidia com o perfil de um cidadão chinês dado como desaparecido no estrangeiro. Na quarta-feira, e ainda antes da notícia sobre a morte de Fan, a China manifestou o seu apoio à Rússia na intensificação da luta contra o EI. “O terrorismo é um inimigo comum de toda a humanidade”, disse então Hong Lei.

O grupo EI anunciou na quarta-feira ter executado dois reféns, um chinês e um norueguês, dois meses depois de ter pedido resgate para a libertação de ambos. A revista Dabiq publicou fotos de dois cadáveres ensanguentados que pareciam ser do refém chinês Fan Jinghui e do norueguês Ole-Johan Grimsgaard-Oftsad.

Numa legenda tipo carimbo, colocada em diagonal na página, sobre a foto, lê-se: “Executado depois de ser abandonado pelas nações e organizações kafir [infiéis]”. Jinghui e Grimsgaard-Oftsad tinham já aparecido na revista, na edição de setembro, na qual o grupo extremista pedia uma quantia não especificada pela sua libertação.

20 Nov 2015

China | “Sozinhos e falidos” no Dia dos Solteiros

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] chinesa Cai Man aguardou até aos primeiros segundos de ontem para consumar as compras que planeara fazer nas últimas semanas, cumprindo assim o ritual com que milhões de chineses assinalam o “Dia dos Solteiros”.
“Além de sozinhos, vamos acabar falidos”, ironizou à Lusa sobre a efeméride, que está a gerar fortes vendas na China, devido às promoções que as empresas de comércio electrónico e os grandes armazéns lançam neste dia.
No conjunto, 50.000 marcas, entre as quais 5.000 não chinesas, aderiram à iniciativa, celebrada a 11 de Novembro pelos quatro ‘um’ que combinam nesta data (11/11), que afigura assim a condição de solteiro.
As vendas do gigante do comércio electrónico chinês Alibaba, por exemplo, superaram, em apenas 13 horas e meia, 35 mil milhões de yuan, estabelecendo um novo recorde mundial de vendas ‘online’.
O grupo, que opera os populares ‘sites’ de compras Taobao e Tmall, foi o primeiro a lançar ofertas no “Dia dos Solteiros”, em 2009, visando o trepidante crescimento do consumo ‘online’ na China, país com 668 milhões de internautas.
Com base na cidade de Hangzhou, na costa leste da China, estima-se que a empresa fundada por Jack Ma, o segundo homem mais rico do país, controle 90% do comércio electrónico no país.
Nos primeiros 12 minutos e 28 segundos após a meia-noite, os ‘sites’ do Alibaba atingiram um volume total de vendas de 10 mil milhões de yuan.
“No ano passado, levou 38 minutos e 28 segundos a alcançar aquela marca”, notou o jornal oficial chinês China Daily.
Cai garante que a culpa não é sua: “Eu só gastei 2.500 yuan (365 euros)”.
Durante aquele período, a Ant Financial Services Group, a afiliada do Alibaba que administra a plataforma de pagamentos ‘online’ Alipay, registou 85.900 transacções por segundo.

Além fronteiras

Mas a voracidade do maior mercado consumidor do mundo não se limita às fronteiras do país.
Na Austrália, uma empresa de laticínios teve que pedir desculpa às mães locais através da rede social Facebook, depois da sua fórmula de leite orgânica para bebés ter esgotado no mercado doméstico.
“Fomos apanhados de surpresa”, admitiu o presidente da empresa, citado pela France Presse, aludindo à enorme procura por parte da China, onde comercializa os seus produtos através do Alibaba.
E, a julgar pelas declarações de Zhang Jianfeng, o responsável pelas vendas a retalho do grupo chinês, aquela empresa não deverá ser a única “afectada” pela febre consumista na China.
“Algumas das marcas já venderam mais de 60% dos produtos em ‘stock’ e outras deverão mesmo esgotar”, revelou Zhang ao China Daily, durante a manhã de ontem na China.
Para celebrar, Jack Ma está em Nova Iorque, onde juntamente com o novo presidente do Alibaba, Daniel Zhang, tocou o sino que marca o início da sessão da bolsa em Wall Street.
País mais populoso do mundo, com 18% da população mundial, o “gigante” asiático representa hoje um importante destino de quase todos os produtos consumidos no mundo, desde automóveis a vestuário.

12 Nov 2015

Estudo | População menos confiante no Governo

Os residentes da RAEM sentem-se menos positivos em relação ao futuro de Macau e a culpa, mostra um estudo, é dos acontecimentos que tiveram lugar em 2014. Os inquiridos confessam ter também menos confiança nos Governo local e da China

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] sociedade de Macau está menos confiante sobre o futuro positivo da região e sobre o desempenho dos Governo de Macau e da China. É, pelo menos, isso que avança um estudo publicado este ano, pela equipa do Programa de Opinião Pública da Universidade de Hong Kong (HKU na sigla inglesa). “Comparando com dados do ano passado, a confiança das pessoas nos Governos local e Central desceu cerca de 33%”, revela o inquérito realizado este ano.
Quanto aos indicadores relativos ao futuro da cidade, da China e do sistema “Um País, Dois Sistemas”, todos se revelaram positivos, ainda que com uma queda acentuada, com ênfase para a credibilidade do sistema em vigor na RAEM, parâmetro que “não atingia valores tão baixos desde” 1999. No mesmo documento, a HKU determina que também a identificação dos cidadãos locais com a cultura e cidadania chinesa está em vigor. O estudo conclui “o aumento tendencial da falta de confiança da população de Macau” na performance do Governo e no desenvolvimento da cidade. Ao questionário, feito de forma aleatória por telefone, responderam mais de 500 residentes.

Ricos e desconfiados

A mesma investigação inclui uma série de indicadores relativos à confiança da população no Governo e no futuro da região. A desconfiança da população face ao destino de Macau aumentou 11% desde 2011. No entanto, mais de metade dos inquiridos assegura confiar no Executivo local, contra os 21% que não expressam confiança face à liderança da região. No que diz respeito ao Governo Central, o mesmo estudo mostra que 19% não tem confiança nos líderes de Pequim, o que demonstra, comparando com o ano de 2011, que este indicador sofreu um acréscimo de 6%. população
A HKU também analisou as considerações da população em relação aos níveis de estabilidade, de liberdade, de democracia e da credibilidade dada aos media locais: todos os indicadores sofreram uma descida, ainda que residual. No entanto, permanecem, como no ano anterior, positivos. É o da credibilidade para com os media que menos pontos recebeu, situando-se nos 5,20 numa escala de zero a dez.

Preocupações invertidas

Olhando para as inquietações da população residente, a HKU determina que continuam a ser, como há vários anos, os problemas sociais que mais preocupam os cidadãos. No entanto, o questionário mais recente revela o aumento de um outro indicador de preocupação: a população está, desde Dezembro do ano passado, mais preocupada com o estado da Economia local do que em anos passados. A razão não se encontra no estudo, mas a queda constante das receitas do Jogo pode ser uma delas. Os resultados de 2011 mostram um nível de 21% de preocupação com o estado da economia, face aos 24% deste ano. “O inquérito mais recente mostra que 69% dos inquiridos estão mais preocupados com problemas sociais, 24% com problemas económicos e 4% determinaram os problemas políticos como a fonte das suas principais preocupações”, revela o estudo.

6 Nov 2015

Crescimento anual na China não ficará abaixo dos 6,5% até 2020

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China pode manter um crescimento económico anual de cerca de 7% ao longo dos próximos cinco anos mas há incertezas que permanecem, incluindo o fraco comércio global e o alto nível de endividamento doméstico, disse o Presidente, Xi Jinping, segundo a agência de notícias estatal Xinhua esta terça-feira.
O crescimento anual não ficará abaixo de 6,5% nos próximos cinco anos para o país alcançar a meta de dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) e o rendimento per capita de 2010 até 2020, disse Xi, segundo a Xinhua.
“É possível para a economia da China manter o crescimento de cerca de 7% no futuro, mas também enfrentamos mais incertezas”, disse Xi, afirmando que as principais instituições de investigação nacionais e estrangeiras acreditam que o potencial de crescimento do país pode ficar entre 6% e 7% no período de 2016 a 2020.
O comércio global deve permanecer fraco e o crescimento do consumo e investimento da China pode desacelerar, e ainda podem haver riscos de altos níveis de endividamento, disse Xi.
O desenvolvimento ao longo dos próximos cinco anos não deve focar-se apenas no ritmo do crescimento, mas também na qualidade e no volume, disse Xi, explicando uma proposta para o 13º plano quinquenal do país, um projecto de desenvolvimento económico e social para o período de 2016 até 2020.

Meta esperada

O primeiro-ministro, Li Keqiang, disse que a China precisa de crescimento anual de ao menos 6,53% nos próximos cinco anos.
Os investidores estão à espera do anúncio de uma meta de crescimento económico para os próximos cinco anos. Um documento divulgado após reunião do Partido Comunista que discutiu o plano quinquenal afirmou que a China procura manter a economia num crescimento a “uma taxa de média a alta”.
As autoridades podem enfrentar mais desafios para decidir a meta de crescimento de longo prazo dadas as incertezas na economia global e sinais de fraqueza na procura doméstica, disseram fontes envolvidas nas discussões.
A meta de crescimento precisa da aprovação do Parlamento quando este se reunir em Março.
O crescimento chinês caiu para 6,9% no terceiro trimestre, o mais fraco desde a crise financeira global, afectado em parte pelo enfraquecimento dos investimentos e levando o banco central a cortar as taxas de juros novamente.

5 Nov 2015

13º plano quinquenal | Governo Central quer reforçar papel de Macau

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s sugestões do 13º plano quinquenal sobre o Desenvolvimento Social e Economia Nacional, elaborado pelo Governo Central, incluem, pela primeira vez, a “promoção das funções e papéis de Hong Kong e Macau em relação à abertura ao Mundo e o desenvolvimento económico do país”, bem como um “reforço das vantagens espectaculares” das regiões. O documento foi publicado na terça-feira, e no capítulo especializado sobre as duas regiões administrativas especiais, apresenta a ideia de aprofundamento da cooperação e desenvolvimento entre o continente, Hong Kong e Macau. “Implementar plenamente os princípios ‘Um País, Dois Sistemas’, ‘Macau governado pelas suas gentes’ e ‘Alto Grau de Autonomia’, permite aproveitar as vantagens espectaculares, apoiando Hong Kong e Macau na melhoria da vida da população e na promoção da democracia” lê-se no documento.
Além de apoiar a transformação da cidade vizinha em centro financeiro internacional, de transporte aéreo e de comércio, o plano suporta o território de Macau na construção de um centro mundial de turismo e lazer e de uma plataforma de serviços de cooperação comercial entre a China e os países da Língua Portuguesa, promovendo a diversificação da economia. A aceleração da cooperação de Hong Kong e Macau com Qian Hai, Nansha e a Ilha de Montanha deverá “aprofundar” o intercâmbio da população nas áreas das ciências, cultura, educação e protecção ambiental entre as RAE e a China.

5 Nov 2015

Hollande | Apoio da China “é essencial” para um acordo na conferência de Paris

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Presidente francês, Francois Hollande, disse ontem que o apoio chinês “é essencial” para um acordo efectivo nas conversas climáticas das Nações Unidas (COP21), a serem realizadas no final deste mês, em Paris.
No arranque de uma visita de Estado de dois dias à China, Hollande afirmou que deseja “um acordo global e ambicioso, que limite o aquecimento global a um máximo de dois graus centígrados”.
“O apoio chinês é essencial”, disse Holland, no município de Chongqing, no centro do país, acrescentando que “a luta contra o aquecimento global é uma questão humanitária – como poderá o planeta ser preservado – e um assunto de considerável importância económica, o chamado crescimento ‘verde'”. hollande
A China, o maior emissor de gases poluentes do mundo, será um elemento chave nas negociações que arrancam a 30 de Novembro, numa altura em que países desenvolvidos e em desenvolvimento discutem qual das partes deverá assumir maior responsabilidade na redução das emissões.
As conversas terão paralisado em torno do mecanismo que acompanhará os compromissos dos 195 países envolvidos: a França defende um vínculo jurídico, revisto a cada cinco anos, (ver caixa) enquanto a China excluiu qualquer tipo de sistema punitivo.
Pequim, que terá alegadamente dificultado as negociações durante a conferência de Copenhaga em 2009, já prometeu que as suas emissões de carbono vão atingir o pico máximo “por volta de 2030”.

Mais uma viagem

Esta é a segunda visita de um chefe de Estado europeu à China no espaço de uma semana, depois de a chanceler alemã, Angela Markel, ter concluído na sexta-feira passada uma deslocação de quatro dias ao país.
No mês passado, China e Reino Unido firmaram acordos no valor de 40 mil milhões de libras, durante a primeira visita de Estado do Presidente chinês, Xi Jinping, a Londres.
O segundo e último dia da visita será dedicado à cooperação entre as empresas dos dois países, com um fórum inaugurado pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
A China é o segundo maior parceiro comercial da França. Em média, as transacções comerciais diárias entre as duas nações somam 160 milhões de euros.
A França é o terceiro destino do investimento chinês na Europa, a seguir ao Reino Unido e Alemanha. Portugal disputa o quarto lugar com a Itália.
“Comparando com a recepção dos líderes da Alemanha e França ao Dalai Lama, apesar dos protestos chineses, em 2007 e 2008, as coisas mudaram dramaticamente, já que a China agora tem a iniciativa nas relações sino-europeias”, escreveu um jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) na semana passada.
Em editorial, o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC, defende que “a China devia procurar uma interacção mais benéfica com a Europa”, argumentando que os laços com o continente europeu podem “contrabalançar as restrições impostas pela aliança EUA-Japão”.

Acordo vinculativo

A China e a França concordaram “estabelecer um acordo ambicioso e juridicamente vinculativo” na conferência de Paris sobre o clima, acompanhado de mecanismos de verificação dos compromissos esperados, indica uma declaração conjunta dos presidentes chinês e francês. Estes compromissos deverão ser alvo de uma “revisão completa todos os cinco anos”, refere a declaração conjunta divulgada à imprensa, em Pequim, por Xi Jinping e François Hollande, que sublinharam a sua “determinação em trabalhar em conjunto” para o êxito da conferência. Pequim e Paris declaram-se “favoráveis à realização de uma revisão completa todos os cinco anos sobre os progressos alcançados” e sublinham a necessidade de um “sistema de transparência melhorado para reforçar a confiança mútua”. O Presidente chinês considerou que esta declaração comum, composta por 21 pontos, demonstra “o compromisso comum de tornar a conferência de Paris um êxito”. François Hollande afirmou tratar-se de “um passo maior” para um acordo na COP21. “Com esta declaração, estabelecemos as condições que nos permitem antever um êxito”, disse Hollande, sublinhando que “a partir de agora é possível um acordo” em Paris.

3 Nov 2015

Diário do Povo alerta para “armadilha do rendimento médio”

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China “está preparada para evitar a armadilha do rendimento médio nos próximos cinco a dez anos, através da inovação e ajustamentos estruturais”, defendeu ontem o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC).
A expressão diz respeito aos países cujo crescimento económico estagnou após atingirem um Produto Interno Bruto (PIB) ‘per capita’ superior a 5.000 dólares.
Em 2014, o PIB ‘per capita’ chinês alcançou os 7.575 dólares e, segundo estimativas do Governo, em 2020, deverá atingir os 10 mil dólares – cerca de metade do actual PIB ‘per capita’ português.
Segundo estimativas do Banco Mundial, desde a década de 1960, apenas 13 dos 101 países e regiões que alcançaram os 5.000 dólares de PIB ‘per capita’ conseguiram escapar à “armadilha do rendimento médio”.
O Comité Central do PCC terminou ontem uma reunião à porta fechada onde devem ser delineadas as prioridades do 13.º plano quinquenal, uma reminiscência da ortodoxia maoista que antecedeu a política de “Reforma e Abertura ao Exterior”, adoptada em 1979.
É o primeiro plano do género desde a ascensão ao poder do Presidente Xi Jinping e será depois enviado ao plenário da Assembleia Nacional Popular, o órgão legislativo, que deverá aprovar as decisões em Março de 2016.
Para os próximos cinco anos espera-se uma transição no modelo de crescimento do país, com o consumo doméstico e a inovação a substituir as exportações e o investimento em grandes obras públicas como principais motores de desenvolvimento.
“O sector dos serviços deve ser aprimorado e muito trabalho terá que ser feito para o tornar mais forte e competitivo”, escreveu o Diário do Povo, citando um professor da Nankai University, do município de Tianjin.
A economia chinesa registou no terceiro trimestre deste ano o mais baixo crescimento desde o pico da crise financeira internacional (6,9%), mas dentro da meta do governo chinês para 2015, “cerca de 7%”.
Desde o início do século XXI, e até 2011, a economia chinesa cresceu sempre acima dos 8% ao ano e em 2007 atingiu os 13%.
 

30 Out 2015

China acaba com política do filho único

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]erca de 90 milhões de casais chineses estarão elegíveis para ter um segundo filho a partir do próximo ano, à medida que a política de filho único for abolida, avançou hoje um jornal oficial chinês. A decisão de acabar com a política do filho único foi anunciada na quinta-feira após uma reunião de quatro dias à porta fechada entre o Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC), a cúpula do poder na China, e que serviu para delinear as prioridades do 13.º plano quinquenal (2016-2020).
Na prática, esta decisão significa um alargamento da flexibilização da política de filho único, iniciada em 2013 e que permitia aos casais em que ambos os cônjuges são filhos únicos terem uma segunda criança. Até junho passado, o número de casais que se inscreveram para ter um segundo filho (cerca de 1,5 milhão) ficou muito aquém dos 11 milhões elegíveis.
A medida, que põe fim a um rígido controlo da natalidade que durava desde 1980, visa “contrariar o envelhecimento da sociedade chinesa”, indicou a direção do PCC em comunicado. A mesma nota refere que a China vai continuar a olhar o planeamento familiar como um “interesse fundamental do Estado”.

30 Out 2015

Plano Quinquenal deverá situar crescimento entre 6,5% e 7%

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] próximo Plano Quinquenal da China (2016-2020), que será definido esta semana, deverá situar a meta de crescimento económico anual para o país “entre 6,5% e 7%”, refere ontem a imprensa estatal.
“O encontro de quatro dias surge numa altura em que o motor de crescimento da economia mundial vive uma nova normalidade”, escreveu ontem a agência oficial chinesa Xinhua, referindo-se ao abrandamento na segunda maior economia do planeta.
Cerca de 370 elementos do Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC) vão debater esta semana as prioridades do 13.º plano quinquenal, uma reminiscência da ortodoxia maoista que antecedeu a política de “Reforma e Abertura ao Exterior”, adoptada em 1979.
É o primeiro plano do género desde a ascensão ao poder do Presidente Xi Jinping e será depois enviado ao plenário da Assembleia Nacional Popular, o órgão legislativo, que deverá aprovar as decisões em Março de 2016.

Virados para dentro

Para os próximos cinco anos espera-se uma transição no modelo de crescimento do país, com o consumo doméstico e a inovação a substituir as exportações e o investimento em grandes obras públicas como principais motores de desenvolvimento.
O encontro deverá também incidir na reforma do sector estatal e na internacionalização da moeda chinesa, que deu um passo importante na passada semana com um inédito lançamento de obrigações em yuan no Reino Unido.
A economia chinesa registou no terceiro trimestre deste ano o mais baixo crescimento desde o pico da crise financeira internacional (6,9%), mas dentro da meta do Governo para 2015, “cerca de 7%”.
Entre 2011 e 2015, o período em que vigorou o 12.º plano quinquenal, o PIB chinês cresceu, em média, 7,8% ao ano, tornando-se o motor da economia global.
 

27 Out 2015

Pequim abre investimento de 130 milhões ao sector privado

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China anunciou 287 projectos de infra-estruturas no valor de quase um bilião de yuan, que estarão abertos ao investimento e participação privada, noticiou a agência oficial Xinhua. Este pacote inclui a construção de auto-estradas, linhas ferroviárias, aeroportos e instalações energéticas, segundo a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão encarregado da planificação económica do país.
Com estas novas infra-estruturas, as autoridades querem impulsionar o sector privado e, ao mesmo tempo, aprimorar os serviços e instalações públicas, explicou o subdirector daquele organismo, Zhang Yong, citado pela Xinhua. A liderança chinesa está a encetar uma transição no modelo de crescimento do país, visando maior ênfase no consumo doméstico, em detrimento das exportações e investimento, que asseguraram três décadas de trepidante, mas “insustentável”, crescimento económico.
Na terça-feira, o Governo chinês anunciou que entre o dia 1 de Dezembro de 2015 e 31 de Dezembro de 2017 abolirá as restrições ao investimento estrangeiro vigentes em alguns sectores, em determinadas regiões, como um programa piloto para a liberação à escala nacional. A economia chinesa registou no terceiro trimestre deste ano um crescimento de 6,9%, o mais baixo desde 2009, aquando do pico da crise financeira internacional.

22 Out 2015

Dez pessoas multadas em 14 ME por irregularidades na bolsa

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Comissão Reguladora do Mercado de Valores da China (CRMV) vai punir dez pessoas com multas que ascendem a 100 milhões de yuan pelo uso de informação privilegiada e difusão de rumores falsos na bolsa, informou sábado a imprensa oficial chinesa.
O regulador não especifica, contudo, quando foram praticadas as referidas infracções – agora punidas –, embora a perseguição de más práticas se tenha intensificado sobretudo devido à crise que afectou as bolsas chinesas durante o Verão.
Essas actividades prejudicaram os interesses legais dos investidores, alteraram o normal funcionamento do mercado e confundiram quem nele opera, assinalou a Comissão Reguladora.
Segundo a imprensa oficial, o organismo regulador também vai proibir dois dos sancionados de voltarem a operar nos mercados bolsistas.
Essas duas pessoas, tal como outras sete, ter-se-ão aproveitado, segundo o regulador, de informação privilegiada para efectuar transacções vantajosas. Já uma outra foi punida por ter divulgado na Internet informação falsa sobre uma firma financeira que havia recomendado aos investidores que vendessem as suas acções, o que provocou o pânico no mercado, de acordo com a CRMV.
Mais de uma dezena de altos funcionários de firmas financeiras, bem como da CRMV, foram detidos desde a crise bolsista na China no Verão.
Esta semana, o Conselho de Estado chinês destituiu o presidente adjunto da CRMV, Zhang Yujun, recentemente alvo da abertura de uma investigação por suspeitas de corrupção.
Aquando do anúncio da investigação, em meados de Setembro, a Comissão Central de Controlo e Disciplina do Partido Comunista chinês referiu, em comunicado, que Zhang Yujun é suspeito de “graves violações da disciplina”, utilizando a terminologia que descreve habitualmente os casos de corrupção.

19 Out 2015

Presidente do grupo Fosun é o 17.º chinês mais rico

[dropcap style=’circle’]G[/dropcap]uo Guangchang, o presidente do grupo Fosun, que comprou em Portugal a Fidelidade e a Luz Saúde, subiu 15 lugares na lista dos maiores multimilionários chineses e figura agora na 17.ª posição, segundo a imprensa oficial.
A fortuna pessoal de Guo Guangchang, 48 anos, aumentou 79%, em termos homólogos, para 6,88 mil milhões de euros, indica a Hurun Report Inc.
Presidente de um grupo de investimento internacional, Guo é também um dos 42 multimilionários com assento no principal órgão de consulta do Partido Comunista e do Governo da China.
Com sede em Xangai, o grupo Fosun vale em bolsa cerca de 20.000 milhões de dólares e só em Portugal já investiu quase 1.500 milhões de euros.
A Hurun Report Inc, uma unidade de investigação fundada em 1999 pelo contabilista britânico Rupert Hoogewerf, publica anualmente uma lista das personalidades mais ricas da China.

À frente dos EUA

A mesma pesquisa indica que o país asiático ultrapassou pela primeira vez os Estados Unidos da América (EUA) em número de bilionários, apesar do abrandamento da economia, que deve crescer este ano 7%, o valor mais baixo do último quarto de século.
A nação mais populosa do mundo, com quase 1.400 milhões de habitantes, tem agora 596 bilionários, mais do dobro do ano passado (242) e ligeiramente acima do registado nos EUA (537).
“Apesar do abrandamento económico, os mais ricos da China desafiaram a gravidade, ao conseguirem o melhor ano de sempre”, lê-se num comunicado emitido pela Hurun Report.
O magnata chinês especializado no mercado imobiliário e no sector do entretenimento, Wang Jianlin, destronou Jack Ma, o fundador do grupo de comércio eletrónico Alibaba, como o homem mais rico da China.
A fortuna do presidente e fundador do grupo Dalian Wanda aumentou mais de 50% para 34,4 mil milhões de, impulsionada por uma valorização na bolsa de Xangai de 150% no espaço de quase um ano inteiro.
A China representa 10% da riqueza mundial e desde o início do século o Produto Interno Bruto (PIB) chinês quintuplicou.
Apesar de a Constituição continuar a definir o país como “um Estado socialista liderado pela classe trabalhadora e assente na aliança operário camponesa”, o fosso social mantém-se acima do “nível alarmante” definido pela ONU.

16 Out 2015

Empresário intermediário entre Angola e China detido

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] empresário Sam Pa, um dos mais importantes intermediários nos negócios entre Angola e a China, foi esta semana detido em Pequim no âmbito da investigação contra a corrupção, noticia ontem o Financial Times.
No texto do FT, argumenta-se que “o futuro deste misterioso empresário que gere uma rede empresarial em Hong Kong está em perigo depois da notícia de que o seu principal responsável, um bilionário com sete nomes e ligações aos serviços de inteligência chineses, foi apanhado numa investigação do Partido Comunista contra a corrupção”.
O artigo, assinado pelo jornalista de investigação Tom Burgis e autor do livro ‘A Pilhagem de África’, explica que Sam Pa é o líder de um grupo empresarial com interesses no Médio Oriente e em África, mas também na Coreia do Norte e na Rússia, que tem a sede em Hong Kong, e a que os seguidores chamam o ‘Queensway Group’ devido à morada.
“Durante a última década, Sam Pa ergueu-se da obscuridade para conseguir negócios em cinco continentes no valor de dezenas de milhares de milhões de dólares, e ajudou a construir de raiz uma abrangente teia de empresas ligadas por donos e directores comuns na morada 88 Queensway, em Hong Kong”, escreveu o FT em 2014, quando publicou uma aprofundada investigação sobre Sam Pa, na qual o descreveu como “um homem mais discreto do que os asiáticos que normalmente visitam África para exibir a sua ligação ao país”.
O grupo, escreveu então o FT, “tem negócios com a BP, a Total e a Glencore, e tem interesses que vão desde o gás da Indonésia até uma refinaria no Dubai, passando por apartamentos de luxo em Singapura e uma frota de aviões Airbus; abarca uma rede de companhias privadas sediadas em paraísos fiscais para sustentar duas grandes empresas”. Uma delas é a “Sonangol China, que é principalmente uma companhia petrolífera, mas que também é dona do antigo edifício JP Morgan, em frente à bolsa de Nova Iorque, em Wall Street”.

16 Out 2015

Pequim investiga alegado sequestro de cidadão pelo EI

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Governo chinês disse ontem que está a investigar o alegado sequestro de um cidadão pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), anunciado ontem na revista ‘jihadista’ Dabiq, distribuída na rede social Twitter.
Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou em conferência de imprensa que as autoridades chinesas estão a investigar o caso, sem confirmar a veracidade do mesmo.Fan Jinghui
Na imagem publicada pelo Dabiq, surgem dois homens, um cidadão norueguês de 48 anos, identificado como Ola Johan Grimsgaard-Ofstaf, e um chinês, Fan Jinghui, identificado como sendo natural de Pequim.
Na fotografia, os homens vestem um traje amarelo e envergam um cartaz com a inscrição “à venda”.
A China vincula grupos como o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental, que opera na região autónoma chinesa de Xinjiang, habitada pela minoria étnica muçulmana Uighur, com organizações extremistas como o EI.
Em Março, as autoridades chinesas anunciaram a detenção de vários grupos de alegados terroristas que lutaram com o EI e regressaram depois à China, sem avançar quantos.
A China não faz parte da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, e que integra mais de 60 países, entre árabes e ocidentais, contra as posições ocupadas pelo EI no Iraque e na Síria.
 

11 Set 2015

Bolsa interrompida caso se registem oscilações de 5% ou mais

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China planeia interromper as negociações nas bolsas, em caso de oscilações de 5% ou mais, numa medida que visa reduzir a volatilidade do mercado, de acordo com um comunicado das duas praças financeiras chineses.
Caso o índice das 300 principais companhias cotadas cair ou subir 5%, as autoridades vão suspender as negociações em ambas as praças de Xangai e Shenzhen por um período de 30 minutos, lê-se no comunicado.
Mas se o mesmo índice – que inclui empresas como o gigante bancário ICBC e estatais do sector energético como a PetroChina e a Sinopec – oscilar em 7%, as negociações serão interrompidas durante o resto do dia, acrescenta.
O documento refere que o mecanismo – designado por “interruptor” – vai “prevenir riscos na bolsa” e promover o “desenvolvimento estável e saudável do mercado de acções”.
Trata-se da mais recente medida adoptada pelas autoridades chinesas com vista a controlar o ‘estouro’ da bolha que levou a uma queda de 40% no Índice Composite de Xangai, desde o pico de Maio, e depois de ter valorizado 150% no espaço de um ano.

Estímulos excepcionais

Antes da abrupta desvalorização, o Governo chinês lançou um pacote extraordinário de estímulos, incluindo financiar uma empresa estatal para compra de acções, com vista a dinamizar o mercado.
O banco norte-americano Goldman Sachs estima que as autoridades chinesas tenham gasto 1,5 biliões de yuan para ‘segurar’ as bolsas, nos últimos três meses, segundo avança a agência de informação financeira Bloomberg.
De acordo com as medidas vigentes até à data, as acções individuais não podem subir ou descer mais de 10%.
O ministro das Finanças chinês disse na segunda-feira que os investidores que retenham acções durante mais de um ano beneficiarão de um alívio de 20% no imposto sobre dividendos, enquanto os que o façam por um mês serão favorecidos em metade da carga fiscal.
 

9 Set 2015

II Guerra | Macau comemora 70 anos. Investigadores divididos com feriado

Macau comemorou ontem os 70 anos do final da Segunda Guerra com uma mensagem dirigida aos idosos e aos jovens. Wong Sio Chak assegura que é importante que se perceba a história para valorizar Macau como é, mas especialistas dividem-se sobre a implementação deste dia como feriado

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s 70 anos do fim da II Guerra Mundial foram ontem assinalados na China (ver página 12) e Macau não escapou às celebrações. Por cá, há muito que se faz anunciar a data que, em 2014, se tornou feriado para comemorar o Dia Nacional da Vitória da China na Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa, sendo que numa das praças principais da cidade, o Leal Senado, enormes cartazes celebram “a vitória do povo chinês na guerra contra a Japão” e a “vitória mundial contra o fascismo”.
Para Wong Sio Chak, Secretário para a Segurança, o dia foi também marcado em Macau para “endereçar aos soldados e ao povo da Pátria o maior reconhecimento pela excelência dos históricos contributos e heróicos sacrifícios que protagonizaram”, bem como para relembrar os compatriotas “inocentes que pereceram” e apresentar aos mais velhos cidadãos de Macau agradecimentos pela prestação do apoio e da ajuda aos soldados na Guerra contra o Japão.

Provas irrefutáveis

No discurso da cerimónia, Wong Sio Chak disse que, apesar de terem passado 70 anos, as provas dos actos violentos dos agressores são irrefutáveis e incontestáveis e relembrou que, por cá, a constituição de grupos de apoio ao continente foi algo bastante comum.
“Durante a Guerra, para ajudar aos compatriotas da China continental submetidos aos sofrimentos extremos, os cidadãos de Macau participaram activamente no ensejo de salvação da Pátria, estabelecendo [por vontade própria] associações aglutinadoras do amor à Pátria e desencadeando acções de grande envergadura para a sua salvação. Todo o povo, independentemente do seu extracto social, dedicou-se e contribuiu generosamente para o financiamento da guerra e muitos jovens, que ao tempo viviam uma vida caracterizada por uma estabilidade raramente encontradas nessa época, regressaram à China continental e correram para a linha da frente para servir e participar naquela contenda bélica, acontecendo que muitos deles resultaram gloriosamente feridos ou morreram heroicamente.”CHINA-BEIJING-V-DAY PARADE (CN)
Wong Sio Chak disse ainda esperar, através das comemorações, que os jovens possam retirar lições. “Temos de aproveitar este dia comemorativo para veicular, ano após ano, aos nossos descendentes, as humilhações e sofrimentos a que foram submetidos os antepassados há 70 anos, sendo que não nos move o ódio, mas sim a missão de lhes lembrar as lições que podemos retirar desta guerra, para que aprendam com a história e jamais permitam que tal volte a acontecer”, frisou o Secretário, explicando que a ideia não é “hipervalorizar a história mas sim para que os jovens sintam o ambiente de estabilidade, paz e desenvolvimento em que vivemos”.

Estranho, mas entranhado

Apesar de Macau ter sido neutro, recebeu meio milhão de refugiados e atravessou um período de grande dificuldade em que muitos passaram fome. No entanto, foi também um território povoado por “milícias pró-japonesas”, responsáveis pelos conflitos e maus-tratos que o exército nipónico não podia realizar, como explica à agência Lusa o jornalista e investigador João Guedes.
A contradição de sentimentos em relação à proclamação deste feriado, tanto na China, como em Hong Kong e Macau, é salientada por quatro especialistas ouvidos pela Lusa. Se por um lado, explicam, persiste uma memória dolorosa acerca da presença japonesa em todo o território chinês, por outro, esta conflitua com a atracção dos chineses pelo Japão contemporâneo, cultura, produtos e gastronomia.
“Ninguém do Governo disse que [a criação deste feriado] está relacionada com as tensões actuais. Dizem que tem que ver com a importância de lembrar a história. Claro que fazer este tipo de declaração é já uma indicação de que está, sim, relacionado com tensões actuais”, comenta Barry Sautman, académico da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, que investiga questões relacionadas com o nacionalismo chinês.
“Quando se tem uma grande parada militar e centenas de milhares de espectadores a assistir é uma grande oportunidade de passar uma mensagem política”, comenta.
You Ji, académico da Universidade de Macau especializado em política externa chinesa, é um entusiasta do feriado: “Ele existe para se lembrar que se mataram pessoas a sangue frio. Acho que é uma boa lição sobre o certo e o errado. Mesmo que as pessoas não leiam livros, nem participem nas actividades, acabam por pensar nestas coisas”.
O investigador acredita que, tal como defende o Governo chinês, o Japão não efectuou um “sincero e adequado” pedido de desculpas pelas “atrocidades” da guerra, e que é por isso que a China “não consegue virar a página”, ao contrário da Europa.[quote_box_right]“Temos de aproveitar este dia comemorativo para veicular, ano após ano, aos nossos descendentes, as humilhações e sofrimentos a que foram submetidos os antepassados há 70 anos”, Wong Sio Chak, Secretário para a Segurança[/quote_box_right]
A parafernália comemorativa – cujos cartazes foram fotografados e reproduzidos nas redes sociais – gerou, em Macau, alguma estranheza, em parte devido à linguagem utilizada. You Ji admite o seu “potencial” de desconforto, mas considera, no entanto, que é “difícil condenar que se use este tipo de linguagem porque nos corações [dos chineses] há feridas que ainda não foram curadas”.
Bill Chou, politólogo do Instituto de Educação de Hong Kong e antigo docente da Universidade de Macau – de onde saiu depois de acusar a instituição de perseguição política – lembra que “estas comemorações não são um plano do Governo de Macau, que está apenas a organizar um programa de uma autoridade superior”.
O investigador alerta para o facto de a história ser pouco debatida em Macau, algo que não é tão gritante no território vizinho: “A maioria das pessoas de Macau nasceu na China, é de uma geração que não foi educada com factos históricos, mas apenas com propaganda”.
“Ao nível civil [em Macau], acho que as pessoas não estão realmente comprometidas com isto, o que se verifica pela forte presença nos restaurantes japoneses e pelo interesse pela cultura japonesa”, comenta Bill Chou.
You Jia discorda: “Temos de distinguir os dois fenómenos. As pessoas de Macau, e até da China, não detestam os japoneses, basta olhar para os números do turismo. Distinguem a história do presente”.
O Japão ocupou uma parte da China, desde 1931 até ao fim da guerra.
Razões históricas e disputas territoriais têm intensificado o nacionalismo nos últimos anos. Pequim e Tóquio disputam, por exemplo, a soberania das ilhas Diaoyu ou Senkaku, no Mar da China Oriental.
O evento de ontem contou com a presença de cerca de 440 personalidades, entre as quais o sub-director do Gabinete de Ligação do Governo Central da RPC na RAEM, Yao Jin, sub-comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros na RAEM e Cai Siping, director do departamento político de Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês, Zhang Jian.

4 Set 2015

Xi Jinping quer reforçar relação com EUA durante visita em Setembro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou que espera reforçar as relações com os Estados Unidos durante a sua próxima visita de Estado a Washington, marcada para o próximo mês.
Xi Jinping reuniu-se na noite de sexta-feira com a conselheira de Segurança Nacional da Casa Branca para preparar essa visita, depois de Susan Rice ter mantido encontros com outros altos quadros chineses.
“Espero continuar a minha conversa com o Presidente [Barack] Obama e manter discussões aprofundadas sobre assuntos importantes de interesse mútuo”, realçou, citado pela agência oficial Xinhua.
Xi Jinping afirmou que Pequim gostaria de trabalhar com Washington para que a relação bilateral alcance “um crescimento sustentável e constante”, algo que beneficiará não apenas os povos de ambos os países, mas também promoverá a paz e o desenvolvimento na região da Ásia-Pacífico e “no resto do mundo”.
As divergências entre as duas potências mundiais podem ser tratadas por via “da comunicação, de um sincero e mútuo respeito e tendo em conta os interesses-chave de cada um”, disse.
Susan Rice, por seu lado, indicou que Obama espera resultados muito positivos da viagem do seu homólogo chinês, afirmando que Washington vai trabalhar com Pequim para que essa visita seja “um marco” no aprofundamento das relações e da cooperação bilaterais.
A mesma responsável, que terminou sábado dois dias de reuniões de alto nível para preparar a importante visita de Xi Jinping a Washington, manteve encontros, na sexta-feira, com o conselheiro de Estado Yang Jiechi, um dos arquitectos da política externa chinesa, e com o vice-presidente da Comissão Central Militar, o general Fan Changlong.

31 Ago 2015

PM | Metas vão ser cumpridas apesar da crise bolsista

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, afirmou estar confiante de que a segunda economia mundial vai cumprir as metas que o Governo fixou para este ano, apesar de reconhecer o impacto da crise bolsista, informaram ontem os ‘media’.
“A China tem confiança para alcançar os seus principais objectivos de desenvolvimento para este ano sob adequadas medidas de reforma para estabilizar e reestruturar a economia”, afirmou Li Keqiang, em declarações reproduzidas hoje pelo jornal oficial China Daily.
As palavras do primeiro-ministro chinês chegam numa altura em que a crise bolsista obrigou o banco central a intervir, esta terça-feira, nomeadamente com um corte nas taxas de juro para acalmar os mercados.Li Keqiang
Li Keqiang reconheceu que a economia chinesa se tem visto afectada pela turbulência nos mercados globais, mas defendeu que os seus pilares se mantêm “estáveis” e que o gigante asiático vai manter um ritmo de crescimento “razoável”.
“Ainda temos margem para aplicar mais políticas macroeconómicas e a China tem um mercado interno enorme”, recordou.

Pelos ajustes

Li Keqiang também defendeu as recentes desvalorizações do yuan – adoptadas este mês pelo banco central chinês – que se fizeram acompanhar de uma reforma no sistema cambial, ao garantir que depois dessas “melhorias” a taxa de câmbio da moeda chinesa se ajusta mais em relação ao seu valor de mercado.
Após esta correcção, acrescentou, não há base para uma contínua depreciação do yuan.
“Esse ajustamento também foi realizado como parte dos esforços reformistas que a China está a levar a cabo”, assinalou, insistindo que as depreciações foram consequência do desenvolvimento dos mercados financeiros internacionais.
A segunda economia mundial manteve um crescimento de 7% no segundo trimestre de 2015, excedendo várias previsões internacionais, e confirmando a “nova normalidade” defendida pelo governo chinês.
Aquele valor (7%), que coincide com a meta apontada pelo governo chinês, excede também a previsão do Fundo Monetário Internacional acerca do crescimento económico da China em 2015 (6,8%).
Comparando com igual período do ano anterior, o crescimento da economia chinesa no primeiro semestre de 2015 abrandou 0,4 pontos percentuais.
Se aquele valor (7%) se mantiver ao longo do ano, será o mais baixo do último quarto de século.
Na última década, a economia chinesa cresceu em média 9,9% ao ano e em 2010 tornou-se a segunda maior do mundo, à frente do Japão e da Alemanha.

27 Ago 2015

Cidade Proibida encerrada durante duas semanas

[dropcap style=’circle’]A China anunciou sexta-feira que a Cidade Proibida vai estar fechada ao público entre 22 de Agosto e 3 de Setembro, quando terá lugar nessa zona um desfile militar para comemorar o fim da II Guerra Mundial.
O encerramento temporário do antigo palácio imperial e popular atracção turística, situado em frente à praça de Tiananmen, não é a única medida que o regime chinês adoptou para garantir que não há imprevistos nesse dia.
Além das restrições ao trânsito, a China vai encerrar os seus aeroportos durante a manhã de 3 de Setembro, e adoptará outras restrições no espaço aéreo da capital.
Entre sábado e o dia 4 de Setembro, o espaço aéreo de Pequim estará fechado para helicópteros, balões, parapentes e aviões sem motor.
As autoridades chinesas já anunciaram que ordenaram o encerramento temporário das fábricas de Pequim e arredores e vão impor reduções à actividade de outras, para garantir que nesse dia os céus da capital estão limpos.
Está também a ser restaurada a porta de Tiananmen, a entrada do antigo palácio imperial da Cidade Proibida, onde se exibe o retrato de Mao Zedong.
O dia 3 de Setembro foi declarado feriado nacional pelas autoridades chinesas e o desfile militar será o culminar de uma série de actos comemorativos do final da II Guerra Mundial.
O Japão invadiu a China em 1931 e não abandonou o território até depois da rendição oficial em Setembro de 1945, num conflito que causou cerca de 20 milhões de mortos chineses, a maioria civis.
 

24 Ago 2015

Detidos 15 mil cibernautas na China por ‘colocar em perigo a segurança’

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] ministério chinês de Segurança Pública anunciou a prisão de 15.000 ciberrnautas por crimes na internet e acções que colocaram em risco a segurança cibernética, sem especificar quais foram os delitos cometidos. A medida ocorre face a um rigoroso processo de censura às informações divulgadas na internet sobre as explosões de Tianjin, muitas delas com críticas à actuação do governo diante do incidente que matou 114 pessoas, feriu mais de 200 e deixou 70 desaparecidas .
Segundo o site do ministério, 7.400 casos foram investigados, mas sem precisar o período em que as detenções foram feitas. O governo lançou no mês passado uma campanha denominada “Limpeza na internet” que durante seis meses intensificou a vigilância do ciberespaço, concentradas nas páginas que fornecem “informações ilegais e nocivas” ou promovem a pornografia, o uso de armas ou apostas ilegais.
No domingo, foram bloqueados dezenas de sites com críticas sobre a gestão do governo chinês a propósito da explosão num armazém com material químico. As páginas desaprovavam a atenção dada às vítimas, a falta de transparência na investigação e a ausência de informações por parte das autoridades. Antes, mais de 360 contas já haviam sido suspensas de forma temporária ou permanente.

Ao rubro

Em contrapartida, as autoridades alegam que cibernautas disseminaram rumores que criam pânico sobre a população. Entre eles, a Administração do Ciberespaço chinês apontou que algumas páginas comparam o incidente à explosão de uma bomba atómica, enquanto outras indicam que há mais de mil mortos. O governo classificou as publicações como “irresponsáveis” e ressaltou que vai adoptar uma postura de “tolerância zero” contra os boatos.
Desde que Xi Jinping chegou ao poder, o governo chinês têm como prioridade o controlo de páginas na internet e das redes sociais. Vários donos de blogs críticos do regime foram presos e forçados a confessar publicamente os seus delitos, como o chinês-americano Charles Xue, acusado de ter relações ilícitas com prostitutas.
Além disso, em Março do ano passado, o Congresso aprovou uma lei que dá poderes ao Estado para tomar “todas as medidas necessárias” para proteger a soberania de seu ciberespaço. A legislação, que recebeu muitas críticas de organizações de direitos humanos, pretende evitar que a “informação ilegal ou prejudicial” se espalhe e prevê uma pena de três anos de prisão para aqueles que espalham “rumores” através de rede.

20 Ago 2015

Explosões em Tianjin afectam economia

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s explosões em Tianjin, na China, já causaram prejuízos de quase mil milhões de euros, impediram grandes multinacionais de acederem às suas instalações e podem gerar um impacto económico com duração de vários meses.
O desastre matou pelo menos 114 pessoas e gerou receio de contaminação do ar e da água da cidade com poluentes tóxicos, apesar de as autoridades insistirem que são seguros.
As explosões destruíram também a zona do porto de Tianjin, uma plataforma chave da segunda economia mundial e maior comercializadora de bens.
Uma das imagens mais marcantes do desastre é a de inúmeros carros importados completamente carbonizados, com estimativas de que cerca de 10.000 veículos ficaram destruídos.
Mais de 150 empresas listadas na Fortune 500 – a revista norte-americana que apresenta as maiores empresas do mundo – operam em Tianjin, e o seu porto é um dos dez mais movimentados do mundo.
A cidade conta com uma população de 15 milhões de pessoas, o dobro de Londres, e uma economia do tamanho da República Checa.
“A actividade económica em Tianjin ainda não voltou ao normal, vários dias depois das explosões devastadoras”, indicou a consultora Capital Economics, numa nota aos clientes.
“Apesar de a maioria do porto continuar a operar, os danos aos armazéns e instalações de fábricas foram severos”, acrescentou, alertando que “as perturbações devem estender-se às cadeias de abastecimento”.

20 Ago 2015

Tianjin | Imprensa critica resposta dos dirigentes de às explosões

As suspeitas em torno da gestão da catástrofe aumentaram depois da revista Caijing anunciar que quem realmente controla a empresa onde se registaram fortes explosões é o filho de um antigo alto dirigente do governo local

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] imprensa estatal chinesa criticou ontem fortemente os responsáveis da cidade portuária de Tianjin, acusando-os de falta de transparência no caso das explosões na zona industrial da cidade que causaram a morte de, pelo menos, 114 pessoas.
As autoridades chinesas têm limitado as críticas à gestão do desastre, suspendendo ou encerrando dezenas de páginas na Internet ou contas em redes sociais.
No entanto, a imprensa estatal condenou ontem os dirigentes locais por falta de transparência, dizendo que a sua atitude tem um reflexo negativo no Governo central.
“Durante as primeiras dezenas de horas após as explosões foi disponibilizada pouca informação pelas autoridades de Tianjin”, escreveu ontem o Global Times no seu editorial.
“Tianjin não é um caso excepcional em termos de resposta desadequada em situação de desastre. O esforço para responder aos repórteres deve passar a ser rotineiro, caso os governos voltem a enfrentar um acontecimento de grande dimensão. Uma reacção lenta pode levar a que rumores corram desenfreados. E como consequência, a confiança pública no Governo continua a decrescer”, diz o jornal com ligação ao Partido Comunista.
Por seu lado, o China Daily escreve que “muitas questões continuam por responder” sobre as explosões, que geraram vários dias de incêndios e receio de contaminação tóxica.
“Não é surpreendente que a falta de informação confirmada tenha resultado em teorias da conspiração (…) que vão aumentar, a não ser que o Governo revele os mistérios em torno do incidente através de uma investigação exaustiva e transparente que possa responder às perguntas das pessoas”, escreve.
O jornal afiliado com o órgão de disciplina do Partido Comunista, o “China Discipline Inspection and Supervision News”, afirmou que o desastre em Tianjin expôs graves lacunas na implementação das regulações do país.
“As chamas engoliram não só vidas e propriedade, mas também o sentido de segurança. O promotor dos complexos [industriais] e os residentes não sabiam que estavam a viver ao lado de um ‘vulcão’ até as explosões acontecerem”, escreve.

Ligações opacas

A revista económica chinesa Caijing escreveu também ontem que quem realmente controla a empresa proprietária do terminal de contentores do porto de Tianjin, em que se registaram fortes explosões, é o filho de um antigo alto dirigente do governo local.
Apesar de o titular oficial da empresa Ruihai International Logistics ser Zhi Feng e os principais accionistas pessoas com o nome Li Liang e Shu Zheng, com 55% e 45% das acções, respectivamente, quem “realmente controla” a empresa é Dong Mengmeng, diz a revista.
A publicação indica que Dong é o filho do ex-director do Gabinete de Segurança Pública do Porto de Tianjin, onde fica o terminal de depósitos.
A ligação entre a empresa e o governo aumenta as suspeitas sobre a opacidade na gestão da catástrofe, sem que ainda tenha sido revelado o que a provocou.
Desde que se deram as explosões que se revelaram várias possíveis violações às regras de segurança, entre informações oficiais e publicadas pela imprensa.
O Tribunal Supremo Chinês já anunciou uma investigação para apurar possíveis negligências.
Apesar de ainda não ter sido oficialmente confirmado, a hipótese mais forte é que as explosões se deveram ao contacto dos produtos químicos nos contentores – incluindo cianeto – com a água usada pelos bombeiros para apagar um incêndio que havia deflagrado previamente.
Ainda não se sabe se a Ruhai International Logistics tinha licença para armazenar estes químicos perigosos, já que a autorização de 2012 não contemplava esta opção, ainda que fontes do Governo local tenham dito na sexta-feira que a licença foi “redefinida” mais tarde.

18 Ago 2015

Deslizamento de terras causa sete mortos e 57 desaparecidos

[dropcap style=’cirlcle’]P[/dropcap]elo menos sete pessoas morreram e 57 outras são dadas como desaparecidas, quatro dias depois do deslizamento de terras numa empresa mineira no noroeste da China, noticiou ontem a agência oficial Xinhua. Ontem à noite foram retirados sete corpos dos escombros de um dormitório de funcionários da empresa, que funciona na região de Saanxi, segundo responsáveis citados pela agência noticiosa. O deslizamento de terras registado na quarta-feira passada soterrou os alojamentos da empresa de mineração sob um milhão de metros cúbicos de terra, segundo as mesmas fontes. O trabalho das equipas de resgate foi dificultado por uma enorme massa de lama e detritos, e também, o risco de outro deslizamento de terra, noticiou a AFP. Os acidentes nas minas de carvão chinesas causaram 931 mortes no ano passado, disse um funcionário em Março último.

18 Ago 2015

EUA exigem o fim do repatriamento forçado de chineses

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Estados Unidos exigiram ao Governo de Pequim que ponha fim às actividades secretas dos agentes que estão a operar em território norte-americano para repatriar cidadãos chineses procurados na China.
De acordo com o jornal New York Times, as missões secretas fazem parte da operação “Caça à Raposa” que tem como objectivo forçar o regresso à China de pessoas que são procuradas por delitos como corrupção e, em alguns casos, proceder à apreensão de bens das pessoas alvo dos processos de busca.
Segundo informa o Times na edição digital, o aviso dos Estados Unidos para que sejam interrompidas as operações foi transmitido ao Governo de Pequim devido aos actos de “intimidação” alegadamente usados pelos agentes da República Popular da China.
Segundo a imprensa norte-americana, os agentes são funcionários do Ministério da Segurança Pública de Pequim, que pressionam os chineses expatriados nos Estados Unidos para que regressem de imediato à China.
As tácticas de intimidação incluem ameaças aos familiares dos fugitivos, refere o New York Times, que cita fontes oficiais norte-americanas não identificadas.
A notícia refere que os agentes entram nos Estados Unidos com vistos turísticos ou a coberto de falsas actividades comerciais.
O jornal recorda que Pequim tem em prática uma campanha que foi imposta pelo Presidente Xi Jinping, contra a corrupção, desde 2014 e que já conseguiu o repatriamento de mais de mil alegados suspeitos.

Tensão em alta

Nos últimos meses, verificou-se o incremento das operações dos agentes da República Popular da China, num período em que se registam também várias tensões políticas e diplomáticas entre Washington e Pequim.
Entre outros casos, os Estados Unidos suspeitam que a China é responsável pelo roubo de milhões de arquivos com informações de funcionários norte-americanos.
De acordo com o Times, o aviso às autoridades chinesas sobre as operações secretas pode ser interpretado como um primeiro passo para a possível expulsão dos agentes.
O mesmo jornal escreve que um dos cidadãos da República Popular da China – cujo repatriamento está a ser imposto – é Ling Wancheng, um homem de negócios que se move em meios políticos e que chegou aos Estados Unidos e é residente em Sacramento, Califórnia, desde 2014.
As fontes consultadas pelo Times não adiantam o número de indivíduos procurados nem se são alvo de perseguição política.
 

18 Ago 2015