Andreia Sofia Silva EventosCinemateca Paixão | Fevereiro com opções internacionais de qualidade Há filmes cujas exibições estão na recta final, outros que começam a ser apresentados ao público. No curto mês de Fevereiro, a Cinemateca Paixão apresenta um cartaz com filmes internacionais, onde se inclui o já esgotado Tár, protagonizado por Cate Blanchett, e a triologia de “O Padrinho” Aqueles que não perdem um bom filme na pequena, mas acolhedora, sala da Cinemateca Paixão tem, este mês, um leque alargado de opções. Fevereiro é o mês mais curto do ano, mas isso não significa que o cartaz da Cinemateca seja, também ele, curto. “Heavens Above”, filme de Srdjan Dragojevic que começou a ser exibido dia 26 de Janeiro, terá uma última exibição esta sexta-feira. O filme, uma co-produção da Sérvia, Alemanha, Eslovénia, Croácia e Bósnia e Herzegovina, é uma comédia de humor negro, com um pouco de drama à mistura, que conta três histórias de uma família passadas em três períodos distintos, 1993, 2001 e 2026, relacionadas com os conceitos de religião e de vivência numa sociedade pós-comunista. Este filme recebeu, em 2021, no conhecido Festival de Cinema de Locarno, o prémio “Junior Jury Award” na categoria Competição Internacional, além de ter sido nomeado para um Leopardo de Ouro para a categoria de “Melhor Filme”, sendo este considerado o prémio mais importante do mesmo festival. A partir do dia 15 deste mês, e até 2 de Março, será possível assistir ao filme “The Sacred Spirit”, de Chema García Ibarra, uma co-produção de Espanha, França e Turquia que, em 2021, também foi nomeado para um Leopardo de Ouro na categoria de “Melhor Filme”, sem esquecer as nomeações nos festivais internacionais de cinema de Atenas, Grécia, e São Paulo, Brasil. “The Sacred Spirit” revela-nos a história de José Manuel, proprietário de um bar que toma conta da sua mãe Carmina. O filme apresenta um argumento que mistura laivos de ficção científica e comédia, cujo enredo se torna mais denso quando José Manuel se transforma na única pessoa que conhece o segredo que pode alterar o destino da humanidade. Tudo isto depois da morte do líder de uma associação ligada ao mundo dos óvnis. Histórias de Singapura O único filme de produção asiática que pode ser visto na Cinemateca Paixão este mês, já a partir do dia 12 e até ao dia 21, é “Ajoomma”, de Singapura, com realização de Shuming He. Esta é a história de uma viúva de meia-idade coreana, natural de Singapura, que, pela primeira vez, viaja até Seul e se perde. É então que começa um interessante percurso de auto-descoberta sobre o seu lugar na vida além dos tradicionais papéis de mãe, mulher e esposa. Depois de um bom desempenho nos festivais de cinema de Busan e de Taiwan, no Festival de Cinema Cavalo de Ouro, “Ajoomma” recebeu uma nomeação na categoria de “Melhor Filme Estrangeiro” no Festival Internacional de Cinema de Palm Springs. “Summer Survivors”, uma história de 2018 oriunda da Lituânia, é o drama que completa o cartaz de Fevereiro, e que pode ser visto entre os dias 14 e 28 deste mês. A Cinemateca Paixão apresenta ainda, esta quarta-feira, a última exibição de Tár, protagonizado por Cate Blanchett, sendo que já não há bilhetes para esta sessão. Quem não teve a oportunidade de ver a triologia de “O Padrinho”, de Francis Ford Coppola, pode ainda rever estes três clássicos do cinema de Hollywood esta quinta-feira, domingo e sábado. Já há bilhetes esgotados.
Hoje Macau EventosMúsica | Beyoncé torna-se na artista mais premiada de sempre nos Grammys Harry Styles, Lizzo, Adele e Beyoncé foram os grandes vencedores da 65.ª edição dos Grammys, com Bonnie Raitt a animar a grande cerimónia da música na madrugada de segunda-feira em Los Angeles. Harry Styles viu o seu álbum “Harry’s House” ser distinguido com o prémio mais cobiçado da noite, Álbum do Ano, tendo também levado para casa a estatueta de Álbum Pop Vocal do Ano. “Isto não acontece muitas vezes a pessoas como eu”, disse o cantor britânico em palco, mostrando-se surpreendido pelo Grammy quando se previa que a vitória fosse de Beyoncé, com o álbum “Renaissance”. “Sinto-me um pouco arrebatado”, disse Harry Styles, mais tarde, aos jornalistas com a estatueta na mão. “Sinto que é uma validação de que estou no caminho certo”, considerou. “Porque quando entramos no estúdio para gravar um álbum, fazemos a música que queremos fazer”. Em contraste com as parcas palavras de Styles, Lizzo gritou motes entusiasmados e saltitou ao receber o Grammy por Gravação do Ano, com a sua canção “About Damn Time” do álbum “Special”. A cantora dedicou a vitória a um dos artistas que mais a inspirou, Prince, que morreu em 2016. “Quando perdemos o Prince, decidi dedicar a minha vida a fazer música positiva”, contou. “Isto foi numa altura em que música positiva (…) não era a corrente principal e senti-me muito incompreendida. Senti que estava do lado de fora a olhar para dentro”, descreveu. Lizzo emocionou-se ao referir-se a Beyoncé, uma das favoritas a ganhar esta categoria com “Break my Soul”. “Mudaste a minha vida”, afirmou, contando que quando andava no 5.º ano faltou às aulas para ir a um concerto da cantora. A grande vencedora Beyoncé foi uma das vencedoras da noite, conquistando quatro estatuetas e tornando-se na artista mais premiada de sempre, com 32 Grammys. No entanto, a cantora perdeu nalgumas das categorias mais cobiçadas e nas quais era uma das favoritas, incluindo Álbum do Ano, Gravação do Ano e Canção do Ano. Esta última categoria foi uma surpresa total, com a canção “Just Like That” de Bonnie Raitt a vencer contra nomeados como “As It Was” (Harry Styles), “Break my Soul” (Beyoncé) ou “All too Well” (Taylor Swift). “Estou tão surpreendida que não sei o que dizer”, disse Bonnie Raitt em palco, depois de murmurar: “estão a brincar comigo?” quando ouviu a Primeira-dama Jill Biden, que apresentou o prémio, anunciar o seu nome. Na sala de entrevistas, Raitt explicou que não esperava ter vencido, face a músicas que foram grandes sucessos. Nas performances pop, Adele venceu a categoria a solo com “Easy on me”, que dedicou ao filho Angelo, e Kim Petras e Sam Smith venceram dueto ou grupo com “Unholy”. Petras tornou-se na primeira mulher transexual a ser premiada nesta categoria. A revelação do ano foi Samara Joy, que bateu nomeados como a brasileira Anitta e a banda italiana Måneskin (vencedora da Eurovisão em 2021). Joy também ganhou a estatueta para Melhor álbum jazz vocal com “Linger Awhile”. Já o porto-riquenho Bad Bunny voltou a vencer o prémio de Melhor álbum de música urbana, com “Un Verano Sin Ti”, depois de ter ganho esta mesma categoria na edição do ano passado. A 65.ª edição dos prémios Grammy, entregues pela Academia de Artes e Ciências de Gravação, decorreu na Crytpo.com Arena, em Los Angeles, com apresentação do comediante Trevor Noah.
Andreia Sofia Silva EventosMúsica | Hon Chong Chan, músico de jazz de Macau, prepara um novo disco Chama-se Hon Chong Chan, é natural de Macau e conta já com um álbum de estúdio na sua curta carreira. “Traveling Coffee”, gravado em 2020 em Nova Iorque, ganhou o nome graças ao seu gato, mas é, acima de tudo, um trabalho virado para dentro, um projecto pessoal. O músico está neste momento a gravar um segundo trabalho discográfico Em pleno ano da pandemia, 2020, Hon Chong Chan, guitarrista de jazz, natural de Macau, teve a ousadia de lançar o primeiro disco. Formado na The Collective School of Music, em Nova Iorque, o músico conta ao HM que este álbum nasceu das muitas composições que já tinha na gaveta. Fazer música, aliás, sempre foi um “hábito” seu. “Quando quis fazer este álbum, escolhi algumas das composições que mais gostava para gravar. Gravei este trabalho no estúdio New Yorker Bunker com Bob Quaranta, Gregory M. Jones e Tobias Ralph. Fizemo-lo em apenas sete horas, com Chris Biesterfeldt a colaborar connosco como produtor executivo.” Agora, três anos depois, o músico local encontra-se a gravar um novo disco, mas não quer avançar, para já, grandes detalhes. “Descobri os melhores músicos do mundo com quem posso trabalhar. Nesta fase já gravámos cerca de metade do álbum”, adiantou. O gato viajante “Traveling Coffee” despertou a atenção do DJ Burnie, também de Macau, que recentemente remixou a faixa “Thursday Samba”, integrante do disco cujo nome tem, afinal, uma origem bastante simples. “Tenho um gato em Macau, que se chama Café. Quando fui estudar para Nova Iorque, o meu gato ficou a cargo de um amigo. Pensei que o Café era como eu, estava a viajar sozinho. Então decidi dar ao álbum o nome de ‘Traveling Coffee’ [Café Viajante].” O músico descreve este disco como tendo “muita improvisação”, em que “cada solo é muito longo”. Mesmo sendo um trabalho já com três anos de existência no mercado, Hon Chong Chan não está preocupado com vendas ou com o sucesso. “Não me preocupa a reacção do público, porque é um álbum muito virado para mim. Devido a este trabalho consegui muitas oportunidades de espectáculos e performances de jazz na China, o que me ajudou imenso como músico”, aponta. Ter ido para Nova Iorque estudar, deixando para trás um território pequeno e com poucas oportunidades para quem quer ser músico, não mudou assim muito a vida de Hon Chong Chan. Viver da música é difícil, mas não é algo exclusivo no território. “Tal como em muitas outras partes do mundo, os músicos de jazz enfrentam muitos dilemas de vida, mas acredito que ainda temos boas oportunidades de ter uma boa vida.” Questionado sobre o panorama do jazz em Macau, o músico considera que há cada vez mais pessoas a tocar. “Para mim não tem a ver com locais para actuar, mas simplesmente se um músico quer criar ou não. Claro que quanto mais criações houver, melhor. Se gostares de música não há qualquer conflito entre ser um músico profissional ou amador”, concluiu.
Andreia Sofia Silva EventosRollout Dance Film Festival | Curta filmada em Coloane apresentada este domingo Alice Leão, residente formada em coreografia, propôs a António Sanmarful fazer “Beyond the Edge”, uma curta-metragem que aborda a noção de limites e dos conceitos de prisão e liberdade com uma dança na praia de Hac-Sá, Coloane. O filme estará em cartaz este domingo inserido no programa do Rollout Dance Film Festival É já este domingo que será apresentada a curta-metragem “Beyond the Edge”, da autoria de António Sanmarful e Alice Leão, residente, coreógrafa e actualmente a estudar Interpretação no Reino Unido. “Beyond the Edge” está inserido no programa “Macau Dance Film Pulse II”, onde se inclui um conjunto de curtas-metragens ligadas a Macau e que serão exibidas na Casa Garden. Ao HM, António Sanmarful, técnico de câmara, relatou o processo criativo por detrás de “Beyond the Edge”, que “não tem propriamente um argumento”. “Nesta fase não faço coisas muito criativas e sentia falta disso, e foi a Alice que me propôs este projecto. Exploramos um pouco as texturas e os ambientes da praia de Hac-Sá, em Coloane. Fomos filmar às quatro ou cinco da manhã para apanhar o nascer do sol, destacando vários elementos, a areia, o mar. Há três músicas a acompanhar os três momentos.” O objectivo em “Beyond the Edge” é que o público faça a sua própria interpretação. “A ideia é descobrir a floresta pela manhã até encontrar o primeiro obstáculo, que é a impossibilidade de dançar na água. Trabalhamos em torno da ideia de encontrar sempre o limite da floresta, que era ultrapassado, e depois o limite da areia e da água, que já não se ultrapassa. Há coisas que não se ultrapassam na vida”, exemplificou António Sanmarful. Praia e música “Beyond the Edge” foi filmado na calada da noite, quando a madrugada termina e um novo dia começa. Antes de trabalhar em coreografia, Alice Leão ouviu músicas que pudessem estar mais ligadas à paisagem de Coloane e da praia de Hac-Sá. No entanto, “durante as filmagens, houve alturas em que me separei da coreografia e permiti-me ter momentos de improvisação”, disse. Ao preparar a coreografia, Alice Leão estava interessada “na dicotomia da prisão e da liberdade”. Na curta-metragem, “há momentos em que a personagem se sente pequena e mexe-se com calma, mas há alturas em que se sente enorme e dança com mais furor e descontrolo”, frisou. Acima de tudo, este foi um projecto feito com poucos recursos e com tempo limitado, dada actividade profissional dos dois autores. “Gosto da curta-metragem e é sempre difícil aplicar todas as ideias que temos, pois é tudo feito com os nossos orçamentos e materiais. Acho que experimentámos técnicas e formas de edição diferentes, pois no meu trabalho lido com técnicas mais corporativas. Foi bom termos sido aceites pela direcção do Festival”, concluiu António Sanmarful.
Hoje Macau EventosEspectáculos nas Casas da Taipa e Feira do Carmo recomeçam no sábado É já este sábado que começa mais uma ronda dos “Espectáculos no âmbito da Excursão Cultural Profunda”, que decorrem aos fins-de-semana na zona das Casas Museu da Taipa e o anfiteatro junto à Feira do Carmo. A ideia, segundo o Instituto Cultural (IC), é celebrar o Festival das Lanternas e “proporcionar a residentes e turistas uma série de experiências culturais e concertos musicais com características únicas na antiga Vila da Taipa, enriquecendo assim a experiência do turismo cultural”. Todos os sábados, e até ao dia 25, decorre o programa “Música e Actividades em Família e Infantil”, entre as 16h e 18h. Trata-se de uma série de espectáculos que, como o nome indica, são dirigidos a toda a família e englobam diversos estilos musicais, tais como percussão em família, música para crianças, músicas de filmes, cinema e Musicais e temas de teatros musicais, entre outros. Assim, o público poderá “sentir a magia própria da música, num ambiente descontraído”, podendo ainda participar nos concertos. O evento conta ainda com o programa “Amor na Vila Antiga”, a propósito da chegada do Dia de São Valentim, que se celebra a 14 de Fevereiro. Este programa, que termina dia 26 e que acontece todos os domingos, entre as 16h e as 18h, apresenta também uma grande diversidade de espectáculos, tal como o temático “Melodias do Festival das Lanternas”, o teatro musical adaptado “Amor no Café da Vila Antiga”, a peça de teatro interactivo original infantil “O que é Felicidade?” e um concerto de jazz. Amor por aí Paralelamente, a Feira do Carmo servirá especialmente de palco para várias actividades de interacção com o tema “amor”, sendo disso exemplo a tenda interactiva “Confessar o Amor com Ramos de Flor” e outros pontos de interesse fotográfico no âmbito do Dia de São Valentim. No próprio dia do Festival das Lanternas, haverá ainda jogos de adivinhas e enigmas tradicionais, que permitirão aos visitantes desfrutar plenamente do ambiente romântico e festivo. Além disso, no dia 19, na Feira do Carmo, terá lugar o workshop “Série Querida Família — Teatro Interactivo para Famílias”, no qual através da apresentação de obras clássicas e livros de ilustrações, será introduzido o tema das respectivas histórias, o que permitirá aos participantes desempenhar o papel de protagonistas e criar um desenvolvimento dessas histórias. A participação é gratuita e os interessados podem efectuar a sua inscrição na sua Conta Única, entre os dias 6 e 14 deste mês.
Andreia Sofia Silva EventosCreative | Exposição fotográfica de Hugo Teixeira regressa a Macau Exposta em Outubro de 2020 na galeria da Taipa Village Art Space, “Paisagens Involuntárias”, mostra de fotografia de Hugo Teixeira, regressa ao território, desta vez pela mão da Creative Macau. A partir de sábado, o público poderá ver imagens que retratam as memórias de emigrante do luso-americano, actualmente a residir na Califórnia Está de regresso a Macau a exposição do fotógrafo Hugo Teixeira, luso-americano a viver na Califórnia, EUA, e que não é mais do que um exercício de memória da parte de um emigrante. “Paisagens Involuntárias” estará patente na galeria da Creative Macau a partir deste sábado e até ao dia 4 de Março, depois de ter sido exposta, em Outubro de 2020, na galeria da Taipa Village Art Space. A mostra remete para o exercício de memória, ainda que não incida sobre as memórias em específico de Hugo Teixeira, cuja família emigrou de Portugal para a Califórnia, EUA, em 1970, quando o fotógrafo tinha poucos meses de idade. Estas “Paisagens Involuntárias” lembram, assim, um Portugal pré-revolucionário, atrasado e pouco aberto ao mundo, com as suas paisagens campestres a perder de vista que não são, afinal de contas, muito diferentes do chaparral californiano. Numa entrevista concedida ao HM em Outubro de 2020, a propósito deste projecto, Hugo Teixeira revelou mais detalhes de uma mostra que resulta de 14 mil composições criadas a partir de fotografias capturadas e imagens adquiridas na Feira da Ladra, em Lisboa. “Estas imagens não referenciam memórias específicas, mas diria que cada montagem combina com uma fotografia de paisagem que encontrei. Gosto muito da ideia de viagem, da road trip, que permite fazer muita fotografia de paisagem. Por isso comecei a fazer montagens com o montado alentejano e o chaparral na Califórnia, porque são paisagens muito parecidas e representam aquilo que quero comunicar”, contou. As imagens compradas na Feira da Ladra “fizeram-me lembrar as poucas imagens de família que temos da época da emigração, nos anos 60 e 70. Acabam por representar memórias que não são minhas, mas herdadas. Como filho de emigrantes sempre ouvi histórias da terra, em Portugal, que são uma componente importante da minha identidade”, adiantou. Hugo Teixeira disse na mesma entrevista que “o processo de criar dezenas de milhares de pequenas experiências representa um bocado o caminho do emigrante num país novo ou num país antigo, o não saber bem onde colocar o pé e às vezes enganar-se. É um processo orgânico de descoberta de culturas e de países”. Conceitos e imagens Hugo Teixeira cresceu na comunidade luso-americana de São José, Califórnia. Formou-se em linguística e fotografia, tendo ainda formação na área dos media. O seu trabalho foca-se não apenas na fotografia, mas também no uso de materiais mais comuns e ferramentas que têm como resultado final a criação de imagens conceptuais contemporâneas. Além de “Paisagens Involuntárias”, Hugo Teixeira também trouxe a Macau, em 2017, a mostra “Transcience: Daredevils and Towering Webs”, composta por um conjunto de fotografias que retratam andaimes de bambu e os mestres que os montam. Esta foi a primeira vez que o fotógrafo expôs no território.
Hoje Macau EventosFRC | Arquitecto brasileiro Carlos Eduardo Comas dá palestra na segunda-feira A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe na próxima segunda-feira, a partir das 18h30, a palestra protagonizada pelo arquitecto Carlos Eduardo Comas, intitulada “Monumentos Efémeros: Pavilhões Brasileiros, Exposições Internacionais”, moderada pelo arquitecto local Rui Leão. Esta é uma iniciativa desenvolvida em parceria com a Docomomo, uma associação de cariz internacional que promove actividades e estudos sobre arquitectura e que tem presença em Macau. Carlos Eduardo Comas vai falar do percurso feito pela moderna arquitectura brasileira ao longo do século XX, com projectos como o pavilhão da Feira Mundial de Nova York de 1939, projectado por Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e Paul Lester Wiener, passando pelo pavilhão da Expo 58 em Bruxelas, projectado por Sérgio Bernardes e pelo pavilhão da Expo 70 em Osaka, projectado por Paulo Mendes da Rocha e equipa. Carlos Eduardo Comas licenciou-se em Arquitectura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1966. Mestre em Arquitectura e Planeamento Urbano na Universidade da Pensilvânia, em 1977, e doutor em Projet Architectural et Urbain na Universidadede Paris VIII em 2002.
Hoje Macau EventosRuínas S. Paulo | Inscrições para visitas em realidade virtual começam hoje Começam hoje a ser aceites inscrições para o programa de visitas às Ruínas de São Paulo com recurso à realidade virtual (RV), intitulado “Visitando as Ruínas de S. Paulo no Espaço e no Tempo — Exposição de Realidade Virtual nas Ruínas de S. Paulo”. A actividade é organizada pelo Instituto Cultural (IC) e trata-se da primeira iniciativa de recuperação digital de uma igreja através da integração e utilização de tecnologias de simulação avançadas, incluindo modelo tridimensional, autoestereoscopia, RV e realidade aumentada (RA) com base no Património Mundial de Macau. Recorrendo à RV, o público poderá apreciar uma conjectura interpretativa sobre a tipologia arquitectónica original da Igreja da Madre de Deus do antigo Colégio de S. Paulo, com base em dados históricos relativos a um período de cerca de 400 anos. A primeira fase de mostra da exposição termina no dia 28 de Fevereiro. Esta mostra estará patente todos os dias entre as 9h e 18h com três sessões de matiné virtual por cada hora, ou seja, de 20 em 20 minutos. As inscrições para as sessões a realizar nas horas certas serão feitas através do sorteio online no website do IC, enquanto as restantes sessões (dos 20 e 40 minutos) serão abertas ao público em geral, com inscrição no local. Após o encerramento da primeira fase da mostra, a fase da exposição mais completa será lançada oficialmente na segunda quinzena de Março.
Hoje Macau EventosPrimeiro festival de cinema para comunidade LGBTQIA+ arranca sexta-feira Começa esta sexta-feira, com duração até 12 de Fevereiro, o primeiro festival de cinema dedicado à comunidade LGBTQIA+, mas aberto a todos, “mesmo os homofóbicos”, numa cidade subtilmente conservadora, disse o organizador. O Festival Internacional de Cinema ‘Queer’ de Macau (MIQFF, na sigla em inglês) “tem tudo a ver com direitos, tão simples como isso”, disse à Lusa o director do festival, organizado pela Visão ‘Queer’ e pela Comuna de Han-Ian. “Porque é que o tópico LGBTQIA+ [sigla para lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, ‘queer’, intersexo e assexual] tem de ser escondido ou não mencionado por completo?” questionou Jay Sun. O festival vai exibir 12 longas-metragens, incluindo “Will-o’-the-Wisp” [“Fogo-Fátuo”], um musical do realizador português João Pedro Rodrigues, seleccionado para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cinema de Cannes em 2022. Bilhetes esgotados Os bilhetes para o filme surpresa, “Will You Look At Me” [“Olha Para Mim”], um documentário do chinês Huang Shuli escolhido para a semana da crítica do Festival de Cinema de Cannes 2022, já estão esgotados. “Claro que temos um alvo, a comunidade LGBTQIA+, mas não queremos limitar nada, porque é isso que significa ser ‘queer’. Damos as boas-vindas a todos, mesmo os homofóbicos”, sublinhou Jay Sun. “Em todos os países há grupos assim e em Macau também. Mas eu não os vejo como meus inimigos. São bem-vindos para vir aprender mais e talvez depois nos possamos entender melhor uns aos outros”, disse o jovem, de 26 anos. “As pessoas de Macau são mais subtis do que em outras cidades ou países. São conservadoras, mas quando encontram alguém de quem não gostam, também não dizem nada em público. Não é como em Hong Kong ou Taiwan, em que haverá pessoas a sair às ruas em protesto”, considerou. Além das longas-metragens, o festival vai exibir cinco curtas, quatro das quais de realizadores de Macau, incluindo “I’m Here” (“Estou Aqui”), de Tracy Choi Ian Sin. “É mesmo muito importante, especialmente para os jovens”, a comunidade LGBTQIA+ estar representada nos ecrãs, disse Tracy Choi. “Quando tinha 17 ou 18 anos, era difícil identificar-me porque na maioria dos filmes e programas de televisão asiáticos pouco se fala de LGBTQIA+”, lamentou a realizadora. Revelar a orientação sexual “é muito difícil aqui em Macau, porque nem toda a gente tem pais com uma mentalidade aberta”, lamentou Jay Sun. A pressão familiar é ainda maior para os homossexuais, disse Tracy Choi. “Na sociedade chinesa, os homens têm de ter filhos para manter o nome de família e se não for suficientemente masculino as pessoas vão gozar contigo”, acrescentou. “Ninguém tem de vir a público dizer que é lésbica, ou gay, ou bissexual, isso é com eles e ninguém tem nada a ver com isso”, sublinhou Jay Sun. “O mais importante é ter confiança em nós próprios, que somos belos e que não há nada de errado connosco. Só isso já chega para o nosso festival, relembrar às pessoas que ser ‘queer’ não é um problema, não é um pecado”, disse o director.
Andreia Sofia Silva EventosFRC | Exposição de aguarelas de Wilson Lam abre ao público esta quinta-feira “Willed”, uma exposição de aguarelas do reputado artista local Wilson Lam Chi Ian Lam, será inaugurada na Fundação Rui Cunha esta quinta-feira, a partir das 18h30. Esta é uma mostra composta por 33 pinturas que revelam a beleza de diversas paisagens, em Macau e não só A Fundação Rui Cunha (FRC) inaugura, esta quinta-feira, uma nova exposição de pintura, que estará patente até ao dia 11 de Fevereiro. Desta vez o projecto intitula-se “Willed” e mostra ao público um total de 33 aguarelas de paisagens da autoria do artista local Wilson Lam Chi Ian Lam. Nesta exposição recria-se “o charme da paisagem local”, seja em Macau ou noutros locais, “onde a luz subjectiva e o reflexo das cores se impõem através da assinatura inequívoca do autor”, descreve o comunicado da FRC sobre esta mostra. Além do olhar sobre o Porto Interior no final de um dia soalheiro, com as suas habituais embarcações no delta do rio das pérolas, a exposição revela também quadros como o retrato da Ponte D. Luís sobre o rio Douro, em Portugal, lugar icónico que liga as cidades do Porto a Vila Nova de Gaia. Tido como “um nome de referência na comunidade de artistas de Macau”, pela “qualidade do seu trabalho de pintura, artes gráficas e design”, Wilson Chi Ian Lam é natural de Macau, mas começou a sua carreira na área da publicidade. Mais tarde emigrou para o Canadá para aprofundar os estudos na especialidade de design de marcas, ingressando na Ontario College of Art & Design University, em Toronto, onde se graduou com mérito e a medalha de ouro na competição académica de design daquela instituição. Depois de se formar em 1989, trabalhou como designer em várias empresas, até estabelecer sua primeira empresa de design, “ARTiculation Group”, em Toronto. Depois de quase 30 anos no estrangeiro, Wilson Lam regressou a Macau em 2009 para criar três marcas culturais, nomeadamente a “Macau Creations”, “Soda Panda” e “Cunha Bazaar”. Actualmente é Consultor Artístico da Associação de Belas Artes de Macau, Director Executivo da Associação Dos Calígrafos e Pintores Chineses “Yu Un Su Wa Wui”, Consultor de desenvolvimento curricular do Departamento de Arte e Design da Universidade Politécnica de Macau, e Director da Associação de Arte a Tinta de Macau. Elogios de Ung Vai Meng Wilson Chi Ian Lam é um nome tão conhecido no panorama local das artes que Ung Vai Meng, ex-presidente do Instituto Cultural (IC) e também reputado artista de Macau, lhe dedica simpáticas palavras. Há muito que os dois trabalham juntos e, segundo Guilherme Ung Vai Meng, “temos o prazer [com a mostra ‘Willed’] de ver, mais uma vez, o encanto infinito da aguarela através do pincel de um filho de Macau”, que, por meio de aguçada observação, “capta as características, a estrutura e a atmosfera do objecto e contagia o espectador com uma ressonância emocional das ruas, edifícios, montanhas e imagens que deixam uma impressão profunda”. Ung Vai Meng, que é actualmente professor convidado de artes na Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau, descreve ainda “a luz interior” transmitida com os quadros de Wilson Chi Ian Lam, sendo esta “uma resposta directa da plena devoção e excitação emocional do pintor, ou seja, a luz da alma”. “Como resultado, as linhas horizontais e verticais e os traços coloridos de água nas pinturas ganham claramente uma tendência abstracta, e a névoa de tons húmidos e secos interage para produzir imagens poéticas inesquecíveis”, acrescentou Ung Vai Meng, que, citado pelo mesmo comunicado, diz conhecer Wilson Chi Ian Lam há mais de 40 anos. “As suas pinturas lembram-me muitas vezes as belas janelas de vidro de antigas igrejas góticas: sempre que o sol forte brilha, o vidro multicolorido reflecte imagens que parecem ganhar nova vida nas paredes. Da mesma forma, as pinturas de Chi Ian não reflectem apenas a realidade colorida do mundo e da paisagem, mas revelam também o entusiasmo e a vivacidade quase infantis que continuam presentes no seu coração de menino”, revela ainda o ex-presidente do IC.
Andreia Sofia Silva EventosCinema | Rollout Dance Film Festival arranca esta quinta-feira Começa esta quinta-feira mais uma edição de um festival de cinema inteiramente dedicado a filmes em competição onde a dança é o tema principal. O Rollout Dance Film Festival traz uma secção sobre filmes em português, exibidos no próximo dia 8, no Cinema Alegria, além de uma selecção de películas sobre Macau Criado em 2016, a nova edição do Rollout Dance Film Festival, com carácter bianual e inteiramente dedicado aos filmes sobre dança, começa esta quinta-feira apresentando dezenas de filmes de vários países, escolhidos a partir de uma competição de cariz internacional, com a inclusão de películas sobre Macau. Os 49 filmes que serão exibidos nesta quarta edição do festival foram seleccionados no ano passado, podendo o público contar com a exibição de 27 filmes finalistas a prémios e 22 filmes da selecção oficial. Depois de um evento inteiramente online que decorreu no passado dia 27, os amantes de cinema poderão agora desfrutar, até ao dia 12 de Fevereiro, da dança espelhada nas suas várias formas no grande ecrã. Destaque para a exibição de dois filmes portugueses no próximo dia 8, quarta-feira, no Cinema Alegria, a partir das 19h30. “Body-Buildings”, de Henrique Pina, de 2021, é um deles, onde se revela uma mistura de dança, arquitectura e cinema, com diferentes identidades e conceitos. “Body-Buildings”, mostra seis coreografias de seis artistas de renome em Portugal, como é o caso de Tânia Carvalho, Vera Mantero, Victor Hugo Pontes, Jonas & Lander, Olga Roriz e Paulo Ribeiro, filmadas em seis localizações diferentes, onde a arquitectura marca uma forte presença. A outra película lusa, “Isabella”, de Ricardo S. Mendes, de 2021, realizada entre Hong Kong e Taiwan e co-produzida por Tai Kwun e Hsingho Co., Ltd será apresentada mesma tarde. Este é um filme “sentimental” sobre dança com uma pitada de bom humor que revela pedaços do mundo do circo, contando com as participações dos artistas circenses Patrick Pun e Chien Hung Shu. No dia 5 de Fevereiro serão exibidas duas rondas de filmes ligados a Macau, incluídos nas secções “Macau Dance Film Pulse I e II”, e que incluem 11 trabalhos. Destaque para títulos como “Planet X”, de Iris CCI e Wil Z, “Shapes of Aether”, uma co-produção de Macau e Áustria com a assinatura de Elias Benedikt Choi-Buttinger, o mesmo autor que traz o filme “Beyond The Broken Hoop 2.0”. É um filme de dança experimental “criado no meio da natureza sagrada das montanhas austríacas”, lê-se no programa do Rollout. Desta forma, o filme convida “os espectadores a considerarem a relação entre os humanos e a natureza, explorando este tema através da linguagem física do movimento”. Em “Beyond The Broken Hoop 2.0”, os bailarinos movem-se em coreografias mescladas com o meio ambiente, “usando os corpos para comunicar e conectar-se com o ambiente à volta”. Na selecção dos filmes sobre, e de Macau, destaque também para “Pátio da Claridade”, de Keng U Lao, Chloe Lao e Karen Hoi, onde o tradicional e histórico pátio habitacional de matriz chinesa, situado na zona do Porto Interior, serve de cenário. O público poderá ainda ver “Beyond the Edge”, da autoria de António Sanmarful e Alice Leão. Documentários e afins No Rollout Dance Film Festival há também lugar para o género documentário. Serão exibidos, já esta quinta-feira, na Casa Garden, às 20h30, “Stillness in the Wave”, uma produção de Hong Kong da autoria de Cheuk Cheung, onde se faz o retrato de uma das mais antigas companhias de dança de Hong Kong, já com 40 anos de existência. Será também exibido nesse dia “Dear Dancer”, uma produção oriunda da Suécia da autoria de Marcus Lindeen. Esta é uma produção que remete para o período mais difícil da pandemia no país da Europa do Norte, quando teatros e companhias de dança tiveram de fechar portas. No entanto, a coreógrafa americana Deborah Hay decidiu que os seus bailarinos, ligados à companhia de dança Cullberg, iriam continuar o trabalho já feito num teatro vazio de Estocolmo. O documentário retrata esse processo de trabalho à distância, uma vez que Deborah Hay escreveu aos bailarinos, a partir da sua casa em Austin, Texas, uma proposta experimental para uma coreografia diferente. Na quinta-feira, mas às 19h30, será tempo para ver as películas da secção “Dance to Remember, Dance to Heal”. Na sexta-feira, às 19h30 e também na Casa Garden, serão exibidas seis películas da China em “China Dance Film Pulse”, com títulos como “Shattered Ripples”, de Siye Tao, ou “Feng.Liu”, de Krono Cao. Às 20h30 o cartaz prossegue com a secção “Ageless, Timeless, Boundless”. Sábado e domingo, ou seja, dias 4 e 5 de Fevereiro, poderão ser vistos os filmes finalistas da competição do Rollout. O Cinema Alegria recebe, dia 9 de Fevereiro, um filme em foco, “A Body In Fukushima”, exibido às 19h30. “The Ferryman”, outro filme em foco, será exibido no dia seguinte, no mesmo horário e local. O festival termina dia 12 de Fevereiro.
Hoje Macau EventosNovo livro de Ivo Carneiro de Sousa aborda relações históricas entre a França e a China O Instituto Cultural (IC) acaba de lançar o novo livro do académico Ivo Carneiro de Sousa que, em quatro volumes, conta a história de como os franceses recorreram a Macau para conhecer melhor a China entre os anos de 1609 e 1900, quando o território era uma importante zona comercial e porta de acesso do mundo ocidental ao chamado Império do Meio. “Memórias, Viagens e Viajantes Franceses por Macau (1609-1900)” é o resultado “de quase uma década de investigações primárias nas bibliotecas e nos arquivos centrais, regionais e privados de França”, contendo uma colecção de 295 memórias textuais de Macau entre esses anos produzidas por diferentes autores e editores, abarcando prestigiados viajantes marítimos, missionários, militares, diplomatas, médicos da marinha, geógrafos, jornalistas, cientistas ou os primeiros assumidos turistas. Segundo o IC, “estes textos sobre Macau iluminam os mais diversos aspectos da vida social, económica, das gentes e dos espaços que tornaram o território fundamental para o acesso da França ao grande império do meio”. Nomeações no século XIX O livro do académico dá “especial atenção a intelectuais, diplomatas e políticos que aproximaram a França de Macau”. Isto porque, em 1859, os embaixadores franceses foram nomeados para ministros plenipotenciários na China, “o que transformou a legação francesa na cidade num dos principais espaços sociais da elite cosmopolita da época”. O IC explica que “entre 1857 e 1862 a ofensiva colonial francesa na Indochina e a sua participação militar na chamada segunda Guerra do Ópio levaram mesmo à instalação de um hospital militar em Macau que tratou mais de 2000 feridos franceses”. Estes factos mostram “o profundo interesse da França” no território, algo que “mobilizou enorme atenção tanto da imprensa diária como de múltiplas revistas científicas e literárias”. Nesta obra, “as memórias narradas ajudam a perceber o quanto a visão francesa da cidade, das suas pessoas e costumes contribuiu para escorar a representação cultural com que se foi seleccionando textos e imagéticas para destacar o património e história de Macau”. “Memórias, Viagens e Viajantes Franceses por Macau (1609-1900)” é o sétimo trabalho de investigação inserido na “Colecção Farol da Guia”, editada pelo IC, e que se destina a estudar a cultura, a história e outros aspectos de Macau. Os quatro volumes encontram-se à venda pelo preço de 920 patacas na Imprensa Oficial, Arquivo de Macau, Museu de Arte de Macau, Plaza Cultural Macau. Ivo Carneiro de Sousa é doutorado em História e Cultura Portuguesa com Agregação em História pela Universidade do Porto. O autor tem-se dedicado a estudos sobre Macau, Timor-Leste e a presença portuguesa no do Sudeste Asiático. Actualmente é Professor Associado e Investigador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa da Universidade Politécnica de Macau e director do East-West Institute for Advanced Studies (EWIAS).
Andreia Sofia Silva EventosHold On to Hope | Fotografias de Gonçalo Lobo Pinheiro expostas de 5 a 26 de Fevereiro Mostrar a Macau antiga, mesclada com lugares do presente, é o mote da mostra de fotografia “O que foi não volta a ser”, do fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro. Depois da exposição inaugural na Fundação Rui Cunha, as imagens regressam à galeria Hold On to Hope, na antiga leprosaria de Ka-Hó a convite da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau “O que foi não volta a ser…”, exposição de fotografia de Gonçalo Lobo Pinheiro, poderá ser vista novamente na galeria Hold On to Hope, nas casas amarelas da antiga leprosaria de Ka-Hó, a convite da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM), entre os dias 5 e 26 de Fevereiro. A inauguração acontece dia 5 de Fevereiro às 16h. De frisar que 50 por cento da venda das fotografias reverte para a ARTM. Esta exposição resulta de um trabalho desenvolvido pelo jornalista e fotojornalista durante mais de um ano, em que se estabelece um contraste entre o passado de várias zonas icónicas de Macau e o presente. Em cada imagem, surge uma fotografia antiga da mesma zona fotografada, podendo ver-se as alterações que o tempo e as transformações sócio-económicas ocorridas no território provocaram em cada local. Além da mostra, foi também editado um livro com o mesmo nome. O autor pretende, com este projecto mostrar as mudanças sofridas por Macau nos últimos 50 anos. Esta exposição, conforme disse Gonçalo Lobo Pinheiro, aquando da primeira inauguração na Fundação Rui Cunha, no final do ano passado, representa “um encontro entre o passado e o presente”. Sobre o regresso da mostra, Gonçalo Lobo Pinheiro disse ao HM que sempre teve o objectivo de tornar esta exposição itinerante, além de abraçar um projecto solidário. “Não vai ser possível colocar toda a exposição em Ka-Hó porque as molduras são muito grandes, mas uma grande parte estará exposta. É com muito orgulho que, uma vez mais, me junto à ARTM com um carácter solidário. O meu livro também estará à venda no local.” O fotojornalista adiantou ainda que está na fase de negociação para levar a mostra a Hong Kong e Portugal. Uma adaptação “A ideia, que não é pioneira no mundo, acaba por ser em Macau. E o entusiasmo começou por aí. Durante pouco mais de um ano fui recolhendo imagens antigas do território, captadas entre os anos de 1930 e 1990, a preto e branco, com diferentes formatos. Adquiri em leilões, na Internet, a particulares, em lojas e até em Portugal”, explicou. O fotojornalista diz ter sido “ambicioso nos primeiros meses de execução do projecto”. “Idealizei um trabalho final que contemplasse, pelo menos, 100 fotografias. Não consegui, assumo. Ou melhor. Consegui ter em minha posse cerca de 100 imagens, mas, dessas, apenas optei por editar e publicar 40, expondo 20”. E o autor explica que, se há cenários que ainda são reconhecíveis, outros simplesmente já não existem. “Tudo mudou. Por isso, na maioria dos casos, o que foi não volta a ser…”. Gonçalo Lobo Pinheiro é um fotojornalista português, nascido a 4 de Abril de 1979 e radicado em Macau há mais de 12 anos. Começou por estudar Engenharia Geológica, mas formou-se em Ciências da Comunicação, variante Jornalismo, na Universidade Autónoma de Lisboa. Passou por várias publicações portuguesas e estrangeiras como colaborador, incluindo A Bola, o I, o Público, Correio da Manhã, O Comércio do Porto, Expresso, Washington Post, BBC, The Guardian, entre outros. Em Macau ingressou no jornal Hoje Macau, onde trabalhou como redactor, fotojornalista e editor entre 2010 e 2014. Vencedor de vários prémios ao longo da sua carreira, publicou também diversos livros de fotografia. Actualmente faz parte da redacção do jornal Ponto Final e tem uma colaboração com a agência noticiosa portuguesa Lusa.
Hoje Macau EventosFilme português nomeado para os Óscares Pela primeira vez, há um filme de produção portuguesa a integrar os nomeados para os Óscares, com “Ice Merchants”, realizado por João Gonzalez, candidato ao prémio de melhor curta-metragem de animação. “Ice Merchants” é o terceiro filme de João Gonzalez, tem produção portuguesa de Bruno Caetano, pela Cola Animation, e coprodução com França e Reino Unido. O filme, sem diálogos, tem como ponto de partida a imagem de uma casa numa montanha, debruçada num precipício. A partir daí, o realizador desenvolveu a história de um pai e um filho, que produzem gelo na casa inóspita onde vivem, e de onde saltam todos os dias de paraquedas para o vender na aldeia, no sopé da montanha. João Gonzalez assina a realização e a banda sonora do filme e divide a animação, em 2D, com a polaca Ala Nunu. Antes de chegar às nomeações dos Óscares, “Ice Merchants” teve uma estreia premiada em 2022 na Semana da Crítica no Festival de Cinema de Cannes, em França. Spielberg e companhia A lista dos nomeados para 95.º edição dos Óscares, um dos mais importantes prémios do cinema, foi conhecida esta terça-feira. O filme “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”, de Daniel Kwan e Daniel Scheinert, lidera a corrida aos Óscares, com 11 nomeações. “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”, uma produção independente de ficção científica sobre universos paralelos, está indicada para os Óscares de Melhor Filme ou Realização e também nas categorias de representação, nomeadamente para Michelle Yeoh, Jamie Lee Curtis, Stephanie Hsu e Ke Huy Quan, o actor que em criança entrou em “Indiana Jones e o Templo Perdido” (1984). Para o Óscar de Melhor Filme, estão também nomeados “Os Espíritos de Inisherin” (Martin McDonagh), “Os Fablemans” (Steven Spielberg), “Tár” (Todd Field), “A Oeste Nada de Novo” (Edward Berger), “Top Gun: Maverick” (Joseph Kosinski), “Elvis” (Baz Luhrmann), “Avatar: O Caminho da Água” (James Cameron), “A Voz das Mulheres” (Sarah Polley) e “Triângulo da Tristeza” (Ruben Ostlund). Para o Óscar de Melhor Realização competem Martin McDonagh, Daniel Kwan e Daniel Scheinert, Steven Spielberg, Todd Field e Ruben Ostlund. O ‘biopic” de Baz Luhrmann sobre Elvis Presley soma oito nomeações, nomeadamente para Austin Butler como Melhor Actor, e “Os Fablemans”, o filme semibiográfico de Steven Spielberg segue com sete nomeações, entre as quais para Melhor Banda Sonora, de John Williams. A cerimónia dos Óscares está marcada para 12 de Março, com apresentação de Jimmy Kimmel.
Andreia Sofia Silva EventosBerlim | Antropólogo de Macau exibe filmes locais em nova exposição Cheong Kin Man, antropólogo natural de Macau e residente em Berlim há vários anos, promove amanhã a exposição intitulada “As Intervenções Utópicas nas Paisagens de Berlim”, que será acompanhada pela projecção de filmes de Macau, entre outros com origens diversas. Trabalhos de realizadores como Tracy Choi, Nancy Io ou Lei Cheok Mei serão dados a conhecer ao público berlinense Habituado a dar a conhecer lá fora o nome de Macau e algumas das coisas feitas na área das artes, Cheong Kin Man, antropólogo, residente de Macau, volta a fazê-lo num novo projecto na capital alemã. Amanhã será apresentada, no Fórum da Sociedade Cooperativa de Berlim, a exposição “As Intervenções Utópicas nas Paisagens de Berlim”, uma mostra que nasce de um colectivo de artistas onde se inclui o próprio Cheong Kin Man. A acompanhar esta iniciativa será feita uma projecção de filmes de Macau e também outros internacionais. Na lista de filmes inclui-se o documentário “Os Meus Dias num Apartamento”, de Lei Cheok Mei, que, para Cheong Kin Man, é de “excelente qualidade”. “Espero que o filme possa ser apresentado noutras exposições de artes na Alemanha e Polónia que vamos organizar”, adiantou o antropólogo. Destaque ainda para a exibição do filme “O Jogador que Perdeu o Sentido da Vida”, da aclamada realizadora Tracy Choi, que realizou este trabalho a convite do Centro de Aconselhamento sobre o Jogo e de Apoio à Família de Sheng Kung Hui. Este filme estreou em Macau em 2015 nos cinemas UA Galaxy. Será também exibida a curta-metragem “Ma Ma”, de Nancy Io. Este é o resultado de um projecto desenvolvido pela realizadora no âmbito do mestrado em cinema que concluiu na Universidade Nacional de Artes de Taiwan. O filme foi apresentado na edição de 2020 do Festival Internacional de Cinema de Macau, além de ter sido recentemente nomeado para um dos “Golden Harvest Awards”, em Taiwan. Serão ainda projectados dois filmes da autoria de Noah Ng, curador principal do Armazém do Boi, “Critical Moment and Participant” e “Ferriage”. O cartaz encerra com a exibição de “Uma Ficção Inútil”, a etnografia viusal experimental de Cheong Kin Man que já correu o mundo, bem como filmes e vídeos de Deborah Uhde (Alemanha), Hengame Hosseini (Irão), James Bascara (EUA), Low Pey Sien (Malásia) ou Rusnė Dragūnevičiūtė (Lituânia). Esta é a primeira vez que os trabalhos de Tracy Choi, Nancy Io, Noah Ng e Lei Cheok Mei são exibidos na Alemanha, sendo que todo o cartaz de exibições contará com comentários da cineasta alemã Deborah Uhde e da filósofa alemã Lisa Schmidt-Herzog. Vídeos e companhia Relativamente à mostra “As Intervenções Utópicas nas Paisagens de Berlim”, nasce de um colectivo de artistas berlinenses intitulado “Arbeitspause”, que em português significa “pausa no trabalho”, do qual faz parte Cheong Kin Man. Neste projecto, o antropólogo voltou a trabalhar com a artista polaca Marta Stanisława Sala, com quem já desenvolveu outras iniciativas artísticas, bem como com Johanna Reichhart, da Alemanha, e Marcos García Pérez, de Espanha. O evento exibe 30 trabalhos de autores internacionais como colagens, desenhos, fotografias, instalações, trajectórias e vídeos. Uma fotografia do fotógrafo português Jorge Veiga Alves estará em exibição em conjunto com outros trabalhos das fotógrafas japonesas e americanas, Hoshino Saki e Jennifer Liu. Inclui-se ainda, nesta mostra, uma colagem de Cheong Kin Man e Marta Sala, com o nome “Os Signos Utópicos”, que não é mais do que uma publicação com cerca de uma centena de ideogramas fictícios com uma linguagem “utópica”. Esta mostra, bem como a exibição dos filmes de Macau, contam com o apoio do Fórum da Sociedade Cooperativa de Berlim, criada entre 1993 e 1994 e que reúne 49 cooperativas de habitação de Berlim e de Brandemburgo.
Andreia Sofia Silva EventosMúsica | “Thursday Samba”, de Hon Chong Chan, remixada por DJ Burnie DJ Burnie, natural de Macau, pegou numa das músicas do álbum de estreia do músico de jazz Hon Chong Chan e deu-lhe uma nova roupagem electrónica. O remix de “Thursday Samba”, composição saída do disco “Traveling Coffee”, pode ser ouvido nas plataformas digitais O ano de 2023 começou com novidades na carreira de DJ Burnie. Natural de Macau e com uma carreira de mais de dez anos, Burnie decidiu pegar numa das composições do músico de jazz Hon Chong Chan e fazer um novo remix, emprestando ritmos adicionais ao tema. “Thursday Samba”, do álbum de estreia do guitarrista local de jazz, lançado em 2020, foi a música escolhida. A nova versão pode agora ser ouvida nas plataformas digitais. “Gosto mesmo muito do álbum de estreia [de Hon Chong Chan]. Uma das razões é o facto de não existirem em Macau muitos músicos a produzir e a lançar álbuns originais de Jazz, então fiquei muito surpreendido com isso”, começou por dizer ao HM DJ Burnie. O facto de “Traveling Coffee” ter sido totalmente gravado e produzido em Nova Iorque, com músicos americanos, chamou também a atenção de Burnie. “A qualidade de gravação deste álbum é mesmo profissional, e de cada vez que o oiço passo um bom bocado. Este meu remix é como uma mistura de três elementos: Electrónica, Jazz e Samba. Transmite um sentimento de alegria, com um som de guitarra misturado à volta dos nossos ouvidos, tendo como base uma batida festiva que nos faz mexer o corpo.” A escolha de “Thursday Samba” explica-se pelo facto de Burnie gostar muito do estilo de música brasileiro. “É a pura e verdadeira ‘música de dança'”, contou. “Apesar de ser produtor e DJ de música electrónica, adoro descobrir novos estilos de música de todo o mundo, sejam da América do Sul, África ou de qualquer outro lugar, que possam fazer as pessoas dançar e sentir-se bem. A primeira vez que ouvi ‘Thursday Samba’, logo nos primeiros 20 segundos da música, tive a certeza de que iria ouvi-la repetidamente. Tem as batidas do samba gentilmente remisturadas com jazz, é refrescante para mim. Depressa fiquei com a ideia de que poderia misturar esta música com batidas electrónicas, algo que faria as pessoas começarem facilmente a dançar.” O contacto com o músico Hon Chong Chan fez-se através das redes sociais e a conexão para este trabalho foi imediata. “Ele achou a minha ideia muito interessante”, adiantou Burnie. Dança pós-covid-19 DJ Burnie não tem dúvidas de que Macau está pronta para dançar depois da pandemia e de tantas restrições, defendendo que há cada vez mais espaço de crescimento na “cena” electrónica local. “A situação está a melhorar. No início, quando passava música, há cerca de 12 anos, poucas pessoas apostavam na música electrónica. Mas é bom ver tantos DJs a passar som hoje em dia, há mais estúdios de gravação e espaços para passar música. É algo que está a ficar mais forte e, para mim, era difícil imaginar, há 12 anos, que a ‘cena’ da música iria ficar assim. Então sinto-me muito entusiasmado com isso e consigo olhar para um desenvolvimento no futuro”, rematou. DJ Burnie estudou na Universidade de Macau e acabou por apostar na música em bares e discotecas. Em 2013, lançou o seu primeiro EP, “Atlantic EP”, pela britânica Slime Recordings.
Hoje Macau EventosCinema de animação | “Ice Merchants”, de João Gonzalez, nomeado para os prémios Annie O filme “Ice Merchants”, do português João Gonzalez, está nomeado para os prémios Annie, considerados os ‘Óscares’ do cinema de animação, foi anunciado esta terça-feira. “Ice Merchants” está indicado na categoria Melhor Curta-Metragem da 50.ª edição dos Annie Awards. O filme português compete com “Amok”, do húngaro Balázs Turai, “Black Slide”, do israelita Uri Lotan, “Love, Dad”, da checa Diana Cam Van Nguyen, e “The Flying Sailor”, das canadianas Amanda Forbis e Wendy Tilby. “Ice Merchants”, o terceiro filme de João Gonzalez, é sobre perda e laços familiares, e tem como ponto de partida a imagem de uma casa numa montanha, debruçada num precipício. A partir dessa imagem, o realizador desenvolveu a história de um pai e um filho, que produzem gelo na casa inóspita onde vivem, e de onde saltam todos os dias de paraquedas para o vender na aldeia, no sopé da montanha. Esta curta-metragem, contada sem narrador nem diálogos, apenas por imagens desenhadas e música, tem coprodução com Reino Unido e França. Estreia em Cannes “Ice Merchants” teve estreia mundial em 2022 na Semana da Crítica de Cannes, em França, onde foi premiado. Desde então, tem somado vários outros prémios em contexto de festivais, e está entre os finalistas a uma nomeação para os Óscares. Recentemente foi seleccionado para a competição de curtas-metragens de animação do festival norte-americano South By Southwest (SXSW), que decorre em Março em Austin. Considerados os ‘Óscares’ do cinema de animação, os prémios Annie distinguem produções de animação, em curta e longa-metragem, e são atribuídos anualmente pela Sociedade Internacional de Cinema de Animação. A 50.ª cerimónia de entrega dos prémios, que se dividem em 32 categorias, está marcada para 25 de Fevereiro, em Los Angeles. Na categoria de Melhor Filme, estão nomeados “Turning Red – Estranhamente Vermelho”, dos estúdios Pixar, “Pinóquio de Guillermo del Toro”, da Netflix, “O Gato das Botas: O Último Desejo”, da Dreamworks, “The Sea Beast”, da Netflix, e “Wendell & Wild”, uma produção da Monkeypaw e da Gotham para a Netflix. O filme de Guillermo del Toro parte com claro favoritismo: tem nove nomeações, mais duas do que “Turning Red” e três do que “O Gato das Botas” e “The Sea Beast”. A categoria de Melhor Filme Independente coloca na corrida “Charlotte”, “Inu-Oh”, “Petit Nicolas”, “Marcel the Shell With Shoes On” e “O Dragão do meu Pai”.
Hoje Macau EventosCinema | Submissões para “Macao Films & Videos Panorama” até sexta-feira Termina esta sexta-feira, dia 20, o prazo para a submissão de projectos cinematográficos para a nova edição do evento “Macao Films & Videos Panorama”, uma iniciativa da Associação Audiovisual CUT apoiada financeiramente pelo Fundo de Desenvolvimento da Cultura do Instituto Cultural. Os melhores trabalhos poderão ganhar o prémio do júri, no valor de dez mil patacas. Um troféu, enquanto o prémio do público, para melhor filme, terá o valor de cinco mil patacas. O festival vai ter lugar de 17 a 26 de Março. Nesta fase, a organização do evento divulgou o nome da primeira convidada que fará parte do júri de selecção das produções que irão a concurso. Trata-se de Joyce Yang, uma veterana crítica de cinema de Hong Kong, e que é também membro da Sociedade de Crítica de Cinema de Hong Kong. Segundo escreveu a organização do “Macao Films & Videos Panorama” sobre o evento, nas redes sociais, Joyce Yang fez parte dos júris de eventos como o Festival Internacional de Documentário de Hong Kong, os Prémios FIPRESCI, o CASCADIA – Festival Internacional de Cinema Feminino e os Prémios IFVA. Além disso, Joyce Yang foi co-editora de dois livros com os argumentos premiados de Chiu Kang-Chien. Escreve regularmente para revistas e jornais de Hong Kong e China, onde se incluem títulos como o Hong Kong Economic Times, a City Magazine, a HKinema e Global Screen.
Hoje Macau EventosFRC | “Fai Chun – Oferta de Papéis Votivos” junta calígrafos e poetas Hoje, entra as 10h e as 16h, a Galeria da Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe o tradicional evento “Fai Chun – Oferta de Papéis Votivos”. Em comunicado, a organização adianta que este ano irá contar com a “presença de 26 calígrafos e poetas locais, membros da Associação de Poesia dos Amigos do Jardim da Flora, que há muitas anos é parceira da FRC nesta iniciativa”. Ao longo das seis horas do evento, quem estiver interessado pode passar pela Galeria da FRC para receber gratuitamente os papéis com mensagens de boa sorte em caligrafia chinesa. Fai Chun (揮春) é uma decoração tradicional usada durante o Ano Novo Chinês, que marca a chegada da época primaveril. Em português poderá traduzir-se por Onda de Primavera. As pessoas colocam os Fai Chun nas portas para criar uma atmosfera alegre e festiva, já que as frases caligrafadas significam boa sorte e prosperidade. Normalmente, os Fai Chun tradicionais são de cor vermelha, com caracteres pretos ou dourados inscritos a pincel, que visam proteger as casas com votos de bons auspícios para o ano que se segue. Hoje em dia são mais frequentes as versões impressas e produzidas em larga escala. Podem ser quadrados ou rectangulares e pendurados na vertical ou na horizontal, geralmente aos pares. Não existem apenas na China, mas também na Coreia, Japão e Vietname.
João Santos Filipe EventosStudio City | Melco celebra entrada do Novo Ano com música pop Depois de brilhar em 2012 no concurso televisivo The Voice of China, um dos mais famosos do Interior, Guan Zhe vai realizar o primeiro concerto a solo em Macau. No Centro de Eventos do Studio City aguardam-se por êxitos como Miss You Tonight ou Settle Down O cantor pop Guan Zhe vai estar em Macau a 27 de Janeiro, para um concerto de celebração do Ano Novo Lunar. O espectáculo vai ter lugar no Centro de Eventos do Studio City e os bilhetes custam entre 488 e 3.888 patacas. Apesar de ter estado em Macau em outras ocasiões, esta é a primeira vez que o cantor de 41 anos, que se tornou conhecido do grande público com a participação no concurso televisivo “The Voice of China”, vai fazer um espectáculo a solo. “Estou muito entusiasmado e ansioso por ter a oportunidades de realizar o meu primeiro concerto a solo no Centro de Eventos do Studio City durante o Ano Novo Lunar”, afirmou Guan Zhe, através de um comunicado divulgado pela empresa Melco. “Vai ser uma noite fabulosa e vou partilhar com o público de Macau muitas músicas tradicionais de ano novo chinês, num arranjo que preparei em conjunto com a minha equipa”, acrescentou. Nascido em Jilin, no Norte da China, Guan Zhe e tem 41 anos. Antes de se tornar um dos nomes mais conhecidos da actualidade da música popular chinesa, Zhe esteve vários anos a escrever e compor músicas para outros artistas famosos como Sun Yue, Na Ying e Mao Ning. No entanto, o salto para a fama chegou em 2012. Na altura, com cerca de 30 anos, e depois de ter tentado participar sem grande sucesso em outros programas de talento, Guan Zhe afirmou-se no concurso The Voice of China, um dos mais vistos no Interior. Primeiro álbum Com uma audiência de milhares de milhões através da televisão e das plataformas móveis, o cantor conseguiu finalmente a fama que lhe abriu as portas para gravar o seu primeiro álbum com o título “Surrounding Story”. Em Macau, um dos momentos mais aguardados vai ser o êxito “Miss You Tonight”, que tem mais de 900 milhões de visualizações nas plataformas chinesas e 100 milhões no Youtube. Outros êxitos incluem as músicas “Settle Down”, “I’m Still Loving You” e “Well Enough”. Além disso, a audiência vai poder assistir às principais músicas interpretadas pelo artista no concurso The Voice of China. No reportório de Guan Zhe cabe ainda a faixa “Macau Welcomes You”, criada para celebrar o 19.º aniversário da transferência. Este é um trabalho que funciona como uma ode a várias características locais, onde se destaca a mistura da cultura chinesa com a ocidental e que não deixa de fora a bifana nem o bacalhau. Os bilhetes estão à venda desde o dia 13 de Janeiro, com o ingresso mais barato a custar 488 patacas. No pólo oposto, os bilhetes mais caros têm um custo de 3.888 patacas. Ainda assim, quem faz parte do clube de Wechat da Melco e tenha gasto 4 mil patacas no resort tem direito a um ingresso grátis.
Hoje Macau EventosCritics Choice Awards | “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo” e “Better Call Saul” triunfam em LA O filme “Tudo Em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo” e a série “Better Call Saul” foram os grandes vencedores da 28.ª edição dos Critics Choice Awards, prémios da Associação dos Críticos entregues na madrugada passada em Los Angeles. A noite consagrou ainda Cate Blanchett como Melhor Actriz por “Tár” e Angela Bassett como Melhor Actriz Secundária por “Black Panther: Wakanda Para Sempre”. Brendan Fraser, considerado o Melhor Actor por “A Baleia”, foi levado às lágrimas quando subiu ao palco para receber a estatueta. Mas foi “Tudo Em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo” que dominou a noite ao receber cinco estatuetas, incluindo Melhor Filme, Melhor Realização para Daniel Kwan e Daniel Scheinert, Melhor Actor Secundário para Ke Huy Quan, Melhor Argumento Original e Melhor Edição (Paul Rogers). “Isto é um absurdo”, disse o co-realizador Daniel Scheinert, visivelmente surpreendido pela vitória do filme. “Este prémio é dedicado ao meu pai, um imigrante de Taiwan que trabalhou até à morte”, disse também um dos produtores do filme, Jonathan Wang, agradecendo a todo os pais imigrantes que “dariam a vida” pelos filhos. Antes da consagração final, já Ke Huy Quan tinha passado pelo palco “tentando não chorar”, num discurso emocionado sobre a segunda vida da sua carreira depois de décadas afastado da ribalta. Brendan Fraser, ele próprio a passar por um renascimento em Hollywood, não conseguiu conter a emoção quando discursou após triunfar em “A Baleia”. “Este filme é sobre amor e redenção. É sobre encontrar a luz num lugar escuro”, afirmou Brendan Fraser, com a voz embargada. Para os que lutam contra a obesidade ou sentem que estão num lugar escuro, disse o actor, “quero que saibam que se tiverem a força de se porem de pé e caminharem em direcção à luz, coisas boas vão acontecer”. Numa noite recheada de estrelas, em que o actor Jeff Bridges recebeu o prémio carreira, um dos discursos mais desconcertantes foi o de Cate Blanchett, que criticou a “corrida de cavalos” destas cerimónias de prémios em Hollywood. “Adorava que mudássemos toda esta estrutura, esta pirâmide patriarcal em que alguém sobe ao topo”, afirmou, momentos depois de se rir com o facto de ter ganho e ter dito “estou tão velha”. Ainda no cinema, Guillermo Del Toro levou para casa a estatueta pelo seu filme “Pinóquio” e disse, ao discursar, que “animar é dar uma alma a algo que não o tem” e que a animação “é o meio perfeito para endereçar grandes temas do universo, de quem somos”. A produção indiana “RRR: Revolta, Rebelião, Revolução” foi premiada como Melhor Filme em Língua Estrangeira e a sua canção “Naatu Naatu” também venceu a categoria de Melhor Canção. “Glass Onion: Um Mistério Knives Out” foi o Melhor Filme de Comédia. Pequeno ecrã Na televisão, “Better Call Saul” saiu vitoriosa com três prémios: Melhor Série Dramática, Melhor Actor em série dramática para Bob Odenkirk e Melhor Actor Secundário para Giancarlo Esposito. A Melhor Minissérie foi “The Dropout: A História de Uma Fraude”, que também deu a Amanda Seyfried a estatueta de Melhor Actriz na categoria, e “Abbott Elementary” foi a Melhor Série de Comédia, dando ainda a Sheryl Lee Ralph o prémio de Melhor Actriz Secundária em comédia. Jennifer Coolidge venceu como Melhor Actriz Secundária em série dramática por “The White Lotus” e Paul Walter Hauser foi o Melhor Actor Secundário na mesma categoria por “Black Bird”. Zendaya foi a Melhor Actriz em série dramática por “Euphoria”. A 28.ª edição dos prémios da Associação de Críticos decorreu no Fairmont Century Plaza e reuniu os maiores pesos-pesados da indústria, premiando o melhor do cinema e televisão no último ano.
Andreia Sofia Silva EventosFotografia | Mostra de Sofia Mota sobre o Canídromo patente em Leiria “A Última Corrida” é o nome da exposição de fotografia da autoria de Sofia Mota, residente de Macau e fotógrafa, patente no MIMO – Museu da Imagem em Movimento, em Leiria. A autora, que realizou o trabalho documental quando ainda era jornalista do HM, fala de um projecto carregado de emoções e da celebração do encerramento de um local histórico associado a maus-tratos aos galgos Era uma vez um Canídromo, no bairro do Fai Chi Kei, onde os aficcionados apostavam para ver qual o galgo que corria mais depressa. Eles corriam, esgotados, mal tratados, e corriam mais até os humanos quererem. Durante décadas este espaço atraiu turistas e visitantes até se transformar num local dominado pela degradação. Foi em 2018, depois de uma intensa campanha a favor do fecho do Canídromo levada a cabo pela ANIMA – Sociedade Protectora dos Animais de Macau, que o espaço encerrou definitivamente. Em “A Última Corrida”, exposição patente no Museu da Imagem em Movimento (MIMO), em Leiria, até 12 de Março, as imagens de Sofia Mota, fotógrafa e residente de Macau, capturam estes últimos momentos. “Quando cheguei ao Canídromo, em 2018, deparei-me com um espaço absolutamente decadente em todos os apectos. Nas instalações, na solidão que transpirava, no ambiente das apostas … queria apanhar esse fim histórico já sem nada, carregado de vazio”, contou ao HM. Esta série de imagens foram capturadas para ilustrar uma reportagem sobre o encerramento do Canídromo publicada no HM pela autora, que à data era jornalista desta publicação. Só muito recentemente as imagens deram origem ao projecto “A Última Corrida”, publicado na revista Halftone e que contou com trabalho de selecção de João Palla. Em Leiria, a exposição teve curadoria de João Ferreira, que lançou o mote a Sofia Mota para voltar a expor na sua cidade natal. O convite formal partiu de Sofia Carreira, coordenadora do MIMO. “Um momento único” Este é um “trabalho documental” que segue a linha dos muitos projectos que Sofia Mota tem feito na área da fotografia, que já lhe valeram a distinção como talento revelação em 2013 da revista Camera.Doc, com a série “Mistérios da Fé…!”, sobre o ambiente de peregrinação no santuário de Fátima. “Em 2015 levei a Leiria um trabalho sobre a vida quotidiana de um bairro de Pequim, mas este trabalho é diferente, pois é de um momento único que não se repete. Foi o trazer uma realidade desconhecida das corridas que estão intrinsecamente ligadas a Macau. Quis dar a conhecer esta situação e mostrar é sempre gratificante, pois Leiria é a minha cidade natal e Macau é o lugar onde vivo.” Ao fotografar, Sofia Mota não quis focar-se apenas nas corridas ou nos cães, mas em todo o ambiente. “É um projecto com um cariz afectivo, abrangendo também a parte do tratamento dos animais, que não era dos melhores. É também um trabalho de celebração do fim tardio do Canídromo.” “Queria abarcar a representação do Canídromo nas suas várias facetas, que vão desde as bilheteiras, ao público, à preparação dos cães para entrar nas corridas, a comunicação de cabine, dos relatos das apostas. Não no sentido de exaltação, bem pelo contrário, pois sou totalmente contra as corridas de galgos e com animais no geral, e o fim do Canídromo representa o fim desta atrocidade.” A imagem preferida de Sofia Mota é, precisamente, a última que surge exposta nas paredes do MIMO. “Vê-se apenas um cão a sair da pista, a sair de cena. É uma imagem carregada de simbolismo”, adiantou. A mostra “A Última Corrida” foi inaugurada a 8 de Dezembro e pode ser visitada até 12 de Março.
Hoje Macau EventosExposição | “Uma Terra Abençoada” mostra crença e costumes de Tou Tei A exposição “Uma Terra Abençoada – Crença e Costumes de Tou Tei em Macau” estará patente ao público a partir da próxima quinta-feira, até 23 de Abril, no Museu de Macau. O Instituto Cultural (IC) indica que o “Culto de Tou Tei” é uma tradição praticada há vários séculos pela comunidade chinesa em Macau, “transmitidas e profundamente enraizadas na comunidade, tendo os três principais templos de Tou Tei como o núcleo de sua herança, com cerca de 200 santuários dedicados à divindade distribuídas na cidade”. As celebrações do aniversário de Tou Tei realizam-se no segundo dia do segundo mês lunar. Esta manifestação cultural e espiritual foi inscrita na 5.ª Lista Nacional de Itens Representativos do Património Cultural Intangível da China, em 2021. A exposição reúne cerca de 100 peças/conjuntos, incluindo livros, inscrições, fotografias, estátuas religiosas, sacrifícios e objectos comemorativos, “revelando sistematicamente o curso de como a crença e os costumes de Tou Tei se enraizaram, persistiram e se desenvolveram em Macau”, refere o IC em comunicado. A entrada é gratuita.
Hoje Macau EventosIC | Abertas candidaturas para apoios na área do cinema O Instituto Cultural (IC) abriu as inscrições para o programa “Macau — O Poder da Imagem”, que tem como objectivo “promover o desenvolvimento da arte cinematográfica, bem como de incentivar os produtores cinematográficos independentes de Macau a produzirem mais filmes locais”. As inscrições podem ser submetidas no Edifício do Instituto Cultural, na Praça do Tap Siac, até 8 de Março. O IC especifica que os “candidatos devem ser associações locais legalmente constituídas e registadas ou portadores do Bilhete de Identidade de Residente da RAEM com idade igual ou superior a 18 anos”. Em relação às propostas, o IC dividiu-as em três categorias: “Documentário”, “Curta-metragem de ficção” e “Animação”, todas separadas por nível de proficiência (avançado, livre e iniciados). O júri irá seleccionar até 14 projectos e oferecer um montante total até 1,32 milhões de patacas para produção, com um valor máximo de 280 mil patacas para algumas entidades produtoras, dependendo da categoria e do grupo. Além disso, os projectos seleccionados vão poder contar com aconselhamento individual. Desde a sua primeira edição, em 2007, o programa Macau — O Poder da Imagem” apoiou a produção de cerca de 150 obras, “muitas foram ainda exibidas ao público, nos festivais de cinema de Macau e do exterior”, indica o IC. O formulário de inscrição ao programa pode ser descarregado no portal do IC.