Ip Peng Kin acredita ter capacidade para liderar Gabinete de Alexis Tam

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]ainda presidente do Fundo de Segurança Social (FSS), Ip Peng Kin, foi promovido para a posição de Chefe do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura devido à sua “experiência” profissional e acredita ter capacidade para o cargo.
“Sou funcionário público há muitos anos. O Secretário escolheu-me, primeiro, porque havia esta vaga e também porque reconhece as minhas capacidades. Trabalho nesta área há vários anos, em posições de direcção, e estive sempre a realizar trabalhos conjuntos, em comissões, nomeadamente nas áreas do desporto, cultura e turismo. Portanto, conheço esses assuntos”, começou por dizer aos jornalistas, na sexta-feira. A razão é simples: houve uma vaga, segundo Ip Peng Kin, e esta pareceu uma boa altura para mudar de ares.
“Trabalho há muitos anos no Governo e, neste momento, o Secretário pediu que aceitasse [o cargo] para continuar a estar dentro dos Assuntos Sociais e Cultura”. O ainda presidente vai continuar a lidar com assuntos como “desporto, saúde, turismo e educação”, desta vez mais de perto. “O Secretário confia nas minhas capacidades e daí ter surgido o convite”, adiantou o responsável, embora não tenha avançado ainda quais as pastas prioritárias da área, ja que diz que precisa de “se inteirar e conversar” com Alexis Tam primeiro.
A notícia sobre a mudança de cargo de Ip Peng Kin foi anunciada na passada quinta-feira, de acordo com a Rádio Macau. Ip vai continuar em funções no FSS até final da apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG). As declarações foram feitas à margem de uma reunião da Comissão para os Assuntos do Cidadão Sénior.
O próximo a ocupar a presidência do FSS é Io Kong Io, ainda presidente do Instituto de Acção Social (IAS), que prometeu “dedicar-se aos novos trabalhos” que terá pela frente.

16 Nov 2015

São Januário | Documentos perdidos causam despedimentos

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]ois trabalhadores da limpeza do Centro Hospitalar Conde de São Januário foram despedidos depois de lhes terem sido imputadas responsabilidades no caso dos documentos perdidos na rua. O anúncio foi feito pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, que disse, no sábado, que os Serviços de Saúde (SS) apresentaram o relatório de investigação sobre o caso dos documentos com dados pessoais de doentes que foram encontrados espalhados na rua, no mês passado. hospital papéis
“Foi confirmado que dois trabalhadores de limpeza não seguiram as instruções de trabalho durante o tratamento de lixo. O Secretário concorda com a punição sugerida pelo director dos SS, da demissão dos dois trabalhadores”, pode ler-se num comunicado.
Alexis Tam falava na cerimónia de abertura do 62º Grande Prémio de Macau, mas não adiantou se mais responsabilidades iriam ser apuradas, nomedamente da direcção e chefia. O Secretário assegurou, contudo, que os SS levam “com seriedade os relatórios médicos dos doentes, pelo que a população não necessita de estar preocupada”.
Os cerca de uma centena de documentos encontrados na Avenida Doutor Rodrigo Rodrigues eram requisições de análises clínicas e terão voado de um saco que ia num camião do lixo. Os documentos deveriam ter sido destruídos, de acordo com o hospital, ou colocados num saco especial caso isso não fosse possível, mas tal não aconteceu.

16 Nov 2015

ONU | Novo Macau envia directrizes sobre extradição e assédio sexual

Criar uma lei que regule o assédio sexual e garantir que os acordos de extradição vão respeitar a lei local no que diz respeito à pena de morte, tortura e prisão perpétua. Eis os pedidos da Associação Novo Macau à ONU

[dropcap style=’circle’]J[/dropcap]ason Chao, membro da direcção da Associação Novo Macau (ANM), já está em Genebra para participar em mais uma reunião da Comissão contra a Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU), a qual decorre esta semana. Ontem, a ANM apresentou em conferência a agenda que vai levar à Suíça, relacionada com o assédio sexual e os acordos de extradição que o Governo está a negociar com Hong Kong e China continental.
A ANM teme que os mesmos não respeitem a jurisdição local no que diz respeito a questões como a tortura nas prisões, pena de morte e prisão perpétua.
“Temos a China, com um sistema legal muito diferente, e onde há muitos crimes que não existem aqui, e depois temos Macau e Hong Kong com sistemas jurídicos diferentes. Deveríamos estar atentos a isso. Se existir alguém condenado à pena de morte na China, Macau deveria rejeitar isso, é muito simples. Mas segundo o actual mecanismo, não há nada que reforce este princípio”, apontou Scott Chiang, presidente da Associação.
A ANM exigiu junto da ONU que esta “peça ao Governo de Macau para revelar a informação completa do acordo com Hong Kong”, para além de exigir ao Executivo que “garanta que não há pessoas extraditadas para outras regiões cujas sentenças não são permitidas na lei de Macau”, lê-se no comunicado.
Alertando para relatos de tortura nas prisões chinesas e tendo em conta que “a pena de morte mantém-se como uma forma de punição legal, sem sinais de ser abolida”, a ANM considera que “o risco de tortura ou a pena de morte aos quais os arguidos poderão estar sujeitos se forem deportados para a China podem nunca ter constituído uma preocupação para o Governo de Macau”.
O presidente da ANM alertou ainda para o facto de Macau ter o artigo 23 da Lei Básica legislado, referente aos crimes cometidos contra o Estado, ao contrário de Hong Kong.
“Macau e Hong Kong têm estado em conversações sobre este acordo, mas não sabemos detalhes específicos. Estamos preocupados com o facto de não incluir a dupla criminalidade no acordo, o que deveria estender o artigo 23 de Macau a Hong Kong, iria efectivamente deixar Macau pedir a Hong Kong para extraditar toda a gente”, disse Scott Chiang.
A ANM alerta ainda para o facto de na região vizinha “existirem formas de punição que não estão contempladas no Código Penal de Macau”. “Em Macau a pena máxima de prisão é de 30 anos, enquanto que a pena de morte e prisão perpétua são expressamente proibidas. Em Hong Kong, a prisão perpétua é permitida.”
Em relação ao assédio sexual, a ANM volta a pedir a criação de uma lei avulsa, em vez da revisão do Código Penal.
“Neste momento não há uma lei que puna este tipo de acção. A sociedade tem vindo a discutir isso há algum tempo e a Convenção tem pontos específicos que determinam que deveríamos providenciar uma forma legal a pensar nas vítimas”, disse Scott Chiang. “Parece que preferem modificações ao Código Penal do que ter uma lei avulsa e nesse ponto de vista acham que é a forma mais correcta. Mas também leva mais tempo e é mais complexo, porque envolve uma série de coisas, tratando-se de uma lei de grande dimensão. Por isso é que consideramos que deveria ser feita uma lei”, referiu. A ANM pede ainda que sejam criados grupos nas empresas que possam receber queixas e tratar dos casos de assédio dos funcionários.
Em relação à Lei da Violência Doméstica, em análise no hemiciclo, a ANM alerta para que casais do mesmo sexo também sejam abrangidos. Na resposta do Governo à ONU, foi garantido que entre 2005 e 2014 houve 57 queixas de tortura apresentadas ao CCAC, sendo que apenas cinco estão a ser investigados.

Insatisfeitos com a DSEJ

A ANM organizou na passada sexta-feira uma conferência de imprensa onde se revelou insatisfeita com as explicações dadas pelos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), no âmbito de mais um relatório de auditoria à atribuição de subsídios. Segundo a Rádio Macau, a Novo Macau pede que a DSEJ assuma responsabilidades pelas falhas e diz “não estar satisfeita com a repetição dos problemas dentro dos serviços”.

16 Nov 2015

Inquérito | Índice de Felicidade das Mulheres caiu face a 2012

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Índice de Felicidade das Mulheres de Macau, realizado pela Associação Geral das Mulheres de Macau, registou uma ligeira diminuição face a 2012. Os resultados, citados pelo jornal Ou Mun, revelam que factores como o ambiente familiar ou o trabalho podem estar na origem desta maior infelicidade.
A vice-presidente da Associação, Un Sio Leng, explicou que das mais de 1200 mulheres entrevistadas, a média do índice atingiu 7,11 pontos, de 0 a 10, numa nota que está no nível “médio alto”.
“[Os resultados] acompanham o desenvolvimento da economia de Macau. O modelo de vida alterou-se, sobretudo das mulheres, e muitas precisam de trabalhar por turnos. É muito comum existirem famílias em que tanto a mãe como o pai precisam de trabalhar. No actual ambiente social, as mulheres podem acumular muita pressão”, referiu Un Sio Leng. mulheres
A responsável garantiu ainda que em Macau “raramente” se fazem estudos especializados sobre o sentimento de felicidade das mulheres. O último inquérito realizado pela Associação Geral das Mulheres foi em 2012, com um índice de 8,36 pontos.
Este ano o inquérito revela que as mulheres estão mais satisfeitas com o ambiente familiar e o intercâmbio social. No entanto, mais de 60% das entrevistadas consideram que não conseguem desenvolver as suas capacidades por completo, sendo que 58% revela estar a enfrentar a pressão da maternidade. Mais de 80% das mulheres acha difícil equilibrar a profissão e família, sendo que 37% apresenta problemas de insónias e 23% dizem estar sempre deprimidas.
A Associação Geral das Mulheres de Macau sugere que o Governo descubra o potencial das mulheres, melhorando as políticas de fertilidade e dando mais apoios à classe média. Isso poderia fomentar uma competitividade justa entre as mulheres, para que haja uma maior promoção, diz.

16 Nov 2015

IACM vai seguir com limpeza e remodelação de prédio abandonado

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]ntre a Avenida do Ouvidor Arriaga e a Rua da Madre Terezina situa-se um conjunto de prédios abandonados. Este tem servido, nos últimos 40 anos, como refúgio de TNR pouco endinheirados, consumidores de drogas e jovens que se aventuram em “busca de fantasmas” num local que se diz abandonado. Finalmente, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais conseguiu entrar em acordo com o proprietário dos edifícios, que vai agora ver-se livre do entulho que lá se junta. A Associação Mútua dos Moradores do Bairro O Tâi enviou uma carta, em Agosto, ao IACM, pedindo que o prédio fosse remodelado devido à falta de segurança que implicava para os moradores da zona. iacm_exmoo
Nos anos 60, teve ali lugar um assassinato de um comentador de corridas que foi esfaqueado 40 vezes por um amigo. O caso tem contornos ainda mais sinistros: o homicida violou a mulher da vítima mais de três vezes. O edifício está vazio desde então e ninguém quer sequer aproximar-se do local. O mesmo jornal avançou que o IACM respondeu à associação, afirmando que já conseguiu contactar o proprietário do edifício de três andares, que concorda em limpar o entulho. O vice presidente da associação, Chan Peng Hong, considera que essa decisão pode resolver os riscos de segurança na zona.
“O cimento das paredes do edifício já caiu, os vidros estão destruídos, cresceu muito mato e insectos e ratos reproduzem-se lá dentro. Muitas pessoas foram consumir droga para o edifício e os TNR mais corajosos compraram camas e foram para ali viver porque sabem que está abandonado”, disse Chan. Um morador daquela zona, Wong, apontou que existem várias escolas perto do edifício, acrescentou que até já viu jovens a lá entrar para ter aventuras. Embora não saiba quando vai ser reconstruído, o problema da sujidade e entulho ficou resolvido.

13 Nov 2015

Droga | Tribunais optam por desintoxicações com pena suspensa

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s tribunais estão a optar por condenar os consumidores de droga com mais desintoxicações em pena suspensa do que com penas de prisão. De acordo com o chefe do departamento de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência do Instituto de Acção Social (IAS), Hon Wai, desde 2009 que cerca de 700 casos tiveram este fim. A informação foi dada ontem, na mesma altura em que o IAS assegurou que a conclusão da proposta de revisão da Lei de Combate à Droga está prevista para final deste ano. Esta é contudo a primeira fase, não de todo o processo até à entrada em vigor. pills
Sobre o aumento das penas para casos de droga, como tem vindo a defender o Governo, o chefe defende a posição oficial: “a ideia do Governo é aumentar essas penas”, no que aos casos de tráfico diz respeito. É que, explica, se Macau “adoptar uma moldura legal mais leve” torna-se numa “terra baixa”.
Tal implica que a RAEM se torna num destino apetecido para os traficantes de droga de regiões adjacentes que vêem no território um local onde as penas não são tão graves como no seu país de origem. No que diz respeito ao consumo, o responsável ilustrou com o aumento do número de casos em que se favoreceu o tratamento em prisão suspensa, mas não indicou se esta vai ser a via a optar, como têm defendido especialistas que trabalham de perto com toxicodependentes. O Governo, recorde-se, queria aumentar também as penas para quem consome.
Questionado pelo HM sobre uma calendarização até à entrada em vigor, Hon Wai referiu apenas que “é difícil de saber, mas da parte do Governo está quase”. Naquela que foi a segunda reunião da Comissão de Luta contra a Droga, em cima da mesa esteve ainda a inserção, na lista actualizada de drogas da Comissão de Narcóticos (CND) da Organização das Nações Unidas (ONU), dos estupefacientes novos em Macau. Esta é publicada anualmente em Março e o IAS prepara-se agora para actualizar os seus números e enviá-los para a CND. Está, contudo, uma questão em causa: a Comissão de Luta Contra a Droga está indecisa quanto à fusão, ou não, da lista na proposta de revisão. É que, por um lado, “as novas drogas também vão estar dentro da lei”, mas esperar pela conclusão da proposta ou da lista poderá “implicar atrasos” na entrega dos documentos.

Um esclarecimento

Uma das soluções pode ser tirar a lista actual da proposta de lei e tratá-lo como um elemento separado, que será posteriormente publicado através de despacho em Boletim Oficial. Assim tudo poderia seguir dentro do prazo.
De acordo com Hon Wai, são dez as novas drogas no mercado. Todas elas de natureza química, têm “efeitos a longo prazo e incuráveis”, de acordo com mesmo responsável. “Esse é o grande problema. É preciso agir de imediato, porque os efeitos só são visíveis a longo prazo e não têm cura”, lamentou.
Para já, são necessárias reuniões do IAS com a Direcção dos Serviços da Reforma Jurídica e do Direito Internacional e com os Serviços para os Assuntos de Justiça. Além disso, terão que ser coordenados os trabalhos entre a Polícia Judiciária (PJ) e os Serviços de Saúde (SS). “Na reunião, os vogais chegaram ao consenso de que a PJ e os SS podem trabalhar ao mesmo tempo, com a polícia a recolher informações sobre as drogas novas consumidas em Macau e os Serviços de Saúde a estudarem as consequências e efeitos desta droga”, disse.

13 Nov 2015

Saúde Mental | SS prometem mais consultas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] director dos Serviços de Saúde (SS), Lei Chin Ion, confirma um aumento no número de pedidos de consultas e outros serviços dedicados à saúde mental. No entanto, considera que o número de pessoal da área de Psicologia é já suficiente para a procura dos residentes. A afirmação foi feita numa resposta a uma interpelação escrita de Chan Meng Kam, que questionou os SS sobre a criação de um mecanismo de apoio psicológico ao nível comunitário. A resposta foi positiva, já que Lei confirmou a existência de tal modelo. O deputado quis ainda saber se os critérios cumprem as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS). thumbs.web.sapo
Na resposta, Lei Chin Ion afirmou que os SS têm dado atenção à saúde mental dos cidadãos e que já tomou medidas que correspondem aos critérios da OMS, incluindo o modelo de aproximar os serviços de psicologia à comunidade. O director afirmou que nos primeiros nove meses deste ano, no Departamento de Psicologia do Hospital São Januário, registaram-se mais de 18 mil consultas, mostrando um aumento de 3,2% comparando com o período homólogo do ano passado.
Nos centros de saúde, foram registadas mais duas mil consultas relativamente ao ano passado, tendo o valor subido 26,6%. Lei confirma que a procura por serviços de saúde mental dos cidadãos de Macau aumentou, mas garante que os SS têm investido na contratação de profissionais.
“Temos 13 médicos de psicologia, 14 terapeutas mentais, 29 terapeutas mentais clínicos e 20 assistentes sociais, ou seja, cada cem mil residentes de Macau tem 8,8 profissionais de saúde à sua disposição. Acrescentando isto aos subsídios de consultas psicológicas para as instituições sem fins lucrativos, cuidamos da saúde mental de toda a população”, indicou Lei Chin Ion, que afirmou ainda que depois dos pacientes mentais saírem de hospital têm direito a um serviço de acompanhamento via telefone, compreendendo o processo de recuperação e dando apoio. Nos primeiros nove meses deste ano, já mais de mil pacientes usufruíram deste serviço.

13 Nov 2015

Macau | População fala em degradação da qualidade de vida

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] indústria do turismo corre o risco de perder o apoio da população se a insatisfação com a qualidade de vida continuar a aumentar, aponta um estudo da Universidade de Macau (UM) publicado este mês.
O trabalho “Resident’s Perceptions of the Role of Leisure Satisfaction and Quality of Life in Overall Tourism Development: Case of a Fast-Growing Tourism Destination – Macao”, da autoria dos professores Amy So, Desmond Lam e Xue Yan Liao, argumenta que o desenvolvimento do sector do turismo contribuiu para maior oferta de lazer em Macau, o que é valorizado pela população.
No entanto, ainda assim, quem vive na cidade acusa uma degradação da qualidade de vida, criando insatisfação com a indústria. “Quanto mais satisfeitos os residentes de Macau estão com a sua qualidade de vida, mais provável é que pensem que o turismo lhes traz mais benefícios do que prejuízos”, explica o estudo, sublinhando que, no entanto, “os residentes de Macau não estão muito satisfeitos com a sua qualidade de vida”, especialmente no que diz respeito ao controlo do trânsito, ao intenso crescimento e ao fraco planeamento urbano.

Colateral

Em termos gerais, a população “tende a acreditar que o turismo traz mais benefícios que custos”, mas, apesar de beneficiar de uma economia forte, “sente-se perturbada por problemas como o custo ambiental, aumento do preço das casas e problemas de trânsito”.
“Se a situação piorar, isso vai afectar o seu apoio à indústria do turismo (…) Os governantes devem perceber que é muito importante equilibrar a qualidade de vida dos residentes com o desenvolvimento turístico, o que iria eventualmente resultar numa estabilidade a longo prazo na indústria do turismo”, concluem os investigadores.
Em declarações à Lusa, Desmond Lam sublinhou que a equipa concluiu que “a percepção dos residentes em relação à qualidade de vida é mais baixa do que o esperado em muitas áreas”.
Nesse sentido, “há muito espaço para melhorias”, disse citando os problemas de trânsito, pressão urbana e limpeza da cidade. “Sentem também que os turistas nem sempre respeitam o seu modo de vida”, indica.
Por outro lado, “sentem que Macau é seguro, tem um ambiente político estável e água limpa”, diz.
As entrevistas para este estudo foram conduzidas entre Junho e Julho de 2013 e envolveram 265 residentes.

13 Nov 2015

DSEJ | Falta de supervisão de subsídios não agrada

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] deputado Au Kam San criticou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) por não ser responsável aquando da apreciação de pedidos de subsídios, como o que o mais recente relatório do Comissariado de Auditoria (CA) apontou. Por outro lado, para a Associação de Educação de Macau,  os pedidos de subsídios de escolas têm muitas restrições e falta de flexibilidade.
Depois do CA ter criticado a DSEJ por falta de fiscalização de subsídios às escolas particulares, bem como de cobranças indevidas e ausências de documentos comprovativos, o Jornal do Cidadão cita Au Kam San a dizer que os problemas registados são graves e que a responsabilidade da falta de supervisão tem de ser assacada. dinheiro
Em relação à cobrança ilegal a escolas privadas, o deputado acha que embora o montante não seja grande, o problema aconteceu durante vários anos e lamenta que tenha sido descoberto agora, pelo que receia que as escolas continuem a cobrar despesas indevidas. 
“Como é que a DSEJ não conseguiu observar o problema durante tantos anos seguidos? Além de ter de admitir que houve negligência, o organismo deve rever todo o regime, impedindo que haja lacunas, assim como verificar bem a aprovação de pedidos de subsídios e os procedimentos de cobrança de despesas. As escolas devem também preparar bem relatórios e documentos para entregar o Governo”, observou.
Já Ho Sio Kam, presidente da Associação de Educação de Macau, elogia o relatório do CA, mas diz que a DSEJ e o FDE já têm muitas restrições e processos desnecessários, o que faz com que não haja flexibilidade para pedir apoios.
“Por exemplo, quando as escolas apresentam dezenas de pedidos de subsídios para diversas actividades, precisam de ser apreciados por diferentes departamentos e há muitas formalidades”, indicou.
 

12 Nov 2015

Nam Van | Neto Valente explica falta de construção nos lotes C e D

Neto Valente, administrador da concessionária que detém 13 dos lotes C e D dos Lagos Nam Van – que entram em caducidade já no próximo ano – explica que a construção no local nunca foi autorizada pelo Governo

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]grande questão coloca-se: por que é que os projectos para 13 dos 14 lotes C e D da zona de Nam Van nunca avançaram? A resposta surge da administração da Sociedade de Empreendimentos Nam Van, pela voz de Jorge Neto Valente, ao HM. “Os projectos nunca avançaram porque nunca tiveram autorização [do Governo]”, garantiu. Mas este não foi o único problema.
Por partes. A empresa Nam Van possuía lotes na zona A e B de Nam Van – onde agora estão construídos empreendimentos hoteleiros como o Wynn e o MGM.
“Quando o [Steve] Wynn pediu ao Governo para lhe dar aquele terreno – onde está o hotel Wynn – o Chefe do Executivo [Edmund Ho] mandou o recado ao presidente da [empresa] Nam Van, que era o Stanley Ho, para disponibilizar o terrenos da zona B para a Wynn”, continua.
A empresa “não transmitiu”, mas “desistiu” dos terrenos com a condição, declarada pelo próprio Governo, e “escrita em despacho”, que receberia em forma de compensação outros lotes com a mesma dimensão. Estes seriam, então, os das zonas C e D.
Os projectos idealizados para os terrenos que foram então abdicados pela Nam Vam correspondiam a edifícios altos. “Na altura achei estranho”, adianta o administrador, referindo-se à transferência dos projectos para as zonas C e D. Isto porque, com a assinatura do arquitecto Manuel Vicente, aquela área seria, conforme o plano, reservada para edifícios pequenos, tais como a própria Assembleia Legislativa e os Tribunais de Segunda e Última Instâncias. terrenos macau nam van
“A Nam Van não ganhou nada com esta troca, deixou apenas de construir. O Governo pediu à Nam Van para autorizar [a desistência], com a promessa de que o que estava previsto construir na zona B iria passar para as zonas C e D”, reforçou Neto Valente ao HM, adiantando que, por isso, a empresa não “se preocupou porque mesmo que não se fizesse a construção ali, o Governo iria, mais tarde, certamente arranjar uma solução”. “Tudo isto está escrito”, frisa Neto Valente.
Mas nem com os novos terrenos nas mãos a Nam Van avançou com a construção. A razão é simples, diz Neto Valente. “Os empresários ligados à Nam Van começaram a pensar construir nas zonas C e D e começaram a fazer os planos para apresentar [os projectos] e foi aí que começaram a existir opiniões desfavoráveis por causa da altura [dos prédios] e até porque tapava a colina. Não duvido, isto até pode ser verdade. Sei que houve consultas e sessões para apresentação desses projectos e nunca avançaram porque nunca tiveram autorização”, garante o administrador.
Questionado sobre a intenção do Governo em não renovar as concessões no próximo ano – altura em que os contratos dos 13 lotes caducam – Neto Valente levanta dúvidas. “Acho sinceramente esquisito, porque se as pessoas souberem o que aconteceu, [se souberem] porque é que não foram [construídos], então [sabem] que não foi feito porque o Governo não quis”, reforçou. “Ele [o Governo] é que disse que deixava fazer os prédios. Não me parece bem”, frisou.

Um lote, várias empresas

Relativamente às 13 transmissões onerosas – assinadas em 2001 – da sociedade Nam Vam a várias empresas do ramo imobiliário, o administrador indica que todos os terrenos “estão divididos em lotes e cada lote estava atribuído a uma empresa”.
“Essas empresas tinham inicialmente uma participação maioritária da Nam Van – cerca de 90 a 99% – e depois sócios individuais – para não ser só um sócio -, mas os accionistas não estavam impedidos de negociar, lote a lote, com quem quisessem”, explica. Percentagem que deixou de ser possível desde a entrada em vigor da nova Lei de Terras.
Actualmente a Nam Vam, assume o administrador, “nem sequer tem controlo das empresas, depois de tantas cedências das empresas e accionistas”. Neto Valente acredita que as concessionárias devem ser compensadas pela perda que tiveram, afastando a ideia apontada pelo deputado Au Kam San, de que houve “ilegalidades”.
O HM quis perceber o caso junto do Governo, mas devido à hora tardia não foi possível.

12 Nov 2015

Auto-Silos | Forehap diz que entregou ao Governo cobranças de passes mensais

Foi apenas para não desperdiçar recursos que a Sociedade de Administração de Parques Forehap “decidiu sem autorização” emitir passes mensais para um dos auto-silos que gere. É o que diz a empresa, que assegura, contudo, que estava a dar ao Governo a sua quota parte das receitas dos passes ilegais

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Sociedade de Administração de Parques Forehap, que gere o parque de estacionamento público do Jardim Comendador Ho Yin, admitiu o problema de emissão de passes mensais sem autorização do Governo, mas assegura que, durante todo o tempo em que os emitiu, pagou ao Executivo as taxas sobre as cobranças desses passes.
Depois de, no início da semana, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) ter anunciado a infracção da empresa Forehap devido à emissão de 390 “cartões de passe mensal” para estacionamentos no parque, a partir de Maio de 2012, apesar destes terem sido proibidos desde 2009, a empresa vem a público explicar-se: a razão por que o fez deve-se a uma melhor utilização de recursos. Mais ainda, a cobrança das despesas cumpriu o contrato com o Governo, que recebeu da Forehap o montante que deveria ter recebido com a venda de passes mensais.
Depois do HM ter tentado contactar sem sucesso a direcção da empresa, o subdirector geral da Forehap, Ao Ieong Chi Meng, afirmou ao Jornal Ou Mun que vai assumir todas as responsabilidades sobre a emissão ilegal de passes, mas fez questão de salientar que a certa parte da cobrança foi entregue ao Governo. Este, contudo, só recentemente é que anunciou as ilegalidades praticadas pela Forehap.
“Desde 2012 que começámos a gerir o parque de estacionamento do Jardim Comendador Ho Yin e pagávamos as despesas cobradas nos passes mensais ao Governo, conforme o contrato, não escolhemos nenhum montante”, afirmou.
Apesar de admitir que foi “negligência” emitir cartões sem autorização, o responsável da empresa explica que isso se deveu ao facto “do uso do parque ter sido fraco no início, mas noutro parque público do Jardim Dr. Carlos d’ Assumpção estar tudo cheio, pelo que para aliviar os lugares e utilizar os recursos públicos de melhor forma se decidiu lançar a medida sem autorização”.
No que toca à suspensão de uso desses cartões, Ao Ieong Chi Meng disse que já contactou com os proprietários. A maioria vai ficar insatisfeito com isso, diz, mas a empresa “não vai voltar a cometer ilegalidades”.

DSAT não sabe se chegou dinheiro dos passes

O director dos Serviços para Assuntos de Tráfego (DSAT), Lam Hin San, afirmou ontem que está ainda a apurar as contas da Forehap, mas que “até ao momento não consegue” verificar se as receitas geradas pela venda de passes mensais ilegais tinham chegado até ao organismo. “Desde dia 1 de Maio de 2012 até ao momento, os dados financeiros mostram cerca de 8,7 milhões de patacas [em receitas], mas deviam ser 9,17 milhões de patacas e é preciso rever todos os números para saber se a Forehap realmente pagou 61% das despesas ao Governo”, explicou.  
 

12 Nov 2015

Stanley Au |Queda das receitas tem efeitos “adversos”

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] presidente da Associação de Pequenas e Médias Empresas de Macau admite que a queda nas receitas do jogo está a ter impactos “adversos”, mas acredita que pode também fazer “diminuir a pressão”, nomeadamente, através da descida das rendas.
“Claro que, até certo ponto, estamos a sofrer adversamente um impacto, mas não tão severo como o da indústria do jogo”, disse Stanley Au à margem da apresentação do “Livro Branco sobre as PME de 2015” em Macau.
No entanto, o dono do Banco Delta Ásia admitiu que, a manter-se, a queda na indústria do Jogo vai definitivamente diminuir a pressão nas PME.
“Mas não vou dizer que estamos contentes por vê-los a ir abaixo”, ressalvou.
Nos “próximos dias”, Au vai reunir-se com o Chefe do Executivo para lhe apresentar as principais dificuldades das PME e sugerir medidas para as atenuar. Mais uma vez, os problemas prendem-se com a dificuldade em atrair mão-de-obra, face à concorrência dos casinos, com maior margem para salários elevados, e o preço do imobiliário.
É neste sentido que uma continuada descida das receitas do Jogo podia ajudar as pequenas e médias empresas (PME).
“Temos falta de mão-de-obra. Mesmo que o negócio na indústria do Jogo esteja a descer, não podemos contratar pessoas suficientes. As rendas desceram um bocadinho mas não é o suficiente para nos ajudar. Basta andar na rua para ver que muitas lojas estão a fechar”, disse.

12 Nov 2015

USJ | Fundação Macau visitou obras do novo campus

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Fundação Macau (FM) realizou na semana passada uma visita às obras do novo campus da Universidade de São José (USJ), na Ilha Verde, dias depois do HM ter publicado a notícia sobre os problemas de pagamento existentes entre a empresa construtora do projecto, a Hsin Chong, e a Iao Seng, empresa de Macau subcontratada. A FM foi confrontada com a informação pelo HM, tento confirmado que se tratou de uma visita de rotina, e que, como entidade parcialmente financiadora do campus, está atenta a todos os gastos realizados.
“A FM acompanha o andamento das obras de construção do novo campus da USJ através da verificação in loco periódica, chamadas telefónicas e análise dos relatórios recebidos, incluindo as facturas da empresa construtora, os relatórios técnicos das empresas de fiscalização e os relatórios de auditoria. Além disso, a FM fiscaliza e controla a aplicação dos apoios financeiros atribuídos seguindo o respectivo processo aplicável”, disse o organismo através de uma resposta escrita.
Ao HM, o ainda reitor da instituição de ensino superior, Peter Stilwell, não quis avançar mais informações. “O diálogo entre a USJ e a FM é um diálogo que não é feito com os jornais, portanto não são informações para divulgar. A visita ao campus foi uma visita de rotina, ao terminar cada etapa da construção a FM manda os seus técnicos [verificar] tudo aquilo que aparece nos nossos relatórios. A visita da semana passada foi desse género”, disse o reitor.

Tudo em ordem

Peter Stilwell mantém ainda as datas de abertura para o novo campus, previstas para o ano lectivo de 2015/2016.
“O contrato tinha o prazo de Abril de 2015, portanto o atraso já existe. A data que nos é dada pela construtora são as datas que pusemos na nota de imprensa e é a única coisa que sabemos neste momento.”
A FM tem sido a principal financiadora do projecto académico da Diocese de Macau. Em causa está o pagamento de 500 milhões de patacas à construtora Hsin Chong, sendo que 50% desse valor foi custeado pelo Executivo. A empresa de Macau deveria ter recebido um total de 270 milhões de patacas conforme o estipulado pelo contrato, mas apenas recebeu 76 milhões.
Num comunicado emitido pela USJ, é referido que o contrato entre a Fundação Católica da Diocese de Macau com a Hsin Chong foi assinado em Novembro de 2012, sendo que em Junho deste ano “a USJ foi abordada por uma empresa da China continental, sub-subcontratante da obra, com sérias reivindicações contra uma subcontratante da mesma”.
“Neste momento, existe um [processo judicial] aberto entre a empresa Hsin Chong e a empresa subcontratante, Iao Sang, e o acordo entre as duas foi terminado em Outubro, por iniciativa da Hsin Chong”, pode ler-se.
A USJ afirma que “nunca esteve em risco o destino dos dinheiros públicos atribuídos a este projecto”, uma vez que o contrato com a Hsin Chong “é particularmente rigoroso a esse respeito”.
“Os pagamentos são feitos exclusivamente perante obra realizada, atestada por uma empresa técnica, a MPS (Macau Professional Services), e com custos certificados por uma “quantity surveyor” de Hong Kong, a SWEET. Estas duas empresas têm contrato próprio com a Fundação Católica, sendo, por isso, independentes da construtora”, aponta o comunicado.

12 Nov 2015

Mais de metade da população é do sexo feminino

[dropcap style=’circle’]M/dropcap]acau conta agora com 643.100 pessoas, um aumento ligeiro de 200 pessoas em termos trimestrais. Os dados, da Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC) explicam ainda que, até ao final de Setembro, havia menos trabalhadores não-residentes no território, algo que contribuiu para que a população não aumentasse significativamente.
Segundo a DSEC, a população feminina representa 50,8% da população total. No terceiro trimestre nasceram menos bebés (menos 81 do que em 2014) e morreram mais pessoas, já que se registaram mais 490 óbitos, mais dez mortes do que no ano passado.
“As três principais causas antecedentes de morte foram tumores (188 óbitos), doenças do aparelho circulatório (107) e doenças do aparelho respiratório (80). Entre Janeiro e Setembro de 2015, assinalaram-se 1512 óbitos (+60) em relação ao mesmo período de 2014), dos quais 543 se deveram a tumores (+22). macau arquitectura
Segundo os dados houve ainda menos 316 casamentos até Setembro deste ano quando comparado com o ano passado, sendo que no terceiro trimestre casaram mais de 800 pessoas.
Macau conta ainda com quase dois mil imigrantes chineses, mais 316 comparativamente com o trimestre passado, e foram autorizados a residir no território 405 indivíduos, mais 20 em termos trimestrais. “Até ao fim do terceiro trimestre deste ano existiam 180.751 trabalhadores não residentes. Verificou-se um acréscimo de 228 indivíduos face ao trimestre precedente”, pode ainda ler-se nas estatísticas.

11 Nov 2015

Auditoria | Comissariado acusa DSEJ de má gestão de subsídios

Falta de fiscalização, cobranças indevidas a escolas que deveriam ter escolaridade gratuita, ausência de documentos comprovativos e de regras na inspecção escolar. São estas as críticas apontadas pelo Comissariado de Auditoria à DSEJ na atribuição de subsídios a escolas particulares

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Direcção dos Serviços da Educação e Juventude (DSEJ) e o Fundo de Desenvolvimento Educativo (FDE) são acusados pelo Comissariado da Auditoria (CA) de diversas falhas na atribuição e fiscalização de subsídios a escolas particulares. As conclusões são do relatório divulgado ontem, que revela más práticas por parte destes organismos educativos, desde a ausência de regras de inspecção à cobrança indevida a escolas que deveriam ter escolaridade gratuita e à ausência de documentos comprovativos.
Na visão do organismo liderado por Ho Veng On está em causa a igualdade de acesso a apoios públicos. “A falta de critérios uniformes na aplicação de regras põe em causa a igualdade no tratamento das escolas subsidiadas”, pelo que “a DSEJ e o FDE devem proceder a uma cuidadosa e aprofundada revisão dos procedimentos com vista a criar uma gestão eficaz, nomeadamente, na prevenção e correcção dos problemas assinalados”, aponta o documento.
Para o CA, “o órgão administrativo do FDE não é rigoroso quanto à exigência da entrega de comprovativos de despesas por parte das escolas, não cumprindo o disposto do ‘Regulamento’”. Para além disso, “o órgão administrativo do FDE não exige que os fiscais cumpram procedimentos estabelecidos para a verificação da execução do projecto”.
O rol de acusações chega à DSEJ, que não terá incluído escolas no regime de escolaridade gratuita. “O resultado da auditoria revela que a DSEJ não acompanhou eficazmente o cumprimento dos deveres a que estão sujeitas as escolas integradas no sistema de escolaridade gratuita, situação que prejudicou os interesses dos alunos e dos encarregados de educação”, pode ler-se. O CA analisou dados de três anos lectivos, desde 2010, tendo chegado à conclusão que 36 receitas de escolas poderiam estar isentas, “seis das quais vieram a ser confirmadas pela Inspecção Escolar”.
“O CA apurou que foram registadas nesses relatórios 20 cobranças indevidas, no total de cerca de 360 mil patacas, sendo que até Julho de 2015 mais de 80% desses valores ainda não tinham sido restituídos aos alunos”, aponta o organismo, frisando que a direcção da DSEJ “não clarificou o modo de actuação da Inspecção Escolar”.
O CA diz ainda que “os problemas apresentados pela DSEJ continuavam por corrigir há anos e esta não adoptou medidas para que fossem resolvidos, limitando-se apenas a sugerir a sua eliminação dos relatórios de aprovação de contas”.
As acusações baseiam-se em análises feitas aos subsídios atribuídos no ano lectivo de 2012/2013, no valor de 2084 milhões de patacas. Cerca de 1222 milhões de patacas foram atribuídos pela DSEJ no âmbito da escolaridade gratuita, enquanto que 759 mil patacas foram concedidas pelo FDE, no âmbito do Plano de Desenvolvimento Escolas. Estes representam 95,5% dos apoios concedidos. Foram avaliados 324 relatórios do Plano de Subsídio a Fundo Perdido, sendo que 29 apresentaram irregularidades.

Contas offline

O documento mostra ainda que tanto a DSEJ como o FDE não conseguem gerir os dados recolhidos. Estes “utilizam meios electrónicos para arquivamento e gestão dos dados recolhidos nas contas e nos processos dos projectos de execução de obras e de aquisição de equipamentos e partilham, entre si, esses dados. Porém, os processos dos projectos de actividades escolares não são arquivados nem geridos com recurso a meios electrónicos, pelo que a obtenção de informações respeitantes a essas actividades só é possível mediante consulta documental em suporte de papel, o que torna estes procedimentos morosos e com maior risco de erro.”
O CA acredita que “a falta de uma gestão adequada e eficiente a estes subsídios dificulta a necessária monitorização dos subsídios concedidos à mesma escola em anos anteriores, bem como dos subsídios concedidos a projectos semelhantes em outras escolas”.
Na resposta, a DSEJ diz que é sempre dada atenção à utilização do erário público e que vai ser reforçada a fiscalização. Já o FDE “realçou que em 80% dos relatórios analisados os projectos foram desenvolvidos”.

11 Nov 2015

Resíduos | Construtores contra pagamentos para depósito de materiais

O sector da construção já faz o suficiente para diminuir os resíduos que sobram das obras e por isso é desnecessário aplicar taxas de depósito de materiais no aterro. É o que diz um membro do sector, que se opõe ao novo Regime de Gestão de Resíduos de Materiais de Construção

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]embros do sector da construção consideram que existe margem de melhoria no Regime de Gestão de Resíduos de Materiais de Construção, nomeadamente no que ao pagamento de taxas diz respeito. Um responsável da construção cujo nome não foi identificado apontou ao Jornal Ou Mun que há problemas na proposta, ainda que a Associação de Ecologia de Macau concorde com o Regime e considere que este vai ajudar a diminuir o número de resíduos da construção.
Para o especialista da construção ouvido pelo Ou Mun, um dos problemas além do pagamento das taxas é o facto dos construtores terem de recrutar um responsável “pela protecção ambiental” que fique encarregue de implementar medidas de diminuição dos resíduos produzidos pelas obras. O especialista considera que a posição exige uma certa qualificação e, como o período de transição da lei será de meio ano, diz que não vai ser fácil “encontrar a funcionária apropriada”.
Mas as despesas com as taxas de depósito são as que mais preocupam os construtores, com o sector a pedir que não haja quaisquer taxas.
“Os construtores de Macau já sabem bem que quanto menos resíduos houver, mais baixos são os custos. Por exemplo, quando se faz escavações guarda-se o máximo de lama que se conseguir, de forma temporária, para que se possa voltar a usá-la durante as obras. Os construtores já sabem que só precisam de transportar os resíduos para os aterros quando não os podem deixar no local [da obra]”, diz.
O especialista diz ainda que, no caso de obras de demolição, separam-se o cimento e o aço, para que o aço seja reciclado, pelo que não há necessidade de cobranças.

Contraditório

O Governo diz o contrário e considera que a implementação de taxas vai ajudar a diminuir a quantidade de lixo, uma vez que o aterro de resíduos de construção está já a deitar por fora.
Para Ho Wai Tim, presidente da Associação de Ecologia de Macau, o Regime vai conseguir atingir o seu objectivo.
“A cobrança de despesas consegue fazer diminuir o número de resíduos de materiais de construção e impulsionar a separação de aço, madeira ou outros materiais, para que os construtores paguem menos para o depósito de resíduos no aterro”, afirmou ao HM.
Ho Wai Tim considera que o sector de construção vai cumprir as regras do Regime, já que actualmente uma parte de construtores faz já alguma reciclagem. Mas este Regime, diz, “é um incentivo económico”.
A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental considera que o Regime vai ajudar a diminuir 25% de resíduos de materiais de construção anualmente.

11 Nov 2015

Nam Van | Concessionárias de lotes C e D eram administradas por Neto Valente e Ng Lap Seng

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]os 14 terrenos das zonas C e D dos Lagos Nam Van, que entram em caducidade no próximo ano, conforme confirmado pelo Governo, 13 eram, em 2001, pertencentes a empresas administradas pelo advogado Jorge Neto Valente e pelo empresário Ng Lap Seng. Dados da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) permitem verificar a lista de despachos de concessão, sendo que esta foi feita a várias sociedades de imobiliário. 
Estes terrenos correspondem aos 14 lotes que o deputado Au Kam San, através da Associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau, pediu ao Ministério Público e ao Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) para investigar por o que diz serem alegadas ilegalidades na concessão destes lotes a “empresas privadas com o intuito de lucrar”
Datados de 2001, os despachos indicam que os lotes foram transmitidos à Sociedade de Empreendimentos Nam Van, Sociedade de Investimentos Imobiliário Fok Keng Van, Imobiliária Nga Keng e Imobiliária Tim Keng. 
Estas eram, à data da transmissão onerosa dos direitos resultantes da concessão por arrendamento, representadas pelos advogados Jorge Neto Valente e Pedro Branco e pelo empresário Ng Lap Seng, agora detido nos EUA. 
Os terrenos foram concedidos para construção de habitação, estabelecimentos comerciais, parques de estacionamento, entre outros, ultrapassando os 350 mil metros quadrados. A contar desde 2001, altura em que foram feitas transmissões entre empresas, ficou definido o prazo de 15 anos para o aproveitamento dos lotes em questão.
O HM tentou chegar à fala com Pedro Branco e Neto Valente, mas não foi possível até ao fecho da edição. 
 

11 Nov 2015

Zona Norte | População quer avanço de sistemas pedonais prometidos desde 2008

O Governo apresentou uma proposta de criação de dois sistemas pedonais na zona norte em 2008, mas até ao momento nada de concreto foi apresentado. Ouvidos pelo HM, especialistas dizem que o sistema é uma necessidade e esperam que o Executivo “avance” com o que ficou prometido. Moradores ouvidos pelo HM concordam

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m 2012 ficou concluído o sistema pedonal da Taipa, mas a proposta da Direcção dos Serviços para Assuntos de Tráfego (DSAT) em construir dois sistemas pedonais semelhantes na zona norte, que se estendiam pelas Portas do Cerco, Fai Chi Kei, Doca do Lam Mau e o Porto Exterior, ficou pelo caminho. A ideia do Executivo era fazer com que os cidadãos começassem a andar mais pé, de forma a diminuir o trânsito. Contudo, até agora nada foi feito e os próprios responsáveis do Governo admitem que nada têm planeado.
Numa reunião do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Norte, que aconteceu a semana passada, os vogais convidaram representantes da DSAT, da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) e do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) para que apresentassem mais detalhes sobre os sistemas, segundo o Jornal Exmoo. No entanto, os mesmos representantes afirmaram que até ao momento não têm um planeamento pormenorizado dos sistemas, nem um calendário para a sua construção, defendendo apenas que já concluíram trabalhos de planeamento das obras.

Oportunidade perdida

Para Chan Tak Seng, presidente da Aliança de Povo de Instituição de Macau, cuja sede fica na Areia Preta, o Governo tinha melhores condições para construir os sistemas no ano de 2008, quando a economia de Macau estava a crescer. Ao HM, o responsável disse lamentar que o projecto não tenha avançado.
“A ideia dos sistemas era também a de facilitar a deslocação de idosos e portadores de deficiência. Acho que o Governo deve rever as medidas de trânsito, já que actualmente nenhum cidadão está satisfeito com isso”.
Chan Tak Seng considera “extremamente necessário” que sejam publicado os detalhes da criação dos sistemas pedonais, que já foram decididos mas que continuam no papel, ou nem isso.
“Quais são as razões para o atraso? A falta de técnicas ou de um plano director urbanístico? O Governo não pode falar numa coisa e esquecê-la, até porque os residentes e os média insistem em perguntar. Um Governo responsável não deve ser assim”, afirmou.
Apesar de admitir que os sistemas pedonais não serão utilizados por todos os cidadãos, o presidente da Associação considera que estes vão ter um certo efeito, que passa por diminuir a pressão do grande número de automóveis em trânsito que todos os dias circulam na zona norte.
“Quase de certeza  que os cidadãos irão andar mais a pé  em vez de apanhar autocarros ou conduzir os próprios carros, sobretudo os idosos”, indicou.  
Para o jovem Alvis Un, que mora perto das Portas do Cerco, actualmente a principal maneira de deslocação dentro da zona norte é conduzir uma mota. Contudo, ao HM, o jovem assegura que não se importaria de utilizar os sistemas pedonais, caso o seu destino fosse dentro da zona. Alvin diz ainda que seria também viável criar pistas para bicicletas na zona norte, para que as pessoas pudessem deslocar-se a sítios mais afastados, mas ainda dentro do perímetro.
Outro morador da zona norte, Un Choi – para quem a principal forma de deslocação é também a mota – diz ao HM que não acha que os mais novos fossem utilizar os sistemas pedonais devido ao hábito de condução, mas assegura que sem dúvida que os idosos o fariam, até porque, diz, para eles “andar mais a pé serve” como uma forma de fazer desporto.

11 Nov 2015

Taipa | Alexis Tam promete Casas-Museu com restaurante e esplanadas

As Casas-Museu da Taipa vão ganhar vida. É o que promete Alexis Tam. O projecto está em cima da mesa e a Casa de Portugal já foi convidada para ser o braço direito do Governo. Um restaurante português, momentos culturais, semanas gastronómicas e esplanadas são os planos do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]zona das Casas-Museu da Taipa vai ter mais vida. É o que promete o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, que ontem, durante uma visita às instalações das oficinas da Casa de Portugal, na Areia Preta, oficializou o convite ao grupo para se assumir como parte integrante do projecto idealizado pelo Governo.
“Hoje em dia aquela zona só tem actividades durante uma semana, isto para mim não chega. Vou dar mais vida àquela parte”, prometeu o Secretário.
Para já, sem grandes detalhes, sabe-se que o projecto vai ceder a única casa vazia – sendo que as restantes são museus – à casa presidida por Amélia António, para que esta possa avançar com os projectos que já tinham vindo a ser falados.
Um restaurante português, algumas esplanadas, momentos culturais e semanas gastronómicas são os planos para aquela zona que, actualmente, a única coisa que recebe é a Semana da Lusofonia.
“Vamos montar um restaurante português, cafés e mais esplanadas naquela zona. Arranjar alguns [artistas] portugueses para tocarem. Vai ser interessante”, argumentou Alexis Tam, acrescentando que conta ter festa e animação “todas as noites”.

Outras culturas

Com um grande destaque e aposta na cultura portuguesa, Alexis Tam disse ainda querer aproveitar outras culturas presentes no território.
“Não é só a Casa de Portugal, também vou convidar outras associações e outros governos, por exemplo, Consulados de outros países, para organizarem algumas festas, festivais da gastronomia de todos os países”, acrescentou, sublinhando contudo que a cultura principal será sempre a portuguesa.
“Actualmente a cultura portuguesa é, para nós, a mais importante”, defendeu, indicando que faz todo o sentido convidar a Casa de Portugal para assumir essa função. “Quero transformar a zona numa área multicultural. Ainda vamos convidar alguns países, como a França, Itália, Brasil e, também, países asiáticos. Acredito que os governos tenham interesse em promover as suas actividades, principalmente num festival de gastronomia e nas artes”, adiantou.

Um projecto bonito

Para já ainda não há data para que o projecto entre em funcionamento, mas promete o Secretário que no início do próximo mês, durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG), irá explicar o plano mais detalhadamente.
“Já falei com os meus colaboradores, com o presidente do Instituto Cultural, com a Direcção do Serviços de Turismo, com o presidente do Instituto de Desporto e vamos trabalhar todos juntos. Por mim podemos trabalhar juntos como uma sinergia. Podemos fazer um projecto maior e mais bonito”, rematou.
Sem adiantar muito, Amélia António indicou que irá pensar “num plano de dinamização daquela casa e do espaço”.
A ideia, diz, é criar um projecto de divulgação da gastronomia portuguesa, dos seus produtos e cultura.
“Exactamente aquilo que, há anos, o Governo nos pediu para fazer quando fomos para a Casa Amarela (…) No fundo, aqui, o que se pretende, de certa maneira, é recriar o que se pretendia fazer nessa altura”, apontou.
O Fado e a “música portuguesa” serão factores importantes e de aposta no projecto. “Não temos forçosamente de ter um estilo de música, podemos ter várias coisas. Penso que dentro da ideia que o Secretário manifestou de, naquele espaço poder ser uma mostra de outros países e culturas, (…) eventualmente se pode repescar uma ideia apresentada ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) há uns anos, em que nos propúnhamos, com outras associações dos países lusófonos, a fazer, ali, naquele espaço, um evento mensal de todos os países de Língua Portuguesa”, indicou.

Tudo dentro da lei

Questionado sobre o cumprimento da Lei do Ruído – questão que se levantou durante a semana do Festival da Lusofonia, obrigando os espectáculos a terminar às 22h00 – Alexis Tam garantiu que a lei terá de ser cumprida da melhor forma para que o barulho não prejudique ninguém. A zona é boa para isso, diz, apresentando ainda como hipótese a possibilidade de eventos começarem mais cedo e terminarem a horas, conforme a lei.

Lusitanvs é uma incógnita

Questionado sobre a possibilidade do restaurante português idealizado para o projecto poder ser o actual Lusitanvs, da responsabilidade da Casa de Portugal, Alexis Tam não confirmou. “Isso é da responsabilidade da Casa de Portugal, só lhe chamamos projecto de restaurante português. É a única coisa que podemos dizer, é um restaurante que ficará muito bem naquela zona, um café, uma esplanada, uma exposição destinada à cultura portuguesa. Poderemos arranjar um grupo de dinamizadores, ou artistas portugueses, macaenses, chineses. Podemos aproveitar estes produtos artísticos para vender aos turistas ou residentes. Tudo é possível”, reforçou. Amélia António não confirmou se será o restaurante que é acolhido neste momento pela Casa de Portugal. Estando o Lusitanvs “em transição” nas instalações actuais, Amélia António indica que esta é uma questão “dramática” e que, por agora, é preferível não tomar qualquer decisão. “Quanto tudo estiver decidido aí teremos de tomar decisões”, rematou.

Saldo Positivo

O convite foi feito depois de Alexis Tam e a sua equipa visitarem durante mais de uma hora as oficinas de trabalho da Casa de Portugal. “Foi com gosto que visitei as instalações da Casa de Portugal, penso que esta tem desenvolvido muitas actividades, muitos cursos para jovens, não só portugueses mas também macaenses e chineses”, indicou o Secretário no final da visita. O trabalho realizado pelo grupo foi ainda elogiado por Alexis Tam que reconheceu o papel “positivo” e “importante” da Casa de Portugal. “Tenho acompanhado as actividades realizadas e desenvolvidas pela Casa de Portugal e penso que o Governo, principalmente a minha Secretaria, deve continuar a apoiá-la”, indicou, frisando a necessidade de tornar Macau num centro de artes e culturas.

10 Nov 2015

Terras | Governo não dá informações, mas já espera acções judiciais

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma vez mais o Governo traz poucas – ou quase nenhumas – respostas à questão do aproveitamento dos terrenos. Depois de uma reunião com a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas, que decorreu ontem, Ho Ion Sang, presidente da Comissão, avançou unicamente que o “Governo está à espera de muitos processos judiciais”.
A reunião que marcou a tarde de ontem tinha, segundo o Secretário para os Transportes Obras Públicas, Raimundo do Rosário, dois temas de discussão: o ponto de situação dos 65 lotes – da lista dos 113 – cuja falta de aproveitamento não era imputável aos concessionários e a situação actual dos lotes C e D da zona da Baía da Praia Grande (Lagos Nam Van).
“Quantos aos 65 terrenos, 14 destes já foram concluídos os projectos e noutros já foram [requeridas] as licenças de utilização, ou seja, restam ainda 51 terrenos”, começou por explicar Ho Ion Sang.

Vai ou não vai

Na reunião, falou-se também dos terrenos relacionados com o planeamento urbanístico, que não puderam ser aproveitados durante o tempo de concessão devido à nova lei.
“Duas grandes destas zonas são, a primeira, a zona de Seac Pai Van que conta num total com 12 terrenos que estão perto do fim do contrato, pois o despacho é datado de 1989, perfazendo 25 anos. Os deputados quiseram saber por que é que o Governo não retomou os terrenos”, explicou o presidente.
Raimundo do Rosário apontou que a sua pasta está com falta de pessoal para os trabalhos necessários para essa recuperação.
“O Governo disse ainda que se a concessionária pedir renovação este não vai autorizar”, clarificou, contudo, Ho Ion Sang.
A segunda grande zona, e polémica, é a área da Baía da Praia Grande, em particular os lotes C e D, que já motivaram uma ida de deputados ao Comissariado contra a Corrupção e ao MP (ver em cima).
Sem respostas concretas, o Governo mantém a poeira muito levantada em torno do assunto. Os deputados não sabem o que se passa com os terrenos da Praia Grande e até o Chefe do Executivo respondeu, numa actividade pública, que não sabe da existência e uso desses lotes. (ver texto acima). Também Raimundo do Rosário admitiu ontem não saber se estão vagos ou se têm concessionários.
“Estes terrenos também vão caducar no próximo ano, a Julho de 2016, e o Governo vai reaver os terrenos, segundo o artigo 48º da Lei das Terras”, indicou Ho Ion Sang, referindo-se ao artigo que indica que não pode ser feita nova renovação no caso de os lotes não serem aproveitados.

Poucas palavras

O Governo não dá detalhes sobre as terras, mas conta já que esta parcela de terrenos tenha “muitos processo judiciais no futuro”. 
“Segundo as informações divulgadas sobre os 22 terrenos [recuperados] estão pendentes [casos] no tribunal, ou seja, segundo a lei, as concessionárias podem recorrer ao Tribunal de Segunda Instância. Por isso, prevemos que também possam existir muitas acções judiciais no futuro. Mas o Governo reitera que irá reaver os terrenos de acordo com a lei”, frisou o presidente da Comissão.
Sobre estas duas zonas, o Governo nada adianta, nem sobre quais as concessionárias que os detêm e muito menos sobre o seu aproveitamento. “Segundo o Governo, em 2006, foi cancelado o regulamento do desenvolvimento da zona [da Praia Grande]. De acordo com a UNESCO desde que foi aprovado o Centro Histórico de Macau, por razões de património cultural, o Governo suspendeu alguns projectos. É por isso que não foi possível aproveitar os terrenos daquela zona”, argumentou.
Admitindo problemas no planeamento urbanístico, o Governo tende a arrastar uma situação que só por si é demorada. Para existir um planeamento urbanístico é necessário ser elaborado um Plano Director, que ainda não foi feito, e que segundo Ho Ion Sang demora “uns cinco anos”. Só depois deste estar concluído é que se pode avançar com um plano de pormenor.

10 Nov 2015

Auto-Silos | Empresa contratada pelo Governo emitiu passes ilegais

A Sociedade de Administração de Parques Forehap emitiu 390 cartões de teste de passes mensais no auto-silo Jardim Comendador Ho Yin em 2012, o que os torna ilegais. A empresa, contratada pelo Governo para gerir parques públicos, cobrou ainda tarifas mais altas aos portadores destes passes. A infracção vai custar 250 mil patacas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo deixou de emitir novos passes mensais nos parques de estacionamento públicos em 2009, mas a Sociedade de Administração de Parques Forehap, que gere seis auto-silos públicos, decidiu emitir, a partir de 1 de Maio de 2012, 390 “cartões de teste de passe mensal” no parque de estacionamento Jardim Comendador Ho Yin, acção que vai contra a lei.
A infracção foi anunciada ontem pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), que vai agora aplicar a infracção máxima à empresa: 250 mil patacas. Contudo, a investigação ao caso prossegue.
“De acordo com os termos contratuais, a empresa infringiu as cláusulas e vamos aplicar a pena pecuniária máxima, de 250 mil patacas. A DSAT irá sancioná-la em conformidade com o contrato, não reconhecendo os passes mensais emitidos por via ilegal. A DSAT considera que existe margem de melhoria em termos do controlo dos parques de estacionamento, reiterando que as empresas de gestão dos parques devem cumprir os regulamentos de forma muito restrita”, explicou o director do organismo, Lam Hin San.
Além de ter emitido 390 passes mensais – 122 para lugares não reservados para automóveis, 28 para automóveis ligeiros e 240 para motociclos -, a empresa cobrou ainda tarifas aos utilizadores do parque de estacionamento, tarifas essas mais altas do que aquelas que têm sido cobradas. Os valores para automóveis variaram entre as mil e 1200 patacas e 200 patacas para motociclos.
“De acordo com o relatório da empresa, esta cobrou taxas para a utilização destes cartões de teste e também já pedimos a entrega de toda a documentação de contabilidade. As tarifas que a empresa cobrou são mais elevadas do que aquilo que exigimos de acordo com o regulamento dos auto-silos. Vamos resolver o problema o mais depressa possível devido à gravidade da situação”, acrescentou o director da DSAT.
Segundo o Governo, a empresa já avisou os utilizadores do fim da medida, que coincide com o fim do contrato assinado com o Executivo.
“A empresa de gestão do auto-silo vai suspender o uso destes cartões a partir de 1 de Dezembro. Achamos que é a melhor altura para resolver o problema dos passes mensais uma vez que estamos quase no final do ano”, admitiu o director da DSAT.

Multas para condutores

Para já a empresa vai ser alvo de uma infracção administrativa, mas nada impede que a mesma possa ser sujeita a uma acção penal, caso a investigação o justifique. Mas a DSAT alertou ontem que os portadores dos cartões de teste de passe mensal também podem ser alvo de multas.
“No sentido de melhorar os trabalhos de gestão dos parques, iremos proceder à revisão da gestão e dos mecanismos de controlo dos auto-silos. Em simultâneo iremos apelar aos condutores para cumprirem a lei, sob pena de serem também aplicadas multas.”
Para o futuro a DSAT promete também inspecções mais rigorosas a outros parques de estacionamento.
“Os trabalhos de inspecção têm sido feitos e vamos reforçar os trabalhos nos outros estacionamentos. Temos oito colegas que se responsabilizam pela gestão diária dos auto-silos e a elaboração dos contratos”, explicou o director.
O HM tentou contactar de várias formas um dos dois administradores da empresa, tendo enviado questões por email. Até ao fecho desta edição não foi possível chegar à fala com a direcção da Sociedade de Administração de Parques Foieng (Forehap Parking Management, em Inglês).

10 Nov 2015

Construção | Regime sob consulta inclui taxas para despejo de resíduos

Os Serviços de Protecção Ambiental querem taxar as empresas de construção que não respeitarem os trâmites estabelecidos naquele que será o novo regime de gestão de resíduos de estaleiros. Em causa está a saturação do único aterro do território, que até lixo empilhado já tem

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]único aterro de lixo de construção existente em Macau – Aterro de Resíduos de Materiais de Construção (AMRC) – está completamente saturado e até já tem resíduos empilhados à superfície. Por isso mesmo, o Governo quer taxar os despejos de materiais .
“Presentemente, o ARMC encontra-se em estado saturado e os recursos de terras são escassos”, confirmou ontem a DSPA, durante a apresentação de uma consulta pública sobre a criação de um regime de gestão de resíduos de materiais de construção, que teve início hoje e encerra a 23 de Dezembro.
Um dos pontos-chave do diploma é taxar as empresas de construção civil que não cumpram os requisitos do referido documento. É ainda desconhecida uma calendarização para os trabalhos e, questionados pelos média sobre isso mesmo, os representantes da DSPA afirmam que datas só lá para o início de 2016. Em números, a entidade governamental está a pensar cobrar uma multa de 130 patacas por tonelada a quem despejar materiais de enchimento, como pedras, asfalto ou betão.
A coima é bastante mais reduzida para resíduos como lama, ramos de árvores, lodo, isolamento de algodão, entre outros: apenas 30 patacas por tonelada.
“Esperamos que o regime venha incentivar a separação”, acrescentou a DSPA.

Para dissuadir

É ao lado do Aeroporto de Macau que se situa o único aterro disponível na cidade. Nele, são depositados milhares de toneladas por ano. A esmagadora maioria tem um destino tão ingrato como aquele aterro: são empilhados devido à falta de terrenos.
Para o director do organismo, Vai Hoi Ieong, a criação de uma taxa para o despejo de resíduos de construção surge como medida dissuasora para que as empresas responsáveis pelas obras tenham mais atenção àquilo que deitam fora. “Se [o despejo] for gratuito, os construtores deixam o que querem, mas se houver uma taxa, pensarão duas vezes”, acrescentou o responsável.

Milhões pelo lixo

Fazendo as contas, Vai Hong Ieong estima que o Governo poderá fazer um total de 300 milhões de patacas com base nos 4,3 milhões de metros cúbicos deixados no aterro em 2014. O regime não está ainda em vigor, mas o mesmo responsável prevê que seja necessária uma “revisão periódica anualmente” para fazer face às mudanças da sociedade.
Dados estatísticos apontam para um acréscimo no volume de resíduos de quatro vezes mais em apenas cinco anos. Em 2009, a DSPA registou o despejo de 1,6 milhões de metros cúbicos, comparando com os mais de cinco milhões do ano passado. A culpa é, afirma o documento de consulta, de todos os “mega projectos de construção (…) que constituíram uma pesada pressão no funcionamento do ARMC”.

Restos para construir

As medidas de incentivo têm um duplo objectivo. É que a separação dos resíduos vai, de acordo com Vai Hoi Ieong, “reduzir a produção na fonte”, criando assim um volume menor de resíduos para tratar. O lixo despejado que sobrar e que corresponda às exigências do Governo Central irá ser empregue na construção de novos aterros em Cantão. De acordo com o documento de consulta, o processo deverá começar com o pedido, ao construtor da obra, de um plano de redução de resíduos antes do começo do projecto, “no sentido de fixar medidas para a redução” de lixo.
O plano deve incluir as matérias-primas utilizadas e ter em conta uma concepção arquitectónica que poupe resíduos. Este documento, que será entregue à DSPA, fica à responsabilidade do promotor da obra.
“Se o teor de resíduos da obra for superior à margem de tolerância de despejo, o promotor deve submeter à aprovação da DSPA o seu plano. Após análise, propõe-se que a margem de tolerância seja de 60 mil toneladas para as obras públicas e 300 mil para as privadas”, adianta o documento.

10 Nov 2015

Terrenos | Associação denuncia DSSOPT ao MP e CCAC por falhas

Os terrenos em redor dos lagos Nam Van estão a deixar preocupados os membros da Associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau, que ontem acusou a DSSOPT de não estar a par de alegadas ilegalidades lá cometidas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau denunciou, ao Ministério Público (MP) e ao Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), falhas e acções alegadamente ilegais da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) em relação aos lotes públicos e privados que se encontram vazios nos Lagos Nam Van.
O deputado e membro da Associação recentemente criada Au Kam San, juntamente com os dois representantes da Associação Cloee Chao e Lei Man Chao, entregaram ontem cartas ao MP e ao CCAC, solicitando investigações aos 14 lotes concedidos para desenvolvimento privado e público, localizados nas zonas C e D dos Lagos Nam Van. Quatro destes são destinados ao desenvolvimento público.
Au Kam San disse aos média que os quatro terrenos públicos em redor do edifício da Assembleia Legislativa (AL) não têm sido desenvolvidos de forma legal desde há 20 anos, quando foi concluído o aterro, em 1994. “Até o Chefe do Executivo respondeu, numa actividade pública, que não sabe da existência e uso desses lotes. No entanto, existem rumores que apontam para a concessão destes lotes a empresas privadas com o intuito de lucrar”, começou por dizer. “Conforme essas informações, achamos que a DSSOPT não tem desempenhado a sua função, pois não desenvolveu os lotes públicos de acordo com a lei e é preciso assumir responsabilidades penais”, indicou o deputado.

Nada à vista

Au Kam San destacou ainda que os 14 lotes concedidos para desenvolvimento privado também estão desocupados desde 2001. Citando informações dos contratos da concessão, justificou que os concessionários deviam lá construir habitações com cerca de 200 mil metros quadrados, estabelecimentos comerciais de mais de mil metros quadrados, hotéis de 156 mil metros quadrados e outros complexos até 2005. Contudo, “nenhum metro quadrado foi desenvolvido”, de acordo com Au Kam San.
“A DSSOPT permitiu que as concessionárias deixassem os lotes desocupados sem que nada lhes fosse feito”, acusou. “Nenhum deles foi tratado, mesmo dez anos após prescrição da concessão dos terrenos e ainda se permitiu o aumento da altura dos projectos dos construtores nos lotes”, adiantou. A situação corrente, lamenta Au, dá azo para que “os proprietários dos terrenos lucrem na mesma sem um aumento de custo pelo atraso no começo das obras de tratamento do terreno”, considerou.

10 Nov 2015

Estudo sobre mecanismo de alerta de turismo chega no fim do ano

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, afirmou ontem que espera concluir em breve o estudo sobre a criação de um mecanismo de alerta de turismo, algo que existe já nas regiões vizinhas. 
Segundo o Jornal do Cidadão, Helena de Senna Fernandes foi questionada sobre a situação de urgência implementada nas Maldivas devido à agitação política, tendo já a cidade vizinha de Hong Kong emitido uma alerta amarelo sobre o turismo naquele país, mas o mesmo não se fez em Macau.
A directora afirmou que até ao momento não recebeu pedidos de ajuda de residentes de Macau que viajaram para as Maldivas, tendo recebido apenas três pedidos de informação sobre a situação, para compreender se era possível continuar a viajar para as ilhas. O organismo sugere que os cidadãos consultem as agências de viagem para qualquer dúvida.

Helena de Senna Fernandes
Helena de Senna Fernandes

Helena de Senna Fernandes avançou que ainda está a estudar a criação de um sistema de alerta de turismo. A proposta estará, segundo a directora, concluída até ao final do ano e seguirá para apreciação superior.
“Temos como referência o sistema de alerta de turismo de Hong Kong, das regiões vizinhas e do interior da China, depois fazemos um sistema apropriado à situação de Macau”, indicou. 
A responsável frisou ainda que uma alerta de turismo não é um sistema para que os residentes possam devolver os bilhetes de viagens, algo que só podem fazer através de seguros. Helena de Senna Fernandes disse ainda que já negociou com o sector de seguros sobre os critérios de avaliação de risco.   

10 Nov 2015