Motoristas | Autocarros e táxis empregam 5% de jovens licenciados que optam pela profissão

Não foi fácil, mas conseguimos. O sector dos transportes tem reclamado que não há jovens que queiram ser condutores de autocarros, nem taxistas. Estes existem, ainda que numa pequena percentagem, e são licenciados. Podiam ter sido professores, jornalistas, psicológicos ou croupiers, mas optaram por trabalhar atrás de um volante: não se ganha mal, tem-se mais tempo livre e há vida para além dos casinos

 
[dropcap style=’cricle’]N[/dropcap]os últimos anos, as três empresas de autocarros locais têm vindo a queixar-se que os condutores são todos de idade avançada e cada vez menos jovens entram no sector. O mesmo tem acontecido com associações de taxistas e de camionistas. O HM tentou apurar se essa é realmente uma tendência. A verdade é que, nas visitas aos terminais de autocarros da Barra, Fai Chi Kei e Bacia Norte do Patane, pudemos observar que quase todos os condutores têm entre 40 a 60 anos da idade. Só no das Portas do Cerco é que encontrámos um condutor mais novo, Lao, de 29 anos, que trabalha para Transmac há apenas dois meses. O facto prova que há, na verdade, dificuldades em encontrar jovens que queiram ser motoristas, mas também é verdade que a tendência parece estar a alterar-se.
Lao conta-nos que sai sempre à pressa quando chega de um terminal para outro. Quer ir para casa. Trabalhou como croupier durante vários anos, mas estava farto do modo de vida, o que o levou a deixar o trabalho. Agora, é melhor.
“Agora o trabalho não é como no casino. Para mim, era difícil sentar-me oito horas à frente de uma mesa”, disse, mostrando que gostaria de continuar a trabalhar onde está.

Números que não mentem

Segundo dados fornecidos pelas três empresas, o número médio de condutores jovens de autocarros é de cerca de 5%. Na Sociedade de Transportes Colectivos de Macau (TCM), existem cinco condutores com idades entre os 20 e os 39 anos, ocupando apenas 2,2% do número total, enquanto os restantes 80% têm entre 40 a 59 anos.
A situação melhora quando se consulta a Nova Era de Autocarros Públicos, que tem 25 condutores dos 25 aos 35 anos da idade, o que perfaz 5,8% de todos os condutores. Da parte da Companhia de Transportes Urbanos de Macau (Transmac), existem 14 condutores com idade inferior a 35 anos e 19 têm entre 35 a 40 anos, ou seja 3,28% e 4,45% do número total dos condutores da empresa, respectivamente.  
A Câmara de Comércio de Camiões Transfronteiriços Guangdong-Macau já disse, em público, que espera que o Governo crie formações do sector para atrair jovens. A Associação Geral dos Proprietários de Táxis de Macau afirmam também que, entre os 1200 táxis existentes, 10% estão desocupados devido à falta de taxistas e uma parte saíram para conduzir autocarros de casinos. “Menos de 1%” dos que conduzem táxis são jovens.

Perder a face?

Ao contactar com a Nova Era, conseguimos falar com um condutor de 34 anos. Lam Ka Cheng trabalha na empresa apenas há meio ano, mas já era fazia entregas ao volante noutra empresa há mais de três anos. Lam resolveu conduzir autocarros públicos porque o trabalho lhe dava uma remuneração mais fixa. “Acredito que não serei despedido caso não cometa erros grandes”, disse, defendendo que, assim, consegue um salário mais estável e poderá olhar para o futuro.
Em Macau, os casinos e hotéis parecem ser os sectores mais atraentes para muitas pessoas, mas não para Lam. “Não gosto de trabalhar nessas áreas. Prefiro ser condutor, é mais livre e menos controlado por superiores.”
O jovem afirmou ainda que nunca teve um acidente nem queixas de passageiros. Mas está preparado para tal. “Em qualquer situação, devemos tratar os assuntos de forma calma e razoável.” 
Entre os condutores com que falámos, está Kaxia Chao, o mais novo, que tem apenas 24 anos. Já consegue ganhar mais de 30 mil patacas por mês. “Trabalho todos os dias três horas como condutor de camiões e outras quatro horas em autocarros públicos, a tempo parcial.”
Kaxia tirou a carta de condução quando tinha 22 anos. No início, não tinha ideias de ser condutor, mas quando os amigos criaram uma empresa de logística e não encontraram condutores, Kaxia resolveu ajudar. 
O jovem explica-nos que o sector tem falta de condutores no geral, o que faz com que o salário seja mais alto do que em outros sectores. Diz ainda que a profissão deveria ser tida como uma “área especializada”, porque nem todos podem ou querem conduzir autocarros e camiões.
“Os condutores mais velhos já não querem entrar e sair dos locais de construção porque é muito fácil os camiões capotarem. Cada vez mais os condutores saem desta profissão e, assim, o nível de salário subiu, comparado com os trabalhos nos casinos. Por isso, prefiro o sector de transportes.”
Para Kaxia, conduzir autocarros é uma preferência, porque o “veículo é mais duro e consegue controlar melhor”. Mas como o salário de conduzir camiões é mais alto, opta por manter os dois trabalhos. O jovem já foi trabalhador de casinos, de restaurantes, de locais de diversão nocturna e até poderia ter sido psicólogo. condutores motoristas
“Tirei o curso de Psicologia numa universidade local, mas não gosto tanto dessa área, não me dediquei a ela”, diz-nos, admitindo que está a trabalhar numa profissão que é vista por outros jovens como sendo uma vergonha.
“Muitos licenciados podem trabalhar como condutores por terem carta de condução, mas importam-se mais com a identidade e não têm coragem de conduzir autocarros ou camiões, acham que é perder a face quando os conhecidos ficam a saber da sua profissão.”
A família de Kaxia é mais tradicional e discordava muito da sua opção por se tornar condutor, mas lentamente foram descobrindo que não seria um grande problema: a remuneração até é melhor do que outros sectores e, por isso, as queixas diminuíram.
Kaxia diz ser impossível ser condutor durante toda a vida e espera subir a posições mais altas no sector, como fazer parte da administração. “Sou muito jovem e tenho experiência em conduzir, posso ser melhor do que os licenciados que não saibam nada do sector mas querem mesmo ser administradores” afirmou. 

Interesse VS pressão

Phoenix Chan tem 27 anos. É professor de Matemática de uma escola secundária. Mas, recentemente, surgiu-lhe a ideia de ser condutor. Até porque sempre teve interesse.
“Desde a infância, sempre gostei de autocarros. Decidi fazer um exame para tirar a carta de condução de autocarros no Verão do ano passado. Depois, achei uma pena se não conduzisse autocarros após ter tirado a licença, portanto arranjei tempo para ser condutor a tempo parcial depois da escola.”
Desde Março que trabalha assim, mas devido ao acumulado de trabalhos na escola, desistiu do trabalho na Transmac em Agosto. Mas esta não foi a única razão.
“A pressão de conduzir autocarros públicos é grande, porque os passageiros são pouco sensatos, zangam-se com os condutores por causa dos longos tempo de espera, sobretudo na paragem da Praça Ferreira Amaral. Queixam-se também se pararmos mais à frente ou mais atrás nas paragens, do ar-condicionado não estar frio suficiente… Queixam-se de tudo. Ouvi também condutores mais velhos a contarem que foram agredidos quando estes passageiros entravam nos autocarros”, afirmou.
Phoenix avançou que os condutores só têm meia hora para almoçar ou jantar durante as horas de pico. Embora sejam fixadas oito horas para o trabalho, muitas vezes trabalham durante dez a 11 horas e não têm intervalos, caso haja muito trânsito ou acidentes e cheguem mais tarde ao terminal. “Já cheguei a não descansar durante mais de quatro horas”, confessa-nos. “Poucas pessoas têm licenças para conduzir autocarros e as três empresas de autocarros estão carentes de condutores, sobretudo os nocturnas, pelo que muitos precisam de preencher as horas quando faltam condutores”, avançou. O horário nocturno é também o mais indicado para os jovens, como o HM pôde constatar.
Phoenix explica que, a tempo parcial, ganha-se 90 patacas por hora a conduzir, sendo que um condutor a tempo inteiro ganha a partir de 25 mil patacas por mês. Phoenix é de opinião contrária dos colegas e diz que a remuneração “não consegue atrair” mais jovens para a área.
Para este professor, o controlo de horas de trabalho é um dos pontos para atrair mais jovens a serem condutores de autocarros, ao mesmo tempo que a menor pressão. “Os serviços de autocarros em Macau são definidos pelo Governo, incluindo o número diário de saídas de autocarros. Comparado com os autocarros de casinos, que vão directamente de locais a locais, os autocarros param em todas as paragens, é mais chato e difícil”.

De jornalista a taxista

O presidente da Federação dos Negócios de Táxis de Macau, Wong Peng Kei, explica-nos que é difícil contar quantos taxistas jovens existem porque esses não gostam de ser membros da Federação. Segundo a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), actualmente existem 13 mil pessoas com carteiras profissionais de taxistas. TCM autocarros
Tony Kuok, presidente da Associação de Mútuo Auxílio de Condutores de Táxis afirmou ao HM que os jovens taxistas não ocupam mais de 1% do número total. “Muitos jovens trabalham como taxistas a tempo parcial, alguns deles porque foram despedidos [com o encerramento] de salas VIP. Esta profissão é apenas uma transição para eles, porque podem ainda escolher muitos sectores”.
Arlok Ao é o único taxista jovem que falou connosco. De 30 anos, começou a ser taxista desde Junho deste ano. “O que posso fazer quando não quero trabalhar nos casinos?”. É assim que inicia a conversa, dando a entender que este é o único sector que ainda compensa para os locais.
“Gostei sempre de conduzir e com o trabalho de taxista tenho mais tempo livre. Mas o que me dá mais força é a vida. Tenho de sobreviver. ”
Arlok ganha mais de 20 mil patacas por mês, mas não acha suficiente o dinheiro. As taxas que tem de pagar pelo uso do táxi ocupam-lhe grande parte do rendimento, pelo que quer arranjar mais um trabalho a tempo parcial. 
O jovem conta-nos que é licenciado em Comunicação e até trabalhou como jornalista na TDM, tendo sido ainda anteriormente Chefe de Operações de Transportes Marítimos. Para este novo taxista, é muito difícil atrair jovens para o sector, porque, às vezes, as horas de trabalho são longas e o trabalho é aborrecido. Ainda assim, são vários os que têm optado por passar para o sector da condução. Quem sabe, o futuro é na área dos transportes e cada vez mais poderemos ver jovens ao volante quando apanhamos um autocarro.
 

9 Out 2015

Jogo | Receitas da Semana Dourada subiram 50% e atingem ponto de viragem

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s bancos de investimento estrangeiros dizem que as receitas do Jogo atingiram lucros de 800 milhões de patacas só durante a Semana Dourada, o que aponta para uma melhoria de 50% das receitas, comparando com as registadas no mês passado. No entanto, afirmam, a indústria não vai sair deste dilema até 2016.
O banco japonês de investimento Daiwa Securities publicou recentemente um relatório onde mostra que, nos primeiros dias de Outubro, as receitas de Jogo de Macau estiveram entre os 800 e os 900 milhões de patacas, registando-se um aumento entre 40% e 58% comparado com o valor médio do de Setembro passado. No entanto, nem todos os investidores estavam confiantes de que as receitas iriam realmente subir durante este período, pelo que previram um número muito aquém do verificado. No entanto, o Daiwa Securities observou que o número de apostas nas zonas de massas e nas salas VIP dos empreendimentos do Cotai aumentou recentemente. jogo casino
O mesmo banco prevê que as receitas deste mês de Outubro fiquem nos 19,5 mil milhões de patacas, aumentando 10% comparado com o mês passado mas diminuindo 30% em termos anuais. Já o banco de investimento de Hong Kong J.P Morgan publicou outro relatório, onde considera que a indústria ainda não saiu do dilema da queda de receitas, mas já atingiu um ponto de viragem.
No documento, o banco refere que o lucro das zonas de massas já viu uma recuperação, prevendo que o sector tenha aumentos entre o quarto trimestre deste ano ou início do próximo. Em simultâneo, as receitas destas zonas de apostas deverão passar de negativo para positivo.

8 Out 2015

SIDA | Registados 25 novos casos. Incidência menor que em 2014

Continuam a surgir novos casos de pessoas infectadas com o VIH, mas há registados menos casos este ano do que em 2014. As relações sexuais continuam a ser a principal via de transmissão e os homens são os mais afectados

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]número de pessoas infectadas com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) registou 25 novos casos entre Janeiro a Setembro deste ano. No entanto, a incidência tem sido menor, já que durante todo o ano 2014 foram registados quase o dobro dos casos, 48. De acordo com declarações de Lam Chong, Secretário-geral da Comissão de Luta Contra a SIDA, à margem de uma cerimónia de entrega de prémios, 18 dos novos casos deste ano dizem respeito ao sexo masculino, enquanto outras sete vítimas são mulheres. “Catorze são residentes de Macau e os restantes são não residentes”, acrescentou o responsável.
A principal via de transmissão foi, como tem sido em anos anteriores, o contacto sexual, com oito dos residentes infectados a declararem terem contraído o VIH através de relações homossexuais.
Não obstante a diminuição em termos anuais, o número de pessoas infectadas continua a crescer a dever-se principalmente ao contacto sexual, por sua vez relacionado com a indústria da prostituição na RAEM. “Cada novo caso que surge é tão importante [como os outros] porque é preciso prestar apoio a estas pessoas durante toda a sua vida”, disse Lam Chong.

Luta premiada

A cerimónia serviu para premiar vários cidadãos que contribuíram, através de criação de campanhas de sensibilização, para a prevenção contra a SIDA e o VIH. De acordo com os números dos Serviços de Saúde (SS), de 1986 a 2000 foram registados 256 casos de pessoas infectadas com VIH ou SIDA, o que demonstra que a taxa anual de contágio não subiu. O mesmo já não acontece em anos seguintes: os dados de 2006 contam 402 casos de infecção desde 1986, concluindo-se que em seis anos o vírus se propagou mais facilmente do que em 15. Isto porque as estatísticas revelam um aumento de 146 de 2000 a 2006.
Olhando para os mesmos valores, é possível perceber que a principal via de transmissão é, desde 1986, o contacto sexual. No entanto, embora as relações entre homem e mulher continuem na linha da frente, tem-se verificado um aumento de casos do vírus contraído através de relações homossexuais. Comparando os valores desde há 29 anos, a tendência também tem vindo a sofrer alterações: é a classe de residentes que mais contrai o vírus e tem SIDA, enquanto os primeiros números indicam uma incidência de 69,4% no grupo de trabalhadores não residentes dos casinos. Na década de 80, um dos poucos casinos erigidos era o Hotel Lisboa, que foi construído em 1970.

8 Out 2015

Pac On | Zonas principais “concluídas”. Entrega em Dezembro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]construtor do Terminal Marítimo do Pac On afirmou ontem que o salão de imigração e a zona de escritórios de organismos públicos no novo terminal já estão concluídas, garantindo ainda que entregará as primeiras fases da obra ao Governo já em Dezembro deste ano. Recorde-se que o as obras para o novo terminal começaram já em 2005, prevendo-se a sua conclusão em 2007. Sucessivos atrasos originaram novas datas de forma consecutiva e, dez anos depois, parece que o terminal estará finalmente concluído.  
O anúncio da entrega do terminal ao Governo foi ontem publicado no site oficial da empresa, onde se pode ler que o Secretário Raimundo do Rosário e o coordenador do Gabinete de Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI), Chao Wai Man, visitaram o Terminal Marítimo do Pac On em meados de Setembro, tendo inspeccionado o salão de imigração e a zona de escritórios das entidades públicas, que já estão basicamente concluídas. A sala de espera dos ferries e o heliporto vão ser concluídos no final do ano, avança ainda a empresa.

Outra dimensão

Em 2013, o projecto mudou a sua natureza de terminal temporário para se transformar num dos principais terminais marítimos, tendo a dimensão da obra “alargado várias vezes”, bem como o seu orçamento. Estava previstos serem gastos 580 milhões de patacas, mas o valor aumentou aproximadamente cinco vezes, para 3,28 mil milhões de patacas, como revelava um relatório do Comissariado de Auditoria em Julho de 2013. Sobre eventuais novos excessos de despesas, o GDI frisou ao Jornal Ou Mun que está a contar com o aumento das despesas e que vai tratar desse assunto tendo em conta o contrato com a empresa.
Em Abril deste ano, o Secretário para Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, disse que o mesmo terminal poderia estar concluído dentro deste ano e entrar em funcionamento em meados do próximo ano. Contudo, afirmou que seria necessário o Governo pagar mais ao construtor da obra, a Companhia de Construção Zhen Hwa.

No site, o director-geral da empresa, Wan Wei, confirmou que, pelo menos a 1ª a 2ª fase do Terminal Marítimo do Pac On, estarão concluídas no fim de Dezembro, de forma a dar uma resposta “satisfatória” tanto ao Governo como à população de Macau. Wan Wei disse ainda que recebeu agradecimentos da parte do Governo.
“Os responsáveis mostraram agradecimento à empresa Zhen Hwa pelos esforços. O Secretário Raimundo do Rosário compreendeu que o projecto é complicado, desafiante e simbólico para Macau e disse esperar que a empresa acelere e aperfeiçoe as obras tendo em conta os princípios de segurança e qualidade”, lê-se no site.
  

8 Out 2015

Antiga empresa de Pedro Chiang autorizada a construir prédio

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo anunciou ontem ter dado autorização à Companhia de Desenvolvimento Predial Citiport para a construção de um edifício de sete pisos destinado a habitação e comércio. A Citiport pertencia ao empresário Pedro Chiang, condenado por corrupção na sequência do escândalo Ao Man Long, sendo agora detida pelo filho, Chan Kin Tong, e pelo pai, Lam Him – absolvido pelo tribunal. São ambos gerentes da sociedade.
A Citiport Macau detinha já um terreno de 334 metros quadrados na Rua Cinco de Outubro e outro de 254 metros quadrados. A empresa pediu ao Governo autorização para alterações ao projecto de aproveitamento, em 2009, tendo submetido novas alterações na arquitectura em 2010 e 2011. Os dois terrenos, contudo, pertenciam à Citiport em regimes jurídicos diferentes, pelo que a anexação dos lotes – pedida por Chan Tin Kong – não era possível. Para contornar a situação, a Citiport decidiu ceder, de forma gratuita, duas parcelas do terreno ao Governo, solicitando ao mesmo tempo o seu arrendamento. Dois outros pedaços de terra, de cerca de 60 metros quadrados, foram cedidos para servirem de via pública.
A Comissão de Terras emitiu parecer favorável ao pedido em 2015, tendo sido depois dado o aval do Chefe do Executivo e do Secretário para os Transportes e Obras Públicas. A Citiport teve, então, de pagar um prémio de 9,1 milhões de patacas. O arrendamento do terreno é válido por 25 anos e a empresa tem 36 meses para concluir o aproveitamento, pagando, por isso, uma renda de 3800 patacas.

Projectos adiados

De acordo com uma notícia publicada no ano passado pelo jornal Ponto Final, o processo fez com que a concessão inicial dos lotes fosse revogada. Estes estariam entregues à Companhia de Fomento Predial Meng Fat, extinta em 2008, num contrato que previa, em 1994, a construção de um hotel de duas estrelas, com oito pisos. O projecto nunca foi concretizado e os dois prédios no espaço foram demolidos, mas não antes de serem comprados pela Citiport e pela Companhia de Construção e Fomento Predial Mei Mei.
Pedro Chiang, recorde-se, deixou a Citiport depois de ser condenado por corrupção. O empresário de Macau foi condenado a seis anos e dez meses de prisão numa primeira vez, levando mais três anos e três meses num outro caso conexo, mas nunca cumpriu pena por não ter sido notificado formalmente da sua condenação, uma vez que não se encontra em Macau e não ter morada conhecida. J.F.

8 Out 2015

Governo | Atrasos na publicação de estatísticas oficiais motivam críticas

São vários os organismos públicos ou direcções de serviços que não publicam dados estatísticos ou relatórios há vários anos. Dois académicos falam em falta de transparência e no facto de continuar a não existir no seio do Governo uma cultura de publicação de estatísticas

[dropcap style=’circle’]H[/dropcap]á cinco anos que o Instituto de Acção Social (IAS) não publica o seu relatório anual, que contém dados estatísticos tão diversos como o número de atendimentos, de apoios financeiros concedidos às famílias ou relacionados com jovens e droga. Igual atraso é verificado na Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), cujo relatório mais recente sobre o estado do ambiente em Macau data do ano de 2012-2013. Uma visita ao website da Commissão das Mulheres permite perceber que há mais de dois anos não é publicado qualquer relatório sobre a condição da mulher em Macau. Também a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) fica mal na fotografia: desde 2013 que não publica o seu relatório anual.
Estes são apenas alguns exemplos de entidades públicas que demoram vários anos a publicar relatórios ou outros documentos estatísticos sobre o seu funcionamento ou dados relacionados com a sociedade. Apesar de muitas informações serem divulgadas junto da imprensa, o Governo continua a não divulgar de forma atempada dados que podem ajudar a compreender diversos sectores da sociedade ou políticas públicas, como dizem dois académicos contactados pelo HM.
Eric Sautedé diz que nos últimos tempos alguns organismos públicos têm difundido dados com “maior regularidade”, mas que ainda assim não chega.
“No geral há falta de estatísticas em Macau. Se olharmos para os relatórios da DSPA, por exemplo, o último é de 2012 ou de 2013. Deveríamos já ter os resultados de 2014. Acima de tudo há uma falta de hábito em relação à divulgação dos dados estatísticos mais recentes. Muitas vezes aparece nas notícias, então sabemos que há um comunicado de imprensa ou um relatório interno”, disse o antigo docente de Ciência Política da Universidade de São José (USJ).
Já Larry So, antigo docente do Instituto Politécnico de Macau (IPM), explica que a falta de publicação dos dados se deve ao facto de muitas informações serem “sensíveis”. “Penso que o Governo não quer que todos os dados sejam primeiro divulgados publicamente, gostam de analisá-los primeiro. Não estou a dizer que os escondem, mas gostam de os analisar e [saber] se há algo que podem fazer antes de os divulgar. Há com certeza dados mais sensíveis e o Governo pode optar por analisá-los antes de tomar alguma medida e publicar os dados mais tarde. O Governo tem vários dados que nunca são publicados”, disse ao HM.

Falta de transparência

Larry So vai mais longe e acusa o Governo de continuar a não ser transparente. “Sem esses dados o público nunca vai saber o que de facto está a acontecer na sociedade. Estamos a falar de uma questão de transparência e o facto do Governo ter de ser responsável perante as pessoas. Os dados estatísticos são um reflexo da sociedade e, se não os temos, não sabemos o que está a acontecer. Se o Governo não os publica, ou se os publica tarde, então não está a ser transparente.”
Para Eric Sautedé, é fundamental envolver as associações ditas independentes, sem ligações ao Executivo. “Precisamos de envolver a sociedade e as associações, mas não apenas as que estão ligadas ao Governo, ou os conselhos consultivos. As associações independentes muitas vezes não têm acesso aos dados.”
O académico defende uma mudança de atitude a este nível, numa altura em que o mercado do Jogo continua a sofrer uma quebra. “A população tem que ter o sentido de confiança, de que não há nada a esconder, para aceitar mais aquilo que o Governo está a fazer. Temos uma contracção do PIB em 21% este ano e é claramente a altura de fazer mais previsões quanto ao modelo a adoptar para Macau. O Governo deveria mostrar melhor aquilo que quer fazer em termos de visão”, rematou Eric Sautedé.

7 Out 2015

Pearl Horizon | Proprietários querem que edifício seja construído. Divergências sobre o que fazer ao terreno e sobre emendas à Lei de Terras

Cerca de cem proprietários entregaram ontem nova carta na sede do Governo a pedir apoio do Executivo para a continuação da construção do edifício Pearl Horizon, cuja concessão do terreno por arrendamento termina este ano. Os deputados divergem sobre a questão

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s proprietários de fracções do edifício Pearl Horizon, ainda em construção, continuam a temer pela perda do dinheiro investido, caso a concessão do terreno por arrendamento termine em Dezembro sem que nada seja feito. Por forma a combater essa possibilidade, cem proprietários voltaram ontem à sede do Governo para entregar uma carta, apoiados pelos deputados Si Ka Lon e Ella Lei. Ao Governo, pedem que a construção do edifício continue, isto porque, segundo a nova Lei de Terras, a concessão não poderá ser prorrogada.
Sam, um dos proprietários presentes na iniciativa, disse suspeitar das razões que levaram o Grupo Polytec, investidor do terreno, a prometer a conclusão das obras em 2018, sabendo que a concessão do mesmo irá terminar este ano. Sam afirma que já foram pedidas explicações ao Grupo Polytec, mas que terá sido rejeitada uma reunião directa com os proprietários das fracções, que as adquiriram em regime de pré-venda. O HM tentou também saber há quase duas semanas se o Governo pretende prorrogar o contrato, mas até agora não houve resposta.

Da desconfiança

Outro proprietário, de apelido Ho, criticou o Governo por ter afirmado “de forma vazia” que irá proteger os interesses dos proprietários, não tendo apresentado medidas concretas para resolver o problema. Ho disse ainda esperar que o edifício possa continuar a ser construído em vez do promotor pagar uma indemnização pela compra. Este proprietário acredita que o Grupo Polytec nunca vai pagar essa indemnização.
Recorde-se que o Grupo Polytec garantiu, em Agosto do ano passado, que o complexo habitacional Pearl Horizon poderia estar concluído em 2018, segundo um comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong. Esta confirmação chegou depois da entrega de várias cartas ao Governo pelos proprietários.

Deputados divergentes

Não é apenas o lote do Pearl Horizon que perde a sua validade este ano. Há mais na lista e o deputado Lau Veng Seng pediu no mês passado que fosse criado um período de transição com a revisão da Lei de Terras. Actualmente, a legislação determina que se os terrenos concedidos não sofrerem obras durante 25 anos ou mais vêem o seu prazo de validade expirado e voltam a ser propriedade do Governo.
A deputada Kwan Tsui Hang considera que o investidor do empreendimento Pearl Horizon não pode fugir às suas responsabilidade, justificando ao Jornal Ou Mun que o grupo não cumpriu, desde a atribuição da concessão, as exigências estipuladas no planeamento urbanístico do Governo. A deputada queixa-se de ser esta a única forma que obriga o Governo a pedir satisfações ao investidores e a entregar um relatório sobre o ambiente. Este, lamenta Kwan, demorou três anos a ser concluído.
A deputada é também presidente da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), que discutiu, na especialidade, a agora em vigor Lei de Terras. Sobre a vontade de alguns deputados quererem a revisão do referido documento, a deputada refere que já se reuniu com outros membros do hemiciclo e menos de metade deles concorda com a revisão. Kwan prevê que a proposta da revisão vá ser chumbada caso chegue a ser entregue à AL.
“A solução para o problema do Pearl Horizon não será encontrada na revisão da lei”, disse. No entanto, propõe a criação de cláusulas de indemnização a pagar pelos investidores, de forma a resolver o problema da validade da concessão.

Contradições que fazem parte

Por outro lado, para o deputado nomeado Gabriel Tong, o problema dos prazos das concessões expirarem antes que os terrenos sejam usados está relacionado com aquilo a que chama uma atitude “contraditória” por parte do Governo.
“Uma parte dos terrenos cujo período de concessão está prestes a expirar viram a construção dos seus projectos atrasada devido a medidas implementadas pelo próprio Governo”, acusou. “Por exemplo, o Governo concedeu a construção de uma fábrica ou projecto habitacional, mas durante o processo, preocupou-se mais com a destruição do ambiente e não deixou os investidores começassem as obras, mudando ou adiando a construção até ao fim do prazo”, concluiu. Gabriel Tong concorda com a revisão da Lei de Terras, mas para que se acrescente um artigo sobre a obrigatoriedade de um período de transição, assim permitindo a renovação da concessão para o desenvolvimento de terrenos.
Para os deputados Au Kam San e Ng Kuok Cheong, a recuperação de terrenos expirados não entra em conflito com os interesses dos investidores e dos seus proprietários. “De acordo com a lei, quando é declarada a caducidade de uma concessão, os bancos que aceitam hipotecas de terrenos podem adquirir a propriedade destes. Desta forma, é possível continuar a desenvolver os projectos previstos sem que seja preciso fazerem-se mais concursos públicos”, explicaram os deputados numa conferência realizada ontem. “As pessoas que adquiriram uma pré-venda ainda podem receber as fracções nas mesmas condições em que assinaram contrato”, acrescentaram. Os pró-democratas avançaram que caso os bancos tenham desistido de pedir a concessão, o Governo deve também abrir novos concursos públicos para se decidir sobre o uso do terreno, exigindo ao novo concessionário que corresponda ao plano original e cumpra os contratos de pré-venda.

7 Out 2015

ONU | Funcionários investigados por alegado caso de suborno que envolve Ng Lap Seng

Depois da detenção do empresário de Macau Ng Lap Seng, chegam novos desenvolvimentos dos EUA, que indicam que o também representante político poderá estar envolvido num esquema de subornos a membros da ONU

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]embros da Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) estarão a ser investigados pelas autoridades norte-americanas, num caso ligado ao empresário Ng Lap Seng. Novos desenvolvimentos indicam que actuais e antigos funcionários da ONU terão sido subornados num esquema que envolve imobiliário em Macau e o empresário, detido recentemente nos EUA.
A notícia é avançada pelo Wall Street Journal, que indica que o caso diz respeito a pagamentos feitos aos membros da ONU “por homens de negócios chineses”, de forma a que “pudessem ganhar apoio para desenvolvimento de propriedades imobiliárias em Macau”.
O jornal, que cita fontes próximas do processo, não se alonga em detalhes mas alerta que poderia vir a ser deduzida acusação contra várias pessoas envolvidas durante o dia de ontem. Devido ao fuso horário, e até ao fecho desta edição, não foi possível apurar se esta situação se veio a verificar.

Ligações perigosas

A investigação, conduzida pelo FBI, indica que alguns dos subornos foram enviados das Caraíbas para os oficiais da UN. Mas diz também que o caso está relacionado com a detenção de Ng Lap Seng e Jeff Yin, seu assistente. Os dois homens, recorde-se, são acusados de terem feito entrar ilegalmente nos EUA somas elevadas de dinheiro e de ter conspirado para mentir às autoridades sobre o seu destino.
Ng Lap Seng é delegado de Macau na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e membro da Comissão Eleitoral que elege o Chefe do Executivo. Mas é também presidente do Grupo Sun Kian Ip, com sede no território e representação em Nova Iorque. A empresa, avança o jornal, dá nome a uma fundação. Através desta fundação “e também de forma individual”, Ng Lap Seng trabalhou “com o escritório das Nações Unidas para a Cooperação Sul-Sul, que se centra em parcerias económicas e políticas”.
Documentos mostrados em tribunal indicarão que os dois homens detidos estão envolvidos numa investigação que cobre “anos de vigilância e de análises de transacções financeiras”. Uma nota na queixa contra o empresário de Macau indica que, desde 2010, Ng Lap Seng terá transferido mais de 19 milhões de dólares a pessoas e entidades nos Estados Unidos.
O Wall Street Journal indica ainda que o site da fundação de Ng Lap Seng teria contactos e fotografias de membros da ONU em eventos, algo que começou a desaparecer depois do contacto do jornal à pessoa responsável pela página para saber mais informações.
Os dois advogados do empresário, Alex Spiro e Kevin Tung, mantêm que o cliente é inocente e que não comentou qualquer crime. A defesa de Jeff Yin, que não tem feito comentários fora dos tribunais, diz apenas que o seu cliente é um empregado de Ng Lap Seng e que as autoridades “têm peixes maiores para apanhar”. Os dois continuam detidos e sem possibilidade de sair sob fiança devido ao risco de poderem sair do país, como decidiu o tribunal.

7 Out 2015

DSF | Governo já leiloou mais de 70 mil artigos apreendidos

A Direcção dos Serviços de Finanças já realizou leilões públicos de mais de 70 mil produtos apreendidos pela alfândega ligados a actividades ilegais. Outros produtos como comida, álcool, cigarros ou droga foram destruídos

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]os últimos dez anos foram realizados leilões de cerca de 70 mil produtos, incluindo 1,3 mil telemóveis e respectivos equipamentos, 64 mil cds, 13 automóveis e mais de 1,4 mil acessórios de automóvel. Dados da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) fornecidos ao HM mostram que roupas e malas de marcas registadas na RAEM, comida, drogas, cigarros, álcool e outros produtos perigosos foram, contudo, alvo de destruição pelo Governo.
As autoridades confiscaram e leiloaram ainda cerca de sete mil computadores, mais de 300 equipamentos electrónicos e máquinas fotográficas e ainda mais de 500 quilos de metal de sucata, incluindo cinco mil quilos de materiais plásticos.
Há cerca de um mês, o deputado Chan Meng Kam questionou o Executivo quanto ao processo levado a cabo com os bens apreendidos pelos Serviços de Alfândega, nomeadamente peças de madeira de agar. Questionados pelo HM, os serviços confirmam que foram ainda confiscados vários produtos restringidos pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Internacional (CITES), incluindo precisamente essa madeira e marfim.
Ao HM, a DSF confirmou que esses materiais mais valiosos podem ser usados para estudos científicos, fins educacionais ou para a identificação de algumas espécies protegidas. Já anteriormente, a DSF tinha indicado ao HM que mais de 70 quilos de marfim apreendido tinham sido utilizado para esses fins educacionais.
Contudo, a DSF pode ainda destruir esses bens caso os serviços públicos responsáveis indiquem essa necessidade, cuja supervisão é sempre da Direcção dos Serviços de Economia (DSE). O HM questionou a DSF sobre o valor desses bens, mas não foi possível confirmar os dados uma vez que os documentos entregues pelos Serviços de Alfândega não contêm os dados.
A interpelação escrita entregue por Chan Meng Kam acusava estes organismos públicos de falta de transparência no processo de apreensão e também em relação à finalidade dos bens. Mas, tanto a DSF, como os Serviços de Alfândega afirmaram não ter publicado a situação do tratamento dos bens por falta de declaração ou provas de importação e exportação, bem como a ausência de outro tipo de declarações.

6 Out 2015

Tabaco | Proibição total poderia tirar entre quatro e nove mil milhões

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]proibição total de fumar nos casinos iria retirar entre quatro e nove mil milhões de patacas às receitas brutas do jogo, caso estivesse efectiva desde Janeiro deste ano. Estimativas dos Serviços de Saúde (SS) e da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) indicam que a proibição total do fumo do tabaco tenha um impacto nas receitas de jogo entre 2,76 e 4,6%. Este ano, entre Janeiro e Setembro, as receitas brutas dos casinos totalizaram 176 mil milhões de patacas, menos 36,2% relativamente aos primeiros nove meses do ano passado. tabaco produtos
Fazendo as contas, e se se fosse a ter em conta o impacto de 2,76%, os casinos iriam perder 4,9 milhões de patacas em nove meses, valor que aumentaria para 8,1 milhões no caso da proibição trazer o impacto máximo de 4,6%. As estimativas do Governo, apresentadas este mês, ficam abaixo de outras previsões, citadas pela Rádio Macau, que indicam que analistas do Deutsche Bank previam que o fim do tabaco nos casinos poderia significar uma queda entre 10% a 15% nas receitas.

6 Out 2015

Habitação pública | Mais de 40 mil candidatos para 1900 fracções

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo apresenta hoje os resultados das candidaturas a habitação económica, tendo excluído mais de três mil candidatos. Dados do Instituto de Habitação (IH) publicados ontem mostram que os cidadãos mais sortudos sabem hoje se vão ou não ter direito a uma casa, mas há mais de 40 mil pessoas para cerca de dois mil apartamentos.
As inscrições que deram origem a estas candidaturas foram feitas já entre Dezembro de 2013 e Março do ano passado. No total, 42700 pessoas pediram uma habitação económica ao Governo, de diferentes tipologias. O IH aceitou 38806 – a maioria de famílias e mais de 15 mil de individuais.
Entre as razões principais para a exclusão de determinados cidadãos estão principalmente a falta de cumprimento de requisitos face à composição do agregado, mas também os candidatos figurarem em mais do que um boletim de candidatura e receberem mais do que o limite mensal necessário para que possam usufruir deste tipo de habitação.
Os resultados que hoje serão anunciados foram feitos com base em candidaturas que foram “primeiro alvo de apreciação preliminar e de sorteio e depois de apreciação substancial”, algo que entrou em vigor em Agosto, com a revisão da Lei de Habitação Económica.
Os resultados, contudo, não demonstram todas as famílias que poderão ter acesso a uma casa. É que, para os candidatos de 2013 e Março de 2014, só há 1900 fracções que podem ser entregues. O IH tem, por isso, de continuar a seleccionar.
“Depois de afixados os resultados, o IH procederá à selecção dos candidatos admitidos após a apreciação preliminar, segundo a posição deles na lista e as 1900 fracções disponíveis para atribuição no concurso de 2013 para aquisição de habitação económica de diferentes tipologias. Depois o IH enviará ofícios aos candidatos para que dentro de 30 dias entreguem os documentos e as informações necessários no momento da selecção, caso não entreguem dentro do prazo estipulado, o IH iniciará o procedimento legal relativo à audiência de exclusão da qualidade de adquirente”, indica o organismo em comunicado.

6 Out 2015

Obras | Mais de 78 mil milhões de patacas investidos em 2014

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]sector da construção continua a demonstrar um grande crescimento, tendo no ano passado exigido mais de 78 mil milhões de patacas em investimento. Dados da Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC) mostram que as subidas se devem à construção dos novos empreendimentos hoteleiros de grande envergadura.
Os números indicam que o valor das obras subiu para 78,15 mil milhões de patacas em 2014, mais 63,2% em relação ao ano de 2013. Destes, 70 mil milhões dizem respeito apenas aos novos resorts do Cotai. O custo da mão-de-obra situou-se em 11,35 mil milhões de patacas, aumentando 42,3%, sendo que o sector conseguiu lucros de 6,86 mil milhões de patacas, um aumento de 184,8%.
Em 2014 registaram-se acréscimos globais nos principais indicadores do sector, onde se inclui também o contributo que a construção tem na economia: mais 75,4%, ou 18,2 milhões de patacas, indica a DSEC.
Em 2014 existiam mais de 2600 estabelecimentos ligados ao sector da construção, menos uma centena do que em 2013, mas havia mais funcionários. No ano passado, mais de 45 mil pessoas faziam da construção o seu emprego, mais 11300 do que no ano anterior.
O valor das obras de construção pública atingiu os 8,12 mil milhões de patacas, tendo crescido 11,6% comparativamente a 2013, destacando-se o valor das obras de habitação pública, que foi de 2,29 mil milhões de patacas.
Aterros e melhoramentos em terrenos subiram acentuadamente – 697,7% – atingindo 1,37 mil milhões de patacas. A DSEC diz, contudo, que o valor das obras do metro ligeiro e estradas (1,55 mil milhões de patacas), bem como o dos cais (636 milhões de Patacas) desceram 17,2% e 52,9%, respectivamente, face a 2013.
Em termos da localização de obras, 946 foram feitas em Macau, 80 obras no Cotai e uma centena em Coloane.

6 Out 2015

Rádio-Táxis | Concurso público para cem alvarás abre em “breve”

O Governo anunciou finalmente que vai abrir o concurso para cem licenças de rádio-táxis. Quando, ainda não se sabe mas a DSAT garante que vai acontecer em breve

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) anunciou que o concurso público para a atribuição de cem alvarás de rádio-táxis está para breve. A autorização foi ontem dada pelo Chefe do Executivo, através de um despacho publicado em Boletim Oficial, e surge depois de, no ano passado, o Governo ter cancelado o contrato com a empresa Vang Iek.
Em comunicado, a DSAT explica que a concessão de cada licença especial deverá durar oito anos e o referido concurso serve para colmatar a falta deste transporte em Macau. “O Governo irá realizar, dentro de curto prazo, o concurso público para a concessão de licença especial [e] será realizado sob a forma de sociedade comercial. Essa licença tem um número não superior a cem alvarás de táxis especiais e a concessão tem um prazo de oito anos”, explica a DSAT em comunicado.
Tudo isto, diz o organismo, surge no seguimento da “caducidade de cem licenças especiais de táxis em 6 de Novembro” do ano passado. A polémica dos rádio-táxis estalou há cerca de dois anos, quando os taxistas destes transportes se queixavam de não ter lucro por falta de popularidade junto dos residentes e, por muitas vezes, serem chamados sem que o cliente ainda lá esteja. Em sentido contrário, o Governo decidiu cancelar o contrato com a Vang Iek por considerar que esta não cumpria os requisitos do contrato. Requisitos que pediam, entre outros, que a companhia tivesse carros para deficientes físicos, que apenas atendesse chamadas telefónicas e que circulasse nas estradas da zona norte.
Cheang Wing Chio, director da Companhia de Rádio-Táxis Vang Iek, disse ontem ao canal chinês da Rádio Macau que só se vai decidir pela candidatura ao concurso quando foram divulgadas mais informações, uma vez que as ontem anunciadas são, disse, “apenas preliminares”.
Para o presidente da Associação Geral dos Proprietários de Táxis, Ieng Sai Hou, os investidores locais “com capacidade” podem ter vontade de se candidatar à atribuição de licenças especiais caso as condições oferecidas sejam razoáveis. Mas, o responsável apela a que as regras de concurso público sejam transparentes, algo que deve ser estipulado através da realização prévia de consultas públicas.
Ieng Sai Hou sugere que estes alvarás devem ser obtidos por pelo menos por duas empresas, as quais devem ser locais. Ieng acrescenta que a concessão deve esclarecer bem a relação laboral entre as empresas concessionárias e os taxistas, criando cláusulas de penalização. A título de exemplo, refere casos de infracção onde o castigo pode ser a retirada das licenças já atribuídas.
Em Maio passado, o Executivo atribuiu 200 novas licenças de táxis pretos, sendo que 230 anteriores veriam a sua licença caducada até ao final deste ano. A estes, vão, agora, juntar-se mais cem. Ontem, contudo, não foi divulgada qualquer data para a realização do concurso, apenas sendo referido que vai acontecer “brevemente”.

6 Out 2015

Jogo | Mercado VIP já não vai ser o que era, diz especialista

Ou alguma coisa muda, ou então o mercado do jogo vai deixar de ser interessante. É o que defende Muhammad Cohen, especialista em Jogo, que indica não ter visto muitos ajustes das operadoras para mudar o rumo da economia

[dropcap style=circle’]O[/dropcap]especialista do jogo Muhammad Cohen considerou que o sector em Macau “não vai voltar a ser o que era”, a propósito da queda das receitas dos casinos da região em Setembro para o valor mais baixo em cinco anos.
Para Cohen, um dos editores da revista Inside Asian Gaming e colaborador da revista Forbes, que habitualmente analisa o sector do jogo em Macau, “o antigo mercado”, assente nos designados “jogadores VIP” e de sucessivos recordes, não vai voltar e não se vislumbra fim à tendência descendente, enquanto as operadoras não se adaptarem a uma nova realidade.
“O antigo mercado de Macau não vai voltar, o mercado VIP não vai voltar a ser o que era. Os casinos continuam a fazer muito dinheiro, mas é muito menos [que no passado] e vai continuar a ser muito menos”, disse à Lusa o especialista.
Os casinos de Macau, que chegaram a gerar uma receita de 38 mil milhões de patacas em Fevereiro de 2014, registaram em Setembro o 16.º mês de quedas sucessivas, mesmo depois de previsões que apontavam para que o segundo semestre deste ano seria de retoma ou, pelo menos, estabilização.
Na base destas previsões estava a expectativa de que dois novos projectos – Galaxy e Studio City – viessem a impulsionar o sector, mas mesmo com a abertura de um deles em Maio, não houve sinais positivos.

Factores de inibição

A campanha anti-corrupção da China não dá sinais de abrandamento e continua, para o especialista, a ser o principal factor a inibir os grandes apostadores de irem a Macau. No entanto, salientou que a cidade também não foi ainda capaz de se adaptar às novas tendências, ou seja, de se focar no sector de massas.
“Os chineses viajam cada vez mais para o estrangeiro e querem visitar outros sítios, ver outras coisas. Vão ao Japão, vão à Coreia. Querem jogar mas também querem fazer outras coisas. Macau não tem um plano B. [As receitas do sector VIP] eram fruta ao alcance da mão, apanharam-na e agora que não há mais, ninguém está pronto a subir à árvore”, criticou.
É preciso oferecer “coisas novas e entusiasmantes” que tornem Macau atraente para o jogador médio, acrescentou, considerando ser “difícil dizer se abrir ‘resorts’ novos é suficiente”.
“Não tenho visto sinais de grandes ajustes [das operadoras de jogo]”, afirmou Cohen, ressalvando que o Studio City, que abrirá no final deste mês, anunciou um hotel de quatro estrelas, mais acessível à classe média.
Questionado sobre a possibilidade de este abrandamento ser propositado – uma forma de, a par de combater a lavagem de dinheiro, arrefecer uma economia pautada por incessantes subidas no imobiliário e inflação –, o especialista hesitou.
“[Se foi propositado] passaram das marcas. Uma coisa é arrefecer a economia, outra coisa é ter o PIB a cair com a taxa mais elevada do mundo. Fala-se que o Governo chinês gostava de ver o crescimento de Macau mais alinhado com o crescimento da economia da China. Mas isso talvez quisesse dizer crescimento a um dígito, agora, estamos a ver contracção a dois dígitos”, considerou.
No primeiro semestre do ano, o PIB de Macau caiu 25,4% em termos reais.
Por outro lado, para Cohen, o Governo de Macau “tem pouca margem para operar”. E, se estes dois factores não se alterarem – adaptação do sector ou introdução de políticas pelo Governo –, Cohen não prevê um fim próximo para a tendência descendente das receitas do jogo em Macau.
“Não há grandes motivos para termos esperança, a não ser que algo dramático aconteça: um novo projecto, uma atracção nova, um espectáculo ou então grandes mudanças nas medidas políticas”, concluiu.

5 Out 2015

Educação | Especialistas defendem maior planeamento no sector

[dropcap style=circle’]O[/dropcap]Governo quer alargar as vagas das universidades do território para estudantes vindos da China continental devido à insuficiência de alunos locais e também para promover a internacionalização de todo o ensino superior. Contudo, dois académicos criticam a falta de esclarecimentos e orientações para as instituições de ensino e de planeamento para a formação de talentos.
Em declarações ao Jornal do Cidadão, o ex-professor de Administração Pública do Instituto Politécnico de Macau (IPM), Larry So, considera que as instituições de Macau têm potencial para serem mais internacionais, mas não têm instalações suficientes, sobretudo residências para estudantes, um “elemento importante para as universidades”. estudante educação alunos universidade
Larry So considera que existem cursos locais que não têm uma ligação com os alunos estrangeiros, acabando por ficar mais focados para os estudantes vindos do continente, o que torna, na opinião do académico, insuficientes os esforços para tornar o ensino mais internacional. Larry So acha ainda necessário esclarecer a orientação das instituições de ensino superior e não alargar a inscrição de estudantes só para cumprir um número.

Investir a longo prazo

Também para a professora da Comunicação da Universidade de Macau (UM), Agnes Lam, poucas universidades locais têm condições suficientes para aceitar estudantes internacionais. Agnes Lam, que já foi candidata às eleições legislativas, acha que se as instituições abrirem cursos que outros países não tenham, será possível atrair mais estudantes de fora, para além dos que chegam do interior da China.
Para internacionalizar as universidades e politécnicos, Agnes Lam defende ainda que é preciso investir mais recursos e dar mais importância aos estudos feitos no território, tendo apontado que actualmente as universidades não são muito valorizadas porque não conseguem subir lugares nos rankings.
A académica disse também que o Governo tem falta de planeamento de longo prazo para a formação de talentos locais, o que faz com que muitos estudantes prefiram frequentar o ensino superior no estrangeiro. Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, já referiu que, dos 3500 alunos que terminam o ensino secundário, metade inscreve-se em cursos superiores no estrangeiro. Au Kam san, deputado da Assembleia Legislativa, já apelou ao Governo para rever esta situação.

5 Out 2015

Casinos | Setembro com quebra de 33% . Valor mais baixo desde 2010

[dropcap style=circle’]O[/dropcap]s casinos encerraram Setembro com receitas brutas de 17.133 milhões de patacas, uma queda de 33% face ao período homólogo de 2014 e o valor mais baixo dos últimos cinco anos. Dados oficiais da Direcção dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) indicam que, em termos acumulados, entre Janeiro e Setembro deste ano, as receitas brutas dos casinos totalizaram 176.015 milhões de patacas, ou seja, menos 36,2% relativamente aos primeiros nove meses do ano passado.
Desde Junho de 2014 que os lucros tem sofrido uma rota descendente, com Setembro a ser o 16.º mês consecutivo de quedas homólogas. O resultado do mês passado é também o pior em cinco anos, desde que, em Setembro de 2010, as receitas dos casinos atingiram 15.302 milhões de patacas.

SJM lidera

A Sociedade de Jogos de Macau (SJM) liderou o mercado ainda que com uma quota quase igual à de outros dois operadores, a Sands China e a Galaxy, noticiou ainda a TDM. A SJM, fundada pelo magnata Stanley Ho, foi responsável por 21% das receitas em Setembro, seguida pela Sands China, do norte-americano Sheldon Adelson, cuja quota de mercado representou também cerca de 21%. Já a Galaxy, de interesses de Hong Kong e liderada por Lui Che Woo, conseguiu 20,5% do mercado em Setembro.
Neste ‘ranking’, segue-se a Melco Crown (com cerca de 14,5% do mercado), que tem em Lawrence Ho, filho de Stanley Ho, um dos dois principais accionistas; a MGM China, dirigida por Pansy Ho, também filha de Stanley Ho (11%, aproximadamente) e a Wynn, do norte-americano Steve Wynn, com uma fatia de cerca de 10% do mercado.
As acções das seis operadoras de casinos fecharam sexta-feira na bolsa de Hong Kong no valor mais baixo do último ano, com a sessão a ficar marcada por perdas entre os 5,7% e os 9,34%. As acções da Sands China valiam no final da sessão 24,25 dólares de Hong Kong, menos 9,34% do que no dia anterior. Os títulos da Galaxy caíram 6,9%, para 19,86 dólares de Hong Kong, e os da MGM China desceram 8,9%, para 9,27 dólares de Hong Kong. A Wynn Resorts caiu 5,7%, para 8,87 dólares de Hong Kong e a Sociedade de Jogos de Macau desceu 6,8%, para 5,47 dólares de Hong Kong. A Melco Crown perdeu 8,68% do valor, para 9,57 dólares de Hong Kong.
A quebra contínua das receitas abaixo dos 18 mil milhões de patacas pode originar a implementação de novas medidas de austeridade, tal como previamente anunciado pelo Governo.

5 Out 2015

Turismo | Alexis Tam não quer mais vistos individuais

[dropcap style=circle’]O[/dropcap]Secretário para os Assuntos sociais e Cultura, Alexis Tam, considera que Macau ainda não tem condições para permitir a atribuição de vistos individuais a turistas de mais cidades chinesas do que as já autorizadas. Alexis Tam defende que tal medida não iria aumentar a qualidade do turismo aqui feito, mas apenas a quantidade de turistas.
Segundo o Jornal Ou Mun, Alexis Tam foi questionado acerca da queda no número de visitantes na RAEM e respondeu que um volume excessivo de pessoas nas ruas da cidade pode criar tráfego e influenciar a experiência turística em Macau, mas também o quotidiano de quem cá vive. O responsável afirmou que, pelo menos por enquanto, não tem condições para abrir as portas a outras cidades chinesas para a atribuição de vistos individuais.
“Tomando como referência um relatório entregue pelo Instituto de Formação Turística (IFT), o ideal é manter o número de visitantes no território entre os 89 e os 120 mil diários e os 31 e 32 milhões anuais. Vamos falar com o Governo Central para que os turistas da China não se concentrem todos em Macau só durante as semanas douradas”, disse Alexis Tam.
O responsável disse considerar a localização de Macau especial, com possibilidade dos visitantes entrarem e saírem das fronteiras durante 24 horas, mesmo não podendo pernoitar. Alexis Tam lembrou que o Governo prometeu diversificar os produtos turísticos, consolidar a promoção no estrangeiro e atrair mais visitantes de longa distância a visitarem Macau, exemplificando com turistas do norte da China.

Em mãos privadas

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) vai oferecer excursões para cativar os turistas a pernoitar, mas Kwan Tsui Hang não está do lado da DST, defendendo que o aumento do número de visitantes deve depender dos esforços do sector e não do Executivo. Ao Jornal do Cidadão, argumentou que Macau “é uma cidade capitalista”, o que determina que são as entidades privadas que têm que puxar pela melhoria do sector onde operam. Kwan considera que a queda de visitantes é ligeira e o sector consegue resolver sem a intromissão do Governo. Para a deputada, o que a DST deve fazer é tomar medidas no sentido de orientar o sector para uma melhoria dos seus serviços. 

5 Out 2015

Turismo | Parte de campus da UM vai ser Centro Global de Formação do IFT

A formação de quadros qualificados em turismo é uma das metas para o desenvolvimento de Macau como Centro Mundial de Lazer, frisou a semana passada Alexis Tam. Assim, o IFT vai ser incumbido de dirigir o novo Centro Global de Formação em Turismo, utilizando para isso partes do antigo campus da UM e contando com a ajuda da OMT

[dropcap style=circle’]M[/dropcap]acau vai criar o Centro Global para a Educação e Formação em Turismo, juntamente com a Organização Mundial de Turismo (OMT), e partes do antigo campus da Universidade de Macau (UM) na Ilha da Montanha vão servir para isso mesmo. O anúncio foi feito pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, que afirmou que vai ser o Instituto de Formação Turística (IFT) quem “irá assumir a grande missão”.
Assim, a biblioteca, as residências de docentes e funcionários e os dois laboratórios da Faculdade de Ciências e Tecnologia, no antigo campus da UM na Taipa, foram atribuídos ao IFT, instituto considerado como o ideal para levar a cabo a criação do Centro Global.
“O IFT tem conhecido um desenvolvimento estável desde a sua criação há vinte anos e apresenta uma qualidade de ensino elevada, tendo recebido o maior número de prémios do Sistema de Garantia de Qualidade da OMT das Nações Unidas e sido galardoado, por duas vezes, pela Pacific Asia Travel Association (PATA) com o prémio de ouro na educação e formação”, pode ler-se num comunicado que cita Alexis Tam. umac um
A criação do Centro Global inclui-se numa das ideias do Governo Central para transformar Macau num Centro Mundial de Turismo e Lazer, o qual requer que o Governo “além de se empenhar na optimização do ambiente turístico e no enriquecimento dos produtos turísticos, disponha de um centro de formação turística de excelência”.

Profissionais à altura

A dimensão do actual campus do IFT não é suficiente para que o instituto possa desempenhar o seu papel na formação de quadros altamente qualificados na área de turismo, afirma Alexis Tam, que acrescenta que, a meio deste mês, o Executivo vai celebrar um protocolo de cooperação com a OMT para a criação do Centro Global.
“Depois de ter um novo campus, o IFT passará a dispor de melhores instalações e equipamentos, os quais servirão para o Centro proceder à formação dos quadros altamente qualificados na área turística. Através da cooperação com a OMT, Macau vai conseguir atrair mais estudantes locais e internacionais, incluindo os quadros responsáveis pelos assuntos de turismo dos estados membros das Nações Unidas, proporcionando-lhes acções de formação em gestão turística, hoteleira, convenções de exposições, guias turísticos, gastronomia e ou até à prova de vinhos, o que pode contribuir, de forma significativa, para a melhoria da qualidade de formação turística em Macau”, indica o gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura.
As actuais residências de docentes de funcionários que pertenciam à UM vão passar a ser hotel destinado ao ensino e à formação turística, a fim de proporcionar mais oportunidades de estágio aos estudantes, alargar o plano de intercâmbio de estudantes internacionais e atrair a vinda de mais estudantes da Europa e das outras regiões.
Sobre o ensino no território, Alexis Tam frisou ainda que, acordo com dados, dentro de cinco anos o número de estudantes graduados do ensino secundário de Macau irá descer de cinco mil pessoas por ano para cerca de 3500. Cerca de metade irá prosseguir os seus estudos no ensino superior fora de Macau, o que faz com que o número de estudantes locais que ficam em Macau a frequentar cursos do ensino superior não chegue a dois mil. “Isto requer e exige, da parte do Governo, um planeamento e estudos adequados”, indica Tam.

5 Out 2015

Canídromo | Confirmada renovação de contrato. Vigília junta mais de cem

Sem surpresas, depois de um discurso de lamentos e do anúncio de um estudo que demora um ano, o Governo decidiu prolongar o contrato do Canídromo. Resta saber até quando vão durar as corridas que fizeram mais de uma centena juntar-se na semana passada a favor do seu fim

[dropcap style=circle’]U[/dropcap]m dia depois de uma vigília pelos galgos do Canídromo juntar mais de uma centena de pessoas e duas dezenas de cidades, o Governo anunciou que vai renovar o contrato de concessão da Yat Yuen, que explora estas corridas de apostas. O anúncio foi feito por Lionel Leong, Secretário para a Economia e Finanças, que não avançou um prazo para a prorrogação.
De acordo com o responsável, o prolongamento do contrato é apenas “temporário” e surge devido à necessidade de se realizar um estudo sobre o futuro do espaço. Estudo que vai começar este mês, apesar de ter sido anunciado há mais de meio ano.
“A tomada de decisão será fundamentada e o Governo contratou uma instituição independente para elaborar um estudo, que vai começar este mês, sendo depois submetido a uma análise interna, esperando-se que o resultado saia dentro de um ano. Assim, o Governo está a planear renovar temporariamente o contrato com o Canídromo”, disse Lionel Leong, à margem da celebração do Dia Nacional da China.
As condições contratuais actuais, que têm vindo a ser criticadas por associações de defesa de animais e pela comunidade em geral, “não vão sofrer alterações” e ainda “não existe uma decisão final sobre o prazo de renovação”.

Velas sem sucesso

Organizações de defesa dos direitos dos animais organizaram, no dia 30 de Setembro, vigílias em 26 cidades de diversos continentes para pedir o encerramento do Canídromo, onde todos os anos morrem centenas de cães. Por cá, a vigília mobilizou mais de cem pessoas, que a partir das 20h00 se reuniram em frente à Sede do Governo e exibiram cartazes e faixas criticando as corridas de galgos.
Segundo os organizadores do protesto em Macau, todos os anos mais de 300 galgos morrem ou são abatidos no Canídromo, que consideram ser “o pior” do mundo. Nenhum galgo “consegue sair vivo” do espaço, onde não existe um programa de adopção dos cães, como acontece noutros locais, como tem vindo a sublinhar Albano Martins, presidente da Anima – Sociedade Protetora dos Animais. canidromo
Os organizadores do protesto denunciam também as próprias condições e características do Canídromo, que causam ferimentos graves aos cães durante as corridas.
Albano Martins acrescentou que, no entanto, “o problema” não são apenas os cães e que há também a questão da própria “comunidade” que vive na zona – que tem “a maior densidade populacional do mundo” e onde não existem espaços comunitários, verdes e de lazer. Os organizadores da vigília pediam por isso ao Governo que ouvisse “a comunidade” em relação à renovação da concessão de exploração do Canídromo, que termina no final deste ano. Contudo, depois do Chefe do Executivo ter dito que discordava do encerramento do Canídromo “de um dia para o outro”, chega agora a certeza de que a Yat Yuen vai continuar com as corridas de apostas.

“Estudos” que atrasam

Para o Governo, o Canídromo “também precisa de tempo para lidar com os seus trabalhadores e os galgos” e, apesar de Albano Martins defender que o estudo tinha de ter sido feito antes – já que o Canídromo funciona há 50 anos -, o Governo diz que este documento vai ajudar a perceber a necessidade do espaço.
“A decisão do Governo vai ponderar se a existência do Canídromo beneficia o centro mundial de turismo e lazer e a diversificação do sector de Jogo e terá ainda em conta as opiniões dos habitantes e comerciantes nas imediações do mesmo”, frisou Lionel Leong.
Deputados e habitantes da zona pedem o encerramento do local. Os primeiros devido à falta de espaço de lazer e habitação no espaço e os segundos porque se queixam do cheiro e dos barulhos de uma actividade que tem vindo a perder dinheiro consecutivamente.
Albano Martins criticou ainda a entidade “ligada ao jogo” a quem foi encomendado o estudo, da Universidade de Macau, por considerar que não é isenta e lamentou que o Governo continue “a ter na cabeça” que a diversificação da economia se faz dentro do jogo.
Austrália, Estados Unidos da América, Espanha, França, Itália, Bélgica e Reino Unido juntaram-se a Macau pelo encerramento do Canídromo.

5 Out 2015

Terrenos | Nenhum lote ainda recuperado. Pearl Horizon em análise

Ainda nenhum dos terrenos que deveria ter sido recuperado pelo Governo o foi e agora o Executivo tem ainda o caso do Pearl Horizon em mãos: os deputados querem-no de volta, o Governo ainda está a analisar a situação

[dropcap style=circle’]N[/dropcap]enhum dos terrenos cuja concessão caducou por ter expirado o prazo de aproveitamento foi ainda recuperado pelo Governo. O esclarecimento foi dado pelo Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, na quinta-feira passada, e surge numa altura em que o Governo tem ainda em mãos outro problema: o lote do Pearl Horizon, na zona norte.
De acordo com Raimundo do Rosário, está tudo a correr dentro dos trâmites normais, ainda que até este momento “nenhum terreno tenha sido reavido”, disse à TDM. “Há um conjunto de terrenos que estão em fase judicial ou em processo. Nenhum terreno ainda voltou à posse da RAEM”, afirmou.
Em causa estão 18 terrenos que deveriam ter sido aproveitados, mas que, findo o prazo para tal, não tiveram qualquer desenvolvimento. Em situação mais ou menos semelhante – ainda que não esteja na lista dos recuperados – está o terreno do empreendimento Pearl Horizon, da Polytec, que deveria ter sido concluído este ano, mas que o construtor diz só conseguir acabar em 2018. O HM tentou, na semana passada, saber junto do Governo se vai haver prorrogação do prazo de aproveitamento, mas até agora não foi possível obter resposta. Entretanto, os deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San defendem que esta não deveria acontecer.
Os dois democratas consideram que o Pearl Horizon perdeu o tempo devido para a utilização do terreno e deve acatar com toda a responsabilidade da não conclusão dos projectos. Em declarações ao Jornal do Cidadão, Ng Kuok Cheong disse considerar que existem investidores que acham que “por ter relações próxima com os funcionários do Governo”, podem manter o hábito de não cumprir as leis desde a altura da governação portuguesa.
Para Au Kam San, os investidores que não conseguem desenvolver o terreno depois de 25 anos de concessão, deveriam ser obrigados a devolver os lotes, independente do estado do terreno, assumindo eventuais responsabilidades. O deputado democrata apela ao Governo que atente à lei e pede que haja uma revisão em breve, de forma a que não se possa renovar concessões, incluindo a do Polytec.

Manifestação e contras

Raimundo do Rosário foi peremptório quando questionado pela comunicação social: de acordo com a Lei de Terras não há possibilidade de renovação aquando do termo da concessão por arrendamento de um terreno. Contudo, o Secretário aparece citado num comunicado indicando que são os pequenos proprietários quem mais sai prejudicado caso não haja renovação da concessão do Pearl Horizon. Isto porque centenas de fracções foram já compradas antes de estarem concluídas.
“[O Secretário] garantiu que o Governo acompanha de perto esta questão e prometeu que os serviços competentes e juristas vão analisar o caso em matéria legal”, pode ler-se em comunicado.
Segundo o Jornal Ou Mun, os proprietários do Pearl Horizon recolheram assinaturas na semana passada para serem entregues na terça-feira na Sede do Governo e planeiam realizar uma manifestação no sábado.
Num encontro realizado pela Aliança do Povo de Instituição de Macau, o advogado Mak Heng Ip explicou que existem artigos na Lei de Terras apontando que, caso a culpa do atraso das obras não seja do investidor e as razões sejam aceites pelo Governo, o período de utilização de terreno pode ser prolongado. No entanto, Mak Heng Ip defende que é necessário esclarecer a culpa da não conclusão do projecto: é que, diz, se existirem razões que mostrem que a culpa é do investidor, então o Governo poderá terminar o contrato.
Au Kam San sugere que o Governo recupere o terreno no final do ano e abra um concurso público novo.

CCAC | Resultados em Novembro

O Comissário contra a Corrupção, André Cheong, prevê que venha a ser publicada em Novembro a conclusão sobre a investigação dos 16 terrenos cuja caducidade já não pode ser declarada nula. O comissário disse ainda que a investigação sobre os lotes da Iec Long, na Taipa, será apenas concluída no próximo ano. O Governo retirou 16 terrenos da lista dos 48 que deveriam ser recuperados devido ao não aproveitamento ou caducidade da concessão e o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, entregou o caso ao CCAC em Julho passado. Quanto à investigação do caso da troca do terrenos da antiga Fábrica de Panchões Iec Long pelos terrenos onde estão os empreendimentos One Central, Mandarim Oriental e MGM, André Cheong afirmou que o assunto é mais complicado, pelo que a investigação poderá estar concluída apenas no início do próximo ano.
 

5 Out 2015

Reciclagem | Greve sem data para acabar

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]omeçou no sábado a greve da Associação de Confraternização de Reciclagem de Materiais Ecológicos de Macau e não tem data para acabar. Papéis, ferros e outros materiais não estão a ser reciclados, o que faz com que a Companhia de Sistemas de Resíduos (CSR) esteja a recolher mais de 20 toneladas de lixo por dia sem que vá para a reciclagem.
A Associação diz não estar satisfeita com a resposta dada pelo Governo e frisa que, caso não tome medidas mais concretas, a greve não vai ter data limite para acabar.
Segundo o Jornal do Cidadão, 150 entidades que se responsabilizam pela reciclagem da Associação onde trabalham mais de 1100 pessoas começaram a fazer greve no sábado passado. O presidente, Chan Man Lin, afirmou que estes tratavam de 500 toneladas de resíduos por dia, mas a greve teve de ser posta em prática pela dificuldade da Associação em arrendar terrenos e por causa do envelhecimento das máquinas.
“Comparado com Hong Kong e o estrangeiro, há apoios e terrenos para apoiar o nosso sector. Em Macau, já nos queixamos há vários anos ao Governo, mas este está sempre a adiar uma resposta concreta.”
A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) afirmou ao canal chinês da Rádio Macau que dá atenção à greve e frisou que vai manter a comunicação próxima com o sector, estudando ainda as medidas de apoio tomadas nas regiões vizinhas.  lixo
O Chefe do Executivo, Chui Sai On, disse ontem que, apesar das empresas de reciclagem pretenderem parar as suas actividades, as autoridades irão garantir o funcionamento normal da cidade assim como a respectiva limpeza ambiental.
No entanto, o presidente da Associação criticou a resposta do Governo afirmando que é “vaga de mais” e avançou ainda que o armazém onde estão a ser actualmente guardados os resíduos precisa de ser entregue ao proprietário em Novembro.

Quem ajuda?

“A dificuldade que nós enfrentamos não é fácil de resolver pelo sector sozinho, é necessário um ponto de recolha de materiais de reciclagem com uma área equivalente a vários campos de futebol para tratar os materiais recolhidos, e o espaço deve ainda ficar longe das habitações.” 
Vários idosos responsáveis pela recolha dos materiais recicláveis entrevistados pelo mesmo jornal não sabiam da greve da Associação e continuaram a recolher papéis e cartão, tendo que colocar os materiais recolhidos à porta dos locais de reciclagem que se encontravam fechados. Estes não ganharam também qualquer remuneração pela recolha.
Segundo o canal chinês da TDM, as caixas de papel abandonadas ocuparam lugares de estacionamento ao lado dos caixotes de lixo de grande dimensão e os vendedores de fruta queixaram-se da quantidade de lixo ser enorme, sem os trabalhos de recolha.
Já no primeiro dia da greve, a CSR recolheu mais de 20 toneladas de lixo de materiais de reciclagem. A Associação espera que o Governo arrende uns terrenos onde se possa fazer a reciclagem de materiais e vai continuar a greve sem prazo fixo para terminar até o Governo tomar medidas para apoiar o sector.

29 Set 2015

Acreditação | DSSOPT com acções de formação aos fins-de-semana

As acções de formação no âmbito da acreditação para engenheiros e arquitectos deverão ser realizadas aos fins-de-semana, depois de um profissional da área se ter queixado da pouca flexibilidade do calendário

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) irá programar acções de formação ao fim-de-semana para os profissionais de engenharia e arquitectura que queiram obter a sua acreditação, no âmbito do novo Regime de Qualificações nos Domínios da Construção Urbana e do Urbanismo.
A confirmação foi dada ao HM via e-mail, depois do HM ter recebido uma carta de um profissional da área que se queixava da pouca flexibilidade dos horários em que irão decorrer as acções de formação.
“A DSSOPT está ainda a planear a realização das aludidas acções de formação especial nos fins-de-semana de modo a fazer face às necessidades específicas dos profissionais desta área”, confirmou a entidade, sem adiantar mais pormenores quanto às datas e horários dessas sessões.

Dificuldades de calendário

Na carta enviada ao HM, o profissional de engenharia, que não quis ser identificado, mostrou o descontentamento quanto ao calendário proposto pelo Executivo.
“Depois de consultar o documento com as informações sobre as acções de formação fiquei a saber que estas têm dois dias de duração e serão ministradas em horário laboral durante a semana. Por cada dia, o turno da manhã e da tarde juntos somam 5h15 de formação, o que é uma perda de tempo, porque um dia pode ter muito mais produtividade do que isto (…). Mas o problema que ponho é como é que vou pedir férias para receber esta formação? Porque é que não fornecem estes cursos em horário pós-laboral ou ao fim-de-semana?”, questionou.
No caso deste profissional, registado na DSSOPT há menos de um ano, colocam-se dificuldades no pedido dessas mesmas férias. “Só estou a trabalhar em Macau há menos de um ano, o que implica que ainda não tenho o ‘à vontade’ para pedir férias ao meu patrão. Quando tiver, só vou estar autorizado a pedir seis dias de férias por cada ano de serviço. Para frequentar este curso tenho de abdicar de um terço das minhas férias e tenho de fazer má figura em relação ao meu patrão”, adiantou o profissional.
As queixas em relação à postura da DSSOPT quanto a esta matéria continuam. “Não tenho problema nenhum em abdicar dos meus fins de dia de descanso para frequentar um curso. Mas se o Governo me obriga a pedir dois dias de folga para fazer um curso que não tem interesse para a empresa onde eu trabalho, talvez pense que se calhar é mais interessante empenhar-me em manter o emprego do que pedir folgas e gastar três mil patacas anualmente para estar registado num órgão do Governo que até agora ainda só serviu para dar estas chatices”, defendeu.
Apesar da frequência dos cursos ser gratuita, tal não representa um factor a favor. “É verdade que os cursos são grátis, mas ao ter de perder dois dias de férias não pagas perde-se muito dinheiro, provavelmente mais do que o que se pagaria por um curso desses. Pode-se até perder o emprego, porque estou no período experimental (primeiros três meses) e, de acordo com a lei, caso o meu patrão entenda, pode despedir-me sem qualquer pré-aviso. Esta comodidade dos trabalhadores da DSSOPT sai cara aos trabalhadores do sector privado.”
O HM tentou contactar outros profissionais do sector com as mesmas queixas, mas até ao fecho desta edição não foi possível. As primeiras acções de formação no âmbito do novo regime de acreditação decorreram entre os dias 17 e 17 de Setembro, estando planeadas novas sessões para entre 14 e 15 de Outubro e ainda 11, 12, 25 e 26 de Novembro. Segundo a DSSOPT, “desde a divulgação da sua realização foi bastante grande a adesão das candidaturas”.

29 Set 2015

IC vai contratar especialistas para avaliar Hotel Estoril

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s obras de renovação do antigo Hotel Estoril poderão demorar mais tempo do que o esperado. A garantia foi dada pelo gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, que confirmou a contratação de especialistas para uma futura avaliação do edifício.
“O Instituto Cultural (IC) vai contratar especialistas para efectuarem os trabalhos de avaliação do hotel e é expectável que o início do processo de avaliação vá atrasar o andamento do projecto”, pode ler-se num comunicado. “O projecto será implementado se merecer a concordância da maioria da população mesmo após o processo de avaliação do hotel. Contudo, as obras não vão terminar em um ou dois anos, sobretudo devido à demora na construção de um auto-silo de vários andares que possa facultar cerca de mil lugares de estacionamento, que poderá estender-se por alguns anos”, avança ainda o comunicado.
A notícia foi divulgada no âmbito de uma conversa telefónica, via Rádio Macau, que o Secretário teve com os ouvintes sobre o assunto. Na mesma ocasião ficou reiterada a protecção do painel de azulejos, como já tinha sido prometido anteriormente. “A opinião predominante veio indicar a possibilidade da manutenção e transferência do mesmo para outro local, algo que o Secretário considera uma sugestão muito boa, já que o Governo não tem a intenção de destruir o painel de azulejos”, refere o comunicado, que deixa ainda bem claro que a preservação não será o caminho a seguir.
“Alguns cidadãos e uma minoria de associações defendem a preservação de todo o edifício do antigo Hotel Estoril. Nesse caso, não seria possível construir nem o Conservatório de Macau, nem auditórios, na medida em que estes exigem uma nova estrutura arquitectónica adequada para albergar esses espaços, pelo que é necessária uma reconstrução.”

29 Set 2015

CTM rejeita “truques” sobre utilização de rede com Mtel

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]rimeiro foi a Direcção dos Serviços de Regulamentação de Telecomunicações (DSRT) a garantir que não existem problemas na interligação da Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) e da Mtel. Depois foi a segunda empresa a falar publicamente de dificuldades na ligação à internet, incluindo de serviços públicos e entidades bancárias, por não existir interligação com a rede utilizada pela CTM.
Agora, Vandy Poon, director-executivo da CTM, garantiu ao jornal Cheng Pou que não existem quaisquer problemas de ligação. “A CTM tem correspondido à vontade do Governo sobre a existência de um mercado livre, nunca fizemos truques”, frisou, adiantando que “a CTM não permite que todas as pessoas se possam ligar à rede” e que a empresa tem a responsabilidade de assegurar a segurança da rede”.
O director-executivo da CTM defende que a ligação da rede nunca foi alterada sem conhecimento da Mtel e Vandy Poon apontou ainda que a Mtel nunca disponibilizou informações da sua rede para o pedido de interligação, algo que considera ser “misterioso” e sem “especificações”. Apesar de tudo, Vandy Poon concorda com a intervenção da DSRT, mas frisou que se trata de uma pequena questão e que as duas partes podem negociar.
“Em princípio a interligação é uma libertação ou troca mútua de recursos”, rematou.
Recorde-se que a Mtel disse não conseguir providenciar ligações pelo facto da CTM não lhe disponibilizar ligação à sua rede, a única existente em Macau.

Problema no cabo afecta serviços

A CTM viu os seus serviços serem afectados no dia 24 por problemas no cabo submarino que fornece ligação ao território. De acordo com um comunicado da empresa, houve uma “performance anormal” no cabo da região Ásia-Pacífico, que levou a que os serviços de telecomunicações não funcionassem bem em Macau, Hong Kong, Singapura, Vietname e Filipinas. A empresa diz ter tomado medidas de urgência, ainda que admita que a ligação à internet tenha sido afectada.

29 Set 2015