João Santos Filipe EventosLei Básica | Celebrações prolongam-se até Novembro Com o intuito de promover o patriotismo e celebrar o 30.º aniversário da Lei Básica vão decorrer inúmeras actividades no território de Março a Novembro Entre os meses de Março e Novembro, o Governo vai realizar várias actividades para celebrar a promulgação da Lei Básica, com iniciativas, como palestras, workshops, exposições e até espaços para as crianças “aprenderem de forma correcta o princípio um país, dois sistemas”. De acordo com Lou Soi Cheng, director substituto da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), o programa vai ter um custo de 3 milhões de patacas. O plano das actividades foi apresentado ontem, numa conferência de imprensa, organizada em conjunto pelo Governo e a Associação de Divulgação da Lei Básica de Macau. Amanhã, as celebrações arrancam com um Seminário Comemorativo do 30.º Aniversário da Promulgação da Lei Básica, que está agendado para as 14h30, no Salão de reuniões do Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Ao longo dos seminários, os interessados podem assistir a palestras com três temas: “O Novo Cenário da Prática de Um País, Dois Sistemas”, “A Boa Governação de Macau, Promover a Construção da Grande Baía e da Zona de Cooperação Aprofundada entre a Ilha da Montanha e Macau”, e ainda “Vamos Todos Promover a Melhor Integração de Macau na Conjuntura de Desenvolvimento de Macau”. Estas sessões vão contar com oradores convidados do Interior, cujos nomes não foram apresentados na conferência de lançamento das actividades. Exposição do Centro de Ciência A partir de 2 de Abril, tem lugar a exposição sobre os 30 anos da promulgação da Lei Básica, que vai decorrer no Centro de Ciência de Macau. Com o evento a decorrer até 2 de Junho, recorre-se a elementos multimédia para exibir fotografias sobre o processo de elaboração da Lei Básica, divido em três partes que têm como títulos “Retrospectiva”, “Navegador” e “Brilho”. Segundo os organizadores, o objectivo passa por “rever os importantes pontos históricos, tais como o contexto da elaboração, a promulgação e a implementação da Lei Básica de Macau”. No dia 23 de Abril, e até 17 de Junho, começa a exposição itinerante que tem como intenção levar a “Lei Básica à comunidade”. Entre 23 e 29 de Abril, a exposição vai estar no Largo do Senado; entre 30 de Abril e 6 de Maio no Jardim Cidade das Flores; entre 7 e 13 de Maio no Jardim do Mercado do Iao Hon; entre 14 e 24 de Maio no Jardim de Camões; entre 21 e 27 de Maio na Zona de Lazer do Edifício Lok Yeung Fa Yuen; 28 de Maio a 3 de Junho na Zona de Lazer da Rotunda de Carlos da Maia. Finalmente, entre 4 e 10 de Junho, o encerramento dá-se no Jardim de Eduardo Marques, em Coloane. Com a exposição itinerante, a Associação dos Advogados de Macau, com a colaboração dos seus membros, vai também “prestar serviços de consulta jurídica gratuita aos residentes” nos diferentes locais, naquela que é encarada como uma forma de “promover a Lei Básica”. Para os mais novos Em relação às actividades feitas a pensar nas crianças, no dia 7 de Maio vai ser realizado o “Dia de Convívio Sobre a Promoção da Lei Básica para Pais e Filhos ‘Eu e a Lei Básica’” na Zona Verde e de Lazer Provisória de Hác-Sá. Este evento vai ser organizado “na forma de um bazar de grande dimensão”, com jogos, tendas, representações cénicas e “outras actividades com diversão”. Na categoria de família, entre Abril e Junho vai também decorrer o evento “Crescimento Acompanhado de Direito – Actividades para Pais e Filhos das Famílias Jovens” em que se espera que “a partir de obras de arte criativas à mão” se atraiam as famílias, para “fortalecer os seus conhecimentos sobre a Constituição e a Lei Básica”. Finalmente, em Novembro, realiza-se o “Dia da Divulgação na Galeria Comemorativa da Lei Básica de Macau”, na Galeria Comemorativa da Lei Básica, que pretende “aprofundar os conhecimentos sobre a Constituição e a Lei Básica de Macau”, através de jogos de caça ao tesouro, workshops de artesanato, transmissões de vídeo, espectáculos entre “outras actividades que misturem educação com entretenimento”. Concursos patriotas Para os mais novos, vão ainda ser realizados concursos de partilha das experiências sobre a Lei Básica. O primeiro evento para os alunos decorre entre Abril e Junho, com as fases de eliminação a acontecerem no Auditório da Escola-Luso-China Técnico Profissional. As finais vão acontecer no Auditório da Escola de São Paulo. A competição vai distinguir os indivíduos que melhor apresentarem “o grande significado” da Lei Básica e da Constituição, e conta pela primeira vez com estudantes universitários. Em Setembro, volta a realizar-se um novo concurso, virado especificamente para as escolas. O “Concurso de Projecto de Divulgação da Constituição e da Lei Básica nas Escolas” vai incentivar as escolas a “aprofundar de forma correcta o princípio um país dois sistemas”, explicou Wong Ka Ki, subdirector dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). “Os nossos serviços vão fazer uma palestra para aprofundar o patriotismo. Vamos dispor de uma semana para aprofundar o patriotismo, que conta com a adesão de 46 escolas e 6.600 pessoas”, apontou. Cursos de Formação Aos eventos anunciados ontem, junta-se um curso de formação sobre a Lei Básica que está a ser realizado pela Associação de Divulgação da Lei Básica de Macau. Segundo Ho Sio Kam, vice-presidente da associação, vão ser realizadas três edições, sendo que a primeira já foi iniciada, em Março. As restantes vão decorrer em Junho e Setembro, com onze aulas e a participação de “especialistas e académicos”. De acordo com Ho Sio Kam, os cursos estão a mostrar-se “muito populares entre os cidadãos”, mas a responsável não indicou o número de participantes. Apesar disso, Ho considerou que a Lei Básica tem sido muito importante para o território e que até “um amigo que veio do Canadá” elogiou os efeitos para o desenvolvimento económico do diploma promulgado em 1993. Apesar de não contarem com representantes na conferência de imprensa, a iniciativa também tem a participação da Associação dos Advogados de Macau, Teledifusão de Macau e do Jornal Ou Mun.
Hoje Macau EventosExposição | Torre de Macau acolhe “Curiouser and Curiouser” Intitula-se “Curiouser and Couriouser” e é a mais recente exposição disponível para visita no átrio da Torre de Macau. Com curadoria de Mel Cheong, a mostra, inaugurada no passado dia 25, é organizada pela Associação Rota das Artes [Route Arts Association” e o Centro de Convenções e Exposições da Torre de Macau, contando com o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura. “Curiouser & Curiouser” é a terceira edição de um projecto com curadoria de Mel Cheong que tem vindo a ser desenvolvido em parceria com diversas associações de arte locais, baseando-se na ideia de dar “algo ao público como um presente, a fim de levá-lo a explorar e a desfrutar” do que vê. Tendo como pano de fundo o imaginário de “Alice no País das Maravilhas”, a ideia é reunir o público no espaço da exposição e levá-lo a um mundo muito específico, e a conhecer de perto o trabalho de diversos artistas de Macau. Cria-se, assim, uma “interligação única” entre a instalação e a performance artísticas, criando-se uma energia desta colaboração entre artistas “que pode ser vivenciada através das roupas, música e actuações de mímica interactivas”, implementando-se uma “exploração imersiva em conjugação da instalação das obras de arte”. Nada Chan, presidente da “Route Arts Association”, afirmou que, quando foi criada, a associação pretendia promover a arte da mímica, apresentando “temas de interesse na actualidade através de múltiplas plataformas artísticas, aumentando o interesse das pessoas na representação da cultura e das artes”. Assim, esta mostra dá aos artistas e ao público em si “uma grande oportunidade de realizarem os seus sonhos”. A mostra pode ser visitada até ao dia 26 de Abril.
Andreia Sofia Silva EventosExposição | Trabalho de Lu Pingyuan revelado na galeria Humarish Club Até ao dia 13 de Abril será possível visitar, na galeria Humarish Club, no hotel Lisboeta Macau, a primeira exposição individual do artista chinês Lu Pingyuan. “Untitled (Artist)” revela as histórias contadas em diversos formatos artísticos do artista nascido em Zhejiang em 1984 Pela primeira vez na sua carreira o artista chinês Lu Pingyuan mostra o seu trabalho em Macau. “Untitled (Artist)” é o nome da exposição que desde o dia 17 de Março está patente na galeria Humarish Club, localizada no espaço H853 Fun Factory do hotel Lisboeta Macau, e que poderá ser vista até ao dia 13 de Abril. Nesta mostra, apresentada em parceria com a galeria MadeIn, de Xangai, onde reside o artista, podem ver-se várias obras incluídas nas séries “Look! I’m Picasso” e “Nature Noir”. Na primeira série, denota-se uma forte inspiração no trabalho do conhecido pintor espanhol Pablo Picasso, um dos nomes mais sonantes da pintura do século XX e grande representante do Cubismo como movimento artístico. Na hora de criar, Lu Pingyuan dedica-se a criar histórias em cada peça, cheias de personagens por si inventadas, que derivam das suas inspirações “que subtilmente respondem a narrativas pessoais que se interligam com a história da arte”, aponta um comunicado. O artista apresenta também uma visão muito própria do movimento surrealista que faz com que o público reflicta sobre “a história da arte ou a origem da experiência”. O público poderá ver trabalhos que vão da pintura à escultura, entre outros formatos artísticos. O pincel mágico Nascido em 1984 na província de Zhejiang, o artista chinês já expôs em vários lugares. Destaque para a sua mais recente exposição em nome próprio, “One Night at a Gallery”, feita no ano passado, e “HOME ALONe”, apresentada em Xangai em 2017. Além disso, o nome Lu Pingyuan esteve também presente em diversas mostras colectivas. O trabalho deste artista chinês relaciona-se com a história por detrás do filme chinês de animação em stop-motion “The Magic Brush” [O Pincel Mágico], cuja primeira versão foi feita em Xangai em 1954, com o nome “Ma Liang e o seu pincel mágico”. A produção deste filme esteve a cargo do Estúdio de Cinema de Animação de Xangai. Se nesta história o pincel mágico é responsável por tudo o que aparece na vida de Ma Liang, no trabalho de Lu Pingyuan imagina-se a vida de Ma Liang na idade adulta, mas a fase final do que acontece pertence sempre à imaginação do público que vê as suas obras.
Hoje Macau EventosLuis Miguel Cintra fez um “Pequeno Livro Arquivo” retrospectivo de carreira e de vida O encenador Luis Miguel Cintra escreveu “Pequeno Livro Arquivo”, uma retrospectiva de 50 anos de carreira, que também é balanço de vida e testemunho de sentimento do fim prematuro, face à ‘subvida’ que afirma estar a viver. A obra, “Pequeno Livro Arquivo – pensamento, palavras, actos e omissões”, sempre ligada ao Teatro da Cornucópia, que fundou, vai ser apresentada no Teatro Carlos Alberto, no Porto, na próxima quarta-feira, dia 29, por José Tolentino de Mendonça, amigo que empurrou Luis Miguel Cintra a escrever, e que também o ajudou a encontrar uma editora. “É um balanço, de facto, da vida, e o sentimento de que a vida terminou prematuramente, porque agora é uma ‘subvida’ aquela que estou a viver”, disse o ator e encenador, em entrevista à agência Lusa, expondo as limitações da doença degenerativa de que padece. “Pequeno Livro Arquivo”, composto de “pensamento, palavras, actos e omissões”, remonta a 2014 quando Luis Miguel Cintra pensou: “Cheguei a velho”. “Apeteceu-me fazer o balanço do que estava para trás”, recorda agora à Lusa. “Fui rever os textos de representação de cada uma das peças e percebi que ia havendo um fio condutor que ia passando de espetáculo para espetáculo, e que fazia uma história do Teatro [da Cornucópia], com os textos [dos diferentes] dramaturgos, através das várias épocas”. Teatro de texto Depois, “tudo seguido, é um retrato meu, uma espécie de autorretrato permanente […], consequência da dramaturgia de cada espectáculo, do meu estado de espírito”. Em cada um, “dizia mais um bocadinho, ou dizia a mesma coisa de outra maneira e por aí adiante”, algo que “ia passando de peça em peça”. “Já que não posso oferecer-me de outra maneira, ofereço uma revisão da Cornucópia que pode ajudar algumas das pessoas que voltem a interessar-se por fazer teatro de texto”, sublinha o actor sobre “Pequeno Livro Arquivo”. O livro inclui 60 textos sobre outras tantas peças de outros tantos autores, todos levados a cena na Cornucópia, que só em finais de 1975 encontrou uma ‘casa’, com a sede no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa. O Misantropo ou o atrabiliário apaixonado”, de Molière, com que a companhia cofundada com Jorge Silva Melo se estreou, em 13 de Outubro de 1973, no antigo Teatro Laura Alves, “O terror e a miséria no III Reich”, de Bertolt Brecht, a primeira montagem após o 25 de Abril, “O labirinto de Creta”, de António José da Silva, “Ricardo III”, de Shakespeare, que o actor protagonizou em 1985, “A sonata dos espectros”, de August Strindberg, “Auto da Feira”, de Gil Vicente”, “Até que, como o quê quase”, de Samuel Beckett, são etapas desse “Pequeno Livro Arquivo”, dividido em nove capítulos, entre o tempo durante e após a Cornucópia, até ao “ponto final”, com dedicatória aos “queridos amigos”. Ali se cruzam autores como Federico García Lorca, Luigi Pirandello, Heiner Müller, Joe Orton e Raul Brandão, Edward Bond e Almeida Garrett, Pierre Caron de Beaumarchais e Pier Paolo Pasolini, Jacob Lenz, Arthur Honegger, Anton Tchékhov e Friedrich Schiller, Paul Claudel, Arthur Schnitzler, Jean Genet, Reiner Werner Fassbinder e Lope de Vega.
Hoje Macau EventosExposição do Madame Tussaud desde ontem no Museu do Grande Prémio Estátuas de cera dos grandes protagonistas das corridas do Grande Prémio de Macau (GPM), mas também do automobilismo mundial, podem desde ontem ser visitadas no Museu do Grande Prémio, numa parceria com o Museu Madame Tussaud de Hong Kong, conhecido por apresentar ao público representações em cera das grandes personalidades mundiais nas mais diversas áreas. A inauguração da mostra em Macau, que decorreu ontem, contou com a presença dos pilotos Michael Rutter e Robert “Rob” Huff, vencedores de provas nas várias edições do GPM. Das oito estátuas de cera, cinco foram produzidas especialmente para esta colaboração com o Museu de Cera da Madame Tussauds, nomeadamente as de John MacDonald, Ron Haslam, Michael Rutter, Robert Huff e Edoardo Mortara, sendo que as restantes estátuas, de ícones como Ayrton Senna, Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, foram reformuladas. Estas estátuas “mostram a postura imponente dos pilotos nos seus fatos de corrida”, sendo que as expressões do rosto e os gestos baseiam-se em fotografias tiradas aos pilotos durante diversas competições, incluindo quando correram ou na altura em que receberam os prémios em Macau. As estátuas dos pilotos Ron Haslam, Michael Rutter, Robert Huff e Edoardo Mortara foram produzidas próximo da sua altura real, tendo os equipamentos de corrida sido doados pelos próprios pilotos. O fato de John MacDonald foi feito com base em fotografias da sua passagem por Macau. As oito estátuas de cera dos pilotos estarão expostas ao lado dos seus veículos de corrida quando competiram em Macau, destacando o perfil de cada piloto e proporcionando aos visitantes uma experiência mais marcante. Grandes vencedores Todos os oito pilotos são reconhecidos internacionalmente e participaram no GPM, sendo que a maioria conquistou vários prémios no Circuito da Guia. John MacDonald fez a sua estreia no GPM em 1964, terminando em sexto lugar. Em 1965, MacDonald obteve a primeira das suas seis vitórias num Lotus 18 FJ no Circuito da Guia de Macau no 12º Grande Prémio de Macau. MacDonald mantém-se como o único piloto vitorioso das três corridas principais do Circuito da Guia, com quatro vitórias no GPM (1965, 1972, 1973, 1975), uma vitória no GPM de Macau em 1969 e uma vitória na primeira edição da “Corrida de 200 Milhas” em 1972 (conhecida actualmente como Corrida da Guia Macau). No caso de Ron Haslam, conhecido como “o foguete”, passou por Macau, pela primeira vez, em 1981, quando venceu o GPM de Motos na 15.ª edição da competição, ao volante de uma Honda RS1123. Em 1982 e 1983, Haslam obteve a sua segunda e terceira vitória em Macau, fazendo dele o segundo piloto a vencer três anos consecutivos. Entre 1985 e 1987, Haslam continuou a vencer a competição, resultando numa brilhante conquista de seis troféus em seis participações. Ayrton Senna, piloto brasileiro falecido precocemente num acidente, venceu o 30.º GPM em 1983, ano da realização do primeiro GPM de Fórmula 3. Na sua primeira e única visita a Macau, Ayrton Senna venceu as duas mangas, muito disputadas, triunfando na corrida inaugural do GPM de Fórmula 3 e o seu recorde de volta mais rápida manteve-se durante sete anos. Já Michal Rutter, conhecido como o “Rei das Duas Rodas de Macau”, estreou-se no Circuito da Guia em 1994, tendo conquistado o seu primeiro pódio em Macau em 1996. A sua primeira vitória foi em 1998, no 32.º Grande Prémio de Motos de Macau, e a segunda vitória em 2000. Rutter continuou o seu caminho vitorioso, obtendo quatro vitórias consecutivas entre 2002 e 2005, igualando o recorde de seis vitórias detido pelo piloto Ron Haslam. Em 2011 e 2012, continuou a vencer e em 2019 obteve o recorde histórico de nove vitórias. A exposição está patente até ao dia 2 de Abril.
Andreia Sofia Silva EventosArte | Museu do Palácio de Pequim terá centro em Macau O famoso e reputado Museu do Palácio, sediado na Cidade Proibida, em Pequim, vai ter um centro em Macau. A notícia é avançada pelo diário China Daily, que escreve que o projecto pode estar concluído no prazo de dois a três anos. O centro deverá focar-se na protecção do património e na produção de produtos criativos Macau terá, dentro de dois ou três anos, um centro que será a representação do Museu do Palácio, situado na Cidade Proibida, em Pequim. Segundo o jornal China Daily, este centro terá duas “principais funções”, nomeadamente a protecção do património cultural de Macau e a produção de peças culturais relacionadas com o museu que serão vendidas ao público. Dong Dan, directora do departamento de intercâmbio internacional do Museu do Palácio, disse que o objectivo é que “o centro de Macau seja diferente da nossa representação em Hong Kong, que exibe, na maioria, peças emprestadas de Pequim”. Uma vez que Macau e Hong Kong são dois territórios muito próximos, Dong Dan entende que os turistas poderão visitar as peças na região vizinha e depois complementar a sua visita e experiência em Macau. A responsável acrescentou que a presença do Museu do Palácio em Macau visa divulgar mais a cultura chinesa. O Museu do Palácio de Hong Kong já teve mais de 900 mil visitantes desde que abriu em Julho do ano passado, tendo expostas 900 peças emprestadas do museu em Pequim, nomeadamente trabalhos de caligrafia, cerâmica e artefactos culturais relacionados com as famílias dos imperadores chineses que outrora viveram na Cidade Proibida, símbolo do poder imperial e um dos locais históricos mais conhecidos em todo o mundo. Ligação de longa data Dong Dan lembrou à mesma publicação que “Macau é um destino turístico popular”, esperando que “os turistas de todo o mundo que visitam [o território] levem para casa os nossos produtos e aprendam mais sobre a cultura chinesa”. Estes dados foram avançados numa conferência de imprensa que aconteceu na sexta-feira. A implementação deste centro na RAEM não constitui uma novidade em termos de cooperação com o Museu do Palácio, uma vez que o território já acolheu 31 exposições com peças e trabalhos cedidos pelo Museu do Palácio desde 1991. A última mostra revelou as tradições imperiais da Dinastia Qing, que governou o país entre 1644 e 1911, intitulando-se “Auspicious Beginning: Spring Festival Traditions in the Forbidden City” [Um Começo Auspicioso: As Tradições do Festival da Primavera na Cidade Proibida]. Outro exemplo de uma exposição organizada em parceria com o Museu de Arte de Macau, em 2021, foi “Quintessência da Porcelana dos Fornos Imperiais da Dinastia Ming da Colecção do Museu do Palácio”, onde se apresentou uma selecção de 120 peças representativas dos fornos imperiais produzidas nos períodos de regência dos imperadores Hongwu a Wanli (1368–1620) da Dinastia Ming, todas provenientes da colecção do Museu do Palácio. Escavações no estrangeiro Além das duas regiões administrativas especiais, o Museu do Palácio tem procurado expandir a cultura chinesa para outros países, tendo estado envolvido, desde 2014, em projectos arqueológicos em países como a Índia, Quénia, Emirados Árabes Unidos, Uzbequistão e Quirguistão. Este ano, o museu planeia avançar com uma cooperação de cinco anos com a Universidade de Durham, no Reino Unido, a fim de participar numa escavação arqueológica que irá decorrer na costa sudeste do Golfo Pérsico. Estão também em andamento negociações com o Departamento de Arqueologia da Universidade de Teerão, no Irão, tendo Wang Xudong, director do Museu do Palácio, explicado na mesma conferência que todos estes projectos se baseiam nas relações de mútua amizade. “A cooperação na área da arqueologia é um sinal de amizade entre nações. Podemos enriquecer a nossa cultura aprendendo a partir dos outros, e iremos estar envolvidos em mais programas estrangeiros no futuro”, frisou.
João Luz EventosHong Kong | Exposição de Joan Miró patente no HKMoA até 28 de Junho O Hong Kong Museum of Art apresenta a exposição “Joan Miró – The Poetry of Everyday Life”, patente ao público até 28 de Junho. A mostra de um dos mais importantes artistas surrealistas reúne 94 obras, entre pintura, escultura, desenho, trabalhos com têxteis, litografias, entre outros Com o fim das restrições impostas por três anos de combate à pandemia, regressaram os grandes eventos culturais a Hong Kong. Exemplo cimeiro desse retorno fulgurante é a exposição “Joan Miró – The Poetry of Everyday Life” que está em exibição no Hong Kong Museum of Art (HKMoA) até ao dia 28 de Junho. As obras podem ser visitadas na “Special Gallery”, no segundo piso do HKMoA, localizado no nº10 da Salisbury Road, em Tsim Sha Tsui, Kowloon. A mostra que conta com o patrocínio do The Hong Kong Jockey Club apresenta um vasto leque de obras, numa colecção eclética de um dos mais reputados artistas modernos do século passado, ao lado de vultos artísticos como Pablo Picasso e Salvador Dalí. O Departamento de Serviços Culturais e Lazer (LCSD na sigla em inglês), do Governo de Hong Kong, destaca o “estilo artístico singular de Miró, que consegue transformar objectos do quotidiano, como fios ou folhas secas, em extraordinárias obras de arte”. O departamento do Executivo de John Lee aponta ainda o inconfundível uso de coloridas formas geométricas aliadas a linhas simples que criam trabalhos apelativos até para crianças. O Governo da região vizinha refere que o objectivo da exposição “Joan Miró – The Poetry of Everyday Life” é revelar a forma como a imaginação de Miró estabeleceu uma ponte entre a arte e a vida. A mostra que foi inaugurada no passado dia 2 de Março, reúne 94 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos, trabalhos de têxteis, pósteres, litografias e outras formas de expressão artísticas oriundas do acervo da Fundació Joan Miró. Visão local Além da quase uma centena de obras do mestre catalão, o HKMoA lançou um convite a artistas locais para criarem novos trabalhos que prestem um tributo às obras-primas de Miró, complementando a exposição com uma perspectiva de Hong Kong. O Governo da RAEHK destaca a obra do artista GayBird que, inspirado no simbolismo poético de Miró, criou uma série de instalações multimédia que procuram explorar som e imagem, transformando-os em símbolos. Partindo da busca do mestre catalão por métodos revolucionários de uso de diferentes materiais enquanto veículos de expressão artística, a artista Leelee Chan apresenta uma escultura abstracta construído com “materiais pouco convencionais”, salienta o LCSD. A mostra conta também com um cenário de “realidade aumentada” inspirado no imaginário visual de Miró. Além disso, o HKMoA seleccionou e colocou em exposição obras de Zao Wou-ki, Wu Guanzhong, Luis Chan e Ha Bik-chuen da sua própria colecção na mesma galeria “para destacar as semelhanças e diferenças entre artistas chineses e ocidentais na compreensão da arte abstracta, criando um diálogo único entre o Oriente e o Ocidente”. Serão também fornecidas legendas e orientações adicionais para crianças em idade escolar para tornar a arte mais acessível a visitantes de diferentes origens e idades. Os visitantes poderão também criar a sua própria arte através de instalações multimédia concebidas como um parque infantil, permitindo-lhes experimentar o processo criativo de Miró. Os bilhetes para a exposição custam entre 30 e 15 dólares de Hong Kong.
Hoje Macau EventosFAM | Bilhetes à venda a partir de domingo Os bilhetes para a 33.ª edição do Festival de Artes de Macau (FAM), que se realiza entre os dias 28 de Abril e 28 de Maio, começam a estar à venda no próximo domingo. O público poderá, assim, adquirir ingressos para um programa composto por 20 espectáculos que abrangem áreas como o teatro, ópera chinesa, dança, música e artes visuais, entre outros meios de expressão artística. A edição deste ano do festival começa com o espectáculo “A Sagração da Primavera”, uma produção da bailarina chinesa Yang Liping que procura inspiração na combinação de elementos ocidentais e orientais, para descobrir novos caminhos artísticos e liderar a sensibilidade estética. Em “Na Substância do Tempo”, da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, por exemplo, os bailarinos “farão a vida cintilar através dos seus corpos e movimentos”, descreve o Instituto Cultural, em comunicado. Por sua vez, o encenador de teatro chinês Liu Fangqi, conhecido pelas suas peças de grande sucesso, levará à cena a sua comovente adaptação teatral de uma das três obras-primas de Higashino Keigo: “Os Milagres dos Armazéns Namiya”. O leque variado de programas conta ainda com “Eu Sou uma Lua”, uma peça escrita pela jovem dramaturga Zhu Yi que narra os desejos e os segredos de citadinos. No ano em que comemora o seu 30.º aniversário, o Grupo de Teatro Dóci Papiaçám di Macau encerrará o Festival deste ano com a peça de teatro em patuá “Chachau-Lalau di Carnaval” (Oh, Que Arraial!), convidando o público a observar, a partir de múltiplas perspectivas, a vitalidade desta manifestação do património cultural intangível nacional, na nova era. Entre as demais produções locais desta edição do festival, destacam-se a Ópera Cantonense Multimédia Completa Ligações de Hato; o concerto “Cordas Embriagadas”, da Orquestra de Macau; o teatro de dança “Clube Solidão” e uma série de peças de teatro diversificadas, nomeadamente “m@rc0 p0!0 endg@me 2.0”, “Lift Left Life Live” e “O Vestido Fica-lhe Bem”.
Hoje Macau EventosIIM lança nova edição de “Jogos e Brincadeiras de Macau”, de J.J. Monteiro O Instituto Internacional de Macau (IIM) lança, na próxima sexta-feira, 31, o livro “Jogos e Brincadeiras de Macau”, de José Joaquim Monteiro, mais conhecido por J.J. Monteiro, o “poeta-soldado”, já falecido. A edição ilustrada, e em versão bilingue, é o extracto do livro do autor “Meio Século em Macau”, onde narra em versos, os seus primeiros dias em Macau e como rapidamente se apaixonou por esta terra e pelas suas gentes. De 1937 a 1988, J. J. Monteiro assistiu a muitos jogos e brincadeiras da época, em especial o tempo de infância e adolescência dos seus filhos na rua do Bairro do S. Lourenço, à volta do conhecido poço da Caixa Escolar, mesmo em frente ao Liceu em Tap Seac e, posteriormente, na Praia Grande, brincando às escondidas, agarradas, triól, talu (bilharda), cromos, tapa, 5 sacos, chiquia. No prefácio, da autoria de Jorge Rangel, presidente do IIM é referido que J.J. Monteiro “surpreendia pela facilidade com que versejava, com boa rima e correcta métrica, sobre os mais variados assuntos de Macau, desde as cenas do quotidiano e os usos e costumes à história de Macau e à filosofia chinesa, também identificou as diversificadas actividades que ocupavam as muitas horas de lazer dos jovens e crianças.” “É precisamente este o tema da edição agora dedicada aos jogos e brincadeiras das gentes de Macau. Uma introdução, escrita pelo seu filho Rogério, que também coordenou a edição e produziu muitas das ilustrações, explica o contexto e o significado destas manifestações lúdicas que fizeram a delícia de muitas gerações e os rapazes e raparigas de hoje já mal conhecem”, adianta o prefácio. Muitas obras “A Minha Viagem para Macau” (1939), “A História De Um Soldado” (1940, 1952, 1963 e 1983), “De Volta a Macau” (1957 e 1983) e “Macau Vista Por Dentro” (1983) são os títulos dos seus primeiros livros, sendo talvez “Macau Vista Por Dentro” a sua obra mais importante, revelando já um visível amadurecimento e um conhecimento profundo das origens e do percurso dos portugueses no Oriente, assim como de aspectos relevantes da cultura da China milenar. Após o seu falecimento, em 1988, a família do autor procurou dar vida ao legado e às suas obras que não tinham sido editadas, tendo posteriormente feito publicar pelo Instituto Cultural “Anedotas, Contos e Lendas” (1989), e pelo Instituto Internacional de Macau “Meio Século em Macau”, em dois volumes (2010), e “Memórias do Romanceiro de Macau” (2013), e a sua última obra “Vulgaridades Chinesas” encontra-se em preparação pela família.
Hoje Macau Eventos“Hold On to Hope” | Exposição de Georgia Creeden abre ao público dia 2 “Beauty & The Beach” é o nome da nova exposição da fotógrafa Georgia Creeden que estará patente na galeria “Hold On to Hope” entre os dias 2 e 23 de Abril. Em Coloane, será assim possível ver imagens que prestam homenagem à natureza, mas que, acima de tudo, visam celebrar o Mês da Terra Abril será o mês de celebrar a natureza e o planeta em que vivemos a partir da fotografia. Entre os dias 2 e 23 a galeria “Hold On to Hope”, gerida pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM) na pitoresca vila de Ka-Hó, em Coloane, recebe a exposição “Beauty & The Beach”, com fotografias da autoria de Georgia Creeden. Esta exposição mostra imagens únicas da praia Hác Sá e Coloane. Segundo uma nota de imprensa, a fotógrafa “adora tirar fotos de um ponto de vista diferente, pois as coisas nem sempre são como parecem ser”. “Como diz o ditado: a beleza está nos olhos de quem vê”, lê-se ainda. De frisar que esta será a 22ª exposição organizada pela galeria que, recentemente, acolheu uma outra mostra de fotografia com trabalhos de Lúcia Lemos, directora da Creative Macau, a propósito do Dia Internacional da Mulher. Dos EUA para a Ásia Georgia Creeden chegou pela primeira vez a Hong Kong em 1989 e viajou extensivamente por toda a China e Sudeste Asiático durante mais de 30 anos, produzindo principalmente roupas desportivas para o mercado europeu. Deixou permanentemente a Nova Inglaterra, EUA, em 1997 e fundou a “Cia Consultadoria Roupa Dunfey Lda” em Macau, onde residiu durante mais de 25 anos. Recentemente, em 2021, Georgia mudou-se para Melbourne, Austrália. Georgia fez parte do comité do International Ladies Club of Macau (ILCM) durante mais de 17 anos e esteve activamente envolvida em actividades sociais e eventos de angariação de fundos para instituições de caridade locais, incluindo a ARTM. Durante esse tempo, organizou bazares de caridade, manhãs de café social e jantares vínicos, e também produziu boletins informativos e materiais gráficos e de marketing. No período de residência em Macau, Georgia “adorava caminhar e raramente saía de casa sem a sua câmara”, estando sempre “interessada em capturar imagens e momentos especiais ao longo do caminho”.
Andreia Sofia Silva EventosStudio City | Leon Lai dá série de concertos entre Maio e Junho A estrela do cantopop de Hong Kong, Leon Lai, inicia, a partir de Maio, um conjunto de espectáculos no Studio City que só chegará ao fim em Junho. O ciclo de concertos “Leon Lai’s Stage On 8” pretende ser um exemplo da chamada diversificação económica e turística. Os bilhetes encontram-se à venda a partir desta sexta-feira Em Las Vegas, a meca do jogo dos EUA, há muito que estrelas da música de renome mundial assinam contratos milionários para fazerem ciclos de concertos por um determinado período de tempo. Tem sido assim com a cantora Celine Dion, por exemplo, que este ano continua a sua residência no “The Theatre”, na chamada “Las Vegas Strip”. No caso de Macau, que até à pandemia batia Las Vegas em matéria de receitas do jogo, não existe ainda uma longa tradição de ciclos de concertos com um artista residente. A tendência tem vindo a mudar nos últimos anos. Desta vez, é a operadora Melco Crown a anunciar que, a partir do dia 1 de Maio e até ao mês de Junho, o cantor de cantopop de Hong Kong, Leon Lai, fará uma residência musical no Studio City, no Cotai, com o espectáculo “Leon Lai’s Stage On 8”. Os bilhetes começam a ser vendidos a partir desta sexta-feira, estando programados 14 concertos. Esta iniciativa integra-se na segunda edição do projecto “Melco Residency Concert Series”, um ciclo de concertos de três anos que traz a Macau grandes nomes da música cantada em chinês. Segundo um comunicado, estes espectáculos pretendem ser um exemplo em como a operadora de jogo “está determinada em promover, de forma consistente, a diversificação e o desenvolvimento [da economia e do turismo] criando experiência de entretenimento e ao vivo sem precedentes para os locais e visitantes”. David Sisk, Chefe de Operações da empresa, disse estar entusiasmado por receber a primeira residência musical de Leon Lai. “A Melco tem vindo a apoiar o Governo da RAEM no desenvolvimento da estratégia de diversificação ‘Turismo+’, criando experiências de entretenimento e culturais de topo que poderão elevar ainda mais a posição de Macau no Mapa Mundial do Turismo”. Colecção de êxitos Esta não é a primeira vez que Leon Lai actua no Studio City, mas será a primeira vez que o fará de forma regular. “É com enorme prazer que estou de regresso aos palcos do Centro de Eventos do Studio City. De cada vez que planeio um concerto, procuro sempre por novos avanços. A minha insistência em constantemente promover experiências de entretenimento inovadoras coloca-me na mesma página que a Melco”, disse. Citado pelo mesmo comunicado, o artista considera que esta série de espectáculos irá “definitivamente trazer uma nova experiência de concertos para todos os fãs da Ásia”, com uma grande aposta nas novas tecnologias. Conhecido como um dos reis do cantopop, Leon Lai conta com vários êxitos na sua carreira, como é o caso de “Come Tonight”, “Summer Romance”, “Not A Day Without Thinking of You” e “Just Love Me for One Day”, entre outros sucessos. Foi em 2016 que Leon Lai actuou em Macau, no concerto intitulado “Leon Random Love Songs Live in Studio City 2016 Concert”.
Hoje Macau EventosIPOR volta a organizar festival “Letras & Companhia” em Abril O Instituto Português do Oriente (IPOR) organiza, entre os dias 10 e 24 de Abril, o festival “Letras & Companhia”, uma iniciativa ligada à cultura e literatura e pensada para pais e filhos. Este ano o evento tem como tema a “Água – de todas as formas e feitios”. Em torno do conceito dos “três L’s”, nomeadamente a Língua, Livro e Leitura, pensado para a edição deste ano, o festival volta a incorporar dois programas, um aberto ao público e outro dirigido às escolas, com actividades que passam pela música, artes performativas, oficinas para pais e filhos, sessões de leitura e lançamento de livros, entre outras. O IPOR convidou a bióloga Ana Pêgo para apresentar em Macau a versão em chinês do livro de sua autoria, intitulado “Plasticus Maritimus – uma espécie invasora”. Durante a sua passagem pelo território, Ana Pêgo irá promover um conjunto de workshops nas escolas e um aberto ao público em geral, assim como uma formação para professores no âmbito do trabalho de sensibilização que tem vindo a fazer em torno do livro que editou em 2018 e que já vai na quarta edição. O espetáculo “A Jornada da Menina Peixe Rumo ao Fundo do Mar”, que junta vídeo, música e narração de histórias, apresentado pela flautista Joana Radicchi e a actriz Nina Rocha, fará também parte de ambos os programas Parceria com associações O programa contará ainda com a participação de vários projectos de associações e artistas de Macau, entre os quais, a SÍLABA – Associação Educativa e Literária, a da Livraria Júbilo 31, o grupo de teatro The Funny Old Tree Theatre Ensemble, a artista plástica Tchusca Songo, a professora da Escola Portuguesa de Macau Andreia Martins, a cantora Jandira Silva e a SOMOS! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa. O festival, criado em 2021, é um projecto transversal e multidisciplinar que, tendo como destinatários prioritários crianças e jovens em idade escolar, procura mobilizar e convocar efectivamente, não apenas a comunidade, nas suas várias faixas etárias, mas também as escolas e os seus actores. O evento é organizado anualmente em parceria com o Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, contando também com a colaboração da Fundação Oriente, do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, da Livraria Portuguesa, da Porto Editora e da Escola Portuguesa de Macau. As actividades do programa têm entrada livre, devendo a participação nalgumas atividades ser feita através de inscrição.
Andreia Sofia Silva EventosExposição | A arte da xilogravura no Dr. Sun Yat-sen Memorial Hall Chama-se “Carving in Three Styles: One Woodblock, Multiple Impressions” e é a exposição de xilogravura patente até ao dia 2 de Abril na galeria do Dr. Sun Yat-sen Memorial Hall, na Taipa. O público poderá ver trabalhos de três artistas, Hsu Yi Hsuan, Lam King Ting e Mel Cheong Hoi I, que é também curadora da mostra Está patente, desde o dia 12 deste mês, uma nova exposição no centro da Taipa, no terceiro andar do Dr. Sun Yat-sen Memorial Hall. Chama-se “Carving in Three Styles: One Woodblock, Multiple Impressions – Taiwan-Hong Kong-Macau Woodblock Print Exchange Exhibition” e, tal como o nome indica, revela o trabalho na área da xilogravura de três artistas, nomeadamente Hsu Yi Hsuan, Lam King Ting e a artista local Mel Cheong Hoi I, que faz também a curadoria do projecto. A mostra é organizada pela Associação de Xilogravura de Macau [Macau Woodblock Print Association]. Segundo uma nota de imprensa, podem ser vistas, até ao dia 2 de Abril, 55 trabalhos de xilogravura que revelam três técnicas diferentes, sendo que as impressões “mostram uma rica diversidade de estilos e temas para deleite do olhar do público”. “A xilogravura constitui uma categoria especial no meio de vários materiais de impressão. [Esta exposição] revela a paixão dos três artistas pela impressão. Diferentes técnicas de escultura artesanal e ideias fazem destes trabalhos distintos nos seus temas e composição. Com antecedentes e experiências de vida distintas, os três artistas apresentam diferentes paisagens ao público”, lê-se na mesma nota. No caso de Hsu Yi Hsuan, revelam-se as paisagens campestres de Taiwan onde animais vivem livremente numa terra de fantasia. O artista trabalhou essencialmente com óleo e técnicas de impressão ocidentais. Lam King Ting trabalhou com o relevo de madeiras de Taiwan, inspirado pela natureza. Daí que o seu trabalho tenha árvores e flores como tema principal. Por sua vez, Mel Cheong adoptou a tradicional impressão à base de água e faz as suas obras de forma policromada com recurso ao Baren, uma ferramenta manual em formato de disco própria da xilogravura japonesa. Algumas das ideias destes trabalhos baseiam-se numa infância vivida nas grandes cidades que faz surgir um desejo por uma maior proximidade à natureza. Assim, o trabalho de Mel Cheong apresenta “uma concepção artística rica e vibrante”, traçando um retrato da arquitectura da cidade, mas também dos animais “esquecidos nos jardins e espaços verdes esquecidos nas cidades, incluindo personagens como animais vadios ou ursos polares que se vêm forçados a migrar”. As peças de Mel Cheong mostram “os seus pensamentos sobre a Metrópolis”. Exercício de partilha Ao HM, Mel Cheong contou que o principal objectivo desta exposição é revelar a diversidade que a impressão no formato de xilogravura pode ter. Sobre o seu trabalho em específico, a artista disse que optou por expôr apenas 20 peças, “a maioria pertencente a uma série continuada, como é o caso da colecção ‘Macau Series’ que fiz sobre Macau como colónia. Outra é a série ‘Urso Polar'”. Este projecto nasce de uma história. “A primeira impressão é sobre a urbanização do Pólo Norte, em que o urso polar olha para o céu, em vez de olhar para a habitual aurora, e vê as luzes do prédio. A segunda impressão fala do urso que não consegue estar mais no seu icebergue, necessitando de continuar a nadar até encontrar uma nova casa. A terceira impressão mostra já a sua nova casa. Ele percebeu que está mobilada, porque nós, humanos, já deitámos a mobília ao mar. Uma quarta impressão fala do urso polar a procurar salmão.” Mel Cheong adiantou que a Associação de Xilogravura de Macau visa “criar uma plataforma para que artistas que trabalham na Ásia possam partilhar as suas técnicas de impressão em gravura. Por norma não precisamos de um atelier ou estúdio, trabalhamos sozinhos em casa”. Ao fazer esta exposição em conjunto, Mel Cheong acredita que os três artistas “podem partilhar o conhecimento que têm dos materiais e da pesquisa que fazem, bem como as ferramentas com que trabalham o artesanato, as técnicas de impressão ou as novidades das exposições”. “Por norma planeamos mostrar as nossas exposições em diferentes conferências profissionais, mas como esta é uma associação baseada em Macau, quando recolho os trabalhos dos membros prefiro mostrá-los primeiro ao público local, como se fosse uma apresentação prévia para um público VIP”, acrescentou. A associação conta com membros de várias nacionalidades e não apenas de Macau. Exemplo disso é o caso de uma artista, oriunda da Noruega, que iniciou o projecto “Tales that Splits Apart”, com o qual juntou diferentes trabalhos dos membros da associação e os apresentou no seu país.
Hoje Macau EventosGravura | Exposição MYPA 2023 abre hoje ao público na FRC A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe a partir de hoje, e até ao dia 1 de Abril, a “Exposição Anual da MYPA 2023”, em parceria com a Associação Juvenil de Gravura. Apresenta-se, assim, um conjunto de 31 peças de 15 artistas membros da Associação Juvenil de Gravura de Macau, com destaque para as monogravuras, com “diferentes aparências e expressões criativas”. Numa nota divulgada pela FRC, pode ler-se que a gravura “tem desempenhado um papel importante nos intercâmbios culturais entre a China e o Ocidente em Macau”. “Na história moderna, a tipografia, a gravura e a impressão litográfica foram introduzidas na China continental através de Macau. Até hoje, continua a influenciar a melhoria da tecnologia de impressão na China, ao mesmo tempo em que estimula o entusiasmo pela criação de gravuras”, revela o manifesto da exposição. A Associação Juvenil de Gravura de Macau existe há mais de 20 anos. O objectivo desta associação é promover a arte gráfica junto da geração mais jovem, através da realização de exposições, workshops, promoções na escola, e outras actividades, de forma a fomentar junto da população jovem de Macau uma compreensão mais profunda da gravura e descobrir os talentos do printmaking. O manifesto da mostra fala ainda da gravura “como um tipo de meio artístico replicável, que é mais propício à comunicação do que a pintura, permitindo que mais pessoas apreciem o trabalho original em diferentes lugares ao mesmo tempo”. No caso de Macau, a gravura criativa começou a surgir com mais frequência no final dos anos 80. “Passados mais de 30 anos, foi estabelecendo gradualmente um percurso de criação, tendo a gravura como eixo principal. Embora a rotogravura seja muito atraente, ela precisa de equipamentos profissionais para mostrar o seu efeito. No entanto, as impressões em relevo, o stencil e a monotipia não exigem equipamentos sofisticados, e ainda ostentam uma aparência única”, lê-se ainda.
Hoje Macau EventosIC | Fábrica de Panchões e Centro de Ciência acolhem artistas de rua O Instituto Cultural (IC) decidiu criar dois novos locais para artistas de rua na antiga Fábrica de Panchões Iec Long, na vila da Taipa, e no largo em frente ao Centro de Ciência de Macau, com o objectivo “de fortalecer a revitalização dos bairros comunitários, criar uma atmosfera cultural, proporcionar mais espaços de actuação aos profissionais das artes e promover actuações de rua de qualidade”. Os artistas começam a actuar nestes espaços a partir de sexta-feira, podendo fazê-lo entre as 10h e as 18h de sexta-feira a domingo e também nos dias feriados. Actualmente, existem cinco locais no território onde os artistas de rua podem actuar, no âmbito do “Programa Excursionando pelas Artes” lançado pelo IC em 2016. Até Fevereiro deste ano, mais de 1.200 artistas locais e não locais requereram o cartão para poder actuar, tendo mais de 170 mil espectadores assistido aos espectáculos do programa.
Andreia Sofia Silva EventosAdalberto Tenreiro, arquitecto: “Desenhar é para mim uma terapia” “1983 Food . Space 2023”, a exposição de desenhos do arquitecto Adalberto Tenreiro, pode ser vista na galeria 10 Fantasia, no bairro de São Lázaro, até ao próximo domingo. Radicado em Macau há muitos anos, o arquitecto expõe desenhos feitos em restaurantes onde se sente mais o pulsar da cidade antiga e das memórias de sítios peculiares Não tem uma exposição individual há algum tempo. Como surgiu a oportunidade de realizar esta mostra? Esta e as três exposições individuais que fiz pertencem a um processo de organização dos desenhos que vou fazendo como passatempo. Em 1997 a exposição chamada “Diário” organizou todos os desenhos feitos até esse ano, a de 2006 teve os desenhos feitos em Itália durante os sete cursos de Verão feitos no Centro de Estudos Andrea Palladio, a de 2020 teve todos os desenhos feitos em Portugal. Meng Shu Shangyuan é a curadora desta exposição e é uma amiga minha, artista de Xangai, que ensina e pratica em Macau desde há muitos anos e com quem costumo dialogar sobre o que faço. Os desenhos em restaurantes são actos que por vezes faço na companhia de amigos. A Meng Shu conhecia esse meu ritual e aceitou os restaurantes como tema da exposição, expandindo o conceito de comida que, por exemplo, engloba as fachadas dos edifícios que têm restaurantes, ou mercearias desenhadas por estarem inseridas em desenhos maiores que fiz das ruas de Macau. Que Macau poderemos encontrar nestes desenhos? Temos uma Macau parcial, não toda a Macau. Há um viver antigo da cidade por entre restaurantes e cafés baratos com comida boa e tradicional, muitas vezes com mesas ao ar livre. [Surge] a comida tradicional de Yum Cha que há cada vez menos, e mesas ao ar livre que foram retiradas. Os desenhos são feitos nas áreas antigas ou muito antigas da cidade e são poucos os que são feitos em áreas com torres de apartamentos onde estão localizados os raros restaurantes de Yum Cha frequentados quase só por pessoas na terceira idade. São poucos os filhos ou netos destes comensais que vão a estes restaurantes. Quase não desenho as novas áreas urbanas e os restaurantes frequentados pelas novas gerações. Porque decidiu expor os desenhos de forma circular na galeria, a cair do tecto? Já há muitos anos que desenho muitas páginas em forma de círculos, formando panoramas, que depois imprimo e coloco em plástico transparente para serem colocados como planos em paredes. Numa exposição colectiva, realizada por volta de 2015, em que participei com dois desenhos, um do interior da capela da Guia, outro do exterior, onde se vê o Farol da Guia, expus o primeiro círculo, mas de um modo ainda demasiado complicado. Em Outubro do ano passado, numa outra exposição colectiva, foi usado o modo de expor os desenhos que agora repito [nesta mostra]. As salas de exposição da galeria 10 Fantasia são muito irregulares, pelo que os desenhos cilíndricos suspensos do tecto libertaram as paredes e deixaram as cortinas abertas, bem como as janelas para o exterior e as portadas para a generosa varanda. Assim, entra uma brisa na sala que coloca os cilindros num movimento delicioso. Os visitantes podem entrar e sair pela varanda e na sala de exposições, olhando para as grandes árvores exteriores ou para o espaço interior ocupado pelos cilindros. Esta mostra contém desenhos que tem feito nos últimos anos, em jeito de diário. Que lugares ou pessoas podemos encontrar nestes esboços? São poucos os desenhos expostos que estão terminados, mas caso não venham a ser finalizados também ficarão muito bem assim. Cada desenho tem muitas páginas feitas ao longo dos anos, diria que desde há três, nove, 15 ou 31 anos, com 15 ou 45 minutos gastos em cada desenho. Por isso são desenhos antigos e recentes ao mesmo tempo. Na lista dos desenhos exposta na sala da galeria coloco-os por ordem do início da execução. Se tivesse usado a data da última vez em que foram retomados seriam quase todos trabalhos deste ano ou do ano passado. Todos nós vamos a cafés ou restaurantes várias vezes por dia, por isso é que é um tema trabalhado com muitas páginas. Em temas como espectáculos de música ou teatro os desenhos são feitos com menos páginas, ou tenho uma maior quantidade deles feitos numa só folha. Isso deve-se ao acto de ser menos assíduo, em mim, o prazer de assistir a espectáculos. É importante para si desenhar com frequência, além do exercício habitual da arquitectura? Sinto que desenhar o que se considera em muita quantidade é para mim uma terapia. Outras pessoas praticam mais a leitura, ou desporto, ou preferem ainda cozinhar, gastando mais tempo nessas actividades que lhes estruturam o quotidiano. O desenhar confunde-se com a profissão de artista, mas onde ganho ou ganhava honorários é a fazer arquitectura. Na arquitectura alguns arquitectos desenham, outros não. Temos três exemplos de um extremo ao outro, que são o arquitecto e pintor Nadir Afonso, que trabalhou com Corbusier, construiu arquitectura de grande qualidade em Portugal e é famoso pela pintura que fez. Corbusier deixou uma arquitectura de referência mundial e uma pintura de qualidade de segunda linha. Existe uma foto de uma reunião de arquitectos famosos onde todos têm um lápis na mão à excepção do [Walter] Gropius, que privilegiava outras capacidades de conceber arquitectura sem passar pelo acto de desenhar. No balançar entre o desenho e arquitectura, agora ocupo mais horas a desenhar, porque tenho menos trabalho profissional de arquitectura.
Hoje Macau EventosMorreu empresário Rui Nabeiro aos 91 anos O empresário Rui Nabeiro, fundador do grupo Nabeiro – Delta Cafés morreu ontem aos 91 anos, vítima de doença, no hospital da Luz, em Lisboa. “A data e o programa das exéquias serão oportunamente comunicados”, indicou. “É com profundo pesar que a família Nabeiro informa que faleceu hoje, dia 19 de março, o Comendador Manuel Rui Azinhais Nabeiro, presidente e fundador do Grupo Nabeiro — Delta Cafés”, pode ler-se num comunicado enviado ontem pelo grupo. “O espírito empreendedor e a sua ética de trabalho estiveram sempre presentes nos momentos decisivos da sua vida. Em 1961, criou a Delta Cafés, dando origem a um grupo empresarial que hoje lidera o mercado dos cafés em Portugal e hoje em forte expansão nos mercados internacionais. Toda a família Delta está profundamente triste com esta perda e estende as sinceras condolências a todos aqueles que também hoje perderam um grande amigo. Estamos todos empenhados em continuar o seu legado e honrar a sua visão, continuando a produzir o melhor café do mundo, apoiando as comunidades locais e promovendo a sustentabilidade”. O Comendador Rui Nabeiro “encontrava-se hospitalizado no Hospital da Luz, devido a problemas respiratórios”, pode ler-se no mesmo comunicado, enviado pelo Grupo Nabeiro. História de vida Manuel Rui Azinhais Nabeiro nasceu a 28 de Março de 1931 na vila alentejana de Campo Maior, no seio de uma família humilde. Começou a trabalhar por volta dos 12 anos. Aos 17 anos, após a morte do pai, assumiu os destinos da empresa da família, uma pequena torrefação. Apostou na venda de café em Espanha e constituiu, mais tarde, uma sociedade com os tios, a Torrefação Camelo, que mais tarde vendeu. Em 1961, criou a Delta Cafés. “Na vila alentejana de Campo Maior, num pequeno armazém com 50 metros quadrados e sem grandes recursos, inicia a actividade com apenas duas bolas de torra de 30 kg de capacidade”, pode ler-se no site da empresa, hoje com 62 anos de história. “Um Cliente um Amigo” era a filosofia de gestão de Rui Nabeiro, incorporada no que a Delta escreve sobre si própria, “Uma Marca de Rosto Humano”. Em 2007 inaugurou o Centro Educativo Alice Nabeiro para dar resposta às necessidades extra-escolares das crianças de Campo Maior. Com o patrocínio da Delta a Universidade de Évora criou, em 2009, a Cátedra Rui Nabeiro, destinada à promoção da investigação, do ensino e da divulgação científica na área da biodiversidade. Recordação de Timor O Presidente da República timorense lamentou a morte de Rui Nabeiro, um “homem bom e generoso”, recordando os esforços do empresário português para promover o café timorense no exterior. “Uma vida longa de grandes iniciativas empresariais, de criar emprego, riqueza para Portugal, para as comunidades onde a Delta estava instalada”, disse José Ramos-Horta, em declarações à Lusa em Díli. “Fez algumas tentativas de comprar café de Timor no início, mas o mercado na altura já era bastante orientado para outros países como os Estados Unidos. Ainda assim a sua passagem por Timor foi sentida”, recordou. O chefe de Estado timorense disse que Nabeiro acabou por não poder voltar a Timor-Leste, apesar de a Delta continuar a promover café de Timor-Leste, e recorda uma viagem que fez com o empresário a um evento internacional em Nova Iorque. “Falámos muito, falámos muito da Delta e do café de Timor. Tenho grata recordação dele. Uma pessoa boa, generosa para os trabalhadores e as suas famílias”, lembrou Ramos-Horta, que falava à margem da inauguração de um novo espaço multiúsos do grupo de media GMN, em Díli. O lote “Timor” é hoje um dos que integra a coleção da Delta, descrito com “um blend harmonioso, exótico e de deliciosa plenitude”, com café da região de Ermera, a sul de Díli, e que se distingue segundo a empresa pelo seu “sabor cheio, acidez suave e traços doces de chocolate”, segundo a empresa. No inicio de 2000 as autoridades transitórias timorenses chegaram a anunciar que Rui Nabeiro e a Delta Cafés pretendiam comprar todo o café do país então armazenado, com um programa de pretendia colaborar com o desenvolvimento do setor que emprega cerca de 70 mil famílias. O apoio da Delta era essencial para travar o que era, na opinião das autoridades timorenses, o monopólio norte-americano que até então controlava quase toda a exportação de café de Timor-Leste. O empresário português visitou Timor-Leste em março de 2000.
Andreia Sofia Silva EventosPainel de conferências sobre a Ásia arranca hoje no CCCM Decorre entre hoje e quinta-feira, no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), em Lisboa, o painel de conferências sobre a Ásia, integrado no evento anual “Conferências da Primavera”. Hoje, a partir das 10h (hora de Lisboa), o evento começa com a conferência “Abordagens ao Multilateralismo na Arte e Arquitectura Qing”, de Cristina Osswald, académica da Universidade Politécnica de Macau (UPM) e Pedro Luengo Gutierrez, da Universidade de Sevilha. Segue-se o painel “As antigas Rotas da Seda da Ásia Ocidental”, moderado por João Paulo Oliveira e Costa, e que conta com a participação de quatro académicos. À tarde decorre o painel dedicado à arte e ao património de Goa, com moderação de Paulo Teodoro de Matos. Aqui irão abordar-se temas como “Igreja de Santa Cruz dos Milagres, em Goa: Subsídios para uma (possível) Tipologia Goesa de Fachada”, por Joaquim Rodrigues dos Santos, da Universidade de Lisboa. Por sua vez, Teresa Teves Reis, da Universidade de Évora, vai falar da “Galeria de Retratos dos Vice-Reis e Governadores de Goa”, entre outras palestras. Economia e companhia Terça-feira será um dia dedicado às conferências sobre “Economia e Geopolítica”, com destaque para a participação do académico Luís Tomé, da Universidade Autónoma de Lisboa, que falará das “Interligações Geopolíticas e Securitárias entre a Europa e a Ásia”. Segue-se a apresentação “O Banco Asiático de Investimento em Infra-estrutura e o Banco Asiático de Desenvolvimento: o seu contributo para o relacionamento entre a Europa e a Ásia”, de João Sabido Costa, da Universidade Católica Portuguesa. Diogo Cardoso falará, de seguida, das “Implicações Geopolíticas e Geoestratégicas do Programa Espacial da China para a Ásia e para o Mundo”. No painel “História de Sociedade”, que acontece também na terça-feira, destaque para a participação da académica Leonor Diaz de Seabra, da Universidade de Macau, com a palestra “Os Portugueses no Sião”. Na quarta-feira, algumas palestras irão debruçar-se sobre a presença dos Jesuítas na Ásia, sendo dado também destaque às áreas da língua e literatura. Na quinta-feira, último dia, o painel “Imprensa e Sociedade” conta com uma apresentação de Carlos Picassinos sobre “A Imprensa Portuguesa e os Direitos Fundamentais: Lições para Portugal dos Contextos Híbridos de Hong Kong”, tema da tese de mestrado defendida no Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa. António Caeiro, jornalista e ex-delegado da Lusa em Pequim, vai falar sobre o seu mais recente livro, “Os Retornados de Xangai”, que conta a história da comunidade de lusodescendentes que viveram na cidade chinesa durante várias décadas até à implementação da República Popular da China, criando laços e negócios.
Andreia Sofia Silva EventosMúsica | Venetian Theatre recebe concerto da banda MFM AJ, Josie Ho e Hyper Lo, três músicos locais, compõem o grupo MFM e dão, este sábado, um concerto no Venetian Theatre apoiado pela Fundação Rui Cunha. “MFM Concert Tour – Macau 2023” não marca apenas o regresso do grupo aos espectáculos, mas serve também de celebração para o décimo aniversário da banda São três nomes bem conhecidos da música feita no território com influências da pop e do cantopop. Criada há dez anos, a banda MFM, composta por AJ, Josie Ho e Hyper Lo, dá este sábado um concerto no Venetian Theatre, com início às 20h30. “MFM Concert Tour – Macau 2023” marca o regresso da banda à tournée regional, iniciada em 2021 e interrompida devido às restrições da pandemia, mas serve também de celebração do décimo aniversário do grupo. A Fundação Rui Cunha (FRC) apoia esta iniciativa, tendo em conta que a banda criou o tema musical da instituição, intitulado “樂而忘返” (So Happy That You Forgot to Return Home), divulgado por ocasião do quinto Aniversário da FRC em 2017. O concerto é organizado pela produtora SP Entertainment e irá apresentar as músicas “de um dos mais reputados grupos de música de Macau”. Trata-se de um espectáculo que promete revelar “todos os momentos memoráveis dos últimos dez anos e celebrar este marco histórico com todos os fãs”. Além da composição da música da FRC, os MFM foram também responsáveis pela criação do tema “Get Ready” para um evento de boxe, a convite da Sands China. Foi esse projecto que catapultou o grupo para a fama e o reconhecimento junto do público. “Time” será o tema central deste espectáculo, mas os fãs poderão ouvir todos os êxitos de que estão à espera, num concerto que é também uma festa de aniversário. Êxitos e mais êxitos Após a gravação para o evento da Sands China seguiram-se outros êxitos musicais, como é o caso de “Let’s Get It On”, “Paradise”, “Show Time”, “Love Matters”, “Read But Ignored” e “Karma”. Seguiram-se também os prémios em eventos como “SIM Music Awards” e “Oh! Macao MV Awards”. Em 2018 o grupo organizou o espectáculo “MFM Rule of Three – Macao Concert”, também no Venetian Theatre, que registou muito sucesso, com uma plateia cheia de fãs. Seguiu-se, no ano seguinte, o lançamento da música “The Lonely Song”, um sucesso que chegou às tabelas musicais na China e fez parte de várias bandas sonoras. Em Dezembro desse ano, o canal de televisão Hunan TV convidou os MFM para participar no pequeno filme “The Pride of Macao China – MFM” [O Orgulho de Macau, China – MFM], que regista todos os episódios da escalada de sucesso do grupo, os papéis desempenhados pelos três artistas, o funcionamento da indústria do espectáculo e o caminho percorrido para AJ, Josie Ho e Hyper Lo conseguirem atingir os seus sonhos. Em 2021, teve então lugar a tournée “MFM Concert Tour” que passou por diferentes cidades da China, contando com o apoio financeiro do Fundo de Desenvolvimento da Cultura do Instituto Cultural. Este ano, os MFM foram convidados para os habituais concertos anuais de Ano Novo Chinês, onde Josie Ho actuou ao lado de Jacky Chan e outros artistas da China, Hong Kong e Taiwan.
Andreia Sofia Silva EventosFotolivro “Treasure Hotel”, de Francisco Ricarte, lançado este sábado No regresso à chamada normalidade pós-pandemia, a ideia de passar 21 dias fechado num quarto de hotel em quarentena parece já uma miragem ligada a um passado distante. Mas a verdade é que este regime vigorou até há bem pouco tempo e o fotógrafo Francisco Ricarte viveu-o aquando do regresso de uma das viagens que realizou ao exterior. O registo fotográfico desta experiência pode ser visto em “Treasure Hotel” [Hotel Tesouro], novo fotolivro do fotógrafo a ser lançado no próximo sábado, às 17h, na Creative Macau. De um quarto de hotel consegue-se ver pouco, mas a imaginação levou a lente de Francisco Ricarte a capturar as cores do céu, os raios de sol sob o aeroporto e as sombras surgidas no meio das mobílias. São, ao todo, 40 imagens a cores e a preto e branco em 64 páginas. Foram impressos apenas 60 exemplares. “Para quem reside em Macau, o nome ‘Treasure Hotel’ estará, porventura, associado às quarentenas obrigatórias para quem entrasse em Macau durante o período de pandemia vivido recentemente. Este é um registo visual, mas sobretudo intimista, de uma quarentena por mim vivida em Janeiro de 2022”, contou o fotógrafo ao HM. Esta é, portanto, uma “viagem interior”, que assenta “em pequenos capítulos visuais – a viagem, a chegada, o espaço de estadia e vivência quotidiana, as leituras realizadas, o espaço exterior visível – revelando estados de espírito naturalmente diferenciados, alguns de maior introspecção ou acutilância”. Um ano bom Francisco Ricarte, arquitecto de formação, está afastado dessa área, e dedica-se agora com maior regularidade à fotografia. Num ano em que o confinamento foi uma realidade em Macau, a pandemia acabou por revelar-se benéfica para a sua carreira, pois o autor de “Treasure Hotel” realizou três exposições individuais de fotografia. Lançar este livro funciona agora como o fechar de um ciclo, confessa. “As imagens dizem-me muito. A história de pandemia narrada neste conjunto de fotografias conta algo mais do que cada foto individual. Há uma consequência e a leitura de uma história que se conta com esta narrativa visual. Penso que o facto de já não haver pandemia terá ajudado a concluir o projecto e a colocá-lo cá fora.” Francisco Ricarte confessa “ter curiosidade para ver a reacção final” daqueles que abrirem o livro, numa tentativa de perceber “se os leitores encontram pontos de identificação e de referência, ou se se revêem, de alguma forma, no projecto, no caso dos que viveram uma experiência similar de quarentena”. “Também quero ver se será possível imaginar ou entrar na cabeça de quem vive uma experiência destas”, adiantou. Francisco Ricarte ainda fez uma nova quarentena depois de Janeiro do ano passado, mas acabou por decidir que seria esta a experiência a transformar-se numa obra. “Foi a quarentena mais longa, para a qual nunca estamos suficientemente preparados. Daí o meu desejo de contar esta história”, rematou.
Hoje Macau EventosRússia | Navalny “terrivelmente satisfeito” com Óscar a documentário sobre o seu activismo O líder oposicionista russo, Alexei Navalny, que está detido, afirmou quarta-feira que está “terrivelmente satisfeito” que um filme sobre o seu envenenamento e ativismo político tenha ganho o Óscar para o melhor documentário. Em várias mensagens na sua conta da rede social Twitter, o político congratulou o realizador Daniel Roher e os outros envolvidos na produção de ‘Navalny’, bem como a sua esposa Yulia e os seus aliados na Fundação Anticorrupção. “Claro que estou terrivelmente contente, mas enquanto me alegro, procuro não esquecer que não fui eu quem ganhou o Óscar, afinal de contas”, disse. O documentário descreve a carreira de Navalny no combate à corrupção dos dirigentes, o seu envenenamento quase fatal em 2020, que atribuiu ao Kremlin a sua recuperação ao longo de cinco meses na Alemanha e o seu regresso a Moscovo, em 2021, quando foi imediatamente colocado sob custódia, no aeroporto. Condenado depois a dois anos e meio de prisão, Navalny viria a ter outra condenação de mais nove anos. Navalny tem sofrido uma pressão constante dos dirigentes russos. Passou várias semanas em regime de isolamento, dentro de uma designada “cela de punição” e no mês passado foi colocado em uma unidade residencial restrita durante seis meses. Em termos concretos, tem sido privado de telefonemas ou visitas de familiares, apesar de aparentemente ser autorizado a escrever cartas e a receber advogados. Nas mensagens na Twitter, Navalny confirmou que tinha sabido sobre o Óscar enquanto estava à espera de uma audiência em tribunal, através de uma ligação vídeo a partir da sua prisão. Adiantou que o seu advogado procurou dar-lhe a notícia colocando uma folha de papel frente à câmara, mas que não conseguiu ver o que tinha escrito, pelo que o advogado teve de gritar “O teu filme ganhou um Óscar”.
Hoje Macau EventosCCCM | “Sons do Oriente Lírico” este sábado O Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) acolhe este sábado, em Lisboa, a partir das 14h30, o evento “Sons do Oriente Lírico”, que integra uma série de palestras e momentos musicais que exploram “as artes da Lira no Oriente”. O público poderá, assim, ter contacto “com os sons da poesia e da música numa paisagem auditiva e visual expressa nos sons da voz e da música, num encontro entre o Ocidente e o Oriente”. Destaque para as palestras “Música e Instrumentos Musicais Chineses”, com o investigador Enio Souza, e “Apontamentos para a Poesia Chinesa”, com a académica Wang Suoying. Ao longo da tarde acontecem ainda as iniciativas “Poema da Dinastia Tang, Chun Xiao, ‘Madrugada da Primavera'”, lido por Luciana Lu, e o “Momento Musical com contrabaixo e Guzheng”, com o duo Miguel Leiria e Xin Su. António Graça de Abreu, tradutor de poesia chinesa, vai falar da “Poesia de poetas chineses”, enquanto Joaquim Pereira e os “Amigos do Patuá” vão falar da “Poesia do Adé”, um dos grandes nomes da poesia macaense em patuá. O evento encerra com um recital de poemas com Maria Maya e convidados.
Andreia Sofia Silva EventosCinema | Festival “Macau Films & Videos Panorama” arranca sexta-feira Está de regresso mais uma edição do festival de cinema “Macau Films & Videos Panorama”, que termina dia 26 deste mês. Com organização da Associação Audiovisual CUT, esta é a oportunidade para ver, na Casa Garden, os melhores filmes feitos por realizadores locais, com o cinema universitário em destaque A Casa Garden acolhe, a partir desta sexta-feira e até ao dia 26, mais uma edição do festival “Macau Films & Videos Panorama”, uma iniciativa da Associação Audiovisual CUT que pretende mostrar o que de melhor se faz no cinema local, mas não só. Serão exibidos filmes locais, parte deles integrantes da iniciativa “O Poder da Imagem”, do Instituto Cultural (IC). Há também quatro filmes escolhidos pelas universidades locais, revelando-se, assim, os melhores projectos dos estudantes de cinema. Destaque ainda para 11 filmes de Hong Kong, China e Taiwan. Todos eles vão a concurso. Os organizadores convidaram Joyce Yang, veterano crítico de cinema de Hong Kong, para fazer parte do júri na primeira fase de selecção de filmes, tendo sido eleitas 12 de um total de 40 submissões. O júri é ainda composto por outras personalidades ligadas ao cinema asiático, como é o caso de Song Wen, fundador do FIRST – Festival Internacional de Cinema de Xining, na China; Kattie Fan, directora da programação do ifva Festival, promovido pelo Centro de Artes de Hong Kong, e Esther Chen, curadora dos Taiwan Golden Harvest Awards. A partir destes eventos, foram seleccionados os seis filmes da China, Taiwan e Hong Kong que integram a secção “Panorama Screenings”. Destaque ainda para o facto de o público poder assistir a conversas após a exibição dos filmes, “permitindo que os realizadores locais possam comunicar com o público”. Enquanto isso, “o público poderá ter acção e dar apoio, votando nos seus trabalhos favoritos”, escolhendo as películas que vão ganhar o prémio “Escolha do Público” [Audience Choice Award]. Relativamente à secção “Made in Macau”, apresentam-se 22 filmes, incluindo dez da iniciativa “O Poder da Imagem” e 12 escolhidos das submissões feitas pelos realizadores locais. Haverá seis sessões para exibir as curtas-metragens. A organização descreve esta lista de trabalhos cinematográficos como “demonstrando inovação e vitalidade da parte dos criadores locais”, competindo pelos prémios do júri e do público. Uma vez que grande parte dos temas explorados pelos realizadores giram em torno da pandemia e das experiências pessoais vividas nestes últimos meses de confinamentos, medos, traumas e expectativas, os organizadores “convidam o público a olhar para a perspectiva dos realizadores locais e ver como registaram as experiências do passado, como se pode ganhar um novo ritmo e fazer com que as experiências mais pesadas do passado se tornem no poder do futuro”. O cartaz Neste festival poderão ser vistas longas e curtas-metragens, trabalhos de ficção e também documentários. Na sexta-feira, as exibições começam às 19h30 com os filmes “Peaceful”, “The Unearthed Memory”, “Sea” e “The Ceremony of Coloane”. Este último título é um documentário sobre a ilha de Coloane e as suas vivências tão específicas, contando a história da cerimónia de abertura da Associação de Construção e Desenvolvimento de Coloane. Trata-se de um “momento histórico” contado em filme, que pretende “reforçar a felicidade, o sentido de pertença e o desenvolvimento sustentável dos residentes”. No caso de “The Unearthed Memory” conta-se a história dramática de Ngai, que, deparando-se com a morte do pai, tem de lidar com traumas da sua infância, confrontando-se com memórias fragmentadas dos seus pais no seu dia-a-dia. Esse processo faz com que Ngai se consiga redescobrir e preparar-se para aceitar tamanha perda. Este é um filme de Ho Kueng Lon, que iniciou os estudos em cinema e televisão em 2017, na Polónia, onde continua a estudar ficção e documentário. Este realizador de Macau pretende explorar mais o chamado cinema narrativo, contando histórias “focadas na condição humana”. As quatro películas de Macau voltam a ser exibidas no dia 25, às 21h30. Também esta sexta-feira, mas no horário das 21h30, destaque para as exibições de “The Last Sunrise” e “The Lily Yet to Bloom (Director version)”. Estes filmes voltam a ser exibidos no dia 25, às 17h. No sábado, dia 18, às 16h30, o público poderá ver “Tantalus”, “Shipwright”, “Ghost & Cat” e “Backyard”, que voltam a ser exibidos no dia 24, sexta-feira, às 19h30. Também no sábado, mas no horário das 21h30, o festival exibe “One Night Legends”, “Before the Flight”, “Jellyfish” e “The Best Gift Ever”, repetidos no dia 26, domingo, às 19h30. Destaque ainda para as exibições, neste sábado, no horário das 19h30, dos filmes “Daughter and Son”, “Almost Summer” e “To The Sea”. De frisar que “Daugther and Son”, filme do realizador chinês Cheng Yu, foi escolhido para a lista das melhores curtas-metragens do Berlinale – Festival Internacional de Cinema de Berlim. Este domingo, 19, às 16h30, exibem-se os filmes “By 3pm”, “Flower”, “Family Heriloom” e “Homework”, que poderão ser vistos novamente na sexta-feira, dia 24, às 21h30. A partir das 21h30 deste domingo serão exibidos “Where the Luck Goes?”, “Punctum”, “The Lost Eden of Birds” e “A Beautiful Bird Day”, novamente exibidos dia 26, às 17h. No dia 25, serão exibidos os filmes integrantes da selecção feita pelas universidades locais, com entrada livre. A Universidade de Macau escolheu “One Day That Day”, a Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau apresentou a película “Rupert’s Tears”, a Universidade de São José seleccionou “Flowers For My Mother” e a Universidade Politécnica de Macau trouxe para o festival o filme “Imprisoned”.
Hoje Macau EventosFestival de Artes de Macau volta ao formato pré-pandemia com bailado português A 33.ª edição do Festival de Artes de Macau regressa em Abril ao formato pré-pandemia, com a Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo a trazer ao território uma homenagem a Sophia de Mello Breyner. Ao longo de um mês, serão apresentados 20 espectáculos entre teatro, ópera chinesa, dança, música e artes virtuais O Festival de Artes de Macau (FAM) está de volta à velha forma, com um cartaz preenchido por artistas internacionais, na 33.ª edição que se realiza entre 28 de Abril e 28 de Maio. Ao contrário das últimas edições, condicionadas pela pandemia da covid-19, o festival recebe este ano grupos do exterior, como é o caso da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, com o espectáculo “Na substância do tempo”, em que “os coreógrafos portugueses de renome internacional Vasco Wellenkamp e Miguel Ramalho transformam versos de Sophia de Mello Breyner Andresen em coreografias”, refere um comunicado à imprensa do Instituto Cultural (IC) de Macau. Mas, apesar do regresso dos grupos artísticos estrangeiros, a próxima edição do FAM tem este ano um orçamento inferior ao do ano passado: cerca de 22 milhões de patacas face aos 24 milhões da edição passada, limitada pelas restrições da pandemia. “No ano passado, a envergadura dos programas e leque eram maiores, por isso [o orçamento] era mais para a estadia dos artistas e o transporte”, justificou ontem, em conferência de imprensa, a presidente do IC, Leong Wai Man. Questionada sobre se a redução revela um desinvestimento do Governo nas artes, a responsável respondeu: “Estamos dentro da média do que temos feito”. Gregos e macaenses Com um total de 20 programas, entre teatro, ópera chinesa, dança, música e artes virtuais, a 33.ª edição do FAM, que se realiza entre 28 de Abril e 28 de Maio, arranca com “A Sagração da Primavera”, um espectáculo da autoria da bailarina e coreógrafa chinesa Yang Liping. O evento traz a palco também o trabalho do encenador chinês Liu Fangqi, com a adaptação do romance do autor japonês Higashino Keigo “Os Milagres dos Armazéns Namiya”. O programa inclui ainda “Electra”, com base no clássico do poeta da Grécia Antiga Sófocles, um trabalho conjunto do Centro de Artes Dramáticas de Xangai e de uma equipa de produção grega, e “Xiao Ke”, colaboração de dança entre a bailarina independente chinesa Xiao Ke e o coreógrafo francês Jérôme Bel, pretende ilustrar a evolução da dança e da cultura chinesas ao longo das últimas quatro décadas. A celebrar o 30.º aniversário, o Grupo de Teatro Dóci Papiaçám di Macau, um dos vários grupos locais e presença habitual no cartaz do evento, encerra o festival com a peça em patuá “Chachau-Lalau di Carnaval” (Oh, Que Arraial). Está prevista ainda a inauguração da mostra “Doci Papiaçam di Macau – 30 anos no Palco da Multiculturalidade: Uma Exposição Fotográfica”. Como é habitual, o FAM volta este ano com o Festival Extra, extensão da iniciativa principal, com um total de 22 programas, entre sessões com artistas, visitas aos bastidores, palestras, oficinas, exposições e projecções de espectáculos internacionais.