Casinos | Setembro com quebra de 33% . Valor mais baixo desde 2010

[dropcap style=circle’]O[/dropcap]s casinos encerraram Setembro com receitas brutas de 17.133 milhões de patacas, uma queda de 33% face ao período homólogo de 2014 e o valor mais baixo dos últimos cinco anos. Dados oficiais da Direcção dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) indicam que, em termos acumulados, entre Janeiro e Setembro deste ano, as receitas brutas dos casinos totalizaram 176.015 milhões de patacas, ou seja, menos 36,2% relativamente aos primeiros nove meses do ano passado.
Desde Junho de 2014 que os lucros tem sofrido uma rota descendente, com Setembro a ser o 16.º mês consecutivo de quedas homólogas. O resultado do mês passado é também o pior em cinco anos, desde que, em Setembro de 2010, as receitas dos casinos atingiram 15.302 milhões de patacas.

SJM lidera

A Sociedade de Jogos de Macau (SJM) liderou o mercado ainda que com uma quota quase igual à de outros dois operadores, a Sands China e a Galaxy, noticiou ainda a TDM. A SJM, fundada pelo magnata Stanley Ho, foi responsável por 21% das receitas em Setembro, seguida pela Sands China, do norte-americano Sheldon Adelson, cuja quota de mercado representou também cerca de 21%. Já a Galaxy, de interesses de Hong Kong e liderada por Lui Che Woo, conseguiu 20,5% do mercado em Setembro.
Neste ‘ranking’, segue-se a Melco Crown (com cerca de 14,5% do mercado), que tem em Lawrence Ho, filho de Stanley Ho, um dos dois principais accionistas; a MGM China, dirigida por Pansy Ho, também filha de Stanley Ho (11%, aproximadamente) e a Wynn, do norte-americano Steve Wynn, com uma fatia de cerca de 10% do mercado.
As acções das seis operadoras de casinos fecharam sexta-feira na bolsa de Hong Kong no valor mais baixo do último ano, com a sessão a ficar marcada por perdas entre os 5,7% e os 9,34%. As acções da Sands China valiam no final da sessão 24,25 dólares de Hong Kong, menos 9,34% do que no dia anterior. Os títulos da Galaxy caíram 6,9%, para 19,86 dólares de Hong Kong, e os da MGM China desceram 8,9%, para 9,27 dólares de Hong Kong. A Wynn Resorts caiu 5,7%, para 8,87 dólares de Hong Kong e a Sociedade de Jogos de Macau desceu 6,8%, para 5,47 dólares de Hong Kong. A Melco Crown perdeu 8,68% do valor, para 9,57 dólares de Hong Kong.
A quebra contínua das receitas abaixo dos 18 mil milhões de patacas pode originar a implementação de novas medidas de austeridade, tal como previamente anunciado pelo Governo.

5 Out 2015

Turismo | Alexis Tam não quer mais vistos individuais

[dropcap style=circle’]O[/dropcap]Secretário para os Assuntos sociais e Cultura, Alexis Tam, considera que Macau ainda não tem condições para permitir a atribuição de vistos individuais a turistas de mais cidades chinesas do que as já autorizadas. Alexis Tam defende que tal medida não iria aumentar a qualidade do turismo aqui feito, mas apenas a quantidade de turistas.
Segundo o Jornal Ou Mun, Alexis Tam foi questionado acerca da queda no número de visitantes na RAEM e respondeu que um volume excessivo de pessoas nas ruas da cidade pode criar tráfego e influenciar a experiência turística em Macau, mas também o quotidiano de quem cá vive. O responsável afirmou que, pelo menos por enquanto, não tem condições para abrir as portas a outras cidades chinesas para a atribuição de vistos individuais.
“Tomando como referência um relatório entregue pelo Instituto de Formação Turística (IFT), o ideal é manter o número de visitantes no território entre os 89 e os 120 mil diários e os 31 e 32 milhões anuais. Vamos falar com o Governo Central para que os turistas da China não se concentrem todos em Macau só durante as semanas douradas”, disse Alexis Tam.
O responsável disse considerar a localização de Macau especial, com possibilidade dos visitantes entrarem e saírem das fronteiras durante 24 horas, mesmo não podendo pernoitar. Alexis Tam lembrou que o Governo prometeu diversificar os produtos turísticos, consolidar a promoção no estrangeiro e atrair mais visitantes de longa distância a visitarem Macau, exemplificando com turistas do norte da China.

Em mãos privadas

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) vai oferecer excursões para cativar os turistas a pernoitar, mas Kwan Tsui Hang não está do lado da DST, defendendo que o aumento do número de visitantes deve depender dos esforços do sector e não do Executivo. Ao Jornal do Cidadão, argumentou que Macau “é uma cidade capitalista”, o que determina que são as entidades privadas que têm que puxar pela melhoria do sector onde operam. Kwan considera que a queda de visitantes é ligeira e o sector consegue resolver sem a intromissão do Governo. Para a deputada, o que a DST deve fazer é tomar medidas no sentido de orientar o sector para uma melhoria dos seus serviços. 

5 Out 2015

Turismo | Parte de campus da UM vai ser Centro Global de Formação do IFT

A formação de quadros qualificados em turismo é uma das metas para o desenvolvimento de Macau como Centro Mundial de Lazer, frisou a semana passada Alexis Tam. Assim, o IFT vai ser incumbido de dirigir o novo Centro Global de Formação em Turismo, utilizando para isso partes do antigo campus da UM e contando com a ajuda da OMT

[dropcap style=circle’]M[/dropcap]acau vai criar o Centro Global para a Educação e Formação em Turismo, juntamente com a Organização Mundial de Turismo (OMT), e partes do antigo campus da Universidade de Macau (UM) na Ilha da Montanha vão servir para isso mesmo. O anúncio foi feito pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, que afirmou que vai ser o Instituto de Formação Turística (IFT) quem “irá assumir a grande missão”.
Assim, a biblioteca, as residências de docentes e funcionários e os dois laboratórios da Faculdade de Ciências e Tecnologia, no antigo campus da UM na Taipa, foram atribuídos ao IFT, instituto considerado como o ideal para levar a cabo a criação do Centro Global.
“O IFT tem conhecido um desenvolvimento estável desde a sua criação há vinte anos e apresenta uma qualidade de ensino elevada, tendo recebido o maior número de prémios do Sistema de Garantia de Qualidade da OMT das Nações Unidas e sido galardoado, por duas vezes, pela Pacific Asia Travel Association (PATA) com o prémio de ouro na educação e formação”, pode ler-se num comunicado que cita Alexis Tam. umac um
A criação do Centro Global inclui-se numa das ideias do Governo Central para transformar Macau num Centro Mundial de Turismo e Lazer, o qual requer que o Governo “além de se empenhar na optimização do ambiente turístico e no enriquecimento dos produtos turísticos, disponha de um centro de formação turística de excelência”.

Profissionais à altura

A dimensão do actual campus do IFT não é suficiente para que o instituto possa desempenhar o seu papel na formação de quadros altamente qualificados na área de turismo, afirma Alexis Tam, que acrescenta que, a meio deste mês, o Executivo vai celebrar um protocolo de cooperação com a OMT para a criação do Centro Global.
“Depois de ter um novo campus, o IFT passará a dispor de melhores instalações e equipamentos, os quais servirão para o Centro proceder à formação dos quadros altamente qualificados na área turística. Através da cooperação com a OMT, Macau vai conseguir atrair mais estudantes locais e internacionais, incluindo os quadros responsáveis pelos assuntos de turismo dos estados membros das Nações Unidas, proporcionando-lhes acções de formação em gestão turística, hoteleira, convenções de exposições, guias turísticos, gastronomia e ou até à prova de vinhos, o que pode contribuir, de forma significativa, para a melhoria da qualidade de formação turística em Macau”, indica o gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura.
As actuais residências de docentes de funcionários que pertenciam à UM vão passar a ser hotel destinado ao ensino e à formação turística, a fim de proporcionar mais oportunidades de estágio aos estudantes, alargar o plano de intercâmbio de estudantes internacionais e atrair a vinda de mais estudantes da Europa e das outras regiões.
Sobre o ensino no território, Alexis Tam frisou ainda que, acordo com dados, dentro de cinco anos o número de estudantes graduados do ensino secundário de Macau irá descer de cinco mil pessoas por ano para cerca de 3500. Cerca de metade irá prosseguir os seus estudos no ensino superior fora de Macau, o que faz com que o número de estudantes locais que ficam em Macau a frequentar cursos do ensino superior não chegue a dois mil. “Isto requer e exige, da parte do Governo, um planeamento e estudos adequados”, indica Tam.

5 Out 2015

Canídromo | Confirmada renovação de contrato. Vigília junta mais de cem

Sem surpresas, depois de um discurso de lamentos e do anúncio de um estudo que demora um ano, o Governo decidiu prolongar o contrato do Canídromo. Resta saber até quando vão durar as corridas que fizeram mais de uma centena juntar-se na semana passada a favor do seu fim

[dropcap style=circle’]U[/dropcap]m dia depois de uma vigília pelos galgos do Canídromo juntar mais de uma centena de pessoas e duas dezenas de cidades, o Governo anunciou que vai renovar o contrato de concessão da Yat Yuen, que explora estas corridas de apostas. O anúncio foi feito por Lionel Leong, Secretário para a Economia e Finanças, que não avançou um prazo para a prorrogação.
De acordo com o responsável, o prolongamento do contrato é apenas “temporário” e surge devido à necessidade de se realizar um estudo sobre o futuro do espaço. Estudo que vai começar este mês, apesar de ter sido anunciado há mais de meio ano.
“A tomada de decisão será fundamentada e o Governo contratou uma instituição independente para elaborar um estudo, que vai começar este mês, sendo depois submetido a uma análise interna, esperando-se que o resultado saia dentro de um ano. Assim, o Governo está a planear renovar temporariamente o contrato com o Canídromo”, disse Lionel Leong, à margem da celebração do Dia Nacional da China.
As condições contratuais actuais, que têm vindo a ser criticadas por associações de defesa de animais e pela comunidade em geral, “não vão sofrer alterações” e ainda “não existe uma decisão final sobre o prazo de renovação”.

Velas sem sucesso

Organizações de defesa dos direitos dos animais organizaram, no dia 30 de Setembro, vigílias em 26 cidades de diversos continentes para pedir o encerramento do Canídromo, onde todos os anos morrem centenas de cães. Por cá, a vigília mobilizou mais de cem pessoas, que a partir das 20h00 se reuniram em frente à Sede do Governo e exibiram cartazes e faixas criticando as corridas de galgos.
Segundo os organizadores do protesto em Macau, todos os anos mais de 300 galgos morrem ou são abatidos no Canídromo, que consideram ser “o pior” do mundo. Nenhum galgo “consegue sair vivo” do espaço, onde não existe um programa de adopção dos cães, como acontece noutros locais, como tem vindo a sublinhar Albano Martins, presidente da Anima – Sociedade Protetora dos Animais. canidromo
Os organizadores do protesto denunciam também as próprias condições e características do Canídromo, que causam ferimentos graves aos cães durante as corridas.
Albano Martins acrescentou que, no entanto, “o problema” não são apenas os cães e que há também a questão da própria “comunidade” que vive na zona – que tem “a maior densidade populacional do mundo” e onde não existem espaços comunitários, verdes e de lazer. Os organizadores da vigília pediam por isso ao Governo que ouvisse “a comunidade” em relação à renovação da concessão de exploração do Canídromo, que termina no final deste ano. Contudo, depois do Chefe do Executivo ter dito que discordava do encerramento do Canídromo “de um dia para o outro”, chega agora a certeza de que a Yat Yuen vai continuar com as corridas de apostas.

“Estudos” que atrasam

Para o Governo, o Canídromo “também precisa de tempo para lidar com os seus trabalhadores e os galgos” e, apesar de Albano Martins defender que o estudo tinha de ter sido feito antes – já que o Canídromo funciona há 50 anos -, o Governo diz que este documento vai ajudar a perceber a necessidade do espaço.
“A decisão do Governo vai ponderar se a existência do Canídromo beneficia o centro mundial de turismo e lazer e a diversificação do sector de Jogo e terá ainda em conta as opiniões dos habitantes e comerciantes nas imediações do mesmo”, frisou Lionel Leong.
Deputados e habitantes da zona pedem o encerramento do local. Os primeiros devido à falta de espaço de lazer e habitação no espaço e os segundos porque se queixam do cheiro e dos barulhos de uma actividade que tem vindo a perder dinheiro consecutivamente.
Albano Martins criticou ainda a entidade “ligada ao jogo” a quem foi encomendado o estudo, da Universidade de Macau, por considerar que não é isenta e lamentou que o Governo continue “a ter na cabeça” que a diversificação da economia se faz dentro do jogo.
Austrália, Estados Unidos da América, Espanha, França, Itália, Bélgica e Reino Unido juntaram-se a Macau pelo encerramento do Canídromo.

5 Out 2015

Terrenos | Nenhum lote ainda recuperado. Pearl Horizon em análise

Ainda nenhum dos terrenos que deveria ter sido recuperado pelo Governo o foi e agora o Executivo tem ainda o caso do Pearl Horizon em mãos: os deputados querem-no de volta, o Governo ainda está a analisar a situação

[dropcap style=circle’]N[/dropcap]enhum dos terrenos cuja concessão caducou por ter expirado o prazo de aproveitamento foi ainda recuperado pelo Governo. O esclarecimento foi dado pelo Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, na quinta-feira passada, e surge numa altura em que o Governo tem ainda em mãos outro problema: o lote do Pearl Horizon, na zona norte.
De acordo com Raimundo do Rosário, está tudo a correr dentro dos trâmites normais, ainda que até este momento “nenhum terreno tenha sido reavido”, disse à TDM. “Há um conjunto de terrenos que estão em fase judicial ou em processo. Nenhum terreno ainda voltou à posse da RAEM”, afirmou.
Em causa estão 18 terrenos que deveriam ter sido aproveitados, mas que, findo o prazo para tal, não tiveram qualquer desenvolvimento. Em situação mais ou menos semelhante – ainda que não esteja na lista dos recuperados – está o terreno do empreendimento Pearl Horizon, da Polytec, que deveria ter sido concluído este ano, mas que o construtor diz só conseguir acabar em 2018. O HM tentou, na semana passada, saber junto do Governo se vai haver prorrogação do prazo de aproveitamento, mas até agora não foi possível obter resposta. Entretanto, os deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San defendem que esta não deveria acontecer.
Os dois democratas consideram que o Pearl Horizon perdeu o tempo devido para a utilização do terreno e deve acatar com toda a responsabilidade da não conclusão dos projectos. Em declarações ao Jornal do Cidadão, Ng Kuok Cheong disse considerar que existem investidores que acham que “por ter relações próxima com os funcionários do Governo”, podem manter o hábito de não cumprir as leis desde a altura da governação portuguesa.
Para Au Kam San, os investidores que não conseguem desenvolver o terreno depois de 25 anos de concessão, deveriam ser obrigados a devolver os lotes, independente do estado do terreno, assumindo eventuais responsabilidades. O deputado democrata apela ao Governo que atente à lei e pede que haja uma revisão em breve, de forma a que não se possa renovar concessões, incluindo a do Polytec.

Manifestação e contras

Raimundo do Rosário foi peremptório quando questionado pela comunicação social: de acordo com a Lei de Terras não há possibilidade de renovação aquando do termo da concessão por arrendamento de um terreno. Contudo, o Secretário aparece citado num comunicado indicando que são os pequenos proprietários quem mais sai prejudicado caso não haja renovação da concessão do Pearl Horizon. Isto porque centenas de fracções foram já compradas antes de estarem concluídas.
“[O Secretário] garantiu que o Governo acompanha de perto esta questão e prometeu que os serviços competentes e juristas vão analisar o caso em matéria legal”, pode ler-se em comunicado.
Segundo o Jornal Ou Mun, os proprietários do Pearl Horizon recolheram assinaturas na semana passada para serem entregues na terça-feira na Sede do Governo e planeiam realizar uma manifestação no sábado.
Num encontro realizado pela Aliança do Povo de Instituição de Macau, o advogado Mak Heng Ip explicou que existem artigos na Lei de Terras apontando que, caso a culpa do atraso das obras não seja do investidor e as razões sejam aceites pelo Governo, o período de utilização de terreno pode ser prolongado. No entanto, Mak Heng Ip defende que é necessário esclarecer a culpa da não conclusão do projecto: é que, diz, se existirem razões que mostrem que a culpa é do investidor, então o Governo poderá terminar o contrato.
Au Kam San sugere que o Governo recupere o terreno no final do ano e abra um concurso público novo.

CCAC | Resultados em Novembro

O Comissário contra a Corrupção, André Cheong, prevê que venha a ser publicada em Novembro a conclusão sobre a investigação dos 16 terrenos cuja caducidade já não pode ser declarada nula. O comissário disse ainda que a investigação sobre os lotes da Iec Long, na Taipa, será apenas concluída no próximo ano. O Governo retirou 16 terrenos da lista dos 48 que deveriam ser recuperados devido ao não aproveitamento ou caducidade da concessão e o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, entregou o caso ao CCAC em Julho passado. Quanto à investigação do caso da troca do terrenos da antiga Fábrica de Panchões Iec Long pelos terrenos onde estão os empreendimentos One Central, Mandarim Oriental e MGM, André Cheong afirmou que o assunto é mais complicado, pelo que a investigação poderá estar concluída apenas no início do próximo ano.
 

5 Out 2015

Reciclagem | Greve sem data para acabar

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]omeçou no sábado a greve da Associação de Confraternização de Reciclagem de Materiais Ecológicos de Macau e não tem data para acabar. Papéis, ferros e outros materiais não estão a ser reciclados, o que faz com que a Companhia de Sistemas de Resíduos (CSR) esteja a recolher mais de 20 toneladas de lixo por dia sem que vá para a reciclagem.
A Associação diz não estar satisfeita com a resposta dada pelo Governo e frisa que, caso não tome medidas mais concretas, a greve não vai ter data limite para acabar.
Segundo o Jornal do Cidadão, 150 entidades que se responsabilizam pela reciclagem da Associação onde trabalham mais de 1100 pessoas começaram a fazer greve no sábado passado. O presidente, Chan Man Lin, afirmou que estes tratavam de 500 toneladas de resíduos por dia, mas a greve teve de ser posta em prática pela dificuldade da Associação em arrendar terrenos e por causa do envelhecimento das máquinas.
“Comparado com Hong Kong e o estrangeiro, há apoios e terrenos para apoiar o nosso sector. Em Macau, já nos queixamos há vários anos ao Governo, mas este está sempre a adiar uma resposta concreta.”
A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) afirmou ao canal chinês da Rádio Macau que dá atenção à greve e frisou que vai manter a comunicação próxima com o sector, estudando ainda as medidas de apoio tomadas nas regiões vizinhas.  lixo
O Chefe do Executivo, Chui Sai On, disse ontem que, apesar das empresas de reciclagem pretenderem parar as suas actividades, as autoridades irão garantir o funcionamento normal da cidade assim como a respectiva limpeza ambiental.
No entanto, o presidente da Associação criticou a resposta do Governo afirmando que é “vaga de mais” e avançou ainda que o armazém onde estão a ser actualmente guardados os resíduos precisa de ser entregue ao proprietário em Novembro.

Quem ajuda?

“A dificuldade que nós enfrentamos não é fácil de resolver pelo sector sozinho, é necessário um ponto de recolha de materiais de reciclagem com uma área equivalente a vários campos de futebol para tratar os materiais recolhidos, e o espaço deve ainda ficar longe das habitações.” 
Vários idosos responsáveis pela recolha dos materiais recicláveis entrevistados pelo mesmo jornal não sabiam da greve da Associação e continuaram a recolher papéis e cartão, tendo que colocar os materiais recolhidos à porta dos locais de reciclagem que se encontravam fechados. Estes não ganharam também qualquer remuneração pela recolha.
Segundo o canal chinês da TDM, as caixas de papel abandonadas ocuparam lugares de estacionamento ao lado dos caixotes de lixo de grande dimensão e os vendedores de fruta queixaram-se da quantidade de lixo ser enorme, sem os trabalhos de recolha.
Já no primeiro dia da greve, a CSR recolheu mais de 20 toneladas de lixo de materiais de reciclagem. A Associação espera que o Governo arrende uns terrenos onde se possa fazer a reciclagem de materiais e vai continuar a greve sem prazo fixo para terminar até o Governo tomar medidas para apoiar o sector.

29 Set 2015

Acreditação | DSSOPT com acções de formação aos fins-de-semana

As acções de formação no âmbito da acreditação para engenheiros e arquitectos deverão ser realizadas aos fins-de-semana, depois de um profissional da área se ter queixado da pouca flexibilidade do calendário

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) irá programar acções de formação ao fim-de-semana para os profissionais de engenharia e arquitectura que queiram obter a sua acreditação, no âmbito do novo Regime de Qualificações nos Domínios da Construção Urbana e do Urbanismo.
A confirmação foi dada ao HM via e-mail, depois do HM ter recebido uma carta de um profissional da área que se queixava da pouca flexibilidade dos horários em que irão decorrer as acções de formação.
“A DSSOPT está ainda a planear a realização das aludidas acções de formação especial nos fins-de-semana de modo a fazer face às necessidades específicas dos profissionais desta área”, confirmou a entidade, sem adiantar mais pormenores quanto às datas e horários dessas sessões.

Dificuldades de calendário

Na carta enviada ao HM, o profissional de engenharia, que não quis ser identificado, mostrou o descontentamento quanto ao calendário proposto pelo Executivo.
“Depois de consultar o documento com as informações sobre as acções de formação fiquei a saber que estas têm dois dias de duração e serão ministradas em horário laboral durante a semana. Por cada dia, o turno da manhã e da tarde juntos somam 5h15 de formação, o que é uma perda de tempo, porque um dia pode ter muito mais produtividade do que isto (…). Mas o problema que ponho é como é que vou pedir férias para receber esta formação? Porque é que não fornecem estes cursos em horário pós-laboral ou ao fim-de-semana?”, questionou.
No caso deste profissional, registado na DSSOPT há menos de um ano, colocam-se dificuldades no pedido dessas mesmas férias. “Só estou a trabalhar em Macau há menos de um ano, o que implica que ainda não tenho o ‘à vontade’ para pedir férias ao meu patrão. Quando tiver, só vou estar autorizado a pedir seis dias de férias por cada ano de serviço. Para frequentar este curso tenho de abdicar de um terço das minhas férias e tenho de fazer má figura em relação ao meu patrão”, adiantou o profissional.
As queixas em relação à postura da DSSOPT quanto a esta matéria continuam. “Não tenho problema nenhum em abdicar dos meus fins de dia de descanso para frequentar um curso. Mas se o Governo me obriga a pedir dois dias de folga para fazer um curso que não tem interesse para a empresa onde eu trabalho, talvez pense que se calhar é mais interessante empenhar-me em manter o emprego do que pedir folgas e gastar três mil patacas anualmente para estar registado num órgão do Governo que até agora ainda só serviu para dar estas chatices”, defendeu.
Apesar da frequência dos cursos ser gratuita, tal não representa um factor a favor. “É verdade que os cursos são grátis, mas ao ter de perder dois dias de férias não pagas perde-se muito dinheiro, provavelmente mais do que o que se pagaria por um curso desses. Pode-se até perder o emprego, porque estou no período experimental (primeiros três meses) e, de acordo com a lei, caso o meu patrão entenda, pode despedir-me sem qualquer pré-aviso. Esta comodidade dos trabalhadores da DSSOPT sai cara aos trabalhadores do sector privado.”
O HM tentou contactar outros profissionais do sector com as mesmas queixas, mas até ao fecho desta edição não foi possível. As primeiras acções de formação no âmbito do novo regime de acreditação decorreram entre os dias 17 e 17 de Setembro, estando planeadas novas sessões para entre 14 e 15 de Outubro e ainda 11, 12, 25 e 26 de Novembro. Segundo a DSSOPT, “desde a divulgação da sua realização foi bastante grande a adesão das candidaturas”.

29 Set 2015

IC vai contratar especialistas para avaliar Hotel Estoril

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s obras de renovação do antigo Hotel Estoril poderão demorar mais tempo do que o esperado. A garantia foi dada pelo gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, que confirmou a contratação de especialistas para uma futura avaliação do edifício.
“O Instituto Cultural (IC) vai contratar especialistas para efectuarem os trabalhos de avaliação do hotel e é expectável que o início do processo de avaliação vá atrasar o andamento do projecto”, pode ler-se num comunicado. “O projecto será implementado se merecer a concordância da maioria da população mesmo após o processo de avaliação do hotel. Contudo, as obras não vão terminar em um ou dois anos, sobretudo devido à demora na construção de um auto-silo de vários andares que possa facultar cerca de mil lugares de estacionamento, que poderá estender-se por alguns anos”, avança ainda o comunicado.
A notícia foi divulgada no âmbito de uma conversa telefónica, via Rádio Macau, que o Secretário teve com os ouvintes sobre o assunto. Na mesma ocasião ficou reiterada a protecção do painel de azulejos, como já tinha sido prometido anteriormente. “A opinião predominante veio indicar a possibilidade da manutenção e transferência do mesmo para outro local, algo que o Secretário considera uma sugestão muito boa, já que o Governo não tem a intenção de destruir o painel de azulejos”, refere o comunicado, que deixa ainda bem claro que a preservação não será o caminho a seguir.
“Alguns cidadãos e uma minoria de associações defendem a preservação de todo o edifício do antigo Hotel Estoril. Nesse caso, não seria possível construir nem o Conservatório de Macau, nem auditórios, na medida em que estes exigem uma nova estrutura arquitectónica adequada para albergar esses espaços, pelo que é necessária uma reconstrução.”

29 Set 2015

CTM rejeita “truques” sobre utilização de rede com Mtel

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]rimeiro foi a Direcção dos Serviços de Regulamentação de Telecomunicações (DSRT) a garantir que não existem problemas na interligação da Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) e da Mtel. Depois foi a segunda empresa a falar publicamente de dificuldades na ligação à internet, incluindo de serviços públicos e entidades bancárias, por não existir interligação com a rede utilizada pela CTM.
Agora, Vandy Poon, director-executivo da CTM, garantiu ao jornal Cheng Pou que não existem quaisquer problemas de ligação. “A CTM tem correspondido à vontade do Governo sobre a existência de um mercado livre, nunca fizemos truques”, frisou, adiantando que “a CTM não permite que todas as pessoas se possam ligar à rede” e que a empresa tem a responsabilidade de assegurar a segurança da rede”.
O director-executivo da CTM defende que a ligação da rede nunca foi alterada sem conhecimento da Mtel e Vandy Poon apontou ainda que a Mtel nunca disponibilizou informações da sua rede para o pedido de interligação, algo que considera ser “misterioso” e sem “especificações”. Apesar de tudo, Vandy Poon concorda com a intervenção da DSRT, mas frisou que se trata de uma pequena questão e que as duas partes podem negociar.
“Em princípio a interligação é uma libertação ou troca mútua de recursos”, rematou.
Recorde-se que a Mtel disse não conseguir providenciar ligações pelo facto da CTM não lhe disponibilizar ligação à sua rede, a única existente em Macau.

Problema no cabo afecta serviços

A CTM viu os seus serviços serem afectados no dia 24 por problemas no cabo submarino que fornece ligação ao território. De acordo com um comunicado da empresa, houve uma “performance anormal” no cabo da região Ásia-Pacífico, que levou a que os serviços de telecomunicações não funcionassem bem em Macau, Hong Kong, Singapura, Vietname e Filipinas. A empresa diz ter tomado medidas de urgência, ainda que admita que a ligação à internet tenha sido afectada.

29 Set 2015

Patrão da Galaxy lança prémio internacional de 60 milhões de HKD

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]magnata dos casinos Lui Che Woo lançou na quinta-feira em Hong Kong um prémio internacional de cerca de 7,75 milhões de dólares norte-americanos para distinguir quem torna o mundo um sítio melhor e mais sustentável.
Com o valor de 60 milhões de dólares de Hong Kong, o “Prémio Che Woo Lui – Civilização Mundial” foi apresentado como o primeiro do género a nível mundial, por fazer um apelo global para um futuro sustentável, melhoria no bem-estar social humano e promoção da energia positiva. Cada uma destas três áreas terá um prémio anual de 20 milhões de dólares de Hong Kong.
O montante é superior ao do Prémio Nobel e Prémio Shaw, criado em 2002 pelo magnata da indústria cinematográfica Run Run Shaw, refere o jornal South China Morning Post (SCMP).
“Acredito que além da tecnologia, devemos enaltecer o ecossistema, a civilização e o respeito pelos outros”, disse Lui Che-woo, de 86 anos. “Espero que a geração [mais nova] possa gradualmente perceber como [pôr de parte] as diferenças e apreciar o mundo”, acrescentou.
Os primeiros vencedores vão ser escolhidos no próximo ano, altura em que o foco na categoria de desenvolvimento sustentável do mundo será a segurança no fornecimento da cadeia alimentar.
Já a categoria de melhoria de bem-estar social da humanidade estará centrada no tratamento e controlo de epidemiais, doenças infecciosas e doenças crónicas.
A última categoria – promoção de uma atitude positive em relação à vida – vai centrar-se em “indivíduos ou organizações cujos feitos inspiram e dão esperança a outros”.
Além de Lui Che Woo, o conselho do prémio inclui “nomes de peso” como o antigo chefe do Executivo de Hong Kong Tung Chee-hwa, a antiga secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice – que marcou presença na apresentação em Hong Kong – e o antigo presidente do Banco Mundial James Wolfensohn.
Lui Che Woo é o presidente do K Wah Group e fundador do Galaxy Entertainment Group, com presença em Macau.

Recuperação a dois anos, diz Lui Chee-woo

O magnata do jogo Lui Chee-Woo defende que o mercado do jogo, em queda desde Junho de 2014, estabilizou. Lui Chee-woo, em entrevista à BBC, afirmou que a situação está agora mais calma, mostrando-se optimista que a recuperação possa acontecer dentro de um a dois anos, cita a rádio Macau. Lui Chee-woo considera ainda que o abrandamento da economia chinesa vai permitir ao país seguir numa “nova direcção”. Para o empresário, na última década, a expansão da economia chinesa aconteceu de uma forma extremamente rápida e teve, agora, de abrandar.

29 Set 2015

Associação do Kiang Wu | Reconstrução de prédio vale 200 milhões

A Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu vai poder construi um prédio no Patane de habitação e comércio que vai gerar lucros de 200 milhões de patacas à organização, liderada pelo deputado Fong Chi Keong. Os moradores actuais queixam-se de um caso que nem foi discutido no seio do CPU

[dropcap style=’circle’]U[/dropcapm despacho do Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, determinou que um terreno na Rua da Ribeira do Patane poderá receber um edifício com 18 pisos destinados à habitação, comércio e estacionamento, mediante um pagamento de cerca de 41 milhões de patacas. O concessionário do terreno é a Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu, que vai conseguir ganhar 200 milhões com o novo prédio. Neste momento o terreno detém um prédio baixo e velho, onde se encontram um café antigo e três lojas de materiais de construção e uma galeria de arte. O problema é que os inquilinos queixam-se do facto do novo prédio não ser feito em nome da beneficência e nem ter sido discutido no seio do Conselho do Planeamento Urbanístico.
À MASTV, a senhora Leong, dona do café antigo com o nome Leong Cho Kei, afirmou que já recebeu avisos do proprietário da loja para a saída do espaço no final do próximo ano. A senhora referiu que o café tem 60 anos de uma história que começou com os seus progenitores, mas que com o fim do negócio não pode fazer nada.
Noutra loja, o dono da galeria de arte, de apelido Chao, queixou-se também das obras serem irracionais. “Se a associação retirasse o terreno para objectivo de beneficência, seria aceitável. Mas a reconstrução é para um prédio de luxo, não é aceitável”, afirmou.
De acordo com a Lei de Planeamento Urbanístico, todas as revisões de concessão de terreno público devem ser discutidas pelo Conselho de Planeamento Urbanístico (CPU). No entanto, segundo o despacho, a Associação submeteu o projecto em Setembro do ano passado à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) e este foi aprovado sem a discussão no CPU.
A DSSOPT respondeu ao mesmo canal de televisão que, como o projecto já obteve em 2013 uma planta de condições urbanísticos com período de um ano, não seria necessária a discussão novamente pelo Conselho.

Tudo dentro da lei

O presidente da Associação, Fong Chi Keong, frisou ao Jornal do Cidadão que todo o plano da reconstrução do prédio está de acordo com as leis, defendendo que o projecto é racional.
“O prédio já tem 70 a 80 anos, está em risco, deve ser desenvolvido novamente”, afirmou o também deputado nomeado, frisando que já avisou os inquilinos com seis meses de antecedência e defendendo que estes que devem fazer tudo de acordo com os contratos.
Fong Chi Keong frisou que não vai ser construído um edifício de luxo, mas sim fracções de T1 e T2. O deputado prevê um lucro líquido de 200 milhões de patacas com o novo edifício.

29 Set 2015

Jogo | Grupo Neptuno pondera abandonar Macau

O Grupo Neptuno anunciou, num recente relatório, a sua intenção de abandonar o mercado VIP de Macau caso as receitas continuem a descer drasticamente. A culpa, dizem, é da campanha anti-corrupção da China e da desvalorização do yuan

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Grupo Neptuno, que detém várias salas VIP em casinos do território, está a ponderar abandonar o mercado local devido à queda de lucros anuais. A intenção já tinha sido referida anteriormente, mas agora foi feita num anúncio à Bolsa de Hong Kong.
“O Grupo pode optar por não prolongar a sua presença na indústria VIP do Jogo em Macau se a situação não melhorar nos próximos anos (…). A administração enfrenta preocupações graves ao tentar manter um cash flow saudável que possibilite a exploração de outras oportunidades de negócio”, explica a empresa no seu mais recente relatório.
De acordo com a administração, o Grupo Neptuno sofreu um golpe nas receitas de quase 50%. As receitas de Junho de 2014 cifraram-se nos 710,3 milhões de patacas. Este ano e contas feitas, o grupo ficou-se pelos 473,5 milhões.
O documento, que indica os lucros, despesas e prejuízo até Junho passado, destaca que este foi o pior ano desde 2010. “O Grupo poderá considerar a entrada no mercado do empréstimo de dinheiro no sentido de utilizar os recursos financeiros do Grupo de forma efectiva e diversificar a fonte de receitas”, adiantam.
A Neptuno detém salas em vários casinos de Macau, mas tem visto várias das salas a encerraram, bem como mesas. De acordo com os números, foram 27 mesas que o Grupo perdeu só este ano, valor que representa uma queda significativa em termos anuais. “Falando dos nossos investimento nos cinco casinos, os junkets também já diminuíram o seu valor de negócios no Venetian, no Sands Macau, no Grand Lisboa e no Galaxy”, acrescenta o Grupo Neptuno. Inicialmente, detinha um total de 62 mesas.

Campanha que assusta

A campanha anti-corrupção levada a cabo pelo Presidente chinês Xi Jinping é um dos pontos apontados pelo Grupo como causa para estes valores. Isto, a juntar à crise da bolsa chinesa, faz com que o Neptuno assuma uma posição proteccionista relativamente aos próximos passos a dar dentro deste mercado.
“Este ano, as condições do mercado em Macau continuaram a ser desafiantes, em especial quando o impacto das medidas anti-corrupção e as condições de suavização da macroeconomia na China surgiram a partir da segunda metade deste ano financeiro”, explica a administração. Como consequência, dizem, o mercado VIP da empresa “sofreu com a situação macro de tudo isto, fazendo com que todos os investimentos deste ano descessem” abruptamente.
“Os lucros desceram e pensámos que conseguíamos lidar com este ciclo vicioso que tem vindo a devastar a indústria do mercado VIP (…). A desvalorização do yuan e o reajustamento dos movimentos financeiros do Governo vieram agravar as preocupações da indústria”, justifica o Grupo no documento.
Adiante, explicam que caso sejam adoptadas medidas mais restritivas neste mercado, é possível que um impacto negativo no volume de receitas VIP seja “inevitável” devido ao crescente encerramento de salas junkets. “Devemos ter uma atitude simultaneamente céptica e prudente relativamente ao desenvolvimento da indústria do Jogo de Macau neste caminho de recuperação, quando novos casinos inaugurarem em 2016 e as restrições à entrada de cidadãos chineses forem suavizadas”, afirmam.

29 Set 2015

Canídromo | Chui Sai On diz que estudo “vai demorar um ano”

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo já disse que o Canídromo não pode fechar de um dia para o outro e, por isso, a concessão com a Companhia de Corridas de Galgos de Macau (Yat Yuen) poderá ser renovada, mas com um prazo mais curto. A notícia foi avançada pelo Jornal Tribuna de Macau na sua edição de sexta-feira, que citava uma fonte próxima do processo, mas parece agora confirmada pelo Chefe do Executivo. Num comunicado, onde fica a saber-se que foi a Universidade de Macau a instituição encarregue de levar a cabo o estudo recentemente anunciado pelo Executivo, o líder do Governo fala no prazo de um ano para que o relatório seja feito.
“O Governo encarregou o Instituto de Estudo para o Jogo Comercial da Universidade de Macau de analisar o funcionamento ou não do Canídromo e apresentar o respectivo estudo dentro de um ano”, pode ler-se num comunicado que cita o Chefe do Executivo. galgos anima
Segundo a fonte contactada pelo JTM, “a concessão do Canídromo será renovada, mas desta vez por curto tempo”, até 2016. A ANIMA já veio pedir, por diversas vezes, o encerramento do Canídromo por constituir uma violação aos direitos dos galgos, mas Chui Sai On já deixou claro que isso irá demorar a acontecer.
“As corridas de galgos são uma componente que caracteriza a diversidade da indústria do jogo. A indústria do jogo foi sempre a principal de Macau e as corridas de galgos têm a sua história. Portanto, não é de um dia para o outro que vamos suspender as corridas de galgos, porque isso também não é justo”, frisou.
No comunicado de ontem, Chui Sai On diz que o estudo vai ainda ter em conta a “adequabilidade do desenvolvimento da região envolvente ao Canídromo, a ponderação da prioridade do uso do local e a viabilidade da junção do Canídromo com o Macau Jockey Club”.
O HM tentou confirmar junto do Executivo se já há mesmo decisão final, mas não foi possível obter resposta devido ao feriado.

29 Set 2015

Hotel Estoril | Alexis Tam frisa que reaproveitamento corre dentro dos conformes

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]processo de reaproveitamento do Hotel Estoril tem sido transparente desde o início, defende o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, ao canal chinês da Rádio Macau. As declarações tiveram origem num telefonema que o próprio líder fez para o programa Macau Talk, onde afirmou que todo as alternativas foram debatidas publicamente e contaram com a participação da população. Alexis Tam lembrou ainda que o caso foi bastante discutido na comunicação social local e lamentou que alguns internautas o tenham atacado sobre o processo de reaproveitamento daquele edifício. hotel estoril
De acordo com os dados do Secretário, 120 dos inquiridos durante a consulta pública quer dar início ao processo de avaliação para que este possa ser classificado enquanto património. Foi nesta nota que voltou a frisar a necessidade de ouvir as opiniões da população, insistindo na ideia de que será feita a vontade da sociedade, independentemente desta ser o reaproveitamento. O Governo irá, sublinhou, fazer tudo para preservar a obra arquitectónica.
O activista Sou Ka Hou enviou a Alexis Tam uma carta, no sentido de chamar a atenção do Secretário para a consideração de que a posição do Governo sempre esteve tomada, mesmo antes da população ser ouvida. Para fundamentar a sua acusação, Sou Ka Hou perguntou ao Secretário porque revelou a sua opinião sobre o destino do antigo hotel antes da auscultação encerrar.

28 Set 2015

SS | Distribuídos 24,5 milhões. Mais de 30 grávidas com rastreios gratuitos

Os SS gastaram, no segundo trimestre deste ano, mais de 20 milhões de patacas na atribuição de subsídios a associações locais no âmbito da saúde. Entre esta despesa, estão 27,5 mil patacas destinadas à realização de exames de diagnóstico do Síndrome de Down para grávidas residentes, que não conseguiram ser feitos no público

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) distribuíram 24,5 milhões de patacas por várias associações locais no âmbito da saúde. A lista de subsídios atribuídos foi publicada em Boletim Oficial esta quarta-feira e mostra que ao Hospital Kiang Wu foram atribuídas 275 mil patacas na forma de apoio financeiro para a prestação do serviço de análise laboratorial do cancro cervical em mulheres.
Só a Federação das Associações de Operários de Macau (FAOM) teve direito a 11,31 milhões de patacas em subsídios para apoio financeiro à Clínica dos Operários. A Associação de Beneficência Tung Sin Tong voltou a arrecadar uma soma elevada de 5,8 milhões de patacas para consultas infantis e de estomatologia. Também a Associação de Estudantes do Instituto de Enfermagem Kiang Wu de Macau teve direito a 11,9 mil patacas para as suas actividades. Este ano, os cuidados de saúde relacionados com a SIDA tiveram uma grande ajuda do Governo, tendo este despendido um montante total de 669,2 mil patacas para um “projecto educativo sobre a SIDA”, que teve lugar em 2014. A Cruz Vermelha conseguiu cerca de um milhão para o transporte de doentes, com a Associação Nova Juventude Chinesa de Macau a arrecadar montante semelhante.

Gravidez assegurada

Outro dos abonos com significativa expressão foi aquele atribuído às clínicas e hospitais de associações privadas destinado a financiar o rastreio do Síndrome de Down em mulheres grávidas. O Executivo gastou um total de 27,5 mil patacas nos actividades de rastreio a 31 mulheres. Este plano foi anunciado em Janeiro deste ano pelos SS, notícia que surgiu depois de várias pré-mamãs se terem queixado da inexistência deste teste gratuito. De acordo com o manual de cuidados das grávidas do organismo estatal, está em causa a oferta de um exame entre as 10 e as 14 semanas de gestação. Estes exames foram complementados com um teste ao sangue entre as 15 e as 20 semanas, tudo no sentido de perceber se o feto sofre alguma deficiência.
“Ambos os exames têm uma taxa de fiabilidade de 70% para o diagnóstico do Síndrome de Down e quando feitos conjuntamente, podem aumentar esta percentagem até aos 86%”, disse o director do Hospital Conde S. Januário, Chan Wai Sin, à data da implementação desta medida. “Ambos serão fornecidos a mulheres grávidas até aos 35 anos e, para mães mais velhas, lançámos um serviço de teste de ADN como alternativa, uma vez que tem uma taxa de fiabilidade ainda maior”, destacou.

28 Set 2015

Tabaco | Proibição total só afecta receitas de Jogo em 5%, dizem SS

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) defenderam que a implementação da proibição total de fumar nos casinos influencia negativamente as receitas do Jogo em apenas 4,6%. A medida pode ainda atrair a massa de clientela não fumadora e melhorar o número de turistas, frisam.
Numa resposta a uma interpelação escrita de Si Ka Lon, onde o deputado pediu que o Governo fornecesse números e uma justificação sobre como é que a proibição de fumo nos casinos não prejudica as receitas do Jogo, o director dos SS, Lei Chin Ion, citou dados de uma avaliação preliminar da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), que sublinha que cerca de 23% do número total de visitantes são fumadores, sendo que 30 a 50% destes fumam enquanto apostam. O mesmo relatório determina que o consumo dos jogadores fumadores é o dobro do dos não fumadores. A avaliação estima que quando 20% dos jogadores fumadores não jogam em Macau, o impacto nas receitas fica-se entre os 2,76% e os 4,6%. tabaco fumo
Lei Chin Ion  avança que, num inquérito feito a turistas sobre as medidas de controlo de tabaco nos casinos, realizado pelos SS em Dezembro do ano passado, apenas 13,6% dos turistas fumadores deixaram de ir a casinos da região devido à proibição imposta. O director considera que a implementação da medida pode vir a diminuir a vontade dos jogadores fumadores cá virem, mas poderá ajudar a atrair mais clientes não fumadores, melhorando a proporção no número de visitantes. O mesmo responsável espera realizar a meta final da proibição total de tabaco para concretizar uma cidade saudável sem fumo.
 

28 Set 2015

Advogados de HK querem “ajudar” Ng Lap Seng

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m advogado de Hong Kong telefonou ontem ao HM procurando contactos para conseguir ajudar Ng Lap Seng, empresário de Macau detido nos EUA por levar para o país grandes montantes de dinheiro de forma alegadamente ilegal. Ng Lap Seng – membro do Conselho Eleitoral do Chefe do Executivo e delegado de Macau na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês – foi preso sábado e não lhe foi concedida a saída sob fiança.
Nick Chan, advogado em Hong Kong, ligou para o HM com objectivo de contactar amigos ou familiares de Ng Lap Seng. O homem diz não estar sozinho: “há mais de mil advogados na cidade vizinha à espera para ajudar o empresário”, frisou ao HM. Chan assegura ter trabalhado há vários para o empresário, também nos EUA, mas disse que não tinha conseguido contacto desta vez para o “conseguir ajudar”. Daí ter começado a contactar órgãos de comunicação social do território, entre os quais o HM.
“Ng Lap Seng está preso e não tem grande hipótese de contactar advogados. Ele ainda não foi condenado, é considerado inocente, mas os Estados Unidos não permitem que ele encontre advogados. Portanto esperamos contactar pessoas próximas de Ng e ajudar no caso”, frisou.
A situação é, no mínimo, caricata, uma vez que, de acordo com a agência Reuters – que avançou a notícia da detenção – Ng Lap Seng tem como advogado Kevin Tung, que tem respondido aos média em nome do empresário.

Sem fiança

E foi precisamente Kevin Tung, segundo a Reuters, que disse que a detenção de Ng tinha sido “um mal entendido por ele vir de uma cultura diferente”. Evocando a função que o empresário tem no Conselho que escolhe o líder do Governo, que o advogado disse ser “semelhante a um senador ou congressista”, Tung disse que “o facto dele ser rico não significa que seja um criminoso”. O advogado foi mais longe. “Há uma diferença cultural que leva a que as pessoas não compreendam que quando vêm para este país [EUA] com muito dinheiro pode haver problemas.”
O empresário não conseguiu sair sob fiança e a justificação foi simples. “Ele tem diferentes recursos, fundos significantes, inúmeros aviões e passaportes e é cidadão de diversos países que não cooperam com os EUA, caso quisesse fugir e radicar-se nesses países. Não acredito que haja condições para que possa ficar descansada de que ele ficará no país a enfrentar as acusações”, disse a parte da acusação, através da advogada Janis Echenberg.
Ainda assim, o tribunal disse que iria considerar soltar Ng Lap Seng sob o pagamento de um milhão de dólares americanos, sendo que o Ministério Público tem até hoje para analisar a petição.

Assistente fala em “actividades ilegais”

Entretanto, sob interrogação, o assistente tido como o braço direito de Ng Lap Seng, o jovem de 29 anos Jeff Yin, admitiu aos investigadores que “estaria a transferir dinheiro em nome de Ng Lap Seng para pagar a pessoas por coisas ilegais, entre outras”, avança a Reuters, citando Daniel Richenthal, advogado assistente no processo. A acusação indica que Ng conseguiu transferir para o país 19 milhões de dólares americanos para bancos norte-americanos e pessoas. Os dois homens estavam a sair dos EUA num avião privado quando foram detidos.

28 Set 2015

Studio City | Hotel passa a quatro estrelas em vez de cinco

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]hotel do Macau Studio City vai ser apenas de quatro estrelas, depois de uma revisão do contrato de concessão entre a operadora e o Governo. Apesar de o complexo estar quase concluído – abre a 27 de Outubro -, a autorização do Governo para a alteração da tipologia do hotel foi apenas dada em Agosto deste ano, ainda que não tenha sido mexida a área do espaço.
“A 11 de Maio de 2015, a concessionária apresentou na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) um pedido de alteração da classificação da finalidade de hotel de cinco estrelas para hotel de quatro estrelas, mantendo-se inalterada a restante finalidade e as áreas brutas de construção. (…) O procedimento seguiu a sua tramitação normal, tendo o processo sido enviado à Comissão de Terras que, reunida em 16 de Julho de 2015, emitiu parecer favorável ao deferimento do pedido. Por despacho do Chefe do Executivo, de 24 de Julho de 2015, foi autorizado o pedido de revisão da concessão. As condições do contrato titulado pelo presente despacho foram notificadas à concessionária e por esta expressamente aceites, conforme declaração apresentada em 20 de Agosto de 2015”, pode ler-se no despacho do Boletim Oficial.
O fundamento da operadora para a mudança deve-se, diz o despacho, ao facto “desta tipologia ser mais adequada à política de diversificação de alojamento e do produto turístico e porque do ponto de vista técnico o projecto apresentado na Direcção dos Serviços de Turismo se enquadra mais neste tipo de equipamento”.
Não houve necessidade de pagamento adicional pela parte da Melco Crown, detentora do Studio City e do terreno, uma vez que a categoria de hotel passou a ser inferior e porque não houve, também, “alteração nas áreas brutas de construção”.

24 Set 2015

Ho Ion Sang quer mega complexo onde está mercado da Taipa

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Ho Ion Sang prefere que o Governo crie um mega-complexo no mercado municipal da Taipa, em vez de avançar com a actual proposta de expansão, a fim de satisfazer melhor a necessidade dos residentes da ilha.
Numa interpelação escrita, Ho Ion Sang aponta que, como o mercado da Taipa tem uma área pequena e poucas bancas, estas condições não satisfazem a necessidade dos cidadãos e muitos, diz, optam por fazer compras noutras zonas da península de Macau. O deputado recordou que o Instituto para Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) já avançou com a proposta de melhoria do espaço no ano passado, com o objectivo de expandir o pátio do mercado e adicionar nove bancas e equipamentos de elevadores e ar condicionado, prevendo a conclusão dentro de dois anos. mercado taipa
Mesmo assim, para Ho Ion Sang, as bancas do mercado depois da expansão serão ainda muito limitadas, os preços dos bens não poderão descer devido à restrição do espaço e isso leva o deputado a suspeitar se a proposta pode melhorar realmente o ambiente do mercado.
O deputado lembra também que um projecto de criação de um complexo ao estilo de centro comunitário, mercado e auto-silo em Chun Su Mei, perto da Vila da Taipa, foi apresentado pelo IACM mas acabou por não ser aceite. Questiona, por isso, se o organismo considera construir este tipo de complexo.
 

24 Set 2015

Reciclagem | Associação faz greve reclamando dificuldades

Dizem que são um serviço necessário à RAEM e queixam-se de serem quase ignorados pelo Governo. A Associação de Confraternização de Reciclagem de Materiais de Macau vai fazer greve, para ver se consegue chamar a atenção do Executivo para o que apelidam de “sector básico”

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação de Confraternização de Reciclagem de Materiais Ecológicos de Macau está a planear fazer greve este sábado, de forma a protestar contra as dificuldades enfrentadas pelo sector. Num convite para a conferência, o presidente da Associação, Chan Man Lin, apontou que mais de cem lojas da associação se têm dedicado a trabalhos de reciclagem e reprodução de materiais ecológicos durante dezenas de anos, tratando todos os dias centenas de toneladas de resíduos abandonados por residentes de Macau, que podem ser reciclados.
“Ao longo dos anos, nós (já somos da segunda ou terceira geração) temos trabalhado duramente pela protecção ambiental de Macau. No entanto, a indústria de Jogo teve um desenvolvimento dramático e os sítios arrendados e lotes vazios para o funcionamento desse sector já foram recuperados para construir edifícios altos. As rendas, as despesas de transporte e o salário pago aos funcionários aumentaram várias vezes, causando muitas dificuldades”, explicam na carta, dizendo que não têm condições de trabalho.

Sempre ignorados

Chan Man Lin diz que o Governo não está a dar atenção a este sector “verdadeiramente básico” do território e aponta que o Fundo para a Protecção Ambiental e de Conservação Energética já atribuiu mais de cem milhões de patacas de apoio, mas o sector de reciclagem já pediu muitas vezes o apoio do Governo nos últimos anos e “nem uma pataca ou um espaço oferecido pelo Executivo” conseguiu.
“Já estamos num período de dificuldade, portanto vamos fazer greve, apelando ao Governo que crie um mecanismo para oferecer mais apoio e de forma urgente ao sector”, afirmou o presidente.

24 Set 2015

Operação Trovoada | Crimes ligados ao jogo e droga no topo

Os crimes de usura, de tráfico e consumo de droga, bem como os de permanência ilegal, continuam no topo dos crimes praticados no território. São os dados da última Operação Trovoada, que indicam que mais de cem pessoas foram presas e mais de mil expulsas de Macau

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de dez mil agentes e fiscalizações e mais de quatro mil casos em mãos. Mais de três mil indivíduos investigados e mais de mil encaminhados para o Ministério Público. São estes os números gerais da Operação Trovoada 2015, levada a cabo pelas autoridades de Macau e Guangdong, e que teve lugar nos últimos três meses.
Os dados foram ontem dados a conhecer aos jornalistas e mostram que os crimes ligados ao jogo são os mais comuns, a par dos relacionados com estada ilegal em Macau e falsificação de documentos. Durante a Operação, foram registados mais de uma centena de casos de “usura para jogo”, crime dentro do qual foram detectados sequestros, coacção e ofensa grave à integridade física. Só num dos casos, o crime envolveu mais de 170 pessoas.
Os crimes relacionados com “associação criminosa” aparecem referidos mais do que uma vez, nomeadamente nos crimes relacionados com o jogo, burlas e furtos, bem como a utilização de armas proibidas e substâncias explosivas.
Para João Augusto da Rosa, adjunto do comandante-geral dos SPU, apesar dos aumentos nos crimes relacionados com o jogo, como o sequestro e a usura, a polícia não acredita que esta subida esteja relacionada com a queda das receitas dos casinos.
Também a reentrada ilegal é um dos crimes com mais reincidência: foram mais de 160 os casos, tendo envolvido quase 200 pessoas. A maioria delas, mostram os dados dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), era do sexo masculino.
Os crimes de acolhimento (46) e de trabalho ilegal (35) também não ficam fora da lista, que mostra ainda um grande número de falsificação de documentos. Mais de 60 casos em que isto aconteceu envolviam quase uma centena de pessoas, números semelhantes aos casos de furto registados. Os crimes de burla fazem parte da lista (mais de 40 casos), seguidos dos de “abuso de confiança”.
Tráfico e consumo de droga ascendem a mais de 80 casos, com situações que incluem a condução sob o efeito de estupefacientes e a produção e envolvem mais de uma centena de indivíduos.
Nota ainda para um caso de tentativa de homicídio registado e 64 casos de ofensa simples à integridade física.

Material apreendido

Drogas – cocaína (1,27kg), marijuana (42 gramas), heroína, yaba, “happy water”, ice e ketamina (1,3kg)

Dinheiro – 155 mil patacas, 14,3 milhões de dólares de HK, 610 mil yuan, 38 mil dólares americanos, quatro mil euros, 1645 dólares australianos

Fichas de jogo no valor de mais de 4,9 milhões

Dez BIR falsos

Mais de 25 mil dólares de HK em notas falsas

Uma faca militar

Seis carros, cinco motas, mais de 600 telemóveis e um táxi

Diamantes, pérolas e relógios

Números

1344 pessoas expulsas por crimes diversos
65 pessoas presas de imediato devido a mandados de detenção anteriores
3977 pessoas averiguadas, entre mais de 34 mil sujeitas a identificação
1331 pessoas acusadas pelo MP
14854 agentes policiais
72 pessoas em prisão preventiva
29 pessoas presas
84 pessoas sujeitas a prisão preventiva
110 pessoas com termo de identidade e residência
208 pessoas com proibição de ausência e contacto

Desmantelada rede de prostituição e tráfico de pessoas

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]it Chong Meng, subdirector da Polícia Judiciária (PJ), anunciou ontem o desmantelamento de uma rede de prostituição por um homem já reincidente.
As autoridades de Macau tinham já sido alertadas em Julho pelas homólogas de Zhuhai, através de um mecanismo de comunicação com os Serviços de Polícia Unitários. O líder do grupo, de apelido Lao, era residente da China continental e já tinha sido expulso de Macau no início do ano devido a um outro caso de prostituição. Contudo, no interior da China, o homem voltou a criar outro grupo do mesmo tipo, fazendo tráfico de mulheres que serviriam como prostitutas em Macau. Uma delas era menor de 16 anos.
“O grupo estava dividido em duas partes e cada parte tinha entre dois a três proxenetas e 18 prostitutas, sendo que eles arranjavam alojamento, bilhetes de viagem e locais para a prostituição”, frisou Sit Chong Meng.
O subdirector da PJ avançou que as prostitutas cativavam clientes na zona dos casinos do Cotai e na ZAPE, distribuindo folhetos pornográficos e através da aplicação de comunicação WeChat. Foi ainda descoberto pelas autoridades que cada prostituta teria pelo menos cinco clientes por dia, mediante pagamento de 1500 dólares de Hong Kong de cada vez. Os proxenetas tiravam então 30% do montante como comissão. O responsável estima que, no total, o grupo recebeu mais de dez milhões de dólares de Hong Kong desde Janeiro deste ano.
Foi no dia 17 deste mês que a polícia descobriu as 18 prostitutas, uma delas com menos de 16 anos. Prendeu 11 suspeitos, entregando-os ao Ministério Público (MP) no dia seguinte, enquanto o líder do grupo foi preso na China continental.
Sit Chong Meng frisou que o caso só mostra os “bons resultados” da troca de informações no combate ao crime entre as autoridades de Macau e Guangdong. F.F.

24 Set 2015

Hotel Estoril | Especialista defende avaliação cultural

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]membro do Conselho do Património Cultural Lam Fat Iam considera ser ideal começar de imediato os processos da avaliação cultural do Hotel Estoril, evitando piorar as oposições de reconstrução e de preservação do antigo edifício existentes na sociedade. Os resultados, diz, devem ser respeitados tanto pelo Governo e sociedade.
Em declarações ao Jornal do Cidadão, o também presidente da Associação de História e Educação de Macau disse sentir uma grande divergência de opiniões na sociedade sobre o antigo Hotel Estoril. 
“Entre o impasse de opiniões de contra e favor da renovação, para eliminar a divergência, é melhor começar os processos de avaliação cultural de acordo com a Lei de Salvaguarda de Património Cultural”.
O especialista avançou que o Instituto Cultural (IC) precisa de fazer a avaliação cultural quando aceitar um pedido ou sugestão pela população ou associações. O IC precisa de concluir os seus processos dentro de um ano, tal como consultar opiniões do proprietário, efectuar investigação ao edifício, entregar informações para a discussão do Conselho do Património Cultural e ter, pelo menos, 30 dias de consultas públicas.
O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, salientou que a avaliação cultural vai adiar o plano de reutilização do antigo Hotel Estoril, mas Lam Fat Iam não concorda e acha que gerar consenso na sociedade só irá beneficiar os trabalhos futuros. Acha ainda aceitável o período de um ano para o resultado da avaliação.

23 Set 2015

EUA | Ng Lap Seng detido por levar dinheiro ilegal para o país

O empresário e membro do Conselho Eleitoral do Chefe do Executivo Ng Lap Seng foi detido no sábado, por ter levado para os EUA dinheiro de forma ilegal, entre outras acusações

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]g Lap Seng, empresário de Macau, foi detido nos EUA por levar para o país mais de quatro milhões de dólares ilegalmente. Ng Lap Seng – que ocupa uma posição no Conselho Eleitoral do Chefe do Executivo e na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês – foi acusado de conspiração para obstrução à justiça e de prestar falsas declarações.
A notícia foi avançada pela agência Reuters, que indica que o empresário está detido desde sábado, juntamente com o seu principal assistente, Jeff Yin. Os dois homens são acusados pelas autoridades norte-americanas de terem combinado prestar falsas declarações sobre a origem do dinheiro aos serviços alfandegários, alegando que este seria para comprar peças de arte, antiguidades e imobiliário ou até para jogar no casino.
“De acordo com a queixa, Ng [levou] mais de 4,5 milhões de dólares americanos em dinheiro vivo para os EUA da China, desde Julho de 2013 a Setembro de 2015, com a ajuda de Yin”, pode ler-se no artigo da Reuters, que acrescenta que a “importação de mais de 4,5 milhões de dólares acontece há dois anos sob falsos pretextos”.
Apesar de não ser possível saber, através da acusação, qual o propósito real do dinheiro, o tribunal indica que em Junho de 2014 Ng Lap Seng terá tido um encontro com um empresário nova-iorquino onde apareceu com uma mala com 400 mil dólares, identificados “falsamente” como sendo para comprar pinturas e para jogar.
A queixa foi tornada pública na segunda-feira, num tribunal de Manhattan e acusação foi feita depois de “uma investigação levada a cabo pelo FBI”.

Antecedentes

Ng Lap Seng é um conhecido empresário de Macau, sendo ainda delegado de Macau na Conferência Consultiva do Povo Chinês, membro do Conselho Eleitoral do Chefe do Executivo e foi ainda, recentemente, apontado como consultor do Conselho para o Desenvolvimento Económico.
Ontem, precisamente este Conselho teve uma reunião, levando a que Chui Sai On fosse questionado pelos jornalistas (ver caixa).
Segundo a Reuters, Ng não quis prestar declarações e o seu advogado, Kevin Tung, disse apenas que “não tinha o peso de provar que o seu cliente era inocente”. Na empresa de Ng, a Sun Kian Yip Group, foi dito à agência de notícias que “Ng raramente visitava a empresa”. O advogado de Yin, o assistente de 29 anos, não quis prestar declarações.
Ng Lap Seng teve problemas anteriormente nos EUA, por ter alegadamente investido mais de sete milhões de dólares americanos na campanha de Bill Clinton, através de diversas contas. Nunca foi formalmente acusado.
Mais recentemente, o nome de Ng Lap Seng apareceu ligado à polémica entre Sheldon Adelson e Steve Jacobs, da Sands China, como sendo o “contacto” de Leonel Alves, advogado e deputado de Macau, em Pequim para desbloquear a venda dos apartamentos do Four Seasons. É dono do Hotel Fortuna e foi accionista da TDM, onde ocupou o lugar do ex-Chefe do Executivo Edmund Ho.
A detenção de Ng Lap Seng surge dias após a repatriação para a China dos EUA de Yang Jinjun, um dos homens mais procurados por Pequim por corrupção.

Chui Sai On não está a par do caso

O Chefe do Executivo, Chui Sai On, afirmou não ter informações sobre a prisão de Ng Lap Seng. “Não tenho conhecimento sobre a questão, contudo, efectivamente, segundo as informações que tive da Comissão do Desenvolvimento Económico, Ng Lap Seng, que é membro da Comissão, pediu dispensa da reunião para o dia de hoje. Não tenho dados em mãos”, afirmou Chui Sai On em declarações à comunicação social. F.A.

23 Set 2015

TV Cabo | Chui Sai On admite erro e promete melhorias

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Chefe do Executivo, Chui Sai On, garantiu que o Governo respeita “a independência judicial” e que, por isso mesmo, a Administração teve de “cumprir a sentença” do Tribunal de Segunda Instância (TSI) que ordenava o pagamento de 200 milhões de patacas à TV Cabo Macau pelos prejuízos que causou ao aceitar a retransmissão ilegal de canais pelos anteneiros, quando a empresa tinha um contrato de exclusividade.
Em declarações à comunicação social, à margem da primeira reunião plenária do Conselho para o Desenvolvimento Económico, o líder de Macau explicou que, tanto neste como em todos os governos assumiu-se como objectivo a permissão de manter que a população pudesse ter acesso aos canais de televisão.
“O processo demorou algum tempo devido a vários factores, sejam históricos ou judiciais”, disse, frisando o “empenho e dedicação” do próprio Governo na resolução do problema. “Respeitamos a independência judicial, sabemos que não há mais espaço para recurso, portanto sendo esta a decisão final nós temos de cumprir a sentença”, afirmou Chui Sai On.

Estudar para o futuro

Assumindo o comportamento errado, o Governo vai agora analisar todo o processo e perceber que medidas tomar no futuro, avaliação que caberá ao Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, fazer.
“Já fiz um despacho para o Secretário para os Transportes e Obras Públicas para avaliar o processo inteiro e avaliar a situação, para saber o que é que é possível fazer no futuro, quais as medidas de prevenção”, indicou, admitindo que a questão dos anteneiros tem-se arrastado por muitos anos.
A guerra judicial, que começou em Dezembro de 2012, com a decisão do tribunal arbitral em condenar a RAEM ao pagamento de uma indemnização de 200 milhões de patacas, termina, três anos depois, exactamente com a mesma decisão e já com o pagamento feito do Governo à operadora. No segundo trimestre do ano passado, foi renovado o contrato de concessão à TV Cabo por mais cinco anos.

23 Set 2015