Deficiência | Críticas à falta de acessibilidade. Governo defende revisão

Macau não está preparado para os deficientes motores. As queixas são dos próprios portadores de deficiência que falam em barreiras que enfrentam diariamente. O território não é um espaço que aposta na integração e acessibilidade. Governo diz que vai rever condições

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]aquela que foi a primeira sessão de consulta pública sobre o Planeamento dos Serviços de Reabilitação da RAEM até 2025, que aconteceu sábado passado, muitos portadores de deficiência criticaram a falta de pontos com acessibilidade em Macau. Para estes residentes, o território não está a considerar esta classe de pessoas com necessidades diferentes. Por sua vez, o Governo reagiu com a promessa de uma revisão à situação denunciada.
Segundo o Jornal do Cidadão, a sessão serviu para auscultar opiniões dos próprios portadores de deficiência. Durante o encontro vários utilizadores de cadeiras de rodas criticaram as instalações pouco acessíveis do território. És-lhe difícil, apontaram, apanhar autocarros, ir aos bancos, ir a casas de banho de estabelecimentos públicos – e sobretudo as dos serviços do Governo.
Um residente presente, de apelido Kuok, exemplificou que “os utilizadores de cadeiras de rodas não conseguem usar a casa de banho do Centro de Saúde da Areia Preta”, problema que não é mencionado, nem como proposta a melhorar, no documento da consulta pública. O portador de deficiência motora explicou ainda que “uma parte dos autocarros de Macau têm as placas para ajudar a entrada e saída de cadeiras de rodas, mas por norma os condutores não ajudam os utilizadores a entrar nos autocarros”.
Kuok criticou ainda que na realidade os portadores de deficiência motora não conseguem apanhar autocarros. É preciso, apontou ainda, melhorar os passeios de Macau, portanto espera que o Governo melhore todas as condições do território.
Um outro participante da reunião, de apelido Fong, criticou o planeamento por este não considerar as verdadeiras necessidades dos utilizadores. “Só cria um ambiente com estruturas, mas não está preocupado com a necessidades reais dos portadores de deficiência, nem com o conceito de princípio de integração”, apontou.

Promessas futuras

Choi Sio Un, chefe do Departamento de Solidariedade Social do Instituto de Acção Social (IAS), respondeu que o Governo vai rever a situação da acessibilidade em Macau, a curto prazo. O representante espera concluir até ao próximo ano a elaboração das directrizes que vão regulamentar os pontos acessíveis nos espaços privados e públicos, para que possam ser implementados já em 2017 ou 2018. 
No que toca a autocarros, Lo Seng Chi, chefe do Departamento de Gestão da Direcção dos Serviços para Assuntos de Tráfego (DSAT), disse que o Governo está a pensar em criar uma esquema de marcação que pode punir as empresas de autocarros caso não ajudem os portadores de deficiência. Esta medida pretende, apontou, aumentar a qualidade de serviços prestados pelas companhias. O assessor principal do grupo interdepartamental deste planeamento, Kuok Kin Fun, sugeriu ainda que o Governo crie um cargo de “Responsável do departamento de acessibilidade”, que terá como funções coordenar as instalações de cultura, lazer, desporto e pontos turísticos.

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