Mulheres | Pedido reforço de penalizações sobre maus tratos

Depois da denúncia de um caso em que um jovem de 30 anos é suspeito de bater nos gatos da namorada, eis que a Associação Geral das Mulheres vem defender o reforço das penalizações contra aqueles que praticam crueldade contra animais, ao abrigo da lei da protecção dos animais

 

A Associação Geral das Mulheres emitiu ontem um comunicado onde defende o reforço das penalizações contra quem comete actos de crueldade ou maus tratos contra animais, tendo em conta a legislação em vigor. Esta posição surge depois de ter sido noticiado o caso de um homem de 30 anos que entrou em casa da namorada sem avisar e bateu em dois gatos com o cabo de uma vassoura e um leque, por os animais estarem no seu espaço.

Quando a mulher se apercebeu do sucedido, graças às gravações das câmaras de videovigilância, pediu conselhos on-line de como deveria agir. O caso deu entrada na polícia e o suspeito foi detido.

Assim, a associação entende que o Governo deve rever e melhorar o conteúdo da lei da protecção dos animais, sobretudo no que diz respeito às penalizações a aplicar a agressões. No mesmo comunicado, a vogal da direcção da associação, Choi Pou Man, condenou o acto abusivo do homem, tendo elogiado o comportamento da namorada, que pediu ajuda e não encobriu o comportamento do homem.

A vogal citou a lei de protecção dos animais, que refere que “quem, com a intenção de infligir dor e sofrimento a animal, o tratar por meios cruéis ou violentos ou por meio de tortura, que resultem em mutilações graves, perda de órgãos importantes ou morte, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com multa até 120 dias”.

Para Choi Pou Man, esta lei “entrou em vigor há nove anos e o Governo tem ajudado a elevar a consciência social em relação à protecção animal através de acções de promoção e divulgação, e o abandono de animais diminuiu de forma significativa”. Porém, destacou, “ainda é frequente a ocorrência de maus tratos a animais, o que demonstra que as acções de divulgação, a forma de actuação e o pendor dissuasor e punitivo desta lei ainda precisam de ser reforçados”.

Sinal de civilização

No mesmo comunicado, é referido que a protecção dos direitos dos animais é um dos indicadores de civilização social, tendo Choi Pou Man sugerido uma melhor cooperação por parte das autoridades competentes, associações e demais grupos comunitários na defesa e protecção dos animais.

A responsável, que também é candidata a um lugar de deputada na Assembleia Legislativa (AL), entende que deveria haver um mecanismo de investigação e de denúncia mais eficiente para garantir que os casos de maus tratos a animais são tratados no tempo certo e de forma justa.

No que diz respeito a acções de sensibilização, Chan Pou Man defende mais iniciativas educacionais, actividades comunitárias e também mais mensagens nos meios de comunicação social, a fim de aumentar a consciência social em prol da importância dos cuidados a animais.

26 Ago 2025

Turismo | Associação Comercial quer mais viagens a ilhas em Zhuhai

Lam Ieng Pui, vogal da Comissão de Estudos Estratégicos da Associação Comercial de Macau, defendeu que devem ser criadas medidas de promoção de viagens turísticas entre Macau e as ilhas de Guishan e Wailingding, em Zhuhai.

Esta posição surge num artigo de opinião publicado no jornal Ou Mun, onde o responsável sugere a criação de uma rota marítima entre o Porto Interior, em Macau, e a Ilha de Guishan, sendo uma possibilidade de enriquecimento da política de itinerários turísticos “multi-destinos” entre Macau e Hengqin.

Lam Ieng Pui explicou que em Macau está a ser feito um trabalho de revitalização dos bairros comunitários que dispõem de diversos recursos em zonas como o Porto Interior, a Avenida de Almeida Ribeiro, Rua da Felicidade e as pontes-cais n.º 23 e 25, que estão a ser revitalizadas com o apoio das operadoras de jogo. Lam Ieng Pui defende ainda que a ilha de Guishan possui bonitas paisagens e a possibilidade de prática de desportos aquáticos, pelo que se pode estabelecer um percurso turístico entre Macau e Guishan.

Além disso, este dirigente associativo sugeriu que Macau e Zhuhai podem criar medidas de incentivo que misturem turismo com outras áreas, como espectáculos ou actividades desportivas, podendo ser criados pacotes turísticos que incluam, por exemplo, concertos, provas do Grande Prémio de Macau e actividades de lazer na ilha de Guishan. Outro tipo de pacotes, poderia incluir competições de pesca na Grande Baía, corridas de ciclismo na ilha ou ainda passeios de vela.

26 Ago 2025

Saúde | Infecções gastrointestinais triplicam em Julho

No passado mês de Julho, os casos de norovírus mais que triplicaram em relação a Junho, registando uma subida anual de 44 por cento para 13 casos afectados por problemas do tracto gastrointestinal. Em sentido contrário, as infecções por gripe desceram mais de um terço de entre Junho e Julho

 

Estão de volta as doenças típicas do Verão, como os enterovírus que causam síndrome mão-pé-boca, enquanto doenças como a gripe e a escarlatina passam a afectar menos pessoas. Os números relativos às patologias mais frequentes no passado mês de Julho foram revelados ontem pelos Serviços de Saúde (SS) nos dados estatísticos de doenças de declaração obrigatória.

As autoridades destacam o aumento das infecções por norovírus, apesar de apenas terem sido notificadas de 13 casos em Julho. No entanto, este total reflecte um aumento de 44,4 por cento face ao mês anterior e 220% em relação a Julho de 2024.

A infecção por norovírus é uma doença transmissível do tracto gastrointestinal transmitida principalmente pelo consumo de alimentos ou água contaminados, pelo contacto com vómitos ou excrementos dos doentes ou materiais contaminados. A transmissão pode também ocorrer através de gotículas de saliva no ar. O norovírus é o principal agente patogénico da gastrenterite não bacteriana e pode causar surtos de gastrenterite em lares de idosos e escolas. Os SS indicam que esta patologia tem maior incidência no Inverno.

No mês em análise, as autoridades registaram um total de 1.158 casos de doenças de declaração obrigatória através de informações cedidas por instituições médicas públicas ou privadas, médicos que efectuem o primeiro diagnóstico ou certificado de óbito, assim como técnicos de diagnóstico laboratorial. Actualmente, a legislação exige declaração obrigatória de 45 doenças transmissíveis.

Como é habitual, a gripe é responsável pela larga maioria dos casos de doenças de declaração obrigatória, apesar do declínio no Verão. Em Julho deste ano, foram declaradas 831 infecções, menos 34,1 por cento face ao mês anterior e uma ligeira diminuição de 1 por cento face a Julho de 2024.

Escola da vida

A patologia que ocupa o segundo lugar no pódio é a infecção por enterovírus (184 casos), uma doença que “ocorre durante o ano inteiro, a nível mundial, mas é no Verão que tem maior incidência”, notam os SS. Apesar deste tipo de infecções ter aumentado a nível anual 20,3 por cento, desceu significativamente (66,7 por cento) dos 552 casos registados em Junho.

A diminuição mensal destas infecções pode estar relacionada com as férias escolares, uma vez que ocorrem “na maioria dos casos em crianças com idade inferior a 5 anos”. Os SS acrescentam que os surtos de enterovírus, em particular que resultam em síndrome mão-pé-boca, são consequência frequentemente do contacto próximo das crianças nas creches e jardins-de-infância.

Além da síndrome de mão-pé-boca, estes vírus podem provocar também herpangina e nos casos mais graves miocardite e meningite asséptica.

A escarlatina é outra doença que infecta principalmente crianças, entre os 2 e 8 anos, e que é mais activa durante o período escolar, ou na Primavera e Inverno. Em Julho, as autoridades deram conta de 27 casos de escarlatina, o que representou uma diminuição de 69,3 por cento em relação aos 88 casos registados em Julho do ano passado, e de 53,4 por cento em relação aos 58 casos de Junho deste ano.

26 Ago 2025

Plástico | Proibida importação de novos produtos

Cotonetes de plástico, varas para balões e bastões insufláveis. Todos estes produtos de plástico deixam de poder ser importados a partir do dia 1 de Janeiro do próximo ano. Trata-se de uma intenção governativa que já tinha sido anunciada no passado mês de Junho

 

A partir do dia 1 de Janeiro de 2026, vai ser proibido importar para Macau cotonetes de plástico, à excepção das zaragatoas usadas para testes de despistagem da covid-19, varas para balões de plástico descartáveis ou bastões insufláveis de plástico descartáveis. Esta medida foi ontem anunciada em despacho assinado pelo Chefe do Executivo e publicado em Boletim Oficial e está relacionada com a lei do comércio externo.

A medida de proibir mais três produtos de plástico junta-se a outras proibições anteriores e já tinha sido prometida pelo director dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), Ip Kuong Lam, em Junho. Num evento público, o responsável declarou que todos os anos são importados para Macau 2,4 milhões de pacotes de cotonetes com haste de plástico, 100 mil varetas de plástico para balões e 500 mil bastões insufláveis, segundo noticiou o Canal Macau da TDM.

A DSPA tem promovido gradualmente a redução do uso do plástico e, sobretudo, a importação de produtos com este material. Desde o ano passado que não é possível importar para a RAEM pratos e copos descartáveis de plástico, tendo o Executivo dito nessa altura que essa proibição foi feita tendo em conta “uma análise extensiva à situação real em Macau” e de ter sido estudada a “situação das regiões” mais próximas.

Nessa altura, foi também proibida a importação de “bandejas descartáveis de esferovite para produtos alimentares”, além de que desde 2022 é proibida a importação de palhinhas descartáveis de plástico não-biodegradável e de misturadores de plástico, ou seja, os “pauzinhos” utilizado para mexer as bebidas.

Menos importações

O combate ao plástico não é, portanto, de agora e tem sido, aliás, alvo de diversas campanhas da sociedade civil e de associações em prol da sua redução. Em 2019, o Governo iniciou a política de cobrança de uma pataca por cada saco de plástico usado. Dados oficiais, divulgados em Setembro de 2023 por Ip Kuong Lam, referem que as proibições decretadas em 2022 e 2023 resultaram na redução anual do uso de 23 milhões de recipientes e embalagens de esferovite, redução de 40 milhões de talheres de plástico e menos 300 mil copos de plástico.

Em declarações ao HM, em Setembro de 2023, o académico David Gonçalves, biólogo e director do Instituto de Ciências e Ambiente da Universidade de São José (USJ), afirmou que a proibição de importação de produtos de plástico constituía “um bom primeiro passo, alinhado com medidas que têm vindo a ser tomadas um pouco por todo o mundo”.

David Gonçalves deixou, porém, o alerta sobre a necessidade de novas e mais soluções para se reduzir o plástico no território. “Este é um problema sério que precisa de uma abordagem a vários níveis. Creio que a solução terá de ser sempre multivariada, incluindo uma aposta na redução do consumo de plástico, uma economia circular, a substituição por alternativas ambientalmente mais adequadas, nomeadamente bioplásticos, a melhoria do sistema de reciclagem e o tratamento dos resíduos finais”, declarou.

26 Ago 2025

História | Sam Hou Fai inaugura mostra sobre guerra contra o Japão

Foi ontem inaugurada no edifício do Fórum Macau a Exposição do 80.º Aniversário da Vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Guerra Mundial Antifascita. O Chefe do Executivo enalteceu o contributo de “compatriotas de Macau” e apelou ao fortalecimento do patriotismo

 

Foi inaugurada ontem a “Exposição do 80.º Aniversário da Vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Guerra Mundial Antifascita”, que reúne fotografias que retratam “o árduo percurso de 14 anos do povo chinês pela libertação nacional”. A mostra está patente no edifício do Fórum Macau até 24 de Setembro.

Na cerimónia de inauguração, o Chefe do Executivo enalteceu a “coragem inigualável” e “determinação inabalável” do povo chinês na luta contra a invasão japonesa, assim como dos “povos do mundo” na II Grande Guerra Mundial.

O discurso de Sam Hou Fai teve como foco os contributos dos “compatriotas de Macau” que “desempenharam um papel insubstituível e único”, conscientes de que a “ascensão e queda da nação” dizia respeito a todos. O governante destacou a coragem do General Ye Ting, o músico Xian Xinghai, ambos com espaços na península que comemoram as suas memórias, e os jovens Lin Yao, Liang Jie e Liao Jintao, “que deixaram Macau pelos campos de batalha”. Entre os resistentes homenageados por Sam Hou Fai, destaque para Ke Lin, que dirigiu uma equipa do Hospital Kiang Wu nos cuidados a feridos em combate, e que foi avô da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam.

Além da exposição de fotografia, o Governo da RAEM entregou medalhas comemorativas a residentes familiares de alguns soldados que morreram em batalhas contra os japoneses.

Livro de história

Depois de realçar a “frente unida” que o Partido Comunista da China montou para repelir a agressão nipónica, Sam Hou Fai apontou o papel que Macau desempenhou após a ocupação de Guangzhou e Hong Kong. Pese embora Macau ter sido cercada, “graças à sua posição única e aos esforços de todas as esferas da sociedade, tornou-se porto de abrigo para centenas de milhares de compatriotas e refugiados que chegavam das áreas vizinhas”, afirmou.

A partir daí, Macau “tornou-se um canal importante para romper o bloqueio, recolher e transportar mantimentos, além de ser estação de transbordo para resgatar celebridades culturais e patriotas presos em Hong Kong”.

Como não poderia deixar de ser, o patriotismo fez parte do discurso do Chefe do Executivo da RAEM. Sam Hou Fai salientou que o marco dos 80 anos ainda hoje uma “importante força espiritual”, “na nova jornada de construção de um grande país e de revitalização nacional” e uma via para “fortalecer a crença no patriotismo e no amor a Macau”.

Como tal, o Chefe do Executivo indicou como essencial a missão de “zelar pela defesa do princípio «um país» e aproveitar as vantagens do segundo sistema”.

25 Ago 2025

Turismo | Mais de 22,6 milhões de turistas até Julho

Nos primeiros sete meses do ano, mais de 22,6 milhões de turistas visitaram Macau, quase mais 15 por cento em termos anuais, marca que pode representar um retorno aos tempos antes da pandemia. Só em Julho, entraram em Macau mais de 3,4 milhões de turistas, a larga maioria excursionistas chineses

 

Entre o início deste ano e o fim de Julho entraram em Macau 22.676.906 turistas, total que significa um aumento de 14,9 por cento face ao mesmo período do ano passado, impulsionado em grande parte pela subida do mercado excursionista vindo do Interior da China.

A fasquia ultrapassa metade da previsão da directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, de um total entre 38 e 39 milhões de entradas no fim de 2025, quando ainda falta o período tradicional de época alta relativos aos feriados nacionais de Outubro. Seguindo este ritmo de entradas, 2025 pode fechar com números semelhantes ao período pré-pandémico. Recorde-se que em 2019, Macau foi destino escolhido por cerca de 39,4 milhões de turistas.

Segundo dados revelados na sexta-feira pela Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), dos cerca de 22,7 milhões de visitantes, número de entradas de excursionistas foi de quase 13,2 milhões, enquanto os turistas individuais totalizaram 9,5 milhões, representando aumentos anuais de 25,5 e 2,8 por cento, respectivamente

Apesar do aumento de pessoas a visitar Macau, a sua estadia no território diminuiu 0,1 dias para 1,1 dias, em relação aos primeiros sete meses de 2024. A DSEC explica a descida com o “aumento da proporção de excursionistas em relação ao total de visitantes”, uma vez que o período médio de permanência dos excursionistas (0,2 dias) e o dos turistas (2,3 dias) se mantiveram.

Bons vizinhos

No mês passado, mais de 3,4 milhões de visitantes entraram em Macau. O registo mensal de Julho foi o mais elevado desde Janeiro, quando o território foi visitado por 3,65 milhões de turistas. Mas dos 3.458.366 visitantes que se deslocaram ao território, mais de metade (1.980.732) eram excursionistas, o que representa um aumento de 24,1 por cento face ao mesmo mês do ano anterior, refere-se na nota da DSEC. O número de turistas (1.477.634) também aumentou 3,7 por cento, em termos anuais.

A maioria dos visitantes (2.563.212) era proveniente do Interior da China – mais 17,4 por cento -, sendo que 625.343 chegaram de Hong Kong e 92.037 de Taiwan, uma subida homóloga de 6,2 e 21,4 por cento, respectivamente.

O número de visitantes vindos das nove cidades do Delta do Rio das Pérolas da Grande Baía foi de 1.225.642, mais 23 por cento, face a Julho de 2024, graças ao aumento de 56,8 por cento dos visitantes provenientes de Zhuhai.

No que diz respeito aos visitantes internacionais (177.774), refere ainda a DSEC, o aumento registado foi de 2,8 por cento. Neste capítulo, destaque para os turistas vindos da Tailândia que subiram 48,9 por cento, para um total de 12.352, face a Julho do ano passado.

25 Ago 2025

Malparado | Dívidas das PME sobem para valor mais alto desde 2008

O crédito malparado das pequenas e médias empresas de Macau subiu na primeira metade do ano para 7,6 por cento, o valor mais elevado desde 2008, quando a RAEM enfrentava o impacto da crise financeira internacional. Porém, no mesmo período foram aprovados mais créditos, com menos garantias exigidas

 

Nos primeiros seis meses deste ano, o balanço relativo aos empréstimos em dívida não pagos por pequenas e médias empresas (PME) atingiu um nível de 5,6 mil milhões de patacas, revelou a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) na sexta-feira. A autoridade acrescenta que o aumento de 7,6 por cento do crédito malparado no primeiro semestre de 2025 se ficou a dever, “principalmente, à queda do balanço dos empréstimos em dívida concedidos às PME”.

A proporção do crédito malparado na primeira metade de 2025 registou um aumento de 1,4 pontos percentuais, face aos 6,2 por cento do primeiro semestre de 2024, ou um aumento anual de 700 milhões de patacas de crédito por pagar.

A AMCM aconselhou o sector bancário a encetar negociações com as PME para criar “planos de reembolso flexíveis, sob o princípio da gestão prudente de riscos e de acordo com as suas próprias políticas de crédito, continuando a fornecer apoio de crédito aos clientes com dificuldades de liquidez”.

O nível do crédito malparado registado na primeira metade deste ano atingiu o valor absoluto mais elevado desde 2028, quando a RAEM sentia o impacto da crise financeira mundial.

Morte a crédito

Apesar dos níveis históricos do rácio das dívidas por pagar, na primeira metade de 2025 houve um aumento considerável dos créditos aprovados a PME, face ao semestre anterior, mais 47,7 por cento para um total de 4,9 mil milhões de patacas.

Ao mesmo tempo que os créditos aprovados aumentaram, as exigências para aprovação seguiram na direcção oposta. “O rácio de garantia (o que indica a proporção de limite de crédito com activos corpóreos prometidos) situou-se em 62,2 por cento, correspondendo a um decréscimo de 14,5 pontos percentuais (pp) quando comparado com os últimos dados”, revelou a AMCM.

Outra tendência contraditória revelada pelos dados da AMCM diz respeito ao balanço dos empréstimos às PME, que, apesar do aumento dos créditos aprovados, desceu no primeiro semestre deste ano 4,7 por cento para um total de 743,5 mil milhões de patacas, face ao último semestre de 2024.

Quando a análise é feita segundo o uso económico, constatou-se que os empréstimos concedidos ao sector em “transportes, armazenagem e comunicações” aumentaram 14,1 por cento, enquanto que aos sectores em “comércio por grosso e a retalho” e “construção” registaram decréscimos de 9,9 e 2,8 por cento, respectivamente.

25 Ago 2025

Consumo | Nova ronda do Grande Prémio em Setembro

Na próxima semana arranca mais um Grande Prémio do Consumo, que até ao final de Novembro irá sortear descontos no comércio local. O orçamento desta edição subiu quase 65 por cento e traz duas novidades: o aumento do desconto directo para idosos, que passa a 500 patacas e o cartão de cuidados sociais

 

O Governo e a Associação Comercial de Macau apresentaram na sexta-feira mais uma edição do Grande Prémio do Consumo, que começa no dia 1 de Setembro (segunda-feira da próxima semana) e termina no dia 30 de Novembro.

A nova ronda de descontos irá seguir os mesmos moldes da edição anterior, mas o orçamento será maior, totalizando 485 milhões de patacas em benefícios de consumo atribuídos ao longo das 13 semanas da iniciativa, mais 64,4 por cento, ou 190 milhões de patacas, em relação à edição que decorreu entre Março e Maio deste ano.

Porém, a nova edição do Grande Prémio do Consumo terá duas novidades. A primeira é o aumento do valor do “desconto imediato para idosos” para 500 patacas, em relação às 300 patacas da edição anterior, que inaugurou o apoio directo a idosos A segunda novidade, é a criação do um “Cartão de Cuidados Sociais” com 500 patacas em benefícios de desconto imediato aos titulares do Cartão de Registo de Avaliação da Deficiência.

Em relação ao Cartão Macau Pass para Idosos, os utentes podem usar o cartão da edição anterior da iniciativa, bastando para tal fazer o carregamento de 500 patacas nos mais de 100 postos de serviços espalhados por Macau.

Se precisarem de um novo cartão, podem solicitá-lo até 18 de Novembro nos centros de acção social da Zona Centro – Sul (Patane), da Zona Norte (Tamagnini Barbosa), Zona Noroeste (Ilha Verde), Taipa e Coloane (na Avenida da Harmonia e Rua do Regedor), e no Centro de Avaliação Geral de Reabilitação.

O Cartão de Cuidados Sociais pode ser levantado em instituições e centros coordenados pelo Instituto de Acção Social. O Governo salienta, no entanto que “não é possível usufruir das duas modalidades de benefício em simultâneo”.

A rua falou

De resto, a nova edição do Grande Prémio do Consumo irá manter os mesmos moldes. Durante a semana, os utentes de aplicações móveis de pagamento por código QR colaboradoras com a iniciativa têm três sorteios para ganhar cupões de descontos quando gastarem mais de 50 patacas numa transacção. Por cada aplicação móvel, o utente tem direito a três sorteios por semana. Os cupões de descontos vão manter-se entre 10 patacas e 200 patacas que têm de ser gastas em compras “igual ou superior ao triplo do valor nominal do cupão”. Ou seja, um cupão de 10 patacas só pode ser gasto numa compra de, pelo menos, 30 patacas.

Além disso, todas as semanas realiza-se um sorteio para quem usou as aplicações móveis que irá atribuir três prémios de 8.000 patacas.

Durante a apresentação da nova edição da medida de apoio ao consumo e ao comércio o director dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), Yau Yun Wah, referiu que a edição anterior do Grande Prémio do Consumo “obteve êxitos notáveis” e “produziu um efeito positivo no estímulo ao consumo local”.

O responsável mencionou também que o Chefe do Executivo quando ouviu “opiniões da sociedade, numerosas pequenas e médias empresas expressaram o desejo de que o Governo” continuasse o “apoio à economia comunitária durante os períodos de baixa temporada”.

Importa também referir que a edição da iniciativa se intitula “Força dos Jogos Nacionais – Grande prémio para o consumo nas zonas comunitárias”, nome dado para “responder ao ambiente entusiástico dos Jogos Nacionais e aproveitar o efeito do evento para revitalizar a confiança do mercado de consumo”, indicou o Governo.

Kaifong | Pedido uso de cupões durante a semana

Os deputados Leong Hong Sai e Ngan Iek Hang querem que o Governo alargue o período para gastar os cupões de desconto do Grande Prémio do Consumo aos dias da semana.

Em declarações ao jornal Ou Mun, os vice-presidentes do Centro da Política da Sabedoria Colectiva subordinado à União Geral das Associações dos Moradores de Macau (Kaifong) afirmaram que durante a actividade promocional haverá feriados, e que nesses dias o Governo deveria permitir o uso dos cupões. Além disso, os deputados sugeriram ao Executivo de Sam Hou Fai que aproveite os Jogos Nacionais para lançar uma gama de produtos promocionais que se vendam no comércio dos bairros comunitários.

25 Ago 2025

LAG 2026 | CCPPC pede mais hotéis económicos

Na quinta-feira, Sam Hou Fai reuniu com representantes de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) e Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) a propósito da elaboração das Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano.

Destaca-se, da parte dos representantes da CCPPC, a sugestão de que o Governo “deveria promover a construção de mais hotéis de baixo custo para dinamizar o consumo de visitantes e a economia dos bairros”, destaca-se numa nota do gabinete do Chefe do Executivo.

Ficou registado também o pedido para o “aumento da taxa de utilização do Posto Fronteiriço de Hengqin” e medidas de “aperfeiçoamento do sistema financeiro, o reforço da captação de negócios e investimentos e o emprego dos jovens”, sem esquecer “a política de trabalhadores não residentes”.

Sam Hou Fai salientou a realização da feira “ZAPE com Sabores” como exemplo de dinamização da economia comunitária e promete “avançar com reformas inovadoras” na área económica e de cooperação.

Por sua vez, os representantes de Macau à APN defenderam “a criação de uma equipa de especialistas (Think Tank), com o intuito de facultar fundamentos científicos e fortes na tomada de decisões políticas”, tendo sido discutido também “o desenvolvimento da economia dos bairros” e a “organização de mais actividades que beneficiem o consumo”. Nesta parte, Sam Hou Fai destacou que o regresso dos “pedidos de licenças de esplanadas tem obtido efeitos positivos”.

25 Ago 2025

LAG 2026 | Mobilidade na função pública e economia na agenda

Já começou a habitual ronda de recolha de opiniões de dirigentes associativos para as Linhas de Acção Governativa para 2026. Na sexta-feira, a reunião do Chefe do Executivo aconteceu com seis associações ligadas à Função Pública, tendo-se discutido a melhoria da mobilidade de trabalhadores e medidas de fomento económico

 

Sam Hou Fai, Chefe do Executivo, já está a recolher opiniões junto de associações a fim de elaborar o programa do Governo para o próximo ano, mais conhecido como Linhas de Acção Governativa (LAG). Na sexta-feira, a reunião deu-se com seis associações representativas dos funcionários públicos, onde se inclui a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM).

Segundo uma nota oficial do gabinete do Chefe do Executivo, “alguns representantes sugeriram melhorar o mecanismo de mobilidade interna”, bem como “aumentar a relevância entre a formação e as funções dos funcionários públicos de forma a apoiar a modernização do sistema e capacidade de governação de Macau”.

Foram ainda feitos pedidos de formulação de políticas que garantam a “protecção dos direitos e interesses legítimos dos trabalhadores da função pública, o aperfeiçoamento contínuo da formação para o pessoal da Administração Pública, a optimização do regime de subsídios e o aumento da eficácia do trabalho inter-departamental”, entre outros pontos.

Sam Hou Fai prometeu a “optimização da gestão do pessoal e do regime de carreiras”, criando, desta forma, um “regime de acesso interno”, a promoção da “mobilidade horizontal e a criação de planos de formação direccionados” na Função Pública. De destacar que alguns dirigentes entregaram uma carta a Sam Hou Fai com pedidos concretos para a área da Administração Pública.

PME e emprego na mira

Também na sexta-feira, o dirigente máximo da RAEM reuniu, na sede do Governo, com representantes dos sectores industrial, comercial e financeiro a propósito da elaboração das LAG para 2026. Ao todo, estiveram 16 associações representadas na reunião, tendo defendido políticas como a “aceleração da renovação urbana, o desenvolvimento da economia de turismo marítimo” ou ainda os incentivos à “transformação e actualização do sector das convenções e exposições”.

Pediu-se também a “optimização do ambiente de negócios das Pequenas e Médias Empresas (PME)”, bem como “a salvaguarda do emprego da população local” ou a necessidade de “introdução de quadros qualificados de alta qualidade no sector financeiro”.

Neste encontro, apresentaram-se sugestões para a área do turismo, no sentido de “aumentar a competitividade integral de Macau como uma cidade internacional de turismo”. Tal pode passar pelo “desenvolvimento da indústria de concertos”, sem esquecer “o apoio à propriedade intelectual cultural e criativa local e aperfeiçoamento das medidas da rede de transportes públicos, atraindo o fluxo de turistas para o desenvolvimento da economia dos bairros”.

Sam Hou Fai, por sua vez, admitiu a existência de um “complexo e mutável ambiente interno e externo”, tendo defendido que as empresas devem “inovar e fortalecer-se, injectando-se novas dinâmicas no desenvolvimento geral dos sectores”.

Ficou a promessa de ajustamento “do desenvolvimento do sector de convenções e exposições”, e a adopção de “várias medidas para aumentar o fluxo de pessoas nos bairros e orientar o mercado na sua transformação para novos modelos de consumo”, apoiando, desta forma, as PME locais.

25 Ago 2025

ISAF | Interceptado “camião” que vendia medicamentos ilegais

Na passada segunda-feira, uma acção conjunta do Instituto para a Supervisão e Administração Farmacêutica (ISAF) e os Serviços de Alfândega (SA) interceptou um camião usado para armazenar e vender medicamentos importados ilegalmente.

O “ponto móvel de distribuição de medicamentos”, como foi designado pelas autoridades, foi encontrado na zona norte da península. As autoridades encontraram no interior do veículo “mais de 3000 caixas de analgésicos, medicamentos para a disfunção eréctil e medicamentos tradicionais chineses para uso oral e externo”. Segundo um comunicado divulgado na noite quarta-feira pelo ISAF, entre os produtos encontrados havia alguns que nem sequer estavam registados ou aprovados para importação pelo ISAF.

O responsável da agência comercial proprietária do camião é suspeito de ter importado e fornecido ilegalmente medicamentos. O caso levou o ISAF a abrir um processo de investigação e os SA acusaram o “o infractor em relação à violação das disposições da importação de produtos por parte da agência comercial”.

Quem importar para Macau medicamentos sem autorização ou licença emitida pelo ISAF pode ser punido com “multa máxima de 700 mil patacas e, para circunstâncias graves, incorrer em responsabilidade penal”.

22 Ago 2025

ZAPE com Sabores | Dono de restaurante queixa-se de concorrência

Um dono de um restaurante no ZAPE afirma que a iniciativa ZAPE com Sabores não deu prioridade à participação dos negócios da área e ainda trouxe concorrência de fora. Helena de Senna Fernandes respondeu que a iniciativa tem levado mais pessoas ao ZAPE e que mais eventos se vão realizar na zona

 

“Tentei perceber porque os organizadores da feira ‘ZAPE com Sabores’ convidaram apenas alguns comerciantes da zona, e nem nos deram informações como participar. Fomos à sede da associação organizadora depois de começar a iniciativa e apenas nos disseram que a feira foi organizada muito rapidamente e não houve tempo para convidar mais comerciantes”. Assim começou o desabafo de um empresário da restauração do ZAPE, numa chamada para o programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau, sobre a iniciativa ZAPE com Sabores.

O evento, realiza-se até domingo entre a Rua de Cantão e a Rua de Xangai, onde estão instaladas seis rulotes e 30 bancas com gastronomia local e do Sudeste Asiático, além da venda de criações artesanais e uma área para jogos interactivos e música ao vivo. A iniciativa foi pensada para dinamizar a zona que será afectada pelo fim dos casinos-satélite.

Porém, de acordo com Cheang, o dono do restaurante que ligou ontem para o programa da emissora pública, o “ZAPE com Sabores” importou comerciantes de fora e concorrência para a zona. “Não é justo para nós. Sou empresário de restauração e a maioria destas bancas vendem comes e bebes, ou seja, são uma concorrência forte para o nosso negócio”, indicou.

Em cima do joelho

“Se esta feira foi organizada para incentivar o negócio dos comerciantes do ZAPE, porque é que não deram prioridade em convidar negócios locais?”, perguntou o empresário que criticou a associação que organiza a iniciativa.

A coordenação e operação da “ZAPE com Sabores” foi adjudicada por ajuste directo à Associação Geral dos Chineses Ultramarinos de Macau por 3,6 milhões de patacas. Entre a data da adjudicação, 25 de Julho, e o início da feira decorreram 21 dias.

Cheang deixou ainda no ar algumas questões: “Se o objectivo era incentivar os negócios do ZAPE, porque não lançaram medidas como o Carnaval do Consumo só para a zona, com descontos para os clientes?”

Algumas horas mais tarde, à margem da apresentação do Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício, Helena de Senna Fernandes referiu que em quatro dias a iniciativa atraiu 36 mil visitantes e em gerou um volume de negócios a rondar as 200 mil patacas.

A directora dos Serviços de Turismo acrescentou que dois comerciantes da zona reportaram melhorias nos negócios e que algumas bancas tiveram um volume diário de negócios de 10 mil patacas.

Questionada sobre o testemunho de Cheang, Helena de Senna Fernandes afirmou que a feira “tem como objectivo atrair mais clientes para a área e divulgar os negócios do ZAPE”. “Acredito que não serão apenas os negócios participantes que sairão beneficiados por esta iniciativa”, acrescentou a responsável. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a directora da DST afirmou ainda que as autoridades receberam o feedback de alguns comerciantes do ZAPE que disseram que o aumento de pessoas ajudou a impulsionar os seus negócios.

Helena de Senna Fernandes indicou ainda que o Governo irá organizar outras iniciativas na zona, como a instalação de bonecos de marcas populares e descontos para quem consumir na zona.

22 Ago 2025

Fogo de artifício | Nova edição do festival regressa já em Setembro

Foi ontem anunciado o programa de um dos mais icónicos eventos turísticos do território. O 33.º Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau regressa à RAEM entre os dias 6 de Setembro e 6 de Outubro e não falta uma equipa portuguesa no grupo das dez que vêm mostrar o lado mais bonito do fogo de artifício. Há ainda espaço para arraial e locais destacados para a fotografia

 

Macau está a chegar aquela altura do ano em que os céus se enchem de cor e luz graças ao Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau (CIFAM), cuja 33.ª edição acontece entre os dias 6 de Setembro e 6 de Outubro, foi ontem anunciado pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST).

Segundo uma nota de imprensa, são dez as equipas participantes, onde se inclui uma equipa portuguesa (ver caixa), estando confirmadas empresas de pirotecnia da Austrália, África do Sul, Coreia do Sul, Áustria, Filipinas, Japão, China, Reino Unido e Brasil. Estas irão apresentar um espectáculo com a duração de 18 minutos.

Pretende-se, com este evento, mostrar o território como um local que reúne “turismo e eventos”, sendo que as empresas participantes “têm vasta experiência em concursos e exibições”, explicou Helena de Senna Fernandes, directora da DST.

Destaque para o facto de uma das sessões acontecer a 1 de Outubro, quando se celebra o aniversário da implantação da República Popular da China, e no Festival do Bolo Lunar, “enriquecendo-se o ambiente festivo das festividades”.

As sessões de fogo de artifício realizam-se nos dias 6, 13 e 20 de Setembro, nos dias 1 e 6 de Outubro, pelas 21h e 21h40, respectivamente, na zona ribeirinha em frente à Torre de Macau.

Estreias e arraiais

Do grupo das dez empresas, verifica-se a estreia do Brasil e de outros grupos da Coreia do Sul, Japão, Portugal e Reino Unido. “As outras cinco empresas de fogo-de-artifício já participaram em Macau anteriormente”, adianta a DST.

A DST seleccionou locais específicos onde os visitantes podem tirar fotografias, nomeadamente a Avenida Dr. Sun Yat-Sen do Centro Ecuménico Kun Iam até à Zona de Lazer Marginal da Estátua de Kun Iam, no passeio ribeirinho do Centro de Ciência de Macau, na Avenida de Sagres (ao lado do Hotel Mandarin Oriental, Macau), no Anim’Arte Nam Van, no caminho marginal do Lago (ao lado do Hotel YOHO Ilha de Tesouro Resorts Mundial), e na Avenida do Oceano, na Taipa.

Haverá transmissões em tempo real das sessões de fogo de artifício no canal chinês da Rádio Macau às 21h e 21h40 de cada noite, enquanto os canais de televisão TDM Ou Mun e TDM Entretenimento também irão transmitir as exibições em directo.

Destaque ainda para a organização, em parceria com a União Geral das Associações dos Moradores de Macau, de um arraial no passeio ribeirinho do Centro de Ciência de Macau, intitulado “Arraial do Fogo-de-Artifício”. Este evento começa às 17h30 e termina às 22h30. A acompanhar os novos tempos, a DST organiza também, pela primeira vez, o “Concurso de Arte Generativa com Inteligência Artificial (IA)”, em que os participantes podem recorrer à IA para retratar a beleza do fogo de artifício. Os três concursos são realizados pela Associação Fotográfica de Macau, Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau e Associação das Companhias e Serviços de Publicidade de Macau. Para a DST, o CIFAM, que se realiza desde 1989, já se tornou “um evento de marca de Macau”.

Barbeita representa Portugal

A Pirotecnia de Barbeita, com sede em Monção, representa este ano Portugal no Concurso Internacional de Fogo-de-artifício de Macau (CIFAM), que recebe pela primeira vez um participante brasileiro, foi ontem anunciado.

De Florianópolis, em Santa Catarina, a Vision Show marca a estreia do Brasil no evento, ainda de acordo com o comunicado da DST. A 33.ª edição conta com um orçamento de 18,06 milhões de patacas, valor que representa uma queda de cerca de 1,1 por cento por cento face ao ano passado, disse à Lusa a Direção dos Serviços de Turismo. As seis operadoras de jogo em Macau, parceiras principais do concurso, entraram com 18 milhões de patacas, sendo que o Governo contribuiu com 60 mil patacas, disse a mesma fonte à Lusa.

21 Ago 2025

Cooperação | Lisboa acolhe evento com 22 empresas chinesas

O Centro de Congressos de Lisboa será palco de um evento de promoção e cooperação económica entre a China e Portugal promovido pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM). O evento, intitulado “Sessão de Promoção de Cooperação Económica e Comercial Macau-Portugal” traz 22 empresas chinesas a Portugal. Mas Espanha está também na agenda

 

Portugal recebe já a 19 de Setembro um evento que visa aumentar a cooperação económica entre a China e a Península Ibérica. Isto porque o Centro de Congressos de Lisboa acolhe a “Sessão de Promoção de Cooperação Económica e Comercial Macau-Portugal”, evento integrado na “Missão Empresarial a Portugal e Espanha para Intercâmbio de Negócios”. Com organização do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM), conta com 22 empresas chinesas representadas nesta viagem, numa lista que ainda não está finalizada.

O evento do dia 19 de Setembro visa “apresentar o ambiente de negócios de Macau e vantagens da plataforma de serviços” para a cooperação comercial entre a China e países de língua portuguesa, bem como a apresentação “das vantagens da Zona de Cooperação Aprofundada” em Hengqin. Haverá também uma apresentação sobre “o ambiente de investimento e negócios de Portugal”, segundo o convite a que o HM teve acesso.

Por detrás da organização do evento em Lisboa, estão entidades que habitualmente fazem contactos comerciais com a China, como a Câmara de Comércio Luso-Chinesa, a Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chinesa em Portugal, a Associação de Empresas Chinesas em Portugal, e ainda a Câmara de Comércio Portugal-China Pequenas e Médias Empresas (CCPC-PME).

Da “Big Health” à tecnologia

Algumas das empresas chinesas que integram esta comitiva operam na área da “Big Health” ou alta tecnologia, como é o caso da Zonson Smart Auto Corporation e a Guangzhou Baiyun Electric Equipment Co. Ltd, que se tem posicionado “como um dos fabricantes com a cadeia produtiva mais completa do sector na China”, tendo-se tornado, nos últimos anos, “um fornecedor importante de equipamentos e sistemas de controlo para projectos nacionais em redes eléctricas, transportes ferroviários, energias renováveis e grandes utilizadores finais”, é destacado no convite.

Já o Jointown Pharmaceutical Group, outra das empresas participantes, é apresentado como “um fornecedor de serviços integrados” na área da indústria farmacêutica, sendo considerado “pioneiro no sector da transformação e moderação do negócio da distribuição farmacêutica de um modelo tradicional para um modelo digital”.

Da cidade de Shenzhen desloca-se a Lisboa a MXW Device, e não faltará ainda a presença da empresa Guangzhou Metro Group Co. Ltd, que está ligada a diversos projectos de linhas ferroviárias e esteve envolvida, através de um contrato de gestão e consultoria técnica, ao Metro Ligeiro de Macau.

Segundo a mesma informação, “o grupo opera actualmente uma rede de transporte ferroviário com cerca de 1.238 quilómetros”, incluindo 705,1 quilómetros de rede de metro local, em Guangzhou, e 338,3 quilómetros de caminhos-de-ferro interurbanos. Em termos de projectos internacionais, destaca-se a Linha Laranja de Lahore no Paquistão e a Linha 6 do Metro de Changsha.

As empresas portuguesas participantes, onde se contam 15 associadas da Associação dos Amigos da Nova Rota da Seda, podem agendar reuniões para possíveis acordos ou parcerias de negócios.

21 Ago 2025

Maternidade | Mulheres pedem que subsídio se torne permanente

A Associação Geral das Mulheres aplaude a extensão do subsídio de apoio à licença de maternidade, mas pede que passe a ser permanente e alargado a empresas com mais de 100 trabalhadores. Além disso, a associação quer maior rapidez no processo legislativo para aumentar as licenças de maternidade e paternidade

 

A Associação Geral das Mulheres de Macau viu com bons olhos o anúncio de quarta-feira do Conselho Executivo de que o plano do subsídio complementar atribuído aos empregadores pela remuneração paga na licença de maternidade será alargado por mais um ano. O subsídio em questão começou a ser distribuído depois da revisão legal que alargou a licença de maternidade de 56 para 70 dias, que entrou em vigor a 26 de Maio de 2020, e teria como limite máximo 14 dias de renumeração base.

O subsídio foi apresentado como uma medida para aplicar durante um período transitório, permitindo aos empregadores adaptar-se, de forma gradual, às despesas económicas causadas pelo aumento do número de dias de licença de maternidade.

O período de transição terminou em Maio de 2023, mas desde então foi consecutivamente renovado anualmente. Num comunicado divulgado na quarta-feira à noite, a associação representada pela deputada Wong Kit Cheng e a vice-directora Loi I Weng pediu que o subsídio complementar passe a ser permanente.

Loi I Weng argumentou que a continuidade do carácter temporário da medida não transmite segurança às potenciais novas mães, nem às pequenas e médias empresas. A dirigente aponta também que o subsídio complementar deveria ter um âmbito alargado e não se ficar apenas pelas empresas com menos de 100 funcionários e que, se no futuro a licença de maternidade aumentar, o Governo precisa reajustar o subsídio para aliviar os encargos das empresas.

Depressa e bem

Em relação ao aumento da licença de maternidade, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) encarregou uma entidade terceira de estudar o tema, estando prevista uma consulta pública e o início do processo legislativo no próximo ano.

Wong Kit Cheng está preocupada com esta calendarização, tendo em conta a gravidade da baixa natalidade e a necessidade urgente de a resolver. Como tal, a deputada defende a aceleração do processo, o alargamento dos dias de licença de paternidade e que esta também seja complementada com um subsídio, permitindo que ambos os pais beneficiem da medida.

Recorde-se que a licença de paternidade continua fixada em apenas cinco dias.

21 Ago 2025

Inundações | Pedida maior supervisão de redes de drenagem

O deputado Nick Lei interpelou o Governo sobre a necessidade de fiscalizar melhor as canalizações e sistemas de drenagem subterrâneos tendo em conta as inundações que ocorreram nos últimos dias em algumas zonas baixas do território. Nick Lei afirma também que devem ser criadas directrizes laborais por causa das chuvas

 

As chuvas intensas registadas em Macau na última semana, aquando da passagem da tempestade “Podul”, causaram muitas inundações nas zonas baixas do território, revelando novamente o problema dos sistemas de drenagem. Para o deputado Nick Lei, cabe ao Governo aumentar a fiscalização das canalizações subterrâneas e demais infra-estruturas de drenagem por constituírem “pontos negros” causadores de inundações.

O deputado ligado à comunidade de Fujian recordou as inundações registadas em várias zonas baixas, como no Caminho das Hortas, Avenida Wai Long, zona de Chun Su Mei, Rua da Ponte Negra na Taipa, Rotunda da Seac Pai Van e a vila de Coloane.

“O problema das inundações nas zonas antigas da Taipa sempre incomodou os residentes e ainda não foi resolvido. As inundações provocadas pelas chuvas intensas mostram que há falhas nas medidas de drenagem e que as mesmas devem ser resolvidas de forma urgente e com respostas”, defendeu numa interpelação escrita entregue ao Governo.

Por esta razão, Nick Lei quer saber quais as medidas de que o Governo dispõe para lidar com esta questão, numa altura em que a Estação Elevatória de Águas Pluviais na Taipa ainda está a ser alvo de planeamento. “Será que o Governo pode analisar e melhorar o sistema de drenagem e canalizações subterrâneas, incluindo nas zonas antigas da Taipa, para que se possa melhorar a capacidade de resposta do sistema?”, questionou.

O deputado lembrou as informações fornecidas pelas autoridades quanto à falta de instalações de drenagem em algumas zonas, o que constituiu a causa principal para as inundações, bem como o excesso de água acumulada em terrenos vazios ou estaleiros de obras, o que fez com que muita dessa água das chuvas tenha ido parar às estradas. Daí o deputado pedir uma inspecção geral ao sistema de drenagem em terrenos não desenvolvidos e dos estaleiros de obras de construção.

Chuvas e queixas

Nick Lei referiu ainda na sua interpelação que recebeu queixas de residentes sobre o facto de terem recebido avisos quanto a eventuais cortes salariais ou mesmo nas férias anuais caso não chegassem a horas ao emprego, ou não conseguissem deslocar-se para o trabalho, nos dias de chuva intensa.

Para o deputado, tal deve-se ao facto de a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais ainda não ter elaborado as instruções sobre o horário de trabalho em dias ou períodos de chuvas intensas. A actual lei laboral prevê ausências de trabalho por justa causa, ou atrasos pontuais, em situações em que haja dificuldades dos trabalhadores ou em que haja suspensão de transportes públicos durante os fenómenos meteorológicos severos, mas Nick Lei argumenta que falta incluir o caso específico das chuvas.

“Será que o Governo pode ter como base a prática das regiões vizinhas e estudar a possibilidade de criar instruções de trabalho para a época das chuvas intensas?”, inquiriu.

20 Ago 2025

Salários | Macau ocupa 33.ª posição no ranking mundial

Com uma média salarial mensal de 17,873 patacas (mais de dois mil dólares americanos), Macau ocupa a 33.ª posição na lista dos salários mais elevados do mundo, composta por 197 países e regiões. Segundo o ranking da revista CEOWORLD, trata-se de uma subida de dois lugares

 

Dados mais recentes divulgados pela revista CEOWORLD, e relativos aos países e regiões com salários mais elevados, mostram que Macau subiu duas posições nos ordenados mais bem pagos, passando do 35.º lugar, em 2024, para o 33.º lugar este ano, com uma média salarial mensal de 17,873 patacas, o equivalente a 2,221 dólares americanos.

Os dados, que também são citados pelo portal Macao News, revelam que os habitantes de Macau ganham, porém, menos do que os de Hong Kong, que este ano aparece na 22.ª posição deste mesmo ranking, com um ordenado médio mensal de 3,177 dólares americanos. Mais abaixo,está a China, na 60.ª posição, e com um salário médio mensal de 1,229 dólares americanos. Por sua vez, a região de Taiwan situa-se na 41.ª posição, com um salário médio de 1,870 dólares americanos por mês.

No ranking intitulado “Países com os maiores e menores salários médios em 2025”, foram comparados os salários médios brutos mensais obtidos após o pagamento de impostos, destacando-se a Suíça com um ordenado de 8,218 dólares americanos. Segue-se o Luxemburgo, com 6,740 dólares americanos, os EUA, com 6,562 dólares, Islândia com 6,548. Da Ásia, surge Singapura em décimo lugar, com um ordenado médio mensal de 4,457 dólares americanos.

Quem te avisa

A análise da CEOWORLD dá conta de que, nesta contagem, sobressai o facto de “os empregos mais bem pagos se encontrarem nos sectores das finanças, seguros, electricidade, minérios, tecnologias da informação, retalho e educação”, sendo que áreas como “serviços administrativos, hotelaria e construção civil estão entre os sectores com piores remunerações”.

Os analistas chamam ainda a atenção para o factor inflação, já que “nos últimos anos muitas nações enfrentaram taxas de inflação elevadas que podem afectar significativamente o poder de compra”. Trata-se de uma inflação nascida “em grande parte da pandemia” e que trouxe “perturbações nas cadeias de abastecimento”.

A CEOWORLD destaca ainda os “riscos geopolíticos”, nomeadamente “o conflito Rússia-Ucrânia, as tarifas de Trump, a competição estratégica EUA-China, as tensões contínuas no Médio Oriente, os desafios geopolíticos entre Índia e China e a desaceleração económica da China”, que contribuem para “agravar estas questões, exacerbando crises energéticas e causando atrasos no fornecimento”. Não é esquecido o conflito na Faixa de Gaza, “que pode agravar ainda mais a situação”.

Espera-se ainda, nos próximos meses, “uma fase económica difícil, com várias previsões a indicar uma possível recessão”.

Citados aqui os melhores salários, importa destacar os países e regiões onde se ganha menos: a Palestina, região ainda não reconhecida como Estado, e que está no centro do conflito na Faixa de Gaza entre Israel e o Hamas, está no fim da lista. Ali, ganha-se 104 dólares, em média, por mês.

20 Ago 2025

Turismo | Helena de Senna Fernandes e Fanny Vong renovam mandatos

Helena de Senna Fernandes vai continuar à frente da Direcção dos Serviços do Turismo por mais dois anos, até Dezembro de 2027. A renovação no cargo foi ontem oficializada pelo secretário para a Economia e Finanças. Também Fanny Vong vai continuar a dirigir a Universidade de Turismo de Macau por mais seis meses

 

Dois dos cargos mais importantes na definição do rumo do sector do turismo de Macau vão continuar nas mãos de duas mulheres cujas carreiras públicas se misturam com o rumo das políticas turísticas do território das últimas duas décadas. Maria Helena de Senna Fernandes vai continuar a dirigir os Serviços de Turismo, enquanto Fanny Vong prossegue como reitora da Universidade de Turismo de Macau.

A comissão de serviço de Helena de Senna Fernandes foi renovada por dois anos, a partir de 20 de Dezembro deste ano, através de um despacho do secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, publicado ontem no Boletim Oficial.

O documento que renova o mandato de Helena de Senna Fernandes à frente da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) indica que a directora “tem capacidade de gestão e experiência profissional adequadas para o exercício das suas funções”.

Se cumprir a mais recente comissão de serviço, Helena de Senna Fernandes será directora da DST por, pelo menos, 15 anos, cargo que ocupa desde Dezembro de 2012.

A responsável é licenciada em Gestão Empresarial e entrou na Função Pública em 1988, tendo desempenhado entre 1994 e 1998 o cargo de chefe do Departamento de Promoção da DST. A partir de 1998, e até ser promovida a directora, foi subdirectora da DST. Também desempenhou funções como parte da Comissão de Designação de Medalhas e Títulos Honoríficos.

À meia dúzia

Por sua vez, a comissão de serviço de Fanny Vong como reitora da Universidade de Turismo de Macau foi renovada por seis meses, dando continuidade à responsável que presidiu à transição do Instituto de Formação Turística para a actual Universidade de Turismo de Macau.

A continuição do mandato de Fanny Vong foi oficializada por um despacho assinado pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, publicado ontem no Boletim Oficial. A justificação para a renovação do mandato por seis meses foi exactamente a mesma dada para a renovação de Helena de Senna Fernandes.

Fanny Vong foi professora na Universidade de Macau e ingressou no Instituto de Estudos Turísticos de Macau em 1999, tornando-se presidente do instituto em 2001. Durante o seu mandato, criou o programa de pós-doutorado da instituição que deu lugar à Universidade de Turismo de Macau, incluindo programas de mestrado, doutorado e pós-graduação.

A reitora ocupou vários cargos relacionados com a indústria do turismo de Macau, incluindo na Comissão de Apoio ao Desenvolvimento Turístico.

20 Ago 2025

Maternidade | Pedidos 113 subsídios complementares até Julho

Até ao final do mês passado, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) registou 113 pedidos para o plano do subsídio complementar atribuído aos empregadores pela remuneração paga na licença de maternidade, indicou ontem o director Chan Un Tong numa conferência de imprensa do Conselho Executivo. Destes 113 pedidos, 86 foram aprovados (envolvendo 79 empresas) num valor de quase 810 mil patacas.

Recorde-se que este subsídio começou a ser distribuído depois da revisão legal que alargou a licença de maternidade de 56 para 70 dias, que entrou em vigor a 26 de Maio de 2020, e teria como limite máximo 14 dias de renumeração base. O subsídio foi apresentado como uma medida para aplicar durante um período transitório, permitindo aos empregadores adaptar-se, de forma gradual, às despesas económicas causadas pelo aumento do número de dias de licença de maternidade. O período de transição terminou em Maio de 2023, mas foi ontem prolongado por mais um ano, através da alteração ao regulamento administrativo que rege o plano de apoio.

O Conselho Executivo explica o prolongamento da medida com as políticas de incentivo à natalidade, e a promoção de relações laborais harmoniosas.

Como tal, os empregadores que preencham os requisitos e tenham pago “remunerações na licença de maternidade às trabalhadoras residentes que tiveram parto ou situações afins até 31 de Dezembro de 2026”, podem requerer o subsídio complementar.

20 Ago 2025

Nanjing | Governo presta homenagem a vítimas de massacre

O Chefe do Executivo visitou ontem o Salão Memorial das Vítimas do Massacre de Nanjing e prometeu realizar em Macau actividades para homenagear os mártires e “exaltar o grande espírito patriótico”. Além disso, a RAEM e a província de Jiangsu assinaram um acordo de cooperação na área da educação

 

Sam Hou Fai visitou ontem o Salão Memorial das Vítimas do Massacre de Nanjing pelos Invasores Japoneses, em Nanjing, onde depositou uma coroa de flores em honra das vítimas. Num gesto de homenagem, o governante e a delegação da RAEM respeitaram um minuto de silêncio e ajustaram fitas fúnebres. De seguida, a comitiva que incluiu a secretária para os Assuntos Sociais e Cultural, O Lam, e o director dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude, Kong Chi Meng, visitaram “a sala de exposição histórica no Salão Memorial e o local da vala comum dos compatriotas mortos, e do capítulo heróico da sangrenta resistência do povo chinês”.

O Chefe do Executivo salientou que este ano se assinala o 80.º aniversário da vitória na guerra de resistência do povo chinês contra a agressão japonesa e na guerra mundial antifascista, e que para marcar o “momento tão significativo”, a RAEM vai organizar uma série de actividades comemorativas. Estas actividades terão como conceitos principais “’recordar a história, prestar homenagem aos mártires, valorizar a paz e criar um grande futuro’, para promover o importante significado da vitória na guerra de resistência e exaltar o grande espírito patriótico”, indicou o Governo da RAEM.

Agarrar oportunidades

Além da homenagem às vítimas do massacre de Nanjing, Sam Hou Fai teve ontem na agenda uma reunião com o secretário do Comité Provincial de Jiangsu do Partido Comunista Chinês e presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Provincial, Xin Changxing. Em cima da mesa esteve o reforço do intercâmbio e cooperação entre Macau e Jiangsu, em especial na área da edução.

Nesse âmbito, foi assinado um acordo de cooperação “promover o intercâmbio e a cooperação entre Macau e Jiangsu na área da educação, e aprofundar o desenvolvimento integrado de educação-ciência-tecnologia-quadros qualificados”. O acordo visa “potenciar a complementaridade de vantagens das duas regiões nos domínios de recursos educacionais, de transformação de resultados de investigação e de plataforma de serviços”.

Sam Hou Fai considerou que Macau e Jiangsu podem reforçar a cooperação em áreas como inovação científica e tecnológica, medicina tradicional chinesa, cultura, turismo, convenções e exposições, e formação de profissionais qualificados.

20 Ago 2025

Cinema | Filme de Tracy Choi seleccionado para Festival de Busan

Tracy Choi, aclamada realizadora local desde a sua estreia com “Sisterhood”, conseguiu agora, pela primeira vez, colocar um filme seu num festival de cinema asiático de maior dimensão, nomeadamente na secção de competição “Vision Section” do Festival Internacional de Cinema de Busan. “Girlfriends”, um regresso ao elenco de “Sisterhood”, foi o filme escolhido

 

A carreira da realizadora local Tracy Choi soma e segue. Desta vez, acaba de ser anunciado que o seu mais recente filme, “Girlfriends”, foi pela primeira vez seleccionado para a prestigiada competição “Vision Section” na 30.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Busan, na Coreia do Sul, que decorre em Setembro. Além da selecção para competição, a exibição do filme em Busan constitui a sua estreia mundial, sendo que “Girlfriends” estreia em Macau, Hong Kong e Taiwan apenas no próximo ano.

“Girlfriends” é uma co-produção entre estas três regiões e retrata “a jornada de uma mulher desde a adolescência até à fase adulta através de três histórias de amor que se entrelaçam”, contando com actrizes como Jennifer Yu, Fish Liew, Natalie Hsu, Eliz Lau, Han Ning e Elizabeth Tang, todas elas nomeadas e premiadas pela indústria do cinema.

Citada por um comunicado oficial, Tracy Choi mostrou-se honrada pelo facto de o seu trabalho ter sido escolhido para integrar esta competição. “Girlfriends é um filme repleto de amor, e tanto o elenco como a equipa técnica dedicaram-se com total sinceridade a este projecto. Esperamos que esta história sobre três mulheres urbanas chegue a públicos de diferentes culturas”, disse.

Já Jennifer Yu disse estar muito contente por ter voltado a trabalhar com Fish Liew e com Tracy Choi oito anos depois. A actriz afirmou que a escolha de “Girlfriends” para o Festival de Cinema de Busan é “profundamente significativa”.

“Esta colaboração permite-nos transmitir mensagens importantes através do cinema, e esperamos que o público se conecte com o nosso trabalho”, revelou. Por sua vez, Fish Liew disse que este filme “representa mais do que um simples reencontro da equipa de ‘Sisterhood’, sendo um testemunho da nossa evolução como artistas”.

“O filme reflecte três etapas transformadoras da vida, e cada mulher envolvida, tanto em frente como atrás das câmaras, trouxe a sua própria jornada pessoal para este projecto”, destacou.

Nomes do cartaz

Segundo informação oficial do Festival de Cinema de Busan, Tracy Choi é descrita como sendo uma realizadora “activa tanto no documentário como no cinema narrativo”, estreando-se ao lado de nomes como Natalia Uvarova, nova realizadora oriunda do Cazaquistão que estreia “Malika”, e Tribeny Rai, vencedora do “NFDC Film Bazaar Work-In-Progress Lab”, que apresenta o filme “Shape of Momo”.

“Girlfriends” vai ser exibido ainda ao lado de “If On a Winter’s Night”, de Sanju Surendran, “aclamado [realizador] entre o documentário e a ficção”, e ainda Takashi Koyama, que deixou as produções mais comerciais para “depositar todo o seu espírito” num segundo projecto pessoal, intitulado “ALL GREENS”.

“Girlfriends” foi financiado na quarta edição do Programa de Apoio à Produção de Longas-Metragens coordenado pelo Instituto Cultural, tendo sido seleccionado para outros programas de financiamento de cinema asiáticos, como o “Taipei Golden Horse Film Project Promotion”, em 2023, e o “Hong Kong-Asia Film Financing Forum WIP Program”, no ano passado.

O Festival Internacional de Cinema de Busan foi criado em 1996 e desde então que se tem firmado como um dos mais importantes a nível mundial. No que diz respeito à secção “Vision Section” pretende reconhecer obras originais, constituindo uma “plataforma vital para o cinema independente coreano”. O evento decorre entre os dias 17 e 26 de Setembro.

20 Ago 2025

Convenções / Exposições | Mais eventos mas menos visitantes e gastos

Na primeira metade deste ano, realizaram-se em Macau quase mais um terço das convenções e exposições face ao mesmo período de 2024. Porém, o número de participantes e visitantes caiu mais de 11 por cento, e os gastos no território tiveram uma quebra de 26,5 por cento devido a “incertezas da economia mundial” e “mudança do padrão de consumo”

 

Mais eventos, mas menos pessoas e consumo na economia local, assim se podem resumir as estatísticas do sector das convenções e exposições referentes ao primeiro semestre de 2025, divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Os serviços estatísticos indicaram que na primeira metade deste ano realizaram-se 918 convenções e exposições, mais 29,3 por cento em termos anuais (+208 eventos) e realça o aumento dos eventos relacionados com “comércio e gestão” e “tecnologia informática”, que tiveram mais 91 e 36 eventos, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado.

Entre Janeiro e o fim de Junho, a maior parte dos eventos organizados em Macau foram reuniões e conferências (863), registando um aumento anual de quase 30 por cento. Porém, apesar do crescimento significativo deste tipo de eventos, os participantes apenas aumentaram 6,7 por cento, um reflexo da evolução antagónica das estatísticas do sector.

Reverso da medalha

A DSEC aponta que o número de participantes e visitantes dos eventos de convenções e exposições fixou-se em 428.000, decrescendo 11,2 por cento, face ao primeiro semestre de 2024. A DSEC explica que esta quebra se deveu ao decréscimo do “número de visitantes em geral oriundos do exterior que vieram às exposições”, “devido às incertezas da economia mundial, à mudança do padrão de consumo dos visitantes entrados na RAEM”.

Além da descida do número de visitantes e participantes, a despesa total depois de entrarem em Macau para participaram em convenções e exposições também diminuiu. Assim sendo, “as receitas dos ramos de actividade económica não jogo da RAEM geradas pelos eventos de convenções e exposições caíram 26,5 por cento, em termos anuais, para 1,65 mil milhões de patacas”.

Apesar dos números gerais de visitantes e participantes, a DSEC vinca o aumento de expositores internacionais (2.822) nos eventos organizados na RAEM na primeira metade de 2025, com uma subida de quase 20 por cento. Os visitantes profissionais internacionais que vieram a estes eventos também aumentaram 20,9 por cento para um total de 3.120.

Em termos trimestrais, os dados da DSEC revelam que entre Abril e Junho se realizaram 480 convenções e exposições, mais 42 eventos do que no primeiro trimestre deste ano e um aumento anual de 28,3 por cento. Mas, também aqui, o número de participantes e visitantes diminuiu 24,1 por cento, para um total de 228 mil pessoas, face ao segundo trimestre de 2024.

20 Ago 2025

Cuidadores | Governo já investiu mais de 18 milhões de patacas

Em cinco anos de funcionamento do plano de subsídios a cuidadores foram atribuídas mais de 18 milhões de patacas a 310 cuidadores com idosos ou pessoas acamadas e doentes a cargo de forma permanente. Hon Wai, presidente do Instituto de Acção Social, destaca que as famílias podem ainda beneficiar de outros apoios

 

O que era provisório tornou-se definitivo, e em cinco anos foram atribuídas 18 milhões e 400 mil patacas a 310 cuidadores de idosos ou pessoas dependentes por doença ou incapacidade. São estes os dados relativos ao plano de subsídio para cuidadores, que desde Dezembro de 2023 é uma medida de apoio permanente e que começou, em Dezembro de 2020, por ser um “Projecto Piloto do Subsídio para Cuidadores”.

Os dados são do Instituto de Acção Social (IAS) e foram fornecidos pelo seu presidente, Hon Wai, em resposta a uma interpelação escrita da deputada Ella Lei.

Na mesma resposta, descreve-se que de entre os 310 beneficiários incluem-se “quatro tipos de pessoas que necessitam de cuidados continuados e intensivos de terceiros, prestados no domicílio, para o auto-cuidado e a vida quotidiana, especialmente aquelas que não recebem cuidados continuados em lares”.

Falamos de “acamados permanentes que estejam incapacitados de realizar acções como sentar ou levantar sem auxílio, pessoas com deficiência intelectual, pessoas com autismo ou com deficiência motora, com grau grave ou profundo, e incluindo aquelas que não têm grau [de gravidade] atribuído”.

Trata-se de um apoio dado a famílias mais vulneráveis, sendo que Hon Wai destacou que este é apenas um subsídio dos muitos atribuídos pelo Executivo. “O referido subsídio é apenas um de entre os vários subsídios em numerário que o Governo da RAEM atribui às famílias de cuidadores”, sendo que “as famílias elegíveis podem, ao mesmo tempo, beneficiar do subsídio para idosos, da pensão para idosos, do subsídio de invalidez, da pensão de invalidez e do programa de comparticipação nos cuidados de saúde, entre outras políticas”.

Políticas em estudo

Na sua interpelação, a deputada Ella Lei, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), questionou o Executivo sobre o planeamento das medidas de apoio à terceira idade ou na área da reabilitação. Hon Wai assegurou que os planos estão a ser elaborados.

“Neste momento, o Governo da RAEM está a planear os planos decenais relativos à próxima fase de acção para os serviços de apoio a idosos e de reabilitação”, pelo que será discutida e analisada “a optimização e o reforço dos diversos serviços de apoio aos cuidadores”.

O IAS diz ainda querer “promover a entreajuda na comunidade através da educação comunitária, assim como conjugar os esforços dos residentes, das instituições particulares e dos serviços públicos, no intuito de construir, em conjunto, uma sociedade amiga dos cuidadores e prestar apoio às famílias de cuidadores”.

20 Ago 2025

Guangdong | Emitidos 2,5 mil milhões em títulos de dívida na RAEM

A província vizinha de Guangdong vai voltar a emitir, pela quinta vez, títulos de dívida em Macau, no valor de 2,5 mil milhões de renminbi. A operação que irá decorrer no fim de Agosto é destinada a investidores profissionais e irá também ajudar a financiar a 15.ª edição dos Jogos Nacionais

 

A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) anunciou ontem que o Governo da província de Guangdong irá no fim do mês emitir títulos de dívida em renminbi (RMB) do seu Governo local, num valor de 2,5 mil milhões de RMB.

De acordo com a Autoridade Monetária de Macau (AMCM), a nova emissão mantém a aposta nas obrigações temáticas ligadas à Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin e nas obrigações verdes, mas introduz também duas novidades: a emissão de títulos de dívida destinados a apoiar a 15.ª edição dos Jogos Nacionais e de obrigações azuis. A emissão é destinada a investidores profissionais.

A AMCM sublinha que esta iniciativa “reflecte o apoio do Governo Central e do Governo Popular da Província de Guangdong a Macau”, permitindo acelerar o desenvolvimento de novos sectores financeiros, em particular o mercado obrigacionista, e contribuir para a diversificação económica.

Uma parte das receitas será aplicada no projecto da 15.ª edição dos Jogos Nacionais, a primeira grande competição desportiva conjunta entre Guangdong, Hong Kong e Macau, o que constitui, segundo as autoridades, uma demonstração do reforço da integração da Grande Baía e do apoio à participação de Macau no desenvolvimento nacional.

Destino recorrente

Além da componente desportiva, a emissão inclui obrigações verdes e, pela primeira vez, obrigações azuis, instrumentos destinados a financiar projectos ligados à sustentabilidade ambiental e à preservação dos recursos marinhos.

A AMCM destaca que esta diversidade “enriquece o mercado obrigacionista de Macau” e poderá atrair novos emitentes, alinhando-se com os objetivos da China de atingir o pico de emissões de dióxido de carbono e a neutralidade carbónica. A especificidade da emissão destes títulos de dívida “impulsiona o desenvolvimento dos mercados financeiros de Guangdong e Macau para áreas verdes e sustentáveis”, aponta a AMCM.

A autoridade monetária destacou também o apoio do Ministério das Finanças e do Governo Popular da Província de Guangdong, a quem expressou “sinceros agradecimentos”, reafirmando que continuará a promover a cooperação financeira entre Guangdong e Macau.

Esta é a quinta vez, desde 2021, que a província de Guangdong se financia em Macau através de títulos de dívida. A última vez que o tinha feito foi em Agosto do ano passado, no mesmo valor. Cerca de dois meses depois foi a vez do Governo Central emitir em Macau títulos de dívida no valor de 5 mil milhões de RMB. No início do mês passado, Pequim subiu a parada e voltou a emitir títulos de dívida na RAEM no valor de 6 mil milhões de RMB.

20 Ago 2025