Xangai | Sam Hou Fai quer integrar recursos para quadros qualificados

Numa reunião com governantes de Xangai, o Chefe do Executivo sugeriu o desenvolvimento conjunto de projectos de investigação científica e tecnológica e a integração de recursos para formar quadros qualificados. Sam Hou Fai defendeu também o reforço da cooperação de empresas e instituições académicas das duas cidades

 

Uma comitiva do Governo da RAEM, liderada pelo Chefe do Executivo, reuniu na segunda-feira ao fim da tarde com o secretário do Comité Municipal de Xangai do Partido Comunista Chinês, Chen Jining e o vice-secretário do Comité Municipal e presidente do município de Xangai, Gong Zheng. O encontro fez parte da agenda que incluiu a visita a pólos industriais e empresas do sector tecnológico.

Na reunião com os representantes políticos de Xangai, Sam Hou Fai defendeu que as duas cidades deveriam “desenvolver em conjunto projectos de investigação especializada a nível de ciência e tecnologia, aprofundar a cooperação financeira transfronteiriça, integrar os recursos educacionais para formar quadros qualificados multidisciplinares”. No plano do turismo, o Chefe do Executivo sugeriu a promoção conjunta de itinerários “multi-destinos” no mercado internacional e cooperação ao nível da indústria das convenções e exposições.

As indústrias do futuro foram uma das tónicas principais da passagem da comitiva da RAEM por Xangai. O Chefe do Executivo propôs o reforço da cooperação e intercâmbio das empresas de tecnologia e das instituições académicas entre as duas cidades, adoptando a filosofia “Indústria-Academia-Investigação”.

Tu cá, tu lá

O governante da RAEM disse esperar o forte apoio de Xangai no incentivo a empresas tecnológicas “a explorar oportunidades de negócios em Macau, em prol de um desenvolvimento conjunto”.

Cumprindo a necessária menção aos importantes discursos proferidos por Xi Jinping durante a última visita a Macau, Sam Hou Fai repetiu aos altos cargos do Partido Comunista Chinês de Xangai que Macau está a implementar o espírito dos discursos e a empenhar-se na diversificação da economia e construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre em Hengqin.

Durante a parte da manhã, a comitiva da RAEM visitou a Cidade Científica de Zhangjiang e duas empresas científicas. Segundo o Gabinete de Comunicação Social, Sam Hou Fai convidou as empresas a investirem em Macau. A agenda política do dia fechou com uma deslocação à comunidade ecológica de inovação do Espaço Mosu, onde os representantes de Macau ficaram a conhecer a plataforma de incubação e aceleração de modelos de inteligência artificial.

O périplo pelo Interior da China levou ontem a comitiva de governantes da RAEM a Nanjing, cidade na província de Jiangsu que foi capital do país durante várias dinastias imperiais.

20 Ago 2025

Mercado da Taipa | Novas bancas de refeições e bebidas

O concurso público para operar 20 bancas de refeições leves, café, produtos culturais e criativos no Mercado da Taipa terminou. As duas dezenas de comerciantes vão poder abrir ao público no último trimestre deste ano. As autoridades esperam que as novas bancas injectem vitalidade e um espírito jovem e inovador no mercado

 

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) anunciou ontem a publicação da lista dos vencedores do concurso público para a exploração de 20 bancas que vão servir refeições leves, café e vender produtos culturais e criativos no Mercado da Taipa. A lista está ordenada por posição e os candidatos vão ser notificados dos resultados, seguindo-se uma sessão para explicar os procedimentos posteriores e informações sobre o pagamento das rendas antes do início de operações experimentais, marcado para o último trimestre deste ano.

Com este concurso, além da venda de produtos alimentares frescos e vivos e de quinquilharias tradicionais no rés-do-chão do mercado, vão abrir ao público 19 bancas de refeições leves e de artigos culturais e criativos no 1.º andar, e uma banca de cafeteria no terraço do mercado.

Aquando da abertura do concurso público, o IAM explicou que o objectivo era “atrair operadores jovens e com novos conceitos de exploração, contribuindo para introduzir no Mercado da Taipa os elementos ‘gastronomia + criatividade cultural’”. A ideia é transformar os mercados tradicionais “elevando o entusiasmo nos negócios e a qualidade dos serviços do mercado, para disponibilizar opções de compras mais diversificadas aos residentes”.

Trigo e joio

As autoridades acrescentam que, para fazer um bom aproveitamento dos recursos públicos, o prazo do contrato é de três anos e, durante o período de exploração, procede-se à fiscalização e avaliação da situação de exploração das bancas. Aqueles que violarem a lei ou não cumprirem os padrões podem ver rescindido o seu contrato. Quando o concurso abriu, as autoridades apontaram para rendas mensais entre 486 patacas e 1.854 patacas. A cafetaria no terraço do Mercado da Taipa vai ter uma renda mensal de 2.040 patacas.

O IAM recebeu 437 propostas para operar as bancas do Mercado da Taipa, das quais 38 não foram aceites devido à falta de documentos ou ao incumprimento das regras do concurso. Entre as 399 propostas aceites, o IAM ordenou as candidaturas tendo em conta cinco critérios principais: estratégia operacional, experiência e qualificações, horário de funcionamento diário das bancas, diversidade de tipos de produtos e conveniência dos meios de pagamento.

19 Ago 2025

DSAT | Novas licenças colmatam saída de táxis azuis

Uma centena de licenças de táxis azuis expiram já no final do mês de Setembro, mas a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego acredita que as 500 novas licenças atribuídas em 2024 vão conseguir preencher esta lacuna. Isto numa altura em que não faltam vozes a afirmar que continua a ser bastante difícil apanhar um táxi em Macau

 

A Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) acredita que as 500 novas licenças de táxi que foram atribuídas no ano passado serão suficientes para colmatar a lacuna que o sector vai sofrer já no próximo mês. Segundo a TDM Rádio Macau, vão expirar, a 30 de Setembro, uma centena de licenças relativas aos chamados táxis azuis.

A DSAT diz que há 1.763 táxis a funcionar no território, mas persistem as vozes a referir que continua a faltar oferta deste tipo de transporte tendo em conta o aumento do número de turistas. Entretanto, o Governo encomendou um estudo a uma instituição académica a fim de analisar quantos táxis são necessários para o território.

Lam Chi Chiu, vice-presidente do Conselho Consultivo do Trânsito, apontou que se registou uma recuperação do número de visitantes e que os residentes se queixam frequentemente de que continua a ser difícil apanhar táxi nas horas de ponta. Para o responsável, a saída das ruas de 100 táxis azuis vai piorar ainda mais a situação.

Desta forma, o conselheiro sugere que o Governo avance com medidas concretas antes de avançar para a publicação do estudo, tal como a colocação de táxis em diferentes zonas, conforme a procura, ou ainda melhorar o processo de marcação de táxis através do sistema de terminal inteligente que existe dentro das viaturas.

Recuperação imediata

Já o presidente da Associação Geral de Condutores de Táxi de Macau, Tony Kuok, diz que é necessário cobrir de forma imediata esta lacuna de 100 táxis azuis, mas lembrou que o Governo só abre concursos para táxis de cor preta.

Tony Kuok considera que o Governo deve encontrar soluções para a saída das 100 licenças de táxis azuis, referindo que, com base nas experiências do passado, o tempo para novos táxis entrarem em funcionamento entre o concurso público para atribuir licenças e a operacionalidade demora, pelo menos, meio ano. Por isso, o dirigente associativo entende que o Executivo deve ponderar agora a melhor forma de resolver esta questão.

19 Ago 2025

Crime | Mata irmão e atira-se do prédio onde vivia

Um homem de 60 anos matou ontem o próprio irmão e atirou-se do prédio onde vivia. Segundo o jornal Ou Mun, o caso ocorreu no bairro do Fai Chi Kei, mais concretamente na Rua do Comandante João Belo, tendo a Polícia Judiciária (PJ) descrito que o crime terá ocorrido por disputas de dinheiro entre ambos que já duravam há vários anos.

A PJ avançou os detalhes do caso em conferência de imprensa, tendo explicado que tudo terá começado por volta do meio dia. O homem que se atirou do prédio e presumível autor do crime chegou ao prédio onde vivia acompanhado pelo filho, mas trancou este do lado de fora. Só depois é que o filho conseguiu ver, através da fresta da porta, um homem caído no chão da sala com sangue, tendo então chamado as autoridades. Quando os bombeiros e polícia chegaram ao local, o homem atirou-se da varanda do apartamento.

Segundo uma investigação preliminar por parte das autoridades, o irmão assassinado já estaria morto na sala há mais de 48 horas, tendo sido encontrada uma barra de metal usada para desentupir canos com manchas de sangue, pelo que se pensa que esta foi a arma do crime. Relativamente à potencial causa para o homicídio, a disputa entre ambos por questões de dinheiro, ainda não foram avançados mais detalhes.

19 Ago 2025

Fixados limites de capital social para companhias aéreas que queiram operar em Macau

O Governo publicou ontem no Boletim Oficial uma série de despachos, assinados pelo Chefe do Executivo, para regulamentar exigências de capital social, custo de licença para renovação e cauções a pagar por empresas que queiram entrar no mercado da aviação civil, depois de ter sido aprovada em meados de Junho a lei que liberaliza o mercado aéreo comercial. Começam assim a ganhar contornos concretos as exigências para empresas dispostas a quebrar o monopólio da Air Macau no território.

Assim sendo, os despachos assinados por Sam Hou Fai determinam que as empresas de aviação civil que queiram estabelecer operações em Macau devem pagar 15 milhões de patacas em caução.

Para conseguir ou renovar a licença de actividade de transporte aéreo comercial de passageiros é preciso pagar 1 milhão de patacas, e exigido o pagamento de uma taxa anual de actividade correspondente a 2 por cento dos lucros líquidos apurados pela companhia aérea no ano anterior.

Foram também fixados montantes mínimos de capital social das companhias para obter o certificado de operador aéreo. Para operações de transporte aéreo comercial de passageiros é exigido um capital social de, pelo menos, 600 milhões de patacas, enquanto para transporte aéreo comercial de passageiros por helicóptero ou operações de aviação executiva o capital social exigido é de 200 milhões de patacas.

Uma longa viagem

Para o transporte aéreo comercial de carga em aviões cargueiros, o valor mínimo do capital social é de 400 milhões de patacas.

As normas apresentadas ontem em despachos do Governo entram em vigor no dia 1 de Fevereiro de 2026, quando passa a vigorar a nova lei de aviação civil. A legislação que coloca um ponto final no monopólio da Air Macau foi aprovada na generalidade ainda durante o mandato de Ho Iat Seng à frente do Governo, em Junho de 2023. Cerca de dois anos depois foi aprovada na especialidade pelos deputados, depois de várias extensões sucessivas da concessão que garantia a continuidade do monopólio da Air Macau.

19 Ago 2025

Guangdong | Pedidos mais detalhes sobre circulação além Hengqin

A deputada Wong Kit Cheng questiona as autoridades sobre o andamento do processo que irá permitir que carros de matrícula única de Macau em Hengqin possam circular em toda a província de Guangdong. Além disso, a responsável sugere que se realize uma única inspecção de viaturas por ano reconhecida por Macau e Guangdong

 

Wong Kit Cheng, deputada, pretende saber mais detalhes sobre o processo de permissão de circulação de viaturas de matrícula única de Macau em Hengqin em toda a província de Guangdong, algo que as autoridades garantiram que podia ser uma realidade no final deste ano. Porém, nada ainda foi anunciado de concreto.

Num comunicado enviado às redacções, a responsável entende que deve ser acelerado o processo burocrático a fim de permitir que mais carros possam circular em toda a província.

Wong Kit Cheng salientou que as autoridades de Macau e Guangdong têm avançado com a medida de forma ordenada, revendo o formato de gestão dos veículos com matrícula única. Além disso, tem sido promovida a criação de um sistema de informação de passagem fronteiriça da segunda linha, procurando que a política possa ser implementada este ano.

Por essa razão, a deputada, que é vice-presidente da Associação Geral das Mulheres de Macau, sugere que o Governo anuncie mais detalhes destas políticas junto do público e com alguma antecedência, nomeadamente os processos de apreciação e aprovação dos condutores qualificados para conduzir neste sistema e informações relativas à passagem transfronteiriça de segunda linha. Tudo para que os condutores de Macau possam preparar a sua candidatura de forma atempada e para trazer uma maior conveniência à integração de Macau com Hengqin.

Melhores inspecções

Tendo em conta o aumento contínuo, nos últimos anos, do número de veículos transfronteiriços, Wong Kit Cheng diz que seria importante simplificar o processo de inspecção de viaturas entre Macau e o Interior da China, pois os condutores têm de se submeter a inspecções de ambos os lados da fronteira. Desta forma, defendeu a responsável, tal representa mais despesas para os condutores e perda de tempo, pois os critérios de inspecção são diferentes. Assim, a deputada sugere que se estude a possibilidade de se realizar uma única inspecção anual reconhecida por Macau e Guangdong.

Na mesma nota, a deputada também pede melhores instalações fronteiriças para uma melhor integração da RAEM em Hengqin. Wong Kit Cheng cita dados do posto fronteiriço de Hengqin onde se indica que de Janeiro ao dia 25 de Junho deste ano mais de um milhão de veículos com matrícula única de Macau usaram este posto, um aumento anual de 26 por cento.

Além disso, segundo a deputada, as autoridades de Hengqin estimam que o número possa atingir, pela primeira vez, os dois milhões já este ano. São também citadas queixas de condutores que usam com frequência o posto fronteiriço de Macau-Hengqin quanto aos engarrafamentos em hora de ponta.

Por esta razão, a deputada quer que o Governo continue a avaliar a capacidade de acolhimento de viaturas do posto, sugerindo a colocação de mais agentes de segurança, mais faixas de circulação para carros e uma melhor coordenação do fluxo de trânsito.

19 Ago 2025

História | Exposição sobre vitória dos aliados na II Guerra abre este mês

Será inaugurada no próximo dia 25 a exposição que celebra o aniversário da vitória dos aliados e da China contra a ocupação japonesa nos anos da II Guerra Mundial. “Pela Libertação Nacional e pela Paz Mundial – Exposição do 80.º Aniversário da Vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Guerra Mundial Antifascista” acontece no edifício do Fórum Macau

 

O edifício do Fórum Macau acolhe, a partir do dia 25 deste mês, uma exposição que celebra os 80 anos em que os aliados se sagraram vencedores da II Guerra Mundial e em que a China conseguiu vencer os japoneses que ocuparam partes do território, bem como Hong Kong, durante alguns anos do conflito.

A mostra tem como nome “Pela Libertação Nacional e pela Paz Mundial – Exposição do 80.º Aniversário da Vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Guerra Mundial Antifascista” e tem por objectivo “recordar o feito histórico, homenagear os mártires e exaltar os nobres espíritos patrióticos”.

Trata-se de um projecto organizado pelo Governo de Macau e Museu Comemorativo da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa. A mostra pode ser vista até ao dia 24 de Setembro, estando aberta a visitas de grupo, por marcação. Além disso, no dia 20 de Setembro decorre no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau um simpósio sobre este tema com organização do Instituto Cultural e Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude. Para esta conferência serão convidados “especialistas e académicos do Interior da China e de Macau para abordarem o significado histórico da vitória na guerra de resistência”.

Os especialistas são Wang Xiaoli, professora da Escola do Partido do Comité Provincial de Shaanxi do PCC (Academia de Administração de Shaanxi), Lam Fat Iam, professor e director da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Politécnica de Macau, e ainda Lin Guangzhi, professor e director do Instituto de Pesquisa Social e Cultural da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau.

Estes vão “partilhar estudos sobre o envolvimento dos jovens patriotas na revolução e as suas convicções durante a guerra da resistência, bem como os feitos e contribuições de todos os sectores da sociedade de Macau durante a guerra”.

História de duros

No que diz respeito à exposição, a história deste conflito conta-se em seis partes, com nomes como “A Eclosão da Guerra – Levantar-se pela Salvação Nacional”, “Resistência de Toda a Nação – Lutando Juntos contra a Agressão Japonesa”, “Unidos como Um – Uma Resolução Comum contra os Invasores”, “Entusiasmo Crescente – A Resistência Vermelha em Macau”, “Lutando Juntos contra o Fascismo – O Principal Campo de Batalha Oriental” e ainda “A Grande Vitória – Um Ponto de Viragem para o Rejuvenescimento Nacional”.

Com recurso a “uma grande quantidade de imagens e vídeos históricos”, apresenta-se “o árduo percurso de 14 anos da guerra de resistência do povo chinês decorrida entre 1931 e 1945”.

Além disso, a mostra conta a história “do apoio prestado por vários sectores da sociedade de Macau na luta contra a agressão japonesa através de angariação de fundos, divulgação de informações sobre a salvação nacional, ajuda aos refugiados e participação na linha de frente”.

Tal mostra “o vínculo solidário entre os compatriotas de Macau e o povo do País, unidos por laços de sangue e destino comum”. A inauguração da exposição acontece dia 25 às 15h, podendo esta ser visitada de forma gratuita.

17 Ago 2025

IAM | Licenças para esplanadas estão de regresso

O Instituto para os Assuntos Municipais aceita, desde sexta-feira e a título experimental, novos pedidos de licença para esplanadas. Porém, estas só podem funcionar no período diurno, devendo encerrar às 21h e podendo abrir às 9h do dia seguinte. Responsáveis do sector da restauração aplaudem a medida

 

Depois de uma reunião com a União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) decidiu mesmo voltar a emitir licenças para esplanadas, um processo que estava suspenso desde 2009.

O pedido de licenças, a título experimental, pode ser feito desde a última sexta-feira, 15. Porém, há muitas regras a cumprir por parte destes estabelecimentos de restauração ou bares, a começar pelo facto de as esplanadas não poderem funcionar durante a noite. Inclui-se “a proibição do funcionamento das esplanadas entre as 21h e as 9h do dia seguinte”, tendo em conta “a situação das esplanadas do Anim’Arte Nam Van ou Pátio do Comandante Mata e Oliveira”.

Além disso, não podem ser colocados “altifalantes ou outros equipamentos semelhantes que emitam som na área das esplanadas”, tendo em conta a lei de prevenção e controlo do ruído ambiental, descreve o IAM numa nota.

Cabe aos donos dos estabelecimentos “manter a limpeza e higiene da esplanada e do espaço circundante, limpando periodicamente a respectiva área durante o período de funcionamento e arranjando imediatamente o local após a utilização diária”. Devem ser removidas “manchas do chão e retirar imediatamente todos os objectos do local após o encerramento diário” das esplanadas. Há, inclusivamente, regras para o tamanho das mesas e cadeiras a colocar na rua, tendo um custo de 1.200 patacas por cada metro quadrado de espaço que ocupem.

Sector dá os parabéns

Há 16 anos que o IAM não atribuía novas licenças de esplanadas, e agora pretende voltar a fazê-lo “no intuito de optimizar o ambiente de negócios das pequenas e médias empresas de Macau” e depois de “auscultar as opiniões do sector”. Porém, para avançar nesta decisão, foram tidos em conta “diversos factores como o equilíbrio entre o ambiente comunitário e vida da população”.

Tendo em conta que este é um período experimental de emissão de licenças, o IAM promete “monitorizar constantemente a eficácia, criando condições favoráveis para revitalizar a economia comunitária”.

Entretanto, os deputados Ngan Iek Hang, Cheung Kin Chung, e alguns conselheiros mostraram-se a favor desta medida, dizendo que a criação de mais esplanadas pode enriquecer as características do turismo de Macau.

Em declarações ao jornal Ou Mun, Cheung Kin Chung elogiou que a medida não só enriquece a indústria do turismo cultural de Macau, mas também incentiva a revitalização económica dos bairros comunitários, constituindo-se mais um apoio e motivo de esperança para o sector do turismo.

Já Ngan Iek Hang disse que devem ser feitas orientações mais claras, devendo haver uma comunicação mais estreita com o sector. O deputado, ligado à União Geral das Associações de Moradores de Macau, alertou ainda que deve ser reforçado o mecanismo de supervisão, a fim de garantir que não há a violação das novas regras das esplanadas, no tocante ao barulho e limpeza dos espaços.

Por seu turno, o membro do Conselho Consultivo para os Assuntos Municipais, Lei Chong In, elogiou que o formato de esplanada é muito popular no interior da China e países estrangeiros, sendo não apenas espaços de restauração, mas também de turismo cultural.

17 Ago 2025

PIB | Economia da RAEM cresceu 5,1% no segundo trimestre

O Produto Interno Bruto de Macau cresceu 5,1 por cento no segundo trimestre do ano, em termos homólogos, apoiado pelo aumento dos visitantes no território. Alargando a análise à primeira metade de 2025, os dados oficiais mostram um aumento anual de 1,8 por cento do PIB

 

Entre Abril e Junho deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) de Macau aumentou 5,1 por cento face ao mesmo período do ano passado. O PIB atingiu, no segundo trimestre, 100,39 mil milhões de patacas, “equivalendo a 88,8 por cento do volume económico do ano 2019”, indicou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) em comunicado.

No segundo trimestre de 2025, a economia “voltou a crescer, devido ao número de visitantes ter aumentado notavelmente, os quais foram atraídos por uma série de medidas, e [a] despesa de consumo privado se ter mantido estável”, lê-se na mesma nota.

As exportações globais de serviços, especifica a DSEC no comunicado, aumentaram 6 por cento, em termos anuais, “visto que o número de entradas dos visitantes na RAEM subiu cerca de 20 por cento no segundo trimestre do corrente ano”. As exportações de outros serviços turísticos subiram 5,9 por cento e de serviços do jogo cresceram 9,9 por cento.

No que diz respeito ao comércio externo de mercadorias, no segundo trimestre, as exportações e importações de bens caíram 6,6 por cento e 4,1 por cento, respectivamente, face ao mesmo período de 2024.

Perspectiva alargada

Em termos de procura interna, no trimestre em análise, a despesa de consumo final do Governo e a despesa de consumo privado aumentaram 1 por cento e 0,3 por cento, respectivamente, em termos anuais.

“A formação bruta de capital fixo diminuiu 3,7 por cento, em virtude do decréscimo do número de obras de construção privada, apesar dos acréscimos homólogos de 11,7 por cento registados no investimento em equipamento do sector privado, de 19,9 por cento no investimento em construção do sector público e de 83 por cento no investimento em equipamento do sector público”, refere-se ainda no relatório daquela direção.

Numa análise semestral, o PIB subiu 1,8 por cento nos seis primeiros meses do ano, quando comparado com o mesmo período do ano transacto.

As exportações de serviços, a despesa de consumo final do Governo, a despesa de consumo privado e a formação bruta de capital fixo subiram 1, 1,1, 0,3 e 1,8 por cento, respectivamente, face ao primeiro semestre de 2024. Durante este período, o deflactor implícito do PIB, que mede a variação global de preços, registou uma queda anual de 0,5 por cento, referiu ainda a DSEC.

17 Ago 2025

Trânsito | Lei volta à estaca zero e passa para próxima legislatura

A revisão da lei do trânsito voltou para a gaveta e o processo legislativo terá de recomeçar na nova legislatura. Em discussão desde o Governo de Chui Sai On, a lei volta à estaca zero, depois de os deputados terem concluído que o diploma não estava em condições para ser votado antes do fim da sétima legislatura

 

A revisão da Lei do trânsito rodoviário atravessou as agendas legislativas dos executivos de Chui Sai On, Ho Iat Seng e voltou a ficar na gaveta no primeiro ano de Sam Hou Fai à frente do Governo.

Na passada sexta-feira, a mesa da Assembleia Legislativa (AL) divulgou uma deliberação, assinada pelo presidente da AL, Kou Hoi In, onde é indicado que “a proposta de lei intitulada ‘Lei do trânsito rodoviário’ não reúne os requisitos para votação pelo Plenário”. É acrescentado que “após o termo desta legislatura, o Governo pode renovar a iniciativa quando entender oportuno”.

No final do mandato de Chui Sai On, o Governo acabou por retirar a lei da agenda depois de manifestações contra o aumento das multas. Após a extinção das manifestações nas ruas de Macau, a reforma da legislação que regula o trânsito voltou à agenda legislativa do Executivo de Ho Iat Seng, mas acabou mais uma vez por não completar o processo.

Quase duas décadas após a sua entrada em vigor, em Outubro de 2007, a lei tem sido alvo de muitas críticas e promessas de actualização.

Desta feita, a mesa da AL indica que a comissão parlamentar responsável por analisar na especialidade a lei teve o dia 7 de Agosto como prazo inicial de apreciação fixado, prazo que foi estendido até 15 de Agosto, a sexta-feira passada. Nos dois meses que antecederam o fim do prazo, e dos trabalhos desta legislatura, Kou Hoi In terá contactado o Governo várias vezes para estar a par do andamento da proposta de lei.

Idade da razão

Apesar dos contactos da AL, a 1ª comissão permanente que analisou o diploma, presidida por Ella Lei, não chegou a receber “a versão alternativa formal e conclusiva e o texto de trabalho e a versão inicial da proposta de lei revelam-se imaturos”, é descrito no texto assinado por Kou Hoi In.

O parecer assinado pelos deputados da 1ª comissão permanente destaca que foram realizadas 23 reuniões para discutir o diploma na especialidade, 14 das quais com a participação de representantes do Governo. Porém, a complexidade do diploma acabou por ditar a sua “morte” em sede de especialidade. O Governo propunha a revogação de 39 diplomas legais, incluindo a lei do trânsito rodoviário em vigor, “o que implicava um planeamento legislativo de grande dimensão.”

O parecer salienta que “tendo em conta a divergência de opiniões do público em geral sobre as alterações da proposta de lei, é necessário continuar a procurar consenso”, e que “o Governo ainda não respondeu às questões da comissão” e que o “novo texto de trabalho continua a apresentar alguns problemas de princípio”.

17 Ago 2025

AL | Sam Hou Fai realça trabalho dos deputados para ordem constitucional

Num jantar com todos os deputados, antes da eleição do novo hemiciclo, o Chefe do Executivo enalteceu o trabalho dos legisladores na salvaguarda da “ordem constitucional da RAEM estabelecida pela Constituição e pela Lei Básica”. Entre os deputados presentes esteve Ron Lam, afastado das próximas eleições por não ser fiel à RAEM e à Lei Básica

 

Na sexta-feira, Sam Hou Fai ofereceu um jantar a todos os deputados da 7ª legislatura, que terminará na primeira reunião (em meados de Outubro) do novo elenco de legisladores apurados nas próximas eleições legislativas. O Chefe do Executivo brindou os deputados com elogios e realçou os êxitos alcançados pelos deputados, que “proporcionam alicerces sólidos para a nova legislatura”, na salvaguarda efectiva “da ordem constitucional da RAEM estabelecida pela Constituição e pela Lei Básica”.

Segundo um comunicado emitido pelo Gabinete de Comunicação Social, o governante salientou que os deputados asseguraram “o funcionamento eficaz e suave da estrutura com predominância do poder executivo estabelecida pela Lei Básica, apoiou sempre, colaborou e fiscalizou o Governo na governação segundo a lei, exerceu efectivamente os poderes e funções atribuídos pela Lei Básica”.

Entre os “resultados frutíferos” dos trabalhos legislativos, Sam Hou Fai destacou a “modernização do sistema jurídico da RAEM”, nomeadamente o aperfeiçoamento do regime jurídico da defesa da segurança do Estado.

Participaram no jantar todos os deputados, incluindo os que estão de saída. Um deles foi Ron Lam, que apesar dos elogios de Sam Hou Fai sobre a salvaguarda “da ordem constitucional da RAEM estabelecida pela Constituição e pela Lei Básica”, foi desqualificado das próximas eleições alegadamente por não ser fiel à RAEM e à Lei Básica.

No devido lugar

No total, durante os quatro anos de actividade, os deputados da sétima legislatura aprovaram 86 leis. Além disso, Sam Hou Fai elogiou os trabalhos dos deputados para a “elevação da capacidade governativa da RAEM, o desenvolvimento da diversificação adequada da economia”, assim como eu áreas importantes para o bem-estar da população.

O Chefe do Executivo indicou que nos últimos quatro anos, o funcionamento da Assembleia Legislativa (AL) proporcionou “três importantes experiências e inspirações”. A primeira foi garantir a implementação firme do princípio “Macau governada por patriotas”. A segunda foi o cumprimento correcto das funções e responsabilidades da AL “para assegurar o funcionamento suave da estrutura com predominância do poder executivo”. A terceira foi a continuidade da melhoria da eficiência e qualidade legislativas “para assegurar a conformidade legal dos projectos da RAEM e salvaguardar o ambiente e o prestígio da Macau alicerçada no Estado de Direito”.

Por último, Sam Hou Fai disse esperar que Kou Hoi In, Chui Sai Cheong e os deputados que deixarão o cargo em breve continuem a apoiar o Governo na governação segundo a lei e a contribuir com esforços e sugestões para o desenvolvimento, prosperidade e estabilidade da RAEM a longo prazo.

17 Ago 2025

Podul | Chuvadas causam inundações um pouco por toda a cidade e ruas cortadas

As fortes chuvadas que se abateram ontem sobre Macau deixaram muitas zonas completamente inundadas, um cenário que não se via há muito tempo na cidade. Poucos minutos depois da emissão do sinal de chuva intensa, já muitas estradas tinham sido cortadas, com veículos apanhados pelas cheias e houve até deslizamento de terra e pedras em Coloane

 

Estradas cortadas, aulas canceladas, veículos presos em autênticas piscinas de água castanha, deslizamento de terra e pedras e um total pandemónio na cidade. Assim foi o dia de ontem em Macau, com chuvas fortes o dia inteiro e o sinal mais elevado de chuva intensa (sinal preto) emitido durante várias horas.

A partir do início da tarde, começaram a circular nas redes sociais vídeos e fotografias de inundações e os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) actualizavam, às 15h50, o aviso sobre a precipitação acumulada.
“Devido à influência de chuva forte, a precipitação máxima acumulada, em algumas áreas da Taipa e Coloane atingiu os 110 mm por hora. Com base nos dados mais recentes, prevê-se que a precipitação se mantenha, uma vez que, a região vai continuar a ser afectada por uma área de chuva durante algum tempo”, indicaram os SMG, aconselhando a “população a abrigar-se num lugar seguro e coberto”.

Cerca de 24 horas antes, os mesmos serviços previam que “no que diz respeito ao ‘storm surge’, uma vez que os próximos dois dias (ontem e hoje) não são de maré alta astronómica, a probabilidade de inundações provocadas por “storm surge”, é baixa. No entanto, podem ocorrer inundações em zonas baixas devido à chuva intensa de curta duração”.

A partir do início da tarde, o Corpo de Polícia de Segurança Pública começou a cortar ruas devido às inundações, pouco mais de 10 minutos depois de os SMG terem emitido o sinal mais grave chuvas intensas. Às 14h11 foram encerrados os passeios subterrâneos e passagem inferior para viaturas da Praça de Ferreira do Amaral. Às 14h35, foram encerradas a Rua do Porto na Taipa, a Rua de Chiu Chau, a Rua de Fernão Mendes Pinto e a Rotunda da Central Térmica de Coloane. Às 15h05, foi a vez da Avenida Wai Long da Taipa e a Rotunda Ouvidor Arriaga.

Os cortes prosseguiram, às 15h58 na Avenida de Cinco de Outubro em Coloane, na Estrada do Altinho de Ká Hó perto do reservatório em Coloane, na Estrada do Istmo perto do campo de golfe no Cotai, no Caminho das Hortas na Taipa, no Largo dos Bombeiros na Taipa, no Túnel subfluvial do Campus da Universidade de Macau.

Às 16h17, as autoridades cortaram o trânsito na Avenida das Virtudes, Avenida do Transporte e Avenida Do Progresso, nas imediações da Universidade de Macau.

Até às 17h30, o Corpo de Bombeiros recebeu 25 pedidos de assistência, incluindo suspeitas de pessoas presas, remoção de objectos caídos, acumulação de água, deslizamentos de terra e árvores caídas. Até ao fecho desta edição não havia registo de feridos, nem um balanço dos danos causados.

Adeus, Podul

Assim que foi accionado o sinal mais elevado de chuvas intensas, o Centro de Operações de Protecção Civil lançou um alerta, afirmando que eram expectáveis inundações nas zonas baixas da cidade.

Foram também divulgadas medidas de precaução, numa altura em que já havia inundações e estradas cortadas. O Centro de Operações de Protecção Civil pediu a “cidadãos e turistas” para ficarem em zonas abrigadas, longe de “zonas baixas e áreas inundadas, evitando parques de estacionamento subterrâneos e caves sem saídas de emergência, num comunicado divulgado apenas em chinês.

As autoridades aconselharam também não permanecer perto de encostas, colinas e paredes de retenção e pediram atenção para a possibilidade de deslizamento de terras e queda de árvores.

Foi também pedido aos condutores a redução da velocidade, atenção redobrada e que evitassem zonas inundadas.
Cerca de 20 minutos antes do alerta de chuva, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) emitiu um aviso de suspensão das aulas e pediu aos pais para ires buscar os seus filhos, meia horas antes das primeiras estradas serem cortadas ao trânsito.

“Devido à emissão do sinal de chuva intensa, de acordo com o disposto, as aulas dos ensinos infantil, primário, secundário e especial ficam suspensas na parte da tarde. As escolas devem organizar pessoal para acolher os alunos que cheguem às escolas até que o seu regresso a casa se possa fazer em segurança”, indicou a DSEDJ.

Às 17h50, os SMG baixavam o sinal de chuva intensa do preto para o amarelo, o mais baixo de três alertas. Dez minutos depois, os mesmos serviços cancelavam todos os sinais de tempestade tropical, mantendo a previsão de chuvas fortes e trovoadas frequentes com rajadas de vento fortes para hoje, assim como inundações nas zonas baixas devido a chuva intensa de curta duração.

15 Ago 2025

DSAL | Reconhecida falta de mecanismo para verificar aquisição de seguro

O Governo não tem um mecanismo para verificar a aquisição de seguros de acidente de trabalho. A DSAL refere que a exigência legal é verificada em inspecções, apesar do volume elevado de infracções aplicadas a empregadores por falta de seguro. Construção civil, hotelaria, restauração, e comércio a grosso e retalho são os sectores mais afectados

 

Os seguros de acidente de trabalho são uma obrigação legal que procuram cobertura e segurança dos trabalhadores, mas o Governo não tem “um mecanismo de comunicação, comparação e verificação de aquisição do seguro de acidentes de trabalho por parte do empregador”, admite o director dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), Chan Un Tong.

Em resposta a interpelação escrita do deputado Lam Lon Wai, o director da DSAL indica que “a exigência legal é indagada nas vistorias de inspecção de trabalho executadas” pela DSAL, e reforçada através de “trabalhos de divulgação e formação”.

Porém, as campanhas de sensibilização e mesmo as vistorias de inspecção não têm surtido efeito, de acordo com as estatísticas oficiais.

O deputado dos Operários sublinhou que, de acordo com a análise estatística relativa a acidentes de trabalho do ano passado, “5.095 trabalhadores ficaram feridos em acidentes de trabalho, dos quais 22 sofreram incapacidade permanente e 10 perderam, infelizmente, a sua vida preciosa, o que leva a elevadíssimos custos sociais e é lamentável”.

Lam Lon Wai refere ainda que desde 2020, tem-se verificado um aumento de casos de violações e incumprimento da obrigação de aquisição de seguro de acidentes de trabalho, “em 2023, os trabalhadores envolvidos e o montante de sanções aplicadas aumentaram 147,1 por cento face ao ano anterior”.

O deputado dos Operários realça que, apesar de no ano passado o número de pessoas sancionadas e trabalhadores envolvidos terem diminuído, “continua superior a 300” e a sanções “têm-se mantido num nível elevado nos últimos anos”.

Confiança e tranquilidade

Apesar de falhas e repetidas infracções devido à falta de seguros, em especial nos sectores da construção civil, hotelaria, restauração, e comércio a grosso e retalho, o director da DSAL salienta o trabalho feito no terreno.

“No primeiro semestre do corrente ano, para além de ter efectuado 1.744 inspecções a 852 estabelecimentos de trabalho, foram também organizadas 924 formações e palestras aos sectores hoteleiro, da construção civil e aos demais sectores de actividade, tendo contado com a participação de 27.065 operacionais”.

15 Ago 2025

Ron Lam | Último episódio do podcast destacou falta de respostas do Governo

O último episódio do podcast realizado pela Associação Sinergia de Macau, dirigida pelo ainda deputado Ron Lam, foi gravado esta quarta-feira à noite e destacou a ausência de respostas do Executivo para com a população. O projecto, que durou oito anos, chegou ao fim, com Ron Lam a admitir cansaço

 

Há oito anos que a Associação Sinergia de Macau, cujo vice-presidente é o deputado Ron Lam, divulgava ideias políticas através de um podcast semanal. Porém, isso acabou, tendo sido gravado esta quarta-feira o último episódio.

Uma das ideias deixadas por Ron Lam foi, precisamente, a ausência de respostas do Governo para com a população, temendo-se que se continuem a ignorar as vozes da sociedade.

O responsável frisou que a Sinergia de Macau fez várias propostas ao longo dos anos para diversos problemas do território, mas que o Governo nunca aceitou ou ouviu essas ideias. “Fizemos todos os esforços para apresentar sugestões concretas e algumas são esperadas pela população. Porque é que os jovens estão confusos em relação ao futuro? Porque é que as percepções da sociedade estão em baixa? Estes assuntos têm de ser enfrentados pelo Governo, para que os possa resolver”, disse Ron Lam.

Um dos casos descritos no último episódio do podcast diz respeito ao urbanismo, nomeadamente o projecto do viaduto entre Zona A e Zona B dos Novos Aterros Urbanos. “Em meados do ano passado começámos a falar sobre isso, a colocar questões sobre o viaduto, mas o Governo sempre disse que o viaduto não ia ser como um edifício. Depois, o projecto acabou por ser suspenso por exigência da UNESCO”, acrescentou.

Sem regresso

Johnson Ian, ex-jornalista e presidente da associação, recordou que, olhando em perspectiva, muitos dos problemas apontados em oito anos de podcast não foram resolvidos. “Os temas foram sempre discutidos, nomeadamente as questões da habitação. O segundo tema mais discutido foi o metro ligeiro. Há oito anos discutimos, e agora continuamos a fazê-lo”, frisou.

Os intervenientes disseram que o podcast surgiu como uma forma de explicar as políticas do Governo e demais notícias de forma detalhada aos ouvintes, além de ter sido uma ferramenta para preparar as eleições à Assembleia Legislativa (AL) de 2017.

No último episódio Ron Lam foi ainda questionado por um ouvinte sobre um possível regresso à política através da Federação das Associações dos Operários de Macau, a que pertenceu antes de criar a Associação Sinergia de Macau, para recuperar a qualificação como candidato. Mas este afastou essa possibilidade.

“Não vou pensar numa candidatura à AL nos próximos tempos. Para mim, o papel do deputado é uma ferramenta em prol da mudança, e quando esta ferramenta não pode ser usada, deixa de ser um objectivo.”

Ron Lam disse ainda que estabeleceu para si o limite máximo de três legislaturas no trabalho como deputado, recordando que está na política desde 2010. Agora parece ser altura de deixar o palco. “Estou cansado e preciso do tempo para respirar,” revelou.

15 Ago 2025

1ª Feira de comércio em Díli atrai investimentos de Macau e China

Díli, capital de Timor-Leste, prepara-se para receber a primeira edição da Feira Internacional de Comércio de Díli, que contará com 19 empresários de Macau. A informação consta numa nota divulgada pelo Fórum Macau, assinada por António Ramos da Silva, delegado do país junto do secretariado permanente do Fórum Macau.

O evento, que acontece entre os dias 28 de Agosto e 1 de Setembro, é o primeiro desta natureza a decorrer no país e “pretende atrair mais investidores da Grande Baía (Guangdong-Hong Kong- Macau) e empresários de todos os sectores, desde comércio, prestação de serviços, instituições financeiras e banca”. Macau participa com uma delegação de 19 empresários, organizada pelo Instituto de Promoção do Investimento e Comércio (IPIM), enquanto a China envia uma delegação de 14 empresários de diversas regiões, organizada pela Associação da Indústria Aroma Natural China Macau.

Café e companhia

Segundo a mesma nota, “durante o evento as empresas de Macau e Guangdong vão assinar protocolos de cooperação e contratos de compra e venda com empresas de Timor-Leste” em áreas como a produção de café e mariscos ou a construção civil, entre outras. Um dos exemplos destacados é o contrato entre a Macau Coffee, Companhia Limitada e a Timor Global, empresa distribuidora de café em Timor-Leste, que terá o valor global de 808,800.00 dólares americanos.

Já a empresa Água Nova de Timor (Macau) vai assinar um acordo com o Ministério da Educação de Timor-Leste “para instalação de máquinas de água potável nas escolas públicas” do país, lê-se ainda. Outro destaque é o acordo assinado neste evento entre o grupo de construção civil TOP Builder, Macau e o Huafa Group, de Zhuhai, “para participar no desenvolvimento das infraestruturas em Timor-Leste”.

António Ramos da Silva destaca também que da zona da Grande Baía são esperados investimentos em Timor-Leste, nomeadamente o investimento do Caizi Group em parceria com Leong Iu Kau, do grupo Zhuhai Deguang Electronic Products Factory Co,Ltd. A mesma nota dá conta que em Janeiro deste ano o Caizi Group “assinou um pré-acordo de investimento com o delegado de Timor-Leste [do Fórum Macau] num montante total de investimento de cerca de mil milhões de dólares americanos, e que se divide em várias fases”. Pretende construir “resorts integrados, fábricas de manufacturas para a construção civil e outras indústrias”, é referido.

15 Ago 2025

Direitos humanos | Governo manifesta “firme oposição” a relatório americano

O Executivo de Sam Hou Fai reagiu com “forte insatisfação e uma firme oposição” ao “Relatório sobre Direitos Humanos 2024″ do Departamento de Estado norte-americano. O relatório acusa Macau de restringir as liberdades de expressão e de imprensa, e de permitir o tráfico de pessoas. O Governo aponta a “interferência violenta” nos assuntos internos da China e da RAEM

 

“O ‘Relatório sobre Práticas de Direitos Humanos por País relativo ao ano de 2024’, publicado recentemente pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos da América, contem acusações infundadas sobre a situação dos direitos humanos em Macau que não correspondem aos factos e estão repletas de preconceito, às quais o Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) manifesta uma forte insatisfação e uma firme oposição”, foi desta forma que o Governo da RAEM reagiu na noite de quarta-feira ao documento emitido na terça-feira pelo organismo liderado por Marco Rubio.

O Executivo de Sam Hou Fai começa por elencar os “êxitos notáveis” alcançados pela RAEM “desde o regresso à pátria”, como o desenvolvimento económico, a estabilidade e harmonia social, a qualidade de vida da população, assim como “progressos abrangentes na área dos direitos humanos”.

A resposta prossegue com o elogio à solidez do sistema jurídico local e ao reforço da independência judicial tem sido reforçada. “Os residentes gozam, nos termos da lei, de amplos direitos e liberdade de expressão, de imprensa, de reunião e de desfile, entre outras, sendo igualmente os direitos laborais garantidos por lei”, acrescenta o Governo da RAEM

O Executivo defende ainda a lei relativa à defesa da segurança do Estado, por garantir “eficazmente a segurança do Estado e a prosperidade e estabilidade da RAEM”, e que a salvaguarda da soberania, segurança e interesses do desenvolvimento do país, são “deveres constitucionais” dos residentes de Macau.

Interferência violenta

O Governo de Sam Hou Fai acusa os Estados Unidos de violarem os princípios do direito internacional e as normas básicas das relações internacionais, nomeadamente através da publicação “ano após ano dos chamados relatórios para comentar irresponsavelmente a situação dos direitos humanos na RAEM, o que constitui uma interferência violenta nos assuntos internos da China e nos assuntos da RAEM”.

Como tal, o Executivo da RAEM reitera que os Estados Unidos devem atentar com imparcialidade os “enormes êxitos alcançados por Macau sob o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, respeitem os factos e parem de difamar e criticar maliciosamente a situação dos direitos humanos na RAEM”.

O documento do Departamento de Estado norte-americano voltou a acusar Macau de restringir a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa, através da censura, e de permitir o tráfico de pessoas. O organismo da Administração Trump reitera, como o fez o ano passado, que não houve “mudanças significativas” na situação de Macau. No documento frisa-se que “a lei prevê liberdade de expressão, incluindo para membros da imprensa e outros meios de comunicação, mas o Governo restringiu este direito”.

A “RAEM impôs restrições à liberdade de imprensa e incentivou os meios de comunicação a alinharem-se com as posições governamentais. Houve relatos de autocensura por parte de órgãos e jornalistas”, pode ler-se no mesmo documento.

15 Ago 2025

MNE da China em Macau critica relatório de Direitos Humanos dos EUA

O Gabinete do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) da China em Macau emitiu ontem uma nota onde deixa duras críticas ao Relatório dos Direitos Humanos dos EUA relativo a 2024, e que foi lançado esta terça-feira.

“Opomo-nos firmemente à interferência dos EUA nos assuntos de Macau”, começa por dizer a nota, que refere ainda que as autoridades norte-americanas “ignoram factos, criam problemas onde não existem e atacam o panorama dos direitos humanos em Macau, interferindo nos assuntos de Macau e nos assuntos internos da China”, pelo que expressam uma “forte insatisfação e uma resoluta oposição” ao conteúdo do referido relatório.

O relatório em questão deixa vários alertas sobre o que considera ser uma redução da liberdade de imprensa e de expressão no território. “Não houve alterações significativas na situação dos direitos humanos em Macau durante o ano. As questões de direitos humanos mais significativas dizem respeito a relatos credíveis de restrições sérias à liberdade de expressão e de informação, incluindo censura”, pode ler-se. São citadas críticas públicas feitos pela Associação de Jornalistas de Macau e o episódio ocorrido em Junho do ano passado, quando o ex-deputado Au Kam San deixou de escrever opinião para um jornal local ao fim de 35 anos de actividade como cronista.

Um bom princípio

Na nota emitida pelo MNE chinês, defende-se que Macau tem constituído um bom exemplo da aplicação do princípio de “um país, dois sistemas”, o qual “alcançou conquistas reconhecidas” tendo sido “melhorado o sistema democrático”, enquanto que “o desenvolvimento económico [do território] deu um salto histórico”.

Desta forma, Pequim considera que, nestes 25 anos em que vigora este princípio na RAEM, “a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa, bem como os direitos laborais, foram totalmente protegidos por lei, sendo a sociedade harmoniosa e estável”.

O mesmo comunicado do MNE defende a importância da Lei de Segurança Nacional de Macau, que deverá proporcionar, na sua visão, “garantias mais sólidas para a implementação bem-sucedida” do referido princípio, garantindo ainda “a prosperidade e estabilidade de Macau a longo prazo”.

Pequim volta assim, a pedir aos EUA que “respeite factos objectivos e que pare imediatamente de caluniar e difamar a situação dos direitos humanos em Macau”.

14 Ago 2025

Podul | Sinal 3 improvável. Trovoadas para hoje amanhã

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos indicavam ontem como “baixa a moderada” a probabilidade de elevar o alerta de tempestade para sinal 3, assim como a ocorrência de inundações. Já enfraquecido, é possível que o Podul passe a cerca de 200 quilómetros de Macau

 

Ontem à tarde, quando a tempestade severa Podul atravessava Taiwan, seguindo rumo à costa sul de Fujian e à costa leste da província de Guangdong, os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) tinham o sinal 1 de tempestade içado e previam que a probabilidade de subir o alerta para 3, entre a madrugada e manhã de hoje era “relativamente baixa a moderada”. As autoridades indicaram que o tempo quente verificado ontem em Macau se deveu “à influência da subsidência periférica do Podul”.

Quanto à evolução da tempestade, de acordo com as previsões de ontem, era esperado que o “Podul enfraqueça gradualmente após atingir a costa de Fujian até à zona leste de Guangdong. No entanto, a sua intensidade e trajectória são incertas, e existe a possibilidade de seguir uma trajectória mais a sul”, apontaram os SMG. As autoridades acrescentaram que face à possibilidade de a tempestade rumar mais para sul, em direcção a Macau, mantinham a hipótese de elevar o sinal de alerta para 3.

Em relação às consequências meteorológicas, “sob a influência da circulação externa deste sistema”, os SMG estimam que o tempo entre hoje a amanhã, “seja instável com aguaceiros ocasionais, por vezes fortes, acompanhados de trovoadas”.

“No que diz respeito ao ‘storm surge’, uma vez que os próximos dois dias (hoje e amanhã) não são de maré alta astronómica, a probabilidade de inundações provocadas por “storm surge”, é baixa. No entanto, podem ocorrer inundações em zonas baixas devido à chuva intensa de curta duração”, prevêem os SMG.

Segundo o mapa com a trajectória prevista para a tempestade, os SMG estimam que hoje, por volta das 14h, o Podul esteja no ponto de maior proximidade com Macau, a cerca de 200 quilómetros do território. Nessa altura, o sistema terá baixado de intensidade para a categoria de “ciclone tropical”.

Aqui ao lado

Na RAEHK, o Observatório de Hong Kong também manteve o sinal 1 de tempestade emitido ao longo do dia de ontem, prevendo que a proximidade máxima do Podul ontem fosse de perto de 400 quilómetros.

“Devido à sua rápida velocidade, de acordo com a trajectória prevista actualmente, o Podul voltará a atingir a costa na região sul de Fujian e leste de Guangdong durante esta noite (ontem)”, indicava o organismo.

O Observatório também mantinha ontem em aberto a possibilidade de elevar o alerta para sinal 3, na madrugada de hoje, “dependendo da distância entre o Podul e o estuário do Rio das Pérolas, da sua intensidade e da mudança nos ventos locais”. Porém, como a partir da manhã de hoje a tempestade deverá estar no seu ponto mais próximo de Hong Kong, o território vizinho pode sentir “a influência das suas faixas de chuva”, resultando em chuvas fortes e trovoadas.

14 Ago 2025

BNU | Quebra do lucro líquido atinge quase 25% até Junho

O lucro líquido do Banco Nacional Ultramarino caiu 24,1 por cento no primeiro semestre para 228,2 milhões de patacas face ao mesmo período de 2024, foi ontem divulgado. A tendência decrescente acompanha os resultados do primeiro trimestre, quando o lucro líquido já havia caído 18,4 por cento

 

O Banco Nacional Ultramarino (BNU) registou uma quebra anual de 24,1 por cento dos lucros líquidos nos primeiros seis meses de 2025, para um total de 228,2 milhões de patacas, revelou ontem a instituição em comunicado.

De acordo com os dados revelados, a quebra homóloga de 72,4 milhões de patacas do lucro líquido não auditado é explicada, fundamentalmente, por uma redução da margem financeira líquida nos primeiros seis meses de 2025 na ordem das 75,3 milhões de patacas, equivalente a uma queda de 14,9 por cento, em relação a igual período em 2024. O BNU tinha já registado um decréscimo homólogo do lucro líquido no primeiro trimestre de 18,4 por cento, para 133,2 milhões de patacas.

O banco explica que esta queda se deve, “principalmente, a alterações na composição dos depósitos e à evolução do contexto das taxas de juro, bem como à diminuição da procura de crédito e à diminuição da margem dos investimentos não creditícios”, segundo a nota.

A redução do lucro e da margem financeira foi “parcialmente compensada” por um aumento de 5,6 por cento para as 2,4 milhões de patacas nas comissões líquidas. As perdas por imparidade relacionadas com a exposição ao crédito e investimentos financeiros ascenderam a 14,7 milhões de patacas, valor que compara com 16,3 milhões de patacas no primeiro semestre de 2024, reflectindo uma abordagem mais prudencial do banco em matéria de provisionamento de risco.

Terra prometida

“A qualidade dos activos do BNU mantém-se sólida, suportada por práticas de crédito conservadoras e por um forte nível de provisões para enfrentar as incertezas macroeconómicas em curso”, escreve o BNU.

A sucursal do BNU em Hengqin “continua a desempenhar um papel estratégico no atendimento a investidores de Macau e Hong Kong, incluindo particulares e empresas, à medida que a Grande Baía (GBA) e a Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin aprofundam a integração”, avança ainda o comunicado do banco, sem acrescentar dados de desempenho.

“Actuando como um ‘hub’ financeiro transfronteiriço, a sucursal apoia a colaboração económica entre a China Continental, Macau e os países de língua portuguesa através da oferta de soluções financeiras adaptadas e da promoção de um ecossistema empresarial diversificado na GBA”, explica o texto do BNU.

14 Ago 2025

Trânsito | Associação alerta para pouca consciência cívica

Lai Vai Kok, presidente da Associação de Instrutores de Condução de Automóveis de Macau defendeu ontem, no programa matinal de rádio Fórum Macau, que é necessário aumentar o civismo dos condutores para que haja, no território, maior segurança na estrada. Só no ano passado, os acidentes de viação aumentaram 10 por cento

 

Um recente acidente de viação que vitimou fatalmente vários jovens, incluindo Leon Ng Lai Teng, extremo direito da selecção de futebol de Macau, com apenas 20 anos, levou ontem ao debate sobre segurança rodoviária no programa matinal Fórum Macau, no canal chinês da Rádio Macau.

Nesta conversa, o presidente da Associação de Instrutores de Condução de Automóveis de Macau, Lai Vai Kok, diz que é necessário aumentar a consciência cívica dos condutores em prol de uma forma de conduzir mais segura e de acordo com o cumprimento da lei. E deu exemplos.

“Muitos condutores não circulam na faixa da esquerda, usando tanto as faixas da esquerda como da direita. Mas, de facto, a faixa da direita deve ser usada para a ultrapassagem de veículos. Os condutores precisam também de manter uma velocidade estável e alguma distância segura em relação ao veículo da frente, para que os veículos não estejam demasiado perto uns dos outros”, disse.

Lai Vai Kok adiantou que os exames de condução em Macau são feitos de forma rigorosa, defendendo o aumento das multas para que haja uma condução mais prudente. Quanto às melhorias que o Governo pode implementar, Lai Vai Kok apontou que muitos dos condutores com carta de condução recente aguardam aulas adicionais para poderem ter outras experiências além das aulas.

“Procuramos que a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) possa implementar um curso com um nível mais avançado, para que os alunos possam aprender a conduzir noutro tipo de situações rodoviárias. Há muitos alunos com esta necessidade”, defendeu.

Pedidos mais testes

No debate da rádio, participou também Ku Heng Cheong, vice-presidente da Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau. Este disse concordar com a forma actual de fazer exames de condução, que considera terem critérios rigorosos, mas espera que a DSAT possa realizar uma maior diversidade de testes.

“O actual exame de condução não consegue simular uma situação real. Em algumas regiões há cursos que incluem conhecimentos sobre a manutenção do veículo ou uma condução mais defensiva, e em Macau esses conteúdos não estão incluídos no actual exame. Os alunos, quando começam a conduzir, precisam de ter este tipo de conhecimentos”, concluiu.

Tendo em conta as muitas disputas que existem entre condutores, nas estradas, Ku Heng Cheong considera que Macau tem um panorama rodoviário complexo, com a realização de muitas obras viárias e a retirada de vários lugares de estacionamento. Todos estes factores agravam as disputas entre condutores, disse.

O dirigente associativo sugeriu que o Governo disponibilize mais meios de denúncia a serem utilizados por condutores que testemunhem ou vivenciem estes episódios, a fim de haver uma resolução posterior e para se evitar confrontos físicos ou verbais nos locais.

Condução | Pedidas medidas para condutores sem prática

O deputado Leong Sun Iok defende que os condutores que têm carta de condução, mas que não têm experiência, devem poder frequentar aulas práticas, acompanhadas por instrutores, que lhe confiram experiência de estrada, circulando pela cidade.

Numa interpelação escrita, divulgada ontem, o deputado da bancada parlamentar dos Operários considera que Macau deveria seguir os exemplos de Hong Kong e Taiwan e alargar o âmbito das aulas práticas de condução às estradas, em vez de ficarem apenas nos percursos onde são feitos os exames, que são cortados ao trânsito.

Leong Sun Iok citou o sector de escolas de condução que se queixa dos limites de circulação dos seus veículos e sugeriu que seja concedido o acesso a ruas menos movimentadas e que sejam promovidos conteúdos sobre condução defensiva para reduzir os acidentes nas estradas de Macau.

14 Ago 2025

Esplanadas | Pedido regresso da atribuição de licenças

O Governo reuniu ontem com dirigentes da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau a fim de discutir o regresso da atribuição de licenças para esplanadas e a flexibilização do processo. IAM demonstrou abertura para voltar ao processo

 

Chan Chak Mo, deputado e presidente da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau reuniu ontem com o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) onde foi debatida a necessidade de atribuir mais licenças de esplanadas para captar turistas para zonas menos frequentadas.

Segundo notícia do canal chinês da Rádio Macau, o responsável disse esperar que sejam novamente emitidas licenças e que o processo de aprovação seja mais célere, além de que deve haver uma melhoria nas normas e directrizes para pedir a licença em questão.

Chan Chak Mo acredita que, dessa forma, Macau pode atrair mais turistas e revitalizar a confiança no turismo comunitário, ou seja, em bairros fora dos habituais percursos turísticos. O deputado citou os dados fornecidos pelo IAM na reunião, de que existem 20 estabelecimentos com licença para ter esplanadas ao ar livre em todo o território. Porém, devido a vários factores, disse, desde 2009 que o IAM não atribui novas licenças.

Chan Chak Mo adiantou que o sector da restauração e bares tem vindo, há vários anos, a pedir que o processo de concessão de licenças regresse, tendo ficado satisfeito com a postura demonstrada pelo IAM de voltar a emitir licenças.

O também legislador afirmou que, com mais licenças, haverá mais desenvolvimento dos sectores do turismo e da restauração para dinamizar algumas zonas da Taipa e Cotai com esplanadas.

ZAPE na mira

A zona do ZAPE (Zona de Aterros do Porto Exterior) é um dos bairros comunitários que está na mira das autoridades por causa do fecho dos casinos-satélite e necessidade de dinamização da economia local. Com ou sem esplanadas, o que é certo é que o Governo diz ter planos para revitalizar esta zona, conforme disse numa resposta a uma interpelação escrita do deputado Ngan Iek Hang.

“A Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico promove a organização de actividades económicas comunitárias com características próprias por parte das associações, unindo os grandes eventos e diversos concertos de grande dimensão realizados em Macau, pretendendo atrair residentes e turistas para a zona ZAPE, por forma a fomentar o ciclo de consumo na zona e melhorar o ambiente de negócios.”

Além da aposta em planos de fomento ao consumo juntamente com “plataformas de venda de bilhetes de renome do Interior da China”, para que haja “benefícios de consumo aos turistas que comprem bilhetes para concertos a realizar em Macau”, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) tem outras ideias.

“A DST está a planear uma colaboração com as principais plataformas de viagens online do Interior da China e do estrangeiro para disponibilizar ofertas de reservas com desconto para hotéis e produtos turísticos destinados à zona do ZAPE”, lê-se na resposta do Governo.

14 Ago 2025

“Podul” | Sinal 1 de será hoje içado

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) deverão içar hoje o sinal 1 de tempestade tropical devido à influência de uma “subsidência periférica” causada pelo ciclone tropical “Podul”, localizado a leste de da região de Taiwan.

O içar do sinal 1 de tempestade dá-se tendo em conta que o “Podul” deverá estar a 800 quilómetros do território, seguindo rumo em direcção à costa sul de Fujian e costa leste da província de Guangdong.

Hoje o tempo no território deverá ser “extremamente quente”, sendo que as altas temperaturas “poderão provocar trovoadas e chuva com rajadas de vento fortes”. Entre hoje e sexta-feira o tempo deverá ser “instável, ocorrendo aguaceiros ocasionais, por vezes fortes, acompanhados de trovoadas”, apontam ainda os SMG.

13 Ago 2025

Galaxy | Lucros crescem 19 por cento no primeiro semestre

Na primeira metade de 2025, o grupo Galaxy Entertainment registou lucros de 5,24 mil milhões de dólares de Hong Kong, um aumento de 19,4 por cento face ao mesmo período do ano passado. Na nota enviada à bolsa de valores de Hong Kong, a empresa anunciou ainda a distribuição de dividendos a partir do fim de Outubro

 

Nos primeiros seis meses de 2025, o grupo Galaxy Entertainment registou uma subida anual de lucros de quase um quinto. Segundo uma nota divulgada ontem, a concessionária de jogo apurou 5,24 mil milhões de dólares de Hong Kong (HKD) em lucros no primeiro semestre deste ano, o equivalente a um aumento anual de 19,4 por cento.

Segundo informação dada à bolsa de valores de Hong Kong, citada pelo portal GGR Asia, a concessionária irá distribuir dividendos de 0,7 HKD por acção a partir do dia 31 de Outubro.

O crescimento verificou-se também ao nível dos lucros líquidos, que atingiram no final do primeiro semestre quase 23,25 mil milhões de HKD, o que equivale a um aumento de 8,3 por cento face ao mesmo período de 2024.

Em relação aos resultados globais do grupo, a concessionária deu conta de uma margem de lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, em inglês) de cerca de 6,87 mil milhões de HKD na primeira metade do ano, o que representou uma subida de 14,2 por cento ao ano.

A nota enviada pelo grupo à bolsa de Hong Kong revela também que no segundo trimestre de 2025 a concessionária teve lucros líquidos de 12 mil milhões de HKD, mais 10 por cento do que no mesmo período de 2024. Já o EBITAD entre Abril e Junho deste ano registou uma subida anual de 12 por cento para um total de 3,6 mil milhões de HKD.

Em relação lucros líquidos apenas dos casinos do grupo, o primeiro semestre foi sinónimo de uma subida anual de 10,7 por cento para um total aproximado de 18,58 mil milhões de HKD. Por outro lado, as receitas líquidas de negócios não-jogo do grupo ascenderam quase a 3,17 mil milhões de HKD no período em análise, o equivalente a um aumento anual de 2,5 por cento.

Prova de esforço

“Estou feliz por anunciar a performance sólida do mercado de Macau e da Galaxy Entertainment no segundo trimestre e primeiro semestre de 2025. Apesar das disrupções trazidas pelas tarifas, do contínuo desaceleramento económico e da competição regional, Macau manteve-se resiliente” nos três meses que encerraram a 30 de Junho, afirmou Francis Lui Yiu Tung, presidente do grupo Galaxy Entertainment.

O homem forte da Galaxy destacou o crescimento de todos os segmentos de mercado, “em particular o segmento de massas premium”, assim como a saúde financeira do grupo.

13 Ago 2025

Hospital das Ilhas | Mais de 100 operações às cataratas num mês

Uma equipa médica do Hospital das Ilhas e do Hospital Conde de São Januário realizou mais de uma centena de cirurgias a cataratas desde meados de Julho. Três cirurgiões dos dois hospitais têm trabalhado diariamente num processo que, desde a preparação até à alta, dura menos de três horas

 

Desde meio de Julho, mais de uma centena de pessoas foram operadas às cataratas no Hospital das Ilhas, indicou ontem a instituição em comunicado. As operações têm sido realizadas diariamente por uma equipa de três cirurgiões do departamento de oftalmologia do Hospital das Ilhas e do Centro Hospitalar Conde de São Januário, em coordenação com os Serviços de Saúde.

O novo centro hospitalar refere que, para aumentar a eficiência, o Hospital das Ilhas adoptou o modelo de cirurgia implementado pelo departamento de oftalmologia do Peking Union Medical College Hospital. Segundo o modelo usado no centro hospitalar da capital chinesa, no dia da cirurgia, os pacientes aprovados e que preenchem os requisitos, normalmente passam pelo processo todo, desde a admissão, às preparações pré-cirurgia, até à alta hospitalar em menos de três horas.

Para pacientes que não podem deixar o hospital no mesmo dia devido a circunstâncias especiais, o modelo permite que mudem rápida e facilmente do programa de cirurgia ambulatória para internamento. Os responsáveis do Hospital das Ilhas vincam que a flexibilidade do modelo de serviço personalizado permite a alta médica no dia seguinte à operação, após uma avaliação do cirurgião. As autoridades salientam a comodidade que o modelo de Pequim dá aos pacientes idosos.

Continuar a crescer

Além disso, foi referido que para um pequeno número de cirurgias de cataratas que envolvem maior complexidade, o Hospital das Ilhas conta com especialistas do Peking Union Medical College e convida regularmente equipas de especialistas com vasta experiência em cirurgias de catarata. Como tal, a instituição realça a importância da cooperação entre Pequim e Macau para garantir a qualidade e segurança dos procedimentos médicos realizados no Hospital das Ilhas.

É também indicado que os problemas oftalmológicos vão continuar a aumentar em complexidade e frequência à medida que a população de Macau envelhece.

A instituição médica compromete-se em continuar a optimizar os serviços de cirurgia a cataratas, bem como a gradual integração de pessoal de vários departamentos, estimando ser “previsível que o número de pacientes” que a unidade hospitalar pode atender venha a aumentar no futuro.

13 Ago 2025